nº 8 agosto de 2008 montaraz de gar vÃo … · há doze anos atrás, quando se iniciou o jornal...

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Nº 8 Agosto de 2008 www.garvao.net FESTAS DE GARVÃO 2008 PEDRO DO CARMO PRESIDENTE FEIRA de GARVÃO Artigos de José de Brito Ramos e José Pereira Malveiro Prós e contras na questão da mudança da data da Feira Pag. 8/9 MONTARAZ de GARVÃO Pedro Camacho em conversa com José francisco Matos e Fernando Felix Pag. 4 IGREJA N.ª Sr.ª da ASSUMPÇÃO Artigo de José Daniel Malveiro e Raquel Nunes Pag. 5 Publicação do livro GARVÃO Herança Histórica local na internet www.garvao.net e Blog notíciasdegarvao Pág. 3

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Page 1: Nº 8 Agosto de 2008 MONTARAZ de GAR VÃO … · Há doze anos atrás, quando se iniciou o Jornal de Garvão, as preocupações principais, tal como agora, eram o despovoamento progressivo

Nº 8 Agosto de 2008 www.garvao.net

FESTAS DE GARVÃO 2008

PEDRO DO CARMOPRESIDENTE

FEIRA de GARVÃOArtigos de José de Brito Ramos e

José Pereira MalveiroPrós e contras na questão da mudança da data

da Feira Pag. 8/9

MONTARAZ de GARVÃOPedro Camacho em conversa comJosé francisco Matos e Fernando

Felix Pag. 4

IGREJA N.ª Sr.ªda ASSUMPÇÃO

Artigo de JoséDaniel Malveiro e

Raquel NunesPag. 5

Publicação do livroGARVÃO Herança

Históricalocal na internetwww.garvao.net

e Blognotíciasdegarvao

Pág. 3

Page 2: Nº 8 Agosto de 2008 MONTARAZ de GAR VÃO … · Há doze anos atrás, quando se iniciou o Jornal de Garvão, as preocupações principais, tal como agora, eram o despovoamento progressivo

PAROQUIANDO...Jovens Sem Fronteiras

EDITORIAL

HISTÓRIA e ARQUEOLOGIA“Não é só Desvendar o Passado, é tambémConstruir o Futuro”

O “JORNAL DE GARVÃO”, doze anos

depois volta a aparecer, fruto da boa vontade devárias Associações desta terra. Dinamizado

essencialmente pela Associação de Festas e

Romarias e, pelo Centro Social Cultura e Recreioda Casa do Povo, com o apoio do Grupo Coral

Feminino “Flores de Maio”, Industría Fabriqueira

da Paróquia, Grupo de Caçadores, AssociaçãoEquestre, assim como do apoio prestado pela

Câmara Municipal de Ourique e de uma série de

boas vontades que permitiram que o Jornalreaparecesse.

De facto, doze anos depois, é possível

perceptivar a enorme importância que tem umregisto escrito e fotográfico desta natureza sobre

a vila de Garvão, não só para as gerações actuais,

mas também para as gerações vindouras.Há doze anos atrás, quando se iniciou o

Jornal de Garvão, as preocupações principais, tal

como agora, eram o despovoamento progressivoda vila e a divulgação das potencialidades locais

em prol do desenvolvimento local, criação de

postos de trabalho, fixação dos casais novos àterra e apoio aos mais idosos.

Doze anos depois, seria talvez, altura

de fazer um balanço, mas que balanço seria esse?Para constatar-mos o que todos sabemos, que

somos cada vez menos, menos hoje do que há

doze anos atrás? Quando já há doze atrás éramosmenos de metade do que éramos há quarenta anos?

Mas a quem iríamos culpar por esta inactividade

e estagnação? A quem iríamos culpar senão a nós?Culparíamos o facto de não se ter implementado

uma política de combate à desertificação? Ou um

programa de criação de empregos e de fixaçãodos casais novos à terra? Culparíamos o facto de

há doze anos atrás este mesmo Jornal ter alertado

para o despovoamento progressivo da vila e denada se ter feito nesse sentido?

Mais grave, é acomodarmo-nos e nada

fazer para travar ou inverter este flagelo quedespovoa estas vilas do interior alentejano, e lhes

rouba os seus filhos mais preciosos, os jovens e

casais jovens que na ilusão de uma vida melhorbuscam outras paragens.

Incrementar uma dinâmica de combate

à desertificação, e isso só se faz criandoessencialmente postos de trabalho, não é fácil, é

um flagelo que assola as vilas do interior, e uma

preocupação diária de todos os autarcas.Contudo, neste Alentejo, existem bons

exemplos de aldeias e vilas que têm implementado

acções de combate à desertificação, valendo-sedas suas mais valias, da sua cultura, história,

arqueologia, artesanato e outras actividades que

se possam socorrer.É através de exemplos desta natureza

e principalmente da nossa dinâmica e capacidade

de raciocinarmos como comunidade, que temosde travar o despovoamento progressivo da vila e

implementarmos acções de valorização da qual o

JORNAL de GARVÃO pretende contribuir paraessa consciencialização e divulgação do nosso

património.

Pág. 2

Tiragem: 500 ExemplaresTIPOGRAFIA: Gráfica Mineira Ldª

Redacção:José Pereira Malveiro; Mara Alves, Ângelo Nobre, Paulo Lourenço.Associação de Festas e Romarias: Ana, Jorge, Márcio, Pedro, Sandra, Sónia, Vânia,Raquel, Hugo José, Carlos Mendes, João Cola.Centro Social Cultura e Recreio da Casa do Povo: Luís Miguel, Arlindo, Canário, PauloFirmino, Sónia Guerreiro, Joaquim Loução, Carlos Lino. Maria Benedita, Susana AlexandreGrupo de Caçadores: Fernando FirminoGrupo Coral Feminino "Flores de Maio": Laura Cavaco, Maria da GraçaIndustria Fabriqueira da Paróquia: Lurdes Catroga, Conceição Vilhena, Aurora Alves,Maria Luísa Felix, Mariana Pereira Malveiro, Maria Antónia Coentro, Padre José Manuel.Colaboração:José de Brito Ramos.

Apoios:Câmara Municipal de Ourique

Semana Missionária 2008

Durante os dias 2 a 11 de Agosto, Garvão viu-se invadido por um grupo de 20 jovens vindos detodo o país que decidiram dedicar parte das suas férias de verão à missão.

Dedicar-se aos outros é apenas parte daquilo que os define enquanto jovens cristãos missionários.

Estes Jovens Sem Fronteiras dedicam-se a partilhar as suas crenças e a trazer alegria aos que pouco têm,tentando tornar as suas vidas um pouco mais ricas.

Na Semana Missionária de Garvão, os Jovens Sem Fronteiras trabalharam com jovens, crianças

e idosos. As manhãs e as tardes eram dedicadas às crianças e a visitas a pessoas que estavam acamadas ou queprecisavam de um pouco de apoio. As noites eram passadas no largo do café Central ou junto à Casa do Povo.

Foram muitas as noites em que se sentaram junto dos mais velhos ou dos jovens de Garvão com as violas e

as vozes afinadas, cantando e dançando alegres músicas tradicionais portuguesas. O convívio com os jovenspassou, ainda, por jogos de futebol ao fim da tarde.

O s

Jovens SemF r o n t e i r a s

t a m b é m

a n i m a r a mdiariamente a

Eucaristia de

Garvão com osseus cânticos

de louvor a

Deus er e a l i z a r a m

uma vigília,

t e n d oconvidado a

comunidade de

Garvão aparticipar.

N a

sua bagagemt r o u x e r a m

muito para

dar: sorrisos, amor e carinho. Em seu coração trouxeram Deus e o espírito missionário e de entrega que tantoos caracteriza. Mas o que trouxeram não é nada quando comparado ao que levaram… Esta bagagem tão

preenchida foi ainda mais enriquecida com tudo aquilo que viveram. Quando questionados, todos afirmam

terem sido bem recebidos e acolhidos pela comunidade. Todos afirmam terem-se sentido em casa, emboralonge, devido ao carinho demonstrado pelas pessoas de Garvão.

Na verdade, todos nós, Jovens Sem Fronteiras, sentimos que recebemos uma graça de Deus por

termos tido a oportunidade de passar dez inesquecíveis dias com uma comunidade em tudo maravilhosa.Nunca esqueceremos o Tiago, a D. Aurora, a D. Assunção, a D, Lurdes, a D. Mariana, a Beatriz, a Casa do

Povo, o Café Central, as noites no largo, os jogos de futebol, as visitas, as Eucaristias e, principalmente, tudo

aquilo que ganhámos durante esses dez dias. Partimos diferentes daquilo que chegámos. Somos, hoje, melhorespessoas, melhores Jovens Sem Fronteiras, melhores cristãos, melhores missionários… Tal como diz a

canção que encerrou a nossa última Eucaristia, “levo teu sorriso, teu perdão/ mas levo comigo, em minha

bagagem, teu coração”. O sorriso e o coração que trouxemos para nossas casas são os das pessoas de Garvãoque entraram em nossas vidas, que nos enriqueceram e que nunca serão por nós esquecidos.

Obrigado

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www.garvao.net

NOTA DA REDACÇÃO

Publicação do livro"GARVÃO Herança Histórica"

A história de uma vila não se faz sóescrevendo um livro. A história de umavila faz-se vivendo nela, sentindo-a,conhecendo-a, partilhando as suasalegrias e tristezas.O trabalho que aqui se apresenta, nestelivro, é uma compilação de artigos etextos sobre temas estudados epesquisados ao longo dos anos peloautor, sobre as mais variadas áreas deinteresse da vila de Garvão.Mais do que uma monografia, o livro"Garvão Herança Histórica", é umacontribuição, um alerta e um desafiosobre a divulgação da nossa história epatrimónio, sobre a preservação esalvaguarda dos monumentos evestígios arqueológicos existentes nafreguesia e, principalmente, a suavalorização como factor dedesnvolvimento local capaz de criarmais valias e oportunidades de empregonuma terra tão carente como Garvão.

