nº 123 outubro de 2017 campanha salarial setor químico...

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Mobilização na PPG Tintas, que conta com cerca de 500 trabalhadores na fábrica em Sumaré, realizada no dia 25/09 - quando patrões receberam a pauta de reivindicações... BRASIL: 5% DOS RICOS CONCENTRAM RIQUEZA IGUAL À RENDA DE 95% DA POPULAÇÃO FESTA DAS CRIANÇAS SERÁ NO DIA 15/10! Sindicato Químicos Unificados UNIFICA DOS nº 123 outubro de 2017 www.quimicosunificados.com.br jornal do EXCLUSÃO : Situação da população de rua agrava-se no Brasil. Em SP, a única resposta dos governos tucanos é a violência PÁGINA 4 Internacional: Governo da Venezuela propõe taxação de grandes fortunas entre outras medidas para superar a crise Pauta já está com os patrões e assembleias agitam as fábricas Campanha Salarial Setor Químico: ... simultaneamente, Unificados realizou assembleia na Henkel, em Itapevi e na Ecolab Química em Barueri NOSSA LUTA GARANTE CONQUISTA NA SYNGENTA PÁGINA 5 PÁGINA 7 PÁGINA 6 PÁGINA 3 PÁGINA 8

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Mobilização na PPG Tintas, que conta com cerca de 500 trabalhadores na

fábrica em Sumaré, realizada no dia 25/09 - quando patrões receberam a

pauta de reivindicações...

BRASIL: 5% DOS RICOS CONCENTRAM RIQUEZA IGUAL À RENDA DE 95% DA POPULAÇÃO

FESTA DAS CRIANÇAS SERÁ NO DIA

15/10!

Sindicato Químicos UnificadosUNIFICADOS

nº 123 outubro de 2017w w w . q u i m i c o s u n i f i c a d o s . c o m . b r

jornal do

EXCLUSÃO : Situação da população de rua agrava-se no Brasil. Em SP, a única resposta dos governos tucanos é a violência

PÁGINA 4

Internacional: Governo da Venezuela propõe taxação de grandes fortunas entre outras medidas para superar a crise

Pauta já está com os patrões e assembleias agitam as fábricas

Campanha Salarial Setor Químico:

... simultaneamente, Unificados realizou assembleia na Henkel, em Itapevi e na Ecolab Química em Barueri

N O S S A L U T A GARANTE CONQUISTA NA SYNGENTA

PÁGINA 5

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PÁGINA 6PÁGINA 3 PÁGINA 8

EDITORIAL2Nº 123

OUTUBRO-2017 UNIFICADOSjornal do

jornal do UNIFICADOS é uma publicação dos sindicatos Quími-cos, Plásticos, Abrasivos, Farmacêuticos e Similares. Telefones: Campinas (19) 3735.4900; Hortolândia (19) 3887.0852; Paulínia (19) 3874.1911; Sumaré (19) 3873.2517; Valinhos (19) 3871-1278;Osasco (11) 3608.5411; Barueri (11) 4198.1387, fone/fax: (11) 4198.7896; Cajamar (11) 4447.4172; Cotia: (11)4703.6972 e (11)4703.5906 (fax). E-mail: Campinas: [email protected] ; Osasco: [email protected]; Página na internet: www.quimicosunificados.com.br Impressão: Jornal de Jundiaí. Tiragem: 24 mil exemplares.

EXPEDIENTE

Nossa luta garante nossos direitos

A campanha salarial do setor químico tem como lema “Nossa luta garante nossos direitos”. Esta frase resume bem o momento em que se desenrolará as negociações na data base da categoria química. É a partir de 11 de novembro que entra em vigor a reforma trabalhista – mes-mo mês de nossa data base. Isso significa que os patrões poderão, a partir de 11 de novembro, contar com uma lei para impor mudanças que até então eram barradas pela atuação de sindicatos comba-tivos como o Unificados.

A direção do Unificados defende a manutenção de todas as cláusulas existentes em nossa Convenção Cole-tiva, resultado de anos de lutas acumuladas ano a ano, a cada campanha salarial. Para isso, é preciso que cada trabalhador, cada trabalhado-ra de fábricas de nossa base tenham a clareza de que é preciso estar junto com o sin-dicato. O mundo da fantasia vendido pelos deputados e senadores que aprovaram a reforma trabalhista de Temer, dizendo que a partir de agora os trabalhadores terão “mais autonomia”, “maior flexibi-lidade” se transformará em um amargo pesadelo dentro das fábricas, repartições públicas, escritórios adminis-trativos, em todos os locais de trabalho.

