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UNIFAE SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP 2016 NOÇOES SOBRE ESCRITURAÇÃO FISCAL: LANÇAMENTOS FISCAIS E APURAÇÃO DOS TRIBUTOS

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UNIFAE SÃO JOÃO DA BOA VISTA – SP 2016

NOÇOES SOBRE ESCRITURAÇÃO FISCAL: LANÇAMENTOS FISCAIS E APURAÇÃO DOS TRIBUTOS

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LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA

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CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL

PROF. DEJAMIR DA SILVA

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LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA

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Informações do curso

Escrituração fiscal

A atividade da escrituração fiscal é uma obrigação acessória prevista na legislação que necessita

de conhecimentos da tributação, dos impostos, das formas de tributação, entre outros. Na

verdade, não basta que a pessoa reproduza procedimentos de escrituração, é preciso que ela

adquira conhecimentos dos fundamentos legais e que tenha uma visão ampla de tudo o que

acontece em uma organização quando há incidência de tributo principalmente.

Objetivo do curso

O curso tem como objetivo capacitar pessoas para o mercado de trabalho na escrituração de

documentos fiscais e para compreender toda a tributação correspondente, com a apuração

dos tributos que envolvem essa obrigatoriedade de escrituração.

O que se espera do aprendizado

A pessoa emitirá notas fiscais com dados simulados, com a realização de cálculos, com

conhecimento do ICMS, IPI e ISS. Com modelos já preenchidos de vários casos, a pessoa deve

escriturar os livros fiscais, aplicando conhecimentos tributários. Haverá apuração de impostos:

ICMS, IPI e ISS, com preenchimentos de documentos fiscais: DARF, DARE/GARE, GIA, entre

outros.

Pré-requisito

A pessoa deve estar cursando o ensino médio ou superior. Ela deve ter condições de leitura de

textos e habilidade para cálculos.

Público-alvo

Estudante de contabilidade e para pessoas que desejam iniciar uma nova atividade na

escrituração fiscal de uma organização.

Método

As aulas serão expositivas e práticas, com preenchimentos de documentos fiscais e atividades

em laboratório de tecnologia com softwares próprios de escrituração fiscal.

Carga horária: 30 horas

Material: apostila, calculadora, caneta lápis e borracha.

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LIVRO DIGITAL – CURSO DE ESCRITURAÇÃO FISCAL 2016 – PROF. DEJAMIR DA SILVA

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Informações do curso ............................................................................................................................ 2

ESCRITURAÇÃO FISCAL ........................................................................................... 5

1. ESCRITURAÇÃO FISCAL ........................................................................................................ 5 1.1 Noções de Direito Tributário ............................................................................................... 5

1.1.1 Tributos ........................................................................................................................... 5 1.1.2 Classificação dos tributos .......................................................................................... 6 1.1.3 Princípios constitucionais .......................................................................................... 7 1.1.4 Imunidades ..................................................................................................................... 8 1.1.5 Fato Gerador .................................................................................................................. 8 1.1.6 Obrigação Tributária .................................................................................................... 9 1.1.7 Crédito Tributário ........................................................................................................ 10 1.1.8 Tipos de lançamentos ................................................................................................ 10 1.1.9 Decadência ................................................................................................................... 11 1.1.10 Prescrição ..................................................................................................................... 12 1.1.11 O Instituto da Consulta .............................................................................................. 12 1.1.12 Dívida ativa ................................................................................................................... 12 1.1.13 Certidões Negativas ................................................................................................... 13 1.1.14 Atividades de direito tributário ................................................................................ 13

1.2 Fontes do Direito Tributário .............................................................................................. 15 1.3 Obrigações Acessórias ...................................................................................................... 16

1.3.1 Escrituração fiscal ...................................................................................................... 16 1.3.2 Nota fiscal ..................................................................................................................... 17 1.3.3 Livros fiscais ................................................................................................................ 18 1.3.4 Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA ................................................. 19 1.3.5 Declarações e demonstrativos ................................................................................ 19 1.3.6 Operações ou transferência de mercadorias ...................................................... 20 1.3.7 Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) ............................................ 21 1.3.8 Código da Situação Tributária (CST) ..................................................................... 21 1.3.9 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) ................................................ 21

1.4 Regimes Tributários Nacionais ........................................................................................ 22 1.4.1 Tributação com base no Lucro real ....................................................................... 23 1.4.2 Tributação com base no Lucro presumido .......................................................... 24 1.4.3 Vantagens e desvantagens do Lucro Presumido ............................................... 25 1.4.4 Cálculo do Lucro Presumido ................................................................................... 26 1.4.5 Tributação com base no Lucro arbitrado ............................................................. 28 1.4.6 Pessoas Físicas Equiparadas à Pessoa Jurídica ............................................... 29 1.4.7 Principais Incidências Tributárias .......................................................................... 29 1.4.8 Simples .......................................................................................................................... 30 1.4.9 Tributação do Microempreendedor Individual – MEI ......................................... 33

1.5 PIS, COFINS Cumulativos.................................................................................................. 35 1.6 PIS E COFINS não cumulativos ....................................................................................... 37 1.7 Cálculo do PIS/COFINS nas saídas de mercadorias .................................................. 38 1.8 IRPJ E CSLL .......................................................................................................................... 39 1.9 Regimes Tributários Estaduais ........................................................................................ 39

1.9.1 Regime Periódico de apuração – RPA................................................................... 39 1.9.2 Regime de Estimativa (RE) ....................................................................................... 40 1.9.3 Substituição Tributária .............................................................................................. 40

1.10 ICMS E IPI .............................................................................................................................. 41 1.10.1 Não cumulatividade .................................................................................................... 41 1.10.2 ICMS ............................................................................................................................... 42

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1.10.3 Cálculo do ICMS nas saídas de mercadorias ...................................................... 44 1.10.4 Diferencial de alíquota do ICMS .............................................................................. 45 1.10.5 Do crédito do ICMS ..................................................................................................... 45 1.10.6 IPI .................................................................................................................................... 46 1.10.7 Cálculo do IPI nas saídas de mercadorias ........................................................... 48 1.10.8 Benefícios fiscais do ICMS ....................................................................................... 48 1.10.9 Incidência – Não incidência – isenção .................................................................. 48 1.10.10 Hipóteses de não incidência do IPI .................................................................... 49 1.10.11 Hipóteses de isenção do IPI ................................................................................ 49 1.10.12 Hipóteses de não incidência do ICMS ............................................................... 50 1.10.13 Hipóteses de isenção do ICMS ........................................................................... 50 1.10.14 Suspensão – diferimento ...................................................................................... 50

1.11 Regimes Tributários Municipais ...................................................................................... 51 1.11.1 ISS ................................................................................................................................... 51 1.11.2 Atividades Gerais ........................................................................................................ 52

2. ESCRITURAÇÃO NA PRÁTICA ........................................................................................................55 2.1 Escrituração do Simples .................................................................................................... 55 2.2 Escrituração do lucro presumido .................................................................................... 55 2.3 Escrituração do Lucro Real .............................................................................................. 55 2.4 Escrituração do MEI ............................................................................................................ 55

3. Anexos .......................................................................................................................................56 3.1 A desenvolver ....................................................................................................................... 56

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ESCRITURAÇÃO FISCAL

1. ESCRITURAÇÃO FISCAL

1.1 Noções de Direito Tributário

O Direito Tributário é um ramo do direito financeiro que trata das receitas

tributárias. Ele não tem apenas o propósito de arrecadação dos tributos e sim

regular as relações jurídicas entre os entes da federação e os

contribuintes.

É importante para aqueles que pretendem exercer funções em

departamento fiscal conhecerem institutos, princípios

tributários para formação de uma convicção mais sólida, os quais ajudarão,

mais precisamente, no desempenho das funções fiscais nas organizações.

1.1.1 Tributos

A definição de tributo se encontra no Código Tributário. Tributo é uma

prestação pecuniária compulsória, que deve ser efetuada em moeda

ou cujo valor nela se possa exprimir. Ele não deve constituir sanção de ato

ilícito. Sua instituição deve ocorrer com a aprovação de leis ordinária ou

complementar, dependendo de cada tributo e deve ser cobrada mediante

atividade administrativa plenamente vinculada.

Os tributos são divididos em cinco: Impostos, Taxas, Contribuições

de Melhorias, Contribuições Sociais e Empréstimo Compulsório.

Os impostos são espécies de tributos cuja obrigação tem por fato

gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,

relativa ao contribuinte, ou seja, não há vinculação ou obrigatoriedade de

aplicação específica do dinheiro arrecadado; o que significa que a arrecadação

não deve estar vinculada a nenhuma destinação prévia do Estado.

A taxa é uma das espécies de tributo que deve ser cobrada em razão do

exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva e potencial, de serviços

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públicos específicos e divisíveis, quando prestados ou postos à disposição dos

contribuintes.

A contribuição de melhoria deve ser instituída para cobrir custos de obras

públicas, quando ocorre valorização imobiliária. A cobrança desse tributo deve

observar a soma das despesas realizadas e valorização de cada imóvel

beneficiado. Na verdade, esse tributo apenas pode ser arrecadado quando uma

obra pública valorizar determinada propriedade.

As contribuições são tributos que têm como objetivo a regulamentação da

economia, dos interesses de categorias profissionais, e do custeio da seguridade

social e educacional.

O empréstimo compulsório também é uma espécie de tributo, apesar do

nome empréstimo. Eles são instituídos para atender as calamidades públicas ou

guerra externa e para os investimentos públicos relevantes de interesse

nacional.

1.1.2 Classificação dos tributos

Os tributos podem ser federais, estaduais e municipais, de

acordo com o pacto federativo. A Constituição Federal do Brasil determina a

competência desses entes da federação para instituir tributos. Praticamente, a

lei determina os nomes dos tributos e sua competência, ou seja, de quem é

a competência para instituir e cobrar tributos.

Os tributos podem ser diretos e indiretos. Os primeiros são aqueles

em que a própria pessoa suporta a arrecadação e cobrança dos tributos. Os

impostos diretos têm incidência sobre o patrimônio e a renda, com

responsabilidade pessoal. Exemplo: IRPF, IRPJ, IPTU, ITR, IPVA, entre

outros. Os indiretos são os tributos que a responsabilidade pelo recolhimento

e pela arrecadação é transferida a terceiros. Os impostos indiretos

incidem sobre a produção e a circulação de bens e serviços que são

repassados aos preços dos produtos. Exemplos: IPI, ICMS, ISS, COFINS,

entre outros.

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A União pode instituir Imposto de Renda (IR), Imposto de Importação

(II), Imposto de Exportação (IE), Imposto de operações Financeiras, Imposto

sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto Territorial Rural (ITR) e Imposto

sobre Grandes Fortunas (IGF).

Os Estados têm a competência de criar o Imposto de Circulação de

Mercadoria e Serviços de Transporte Intermunicipal ou interestadual e

comunicação (ICMS), o Imposto sobre propriedade de Veículo Automotores

(IPVA), e Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD).

E, por fim, os Municípios podem instituir e cobrar os impostos, Imposto

sobre Serviços de qualquer natureza (ISS), Imposto sobre a Propriedade

Predial e Territorial Urbano (IPTU), e Imposto de Transmissão de Bens Inter

Vivos (ITBI).

