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Poder Judiciário de Alagoas ESMAL - Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas _________________________________________________________________________________________________________________ Seminário de Português instrumental Prof. Eduardo Sampaio 1 DO TEXTO ORAL AO ESCRITO PARTICULARIDADES E SEMELHANÇAS O texto falado, em geral, é criado no próprio momento da conversação, isto é, não possui rascunho, ao contrário do texto escrito, que pode ser planejado, revisto, rascunhado. Quando falamos, vamos construindo nosso texto. De acordo com a reação do nosso interlocutor, repetimos a informação, mudamos o tom, reformulamos nossa explicação. Há por isso uma tendência a produzir ideias menos complexas do que na escrita. Na escrita, salvo em casos específicos, torna- se deselegante repetir algumas palavras ou expressões, e, às vezes, temos de fazer cansativas buscas por sinônimos, a fim de que o texto fique menos repetitivo e redundante do ponto de vista fônico. Na modalidade oral, há entre falante e ouvinte um intercâmbio direto, o que não ocorre com a língua escrita, na qual a comunicação se faz geralmente na ausência de um dos participantes. O texto escrito tem de suprir, portanto, a ausência da situação, fornecendo o maior número possível de pistas para esclarecer o seu sentido, a sua intenção. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem- elaborada que a língua falada, porque é a modalidade que mantém a “unidade” linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a modalidade falada. Não podemos, contudo, deixar de ressaltar que, embora observemos várias diferenças fundamentais entre fala e escrita, há textos escritos tão informais que se assemelham aos falados (bilhetes, anúncios classificados, etc.), da mesma forma que alguns textos falados apresentam um tão alto grau de formalidade que se aproximam significativamente dos textos escritos (discursos festivos, informações técnicas, noticiários de rádio e tv etc.). Comparemos algumas frases produzidas em modalidade falada a outras produzidas em modalidade escrita: a) Ficar só dizendo que o Brasil não presta pra educação não vai dar em nada. A gente tem que melhorar isso de qualquer jeito. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ b) Se o povo quiser, com certeza vai mudar as coisas na política que tá aí, fazendo com que, cada vez mais, o Brasil saiu do buraco. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ADEQUAÇÃO DE LINGUAGEM 01. Transforme as frases a seguir, passando-as da linguagem oral para a linguagem escrita. a) Hoje em dia as pessoas só querem saber de enrolar as outras e ninguém pensa no que é que vai acontecer depois. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ b) Ninguém aqui é menino pra ficar esperando o papai fazer as coisas que devem ser feitas. Todo mundo tem que meter a cara e fazer o que tem que ser feito. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________

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Poder Judiciário de Alagoas ESMAL - Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas

_________________________________________________________________________________________________________________

Seminário de Português instrumental Prof. Eduardo Sampaio 1

DO TEXTO ORAL AO ESCRITO

PARTICULARIDADES E SEMELHANÇAS

O texto falado, em geral, é criado no próprio momento da conversação, isto é, não possui rascunho, ao contrário do texto escrito, que pode ser planejado, revisto, rascunhado. Quando falamos, vamos construindo nosso texto. De acordo com a reação do nosso interlocutor, repetimos a informação, mudamos o tom, reformulamos nossa explicação. Há por isso uma tendência a produzir ideias menos complexas do que na escrita. Na escrita, salvo em casos específicos, torna-se deselegante repetir algumas palavras ou expressões, e, às vezes, temos de fazer cansativas buscas por sinônimos, a fim de que o texto fique menos repetitivo e redundante do ponto de vista fônico.

Na modalidade oral, há entre falante e ouvinte um intercâmbio direto, o que não ocorre com a língua escrita, na qual a comunicação se faz geralmente na ausência de um dos participantes. O texto escrito tem de suprir, portanto, a ausência da situação, fornecendo o maior número possível de pistas para esclarecer o seu sentido, a sua intenção.

A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada que a língua falada, porque é a modalidade que mantém a “unidade” linguística de um povo, além de ser a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se processam lentamente e em número consideravelmente menor, quando cotejada com a modalidade falada. Não podemos, contudo, deixar de ressaltar que, embora observemos várias diferenças fundamentais entre fala e escrita, há textos escritos tão informais que se assemelham aos falados (bilhetes, anúncios classificados, etc.), da mesma forma que alguns textos falados apresentam um tão alto grau de formalidade que se aproximam significativamente dos textos escritos (discursos festivos, informações técnicas, noticiários de rádio e tv etc.).

Comparemos algumas frases produzidas em modalidade falada a outras produzidas em modalidade escrita:

a) Ficar só dizendo que o Brasil não presta pra

educação não vai dar em nada. A gente tem que melhorar isso de qualquer jeito.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

b) Se o povo quiser, com certeza vai mudar as

coisas na política que tá aí, fazendo com que, cada vez mais, o Brasil saiu do buraco.

____________________________________________

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____________________________________________

ADEQUAÇÃO DE LINGUAGEM

01. Transforme as frases a seguir, passando-as da linguagem oral para a linguagem escrita.

a) Hoje em dia as pessoas só querem saber de enrolar as outras e ninguém pensa no que é que vai acontecer depois.

____________________________________________

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b) Ninguém aqui é menino pra ficar esperando o papai fazer as coisas que devem ser feitas. Todo mundo tem que meter a cara e fazer o que tem que ser feito.

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02. Transforme as frases a seguir, passando-as da linguagem oral para a linguagem escrita.

a) O juiz disse que era pra gente fazer o que a gente achasse mais interessante. Aí foi que agente decidiu falar com os jornalistas na sala de baixo do tribunal.

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b) O processo tava cheio de erro, parece até que ninguém tinha visto aquilo. Os parágrafos tavam escritos de qualquer jeito.

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03. Reescreva as frases a seguir, passando-as da linguagem coloquial para a linguagem prescrita pela gramática normativa.

a) A nível de carro, eles tem um da hora.

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b) O time vai mal, haja visto o último jogo.

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c) Os porteiros estão melhores informados que eu.

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d) Silvanicleide deu a luz a uma criança.

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e) Esse caso é para mim resolver.

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f) O cordão possue duas gramas de ouro.

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g) Se você escrevesse minhas redações, eu dava um beijo em ti.

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h) Nós exijimos tudo o que temos direito.

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i) Entre eu e você tem muita diferença.

