noÇÕes de direito administrativo para o tjr/ro 2015 - prÉ edital

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DIREITO ADMINISTRATIVO OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA

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INTRODUÇÃO

Por que resolvemos criar uma apostila e distribuir de graça?

Quando começamos a estudar para concursos públicos nós não sabíamos como estudar, qual o material

que nos levaria até a aprovação de forma mais rápida. Fomos por muitas vezes enganados com apostilas

compradas em bancas de revistas e outras.

Foi então que resolvemos criar nossa própria apostila, para auxiliar o nosso estudo para os concursos que

fomos fazendo. Já tivemos algumas aprovações, então queremos difundir a nossa “técnica” de estudar para

aqueles que estão começando tenham a oportunidade de adiantar os estudos e obter a tão sonhada aprovação.

Esta apostila vem para auxiliar nos seus estudos, sentimos em falar, mas só com ela não é suficiente. Bem

sabemos que para se preparar para concursos precisamos treinar bastante, sendo assim, você concurseiro (a)

deverá procurar resolver o número maior de questões da banca examinadora, que no último certame foi o CESPE.

Nossa sugestão:

1) Leia esta apostila de 3 a 5 vezes; e

2) Resolva em torno de 20 a 40 provas da CESPE;

Observação: Dê importância para as matérias básicas – português e informática. Tendo em vista que elas

farão a diferença na sua aprovação. Embora, nós, a princípio não vamos disponibilizar apostilas dessas matérias.

Vocês seguindo a nossa sugestão é certa aprovação. Não tem jeito é INEVITÁVEL! Acredite em

você, mesmo que tudo pareça que não vai dar certo. Caso não tenha concentração em casa, procure

imediatamente uma biblioteca, pois, “biblioteca é o jardim dos sonhos” de um estudante.

Lembrando que como diz o professor Wilber: “O suor que hoje jás do seu rosto, servirá de

refrigerio para sua alma amanhã”, pois, por mais longe que possa parecer estar uma data um dia ela

chegará e não importará se estará preparado ou não, ela chegará. Então que você e nós possamos estar

preparados para o dia de nossa vitória que já foi decretada.

Visite sempre a nossas páginas, lá tem muita motivação para não deixar você olhar para baixo,

mas, sim para o ALVO.

Seu sucesso é o nosso sucesso.

EQUIPE DOS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA!

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Produzido por:

Equipe Os Concurseiros de Rondônia – OSCR.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO:

1 Noções de organização administrativa.

2 Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada.

3 Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.

4 Agentes públicos: espécies e classificação; cargo, emprego e função públicos.

5 Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder.

6 Licitação: Princípios, dispensa e inexigibilidade; Modalidades.

7 Controle e responsabilização da administração: Controles administrativo, judicial e legislativo.

8 Responsabilidade Civil do Estado.

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1. Estado, governo e Administração

1.1 Estado

É uma Pessoa Jurídica de Direito Público soberano,

formado por três elementos indissociáveis e indispensáveis:

Povo; Território e Governo Soberano.

A partir da organização política do território, surgem

duas noções de Estado:

a) Unitário: existência de um poder político; marcado pela

centralização política (no Uruguai, por exemplo, existe somente

um poder político central).

b) Federado: existência de poderes políticos distintos;

marcado pela descentralização política (no Brasil, por exemplo,

existe a coexistência de esferas políticas autônomas e distintas –

União; Estados; Distrito Federal; Municípios).

Integram a organização política do Estado os

denominados Poderes (LEJ) que exercem funções –

Típica/Primária/Principal; Atípica/Secundária.

No clássico modelo de tripartição dos poderes,

concebido por Charles Montesquieu em 1748, são três os

Poderes do Estado: Legislativo, Executivo, Judiciário - LEJ (artigo

2º da Constituição Federal).

Estes poderes exercem funções públicas; como

exemplo, o Legislativo exerce de forma típica a função de legislar

(criar leis) e de forma atípica pode julgar o Presidente da

República (função jurisdicional); o Executivo exerce de forma

típica a função administrativa, porém, em alguns casos, pode de

forma atípica editar medidas provisórias (função legislativa); e

por fim, o Judiciário exerce de forma típica a função jurisdicional

(julgar), entretanto, pode de forma atípica elaborar regimentos

internos (função legislativa).

1.2 Governo

Esta expressão é usualmente empregada como sendo

um conjunto de órgãos constitucionais responsáveis pela função

política do Estado.

Os Estados podem optar quanto à relação entre o Poder

Legislativo e Executivo pelo chamado regime de governo:

a) Parlamentarismo: colaboração entre os Poderes Legislativo e

Executivo; neste o Poder Executivo é dividido em duas frentes:

chefe de Estado – o Presidente da República ou monarca, e chefe

de Governo – o Primeiro Ministro ou Conselho de Ministros. Ex:.

Inglaterra.

b) Presidencialismo: predominância do princípio da divisão dos

Poderes, maior independência entre os mesmos. Neste sistema, o

Presidente da República acumula as funções de chefe de Governo

e de Estado. Ex:. Brasil.

Já quanto à maneira de instituição do poder e com

relação entre governantes e governados o Estado pode escolher

sua forma de governo:

a) República: caracterizado pela eletividade e pela temporalidade

dos mandatos. Ex:. Brasil.

b) Monarquia: caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade.

Ex:. Inglaterra.

1.3 Administração Pública

Em sentido amplo, Administração Pública envolve os

órgãos de governo (que exercem função política) e os órgãos e

pessoas jurídicas (que exercem função meramente

administrativa).

Em sentido estrito, por conseguinte, Administração

Pública só envolve os órgãos que exercem função meramente

administrativa e de execução dos programas de governo.

Por outro lado, Administração Pública em sentido

formal, subjetivo ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas

jurídicas e agentes constituídos para a consecução dos fins do

Governo, não importando a atividade que exerçam (em regra,

desempenham função administrativa) envolvendo a

Administração Direta e Indireta. O Brasil adota o critério formal

de Administração Pública.

Pode também a Administração Pública apresentar-se em

sentido material, objetivo ou funcional que nada mais é do que o

conjunto de atividades administrativas executadas pelo Estado

por meio de seus órgãos e agentes.

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2 Organização da Administração Pública:

administração Direta e Indireta

Integram a Federação brasileira os entes federados

(entidades políticas) que possuem competência para editar

leis, sendo no Brasil: União/Estado/Distrito

Federal/Municípios – Administração Direta; Bem como

também integram a Federação as entidades administrativas:

Autarquias/Fundações Públicas/Empresas

Públicas/Sociedades de Economia Mista – Administração

Indireta, que não legislam, tão somente executam as leis

editadas pelas pessoas políticas.

2.1 Noções de centralização, descentralização e

desconcentração

A centralização ocorre quando o Estado executa suas

tarefas diretamente por meio de seus órgãos e agentes

integrantes da Administração Direta.

A descentralização, por outro lado, ocorre quando o

Estado desempenha algumas de suas tarefas através de outras

pessoas, ou seja, indiretamente, delegando certas atribuições

a terceiros, o que pressupõe a existência de duas pessoas

distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço.

A descentralização pode se apresentar de duas

formas, sendo por outorga/serviço – em virtude de lei que

atribui ou autoriza que outra pessoa execute e detenha a

titularidade do serviço, ou por delegação/colaboração –

quando um contrato ou ato unilateral atribui a outra pessoa à

execução do serviço, porém, não sua titularidade que

continua sendo do Estado.

A figura da desconcentração ocorre de maneira

exclusiva dentro da mesma pessoa jurídica, ou seja, trata-se

meramente de uma técnica administrativa de distribuição

interna dentro de uma só pessoa jurídica com intuito de

tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços.

2.2 Administração Direta

Como conceituado anteriormente, Administração

Direta é o conjunto de órgãos que compõe as pessoas

políticas do Estado, que concomitantemente é titular e

executora do serviço público, que editam as leis, que tem sua

competência de agir caracterizado pela centralização, no qual

o Estado age diretamente sem intervenção de terceiros,

sendo composta pela União, Estados o Distrito Federal e

Municípios.

2.3 Administração Indireta

Conjunto de pessoas jurídicas que vinculadas à

Administração Direta executam as atividades administrativas,

que têm sua competência caracterizada pela descentralização,

no qual o Estado delega a terceiros a execução de serviços,

sendo resguardada a titularidade que continua pertencendo

ao Estado.

