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ABNT/CB-02 PROJETO 02:144.38-001 NOVEMBRO:2009 NÃO TEM VALOR NORMATIVO Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação e operação. Apresentação 1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Apresentação de Projetos de Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos – (CE-02:144.38) do Comitê Brasileiro da Construção Civil – (ABNT/CB- 02), nas reuniões de: 25/11/2008 15/12/2008 26 e 27/01/2009 5 e 6/03/2009 7 e 8/04/2009 13 e 14/05/2009 17 e 18/06/2009 2) Não tem valor Normativo; 3) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta informação em seus cometários, com documentação comprobatória. 4) Tomaram parte na elaboração deste projeto: Participante Representante ABLP Alexandre Ferrari MPF/PGR Amy Vasconcelos de Souza ABES SP Ana Lucia Brasil SINDUSCON SP André Aranha Campos IPAAM - AM Antonio Ademir Stroski UFSC Armando Borges de Castilhos FEAM/MG Breno Machado Gomes de Oliviera SANSUY Carlos Fonseca CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Carlos Hashimoto CONSULTOR MMA Carlos Henrique Oliveira LÍDERES RECESA Carlos Nobuyoshi Ide CONSULTOR MMA Cássio Versiani AMMA - ANAMMA, - CONAMA Celma Alves dos Anjos GEOAMBIENTAL BH Cicero A A Catapreta FUNASA/MS Cláudia Elizabete Bezerra Marques FEPAM - RS Cláudia Laydner FEPAM - RS Clebes B. Pinheiro ABLP Clovis Bevvenuto ULBRA-MANAUS Cornélio Zampier Teixeira CETESB - SP Cristiano Kenji Iwai

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ABNT/CB-02PROJETO 02:144.38-001

NOVEMBRO:2009

NÃO TEM VALOR NORMATIVO

Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação e operação.

Apresentação

1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Apresentação de Projetos de Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos – (CE-02:144.38) do Comitê Brasileiro da Construção Civil – (ABNT/CB- 02), nas reuniões de:

25/11/2008 15/12/2008 26 e 27/01/2009

5 e 6/03/2009 7 e 8/04/2009 13 e 14/05/2009

17 e 18/06/2009

2) Não tem valor Normativo;

3) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta informação em seus cometários, com documentação comprobatória.

4) Tomaram parte na elaboração deste projeto:

Participante Representante

ABLP Alexandre Ferrari

MPF/PGR Amy Vasconcelos de Souza

ABES SP Ana Lucia Brasil

SINDUSCON SP André Aranha Campos

IPAAM - AM Antonio Ademir Stroski

UFSC Armando Borges de Castilhos

FEAM/MG Breno Machado Gomes de Oliviera

SANSUY Carlos Fonseca

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Carlos Hashimoto

CONSULTOR MMA Carlos Henrique Oliveira

LÍDERES RECESA Carlos Nobuyoshi Ide

CONSULTOR MMA Cássio Versiani

AMMA - ANAMMA, - CONAMA Celma Alves dos Anjos

GEOAMBIENTAL BH Cicero A A Catapreta

FUNASA/MS Cláudia Elizabete Bezerra Marques

FEPAM - RS Cláudia Laydner

FEPAM - RS Clebes B. Pinheiro

ABLP Clovis Bevvenuto

ULBRA-MANAUS Cornélio Zampier Teixeira

CETESB - SP Cristiano Kenji Iwai

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CONSULTOR MMA Dan Moche Schneider

AGEPAN - MS Danilo Cézar C. de Almeida

ABES Darci B. Campani

SEMARH Demetrios Christofidis

FEAM - MG Denise Marília Bruschi

AGEPAN - MS Dezinardis Fernades da Silva

ABLP Eleusis B. Di Creddo

FEPAM/RS Elisabeth Ibi Frima

CNC Evandro Américo Costa

PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BOA BISTA Flavio Marques Zoneli

SRHU-MMA Francisco Eduardo Porto

CREA-CE - COORDENADOR DO GTMA Francisco Fontenele Meira

SMA – PORTO ALEGRE Geraldo Reichert

UFTO-TO Gilda Schmidt

VEGA ENGENHARIA Idacir Prodella

FUNASA Jamaci Avelino do N. Jr

CETESB - SP João Antônio Fuzaro

ABNT/CB-02 João de Valentin

CONSULTOR MMA José Alberto da Mata Mendes

SUDEMA - PB José Dantas de Lima

CONSULTOR UFSCAR Juan Luis Rodrigo González

ABES Jussara Pires

OEMA – RN Kelly Cristina Dantas Santos

FUNASA Leonardo Laterza

SINDUSCON SP Lilian Sarrouf

UFMG Lisete Celina Lange

SECRETARIA DAS CIDADES (GO) Livia Maria Dias

Consultor MMA Luiz Henrique M. Nascimento

NOVO MEIO ENGENHARIA Marcelo Batista Monteiro

FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ Maria Candida B Nascimento

USP - ABLP Maria Eugenia Gimenez Boscov

FEPAM - RS Maria Heloisa Degrazia Pestana

MMA Maria Luiza Fontenelle

MMA / CONSULTORA Maria Stella Magalhães Gomes

OEMA – AC Maura Regina Ribeiro

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UFBA Maurício Fiuza

MINISTÉRIO DAS CIDADES Nadja Limeira

PREFEITURA MUNICIPAL DE LIMEIRA Nadyr Arruda de Paula Eduardo Junior

AMMA - GOIÂNIA Patricia Ribeiro da Silva

ULBRA Paulo Ricardo Rocha Farias

ABLP Pedro Paulo F. Gouveia

MMA Rafael Mena Barreto Azambuja

FEPAM - RS Rafael Volquind

FUNASA Rodrigo Passos Barnêlo

ABNT/CB-02 Rose de Lima

ABES Roseane M. Garcia Lopes de Souza

CODEVASF Sérgio Cotrim

ABRELPE Silvia Martarello Astolpho

SNSA/ MCIDADES Sirlei Correa Marques

CONSULTOR MMA Tarcísio de Paula Pinto

ABLP Thiago Villas Bôas Zanon

FEAM - MG Vera Cristina Vaz Lanza

FEPAM - RS Vicente V. Biermann

UFBA Viviana Maria Zanta

AMMA - GOIÂNIA Wellington Heberline de Oliveira

ASFAMAS Yasuyuk Hirasaki

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Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação e operação

Urban solid wastes – Small sanitary landfills – Guidelines for location, design, implantation and operation.

Palavras-chave: Resíduos sólidos urbanos. Aterros. Projeto. Operação. Descriptors: Urban solid wastes. Landfills. Design. Operation.

Sumário Scope PrefácioIntrodução1 Escopo2 Referências normativas3 Termos e definições4 Diretrizes para localização4.1 Critérios para a seleção da área a ser utilizada para a implantação do aterro sanitário de pequeno porte5 Adequação dos elementos de proteção ambiental aos condicionantes físicos locais5.1 Proteção das águas5.2 Elementos de proteção ambiental do aterro sanitário de pequeno porte6 Condições gerais para elaboração e apresentação do projeto6.1 Generalidades6.2 Critérios de Projeto e Operação6.3 Memorial descritivo7 Condições para a operação do aterro sanitário de pequeno porte7.1 Condições para implantação do aterro sanitário de pequeno porte na fase inicial7.2 Treinamento dos operadores7.3 Recebimento de resíduos no aterro sanitário de pequeno porte7.4 Disposição dos resíduos no aterro sanitário de pequeno porte7.5 Procedimentos de controle e monitoramento7.6 Procedimentos para registro da operação e do monitoramento do empreendimentoAnexo A (informativo) Implantação e operação dos Aterros Sanitários de Pequeno Porte (ASPP)A.1 IntroduçãoA.2 ObjetivoA.3 Aspectos geraisA.4 Verificações prévias ao projetoA.5 Sugestões para implantação e operação

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujos conteúdos são de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública entre os associados da ABNT e demais interessados. O escopo deste Projeto de Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope

This standard specifies the minimum requirements to the location, design, implantation, operation and closure of small sanitary landfills, used to the final disposure of urban solid wastes.