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j) Nós preferimos mais chá do que café.

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k) A coalisão internacional implicou na queda do presidente da Costa do Marfim.

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l) Vossa excelência queirais retificar o documento, pois que ele está como requizitado.

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m) O livro que foi dado para mim ler era muito insipiente.

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n) A nível de discurso, esse seu texto está ótimo!

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o) A flagrânica da planta não passava desapercebida.

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p) Requer, afinal, seja considerado improssedente o pedido, e o autor condenado as custas processoais e onorários advocatícios.

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q) Intime-se os reus, pois devem haver fatos novos a ser conhecidos pela côrte.

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Mudanças mais significativas na acentuação das palavras

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos Éi e Ói das palavras paroxítonas: Exs.: alcateia, androide, ideia.

Dentre as palavras escritas abaixo, destaque as que estão grafadas em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico:

apoia / destrói / européia / boia / celulóide /

asteróide / colmeia / constroi / debiloide /

assembléia / heroico / heroi / papéis / troféu / trofeus /

tramóia / odisseia / paranóia / jiboia

2. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em eem e oo(s). Exs.: voo, enjoo, doo (verbo doar), creem, leem, veem, magoo, povoo, etc.

3. Não se usam mais alguns acentos diferenciais:

Como era Como fica Ele pára o carro. Ele para o carro. Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo norte. Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. Gato de pêlos brancos. Gato de pelos brancos. Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção! Permanecem os acentos diferenciais:

a) em pôde = passado do verbo poder.

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b) em pôr = verbo.

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c) do singular e do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

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Nota: é facultativo o acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Ex.: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Emprego do HÍFEN

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de

palavra iniciada por h.

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2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

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Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em

vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.

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4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.

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5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.

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6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.

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Atenção:

• Nos demais casos, não se usa o hífen. Exs.: hipermercado, superproteção, intermunicipal.

• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.

• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.

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8. Com os prefixos sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, ex e vice usa-se sempre o hífen.

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9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exs.: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Ex.:

Os alagoanos ficaram bastante felizes quando, de repente, souberam que na última segunda deu- -se um sorteio de 10 passagens aéreas (só de ida) para a Faixa de Gaza entre alguns políticos alagoanos (houve quem pedisse 30).

TRÊS IMPORTANTES

CORRELAÇÕES ORTOGRÁFICAS

Observe as seguintes correlações gráficas:

a correlação gráfica nd / ns na formação de substantivos a partir de verbos:

distender ____________ estender _____________

expandir ___________ suspender ______________

compreender ___________ pretender ____________

a correlação gráfica ced / cess em nomes formados a partir de verbos:

ceder ______________ conceder ______________

interceder ______________ exceder ____________

retroceder ______________ proceder ____________

a correlação gráfica ter / tenção em nomes formados a partir de verbos:

abster ________________ ater ________________

conter ________________ deter _______________

reter __________________ manter ______________

Cuidado!

prometer - promessa / intrometer - intromissão comprometer - compromisso / remeter - remessa

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Correção redacional

04. O texto abaixo, um modelo simples de sentença judicial, foi propositalmente alterado, no que tange aos aspectos estruturadores de sua linguagem. Analise-o com atenção e faça as correções necessárias, de modo a adaptá-lo aos padrões da norma culta da língua.

1 ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE UMUARAMA –

ESTADO DO PARANÁ

SENTENÇA

Vistos e examinados esses altos de Ação de

Cobrança sobre n.º 310/03, que é autor Carlos

Augusto da Silva e réu Haro Yamada.

I – Relatório

O Autor ingressou o presente feito

reinvindicando o pagamento da importância de R$

50.000,00, referentes ao valor da ultima parcela do

contrato de compra e venda através do qual o Réu

tinha adquirido do Autor uma chácara de laser;

Tais alegações foram comprovadas pelos

documentos das fls. 09 e 10;

Ante ao alegado, requiz o pagamento da

ultima parcela do contrato de compra e venda

pactuado das partes;

Regularmente citado, o Réu apresentou

contestassão, alegando que já teria efetuado o

pagamento, mas que, com tudo não lhes foi entregue

o recibo de pagamento;

Ao final, requiz a improscedência dos pedidos

contidos na inicial;

Na audiência de consiliação não houve

acordo;

Na audiência de instrução e julgamento, as

testemunhas de defeza declararam que teriam

presenciado o Réu efetuando o pagamento da

respectiva importância para o Autor, que por sua vez,

não apresentou testemunhas.

É em síntese, o relatório.

Decido.

II - Fundamentação

Ressoa aos autos a procedência total do pedido inicial.

Com efeito, o artigo 401 do CPC, não autoriza

prova exclusivamente testemunhal nos contratos que o

valor não exceda o décuplo do maior salário mínimo

vigente no país, ao tempo em que foram celebrados, o

que é o caso à tela!

A este respeito tem decidido o Primeiro

Tribunal de Alssada Civil de São Paulo:

EMBARGOS DO DEVEDOR - Execução por

título extra-judicial – Alegação de pagamento parcial –

Impossibilidade de demonstração através de prova

exclusivamente testemunhal, visto que o valor

ultrapassa o décuplo do maior salário mínimo (artigo

401 do CPC) – Necessidade de comprovação da

quitação através de prova documental ou por anotação

no próprio título. (1ºTACivSP - Ap. Cív. nº 417.447/90-

2 - Marília - 7ª Câm. - Rel. Juíz Luiz Henrique de S. e

Silva - J. 13.03.90 - v.u).

E ainda, descreve o ilustre dotrinador Orlando

Gomes:

“A quitação vem a ser assim cujo o qual o

credor, ou seu representante, certifica o pagamento.

Exige a lei que se dê por escrito. Trata-se, a demais,

de instrumento de conteúdo legalmente determinado.