Integram a Administração Indireta a Autarquia,

Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de

Economia Mista. A seguir breves comentários sobre cada

espécie de entidades.

2.2.1 Autarquia

Pessoa jurídica de direito público interno, criada por

lei específica, e extinta, pelo princípio do paralelismo, também

por lei específica.

A responsabilidade civil é objetiva (necessidade

econômica de repara dano independe de falta de serviço ou

culpa do agente, bastando tão somente à existência do dano),

artigo 37, § 6° da CF.

Com relação aos terceiros as Autarquias expedem

verdadeiros atos administrativos, passíveis desta forma de

serem impugnados por Mandado de Segurança.

A licitação é obrigatória para compras, alienações,

concessões, permissões e locações.

A contratação de pessoal depende de concurso

público, e seus servidores são regidos pelo regime jurídico

único.

O patrimônio das Autarquias é considerado bem

público, logo, inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis.

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As autarquias possuem imunidade tributária e

privilégios processuais na Fazenda Pública, e quando federais

terão seus litígios processados e julgados na Justiça Federal

(artigo 109, I da CF).

Alguns exemplos de Autarquias: Instituto Nacional de

Seguro Social – INSS; Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária – INCRA.

2.2.2 Fundações Públicas

Não se podem confundir primeiramente Fundações

Públicas pertencentes à Administração Indireta, com as

fundações privadas, uma vez que, estas são criadas por ato de

vontade de um particular, a partir de um patrimônio privado e

visando um fim que não o público.

As Fundações Públicas de direito privado (fundação

governamental), a lei apenas autoriza sua criação, sujeitam-se

a um regime jurídico híbrido, ou seja, em parte reguladas por

normas de direito privado e em outras por normas de direito

público. Não possuem privilégios processuais, e tão pouco,

imunidades tributárias. Devem obedecer a Lei 8.666/93

quanto às licitações e seus empregados regidos pela CLT

(Consolidação das Leis Trabalhistas).

Em outro prisma, as Fundações Públicas de direito

público, são uma espécie de autarquia sendo autorizadas por

lei, com finalidade específica não lucrativa e de cunho social;

assistência médica e hospitalar; educação e ensino; pesquisa

e; atividades culturais.

É obrigatória a licitação em todas as situações,

respeitando-se os parâmetros da Lei 8.666/93.

A responsabilidade civil, assim como no caso das

Autarquias é objetiva, como disposto no artigo 37, § 6° da CF.

Seus bens por estarem afetados pelo serviço público

não podem ser penhorados, respeitando assim, a

continuidade da prestação do serviço público.

Seus agentes devem ser selecionados pela realização

de concurso público e abarcados pelo regime jurídico único.

As fundações Públicas por serem instituídas e

mantidas pelo Poder Público, conforme artigo 150, § 2° da CF,

são alcançadas pelo princípio da imunidade tributária e

doravante pelas prerrogativas que a ordem jurídica atribui às

Autarquias.

Quando de natureza federal, as Fundações Públicas

terão seus litígios processados e julgados na Justiça Federal

(artigo 109, I da CF).

2.2.3 Empresas Públicas

Pessoa jurídica de direito privado, integrante da

Administração Indireta, tendo sua criação autorizada por lei

específica, sob qualquer forma jurídica, com capital

exclusivamente público e podendo explorar atividades

econômicas ou prestar serviços públicos.

Quando exploradoras de atividades econômicas as

Empresas Públicas não fazem jus à imunidade tributária

recíproca; sua atividade se sujeita predominantemente ao

regime de direito privado; não se sujeitam ao artigo 37, § 6°

da CF, ou seja, não se sujeitam à responsabilidade civil

objetiva; seus bens não se enquadram como públicos.

Em sentido oposto, quando as Empresas Públicas

prestarem serviços públicos suas atividades se sujeitam ao

regime de direito público.

Diferentemente das Empresas Públicas que exploram

atividades econômicas, estas por prestarem serviços públicos

podem gozar de privilégios fiscais exclusivos e fazem jus à

imunidade tributária recíproca.

A contratação de pessoal deve ser precedida de

concurso público, artigo 37, II da CF, todavia, serão regidos

pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Os seus bens são considerados públicos, portanto,

sujeitos ao regime de direito público.

O respeito às regras de licitação e contratos (Lei

8.666/93) deve ser integral, uma vez que, prestam serviços

públicos.

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Não estão sujeitas a falência como bem prevê o

artigo 2°, I da Lei 11.101/2005.

Sujeitas ao artigo 37, §6° da CF, isto é, a elas se

aplicam as regras da responsabilidade civil objetiva.

Quando federais terão seus pleitos processados e

julgados na Justiça Federal, ou seja, gozam de foro

privilegiado, artigo 109, I da CF.

Exemplo de Empresa Pública exploradora de serviço

público: Caixa Econômica Federal – CEF; prestadora de serviço

público: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social – BNDES.

2.2.4 Sociedades de Economia Mista

Pessoa jurídica de direito privado, autorizada por lei

específica, sua forma jurídica é a modalidade de sociedade

anônima (unicamente), tendo seu capital social formado por

capitais públicos e privado (mistos), sendo, porém, o controle

acionário da pessoa política instituidora ou de entidade da

respectiva Administração Indireta, podendo por fim explorar

atividades econômicas ou prestar serviços públicos.

Quando exploradoras de atividades econômicas as

Sociedades de Economia Mista não fazem jus à imunidade

tributária recíproca; sua atividade se sujeita

predominantemente ao regime de direito privado; não se

sujeitam ao artigo 37, § 6° da CF, ou seja, não se sujeitam à

responsabilidade civil objetiva; seus bens não se enquadram

como públicos.

Contudo, quando em sentido contrário, ou seja,

quando prestadoras de serviços públicos, as Sociedades de

Economia Mista quanto se sujeitam ao regime de direito

público.

Diferentemente das Sociedades de Economia Mista

que exploram atividades econômicas, estas por prestarem

serviços públicos podem gozar de privilégios fiscais exclusivos

e fazem jus à imunidade tributária recíproca.

A contratação de pessoal deve ser precedida de

concurso público, artigo 37, II da CF, todavia, serão regidos

pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Os seus bens são considerados públicos, portanto,

sujeitos ao regime de direito público.

O respeito às regras de licitação e contratos (Lei

8.666/93) deve ser integral, uma vez que, prestam serviços

públicos.

Não estão sujeitas a falência como bem prevê o

artigo 2°, I da Lei 11.101/2005.

Sujeitas ao artigo 37, §6° da CF, isto é, a elas se

aplicam as regras da responsabilidade civil objetiva.

Quando federais terão seus pleitos processados e

julgados na Justiça Federal, ou seja, gozam de foro

privilegiado, artigo 109, I da CF.

Exemplos de Sociedades de Economia Mista

exploradoras de atividades econômicas: Banco do Brasil S/A –

BB; Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás; prestadora de serviço

público: SABESP.

3 Atos Administrativos

O conceito de ato administrativo segundo o mestre

Hely Lopes Meirelles é “toda manifestação unilateral de

vontade da Administração Pública que, agindo nessa

qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,

transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor

obrigações aos administrados ou a si própria”.

Figura em contrassenso quanto ao ato administrativo

é o fato administrativo que segundo a renomada autora

Maria Sylvia Di Pietro considera fatos administrativos “eventos

da natureza, não decorrentes de manifestação ou declaração

humana, que produzam efeitos no âmbito do direito

administrativo, a exemplo da morte de um servidor”.

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3.1 Validade e eficácia

Quanto à figura da validade do ato administrativo,

tem-se quando este se encontra em total conformidade com o

ordenamento jurídico, não contendo assim nenhuma

irregularidade, tão pouco, ilegalidade.

No que tange ao aspecto da eficácia, esta se

apresenta quando o ato já está disponível para a produção de

seus efeitos próprios, não dependo assim de eventos

posteriores.

3.2 Atos Vinculados e Discricionários

Atos vinculados são os atos que a Administração

Pública pratica sem nenhuma margem de liberdade de

decisão, uma vez que, a própria lei se encarregou de

estabelecer os limites de atuação do agente público, não

existindo margem para apreciação da oportunidade e

conveniência do ato a ser praticado.