Patrão pensa sempre 1º no lucro. A única autonomia

que existe é a dele próprio em decidir que não é bom para a fábrica que você tire 30 dias corridos de férias, que é me-lhor parcelar em três vezes e, ainda por cima, nos períodos que interessam à empresa. Sozinho, sem união com outros companheiros de seu local de trabalho, sem o sindicato não tenha dúvidas que muita coisa irá piorar. As jornadas, pontes de feriado, formas de compensação, banco de horas, intervalo para alimentação, tudo isso poderá ser negociado diretamente e a pressão será intensa para que o acordo direto beneficie o patrão.

Para conter os ataques a direitos incentivados por esta reforma, não há outra alternati-va a não ser a luta! O Unificados tem traçado estratégias para a organização dos/as trabalhado-res nas fábricas, nos locais de trabalho, nas Cipas (comissões internas de prevenção a aci-dentes). Além disso, estamos preparados também para o combate aos possíveis ataques pela via judicial. A sua partici-pação neste momento é muito importante. É decisiva! Como você e mais companheiros/as na luta, as chances destes ataques serem implementados diminui. É com mobilização e resistência que defenderemos nossas conquistas. Garanta seus direitos sindicalizando-se, participando das assembleias e compartilhando as informações do Unificados é a nossa luta que garante nossos direitos!

Dose CERTA

José Antônio Rocha,

PRESENTE!

da Regional Campinas

Não é à toa que ele era conhecido como “ve-lho” Rocha. O dirigente Rocha militava há muito tempo nas lutas sociais e operárias e também como defensor da democracia e do socialismo. Participou das diversas etapas da reconstrução e poste-rior grande crescimento do Sindicato Químicos Unificados: avançaram a organização, o patrimô-nio, os serviços prestados aos (às) sindicalizados (as) e a ação política nas lutas pelos direitos da categoria e da classe tra-balhadora. E o dirigente Rocha foi um dos muitos que dedicaram sua vida para esta transformação ao longo de 26 anos.

Rocha recebe homenagem na Festa dos 20 anos de Retomada da Luta, em 2011

CONDIÇÕES INJUSTAS

Uma pesquisa divulga-da pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revela que metade das mulheres perde o emprego até doze meses depois do início da licença-maternidade. Pela lei, as trabalhadoras com registro em carteira têm estabilidade no em-prego apenas até cinco meses após o parto. Em países como a Austrália, a licença maternidade pode chegar a dois anos com estabilidade, caso a mulher solicite este perí-odo. Este modelo coloca a escolha da mulher como prioridade, respeitando a necessidade da mãe de estar mais tempo junto ao bebê.

ELEIÇÕES NA VENEZUELA

Muita gente espalha a falsa informação de que há ditadura na Venezuela. No próximo dia 15 de outubro os venezuelanos irão às urnas para eleger governadores. A campanha começou em 23 de setembro e terminará dia 12 de outubro. Nestas eleições estão convocados a participar 18.094.065 eleitores inscritos no Regis-tro Eleitoral e que deverão votar em 23 estados do país onde se pode esco-lher governadores. Foram realizadas auditorias do software das máquinas de votação com a participação dos representantes técni-cos das organizações com fins políticos que participam destas eleições.

CENSURA NUNCA MAIS!

Em Campinas, movimen-tos populares conseguiram pressionar os vereadores a retirar da pauta de votação o projeto de lei que implanta a censura nas escolas. A educação deve ensinar o respeitar a todos, ser plural e desenvolver a cidadania. A proposta apresentada pelo vereador Tenente San-tini (PSD) foi duramente criticada por professores, alunos e órgãos represen-tativos como a faculdade de Educação da Unicamp, OAB Campinas (Ordem dos Advogados do Brasil) e população em geral. Projeto semelhante já foi conside-rado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Construção e cuidados

Rocha passou a vida toda construindo e cuidan-do. Construiu resistência com os trabalhadores da 3M, da qual era funcioná-rio, em diversos momentos de luta na empresa. Aju-dou a reerguer o sindicato que estava delapidado pelos pelegos. Também participou junto às com-panheiras e companheiros químicos de diversos mo-mentos de luta e oposição na história econômica e política do país nestas últimas décadas.

Ultimamente, debilitado pelo diabetes, cuidava da Colônia de Férias do Sin-dicato, em Caraguatatuba.

Presente!

Rocha, conhecido pelos mais chegados por sua impertinência sobre com o que não concordava, que muitos consideravam como uma “rabugice camarada”, fará uma falta danada – ainda mais nesse momento sombrio de nossa política.