A expressão cultural em Garvão manifesta-se de várias formas, a vocação e anecessidade da população de se exprimir culturalmente, leva-nos a criar váriasactividades relacionadas com esta vila que resulta sempre no seu enriquecimento,seja através deste Jornal, do sítio na internet, dos cantares, dos livros, e agorao BLOG sobre Garvão na internet.Os iniciadores deste BLOG, estão de parabéns, não só por nos facultarem umexcelente lugar de discussão pública, em tempo real, para quem quiser expressaras suas opiniões, sobre o mais variado tema da vila de Garvão, mas também,pela escolha da primeira sondagem, como não poderia deixar de ser, teria de sersobre algo que nos preocupa a todos: a ameaça do encerramento da fábrica deenchidos.Já viu o BLOG? Já votou? Já colocou o seu comentário? Dê a sua opinião, poissão iniciativas desta natureza que nos dão a oportunidade de nos expressarmossobre a terra onde vivemos e merecem de ser apoiadas.

Blog de Garvãohttp://noticiasdegarvao.blogspot.com/

Garvão já possui um lugar na internet. Aqui poderá encontrar um pouco deHistória, de Arqueologia e das várias actividades culturais e desportivas realizadaspelas várias associações da Vila ao longo dos anos, sejam elas associações presentesou passadas.Aqui está o primeiro livro de "Fotos Antigas da Vila de Garvão", assim como olivro "GARVÃO Herança Histórica".Encontrará, também, As Vacas Garvonesas, a Feira, a Dança, José Júlio da Costa,o Depósito Votivo, e o Jornal de Garvão. Encontrará também o Museu Virtual deEtnografia e o Museu Virtual de Arqueologia, assim como links a outras entidadesde interesse para a vila.

O JORNAL DE GARVÃO, neste seurelançamento, 12 anos depois de oúltimo jornal ter sido editado, procurouuma plataforma de apoio o maisabrangente possível, endereçando, parao efeito, o respectivo convite a todasas associações e entidades da freguesia,para a respectiva colaboração epublicação de algum artigo que julgassempertinente.A ausência, por ventura, de algumaassociação ou entidade neste jornal,deve-se, não à falta de convite, mas amotivos completamente alheios edesconhecidos a este jornal.

Capado Livro

"GARVÃO Herança Histórica"

O JORNAL DE GARVÃO, não deixade ser mais uma actividade que se realizanesta vila, procurando, através dos seusartigos, contribuir para o seudesenvolvimento.A união e o respeito entre todas asassociações e sensibilidades desta terra,é, também, um dos objectivos desteJornal, e nesse sentido endereça a todasas associações, entidades e populaçãoem geral, o respectivo convite para apublicação de algum artigo que julguemconveniente, e que obedeçam aosprincípios que sempre caracterizarameste jornal.

PavilhãoMultiusosrecebe 500

OuriquensesNo âmbito das comemorações dos

869 anos da Batalha de Ourique, no passado dia26 de Julho, o Pavilhão Multiusos em Ourique,recebeu o 1º Almoço Convívio entreOuriquenses que reuniu mais de 500 pessoas,vindos de toda a parte do país. Uma tardemarcada por muita alegria, onde os reencontrosde antigos amigos e o fado interpretado pelasgentes da terra, marcaram esta iniciativaorganizada pela Câmara Municipal de Ourique.

O Presidente daautarquia, Pedro do

Carmo, espera "ser-mosmuitos mais para o ano"

OVIBEJA COLA-SE ÀFEIRA DE GARVÃO

A Ovibeja, exposição agro-pecuária dodistrito de Beja, começou por serealizar em Março de cada ano,contudo, de ano para ano, a data darealização deste evento, tem-se vindoa aproximar da data tradicional daFeira de Garvão, acabando, este ano,por se realizar no próprio mês de Maio,mais precisamente de vinte e seis deAbril a quatro de Maio, quando a Feirade Garvão, tradicionalmente, realiza-se, todos os anos, a nove e dez deMaio.A Ovibeja, criação recente e sem datatradicionalmente definida, comogrande exposição agro-pecuária que é,realizada na sede do distrito, animada

por outros objectivos e apoios, comcolóquios, palestras e outras sessõesde esclarecimento, ao colar-se á Feirade Garvão, esvazia a exposição agro-pecuária da Feira de Garvão da suacomponente esclarecedora einformativa, que possa vir a ter noesclarecimento e informação dosagricultores e população em geral.Assim uma das características iniciaisda exposição agro-pecuária da Feirade Garvão, o da informação eesclarecimento, ficou esvaziada dosseus propósitos, precisamenteporque na Ovibeja, poucas semanasantes, esses assuntos já terem sido

focados.

FEIRA ANUAL DESERPA VOLTA AO

PASSADOSegundo o Diário do Alentejo do dia 8de Agosto de 2008, citando a CâmaraMunicipal de Serpa, "O centrohistórico de Serpa, decorado a rigor,vai ser o palco da I Feira Histórica eTradicional. O certame anual, este anocom imagem renovada, vai regressar àépoca medieval".Ainda segundo o Diário do Alentejo,"Serpa vai voltar ao passado. Durantetrês dias, bobos, histriões, bufões,trampolineiros, saltimbancos,acrobatas e malabiristas tomam deassalto a Terra Forte e a tradição, essa,regressa às origens com a I Feirahistórica e Tradicional."De acordo com a Câmara Municipal deSerpa, organizadora do evento, "aintenção é a dinamização do centrohistórico" neste sentido, adianta que"a iniciativa promove orelacionamento entre a população e opatrimónio".Francisco Jorge, vereador da CâmaraMunicipal de Serpa, assegura ao Diário

do Alentejo"... para que a Feira, que étradição da terra, se possa realizar nadata prevista" e adianta que "esta éuma boa oportunidade para verificaro que este tipo de evento pode trazera Serpa"."No centro histórico, de Serpa, vaimisturar-se o bulício da multidão comsoldados, contadores de histórias,vendedores de sonhos e ilusões,aventureiros e trapicheiros ...mercadores, mesterrais, almocreves,mendigos, aleijados, larápios,rameiras, frades, romeiros, entreoutros".Ainda segundo o Diário do Alentejo,"Para além da animação os comensaispoderão deliciar-se nas tabernas". AsIguarias fazem parte do certame e osprdutos tradicionais como o pão, oqueijo e os enchidos não foramesquecidos. Aqui, também poderádegustar sopas, grão, feijão, febras,sardinhas assadas e doces da época outradicionais".

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MONTARAZ de GARVÃOPedro Camacho em conversa com Fernando Felíx e

José Francisco Matos“Guardar a Tradição”

José Francisco Vilhena de Matos eFernando José Abrunhosa NobreFélix, são empresários agrícolas,produtores de Porco Alentejano e,sócios da empresa Montaraz deGarvão – Transformação Artesanal dePorco Alentejano.

No século passado, Garvão era um dospontos de concentração dos porcosque seguiam por caminho-de-ferropara os mercados da Grande Lisboa.Hoje, esta situação alterou-se e Garvãomostra todos os anos, na sua feiraanual, os melhores exemplares doPorco de Raça Alentejana.

Na sequência desta situação surgiu umanova empresa transformadora,“Montaraz de Garvão –Transformação Artesanal de PorcoAlentejano, Lda”. Inaugurada a 27 deJaneiro de 2007, é resultante de uminvestimento, maioritariamenteinterno, de 1.777.248,57€ e, vemexplorar uma tradição enraizada nazona, criando novos postos detrabalho.

Resultante do empreendedorismo,dinamismo e empenho nodesenvolvimento da região, a“Montaraz de Garvão” reúne umgrupo de empresários, 100%português, do qual fazem parte algunsindustriais de transformação de porcode raça alentejana, pioneiros destaactividade em Portugal e comcomprovado sucesso em anterioresprojectos, bem como alguns dosmaiores e melhores produtoresnacionais de porco de raça alentejanaa desenvolver a sua actividade noconcelho de Ourique.

“Numa região com forte tradição naprodução e transformação de Porco

Alentejano, como o Concelho deOurique e em particular na freguesiade Garvão, faz todo o sentido aimplementação de uma unidade detransformação artesanal deste tipo.Para além de criar cerca de 20 postosde trabalho numa freguesiadesfavorecida como Garvão, vemtambém contribuir para o crescimentode um sector extremamenteimportante anível económicopara o concelhoe para avalorização erentabilização deuma riquezan a t u r a l ,i n d i s p e n s á v e lpara a produçãodo PorcoAlentejano deforma extensiva,os Montados.”(Fernando Félix)

A modernaunidade estáimplantada numlote de 10.000m2, com umaárea coberta de2.000 m2,distribuída por 2pisos. Encontra-se dimensionadapara umaprodução anual de cerca de 5000presuntos, 5000 mãos curadas e aindapara uma produção de cerca de 5000kg de enchidos por semana.

“ Para a campanha 2008-2009, éprevisível o abate de 4000 animais,dos quais 1000 de Montanheira (…)”(José Francisco Matos)

Os produtos são transformados apartir de carne de porco alentejanocriado de forma tradicional eextensiva, o que valoriza o produtofinal, devido às suas característicasparticulares ligadas a questões não sóambientais, mas também de saúde. Atransformação é feita utilizando astecnologias mais actuais, com omáximo de higiene e segurança.

