n.º 18 o ideias abril 98 ano iii digital

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S UMÁRIO Pág. Pág. Pág. Pág. Pág. 2 "Não há nada mais permanente "Não há nada mais permanente "Não há nada mais permanente "Não há nada mais permanente "Não há nada mais permanente que a mudança" que a mudança" que a mudança" que a mudança" que a mudança" Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 Pág. 4 QUALIDADE - Moda de ontem, QUALIDADE - Moda de ontem, QUALIDADE - Moda de ontem, QUALIDADE - Moda de ontem, QUALIDADE - Moda de ontem, Estrela de hoje, Imperativo do Estrela de hoje, Imperativo do Estrela de hoje, Imperativo do Estrela de hoje, Imperativo do Estrela de hoje, Imperativo do amanhã amanhã amanhã amanhã amanhã Pág. 6 Pág. 6 Pág. 6 Pág. 6 Pág. 6 "A Moeda Única na Reinvenção da "A Moeda Única na Reinvenção da "A Moeda Única na Reinvenção da "A Moeda Única na Reinvenção da "A Moeda Única na Reinvenção da Europa" Europa" Europa" Europa" Europa" Pág. 8 Pág. 8 Pág. 8 Pág. 8 Pág. 8 Entrevista ao Presidente da A.E. Entrevista ao Presidente da A.E. Entrevista ao Presidente da A.E. Entrevista ao Presidente da A.E. Entrevista ao Presidente da A.E. Pág. 10 Pág. 10 Pág. 10 Pág. 10 Pág. 10 Economia: Que Futuro? Economia: Que Futuro? Economia: Que Futuro? Economia: Que Futuro? Economia: Que Futuro? Pág. 11 Pág. 11 Pág. 11 Pág. 11 Pág. 11 Bill Gates Bill Gates Bill Gates Bill Gates Bill Gates Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Pág. 12 Residência continua com problemas Residência continua com problemas Residência continua com problemas Residência continua com problemas Residência continua com problemas Pág. 14 Pág. 14 Pág. 14 Pág. 14 Pág. 14 Paginação Electrónica Paginação Electrónica Paginação Electrónica Paginação Electrónica Paginação Electrónica Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Telef.: 29009 Telef.: 29009 Telef.: 29009 Telef.: 29009 Telef.: 29009 A inteligência por si mesma pode ser praticamente inútil quando ocupa a totalidade do espaço das nossas vidas. De facto a capacidade para apreender as relações entre as coisas só assume alguma importância quando correlacionada com o sentido afectivo, a moral, a criatividade, a expressão artística, o sentido ético, a imaginação, etc. A inteligência precisa de energia para brilhar e de honestidade intelectual para se tornar fecunda. Há que procurar ver a realidade tal como ela é e não como desejamos que ela seja se quisermos contemplar a verdade em toda a sua nudez, o que só é possível se as actividades afectivas, sem as quais não há actividade intelectual, se reduzirem à força interior consubstanciada na inspiração que no fundo se traduz na paixão de todo o ser que cria (seja ele cientista ou artista). A inteligência é uma característica comum aos seres humanos, mas o seu desenvolvimento só é possível naqueles que possuem a faculdade de amar ou de odiar, pelo que em educação é preciso assegurar acima de tudo o desenvolvimento afectivo dos indivíduos de forma a assegurar-lhes o equilíbrio emocional necessário ao desenvolvimento da inteligência cuja manifestação pode estar associada à vontade dos indivíduos, da mesma forma que a falta de inteligência pode estar associada à falta de vontade. De facto tudo o que a humanidade alcança é fruto dum esforço colectivo movido pela paixão de alguns indivíduos, pelas suas vontades ou pelos seus ideais. Foi assim aquando da criação da CEE e é assim que está a ser conduzido o processo que culminará com o nascimento da Moeda Única, cujo sucesso ou fracasso não está somente no saber e no fazer, mas também no fazer-saber e no saber-fazer. José Luís Carvalho Abril 98 Ano III Nº 18 Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉM Telef.: 29009 Telef.: 29009 Telef.: 29009 Telef.: 29009 Telef.: 29009 A Sua Nova Escola de Línguas em Santarém A Sua Nova Escola de Línguas em Santarém ESCOLA DE LÍNGUAS DE SANTARÉM, LDA

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Page 1: N.º 18 o ideias   abril 98 ano iii digital

SUMÁRIO

Pág. Pág. Pág. Pág. Pág. 22222 "Não há nada mais permanente"Não há nada mais permanente"Não há nada mais permanente"Não há nada mais permanente"Não há nada mais permanenteque a mudança"que a mudança"que a mudança"que a mudança"que a mudança"

Pág. 4Pág. 4Pág. 4Pág. 4Pág. 4 QUALIDADE - Moda de ontem,QUALIDADE - Moda de ontem,QUALIDADE - Moda de ontem,QUALIDADE - Moda de ontem,QUALIDADE - Moda de ontem,Estrela de hoje, Imperativo doEstrela de hoje, Imperativo doEstrela de hoje, Imperativo doEstrela de hoje, Imperativo doEstrela de hoje, Imperativo doamanhãamanhãamanhãamanhãamanhã

Pág. 6Pág. 6Pág. 6Pág. 6Pág. 6 "A Moeda Única na Reinvenção da"A Moeda Única na Reinvenção da"A Moeda Única na Reinvenção da"A Moeda Única na Reinvenção da"A Moeda Única na Reinvenção daEuropa"Europa"Europa"Europa"Europa"

Pág. 8Pág. 8Pág. 8Pág. 8Pág. 8 Entrevista ao Presidente da A.E.Entrevista ao Presidente da A.E.Entrevista ao Presidente da A.E.Entrevista ao Presidente da A.E.Entrevista ao Presidente da A.E.

Pág. 10Pág. 10Pág. 10Pág. 10Pág. 10 Economia: Que Futuro?Economia: Que Futuro?Economia: Que Futuro?Economia: Que Futuro?Economia: Que Futuro?

Pág. 11Pág. 11Pág. 11Pág. 11Pág. 11 Bill GatesBill GatesBill GatesBill GatesBill Gates

Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12Pág. 12 Residência continua com problemasResidência continua com problemasResidência continua com problemasResidência continua com problemasResidência continua com problemas

Pág. 14Pág. 14Pág. 14Pág. 14Pág. 14 Paginação ElectrónicaPaginação ElectrónicaPaginação ElectrónicaPaginação ElectrónicaPaginação Electrónica

Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMTelef.: 29009Telef.: 29009Telef.: 29009Telef.: 29009Telef.: 29009

A inteligência por simesma pode ser praticamente

inútil quando ocupa a totalidade doespaço das nossas vidas. De facto a capacidade

para apreender as relações entre as coisas só assumealguma importância quando correlacionada com o sentido

afectivo, a moral, a criatividade, a expressão artística, o sentidoético, a imaginação, etc.

A inteligência precisa de energia para brilhar e dehonestidade intelectual para se tornar fecunda. Há queprocurar ver a realidade tal como ela é e não como desejamosque ela seja se quisermos contemplar a verdade em toda a suanudez, o que só é possível se as actividades afectivas, sem asquais não há actividade intelectual, se reduzirem à forçainterior consubstanciada na inspiração que no fundo se traduzna paixão de todo o ser que cria (seja ele cientista ou artista).

A inteligência é uma característica comum aos sereshumanos, mas o seu desenvolvimento só é possível naquelesque possuem a faculdade de amar ou de odiar, pelo que emeducação é preciso assegurar acima de tudo o desenvolvimentoafectivo dos indivíduos de forma a assegurar-lhes o equilíbrioemocional necessário ao desenvolvimento da inteligência cujamanifestação pode estar associada à vontade dos indivíduos,da mesma forma que a falta de inteligência pode estarassociada à falta de vontade. De facto tudo o que a humanidadealcança é fruto dum esforço colectivo movido pela paixão dealguns indivíduos, pelas suas vontades ou pelos seus ideais. Foiassim aquando da criação da CEE e é assim que está a serconduzido o processo que culminará com o nascimento daMoeda Única, cujo sucesso ou fracasso não está somente nosaber e no fazer, mas também no fazer-saber e no saber-fazer.

José Luís Carvalho

Abril 98 Ano III Nº 18

Praceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMPraceta Alves Redol, 15 - 2000 SANTARÉMTelef.: 29009Telef.: 29009Telef.: 29009Telef.: 29009Telef.: 29009

A Sua Nova Escola deLínguas em SantarémA Sua Nova Escola deLínguas em Santarém

ESCOLA DE LÍNGUASDE SANTARÉM, LDA

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O Jornal "O Ideias" épublicado nos meses de Janeiro,Março, Abril, Maio, Junho,Novembro e Dezembro com umatiragem de 600 exemplares.

Pode ser fotocopiado paradistribuição gratuita.

Director: José Luís CarvalhoChefe de Redacção: Nuno BernardoRedacção: Adriano Cruz e Sónia CarvalhoMontagem: Rui Costa e Nuno BernardoRevisão: José Luís CarvalhoColaboraram neste número: JoãoFrancisco Santos e Liliana Cristina MendesEdição: Associação de Estudantes da ESGSCoordenação: Núcleo de JornalismoAcadémico da ESGSImpressão: COPIMODEL

Endereço para contactos:Jornal "O Ideias" - Escola Superior deGestão de SantarémComplexo AndaluzApartado 2952003 Santarém CodexTel.:332121 Fax: 332152

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Longe vai o tempo em que o“canudo” na mão e uma vontade detrabalhar eram a chave para umacarreira de sucesso ou, já para nãosonhar tão alto, para conseguir umemprego razoável.

Hoje em dia, não só a nível nacional(uma vez que não temos o privilégio desermos os únicos), mas um pouco portodo o mundo, os jovens enfrentam umarealidade bem diferente! Arranjartrabalho, e não o emprego desejado éuma tarefa cada vez mais complicada,senão mesmo impossível, em algumasáreas. Como prova desta dificuldadesurge a denominação que alguns autoresdão ao flagelo do desemprego a que seassiste actualmente “a praga do séculoXX”.