This standard establishes the conditions to simplify the small installations used to the final disposure of urban solid wastes.

This standard also establishes the conditions to protect both the superficial and subterranean hydric bodies at the implantation place, as well as the neighboring populations’ health and well being protection.

Introdução

A maior parte dos municípios brasileiros tem pequena população e apresenta contextos ambientais bem diversificados. Nestes municípios, ou associações de municípios, sempre que as condições físicas o permitam, é possível a implantação de sistemas de disposição final simplificados, em razão das pequenas quantidades e das características dos resíduos gerados diariamente, sem prejuízo do controle de impactos ambientais e sanitários. As normas existentes, especialmente as ABNT NBR 8419:1992 e ABNT NBR 13896:1997, tratam, de forma abrangente, dos aterros de resíduos, enfatizando, no entanto, prescrições normativas para instalações de grande porte, bem mais onerosas e complexas do que aquelas consideradas adequadas para disposição de pequena quantidade de resíduos. A presente norma contém prescrições para a localização, projeto, implantação, operação e encerramento de sistemas de disposição final simplificados e define os condicionantes físicos locais que permitem sua adoção.

1 Escopo

Esta Norma especifica os requisitos mínimos para localização, projeto, implantação, operação e encerramento de aterros sanitários de pequeno porte, para a disposição final de resíduos sólidos urbanos.

Esta Norma estabelece as condições para a simplificação das instalações de pequeno porte para a disposição final de resíduos sólidos urbanos.

Esta norma estabelece também as condições para a proteção dos corpos hídricos superficiais e subterraneos no local de implantação, bem como a proteção da saúde e do bem estar das populações vizinhas.

2 Referências normativas

Os documentos apresentados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

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Resolução CONAMA no 404 de 11 de novembro de 2008, Licenciamento Ambiental de aterros sanitários de pequeno porte

Resolução CONAMA no 396 de 03 de abril de 2008, Classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento, prevenção e controle da poluição das águas subterrâneas

Portaria Ministério da Saúde no 518/MS de 25 de março de 2004, Procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

ABNT NBR 6484, Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio

ABNT NBR 8419:1992, Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos – Procedimento

ABNT NBR 10007, Amostragem de resíduos – Procedimento

ABNT NBR 13896:1997, Aterros Sanitários de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação

ABNT NBR 15495-1, Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aqüíferos granulares - Parte 1: Projeto e construção

ABNT NBR 15495-2, Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aqüíferos granulares - Parte 2: Desenvolvimento

3 Termos e definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os seguintes termos e definições:

3.1 aterro sanitário instalação para disposição de resíduos sólidos no solo, localizada, concebida, implantada e monitorada segundo princípios de engenharia e prescrições normalizadas de modo a maximizar a massa de resíduos disposta eminimizar impactos ao meio ambiente e à saúde pública

3.2 aterro sanitário de pequeno porte aterro sanitário para disposição no solo de até vinte toneladas por dia de resíduos sólidos urbanos em que, considerados os condicionantes físicos locais, a concepção do sistema possa ser simplificada, reduzindo os elementos de proteção ambiental sem prejuízo da minimização dos impactos ao meio ambiente e à saúde pública

3.2.1 aterro sanitário de pequeno porte em valas instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, em escavação com profundidade limitada e largura variável,confinada em todos os lados, oportunizando operação não mecanizada

3.2.2 aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, em escavação sem limitação de profundidade e largura, que se caracteriza por confinamento em três lados e operação mecanizada

3.2.3 aterro sanitário de pequeno porte em encosta instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, caracterizada pelo uso de taludes pré-existentes, usualmente implantado em áreas de ondulações ou depressões naturais, encostas de morros ou pedreiras eáreas de mineração desativadas

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3.2.4 aterro sanitário de pequeno porte em área instalação para disposição no solo de resíduos sólidos urbanos, caracterizada pela disposição em áreas planas acima da cota do terreno natural

3.3 elementos de proteção ambiental do aterro sanitário de pequeno porte componentes do aterro sanitário de pequeno porte destinados a reduzir os impactos ambientais decorrentes da disposição dos resíduos sólidos urbanos no solo. Incluem a camada impermeabilizante do solo, sistema de recobrimento, sistema de manejo de águas pluviais, sistema de manejo de lixiviados, sistema de manejo de emissões gasosas e paisagismo

3.4 condicionantes físicos locais conjunto de aspectos que determinam os procedimentos e sistemas necessários para a minimização dos impactos e para a proteção ambiental

3.5 sistema de impermeabilização elemento de proteção ambiental destinado a isolar os resíduos do solo natural subjacente de maneira a minimizar a infiltração de lixiviados e de biogás

3.6 sistema de drenagem de lixiviados conjunto de estruturas que tem por objetivo possibilitar a remoção controlada do lixiviado gerado no interior dos aterros

3.7 sistema de tratamento de lixiviados instalações e estruturas destinadas à atenuação das características do lixiviado dos aterros sanitários

3.8 sistema de drenagem de gases conjunto de estruturas que tem por objetivo possibilitar a remoção controlada dos gases gerados no interior dos aterros

3.9 sistema de tratamento de gases instalações e estruturas destinadas à queima em condições controladas ou aproveitamento dos gases drenados dos aterros sanitários

3.10 sistema de drenagem de águas pluviais conjunto de estruturas que tem como objetivo captar e afastar de forma controlada as águas da chuva incidente sobre as áreas aterradas e seu entorno

3.11 sistema de cobertura operacional camada de material aplicada sobre os resíduos ao final de cada jornada de trabalho, destinada a dificultar a infiltração das águas de chuva, o espalhamento de materiais leves pela ação do vento, a presença de animais, bem como a proliferação de vetores

3.12 sistema de cobertura final camada de material aplicada sobre os resíduos, destinada ao fechamento da área aterrada, garantindo a integridade do maciço, evitando a infiltração das águas de chuva e possibilitando o uso futuro da área

3.13 sistema de monitoramento do aterro sanitário estruturas e procedimentos que têm por objetivo a avaliação sistemática e temporal do comportamento dos aterros, bem como sua influência no ambiente , podendo consistir em:

3.13.1 sistema de monitoramento das águas subterrâneas estruturas e procedimentos que têm por objetivo a avaliação sistemática e temporal das alterações da qualidade das águas subterrâneas

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3.13.2 sistema de monitoramento das águas superficiais procedimentos que têm por objetivo a avaliação sistemática e temporal das alterações da qualidade das águas superficiais

3.13.3 sistema de monitoramento geotécnico conjunto de instrumentos e procedimentos destinados a acompanhar o comportamento mecânico dos maciços,visando à avaliação das suas movimentações e condições gerais de estabilidade