Em sentido antagônico, apresentam-se os atos

discricionários que são aqueles que a Administração pratica

com certa liberdade de escolha, nos limites da lei, quanto ao

seu conteúdo, modo de realização, sua oportunidade e

conveniência administrativas.

3.3 Classificação

3.3.1 atos gerais e individuais

Atos gerais são aqueles dirigidos a pessoas

indeterminadas, ou seja, não possuem destinatários

determinados; ex:. portaria.

Atos individuais, por sua vez, são aqueles dirigidos a

destinatários determinados, certos, produzindo diretamente

seus efeitos concretos; ex:. nomeação.

3.3.2 atos internos e externos

Atos internos são aqueles destinados a produzir

efeitos somente no âmbito da Administração, tipicamente

operacional, normalmente não exigindo publicação oficial,

mas tão somente ciência ao destinatário; ex:. portaria de

remoção de servidor.

Atos externos, em contrapartida, são aqueles que

atingem os administrados em geral, devendo, portanto ser

publicados em órgão oficial; ex:. nomeação de candidatos

aprovados em concurso público.

3.3.3 atos simples, complexo e composto

Atos simples são aqueles que decorrem de uma única

manifestação de vontade de uma pessoa ou de um órgão,

simples ou colegiado; ex:. multa de trânsito.

Atos complexos são aqueles que necessitam da

manifestação de duas ou mais vontades produzidas por mais

de um órgão ou autoridades diferentes; ex:. portarias

conjuntas.

Por fim, os atos compostos são aqueles decorrentes

da manifestação de vontades dentro de um mesmo órgão,

sendo uma principal e a outra secundária; ex:. nomeação do

Procurador-Geral da República que deve ser precedida de

aprovação do Senado Federal.

3.3.4 Atos de império, de gestão e de expediente

Os atos de império são aqueles que a Administração

impõe coercitivamente aos administrados, criando assim

obrigações ou restrições para os mesmos; ex:.

desapropriação.

Os atos de gestão são aqueles praticados pela

Administração na qualidade de gestora de seus bens e

serviços e em posição de igualdade com o particular; ex:.

contrato de locação de um bem móvel.

Já os atos de expediente são aqueles internos da

Administração, visando, desta forma dar andamento aos

processos e serviços; atos de rotina; ex:. cadastramento de

processos em sistema informatizado.

3.3.5 Atos constitutivos, extintivos, modificativos e

declaratórios

Atos constitutivos são aqueles em que a

Administração cria, modifica ou extingue direito ou situação

jurídica dos seus administrados; ex:. concessão de licença.

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Atos extintivos são aqueles que põem fim a situações

jurídicas individuais existentes; ex:. demissão de servidor.

Atos modificativos são aqueles que alteram situações

jurídicas preexistentes, contudo, sem provocar a extinção de

direitos e obrigações; ex:. alteração de horários em uma

repartição.

Finalizando, os atos declaratórios são aqueles que a

Administração apenas reconhece um direito que já existia

antes do ato, não criado assim situação jurídica nova; ex:.

licença.

3.3.6 Ato-regra, ato-condição e ato subjetivo

Ato-regra são aqueles que criam situações gerais,

abstratas e impessoais, podendo ser modificados pela

vontade de quem os produziu e sem possibilidade de direito

adquirido; ex:. regulamento.

Ato-condição são aqueles que alguém pratica

incluindo-se, isoladamente ou mediante acordo de outrem,

debaixo de situações criadas pelos atos-regra; ex:. acordo na

concessão de serviço público.

Em se tratando de atos subjetivos, são aqueles que

criam situações particulares, concretas e pessoais, sendo

imodificáveis pela vontade de apenas uma das partes e

podem gerar direitos adquiridos; ex:. contratos.

3.4 Atributos dos atos administrativos

São as qualidades ou características presentes nos

atos administrativos que os diferenciam dos demais atos.

Os principais atributos elencados pela maioria dos

autores são: Presunção de legitimidade; Imperatividade;

Auto-executoriedade; Tipicidade – PITA.

A presunção de legitimidade vislumbra uma

presunção de que os atos administrativos são verdadeiros (fé

pública), legais e legítimos, não dependo de lei expressa neste

sentido.

Vale ressaltar que tal presunção não tem um condão

absoluto ou intocável, pelo contrário, trata-se de uma

presunção relativa (juris tantum), ou seja, admitem prova em

contrário a cargo de quem alega a ilegitimidade.

A imperatividade, por sua vez, traduz-se na

possibilidade de a Administração, de maneira unilateral, criar

obrigações para os administrados que se encontrem em seu

círculo de incidência. Reflete um ato coercitivo. Decorre do

Poder Extroverso do Estado.

A figura da auto-executoriedade permite que o

mesmo seja executado diretamente, ou seja, independe de

prévia autorização judicial para execução do ato.

Importante destacar que para o Professor Celso

Antônio Bandeira de Mello exigibilidade e executoriedade

são figuras distintas. Para o mestre a exigibilidade é

“caracterizada pela obrigação que o administrado tem quanto

ao cumprir o ato”; em contraponto, a executoriedade “seria a

possibilidade de a administração, praticar o ato, ou compelir

direta e materialmente o administrado a praticá-lo”.

Por fim, a tipicidade para a renomada autora Maria

Sylvia Di Pietro é “o atributo pelo qual o ato administrativo

deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei

como aptas a produzir determinados resultados”.

3.5 Espécies de Atos Administrativos

3.5.1 Atos normativos

São os atos de comando geral e abstratos, não

possuindo destinatários determinados, mas incidindo sobre

todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses

que abstratamente preveem.

São exemplos de atos normativos: decretos

regulamentares, instruções normativas, atos declaratórios

normativos, dentre outros.

3.5.2 Atos ordinários

São aqueles que ordenam o funcionamento da

Administração Pública, e a conduta funcional de seus agentes.

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Advindos do Poder Hierárquico, são inferiores em

hierarquia aos atos normativos e têm como exemplos as

instruções, circulares internas, ordens de serviço,

memorandos e os ofícios.

3.5.3 Atos negociais

Encerram uma declaração da Administração

conjugada com a vontade do particular. Não são dotados de

imperatividade e, embora aparente, não são considerados

como bilaterais.

Principais espécies de atos negociais:

a) Licença: ato unilateral; vinculado; definitivo;

declaratório. Quando atendidos os pré-requisitos legais

exigidos, a Administração tem o dever de concedê-la. Ex:.

licença para dirigir (CNH).

b) Autorização: ato unilateral; constitutivo;

discricionário; precário. Neste, a Administração concede ao

particular a realização de uma atividade ou uso de bem

público de interesse exclusivamente do particular. Ex:.

utilização de uma praça para evento.

c) Permissão: ato unilateral; discricionário e precário,

podendo ter prazo determinado e ainda ser gratuito ou

oneroso. Aqui a Administração consente ao particular alguma

conduta em que exista interesse primordial coletivo. Ex:.

instalação de banca de jornal em praça pública.

3.5.4 Atos enunciativos

São aqueles que enunciam situação existente, sem

manifestação material da administração.

Principais espécies de atos enunciativos:

a) Certidão: cópia de informações registradas em algum

livro em poder da Administração, geralmente requerida pelo

administrado que tenha algum interesse nestas informações.

Em caso de inexistência de lei específica, o prazo para

expedição da certidão é de 15 dias.

b) Atestado: declaração da Administração referente a

uma situação de que tem conhecimento em razão da

atividade de seus órgãos e agentes.

c) Parecer: documento de caráter eminentemente

técnico, opinativo, e emitido por órgão especializado na

matéria de que se trata o assunto.

d) Apostila: é um aditamento a um ato ou contrato

administrativo, visando retificá-lo, atualizá-lo ou ainda

complementá-lo. Ex:. anotação de promoção de servidor.

3.5.5 Atos punitivos

São meios pelos quais a Administração Pública pode

impor diretamente sanções a seus servidores ou

administrados em geral, tendo fundamentos no Poder

Disciplinar (quanto aos servidores públicos e particulares com

algum vínculo jurídico específico) e Poder de Polícia (com

relação aos particulares em geral que não possuem vínculo

jurídico específico com a Administração). Exemplos:.

advertência; multa de trânsito.

