nob_suas_encaminhada ao cnas para deliberacao

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Normas suas

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  • MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE A FOME

    Secretaria Nacional de Assistncia Social

    NOB SUAS

    Braslia, 10 de outubro de 2012

  • 2

    SIGLRIO

    BPC Benefcio de Prestao Continuada

    Cadnico Cadastro nico

    CAS Conselho de Assistncia Social

    CEAS Conselho Estadual de Assistncia Social

    CEBAS Certificado de Entidades Beneficentes de Assistncia Social

    CEDEST Centro de Estudos das Desigualdades Socioterritoriais

    CIB Comisso Intergestores Bipartite

    CIT Comisso Intergestores Tripartite

    CGU Controladoria Geral da Unio

    CMAS Conselho Municipal de Assistncia Social

    CNAS Conselho Nacional de Assistncia Social

    COEGEMAS Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistncia Social

    CONGEMAS Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistncia Social

    CRAS Centro de Referncia em Assistncia Social

    CREAS Centro de Referncia Especializado em Assistncia Social

    DF Distrito Federal

    FEAS Fundo Estadual de Assistncia Social

    FMAS Fundo Municipal de Assistncia Social

    FNAS Fundo Nacional de Assistncia Social

    FONSEAS Frum Nacional de Secretarias de Estado de Assistncia Social

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsticas

    IDCRAS ndice de Desenvolvimento do CRAS

    IDCREAS ndice de Desenvolvimento do CREAS

    IGD ndice de Gesto Descentralizada

    IGDe ndice de Gesto Descentralizado Estadual

    IGDm ndice de Gesto Descentralizado Municipal

    IGDSUAS ndice de Gesto Descentralizada do Sistema nico de Assistncia Social

    LOAS Lei Orgnica da Assistncia Social

    MDS Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    MUNIC Pesquisa de Informaes Bsicas Municipais

    NOB Norma Operacional Bsica

    NOB-RH/SUAS Norma Operacional Bsica de Recursos Humanos do SUAS

    PAIF Servio de Proteo e Atendimento Integral Famlia

  • 3

    PAS Plano de Assistncia Social

    PBF Programa Bolsa Famlia

    PETI Programa de Erradicao do Trabalho Infantil

    PMAS Plano Municipal de Assistncia Social

    PNAS Poltica Nacional de Assistncia Social

    PSB Proteo Social Bsica

    RIDE Regio Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

    SAGI Secretaria Nacional de Avaliao e Gesto da Informao

    SNAS Secretaria Nacional de Assistncia Social

    SUAS Sistema nico de Assistncia Social

    SE Secretaria Executiva

    TCU Tribunal de Contas da Unio

  • 4

    Sumrio Apresentao........................................................................................................................................................................ 6

    Introduo ............................................................................................................................................................................. 8

    Captulo I Sistema nico de Assistncia Social ..................................................................................................... 13

    Captulo II Gesto do Sistema nico de Assistncia Social ............................................................................... 15

    Seo I Responsabilidades dos Entes .................................................................. ......................................... 16

    Captulo III Planos de Assistncia Social ................................................................................................................. 25

    Captulo IV Pacto de Aprimoramento do Sistema nico de Assistncia Social......................................... 27

    Seo I Indicadores ............................... ................................................... ................................................... ..... 28

    Seo II Nveis de Gesto ......................... ................................................... ................................................... . 28

    Seo III Prioridades e Metas de Aprimoramento do SUAS ............................................... ...................... 29

    Seo IV Alcance das Metas de Aprimoramento do SUAS .................................................. ...................... 29

    Seo V Acompanhamento e Avaliao do Alcance das Metas de Aprimoramento do SUAS ............ 30

    Captulo V Processo de Acompanhamento no SUAS ........................................................................................... 31

    Captulo VI Gesto Financeira e Oramentria do Sistema nico de Assistncia Social ....................... 35

    Seo I Oramento da Assistncia Social .............................................................. ...................................... 35

    Seo II Fundos de Assistncia Social ................................................................ .......................................... 36

    Seo III Cofinanciamento no Sistema nico de Assistncia Social ..................................... ................. 37

    Sebseo I Cofinanciamento dos Servios Socioassistenciais ................................................... 40

    Subseo II Incentivos Financeiros Gesto ................................................................................ 44

    Subseo III Cofinanciamento de Programas e Projetos Socioassistenciais ......................... 45

    Subseo IV Critrios de Partilha para o Cofinanciamento ....................................................... 45

    Seo IV Penalidades .............................. ................................................... ................................................... ... 47

    Seo V Fiscalizao dos Fundos de Assistncia Social pelos Conselhos de Assistncia Social ....... 47

    Captulo VII Vigilncia Socioassistencial ................................................................................................................ 50

    Seo I Operacionalizao da Vigilncia Socioassistencial ............................................ ........................ 50

    Seo II Informao ............................... ................................................... ................................................... .... 54

    Seo III Monitoramento ........................... ................................................... .................................................. 57

    Seo IV Avaliao ................................ ................................................... ................................................... ..... 58

    Captulo VIII Gesto do Trabalho no Sistema nico de Assistncia Social ................................................. 60

    Captulo IX Controle Social do Sistema nico de Assistncia Social ............................................................. 61

    Seo I Conferncias de Assistncia Social ........................................................... ...................................... 61

    Seo II Conselhos de Assistncia Social ............................................................. ........................................ 62

    Subseo I Planejamento das responsabilidades dos Conselhos de Assistncia Social ..... 63

    Subseo II Responsabilidades dos Entes Federativos com o Controle Social ..................... 65

    Seo III Participao dos Usurios no Sistema nico de Assistncia Social ........................... .......... 66

    Captulo X Instncias de Negociao e Pactuao do Sistema nico de Assistncia Social .................. 68

  • 5

    Seo I Comisso Intergestores Tripartite CIT ...................................................... ................................. 69

    Seo II Comisso Intergestores Bipartite - CIB ...................................................... .................................. 71

    Captulo XI Regras de Transio ................................................................................................................................ 73

  • 6

    APRESENTAO

    com grande satisfao que a Comisso Intergestores Tripartite do SUAS

    CIT, integrada por representantes do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate

    Fome MDS, do Frum Nacional de Secretrios(as) de Estado de Assistncia Social

    FONSEAS e do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistncia Social

    CONGEMAS, apresenta ao Conselho Nacional de Assistncia Social a Norma Operacional

    Bsica do SUAS pactuada pela CIT, em 10 de outubro de 2012.

    Esta nova NOB SUAS considerou em sua construo as contribuies recebidas

    de todo o Brasil na ocasio da consulta pblica, as recomendaes da Comisso

    Intergestores Tripartite CIT, alm das sugestes do Conselho Nacional de Assistncia

    Social, presente em todas as reunies da CIT.

    O processo de debate desta norma iniciou-se em maio de 2010, quando foram

    reunidos representantes de todas as Comisses Intergestores Bipartites do SUAS,

    acadmicos e especialistas na rea da assistncia social em uma reunio em Braslia. Logo

    em seguida, a minuta do texto da NOB SUAS foi colocada em Consulta Pblica, por meio do

    stio do MDS com recebimento de contribuies por e-mail que foram incorporadas

    minuta de texto da NOB SUAS.

    Tambm em 2010, foram realizadas reunies de discusso da NOB SUAS

    organizadas pelos 26 estados e o Distrito Federal, em conjunto com os Conselhos

    Estaduais, Conselho de Assistncia Social do Distrito Federal, Comisses Intergestores

    Bipartite, Gestores e Tcnicos das Secretarias Estaduais e Municipais de Assistncia Social.

    Em novembro de 2010, em sua 100 reunio, a CIT iniciou o processo de

    discusso e pactuao da NOB SUAS. Este processo contou com diversas fases, incluindo a

    instituio de uma Cmara Tcnica da CIT para discusso e aprimoramento de alguns

    captulos.

    A NOB SUAS parte do entendimento que inmeros avanos foram

    conquistados nesses ltimos 08 anos de implantao do SUAS, contudo, muitos desafios se

    colocam para o Sistema, exigindo reafirmao de princpios e diretrizes j consolidados, ao

    mesmo passo que demanda inovaes no campo da gesto. Considerando as diversidades

    regionais e as dimenses continentais do pas, esta Norma Operacional Bsica de

    Assistncia Social lana luz na renovao dos principais instrumentos e fundamentos de

    gesto do Sistema, o planejamento, a gesto financeira, a participao social e a relao

    federativa de negociao nas instncias de pactuao.

  • 7

    O carter substantivo desta norma diz respeito a um novo patamar para a

    consolidao do SUAS introduzindo novas estratgias de financiamento, planejamento e

    acompanhamento da gesto pelos entes, a partir de pactos de responsabilidades, entre os

    entes da federao, para o aprimoramento do SUAS.

    Entende-se que esta norma inaugura um novo estgio para o sistema, onde se

    busca o aprimoramento do SUAS, em todas as esferas de governo, sustentado pelos pilares

    do planejamento, acompanhamento, cooperao federativa e participao social.

    Dessa forma, encaminhamos para deliberao do CNAS o texto final da NOB

    SUAS pactuado pela CIT.

    DENISE RATMANN ARRUDA COLIN

    Secretria Nacional de Assistncia Social

    MARIA APARECIDA RAMOS DE MENESES

    Presidente do Frum Nacional de Secretrios de Estado de Assistncia Social

    VALDIOSMAR VIEIRA SANTOS

    Presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistncia Social

  • 8

    INTRODUO

    1. A assistncia social, como poltica pblica de seguridade social vem passando por

    profundas transformaes a partir da Constituio de 1988. O SUAS, institudo pela

    Poltica Nacional de Assistncia Social (PNAS) em 2004, foi criado em Lei em 2011, com a

    aprovao da Lei n 12.435, que alterou dispositivos da Lei n 8.742/93 Lei Orgnica de

    Assistncia Social (LOAS) e garantiu no ordenamento jurdico brasileiro inmeras

    conquistas efetivadas ao longo desses anos.

    2. A LOAS concretizou as diretrizes da Constituio Federal e reorganizou a Poltica

    de Assistncia Social brasileira, assegurando a primazia da atuao do Estado na proviso

    de servios, benefcios, programas e projetos.