3.14 sistema de isolamento físico do aterro sanitário de pequeno porte dispositivos que têm por objetivo controlar o acesso às instalações dos aterros evitando desta forma, a interferência de pessoas não autorizadas e animais em sua operação ou a realização de descargas irregulares de resíduos, bem como diminuir ruídos, poeira e maus odores no entorno do empreendimento

3.15 coeficiente de permeabilidade relação entre a descarga específica e o gradiente hidráulico, conforme definido pela Lei de Darcy

3.16 lixiviado líquido resultante da infiltração de águas pluviais no maciço de resíduos, da umidade dos resíduos e da água de constituição de resíduos orgânicos liberada durante sua decomposição no corpo do aterro sanitário

3.17 excedente hídrico valor resultante do balanço entre diversos parâmetros climáticos e hidrológicos locais que incorpora características típicas de diferentes tipos de solos, desconsiderando a evapotranspiração

3.18 resíduos sólidos urbanos resíduos que, em conformidade com o estabelecido na Resolução CONAMA no 404/2008, sejam provenientes de domicílios, serviços de limpeza urbana, pequenos estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de serviços, e que tenham características similares aos resíduos sólidos domiciliares

4 Diretrizes para localização

O local utilizado para a implantação de aterros sanitários de pequeno porte para resíduos sólidos urbanos deve ser tal que:

a) minimize o potencial de impacto ambiental e sanitário associado à instalação e operação do aterro, em consonância com a legislação ambiental;

b) minimize os custos envolvidos;

c) maximize a aceitação da instalação pela população; e

d) esteja de acordo com a legislação de uso e ocupação do solo, com a legislação ambiental e demais normas pertinentes.

4.1 Critérios para a seleção da área a ser utilizada para a implantação do aterro sanitário de pequeno porte

Para a avaliação da área a ser utilizada, além dos aspectos indicados na Tabela 1 do item 5.2.1, devem ser observados no mínimo os seguintes fatores de análise:

a) tipo, consistência e granulometria das camadas de subsolo próximas à superfície, deve ser dada preferência aos solos naturalmente pouco permeáveis (solos argilosos, argilo-arenosos, ou argilo-siltosos);

b) existência de corpos d’água superficiais na área ou em seu entorno imediato, recomenda-se o respeito a uma distância mínima de 200 m de qualquer coleção hídrica ou curso d’água;

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c) proximidade do freático em relação à superfície ou em seu entorno imediato e ocorrência de inundações; as áreas com essas características devem ser evitadas;

d) características topográficas da área; devem ser tais que permitam uma das soluções adotáveis para opreenchimento do aterro, recomendando-se locais com declividade superior a 1% e inferior a 30%;

e) distância do limite da área útil do aterro a núcleos populacionais vizinhos; recomenda-se como mínimo 500 metros;

f) vida útil previsível do aterro sanitário de pequeno porte passível de ser implantado na área; deve ser superior a 15 anos.

A critério do órgão ambiental estes parâmetros podem ser alterados se justificados tecnicamente pelo projetista, em função de situações especiais.

5 Adequação dos elementos de proteção ambiental aos condicionantes físicos locais

5.1 Proteção das águas

5.1.1 Padrões de proteção das águas subterrâneas

A disposição de resíduos no solo não deve comprometer a qualidade das águas subterrâneas conferindo-lhes características indesejáveis e em desacordo com a sua classificação.

Nos casos em que a água subterrânea na área de influência do aterro sanitário de pequeno porte apresente inicialmente qualquer um dos parâmetros listados na legislação, em concentrações superiores aos limites recomendados, o órgão ambiental competente deve ser consultado para estabelecer padrões para cada caso, levando em conta:

a) a concentração do constituinte;

b) os usos atuais e futuros previsíveis do aqüífero.

5.1.2 Padrões de proteção das águas superficiais

Devem ser previstas medidas para a proteção das águas superficiais respeitando-se as áreas de preservação permanentes de corpos de água e prevendo-se a implantação de sistemas compatíveis com a macro drenagemlocal e capazes de suportar chuva com períodos de recorrência equivalente ao da vida útil do aterro sanitário depequeno porte, que impeça:

a) o acesso, ao maciço do aterro, de águas precipitadas no entorno;

b) o carreamento de material sólido para fora da área do aterro.

5.2 Elementos de proteção ambiental do aterro sanitário de pequeno porte

A adequação dos elementos de proteção ambiental dos aterros sanitários de pequeno porte aos condicionantes físicos locais e às características da operação deve ser feita caso a caso, considerando-se as indicações das Tabelas 1 e 2 apresentadas a seguir. Cada projeto de aterro sanitário de pequeno porte deve apresentar as justificativas para adoção ou não dos elementos de proteção ambiental que se tornem necessários para equacionamento dos impactos decorrentes da disposição dos resíduos.

Deve ser observado ainda que:

o manejo de águas pluviais é obrigatório,

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as decisões de projeto devem ser tomadas por meio da análise integrada das Tabelas 1 e 2 apresentadas em 5.2.1 e 5.2.3.

5.2.1 Instruções para a impermeabilização complementar

A adoção de sistema de impermeabilização complementar, executada por meio de compactação com controle tecnológico de solo local, ou importado ou com aplicação de geossintético impermeabilizante, deve ser analisada especialmente nas situações em que ocorram riscos para as águas subterrâneas:

a) o solo local apresente alta permeabilidade;

b) seja pequena a profundidade do freático;

c) seja elevado o excedente hídrico local;

d) seja significativa a fração orgânica presente nos resíduos a serem dispostos;

A Tabela 1 define o limite máximo do excedente hídrico admissível para a dispensa da impermeabilizaçãocomplementar, considerando a maior ou menor presença de resíduos orgânicos, a profundidade do freático e a permeabilidade natural do solo local.

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Tabela 1 — Instruções para a dispensa de impermeabilização complementar

Limites máximos do excedente hídricoaa (EH, mm/ano) para a dispensa da Impermeabilização

complementar b

Fração orgânica dos resíduos < 30% Fração orgânica dos resíduos > 30%

Profundidade do freático (m)

Profundidade do freático (m)

1,50<n<3 3<n<6 6<n<9 n>9 1,50<n<3 3<n<6 6<n<9 n>9

Coeficiente de permeabilidade

do solo local k (cm/s)

k < 1x10-6 250 500 1000 1500 188 375 750 1125

1x10-6 < k < 1x10-5 200 400 800 1200 150 300 600 900

1x10-5 < k < 1x10-4 150 300 600 900 113 225 450 675

a O excedente hídrico é definido conforme o item 6.3.3.4 desta norma. b O projetista pode propor mudança da faixa de enquadramento do empreendimento, alterando parâmetros de entrada na tabela (reduzindo a permeabilidade, reduzindo a fração orgânica e evitando a presença do excedente hídrico), fazendo uso de métodos construtivos, operacionais ou de gestão, atendendo diretrizes estabelecidas pelo órgão ambiental.

5.2.2 Instruções para a drenagem, reservação e tratamento dos lixiviados

Soluções para drenagem, reservação e tratamento dos lixiviados devem ser adotadas sempre que houver impermeabilização complementar. Devem ser ainda adotadas nos casos em que não houver impermeabilizaçãocomplementar e a permeabilidade da camada de solo entre a base do aterro e o freático possibilite o acúmulo de líquidos ou comprometa a estabilidade do maciço. Estas soluções podem ser dispensadas quando o balançohídrico indicar a ausência de líquidos a serem drenados.

5.2.3 Instruções para a drenagem e tratamento dos gases

A adoção de sistema de drenagem dos gases deve ser considerada conforme Tabela 2, especialmente quando for significativa:

a) a fração orgânica presente nos resíduos a serem dispostos;

b) a altura final do aterro sanitário de pequeno porte.