Nele, se deve declarar o valor, a espécie da dívida

quitada, o nome do devedor ou quem por ele pagou o

tempo e o lugar do pagamento. A inobservância

destas prescrições, torna irregular o recibo de

quitação, autorizando o devedor a exigir, por via

judicial, a regularização. Há de ser dado, pois na

devida forma.Uma vez que se destina a provar o

pagamento, aplica-se à quitação as disposições legais

pertinentes a prova por instrumento particular. O recibo

de quitação deve ser feito e assinado, ou somente

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assinado, pelo credor, ou quem o represente, e sub-

escrito por duas testemunhas. A respeito de terceiros

seus efeitos não se operam antes de transcrito no

registro público, mas entre as partes, o solvens e o

accipiens, valem independentemente do cumprimento

dessa formalidade.Por isso que interessa ao devedor,

a quem incumbe ao ônus da prova do pagamento, as

despesas com a quitação presumem-se de sua

obrigação. Não havendo, pois estipulação a respeito,

incumbe-o pagá-las”. (GOMES, Orlando. Obrigações,

Editora Forense, Rio de Janeiro:2001, pág. 83).

Desta feita, faz jus o Autor a percepção dos

valores pleiteados na inicial, a saberem:

R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), referente a ultima

parcela do contrato de compra e venda efetuado entre

as partes.

Portanto, tendo em vista os fundamentos

acima deduzidos, a proscedência total do pedido nos

termos da inicial é de rigor.

III - Dispositivo

Posto isso, julgo parcialmente procedente o

pedido, para o fim de condenar o requerido Raro

Yamada à pagar ao Autor Carlos Augusto da Silva, a

importância de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais)

referente a ultima parcela do contrato de compra e

venda do imóvel celebrado entre as partes, acrecida

de juros legais de 1% (um por cento) a partir de então,

corrigida monetariamente pelo INPC e juros de mora a

partir da sitação.

Condeno o Réu ao pagamento das custas e

despesas processuais, bem como, dos honorários

advocatícios, aos quais arbitro em R$ 500,00

(quinhentos reais), tendo em consideração,

especialmente, a simplicidade da causa, em que pese

o bom trabalho desenvolvido pelos patronos do Autor,

o que faço com base no artigo 20, § 4.°, c.c. § 3.°,

alíneas a à c, do Código de Processo Civil.

Registrem-se. Intimem-se.

Nada mais.

Ermenegilda Eclosélida Pinhal___ Juíza da Direito

05. Considerando os adjetivos pátrios compostos, marque a alternativa correta:

1. austro-húngaro 2. greco-romano 3. franco- -brasileiro 4. nipo-americano 5. ítalo-germânico

(A) estão corretamente grafados todos os termos compostos

(B) está incorretamente grafado o termo composto da opção 4

(C) está incorretamente grafado o termo composto da opção 2

(D) está incorretamente grafado o termo composto da opção 1

(E) está incorretamente grafado o termo composto da opção 3

06. As seguintes paroxítonas estão corretamente grafadas, exceto:

(A) contêiner

(B) destróier

(C) Méier

(D) Blêizer

(E) geóide

07. Marque a opção em que uma das formas verbais está incorreta:

(A) águo – aguo

(B) águas – aguas

(C) água – agua

(D) águais – aguais

(E) águam – aguam

08. Assinale a opção em que há erro de ortografia:

(A) mão de obra

(B) mão de vaca (designando pessoa avarenta)

(C) mão de vaca (designando planta)

(D) mão de criança

(E) mão de moça

09. Os prefixos que são seguidos de hífen quando o segundo termo da palavra composta inicia- -se com h, m, n ou vogal são:

(A) hiper-, inter- e super-

(B) circum- e pan-

(C) sub- e sob-

(D) ab- e ob-

(E) recém- e aquém-

10. Assinale a alternativa em que todos os termos compostos estão grafados em conformidade com o Novo Acordo Ortográfico.

(A) pé-de-moleque, ponto-de-vista, ponto-e-vírgula.

(B) cor-de-rosa, arco-da-velha, pimenta-do-reino.

(C) mais-que-perfeito, dia-a-dia, cravo-da-índia.

(D) água-de-colônia, pé-de-meia, camisa-de-força.

(E) corre-corre, cara-de-pau, fim-de-semana.

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11. Indique a única sequência em que todas as palavras estão grafadas corretamente:

(A) fanatizar - analizar - frizar.

(B) fanatisar - paralizar - frisar.

(C) banalizar - analisar - paralisar.

(D) realisar - analisar - paralizar.

(E) utilizar - canalisar - vasamento.

12. Marque a opção cm que todas as palavras estão grafadas corretamente:

(A) enxotar - trouxa - chícara.

(B) berinjela - jiló - gipe.

(C) passos - discussão - arremesso.

(D) certeza - empresa - defeza.

(E) nervoso - desafio - atravez.

13. Complete as lacunas com “porque”, “porquê’,

“por que” ou “por quê”.

1. O caminho ____________ seguiu o eminente

ministro não era sem razão ___________

fundamentado em princípios constitucionais.

2. ____________ impedido pelo TRE, o político não

pôde registrar sua candidatura.

3. No discurso de José Mourinho, surgiram tantos

_____________.

4. Contestar a decisão do pleno do TJ __________,

se não temos força jurídica suficiente?

5. ___________ desenterrar polêmicas quando o

que interessa é bom andamento da judiciário?

6. ___________ o salário dos servidores da justiça

está defasado, receberá reajuste no segundo

semestre.

14. Dê a palavra derivada, acrescentando os sufixos ESA ou EZA:

Portugal: ____________________________________

certo: _______________________________________

limpo: ______________________________________

gentil: ______________________________________

duro: _______________________________________

China: ______________________________________

duque: _____________________________________

Calábria: ____________________________________

barão: ______________________________________

grande: _____________________________________

puro: ______________________________________

marquês: ____________________________________

França: _____________________________________

1. A / Há

A (preposição) = tempo futuro

___________________________________________

Há (verbo haver) = tempo decorrido ___________________________________________

2. A cerca / acerca / há cerca

A cerca significa "a uma distância de".

____________________________________________

Acerca (locução prepositiva) = "sobre, a respeito de".

____________________________________________

Há cerca de: equivalente a "existe, ou faz aproximadamente".

____________________________________________

____________________________________________

Observação: A expressão "cerca de" quando indicar uma quantidade aproximada, deve ser acompanhada de um número arredondado, nunca de um número preciso. Faz sentido dizer "Cerca de 300 (ou qualquer número redondo) pessoas estavam na conferência". Quando se sabe o número exato, dispensa-se o "cerca de": "Na conferência havia 321 pessoas."

3. Ao encontro de / de encontro a

Ao encontro de: significa "a favor de, para junto de".