Valeu, Rocha. Sua histó-ria não será perdida e você estará sempre PRESENTE.

UNIFICADOS NACIONAL 3Nº 123OUTUBRO-2017

jornal do

Governos promovem miséria para ajudar capitalistas a lucrar e explorar mais

do Unificados

As estatísticas mostram que a população que mora nas ruas cresceu em várias cidades brasileiras. Somente na capital paulista, existem 15.905 pessoas vivendo des-ta forma, segundo o último Censo da População em Si-tuação de Rua, da prefeitura de São Paulo.

As pesquisas também mostram que cresceu o número de famílias que deixaram de ter um lar e passaram a viver em moradias improvisadas, albergues e ruas de São Paulo. Segundo o governo federal, entre junho de 2016 e junho de 2017, houve aumento de 35%, o que representa acréscimo de 20 mil famílias, totali-zando 76.883, em todo o Brasil. Este número con-sidera apenas as famílias que estão cadastradas em programas assistenciais. O número é ainda maior se contarmos os que não têm acesso a benefícios. Dados do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) apontam que existem mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas.

A situação está nesta gravidade porque o siste-ma capitalista se alimenta da miséria e exclusão. E governantes como o prefei-to da cidade de São Paulo João Dória Jr (PSDB), o governador Geraldo Alck-min (PSDB) e o golpista Michel Temer (PMDB) impõem medidas violen-tas contra as famílias que

Participe do “Vamos! Sem medo de mudar o Brasil"

ENQUANTO HOUVER EXCLUSÃO,

HAVERÁ LUTA!

Manifestante ergue cartaz durante o Grito dos Excluídos realizado em São Paulo: capitalismo causa miséria e degradação

A Frente Povo Sem Medo, construída Pelo MTST, pela Intersindi-cal Central, pelo nosso Sindicato Químicos Uni-ficados e muitas outras organizações sindicais e populares, lançou o “Va-mos! Sem medo de mudar o Brasil”.

O objetivo é incentivar o debate sobre o país que queremos. O que temos hoje é miséria, exploração, desigualdade, injustiça. O povo sabe o que Não quer. É preciso mudar e não esperamos que solu-ções caiam do céu! Vamos construir a saída com nossas próprias mãos, de forma coletiva.

A ideia é desenvolver um ativo processo de par-ticipação social para cons-truir um programa feito pelo próprio povo. Isso se dará com um ciclo de debates sobre em diversos

locais do Brasil, sobre seis eixos.

Os debates serão aber-tos por contribuição de especialistas e cada parti-cipante do debate poderá trazer propostas e intera-

gir. Ao final do ciclo de discussões, o acúmulo será disponibilizado de forma transparente e aberta até que um novo desenho de Brasil seja delineado pelas nossas mãos.

Como participar do Vamos?

De diversas formas: participar dos debates, de forma presencial; acessar o site, clicar sobre o eixo do seu interesse e deixar sua contribuição, propos-ta ou avaliar propostas de outros participantes; organizar uma roda de debate em sua cidade ou bairro. Participe!

vivem nas ruas e contra a classe trabalhadora, cons-tantemente ameaçada a, de uma hora para outra, não ter mais seu emprego, nem condições de pagar aluguel ou prestações de imóveis financiados. Dória aplica tratamento cruel, expulsando as pessoas que não têm onde morar com jato de água na madruga-da. Temer vem cortando programas importantes para garantir uma vida digna aos brasileiros, como nas áreas de moradia, auxí-

lio a medicamentos e bolsa família. A situação tende a se agravar ainda mais com a aplicação da reforma trabalhista que acabará com o vínculo de emprego, dando total liberdade para as empresas efetuarem demissões me massa.

Como noticiamos na edição passada do Unifica-dos, o golpista Temer está vendendo todas nossas ri-quezas naturais e empresa públicas estratégicas. Está entregando nosso patrimô-nio para transformar nosso

país em dependente das multinacionais estrangeiras. Está permitindo o extermí-nio da população indígena em nosso país que vem sendo atacada, assassinada por madeireiros e fazendei-ros do agronegócio.

Grito dos Excluídos

Para nós, do Unificados e Intersindical, o Brasil con-tinua a se comportar como uma colônia que entrega todas as suas riquezas às empresas internacionais, que permite que trabalha-

dores não tenham mais direitos e sejam cada vez mais explorados, que pro-move a miséria e exclusão social para beneficiar os 1% mais ricos do mundo. É contra este modo de operar do sistema capitalista que marcamos presença ano a ano no Grito dos Excluídos, realizado no dia 7 de se-tembro. Nossa história é a reafirmação da urgente luta contra este sistema capita-lista que mata e corrompe as democracias colocando o lucro acima da vida.