Tal como todas as epidemias quetêm flagelado o planeta também esta nãotem um antídoto de fácil acesso. Ofenómeno alastra a nível internacional,tal como todos os fenómenos deglobalização. Como aldeia global quesomos nos dias de hoje a partilha faz-sea todos os níveis: a economia está numafase difícil, senão mesmo em fase derecessão e como consequência asorganizações encontram-se fragilizadase nós os jovens que todos os anosacabamos os nossos cursos nãovislumbramos um futuro seguro eestável. No entanto, uma novaperspectiva pode surgir para nós: criar ,arriscar, ir à luta, correr o risco, criarpostos de trabalho, criar perspectivas,fazer parte de algo e participar naeconomia do país. Resumindo: criar anossa própria empresa. Não é fácil, masa vontade, a curiosidade e os incentivosque vão surgindo, vão-nos ajudandonesta tarefa inovadora e tão sedutorapara nós. A burocracia e a boa vontadedos funcionários públicos podemparecer uma barreira intransponível,mas não o são, transformando-se num

desafio à nossa paciência e boa vontadeque vamos vencendo , à medida quevamos conseguindo, os passosfundamentais da criação de um projectoque é verdadeiramente nosso.

É esta a opção! Quando se é jovem eainda com a capacidade para sonhar earriscar. Ousar é a solução. Há queapostar numa gestão de mudança,voltada para o progresso e para ainovação, destinada a entrar nummercado competitivo e fundamental nosnossos dias produzindo um produto dequalidade. Esta qualidade pode ser vistacomo a adopção dos certificadosISO9000 e ISO14000 mas também comoo valor intrínseco que se dá ao produto,isto é, a qualidade total, não só técnica,mas a capacidade que um produto temde superar outro. Ou seja, a mais--valiaque um produto me oferece e que fazdele a minha preferência.

A permanência da mudança“Não há nada mais permanente que

a mudança”. A frase do filósofo gregoHeraclito nunca foi tão verdadeira.Incerteza, mudança, turbulência sãopalavras que hoje em dia são proferidasconstantemente. A incerteza instalou-sedefinitivamente na gestão dasorganizações, sejam estas rudimentaresou as mais completas e modernas. Aocontrário do que se possa pensar aturbulência não é passageira mas simdefinitiva.

Segundo James Champy e NithiuNohria, professores em Harvard a formade enfrentar a mudança consiste em darresposta a 3 questões:

1- Como será a organização dofuturo?

2- Como gerir o processo demudança?

3- Qual será o novo papel doslíderes?

Em todas as circunstâncias doprocesso de gestão da mudança, as

empresas devem assumir um papel decerto radicalismo, isto é, ir ao núcleo, àraíz do problema. O que significacentrar-se nas questões fundamentais,com a brevidade que a constantemudança exige.

A gestão da mudança vai dependerem grande parte do papel que o gestorestá disposto a tomar dentro de umaorganização. Esta mudança vai implicaruma grande reestruturação e tambémuma grande alteração na forma deorganizar as relações de trabalho.

Segundo os citados autores avelocidade e a intensidade destamudança tenderá a aumentar. Isto vaiobrigar os gestores a terem de tomardecisões cada vez mais rápidas e cadavez mais também de forma maishumilde.

Como actualmente não há negóciosestáveis, a concorrência é muito feroz,não há certezas absolutas. Uma sólidaexperiência profissional ou um títuloacadémico já não conferem sapiênciaabsoluta. Como tal muitos jovens, comonós, de forma empreendedora, deixam delado o seu curso académico e lançam-senuma vida mais prática ou seguem emparalelo a vida académica visandosempre o aprofundamento daperspectiva mais prática em função dateórica.

Como tal, é fundamental que osexecutivos se mantenham em constanteprocesso de inquietação e deaprendizagem, apostando, sempre, numprocesso de formação contínua, pois estaé uma arma preciosa.

· Papel do GestorCom a evolução, a distinção entre

gestor e trabalhador será cada vez maisdifícil de fazer

O novo papel do gestorultrapassará as tradicionais funções deplaneamento, orçamento, organização,pessoal, controle e resolução de

“Não há nada mais permanente que...

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problemas. As novas funções trarãonão só as tarefas de liderança, maspara garantir o sucesso, o gestor quetiver a consciência da mudança que sefaz sentir, tem também que se debruçarsobre os recursos humanos. A gestão desucesso não é só a Financeira é tambéma gestão de recursos humanos que sedesenvolvem ao nível estratégico emque os principais objectivos devemorientar-se em duas vertentes: odesenvolvimento da organização e acapacidade dos gestores, que éactualmente, um ponto - chave nosucesso de qualquer organização.

A inovação vai ter que fazer partedeste projecto de mudança que se abateactualmente sobre as organizações.

Aos gestores caberão respon-sabilidades adicionais:

1. O estabelecimento de umaidentidade própria de cadaorganização, ficando bemdefinido os seus objectivos

2. Capacidade de iniciativa

3. Integridade, capaz de transmitirconfiança

A Identidade vai implicarquestionar o que a organização significanum sentido mais amplo. De ondeviémos? O que nos distingue? Para ondevamos? Consiste fundamentalmenteem conseguir ver o que diferencia cadaorganização.

A Iniciativa surge com o fim de nãopermitir que a organização estagne,sendo a estagnação e o dogma osmaiores inimigos da mudança aempresa tem que ter a capacidade deinovar. Ter a iniciativa de inovar.

A Integridade vai estabelecer osalicerces da confiança, vai permitir quetodas as comunicações sejamverdadeiras e não levantem margenspara dúvidas, isto é, que não sejamquestionáveis.

MAS, NO FIM DE CONTAS AQUE SE DEVE ESTA MUDANÇA?

Há 3 pontos principais a que sedeve esta constante mudança:

· Tecnologia· O papel dos governos· GlobalizaçãoA Tecnologia em especial a da

informação está a transformar tudo deforma drástica. Tudo muda, não só aforma como se trabalha mas também aessência do trabalho.

O papel dos governos está tambémem mudança, uma vez que a posição emrelação á economia está a ser repensada.Em todo o mundo assiste-se áprivatização e ao incremento docomércio livre. As organizações de todoo mundo debatem-se para fornecer omesmo género de produto ou serviço,em qualquer altura ou local a preçoscada vez mais competitivos.

A globalização está a obrigar asorganizações a adaptarem-se de formadiferente em vários aspectos daestrutura organizacional.

Liliana Cristina Mendes

FOTOS DO DESFILE DOCALOIRO

Fotos por Sónia Carvalho

... a mudança ”

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- Q U A L I D A D E -

Certamente que frases como“A partir de agora todos osprodutos certificados peloInstituto Português daQualidade vão ter este Q“ ou“Esta marca vai fazer parte dasua vida“ fazem parte do seuquotidiano, no entanto nemsempre assim foi. A qualidade etodas as satisfações que esta nosproporciona tiveram um longocaminho a percorrer.

Desde os mais longínquostempos que o homem sepreocupou com a sua satisfaçãopessoal e com o seu conforto, noentanto as duas premissasenunciadas anteriormente eram

portadoras de uma pequena nuance. Eradetentor de conforto e qualidade quemtivesse ou capacidade financeira ou entãoo que hoje chamamos em linguagemtipicamente de gestão Know How .

Estávamos na chamada Idade Médiae nesta época qualidade era facilmenteconfundida com luxo e ostentação. Emsuma, esta moda se é que assim se podechamar era, em regra, puro privilégio dasclasses mais favorecidas.

Com a chegada do final do SéculoXIX o conceito de qualidade vai sofrer oprimeiro abalo embora ainda um poucoténue.

Como se sabe este período foi decapital importância para as estruturaseconómicas actuais, já que se deram duasRevoluções Industriais e lançaram-sebases para uma terceira que viria aacontecer poucas décadas depois.

Nesta época poder-se-á dizer quequantidade e qualidade não eram doisconceitos miscíveis e, muito menoscomplementares como são actualmente jáque a produção em série associada a umaânsia tenaz de redução de custos faziamcom que a qualidade fosse um poucoposta de parte. Eram invocados osavultados investimentos que esta exigia epor outro lado a mentalidade de qualquerindustrial que se prezasse tinha apenasum único sentido; “A rentabilidademáxima“.

Nos anos subsequentes a produçãoem série generalizou-se, mas nem por issofoi estabelecida uma relação deproporcionalidade directa com aqualidade.

Aquando da grande depressãoeconómica de 1929 o conceito dequalidade sofreu um novo abalo, desta vez

pela negativa, já que o espíritoproteccionista aliado com um nacio-nalismo exageradamente exacerbado,conduziram a situações verdadeiramentedegradantes em termos de aparelhoprodutivo, levando os níveis de qualidadepara valores que, no mínimo, e tendo emconta a conjuntura e realidade da época sepodem apelidar de insuficientes.

Mas, um novo fôlego estava parachegar e, este consubstanciou-se nasideias de John Maynard Keynes, Joseph Jurane do General Douglas Mc. Arthur .

O primeiro pela sua genial política derecuperação económica, baseada noaumento da produção e no saneamentofinanceiro das empresas americanas, queem poucos anos transformou os EUA numautêntico “guru“ da qualidade.

O segundo, pelos seus brilhantesestudos e trabalhos no campo daqualidade que ainda hoje são aplicados.