    3. As normativas que mais impactaram nos rumos da Politica de Assistncia Social

    consistem na edio da PNAS/2004 e na publicao da NOB SUAS/2005, aprovadas

    respectivamente pelas Resolues CNAS n. 145 de 15 de outubro de 2004, e n. 130, de

    15 de julho de 2005, que criou o SUAS e o operacionalizou, inaugurando no pas um novo

    modelo de organizao da gesto e oferta de servios, programas, projetos e benefcios

    socioassistenciais.

    4. A NOB-SUAS/2005 representou um marco fundamental na estruturao da Poltica

    Pblica de Assistncia Social imprimindo um grande salto quantitativo na implantao de

    servios socioassistenciais em todo o territrio nacional, tendo como base critrios de

    partilha transparentes e objetivos, adequados a distribuio territorial das populaes

    vulnerveis, com a alocao equitativa do cofinanciamento federal e a possibilidade de

    superao das distores regionais histricas.

    5. A lgica de financiamento da assistncia social, trazida pela norma operacional de

    2005, introduziu o repasse por pisos de proteo, zelando pela garantia da oferta

    permanente de servios socioassistenciais, com base na capacidade de atendimento e no

    mais pela quantidade e modalidade de atendimento. Instituiu a transferncia regular e

    automtica fundo a fundo, do Fundo Nacional, para os Fundos Municipais, do Distrito

    Federal e Estaduais de Assistncia Social e simplificou os instrumentos de repasse e

    prestao de contas do cofinanciamento federal, rompendo com a relao convenial

    tradicional.

  • 9

    6. A Norma trouxe tambm as responsabilidades com relao ao gestor da poltica, no

    mbito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, sendo que, em relao

    a estes ltimos, foram definidos trs nveis de gesto: Inicial, Bsica e Plena, que

    estabeleceram uma gradualidade na assuno das responsabilidades pelos Municpios de

    acordo com a organizao do sistema local de assistncia social.

    7. Para cada nvel de gesto foram definidas as responsabilidades e os incentivos e

    requisitos de habilitao ao SUAS. Para os Estados e Distrito Federal, foram estabelecidas

    prioridades por meio do Pacto de Aprimoramento da Gesto, como instrumento de adeso

    ao SUAS.

    8. Outro avano importante da NOB SUAS/2005 foi instituio da informao como

    ferramenta imprescindvel para uma gesto baseada nas evidncias, que orienta a

    organizao do sistema, do processo de planejamento e de tomada de deciso. Destaca-se,

    nesse sentido, a instituio do Sistema Nacional de Informao do Sistema nico de

    Assistncia Social Rede SUAS.

    9. A instituio de monitoramento sistemtico e a territorializao dos equipamentos

    de assistncia social nas reas de maior vulnerabilidade e risco resultou em um grande

    desafio para gesto do SUAS: a implantao da vigilncia socioassistencial, estratgia

    fundamental para o reconhecimento e localizao das vulnerabilidades e riscos, das

    violaes de direito nos territrios, que oriente e avalie a oferta de servios

    socioassistenciais de acordo com as necessidades de seus usurios.

    10. O crescimento da cobertura dos benefcios socioassitenciais na modalidade de

    transferncia de renda, como o Programa Bolsa Famlia e o Benefcio de Prestao

    Continuada (PBF e BPC), suscitou novas demandas para o trabalho com famlias

    vinculando a presena dos servios de assistncia social como completude necessria ao

    beneficio. A publicao do Protocolo de Gesto Integrada de Servios, Benefcios e

    Transferncias de Renda no mbito do SUAS em 2009 um importante marco no

    reconhecimento do impacto e alcance da transferncia de renda em todo o territrio

    nacional, e da necessidade de integrao destes com os servios socioassistenciais.

  • 10

    11. Destaca-se ainda a aprovao da Tipificao Nacional de Servios

    Socioassistenciais, em 2009, que padronizou em nvel nacional os objetivos, as provises e

    as formas de oferta dos servios socioassistenciais.

    12. Tambm se destaca a aprovao da NOB-RH SUAS em 2006, cujo um dos objetivos

    a padronizao das carreiras do SUAS, por meio de diretrizes nacionais para a

    implementao de aes especficas que tem como fim a qualificao e valorizao dos

    trabalhadores atuantes no SUAS. E, ainda, cuja implementao traz impactos direitos para

    a qualidade dos servios e benefcios ofertados no SUAS.

    13. Esses destaques indicam uma amplitude dos resultados alcanados por intermdio

    da NOB SUAS 2005 e normativas com ela relacionadas e apontam para um novo momento,

    to importante quanto o de sua implantao, o do aprimoramento do sistema.

    14. Uma das necessidades de aprimoramento est relacionada ao processo de

    habilitao dos Municpios nos nveis de gesto estabelecidos pela NOB SUAS 2005: inicial,

    bsica ou plena. Esse processo foi demarcado pelo carter cartorial, que consistia

    essencialmente na verificao de documentos para a comprovao dos requisitos de

    gesto que em muitos casos, aps visitas in loco, no se confirmavam. Na maioria dos

    Estados no se adotou procedimentos para o acompanhamento da gesto de forma

    sistemtica ou no realizou a reviso da habilitao, como forma de reavaliao do

    cumprimento dos requisitos de habilitao ou mesmo de avaliao da gesto.

    15. A desabilitao de Municpios, prevista na NOB SUAS 2005, principalmente pelas

    consequncias advindas dela, mostrou-se com consequncias negativas para a gesto do

    sistema. Um exemplo fundamental o momento da desabilitao do Municpio, que

    transfere ao gestor estadual a responsabilidade pela execuo dos servios

    socioassistenciais evitando, assim, a descontinuidade da oferta populao. Durante esses

    anos ficou evidente a inexistncia de condies adequadas, sejam jurdicas,

    administrativas, tcnicas e polticas para gesto e execuo pelo Estado dos servios que

    devem ser executados no mbito dos Municpios.

    16. Outra necessidade de reviso identificada est relacionada deciso tomada

    quando da pactuao da NOB SUAS 2005. A convivncia do antigo modelo da srie

    histrica, para que pudesse ocorrer a transio para o novo modelo, compatibilizou de

  • 11

    forma insuficiente as responsabilidades e requisitos de gesto com os incentivos

    repassados pelo Governo Federal. Os municpios habilitados nos nveis de gesto inicial e

    bsica recebiam incentivos relacionados aos servios de proteo social especial de mdia

    e alta complexidade, mas no possuam responsabilidade, estabelecida na NOB, de

    estruturar a rede de referncia.

    17. Sendo assim, a reviso da NOB SUAS 2005 passa pela adoo de mecanismos que

    possibilitem avaliar os estgios de organizao do SUAS nos Estados, Distrito Federal e

    Municpios e o aprimoramento da gesto, dos servios, programas, projetos e benefcios

    socioassistenciais.

    18. Cita-se ainda, a realizao peridica do Censo SUAS como um importante

    mecanismo de monitoramento que permite a definio de indicadores que aferem a

    organizao da oferta dos servios na rede socioassistencial, bem como a organizao da

    Gesto e do Controle Social nos Estados, no DF e nos Municpios.

    19. essencial reconhecer o esforo de adeso de Estados, Distrito Federal e

    Municpios ao SUAS ao instituir Conselho de Assistncia Social, Plano de Assistncia Social

    e Fundo de Assistncia Social e de implantar os servios socioassistenciais, assumindo as

    responsabilidades advindas do cofinanciamento federal. Destaca-se, por oportuno, que

    estes avanos demandam instituir novas prticas, mecanismos e instrumentos que

    favoream o aperfeioamento do sistema, instituindo uma cultura de planejamento no

    cotidiano da assistncia social, de acompanhamento e cooperao dos entes federativos.

    20. Tem-se como marco importante na oferta qualificada de servios do SUAS a

    definio das metas de desenvolvimento dos CRAS, a partir do ndice de Desenvolvimento

    dos Cras IDCRAS, baseado na informao, orientado pelo monitoramento, pela definio

    de indicadores. Com base na experincia do IDCRAS, essa NOB prope a pactuao de

    prioridades e metas de aprimoramento da gesto, do controle social, dos servios, e dos

    programas, projetos e dos benefcios socioassistenciais.

    21. O carter desta norma operacional diz respeito a um novo patamar necessrio

    para o aprimoramento do SUAS, por meio da introduo de novas estratgias de

    financiamento e gesto, consubstanciados na instituio dos blocos de financiamento, na

    pactuao de prioridades e metas, na valorizando da informao, do monitoramento e do

  • 12

    planejamento como ferramentas de gesto e na instituio de um novo regime de

    colaborao entre os entes, atravs do apoio tcnico orientado por prioridades e para o

    alcance de metas de aprimoramento do sistema.

    22. Esta norma, denominada de NOB SUAS, considerou em sua construo as sugestes

    encaminhadas pela consulta pblica, as recomendaes da Comisso Intergestores

    Tripartite CIT composta por representantes municipais, estaduais e do governo federal,

    alm das sugestes vindas do Conselho Nacional de Assistncia Social, que delibera esta

    Norma.

  • CAPTULO I

    SISTEMA NICO DE ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 1 A poltica de assistncia social, que tem por funes a proteo social, a vigilncia

    socioassistencial e a defesa de direitos, organiza-se sob a forma de sistema pblico no-

    contributivo, descentralizado e participativo, denominado Sistema nico de Assistncia Social -

    SUAS.

    Art. 2 So objetivos do SUAS:

    I - consolidar a gesto compartilhada, o cofinanciamento e a cooperao tcnica entre a

    Unio, Estados, DF e municpios que, de modo articulado, operam a proteo social no

    contributiva e garantem os direitos dos usurios;

    II - estabelecer as responsabilidades da Unio, Estados, DF e municpios na organizao,

    regulao, manuteno e expanso das aes de assistncia social;

    III - definir os nveis de gesto, de acordo com estgios de organizao da gesto e ofertas

    de servios pactuados nacionalmente;

    IV - orientar-se pelo princpio da unidade e regular, em todo o territrio nacional, a

    hierarquia, os vnculos e as responsabilidades quanto oferta dos servios, benefcios,

    programas e projetos de assistncia social;

    V - respeitar as diversidades culturais, socioeconmicas, polticas e territoriais;

    VI - reconhecer as especificidades e desigualdades regionais e municipais no

    planejamento e execuo das aes;

    VII - assegurar a oferta dos servios, programas, projetos e benefcios da Assistncia

    Social;

    VIII - integrar a rede pblica e privada, com vnculo ao SUAS, de servios, programas,

    projetos e benefcios de assistncia social;

    IX - implementar a gesto do trabalho e a educao permanente na assistncia social;

    X - estabelecer a gesto integrada de servios e benefcios;

    XI - afianar a vigilncia socioassistencial e a garantia de direitos como funes da

    poltica de assistncia social.