Consulte os locais e atualização da agenda em: www.vamosmudar.org.br

05/10 -19h - Política e Poder

17/10 - 19h - Comunicação e cultura

25/10 - 19h - Democratização da educação

31/10 - 19h - Democratização da saúde

12/11 - 14h - Programa negro, feminista e LGBT

22/11 - 19h - O fenômeno Bolsonaro e o fascismo no Brasil

PRÓXIMOS DEBATES

Nelson Ezídio

CAMPANHA SALARIAL4 Nº 123OUTUBRO-2017 UNIFICADOS

jornal do

Sindicato e trabalhadores negociam valor maior para Adicional de Turno

da Regional Campinas

A Regional Campinas do Sindicato Químicos Unificados e os trabalha-dores da Syngenta Brasil negociaram com a mul-tinacional, na planta in-dustrial em Paulínia/SP, diversas propostas. Entre elas a renovação do acor-do de adicional de turno. O acréscimo de 23,3% passou para 30,3%. O adicional de turno deve ser pago tanto nas jornadas normais quanto nas horas extras noturnas.

Também foi mantida neste acordo a extensão do período do adicional noturno até o término da jornada. Pela CLT (Con-solidação das Leis do Tra-balho), o adicional seria pago apenas até às 5h.

Refeição e descanso

Nesta negociação, fi-cou garantido também que os trabalhadores da empresa tenham uma

“Reforma Trabalhista” e um exemplo de resistên-cia sobre este ataque do governo golpista Temer e dos patrões aos nos-sos direitos duramente conquistados nas últimas décadas.

Campanha Salarial

Trabalhadores e traba-

Conquista na Syngenta é resultado de nossa luta

hora completa de refeição e descanso. A criminosa “Reforma Trabalhista”, que destrói muitos de nossos direitos e deve entrar em vigor a partir do mês de novembro, prevê apenas meia hora. Assim, a negociação com a empresa significa tam-bém um avanço sobre a

da Regional Osasco

Após ser demitido e ter seu convênio médico cortado, um trabalhador da Dacarto, empresa localiza-da em Osasco, procurou o sindicato para reivindicar seus direitos. A esposa desse trabalhador estava grávida e o corte no con-vênio representava, além de grande transtorno para a família, um ataque aos direitos da classe traba-lhadora.

lhadoras da Syngenta e toda a categoria química têm uma importante luta nesta campanha salarial que se inicia. A convenção da categoria química é uma das melhores do país. Nada de permitir que os patrões retirem nossas conquistas.

A Syngenta é uma organização global, que

A Cláusula 43 da nos-sa Convenção Coletiva

garante a manutenção do convênio nas seguintes

Sindicato aciona justiça e garante convênio médico a trabalhador demitido

condições: “será garantido ao titular e/aos depen-dentes previdenciários de empregado a utilização do convênio de assistência médica e hospitalar pelo prazo adicional de 90 dias após o término do aviso prévio (trabalhado ou inde-nizado), desde que o desli-gamento do empregado se tenha verificado durante o internamento hospitalar ou o tratamento médico do (s) dependente (s) e/ou durante o tratamento

médico do titular, salvo se a dispensa ocorrer por justa causa”.

O sindicato acionou a justiça e foi concedida limi-nar que garantiu ao traba-lhador mais três meses de convênio. O juiz também determinou que o convênio arcasse com as despesas do parto.

A liminar foi dada em uma sexta-feira pela Justi-ça e a esposa do trabalha-dor entrou em trabalho de parto no sábado.

reúne aproximadamente 28 mil profissionais em 90 países. Recentemente foi comprada pela empresa pública China National Chemical (ChemChina), em um negócio avaliado em 43 bilhões de dólares (170,27 bilhões de reais). Em Paulínia, são cerca de 600 trabalhadores.

Assembleia na Syngenta Brasil, onde os/as trabalhadores/as conquistaram junto com o Unificados adicional de turno mais favorável e garantia de 1h de intervalo de alimentação/ descanso

UNIFICADOS SETOR QUÍMICO 5Nº 123OUTUBRO-2017

jornal do

MOBILIZAÇÕES na entrega da pauta aos patrões

do Unificados

A data base do Setor Químico é 1º de novembro e o Unificados começa desde já a mobilizar os/as trabalha-dores/as para a campanha salarial 2017. No dia 25/09, data em que a pauta foi entregue aos patrões, o Uni-ficados realizou assembleias simultâneas nas fábricas da PPG Tintas, em Sumaré, e na na Henkel, em Itapevi e Ecolab Química, em Barueri.