“Os produtos comercializados pela“Montaraz de Garvão” sãoidentificados como enchidostradicionais, diferenciando-se dosdemais por se tratarem de produtosde porco alentejano. Os produtos maisprocurados pelos consumidores são acarne em fresco e os enchidos, osprimeiros presuntos e paletascomeçaram a ser comercializados

recentemente. (…) A sua distribuiçãoé feita para várias cadeias dehipermercados, minimercados,restaurantes e lojas da especialidadeprincipalmente a sul do Tejo.”(Fernando Félix)

O modo de produção e transformaçãoda matéria-prima de excelência, oporco alentejano, torna possível a

atribuição de nomes qualificadosaos produtos comercializadospela empresa, nomeadamente,Presuntos e Paletas Santana daSerra IG.Actualmente, a empresadiversifica na qualidade e apostaem conseguir a Denominação deOrigem Protegida para a carneem fresco.

A gestão destes nomes,protegidos a nível comunitário,é cargo da Associação deCriadores de Porco Alentejano(ACPA), entidade responsávelnão só pela identificação racialos animais e acompanhamentotécnico dos mesmos no campo,mas também pela indigitação deum organismo privado decontrolo e certificação dosprodutos.

“O facto de se comercializaremprodutos certificados,devidamente identificados com

os respectivos “selos” de certificaçãotransmite aos consumidores um sinalde confiança para a aquisição doproduto. Embora os consumidores nãoestejam muito familiarizados com ostermos IG (Indicação Geográfica) eDOP (Denominação de OrigemProtegida), associam-nos sempre aqualidade.” (José Francisco Matos)

Pedro Miguel Mestre Nobre FélixCamacho

Fernando Felix e José Francisco de Matos

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IGREJANOSSA SENHORA da ASSUMPÇÃO

Este artigo insere-se numa série defotografias e documentos, descobertaspelo autor nos arquivos da antigaDirecção Geral dos MonumentosNacionais.Os achados fazem parte de umacolecção de documentos, com suportefotográfico, sobre a recuperação daIgreja Matriz de Garvão, Nossa Senhorada Assumpção, incluindo vários pedidosde recuperação da Igreja de particularese do paróco,assim comotrocas decorrespôndênciaentre as váriasentidades doestado quetinham a seucargo arecuperação detal monumento.A data maisantiga, que seencontra nacorrespondência,data de 29 deDezembro de1937, dirigida aodirector dosm o n u m e n t o snacionais, sobrese as obras derestauro naIgreja "merece apena".As fotografias de1938, são bastante elucidativas sobreo estado lamentavél em que seencontrava a Igreja, contudo o maiscurioso que se consegue vislumbrarpelas fotografias, é o facto de o porticoem estilo manuelino da Igreja deGarvão estar resguardado por umaestrutura abobadada em arcos que aprotegia, estrutura esta que fazia partedo conjunto da Igreja, construída comos mesmos materiais e no estilo emque se encontra ainda em certas Igrejas,

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A Igreja Matriz de Garvão,denominada Nossa Senhora daAssumpção insere-se na arte Góticaque surge em França, em meados doséc.XII, dominando toda a Europa,devido à influência e poder damonarquia francesa, às viagens dosarquitectos gauleses e a expansão dosmonges de sister, durante 350 anos.Esta arte foi considerada como a maisespectacular de toda a idade média, éfruto de uma notável evolução nossaberes e nas técnicas e a melhorexpressão material da religiosidade eda mística, ponto de ligação entrerazão natural e revelação divina,entre os homens na Terra e Deus noCéu.Em traços gerais,este estilocaracteriza-se pelasabóbadas cruzadas ea complexidadeo r n a m e n t a l ,conforme se podeobservar na Igrejade Garvão,nomeadamnte nopórtico Manuelino.No que respeita àconstrução interiora sua principalcaracterística sãoos tectos emabóboda de arestasem ogiva, asc h a m a d a s“ a b ó b a d a scruzadas”. Aqui, osarcos são os suportes das abóbadas,bons alicerces e resistentes. Nestecaso é fácil de notar a forma comoos arquitectos tentavam aliar aestética com a estrutura, a formaestava subordinada à função.No exterior, a decoraçãoconcentrava-se à volta de elementosmuito específicos, como as entradas,as janelas e os contrafortes.

A igreja gótica caracteriza-se por umaarquitectura muito complicada, queresulta numa tamanha perfeição.Em Portugal, o Gótico é conhecidocomo estilo Manuelino, este baseia-se nas características desenvolvidaspelos franceses conjugadas com ogótico perpendicular inglês, que secaracteriza na acentuação das linhasrectilineas, verticias e horizontais;evoluindo com caracteríticas muitopróprias, alcançando níveis de belezaelevados.No campo decorativo, arepresentação da natureza expressa-se por motivos realistas, em que avegetação é um simbolo muito

utilizado de formaexuberante. Osanimais, flora eseres humanose s t r a n h o sa p a r e c e mp o n t u a l m e n t e .Como forma dediferenciar a arteportuguesa detodas as outras, osartistas da alturaoptaram porpassar para as suasobras elementosque faziam partedo quotidiano dopaís, tal comoelementos deexaltação dopoder monarquicoe divino, para isso

representavam a esfera armilar eimagens sacras.Na arquitectura, a decoração não émisturada com a estrutura, ou seja, asparedes são geralmente livres dedecoração, tanto no exterior comono interior, sendo que a ornamentaçãoconcentra-se nas janelas, portais,arcos, tectos, abóbadas, pilares ecolunas, arcos, nervuras, etc.

Estilo arquitectónico da IgrejaRaquel Nunes

Achado das fotos e documentosJosé Daniel Malveiro

Igreja Matriz de GarvãoNossa Senhora da Assumpção

Portico Manuelino Da IgrejaNossa Senhora da Assumpção

nomeadamente na Igreja da Srª da Colaou em Messejana.Conjunto este que já não se encontravestígios, presumindo-se que tenha sidodemolido por ocasião das obras derestauro que se vieram a afectuarposteriormente.Entre a correspondência trocada entreo Ministério das Obras Públicas eComunicações e as várias repartiçõesdo estado, sobre o arranjo da Igreja,

nomeadamente aDirecção Geral dosEdifícios eM o n u m e n t o sNacionais e oDirector dosM o n u m e n t o sN a c i o n a i s ,questionam se aIgreja de Garvãoestá classificadacomo monumentoNacional, factoque na altura nãoestava e não veio aa c o n t e c e rpos te r io rmen te ,mas haviaunanimidade entreos intervinientesem recomendar asua classificaçãocomo imóvel deinteresse local oumunicipal.Apesar destas

cartas, ou deste processo de reabilitaçãoda Igreja, ter a data mais antiga de 1937,em 1962 encontra-se novacorrespondência de várias entidades,nomeadamente do Paróco, do Bispo deBeja e de vários populares da vila deGarvão, a solicitar o arranjo da Igreja,como o caso de uma carta com a datade 1962 dirigida ao Presidente doConcelho, Dtºr Oliveira Salazar, escritapor Maria Guerreiro Gomes, moradorano Largo da Palmeira.

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PEDRO DO CARMOPRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE

OURIQUEEntrevista da Jornalista Mara Alves

A situação financeira da CâmaraMunicipal de Ourique é doconhecimento público, as dívidas,o mau estado das viaturas, asobras paradas, e todas as outrassituações camarárias que fazemo intitulado “Monstro”.Transparência, credibilidade everdade é com estas palavras quePedro do Carmo, autarca daCâmara Municipal de Ouriquecaracteriza o actual executivo.

1. Como Presidente da Autarquiaquais as dificuldades maispreocupantes neste Mandato quevai fazer três anos?

Pedro do Carmo – Era bom quetivesse apanhado o Município deOurique numa outra situação que nãoaquela que foi por mim conhecida eque depois foi revelada. O estado emque encontrei o Município de Ouriquefoi caótico e quando o apelidei de“Monstro”, foi realmente o que senti,que era um barco à deriva, totalmente,descontrolado e consumindo-se a sipróprio. Era uma situaçãoincontornável, talvez uma das pioressituações do país, onde se esbanjavadinheiro, totalmente, desorganizadoe sem fim à vista. Foram, realmente,dias muito difíceis e aquilo eu queroque percebam é que essa gestãohipotecou o futuro do Município deOurique, por muitos e muitos e longosanos, porque não é possível sanear eorganizar um município em dois outrês anos, levará muito mais tempoque isso. Estou convicto que o trabalhoque tenho feito têm sido passos muitofirmes, seguros e também organizar oMunicípio de Ourique, que talvez fosseo único do país, que não tivesseinventário que comprava, sem saberse tinha dinheiro, e sem um esquemade requisições, em alguns casos,também apelidei funcionáriosfantasma que nunca tinham vindo àautarquia, recebiam o dinheiro eestavam em casa, dívidas acumuladassobre dívidas, centenas de processosjudiciais, uma questão incalculável eingovernável, resolver tudo isso temsido, efectivamente, muito difícil.Para além de tudo isto, permitiramque passasse ao lado, um conjunto deApoios Comunitários e deCandidaturas. Ourique estava vedadode se poder candidatar a ApoiosComunitários; Ourique tinha um riscovermelho em todos os processos e issotem vindo a hipotecar o trabalho, dodia a dia, porque é preciso resolvermuitos problemas deixados, e depoisquando se perde o norte, que foi ocaso do Município de Ourique, ficou-se na mão de um conjunto de pessoase empresas, não credíveis nãocorrectos, que usaram e abusaram doMunicípio de Ourique e dosOuriquenses. Aquilo que eu quero quefique sempre presente na mente de

todos é que esta gestão não hipotecasó este Mandato hipotecou o futurodos Ouriquenses, por muitos anos e épreciso uma gestão rigorosa, credível,transparente e verdadeira que nãosirva interesses privados e interessespessoais, em torno do fim público edo interesse público para que,efectivamente, o Município deOurique, continue a tomar um bomrumo. Estou certo que este passo temvindo a ser feito, Ourique é umMunicípio credível para aAdministração Pública; Ourique é hojeum Município tido como sériotransparente e verdadeiro e levoumuito tempo a ganhar essa imagem enão podemos de forma nenhumaperde-la; Ourique hoje trata os seusfuncionários como pessoas, forma-os enquanto pessoas e enquantotrabalhadores, respeitando-os na suadignidade, na sua plenitude, hoje, osServiços são respeitados, tem aautonomia normal na suaindependência profissional e criámos,naturalmente, um clima excelente,um clima são entre as pessoas. Oconcelho de Ourique é de todos paratodos, infelizmente, temos uma“camisa de forças” que ainda nos castrade poder desenvolver os sonhos todosque tinha para Ourique, naturalmente,muitos tem vindo a serimplementados, mas muito há a fazermas só é possível com este espírito demissão e de entrega total.