Os Entes da Federação, União, Estados e Municípios podem instituir

taxas, contribuição de melhorias. A competência é comum nesses casos, ou

seja, esses tipos de tributos não têm competência específica como aqueles. Eles

podem ser instituídos pela União, Estados e Municípios.

1.1.3 Princípios constitucionais

Na Constituição Federal, há alguns princípios que limitam o poder de

tributar dos entes da federação, tais como: o da legalidade, o da

anterioridade e o da anterioridade nonagesimal.

Por lei, o tributo é instituído, ou seja, não há tributos sem a existência de

uma lei aprovada pelo Poder Legislativo. Na verdade, não se pode exigir ou

aumentar tributos sem que uma lei anterior estabeleça.

Entretanto, há exceções. Por decreto, o Presidente da República pode

alterar as alíquotas do Imposto de Importação (II), do Imposto de Exportação

(IE), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre

Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores

Mobiliários (IOF).

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De acordo com o princípio da anterioridade, o tributo deve ser

instituído ou aumentado em um exercício financeiro para ser cobrado em outro.

No Brasil, esse exercício financeiro é o mesmo que ano civil: janeiro a dezembro.

Com isso, uma lei deve ser aprovada e publicada até 31 de dezembro para entrar

em vigor no ano seguinte. Entretanto, nem todo tributo, por políticas públicas,

segue esse princípio, são eles: II, IE, IPI, IOF.

O princípio da anterioridade nonagesimal foi normatizado com a

Emenda Constitucional nº 42/2003. Por ele, é proibido instituir ou aumentar

contribuições sociais antes de noventa dias da publicação da lei que

o instituiu ou aumentou.

1.1.4 Imunidades

A imunidade tributária advém da Constituição Federal. Há uma

proibição dos entes da federação em instituir ou cobrar tributos em algumas

situações determinadas pela lei. A União, os Estados e os Municípios não

podem instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços uns dos outros;

b) templos de qualquer culto e patrimônio, renda ou serviço de partidos políticos,

instituições de educação e de assistência social; c) livros, jornais, periódicos

e papel destinado à sua impressão. Nesses casos, não há incidência

de impostos, federais, estaduais ou municipais.

1.1.5 Fato Gerador

O Código Tributário Nacional, em seu artigo 114, diz que o fato

gerador da obrigação tributária principal é a situação definida

em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Nessa definição, você

percebe que só a lei descreve, define a situação cuja ocorrência

gera a obrigação tributária principal.

Outras expressões são utilizadas pela doutrina como sinônimo de fato

gerador, são elas: suporte fático, situação base de fato, fato

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imponível, fato tributável e hipótese de incidência. Entretanto, a

que mais prevalece entre todas é mesmo o fato gerador. E, ainda, a palavra fato

gerador é a descrição única usada no nosso CTN.

Continuando o estudo sobre fato gerador, pode se dizer que fato

gerador é o fato ou situação que gera ou cria a obrigação tributária.

Alguém diz que: “O conceito de fato gerador é o mais importante entre todos os

que compõem o Direito Tributário”. O que você, aluno, acha? Será mesmo o

mais importante no cenário tributário?

Fato gerador presumido – § 7º do art. 150 da CF (EC 3/93) – sujeito

passivo da obrigação tributária, a condição de responsável pelo

pagamento do imposto ou contribuição – fato gerador posterior – a doutrina

rejeita, mas os tribunais superiores vêm atestando a sua constitucionalidade.

O fato gerador pode ser: Instantâneo, que tem origem em um só

ato – ICMS ou IPI; imposto de importação; Complexo, que são

vários fatos – IR – certo período; Renovado, sempre renovado em cada

exercício financeiro – IPTU.

1.1.6 Obrigação Tributária

A obrigação tributária pode ser de dois tipos: obrigação

principal ou acessória. A obrigação principal nasce com o fato gerador e

tem por objeto o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária.

Principalmente, há extinção da obrigação tributária com o pagamento do tributo

aos cofres públicos. Nesse sentido, a obrigação principal nasce com o fato

gerador e encontra-se a extinção com o pagamento do débito tributário.

Entretanto, para que ocorra a obrigação tributária, antes deve ser

instituída uma lei, ordinária ou complementar, dependendo de cada tributo.

Nessa lei, é determinada uma hipótese de incidência, que prevê,

antecipadamente, a ocorrência de um fato. Com o surgimento de um fato

previsto em lei, nasce a obrigação tributária.

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Por outro lado, a obrigação acessória é aquela que tem por objeto as

prestações positivas ou negativas, decorrentes da legislação

tributária, sempre no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos

tributos.

1.1.7 Crédito Tributário

Com o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Com isso,

inicia-se o direito ao ente da federação de constituir o Crédito Tributário

por meio do lançamento. Esse lançamento é essencial à constituição do

crédito tributário, sem ele, não há crédito nem pagamento do tributo. Na verdade,

primeiro, são feitas: a verificação da ocorrência do fato gerador,

determinação da matéria tributável, identificação do sujeito passivo,

verificação da base de cálculo e alíquotas a serem aplicadas, e, por fim,

procede-se ao cálculo do tributo.

Para consolidação do crédito tributário, há necessidade da

notificação que é a comunicação ao sujeito devedor de sua existência. Na

verdade, o devedor deve conhecer o crédito tributário, concordar ou não com

ele, tendo oportunidade de impugná-lo, caso entenda necessário, quando houver

algum erro ou vício.

1.1.8 Tipos de lançamentos

O lançamento do crédito tributário é de responsabilidade do ente

tributável detentor da competência tributável, prevista na Constituição Federal.

A fiscalização deveria fazer todo o serviço de lançamento e

constituição do crédito tributário. Entretanto, não é isso que ocorre,

na maioria das vezes, a legislação transfere essa incumbência ao contribuinte

ou responsável pelo recolhimento do tributo. Apesar disso, o lançamento pode

ser efetivado e revisto de ofício pela autoridade administrativa.

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Há várias modalidades de lançamentos:

autolançamento ou de ofício, lançamento por declaração e

lançamento por homologação.

O autolançamento ou lançamento de ofício é aquele em que a

autoridade tributária competente faz tudo sozinha, não dependente de ajuda do

contribuinte ou do responsável. Exemplo desse tipo de lançamento é a

constituição do crédito tributário do IPTU, em que a municipalidade faz todo o

lançamento do crédito tributário.

No lançamento por declaração, o lançamento é efetuado com base na

declaração do sujeito passivo ou de terceiros, em que há prestação de todas as

informações necessárias à constituição de crédito tributário, ou seja, sem ajuda

do ente tributável, o contribuinte monta o crédito tributário, descobre a base de

cálculos e alíquota, apura-se e recolhe-se o tributo. Nesse caso, não há

antecipação do tributo. Exemplo dessa modalidade é a declaração do Imposto

Territorial Rural (ITR).

No lançamento por homologação, transfere-se ao sujeito passivo o

dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.

Nesse tipo de lançamento, há a antecipação do tributo. O contribuinte faz tudo

sozinho e aguarda a homologação das autoridades fazendárias.

1.1.9 Decadência

A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador. Desse

acontecimento, surge ao ente tributável o direito de constituir o crédito

tributário por meio do lançamento. Há um prazo de cinco anos

para que isso ocorra, ou seja, o ente tributável tem cinco anos do

fato gerador para constituir o crédito tributário por meio do

lançamento. Se a constituição desse crédito ocorrer fora desse prazo,

acontece o fenômeno da decadência.

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A decadência é uma modalidade de extinção do crédito tributário,

ou seja, o crédito desaparece, o contribuinte ou responsável, nesse caso, não

tem obrigação nenhuma. Na verdade, o crédito não existe mais.

1.1.10 Prescrição

Na prescrição, diferente da decadência, o crédito já se encontra

devidamente constituído, a cobrança judicial acontece depois de

cinco anos do permitido. A fazenda pública tem cinco anos para mover o

Judiciário e propor ação de execução para cobrar seu crédito tributário.

Não o fazendo nesse prazo, ocorre o fenômeno da prescrição, perda do

direito de cobrar judicialmente o crédito tributário.

A prescrição também é uma modalidade de extinção do

crédito tributário. Com a decretação da prescrição, desaparece a

obrigação tributária e o consequente dever de pagar o tributo correspondente.

1.1.11 O Instituto da Consulta

Quando houver dúvidas no cumprimento de obrigação, pode

o contribuinte ou responsável consultar a Fazenda. Geralmente, as

consultas deverão ter por base um fato ou uma hipótese. O objetivo é

dar ao consulente esclarecimento quanto à interpretação da legislação

tributária. Nesse tempo, com a Consulta em andamento, ou seja, ainda sem

resposta, não se inicia ação fiscal nem se aplicam penalidades, quando

possíveis.

1.1.12 Dívida ativa

O débito tributário não pago é inscrito na dívida ativa. Essa

inscrição não integra o lançamento; no caso, é posterior a ele; e serve, dentre

outras finalidades, para possibilitar a extração da Certidão de

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Dívida Ativa, a formalização do título executivo extrajudicial, que

permitirá à Fazenda Pública ingressar com a competente ação de

execução fiscal contra o devedor.

Com a inscrição, ocorre anotação em um livro específico ou em banco

de dados o nome, o endereço do devedor e dos corresponsáveis conhecidos, o

valor originário da dívida, o termo inicial dos juros e da correção monetária, a

origem do crédito, sua natureza tributária ou não tributária, seu fundamento legal

ou contratual, a data da inscrição e, se for o caso, o número do processo

administrativo no qual o débito foi constituído.

A inscrição constitui dívida ativa. Qualquer omissão dos

requisitos da certidão ou erro relativos a eles causa a nulidade da inscrição e

do processo de cobrança dela decorrente.

1.1.13 Certidões Negativas

A lei poderá exigir prova de quitação de determinado tributo. Essa

será feita por Certidão Negativa, expedida a requerimento do interessado.

Em face da existência de débito, pode a autoridade administrativa fornecer

certidão positiva.

A certidão positiva terá o mesmo valor da negativa quando houver

existência de crédito não vencido ou em curso de cobrança executiva em

que tenha sido efetivada a penhora, cuja exigibilidade esteja suspensa.

1.1.14 Atividades de direito tributário

A- Questões

1. O que você entende por Direito Tributário?

2. Qual a definição de tributos?

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3. Quais as espécies de tributos?

4. O que seria um tributo vinculado?

5. Quais as funções dos tributos?

6. De acordo com o princípio federativo, os tributos podem ser?

7. Qual a diferença de tributo direito e indireto?

8. Quais os impostos federais, estaduais e municipais?

9. O que significa competência tributária?

10. Qual o significa do princípio da anterioridade?

11. Qual a diferença entre imunidade e isenção?

12. O que significa fato gerador?

13. Quais os tipos de obrigação tributária?

14. Como nasce o crédito tributário?

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15. Quais os tipos de lançamentos? Quais os impostos sujeitos a eles?