Dirigentes sindicais con-versaram com os /as com-panheiros/as destas fábri-cas, e também da Naturelle, em Cotia, sobre a importân-cia da unidade na luta e os

Assembleias na PPG Tintas, Henkel, Ecolab Química e Naturelle agitam campanha salarial

Assembleia na PPG Tintas, que conta com cerca de 500 trabalhadores/as em Sumaré

desafios desta campanha salarial –a primeira a ocorrer após a destruição das leis trabalhistas.

A inflação acumulada nos últimos 10 meses, entre novembro de 2016 e agosto de 2017, é de 1,48% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A estimativa mais recente para a data-base 1º de novembro é que ela fique em 2,15%. No entanto, as estimativas divulgadas pelo Banco Cen-tral têm sido maiores do que a inflação registrada de fato.

É provável que o índice de inflação seja ainda menor.

“Nossa luta garante nossos direitos”

Neste ano, o foco da mo-bilização dos trabalhadores na campanha salarial está na defesa de todas as cláu-sulas da convenção coletiva e garantia da data base 1º de novembro. Isso porque a legislação trabalhista foi destruída, deixando traba-lhadores/as sem nenhuma proteção. Neste contexto, a convenção torna-se nosso

Assembleia realizada na Ecolab Química, que conta com cerca de 140 trabalhadores/as na fábrica em Barueri

escudo contra tudo de ruim que a nova lei aplicará a partir de 11 de novembro. Por isso, o tema da campa-nha salarial 2017 escolhido pela Fetquim (Federação do Ramo Químico do Esta-do de São Paulo) é a frase: “nossa luta garante nossos direitos”.

Durante seminário re-alizado com a direção do Unificados, o advogado Vinícius Cascone deixou claro que a nova lei “jogará os/as trabalhado res aos leões”, ao permi tir que

CONVENÇÃO COLETIVA: LUTE POR ELA, PELOS SEUS DIREITOS!

A reforma trabalhis-ta destruiu não apenas as condições mínimas aceitáveis previstas pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), como ameaça conquistas de nossa categoria, contidas em nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Por isso, é preciso unidade na luta para defende-la acima de tudo!

Apresentamos aos patrões uma cláusula para garantir que as homologações só pos-sam ser realizadas com

sejam celebrados acordos individuais para diversos pontos, como por exemplo, jornada, banco de horas, entre outros, e ainda, ao escancarar as terceiriza-ções, permitir for mas de contratos precários. O co-nhecimento sobre as cláu-sulas da convenção, o en-tendimento de que a saúde e qualidade nas condições de trabalho deve estar acima de tudo é importante porque o enfrentamento se dará diretamente dentro das fábricas.

acompanhamento do sin-dicato. Isso porque a re-forma acaba com este procedimento, deixando o trabalhador sem qualquer proteção contra fraudes e pagamentos incorretos das verbas rescisórias, que poderão ocorrer caso o tra-balhador seja homologado diretamente pela empresa.

Contratos Temporários

Antes da lei, havia a es-pecificação na CLT de que este tipo de contratação poderia ser feito pelo perío-do de 90 dias (três meses)

e nos casos de acréscimo extraordinário de serviços ou em casos de substitui-ção regular ou permanente. Agora, poderá ocorrer por até 270 dias (nove meses) e em qualquer situação. A cláusula 28ª de nos-sa convenção limita a 90 dias e determina que os trabalhadores temporários recebam todos os treina-mentos e equipamentos de segurança necessários ao trabalho. Essa exigência ajuda evitar acidentes e adoecimento destes traba-lhadores.

Direitos negados

Vale lembrar que neste tipo de contratação como temporário, os trabalha-dores não têm direito a estabilidades temporárias (caso das gestantes), aviso prévio, multa de 40% do FGTS, seguro desemprego e férias.

Demissões

A reforma autoriza as empresas a efetuarem de-missões coletivas sem con-sulta prévia com o sindicato. A cláusula 24ª da nossa

CCT estabelece regras e critérios das dispensas e até mesmo que, supera-das as dificuldades, os trabalhadores demitidos têm prioridade em pro-cesso de recontratação.

