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Maio de 2010 ANO XVII nº 3 Notícias do Jardim debate JAIRO BOUER FALA SOBRE AS VANTAGENS E AS CONSEQUÊNCIAS DO MEDICAMENTO. PÁG. 2 CAROLINA LINHARES Após polêmica, coordenador do campus desmente a informação de que o portão que separa a USP da São Remo seria fechado. PÁG. 6 feminino Mulheres exercem cargos masculinos Trabalho de frentista é destaque PÁG. 10 “Eu gosto mesmo é daqui.“ VALDECIR GOMES, SORVETEIRO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Portão não será fechado São Remo comunidade Greve na USP interfere na vida dos moradores Falta do circular é o maior problema PÁG. 4 esportes Times da SR triunfam! Vila Nova e Pão de Queijo estreiam com vitória na série B da Femsa são remano Sorvete e memórias O sorveteiro mais famoso da São Remo, Valdecir, conta sua história PÁG. 9 50 anos da pílula anticoncepcional são reminho VENHA CONHECER OS TESOUROS DA CULTURA AFRICANA 13 de maio: Lei Áurea PÁG. 11

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jornal laboratório dos estudantes de jornalismo do primeiro ano da ECA-USP, direcionado aos moradores do Jardim São Remo.

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Maio de 2010 ANO XVII nº 3

Notícias do Jardim

debate

JAIRO BOUER FALA SOBRE AS VANTAGENS E AS CONSEQUÊNCIAS DO MEDICAMENTO. PÁG. 2

CARO

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Após polêmica, coordenador do campus desmente a informação de que o portão que separa a USP da São Remo seria fechado. PÁG. 6

femininoMulheres exercem cargos masculinosTrabalho de frentista é destaquePÁG. 10

“Eu gosto mesmo é daqui.“ VALDECIR GOMES, SORVETEIRODISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Portão não será fechado

São Remo

comunidadeGreve na USP interfere na vida dos moradores Falta do circular é o maior problemaPÁG. 4

esportes Times da SR triunfam!Vila Nova e Pão de Queijo estreiam com vitória na série B da Femsa

são remano Sorvete e memórias O sorveteiro mais famoso da São Remo, Valdecir, conta sua históriaPÁG. 9

50 anos da pílula anticoncepcional

são reminho

VENHA CONHECER OS TESOUROS DA CULTURA AFRICANA

13 de maio: Lei Áurea

PÁG. 11

memórias O sorveteiro mais famoso da São

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2 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2010

debate “Fumam um ´baseadinho´e comem que nem cavalo.”MoRadoR que Não Se ideNtiFicou

Mariana Payno Gomes Shayene Metri

Diane, Yasmin, Gynera e Belara. Muito conhecidas pelas mulheres, as pílulas anticoncepcionais fazem parte do cotidiano tanto dos jovens, quanto das famílias brasileiras. Dis-seminada em uma época marcada pela revolução sexual e pelas lu-tas feministas, a pílula é símbolo de emancipação da mulher.

A dissociação entre o sexo e a gravidez trouxe às mulheres uma nova liberdade, antes possível ape-nas no universo masculino: ter re-lações por prazer sem a preocupa-

ção de ficar grávida. A são remana Dona Diva concor-

da que a situação da mulher mu-dou para melhor. “Antes, a mulher era muito submissa ao marido. De-pois que ela ficou sabendo que seu

lugar não era só no fogão, deu a volta por cima. Mulheres exer-cem profissões iguais ou superio-res às dos homens. Hoje, no sexo, é igual: nós sabemos o que quere-mos e quando queremos.”

Camisinha ainda é necessáriaCompletando 50 anos, a pílula

alcança uma posição que vai além da revolução das jovens feminis-tas, conquistando espaço também entre casais estáveis. “Antes de o meu marido fazer vasectomia, eu tomava pílula para não engra-vidar”, comentou Tatiana Rodri-gues, moradora da comunidade.

Com tamanha popularidade en-tre várias gerações, a pílula é um dos métodos contraceptivos mais utilizados no mundo. Entretan-to, enquanto muitos agradecem a eficácia desse método para evitar a gravidez, outros acreditam que sua disseminação pode desestimu-lar o uso do preservativo.

A pílula facilita a vida sexual da mulher, porém, não protege contra as doenças sexualmente transmis-síveis (DSTs). A são remana Maya-ra de Farias alerta que “é bom usar os dois por causa das doenças. Tem gente que pensa que porque usa pí-lula não precisa de camisinha”.