16. Como acontece a Decadência Tributária?

17. Como acontece a Prescrição Tributária?

18. Qual o objetivo do Instituto Jurídica Tributário da Consulta?

19. Por que o Crédito Tributário é inscrito na Dívida Ativa?

20. Para que servem as Certidões Negativas?

21. O que significa Certidão positiva?

B- Questões para pensar

1. A desenvolver.

1.2 Fontes do Direito Tributário

O Direito Tributário tem como base a Constituição Federal, leis

complementares e ordinárias, e as normas complementares.

As normas complementares são importantes para a arrecadação e

fiscalização da tributação. Principalmente, elas ditam as regras das obrigações

acessórias. Elas são compostas de decretos, portarias, instruções normativas,

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decisões normativas, resoluções, comunicados, consultas tributárias, entre

outras.

1.3 Obrigações Acessórias

Obrigações tributárias são de duas espécies: Obrigação

principal e obrigação acessória. A primeira é aquela que é cumprida pelo

contribuinte ou responsável com o pagamento do tributo. A acessória é tudo que

a legislação obriga as pessoas envolvidas na tributação para trabalhar de alguma

forma para ajudar na arrecadação de tributos, tais como preenchimentos de

livros, guias, entre outros documentos fiscais.

1.3.1 Escrituração fiscal

A escrituração fiscal é uma obrigação acessória que os

contribuintes, principalmente, do ICMS e do IPI, devem cumprir rigorosamente.

A lei determina as formas de registros das notas fiscais em livros de

entradas ou de saída de mercadorias.

Bens são transferidos entre pessoas, diariamente. Como prova, essa

transferência exige um documento comprobatório. Em direito,

móveis são transferido com a tradição e os imóveis requer um documento

Escritura Pública do imóvel registrada no Cartório Imobiliário.

Normalmente, na transferência de bens móveis entre pessoas

físicas, exige apenas um recibo que prova o pagamento do bem.

Na movimentação e circulação de mercadorias de um local

a outros, pessoa jurídica a pessoa física, ou, até mesmo, transferência

de mercadorias entre pessoas jurídicas, a lei tributária exige a emissão de

uma nota fiscal, com o destaque, principalmente, dos tributos

correspondentes, para comprovar a transferência do bem e arrecadação da

tributação.

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Geralmente, os tributos são cobrados mensalmente. Para isso, há a

exigência de escriturar todas as notas fiscais de entradas ou de

saídas de mercadorias em livros próprios, com a finalidade

precípua de apurar os tributos devidos.

A escrituração fiscal também abrange preenchimento de guias, relatórios,

declarações, entre outros.

1.3.2 Nota fiscal

As notas fiscais são documentos fiscais obrigatórios1 para

transferir mercadorias entre pessoas físicas ou jurídicas, em que deve

ser indicada a mercadoria, com os cálculos dos impostos, quando há

incidência tributária. Na verdade, esses documentos devem ser utilizados nas

operações internas ou interestaduais, de entrada ou de saída de

mercadorias de bens.

Na nota fiscal, há vários campos obrigatórios: numeração,

dados do emitente, dados do produto, código do produto,

Classificação Fiscal, dados do IPI e do ICMS, Código da Situação

Tributário (CST), entre outros.

Atualmente, com a modernidade, a nota fiscal deve ser elaborada

eletronicamente (NF-e). É um documento digital, emitido e

armazenado eletronicamente, com a finalidade de documentar uma

operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviço, com

validade jurídica confirmada pela assinatura digital do emitente e a

autorização da Fazenda Pública.

O arquivo eletrônico da nota fiscal deve ser transmitido pela

Internet para a Secretaria da Fazenda, com pré-validação do arquivo e

1 Sua obrigatoriedade do ICMS está prevista no art. 124 do RICMS/2000 e do IPI, no art. 323 do RIPI/2002.

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devolução de um protocolo de recebimento (autorização de

uso), para que possa haver o trânsito da mercadoria.

Para acompanhar as mercadorias no trânsito, é impressa uma

representação gráfica simplificada da Nota Fiscal eletrônica, denominada

de Danfe – Documento Auxiliar da Nota Fiscal eletrônica, em única via, com

indicação da chave de acesso e com código de barras

bidimensional, para pesquisa dos interessados nas unidades fiscais

correspondentes.

Situações que podem ocorrer com a transmissão da nota fiscal eletrônica:

autorização, rejeição, denegação e, em contingência2.

O cancelamento desse documento eletrônico é possível desde

que a mercadoria não tenha saído do estabelecimento. Um

arquivo deve ser enviado ao Sefaz solicitando o cancelamento na nota fiscal já

autorizada.

1.3.3 Livros fiscais

De acordo com a legislação, as operações de mercadorias ou serviços

devem ser escrituradas em livros fiscais. O contribuinte deve manter,

em cada estabelecimento, para uso, os seguintes livros:

- Registro de Entrada, modelo 1 e 1-A;

- Registro de Saída, modelo 2, 2-A;

- Registro de Controle de Produção e do Estoque, modelo 3;

- Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5;

- Registro Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, mod. 6;

- Registro de Inventário, modelo 7;

- Registro de Apuração do IPI, modelo 8;

- Registro de Apuração do ICMS, modelo 9;

2 Na emissão da nota fiscal, quando ocorrer falhas no sistema da Receita Federal, o contribuinte pode emitir nota fiscal em contingência.

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- Entre outros.

No Estado de São Paulo – ICMS, não há mais necessidade de

autenticar os livros fiscais previamente3. Essa autenticação

acontece com a fiscalização da empresa.

Os livros fiscais devem ser mantidos à disposição da fiscalização por

cinco anos, contando da data de seu encerramento, e, quando contiverem

escrituração relativa a operações ou prestações objeto de processo pendente,

até a decisão definitiva.

1.3.4 Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA

A apuração do ICMS que acontece mensalmente deve ser informada à

Fazenda Pública Estadual por CFOP – Código Fiscal de Operações de

Prestações – por meio de Guia de Apuração do ICMS (GIA). A versão atual da

GIA é 0801, desde 10/10/2014.

As informações, operações e prestações realizadas pelos contribuintes do

ICMS que devem constar na GIA, são extraídas da escrituração dos

livros fiscais, Registro de Entradas, Saídas e Apuração do ICMS.

Essas operações e prestações são identificadas com o Código Fiscal de

Operações e Prestações – CFOP, com base no resumo constante dos livros

fiscais de Entrada e Saída.

1.3.5 Declarações e demonstrativos

Para cumprir as exigências fiscais, responsabilidade tributária, obrigação

tributária acessória, o contribuinte ou responsável deve entregar durante o ano-

calendário vários relatórios ou declarações.

Na esfera federal:

3 De acordo com a Portaria CAT nº 17, de 21 de março de 2006.

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a) Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF).

b) Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ).

c) Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF).

d) Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais.

e) Declaração Especial de Informações Fiscais Relativas ao controle do Papel

Imune (DIF).

Na esfera estadual:

a) Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA).

b) Declaração do Simples Nacional – Substituição Tributária e ao Diferencial

de Alíquota (STDA).

c) Sintegra – Sistema de Informações sobre Operações Interestaduais com

Mercadorias e Serviços.

d) Declaração para o Índice de Participação dos Municípios (Dipam B).

1.3.6 Operações ou transferência de mercadorias

Nas organizações, Pessoa Jurídica, acontecem transferências de bens,

constantemente, quando há aquisição, venda ou saída ou entrada de outra

natureza.

Nas operações de venda de produto industrializado pelo

industrial ou equiparado a industrial, a nota fiscal deve trazer a

mercadoria, quantidade, peso, transportador, além de outros

dados, o destaque do ICMS e do IPI. Essa nota fiscal de venda deve ser

escriturada no livro de saída da empresa vendedora e, também, no livro

de entrada da empresa compradora.

Se as mercadorias adquiridas de terceiros e vendidas não há destaque do

IPI com a saída, havendo destaque apenas do ICMS. Também com lançamentos

da nota fiscal em livros de saída e entrada, respectivamente.

Há outras operações que acontecem nas organizações: industrialização,

venda para entrega futura, remessa de mercadorias para demonstração, saída

de mercadorias a título de mostruário, entre outras.

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1.3.7 Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP)

A utilização do CFOP é uma obrigação acessória e necessária

para identificar a procedência do produto ou serviço. É um requisito

obrigatório estadual.

Os códigos fiscais de operações e prestações devem ser utilizados em

documentos de entradas e saídas, de acordo com Anexo V do RICMS/SP.

Nas entradas e nas saídas, aplicam-se os códigos da seguinte forma:

1000 – Entradas ou Aquisições de Serviços do Estado

2000 – Entradas ou Aquisições de Serviços de Outros Estados

3000 – Entradas ou Aquisições de Serviços do Exterior

5.000 – Saídas ou Prestações de Serviços para o Estado

6.000 – Saídas ou Prestações de Serviços para Outros Estados

7.000 – Saídas ou Prestações de Serviços para o Exterior

1.3.8 Código da Situação Tributária (CST)

O Código da Situação Tributária foi instituído pela legislação

para identificar a origem da mercadoria e o regime de tributação da mercadoria

que será transferida a terceiro, mediante nota fiscal. Ele é composto por três

dígitos: o primeiro indica a origem do produto, com base na Tabela A, e os

dois últimos dígitos à tributação do ICMS, com base na Tabela B.

1.3.9 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)

O Governo Federal está preocupado com a arrecadação e fiscalização

tributária. Por isso, ele desenvolve um Sistema Público de Escrituração Digital

(SPED), com o propósito de modernização do sistema fiscal.

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Esse sistema é um programa do Governo Federal que se divide em

vários projetos. Entre eles, o que interessa ao estado é o SPED EFD

Fiscal e SPED EFD contribuições do PIS e da COFINS.

A escrituração fiscal digital (EFD) é, praticamente, um arquivo

digital com a escrituração de documentos fiscais e de outras informações de

interesse da fiscalização.

O arquivo digital SPED EFD que contém informações fiscais dos

contribuintes deve seguir o leiaute aprovado pelo Ato COTEPE, ser assinado

digitalmente e transmitido pela Internet ao ambiente SPED.

O outro arquivo digital SPED EFD Contribuições do PIS e da

COFINS é um arquivo digital obrigatório às pessoas jurídicas de direito

privado na escrituração dessas contribuições e de outras informações

fiscais. Esse documento também deve ser assinado digitalmente,

enviado pela Internet, por meio do PVA, ao ambiente SPED.

1.4 Regimes Tributários Nacionais

Regime tributário é a forma como a tributação deve acontecer, ou

seja, há regras que estabelecem a forma de tributação, alíquotas, base de

cálculos, entre outros.

Pode conceituar regime tributário como modos de tributação,

conjunto de normas norteadoras da sistemática de tributação. A maneira ou o

modo de tributar existe em todos os tributos federais, estaduais e municipais. Na

verdade, cada tributo tem seu regime de tributação.

Quando inicia um negócio, começa a preocupação para escolher o regime

de tributação da empresa, principalmente, para o Imposto de Renda Pessoa

Jurídica, aquele que é principal e possui várias modalidades de

tributação.