____________________________________________

____________________________________________

De encontro a: equivalente a "contra". ____________________________________________

____________________________________________

4. A fim / afim

A fim = a "finalidade".

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____________________________________________

Afim: equivalente a "semelhante".

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____________________________________________

5. À medida que / na medida em que.

À medida que: significando "à proporção que".

____________________________________________

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Na medida em que: equivalente a "já que", “uma vez que”.

____________________________________________

____________________________________________

6. A nível de ou em nível de?

Em verdade, a forma "a nível de" está incorreta. Desse modo, devemos usar a expressão "em nível de", mesmo assim somente quando houver "níveis".

____________________________________________

____________________________________________

Observação: Quanto ao mar, é aceitável dizer "ao nível do mar" ou "no nível do mar".

7. Aonde / onde / de onde

Aonde: com verbos que indicam movimento, um destino, como os verbos IR, CHEGAR, ENVIAR.

____________________________________________

____________________________________________

Onde: com verbos que indicam permanência, como o verbo ESTAR.

____________________________________________

____________________________________________

De onde ou donde: com verbos que indicam procedência, como o verbo VIR. ____________________________________________

____________________________________________

8. A princípio / em princípio.

A princípio significa “inicialmente, no começo, num primeiro momento”.

Em princípio = a “em tese, por princípios, teoricamente”.

Assim, quando se quer dizer que, “num primeiro momento”, se é contra alguma coisa, deve-se falar “a princípio”. Agora, sendo-se contra alguma coisa só “em tese”, é preferível se dizer “em tese”, para maior clareza do enunciado: ____________________________________________

____________________________________________

9. Tão pouco / Tampouco

Tão pouco = muito pouco.

____________________________________________ Tampouco = muito menos.

____________________________________________

____________________________________________

10. Retificar / Ratificar

Retificar = corrigir, melhorar.

____________________________________________

Ratificar = confirmar, corroborar.

____________________________________________

____________________________________________

11. Mau / Mal

MAU é antônimo de bom. Pode aparecer como:

a) adjetivo – varia em gênero e número:

Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso.

Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos.

Obs.: Não era má (feminino) atriz nas novelas, mas boa cantora no palco.

a) palavra substantivada:

Os bons vencerão os maus.

MAL é antônimo de bem. Pode aparecer como:

a) advérbio – não varia:

O candidato foi mal recebido.

Fizeram mal em dizer tais coisas.

b) substantivo – varia em número:

O mal nem sempre vence o bem.

Há males que vêm para o bem.

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b) conjunção (corresponde a quando)

Mal cheguei, ele saiu.

c) prefixo:

mal-educado, malcriado, mal-humorado.

12. Senão / Se não

SENÃO é usado quando equivale a :

a) do contrário

Saia daqui, senão vai se molhar.

b) a não ser

Não faz outra coisa, senão reclamar.

c) mas sim

Não tive a intenção de exigir, senão de pedir.

SE NÃO é usado quando equivale a caso não (tem ideia condicional):

Se não houver cansaço excessivo por parte dos membros do Conselho de Sentença, o veredito será divulgado ainda nesta madrugada.

13. Em vez de / Ao invés de

Em vez de significa em lugar de:

Em vez de ir ao Tribunal, dirigiu-se à Vara de Execuções Penais.

Ao invés de significa ao contrário de:

Ao invés de indefir o pedido de habeas corpus, o juiz concedeu plena liberdade ao réu.

EXERCITANDO

15. Empregue adequadamente as palavras ou expressões entre parêntese:

a) Não sei ___________ vais com tanta pressa. (onde, aonde)

b) Para ___________ se dirige __________ documento aqui? (onde, aonde / este, esse)

c) ________ você vem com _________ documentação? (Onde, Aonde, Donde / essa, esta, aquela)

d) ________ você ia com _________ papelada na noite da confusão? (Onde, Aonde, Donde / esta, aquela, essa)

e) _____ cinco dias não nos vemos. (Há, A)

f) O país não conseguirá sair da crise em ______________ tempo. (tão pouco, tampouco)

g) Falei _______ de política. (acerca de, a cerca de). h) O presidente discursou ___________ de dez mil

pessoas (acerca de, a cerca de).

i) O português é uma língua __________ de outras línguas de origem latina. (a fim de, afim de)

j) A proposta foi _____________, pois continha erros gritantes. (retificada, ratificada).

16. Identifique em qual alternativa é errado colocar, após a palavra destacada, o artigo definido:

(A) Afundou na lama ambos os pés.

(B) Todos dias passava por lá sem vê-la.

(C) A todo passante perguntei, nenhum me informou.

(D) Toda noite gotejou a torneira, não pude dormir.

(E) n.d.a.

17. (Cesgranrio) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase:

Ao comparar os diversos rios do mundo com o Amazonas, defendia com azedume e paixão a proeminência _________ sobre cada um _________.

(A) desse / daquele

(B) daqueles / destes

(C) deste / daqueles

(D) deste / desse

(E) deste / desses

18. (FCC) assinale a alternativa cuja frase está redigida com clareza e correção.

(A) A lei permanece em vigor até que outra a modifique ou revogue, podendo ocorrer também a cessação de uma lei quando se extingue a situação que ela disciplina.

(B) Se extingue a eficácia de uma lei quando a lei nova declara a sessação da lei anterior ou quando a situação dessa lei acaba, não havendo o que disciplinar por ela mesma.

(C) Se uma lei é nova, declara-se seus efeitos quando cessa a lei anterior à ela, acabando sua eficácia se extingue a situação por ela disciplinada anteriormente.

(D) O vigor de uma lei permanece se ela não declara que cessa os efeitos da outra anterior, ou quando a situação que ela está diciplinando se acaba, também.

(E) Até que uma lei modifique à outra, revogando-lhe, essa está permanecendo em vigor, ou quando cessa a situação que ela disciplina, acabando com a lei referente.

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OS PROCESSOS DE

Coesão Textual

Por coesão, entende-se _____________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

Os elementos de coesão podem ser: a) _____________________: ___________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

b) _____________________: __________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos.

Ex.: Pôncio e Abrogildo são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce por outro time; aquele o faz.

Explicação: O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Abrogildo; aquele, o termo Pôncio; o faz, o

predicado briga com quem torce por o outro time – são, portanto, anafóricos.

A remissão catafórica (para frente) realiza- -se preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais.

Ex.: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.