Finalmente e quanto ao terceiro,permitam-me a audácia da afirmação ;pela sua dureza e irreverência quandodespediu todos os principais gestores dasempresas japonesas, que teve comoconsequência inesperada, o catapultar doJapão para o estrelato, sendo hoje uma dasmaiores potências mundiais em termos dequalidade.

aos mesmos.A I.S.O. (International Standart

Organization) através do seu comitétécnico tenta aumentar o nível dequalidade, ao mesmo tempo que tentapremiar as empresas que desenvolvemesforços concertados para cumprirem osrequisitos inerentes a essas mesmasnormas, exercendo pressões sobre asinstâncias governamentais no sentido decriarem legislação específica cada vezmais apertada nesta matéria.

Por outro lado, e voltando um poucoà frase de abertura deste artigo,sensibilizar os consumidores para o valordos produtos cumpridores de tais normaspossuem, quer em termos decompromissos preço/fiabilidade/qualidade, quer em termos de satisfaçãopessoal do consumidor.

Na minha opinião tais pro-cedimentos, sejam eles provenientes daISO, ou das suas congéneres de âmbitonacional (Ex. IPQ) têm tido sucesso, e asempresas que adoptaram esse tipo deacções conseguem entre outros benefícios,um rápido retorno do capital investido,aumento quer do volume de vendas querda sua credibilidade num mercado quecada vez mais assume a forma de “aldeiaglobal".

Infelizmente em alguns países daU.E. (incluindo Portugal), este tipo deempresas peca pela escassez, e cabe aGovernos, Associações de Empresários e aalgumas mentalidades maisconservadoras inverter esta tendência.

Mod

a de o

ntem

Trata-se de uma dasafirmações mais usadas einerente a ela, são difundidas asmais diversas, no sentido de quea qualidade se transformenaquilo que efectivamente é, ouseja uma estrela.A título de exemplo cite-se :1. “Zero Deffects“2. “Conformante to requirments“3. “Quality is Free“4. “Just in Time“5. “Total Quality Management“

Cada vez mais a qualidadeé importante, e a sua temaumentado significativamentemuito por culpa de outroconceito: a certificação.

De uma forma muito simples podedizer-se que certificação não é mais do queum conjunto de princípios, emanados deuma organização de âmbito internacional,e que têm dois objectivos primordiais:

1. Padronização2. Melhoria quer da qualidade

intrínseca da generalidade dosprodutos, quer do serviço inerente

A crescente integraçãoeconómica, aliada com ocrescente desmembramentoe flexibilização dosmercados, faz-nos caminharpara aquilo que vulgarmentedesignamos por “aldeiaglobal“, que, não se irácompadecer com qualquertipo de falhas ou qualquertipo de deficiênciasqualitativas no que toca àsempresas ou aos seusprodutos.

Todo aquele que nãofor competitivo, simplesmente será banidodo mercado ou então, entrará numdeclínio de tal modo acentuado que aúnica solução viável será o abandonar domercado.

A título de exemplo cite-se a

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Abril/1998

Nova Legislação Nacional

· Administração Pública· Port. n.º 1239/97 de 16/12 – faz a actualização das

prestações de invalidez, de velhice e de sobrevivência dosregimes de Segurança Social.

· Benefícios Fiscais· D.L. n.º 367/97 de 23/12 – altera o art.º 19.º do Estatuto

dos Benefícios Fiscais.· Ensino

· D.L. n.º 373/97 de 23/12 – prorroga até 31/12/1999 avigência do regime constante nos artigos 1.º e 2.º do D.L.n.º 263/90 de 30/8, alterando o prazo estabelecido no art.º1.º do D.L. n.º 13/96, de 29/2.

· D.L. n.º 13/98 de 24/1 – aprova o regime jurídico dosdocentes de ensino de português no estrangeiro.

· D.L. n.º 1/98 de 2/1 – altera o Estatuto da Carreira dosEducadores de Infância e dos Professores dos EnsinosBásico e Secundário.

· D.L. n.º 4/98 de 8/1 – estabelece o regime jurídico dasescolas profissionais.

· Port. n.º 6/98 de 6/1 – cria os cursos profissionais detécnico de Sistemas de Informação e de Técnico deCinofilia.

· Port. n.º 14/98 de 7/1 – regulamenta o exameextraordinário de avaliação de capacidade para acesso aosensino superior.

· Fundos de Investimento· D.L. n.º 361/97 de 20/12 – altera o regime especial de

constituição de fundos de investimento mobiliário portrabalhadores de sociedades em processo dereprivatização.

· Imposto sobre os produtos petrolíferos· Port. n.º 1221-B/97, de 10/12 – fixa novas taxas para o

imposto sobre os produtos petrolíferos.· Instituto do Emprego e Formação Profissional

· D.L. n.º 374/97 de 23/12 – confere nova redacção aos art.os

11.º, 12.º, 20.º e 23.º do Estatuto do IEFP, aprovado peloD.L. n.º 247/85 de 12/7.

· Justiça· D.L. n.º 375/97 e 24/12 – estabelece os normativos

técnicos destinados a facilitar e promover a organizaçãodas condições práticas de aplicação e execução da penade prestação de trabalho a favor da comunidade.

· Acórdão do STJ n.º 2/98 de 8/1 – o art.º 43.º do CódigoComercial não foi revogado pelo art.º 519.º n.º 1 do Códigode Processo Civil de 1961, na versão de 1967, de modo quesó poderá proceder-se a exames dos livros e documentosdos comerciantes quando a pessoa a quem pertençamtenha interesse ou responsabilidade na questão em que talapresentação for exigida.

· Comissão de Normalização Contabilística· Port. n.º 28/98 de 14/1 – altera a Port. n.º 262/87 de ¾

que regulamenta as atribuições, organização efuncionamento da Comissão de NormalizaçãoContabilística.

· Cooperativas de Solidariedade Social· D.L. n.º 7/98 de 15/1 – regulamenta o regime jurídico das

cooperativas de solidariedade social.· Infracções Fiscais

· Port. n.º 29/98 de 14/1 – estabelece o coeficiente deactualização das coimas previstas na legislação fiscal eaduaneira para vigorar no ano de 1998.

· IVA· Lei n.º 4/98 de 12/1 – revoga o regime especial de

tributação dos pequenos contribuintes do IVA, aprovado epublicado em anexo ao D.L. n.º 257-A/96 de 31/12.

· Contribuições e Impostos· Decl. Rectific. N.º 22-A/97 de 31/12 (3.º Supl.) – rectifica o

D.L. n.º 321/97 de 26/11 que regulamenta a Unidade deCoordenação da Luta contra a Evasão e a Fraude Fiscal eAduaneira (UCLEFA).

· D.L. n.º 14/98 de 28/1 – cria um regime especial dededução de prejuízos fiscais no âmbito dos processos doGabinete de Coordenação para a Recuperação deEmpresas.

· Cooperação Económica e Empresarial· D.L. n.º 16/98 de 29/1 – cria o Conselho Consultivo para a

Cooperação Económica e Empresarial.· IRS

· Port. n.º 33/98 de 21/1 – aprova novos modelos deimpressos destinados ao cumprimento da obrigaçãoimposta na alínea a) do art.º 57.º do Código do IRS.

· Trabalho e Segurança Social· Dec. Regul. N.º 1/98 de 19/1 – introduz alterações à Lei

Orgânica do Centro Nacional de Pensões.

M O D A D E O N T E M, E S T R E L A D E H O J E, I M P E R A T I V O D O A M A N H Ã

realidade portuguesa. Segundo dados doINE mais de 90% do tecido empresarial éconstituído por PME’s, que muitas vezessão criadas indo ao encontro de objectivospuramente pessoais/monetários einfelizmente em certas situações a velha ebrilhante frase de Henry Ford “Ofereçoum carro de qualidade aos meus clientesdesde que seja um Ford T e de cor preta“assenta na perfeição, quando estamos afalar da mentalidade de certosempreendedores.

Para finalizar, uma referência às maisrecentes tendências ambientais, que nomédio prazo também se irão assumir comofactores eliminatórios . Cite-se a título deexemplo a norma ISO 14000 (normaamiga do ambiente), que conjugada com oTQM e com as filosofias de gestão ligadasao Ecomarketing, constituirão a chave dosucesso na viragem do século.

João Francisco Santos

Cabe aos governos e às associaçõesempresariais tornarem-se mais exigentes emais rígidos, considerando a qualidadenão como um factor acessório, mas comoum factor eliminatório para a aprovaçãode todo e qualquer projecto empreendedor.No caso de não o fazerem o risco é claro,grave, e extremamente comprometedor jáque no muito curto prazo tais projectostenderão para o fiasco, acarretandoenormes prejuízos às entidades de ondesão provenientes os financiamentos.

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Realizou-se na Universidade deCoimbra nos dias 9 e 10 de Janeiro oColóquio Internacional “A Moeda Únicana Reinvenção da Europa”. A Sessão deAbertura, a Sessão Plenária e a Sessão deEncerramento decorreram no auditório daReitoria da Universidade que terácapacidade para cerca de 600 pessoas eque foi manifestamente insuficiente paraacolher todos quantos acorreram ao localpara assistir a este evento, uma vez quealguns dos estudantes da Faculdade deEconomia tiveram que se sentar nasescadas. Além da Sessão Plenária oColóquio contou com quatro sessõesparalelas, todas elas bastanteinteressantes, de forma que só tive pena denão poder estar em quatro locais emsimultâneo.

De entre as consequências (positivase negativas) do Euro apontadas pordiversos oradores contam-se a baixa dastaxas de juro devido ao desaparecimentodo prémio de risco, o que favorece ocrescimento e o desenvolvimento dasregiões, assim como as menores taxas deinflação e os menores défices orçamentaiso que se traduzirá em maioresinvestimentos e por consequência em maiscrescimento.

Mas a Moeda Única trará também noentender de José da Silva Lopes (ConselhoEconómico e Social) maior vulne-rabilidade das regiões pobres a choquesexternos e aqui Portugal terá muito aperder na medida em que nenhum país daComunidade importa tanta energia comoPortugal. Por outro lado o Euro aocontribuir para a unificação da políticaeconómica poderá traduzir-se numa fontede desentendimentos na medida em quepode haver regiões com elevadas taxas dedesemprego que necessitem duma políticaexpansionista.