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Como regra, a empresa pode adotar um dos regimes de tributação pelo

imposto de renda: Lucro Real, Lucro Presumido, Simples

Nacional ou regime de tributação MEI.

O negócio menor pode escolher qualquer um, mas o maior não tem esse

poder. Há proibições nas escolhas tributárias. Exemplo: as instituições

financeiras serão tributadas apenas pelo Lucro Real, não há escolha. As

microempresas podem adotar o regime de lucro real ou presumido, mas

não pode escolher o regime do MEI, opção dos microempreendedores

individuais.

1.4.1 Tributação com base no Lucro real

Há dois tipos de lucro apurados pelas entidades: o lucro contábil e

o lucro fiscal que é apurado fora do sistema contábil. Ele é denominado de

lucro real.

O lucro real é base de cálculo do regime de tributação do imposto de

renda das pessoas jurídicas em geral. O lucro real é o valor considerado

como real aumento do patrimônio em um determinado período em termos fiscais.

A lei define lucro real como lucro líquido do exercício

ajustado pelas adições, exclusões ou compensações

determinadas pela legislação tributária4. O lucro líquido é apurado com base

em escrituração contábil dos fatos patrimoniais, principalmente,

aumentativos ou diminutivos do patrimônio. Nem sempre o resultado das

operações patrimoniais significa lucro; quando as despesas se sobrepõem às

receitas, apura-se prejuízo líquido do exercício.

O sistema de apuração do tributo pelo Lucro Real exige o

reconhecimento apenas das receitas e das despesas pelo regime de

competência. Entretanto, há casos em que se admite a aplicação do

regime de Caixa: nas empreitadas ou no fornecimento contratado com

4 Art. 6º do Decreto-lei n. 1.598/1977.

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Pessoa Jurídica de Direito Público; nas entidades com atividade imobiliária; nas

vendas a prazo de ativo permanente e empresa com variação cambial em suas

operações.

O contador precisa obter conhecimento da legislação tributária,

especialmente, relativa ao imposto de renda. O conhecimento dessa

legislação exige noções da ciência contábil.

As pequenas empresas e microempresas estão dispensadas da

escrituração contábil, quando optam por tratamento diferenciado, denominado

Supersimples. Esse é um Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e

Contribuições, no qual ocorre a unificação de vários tributos. Da receita bruta,

aplica-se uma alíquota única, dependendo de cada tipo empresa.

1.4.2 Tributação com base no Lucro presumido

As empresas podem ser dispensadas de escrituração contábil de suas

transações, optando, quando possível5, pelo lucro presumido. O imposto

de renda é apurado sobre o lucro presumido, cujo valor resulta da

aplicação de coeficiente definido em lei sobre a receita bruta anual.

Esse coeficiente depende da natureza da atividade da empresa. A

apuração da receita bruta é baseada no ano civil.

Os percentuais de presunção do lucro presumido são de 1,6% para

revenda de consumo de combustível de derivado de petróleo, álcool etílico

carburante e gás natural; 32% para empresa de prestação de serviços de

profissões legalmente regulamentadas; 16% para empresas de serviços de

transporte, exceto o de carga; 8% para as demais, como revenda de

mercadorias, atividade rural, representação comercial, loteamento de

terreno, execução de obras de construção civil com emprego de materiais,

serviços hospitalares, de transportes de cargas e outras atividades.

5 A lei determina várias exigências legais para o exercício da opção pelo lucro presumido.

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Há pessoas jurídicas que não podem utilizar esse regime

jurídico de tributação com base no lucro presumido. Quando não dispuser de

escrituração contábil regular para demonstrar o seu lucro real, possivelmente,

será tributada com base no lucro arbitrado.

1.4.3 Vantagens e desvantagens do Lucro Presumido

A princípio, o ideal é apurar os tributos pelo regime de apuração Lucro

Real. O governo oferece outras formas de cálculos para facilitar a arrecadação

e fiscalização dos tributos. Os sistemas de apuração trazem vantagens e

desvantagem para o contribuinte. Não há sistemas perfeitos.

Vantagens do Lucro Presumido

a) A contabilidade não exige tanto rigor, preocupação menor, a base do imposto

é faturamento.

b) Não há emissão ou preenchimento LALUR.

c) A contabilidade pode ser simplificada e única vez ao ano.

d) Os impostos são pagos trimestralmente.

e) Os lucros podem ser distribuídos a cada trimestre.

f) Os lucros apurados podem servir de base para a remuneração do capital

próprio.

g) As retenções nas fontes de impostos podem ser compensadas a qualquer

momento.

h) As retenções na fonte não utilizadas no trimestre, podem ser atualizadas à

taxa de 1%, mais a aplicação da Selic;

i) Os impostos apurados (IRPJ e CSLL) trimestralmente podem ser parcelados

em três vezes.

j) Escolha do regime de apuração do imposto entre o Regime de Competência

e Regime de Caixa.

Desvantagens do Lucro Presumido

a) Não há informações contábeis mensalmente, com a escrituração da

contabilidade anualmente.

b) O empresário pode operar em prejuízo e pagar impostos injustamente.

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c) Não haverá relatórios para a tomada de decisões.

d) Há proibição da utilização de incentivos fiscais.

1.4.4 Cálculo do Lucro Presumido

Uma Pessoa Jurídica tributada pelo Lucro Presumido teve as seguintes

informações fiscais, no primeiro trimestre de 20xx:

Discriminação Valor em R$

Vendas de Mercadorias 500.000,00

Vendas de Serviços 200.000,00

Juros de aplicação financeira 20.000,00

Imposto de Renda Retido na Fonte s/ aplicações 4.000,00

Nos serviços prestados pela Pessoa Jurídica, foram retidos os seguintes

tributos:

Discriminação Serviços R$ Alíquota Tributo retido

Imposto de Renda 200.000,00 1,5% 3.000,00

CSLL 200.000,00 1,0% 2.000,00

PIS 200.000,00 0,65% 1.300,00

COFINS 200.000,00 3,00% 6.000,00

Com base nessas informações, devem ser apurados os seguintes tributos

e, também, o lucro a ser distribuído aos sócios trimestralmente. A base de cálculo

ou Lucro Presumido deve ser calculada para que possam ser apurados os

impostos incidentes sobre esse lucro.

IRPJ 15,00%

Adicional IRPJ 10,00%

Contribuição Social 9,00%

PIS 0,65%

Contribuição Social 3,00%

Lucro a distribuir

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Cálculo da base de cálculo IRPJ – Lucro Presumido

Discriminação Em R$ Alíquota Lucro em R$

Vendas mercadorias 500.000,00 8% 40.000,00

Vendas serviços 200.000,00 32% 64.000,00

Receitas financeiras 20.000,00 20.000,00

Base de cálculo 124.000,00

Apuração dos IRPJ que incidem sobre o Lucro Presumido

Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$

IRPJ 124.000,00 15% 18.000,00

Adicional do Imposto

124.000,00 – 60.000,00

64.000,00

10%

6.400,00

(-) IRRF s/ aplicação (4.000,00)

(-) IRRF s/ serviços (3.000,00)

= IRPJ a Recolher 17.400,00

Cálculo da base de cálculo Contribuição Social – Lucro Presumido

Discriminação Em R$ Alíquota Lucro em R$

Vendas mercadorias 500.000,00 12% 60.000,00

Vendas serviços 200.000,00 32% 64.000,00

Receitas financeiras 20.000,00 20.000,00

Base de cálculo 144.000,00

Apuração da Contribuição Social incidem s/ o Lucro Presumido

Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$

Contribuição Social 144.000,00 9% 12.960,00

(-) CSLL ret. s/ Serviços (2.000,00)

= Contribuição Social a Recolher 10.960,00

Apuração do PIS s/ o Lucro Presumido

Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$

PIS 720.000,00 0,65% 4.680,00

(-) PIS ret. s/ Serviços (1.300,00)

= PIS a Recolher 3.380,00

Apuração Da COFINS s/ o Lucro Presumido

Discriminação BC - Em R$ Alíquota Lucro em R$

COFINS 720.000,00 3% 21.600,00

(-) COFINS ret. s/ Serviços (6.000,00)

= COFINS a Recolher 15.600,00

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28

Com base nos cálculos dos tributos, Sistema de Apuração Lucro

Presumido, descobre o Lucro Líquido que pode ser distribuído aos sócios, sem

a incidência de impostos, de acordo com a IN nº 93/1997, art. 48, § 2º.

Os valores a serem deduzidos na apuração do lucro a distribuir são o

resultado do tributo, desconsiderando as retenções na fonte.

Discriminação Valor em R$

Lucro bruto apurado (BC IR) 124.000,00

(-) IRPJ 18.000,00

(-) Adicional IR 6.400,00

(-) Contribuição Social 12.960,00

(-) PIS 4.680,00

(-) COFINS 21.600,00

(=) LUCRO LÍQUIDO A DISTRIBUIR 60.360,00

1.4.5 Tributação com base no Lucro arbitrado

O regime jurídico denominado de lucro arbitrado é utilizado

exclusivamente pelo fisco. Normalmente, as pessoas jurídicas incidentes a

tributos utilizam o sistema do Lucro Real. Com a intenção de facilitar a

arrecadação e fiscalização do imposto de renda pessoa jurídica, criou-

se um sistema diferente, podendo a empresa presumir o lucro com

base no faturamento. Além desse sistema, foi instituído o Simples,

sistema unificado de pagamento de tributos, direcionado às empresas de

pequeno porte e às microempresas.

A princípio, o lucro arbitrado originar-se-á da aplicação de uma

porcentagem sobre a receita bruta, quando for conhecida. Essa

porcentagem é determinada pelo Ministro da Fazenda, sempre de acordo com a

atividade econômica do contribuinte.

Há casos em que, se desconhecendo a receita bruta, apura-se o lucro

com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio líquido,

da folha de pagamento dos empregados, das compras, do aluguel das

instalações ou, até, de lucro líquido de períodos anteriores.

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29

Apesar de o nome ser lucro arbitrado, a autoridade administrativa

não exerce a forma arbitrária. Para que possa ser apurado o lucro arbitrado, o

fisco deve seguir critérios normativos pré-estabelecidos.

A escrita contábil do contribuinte pode ser desconsiderada pelo

fisco, quando conter vícios, erros ou deficiências que impossibilitem a

determinação do lucro real. Se houver elementos hábeis a demonstrar o lucro

real auferido pelo contribuinte, não pode a fiscalização utilizar o sistema do lucro

arbitrado.

A apuração pelo lucro arbitrado é uma técnica autorizada pela lei,

não é penalidade aplicada pelo fisco. Na verdade, busca-se um mecanismo para

apuração do imposto de renda quando houver dificuldade pelo regime de lucro

real ou de lucro presumido.

1.4.6 Pessoas Físicas Equiparadas à Pessoa Jurídica

Como regra, as pessoas jurídicas são as contribuintes do imposto de

renda. Há pessoas físicas que são equiparadas a pessoas jurídicas para o

sistema de tributação do imposto.

Mesmo não sendo pessoa jurídica, são equiparadas como

pessoa jurídica para o recolhimento do imposto de renda: a pessoa física que

explora habitual e profissionalmente atividades econômicas, inscritas ou não no

Registro do Comércio ou no Registro Civil; a pessoa física que pratica

incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos e as

sociedades em conta de participação.