Ao longo dos últimos cem anos as mulheres tiveram que enfrentar muitos desafios e saíram vencedoras, tendo en-tre suas principais conquistas o direito de voto. Outra gran-de vitória nesse último sécu-lo foi a possibilidade de cons-truir uma carreira fora de casa, ser uma profissional.

Nesse sentido, houve uma grande ajuda da pílula an-ticoncepcional, que deu às mulheres a escolha de cum-prir na sociedade um papel de mãe e esposa ou não. Por

mais simples que pareça, essa possibilidade abriu as portas para um novo mundo feminino, já que se quebra-va o tabu de que a mulher servia na sociedade apenas como aquela que zelava pelo bem do lar e da família.

A partir desse momento, as mulheres passaram a per-ceber-se como iguais aos ho-mens, principalmente na esfera profissional. Dessa maneira, começaram a cur-sar o ensino superior, torna-ram-se profissionais em ra-mos ditos “masculinos” e, não sem antes enfrentarem muito preconceito, a ocupar cargos de chefia em empre-sas, sendo que hoje muitas

grandes corporações têm mulheres na diretoria.

Contudo, ainda há desafios a serem superados: alguns homens não sentem culpa ao deixar para a mulher o sacri-fício de sustentar a si própria e ao filho; estatísticas mos-tram que o salário da mulher é menor do que o do homem, para um mesmo cargo em uma mesma empresa. Outros dados ainda apontam que, para chegarem ao mesmo cargo que os homens, as mu-lheres tem que estudar mais. Valores religiosos e moralis-tas condenam determinadas atitudes de mulheres emanci-padas que quando realizadas por homens são bem aceitas.

Encontra-se, pois, um con-texto na sociedade em que a mulher deve ser cautelosa. Ela tem o direito ao sexo ca-sual sem ter que prestar satis-fações a mais ninguém, cor-rendo o risco de engravidar e cuidar dessa criança sozinha. Ela tem o direito a uma vida profissional, mas para isso provavelmente terá que es-tudar mais que o homem e ganhar menos do que ele. Esse processo de conquis-ta de direitos femininos, ini-ciado há mais de um século e que ganhou grande força com a pílula anticoncepcio-nal, atingiu grandes resul-tados, mas ainda há precon-ceitos a serem quebrados.

o p i N i ã o

preconceitos a serem quebrados Pedro Tronchin Gallo

EXPEDIENTENotícias do Jardim São Remo: publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretor: Mauro Wilton de Sousa. Chefe de departamento: José Luiz Proença. Professores Responsáveis: Dennis de Oliveira e Michaella Pivetti. Edição, planejamento e diagramação: Alunos do primeiro ano do jornalismo. Secretário de redação: Pedro Gallo. Secretário adjunto: Gustavo Pessutti. Secretárias gráficas: Belisa Godoy e Isadora Bertolini. Editora de imagens: Ana Carolina Marques. Editores: Beatriz Montesanti, Carolina Linhares, Glenda Almeida, Jéssica Stuque, Maria Clara Vieira, Mayara Teixeira, Rafaella Peralta, Ricardo Bomfim. Repórteres: Ana Claveria, André Cava-lieri, Anna Carolina Papp, Bruno Capelas, Bruno Federowski, Danila Moura, Felipe Poroger, Giovanna Rossin, Gregório Nakamotome, Guilherme Bruniera, João Carlos Saran, Job Henrique Casquel, Juliana Malacarne, Leandro Carabet, Mariana Payno Gomes, Shayene Metri. Edição Online: Rafael Nascimento de Carvalho e Renata Hirota. Correspondência: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Bloco A Cidade Universitária – CEP 05508-990. Fone: 3091-1324. E-mail: [email protected]. Impressão: Gráfica Atlântica. Edição mensal: 1500 exemplares.

“[Nós, mulheres] somos mais do que vencedoras. Só que muitas ainda não sabem disso.” doNa diva, MoRadoRa

a mulher decide se quer engravidar

Beli

sa G

odo

y

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entrevista Maio de 2010 Notícias do Jardim São Remo 3

O médico e apresentador Jairo Bouer conversa sobre contracepção e responsabilidades

Cenas da São Remo

maria clara vieira

Felipe Poroger Mariana Payno Gomes

Criada em 1960, nos Estados Unidos, a pílula anticoncepcional está completando 50 anos. Além de ser um dos métodos mais efica-zes para evitar a gravidez, ela faz parte de uma revolução na menta-lidade da década de 60, que mu-dou a situação das mulheres na nossa sociedade.