3.6 Extinção ou desfazimento dos Atos Administrativos

Tal fenômeno poderá ser resultante do

reconhecimento da ilegitimidade do ato, ou ainda

simplesmente poderá advir da desnecessidade de existência

do mesmo, denotando sua extinção ou desaparecimento.

Sintetizaremos as principais formas de extinção dos

atos administrativos abarcadas pela maioria dos autores

administrativistas.

a) Renúncia: ocorre quando o beneficiado dispõe, de

maneira facultativa da vantagem que lhe foi concedida. Ex:.

dono de banca de jornal que abre mão da permissão de uso

de bem público concedida.

b) Cumprimento de seus efeitos ou extinção natural:

decorre do cumprimento normal dos efeitos de determinado

ato. Ex:. concessão de férias.

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c) Desaparecimento do sujeito ou extinção subjetiva:

ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou

do ato. Ex:. permissão, uma vez que, a morte do

permissionário extingue o ato em questão.

d) Desaparecimento do objeto ou extinção objetiva:

ocorre quando o objeto sobre o qual recai o ato desaparece.

Ex:. bem tombado que desaparece em virtude de um

terremoto.

e) Contraposição ou derrubada: extinção do ato

decorrente da prática de um outro ato administrativo oposto

ao primeiro. Ex:. exoneração que extingue a nomeação.

f) Caducidade: extinção do ato em decorrência de uma

lei não mais permitir a prática de determinado ato.

g) cassação: extinção do ato em razão do beneficiário

deixar de cumprir os requisitos para a exigência da

manutenção do ato e de seus efeitos. Não deixa de ser uma

forma de sanção ao particular beneficiado. Ex:. um

restaurante que teve seu alvará cassado em virtude da falta

de higiene.

h) Anulação: deve ocorrer quando existir vício no ato no

que tange à legalidade. Pode ser realizado pela Administração

(autotutela) ou pelo Poder Judiciário (ilegalidade). Seus efeitos

são retroativos (ex tunc), ou seja, retroagem seus efeitos ao

momento da prática do ato. Contudo, os eventuais efeitos já

produzidos perante terceiros de boa fé, anteriores à data de

anulação, não serão desfeitos, sendo assim resguardados.

Vale ressaltar que o artigo 54 da Lei 9.784/99 prevê um prazo

de 5 cinco anos para anulação de atos administrativos ilegais,

independente do vício, ressalvado os casos de má-fé.

i) Revogação: em outro diapasão, ocorre quando um

ato válido é retirado do mundo jurídico por razões de

conveniência e oportunidade – portanto – sendo um critério

discricionário e realizável somente pela Administração

Pública. Seus efeitos, diferentemente do que ocorre na

anulação seus efeitos são prospectivos (ex nunc), ou seja, para

frente, devendo, por conseguinte, serem respeitados os

direitos adquiridos.

Alguns atos são insuscetíveis de revogação como são

os casos dos atos consumados (já exauriram seus efeitos);

atos vinculados (não comportam juízo de oportunidade e

conveniência); atos que já geraram direitos adquiridos; atos

que integram um procedimento; atos complexos;

3.7 Quadro Diferenciador: Anulação X Revogação

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

Sujeito

Competente

Administração /

Judiciário

Administração

Motivo Ilegalidade Conveniência /

Oportunidade

Efeitos Ex tunc,

retroagem

Ex nunc, não

retroagem

3.8 Convalidação

Processo no qual a Administração Pública procura

aproveitar atos administrativos com vícios superáveis,

podendo confirmá-los no todo ou em parte, se aplicando a

atos nulos ou anuláveis, sendo seus efeitos retroativos (ex

tunc).

Na esfera federal, o artigo 55 da Lei 9.784/99, assim

preceitua:

Artigo 55. Em decisão na qual se evidencie não

acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a

terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis

poderão ser convalidados pela própria Administração.

Quanto aos vícios de legalidade, enquadram-se como

defeitos sanáveis: a) vício relativo à competência; b) vício de

forma.

4 Agentes Públicos

São todos aqueles que, de forma definitiva ou

meramente transitória, executam uma função pública

proposta pelo Estado.

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4.1 Classificação

Vamos adotar a classificação proposta pelo mestre

Hely Lopes Meirelles, que separa os agentes públicos em cinco

grupos distintos:

a) Agentes Políticos: integrantes dos mais altos escalões

do Poder Público, possuindo vínculo político e responsáveis

pela elaboração das diretrizes de atuação governamental com

funções de direção, orientação e supervisão geral da

Administração Pública. Ex:. Juízes; Deputados.

b) Agentes Administrativos: São aqueles que exercem

uma atividade pública de natureza profissional e remunerada,

sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico

estabelecido pelo ente federado ao qual pertencem. Podem

ser subdivididos em: servidores públicos – agentes

administrativos sujeitos a regime jurídico-administrativo

(estatutários); empregados públicos – ocupantes de

empregos públicos sujeitos a regime jurídico contratual

trabalhista (celetistas); temporários – são aqueles

contratados por um tempo determinado visando atender

necessidade de excepcional interesse público.

c) Agentes Honoríficos: São os cidadãos convocados

para prestarem, transitoriamente, serviços específicos ao

Estado sem remuneração, não possuindo também vínculo

profissional com a Administração Pública. Ex:. mesários

eleitorais; jurados do Tribunal do Júri.

d) Agentes Delegados: Particulares que recebem uma

incumbência específica para executar uma atividade, obra ou

serviço público por sua conta e risco, em nome próprio e sob a

fiscalização permanente do poder delegante. Ex:.

concessionários; permissionários; leiloeiros.

e) Agentes credenciados: também particulares que

recebem a incumbência específica para representar à

Administração em determinado ato ou atividade específica,

mediante remuneração do poder credenciante. Ex:. um artista

consagrado que fosse incumbido oficialmente de representar

o Brasil em um congresso internacional sobre proteção da

propriedade intelectual.

4.2 Cargo, emprego e função

Cargo público é o conjunto de atribuições e

responsabilidades previstas na estrutura organizacional que

devem ser cometidas a um servidor e remuneração fixadas em

lei ou diploma a ela equivalente. Pode-se classificar o cargo

ainda em: efetivo: providos por concurso público; regime

estatutário; estabilidade. Em comissão: livre nomeação e

exoneração; transitório; relação de confiança. Vitalícios:

maior garantia de permanência; somente podem perder o

cargo por meio de sentença transitada em julgado.

Em outro prisma, a expressão emprego público nada

mais é de que a relação jurídica entre os ocupantes de

emprego e o Estado por meio de contrato regida pela

Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Quanto à expressão função pública, pode-se definir

como conjunto de atribuições às quais não corresponde um

cargo ou emprego. Na Carta Magna estão previstas duas

espécies: artigo 37, IX (exercida por servidores contratados

temporariamente); artigo 37, V (funções de confiança, sendo

ocupadas somente por quem possui cargo efetivo).

5 Poderes Administrativos

Na visão de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo,

pode-se conceituar poderes administrativos como “o conjunto

de prerrogativas de direito que a ordem jurídica confere aos

agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado

alcance seus fins”.

5.1 Poder Hierárquico

É o poder conferido ao agente público para

organizar/escalonar a estrutura da Administração e fiscalizar a

atuação de seus subordinados. O poder hierárquico é ainda

irrestrito, permanente e automático.

Vale destacar que não há hierarquia entre pessoas

jurídicas diferentes, estando presente a subordinação

(interna) somente no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

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Não podemos olvidar do termo vinculação (externa)

que existe entre a Administração direta e as entidades da

indireta, em que não há hierarquia, mas, tão somente o

chamado controle finalístico, tutela administrativa ou

supervisão.

5.2 Poder Disciplinar

É um poder-dever conferido a Administração Pública

para aplicação de sanções decorrente da prática de infrações

funcionais.

Importante mencionar que somente as pessoas

detentoras de algum vínculo jurídico específico com o Estado

é que podem ser alcançadas pelo poder disciplinar.

Como Regra geral, a doutrina hodiernamente, aponta

o poder disciplinar como de exercício discricionário, todavia,

esta discricionariedade se dá somente quanto à escolha ou

graduação da penalidade, uma vez que, não existe

discricionariedade quanto ao de ver de punir o infrator.