Nessas atividades praticadas por pessoa física, elas devem oferecer a

receita obtida para tributação em regime jurídico da pessoa jurídica.

1.4.7 Principais Incidências Tributárias

As pessoas jurídicas que buscam o lucro como objetivo principal em suas

operações e parcela ou total do lucro pode ser distribuído aos sócios como

retorno de seus investimentos são sujeitos a vários tributos.

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30

O Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro são de

competência da União, impostos federais, e incidem sobre o resultado do

exercício: lucro.

A COFINS, PIS/PASEP e o ISS são impostos que incidem sobre a

receita bruta. Os dois primeiros são tributos federais e o último, municipal que

incide sobre as vendas de serviços.

O IPI e ICMS são impostos que incidem sobre o valor das saídas de

produtos ou mercadorias tributadas, compensando-se com os pagamentos

efetuados quando da compra das mercadorias. Atualmente, a COFINS e PIS

também possuem essa sistemática.

1.4.8 Simples

O sistema de arrecadação de tributos das microempresas e pequenas

empresas, denominado Simples Nacional, foi criado pelo Governo Federal por

Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 20066. Ele vigora desde 1º de

julho de 2007. Essa lei foi alterada pela Lei Complementar nº 139/2011. É o novo

Estatuto Nacional dessas microempresas e pequenas empresas, regime

especial unificado de arrecadação de tributos.

Essa norma, além da arrecadação de impostos e contribuições de

tributos, regula apuração, o cumprimento de obrigações trabalhistas e

previdenciárias, o acesso ao crédito e ao mercado, com observância de

preferência desses tipos empresariais nas aquisições de bens e serviços pelos

Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.

Na matéria tributária, a nova lei criou o Regime Especial Unificado de

Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte, denominado de Simples Nacional e também

conhecido como Supersimples, que reúne os impostos e as contribuições da

União, do Estado e do Município, com regime único de arrecadação, incluindo

obrigações acessórias.

6 Art. 146. Cabe a Lei Complementar: III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: d)

definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes

especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da

contribuição a que se refere o art. 239. Essa lei também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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31

O sistema integrado de recolhimento de tributos denominados de Simples

Nacional tem o objetivo de: integrar a fiscalização federal, estadual e municipal;

melhorar o ambiente de negócios; racionalizar procedimentos; unificar os

recolhimentos de tributos; facilitar o cumprimento das obrigações tributárias;

reduzir a carga tributária; diminuir a informalidade e incentivar o

empreendedorismo.

Pode participar desse sistema a sociedade empresária, a sociedade

simples e empresária individual (empresário), devidamente inscritos no Registro

de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,

respectivamente, e cuja receita bruta anual não ultrapasse R$ 360.000,00, para

as microempresas ou R$ 3.600.000,00, para as empresas de pequeno porte para

o exercício de 2012. Esses valores devem ser atualizados com base no IGP-DI,

ou por índice oficial que venha a substituí-lo. Para isso, o Poder Executivo federal

deverá emitir decreto específico.

A empresa que exceder o limite de receita bruta anual de R$

3.600.000,00, em um exercício, fica excluída desse regime, no ano-calendário

seguinte. O limite de receita bruta será proporcional ao número de meses para

empresas criadas durante o ano-calendário e optaram pelo sistema.

As microempresas que excederem o limite previsto de R$ 360.000,00, ou

proporcionalmente às novas, no calendário, perdem a condição de

microempresa e, no ano seguinte, serão consideradas empresas de pequeno

porte. Também o caminho inverso pode ocorrer, ou seja, empresa na condição

de empresa de pequeno porte não ultrapassando o limite de R$ 360.000,00,

passa à condição de microempresa.

Entretanto, nem todas as organizações nessas condições podem aderir a

esse sistema de arrecadação de tributos.

O limite de faturamento para se considerar microempresa ou empresa de

pequeno porte de empresas novas é o somatório dos meses de vida dessa nova

organização, ou seja, são considerados os meses de atividades dela; por

exemplo, a empresa nasceu em agosto. Conta-se agosto, setembro, outubro,

novembro e dezembro; cinco meses; divide-se o limite do item anterior por 12 e

multiplica pelo número de meses de atividade da nova organização. Esse

montante é limite para novas empresas que nasceram durante o ano-calendário.

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32

Os limites impostos pela lei são com base na receita bruta da organização

que conceitua como o produto de venda de bens e serviços nas operações de

conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em

conta alheia.

Estão proibidas de participarem deste regime especial de recolhimento de

tributos: a empresa cujo capital participe outra pessoa jurídica; as filiais, as

sucursais, as agência ou representações, no País, de pessoa jurídica com sede

no exterior; a empresa cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como

empresária, ou seja, sócia de outra que esteja nesse regime simplificado, quando

ultrapassar o limite estabelecido de R$ 3.600.000,00; o titular ou sócio participe

com mais de 10% do capital de outra empresa não beneficiada por essa lei e

que a receita ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00; as empresas constituídas

como cooperativas, salvo as de consumo; empresa que participa no capital de

outra pessoa jurídica; as atividades de bancos e correlatas; as empresas

resultantes de cisão ou outras formas de desmembramentos de pessoa jurídica

que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores e as constituídas

sob a forma de sociedade por ações.

As microempresas e as empresas de pequeno porte devem acrescentar

à sua firma ou denominação as expressões “Microempresa” ou “Empresa de

Pequeno Porte”, ou, abreviadamente, “ME” ou “EPP”.

As empresas também podem incluir o objeto social de sua atividade na

denominação social.

Essa adição no nome empresarial de Microempresas ou de Empresa de

Pequeno Porte, abreviadamente ou não, deve ser efetuado no ato de inscrição

do empresário e no contrato social da sociedade, ou seja, tais expressões só

podem ser acrescidas em atos posteriores a esses.

As empresas participantes do sistema especial, denominado de

Supersimples, recolherem os tributos mensalmente, mediante documento único

de arrecadação de impostos:

a) IRPJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica.

b) IPI – Imposto sobre Produtos Industrializado.

c) CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

d) COFINS – Contribuição para o financiamento da Seguridade Social.

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e) PIS e PASEP.

f) Contribuição para a Seguridade Social.

g) ICMS – Imposto sobre operações Relativas à Circulação de Mercadorias e

sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestaduais e intermunicipais

e de comunicações.

h) ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.

O sistema de cálculos do tributo é complexo. A alíquota é determinada

com base na receita bruta dos últimos 12 meses (faturamento). Havia 20 Tabelas

para cálculo do tributo (substituição tributária, contribuintes do ISS, entre outras).

Atualmente, são seis as tabelas. As alíquotas nos cálculos do tributo vão de 4%

até 17,42%, dependendo de cada caso.

As empresas no regime do simples estão sujeitas à emissão de

documentos fiscais, e à escrituração de livros fiscais e contábeis7. Essas

empresas precisam apresentar, anualmente, à Secretária da Receita Federal a

Declaração única, e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais. Elas

também são obrigadas a emitir documento fiscal de venda ou de prestação de

serviços.

Opcionalmente, as empresas, nesse regime de tributação, podem adotar

contabilidade simplificada para os registros e controles das operações

realizadas, com atendimento das disposições do Código Civil e das Normas

Brasileira de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade.

As microempresas e empresas de pequeno porte devem escriturar os

seguintes livros: livro-caixa – toda a movimentação financeira e bancária; livro

registro de inventário – controle de estoque; livro registro de entrada, modelo 1

ou 1-A – entrada de mercadorias ou bens; livro de registro de serviços – registro

de notas fiscais de serviços, entre outros.

1.4.9 Tributação do Microempreendedor Individual – MEI

Microempreendedor (MEI) é aquele que exerce, profissionalmente,

atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de

7 Arts. 25 e 27 da Lei Complementar nº 123/2006 e regulamentadas em parte pela Resolução CGSN º 10/2007.

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bens ou de serviços, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário

anterior, de até R$ 60.000,00 e, além disso, a empresa deve ser optante pelo

SIMEI (Simples Nacional).

A formalização da empresa deve acontecer pela Internet, cuja

inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), número de

inscrição na Junta Comercial e um Alvará são obtidos imediatamente. O sistema

gera um documento que serve para todos os atos da vida negocial, nele,

há impressão do CNPJ e do NIRE (número de inscrição no registro de

empresa). Essa formalização pode acontecer a qualquer momento;

opção da pessoa física, em um novo negócio. Entretanto, para quem já possui o

CNPJ, a opção pelo sistema somente pode ocorrer em janeiro de cada ano.

O tributo devido pelo Microempreendedor é fixo, único valor.

Atualmente, para a Previdência, o empreendedor deve recolher 5% sobre o

salário mínimo (R$ 622,00 x 5% = 31,20) (a partir de maio 2012); para o Estado,

o valor de R$ 1,00 por mês se a atividade for de comércio ou de indústria; e, para

o Município, o valor de R$ 5,00, por mês, se for a atividade de serviço.

Esses valores são recolhidos em guia única, Documento de

Arrecadação do Simples (DAS), gerada pela Internet, podendo ser impressa

por qualquer pessoa, em qualquer computador conectado à Internet. Deve-se

recolher esse tributo até o dia 20 do mês posterior ao seu fato gerador na rede

bancária ou em casas lotéricas.

O recolhimento da previdência não comporta todos os benefícios

previdenciários. Se o contribuinte participante desse sistema interessar pela

aposentadoria por tempo de contribuição, terá que recolher valor

complementar equivalente a 15% sobre o salário-mínimo, que deverá

ser efetuado em Guia da Previdência Social (GPS), com código de pagamento

1295, na rede bancária, até o dia 15 do mês subsequente correspondente de

atuação.

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O microempreendedor pode contratar apenas um empregado

e, ainda, limitada à remuneração dele, com base no salário mínimo

ou no piso da categoria profissional em que esteja o empregado.

Os encargos previdenciários do empregado, regularmente registrado, são

de 3% à custa do empregador, e 8% à custa do empregado, sobre o

salário mínimo ou o piso da categoria profissional correspondente. Esses valores

devem ser recolhidos por meio de GPS, com o código 2100, até o dia 20 de cada

mês. Também deve preencher a GFIP e entregá-la até o dia 7 do mês seguinte

do salário, por meio do sistema conectividade social da Caixa Econômica

Federal, e, consequentemente, depositar o FGTS do empregado (8% sobre o

salário do empregado).

Como obrigação acessória, o microempreendedor, anualmente,

deve entregar a Declaração de Faturamento, também por meio da

Internet, até o último dia do mês de janeiro de cada ano. Esse documento

é único, ou seja, não há outra obrigação a cumprir pelo microempreendedor.

No entanto, se o empreendedor possuir empregados, a Relação Anual de

Informações Sociais (RAIS) também deve ser preenchida e entregue à Receita

Federal do Brasil.

Além disso, mensalmente, o microempreendedor deverá declarar

o quanto faturou, com ou sem emissão de notas ficais, do próprio punho

e guardá-la, ou seja, não há necessidade de a enviar ao ente governamental.