    Art. 3 So princpios organizativos do SUAS:

    I - universalidade: todos tm direito proteo socioassistencial, prestada a quem dela

    necessitar, com respeito dignidade e autonomia do cidado, sem discriminao de qualquer

  • 14

    espcie ou comprovao vexatria da sua condio;

    II - gratuidade: a assistncia social deve ser prestada sem exigncia de contribuio ou

    contrapartida, observado o que dispe o art. 35, da Lei n. 10.741, de 1 de outubro de 2003 -

    Estatuto do Idoso;

    III - integralidade da proteo social: oferta das provises em sua completude, por meio

    de conjunto articulado de servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais;

    IV intersetorialidade: integrao e articulao da rede socioassistencial com as demais

    polticas e rgos setoriais;

    V equidade: respeito s diversidades regionais, culturais, socioeconmicas, polticas e

    territoriais, priorizando aqueles que estiverem em situao de vulnerabilidade e risco.

    Art. 4 So diretrizes estruturantes da gesto do SUAS:

    I - primazia da responsabilidade do Estado na conduo da poltica de assistncia social;

    II - descentralizao poltico-administrativa e comando nico das aes em cada esfera

    de governo;

    III - financiamento partilhado entre a Unio, Estados, DF e municpios;

    IV - matricialidade sociofamiliar;

    V - territorializao;

    VI - fortalecimento da relao democrtica entre Estado e sociedade civil;

    VII controle social e participao popular.

  • 15

    CAPTULO II

    GESTO DO SISTEMA NICO DE ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 5 O Sistema nico de Assistncia Social SUAS se fundamenta na cooperao entre

    a Unio, Estados, DF e municpios e estabelece as respectivas competncias e responsabilidades

    comuns e especficas.

    1 A Unio, Estados, DF e municpios, conforme suas competncias, previstas na

    Constituio Federal e na Lei n 8.742, de 7 de Dezembro de 1993, Lei Orgnica da Assistncia

    Social- LOAS, assumem responsabilidades na gesto do sistema e na garantia de sua organizao,

    qualidade e resultados na prestao dos servios, programas, projetos e benefcios

    socioassistenciais.

    2 As responsabilidades se pautam pela ampliao da proteo socioassistencial em

    todos os seus nveis, contribuindo para a erradicao do trabalho infantil, para o enfrentamento

    da pobreza, da extrema pobreza e das desigualdades sociais, para a garantia dos direitos,

    conforme disposto na Constituio Federal e na legislao relativa assistncia social.

    3 O SUAS comporta quatro tipos de Gesto:

    I - da Unio

    II - dos Estados;

    III - do Distrito Federal;

    IV - dos Municpios;

    Art. 6 Os Municpios que no aderiram ao SUAS na forma da NOB SUAS, aprovada pela

    Resoluo n 130, de 15 de julho de 2005, faro a adeso por meio da apresentao Comisso

    Intergestores Bipartite - CIB de seu Estado dos documentos comprobatrios da instituio e

    funcionamento do conselho, plano e fundo de assistncia social, bem como da alocao de

    recursos prprios no fundo.

    1 A criao e funcionamento do conselho de assistncia social dever ser demonstrada

    por:

    I - cpia da lei de sua criao;

    II - cpia das atas das suas 3 (trs) ltimas reunies ordinrias;

    III - cpia da publicao da sua atual composio; e

  • 16

    IV - cpia da ata que aprova o envio destes documentos Comisso Intergestores

    Bipartite - CIB.

    2 A criao e existncia do fundo de assistncia social, assim como a alocao de

    recursos prprios dever ser demonstrada por:

    I - cpia da lei de criao do fundo e de sua regulamentao;

    II - cpia da Lei Oramentria Anual - LOA;

    III - balancete do ltimo trimestre do fundo; e

    IV - cpia da resoluo do conselho de assistncia social de aprovao da prestao de

    contas do ano anterior.

    Art. 7. Sero pactuados pela CIT parmetros para consolidao da rede de servios, de

    equipamentos, da gesto do SUAS e do funcionamento adequado dos conselhos de assistncia

    social.

    SEO I

    RESPONSABILIDADES DOS ENTES

    Art. 8 Constituem responsabilidades comuns Unio, Estados, Distrito Federal e

    Municpios:

    I - organizar e coordenar o SUAS em seu mbito, observando as deliberaes e

    pactuaes de suas respectivas instncias;

    II - estabelecer prioridades e metas visando a preveno e o enfrentamento da pobreza,

    da desigualdade, das vulnerabilidades e riscos sociais;

    III - normatizar e regular a poltica de assistncia social em cada esfera de governo, em

    consonncia com as normas gerais da Unio;

    IV - elaborar o Pacto de Aprimoramento do SUAS, contendo:

    a) aes de estruturao e aperfeioamento do SUAS em seu mbito;

    b) planejamento e acompanhamento da gesto, organizao e execuo dos servios,

    programas, projetos e benefcios socioassistenciais;

    V - garantir o comando nico das aes do SUAS pelo rgo gestor da poltica de

    assistncia social, conforme preconiza a LOAS;

    VI - atender aos requisitos previstos no art. 30 e seu pargrafo nico, da LOAS, com a

    efetiva instituio e funcionamento do:

  • 17

    a) conselho de assistncia social, de composio paritria entre governo e sociedade

    civil;

    b) fundo de assistncia social constitudo como unidade oramentria e gestora,

    vinculado ao rgo gestor da assistncia social, que tambm dever ser o responsvel pela sua

    ordenao de despesas, e com alocao de recursos financeiros prprios;

    c) Plano de Assistncia Social;

    VII - prover a infraestrutura necessria ao funcionamento do conselho de assistncia

    social, garantindo recursos materiais, humanos e financeiros, inclusive para as despesas

    referentes a passagens e dirias de conselheiros representantes do governo ou da sociedade

    civil, no exerccio de suas atribuies;

    VIII - realizar, em conjunto com os conselhos de assistncia social, as conferncias de

    assistncia social;

    IX - estimular a mobilizao e organizao dos usurios e trabalhadores do SUAS para a

    participao nas instncias de controle social da poltica de assistncia social;

    X - promover a participao da sociedade, especialmente dos usurios, na elaborao da

    poltica de assistncia social;

    XI - instituir o planejamento contnuo e participativo no mbito da poltica de assistncia

    social;

    XII - assegurar recursos oramentrios e financeiros prprios para o financiamento dos

    servios tipificados e benefcios assistenciais de sua competncia, alocando-os no fundo de

    assistncia social;

    XIII - garantir que a elaborao da pea oramentria esteja de acordo com os Planos de

    Assistncia Social e com os compromissos assumidos no Pacto de Aprimoramento do SUAS;

    XIV dar publicidade ao dispndio dos recursos pblicos destinados assistncia social;

    XV - formular diretrizes e participar das definies sobre o financiamento e o oramento

    da assistncia social;

    XVI - garantir a integralidade da proteo socioassistencial populao, primando pela

    qualificao dos servios do SUAS, exercendo essa responsabilidade de forma compartilhada

    entre a Unio, Estados, DF e municpios;

    XVII - garantir e organizar a oferta dos servios socioassistenciais conforme Tipificao

    Nacional de Servios Socioassistenciais;

    XVIII definir os servios socioassistenciais de alto custo e as responsabilidades dos

    entes de financiamento e execuo;

    XIX- estruturar, implantar e implementar a Vigilncia Socioassistencial;

  • 18

    XX - definir os fluxos de referncia e contrarreferncia do atendimento nos servios

    socioassistenciais;

    XXI aprimorar a gesto do Programa Bolsa Famlia e do Cadastro nico para Programas

    Sociais do Governo Federal- Cadastro nico;

    XXII gerir, de forma integrada, os servios, benefcios e programas de transferncia de

    renda de sua competncia;

    XXIII - regulamentar os benefcios eventuais em consonncia com as deliberaes do

    Conselho Nacional de Assistncia Social - CNAS;

    XXIV - implementar os protocolos pactuados na Comisso Intergestores Tripartite - CIT;

    XXV - promover a articulao intersetorial do SUAS com as demais polticas pblicas e o

    sistema de garantia de direitos;

    XXVI - desenvolver, participar e apoiar a realizao de estudos, pesquisas e diagnsticos

    relacionados poltica de assistncia social, em especial para fundamentar a anlise de situaes

    de vulnerabilidade e risco dos territrios e o equacionamento da oferta de servios em

    conformidade com a tipificao nacional;

    XXVII - implantar sistema de informao, acompanhamento, monitoramento e avaliao

    com vistas a promover o aprimoramento, qualificao e integrao contnuos dos servios da

    rede socioassistencial governamental e no governamental, conforme Pacto de Aprimoramento

    do SUAS e Plano de Assistncia Social;

    XXVIII - manter atualizados os sistemas de informao da Rede SUAS;

    XXIX - definir, em seu nvel de competncia, os indicadores necessrios ao processo de

    acompanhamento, monitoramento e avaliao;

    XXX - elaborar, implantar e executar a poltica de recursos humanos, de acordo com a

    Norma Operacional Bsica de Recursos Humanos do SUAS- NOB/RH - SUAS, com a implantao

    de planos de carreira, cargos e salrios para os servidores pblicos que atuem na rea de

    assistncia social;

    XXXI - implementar a gesto do trabalho e a educao permanente;

    XXXII - instituir e garantir capacitao para gestores, trabalhadores e conselheiros de

    assistncia social;

    XXXIII - criar ouvidoria do SUAS.