Vale ressaltar também que, o ato de aplicar

penalidade deve ser sempre motivado e assegurado a todos

os envolvidos o direito ao contraditório e a ampla defesa

(artigo 5º, LV, CF).

5.3 Poder Regulamentar

Em sentido amplo, é o poder conferido ao agente

público para expedição de atos normativos gerais e abstratos.

Já em sentido restrito, é o poder conferido ao Chefe

do Poder Executivo para editar atos administrativos

normativos, tendo seu exercício se materializado quando der

fiel execução às leis por meio de tais atos.

Pode-se dividir a figura do decreto em:

a) decretos de execução: artigo 84, IV da CF; regras

jurídicas gerais, abstratas e impessoais; atos normativos

secundários;

b) decretos autônomos ou independentes: prerrogativa

de editar regulamentos diretamente derivados da

Constituição Federal; atos primários. Podem ser: externos –

normas dirigidas a todos os cidadãos; internos – dizem

respeito à organização, competência e funcionamento da

Administração Pública.

5.4 Poder de Polícia

No entendimento de Vicente Paulo e Marcelo

Alexandrino, poder de polícia “é o poder de que dispõe a

Administração Pública para condicionar ou restringir o uso de

bens e o exercício de direitos ou atividades pelo particular, em

prol do bem-estar da coletividade”.

Interessante conceito quanto ao poder de polícia

expresso no artigo 78 do Código Tributário Nacional:

Artigo 78. Considera-se poder de polícia a atividade

da administração pública que, limitando ao disciplinando

direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou

abstenção de fato, em razão de interesse público concernente

à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da

produção e do mercado, ao exercício de atividades

econômicas de pendentes de concessão ou autorização do

Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à

propriedade e aos direitos individuais e coletivos.

Polícia Administrativa Polícia Judiciária

Caráter preventivo; Caráter repressivo;

Exercido pelas autoridades

administrativas e polícias;

Exercido pela polícia civil e

militar;

Atua sobre bens, direitos e

atividades;

Atua sobre pessoas;

Age sobre ilícitos

administrativos;

Age sobre ilícitos penais;

O poder de polícia é exercitado por meio de atos

administrativos que deve está pautado dentro dos limites

estabelecidos pela lei, sendo observadas pela Administração a

necessidade, proporcionalidade e eficácia.

Não existem sanções de polícia administrativa que

impliquem detenção ou reclusão de pessoas, visto que esta

atua sobre bens, pessoas e atividades.

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De forma tradicional a doutrina aponta três atributos

do poder de polícia: CAD – coercibilidade: medidas que

podem ser impostas pela Administração ao administrado,

inclusive mediante o emprego de força; Auto-executoriedade:

possibilidade da Administração de executar seus atos

diretamente, ou seja, sem necessidade de prévia autorização

judicial; Discricionariedade: razoável liberdade de atuação no

que tange a valoração da oportunidade e conveniência de sua

prática. Há, no entanto, exceções. Ex:. licença para construção

em terreno próprio; exercício de uma profissão; Em tais casos,

quando atendidos os pré-requisitos legais pelo particular,

estes atos tornam-se vinculados.

Não se pode deixar de destacar o prazo prescricional

das ações punitivas decorrentes do exercício do poder de

polícia que é de 5 (cinco anos), de acordo com a Lei 9.873/99,

objetivando apurar infrações à legislação em vigor, contados a

partir da prática do ato, ou em se tratando de infração

permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Figura importante que vale a pena destacar, o abuso

de poder na escorreita visão do mestre Hely Lopes Meirelles

“ocorre quando a autoridade, embora competente para

praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se

desvia das finalidades administrativas”.

Pode-se dividir o abuso de poder em duas espécies:

a) excesso de poder: ocorre quando o agente público

atua fora dos limites de sua esfera de competência

administrativa; Ex:. Presidente da república institui um

imposto através de decreto.

b) desvio de poder ou desvio de finalidade: ocorre

quando o agente público, embora dentro dos limites de sua

esfera de competência, contraria finalidade expressa na lei

que autorizou ou determinou a sua atuação. Ex:.

desapropriação de imóvel de desafeto com o fim de prejudicá-

lo.

Importante frisar que, todos os atos praticados com

abuso de poder são nulos – devendo ser declarados pela

Administração Pública ou pelo Poder Judiciário.

6 Licitação

O mestre José dos Santos Carvalho Filho conceitua

licitação como “o procedimento administrativo vinculado por

meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por

ela controlados selecionam a melhor proposta entre as

oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a

celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho

técnico, artístico ou científico”.

6.1 Princípios

O artigo 3º da Lei 8.666/93 elenca os princípios

explícitos deste procedimento administrativo, e partindo

desta premissa, comentaremos de forma sucinta alguns

destes princípios, visto que alguns destes já foram

comentados nos tópicos 1.1 a 1.5 deste material.

a) Igualdade: Decorre da isonomia entre os licitantes.

Em se tratando de desempate alguns critérios podem ser

utilizados, artigo 3º, § 2º da Lei 8.666/93 (grifamos):

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de

desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - [revogado]

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.

Vale destacar a preferência de contratação para as

Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP),

como estabelece a Lei Complementar 123/2006 em seus

artigos 44 e 45 (grifamos):

Art. 44. Nas licitações será assegurada, como

critério de desempate, preferência de contratação para as

microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em

que as propostas apresentadas pelas microempresas e

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empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por

cento) superiores à proposta mais bem classificada.

§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo

percentual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5%

(cinco por cento) superior ao melhor preço.

Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei

Complementar, ocorrendo o empate, proceder-se-á da

seguinte forma:

I - a microempresa ou empresa de pequeno porte

mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço

inferior àquela considerada vencedora do certame, situação

em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado;

II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou

empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput

deste artigo, serão convocadas as remanescentes que

porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1º e 2º do art.

44 desta Lei Complementar, na ordem classificatória, para o

exercício do mesmo direito;

III - no caso de equivalência dos valores apresentados

pelas microempresas e empresas de pequeno porte que se

encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art.

44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas

para que se identifique aquela que primeiro poderá

apresentar melhor oferta.

§ 1º Na hipótese da não-contratação nos termos

previstos no caput deste artigo, o objeto licitado será

adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do

certame.

§ 2º O disposto neste artigo somente se aplicará

quando a melhor oferta inicial não tiver sido apresentada por

microempresa ou empresa de pequeno porte.

§ 3º No caso de pregão, a microempresa ou empresa

de pequeno porte mais bem classificada será convocada para

apresentar nova proposta no prazo máximo de 5

(cinco) minutos após o encerramento dos lances, sob pena de

preclusão.

b) Vinculação ao Instrumento Convocatório: Está a

Administração proibida de descumprir normas e condições

previstas no respectivo edital (Lei interna da licitação).

Disposto no artigo 41 da Lei 8.666/93.

c) Julgamento Objetivo: Não pode haver

discricionariedade na apreciação das propostas pela

Administração, pelo menos em tese. Nesta esteira, deve-se

fazer um julgamento objetivo das propostas baseadas em

critérios pré-estabelecidos no edital.

d) Probidade Administrativa: Basicamente se traduz na

atuação ética dos agentes da Administração em todas as

etapas do procedimento licitatório.

6.2 Modalidades

6.2.1 Concorrência

A mais complexa das modalidades licitatórias,

destinadas obrigatoriamente para transações de maior vulto.

Presta-se a contratação de obras, serviços e compras de

quaisquer valores.

Precedida de ampla publicidade 30/45 dias, podendo

concorrer quaisquer interessados. Princípios elencados pela

doutrina: universalidade, ampla publicidade, habilitação

preliminar e julgamento por comissão.

Disposto no artigo 22, § 1º da Lei 8.666/93

(grifamos):

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação

preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

6.2.2 Tomada de Preços

Nesta modalidade a habilitação é prévia à abertura

do procedimento licitatório.

Todavia, interessados que não estejam previamente

cadastrados têm a garantida a possibilidade de se inscreverem

até o terceiro dia anterior à data do recebimento das

propostas.

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Presta-se também à celebração de contratos relativos

a obras, serviços e compras, porém, de menor vulto do que o

exigido pela concorrência.