Ainda como obrigação acessória, ele deve arquivar suas notas fiscais de

compras.

1.5 PIS, COFINS Cumulativos

A tributação do PIS e da COFINS depende do regime tributário do imposto

de renda enquadrada pela empresa. Ela pode ser cumulativa ou não cumulativa.

O cálculo do tributo tem como base de cálculo apenas o faturamento mensal ou,

diferente disso, apura-se o tributo pela composição débito e crédito, com

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apuração de Saldo. O resultado devedor é o tributo a ser recolhido aos cofres

públicos.

As empresas no regime de apuração dos Impostos de Renda e da

Contribuição sobre o lucro Líquido pelo Lucro Presumido têm, obrigatoriamente,

de utilizar na apuração do PIS e da COFINS o sistema de apuração cumulativo.

A base de cálculo do PIS e COFINS sistema cumulativo é o faturamento,

que corresponde à receita bruta mensal da Pessoa Jurídica8, com deduções

permitidas:

a) Exportações.

b) Vendas canceladas.

c) Descontos incondicionais concedidos.

d) Devoluções de vendas.

e) Imposto sobre Produtos Industrializados.

f) Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços.

g) Reversões de provisões.

h) Recuperações de créditos baixados como perdas.

i) Ganho de capital de bens do ativo permanente.

j) Entre outros.

As alíquotas que devem ser aplicadas sobre a base de cálculo, receita

bruta mensal, com as deduções permitidas, são:

a) 0,65% para o PIS, a ser recolhido em DARF Código 8109.

b) 3% para a COFINS, a ser recolhimento em DARF código 2172.

O período de apuração desses tributos é mensal. Os cálculos desse

sistema cumulativo acontecem com o faturamento, receita bruta mensal, com a

redução permitida; então, pode-se dizer que as alíquotas são aplicadas sobre as

receitas líquidas do mês.

8 Outras receitas, como financeiras não fazem parte da base de cálculo do PIS e da COFINS cumulativos, de acordo com a Consulta SRF nº 100/2010. A lei 11.941/09 revogou o § 1º do art. 3º da lei 9.718/1998.

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Não faz parte da base de cálculo ou da receita bruta mensal, para

apuração do PIS e da COFINS, Receitas Financeiras (optante pelo Lucro

Presumido), as indenizações e as vendas de sucata.

1.6 PIS E COFINS não cumulativos

No sistema de apuração do PIS e da COFINS, a base de cálculo do

imposto é o valor do faturamento mensal, total das receitas auferidas,

independentemente de sua denominação ou classificação contábil.

São excluídas do faturamento mensal:

a) A receita isenta ou não alcançada pela incidência da contribuição ou a

receita à alíquota zero.

b) As vendas canceladas.

c) Os descontos incondicionais concedidos.

d) Imposto sobre Produtos Industrializados.

e) O ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos

bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário.

f) As reversões de provisões e das recuperações de créditos baixados como

perdas, que não representem ingressos de novas receitas.

g) As receitas não operacionais da venda de bens do ativo permanente.

h) As receitas de revenda de bens em que a contribuição já foi recolhida pelo

substituto tributário.

i) Entre outras receitas9.

As alíquotas que devem ser aplicadas sobre a base de cálculo, receita

bruta mensal, com as deduções permitidas, são:

a) 1,65% para o PIS;

b) 7,6% para a COFINS.

Entretanto, em regime especial de apuração dessas contribuições, não se

aplicam essas alíquotas. Há alíquotas concentradas e reduzidas.

9 Tais como, as receitas excluídas do regime de incidência não cumulativa, de acordo com o art. 10 da Lei n º 10.833, de 2003.

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O sistema da não cumulatividade de apuração do PIS e da COFINS é

composto de débito e crédito, com apuração do saldo. Nesse caso, o

faturamento mensal, com as deduções permitidas, é a base para o débito, valor

que ainda não é o tributo.

Os créditos são calculados também mediante as alíquotas de 1,65% para

PIS e 7,6% para o COFINS sobre os valores:

a) Bens adquiridos para revenda, com exceção bens sujeitos à substituição

tributária.

b) Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na

produção de bens destinados à venda.

c) Energia elétrica e térmica.

d) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a Pessoa Jurídica.

e) Valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de

Pessoa Jurídica (menos optantes pelo Simples Nacional).

f) Depreciação e amortização de máquinas, equipamentos e outros bens do

ativo imobilizado.

g) Depreciação e amortização de edificações e benfeitorias em imóveis próprios

ou de terceiros de uso da empresa.

h) Devolução de vendas.

i) Entre outros.

Ainda, nesse sistema não cumulativo de apuração do PIS e da COFINS10,

as Receitas Financeiras devem ser tributadas com aplicação das alíquotas de

0,65% e 4%, respectivamente.

1.7 Cálculo do PIS/COFINS nas saídas de mercadorias

O PIS e a COFINS são contribuições calculados com base no faturamento

da empresa, referente às vendas de mercadorias e serviços. Eles devem ser

calculados por dentro, como o ICMS, compondo a própria base cálculo.

Por exemplo:

10 Mudança de tributação de acordo com o Decreto nº 8.426, de 1º de abril de 2015.

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Valor da operação sem tributo R$ 100,00

Alíquota do PIS 1,65%

Alíquota da COFINS 7,60%

Fórmula preço final = preço s/tributos/(1-(1,65+7,60)) = 100/(1-(0,0165+0,076))=

110,19

CONTRIBUIÇÃO BASE DE CÁLCULO R$

ALÍQUOTA TRIBUTO EM R$

PIS 110,19 1,65% 1,82

COFINS 110,19 7,60% 8,37

SOMA 10,19

Valor da mercadoria 100,00

1.8 IRPJ E CSLL

Há duas espécies de tributos de competência da União: o Imposto de

Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição sobre o Lucro Líquido.

As alíquotas dos tributos são de 15% e 9%, respectivamente, imposto de

renda e contribuição sobre o lucro líquido sobre a base de cálculo do Lucro

Presumido. Também pode haver o adicional na alíquota de 10% de imposto de

renda, quando o lucro presumido mensal ultrapassar R$ 20.000,00.

1.9 Regimes Tributários Estaduais

As empresas contribuintes de ICMS devem fazer apuração mensal do

tributo, saber se devem ao governo ou se tem crédito para ser utilizados nos

próximos meses. A apuração acontece com o confronto entre crédito do imposto

pelas entradas de mercadorias tributadas e imposto pelas saídas de mercadorias

tributadas. O livro de Registro de Apuração do imposto é importante para verificar

o saldo, após devidamente preenchido com as informações obtidas dos

documentos fiscais de entrada e saída do estabelecimento. Antes, porém, deve

ser verificada em qual o regime de apuração que a empresa se encontra.

1.9.1 Regime Periódico de apuração – RPA

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Contribuintes do ICMS com receita bruta superior a R$ 3.600.000,00 (três

milhões e seiscentos mil reais), durante o ano ou ano-calendário anterior,

enquadram-se, obrigatoriamente, no Regime Periódico de Apuração do ICMS.

Esse sistema de apuração calcula o imposto com crédito das entradas e débito

das saídas do imposto destacado na nota fiscal de entrada e saída das

mercadorias, respectivamente. Essa apuração do imposto se dá mensal e

periodicamente.

Nesse regime, o contribuinte descobre o quanto tem que pagar naquele

mês, após a apuração do tributo, ou o valor do saldo credor que será utilizado

em período seguinte.

1.9.2 Regime de Estimativa (RE)

Nesse regime de apuração do tributo11, o contribuinte deve recolher

antecipadamente o ICMS, um valor que é definido previamente pelo Estado.

Depois, anualmente, faz a apuração para encontrar o valor real que deveria ser

pago. O resultado pode ser completado ou transferido para o período

subsequente.

1.9.3 Substituição Tributária

Substituição tributária é o deslocamento da responsabilidade tributária de

uma pessoa para outra no cumprimento da obrigação tributária: um terceiro que

não praticou o fato gerador fica responsável pelo cumprimento da obrigação

tributária porque possui vínculo indireto com o contribuinte principal.

Nesse regime, o fato gerador é presumido, fato que ainda não ocorreu,

mas a tributação acontece antecipadamente.

A substituição tributária pode acontecer para frente ou para trás. Na

primeira, há o recolhimento de dois impostos, da operação própria e o da

operação subsequente, antes que o fato gerador ocorra12.

11 Os Estados da Federação podem adotar esse regime de tributação, de acordo com a Lei Complementar nº 87/1996, lei de regência do ICMS (Lei Kandir). O Estado de São Paulo não se utiliza desse regime, dede janeiro de 2001. 12 De acordo com art. 261 e seguintes do RICMS/SP.

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Na outra, substituição tributária para trás, o imposto que se recolhe refere

a operações anteriores, pagamento postergado. Esse modo de substituição é

conhecido como diferimento. O exemplo disso está nas operações com produtor

rural, quando ocorrem vendas de produtos a industriais ou comerciantes. Nesse

caso, não há recolhimento antecipado do imposto. Entretanto, esse diferimento

não se aplica em operações: produtos com pessoa física ou produtor com

produtor.

Nessa relação de substituição tributária, há dois atores: o substituto e o

substituído. O primeiro é aquele que é responsável pelo recolhimento do

imposto; o outro é aquele que dá origem ao fato gerador, sem obrigação de

recolher o imposto.

A substituição tributária deve ser aprovada em lei estadual ou por meios

de Convênio ICMS ou Protocolo ICMS nas operações estaduais.

A base de cálculo da substituição tributária é formada por todos os valores

da operação própria, seguros e outras despesas cobradas do destinatário das

mercadorias, com acréscimo do IPI e da margem de valor agregado, aprovado

em Lei estadual, Convênio ICMS, protocolos ICMS.

1.10 ICMS E IPI

O ICMS e IPI são impostos de arrecadação estadual e federal,

respectivamente. A apuração do tributo a ser recolhido está a cargo da pessoa

jurídica quando há incidência tributária e saldo devedor do imposto.

1.10.1 Não cumulatividade

Não cumulatividade significa que o imposto devido em cada operação

será compensado com o montante cobrado nas operações anteriores.

Como regra, os impostos deveriam seguir esse princípio da não

cumulatividade. Apura-se o saldo tributo, com o confronto do crédito do imposto

pela entrada de mercadorias e pelo débito quando da saída delas do

estabelecimento. O saldo devedor da apuração indica que o imposto deve ser

recolhido naquele mês ao Estado correspondente.

Há previsão legal da aplicação desse princípio tanto do IPI quanto do

ICMS, ou seja, apuram-se esses impostos aplicando o princípio da não

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cumulatividade, mecanismo de débito/crédito. O imposto apurado será devido

quando resulta saldo devedor, o débito maior que o crédito do imposto. Essa

apuração do imposto deve acontecer sempre mensal.

1.10.2 ICMS

O ICMS é um imposto de competência dos Estados membros da

Federação Brasileira. Há uma lei ordinária estadual instituidora do tributo, o

decreto regulamentador e os Convênios que concedem benefícios.