O NJSR conversou com o médi-co e apresentador de televisão Jai-

ro Bouer, que falou sobre o papel social da pílula para as mulheres, além de esclarecer algumas das dúvidas mais comuns quanto a esse método contraceptivo, cuja utilização exige alguns cuidados.

NJSR: Como a invenção da pí-lula acabou por influenciar a vida social das mulheres?

Jairo Bouer: Ela revolucionou a vida da mulher moderna, que passou a exercer um controle sobre a sua sexualidade. Isso significa que agora ela poderia fazer sexo, deci-dindo quando gostaria de engravi-dar. Isso mudou toda a relação en-tre homens e mulheres nos anos 60 e, ainda, quebrou uma das peças centrais que sustentavam o ma-chismo e o poder masculino.

NJSR: Com o surgimento da pí-

lula anticoncepcional, a responsa-bilidade pelos métodos contracep-tivos caiu sobre as mulheres? Os homens ficaram mais livres dessa responsabilidade?

JB: De certa forma, sim: a res-ponsabilidade ficou mais com as mulheres. Porém, elas ganharam

autonomia e poder de decisão.

NJSR: Qual o papel da pílula, atualmente, com relação à sexuali-dade dos jovens?

JB: Tirando o preservativo, é o método mais comum de prevenção de gravidez entre os jovens.

NJSR: Quais são as consequên-cias da má instrução sobre o uso da pílula para a saúde pública?

JB: As pessoas usam mal ou não usam da forma correta e acabam se expondo ao risco de gravidez. É im-portante que se use de forma cor-reta; caso contrário, a proteção não está garantida.

NJSR: A pílula do dia seguin-te tem sido alvo de polêmica. Ela pode ser considerada um mé-todo abortivo?

JB: Ela tem diversos mecanismos de ação. Um deles seria dificultar a implantação do ovo fecundando no útero. Mas não se considera esse método abortivo, já que, por exem-plo, o aborto legal não é permiti-do e a venda da pílula do dia se-guinte está autorizada.

“[A pílula] quebrou uma das peças centrais que sustentavam o machismo

e o poder masculino.”JAiRo BoueR, Médico, ApReSeNtAdoR e

RefeRêNciA eM SexuAlidAde

arquivo pessoal

A pílula substitui a camisinha?Não, já que não protege contra DSTs. A pílula faz mal à saúde?Em geral, não. Mas mulheres com algumas doenças devem evitá-la. Além disso, pode causar efeitos colaterais.Há o risco de ficar estéril tomando pílula?Não, isso não acontece.Quais suas outras funções?Regulação hormonal, diminuição de sintomas da TPM, redução da menstruação e controle de ovários policísticos.

chega de dúvida

Beatriz montesanti Bruno capelasBruno capelas

Jairo Bouer, formado pela Faculdade de Medicina da USP

ERRATAS: O HU-USP, desde a sua inauguração, assiste gestantes e parturientes da comunidade do Butantã, além de alunos, docentes e funcionários da USP. Logo após seu nascimento o bebê recebe, via oral, algumas gotas de vitamina K. Se a mulher deseja doar seu leite, deve entrar em contato com o Banco de Leite Humano. Tel: 3091-9210 - seg. a sex. das 8h às 16h

A liberdade feminina veio em pílulas

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comunidade4 Notícias do Jardim São Remo Maio de 20104

Em comunicado oficial, a Reitoria informou que não haverá pagamento dos dias não trabalhados.

Guilherme BrunieraJoão Carlos Saran

“Muita gente daqui usa o cir-cular para levar as crianças na creche e ir trabalhar,” declara Francisco de Barros Gomes, mo-rador da São Remo, sobre a in-fluência da greve no dia-a-dia da comunidade. Outra morado-ra completa: “Afeta bastante a gente. As crianças que vão à es-cola de circular tem que ir a pé, ou não vão.”