Ainda no entender de José da SilvaLopes não podemos continuar a viver comtaxas de câmbio flexíveis, ou seja oSistema Monetário Europeu tal como estáconcebido não é viável, tanto que há unsanos a moeda britânica saiu do SME e asbandas foram alargadas. Em termosprodutivos continuamos a ter umaagricultura pouco produtiva e poucocompetitiva à qual são atribuídos algunssubsídios, embora os montantes que sãoatribuídos a esta actividade sejam baixosrelativamente a subsídios atribuídos aoutros países da comunidade e além dissocontinuamos a importar da Comunidade

produtos agrícolas a preços superiores aospraticados no mercado internacional.

Convém também salientar que nodizer de José da Silva Lopes o alargamentoda União Europeia tende a ser feito semque haja um aumento do esforçofinanceiro porque os contribuintes alemãesnão estão dispostos a dispender esseesforço, pelo que ao serem canalizadasmais verbas para o Leste Europeu e paraas políticas de combate ao desempregohaverá certamente uma diminuição daparte do orçamento destinado a diminuiras assimetrias regionais, o que em termospráticos quer dizer que cada vez será maisdifícil a Portugal alcançar o nível dedesenvolvimento dos restantes países dacomunidade.

Por sua vez João Ferreira do Amaral,conhecido professor do Instituto Superiorde Economia e Gestão, disse estarperfeitamente de acordo com a Europa aduas velocidades e foi mais longe aoconsiderar prematura a nossa entrada noprimeiro pelotão dos países fundadoresda Moeda Única por causa da debilidadeda nossa estrutura produtiva. Mas JoãoFerreira do Amaral teceu duras críticas àforma como foi concebido o Tratado deMaastricht que ao focar-se no neo-liberalismo com a justificação de que aEuropa estava a perder competitividadeesqueceu o Social, reduzindo, nomea-damente os níveis de protecção social.

João Ferreira do Amaral consideraainda que entre 1986 e 1990 a Europadesenvolveu uma política correcta emtermos económicos, mas demarca-se dapolítica seguida depois de 1990 porqueconsidera que o processo de aproximaçãoà Moeda Única fez aumentar odesemprego, havendo actualmente 18milhões de desempregados na Europa,enquanto que entre 1986 e 1990 foramcriados 9 milhões de postos de trabalhonuma altura em que as economiaseuropeias cresceram apenas 3 a 3,5%, nãotendo nunca sido criados tantos empregosmesmo quando o crescimento económicoatingia os 8%. Este professor do ISEGjustifica também o progressivo“desaparecimento” do interior portuguêspelo facto de haver uma moeda única natotalidade do território nacional, pois ointerior não possui nestes termos ummecanismo para contrariar a polarização.No final da sua intervenção Ferreira doAmaral mostrou-se céptico relativamente àestabilidade da União Europeia pós-euro,

mas disse achar que a União Económica eMonetária é necessária, contudo “oprocesso está a ser mal conduzido”.

Por seu turno Alfredo Marques daFaculdade de Economia da Universidadede Coimbra começou por defender na suaintervenção que os custos de adesão àMoeda Única não são quantificáveis e se osão, são de natureza diferente o que nãopermite comparações. No entanto esteorador sempre foi avançando com obenefício inerente à eliminação dos custosde transacção que será tanto maior quantomaior for o volume de trocas intra-comunitárias dum país, sendo que é certoque Portugal e Irlanda terão a este nívelum benefício superior à Espanha ou àGrécia. No entanto Portugal terá mais aperder que outros países com a eliminaçãodas taxas de câmbio se em vez de termosem linha de conta os custos de transacçãotomarmos por base a pouca diversificaçãoda nossa economia o que faz com queestejamos mais sujeitos a choquesexternos sejam eles simétricos ouassimétricos. Em todo o caso AlfredoMarques defende que o instrumentocambial é neutro no longo prazo. Esteorador defendeu ainda que a MoedaÚnica poderá até implicar uma certaemigração de mão-de-obra das regiõesonde há mais desemprego para as regiõesonde há mais oferta de emprego, noentanto esta mobilidade será semprelimitada por razões linguísticas eculturais, sendo certo que a Europa não éa América (EUA) e que a mobilidade demão-de-obra na Europa tem vindo adiminuir nas últimas décadas, sobretudoa partir da década de 70. Em suma aintervenção de Alfredo Marques apontapara duas grandes conclusões:

1.ª - as economias menos desen-volvidas são as que têm mais a ganhar oumenos a perder com a Moeda Única, massão as que estão mais expostas a choques.

2.ª - as fortes ligações entre regiõescomo é o caso do Sul da Alemanha com onorte de Itália, farão com que os choquespassem a afectar não os países, mas simregiões de vários países, o que não épropriamente um benefício para os paísesperiféricos, tal como Portugal.

De entre os restantes inúmerosoradores aos quais não posso fazerreferência em tão pouco espaço devosalientar a intervenção do ProfessorBoaventura de Sousa Santos que fez umaabordagem sociológica acerca da criação

C O L Ó Q U I O I N T E R N A C I O N A L

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da Moeda Única e que foi talvez aintervenção mais aplaudida no decorrerdo Colóquio, mas que mereceu algumasobservações de discordância por parte de

Mário Soares, que presidiu à Sessão deEncerramento, devido ao facto deBoaventura de Sousa e Santos se termostrado um eurocéptico sem “papas na

Definição genérica defranchising

Certamente já todosouvimos falar no McDonaldsou na Multiópticas que, gozam

de uma cobertura geográficainvejável e, que tão prezado

serviço prestam aos seus clientes.Estas duas premissas têm um

segredo que, quer queira quer não,não passa de uma aliança perfeita

entre um detentor de concessões(franchisador), e alguém que deseja

adquiri-las (franchisado), este último tempreocupações evidentes de expansão egeração de riqueza.

Hoje em dia o franchising, assume cadavez mais a concessão sob a forma deempresas onde a marca e os direitos dedistribuição são acompanhados por todoum sistema de informação sobre, processosde produção e distribuição, detalhadosplanos de mercado, procedimentosdocumentados bem como por um conjuntovasto de acções concertadas com vista àinovação constante da empresa.

No entanto não podemos descurar avertente primária do franchising, que seconsubstancia, na detenção múltipla porparte do franchisador de diversos postos devenda.

Para o franchisador é de capitalimportância que os seus franchisadosidentifiquem as necessidades dos seusclientes, no sentido de ir sempre ao encontrodas necessidades dos mesmos. É este osegredo do franchising que tão bonsresultados tem produzido.

Solidificar a relação Franchisador –Franchisado

Na opinião dos grandes especialistasna matéria tais como Erik Karp, nos últimosanos a relação estabelecida entrefranchisados e franchisadores tem vindo aevoluir, tornando-se cada vez mais numarelação sólida e duradoura, e que ao mesmotempo constitui um factor que gera riqueza

para ambas as partes.Cada vez mais a satisfação dos

franchisados prende-se com a relaçãobilateral estabelecida no contrato e cada vezmenos com os aspectos do foro financeiro.

Nesta perspectiva são consideradospelos franchisados factores eliminatórios:

· As vantagens competitivas geradas;· As operações de fornecimento e

compra de publicidade.Pelas duas premissas atrás enunciadas,

não constitui qualquer tipo de surpresa aresposta dada pela generalidade dosfranchisados quando questionados acercade qual deve ser a característica mãe de umfranchisador.

A resposta é uma, e muito clara: “Terá deser uma barra em Marketing“

= Questões a colocar antes dacelebração de um contrato de concessão=

Qualquer contrato de franchising envolvealgum risco, e ninguém deve ser levado apensar que, por celebrar um contrato danatureza descrita irá forçosamente gerarriqueza, como tal e para precaver eventuaisdissabores o franchisado deve colocar a sipróprio todo um conjunto de questões, denatureza social, económica, política etc., deonde poderemos realçar duas de capitalimportância:

· risco é suficientemente colmatadopelo valor comercial inquestionávelque a marca possui, pelo efeito daseconomias de escala, ou pelosesquemas de apoio que ofranchisador põe à disposição dofranchisado?

· A personalidade e o estilo de gestãosão receptivos à partilha deresponsabilidades entrefranchisador e franchisado?

Para além dos procedimentos descritosanteriormente deverá o franchisado inteirar-se do formato da empresa, devendo haverainda mecanismos adequados de formação,tendo em conta o grau de sofisticação dofranchisador, uma vez que toda a actividadesubjacente ao franchising deverá ir ao

encontro dos anseios do último sob pena deafectação negativa dos lucros e consequentepioria da qualidade de vida do franchisado.

= Dimensão Internacional doFranchising =

Esta perspectiva assume importânciaquendo falamos de importação de marcasregistadas nomeadamente dos EUA sem seprestar a mínima atenção a questões depormenor imbotidas na cultura intrínsecado mercado alvo e, que só por si poderãoacarretar o falhanço do franchising (Ex. Oscentros comerciais por contraposição àsruas da baixa).

Nesta perspectiva devem ser fornecidasao franchisado por parte do franchisadortodo um conjunto de serviços na área doMarketing, no sentido de cativar, motivar ocliente e conduzir à sua consequentesatisfação marginal.

O papel da informaçãoNos EUA este é um factor de capital

importância e, é inclusivamente objecto deregulamentação específica (Uniform FranchiseOffering Circular).

Na Europa tais pressupostos do forolegal não existem e tem-se verificado quepecam por pela sua não existência, uma vezque a coordenação de sinergias entrefranchisador e franchisado, uma boaexecução de planos e uma boa rede decomunicação são cada vez mais factorescríticos de sucesso. Quando a situaçãoantagónica se verifica o nível de satisfaçãodos intervenientes neste processo decairácom todos os malefícios que daí advêm.