O fato gerador desse imposto ocorre nas operações relativas à circulação

de mercadorias e prestação de serviço de transporte interestadual e

intermunicipal ou de comunicação em caráter oneroso, ainda que a operação ou

prestação se inicie no exterior.

Há outro fato gerador quando a empresa cadastrada no Regime Periódico

de Apuração adquire material de uso e consumo ou bens para o ativo imobilizado

de outro Estado Membro. O resultado dessa aquisição gera o diferencial de

alíquotas previsto na Constituição Federal13, que deve ser recolhido aos cofres

públicos.

Pode ocorrer ainda outro fato gerador, na da entrada de mercadorias de

outro Estado, quando o estabelecimento se encontra enquadrado no Regime

Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples, se as mercadorias

tiverem destino à comercialização e industrialização. Esse fato gerador resulta

imposto da diferença entre alíquota interna e interestadual, de acordo com o art.

2º, inciso II, §6º do RICMS/2000.

O fato gerador desse imposto ocorre na saída de mercadorias do

estabelecimento a qualquer título: venda, doação, troca de mercadorias, entre

outros14.

Na importação de mercadorias, o ICMS deve ser recolhido por ocasião do

desembaraço aduaneiro. Com ele, outros impostos também são recolhidos:

Imposto de Importação, do IPI, do PIS e da COFINS. No caso do ICMS, é

13 Art. 2º, inciso VI do Regulamento do ICMS/2000. 14 Art. 2º, inciso I do Regulamento do ICMS/2000.

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aplicada a alíquota vigente na operação interna do Estado membro em que

encontra o importador.

O ICMS e o ISS, o primeiro imposto estadual e outro municipal, têm sua

incidência nos serviços de transporte. A incidência do ICMS ocorre nos serviços

de transporte interestadual e intermunicipal, diferentemente daquele praticado

apenas dentro de um município, no qual haverá a incidência do ISS, imposto

municipal.

O transporte interestadual, intermunicipal ou intramunicipal é definido com

base no local de início e de término.

Se o transporte se enquadrar como interestadual, o ICMS será devido

sempre ao Estado em que se inicia o transporte15.

O transporte apenas dentro do município, denominado de intramunicipal,

está sujeito à tributação do ISS, imposto municipal, de acordo com o item 16.1

da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003.

Nos serviços de comunicação por qualquer meio, incluindo geração,

emissão, recepção, transmissão, retransmissão, entre outros, quando oneroso,

há tributação do ICMS. O que significa que, nas aquisições de serviços da TV

por assinatura, haverá a incidência do ICMS. Na TV aberta, quando da utilização,

não há tributação.

A base de cálculo do ICMS é o valor das mercadorias transferidas de

alguma forma a outros. Na falta desse valor, a base de cálculo do imposto é o

preço corrente de mercadoria ou de sua similar no mercado atacadista do local

da operação ou, na falta, no mercado atacadista regional, caso o remetente seja

produtor, extrator ou gerador, inclusive de energia. Também deve se utilizar na

base de cálculo do tributo o preço FOB estabelecimento industrial, caso o

remetente seja industrial; ou o preço FOB estabelecimento comercial à vista, nas

vendas a outros comerciantes ou industriais, caso o remetente seja comerciante.

Na importação de mercadorias, a base de cálculo é montante da soma do

valor do documento de importação, do imposto de importação, do imposto sobre

produtos industrializados, do imposto sobre operações financeiras, entre outros

15 Art. 2º, inciso VIII, do RICMS/2000.

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impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras16. Exemplo disso, é o PIS

e a COFINS que também fazem parte da base de cálculo do ICMS.

As alíquotas do ICMS podem ser internas ou interestaduais. Elas são

fixadas por lei ordinária estadual e regulamento.

Nas operações internas, dentro do estado de São Paulo, as alíquotas são

de 18%. Nas operações interestaduais, com destino ao Norte, Nordeste e

Centro-Oeste e Espírito Santo, a alíquota do ICMS é de 7%. Nas operações

interestaduais com destino das mercadorias para os Estados da região Sul e do

Sudeste, a alíquota é de 12%.

Também há alíquota de 4% nas operações interestaduais de transporte

aéreo de passageiro de carga e mala postal, em que o destinatário do serviço

seja contribuinte do ICMS. Por fim, ainda, há alíquota de 12% e 25%, nas

operações com energia elétrica, dependendo de cada fornecimento, residencial,

transporte público eletrificado de passageiros, propriedade rural.

Nas operações interestaduais de mercadorias para não contribuintes do

imposto ICMS, devem ser utilizadas as alíquotas internas do Estado17.

1.10.3 Cálculo do ICMS nas saídas de mercadorias

O ICMS é um imposto calculado por dentro. Na venda de mercadoria, o

imposto já está embutido no preço do bem. O contribuinte para o incluir o imposto

na formação do preço deve seguir a fórmula Preço da Mercadoria sem ICMS

dividido pela carga tributária. Preço s/Imposto

Carga tributária

Exemplo:

Mercadoria R$ 1.000,00

ICMS 18%

Cálculo do valor final (1.000,00/1-0,18) = 1.219,50

Comprovação do imposto (1.219,50 x 18% = 1.000,00)

O imposto devido na saída da mercadoria é de R$ 219,50.

16 De acordo o art. 37, inciso V e §§ 5º e 6º, do RICMS/2000. 17 De acordo com o art. 56 do RICMS/2000.

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1.10.4 Diferencial de alíquota do ICMS

O diferencial de alíquota ocorre nas aquisições interestaduais de

mercadorias para uso e consumo ou para ativo imobilizado quando a alíquota

interna supera a alíquota interestadual.

No Estado de São Paulo, o procedimento Regime Periódico de Apuração

(RPA) é lançar como crédito, no quadro “Crédito do imposto – Outros Créditos”,

indicando “Inciso I do art. 117 do RICMS”, o valor do imposto pago em outro

Estado, relativo à respectiva operação ou prestação; e, depois, lançar com

débito, no quadro de Débito do Imposto – Outros Débitos, indicando: Inciso II do

art. 117 do RICMS, o valor do imposto decorrente da aplicação da alíquota

interna sobre a base de cálculo da operação correspondente.

No Simples, apura-se o diferencial de alíquota na escrituração normal dos

livros. Entretanto, essa informação é apresentada à fiscalização anualmente, por

meio de Declaração das Operações Interestaduais (STDA), que abrange, além

do Diferencial de Alíquota, Antecipação Tributária e Substituição Tributária.

Para apuração desse diferencial, é necessário que o adquirente das

mercadorias descubra qual a alíquota específica do produto no Estado. No

Estado de São Paulo, as alíquotas podem ser de 7, 12, 18 e 25%.

As empresas participantes do Simples Nacional também devem recolher

o diferencial de alíquota do ICMS paulista tanto na aquisição de material de uso,

consumo ou ofício como também quando o produto é destinado à revenda ou

industrialização18.

1.10.5 Do crédito do ICMS

De acordo com o Princípio Constitucional da não cumulatividade, adotado

pelo ICMS, o imposto devido em cada operação será compensado com o

montante cobrado nas operações posteriores. Na verdade, mensalmente, o

imposto é creditado ou debitado na entrada e saída de mercadorias ou serviços,

respectivamente; apurando-se o saldo, quando devedor, o imposto deve ser

recolhido aos cofres públicos estaduais.

18 De acordo com art. 115, inciso XV, alínea “a”, RICMS/SP.

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Isso significa que nas saídas de mercadorias ou serviços, o crédito é

possível quando a saída for tributada normalmente. Como regra, não haverá

manutenção do crédito quando a saída de mercadoria ou serviços goza de

isenção ou se for não tributada.

1.10.6 IPI

O Imposto sobre produtos industrializados é um imposto de competência

do Governo Federal. Seu fato gerador pode ocorrer no desembaraço aduaneiro,

na saída de mercadorias do estabelecimento industrial ou na saída de

mercadorias de estabelecimento equiparado a industrial.

Trata-se de industrialização qualquer operação que modifique a natureza,

o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto.

Também se considera industrialização quando ocorre o aperfeiçoamento do

produto para consumo.

A industrialização abrange cinco modalidades: transformação,

beneficiamento, montagem, acondicionamento ou recondicionamento.

Há casos fora do conceito de industrialização que não gera o Imposto

sobre produtos Industrializados (IPI):

a) Produtos alimentares, preparados e vendidos diretamente a consumidor

final;

b) Produtos de artesanatos quando vendidos a consumidor, diretamente ou

por intermédio de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido;

c) Produtos fabricados por encomenda do usuário final, em oficina19, em que

se prepondera o trabalho profissional20;

d) Mercadorias produzidas fora do estabelecimento industrial em

edificações;

e) Conserto, restauração e recondicionamento de produtos usados do

próprio usuário ou de sua família; também é beneficiada da exclusão do

imposto ou do conceito de industrialização de partes ou peças para uso

nessas modalidades;

19 Essa exclusão do imposto exige que a oficina tenha no máximo cinco operários e a força motriz atinja apenas cinco quilowatts. 20 Considera trabalho preponderante para essa exclusão do imposto aquele que tenha o valor da mão-de-obra empregada, no mínimo com sessenta por cento.

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f) Reparo de produtos com defeitos de fabricação, mesmo com a utilização

de peças, quando gratuitamente ocorrer;

g) Mistura de tintas em cores sob escolha do consumidor realizada em

estabelecimento varejista.

h) Entre outros.

Há estabelecimento que não são industriais na essência, mas são

equiparados a industrial, por lei:

a) Estabelecimento importador;

b) Estabelecimento comercial de produtos industrializados por terceiros;

c) Estabelecimento industrial que realiza venda de matéria-prima para comercial

ou industrial.

Para os atacadistas, não há obrigatoriedade de equiparação a industrial.

Por opção, o atacadista pode vender a industrial ou revendedor com IPI. Uma

empresa que tem atividade industrial e comercial, pode adquirir produtos para

revender. Ela pode se enquadrar como industrial, quando vender esses produtos

a industrial ou atacadista. Esse enquadramento é opcional21, ou seja, essa

equiparação é opcional, diferente da legal, obrigatoriedade.

A base de cálculo é importante porque é sobre ela que se aplica um

percentual, alíquota para encontrar o imposto devido. Na importação de

mercadoria, a base de cálculo do IPI é o valor utilizado para o cálculo dos tributos

aduaneiros, com acréscimo do imposto de importação. Nas operações em geral,

a base de cálculo é o valor da operação: com acréscimo do frete, quando

cobrado do destinatário; dos descontos condicionais também; além disso, as

despesas acessórias devem fazer parte da base de cálculo, quando cobradas

do destinatário.

As alíquotas aplicadas são variáveis de acordo com a classificação fiscal.

Tudo isso indicado na Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).

Essa classificação direciona o tributo envolvido nas operações de importação e

21 Para exercer essa opção, basta alterar os dados cadastrais no CNPJ e colocar essa condição.

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exportação, e de saída de produtos industrializados, com a indicação das

alíquotas correspondentes.

O próprio contribuinte que determina a classificação de seu produto.

Podem-se formular consultas à Receita Federal do Brasil, prestando todas as

informações técnicas necessárias à perfeita identificação do produto, para que

ela indique uma classificação fiscal do produto industrializado pela empresa.