Previsto no artigo 22, §2º da Lei 8.666/93 (grifamos):

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação

entre interessados devidamente cadastrados ou que

atenderem a todas as condições exigidas para

cadastramento até o terceiro dia anterior à data do

recebimento das propostas, observada a necessária

qualificação.

6.2.3 Convite

Nesta modalidade a publicidade não é exigida, sendo

necessária apenas afixação do instrumento convocatório em

local apropriado.

A Administração convocará pelo menos três pessoas

de determinado ramo, cadastrados ou não, sendo que o prazo

para apresentação de proposta será de cinco dias úteis.

Insculpido no artigo 22, §3º da Lei 8.666/93

(grifamos):

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre

interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados

ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3

(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local

apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá

aos demais cadastrados na correspondente especialidade que

manifestarem seu interesse com antecedência de até 24

(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

6.2.4 Concurso

A natureza do objeto, e não o valor do contrato é que

determina a necessidade de realizar licitação na modalidade

concurso.

Nesta modalidade, o julgamento é realizado por uma

comissão especial composta por pessoas detentoras de cargo

público ou não, sendo, entretanto, indivíduos de reputação

ilibada e com alto conhecimento na matéria em exame.

Inserido no artigo 22, §4º da Lei 8.666/93 (grifamos):

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,

científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou

remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes

de edital publicado na imprensa oficial com antecedência

mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

6.2.5 Leilão

Basicamente destinada à venda de bens móveis para

a Administração ou produtos legalmente apreendidos ou

penhorados, e ainda para venda de bens imóveis cuja

aquisição tenha derivado de procedimentos judiciais ou dação

em pagamento.

Nesta modalidade, dispensa-se a habilitação prévia,

sendo necessária tão somente avaliação e ampla publicidade

em edital com prazo de 15 dias.

Assentado no artigo 22, §5º da Lei 8.666/93

(grifamos):

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

6.3 Dispensa

Nestes casos a lei autoriza a não realização de

licitação. Esta é possível, contudo, a lei autoriza sua dispensa.

Lista taxativa prevista no artigo 24 da Lei 8.666/93 a seguir

colacionada (grifamos):

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Art. 24. É dispensável a licitação: Vide Lei nº 12.188, de 2.010 Vigência

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x;

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180d consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o §ú do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos

serviços; (Vide § 3º do art. 48)

Art. 48. § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou

todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá

fixar aos licitantes o prazo de 8d úteis para a apresentação de

nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas

referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução

deste prazo para 3d úteis.

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido

o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

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XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei:

Art. 23. II - para compras e serviços não referidos no inciso

anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária,

instituído por lei federal. Vigência

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes.

Art. 3o A U/E/DF/M e as respectivas agências de fomento poderão

estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o

desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas

nacionais, ICT e organizações de direito privado sem fins lucrativos

voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que

objetivem a geração de produtos e processos inovadores. §ú. O

apoio previsto neste artigo poderá contemplar as redes e os

projetos internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações

de empreendedorismo tecnológico e de criação de ambientes de

inovação, inclusive incubadoras e parques tecnológicos.

Art. 4o As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo

determinado, nos termos de contrato ou convênio: I - compartilhar

seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais

instalações com microempresas e empresas de pequeno porte em

atividades voltadas à inovação tecnológica, para a consecução de

atividades de incubação, sem prejuízo de sua atividade finalística;II

- permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos,

instrumentos, materiais e demais instalações existentes em suas

próprias dependências por empresas nacionais e organizações de

direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de

pesquisa, desde que tal permissão não interfira diretamente na

sua atividade-fim, nem com ela conflite. ú. A permissão e o

compartilhamento de que tratam os incisos I e II do caput deste

artigo obedecerão às prioridades, critérios e requisitos aprovados e

divulgados pelo órgão máximo da ICT, observadas as respectivas

disponibilidades e assegurada a igualdade de oportunidades às

empresas e organizações interessadas.

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Art. 5o Ficam a União e suas entidades autorizadas a participar

minoritariamente do capital de empresa privada de propósito

específico que vise ao desenvolvimento de projetos científicos ou

tecnológicos para obtenção de produto ou processo inovadores.

§ú. A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos

pertencerá às instituições detentoras do capital social, na

proporção da respectiva participação.

Art. 20. Os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse público, poderão contratar empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecnológico, para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador.

XXXII - na contratação em que houver transferência de

tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de

Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de

1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS,

inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as

etapas de absorção tecnológica.

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins

lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras

tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e

produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de

baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput

deste artigo serão 20% para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x;

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade

que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei n

o 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados

em ato da direção nacional do SUS.

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

6.4 Inexigibilidade

No que toca à inexigibilidade, a licitação é

juridicamente impossível, visto à inviabilidade de competição

decorrente da pluralidade de potenciais proponentes. Lista

exemplificativa insculpida no artigo 25 da Lei 8.666/93

(grifamos):

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de

obras de arte e bens de valor histórico. VIII - (Vetado).

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o

profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos

casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente

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público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

7 Controle e responsabilização da Administração

José dos Santos Carvalho Filho conceitua controle da

Administração Pública como “o conjunto de mecanismos

jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o

poder de fiscalização e de reversão da atividade

administrativa em qualquer das esferas de poder”.

Neste diapasão, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo

nos trazem o seguinte conceito de controle da administração

“o conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico

estabelece a fim de que a própria Administração Pública, os

Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente

ou por meio de órgãos especializados, possam exercer o poder

de fiscalização, orientação e revisão da atuação

administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes

públicos, em todas as esferas de Poder”.

7.1 Controle Administrativo

É aquele que se origina da própria Administração

Pública realizável sobre suas atividades, sendo conhecido

como controle interno derivado da autotutela administrativa

(Súmula 473 do STF).

A doutrina e as leis mencionam e tratam de diversos

tipos de meios e instrumentos que podem ser utilizados pelo

administrado para provocar o controle administrativo, todos,

porém, espécies do direito de petição, insculpido no artigo 5º,

XXXIV da Carta Maior.

Teceremos breves comentários sobre alguns destes

meios e instrumentos utilizados pelos administrados, bem

como dos recursos administrativos que na visão de José dos

Santos Carvalho Filho “são meios formais de controle

administrativo, através dos quais o interessado postula, junto

a órgãos da Administração, a revisão de determinado ato

administrativo”.

a) Representação: Recurso administrativo pelo qual o

administrado ou servidor público qualquer, tendo de algum

modo informações/notícias de irregularidades, ilegalidades ou

condutas abusivas oriundas de agentes da Administração –

profere denúncia visando à apuração e a regularização destas

anomalias.

b) Reclamação: modalidade de recurso administrativo

utilizada para postular a revisão de atos prejudiciais quanto

aos direitos e interesses de determinado administrado. De

acordo com Decreto 20.910/32, o prazo quanto ao direito de

revisão se extingue em um ano.

c) Pedido de reconsideração: Refere-se ao recurso

administrativo solicitado à mesma autoridade que praticou o

ato o qual se insurge o recorrente, visando assim, nova

apreciação. O prazo de pedido de reconsideração será de um

ano se não houver prazo diverso fixado em lei.

d) Revisão: Modelo de recurso administrativo

apresentado em face de uma determinada decisão

administrativa com intuito de desfazê-la ou abrandá-la,

geralmente em virtude de fatos novos que demonstrem o erro

da penalidade aplicada.

e) Processo Administrativo: Na escorreita visão de

Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo processo administrativo

é “uma série de atos ordenados em uma sucessão lógica, a

qual tem por finalidade possibilitar à administração pública a

prática de um ato administrativo final ou prolação de uma

decisão administrativa final”.

7.2 Controle Legislativo

É o controle exercido pelos órgãos legislativos ou

comissões parlamentares visando à fiscalização da

Administração Pública sob os aspectos políticos e financeiros,

sendo, portanto um controle externo.

7.2.1 Da fiscalização contábil, financeira e orçamentária

Esta é exercida sobre os atos de todas as pessoas que

administrem bens ou dinheiros públicos.

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Pode se apresentar de duas formas: Interno: controle

pleno, de legalidade, conveniência, oportunidade e eficiência.