6 UNIFICADOSjornal doINTERNACIONAL

Nº 123OUTUBRO-2017

Maduro aumenta salário mínimo e aplica imposto sobre as grandes fortunas

do Unificados

Toda e qualquer ini-ciativa que defenda em primeiro lugar a necessi-dades da população e não os interesses capitalistas, das grandes corporações empresariais mundiais, é alvo de ataques e desmora-lização por parte da mídia. Este é o caso da Venezuela atualmente. A campanha contra o governo de Ni-colás Maduro é feita aqui no Brasil por veículos de comunicação gerenciados por empresários que que-rem que o sistema continue funcionando exatamente como hoje: gerando lucros

Maduro em reunião com governadores anunciou a liberação de recursos para governos estaduais e municipais na ordem de 400 bilhões de bolívares

O QUE A MÍDIA NÃO CONTA

SOBRE A VENEZUELASalário Mínimo x Grandes Fortunas

O salário mínimo terá aumento de 40% e o gover-no também propôs uma lei para taxar grandes fortu-nas e investigar casos de enriquecimento ilícito no país. “Vamos investigar o surgimento de grandes fortunas construídas du-rante o período da guerra econômica que vivemos há quatro anos”, destacou Maduro. Também será criada uma lei para reco-nhecer a sonegação fiscal como crime. Segundo o órgão governamental de tributação, a estimativa de evasão fiscal é de 60%.

Apoio às famílias

Maduro também anun-ciou a aprovação de um bô-nus no início do ano escolar no valor de 250 mil bolíva-res (o equivalente a US$ 31 no câmbio oficial), para cada criança das escolas púbicas, o que beneficiará três milhões de famílias.

exclusivamente para eles.O presidente Nicolas Ma-

duro apresentou novo plano econômico para combater crise e bloqueio dos Estados Unidos, mas provavelmente você somente verá notícias tratando da escassez de produtos, sem entender que a situação da Venezuela está atrelada à forma como os demais países – especial-mente os Estados Unidos e Brasil – se relacionam econo-micamente e politicamente com ela.

A Venezuela importa 50%

dos produtos que consome. Quando o dólar dispara, isso afeta diretamente o preço dos alimentos e produtos. É um país que estruturou sua economia na produção de Petróleo, recurso estratégi-co para o capitalismo mun-dial. Se o preço do petróleo cai, o governo tem menos recursos em caixa. Mas, o governo está se mexendo para desenvolver a produção local e reduzir a interferência do preço do dólar em sua economia.

Nada do que o governo

está fazendo para superar a crise e o boicote chega ao conhecimento da maioria dos brasileiros porque inte-ressa às nações capitalis-tas desmoralizar e destruir um projeto alternativo que busca soluções sem abrir mão de sua soberania. En-tre as medidas anunciadas por Maduro está a regu-lação e criação de casas de câmbio para negociar moedas estrangeiras ao preço do mercado com o objetivo de estabilizar a moeda venezuelana.

Venezuela fortalece a produção e abastecimento locais

Na Venezuela, os ci-dadãos têm o direito de comprar itens essenciais com preços subsidiados pelo governo. Foram criados no ano passado os Claps - Comitês Lo-cais de Abastecimento e Produção - uma forma de organização popular em que os comitês estão divididos por bairros e pequenas regiões rurais. Por meio deles, é possí-vel ordenar o recebimen-to alimentos subsidiados pelo Estado e também

organizar a produção co-letiva de bens, que agora são fornecidos para siste-ma que compõe a cesta básica venezuelana, cha-mada de “cesta Clap”.

Entre as medidas anun-ciadas há também a cria-ção de uma nova lei, as lideranças comunais e de organizações populares que compõe os Clap serão reconhecidas como “fis-cais populares” e vão aju-dar a garantir os produtos e serviços básicos terão o preço justo.

A medida visa combater o boicote do setor empre-sarial que passou a retirar mercadorias de circulação por não aceitar a Lei de Preços Justos, que limita-va os lucros a 30%. “Esta prática gerou, em princí-pio, uma escassez artificial e rápida hiperinflação de-vido à ilegal venda espe-culativa. Empresas redu-ziram até zero a produção nacional de 50 produtos da dieta básica.”, explica o professor Venezuelano Nelson José Mirabal.

Segundo o professor, a direita pretendia impor a fome ao país para destruir a base de apoio popular à revolução. Maduro convo-cou o povo a organizar-se para enfrentar as catástro-fes naturais e situação de guerra para distribuição de escassos alimentos, medicamentos, incluindo absorventes femininos com precisão, de acordo com a necessidade de cada família. “Nos organizamos por comunidade, por bair-ros e ruas para ter dados

precisos de casa a casa quanto ao número de crianças, adolescentes, adultos e idosos e mulhe-res na menopausa”.