1.10.7 Cálculo do IPI nas saídas de mercadorias

O IPI é um imposto devido com a circulação de mercadorias de

estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Ele é calculado por fora,

ou seja, aplica-se uma alíquota sobre o valor da operação. O imposto é

destacado na nota fiscal separadamente e somado com os produtos.

Por exemplo:

Valor da mercadoria com impostos = R$ 1.000,00

Alíquota do IPI = 10%

Cálculo do imposto = 1.000,00 x 10% = 100,00

O valor total da nota fiscal é a soma da mercadoria + o imposto de R$ 1.100,00.

1.10.8 Benefícios fiscais do ICMS

O ICMS traz várias formas de benefícios fiscais aos contribuintes do

imposto. A redução da base de cálculo é um desses benefícios, conhecida

também como isenção parcial, que tem o propósito de reduzir a carga tributária.

Ela pode ser concedida por prazo determinado ou indeterminado e deve ser

aprovada entre acordo entre os Estados – Convênio.

Há outros benefícios como Isenção, Suspensão, Diferimento e

Substituição Tributária que serão comentados logo abaixo.

1.10.9 Incidência – Não incidência – isenção

A incidência do tributo pode ocorrer quando há uma previsão legal. A lei

determina os casos em que pode acontecer a obrigatoriedade de se apurar,

calcular e recolher o tributo. A não incidência é o contrário, a norma jurídica não

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prevê tributação de atos ou fatos praticados pelo contribuinte ou responsável.

Então, há dois modos: há tributação ou não há tributação, respectivamente,

incidência ou não incidência do tributo. Se não incidência do tributo, não surge

obrigação tributária e, consequentemente, não há arrecadação.

Na imunidade, não há incidência do imposto. Essa determinação está

contida na Constituição Federal. Como exemplo, não há incidência de imposto

na composição ou venda de livros, jornais e periódicos.

Na isenção, é diferente, há incidência do tributo, mas, por alguma razão,

o legislador não determina a obrigatoriedade de recolhimento do tributo. Com o

fato gerado, nasce a obrigação tributária e, ao mesmo tempo, há exclusão do

crédito tributária. Essa isenção pode apenas ocorrer de lei ordinária ou de lei

complementar, dependendo da espécie de tributo.

No caso do ICMS, os Convênios ICMS entre os Estados determinam os

benefícios fiscais22.

A revogação da isenção do tributo apenas entra em vigor no exercício

seguinte ao da aprovação da lei revogadora, ao respeito do princípio da

anterioridade.

As isenções podem ser por prazo certo e determinado ou por prazos

indeterminados. No caso do ICMS, elas estão previstas no Anexo I, do

RICM/2000, aprovado pelo Decreto nº 45.490/2000.

1.10.10 Hipóteses de não incidência do IPI

Não há incidência do IPI em várias situações: na exportação direta aquela

em que o produto é faturado e exportado pelo próprio exportador; nas saídas de

bens do ativo imobilizado incorporado no patrimônio há mais de cinco anos; nas

transferências de mercadorias, quando da mudança de endereço do

estabelecimento, entre outras.

1.10.11 Hipóteses de isenção do IPI

As isenções do IPI estão previstas em lei ordinária federal, por se tratar

de imposto federal. Entre elas, estão: amostra grátis de produtos; nas aquisições

22 Os benefícios fiscais estão previstos na Constituição Federal de 1988 e na Lei Complementar 24/1975.

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de Missões diplomáticas de veículos de fabricante nacional em caráter

permanente; e, também, nas remessas postais internacionais sujeitas ao regime

de tributação simplificado.

1.10.12 Hipóteses de não incidência do ICMS

Não há incidência do ICMS, ou seja, o imposto não será devido nas

operações internas com armazém-geral ou depósito fechado; nas exportações

direta e indireta; nas operações interestaduais com petróleo e energia elétrica;

nos serviços de consertos dos produtos para o consumidor final.

1.10.13 Hipóteses de isenção do ICMS

Estão previstas isenções do ICMS quando ocorre distribuição gratuita de

amostra grátis, sem que haja valor comercial. Nas operações para Zona Franca

de Manaus e nas Áreas de Livre Comércio, podem ocorrer isenções com a

condição de o produto ser industrializado, de origem nacional e destinado à

comercialização ou industrialização. Nem todos os produtos podem usufruir

desse benefício, tais como: armas e munições, perfumes, veículos de passeio,

fumos, bebidas alcoólicas.

Também podem ocorrer isenções do ICMS nas saídas internas ou

interestaduais de produtos para exposição e feiras. Esse tipo de isenção só se

consolida quando os bens retornem ao estabelecimento em sessenta dias.

1.10.14 Suspensão – diferimento

A obrigatoriedade do imposto pode ficar suspensão ou diferida. Na

suspensão, o recolhimento deve acontecer futuramente. Não há transferência de

responsabilidade tributária, o próprio contribuinte continua responsável pelo

pagamento. O que acontece é um deslocamento da obrigação tributária. Isso

pode ocorrer no ICMS.

No IPI, também é tratada como adiamento do recolhimento do imposto

em um futuro, porém pode haver transferência de responsabilidade tributária a

terceiros, ou seja, a responsabilidade tributária pelo recolhimento do imposto

pode ou não retornar ao contribuinte.

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São exemplos de operações com suspensão do ICMS: demonstração de

mercadorias; saídas de produtos destinados à cirurgia; saída de bens para

utilização fora do estabelecimento, com previsão de retorno; industrialização de

produtos.

São exemplos de operações com suspensão do IPI: remessa de produtos

para exposição ou feira; exportação indireta; remessa para industrialização;

transferência de produtos e bens do ativo entre estabelecimentos da mesma

Pessoa Jurídica, entre outros.

O diferimento é uma espécie de substituição tributária em que o ocorre o

adiamento do imposto e a transferência de responsabilidade pelo pagamento a

terceiros.

Na legislação do IPI, não há previsão de diferimento do imposto. Para o

ICMS, esse instituto se aplica em retorno de industrialização, nas operações

dentro do estado; nas operações com produtor rural pessoa física; nas saídas

de madeiras pinos, de araucária ou de eucalipto, em tora, tolete ou resíduo de

madeira, exceto quando destinados à produção de papel, de celulose, de

aglomerado ou de compensado; nas saídas de polpa de frutas congeladas; nas

saídas de pescado; nas saídas de aves; entre outros.

1.11 Regimes Tributários Municipais

Os contribuintes do Imposto sobre Serviços são pessoa jurídicas e os

autônomos que prestam serviços relacionados na lista anexa à Lei

Complementar nº 116/2003.

1.11.1 ISS

Os tributos de competência dos municípios podem ser classificados como

mobiliários ou imobiliários. Os tributos denominados de mobiliários são aqueles

que, por exclusão, não têm sua origem relacionada com imóveis. Tributos dessa

natureza são dois: o ISS e as taxas pelo exercício do poder de polícia (taxa de

fiscalização).

Os tributos imobiliários são os que têm incidência em propriedade imóvel.

São de dois tipos: IPTU e ITBI.

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O Imposto sobre Serviço (ISS) é um tributo de competência dos

municípios brasileiros23.

Esse imposto municipal tem a função fiscal. Ele pode ser direto ou indireto,

real residual e não vinculado, ele tem como fato gerador a prestação de serviços

constantes da lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003.

A função fiscal do ISS significa apenas arrecadação, não há outro objetivo.

Ele pode ser indireto. É possível transferir a obrigação tributária a terceiros,

contribuinte de fato. É real porque está relacionado a bens e não a pessoas. É

residual porque incide isoladamente quando não há ICMS, IPI ou IOF.

Como regra, o serviço considera-se prestado e o imposto devido na

cidade em que se encontra o estabelecimento prestador. Na falta desse, na

cidade do domicílio do prestador.

O ISS deve seguir alguns princípios que protege os contribuintes:

legalidade, da anterioridade e capacidade contributiva.

A alíquota do ISS pode variar de 2% a 5%, dependendo da legislação de

cada município. Há casos, itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços, anexa ao

Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968, em que a alíquota mínima pode

ser reduzida.

O lançamento do Imposto sobre Serviços é por homologação, como prevê

o Código Tributário Nacional, em seu art. 150. O sujeito passivo, a cada fato

gerador, calcula o montante do tributo devido e recolhe o tributo

antecipadamente, sem prévio exame da autoridade administrativa.

Os contribuintes devem registrar no Cadastro do Contribuinte Mobiliário,

em que são identificados seus dados cadastrais.

1.11.2 Atividades Gerais

1. Quais são as fontes do Direito Tributário?

2. Para que servem as Normas Complementares?

23 Art. 156, inciso III, da Constituição Federal e na Lei Complementar nº 116/2003.

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3. Como nasce a Obrigação Tributária? Quais seus tipos?

4. Qual a função da obrigação tributária acessória? Dê exemplos de

Obrigação Tributária Acessória.

5. Por que a Legislação Tributária exige a emissão de nota fiscal na

transferência de mercadorias ou serviços?

6. O que significa Danfe? E para que serve?

7. Por que deve acontecer a escrituração de livros fiscais?

8. Qual a função da Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA)?

9. Para que serve o Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP)?

10. O que significa SPED? Qual a intenção da fiscalização com sua

instituição?

11. O que significa regimes tributários?

12. Quais são os regimes tributários do Imposto de Renda da Pessoa

Jurídica?

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13. Por que no regime de Lucro Presumido ou Simples Nacional, o

contribuinte pode recolher mais tributos que deveria?

14. Por que a Pessoa Física pode ser equiparada à Pessoa Jurídica, em

tributação?

15. Qual o critério para optar pelo regime de tributação Simples Nacional?

Quais os tributos que envolvem esse regime?

16. O que significa MEI? Por que da existência dele?

17. Como pode acontecer a tributação do PIS e COFINS?

18. Quais são os regimes tributários estaduais?

19. O que significa Substituição Tributária?

20. Como pode ser conceituado o ICMS e o IPI?

21. O significa não cumulatividade?

22. O que significa Incidência e não incidência?

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23. O que significa imunidade e isenção?

24. O que significa suspensão e diferimento?

25. Quais são os tributos de competência dos Municípios?

2. ESCRITURAÇÃO NA PRÁTICA

A desenvolver.

2.1 Escrituração do Simples

A intenção é trabalhar com cinco empresas com CNPJ se relacionando

entre si, operações de compra e venda, entre outras.

No primeiro módulo, os alunos serão divididos em grupos. O grupo A

emitirá notas ficais de vendas da empresa-A, principal, com apuração da

tributação Sistema Simples. Os outros grupos, representando CNPJ diferentes,

emitirão notas fiscais de vendas à empresa A.

O aluno fará a escrituração das notas fiscais de entrada e saída da

Empresa-A, Simples Nacional. Depois, deve-se apurar a tributação

correspondente: o Diferencial de Alíquota ICMS e o Simples Nacional.

2.2 Escrituração do lucro presumido

A desenvolver.

2.3 Escrituração do Lucro Real

A desenvolver.

2.4 Escrituração do MEI

A desenvolver.

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3. Anexos

3.1 A desenvolver

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