Os funcionários da USP inicia-ram a greve dia no 3 de maio. Segundo os grevistas, o movi-mento foi motivado pela quebra da política de isonomia salarial, ou seja, os professores recebe-ram aumento de 6%, que não

contemplou os funcionários. De acordo com o site do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sin-tusp), a reivindicação salarial é de um aumento de R$ 200,00 no salário-base, acompanhado de um reajuste de 16%.

As consequênciasO circular, os restaurantes uni-

versitários e algumas bibliotecas não estão funcionando. As aulas prosseguem, com a maioria dos alunos e professores frequentan-do-as regularmente.

O Centro de Práticas Esporti-vas (CEPE) também aderiu à pa-ralisação por apenas um dia, ter-ça-feira, dia 11 de maio.

O Hospital Universitário (HU), no entanto, continua funcio-nando, atendendo aos pacien-tes normalmente. O Centro Saú-de-Escola, localizado ao lado do Instituto Butantã, não tinha en-trado em greve até o fechamen-to da presente edição. “Estamos avaliando o que vai acontecer, como vai ser a evolução esse ano”, declara uma funcionária.

Em reunião no dia 11/5, os funcionários da USP recusaram o aumento de 6,57% que lhes foi oferecido, decidindo pela conti-nuação do movimento. No ano passado, a greve durou 57 dias.

Moradores sem circular; HU ainda aberto A greve, que não tem data para acabar, traz dificudades para o cotidiano dos são remanos

Casos de dengue aumentam em todo o país

Ana Clavería

O verão acabou, mas isso não sig-nifica que a dengue parou de ata-car. A doença matou este ano 64 pessoas, recorde no esta-do de São Paulo. Os dados mostram aumento de casos na região da São Remo.

No entanto, a maioria dos moradores nunca ou-viu falar de casos de den-gue no bairro.

A comunidade segue orientações de prevenção, que con-seguem mais pela TV do que por orientação da própria Prefeitura. Dona Cícera da Silva diz “a gente

escuta pela TV e segue as recomen-dações direitinho”.

Uma equipe de funcionários da Prefeitura esteve na São Remo na última terça-feira realizando um

“bloqueio de caso de dengue”. Esse tipo de ação ocorre quando há suspeita de den-gue na região. A orientação é dada às casas que fi-cam num raio de

400 metros de proximidade com a residência da pessoa afetada.

Alexsandra, responsável por uma das equipes de orientação da Pre-

feitura, afirmou que “os números de casos estão aumentando princi-palmente por cau-sa da chuva”.

Segundo os mo-radores, a comuni-dade mantém todas as medidas contra a dengue o ano intei-ro e não só no verão, quando o número de ca-sos é geralmente maior. Dona Rosa, por exemplo, se previne deixando as plantas sem vasinho e limpando a caixa d’água duas vezes por ano.

Apesar dos poucos casos na São

Remo, é importante permanecer com as medidas de prevenção porque o risco de contrair a doen-ça não passou com o verão.

Comunidade consegue afastar os focos da doença seguindo as medidas de prevenção

Guilherme Bruniera

Na REgião do BUtaNtã, HoUvE UM total dE 85 caSoS, ENqUaNto EM 2009 foRaM 5 caSoS. É o MaioR NúMERo

dESdE 2002

Faixas pela universidade indicam adesão de entidades à greve

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comunidade“É preciso uma forma de a USP ajudar a SR e a SR ajudar a USP.”

GIVANILDO, MEMBRO DA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DA SÃO REMO

Maio de 2010 Notícias do Jardim São Remo 55

Guilherme Bruniera Gregório Nakamotome

A polêmica sobre o fechamento do portão da São Remo que dá aces-so à USP retomou as conversas en-tre os moradores e os coordenado-res do campus. Em reunião no dia 4 de maio, membros da COCESP (Coordenadoria do Campus da Ca-pital) receberam membros da comunidade para escla-recerem a situação.

Segundo informações, a reitoria e outros setores da universidade estavam inte-ressados em fechar perma-nentemente o portão de pe-destres que se encontra ao lado do bar da Dona Eva. Na reu-nião, o coordenador da COCESP, prof. Antonio Massola, garantiu “Não vamos fazer nada sem con-sultar vocês antes. As decisões não serão unilaterais”.