Perspectivas de EvoluçãoO negócio do franchising, segundo

dados recentes representa cerca de 750biliões anuais e , prevê-se que nos próximosanos quer, o mercado Europeu, quer omercado Americano cresçam muito porculpa do crescente espírito empreendedorque invadiu certos grupos sociais que cadavez mais “compram o seu emprego, nabusca da tão esperada autonomia“.

João Francisco Santos

língua”, como nenhum outro eurocépticoque participou no Colóquio.

José Luís Carvalho

“A MOEDA ÚNICA NA REINVENÇÃO DA EUROPA”

Uma indústria em expansãoFr

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O Ideias: Quais as motivações quete levaram a formar uma lista para aAssociação de Estudantes?

António Fragoso: Os motivos daformação da minha lista à A.E.,basearam-se no facto de reforçar aimagem da mesma e ao mesmo tempoidentificar o aluno com a A.E., e atravésda união dos nossos alunos transmitircoesão e espírito académico para oexterior.

O Idias: Como caracterizas aevolução do movimento estudantilem Santarém?

A. F.: Neste ponto e por experiênciaprópria, penso que o ambienteestudantil na cidade de Santarém é umpouco a imagem da mesma. Refiro-mepois ao facto de a cidade não ter logo deprincípio estruturas extra escolares,para absorver os alunos (ex. mercadode trabalho).

Penso no entanto e através da UniãoReinante entre A.E.’s da cidade, quepodemos e devemos, cada vez maislevantar a voz dos estudantes paraterem em nós mais confiança e respeitonum futuro que queremos o maispróximo possível.

O Ideias: Consideras que persisteentre os alunos uma mentalidadeestilo “escola secundária”?

A. F.: Eu, jamais posso partilhardessa opinião. Pois, a minha vindapara a A.E. é para uni-los cada vezmais, e ter neles o orgulho da nossaescola e A.E., como bons profissionais ehomens e mulheres de futuro, comresponsabilidade, humildade, umacapacidade de vingar e mentalidadefuturista.

O Ideias: No contexto da evoluçãodo ensino superior nos últimos anos eda evolução orgânica do nossoInstituto, qual deverá ser o papel daAssociação de Estudantes?

A. F.: O papel da A.E. e falo desdeque fomos empossados, foi sempre damelhor maneira, tentar resolver todosos problemas e interesses dos nossosalunos, não deixando por isso quefiquem prejudicados com o novofuncionamento do ensino superiorpúblico.

O Ideias: Quais os problemas quemais afectam os alunos?

A. F.: Numa posição talvez um

pouco pessoal, eu penso que osproblemas passam também um poucopor toda a vida estudantil que demomento estamos a viver o que sepauta por uma falta terrível deestabilidade e de identidade com onovo sistema.

O Ideias: Qual irá ser a grandeaposta da nova direcção daAssociação de Estudantes?

A. F.: Como tens visto nas minhasrespostas anteriores, a grande apostadesta A.E. irá passar pela identificaçãodo aluno com a trilogia aluno – escola –mercado de trabalho, tentando por issoo melhor possível defender as suascausas e informá-los das mesmas.

António FragosoPresidente da Associação de

Estudantes da Escola Superiorde Gestão de Santarém

O Ideias: Que outras iniciativasserão levadas a cabo?

A. F.: Outras iniciativas a levar acabo prendem-se naturalmente com oaspecto cultural, desportivo erecreativo.

Reorganizar e fomentar emSantarém o dia do estudante, partindonesse mesmo dia com umamanifestação de revogação à Lei dofinanciamento do ensino superior, paraalém de 24 horas de grande convívio efesta que encerrará, esperemos nós,com um concerto ao vivo, caso é óbvioas instituições nos apoiem e a tãoesperada semana académica.

O Ideias: Qual o actual papel daFederação Académica de Santarém?

A. F. : O papel da FAS, nestemomento é muito relativo pois estácomo se costuma dizer, inactivo.

É um assunto mais complicado doque parece à primeira vista, masvamos tudo fazer para arranjar umasolução caso seja ainda possível acurto/médio prazo. Esta solução passa

pela realização da Semana Académicaeste ano e que para a qual a nossa A.E.se tem esforçado muito.

Os alunos que estão cá à 3 anosainda não t iveram nenhuma,conhecemos os riscos e são muitos,mas não vamos desist ir , poispensamos que todos os alunos vãoaderir e dar-nos os parabéns pelanossa coragem e empenho nesteprojecto, independentemente doresultado final. Contamos convosco,podem contar connosco.

O Ideias: Como tem sido, até aqui,o teu relacionamento com a direcçãoda escola nomeadamente com oPresidente do Conselho Directivo?

A. F.: O nosso relacionamento, temsido de tentativas de consonância, poissem união, discussão e abordagem dosproblemas em conjunto, criam-sefracções que a meu ver não têm muitoa ver com a evolução e liberdade deexpressão entre estes órgãos.

O Ideias: O clima de tensão entreos núcleos e a Associação estádefinitivamente ultrapassado?

A.F.: Completamente, mas esperavamais adesão por parte dos alunos, poisé nos núcleos que começa aidentificação do aluno com o curso e oseu papel de defesa em prol do mesmo.

O Ideias: Qual a posição da novadirecção face a movimentosautónomos dos alunos?

A. F.: Ajudá-los a conseguirem osseus objectivos na base do diálogo edemocracia.

O Ideias: Embora os núcleos nãoestejam integrados na A.E., esta nãose pode demitir das suasresponsabilidades em termos deapoio. Quais as formas de apoio quepensas vir a prestar aos núcleos?

A. F.: Pela mudança de estatutos daA.E. e regulamentos internos dosnúcleos para os enquadrarmos com aA.E.

O Ideias: A A.E. vai este anoorganizar os ciclos de conferênciasconjuntamente com os núcleos?

A. F.: É um dos compromissos a quenão queremos faltar e para issocontamos com o apoio dos núcleos.Embora, este ano e em virtude deestarmos em negociações para aalteração do sistema de avaliação com

Entrevista ao Presidente da ...

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o Conselho Pedagógico para a nota 10,pensámos ser melhor faze-los no iníciodo próximo ano, pois temos maistempo para o prepararmos emcondições, tal como os nossos alunosmerecem.

O Ideias: Como é que a A.E. encaraa possibilidade de surgir um núcleode jornalismo na nossa escola?

A. F.: É uma possibilidade que pensode orgulho para todos nós, pois erasinal de progresso e gosto pelosassuntos que dizem respeito aosalunos.

Ideias: Qual a situação financeirada A.E.?

A. F.: Penso que é do conhecimentogeral que a situação financeira foi umadas nossas primazias de financiamentoaquando da nossa candidatura, mas demomento, posso adiantar que já lhepusemos uma golfada de ar fresco.

O Ideias: Existe, entre os sócios daA.E., um forte clima de suspeiçãorelativamente às contas da anteriordirecção. Já tiveste tempo de apreciaros documentos relativos àcontabilidade? O que é queconseguiste apurar?

A. F.: É normal quando não seaprova um relatório de contas queexistam dúvidas, mas penso porémque neste momento o clima não é igual,pois qualquer sócio nota no nossotrabalho dedicação à causa. Queremosuma A.E. estável e de boa saúde, paraisso cá estamos, e para isso temosresolvido inúmeros problemas.

O Ideias: A nova direcção da A.E.compromete-se a prestar contas àAssembleia Geral submetendo a

aprovação o relatório e contas dorespectivo mandato?

A. F.: Penso que era impensável nãoo fazermos.

O Ideias: O que é que a A.E. está apensar fazer para melhorar ofuncionamento da residência deestudantes?

A. F.: Já ajudámos com pressão nosSAS, e estamos solidários comqualquer problema dos estudantes.

O Ideias: Já várias direcçõesprometeram a reforma dos jádesactualizados estatutos da A.E. Sãovocês que finalmente vão avançarcom isso ou não?

A. F.: Já atrás aquando dos núcleos ofrisei, e para isso contactámos o IPSpara inclusivé nos dar apoio jurídico ouentão destacar um professor da nossaescola que esteja mais abalizado paratal.

Por isso, tudo faremos paraactualizar os estatutos que estãorealmente obsoletos.

O Ideias: Em relação às propinas,que medidas é que a A.E. vai tomar nosentido de contribuir para o fim doactual sistema que os estudantesconsideram injusto?

A. F.: Como já referi atrás, atravésde forte mobilização estudantil queculminará com uma manifestação nodia 24 de Março, através da recolha deassinaturas que irão ser entregues emmão ao nosso Governador Civil.Pedindo desde já aos nossos alunosuma forte adesão, pois só assimconseguiremos os nossos objectivos,nomeadamente a revogação da lei.

O Ideias: Pessoalmente, és a favor

ou contra as propinas?A. F.: Sou contra a lei, pois não me

compadeço com injustiças sociais efalta de diálogo das instituiçõesperante as A.E.’s de todo o país, o quenos faz lembrar alguém de um passadorecente.

O Ideias: De momento a escolaestá a elaborar projectos que visamtransformar os actuais cursos debacharelato em cursos delicenciatura. A A.E. foi chamada apronunciar-se sobre este assunto?

A. F.: A A.E. tem sido contactadaregularmente, pois como é sabidotemos feito muita pressão paraestarmos informados a todo o tempo,mas não directamente à mesa comonós desejávamos. Mas posso adiantarque o processo já está a avançar edeverá ser aprovado.

O Ideias: Queres transmitir maisalguma mensagem?

A. F.: Quero transmitir umamensagem de orgulho por parte daA.E. perante todos os alunos, emespecial os que têm aderido a todas asnossas actividades e muito têmtrabalhado connosco, pois é nosso lemasermos uma A.E. para os alunos e dosalunos.