    XXXIV - atender s aes socioassistenciais de carter de emergncia;

    Art. 9 So responsabilidades da Unio:

    I - responder pela concesso e manuteno do benefcio de prestao continuada

    definidos no art. 203, da Constituio Federal;

  • 19

    II - coordenar a gesto do benefcio de prestao continuada, promovendo estratgias de

    articulao com os servios, programas, e projetos socioassistenciais e demais polticas setoriais;

    III regulamentar e cofinanciar, em mbito nacional, por meio de transferncia regular e

    automtica, na modalidade fundo a fundo, o aprimoramento da gesto, os servios, programas e

    projetos de proteo social bsica e especial, a fim de prevenir e reverter situaes de

    vulnerabilidade social e riscos;

    IV - realizar o monitoramento e a avaliao da poltica de assistncia social e assessorar

    Estados, Distrito Federal e Municpios para seu desenvolvimento;

    V - garantir condies financeiras, materiais e estruturais para o efetivo funcionamento

    da Comisso Intergestores Tripartite CIT e do Conselho Nacional de Assistncia Social - CNAS;

    VI - regular o acesso s seguranas de proteo social, conforme estabelecem a Poltica

    Nacional de Assistncia Social PNAS e esta Norma Operacional Bsica - NOB;

    VII - definir as condies e o modo de acesso aos direitos socioassistenciais, visando a

    sua universalizao;

    VIII - propor diretrizes para a prestao dos servios socioassistenciais, pactu-las com

    os Estados, Distrito Federal e municpios e submet-las aprovao do CNAS;

    IX orientar, acompanhar e monitorar a implementao dos servios socioassistenciais

    tipificados nacionalmente, objetivando a sua qualidade;

    X - apoiar tcnica e financeiramente os Estados, o Distrito Federal e os Municpios na

    implementao dos servios, benefcios, projetos e programas de proteo social bsica e

    especial, dos projetos de enfrentamento pobreza e das aes socioassistenciais de carter

    emergencial;

    XI - Coordenar e gerir a Rede SUAS;

    XII Coordenar em nvel nacional o Cadastro nico para Programas Sociais do Governo

    Federal e o Programa Bolsa Famlia;

    XIII - apoiar tcnica e financeiramente os Estados e o Distrito Federal na implantao da

    vigilncia socioassistencial;

    XIV - elaborar plano de apoio aos Estados ou Distrito Federal com pendncias e

    irregularidades junto ao SUAS, para cumprimento do plano de providncias;

    XV coordenar e manter atualizado cadastro de entidades de assistncia social, de que

    trata o inciso XI, do art. 19, da LOAS, em articulao com os Estados, o Distrito Federal e os

    Municpios;

    XVI decidir sobre os pedidos de concesso e renovao da certificao de entidade

    beneficente de assistncia social no mbito da assistncia social;

    XVII reconhecer as entidades e organizaes integrantes da rede socioassistencial, por

  • 20

    meio do vnculo SUAS.

    XVIII Apoiar tcnica e financeiramente as entidades de representao nacional dos

    secretrios estaduais e municipais de assistncia social.

    Art. 10 A Unio apoiar financeiramente o aprimoramento gesto descentralizada dos

    servios, programas, projetos e benefcios de assistncia social, por meio do ndice de Gesto

    Descentralizada do Sistema nico de Assistncia Social IGD-SUAS, para a utilizao no mbito

    dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, destinado, sem prejuzo de outras aes a

    serem definidas em regulamento, a:

    I - medir os resultados da gesto descentralizada do SUAS, com base na atuao do gestor

    estadual, municipal e do Distrito Federal na implementao, execuo e monitoramento dos

    servios, programas, projetos e benefcios de assistncia social, bem como na articulao

    intersetorial;

    II - incentivar a obteno de resultados quantitativos e qualitativos na gesto estadual,

    municipal e do Distrito Federal do SUAS;

    III - calcular o montante de recursos a serem repassados aos Estados, DF e municpios a

    ttulo de apoio financeiro gesto do SUAS.

    1 Os resultados alcanados pelo ente federativo na gesto do SUAS, aferidos na forma

    de regulamento prprio, sero considerados como prestao de contas dos recursos a serem

    transferidos a ttulo de apoio financeiro.

    2 As transferncias para apoio gesto descentralizada do SUAS sero efetivadas por

    meio de procedimento integrado ao ndice de Gesto Descentralizado do Programa Bolsa

    Famlia.

    3 Para fins de fortalecimento dos Conselhos de Assistncia Social dos Estados, do

    Distrito Federal e Municpios, percentual dos recursos transferidos dever ser gasto com

    atividades de apoio tcnico e operacional queles colegiados, na forma fixada pelo Ministrio do

    Desenvolvimento Social e Combate Fome, sendo vedada a utilizao dos recursos para

    pagamento de pessoal efetivo e de gratificaes de qualquer natureza a servidor pblico

    estadual, municipal ou do Distrito Federal.

    Art. 11. So responsabilidades dos Estados:

    I - destinar recursos financeiros aos Municpios, a ttulo de participao no custeio do

    pagamento dos benefcios eventuais de que trata o art. 22, da LOAS, mediante critrios

    estabelecidos pelos conselhos estaduais de assistncia social;

    II - cofinanciar, por meio de transferncia regular e automtica, na modalidade fundo a

  • 21

    fundo os servios, programas, projetos e benefcios eventuais e o aprimoramento da gesto, em

    mbito regional e local;

    III - estimular e apoiar tcnica e financeiramente as associaes e consrcios municipais

    na prestao de servios de assistncia social;

    IV - organizar, coordenar e prestar servios regionalizados da proteo social especial de

    mdia e alta complexidade de acordo com o diagnstico socioterritorial e os critrios pactuados

    na CIB e deliberados no Conselho Estadual de Assistncia Social.

    V - realizar o monitoramento e a avaliao da poltica de assistncia social em sua esfera

    de abrangncia e assessorar os Municpios para seu desenvolvimento;

    VI - garantir condies financeiras, materiais e estruturais para o efetivo funcionamento

    da Comisso Intergestores Bipartite - CIB e do Conselho Estadual de Assistncia Social CEAS;

    VII - apoiar tcnica e financeiramente os Municpios na implantao e na organizao dos

    servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais.

    VIII - apoiar tcnica e financeiramente os Municpios para a implantao e gesto do

    SUAS, Cadastro nico e Programa Bolsa Famlia;

    IX - apoiar tcnica e financeiramente os Municpios na implantao da vigilncia

    socioassistencial;

    X - municipalizar os servios de proteo social bsica executados diretamente pelos

    Estados, assegurando seu cofinanciamento, com exceo dos servios socioassistenciais

    prestados no distrito estadual de Pernambuco, Fernando de Noronha, at que este seja

    emancipado;

    XI - coordenar o processo de definio dos fluxos de referncia e contrarreferncia dos

    servios regionalizados, acordado com os Municpios e pactuado na CIB;

    XII - organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede socioassistencial

    nos mbitos estadual e regionais;

    XIII - instituir aes preventivas e proativas de acompanhamento aos Municpios no

    cumprimento das normativas do SUAS, para o aprimoramento da gesto, servios, programas,

    projetos e benefcios socioassistenciais pactuados nacionalmente;

    XIV - participar dos mecanismos formais de cooperao intergovernamental que

    viabilizem tcnica e financeiramente os servios de referncia regional, definindo as

    competncias na gesto e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB;

    XV - elaborar plano de apoio aos Municpios com pendncias e irregularidades junto ao

    SUAS, para cumprimento do plano de providncias acordado nas respectivas instncias de

    pactuao e deliberao;

  • 22

    XVI - elaborar e cumprir o plano de providncias, no caso de pendncias e

    irregularidades do Estado junto ao SUAS, aprovado no conselho estadual de assistncia social e

    pactuado na CIT;

    XVII - prestar as informaes necessrias para Unio no acompanhamento da gesto

    estadual;

    XVIII zelar pela boa e regular execuo dos recursos da Unio transferidos aos Estados,

    executados direta ou indiretamente por este, inclusive ao que tange a prestao de contas;

    XIX - aprimorar os equipamentos e servios socioassistenciais, observando os

    indicadores de monitoramento e avaliao pactuados;

    XX alimentar o Censo SUAS;

    XXI - instituir plano estadual de capacitao e educao permanente;

    XXII - acompanhar o sistema de cadastro de entidades e organizaes de assistncia

    social, de que trata o inciso XI, do art. 19, da Loas, em articulao com os municpios de sua rea

    de abrangncia.

    XXIII - apoiar tcnica e financeiramente entidade de representao estadual dos

    secretrios municipais de assistncia social.

    Art. 12. So responsabilidades do Distrito Federal:

    I - destinar recursos financeiros para custeio dos benefcios eventuais de que trata o art.

    22, da LOAS, mediante critrios e prazos estabelecidos pelo Conselho de Assistncia Social do

    Distrito Federal;

    II - efetuar os auxlios natalidade e funeral;

    III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com

    organizaes da sociedade civil;

    IV - atender s aes socioassistenciais de carter de emergncia;

    V - prestar os servios socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS;

    VI - cofinanciar o aprimoramento da gesto, os servios, os programas e os projetos de

    assistncia social em mbito local;

    VII - realizar o monitoramento e a avaliao da poltica de assistncia social em seu

    mbito;

    VIII - aprimorar os equipamentos e servios socioassistenciais, observando os

    indicadores de monitoramento e avaliao pactuados;

    IX - organizar a oferta de servios de forma territorializada, em reas de maior

    vulnerabilidade e risco, de acordo com diagnstico socioterritorial, construindo arranjo

  • 23

    institucional que permita envolver os Municpios da Regio Integrada de Desenvolvimento do

    Distrito Federal e Entorno -RIDE;

    X - organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de servios da

    proteo social bsica e especial;

    XI - participar dos mecanismos formais de cooperao intergovernamental que

    viabilizem tcnica e financeiramente os servios de referncia regional, definindo as

    competncias na gesto e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIT;

    XII - realizar a gesto local do benefcio de prestao continuada - BPC, garantindo aos

    seus beneficirios e famlias, o acesso aos servios, programas e projetos da rede

    socioassistencial;

    XIII alimentar o Censo SUAS;

    XIV - gerir, no mbito distrital, o Cadastro nico para Programas Sociais do Governo

    Federal e o Programa Bolsa Famlia, nos termos do 1 do art. 8 da Lei n 10.836, de 9 de

    janeiro de 2004;

    XV - elaborar e cumprir o plano de providncias, no caso de pendncias e irregularidades

    junto ao SUAS, aprovado no conselho de assistncia social do Distrito Federal e pactuado na -

    CIT;

    XVI - prestar as informaes necessrias para a Unio no acompanhamento da gesto do

    Distrito Federal;

    XVII - instituir plano distrital de capacitao e educao permanente;

    XVIII zelar pela boa e regular execuo, direta ou indireta, dos recursos da Unio

    transferidos ao Distrito Federal, inclusive ao que tange a prestao de contas;

    XIX - proceder o preenchimento do sistema de cadastro de entidades e organizaes de

    assistncia social, de que trata o inciso XI, do art. 19, da Loas;

    XX - viabilizar estratgias e mecanismos de organizao reconhecendo o pertencimento

    das entidades de assistncia social como integrantes da rede socioassistencial em mbito local.