2. Que soluções tem sidoencontradas para essesproblemas?

É muito difícil colmatar este problemaquando se está num cargo como umExecutivo Municipal, nem que aCâmara de Ourique parasse quatroanos, fechássemos a porta resolvíamosa dívida. Em primeiro lugar, isso nãoé possível fazê-lo porque os munícipesde Ourique tem que ter um conjuntode respostas e um conjunto desoluções, em segundo lugar porque aspessoas, também, querem que se façaalguma obra e também é necessárioalguma obra e porque as oportunidadessurgem neste momento, e nunca maissurgem. Repare, construímos um MiniCampo em Garvão porque aquelaoportunidade surgiu naquelemomento, e tínhamos de ter acandidatura e de ter técnicos para afazer, foi com um bom financiamentoe a solução está lá apresentada. Demosorigem a um conjunto de obras porqueas oportunidades e as candidaturassurgem naquele momento e temos queaproveitar; vamos proceder aoarrelvamento do Campo Municipal D.Afonso Henriques, porque acandidatura surgiu agora nestemomento, e só é possível fazer agorae não podemos perder estaoportunidade, mas para além dissotemos que resolver as obras que estãopara trás. Não era possível deixar de

arranjar as estradas porque elasestavam num estado lastimável e nãohavia alternativa, mas houve quemtivesse recebido essas verbas para asarranjar e não as arranjou. Há umconjunto de situações que a pressão émuito grande, porque é precisoresolver as asneiras que os outrosdeixaram, e ao mesmo tempo, épreciso estar à altura, fazer obra,naturalmente, nunca em grandeexpansão, não podemos cair emtentação e deixar Ourique voltar atrás.Contudo, implementámos umconjunto de Apoios Sociais; como aComparticipação dos Medicamentos,o Transporte Serra Acima, o ApoioDomiciliário, pequenos ArranjosDomésticos, são iniciativas que sócom grande estabilidade financeira ofazem, mas eu sei que não poderiadeixar os Ouriquenses de parte, e terorgulho em viver na nossa terra e criarmelhores condições é urgente fazê-lo, eu sei que era urgente fazer umarevisão do PDM para que nãosurgissem situações graves como foi,não haver um Parque Industrial noconcelho de Ourique. Por exemplo,em Garvão há muitos empresários quetêm necessidade de se instalarem e deexpandir a sua actividade e não épossível fazê-lo, porque,anteriormente, fizeram um PlanoDirector Municipal que não respeita,nada disso, que não tem consideraçãoque há empresários que quereminvestir é preciso rever o PDM só quecusta isso muito dinheiro, mas épreciso contratar empresas edesenvolver isso, a Câmara Municipalde Ourique já aprovou essa Revisãoque já está em marcha, mas são muitosacrifícios que tem que ser feitos, paranão perder o comboio, ou pelo menosabrandar a velocidade e estar próximodas coisas. É preciso dar resposta atudo, ao mesmo tempo, mesmo paraquem começou como nós começámos,que foi muito abaixo do zero. Eu dousempre o exemplo, que quando nósquisemos comprar alcatrão, a prontopagamento, para começar a darandamento aos arranjos das estradas,não nos vendiam sem pagar o queestava para trás, quando eu uso aexpressão abaixo do zero, isto éverdade e para além disso, foi precisoconstituir uma brigada do alcatrão, foipreciso mobilizar os empresários efazê-los sentir orgulho na nossa terra,de que todos tínhamos um rumo eefectivamente, esse rumo está aacontecer, mas também, com muitosacrifício pessoal, eu e os senhoresvereadores e todos os colaboradoresdamos o exemplo.

3. Contudo, não só de coisas mástem sido feito este Mandato, queaspectos positivos quer destacarnestes três anos?

Os aspectos negativos sãoos que nos marcam ou o que nosdificulta a nossa actividade positiva,estou muito orgulhoso de tudo o quetem sido feito no Município, de coisasmais pequenas, como seja, hoje termosuma página de Internet e termos todaa nossa informação, e ser um órgãoclaro e transparente, onde as actasestão disponíveis on-line para quemquer participar e para a oposição asler e comentar. No Mandato anterior,nós tínhamos que fazer requerimentosno Tribunal para poder acesso asactas.

Em termos de ProtecçãoCivil desenvolvemos uma actividadeextraordinária, temos hoje emOurique Bombeiros profissionais, quesão os “Canarinhos”, temos umhelicóptero sedeado na altura dosfogos; temos um conjunto deequipamentos inovadores emodernos. Ourique está na linha dafrente nesses processos todos; temosum gabinete Técnico – Florestal, queacompanha vários Concelhos aoredor; recuperámos milhares emilhares de km; comprámosmáquinas; acabámos o PavilhãoMultiusos; estamos a concluir as obrasMunicipais, relativamente, às obrasmunicipais, o que fizeram foi a partefácil, fizeram o betão, agora comprarequipamentos, alguns deles, não co-financiados e poder pôr aquilo afuncionar é que é uma dificuldadetremenda; nós já estamos a comprarlivros para a Biblioteca, já temos maisde 80 mil euros comprados em livros,não havia um único livro, nemnenhuma estante. Todos essesConcursos foram lançados por nós, eestão a ser pagos para poder abrir comtoda a dignidade, o Cine-Teatro nãotinha máquina de filmar, não tinhaequipamento de som, tudo isso está aser adquirido agora, ou seja, aquilo quenão se vê, aquilo que é caro, tudo issoestava por fazer, e isso são pequenascoisas que, nem sempre, se vêem.Para além disso, também éimportante aqui falar do conjunto deiniciativas que têm sido feitas, semprecom grande rigor e disciplina, quer anível lúdico, quer na parte ambiental.Hoje fazemos recolha selectiva portodo o Concelho, temos a Campanhados Oleões, temos regulamentos quedisciplinam e organizam ofuncionamento do Município, em quedá toda a dignidade e todo oprofissionalismo, aos nossosfuncionários e colaboradores. Emtermos de Educação, reequipámos asEscolas todas, colocámos ocomputador com ligação à Internet.Os nossos alunos, não podiam tervisitas de estudo porque não havia umautocarro, e hoje temos um autocarrogrande, totalmente adquirido por esteConcelho, não falando já que ao nívelde respeito e de apoio que o osMunicípios, em redor nos dão, érealmente significativo, ou seja, os

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outros Municípios põem o partido departe, com qual foram eleitos, e temuma solidariedade grande com Ouriquee eu quero reconhecer istopublicamente e quero faze-lo nestaentrevista. No passado mês de Julhoorganizámos um grande almoço, umgrande convívio de Ouriquenses, noâmbito das Comemorações daBatalha, que foi uma comemoraçãoque se tinha perdido em Ourique,voltámos a comemorar todos juntos,o Concelho inteiro, as seis Freguesiasjuntas a assinalar a Batalha de Ourique,isso foi possível porque há uma câmarade Castro verde – CDU que nos apoiae esta solidária com Ourique, e nosajuda em tudo aquilo que pode; porquehá o Município de Almodôvar que éPSD e que ajuda o Município deOurique, nesta questão desolidariedade, porque há um Municípiode Odemira que é PS e ajuda oMunicípio de Ourique, por isso, o queeu quero, é que os Ouriquensespercebam é que tem sido possível fazertanta coisa com a ajuda destesMunicípios, que eles própriosesqueceram a sua ligação partidária eestão disponíveis para ajudar Ourique.Este é o mesmo princípio que eu queroque seja sempre consciente, sempreaqui em Ourique, pormos as nossasideologias partidárias para trás efazermos mais pelo nosso Concelho,se estes Presidentes têmdesempenhado essa função, euagradeço-lhe publicamente e peço aosOuriquenses todos, quereconhecidamente agradeçam a estesMunicípios a forma como nos estão atratar, porque compreendem asdificuldades que estamos a sentir e queOurique está no bom caminho e que écumpridor e zeloso para com eles.