Exercido pelo próprio poder responsável por determinado

recurso público; Externo: exercido pelo Poder Legislativo com

o auxílio do Tribunal de Contas (órgão independente; auxiliar

do Poder Legislativo quanto ao controle externo, sobretudo

financeiro, não existindo hierarquia entre os mesmos; o

artigo 71 da CF dispõe quanto ao Tribunal de Contas da

União – TCU) com intuito de verificar a probidade da atuação

da Administração e a regularidade na utilização de recursos

públicos. O artigo 70 da Carta política discorre acerca desta

atuação do Poder Legislativo.

7.3 Controle Judiciário

Forma de controle que possibilita a fiscalização do

Poder judiciário sobre os demais Poderes (Legislativo e

Executivo) e sobre seus próprios atos.

Há alguns tipos especiais de ações contra atos do

Poder Público como:

a) Mandado de Segurança – Disposto no artigo 5º, §

LXIX da CF; Lei 12.016/09.

b) Ação Popular: Previsto no artigo 5º, § LXXIII da CF; Lei

4.717/65.

c) Ação civil pública: Insculpido no artigo 129, III da CF;

Lei 7.347/85. Dentre outros.

8 Responsabilidade Civil do Estado

Tem sua gênese no Direito Civil. Também

denominada de responsabilidade extracontratual, pode-se

compreender como a obrigação que tem o Estado de

indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes

causem aos particulares.

8.1 Evolução

8.1.1 Irresponsabilidade do Estado

Nesta fase o Estado não respondia pelos seus atos

lesivos, ou seja, imperava a não responsabilização do Estado.

Sua maior notoriedade aconteceu nos regimes

absolutistas, visto que o rei, nestas épocas, não poderia lesar

seus súditos, pois o mesmo não cometia erros.

Esta fase, por sua vez, encontra-se totalmente

superada.

8.1.2 Responsabilidade com culpa civil comum do Estado

Pretendeu-se nesta fase a equiparação do Estado ao

indivíduo, obrigando-o a indenizar os danos causados aos

particulares quando da comprovação de que seus agentes

agiram com dolo ou culpa.

8.1.3 Teoria da Culpa Administrativa

Nesta, em estágio de evolução, o Estado tem o dever

de indenizar o dano sofrido pelo particular quando da

comprovação da culpa anônima ou falta de serviço.

Pode-se decorrer falta de serviço da inexistência, mau

funcionamento ou retardamento dos serviços.

8.1.4 Teoria do Risco Administrativo

Quanto à Teoria do Risco Administrativo, existindo o

fato do serviço e o nexo direto de causalidade entre o fato

ocorrido, presume-se a culpa da Administração.

Vale ressaltar que o ônus da prova de culpa por parte

do particular, quando existente, cabe à Administração Pública.

Não se pode olvidar que o Estado em casos de culpa

exclusiva da vítima, caso fortuito (obra do acaso; inesperado)

ou força maior (eventos irresistíveis) – (excludentes de

responsabilidades) pode se eximir da obrigação de indenizar.

Enquanto que, nos casos de culpa concorrente, não se exclui a

responsabilidade, tão somente se atenua o quantum

(indenização).

8.1.5 Teoria do Risco Integral

No que toca à Teoria do Risco Integral, o Estado não

pode se afastar quanto à obrigação de indenizar, não sendo,

por conseguinte, alcançado pelas excludentes de

responsabilidade.

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Ainda neste prisma, pode-se perceber certa

exacerbação da responsabilidade civil do Estado, visto que,

mesmo que ficasse comprovada a existência de culpa

exclusiva da vítima, ainda assim a indenização seria devida por

parte do Estado.

8.2 Responsabilidade Subjetiva

Traz a jurisprudência o entendimento de que os

danos ocasionados por omissões do Poder Público – levam o

Estado a responder na modalidade responsabilidade civil

subjetiva.

Desta forma, ao indivíduo que sofreu o dano basta

provar que houve falta na prestação de um determinado

serviço para que nasça a responsabilização por parte do

Estado.

Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo assim nos

ensinam “para que danos decorrentes de atos de terceiros ou

de fenômenos da natureza gerem para o Estado obrigação de

indenização, é necessário que a pessoa que sofreu o dano

prove que para o resultado danoso concorreu determinada

omissão culposa da Administração Pública, na modalidade

“culpa administrativa”, isto é, sem individualização de um

agente público específico cuja conduta omissiva teria

ocasionado a falta de serviço”.

8.3 Responsabilidade Objetiva

Impende destacar o artigo 37, § 6º da CF:

Artigo 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público

e as de direito privado prestadoras de serviços públicos

responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade

causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra

o responsável nos casos de dolo ou culpa.

A responsabilidade civil objetiva alcança todas as

pessoas jurídicas de direito público e às pessoas de direito

privado que prestam serviços públicos, não incluindo assim, as

Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista que

exploram atividades econômicas.

Importante destacar que os possíveis danos

acarretados devem ter sido praticados por agente público,

inadmissível, portanto, que determinado dano tenha ocorrido

por atuação de indivíduo que não tenha nenhum vínculo com

a Administração Pública.

Não se pode olvidar que o plenário do Supremo

Tribunal Federal, em 26 de agosto de 2009 asseverou que

existe responsabilidade civil objetiva das empresas que

prestam serviços públicos em relação a terceiros usuários,

bem como em relação aos terceiros não usuários.

No que tange à reparação do dano, o particular que

sofreu o sinistro praticado por agente público deve intentar

ação de indenização em face da Administração Pública e não

diretamente contra o agente causador do dano, não podendo

ainda ajuizar ação concomitantemente contra agente público

e Estado.

Quanto ao aspecto da ação regressiva, esta poderá

ser proposta pela Administração contra agente público,

todavia, somente será cabível quando comprovados dolo ou

culpa por parte do agente público.

Por fim, um mesmo ato lesivo de determinado agente

público pode resultar em responsabilização cumulativa nas

esferas administrativas, cível e penal, independentes, a priori.

Contudo, quando agente público for absolvido na esfera penal

cujo fundamento seja a negativa de autoria ou inexistência de

fato estas interferem nas esferas administrativa e civil, sendo

o mesmo inocentado nas demais áreas.

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ANEXO: LEI 8.666/93 – SISTEMATIZADA – Artigos: 1º; 22; 23; 24 e 25 – (Licitação: Princípios, dispensa e inexigibilidade; Modalidades).

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que oCongresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I Dos Princípios

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre

licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da U/E/DF/M.

§ú. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela U/E/DF/M.

Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade,

compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

§ú. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a

observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

§ 1o É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991;

Art. 3o da Lei 8.248/91 Os órgãos e entidades da Administração Pública

Federal, direta ou indireta, as fundações instituídas e mantidas pelo

Poder Público e as demais organizações sob o controle direto ou

indireto da União darão preferência, nas aquisições de bens e serviços

de informática e automação, observada a seguinte ordem, a: I - bens e

serviços com tecnologia desenvolvida no País; II - bens e serviços

produzidos de acordo com processo produtivo básico, na forma a ser

definida pelo Poder Executivo. § 1o Revogado. § 2o Para o exercício

desta preferência, levar-se-ão em conta condições equivalentes de

prazo de entrega, suporte de serviços, qualidade, padronização,

compatibilidade e especificação de desempenho e preço. § 3o A

aquisição de bens e serviços de informática e automação, considerados

como bens e serviços comuns nos termos do parágrafo único do art. 1o

da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, poderá ser realizada na

modalidade pregão, restrita às empresas que cumpram o Processo

Produtivo Básico nos termos desta Lei e da Lei no 8.387, de 30 de

dezembro de 1991.

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo

seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de

desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - [revogado]

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e

acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º [vetado]

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

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§ 5o Nos processos de licitação previstos no

caput, poderá ser estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras.

§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5

o

será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não + 5a, que levem em consideração:

I - geração de emprego e renda;

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços

nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5

o.

§ 8o As margens de preferência por produto,

serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5

o e 7

o, serão definidas pelo Poder Executivo

federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros.

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5

o e 7

o deste

artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior:

I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou

II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o

do art. 23 desta Lei, quando for o caso.

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5

o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e

serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal.

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001.

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5

o, 7

o, 10, 11 e 12 deste artigo, com

indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas.

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas

demais normas de licitação e contratos devem privilegiar o

tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e

empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela

Lei Complementar nº 147, de 2014)

§ 15. As preferências dispostas neste artigo

prevalecem sobre as demais preferências previstas na

legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou

serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº

147, de 2014)

Art. 4o Todos quantos participem de licitação

promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

§ú. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados

nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão

seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.