Tabela 2 — Instruções para a drenagem dos gases

Características da operação Altura final do aterro

(m)

< 3 > 3

Fração orgânica dos resíduos

(%)

< 30 Dispensara Dispensara

> 30 Dispensara Considerara

a Os termos “dispensar” e “considerar” são de caráter orientativo cabendo ao projetista decidir e justificar a adoção ou não deste elemento de proteção ambiental.

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O tratamento dos gases deve ser adotado sempre que o volume gerado o possibilitar.

6 Condições gerais para elaboração e apresentação do projeto

6.1 Generalidades

O projeto de um aterro sanitário de pequeno porte deve conter todas as informações técnicas necessárias para a adequada implantação de todos os seus componentes físicos, informações essas a serem convenientemente apresentadas sob a forma de desenhos técnicos (projeto gráfico e detalhamento construtivo), memorial descritivo, memorial técnico de dimensionamento, planos de operação, de monitoramento e de fechamento da instalação, com suficiente nível de detalhes.

6.1.1 Projeto e autoria

O projeto deve ser elaborado por profissional(is) devidamente habilitado(s) pelo conselho profissionalcorrespondente.

Todos os documentos técnicos e todas as peças do projeto gráfico devem conter a assinatura e o número de registro no Conselho Profissional do(s) profissional(is), com apresentação da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

6.1.2 Partes constituintes do projeto e forma de apresentação

Os projetos apresentados devem ser obrigatoriamente constituídos das seguintes partes:

a) memorial descritivo;

b) memorial técnico (memória de cálculo);

c) projeto gráfico;

As unidades adotadas devem ser as do Sistema Internacional de Unidades (SI).

Os desenhos técnicos correspondentes ao projeto gráfico e ao detalhamento construtivo devem ser apresentados de acordo com as normas brasileiras aplicáveis.

Informações complementares poderão ser apresentadas na forma de anexos.

6.2 Critérios de projeto e operação

6.2.1 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em valas deve ser observado:

a) separação entre as bordas superiores das valas de, no mínimo, 1,0 metro, deixando espaço suficiente para a manobrabilidade dos equipamentos utilizados na operação;

b) profundidade de escavação das valas deve estar limitada ao máximo de 3,0 metros observadas as condições de estabilidade dos taludes e o nível do freático;

c) largura da vala, que pode ser variável, em decorrência do equipamento de escavação, atentando-se para que não seja excessiva a ponto de dificultar a cobertura operacional dos resíduos;

d) a escavação de cada vala deve ser executada de uma só vez e o dimensionamento feito de modo a permitir a disposição dos resíduos por um período aproximado de 30 dias. Para uma vida útil maior, recomenda-se que no fundo da vala sejam mantidos septos de solo natural que definam sub áreas hidraulicamente separadas, com vida útil aproximada de 30 dias;

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e) sistema de drenagem superficial para desviar o fluxo das águas pluviais, que pode ser implementado por meio de drenos escavados no solo;

f) no caso de adoção de sistema de drenagem de lixiviado, as declividades longitudinal e transversal devem ser de 2 %, no mínimo;

g) a eventual drenagem do fundo das valas pode ser realizada com material rochoso, de diâmetro mínimo recomendado 0,10 m, ou outros materiais alternativos, de forma a permitir espaços livres que retardem sua colmatação. Caso necessário o dreno deve ser recoberto com material que permita infiltrar os líquidos e reter as partículas finas;

h) cobertura diária com camadas de solo ou outro material apropriado, reutilizável ou não;

i) a declividade da conformação final da vala deve ser de no mínimo 7 % na menor dimensão, sendo a cobertura para o fechamento final constituída de camada mínima e contínua de 1,0 metro de solo compactado para evitar a acumulação de água após possíveis recalques. Posteriormente a vala deve ser coberta com solo orgânico e cobertura vegetal.

6.2.2 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras deve ser observado:

a) profundidade de escavação deve estar condicionada à estabilidade dos taludes e ao nível do freático;

b) sistema de drenagem superficial, que pode ser implementado no terreno de entorno para desviar o fluxo das águas pluviais, por meio de drenos escavados no solo.ou ressaltos resultantes do proprio relevo, e sobre o maciço de resíduos para captar as águas pluviais sobre ele incidentes;

c) no caso de não ser aplicada impermeabilização complementar devem ser executados o revolvimento e a recompactação, em pelo menos três camadas, de um horizonte mínimo de 0,60 m do solo local na base do aterro;

d) no caso de adoção de sistema de drenagem de lixiviado, as declividades longitudinal e transversal devem ser de 2 %, no mínimo Neste caso o tratamento e disposição final do lixiviado devem atender a legislação ambiental;

e) a eventual drenagem do fundo pode ser realizada com material rochoso, de dimensao caracteristica mínima recomendada 0,10 m, ou outros materiais alternativos, de forma a permitir espaços livres que evitem sua colmatação. Caso necessário, o dreno deve ser recoberto com material que permita infiltrar os líquidos e reter as partículas finas e deve ser dimensionado de modo que a carga hidraulica do lixiviado na base do aterro não ultrapasse 0,30 m;

f) cobertura diária com camadas de solo ou outro material apropriado, reutilizável ou não;

g) a declividade da conformação final do maciço de resíduos deve ser de no mínimo 7 % na menor dimensão, sendo a cobertura para o fechamento final constituída de camada mínima e contínua de 1,0 metro de solocompactado para evitar a acumulação de água após possíveis recalques. Posteriormente o aterro sanitário de pequeno porte deve ser coberto com solo orgânico e cobertura vegetal;

h) a eventual drenagem de gases deve ser executada por meio de drenos verticais com espaçamento máximode 30 m. Tais drenos devem, na sua base, estar conectados a eventual drenagem longitudinal de lixiviado.

6.2.3 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em encosta ou aterro sanitário de pequeno porte em área deve ser observado:

a) a conformação dos taludes do maciço do aterro deve ser definida por estudo das condições de estabilidade;

b) altura das células de até 3 metros dependendo dos equipamentos utilizados na operação do aterro;

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c) sistema de drenagem superficial, que pode ser implementado no terreno de entorno para desviar o fluxo das águas pluviais, por meio de drenos escavados no solo.ou ressaltos resultantes do proprio relevo, e sobre o maciço de resíduos para captar as águas pluviais sobre ele incidentes;

d) no caso de não ser aplicada impermeabilização complementar devem ser executados o revolvimento e a recompactação, em pelo menos três camadas, de um horizonte mínimo de 0,60m do solo local na base do aterro;

e) a eventual drenagem do fundo pode ser realizada com material rochoso, de dimensao caracteristica mínima recomendada 0,10 m, ou outros materiais alternativos, de forma a permitir espaços livres que evitem sua colmatação. Caso necessário, o dreno deve ser recoberto com material que permita infiltrar os líquidos e reter as partículas finas e deve ser dimensionado de modo que a carga hidraulica do lixiviado na base do aterro não ultrapasse 0,30 m;

f) sempre que for verificada a possibilidade de formacao de lixiviado e o aterro for executado em mais de uma camada, deve ser previsto sistema de drenagem intermediaria executado nas mesmas condicoes do item anterior, para evitar o afloramento do lixiviado nos taludes;

g) o espalhamento dos resíduos em camadas de aproximadamente 0,30 m e compactação dos mesmos por meios preferencialmente mecanizados;

h) cobertura diária com camadas de solo ou outro material apropriado, reutilizável ou não;

i) a declividade da conformação final do maciço de resíduos deve ser de no mínimo 7 % na menor dimensão, sendo a cobertura para o fechamento final constituída de camada mínima e contínua de 1,0 metro de solocompactado para evitar a acumulação de água após possíveis recalques. Posteriormente o aterro sanitário de pequeno porte deve ser coberto com solo orgânico e cobertura vegetal;