O abaixo-assinado, com 3560 as-sinaturas, organizado pela D. Eva não chegou a ser necessário. Ficou garantido que a USP não fechará o acesso sem antes entrar em um

Portão não será fechado sem consensoReuniões entre COCESP e são remanos decidirão quais providências deverão ser tomadas

guilherme bruniera

“NÃO VAMOS fAzER NADA

SEM CONSULtAR VOCêS ANtES. AS DECISõES NÃO SERÃO

UNILAtERAIS”

acordo com a comunidade. O membro da assessoria do co-

ordenador do campus, Eduar-do Barbosa, vai mais além: “Nem chegamos a cogitar a hipótese de impedir a entrada por aquele por-tão. Não há nenhuma ação nesse sentido. O que podemos fazer é pensar num controle de horário, como fechá-lo de madrugada.

Só que, mais uma vez, isso não será feito sem antes conversarmos”.

DiscussõesO portão, que foi

muitas vezes motivo de discórdia entre a São Remo e a USP (ver

o box abaixo com um histórico do muro), dessa vez coloca-se como uma porta para um diálogo. Na mesma reunião, surgiram várias ideias de trabalho conjunto entre a universidade e a comunidade. O professor Massola disse estar inte-ressado em todos os projetos que são desenvolvidos na SR e propôs uma maior articulação dessas ati-vidades. “Ao se unificarem, as or-

ganizações conseguirão trabalhar melhor e trazer mais benefícios para a comunidade”.

Givanildo, membro da Asso-ciação de Moradores, concor-dou com o professor e comple-mentou a proposta: “Além de unificar os projetos sociais, falta também uma maior atuação das faculdades da USP”. Ele sugere que a comunidade uspiana atue mais na São Remo, por exemplo, por meio dos projetos de exten-são. Com isso, tentaria-se resol-ver outros tipos de problema,

como a violência. Ele finaliza: “É preciso uma forma de a USP aju-dar a SR e de a SR ajudar a USP. Nós também somos parte da his-tória da universidade”.

Para discurtir alguns projetos que a USP tem para a comunida-de e debater outros temas, como os buracos dos muros, o coor-denador do campus assumiu o compromisso de realizar reuni-ões mensais com parte dos mo-radores da comunidade. O pró-ximo encontro ocorrerá no início de junho, na COCESP.

HIStÓRICO

A discussão em torno do acesso dos são remanos à USP não vem de hoje. Toda essa questão foi levantada junta-mente com um muro, cons-truído entre 1995 e 1997, que passou a separar o Jardim São Remo do Campus.

Erguido sobre o pretexto de

controlar o número de tran-seuntes pela USP e, conse-quentemente, preservar os prédios e patrimônios da Uni-versidade, o muro acabou res-tringindo o acesso dos são re-manos à Cidade Universitária a dois portões – o do HU, e o portão de pedestres em fren-te ao bar da Dona Eva.

Em entrevista concedida ao

NJSR, o prefeito do campus da USP na época, professor Gil da Costa Marques, afir-mou que o muro deveria existir apenas como barreira física, como forma de se ga-rantir a preservação das insti-tuições da USP, e não deveria ter incitado algumas das hos-tilidades entre são remanos e a comunidade uspiana.

Abaixo-assinado foi resposta à polêmica sobre fechamento do portão

fonte: www.dailyme.com

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comunidade “Muitos dos que saem daqui iludem-se...” dona diva, Moradora há 30 anos

6 notícias do Jardim são remo Maio de 2010

Leandro Carabet

Não é necessário andar mui-to pelas ruas da São Remo que logo se encontram várias placas do tipo “Vende-se esta casa”. Diante de tantas propostas de venda de imóveis, o NJSR deci-diu investigar quais são os moti-vos que levam esses moradores a deixarem a comunidade.

Rosimara de Menezes Ferreira, moradora que tenta vender duas casas, quer sair da São Remo para buscar outro bairro onde a ques-tão da regularização do terreno

esteja melhor resolvida.Manoel Viana, são remano há

12 anos, colocou sua casa à venda pois planeja voltar à Natal, RN. De volta à sua terra, buscará no-vas oportunidades de vida.

Para os moradores mais anti-gos, como Divanete Machado, a “Dona Diva”, a visão é diferente. Há 30 anos na SR, ela conta que já viu inúmeras pessoas entrando e saindo da região. Segundo ela, muitos dos que saem, deixam São Paulo para retornarem à terra na-tal, que geralmente fica no Norte ou no Nordeste do país. “Muitos

dos que saem daqui iludem-se... Conheci um caso de uma pessoa que ao ir embora disse que nunca mais voltaria à São Remo, eu dis-se que duvidava. Meses depois essa pessoa retornou e até hoje não teve coragem de aparecer a mim para dizer que resolveu vol-tar”, conta Dona Diva entre risos.