Além disso, o gover-no vem incentivando a produção local (Ovos, peixes, hortaliças, cria-ções de porco, coelho e frango) que estão se desenvolvendo a partir de apoio e financiamen-to público. As escolas passaram a obrigatoria-mente contar com suas próprias hortas.

Equipe trabalha

na distribuição

de cestas

com subsídio

à população

venezuelana

UNIFICADOS LAZERNº 123OUTUBRO-2017

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Brinquedos infláveis, shows musicais e muita diversão para a garotada!

do Unificados

A Festa das Crianças será realizada no próximo dia 15 de outubro, a partir das 10h no Cefol Cam-pinas. Será um domingo para reunir a família e os companheiros de trabalho sindicalizados às regionais Campinas e Osasco do Unificados para curtir um dia animado, com atrações para a garotada. Haverá brinquedos infláveis, pula--pula, shows com música ao vivo, sorteio de brindes para a criançada e o tradi-cional bingo do Unificados.

15/10: É DIA DE FESTA DAS CRIANÇAS

A SAUDADE DO TEMPO DE CRIANÇA

Em dia de festa, proibida a entrada

de comidas e bebidas

Neste dia, como é de costume nos eventos fes-tivos realizados no Cefol e para melhor organização da festa, não será permiti-da a entrada de comidas e bebidas, nem a realização de churrascos. Você pode-rá comprar comidas delicio-sas que serão vendidas nas barracas.

Regional Campinas

Sindicalizados/as da Regional Campinas devem confirmar presença pelo site do Cefol Campinas (www.cefol.com.br) ou pelos telefones da sede e subsedes até quarta-feira, dia 11/10 às 16h. Esta confirmação garante aos

sindicalizados uma cartela de bingo e também a parti-cipação em sorteio de kits de consumação.

Regional Osasco

Já os/as sindicalizados/as da Regional Osasco de-vem retirar seus convites nas sedes e subsedes até terça-feira, dia 10/10, às 17h. No momento da reti-rada dos convites, informar se necessitará de ônibus.

Festa especial para sindicalizados e dependentes

A Festa do Dia das Crianças é preparada pelo Unificados especialmente para os/as sindicalizados e seus dependentes. Caso você queira levar algum convidado, este deverá

pagar o valor de entrada praticado pelo Cefol Cam-pinas (confira os valores na tabela abaixo).

Aproveite!

Todas as dependências do Cefol Campinas funcio-narão normalmente no dia da festa. Seja refrescando--se nas piscinas, tomando sol na prainha, trocando ideia com amigas e amigos, seja disputando uma par-tida de pebolim ou sinuca no salão de jogos: a Festa

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré (1909-2002) foi um dos maiores poetas po-pulares do Brasil, compositor, cantor e repentista. Com uma linguagem simples e poética, retratava a vida sofrida e árida do povo do sertão. Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva) nasceu em Assaré, interior do Ceará, a 623 km da capital Fortaleza. Filho de agri-cultores, ainda pequeno ficou cego do olho direito. Com pouco acesso à educação, frequentou durante quatro meses sua primeira e única escola onde aprendeu a ler e escrever e se tornou apaixonado pela poesia.

Sua projeção se iniciou a partir da gravação de “Triste Partida” em 1964, gravada por Luiz Gonzaga. A política também foi tema da obra e de sua vida. Durante o regime militar, ele criticava os militares e chegou a ser perseguido. Participou da campanha das Diretas já, em 1984 e publicou o poema “Inleição Direta 84”. Fonte: https://www.ebiografia.com/patativa_assare/

Fui menino e vivi sempre a brincarEra linda e suave a brincadeira,Arrastando um carrinho de madeiraNo pequeno terreiro do meu lar.

Quando adulto vivi a trabalharAguardando uma fase prazenteiraMas a vida cruel e passageiraTudo quanto promete vem negar.

Vivo triste pensando no porvirCego e surdo sem ver e sem ouvirA beleza da estrela do bonança.

Desta forma meu sonho foi desfeitoTenho apenas guardada no meu peitoA saudade do tempo de criança.

NO CEFOL!

do Dia das Crianças será diversão garantida! É mo-mento de lazer de qualida-de merecido pela categoria química que luta diariamen-te nas fábricas contra a opressão e exploração. Os versos do poeta Patativa do Assaré (abaixo) nos lembram que é preciso lutar contra a crueldade da vida e aproveitar cada minuto da beleza e leveza como as que vivemos na infância.