6.3 Memorial descritivo

O memorial descritivo deve conter as seguintes partes:

a) informações sobre o responsável técnico pelo projeto;

b) informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário de pequeno porte;

c) informações sobre o local destinado à implantação do aterro sanitário de pequeno porte e seu entorno;

d) informações sobre as jazidas de solos a serem utilizadas;

e) informações sobre o aterro sanitário de pequeno porte projetado;

f) descrição do método construtivo do aterro sanitário de pequeno porte e do método de operação;

g) descrição dos procedimentos do plano de monitoramento do aterro sanitário de pequeno porte;

h) descrição dos procedimentos de controle operacional e manutenção do aterro sanitário de pequeno porte;

i) descrição dos procedimentos para encerramento do aterro sanitário de pequeno porte;

j) registro da operação e monitoramento;

k) cronograma das diversas etapas do aterro sanitário de pequeno porte.

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6.3.1 Informações sobre o responsável técnico pelo projeto

Deve ser apresentada a ART – Anotação de Responsabilidade Técnica - do responsável técnico pelo projeto.

6.3.2 Informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro sanitário de pequeno porte

Devem ser fornecidas as seguintes informações:

a) composição físico-gravimétrica dos resíduos, referenciada na NBR 10007, com indicação no mínimo dasfrações de resíduos orgânicos e inorgânicos recicláveis e de rejeitos;

b) estimativa da quantidade mensal de resíduos a ser disposta durante a vida útil do empreendimento (volumes diários, volumes máximos e mínimos, taxa de crescimento estimada para a recepção dos resíduos, sazonalidade, eventos), estimativa do avanço da cobertura dos serviços de coleta, estimativa do total de resíduos a ser disposto durante a vida útil do aterro sanitário de pequeno porte;

c) explicitação da origem dos resíduos;

d) estimativa da massa específica aparente dos resíduos a serem dispostos.

6.3.3 Informações sobre o local de implantação do aterro sanitário de pequeno porte e seu entorno

6.3.3.1 Situação

Deve ser apresentado um levantamento planialtimétrico georreferenciado, em escala não inferior a 1:5 000, com indicação da área do aterro sanitário de pequeno porte, acesso(s) e vizinhança. A área deve ser locada com referência a pontos notáveis como ruas, estradas, ferrovias, aeródromos, linhas de transmissão de energia elétrica, corpos d’água, mananciais de abastecimento etc.

6.3.3.2 Caracterização topográfica

Deve ser apresentado um levantamento planialtimétrico georreferenciado da área do aterro sanitário de pequeno porte, em escala não inferior a 1:1 000.

6.3.3.3 Caracterização geológica e geotécnica

Deve ser apresentada investigação geológica e geotécnica da área do aterro sanitário de pequeno porte, que avalie os riscos de poluição das águas, as condições de estabilidade dos maciços e a capacidade de suporte da fundação.

Nas técnicas de investigação utilizadas devem constar obrigatoriamente o mapeamento de superfície e a sondagem de simples reconhecimento com ensaio SPT (Standard Penetration Test), realizadas de acordo com a ABNT NBR 6484, complementados com ensaio de permeabilidade in situ associado. O número de sondagens a ser realizado deve permitir a identificação adequada das características do subsolo. Outras técnicas de investigação geológica e geotécnica podem ser utilizadas de forma complementar, cabendo ao técnico responsável a justificativa de sua escolha.

6.3.3.4 Caracterização climatológica

Deve ser feita a adequada caracterização das condições climatológicas médias do contexto ambiental em que será implantado o aterro sanitário de pequeno porte proposto, com base nas informações disponíveis na estação meteorológica mais próxima, ou nos dados disponibilizados por instituições especializadas em meteorologia, considerando os aspectos definidores do excedente hídrico que pode colaborar na formação de lixiviado. Entre outros aspectos devem ser considerados:

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a) precipitação;

b) temperaturas;

c) umidade relativa do ar;

d) evaporação;

e) ventos predominantes.

O excedente hídrico deve ser determinado pelos valores acumulados ao longo do ano, com base na maior série histórica disponível.

Na hipótese de existência de núcleos populacionais significativos no entorno da gleba do aterro sanitário de pequeno porte proposto, deve ser feita uma investigação local sobre a direção predominante e a intensidade média dos ventos, de forma a possibilitar a avaliação da possibilidade de carreamento de sólidos, particulados e maus odores para as habitações.

6.3.3.5 Caracterização da área e da circunvizinhança

Devem ser especificados na planta discriminada em 6.2.3.1, tendo como referência a distância de 1 km a partir do perímetro do aterro sanitário de pequeno porte:

a) os tipos de usos do solo na gleba do empreendimento.

b) o uso dos corpos de água, bem como dos poços e outras coleções hídricas existentes.

Na planta discriminada em 6.2.3.2 deve ser explicitada a localização dos furos de sondagem realizados e a caracterização da cobertura vegetal existente na área do aterro.

6.3.4 Informações sobre a(s) jazida(s) de solos a ser(em) utilizada(s)

Deve ser apresentada a localização e a caracterização das operações na(s) jazida(s) de solos a ser(em)utilizada(s) durante as diversas fases de implantação do projeto, ao longo de toda a sua vida útil prevista, quer para a conformação da base impermeabilizante, se for o caso, para o capeamento diário e final do maciço de resíduos e para manutenção das vias internas. O eventual descarte de solo excedente da implantação do aterro deve ser equacionado em conformidade com as normas brasileiras.

6.3.5 Informações sobre o aterro sanitário de pequeno porte projetado

Devem ser adequadamente apresentadas a justificativa e a concepção do projeto no que diz respeito:

a) à natureza e à posição relativa das instalações que comporão o empreendimento;

b) ao Plano de Monitoramento Ambiental;

c) ao Plano de Encerramento do Aterro Sanitário de pequeno porte, contemplando o uso futuro da área ou da gleba, após o encerramento da vida útil efetiva

6.3.5.1 Descrição e especificações dos componentes do projeto O memorial descritivo do projeto de aterro sanitário de pequeno porte deve descrever todos os elementos de proteção ambiental necessários, considerando os condicionantes físicos locais, conforme definido no item 5.2.

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6.3.5.1.1 Camada impermeabilizante

Sempre que os condicionantes físicos locais – coeficiente de permeabilidade do solo, profundidade do freático e excedente hídrico – exigirem a execução de uma camada impermeabilizante, deve ser descrita a solução adotada: solo do próprio local compactado, solo importado compactado ou geossintético impermeabilizante.

6.3.5.1.2 Sistema de manejo de lixiviados

Sempre que os condicionantes físicos locais e as condições de operação exigirem a implantação de um sistema de manejo de lixiviados, deve ser descrita a solução adotada, apresentando a forma de coleta dos lixiviados e definindo o nível de eficiência de tratamento pretendido e o local de lançamento do efluente tratado, se em corpos hídricos ou dispostos no solo.

6.3.5.1.3 Sistema de manejo de gases

Sempre que os condicionantes físicos locais e as condições de operação exigirem a implantação de um sistema de manejo de gases, deve ser descrita a solução adotada para sua coleta e eventual tratamento.