Vamos lutar por um futuro maisrisonho e que todos os alunos quepassem pela nossa escola a levem nocoração e seja para eles cada vez maisuma escola de identificação.

José Luís CarvalhoEntrevista realizada em Fev/98

Lê e Divulga “O Ideias”

... Associação de Estudantes

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ECONOMIA: QUE FUTURO ?Os finais do séc. XX têm-se

caracterizado por uma tomada deconsciência, por parte dos meioseconómicos, do esgotamento dospensamentos económicos dominantes.Cada vez mais, é inegável que tanto oKeynesianismo como as teorias neo-liberais não dão resposta a muitasquestões hoje levantadas, sendo clara assuas limitações perante váriosfenómenos e como certos pilares base deactuação destas teorias provocamefeitos nefastos na economia. Assim,torna-se óbvia a necessidade derepensar as actuais teorias económicase mesmo começar a reflectir sobre umnovo quadro explicativo do cenárioeconómico actual. A própria economiaenquanto ciência deverá ter acapacidade de evoluir à medida quevamos adicionando novos dados aosproblemas.

Já ninguém com um mínimo debom senso consegue aceitar uma teoriaeconómica que defende como forma depromover o crescimento económico eevitar situações de crise, um déficitpermanente das contas do estado,ignorando as pressões inflacionistas daídecorrentes. Ou, que defende umsistema de segurança socialextremamente oneroso para osparticulares (que sofrem os efeitos deuma carga fiscal pesada sobre o seurendimento disponível) e condenado àfalência devido ao fenómeno doenvelhecimento da população. Poroutro lado, é igualmente inaceitáveluma outra teoria económica acentenum mercado quase sem rédeas que fazaumentar as assimetrias ao nível dorendimento, isto é, uma minoria dapopulação muito rica e uma outracamada muito pobre. E que tambémopte por meios de produção nefastospara o ambiente e consequentementepara as populações devido ànecessidade da redução dos custos paraum aumento dos resultados líquidosdas empresas.

Contudo, a questão da criação ounão de uma nova teoria económica,mais de acordo com os problemas dofinal do século e que nos forneçainstrumentos de intervençãoeconómica mais eficientes paraenfrentar as necessidades do próximoséculo, não é pacífica. Há quem defenda

uma solução de compromisso, ou seja,concordando que a aplicação dosmodelos económicos existentes na suaforma simples é impracticável,apresenta como opção um modelo mistoque reuna o que há de melhor em cadauma das teorias económicastradicionais. Encontrando justificaçãopara esta solução no argumento de quea economia tem o seu próprio processoevolutivo que levará a um abandonodos pressupostos errados dos modelostradicionais formando-se o já referidomodelo misto, até porque a constituiçãode uma nova teoria económica seria umcorte radical com os ensinamentos dopassado.

Esta forma de pensar parece-melimitada, não tendo as pessoasconsciência da oportunidade efectivade inovar e criar algo original naciência económica. A questão do cortecom o passado é uma falsa questãoporque qualquer nova teoriaeconómica terá que ser fundada poreconomistas actuais que conheçamprofundamente as teorias tradicionaise, assim sendo, um novo modeloeconómico não nascerá do nada.

No entanto, o processo deconstituição de uma nova teoriaeconómica não é fácil. É um processomoroso e coberto de dificuldades. Antesde se poder pensar propriamente nasformas explicativas do funcionamentoda economia, é necessário definir asquestões que se pretendem resolver e teruma ideia sobre a economia quequeremos para o futuro.

Uma premissa na minha opiniãofundamental é a questão dasalvaguarda do meio ambiente. Umanova teoria económica sem fortespreocupações ambientais (baseada emenergias renováveis e em processosprodutivos ecológicos) está condenadaao fracasso por duas ordens de razões.Por um lado, a escassez de recursos écada vez mais gritante e umadegradação do ambiente apenascontribui para uma destruição dosrecursos naturais de uma formaineficaz e improdutiva, concorrendoassim para uma situação em que secoloca o processo produtivo em causa.Por outro lado, as populações exigemcada vez mais uma maior qualidade devida apenas concretizável com um

ambiente limpo e saudável.Uma segunda premissa

fundamental é a questão do emprego. Oconceito de emprego terá forçosamenteque se flexibilizar, isto é, vão ter queaparecer novas formas de trabalho (osnovos empregos domésticos são umexemplo) por forma de atenuar aquestão sempre presente dodesemprego. Uma economia com umataxa de desemprego controlada e com aquestão do emprego equilibrada é umaeconomia mais sólida, porque asassimetrias no rendimento dapopulação serão menores, o que setransforma num importante factor deestabilidade social e económica.

Seria também importante que anova teoria económica significasse umregresso efectivo da ciência económicaao seio das ciências sociais,representando uma viragem em relaçãoà actual situação de matematizaçãoexagerada da economia. Realidade quese vem vincando desde o aparecimentodas teorias keynesianas. A relevânciadesta mudança encontra-se noaproximar da ciência económicadaquele que é o seu verdadeiro objectode estudo, que são as pessoas e asatisfação das suas necessidades tendoem conta uma série de restrições.Perdendo a ciência económica a arideze o distanciamento das situações reaisque actualmente a caracteriza.

Para que isto aconteça énecessário que a nova teoria económicanão seja elaborada na sua exclusividadepelos actuais tecnocratas que têm aforte limitação de apenas lidarem bemcom números e terem algumadificuldade de abstracção. Uma novateoria económica terá que ser mais queum simples quadro explicativo darealidade económica, deverá ir maislonge e incorporar uma nova forma deestar na vida. Assim, a contribuição defilósofos e sociólogos para a elaboraçãode uma nova teoria económica éfundamental.

Este artigo pretende levantar aquestão do futuro da ciência económicae lançar algumas ideias para seremdebatidas. Resta às futuras gerações deeconomistas discutir estas e outrasideias.

Bruno Proençain “O QUELHAS” n.º 20 de Novembro de 1997

(Publicação editada pela A.E. do ISEG)

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BILL GATES

Nuno Bernardo

William Henry Gates III, maisconhecido por Bill Gates. Senhor de umpoder de concentração e uma inteligênciafora do comum, ele é o homem de negóciosmais famoso do mundo e foi através destafigura que o termo «informática» tomououtras proporções, aliás ainda hoje estetermo toma novos rumos. Concretamente,poder-se-á dizer que Bill Gates é um líderque comanda a revolução doscomputadores.

Com apenas 41 anos de idade ele éum dos homens mais ricos, e presidente deuma das maiores companhias do mundo aMicrosoft Corporation. Esta foi fundada emfinais dos anos 70 por Bill Gates e um dosseus colegas de escola, Paul Allen. Maistarde, em 1980, uma terceira figura de pesofoi integrada nos quadros da Microsoft, foiSteve Ballmer, um colega que conheceu nodecorrer do seu curso em Harvard.

Em poucos anos de existência, aMicrosoft revela-se uma companhiapromissora tendo conseguido vendercerca de um milhão de computadores parao lar, apenas com um único modelo, oCommodore VIC-20. No entanto o maiornegócio de Bill Gates e da Microsoft foi ofacto de conseguir com que a IBMadoptasse o seu sistema (o MS-DOS), comoo único sistema operativo dos seuscomputadores. Mas, o mais interessanteterá sido o facto do MS-DOS não ter sidouma ideia original de Bill Gates, mas simum sistema que anteriormente os cientistasda IBM haveriam recusado, o qual aMicrosoft pegou e tratou de lhe aplicarumas "tantas" modificações. Terá sido umgolpe de mestre, porque deste modo, eatravés do poder e influência da IBM nãoseria difícil divulgar o dito sistema, o queoriginou com que a Microsoft econsequantemente Bill Gates começassema facturar milhares de dólares.

Hoje em dia a sua “modesta” fortunaascende a mais de 20 000 milhões dedólares. Para além deste factor de peso, BillGates é um dos homens de negócios maiscobiçados, e por vezes um dos maiscriticados sendo acusado de querermonopolizar o mercado de software.Vejamos o que o analista de mercadoMichael Kwantinetz realçou numacomunicação em 1995: “Bill Gates é osonho de qualquer accionista. A sua gestãoà frente da Microsoft tem sido uma garantiade lucros, dividendos e crescimentoconstante”.

Apesar de tudo, Bill Gates não é uma

pessoa que se possa considerarmaterialista, senão vejamos o seuescritório: é um escritório modesto compouca decoração e mobiliário, apenas como que é necessário. Este escritório estáinserido num espaço que poderemosdesignar por campus da Microsoftconstituído por 35 edifícios baixos combastantes espaços verdes, assemelhando-se a uma escola politécnica. Osfuncionários não têm aquilo a quepoderemos designar por horário fixo (àexcepção dos que estão à frente do serviçode apoio ao cliente), além disso podemandar de calções e praticarem vários tiposde desportos nas instalações. Cada edifíciodeste campus possui um refeitório que deentre outros produtos, os refrigerantes sãogratuitos. No fundo, está criado um climaque proporciona um bem estar aofuncionário de modo a que este repercutaesse bem estar no seu trabalho. Osfuncionários da Microsoft são escolhidos“a dedo”, baseando-se a selecção destesatravés do seu coeficiente de inteligência(QI) e na capacidade de resolução e rapidezde problemas, tais como o seguinte quefunciona como exemplo do tipo desituações a que os candidatos à Microsoft sedeparam: « Para descobrir qual a média devezes que teria de folhear a lista telefónicade Manhatan para descobrir um nomedeterminado, qual seria a sua estratégia?».

O trabalho de Bill Gates baseia-separticularmente em três aspectos: o enviode mensagens via e-mail (correioelectrónico) para as quais contribuem osdois computadores que possui na suasecretária, um de quatro frames de dados daInternet e ainda um outro que serve para otratamento das várias mensagens de e-mail;reuniões com altos executivos cerca de mêsa mês e aquilo que realmente lhe ocupamais tempo são umas pequenas reuniõesque ocorrem durante o dia com equipasque estão a trabalhar em produtos daempresa.