4. No que toca às Associações queexistem no Concelho que tipo deapoio a Autarquia lhes têm dado?

Eu quero Ourique com todos e paratodos, eu respeito muito a autonomiadas Associações, luto para que elas seconstituam e que definam os seuspróprios programas e peçam auxilioà Câmara. Não quero, como já foi nopassado, que as associações sejamtentáculos do poder e a prova disso éque as associações todas que temprotocolado com a CMO, um apoiofinanceiro ou logístico, ficam escritosos parâmetros, não é andar dechapezinho na mão a pedir caridade,dou-lhe um exemplo o Centro socialde Cultura e Recreio de Garvão,durante anos não recebeu um tostãodo Município de Ourique. Hoje temosum protocolo, a CMO não pode darmuito, mas dá 500 euros todos mesespara o seu funcionamento, as pessoassabem com o que contam, há umProtocolo de Apoio às iniciativasculturais, mas fazemos isso com estaAssociação, como com outras doconcelho. Têm aparecido novasAssociações de jovens, todasAssociações tem tido por parte daCMO o mesmo tratamento, geral,abstracto e rigoroso e de apoio, osucesso de muitas iniciativas que temsido feitas e Garvão é disso a prova,quer a Associação futuro quer as outrasassociação tem feito um bom trabalhoe que cada vez crescem mais, porque ehá um respeito da parte da Câmara,porque há um distanciamento porparte da Câmara para com asiniciativas que cada um desenvolve.

Temos que fazer todas as iniciativascom as pessoas para as pessoas não éo contrário, não é a Câmara lá do altodo pedestal mandar fazer,efectivamente, vimos que esse foi ummodelo esgotado foi um modelo quefalhou, e foi um modelo que nosdestruiu por dentro, por isso, é que euquero que as coisas continuem nestecaminho sempre de forma clara, geral,abstracta participando e colaborandocom todos.

5. No que respeita à freguesiade Garvão que obras têm sidofeitas?

Garvão foi uma freguesia que esteveao abandono, o Sr. Presidente da Juntasofreu muito no anterior Executivoporque havia aqui uma políticadiscriminatória com as Juntas queeram ou não da cor do Executivo, essefoi um modelo que desapareceu. Noentanto, em Garvãoem conjunto com aJunta de Freguesiatem sido feitas umconjunto deactividades e desituações que se temresolvido, temosfeito um largoa c o m p a n h a m e n t odos arranjos dasestradas, iluminaçãopública, foi feito ummini campo defutebol sintético naEB 1 de Garvão, foifeito o picadeiro coma ajuda da AssociaçãoEquestre, foirecuperada a Praça deToiros com o apoioda Associação Futurode Garvão, construiu-se a fábricaMontaraz, foiadquirido umtransporte para aJunta de Freguesia, acantina da Escola emGarvão, foirecuperada, a pontepara a estação deGarvão, não falandoem passeios que jáforam construídos eem muitas pequenas obras que tem sidofeitas pela Junta de Freguesia de Garvãosempre com o apoio da autarquia.

6. Como presidente daAutarquia e, tendo em conta, apresente polémica em redor daFábrica de TransformaçãoArtesanal de Porco Alentejanoem Garvão. Qual a sua opinião,relativamente, ao futuro daMontaraz?Eu reajo com muita tristeza, o que foiefectivamente feito por mim foiautorizar a construção de uminvestimento estruturante para aFreguesia de Garvão e para o Concelhoem geral, foi criar postos de trabalhofoi criar riqueza, temos levado umavida inteira a dizer que os nossosfamiliares e os nossos filhos tem quesair daqui porque aqui não há nada,quando há uma iniciativa levantam-se logo os profetas da desgraça a dizermal de ela e tentar destruí-la isso éque me entristece muito. Porque oque está aqui em causa é uminvestimento que tinha tidoaprovação de Fundos Comunitáriospela Direcção Regional de Agricultura

e da CCDR, e estava na eminência dese perder tudo isso, e se calhar ir paraoutro Concelho. Era urgente resolvera situação, naturalmente que só se deuandamento a isto depois de muitotrabalho, de muito estudo, de muitadedicação e muito empenho, emtentar resolver a situação, dentro dalegalidade e foi dentro da legalidadeque foram encontradas situaçõesalternativas e é aqui que é o pontofulcral. A razão da deliberação daautorização do licenciamento destafábrica deveu-se a uma situação, emtudo semelhante, num concelhotambém da região Alentejo houve umDespacho Superior que permitiu adespensa de Plano Pormenor para quefosse possível construir, uma unidadenuma situação, em tudo, idêntica à deOurique. Ora, aquilo que eu digo sempree nessa, as oposições e toda a gente sejuntou e não fizeram denúncias paraninguém e apoiaram a construção de

um investimento desses, era aquilo queeu faria se fosse oposição apoiavasempre e não ia com denúncias, e foicom uma situação em tudo idêntica,com um Secretário de Estado quetomou essa posição até para umaCâmara de partido diferente, daquelaque era o Município, e se é para osoutros também é para nós, eu só nãocontei com uma coisa, foi quehouvesse denúncias a tentar prejudicaraquilo que tinha sido feito, ou sejanoutros Concelhos uniram-se, e aquihouve alguém que ficou amuado, ficoutriste por haver desenvolvimento,para o concelho de Ourique. Se calharporque durante 12 anos não criaramum Plano Director Municipal queprevia um Parque Industrial, se calharporque durante 12 anos quiseram nãotrazer desenvolvimento nenhum,porque é mais fácil dominar as pessoasperante a necessidade, esse é umconceito já antigo é manter as pessoascom dificuldades para lhe dar migalhase controlá-las, não é esse o meuprincipio de vida, eu hoje sei que hámuita gente empregada na Montaraz,sei que há famílias que tem ali o seusustento, e é por elas que eu luto e

pela mais valia de ficar no concelhode Ourique, porque como dizia hápouco, a mais valia é essa mesmo, ouseja, nós produzimos a matéria primae transformamo-la aqui, é aquilo quevem em qualquer manual deEconomia, aquilo que cria riqueza nãoé só criar a matéria prima étransformá-la. Eu estou plenamenteconsciente e convicto que nada iraacontecer de mal, mas no entanto,também é preciso saber que lutamoscontra muita gente que tem má fé noprocedimento e que tem o únicoobjectivo de destruir, por isso, eutranquilizo todos, em especial osGarvanenses que nada de mal iráacontecer que contem comigo paralutar até ao fim e também tranquiliza-los que não foi cometido, nada deirregular, nada de ilegal, antes pelocontrário foi tido dentro dosparâmetros da lei. Encontramossituações idênticas e eu exigi para oconcelho de Ourique e lutei contra esteGoverno ou contra qualquer Governo,para que tenham o mesmo tratamentocom o concelho de Ourique quetiveram com outros concelhos,infelizmente, aqui houve foi golpesbaixos, de ataque e de não aceitaremisso, enquanto nos outros lados seunem, aqui atrasaram mas esse não éo meu procedimento, o conceito deoposição não pode ser nunca destruirnem criar dificuldades, mas sim apoiaro desenvolvimento do concelho.

7. É uma obra para continuar?

O futuro de Ourique está hipotecado,mas é preciso continuar com estapolítica de rigor de verdade, detransparência de credibilidade, sedéssemos o mínimo passo em vãopodíamos voltar, outra vez, para trásisto tem sido com muito sacrifício, eufaço um reconhecido elogio aosfuncionários da autarquia quecompreenderam esta dificuldade, quecolaboraram todos no interesse dedesenvolver o concelho de Ourique,foram sem dúvida, eles os primeiros asentir na pele, essa mudança, hoje,têm máquinas para trabalhar; hoje têminstrumentos para trabalhar; hoje têmrespeito, enquanto, funcionários ecidadãos, para além, disso todos osOuriquenses admiram o seu trabalho,a sua dedicação. Nós hoje, somos umgrupo muito mais alargado, hoje, vive-se uma sã democracia, onde todos têmvoz, onde todos colaboram, isto temque ser para continuar, há muito afazer no concelho de Ourique, temosque trabalhar o dobro para recuperaros anos que tivemos de atraso. Eu nãoquero ser conotado como ter sido oPresidente que resolveu os problemasdos outros, como fez a gestão dosmaus erros do passado, também, tereique ter, naturalmente, a confiança dosOuriquenses para resolver muito dofuturo. Eu hoje, estou com tantoprocesso em marcha, desde aelectrificação rural na zona de Santanada Serra, como os Apoios Sociais parapagamento de medicamentos ou detransportes; tem que se mantercantinas escolares abertas, quando issonos outros Concelhos já existem hámuito tempo, ou seja, foi precisorecuperar tudo ao mesmo tempo, émuito difícil mas, naturalmente,melhores dias virão e se continuarmoscom esta política, os sinais ainda maispositivos virão no próximo Mandato.

PEDRO DO CARMOPresidente da Câmara Municipal de Ourique

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FEIRA de GARVÃO ... IArtigo de José de Brito Ramos

Opinião favoravél á mudança da data da Feira

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Porque deve mudar a Feira deGarvão

As respostas negativas a uminquérito sobre a eventual mudançada feira de Garvão, para um fim-de-semana fixo, foram quase todasjustificadas pela ancestralidade etradição das datas de 9 e 10 de Maio.Provavelmente, não será bem assim.Virgínia Rau, num tratado sobre asfeiras medievais portuguesas, nãorefere qualquer evento desse tipo emGarvão e, curiosamente, descreveuma feira que se realizava na Vila deOurique durante o mês de Maio. Edas duas uma, ou a feira de Garvãoainda não existia nos temposmedievais, o que é pouco provável,ou, então, ainda não tinha atingido anotoriedade suficiente para merecera atenção de tão ilustre professora einvestigadora.Em nosso entender, a notoriedadeque a feira de Garvão chegou aatingir, deveu-se principalmente aoadvento do caminho-de-ferro (finsdo século XIX) e a duas outrasquestões que eram essenciais paraas economias rurais que, então, eramfundamentalmente agrárias.M.Link, um Barão alemão quepercorreu Portugal entre 1797 e1799, logo na primeira etapa entreLisboa e Monchique, já próximo deGarvão, que descreve como um valeagradável e verdejante, após léguas eléguas de charnecas e matorraispercorridos, observou, serextremamente difícil e impossível noInverno, viajar por este país, devidoà inexistência de estradas dignasdesse nome e, sobretudo, de pontes.Lembra-se, a corroborar aobservação de Link, que a ponte daestrada nacional sobre a Ribeira deGarvão só foi construída quase 150anos depois, que o asfaltamento daestrada foi feito 20 anos mais tardee que a ponte da Ribeira da Estação,ao contrário do que já vimos escrito,não é romana e, provavelmente, nemsequer será medieval.