6.3.5.1.4 Acessos

Devem ser descritas as soluções adotadas para a execução das vias de acesso ao aterro e as de circulação interna de forma a garantir o acesso permanente dos veículos coletores de resíduos; deve ser indicada a posição do portão junto ao qual eventualmente, se necessário, se construirá uma edificação de apoio, dotada das instalações necessárias à permanência prolongada do funcionário incumbido do controle.

6.3.5.1.5 Isolamento do aterro sanitário de pequeno porte

Deve ser descrita a solução adotada para o isolamento do aterro, por meio de barreira física, que impeça o acesso de pessoas e animais acompanhada de cerca viva arbustiva ou arbórea, ao longo do perímetro do empreendimento e de faixa de proteção sanitária e controle com aceiro para prevenção de incêndios, entre o maciço do aterro sanitário de pequeno porte e a cerca perimetral cuja largura será justificada.

6.3.5.1.6 Sistema de drenagem e manejo superficial

Devem ser descritas as soluções adotadas para a execução da drenagem de águas pluviais de modo a impedir a formação de poças na área do aterro, de caminhos preferenciais geradores de erosão e o aporte de água aos locais de disposição dos resíduos.

6.3.5.1.7 Sistema de cobertura

Deve ser descrito o sistema de cobertura a ser adotado (operacional e final) de forma a evitar a proliferação de vetores, minimizar a formação de lixiviados e reduzir a exalação de odores.

6.3.5.1.8 Localização de poços de monitoramento

Sempre que os condicionantes físicos locais exigirem a implantação de poços de monitoramento, deve serdescrita sua localização e instalação, realizada segundo as ABNT NBR 15495-1 e ABNT NBR 15495-2. Devemser implantados no mínimo, três poços de monitoramento, no entorno da área de disposição dos resíduos, a uma distancia máxima de 15 m e distribuídos na forma mais equidistante possível.

6.3.5.1.9 Planilhas detalhadas de especificação, quantificação e orçamento

O memorial descritivo deve conter a especificação dos serviços e materiais necessários à implantação do projeto nas suas diversas etapas e as correspondentes planilhas de quantificação e custo.

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6.3.6 Descrição do método construtivo do aterro sanitário de pequeno porte e do método de operação

6.3.6.1 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em valas:

a) separação entre as bordas superiores das valas;

b) profundidade de escavação das valas;

c) largura da vala;

d) construção de sistema de drenagem superficial;

e) declividade de fundo das valas;

f) solução adotada para a eventual drenagem do fundo das valas;

g) cobertura das valas;

h) solução adotada para o fechamento final de cada célula ativa.

6.3.6.2 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras:

a) separação entre as bordas superiores das trincheiras;

b) profundidade de escavação das trincheiras;

c) largura da trincheira;

d) construção de sistema de drenagem superficial;

e) declividade de fundo das trincheiras;

f) solução adotada para a eventual drenagem do fundo das trincheiras;

g) cobertura das trincheiras;

h) solução adotada para o fechamento final de cada célula ativa.

6.3.6.3 Quando for adotado aterro sanitário de pequeno porte em encosta ou aterro em área:

Nesta solução, usualmente implantada em áreas de ondulações ou depressões naturais, encostas de morros ou pedreiras e áreas de mineração desativadas, o memorial descritivo deve apresentar, pelo menos, as seguintes especificações técnicas:

a) caimento do maciço de resíduos adotado;

b) altura das células;

c) solução adotada para a construção de sistema de drenagem superficial;

d) solução adotada para eventual drenagem do fundo do maciço;

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e) solução adotada para a cobertura diária, quando prevista em projeto;

f) solução adotada para o recobrimento para o fechamento final de cada célula ativa.

6.3.7 Descrição dos procedimentos do Plano de Monitoramento do empreendimento

6.3.7.1 Os seguintes itens devem ser observados na área do aterro sanitário de pequeno porte:

a) aparecimento de trincas, fissuras ou surgências de lixiviados;

b) processos erosivos;

c) rebaixamento da camada superior do aterro;

d) existência e adequação da cobertura operacional;

e) condição operacional da frente de trabalho;

f) existência e adequação da cobertura vegetal;

g) condição operacional do aceiro;

h) condição operacional dos sistemas de drenagem;

i) carreamento de resíduos pelo vento.

6.3.7.2 Monitoramento do lixiviado Na existência de lixiviado e de sua emissão para o ambiente externo ao aterro sanitário de pequeno porte devem ser previstos:

a) procedimento de controle da vazão;

b) definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos;

c) definição dos pontos de coleta e frequência de amostragem.

6.3.7.3 Monitoramento das águas superficiais Sempre que os condicionantes físicos locais indicarem um contexto ambiental favorável ou não houver lançamento de efluentes, os procedimentos de monitoramento das águas superficiais são dispensáveis. Nos casos em que o monitoramento seja considerado indispensável deve ser elaborado um plano de monitoramento abrangendo a vida útil e o período pós fechamento, que deve conter:

a) definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos;

b) definição dos pontos de coleta a montante e a jusante do ponto de lançamento de efluente do sistema de tratamento e do aterro sanitário de pequeno porte e frequência de amostragem.

6.3.7.4 Monitoramento das águas subterrâneas

Sempre que os condicionantes físicos locais indicarem um contexto ambiental favorável, os procedimentos de monitoramento das águas subterrâneas são dispensáveis. Nos casos em que o monitoramento seja considerado indispensável deve ser elaborado um plano de monitoramento abrangendo a vida útil e o período pós fechamento, que deve conter:

a) definição de parâmetros físicos, químicos e biológicos;

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b) definição da localização dos poços de monitoramento e frequência de amostragem.

c) o estabelecimento de valores de referência iniciais para todos os parâmetros previstos no plano, definidos através da análise de amostras recolhidas em todos os poços de monitoramento estabelecidos no projeto,antes do início de operação do empreendimento;

A implantação dos poços de monitoramento deve ser considerada especialmente quando:

a) seja pequena a profundidade do freático;

b) seja elevado o excedente hídrico local;

c) seja elevada a permeabilidade do solo local.

6.3.8 Descrição dos procedimentos de controle operacional e manutenção

Deve constar do memorial descritivo um plano específico de inspeção, controle e manutenção:

a) da execução dos serviços de terraplenagem e, se for o caso, das camada impermeabilizante e drenante da base do aterro sanitário de pequeno porte;

b) dos sistemas de drenagem de águas pluviais, de lixiviados e de gases;

c) do tratamento e disposição final do lixiviado, quando existente;

d) da estabilidade do maciço do aterro;

e) da dispersão de material particulado;

f) das condições de segurança para as instalações físicas e da operação do aterro;

g) do carreamento de resíduos pela ação do vento;

6.3.9 Descrição dos procedimentos para encerramento.

O plano de encerramento deve contemplar:

a) os métodos e as etapas a serem seguidas no fechamento total ou parcial do aterro sanitário de pequeno porte;

b) o projeto e construção da cobertura final, de forma a minimizar a infiltração de água no maciço, exigir pouca manutenção, estar protegido de erosão e acomodar o recalque minimizando as fissuras;

c) a data aproximada para o início das atividades de encerramento;

d) uma estimativa dos tipos e da quantidade de resíduos dispostos no aterro, quando encerrado;

e) usos programados para a área do aterro após seu fechamento;

f) monitoramento das águas após o termino das operações quando necessário;

g) atividades de manutenção da área;