Contudo Bill Gates continua a ler osseus cerca de dez livros por mês, a maioriasobre genética humana, leitura essa quechega a tornar-se obsessiva, tal comoaconteceu numa das suas estadas em terrasbrasileiras em que um dos seus anfitriões oconvidou para dar um passeio pela costanum luxuoso iate repleto de beldadesfemininas, ao aceitar os seus anfitriõestinham em mente proporcionar um poucode divertimento ao seu convidado, assimcomo mostrar um pouco das belas

paisagens do Brasil, mas na verdade BillGates passou toda a viagem a ler o LivroThe Molecular Biology of the Gene. Enfim,gostos são gostos...

Para além do seu gosto pela leitura,também tem um gosto particular pelaescrita, tendo lançado um livro emOutubro de 1995 intitulado The Road Ahead(A Estrada à Frente). É um livro ondedescreve as implicações práticas dodesenvolvimento das auto-estradas dainformação e das novas tecnologiasemergentes. Faz previsões quanto aoimpacte destes instrumentos do futurosobre todas as decisões individuais, desdeo consumo à ocupação do tempo, dasformas de fazer dinheiro aosinvestimentos, dos modos de vida à esferadas famílias.

Ainda um outro dos seus gostos é avelocidade, ou seja adora conduzir o seuPorsche a altas velocidades (e quem nãogostaria?) recebendo em troca multas portransgressão a uma das leis do código daestrada, a velocidade máxima permitida.

Enfim, é um homem de sucesso quetriunfou graças à sua inteligência ecapacidade de resposta na resolução deproblemas e finalizo este artigo referindouma frase pronunciada por um antigoexecutivo de Bill Gates, “Ele não procurasituações de pura vitória, mas antes formasde fazer os outros perder".

Os Passos da MICROSOFTØ 1981 – O Ms_Dos 1.0 é licenciadopela IBMØ 1983 – Lançamento do WindowsØ 1985 – O volume de vendasascende aos 140 milhões de dólaresØ 1986 – A Microsoft é cotada nasBolsas americanasØ 1987 – Surge o Windows 2.0 e oExcel; Cada acção tem o valor de 1dólarØ 1990 – É lançado o Windows 3.0Ø 1992 – Windows 3.1 (venda de 1milhão de cópias só no dia do seulançamento)Ø 1993 – Surge o Windows NT(versão empresarial do Windows)Ø 1995 – O volume de vendas é de 6mil milhões de dólares; cada acçãotem o valor de 60 dólares)Ø 1997 – Volume de vendassuperior a 20 000 milhões de dólares.

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Ø O Conselho Directivo tomou

conhecimento da:• necessidade de aprovar o

Regulamento do CESE em GestãoFinanceira;

• distribuição dos lugares paraestacionamento no complexo;

• realização no dia vinte e sete deOutubro de mil novecentos enoventa e sete de uma reunião doConselho Geral Permanente doInstituto Politécnico de Santarém ena qual foi comunicado o seguinte:

• a proposta apresentada peloConselho Coordenador dosInstitutos Politécnicos sobre opagamento das propinas emtrês prestações – Novembro demil novecentos e noventa e sete,Março e Maio de milnovecentos e noventa e oito;

• a nomeação de uma Comissãopara elaborar um regulamentode propinas, composta peloAdministrador do InstitutoPolitécnico de Santarém,Secretários das Escolas e pelaAssessora jurídica do Instituto,Dr.ª Susana Gervásio;

• organização da festa de Natal queserá da responsabilidade doInstituto Politécnico de Santarém;

• atribuição às Associações deEstudantes, para além dossubsídios já existentes, de um fundono valor de Esc. 500.000$00(quinhentos mil escudos) peloInstituto Politécnico de Santarémpara resolução de problemaspontuais, independentemente dasituação financeira de cada umadelas;

• aprovação pelo Conselho deMinistros da criação da EscolaSuperior de Desporto de Rio Maiore do louvor com que distingiu ogrupo de trabalho que elaborou oestudo para a criação da EscolaSuperior de Desporto e do qual fezparte o Dr. Emílio Mateus;

• existência de um projecto deprograma para o III Congresso doEnsino Superior Politécnico;

• alargamento para 71 do número de

docentes ETIs para a Escola;• solicitação por parte do Instituto

Politécnico de Santarém de umestudo exaustivo sobre anecessidade de pessoal não docenteem cada uma das Escolas;

• necessidade de nomear umaComissão para proceder à autoavaliação da Escola, até trinta e umde Março de mil novecentos enoventa e oito, devendo sersolicitado ao Conselho Científico anomeação da referida Comissão;

• solicitação feita pela Vice-presidenteo Instituto Politécnico de SantarémEng. Anabela Rato, até cinco deNovembro de informação sobre ocontrato institucional SÓCRATES/ERASMUS mil novecentos enoventa e oito barra mil novecentose noventa e nove;

• dúvidas colocadas pelo ConselhoCoordenador sobre a Lei doFinanciamento do Ensino Superior:

• formas de reembolso daspropinas de Mestrado eDoutoramento;

• enquadramento das propinasdos CESE’s.

• realização no INA de um Encontrosobre a Avaliação daAdministração e a necessidade dasEscolas estarem nele representadas;

• não aceitação da candidatura aoPRODEP do projecto da Bibliotecada Escola;

• aprovação de onze mil quinhentos etrinta contos do PIDDAC quedeverão ser distribuídos pela EscolaSuperior de Gestão e a EscolaSuperior de Educação depois daaprovação dos respectivosprojectos;

Ø O Conselho Directivo deliberou:• aprovar por unanimidade o

Presidente do NERSANT comorepresentante da Comunidade edas actividades e sectores profis-sionais relacionadas com as áreasde ensino do Instituto Politécnicode Santarém, no Conselho Geral doInstituto Politécnico de Santarém;

• aprovar, por unanimidade e

desencadear, sob a responsa-bilidade do Presidente do ConselhoDirectivo, o processo de eleição deum representante dos estudantesno Conselho Consultivo para aAcção Social;

O Presidente do Conselho Directivoapresentou um documento, sobre aconstituição do Conselho Consultivo daEscola e a partir desse documento oConselho equacionou vários critériosque serão submetidos à apreciação doConselho Científico.

• autorizar o pedido formulado peloInstituto Politécnico de Santarémrelativamente à utilização doginásio da Escola;

• autorizar o pedido formulado pelaEscola Superior de Educação, parautilização do ginásio da Escolaapós negociação sobre a utilizaçãode quartos na ESES;

• propor um entendimento dehorários entre a Associação deEstudantes e o grupo deFuncionários que regularmenteutilizam o ginásio;

• nomear a Dr.ª Teresa Ferreira comoresponsável pela elaboração doBoletim Informativo da Escola;

• nomear a Dr.ª Teresa Ferreira comoresponsável pela qualidade dapágina da Escola na INTERNET epela manutenção da suaactualização;

• propor a Dr.ª Teresa Ferreira parafrequentar Acções de Formaçãosobre INTERNET, a realizar naEscola sob a responsabilidade doEng. Filipe Madeira;

• propor a ratificação depois darectificação do Regulamento doCESE em Gestão Financeira;

• contactar a empresa fornecedorada Central Telefónica paraaccionar o dispositivo deatendimento com música logoapós a marcação do número detelefone da Escola.

C O N S E L H O D I R E C T I V ORESUMO DAS DELIBERAÇÕES TOMADAS NA REUNIÃO DE 29 DE OUTUBRO DE 1997

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Abril/1998

Residência continua com problemas

Na última edição démos conta dos problemas que afectam os alunos que vivem na Residência do Complexo Andaluz,que gerou na nossa escola uma onda de felicitações ao Jornal "O Ideias" pelo facto de termos publicado não só a notícia emsi, mas também por termos comprovado com fotografias as condições lastimáveis em que os alunos vivem.

De entre os inúmeros leitores que se dignificaram a felicitar a nossa reportagem houve um que entregou as quatrofotografias que publicamos nesta edição e que mostram água do esgoto pelo chão da residência em várias dependênciasda mesma e em alguns sítios algo mais que a simples água do esgoto. Conta quem teve a infelecidade de estar na residêncianesse dia que o cheiro era de tal forma insuportável que os estudantes nem poderam utilizar uma das cozinhas, porventuraa mais afectada. Mas conta também quem sabe que tal acontecimento era do conhecimento dos funcionários da Residênciaos quais assim que chegou a hora de ir para casa não quiseram saber de mais nada e "puseram-se nas alhetas" deixando os"pobres dos alunos" entregues à sua sorte, ou melhor, à água do esgoto.

Residência

CO

M

PROBLEMAS

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Um dos prazeres que a maioriados seres humanos deverão ter, será ode folhear um livro, uma revista ou umjornal, não só pelo gosto da leitura queessas publicações poderão transmitir,como também a quantidade deinformação útil que estas nosproporcionam além da respectivabeleza gráfica que por vezes chega a serdislumbrante.

Quando o leitor folheia umadessas publicações, consciente ouinconscientemente se esta não lhedespertar interesse, provavelmente oque irá fazer, será abandonar essaleitura e procurar uma outra queproporcione o tal interesse que ainda hápouco referi. E agora perguntamos:Qual a razão para tal atitude? Pensonós de que a razão para tal facto será a deque o nosso cérebro (para não entrar emlinguagem mais técnica) absorve maisrapidamente as imagens, tais comofotografias, pinturas, esquemas,organigramas, etc. do que propriamentea escrita. Digamos que se trata dofenómeno da imagem e da cor. Quantoà cor esta desperta algo em nós quefunciona diferente da escrita, talvez nãosó por alegrar mais a folha que se está aler, como também poderá ajudar adestacar melhor o que se quertransmitir através da escrita, e quanto àimagem diremos apenas que «umaimagem vale por si só» senão vejamos oseguinte caso: suponhamos que umprofessor de uma determinada cadeiraX , vos entrega um texto para analisarcom cerca de 50 folhas, por exemplo.Provavelmente a primeira reacção seráa de folhear o dito texto, e quando oacabarem de folhear se só tiverem“encontrado” texto então dirãoque a sua leitura serámaçuda, mas se estemesmo textocontiver imagens,símbolos, figurasou outro tipo deilustrações, se calharjá não dirão que omesmo texto será assimtão maçudo, até porquebem vistas as coisas,sempre é um pouco menos detexto a ler...

