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No Reino da Maré: práticas de leitura e escrita numa perspectiva de letramento Juliana Figueiredo aluna do 8º período de Pedagogia da UERJ - CEDERJ

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No Reino da Maré: práticas de leitura e escrita numa

perspectiva de letramentoJuliana Figueiredo

aluna do 8º período de Pedagogia da UERJ - CEDERJ

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O que é letramento?

• Qual a diferença entre alfabetização eletramento?

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• Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. Alfabetização é a ação de alfabetizar. (SOARES, 2012)

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LETRAMENTO: resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita. (SOARES, 2012)

“Quem escreve? O quê escreve? Para quê escreve?E por quê?” (SMOLKA, 2012, p.64)

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No Reino da Maré...

• Leitura, escrita e oralidade vistas comopráticas discursivas (SMOLKA, 2012) estãointimamente ligadas às artes como estímulosà criação e ao desenvolvimento da capacidadede imaginar das crianças.

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• As artes associadas a práticas discursivas(SMOLKA, 2012) estimulam o comportamentocriativo da criança em relação a suas ideias ehistórias pessoais, levando-as a pensarem sobresi e a expressarem seus modos de ver associadosà realidade. Este movimento se reflete noprocesso de incentivo à autoria discente eapropriação das funções da escrita.

Abrindo espaço para inventar histórias, personagens,aventuras, cantar e brincar de ser, abre-se espaço parainteragir com o outro, consigo mesmo esignificativamente dar funções sociais aos usos daleitura e da escrita.

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Como foi feito o livro “No Reino da Maré?”

• Partiu de quais histórias?

• Quais as atividades envolvidas?

• Quais objetivos?

• Quais eram as expectativas?

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Do príncipe Dragão aos príncipes e princesas de verdade...

• Disse às crianças que recebi em minha casa, uma caixacom uma carta escrita pelo Príncipe Dragão; dizia emletras bem tremidas “Leia a Carta depois de ouvir ahistória”.

• As crianças ouviram toda a história e, em seguida,lemos a carta. O texto dizia: “Dentro dessa caixa há umpríncipe e uma princesa de verdade”. “Como, tia? Deveser ‘fantósqui’ (fantoche)! Ou fotografias...”.

• E dentro da caixa, havia outra caixa, e outra caixa e outra caixa até que...

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...dentro da caixa havia um espelho!

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Refletindo príncipes e princesas de verdade!

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De príncipes e princesas de vários lugares do mundo até o Reino da

Maré...

• “Se eu fosse a Princesa/Príncipe/Rei/Rainha daMaré, eu faria...”. Era o momento de refletir sobreo próprio espaço onde vivem, identificar o queprecisa mudar, o que deve ser conservado, o quefalta, o que não pode ter e escrever essas ideias.A esta altura, as crianças já sabiam que estavamescrevendo um livro e esta escrita sem dúvida foium momento muito especial para todos.

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• Numa proposta discursiva (SMOLKA, 2012), olivro trouxe as crianças como autoras, escritoras eilustradoras da história sobre o que fariam nobairro onde vivem se o governassem comorealezas.

• Partindo do discurso da criança, da sua voz, dasua opinião, a escrita foi se desenhando naspáginas do livro. Uma escrita significativa, na qualficam claros os motivos e as funções de emissorese destinatários das mensagens.

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O ato de imaginar

• Segundo Vigotski, (apud SMOLKA, 2012): “... aimaginação não é um divertimento ocioso da mente,uma atividade suspensa no ar, mas uma função vitalnecessária”.

• Portanto, como exigir dos estudantes em plenoprocesso de descoberta da escrita, que sufoquem suafunção vital, tão necessária à produção de seus textos?A abordagem tradicional de ensino impede as criançasde desenvolverem suas potencialidades criativas e tiradelas o interesse em escrever e ler. Ouso dizer quesimplesmente copiar letras e estruturas silábicas nãoseja escrever, pois não há criação do que se escreve;não existe uma função social nisso.

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• Com o livro “No Reino da Maré”, as criançasviveram uma experiência de autoria, relacionadaà escrita, à leitura, ao lugar onde vivem, ao ato deimaginar, de ouvir histórias, criar e refletir sobresuas próprias histórias e papéis sociais.

• As letras e as palavras ganharam corpo e voz,palavras e fantasias, sentidos e textos numaoficina de arte-educação, quando essas práticasforam incentivadas de modo significativo, numaperspectiva de letramento.

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Algumas frases do livro “No Reino da Maré”, escritas pelas crianças:

• “Se eu fosse Princesa da Maré, eu colocaria mais brinquedos na pracinha, faria mais escolas e não deixaria ninguém andar armado na Maré.” Nathália

• “Se eu fosse Príncipe da Maré, eu ia levar todos os pobres para jantar no restaurante.” Kauan

• “Se eu fosse Princesa da Maré, não sei o que eu faria, mas todas as meninas teriam trancinhas e seriam lindinhas.” Edilaine

• “Se eu fosse Rei da Maré, eu dava um pai e uma casa para todo mundo.” Anderson

• “Se eu fosse Rainha da Maré, eu daria família para as crianças.” Emile

• “Se eu fosse o Rei da Maré, eu levaria as pessoas à praia. Ia ajudar quem estivesse na rua, com comida, carinho e amor. Eu ia ler histórias para todos. Iríamos todo sábado na biblioteca para termos coisas boas e alegres dentro da gente.” Kauan

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No Reino das Histórias...

A questão da identidade e da autoestima sempre ficaram evidentes notrabalho com a turma 1201 e guiaram a oficina de Contação de Históriasneste período de 2014. Trabalhamos com espelhos, dançamos diante dele,ouvimos histórias de diversas origens e nos reconhecemos como Príncipese Princesas de verdade... Quer dizer, refletimos sobre o fato de que nãoexiste uma forma única, loira e de olhos azuis de princesa ou de príncipe,mas várias, africanas, indianas, que soltam pum, com coroa ou sem coroa,e uma que é igualzinha a cada uma das crianças – e essa, é a de verdade.Foi emocionante assistir às crianças se reconhecendo únicas eimportantes. Refletimos, com a sequência das histórias dessespersonagens, sobre os papéis que desempenham numa comunidade.Quais são os deveres de um Rei para com seu povo? Será que ser Rainhasignifica apenas usar coroa e capa? Eles concluíram que “realezas” cuidamdas pessoas e dos espaços onde estão, seja do bairro, da casa, de si, doseu próprio reino, da sua própria história.

Juliana FigueiredoContadora de Histórias

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Referências Bibliográficas

• BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação: conflitos/acertos. 3ª Edição. São Paulo: Editora Max Limonad, 1988.

• FERREIRO, Emilia. Cultura escrita e educação. Tradução Ernani Rosa –Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

• MATOS, Gislayne Avelar. SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias. 3ª Edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

• SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A criança na fase inicial da escrita: a alfabetização como processo discursivo. - 13. ed. - São Paulo: Cortez, 2012.

• SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. - 3. ed. - Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

• VIGOTSKI, Lev S. Imaginação e Criação na Infância. Apresentação e comentários Ana Luiza Smolka; tradução Zoia Prestes. – São Paulo: Ática, 2009.

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Apresentação usada como guia na prática dedocência compartilhada no estágio em EnsinoMédio - Normal, no Colégio Estadual JuliaKubitchek, oferecido pela UERJ, ConsórcioCEDERJ, no segundo semestre de 2014.