    Art. 13. So responsabilidades dos Municpios:

    I - destinar recursos financeiros para custeio dos benefcios eventuais de que trata o art.

    22, da LOAS, mediante critrios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistncia Social;

    II - efetuar os auxlios natalidade e funeral;

    III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza, incluindo a parceria com

    organizaes da sociedade civil;

    IV - atender s aes socioassistenciais de carter de emergncia;

    V - prestar os servios socioassistenciais de que trata o art. 23, da LOAS;

  • 24

    VI - cofinanciar o aprimoramento da gesto, os servios, os programas e os projetos de

    assistncia social em mbito local;

    VII - realizar o monitoramento e a avaliao da poltica de assistncia social em seu

    mbito;

    VIII - aprimorar os equipamentos e servios socioassistenciais, observando os

    indicadores de monitoramento e avaliao pactuados;

    IX - organizar a oferta de servios de forma territorializada, em reas de maior

    vulnerabilidade e risco, de acordo com diagnstico socioterritorial;

    X - organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de servios da

    proteo social bsica e especial;

    XI alimentar o Censo SUAS;

    XII - assumir as atribuies, no que lhe couber, no processo de municipalizao dos

    servios de proteo social bsica;

    XIII - participar dos mecanismos formais de cooperao intergovernamental que

    viabilizem tcnica e financeiramente os servios de referncia regional, definindo as

    competncias na gesto e no cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB;

    XIV - realizar a gesto local do benefcio de prestao continuada - BPC, garantindo aos

    seus beneficirios e famlias o acesso aos servios, programas e projetos da rede

    socioassistencial;

    XV - gerir, no mbito municipal, o Cadastro nico para Programas Sociais do Governo

    Federal e o Programa Bolsa Famlia, nos termos do 1 do art. 8 da Lei n 10.836, de 9 de

    janeiro de 2004;

    XVI - elaborar e cumprir o plano de providncias, no caso de pendncias e

    irregularidades do Municpio junto ao SUAS, aprovado no conselho municipal de assistncia

    social e pactuado na CIB;

    XVII - prestar informaes que subsidiem o acompanhamento estadual e federal da

    gesto municipal.

    XVIII zelar pela execuo, direta ou indireta, dos recursos transferidos pela Unio e

    Estados aos municpios inclusive ao que tange a prestao de contas;

    XIX - proceder o preenchimento do sistema de cadastro de entidades e organizaes de

    assistncia social, de que trata o inciso XI, do art. 19, da Loas;

    XX - viabilizar estratgias e mecanismos de organizao reconhecendo o pertencimento

    das entidades de assistncia social como integrantes da rede socioassistencial em mbito local.

  • 25

    CAPTULO III

    PLANOS DE ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 14. O Plano de Assistncia Social, de que trata o art. 30 da LOAS, um instrumento de

    planejamento estratgico que organiza, regula e norteia a execuo da Politica Nacional de

    Assistncia Social - PNAS na perspectiva do SUAS.

    1 A elaborao do Plano de Assistncia Social de responsabilidade do rgo gestor

    da poltica, que o submete aprovao do Conselho de Assistncia Social.

    2 A estrutura do plano composta por, dentre outros:

    I - objetivos gerais e especficos;

    II - diretrizes e prioridades deliberadas;

    III - aes e estratgias correspondentes para sua implementao;

    IV - metas estabelecidas;

    V- resultados e impactos esperados;

    VI - recursos materiais, humanos e financeiros disponveis e necessrios;

    VII - mecanismos e fontes de financiamento;

    VIII - cobertura da rede prestadora de servios;

    IX - indicadores de monitoramento e avaliao;

    X - espao temporal de execuo;

    Art. 15. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios devero elaborar os

    respectivos Planos de Assistncia Social a cada 4 (quatro) anos, de acordo com os perodos de

    elaborao do Plano Plurianual - PPA.

    Art. 16. A realizao de diagnstico socioterritorial, a cada quadrinio, compe a

    elaborao dos Planos de Assistncia Social em cada esfera de governo.

    Pargrafo nico. O diagnstico tem por base o conhecimento da realidade a partir da

    leitura dos territrios, microterritrios ou outros recortes socioterritoriais que possibilitem

    identificar as dinmicas sociais, econmicas, polticas e culturais que os caracterizam,

    reconhecendo as suas demandas e potencialidades.

  • 26

    Art. 17. A realizao de diagnstico socioterritorial requer:

    I - processo contnuo de investigao das situaes de risco e vulnerabilidade social

    presentes nos territrios, acompanhado da interpretao e anlise da realidade socioterritorial e

    das demandas sociais que esto em constante mutao, estabelecendo relaes e avaliaes de

    resultados e de impacto das aes planejadas;

    II - identificao da rede socioassistencial disponvel no territrio, bem como de outras

    polticas pblicas, com a finalidade de planejar a articulao das aes em resposta s demandas

    identificadas, e a implantao de servios e equipamentos necessrios;

    III reconhecimento da oferta e da demanda por servios socioassistenciais e definio

    de territrios prioritrios para atuao da poltica de assistncia social.

    IV utilizao de dados territorializados, disponveis nos sistemas oficiais de

    informaes.

    Pargrafo nico. Consideram-se sistemas oficiais de informaes aqueles utilizados no

    mbito do SUAS ainda que oriundos de outros rgos da administrao pblica.

    Art. 18. Os Planos de Assistncia Social, alm do que estabelece o 2, do art. 13, desta

    Norma, devem observar:

    I - as deliberaes das conferncias de assistncia social para a Unio, Estados, Distrito

    Federal e municpios;

    II as metas nacionais pactuadas, que expressam o compromisso para o aprimoramento

    do SUAS para a Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios;

    III as metas estaduais pactuadas que expressam o compromisso para o aprimoramento

    do SUAS para Estados e Municpios;

    IV- o apoio tcnico e financeiro gesto descentralizada do SUAS.

    Pargrafo nico. O apoio tcnico e financeiro compreende, entre outras aes:

    I - capacitao;

    II - elaborao de normas e instrumentos;

    III - publicao de materiais informativos e de orientaes tcnicas;

    IV assessoramento e acompanhamento;

    V - incentivos financeiros.

  • 27

    CAPTULO IV

    PACTO DE APRIMORAMENTO DO

    SISTEMA NICO DE ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 19. O Pacto de Aprimoramento do SUAS firmado entre a Unio, Estados, Distrito

    Federal e municpios o instrumento pelo qual se materializam as metas e as prioridades

    nacionais no mbito do SUAS, e se constitui em mecanismo de induo do aprimoramento da

    gesto, dos servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais.

    1 A periodicidade de elaborao do Pacto ser quadrienal, com o acompanhamento e

    reviso anual das prioridades e metas estabelecidas.

    2 A pactuao das prioridades e metas se dar no ltimo ano de vigncia do PPA de

    cada ente federativo.

    3 a Unio dever pactuar na CIT no ltimo ano de vigncia do PPA dos municpios, a

    cada 4 (quatro) anos, as prioridades e metas nacionais para os municpios;

    4 a Unio dever pactuar na CIT no ltimo ano de vigncia do PPA dos estados e do

    Distrito Federal, a cada 4 (quatro) anos, as prioridades e metas nacionais para os estados o

    Distrito Federal;

    5 Os Estados devero pactuar nas CIB no ltimo ano de vigncia do PPA dos

    Municpios, a cada 4 (quatro) anos, as prioridades e metas regionais e estaduais para os

    municpios, que devem guardar consonncia com prioridades e metas nacionais.

    6 A reviso das prioridades e metas ocorrer anualmente, sob proposio do MDS,

    pactuados na CIT, a partir de alteraes de indicadores identificados nos sistemas nacionais de

    estatstica, Censo SUAS, Rede SUAS e outros sistemas do MDS.

    7 O Pacto e o Plano de Assistncia Social devem guardar correlao entre si.

    8 A Unio e os Estados acompanharo a realizao das prioridades e das metas

    contidas no Pacto.

    9 A primeira pactuao das prioridades e metas se dar, para:

    I Estados e Distrito Federal no exerccio de 2015, com vigncia para o quadrinio de

    2016/2019.

    II - Municpios n o exerccio de 2013, com vigncia para o quadrinio de 2014/2017.

  • 28

    Art. 20. O Pacto de Aprimoramento do SUAS compreende:

    I - definio de indicadores;

    II definio de nveis de gesto;

    III - fixao de prioridades e metas de aprimoramento da gesto, dos servios,

    programas, projetos e benefcios socioassistenciais do SUAS;

    IV planejamento para o alcance de metas de aprimoramento da gesto, dos servios,

    programas, projetos e benefcios socioassistenciais do SUAS;

    V - apoio entre a Unio, Estados, DF e municpios para o alcance das metas pactuadas; e

    VI adoo de mecanismos de acompanhamento e avaliao.

    Art. 21. A realizao do Pacto de Aprimoramento do SUAS se dar a partir da definio

    das prioridades e metas nacionais para cada quadrinio e do preenchimento do instrumento que

    materializa o planejamento para o alcance das metas.

    Art. 22. As prioridades e metas nacionais referentes a pblicos, vulnerabilidade e riscos

    especficos podero ser objeto de pactuao prpria.

    SEO I

    INDICADORES

    Art. 23. Os indicadores que orientam o processo de planejamento para o alcance de

    metas de aprimoramento do SUAS sero apurados anualmente, a partir das informaes

    prestadas nos sistemas oficiais de informaes e sistemas nacionais de estatstica.

    1 Os indicadores nacionais sero institudos pelo MDS.

    2 Sero incorporados progressivamente novos indicadores e dimenses, na medida

    em que ocorrerem novas pactuaes.

    SEO II

    NVEIS DE GESTO

    Art. 24. Os Estados, Distrito Federal e Municpios sero agrupados em nveis de gesto, a

    partir da apurao do ndice de Desenvolvimento do SUAS - ID SUAS, consoante ao estgio de

    organizao do SUAS em mbito local , estadual e distrital.

  • 29

    Pargrafo nico. O ID SUAS ser composto por um conjunto de indicadores de gesto,

    servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais apurados a partir do Censo SUAS,

    sistemas da Rede SUAS e outros sistemas do MDS.