Explicação: O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a expressão o professor – são, portanto, catafóricos.

Existem vários recursos linguísticos que podem ser utilizados para integrar orações e parágrafos, resultando em unidade textual. São muito importantes, mas não necessariamente obrigatórios para a construção da coerência do texto.

Elementos de Coesão Sequencial

Esses elementos podem exprimir:

a) _______________________________:

em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, precipuamente, acima de tudo, primordialmente, sobretudo, principalmente.

b) ______________ (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade):

então, enfim, logo, imediatamente, a princípio, logo após, pouco antes, pouco depois, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, enquanto, quando, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, já, mal.

c) _______________________________:

igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, de conformidade com, conforme, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, segundo, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem como.

d) _______________________________:

se, caso, desde que, contanto que etc.

e) _______________________________:

além disso, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, também, e, nem, não só...mas também, não apenas...como também, não só...bem como.

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f) _______________________________:

talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.

g) _______________________________:

decerto, por certo, certamente, com toda certeza, indubitavelmente, sem dúvida, , inegavelmente.

h) _______________________________:

inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, surpreendentemente.

i) _______________________________:

por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, a saber, ou seja.

j) _______________________________:

com o fim de, com o propósito de, para que, a fim de que, com o intuito de.

k) ________________________________:

perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, nesse âmbito, nesse espaço.

l) ________________________________:

em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois.

m) ________________________________:

por causa de, em virtude de, porque, por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)...que, de modo que, de tal forma que.

n) ________________________________:

pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, por outro lado, porém, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto.

o) ________________________________:

apesar de, embora, ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, a despeito de, não obstante.

p) ________________________________:

ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, nem...nem.

q) ________________________________:

porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (=porque), de modo que, de tal forma que.

Leia o texto abaixo e destaque os termos e expressões que nele evidenciam marcas de coesão textual.

A Paz e a Lei

A paz! Não a vejo. Não

há, como não pode existir,

senão uma, é a que assenta na

lei, na punição dos crimes, na

responsabilidade dos culpados,

na guarda rigorosa das

instituições livres. Outra espécie

de paz, não é senão a paz da

servidão, a paz indigna e

aviltante dos países oprimidos,

a paz abjeta que a nossa índole, o nosso regímen

essencialmente repelem, a paz que humilha todos os

homens honestos, a paz que nenhuma criatura

humana pode tolerar sem abaixar a cabeça

envergonhada.

Essa não é a paz que eu quero. Quando peço

a observância da lei, é justamente porque a lei é o

abrigo da tolerância e da bondade. Não há outra

bondade real, Srs. Senadores, senão aquela que

consiste na distribuição da justiça, isto é, no bem

distribuído aos bons e no castigo dispensado aos

maus.

E a tolerância, que vem a ser senão a

observância da igualdade legal? Porventura temos

sido nós iguais perante a lei, neste regímen, nestes

quatro anos de Governo, especialmente? Há algum

chefe de partido, há algum cabeça de grupo, algum

amigo íntimo da situação, algum parente ou chegado

às autoridades, que não reúna em sua pessoa um

feixe de regalias, que não goze de prerrogativas

especiais, que não tenha em torno de sua

individualidade uma guarda e defesa régia ou

principesca?

Essa excursão, Srs. Senadores, me levaria

longe e poderia por si só absorver os meus poucos

minutos de tribuna nesta sessão. Nas poucas vezes

em que me atrevo a perturbar a serenidade absoluta

deste recinto e a contrariar os sentimentos dos meus

honrados colegas, tenho consciência, Sr. Presidente,

de ter-me colocado sempre em um plano, que não se

opõe nem à tolerância nem à paz; que é, ao contrário,

o terreno onde a paz e a tolerância se devem

estabelecer, o único terreno em que nós todos nos

poderíamos aproximar e dar-nos as mãos, o terreno da

reconciliação com a lei, com a República, com as suas

instituições constantemente postergadas, debaixo da

política sem escrúpulos da atualidade.

Rui Barbosa. ''Discurso no Senado Federal, em 13 de outubro de 1914''. In: Antologia. Rio de Janeiro, Ediouro, s.d., p. 58-59 (com adaptações).

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19. Quanto à colocação dos conectivos, analise as frases abaixo e assinale a que está coerente com os padrões de textualidade e sentido:

(A) Israelenses e palestinos vivem em constante conflito na Faixa de Gaza, embora sejam declaradamente inimigos.

(B) A despeito da vergonhosa corrupção reinante no país, o eleitor continua a duvidar dos políticos.

(C) Por ter disponíveis inúmeras fontes de entretenimento, o público, sem dúvida alguma, prefere a televisão.

(D) A violência não será verdadeiramente combatida, caso não sejam punidos, de fato, os responsáveis pelo terror nas grandes cidades.

(E) O número de sequestros vem crescendo assustadoramente, visto que a justiça tem punindo com rigor cada vez maior os criminosos.

20. O texto a seguir foi escrito pela filósofa Marilena Chauí. Leia-o e analise as proposições subsequentes:

“Para que haja conduta ética, é preciso que haja o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também se reconhece capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir conforme os valores morais, sendo por isso responsáveis por suas ações e seus sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições essenciais à vida ética.”

I - A expressão Para que, destacada no texto, exerce

o papel de elemento coesivo indicador de finalidade.

II - A expressão isto é, também destacada no texto, introduz uma passagem retificativa, de tal modo explicando o dito anterior.

III - A expressão por isso, marcada no texto, assume o papel de elemento conectivo que expressa concessão de ideias.

IV - Nas três ocorrências do conectivo e, destacadas no texto, esse elemento coesivo assume papel semelhante, qual seja, o de estabelecer conexões aditivas.

V - As expressões não só ... mas também assumem, respectivamente, a função de elementos coesivos denotadores de causa e consequência.

(A) As proposições I, II e IV contêm erros.

(B) As proposições IV e V estão corretas.

(C) As proposições II, III e V contêm erros.

(D) As proposições III, IV e V estão corretas.

(E) As proposições I, II e V contêm erros.