Foi pois com o comboio que seiniciou o processo de afluência demilhares e milhares de pessoas à feirade Garvão. Uns vindos daquilo a quese chamava o Algarve, em comboiosespeciais que desembarcavam ospassageiros directamente na Estaçãode Garvão. Outros, vindos pelo ramaldo Sado até à Funcheira e outrosainda, pela linha do Sul, por vezesde muito longe, como era supostoter vindo o marido traído da adultera“Laurinda”, uma canção popular doAlto Alentejo divulgada por Vitorino.Mas o que fazia acorrer tanta gente àfeira de Garvão? No nosso entender,além da aquisição de artigos que nãose encontravam no comércio local, ofacto de a feira se realizar numa épocaimediatamente após aquilo a queagronomicamente se designa porponta da erva e imediatamente antesda colheita de produtos que,conjuntamente com a pecuária,dominavam a economia de toda aregião envolvente, os cereais e acortiça.Após a dita ponta da erva os animaisentram em perda da composiçãocorporal, a não ser que sejamcompensados com recurso aalimentos concentrados, o que, nossistemas de produção tradicionaisextensivos de então, eraabsolutamente impensável. A feira deGarvão era a primeira oportunidadedos produtores se desfazerem dosanimais que criaram, sem grandesperdas resultantes do esgotamento eda perda de valor nutritivo dospastos. Para muitos era até a única.Só por esta razão, afluíam à feiramilhares de cabeças de gado bovino,ovino e caprino, acompanhados doscorrespondentes maiorais e ajudas,os lavradores/proprietários edezenas de marchantes.A proximidade das colheitas faziaigualmente afluir à feira de Garvãomuitos ranchos de ceifeiros naexpectativa de tomarem searas deempreitada, que então ainda se faziade forma manual, ou simplesmente,para comprarem os utensílios e

ferramentas necessários para efeito,nomeadamente foices, botas,enfuzas para a água, panelas de barropara as copas, etc. O mesmo se podedizer para as joldas de tiradores decortiça, que ofereciam os seuspréstimos junto dos proprietários eaproveitavam a feira para igualmenteadquirir as ferramentas e utensíliosnecessários.Ora, foi todo esse paradigma dasrelações económicas, sociais elaborais que, a partir dos princípiosda década de 60, começou a alterar-se, Questões como o êxodo rural, aemigração, a guerra colonial, odesenvolvimento das infra-estruturas rodoviária, a automobilização crescente dos cidadãos,a mecanização da agricultura,atrasada propositadamente dezenasde anos para não agravar a, já de si,periclitante situação social, e asrestrições de ordem sanitáriasimpostas à circulação de animais,originaram profundastransformações nos modos deprodução e comercialização agrícola,afectando sobremaneira as feiras decariz predominantemente agrícola,como era a feira de Garvão. Nadaque não tivesse já acontecidonoutros países europeus, muitosanos antes, em consequência darevolução industrial.Na tentativa de contrariar a tendênciade declínio e atrair as novaspopulações urbanas, muitas dasfeiras mudaram simplesmente asdatas para fins-de-semana. Paramuitas, foi a sua morte apressada,porque a simples mudança de datasnão era suficiente. Outras, porém,transformaram-se em feirastemáticas, com designações mais oumenos apelativas de produtosregionais afamados ou de fileiras deprodutos afamados. Todas as que ofizeram, deslocalizando,simultaneamente, as datas para fins-de-semana, obtiveram bastantesucesso. Principalmente, quando, oconjunto de eventos organizadosnessas feiras, constituem, só por si,

garantia de atracção de populaçõesurbanas desejosas de ocupar os seustempos livres na procura do naturale do genuíno. Os exemplos sãovários, sendo os casos maisconhecidos, os das feiras do fumeiroque se realizam um pouco por todosos Trás-os-Montes e que atraemdezenas de milhares de forasteiros.Em nosso entender e da grandemaioria das pessoas consultadas noinquérito que começámos porreferir, a feira de Garvão, pelo factode, em boa hora, já ter evoluído parauma feira temática, a feira do porcoalentejano, e de na Vila se terimplantado uma unidade agro-industrial de transformação do porcoalentejano a par de outras unidadesmais pequenas existentes na região,já pode e deve dar um outro saltoqualitativo sem sobressaltos demaior, mudando-se para um fim-de-semana, de forma a atrair pessoasque, quando a feira calha a um diade semana, não podem comparecerdevido aos seus afazeresprofissionais. Se se quiser que a feiraassuma um papel importante nocontexto do desenvolvimentoeconómico da região, como formade promoção dos produtos locais elocal de debate de ideias e dos seusproblemas, que são muitos, éimportante e urgente fazê-lo, hoje,mais até do que na altura em que sefez o referido inquérito, porquantoo recuo da Ovibeja veio em muitoprejudicar a feira de Garvão.Infelizmente, a ameaçadesprocionada e incompreensível dedestruição da unidade agro-industrial, não augura nada de bom,nem para a região, nem para avalorização da feira de Garvão, nempara aqueles que desencadearam oprocesso.

José Brito Ramos

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Argumentos para a suavalorização

A Feira de Garvão tem as suas origensnum mundo ou numa realidadetotalmente diferente daquela em quevivemos hoje. Se nas suas origensfoi a espontaneidade e a necessidadede troca de produtos das populaçõesque a iniciou e a tornou numa dasmaiores Feiras do sul, agora arealidade é outra e a suasobrevivência como Feira terá de serencarada, não numa perspectivasocioeconómica de há cinquenta anosou saudosista, mas mais como umaherança que chegou aos nossos diase que podemos valorizar numaperspectiva de desenvolvimentolocal.

E é precisamente nestaperspectiva – a de valorizá-la faceàs necessidades e aos desafios actuais– que se coloca a questão: O quefazer?

Tem-se em consideraçãoque nos últimos trinta anos aconservação da Feira nunca foi umaprioridade para os políticos locais,obedecendo mais a prioridadespessoais ou eleitoralistas do quepropriamente às necessidades da vilade Garvão ou da própria Feira.Depois de construírem um campode futebol, um depósito de água, umapraça de touros e um bairro no localtradicional da Feira de Garvão, o quelimita a implantação de feirantes emesmo a sua vinda, surgemargumentos sobre o enfraquecimentoem número de visitantes à feira e daía necessidade de fazer qualquer coisapara a sua recuperação.

Nesse sentido, já em 1995,realizou-se a primeira exposiçãoAgro-Pecuária por altura da Feira deGarvão, na esperança de a melhorare atrair um maior número devisitantes. Contudo, treze anosdepois, verifica-se que tal iniciativanão trouxe melhorias significativas àfeira, não só não trouxe maisvisitantes, como afastou algunsfeirantes.

A própria exposição Agro-pecuária original converteu-se numa

exposição completamenteautónoma em concorrência deslealcom a Feira tradicional – deslealporque tem outros apoios,nomeadamente da autarquia,enquanto na feira tradicional não senota qualquer tipo de apoio,planeamento ou incentivo, nem foifeito um estudo de impacto sobre asconsequências da realização daexposição Agro-pecuária na mesmadata da feira tradicional ou, maisimportante, sobre a sua continuidadee valorização.

Converter a Feiratradicional na Feira do Porco Preto,ou mesmo identificar-se com estaactividade tão importante da nossafreguesia, é contribuir para odesaparecimento da componentetradicional da Feira de Garvão emprol de uma outra exposição que ésempre bem-vinda e de enaltecer,mas só peca por não se realizarnoutra data.

A realização da exposiçãodo Porco Preto noutra altura do anoiria ciar mais uma iniciativa na vilade Garvão e deixar que as forçaslocais envolvidas na Feira seconcentrassem na sua valorização.

Manter viva esta tradição,não é introduzir novos conceitos deFeira, alheios e até mesmo opostosa este costume secular, comocupação de lugares habitualmentereservados aos feirantes, como a“Corredoura” que levou fim.

É preciso respeitar aespecificidade da Feira de Garvão, enão transformá-la em mais umaexposição igual a tantas outras denorte a sul do país.

É preciso diligenciar coma mesma vontade, com que se apoiaas novas introduções, na manutençãodos feirantes e tendeiros tradicionaise que não se revêem nesta novarealidade de exposições.

Segundo algumas opiniões,mudar a data da Feira para um fim-de-semana seria uma solução aimplementar, contudo ao ponderaruma mudança desta naturezaconvém efectuar o devido estudo deimpacto sobre as suas

consequências na feira, tendo emconsideração que nos fins-de-semana, antes e depois, realizam-sefeiras e mercados noutros lugares,geralmente com mais tendeiros evisitantes, daí não se notar melhoriassignificativas na Feira quando estase realiza no fim de semana como foio caso deste ano.

Ao viabilizar uma soluçãopara a continuidade da Feira deGarvão e que seja cada vez mais umarealidade para as gerações futuras, éóbvio que carece de um estudoaprofundado pelas autoridadescompetentes. Contudo, oenquadramento histórico da Feira de

Garvão permite-nos visualizar econtribuir com outras alternativas.