    Art. 25. Os nveis de gesto correspondem escala de aprimoramento, na qual a base

    representa os nveis iniciais de implantao do SUAS e o pice corresponde aos seus nveis mais

    avanados, de acordo com as normativas em vigor.

    Art. 26. Os nveis de gesto so dinmicos e as mudanas ocorrero automaticamente na

    medida em que o ente federativo, quando da apurao anual do ID SUAS, demonstrar o alcance

    de estgio mais avanado ou o retrocesso a estgio anterior de organizao do SUAS.

    SEO III

    PRIORIDADES E METAS DE APRIMORAMENTO DO SUAS

    Art. 27. As prioridades e metas nacionais sero pactuadas a cada 4 (quatro) anos na CIT,

    conforme prev o 1 do art.19, com base nos indicadores apurados anualmente, a partir das

    informaes prestadas nos sistemas de informaes oficiais do MDS e sistemas nacionais de

    estatstica que nortearo a elaborao dos Pactos de Aprimoramento do SUAS.

    SEO IV

    ALCANCE DAS METAS DE APRIMORAMENTO DO SUAS

    Art. 28. O planejamento para alcance das metas de aprimoramento do SUAS ser

    realizado em ferramenta informatizada, a ser disponibilizada pela Unio.

    1 Os conselhos deliberaro acerca do planejamento para o alcance das metas.

    2 A resoluo do respectivo conselho de aprovao ou reviso do planejamento para

    alcance de metas dever ser publicada em dirio oficial ou jornal de grande circulao.

  • 30

    SEO V

    ACOMPANHAMENTO E AVALIAO DO ALCANCE DAS METAS DE APRIMORAMENTO DO

    SUAS

    Art. 29. O acompanhamento e a avaliao do Pacto de Aprimoramento do SUAS tem por

    objetivo observar o cumprimento do seu contedo e a efetivao dos compromissos assumidos

    entre a Unio, Estados, DF e municpios para a melhoria contnua da gesto, servios, programas,

    projetos e benefcios socioassistenciais, visando sua adequao gradativa aos padres

    estabelecidos pelo SUAS.

    Art. 30. O acompanhamento e a avaliao possibilitam o acesso s informaes sobre a

    execuo das aes planejadas, as dificuldades encontradas e os resultados alcanados,

    favorecendo a reviso e a tomada de decises pelo gestor.

    Art. 31. As informaes referentes ao acompanhamento e avaliao sero atualizadas

    anualmente pela Unio, Estados, DF e municpios para aferio da execuo do planejamento

    para o alcance das respectivas metas.

    Pargrafo nico. O acompanhamento dos Pactos de Aprimoramento do SUAS que estar

    a cargo da Unio e dos Estados, deve orientar o apoio tcnico e financeiro gesto

    descentralizada para o alcance das metas de aprimoramento da gesto, servios, programas,

    projetos e benefcios socioassistenciais do SUAS.

  • 31

    CAPTULO V

    PROCESSO DE ACOMPANHAMENTO NO SUAS

    Art.32. O processo de acompanhamento da gesto, servios, programas, projetos e

    benefcios socioassistencias do SUAS, pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios objetiva

    a verificao:

    I do alcance das metas de pactuao nacional e estadual dos indicadores do SUAS;

    II da observncia das normartivas do SUAS.

    1 O processo de acompanhamento se dar pela Unio aos Estados e Distrito Federal e

    pelos Estados aos respectivos municpios.

    2 O processo de acompanhamento de que trata o caput se dar por meio do:

    I - monitoramento do SUAS;

    II - visitas tcnicas;

    III - anlise de dados do Censo SUAS, da Rede SUAS e outros sistemas do MDS ou dos

    Estados;

    IV - apurao de denncias;

    V - fiscalizaes e auditorias;

    VI - outros que vierem a ser institudos.

    3 A Unio realizar o monitoramento e a avaliao da poltica de assistncia social e

    assessorar os Estados, Distrito Federal e Municpios para seu desenvolvimento.

    Art. 33. Os processos de acompanhamento desencadearo aes que objetivam a

    resoluo de dificuldades encontradas, o aprimoramento e a qualificao da gesto, dos

    servios, programas, projetos e benefcios socioassistencias do SUAS, quais sejam:

    I - proativas e preventivas;

    II - de superao das dificuldades encontradas;

    III de avaliao da execuo do plano de providncias e medidas adotadas.

    Pargrafo nico. As aes de que trata o caput destinam-se a Unio, Estados, Distrito

    Federal, Municpios e rede socioassistencial.

  • 32

    Art. 34. As aes de acompanhamento proativas e preventivas consistem em

    procedimentos adotados na prestao de apoio tcnico para o aprimoramento da gesto,

    dos servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais, conforme previsto nas

    normativas do SUAS e nas pactuaes nacionais e estaduais, prevenindo a ocorrncia de

    situaes inadequadas.

    1 Os procedimentos adotados no acompanhamento proativo e preventivo podero

    desencadear:

    I - o contato peridico, presencial ou no, da Unio com o Distrito Federal e Estados

    e destes com os respectivos Municpios;

    II - o monitoramento presencial sistemtico da rede socioassistencial dos municpios e

    Distrito Federal ;

    III - a verificao anual do alcance de metas e de indicadores do SUAS e da observncia

    das normativas vigentes.

    IV outros procedimentos.

    2 Os rgos gestores da poltica de assistncia social devero, como parte do

    processo proativo e preventivo, elaborar instrumentos informativos e publiciz-los

    amplamente, a fim de subsidiar o aprimoramento do SUAS.

    Art. 35. As aes para a superao das dificuldades dos Estados, Distrito Federal e

    Municpios na execuo do previsto nas normativas vigentes, no alcance das metas de

    pactuao nacional e melhoria dos indicadores do SUAS, objetivam solucionar as falhas

    identificadas e completar o ciclo do processo de acompanhamento.

    1 O processo de acompanhamento adotar como instrumentos de assessoramento os

    planos de providncias e de apoio.

    2 As aes para a superao de dificuldades dos entes federativos consiste no

    planejamento que envolva o gestor local, o Estado e a Unio na resoluo definitiva dos

    problemas.

    Art. 36. O Plano de Providncias constitui-se em instrumento de planejamento das

    aes para a superao de dificuldades dos entes federados na gesto e execuo dos

    servios, programas, projetos e benefcios socioassistencias, a ser elaborado pelos Estados,

    Distrito Federal e Municpios, com atribuies, dentre outras, de:

    I - identificar as dificuldades apontadas nos relatrios de auditorias, denncias, no

    Censo SUAS, entre outros;

    II - definir aes para superao das dificuldades encontradas;

  • 33

    III - indicar os responsveis por cada ao e estabelecer prazos para seu cumprimento.

    1 Os Estados, Distrito Federal e Municpios elaboraro seus Planos de Providncias

    que sero:

    I - aprovados pelos Conselhos Municipais de Assistncia Social e pactuados nas CIB no

    mbito dos Municpios;

    II - aprovados pelos Conselhos Estaduais de Assistncia Social e pactuados naCIT no

    mbito dos Estados;

    III - aprovado pelo Conselho de Assistncia Social do Distrito Federal e pactuado na

    CIT no mbito do Distrito Federal.

    2 A execuo dos Planos de Providncias ser acompanhada:

    I - pelos respectivos Conselhos de Assistncia Social e pelo Estado quanto aos seus

    Municpios;

    II - pelos respectivos Conselhos de Assistncia Social e pela Unio quanto aos Estados e

    Distrito Federal;

    3 O prazo de vigncia do Plano de Providncias ser estabelecido de acordo com cada

    caso, sendo considerado concludo aps a realizao de todas as aes previstas.

    4 A Unio acompanhar a execuo do Plano de Providncias dos Estados, Distrito

    Federal e Municpios por meio de aplicativos informatizados.

    Art. 37. O Plano de Apoio decorre do Plano de Providncias dos Estados, Distrito

    Federal e Municpios e consiste no instrumento de planejamento do assessoramento tcnico

    e, quando for o caso, financeiro, para a superao das dificuldades dos entes federados na

    gesto e execuo dos servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais.

    1 O Plano de Apoio contm as aes de acompanhamento, assessoramento tcnico e

    financeiro prestados de acordo com as metas estabelecidas no Plano de Providncias e

    devero ser:

    I - elaborados:

    a) pelo Estado quanto aos seus Municpios;

    b) pela Unio quanto aos Estados e o Distrito Federal.

    II - encaminhados a pactuao na CIB ou CIT de acordo com o envolvimento e

    responsabilidade de cada ente federativo.

    Art. 38. O descumprimento do Plano de Providncias e de Apoio pelos Estados, Distrito

    Federal e Municpios sero comunicados aos respectivos conselhos de assistncia social e

  • 34

    acarretar a aplicao de medidas administrativas, pela Unio, na forma a ser definida em norma

    especfica:

    1 Constituem medidas administrativas:

    I - comunicao ao Ministrio Pblico para tomada de providncias cabveis;

    II - excluso das expanses de cofinanciamento dos servios socioassistenciais e

    equipamentos pblicos;

    III bloqueio ou suspenso dos recursos do cofinanciamento;

    IV - descredenciamento do equipamento da rede socioassistencial.

    2 O gestor federal comunicar ao gestor estadual, do Distrito Federal ou municipal as

    medidas administrativas adotadas pelo no cumprimento das metas e aes do Plano de

    Providncias.

    3 O Fundo Nacional de Assistncia Social - FNAS comunicar as Cmaras de

    Vereadores e s Assembleias Legislativas os casos de suspenso de recursos financeiros.

    Art. 39. A CIT pactuar as normas complementares necessrias para a execuo do

    processo de acompanhamento pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

  • 35

    CAPTULO VI

    GESTO FINANCEIRA E ORAMENTRIA DO SISTEMA NICO DE

    ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 40. So instrumentos da gesto financeira e oramentria do SUAS o oramento da

    assistncia social e os fundos de assistncia social.

    Art. 41. A gesto financeira e oramentria da assistncia social implica na observncia

    dos princpios da administrao pblica, em especial: a legalidade, a impessoalidade, a

    moralidade, a publicidade e a eficincia.

    SEO I

    ORAMENTO DA ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 42. O oramento instrumento da administrao pblica indispensvel para a gesto

    da poltica de assistncia social e expressa o planejamento financeiro das funes de gesto e da

    prestao de servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais populao usuria.