Depois de vos termos escrito

sobre a importância das imagens ououtro tipo de ilustrações (apenas a títulode referência), é igualmente importantemencionar alguns programas cujasfunções principais não são as demanipular ou modificar as imagens quehá pouco referimos, mas sim o de asdispor num determinado contexto demodo a criar um todo coerente, talcomo podem observar asimagens quecolocámos aolongo deste artigo.

No nossocaso, isto é, no casodos estudantes,provavelmente oprograma maisutilizado para realizaros nossos trabalhos,relatórios ou outro tipo de projectos,será decerto o Winword(independentemente da sua versão).Pois, este programa da Microsoft, de ummodo simples e com uma estética deacessível utilização, permite até aosmenos entendidos nestas “andanças”,elaborarem os seus textos e procederemà sua respectiva formatação. Mas se oque se tem em mãos, é por exemplo aelaboração de um livro, de uma revistaou de um jornal, decerto que o Winwordo faria, mas também por certo que dariaumas terríveis dores de cabeça para sepoderem ultrapassar certos problemasde cariz mais técnico que de certezairiam surgir.

Nesta altura já devem estar“adivinhar” acerca do que realmente

vos queremos “falar”, é nemmais nem menos do que

programas de paginaçãoelectrónica. Apesar destes

serem mais complexos emais trabalhosos além

de serem mais carosdo que por exemplo

o Winword,também é precisorealçar que com

estes mesmosprogramas poderemos

realizar projectos (tais comorevistas técnicas) que por vezes nem

no nosso imaginário os conseguiría-mosidealizar.

Existe um programa de

paginação electónica que par-ticularmente vos queriamos “mostrar”ou elucidar um pouco mais, é o AdobePageMaker. Este pode ser consideradosenão o programa mais poderoso depaginação electrónica, pelo menos umdos melhores que poderemos encontrar

no mercado. Este programa éproduzido pela Adobe inc,e sequiserem ver um exemploprático do que esteprograma é capaz, vejambem com atenção o queestão a observar e a ler,porque este nosso jornalé integralmenterealizado no Adobe

PageMaker 6.0, e de futuropoderá vir a ser produzido numa suaversão mais recente o Adobe PageMaker6.5, que de entre outras capacidades,tem uma particular função que é a deconverter automaticamente todos ostrabalhos elaborados para o formatoHTML, os quais posteriormentepoderão ser manipulados com afinalidade de podermos vir a ver estenosso jornal na Internet.

Quanto à sua funcionalidadeprática, nós diriamos que é muito bom,apesar de ser complexo e muitas dassuas funções não estarem propriamenteà mão. Para quem está habituado atrabalhar com produtos da Microsoft,nos primeiros tempos terá um pouco dedificuldade em “navegar” no Adobe,mas nada que com o desenrolar dotempo não se resolva, isto porquealgumas das práticas barras de funçõescaracterísticas da Microsoft não estarempresentes neste produto. No PageMakeras caixas em que estão incluídas asfunções “flutuam” pelo monitor, equantas mais caixas forem activadasmaior será a confusão, daí queaconselhamos vivamente a quem vier autilizar este programa, um monitor depelo menos 15 polegadas, mas se tiver aoportunidade (e o dinheiro) de adquirirum de 17 polegadas, vai ver que não searrependerá, pois deste modo podevisualizar toda a página sem que tenhade estar constantemente a desviar ascaixas de funções que há poucoreferimos, assim como de aumentarconstantemente, ou reduzir a página emque está a trabalhar para conseguir

P A G I N A Ç Ã O

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Abril/1998

visualizar decentemente o seu trabalho.Mas, após tantos falatórios, com

certeza você estará a pensar no que temde especial esta aplicação. Entremosentão em pormenores mais técnicos.

Uma das particularidades deprogramas como o Adobe Pagemaker, edo antigo Aldus Pagemaker 5.0, é o factode serem capazes de utilizar o sistemade impressão CMYK. Este sistema,universalmente utilizado emtipografias consiste numa impressão aquatro cores (Cyan, Magenta, Yellow eBlack). Em tipografia são impressasdiversas películas, num suporte próprio,cada uma com uma destas cores sendoo resultado final obtido a partir dajunção de todas as películas. OPagemaker tem a capacidade deimprimir individualmente as películasreferentes a apenas uma das cores.Programas como o Word aoimprimirem enviam já oresultado final, o que torna aimpressão de publicações acores extremamente complexaem tipografia. Convémsalientar que é virtualmenteimpossível obter através deuma impressora a mesmaqualidade que se obtém emtipografia.

Uma das outras faces do PageMakerconsiste num pormenor que altera todoo sistema de trabalho do utilizador.Nesta aplicação todos os elementosinseridos numa publicação, seja umarevista, um jornal ou um simples cartaz,são tratados como objectos. O texto queestá a ler neste momento apesar de serum só e de ser considerado como tal éconstituído por seis blocos, tratadoscada um como um objecto agregado aosrestantes cinco, referindo-se cada um auma das colunas que compõem esteartigo. Isto significa que cada um destesblocos embora constituindo um só textopode ser movido para qualquer parte dapágina sem influenciar os restantes.Esta capacidade é particularmente útilquando se tenta conjugar num artigocomo este, um texto de consideráveldimensão e várias imagens que podemquebrar a ordem mais natural do texto.

Uma outra vantagem doPageMaker baseia-se no sistema deordenação de páginas, ao elaborarmos

este jornal temos por vezes necessidadede movermos todo o conteúdo de umapágina para outra ou até mesmotrocarmos simplesmente duas ou maispáginas entre si. Em muitas aplicaçõesesta tarefa acarretaria uma infindávelsérie de Copiar+Colar acabando quasesempre numa enorme confusão em quejá não se sabe o que está em cada páginae onde deveria estar. O PageMaker dá-nos a possibilidade de num écranmostrar-nos todas as páginas e comalguns cliques de rato movermos(tradicional Arrastar) cada uma daspáginas para onde bem entendermostendo sempre visível uma indicação daanterior posição de cada página.

Uma outra facilidade, adoradaprincipalmente por quem lida com

paginação electrónica,assenta nas Páginas

Mestres. O PageMakerpermite-nos criardiversas páginasmestres pré-definindocabeçalhos, rodapés e

quaisquer outroselementos e

p o s t e r i o r m e n t eaplicarmos essas disposições

nas páginas onde o desejarmos.Tal é muito útil quando se trata depublicações divididas por áreas(Hardware , Software , Negócios,Novidades...) em que a cada áreacorresponde um aspecto diferente dasrespectivas páginas.

Com certeza por esta altura já terãoreparado nas imagens presentes nestasduas páginas, nas duas primeiras o graude rotação que lhes está atribuído foiobtido através do PageMaker e naterceira imagem aplicámos 10 graus deinclinação para lhe dar um ar esguio eainda um efeito de calçada dando ailusão de que se trata de uma pinturarealizada numa calçada. Ao todo épossível aplicar mais de 40 efeitos sobrequalquer imagem sem necessidade derecorrer a conceituados programas detratamento de imagem como o AdobePhotoShop ou o Corel PhotoPaint, melhordo que isso, os efeitos disponíveis noPageMaker são os mesmos do AdobePhotoShop.

Deixamos para o fim algo decompletamente inútil para uns mas que

representa uma jóia para outros. Ascapacidades de publicação On-Line doPageMaker. Se pensa que nos referimosà possibilidade de transformar emPáginas WEB um livro completo ouqualquer outra publicação entãoapenas pensou em metade dascapacidades.

Realmente possui essa capacidade,mas o verdadeiro tesouro está noformato PDF, ou seja, o formato doAdobe Acrobat Reader. Quantas vezesnão se deparou já com CD's portadoresde documentação diversa (PersonalComputer World, What PC. . .)apresentada com uma excelentequalidade gráfica por certo muitosuperior à das Páginas WEB.

O PageMaker converte qualquerpublicação de formato .PM5 ou superiornum documento Acrobat Reader perfeitocom possibilidade inclusivé deutilização de Links e Vídeos.

Este artigo surgiu em partederivado do número de vezes que nosperguntaram qual o motivo de usarmoso PageMaker e não o Word ou o Publisher.Em nossa opinião - e opiniões não sediscutem... - quando se trata de revistas,magazines, jornais, livros extensos oumanuais esta é sem dúvida a aplicaçãoadequada.

Enfim, é um excelente programapara a realização de excelentestrabalhos, e quem sabe se não será otrampolim para o seu próprio negócio,possibilitando por exemplo a criação deuma nova revista técnica, depreferência com melhor qualidade doque muitas outras que para aí andam.

Se for essa a sua decisão,desejamos-lhe Boa Sorte, e porque não,umas Saudações Académicas.

Rui Costa e Nuno Bernardo

E L E C T R Ó N I C A

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Há poucas coisas que demorHá poucas coisas que demorHá poucas coisas que demorHá poucas coisas que demorHá poucas coisas que demoram 5 minam 5 minam 5 minam 5 minam 5 minutos autos autos autos autos afffffazazazazazer e dão saer e dão saer e dão saer e dão saer e dão satisftisftisftisftisfação duração duração duração duração durante mante mante mante mante muitos anosuitos anosuitos anosuitos anosuitos anos...............

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