0 a 4 anos Isento 5 a 12 anos R$ 12,5013 a 59 anos R$ 25,00A partir de 60 anos R$ 12,50

Entrada de convidados

UNIFICADOSPREVIDÊNCIA8 jornal do

UNIFICADOSjornal do

Nº 123OUTUBRO-2017

Suíços barram mudanças na aposentadoriaNa Suíça, alterações na Previdência passam por consulta popular

do Unificados

O governo suíço e o parlamento propuseram uma reforma na Previdên-cia, porém em consulta à população, 52,7% dos eleitores disseram “não” às mudanças que incluíam a redução das aposenta-dorias e ao aumento da idade para as mulheres de 64 para 65 anos.

O plebiscito realizado no dia 24 de setembro incluía outros pontos, como o fi-nanciamento suplementar da previdência por meio

do aumento do imposto de circulação de mercadorias. A proposta foi rejeitada por pouco mais de 50% dos vo-tantes. Esse projeto teve de ser obrigatoriamente vota-do pela população já que se tratava de uma modificação da Constituição federal.

A terceira questão le-vada às urnas foi o artigo constitucional sobre a se-gurança alimentar, aprova-do por 78,7% dos eleitores. Segundo essa proposta, o governo federal deve re-forçar o abastecimento da população com alimentos de produção local diversifi-cada e sustentável e adotar medidas para impedir a perda de terras agrícolas, dentre outras.

...e no Brasil...

Enquanto isso, no Bra-sil, o governo golpista, senadores e deputados continua a tocar propostas de ataque a direitos da classe trabalhadora, como a reforma da Previdência. A população brasileira pre-

cisa ficar atenta. A mando dos banqueiros e grandes empresários, Temer pre-para sua base de apoio no Congresso para retomar as votações da reforma da previdência e o pacote de privatizações. Apesar de estar absolutamente envolvido nas falcatruas com grandes empresários, Temer sabe que sua per-

BRASIL: 5% detém o equivalente à renda de 95% da população

Uma pesquisa realiza-da pela Oxfam e divulgada pelo portal El País reve-la que os 5% mais ricos acumulam o equivalente à renda de 95% da popu-lação brasileira. Os dados ainda mostram que em apenas um mês, os super ricos (0,1% da população) acumulam o equivalente ao que uma pessoa que recebe um salário míni-mo (23% da população) conseguiria ganhar em 19 anos.

As condições de renda continuam desiguais ao considerar gênero e raça. Pelas projeções, mulheres ganharão o mesmo salário

que homens somente em 2047, enquanto negros terão equiparação de ren-da com brancos somente

em 2089.O estudo aponta ainda

que os super ricos brasilei-ros concentram a mesma

riqueza que 100 milhões mais pobres do Brasil – metade da população bra-sileira. São eles: Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco Sa-fra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB In-bev), Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pe-reira de Moraes (Grupo Votorantim).

E a crise?

Para bilionários, ban-queiros e donos de con-glomerados empresa-riais, a crise não existe na prática. Ela existe nos discursos para justificar

manência na presidência depende de desmontar os direitos sociais para agra-das ao capital financeiro.

Além de estabelecer idade mínima e aumentar o tempo de contribuição, entre outros absurdos para o acesso à aposentadoria, Temer visa enfraquecer a previdência pública para depois entregar aos bancos

privados. Como o Congresso Na-

cional e a Presidência es-tão tomados por políticos a serviço dos interesses privados, dos grandes ca-pitalistas, precisamos toda e todos integrar grandes mobilizações contra o roubo ao nosso direito à aposenta-doria e contra a destruição da Previdência Social.

conchavos com o gover-no para retirar direitos trabalhistas, quebrar a Previdência Social e ser-viços públicos. Onde há desigualdade, empobreci-mento da população, exis-tem bilionários mantendo seus privilégios com apoio do Estado e de olho nas privatizações, para assu-mir serviços que deveria ser obrigação do Estado.

É preciso lutar para que os super ricos paguem mais impostos do que os/as trabalhadores/as, a população mais pobre do Brasil. É urgente reverter a Proposta de Emenda à Constituição que limitou os gastos públicos – me-dida cruel que afetará a classe trabalhadora, justa-mente quem mais contribui com impostos e mais pre-cisa destes serviços.

Movimentos de esquerda combateram a reforma que pretende elevar a idade de aposentadoria das mulheres. Suíços foram às urnas dizer o que pensam da reforma da Previdência proposta pelo governo e parlamento

Favela Paraisópolis, em São Paulo, registrada há mais de 10 anos pelo fotógrafo Tuca Vieira, sintetiza a desigualdade existente no Brasil