    Pargrafo nico. A elaborao da pea oramentria requer:

    I - a definio de diretrizes, objetivos e metas;

    II - a previso da organizao das aes;

    III - a proviso de recursos;

    IV - a definio da forma de acompanhamento das aes; e

    V - a reviso crtica das propostas, dos processos e dos resultados.

    Art. 43. Constituem princpios do oramento pblico:

    I anualidade: deve ser o oramento pblico elaborado pelo perodo de um ano,

    coincidente com o ano civil;

    II clareza: deve ser apresentado em linguagem clara e compreensvel a todos;

    III especialidade: as receitas e as despesas devem constar de maneira discriminada,

    pormenorizando a origem dos recursos e sua aplicao;

  • 36

    IV exclusividade: o oramento no deve conter matria estranha previso da receita e

    fixao da despesa, ressalvado as excees legais;

    V legalidade: a arrecadao de receitas e a execuo de despesas pelo setor pblico

    deve ser precedida de expressa autorizao Legislativa;

    VI - publicidade: deve ser permitido o amplo acesso da sociedade a todas as informaes

    relativas ao oramento;

    VII unidade: deve ser elaborado com base numa mesma poltica oramentria,

    estruturado de modo uniforme, condenveis todas as formas de oramentos paralelos;

    VIII universalidade: todas as receitas e despesas devem ser includas na lei

    oramentria;

    IX equilbrio: deve haver equilbrio financeiro entre receita e despesa;

    X - exatido: as estimativas oramentrias devem ser to exatas quanto possvel, a fim de

    se dotar o oramento da consistncia necessria para que possa ser empregado como

    instrumento de gerncia, de programao e de controle;

    XI flexibilidade: possibilidade de ajuste na execuo s contingncias operacionais e

    disponibilidade efetiva de recursos;

    XII - programao: deve expressar o programa de trabalho detalhado concernente

    atuao do setor pblico durante a execuo oramentria;

    XIII regionalizao: deve ser elaborado sobre a base territorial com o maior nvel de

    especificao possvel, de forma a reduzir as desigualdades inter-regionais, segundo critrio

    populacional.

    SEO II

    FUNDOS DE ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 44 Os fundos de assistncia social so instrumentos de gesto oramentria e

    financeira da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, nos quais devem ser

    alocadas as receitas e executadas as despesas relativas ao conjunto de aes, servios,

    programas, projetos e benefcios de assistncia social.

    1 Cabe ao rgo da Administrao pblica responsvel pela coordenao da Poltica

    de Assistncia Social na Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios gerir o Fundo de

    Assistncia Social, sob orientao e controle dos respectivos Conselhos de Assistncia Social.

  • 37

    2 Caracterizam-se como fundos especiais e se constituem em unidades oramentrias

    e gestoras, na forma da Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964, cabendo aos rgos responsveis

    pela coordenao da poltica de assistncia social o seu gerenciamento.

    3 Devem ser inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica CNPJ, na condio de

    Matriz, na forma das Instrues Normativas da Receita Federal do Brasil, em vigor, com o intuito

    de assegurar maior transparncia na identificao e no controle das contas a ele vinculadas, sem

    com isso caracterizar autonomia administrativa e de gesto.

    4 Os recursos previstos no oramento para a poltica de assistncia social devem ser

    alocados e executados nos respectivos fundos.

    5. Todo o recurso repassado aos Fundos seja pela Unio ou pelos estados e ainda os

    recursos provenientes dos tesouros estaduais, municipais ou do Distrito Federal devero ter a

    sua execuo oramentria e financeira realizada pelos respetivos fundos.

    Art. 45. As despesas realizadas com recursos financeiros recebidos na modalidade fundo

    a fundo devem atender as exigncias legais concernentes ao processamento, empenho,

    liquidao e efetivao do pagamento, mantendo-se a respectiva documentao administrativa e

    fiscal pelo perodo legalmente exigido.

    Pargrafo nico. Os documentos comprobatrios das referidas despesas, tais como notas

    fiscais, recibos, faturas, dentre outros legalmente aceitos, devero ser arquivados

    preferencialmente na sede da unidade pagadora do Estado, Distrito Federal ou Municpio, em

    boa conservao, identificados e disposio do rgo repassador e dos rgos de controle

    interno e externo.

    SEO III

    COFINANCIAMENTO NO SISTEMA NICO DE ASSISTNCIA SOCIAL

    Art. 46. O modelo de gesto preconizado pelo SUAS prev o financiamento compartilhado

    entre a Unio, Estados, DF e municpios e viabilizado por meio de transferncias regulares e

    automticas entre os fundos de assistncia social, observando-se a obrigatoriedade da

    destinao e alocao de recursos prprios pelos respectivos entes.

    Art. 47. O cofinanciamento na gesto compartilhada tem por pressupostos:

    I - a definio e cumprimento das competncias e responsabilidades dos entes

    federativos;

  • 38

    II a participao oramentria e financeira de todos os entes federativos;

    III - a implantao e a implementao das transferncias de recursos por meio de

    repasses na modalidade fundo a fundo, de forma regular e automtica;

    IV - o financiamento contnuo de benefcios e de servios socioassistenciais tipificados

    nacionalmente;

    V - o estabelecimento de incentivos para a gesto e de pisos para os servios

    socioassistenciais;

    VI - a adoo de critrios transparentes de partilha de recursos, pactuados nas

    Comisses Intergestores e deliberados pelos respectivos Conselhos de Assistncia Social.

    VII o financiamento de programas e projetos.

    Art. 48. So requisitos mnimos para que Estados, Distrito Federal e Municpios recebam

    os recursos referentes ao cofinanciamento federal, de acordo com o art. 30, da LOAS:

    I - conselho de assistncia social institudo e em funcionamento;

    II - plano de assistncia social elaborado, aprovado pelo conselho de assistncia social;

    III - fundo de assistncia social criado em lei e implantado; e

    IV - alocao de recursos prprios no fundo de assistncia social.

    Art. 49. Os Municpios e o Distrito Federal devem destinar recursos prprios que lhes

    permitam cumprir com suas responsabilidades, em especial:

    I - custeio dos benefcios eventuais;

    II - cofinanciamento dos servios, programas e projetos socioassistenciais sob sua

    gesto;

    III - atendimento s situaes emergenciais,;

    IV - execuo dos projetos de enfrentamento pobreza;

    V - provimento de infraestrutura necessria ao funcionamento do Conselho de

    Assistncia Social Municipal ou do Distrito Federal.

    Pargrafo nico. Os Municpios e o Distrito Federal quando institurem programas de

    transferncia de renda podero faz-lo, preferencialmente, integrados ao Programa Bolsa

    Famlia.

    Art. 50. Os Estados devem destinar recursos prprios que lhes permitam cumprir com

    suas responsabilidades, em especial:

    I - participao no custeio do pagamento de benefcios eventuais referente aos

    respectivos municpios;

  • 39

    II - apoio tcnico e financeiro para a prestao de servios, programas e projetos em

    mbito local e regional;

    III - atendimento s situaes emergenciais;

    IV - prestao de servios regionalizados de proteo social especial de mdia e alta

    complexidade, quando a demanda local no justifique a implantao de servios municipais;

    V - provimento de infraestrutura necessria ao funcionamento do Conselho Estadual de

    Assistncia Social;

    Pargrafo nico. Os Estados quando institurem programas de transferncia de renda

    podero faz-lo, preferencialmente, integrados ao Programa Bolsa Famlia.

    Art. 51. A Unio tem por responsabilidade o financiamento do Benefcio de Prestao

    Continuada BPC e do programa de transferncia de renda Bolsa Famlia, o apoio tcnico e o

    cofinanciamento dos servios, programas e projetos socioassistenciais, inclusive em casos

    emergenciais e de calamidade pblica.

    Pargrafo nico. O cofinanciamento federal poder se dar sem a realizao de convnios,

    ajustes ou congneres, desde que seja cumprido o art.30, da LOAS.

    Art. 52. O cofinanciamento federal de servios, programas e projetos de assistncia social

    e de sua gesto, no mbito do SUAS, poder ser realizado por meio de blocos de financiamento.

    Pargrafo nico. Consideram-se blocos de financiamento o conjunto recursos destinados

    aos servios, programas e projetos, devidamente tipificados e agrupados, e sua gesto, na forma

    definida em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

    Art. 53. Os blocos de financiamento se destinam a cofinanciar:

    I - as protees sociais bsica e especial, em seu conjunto de servios socioassistenciais

    tipificados nacionalmente;

    II - a gesto do SUAS; e

    III - a gesto do Programa Bolsa Famlia e do Cadastro nico.

    IV outros conforme regulamentao especfica.

    1 Os recursos referentes a cada bloco de financiamento somente devem ser aplicados

    nas aes e servios a ele relacionados, includo despesas de custeio e de investimento em

    equipamentos pblicos, observados os planos de assistncia social e a normatizao vigente.

    2 Os repasses fundo a fundo sero efetuados para cada bloco, considerando a

    especificidade de seus componentes, com exceo dos recursos destinados a acordos especficos

    de cooperao interfederativa e a programas especficos que contenham regulao prpria.

  • 40

    3 Os blocos de financiamento podero ser desdobrados para facilitar a identificao

    dos servios socioassitenciais para os quais se destinavam originariamente.

    Art. 54. O detalhamento da forma de aplicao dos repasses do cofinanciamento, dos

    critrios de partilha, da prestao de contas do cofinanciamento dos servios socioassitenciais

    regionalizados de mdia e alta complexidade, e de outras questes afetas operacionalizao do

    cofinanciamento, sero objeto de ato normativo especfico.

    Art. 55. Os recursos dos blocos de financiamento dos servios socioassistenciais

    tipificados nacionalmente devem ser aplicados no mesmo nvel de proteo social, bsica ou

    especial, desde que componham a rede socioassistencial e que a matria seja deliberada pelo

    respectivo conselho de assistncia social.

    1 A prestao dos servios que der origem transferncia dos recursos deve estar

    assegurada dentro dos padres e condies normatizados e aferida por meio dos indicadores

    definidos pelo SUAS.

    2 Os recursos que formam cada bloco e seus respectivos componentes devem ser

    expressos em forma de memria de clculo, para registro histrico e monitoramento, respeitada

    a especificidade de cada bloco.