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§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior

cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem.

§ 3o Observados o disposto no caput, os

pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu §ú, deverão ser efetuados no prazo de até 5d úteis, contados da apresentação da fatura.

Art. 24. É dispensável a licitação:

II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x;

Art. 23. II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

§ú. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x;

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos

devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Capítulo II Da Licitação

Seção I Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.

§ú. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no -1x:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

II - no Diário Oficial do E/D.F quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública E/M/D.F;

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local

em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das

propostas ou da realização do evento será:

I - 45d para:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

II - 30d para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

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III - 15d para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;

IV - 5d úteis para convite.

§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior

serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

§ 4o Qualquer modificação no edital exige

divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação

entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o 3d anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre

interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número -3 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência -45d.

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

§ 6o Na hipótese do § 3

o deste artigo, existindo na

praça +3 possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, -+1 interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

§ 7o Quando, por limitações do mercado ou

manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3

o

deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de

licitação ou a combinação das referidas neste artigo.

§ 9o Na hipótese do parágrafo 2

o deste artigo, a

administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior [I - concorrência; II -

tomada de preços; III - convite;] serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até R$ 150.000,00;

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00;

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 ;

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até R$ 80.000,00 ;

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 ;

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 .

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§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela

Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala.

§ 2o Na execução de obras e serviços e nas

compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação.

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação

cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

§ 4o Nos casos em que couber convite, a

Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite"

ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço.

§ 6o As organizações industriais da Administração

Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União.

§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e

desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.

§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o

dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.

Art. 24. É dispensável a licitação: Vide Lei nº 12.188, de 2.010 Vigência

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x;

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180d consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o §ú do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos

serviços; (Vide § 3º do art. 48)

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Art. 48. § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou

todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá

fixar aos licitantes o prazo de 8d úteis para a apresentação de

nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas

referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução

deste prazo para 3d úteis.

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido

o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei:

Art. 23. II - para compras e serviços não referidos no inciso

anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

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XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária,

instituído por lei federal. Vigência

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes.

Art. 3o A U/E/DF/M e as respectivas agências de fomento poderão

estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o

desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas

nacionais, ICT e organizações de direito privado sem fins lucrativos

voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que

objetivem a geração de produtos e processos inovadores. §ú. O

apoio previsto neste artigo poderá contemplar as redes e os

projetos internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações

de empreendedorismo tecnológico e de criação de ambientes de

inovação, inclusive incubadoras e parques tecnológicos.

Art. 4o As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo

determinado, nos termos de contrato ou convênio: I - compartilhar

seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais

instalações com microempresas e empresas de pequeno porte em

atividades voltadas à inovação tecnológica, para a consecução de

atividades de incubação, sem prejuízo de sua atividade finalística;II

- permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos,

instrumentos, materiais e demais instalações existentes em suas

próprias dependências por empresas nacionais e organizações de

direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de

pesquisa, desde que tal permissão não interfira diretamente na

sua atividade-fim, nem com ela conflite. ú. A permissão e o

compartilhamento de que tratam os incisos I e II do caput deste

artigo obedecerão às prioridades, critérios e requisitos aprovados e

divulgados pelo órgão máximo da ICT, observadas as respectivas

disponibilidades e assegurada a igualdade de oportunidades às

empresas e organizações interessadas.

Art. 5o Ficam a União e suas entidades autorizadas a participar

minoritariamente do capital de empresa privada de propósito

específico que vise ao desenvolvimento de projetos científicos ou

tecnológicos para obtenção de produto ou processo inovadores.

§ú. A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos

pertencerá às instituições detentoras do capital social, na

proporção da respectiva participação.

Art. 20. Os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse público, poderão contratar empresa, consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco tecnológico, para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto ou processo inovador.

XXXII - na contratação em que houver transferência

de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único

de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro

de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do

SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos

durante as etapas de absorção tecnológica.

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem

fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras

tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e

produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de

baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do

caput deste artigo serão 20% para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 150.000,00;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x;

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ;

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§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou

entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei n

o 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme

elencados em ato da direção nacional do SUS.

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. VIII - (Vetado).

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o

profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos

casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

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SÚMULAS DO STF – DIR. ADMINISTRATIVO

SÚMULA nº 15: Dentro do prazo de validade do

concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação,

quando o cargo for preenchido sem observância da

classificação.

SÚMULA nº 16: Funcionário nomeado por concurso

tem direito à posse.

SÚMULA nº 20: É necessário processo administrativo

com ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por

concurso.

SÚMULA nº 21: Funcionário em estágio probatório

não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem

as formalidades legais de apuração de sua capacidade.

SÚMULA nº 22: O estágio probatório não protege o

funcionário contra a extinção do cargo.

SÚMULA nº 36: Servidor vitalício está sujeito à

aposentadoria compulsória, em razão da idade.

SÚMULA nº 339: Não cabe ao poder judiciário, que

não tem função legislativa, aumentar vencimentos de

servidores públicos sob fundamento de isonomia.

SÚMULA nº 340: Desde a vigência do código civil, os

bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem

ser adquiridos por usucapião.

SÚMULA nº 346: A administração pública pode

declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA nº 473: A administração pode anular seus

próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,

porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por

motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os

direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a

apreciação judicial.

SÚMULA nº 508: Compete à justiça estadual, em

ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for

parte o Banco do Brasil S.A.

SÚMULA nº 517: As sociedades de economia mista só

têm foro na justiça federal, quando a união intervém como

assistente ou opoente.

SÚMULA nº 556: É competente a justiça comum para

julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.

SÚMULA nº 679: A fixação de vencimentos dos

servidores públicos não pode ser objeto de convenção

coletiva.

SÚMULA nº 681: É inconstitucional a vinculação do

reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou

municipais a índices federais de correção monetária.

SÚMULA nº 682: Não ofende a constituição a

correção monetária no pagamento com atraso dos

vencimentos de servidores públicos.

SÚMULA nº 684: É inconstitucional o veto não

motivado à participação de candidato a concurso público.

SÚMULA nº 685: É inconstitucional toda modalidade

de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia

aprovação em concurso público destinado ao seu provimento,

em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente

investido.

SÚMULA nº 686: Só por lei se pode sujeitar a exame

psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

SÚMULA nº 726: para efeito de aposentadoria

especial de professores, não se computa o tempo de serviço

prestado fora da sala de aula.

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SÚMULAS DO STJ – DIR. ADMINISTRATIVO

SÚMULA nº 103: Incluem-se entre os imóveis

funcionais que podem ser vendidos os administrados pelas

forças armadas e ocupados pelos servidores civis.

SÚMULA nº 127: É ilegal condicionar a renovação da

licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator

não foi notificado.

SÚMULA nº 312: No processo administrativo para

imposição de multa de trânsito, são necessárias as

notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente

da infração.

SÚMULA nº 343: É obrigatória a presença de

advogado em todas as fases do processo administrativo

disciplinar. (cancelada pela superveniência da súmula

vinculante nº 5 do STF).

SÚMULA nº 346: É vedada aos militares temporários,

para aquisição de estabilidade, a contagem em dobro de férias

e licenças não gozadas.

SÚMULA nº 373: É ilegítima a exigência de depósito

prévio para admissibilidade de recurso administrativo.

SÚMULA nº 378: Reconhecido o desvio de função, o

servidor faz jus às diferenças salariais decorrentes.

SÚMULA nº 467: Prescreve em cinco anos, contados

do término do processo administrativo, a pretensão da

Administração Pública de promover a execução da multa por

infração ambiental.

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Referências bibliográficas:

Alexandrino, Marcelo; Vicente, Paulo – Direito

Administrativo Descomplicado, 18 edição, Forense, São Paulo,

Método, 2010.

Carvalho Filho, José dos Santos – Manual de Direito

Administrativo, 22 edição, Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2009.

Andrade, Flávia Cristina Moura de – Direito

Administrativo, 2 edição, Premier Máxima, São Paulo, 2008.

Lei 8.666 disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>

“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”

Filipenses 3:14