Oportunidade e preconceitoSegundo alguns são remanos,

é comum que pessoas venham à comunidade para melhorarem as condições de vida e, ao consegui-rem certa estabilidade financeira,

deixam-na em busca de oportu-nidades em outras regiões. Outro argumento para justificar a saída é o preconceito, pois alguns mora-dores ainda enxergam a comuni-dade como uma favela e não que-rem assumir que moram nela.

A opinião geral, porém, é de que a São Remo está muito mais valorizada atualmente, já que há farmácias, bancos e o HU (Hos-pital Universitário) nas proxi-midades. Os preços das casas à venda variam de seis a oitenta mil reais, dependendo da loca-lização e da estrutura.

os dilemas e os motivos de ir emboraBusca de novas oportunidades, retorno à terra natal e preconceito motivam a saída da SR

FOTOS carOlina linhareS

Danila Moura

Entulho acumulado, ruas cober-tas por restos de móveis e sucata são cenas comuns pela São Remo. Porém, neste sábado (dia 15), será possível se desfazer de restos de madeira, eletrodomésticos que-brados, peneus, móveis e todo o tipo de entulho através da opera-ção “Cata-Bagulho”.

Promovida pela prefeitura, a ope-ração, que faz a coleta desse lixo mais pesado, que os caminhões co-muns dificilmente transportam, é feita em determinadas avenidas em dias específicos.

A iniciativa da “Cata-Bagulho” serve para diminuir o problema de abandono de pneus e outros mate-riais, que acumulam água durante as chuvas, facilitando a prolifera-

ção de doenças como a dengue.Neste sábado, dia 15, na região “Ja-

guaré – Parque Continental”, próxi-ma à São Remo , será possível des-pejar o entulho na Avenida Escola Politécnica e na Avenida Corifeu de Azevedo Marques das 10h às 17h.

Navegando no site www. prefei-tura.sp.org.br é possível saber da-tas e locais mais próximos para dei-xar os resíduos.

Chegou a operação “Cata-Bagulho” na SRERRATA: O prazo de 7 dias dado pela Eletropaulo refere-se à ligação dos relógios para dentro das casas.

O prazo para execução dos de-mais beneficios prometidos pela empresa será programado após a finalização da regularização das ligações de toda a área.

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tirinha

+

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A ÁFRICA E SEUS TESOUROS

LENDAS

PALAVRAS

CULTURA

LENDAS

tirinha

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CHOCALHO RECICLÁVELVocê vai precisar de:*2 garrafas de iogurte*um pouco de arroz*fi ta adesiva

1.Coloque o arroz em um dos potes, deixando-o quase cheio.2.Com a fi ta adesiva, grude os potes pela boca de cada um deles. Veja se o pote está bem preso e pronto. Aí está seu chocalho!

Agora você pode montar sua banda e fazer uma batucada.

TAMBOR RECICLÁVELVocê vai precisar de:*tesoura sem ponta*barbante*fi ta adesiva*2 palitos de churrasco*1 lata

1.Com a fi ta adesiva, cole o barbante em dois pontos opostos da lata.2.Enrole fi ta adesiva no lado mais afi ado de cada palito.Prontinho, aí está seu tambor com as baquetas!

CAPOEIRAOs escravos utilizaram o ritmo e os movimentos

de suas danças africanas, adaptando a artes marciais africanas.

Surgia assim a capoeira, uma luta

disfarçada de dança.

SAMBAO samba surgiu da mistura de estilos

musicais de origem africana e brasileira.É tocado com instrumentos de percussão,

como tambor. Hoje, é uma de nossas principais manifestações culturais.

CHOCALHO RECICLÁVEL

Você sabia?Em 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida pela Princesa Isabel, através da Lei Áurea. Quando

essa lei foi criada, a escravidão no Brasil já existia há mais de 300 anos. Durante esse período, vários povos africanos foram trazidos para cá, carregando suas tradições que enriqueceram nossa

culinária, música, dança, luta, literatura...