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6.3.9.1 Atividades após o encerramento do aterro sanitário de pequeno porte

a) deve ser realizado o monitoramento das águas subterrâneas por um período de 10 anos após o fechamento da instalação, sempre que previsto tal monitoramento no item 6.3.7.4;

b) manutenção do sistema de drenagem de lixiviado, se existente, até o término da geração;

c) manutenção da cobertura de modo a corrigir fissuras e erosão;

d) Continuidade do tratamento de lixiviado, atendendo a legislação ambiental;

e) manutenção do sistema de drenagem de gases, se existente, até que seja comprovado o término de sua geração;

f) manutenção do isolamento do local até a implantação dos usos programados para a área do aterro após seu fechamento

6.3.10 Registro da operação e monitoramento

Devem ser apresentados os procedimentos para registro sistemático da operação e dos controles a serem executados, contendo, no mínimo, as seguintes informações:

a) quantidade mensal dos resíduos recebidos para disposição no aterro sanitário de pequeno porte;

b) descrição dos resíduos rejeitados, com discriminação de sua origem e da data da rejeição;

c) registro dos procedimentos de monitoramento realizados;

d) registro dos procedimentos de inspeção realizados, com discriminação das datas de sua realização, dos problemas observados e das providências tomadas para sua solução.

6.3.11 Cronograma das diversas etapas do aterro sanitário de pequeno porte

Deve ser apresentado um cronograma físico-financeiro contemplando desde a implantação do aterro até o término das atividades de encerramento.

6.4 Memorial técnico (memória de cálculo)

O memorial técnico deve conter a descrição detalhada dos critérios e procedimentos de cálculo utilizados para o dimensionamento do aterro sanitário de pequeno porte e dos sistemas que o compõem.

6.5 Projeto gráfico

Devem ser apresentados, no mínimo, desenhos e plantas, em escala não inferior a 1:1 000, que contemplem:

a) configuração topográfica original da área;

b) etapas e seqüência construtiva do aterro sanitário de pequeno porte com indicação de áreas de disposição dos resíduos, limites da área total a ser utilizada, vias internas e seqüência de preenchimento da(s) área(s) ao longo do tempo;

c) configuração final do aterro;

d) cortes transversais e longitudinais do aterro, posicionados de forma a representar os detalhes necessários à perfeita visualização da obra;

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e) acessos, portões, cercamento e cerca viva no perímetro, guarita e outras edificações consideradas necessárias;

f) elementos de proteção ambiental definidos como necessaries;

g) localização dos poços de monitoramento e dos pontos de coleta de águas superficiais.

6.6 Anexos

Devem ser anexadas ao projeto cópias dos laudos e relatórios técnicos referentes aos estudos preliminares realizados durante o desenvolvimento do mesmo (por exemplo: sondagens do subsolo, caracterização geológica e geotécnica do subsolo, caracterização inicial da qualidade das águas subterrâneas e superficiais na área de influência direta do aterro sanitário de pequeno porte proposto).

7 Condições para a operação do aterro sanitário de pequeno porte

7.1 Condições para implantação do aterro sanitário de pequeno porte na fase inicial

Os elementos de proteção ambiental do aterro sanitário de pequeno porte que forem considerados indispensáveis à luz dos condicionantes físicos locais poderão ser implantados em etapas, de acordo com o desenvolvimento do aterro, sendo indispensável, para o início das operações a implantação apenas daqueles necessários e suficientes, entre os quais se incluem os seguintes elementos:

a) quando necessária, a camada impermeabilizante;

b) quando necessário, os sistemas de drenagem e tratamento de lixiviados;

c) quando necessário, o sistema de drenagem de gases;

d) o sistema de drenagem das águas pluviais;

e) quando necessário, os poços de monitoramento.

7.2 Treinamento dos operadores

A entidade responsável pela operação do aterro sanitário de pequeno porte deve fornecer treinamento adequado aos seus funcionários, incluindo, pelo menos:

a) as formas de inspeção, controle, permissão de acesso e orientação do lançamento de resíduos;

b) os adequados procedimentos de operação, manutenção e monitoramento do aterro e todos os seus sistemas, com ênfase nas funções e atribuições específicas de cada funcionário;

c) os procedimentos a serem adotados em situações de emergência;

d) os procedimentos de segurança operacional e a correta utilização de equipamentos de proteção individual (EPI´s) e coletiva (EPC)

7.3 Recebimento de resíduos no aterro sanitário de pequeno porte

Deve impedir-se a entrada no empreendimento de resíduos cuja composição não seja adequadamente identificada e compatível com a finalidade do aterro. Na hipótese de detecção, em meio à carga, de resíduos cuja natureza torne inviável sua disposição final no aterro sanitário de pequeno porte, deve ser realizada sua segregação e devolução à origem, sob responsabilidade do

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gerador, para posterior encaminhamento a tratamento adequado ou disposição final. Na impossibilidade, por qualquer razão, de cumprimento desta determinação, toda a carga deve ser rejeitada.

7.4 Disposição dos resíduos no aterro sanitário de pequeno porte

Os resíduos devem ser descarregados e espalhados na frente de operações, sendo compactados quando for o caso, cabendo ao operador do aterro assegurar as condições físicas e de segurança das vias internas, permanentes e transitórias, de maneira a permitir o acesso dos veículos coletores a esse local, em qualquer condição climática. Ao final do período diário de trabalho, os resíduos dispostos no aterro sanitário de pequeno porte devem ser recobertos com uma camada de solo conforme especificações técnicas definidas em 6.3.6.

Tão logo o maciço ou vala em que se dispõem os resíduos atinjam, em qualquer de suas parcelas, a configuração final prevista no projeto, deve ser executada a cobertura final destinada a impermeabilizar e a proteger as superfícies que permanecerão expostas à erosão, conforme as especificações técnicas de 6.3.6.

7.5 Procedimentos de controle e monitoramento

Em caráter periódico e de forma sistemática, devem ser implementados os procedimentos de controle e monitoramento do empreendimento, rigorosamente de acordo com as especificações e freqüências discriminadas em 6.3.7 e 6.3.8.

7.6 Procedimentos para registro da operação e do monitoramento do empreendimento

Deve ser mantido, durante toda a vida útil do aterro sanitário de pequeno porte e no período abrangido pelo monitoramento pós-encerramento, um registro sistemático da operação e dos procedimentos de controle, contendo, no mínimo, as informações especificadas em 6.3.10.

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Anexo A (informativo)

Implantação e operação dos Aterros Sanitários de Pequeno Porte (ASPP)

A.1 Introdução

Os aterros sanitários de pequeno porte – ASPP - objeto desta norma brasileira são instalações bastante específicas pela predominância da operação manual e pela sua simplicidade em relação a instalações de grande porte, bem mais onerosas e complexas. Em diversas regiões brasileiras experiências práticas exitosas têm sido desenvolvidas, tornando possível a sua incorporação nos procedimentos para implantação e operação dos ASPP.

A.2 Objetivo

Este anexo apresenta sugestões para implantação e operação de aterros sanitários de pequeno porte, com base em algumas das soluções praticadas em municípios brasileiros.

Além disso, comenta alguns aspectos da presente norma, a fim de facilitar seu uso.

A.3 Aspectos gerais

A.3.1 A importância da escolha da área de implantação

A escolha criteriosa da área de implantação é parte significativa do caminho para um bom projeto do aterro. O item 4 desta norma brasileira apresenta os aspectos a considerar na escolha, ressaltando-se a necessidade de que a área oferte camadas de solo de baixa permeabilidade, com profundidade significativa até o freático e que permita o adequado manejo das águas pluviais.