21. Estabeleça o desfecho pretendido para os dois períodos a seguir, a partir do que estabelecem os elementos em destaque em cada um deles

I. Os estudantes acham importante ir à passeata,

conquanto tenham dois trabalhos urgentes para

entregar no dia seguinte; portanto, ____________

____________________________________________

____________________________________________

II. Os estudantes acham importante ir à passeata,

entretanto têm dois trabalhos urgentes para entregar

no dia seguinte; logo, _________________

____________________________________________

____________________________________________

23. Junte as duas sentenças, subordinando a segunda à(s) palavra(s) em negrito na primeira. (Oração subordinada adjetiva.)

Exemplo: Estava lotado o cinema. Fomos a o cinema na noite passada. / Estava lotado o cinema a que fomos na noite passada. a) Há de haver cura para o mal. Tanto nos

queimamos do mal.

____________________________________________

___________________________________________

b) Aqui estão os documentos. Você se esqueceu dos documentos.

____________________________________________

___________________________________________

c) Finalmente pôde a velha encontrar o paraíso. Ela havia por muitos anos sonhado com ele.

____________________________________________

___________________________________________

d) Grande é a satisfação. Encaramos o presente trabalho com satisfação.

____________________________________________

___________________________________________

e) Ainda não se avaliou o talento. Nós, seres humanos, somos dotados de talento.

____________________________________________

____________________________________________

f) Atente para os detalhes. O desenhista se ateve a esses detalhes.

____________________________________________

___________________________________________

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ANÁLISE TEXTO-DISCURSIVA

Um herói negro que não se chama Zumbi

Antônio Sapucaia – desembargador emérito do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas. Foto: Portal Tudo na Hora.

O que pode fazer um negro miúdo, de pouca estampa, fala baixa e ligeira, sem parentes importantes e vindo do interior, num Estado que nasceu escravista e retardou, o tanto que foi possível, a liberdade de seus ancestrais? Pode muito – se for Antonio Sapucaia. Pode fazer carreira na magistratura e ser aplaudido por onde passa, quando da sua despedida, depois de uma longa jornada de 37 anos. Ser juiz em municípios os mais diversos, em que quase sempre fez morada, sentindo a alma do povo para o qual trabalhava. Magistrado linha- -dura, que descartou os presentes dos mais afoitos e desavisados, mas conquistou o respeito e a admiração de pobres e ricos que enxergaram nele a fumaça do bom Direito. Pode provocar a ira de alguns de seus pares ao entrar pela porta da frente – a mesma pela qual sai – da principal Corte da Justiça de Alagoas. Seu discurso de posse – inesquecível! –, de uma inesperada contundência, resultou, é a verdade, em muitos desafetos. Mas deu-lhe novos amigos e marcou o começo de um novo tempo na magistratura alagoana, cujas vísceras foram ali expostas. Pode ser dono de um humor desconcertante, pela rapidez com que se manifesta sempre. Como no dia em que fui entrevistá-lo e por nós passou uma bela moça (dona Marli, por favor, pule essa parte.) Seguiu-a discreta mas insistentemente, ao que indaguei: "Doutor?!". A resposta veio do homem simples e sagaz: "A Justiça é cega, o juiz, não." Pode escrever um livro – sobre Costa Rego –, resultado de incansável e criteriosa pesquisa que recolheu e perpetuou os feitos de um conterrâneo, jornalista como ele, que governou Alagoas com mão de ferro e muito respeito pelo bem público. Pode fazer a população de um Estado inteiro se sentir de alma lavada – em êxtase, quase –, por conta de uma decisão difícil que tomou, mesmo que isso lhe tenha custado algumas noites de sono. Era, sabia, a chance de reescrevermos a nossa história.

Pode, por isso, atrair a ira dos que se julgavam acima da Lei, mas que tiveram de se curvar à firmeza de caráter do mesmo negro miúdo, em cujos cabelos encarapinhados o tempo tratou de registrar sua inexorável passagem. Pode ser o herói de um povo cuja esperança de há muito havia se despedido. Sim, porque a ficção produz deuses; os heróis se forjam nas misérias do cotidiano, com suas fraquezas e grandezas – quando estas são as mais necessárias e menos disponíveis aos seus próximos. Pode – e deve – carregar na memória os erros cometidos, o que o torna ainda mais humano, demasiado humano. Sem nunca, entretanto, ter deixado fugir a essência do homem justo. Pode, enfim, usufruir do direito de descansar, ler, viajar e – como me disse – cuidar dos netos. Faça isso pelos seus, doutor Antonio Sapucaia. O senhor já fez tanto pelos nossos!

Ricardo Mota – Tudo na Hora, 30 de maio de 2008.

24. Que inferência é possível fazer, a partir da leitura do título do texto?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

25. O autor empregou, no primeiro parágrafo, um recurso chamado intertextualidade. Identifique o trecho que comprova essa afirmação.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

26. Qual o principal recurso empregado pelo autor para estruturar os parágrafos do texto? Que efeito isso apresenta, no tocante à progressão textual?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

27. Em que tipologia predominantemente se enquadra o texto de Ricardo Mota? Por quê?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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28. Todo bom texto é construído com palavras ou expressões que indicam ideias ou circunstâncias diversas. Aponte a circunstância estabelecida em cada um dos dez trechos selecionados abaixo:

1. “quando da sua despedida” (2º parágrafo)

_________________________________________

2. “sentindo a alma do povo para o qual trabalhava (2º

parágrafo) _________________________________________

3. “ao entrar pela porta da frente – a mesma pela qual

sai – da principal Corte da Justiça de Alagoas. (3º parágrafo) _________________________________________

4. “Como no dia em que fui entrevistá-lo” (4º

parágrafo) _________________________________________

5. “que governou Alagoas com mão de ferro e muito

respeito pelo bem público.” (5º parágrafo) _________________________________________

6. “por conta de uma decisão difícil que tomou” (6º

parágrafo) _________________________________________

7. “mesmo que isso lhe tenha custado algumas noites

de sono.” (6º parágrafo) _________________________________________

8. “Pode, por isso, atrair a ira dos que se julgavam

acima da Lei” (7º parágrafo) _________________________________________

9. “o que o torna ainda mais humano, demasiado

humano.” (9º parágrafo) _________________________________________

10. “Pode, enfim, usufruir do direito de descansar, ler,

viajar e – como me disse – cuidar dos netos.” (último parágrafo) _________________________________________

Emprego da Vírgula

Para o emprego correto da vírgula, deve-se considerar a ordem direta da frase: _________ > ________ >___________>__________

Erros quando a ordem da frase é direta:

Não pode haver vírgula entre sujeito e predicado: Ex.: O supervisor, distribuiu as tarefas. Não pode haver vírgula entre o verbo e seus complementos: Ex.: Os alunos refizeram, todos os textos. Não pode haver vírgula entre o nome e o complemento nominal ou adjunto adnominal: Ex.: A extração, do dente foi dolorosa.