Não nos podemosesquecer do seu enquadramentohistórico, dos grandes rebanhos degado que desciam dos MontesHermínios, do Alto Alentejo e deEspanha e vinham pastar para oCampo Branco Alentejano.

Se era na Vila de Entradas,que se fazia a entrada nas pastagens,

FEIRA de GARVÃO ... IIArtigo de José Pereira Malveiro

Opinião desfavoravél á mudança da data da Feira

Página do Livro da Santa Casa daMisericórdia de Garvão de 1735,referente ao valor do Terrado a

pagar pelos mercadores erespectivas profissões

daí o seu nome, e se era na vila deMessejana no tribunal especial “DosVerdes Montados” que se resolvia ascontendas surgidas ou o pagamentodas rendas e impostos das pastagens,era em Garvão que se movimentavamos marchantes que abasteciam de carnea cidade de Lisboa. Segundo umprotesto do arrematador das sisas deGarvão, Miguel Vaz Coelho, moradorna quinta do Valadão informa-nosque: “Há uma feira, cujo nome vemmuitas vezes nas petições, é a deGarvão... trata-se de uma feira a sulda província; Garvão éverdadeiramente a capital regional docomércio de animais”, e ainda “Osmarchantes que compravam carnepara fornecer a cidade de Lisboa,tentavam fugir ao pagamento da sisa.Por isso, um inquérito preparadopelo corregedor em 1794, tem pororigem a actividade de umacompanhia criada em Lisboa e portrês representantes desta sociedade,ao comprarem animais em Garvão,negarem-se a pagar a sisa”.

E é precisamente nesteenquadramento e nestas raízeshistóricas que a Feira de Garvão temde encontrar a sua sobrevivência,numa altura em que de Norte a Sul dopaís se assiste a um revivalismo“Medieval” e “Tradicional” com arealização de exposições, teatros eFeiras Medievais, incluíndo Islâmicascomo a de Mértola. Em Garvão passa-se precisamente o contrário, sub-repticiamente vai-se acabando comuma mais valia que outras terrastentam em imitar. A mudança da datada Feira para um fim-de-semana iriaquebrar de vez com o único elo queainda tem com o passado.

José Pereira Malveiro

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Curas . . . eMézinhasTradicionaisSandra Mamede

Esta coluna vai tratar de “mezinhascaseiras”. A primeira mezinha que vaiser aqui apresentada é a planta do“betadine”. Um dos nomes desta plantaé Quelidónia-maior (Chelidoniummajus).A seiva desta planta começa por ser deum amarelo ocre e pouco depois ficada cor do Betadine. A seiva desinfectae ajuda a cicatrizar.A Quelidónia-maior já era utilizadacomo erva medicinal pelos médicosgregos, especialmente no tratamentode problemas de pele, vesícula e fígado. Na China era utilizada comorelaxante muscular, no tratamento das cataratas e como anti-espasmódicoO seu nome vulgar, “erva-das-verrugas”, refere-se ao facto de ser utilizadapopularmente para curar estes problemas de pele. A sua seiva é aindautilizada como cicatrizante, ainda que várias fontes bibliográficas alertempara os cuidados que se devem ter no seu manuseamento, já que é umaplanta venenosa, de seiva corrosiva. É muito vulgar no nosso país.Um dos utilizadores desta planta,aqui na nossa terra é o Sr.Ezequiel José, de 71 anos, queconhece esta planta pelos nomes“Erva da cura” e “Erva-mercúrio”. Esta planta foi-lheoferecida por uma vizinha hámais de 20 anos, e desde aí temsempre o utilizado a planta: emferidas, queimaduras pequenas,que evita que forme bolha eacalma a dor, e em herpes labial.Mais acrescenta que nunca tevequalquer tipo de alergia oureacções adversas relativamenteà utilização da planta. ERVA DAS VERRUGAS

EZEQUIEL JOSÉ

Devido às inquestionáveispotencialidades do litoral portuguêssurgiram uma série de interesses à suavolta. Interesses estes que, na maiorianão têm em conta a sua preservação domeio ambiente e a escassez dos recursosnaturais, e são orientados apenas porfundamentos económicos ou deostentação.

É o caso, por exemplo, dosturistas que tudo fazem para construiruma segunda habitação quase em cima dapraia, ou dos grandes empresários que,espalham aldeamentos turísticos pelasbelas paisagens costeiras.

Torna-se evidente a pressãoturística por todo o litoral algarvio e, demodo geral, também pelo restante litoralportuguês, nomeadamente o litoralalentejano. Os impactos produzidos nãosão apenas de ordem ambiental, mastambém económica, social e cultural, eos seus efeitos não ocorremisoladamente. Pelo contrário, estãoprofundamente correlacionados.

Neste sentido, posso afirmarque se o turismo não for uma actividadebem planeada, apelando aos sentimentosde respeito e responsabilidade, podeproduzir efeitos desvastadores. Em vezde potenciar um desenvolvimento social,pode agudizar os problemas ambientais,as desigualdades sociais e a destruição dosvalores e costumes locais.

A intenção de muitos,nomeadamente dos ambientalistas, édiminuir a pressão turística no litoralalentejano, principalmente diminuir esteturismo de massas que toma de assalto asnossas praias em pleno Verão,degradando a paisagem e poluído as águas.

Paradoxalmente, em virtudeda poluição atmosférica, do aumento da

TURISMO de MASSASe o INTERIOR Ângelo Nobre*

temperatura global e da subida do nívelmédio do mar, muitas dessas praias erecantos de costa serão inundados e,inevitavelmente, os índices turísticosdiminuirão.

Qual será entao a solução, umavez que o país e principalmente a nossaregião depende em grande medida dasreceitas produzidas pelo turismo.Proteger o meio ambiente litoral dapressão de um turismo de massas ecanalizá-lo para o interior? Aproveitarao máximo as receitas que os turistasbalneares trazem para Portugal enquantoainda há hipótese para tal? Ou será que aresposta passará pela promoção de umtursimo alternativo, como é o caso doturismo rural ou do turismo de aventura?

Parece-me a mim que estaúltima será uma possível solução, umavez que Portugal e o Alentejo apresentaenormes potencialidades que não apenasos recursos marinhos. Todavia, importaque exista um planeamento adequado nosentido de desenvolver o interior; que secriem estratégias de promoção de umturismo sustentável, que não seja umturismo de massas; que se apele à tomadade consciência de que os recursos sãoescassos; e que se apele aos sentimentosde responsabilidade e de respeito pelaNatureza.

Quanto ao nosso, ao meulitoral, importa que também algo sejafeito. Não interessa canalizar os turistaspara o interior, sem haver umaintervenção no sentido de minimizar asconsequências negativas da pressãoactual.

*Sociologo, actualmente Presidente daJunta de Freguesia da Conceição

GRUPO CORALFEMININO

"FLORES DE MAIO"O canto sempre foi uma expressão expontânea das gentes do sul, sejanas lides do campo ou noutros trabalhos, expressavam as suas mágoase alegrias através do canto. Quantas vezes o canto, a alegria do cantodisfarçava o que lhes ia na alma para o bem e para o mal.Foi precisamente esta expontaniedade que na preparação doaniversário do Grupo Coral Infantil de Garvão, em Maio de 1996, ena cantoria de volta dos tachos e panelas para o almoço, que nasceuo Grupo Coral feminino "Flores de Maio". Foi também em Maio quefizeram a sua apresentação pela Feira de Garvão, e Maio teria de sero nome daí "Flores de Maio".Desde o princípio não faltaram apoios, da autarquia, Junta de Freguesia,Paróquia e das outras Associações, assim como convites para actuaremem vários pontos do país, o que tem sido uma constante desde a suainauguração e divulgação com cerca de vinte a vinte cinco saídasanuais.O Grupo Coral Feminino "Flores de Maio", apesar do enorme esforço,tem procurado manter a linha original de cantadeiras. Contudo, nosúltimos tempos por falta de elementos femininos, admitiu elementosmasculinos para preencher o espaço deixado vago por algumacantadeira.Tem procurado também, ao longo da sua existência cantar as cantigase modas tradicionais alentejanas que se cantam nesta região do alentejo.O Gupo Coral Feminino actualmente é composto pelos seguinteselementos de Garvão: Maria da Graça, Laura, Maria Cândida, Ercília,Catarina, Graça Patrão, e de Panoias: Assunção, Maria de Deus,Irlantina, e por Diogo, Augusto e António de Garvão.

Fila superior: Cordélia, Graça Patrão, Almerinda, Emília,

Fila inferior: Catarina, Ercília, Maria Cândida, Laura, Maria da Graça, Rafaela,Cavaco.

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Centro Social Cultura e Recreio da Casa do

Povo de Garvão

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CENTRO SOCIALO Centro Social Cultura e RecreioCasa do Povo de Garvão, foi fundadoem 25/07/1992, com a actualdesignação, após as extintas Casas doPovo, sendo as instalações do mesmo,património da Junta de Freguesia, com

cerca de 900 sócios, tem como únicasfontes de rendimento, um bar e umaquota, que se pode considerarsimbólica de 0.50€, tem comoprincipais actividades duas vertentesdistintas, na parte Cultural, o GrupoCoral, de seu nome “AlmaAlentejana”, e na parte desportivauma equipa de futebol Sénior que

participa anualmente noCampeonato Distrital do INATEL. Com fracos recursosfinanceiros, para manter estasactividades, tal só é possível comsubsídios por parte da CâmaraMunicipal de Ourique, através de umprotocolo celebrado por esta direcção

com o actualPresidente daAutarquia Dr.Pedro doCarmo.