A.3.2 A importância da minimização na geração de resíduos

É extremamente conveniente que o projeto da instalação esteja vinculado a uma prática de gestão que busque a minimização da geração de resíduos, o manejo diferenciado de cada componente dos resíduos sólidos urbanos, de acordo com suas características, e a redução dos componentes orgânicos a serem dispostos no aterro.

A.3.3 A questão da atenuação de contaminantes pelo solo

A atenuação do potencial poluidor de efluentes líquidos pelos solos é solução conhecida para o tratamento e a destinação de esgotos e de lixiviados de resíduos sólidos. A presente norma técnica e outras normas brasileiras em vigor incorporam este conceito que vem sendo objeto crescente de investigação.

Tendo em vista, portanto, a capacidade do solo de atenuar as características dos efluentes percolados, a indicação ou não de impermeabilização complementar definida pela Tabela 1, apresentada no em 5.2.1, considera a altura disponível de solo insaturado.

Nas soluções que requeiram escavação prévia à disposição, deve considerar-se a inconveniência da perda de espessura de solo entre a base do aterro e o freático.

A.3.4 A geração de gases em aterros de pequeno porte

Em pequenos aterros, as pequenas espessuras de camadas de resíduos, aliadas aos baixos índices de compactação geralmente obtidos, permitem uma maior aeração do maciço de resíduos, minimizando a geração dos gases de processos anaeróbios. Estas condições, expressas na Tabela 2 apresentada em 5.2.3, estão

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presentes principalmente quando for baixa a incidência de resíduos orgânicos e permitem dispensar a drenagem e o tratamento destes gases.

A.4 Verificações prévias ao projeto

São várias as verificações necessárias, mas alguns aspectos merecem destaque:

A.4.1 Verificação da permeabilidade dos solos

O ensaio de permeabilidade de solos in situ associado à sondagem, a ser executado no horizonte de solo que constituirá a base do futuro aterro, tal como descrito em 6.3.3.3 da presente norma técnica, poderá tomar como referência os ensaios de carga, realizados como ensaios de infiltração ou de rebaixamento, executáveis em furos de sondagem, cavas ou em poços.

A.4.2 Definição do excedente hídrico

Como definido em 6.3.3.4 desta norma, para a consulta à Tabela 1 deve ser considerado o Excedente Hídrico definido pelo método do Balanço Hídrico. Podem ser utilizados os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET - para os principais tipos de solos nos municípios brasileiros ou outras fontes de informação climática.

A.4.3 Verificação da fração orgânica nos resíduos

A verificação da fração orgânica presente nos resíduos a serem dispostos, realizada como definido em 6.3.2 desta norma, deve, sempre que possível, contemplar um período mínimo de uma semana e a diferenciação dos resíduos gerados em regiões do município com população de distinto perfil econômico. Recomenda-se a realização de mais de uma caracterização no ano, contemplando a análise das sazonalidades.

A.5 Sugestões para implantação e operação

Após a melhor escolha possível da área do empreendimento, algumas iniciativas podem ser adotadas, inclusive para um enquadramento mais favorável do empreendimento nas diretrizes anunciadas na Tabela 1, entre elas:

a) a redução da escavação para ampliação do horizonte de solo insaturado entre o freático e a base do aterro;

b) a utilização de procedimentos operacionais que evitem o ingresso da água da chuva na frente de operação;

c) a adoção de métodos de gestão que reduzam a fração orgânica a níveis inferiores a 30 %.

Há ainda algumas sugestões, extraídas da prática exitosa de alguns municípios, que podem ser examinadas como soluções de baixo custo, localmente adequadas para o cenário de implantação e operação dos aterros sanitários de pequeno porte. São elas:

A.5.1 Sugestões para a redução da permeabilidade do solo

A recompactação da base do aterro, prevista em 6.2.2 e 6.2.3, tem por finalidade reduzir a permeabilidade do solo e a velocidade de percolação dos possíveis efluentes, mesmo em valas onde é mais difícil de ser implementada.

Já a introdução da impermeabilização complementar abordada em 5.2.1, precisa recorrer a uma compactação com controle tecnológico do solo local, ou a uma substituição da camada de base por outra constituída por solo importado compactado sob controle, ou mesmo a aplicação de geossintéticos impermeabilizantes.

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ABNT/CB-02PROJETO 02:144.38-001

NOVEMBRO:2009

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 26/26

A.5.2 Sugestões para a redução da fração orgânica nos resíduos

A redução dos componentes orgânicos nos resíduos a serem aterrados pode ser alcançada por meio de processos de gestão diferenciada destes resíduos, que incentivem a redução de sua geração, o combate adesperdícios e os processos de compostagem caseira.

O manejo diferenciado dos resíduos orgânicos pode contemplar ainda, para evitar a presença impactante nos aterros sanitários, a compostagem em instalações, adequadamente projetadas, das parcelas coletadas junto aos grandes geradores.

Para ampliar a vida útil do aterro e buscar alternativas de reutilização, os resíduos vegetais provenientes de podas podem contar com unidades específicas para sua disposição e reaproveitamento para fins energéticos, construtivos ou compostagem.

A.5.3 Sugestões para a redução do ingresso de água de chuva na frente de operação

A redução da presença da chuva na frente de operação, em especial nas regiões ou períodos com elevado excedente hídrico, pode ser obtida por diversos meios operacionais, todos eles relacionados à aplicação de coberturas provisórias até o encerramento da disposição no local e aplicação da cobertura final espessa prevista em 6.2.1, 6.2.2 e 6.2.3.

A partir da prática necessária de restrição da frente de operação ao mínimo possível, vem sendo obtido êxito no uso de coberturas leves preparadas com lonas plásticas, como as utilizadas em alguns cultivos agrícolas, telhados móveis corrediços ou mesmo o uso de mantas de sacrifício (lonas automotivas reutilizadas ao máximo da possibilidade).

A.5.4 Outras sugestões

Há ainda outras soluções, já colocadas em prática, que podem auxiliar na eficiência da operação do aterro e redução das possibilidades de impacto ambiental.

a) uso de materiais alternativos na cobertura operacional

a cobertura operacional da frente de disposição ao final de cada jornada de trabalho é extremamente necessária para que sejam evitados a proliferação de vetores e a presença de animais, odores e outros malefícios. Pode ser realizada com o uso do próprio solo ou de camada fina de resíduos de construção civil classe A necessariamente triados conforme a ABNT NBR 15 112:2004, ou ainda, para que se evite a perda de espaço no aterro, com capina gerada nos serviços de manutenção urbana, ou com manta de sacrifício (lona automotiva) e outros materiais.

b) uso de materiais alternativos na execução dos drenos

quando se torne necessária a execução de drenos, pode ser replicada a experiência positiva de várias instalações que aplicam peças de bambu na execução dos drenos de fundo ou camada de partículas graúdasde resíduos de construção civil classe A necessariamente triados, que podem ser utilizados também em eventuais drenos de gases.

c) uso de equipamentos simplificados na operação mecanizada

na eventualidade da quantidade de resíduos favorecer a operação mecanizada, a inviabilidade de fixação de um trator de esteiras residente na instalação pode ser superada com a utilização de equipamentos simplificados, como tratores agrícolas ou retroescavadeiras, que podem receber implementos simples para a adaptação de lâminas e proteção dos pneus.