Os 12 principais usos da vírgula De modo geral, a vírgula é empregada: I. Para separar orações coordenadas aditivas ainda

que sejam iniciadas pela conjunção e, proferidas com pausa:

“Os dias passavam, e as águas, e os versos, e com elas também ia passando a vida da mulher.” (Machado de Assis)

II. Para separar orações coordenadas alterna-tivas

(ou, quer, etc), quando proferidos com pausa:

Eles partirão daqui agora, ou deixarei a tropa.

Quer chova, quer faça sol, iremos à praia amanhã. Obs.: Se denota equivalência, não se separa por

vírgula o ou posto entre dois termos:

Solteiro ou solitário se prendem ao mesmo termo latino.

Rezar ou orar carregam a mesma significação no âmbito religioso.

III. Para marcar a supressão (elipse) do verbo:

A sala era suntuosa: no teto, lustres imensos; nas paredes, quadros famosos.

Eu bebia guaraná, e ele, um whisky.

Ele sai agora: eu, logo mais. IV. Para marcar a anteposição ao verbo de objetos

ou predicativos que depois sejam repetidos:

Os livros, não os comprei.

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Excelente juiz, um dia o serei. V. Para separar elementos da mesma ordem

hierárquica na frase, ou seja, da mesma função sintática, quando não vêm unidos por e, ou e nem.

Pôncio, Cornélio, Ermenegildo, e Apolônio formam a defesa da Seleção de futebol do bairro. (separando os núcleos do sujeito composto)

As medidas atingem pais, alunos professores e funcionários. (separando complementos verbais)

VI. Para isolar o vocativo:

Você ouviu, Rafhaella Crhistinny, que barulho estranho?

Ouvi, ó Senhor, as nossas súplicas! VII. Para isolar o adjunto adverbial, quando ele é

extenso, está deslocado ou quando se quer destacá-lo:

Em meados do XIX século da era cristã, os tetravós de Ermenegildo receberam a fazenda Porta do Céu como prêmio pela bravura nos combates populares.

Na fazenda, Everlice Plínia, irmã de Ermenegildo, costumava passar as tardes correndo atrás das borboletas azuis.

VIII. Para separar certas palavras e expressões

interpessoais: por exemplo, porém, ou antes, por assim dizer, além disso, aliás, com efeito, então, outrossim, pois, assim, entretanto, todavia, etc.

Elas gritavam. Eu, porém, nem me incomodava.

Quer dizer que você, então, não foi mais à Nova Zelândia.

Ficamos, assim, livres da vergonha de sermos chamados trogloditas.

IX. Para separar ORAÇÕES REDUZIDAS de gerúndio, de particípio e de infinitivo:

“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13,1)

Terminada a conferência, foi nos oferecido um juntar.

Aplaudiram fortemente o orador, levantando, assim, o seu moral.

Atenção especial para este caso!

X. Para separar orações iniciadas pela conjunção

e, quando os sujeitos forem diferentes:

Quantas vezes uma vírgula modifica uma sentença, e uma palavra pode destruir uma grande amizade.

A mulher aceita o homem por amor ao casamento, e o homem tolera o matrimônio por amor à mulher.

XI. Para isolar as orações adjetivas explicativas:

Brasília, que é a capital do Brasil, foi fundada em 1960.

A beleza, que é a fonte do amor, é também princípio de bondade.

XII. Depois do sim e do não, usados como

respostas, no início da frase:

“Sim, diga ao povo que fico.”

Não, não vou sair do Brasil.

29. Empregue a vírgula corretamente nas mais diversas sentenças:

1- Feitas as oitivas deve-se partir para o julgamento . 2- Astolfo meu vizinho é bacharel em Direito. 3- O Poder Judiciário que é imprescindível ao regime

democrático dever ser a cada ano fortalecido. 4- A língua oral está livre de convenções e a língua

escrita é mais apegada a usos adquiridos ao longo de uma tradição.

5- Estes documentos eu os trouxe para análise

preliminar. 6- À entrada principal do TRT encontrava-se o

movimento paredista. 7- Everlice mora em Jacaré dos homens importante

cidade do interior de Alagoas. 8. Ouviram do Ipiranga às margens plácidas de um

povo heroico o brado retumbante. 30. (AMAN) “Para meu desapontamento, nasceu um

ser raquítico e feio, pesando um quilo.” As vírgulas, na frase acima transcrita, foram utilizadas, respectivamente para:

(A) isolar o aposto e separar uma oração subordinada

da principal;

(B) marcar o início de uma oração intercalada e separar orações coordenadas assindéticas;

(C) marcar o deslocamento do adjunto adverbial e separar uma oração adjetiva explicativa da principal;

(D) isolar o objeto pleonástico e indicar a elipse da conjunção;

(E) separar uma oração subordinada anteposta à principal e separar uma oração subordinada posposta à principal.

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Curso de atualização em Língua Portuguesa Prof. Eduardo Sampaio 16