    Art. 56. O controle e acompanhamento das aes e servios subsidiados pelos blocos de

    financiamento devem ser efetuados por meio dos instrumentos especficos adotados pelo MDS

    no mbito do SUAS, cabendo aos Estados, Distrito Federal e Municpios a prestao das

    informaes de forma regular e sistemtica.

    SUBSEO I

    COFINANCIAMENTO DOS SERVIOS SOCIOASSISTENCIAIS

    Art. 57. O cofinanciamento dos servios socioassistenciais se dar por meio do Bloco de

    Financiamento da Proteo Social Bsica e do Bloco de Financiamento da Proteo Social

    Especial.

    1 O bloco de financiamento ser composto pelo conjunto de pisos relativos a cada

    proteo, de acordo com a Tipificao Nacional dos Servios Socioassistenciais.

    2 Os recursos assim transferidos permitem a organizao da rede de servios local e

    regional, com base no planejamento realizado.

  • 41

    3 No compem esta forma de repasse por blocos os recursos destinados ao

    cofinanciamento por acordos de cooperao interfederativa ou equivalente, para os quais sero

    aplicadas regras especficas de transferncia, a serem pactuadas e deliberadas nas instncias

    competentes.

    4 O confinanciamento dos servios socioassistenciais de proteo social bsica e

    especial dever considerar fatores que elevam o custo dos servios na Regio Amaznica, e

    inclusive, em outras situaes e especificidades regionais e locais pactuadas na CIT.

    Art. 58. O cofinanciamento da Proteo Social Bsica tem por componentes o Piso

    Bsico Fixo e o Piso Bsico Varivel.

    Art. 59. O Piso Bsico Fixo destina-se ao acompanhamento e atendimento famlia e seus

    membros, no desenvolvimento do Servio de Proteo e Atendimento Integral Famlia - PAIF,

    necessariamente ofertado pelo Centro de Referncia da Assistncia Social CRAS.

    1 O repasse desse piso deve se basear no nmero de famlias referenciadas ao CRAS.

    2 A capacidade de referenciamento de um CRAS est relacionada ao nmero de

    famlias do territrio, a estrutura fsica da unidade e ao quantitativo de profissionais que atuam

    na unidade, conforme referncia da NOB RH.

    3 Os CRAS sero organizados conforme o nmero de famlias a ele referenciadas,

    observando-se a seguinte diviso:

    I - at 2.500 famlias;

    II de 2.501 a 3.500 famlias;

    III - de 3.501 at 5.000 famlias;

    4 Outras classificaes podero ser estabelecidos, pactuadas na CIT e deliberadas pelo

    CNAS.

    Art. 60. O Piso Bsico Varivel destina-se:

    I - ao cofinanciamento dos servios complementares e inerentes ao PAIF;

    II - ao atendimento de demandas especficas do territrio;

    III - ao cofinanciamento de outros servios complementares que se tornem mais

    onerosos em razo da extenso territorial e das condies de acesso da populao;

    IV ao cofinanciamento de servios executados por equipes volantes, vinculadas ao

    CRAS;

    V a outras prioridades ou metas pactuadas nacionalmente.

  • 42

    1 O Piso Bsico Varivel poder ser desdobrado para permitir o atendimento de

    situaes ou particularidades, a partir da anlise de necessidade, prioridade ou ainda em razo

    de dispositivos legais especficos.

    2 Os valores de repasse desse piso, para ateno aos ciclos de vida em servios que

    complementam a proteo famlia no territrio, sero definidos com base em informaes

    constantes do Cadastro nico, tomando por referncia o nmero de famlias com presena de

    idosos, crianas, adolescentes, jovens, incluindo as pessoas com deficincia.

    3 Durante o perodo de migrao dos beneficirios do Benefcio de Prestao

    Continuada - BPC para o Cadastro nico, os dados dos sistemas de informao prprios do BPC

    tambm sero considerados.

    4 Outras fontes de informao e parmetros de clculo podero vir a ser utilizados,

    inclusive para novos servios tipificados nacionalmente, desde que previamente pactuados.

    5 Cabe Unio e aos Estados, em ateno aos princpios da corresponsabilidade e

    cooperao que regem o SUAS, a regulao, o monitoramento e o apoio tcnico e financeiro

    execuo desses servios.

    6 Os valores do piso destinados manuteno de embarcaes, de outros meios de

    transporte, e das equipes que prestam servios volantes sero objeto de normatizao pela

    Unio.

    Art. 61. O cofinanciamento da Proteo Social Especial tem por componentes:

    I -Mdia Complexidade:

    a) o Piso Fixo de Mdia Complexidade;

    b) o Piso Varivel de Mdia Complexidade; e

    c) o Piso de Transio de Mdia Complexidade;

    II -Alta Complexidade:

    a) o Piso Fixo de Alta Complexidade; e

    b) o Piso Varivel de Alta Complexidade.

    Pargrafo nico. Os recursos que compem esse Bloco devem ser aplicados segundo

    a perspectiva socioterritorial, assegurando-se a proviso de deslocamentos quando

    necessrio.

    Art. 62. O Piso Fixo de Mdia Complexidade destina-se ao cofinanciamento dos servios

    tipificados nacionalmente e que so prestados exclusivamente no Centro de Referncia

    Especializado para Populao em Situao de Rua - CENTRO POP e no Centro de Referncia

  • 43

    Especializado de Assistncia Social CREAS, como o Servio de Proteo e Atendimento

    Especializado a Famlias e Indivduos PAEFI.

    Art. 63. O Piso Varivel de Mdia Complexidade destina-se ao cofinanciamento dos

    servios tipificados nacionalmente, como o Servio Especializado em Abordagem Social, o

    Servio de Proteo Social Especial para Pessoas com Deficincia, Idosas e suas Famlias, o

    Servio de Proteo Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas Socioeducativas de

    Liberdade Assistida e de Prestao de Servios Comunidade e de outros que venham a ser

    institudos, conforme as prioridades ou metas pactuadas nacionalmente.

    1 O Piso poder incluir outras aes ou ser desdobrado para permitir o atendimento

    de situaes ou particularidades, a partir da anlise de necessidade, prioridade ou ainda em

    razo de dispositivos legais especficos.

    2 Os critrios para definio de valores diferenciados de cofinanciamento de servios

    que atendam s especificidades regionais devero ser objeto de pactuao na CIT e deliberao

    no CNAS.

    3 Os valores de referncia a serem adotados para o cofinanciamento dos diferentes

    tipos de agravos de mdia complexidade e das situaes que envolvam a prestao de servios

    para pblicos determinados sero submetidos pactuao na CIT e deliberao no CNAS.

    Art. 64. O Piso de Transio de Mdia Complexidade ser objeto de regulao especfica.

    Art. 65. O Piso Fixo de Alta Complexidade destina-se ao cofinanciamento dos servios

    tipificados nacionalmente, voltados ao atendimento especializado a indivduos e famlias que,

    por diversas situaes, necessitem de acolhimento fora de seu ncleo familiar ou comunitrio de

    origem.

    Art. 66. O Piso Varivel de Alta Complexidade destina-se ao cofinanciamento dos

    servios tipificados nacionalmente a usurios que, devido ao nvel de agravamento ou

    complexidade das situaes vivenciadas, necessitem de ateno diferenciada e atendimentos

    complementares.

    1 De acordo com critrios nacionalmente definidos, com base em legislao prpria ou

    em necessidades peculiares, este Piso poder ser utilizado para o atendimento a especificidades

    regionais, prioridades nacionais, incentivos implementao de novas modalidades de servios

    de acolhimento e equipes responsveis pelo acompanhamento dos servios de acolhimento e de

    gesto de vagas.

  • 44

    2 Tambm se destina ao cofinanciamento de servios de atendimento a situaes

    emergenciais, desastres ou calamidades, observadas as provises e objetivos nacionalmente

    tipificados, podendo ser especificadas as condies de repasse, dos valores e do perodo de

    vigncia em instrumento legal prprio.

    SUBSEO II

    INCENTIVOS FINANCEIROS GESTO

    Art. 67. O apoio gesto descentralizada do SUAS e do Programa Bolsa Famlia se dar

    atravs do Bloco de Financiamento da Gesto do SUAS, do Programa Bolsa Famlia e do

    Cadastro nico.

    Art. 68. O incentivo gesto do SUAS tem como componentes o ndice de Gesto

    Descentralizada Estadual do Sistema nico de Assistncia Social IGD-E SUAS e o ndice de

    Gesto Descentralizada Municipal do Sistema nico de Assistncia Social IGD-M SUAS;

    Art. 69. O incentivo gesto do Programa Bolsa Famlia tem como componente o ndice

    de Gesto Descentralizada Estadual do Programa Bolsa Famlia IGD-E PBF e o ndice de Gesto

    Descentralizada Municipal do Programa Bolsa Famlia IGD-M PBF, institudo pelo art. 8 da Lei

    n 10.836, de 2004.

    Art. 70. Os incentivos gesto descentralizada visam oferecer o aporte financeiro

    necessrio ao incremento dos processos:

    I - de gesto e prestao de servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais

    em mbito local e regional, tendo por fundamento os resultados alcanados e os investimentos

    realizados pelos entes federativos, no caso do IGD-SUAS; e

    II - de gesto do Programa Bolsa Famlia e do Cadastro nico, em mbito local, estadual e

    distrital, tendo por fundamento os resultados alcanados pelos respectivos entes federativos no

    caso do IGD-PBF, conforme previsto na Lei n 10.836, de 2004, e sua regulamentao.

    Art. 71. Os incentivos financeiros com base nos resultados sero calculados atravs dos

    ndices de Gesto Descentralizada do SUAS IGDSUAS e do Programa Bolsa Famlia - IGDPBF,

    institudos, respectivamente, na Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993 e na Lei no 10.836, de 9

    de janeiro de 2004.

  • 45

    SUBSEO III

    COFINANCIAMENTO DE PROGRAMAS E PROJETOS SOCIOASSISTENCIAIS

    Art. 72. Os critrios para repasses afetos ao cofinanciamento de programas e projetos

    socioassistenciais constituem objeto de normatizao especfica pela Unio.

    Paragrafo nico. As metas dos programas e projetos sero pactuadas na CIT e

    deliberadas no CNAS.

    SUBSEO IV

    CRITRIOS DE PARTILHA PARA O COFINANCIAMENTO

    Art. 73. O cofinanciamento dos servios socioassistenciais, observada a disponibilidade

    oramentria e financeira de cada ente fe