FUTEBOL Aequipa def u t e b o l ,normalmenteé compostacom umplantel queoscila entre os20 a 25j o g a d o r e s ,sendo am a i o r i aresidentes non o s s o

Conselho, e tendo como objectivoprincipal fomentar a práticadesportiva e ao mesmo tempo ummotivo de convívio entre todos,semana á semana, pois como equipaamadora não há tempo, nemcondições para poder haver treinosdurante a semana, uma vez que ocampo de futebol não tem iluminação,mas mesmo assim tenta-se, conseguir

sempre chegar o mais longe possível,o que aconteceu nestes últimos anos,que foram excelentes onde se obteveóptimos resultados, onde fomosCampeões de Série nas Épocas de2004/05, 2005/06, 2007/08, eCampeões Distritais na época de2006/07.

GRUPO CORAL O Grupo Coral “AlmaAlentejana” formado em Setembro de1991, sendo a sua Madrinha a SenhoraD. Maria Luísa Felix, ficou agregadoao Centro Social Cultura e RecreioCasa do Povo deGarvão, aquandoda sua formação,começou comcerca de 30elementos, sendoc o m p o s t oactualmente comcerca de 20,alguns desistiram,outros foram paraoutros GruposCorais e outros,que por força dalei da vida,i n f e l i z m e n t etiveram quepartir. O seutraje écaracterístico dasvestes da nossa terra, sendo a calçapreta, camisa azul, colete preto elenço vermelho ao pescoço e o

Vila De Garvão

INossa Vila de GarvãoVai ficando evoluída

Tem iniciativas em mãoE bons projectos para a Vila

IIHá pouco dinheiro em caixaMas já tem um rumo novoMas tudo se há-de fazer

Com ajuda do nosso povoIII

A Juventude tem vontadeDe manter a tradição

Deixem-nos lá trabalharQue é um futuro para Garvão

IVE com a ajuda da juventude

Garvão já tem melhoriasA Junta é uma virtude

Com as Festas e RomariasV

Com Festas e RomariasQue vem dos meios rurais

E tem a Comissão de FestasE tem os grupos corais

D. Maria da Graça Baião Lebre

Fila de trás: António Prim, José António, Nuno Correia,Fernando, Nunes, Gonçalo, Hugo Matos.Fila da frente: José Manuel, Joaquim José, Rui Brito,Jorge Alexandre, Luís Leal, David Mendes, Ricardo,Pedro Viegas, Nelson Silva, Jorge Conversa, NunoGomes, Pedro faustino, Paulo Firmino, Daniel Raposo,Lúcio Ribeiro, Luís Miguel.

GRUPO CORAL "ALMA ALENTEJANA"Joaquim Loução, Paulo, Eduardo, José Rita, FranciscoMestre, Joaquim Maria, Francisco Bailão, AntónioEduardo, Filipe José, Silvino, Otílio, Octávio Rochart,António Damâsio, José Manuel, Areias, João,Eduardo, António Ildefonso, José Sobral loução.

tradicional chapéu preto, símbolomarcante do nosso Alentejo.O Grupo é formado com pessoas, namaioria do nosso Concelho, mastambém com gentes do Concelho deOdemira, e é o objectivo principalcriar, e não deixar morrer esta parteda nossa cultura que é canteAlentejano, levando-o assim por todoo pais. O Grupo reúne-sesemanalmente para ensaiar e convivere comemora este ano o seu XVIIAniversário, fazendo uma festa, comoé tradicional todos os anos, no dia 27de Setembro 08.

Por: Luís AlexandrePresidente da Direcção

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A Associação de Festas e Romarias de Garvão, nasceu no ano de 2004, fruto do empenho eesforço de um grupo de jovens desta terra, que resolveram dar continuidade às tradicionaisFestas de Garvão, de final de Agosto, cuja realização não se fazia desde 2001.Em conversa entre amigos alguém sugeriu: “… e se fizéssemos as Festas este ano?!”.Todos concordaram, apesar de já ser um pouco tarde, uma vez que tinha de se organizar muitascoisas em tão pouco tempo.Decidiram reunir-se no fim-de-semana seguinte para falarem melhor no assunto, e de comoseriam as Festas (conjuntos, artistas, etc.).Éram oito elementos e dividiram as tarefas e, ao fim de, aproximadamente um mês depois estavatudo praticamente organizado.Desde o primeiro momento tiveram o apoio e o incentivo da população, e das entidades dafreguesia e do concelho.Assim, com a colaboração de todos, fizeram as Festas de Garvão em 2004.Terminadas as Festas decidiram criar uma associação a qual deram o nome de Associação deFestas e Romarias de Garvão.Associação esta, que durante estes anos e, além de organizar as Festas da Vila, tem organizadooutras eventos ao longo do ano, como o Halloween, a participação no Desfile de Carnaval, arepresentação viva da Via-sacra, entre outras.E, assim irão continuar a tentar desenvolver a vida da nossa Vila de Garvão,

Ana Guerreiro, Jorge Alexandre, Sandra Mamede, Sónia Guerreiro, Márcio Jorge, PedroCamacho, Vânia Guerreiro, Raquel Nunes, João Cola e Carlos Mendes

Sra. Francisca Catarina

"As Festas dão nome à terra,e ajudam a desenvolvê-la.Deve de haver união para queas festas não acabem."

Associação de Festas eRomarias de Garvão

Sónia Guerreiro

Qual a sua opinião sobre as Festas de Garvão aolongo dos anos?

Sra. Maria José Serralha

"As Festas de Garvão estãomais divertidas do queantigamente. As pessoasdeveriam colaborar mais nosenfeites das ruas. As ruasdeveriam unir-se mais."

GUERREIRO - Famíliaoriginária da Andaluzia, deque passou para Portugalno tempo de D. AfonsoVum Bartolomeu Guerreiro.Um dos seus filhosAfonso Guerreiro deGusmão viveu em Ouriquee do seu casamentodeixou geração queseguiu o apelido dosGuerreiros.Foi tão poderosa da

comarca de Ourique e apesar de aparentada com asdos mestres é conhecida as rivalidades existentes,causando tais movimentos no país com os seus partidosque a corte teve necessidade de enviar ministros apromoverem a pacificação entre as duas famílias.

MESTRE - Conhecidadesde os reinados de D.Manuel I e D.JoãoIII, umafamília dos mestres ricosproprietários e residentesna comarca de Ouriquedesconhece-se a suaantiguidade e a proveniênciado nome, talvez de alcunhada profissão, eram osgrandes rivais dosGuerreiros na comarca de

Ourique, ambas as familias eram grandes proprietáriosde terras, daí a sua rivalidade.

CORTES - Conhecidatambém pela forma arcaica decortês, existe em Portugalvárias famílias deste apelido,uns procedentes deEspanha, outros naturais dopaís.Talvez proveniente dealcunha ou do nome delocalidade como Vila Cortêsonde viveu uma família destenome, são conhecidas deNorte a Sul do país, sendo obrasão de armas atribuído em

14-XII-1771, a um Manuel Lopes Caetano Corte Serra,capitão-mor das vilas da Lousã, Serpins e do coutoSemide.

SILVA - Família das maisimportantes da península,por descender dos reis deLeão.Deriva de apelido da Torreda Silva da aldeia de Aldereteem Valença do Minho,conquistada por D. Henriquede Bergonha na tomada dadita Torre e doada a D.Guterres Pais queacompanhou D. Henrique naconquista. Casou-se com D.

Maior Peres de Ambia do qual teve geração quecontinuou a linhagem.

RAPOSO - Família que sediz descender dosMeneses, descendente deD. Telo Pires de Meneses.Uma neta casou-se com D.Gonçalo Anes de Menesesalcunhado “o raposo” porvolta de 1283 de quemtiveram vários filhos quecontinuaram a geração.

FAMÍLIAS DE GARVÃOCOM HISTÓRIA

Sr. José de Matos Cunha

"A dinâmica das Festas deve de ter o objectivo de unir a população atravésdas suas Festas. Ao longo dos anos verificou-se que a comissão de Festas sefechava na sua concha e não dava a conhecer a sua dinâmica e não mobilizavaas pessoas.Ao longo dos tempos, as Festas sempre foram um pólo aglutinador dosGarvanenses.As Festas de Garvão devem estar acima de qualquer orientação Político-religiosa.Lembro que o entusiasmo na decoração das ruas foi-se perdendo.As Festas sempe foram o motivo de reencontro dos naturais de Garvão,

sobretudo dos residentes fora da terra.Só com isenção devolveremos à comissão de Festas o seu brilho, a sua tradição, a sua alegria,de proporcionar ao povo de Garvão um fim de semana alegre e feliz.Por Garvão tudo."

Sra. Sandra Romão

"Houve uma interrupção dasFestas por alguns anos masfelizmente formou-se umacomissão que ressuscitou atradição da Terra e esperoque não percam a força econtinuem."

Srª Lurdes Venâncio

"Acho muito bem que hajafestas, e não se devia perdera tradição e continuar semprea fazer as festas de Garvãoque já vêm do tempo dosmeus pais e avós."

Sr. Arlindo MadeiraMendes

"São festas tradicionais quenunca se deve deixar morrer,e ainda bem que houvepessoas que tomaram possedas festas, e só temos é queagradecer à malta jovem pornão ter deixado morrer asfestas da nossa vila."

Sr. António Vilhena

"A tradição já não é o que era,mas é bom haver estacomissão nova para nãodeixar morrer as festas,apesar de já não serem comohá anos atrás é preciso é queas festas continuem."