Alagoas, arlequins e pierrôs! Eduardo Sampaio*

Do norte ao sul do país, mais uma vez entra

em cena a grande expectativa gerada em torno do período carnavalesco. Para alguns, dias seguidos de comemorações, danças, fantasias e bebedeiras; para outros, uma excelente oportunidade de descanso, em meio ao já estressante início de ano. Durante esse tempo, há estados que se destacam quer pela imponência de seus festejos e luxo de suas alegorias, quer pela exorbitante multidão que se aglomera nas ruas e avenidas, como acontece, principalmente, no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco. As outras unidades federativas, embora sem tanto destaque, também vivem essa áurea pitoresca revestida de confete e serpentina. Nesse contexto, no entanto, Alagoas prefigura uma história ímpar: na terra de Tavares Bastos, Graciliano Ramos e Pedro Teixeira, o carnaval não se restringe a quatro ou cinco dias, estende-se durante todo o ano. De modo geral, anualmente, uma nova data se estabelece para o período carnavalesco. Isso acontece por ser essa data regida por aspectos astronômicos. A terça-feira de carnaval, por exemplo, ocorre sempre 47 dias antes da Páscoa que, por sua vez, acontece no primeiro domingo após a lua cheia eclesiástica. Essa lua cheia acontece sempre no ou após o dia 21 de março (chamado equinócio da primavera europeia, outono para nós do hemisfério sul). Por essa razão, não há uma data fixa para a festa de Zé Pereira. Em Alagoas, porém, pouco tem importado todo esse cálculo para estabelecer as datas precisas para o carnaval. Figuras antigas e comuns à festividade – arlequins, palhaços, pierrôs, colombinas – sempre ganham vida nos quatro dias oficiais de folia; isso no restante do Brasil e do mundo, porque, nas Alagoas, muitos deles estão bem vivos durante os 365 dias do ano, ou 366, nos anos bissextos. O Arlequim é um personagem advindo da antiga comédia italiana, de traje multicolor (feito em geral de losangos), que tinha a função de divertir o público, nos intervalos, com suas peripécias. Na verdade, o Arlequim revela-se um farsante inveterado, indivíduo de índole geralmente irresponsável e dotado de um cinismo peculiar àqueles que se acostumaram a se esconder por trás das máscaras. Os estudiosos afirmam, ainda, que esse personagem descende de um ainda mais primitivo, que remonta à Idade Média francesa – Mesnie Hellequin –, um demônio responsável

por fortes intempéries nas trocas das estações do ano. Já o Pierrô, também originário das antigas comédias italianas, apresenta-se como um personagem bem mais ingênuo e sentimental, cuja indumentária é ornada de pompons e de grande gola franzida. Entre eles, encontra-se a Colombina, figura feminina das comédias, alvo da paixão do sentimental Pierrô e amante do conturbado Arlequim. Nos tradicionais e cada vez mais raros bailes de carnaval, essas conhecidas figuras alimentam a fantasia de velhas recordações; sempre vivas na memória cultural, revestem a nostalgia de quem não esquece a ingenuidade e a inocência de outras épocas. Para as novas gerações, Arlequim, Pierrô e Colombina já não têm mais vida; dificilmente se encontra alguém de pouca idade com fantasias que

lembrem esses personagens. Os novos abadás (ou mortalhas), como são conhecidos os trajes carnavalescos contemporâneos, primam muito mais pela praticidade que pela beleza. Estariam, portanto, fadados ao desaparecimento esses ícones da história dos carnavais? Se depender da juventude de hoje, parece que sim. No entanto, os “grandes nomes” da política alagoana lutam para não permitir esse “drástico” fim. Há décadas, eles mesmos se revestem diariamente das corruptas indumentárias do poder para

transformar cargos públicos e, a princípio, temporários em cenário de perpetuação de improbidades. Há vários anos, Palácio do Governo, Assembleia Legislativa e dezenas de prefeituras alagoanas vêm sendo comandados por verdadeiros arlequins travestidos de pierrôs, gente da pior índole com cara de anjo que perpetua um carnaval sem fim nas contas públicas do estado. A cada semana, um novo escândalo, um novo arlequim desponta, valendo-se da irresponsável impunidade que paira sobre as terras de Deodoro e Floriano. E de quem é a culpa por esse interminável e altamente nocivo “carnaval alagoano”? De todos e de cada um em particular. Toda essa bandalheira é fruto tanto da ação dos maus, quanto da omissão dos bons. Que Alagoas também tenha direito à sua quarta-feira de cinzas, e logo!

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*Cursou Graduação e Mestrado em Letras e Linguística, respectiva-

mente (UFAL/PPGLL) e leciona Língua Portuguesa em cursos presenciais (Maceió e Arapiraca – AL) e telepresenciais (para vários estados do Brasil).

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Curso de atualização em Língua Portuguesa Prof. Eduardo Sampaio 38

Estudo dirigido do texto

Parágrafo 1

a) Selecione termos e expressões que enriquecem o vocabulário (próprios da língua escrita).

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b) Aponte os principais elementos de coesão referencial e sequencial e indique as possíveis referências ou ideias que eles estabelecem.

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c) Acentuação: justifique o emprego do acento gráfico em todas as palavras acentuadas.

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d) Pontuação: justifique o emprego do ponto e vírgula e dos dois-pontos empregados neste parágrafo.

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Parágrafo 2

a) Selecione termos e expressões que enriquecem o vocabulário (próprios da língua escrita).

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b) Aponte os principais elementos de coesão referencial e sequencial e indique as possíveis referências ou ideias que eles estabelecem.

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c) Acentuação: justifique o emprego do acento gráfico em todas as palavras que o recebem aqui.

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d) Pontuação: justifique o emprego dos parênteses e dos travessões empregados neste parágrafo.

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Poder Judiciário de Alagoas ESMAL - Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas

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Seminário de Português instrumental Prof. Eduardo Sampaio 18

Parágrafo 3

a) Selecione termos e expressões que enriquecem o

vocabulário (próprios da língua escrita).

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b) Aponte os principais elementos de coesão referencial e sequencial e indique as possíveis referências ou ideias que eles estabelecem.

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c) Semântica: indique sinônimos para todas as palavras proparoxítonas presentes neste parágrafo.

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d) Pontuação: justifique o emprego dos parênteses e dos travessões empregados neste parágrafo.

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Parágrafo 4

a) Selecione termos e expressões que enriquecem o

vocabulário (próprios da língua escrita).

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b) Aponte os principais elementos de coesão referencial e sequencial e indique as possíveis referências ou ideias que eles estabelecem.

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c) Semântica: indique sinônimos para todas as palavras proparoxítonas presentes neste parágrafo.

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d) Pontuação: justifique o emprego dos pontos e vírgulas e dos parênteses, recursos utilizados neste parágrafo.

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Curso de atualização em Língua Portuguesa Prof. Eduardo Sampaio 19

Ortografia e Significação Palavra/expressão C ou E Significado

01.

02.

03.

04.

05.

06.

07.

08.

09.

10.

11.

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25.

26.

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28.

29.

30.

31.

32.

33.

34.

35.

36.

37.

38.

39.

40.

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Poder Judiciário de Alagoas ESMAL - Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas

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Seminário de Português instrumental Prof. Eduardo Sampaio 22

ANOTAÇÕES COMPLEMENTARES

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