Em 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida pela Princesa Isabel, através da Lei Áurea. Quando essa lei foi criada, a escravidão no Brasil já existia há mais de 300 anos. Durante esse período,

Em 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida pela Princesa Isabel, através da Lei Áurea. Quando essa lei foi criada, a escravidão no Brasil já existia há mais de 300 anos. Durante esse período,

Em 13 de maio de 1888, a escravidão foi abolida pela Princesa Isabel, através da Lei Áurea. Quando

vários povos africanos foram trazidos para cá, carregando suas tradições que enriqueceram nossa

Os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos

de suas danças africanas, adaptando a artes marciais africanas.

1.Coloque o arroz em um dos potes,

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NEGRINHO DO PASTOREIOO negrinho do pastoreio era um menino escravo que cuidava de pastos. Depois de perder um cavalo, foi açoitado por seu senhor.No dia seguinte, seu patrão ficou surpreso: o

garoto não estava ferido e montava o cavalo que tinha sumido. Segundo

a crença, ao perder algo, é só pedir para o negrinho que ele ajuda a encontrar.

SACI-PERERÊO Saci é um personagem muito conhecido do folclore brasileiro . Ele possui apenas uma perna, usa uma carapuça vermelha e está sempre com um cachimbo na boca. O Saci é muito

brincalhão e se diverte fazendo travessuras.

Foi adaptado pelos escravos a partir de uma lenda indígena.

Manga com leite não faz mal. Esta crença surgiu na

época da escravidão, para impedir que os escravos pegassem

manga à noite, quando recebiam

leite.

Você sabia?

Muitas comidas brasileiras possuem origem africana. É

o caso de: acarajé, angu, dendê, vatapá, canjica, entre outras.

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Muitas palavras do nosso idioma possuem origem africana, por exemplo:“fubá”, “batuque”, “quitute” e “miçanga”. Agora, descubra outras palavras, resolvendo nossa cruzadinha!

1) O Saci Pererê usa um gorro vermelho e um _ _ _ _ _ _ _ _2) No carnaval há desfi les de escolas de _ _ _ _ _ 3) O delicioso doce de amendoim é o pé-de-_ _ _ _ _ _ _ 4) O fi lho mais novo é o fi lho _ _ _ _ _ _ 5) Quem gosta de carinho na cabeça gosta de _ _ _ _ _ _ 6) Vou dormir: vou tirar um _ _ _ _ _ _ _ 7) Quem é bagunceiro faz muita _ _ _ _ _ _ _8) O _ _ _ é um ritmo musical famoso da Bahia.

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papo retoEm março de 2010, a taxa

de desemprego na capital era de 13,1%

Maio de 2010 Notícias do Jardim São Remo 7

João Carlos Saran

São Paulo recebeu uma grande quantidade de migrantes advin-dos de outras regiões do país, so-bretudo com o surto de industria-lização nas décadas de 50, 60 e 70. Muita gente foi impulssionada a abandonar seu estado de origem e lançar-se na aventura das grandes cidades. Graças a isso, São Paulo ganhou, àquela época, o apelido de “terra de oportunidades.”

“O rendimento era bom, mesmo com o custo de vida alto. Às vezes, era um emprego aqui ou nada lá. Além disso, havia uma maior qua-lidade do serviço público”, afirma Carlos Roberto Azzone, professor da Faculdade de Economia e Ad-ministração da USP.

E hoje em dia? “Ainda há fluxo para São Paulo, mas numa fração muito menor do que nas décadas anteriores”, lembra Azzone.

Desconcentração industrial Atualmente há a influência do

que os especialistas chamam de “desconcentração industrial”: a saída das indústrias da região me-tropolitana, reduzindo as oportu-nidades de emprego.

No entanto, o setor terciário, aquele que concentra o comér-cio e os serviços, equi-libra a oferta de mão-de-obra e reduz um pouco os efeitos nega-tivos da desconcentra-ção industrial. Só que há uma grande parce-la da população que trabalha nesse setor de maneira informal.

Por isso, vem crescendo a “mi-

gração de retorno”: os indivídu-os voltam aos seus estados natais, principalmente quando se aposen-tam. Isso porque a renda do apo-sentado pode ser insuficiente para a vida na capital, mas rende muito mais em outras regiões.

Crescimento desordenadoNo processo de expansão de São

Paulo não houve plane-jamento para ordenação do espaço urbano. “Foi frequente a ocupação de áreas de pouco interesse para o mercado imobi-liário. Basicamente áre-

as de morros e encostas”, afirma Maria de Lourdes Zuquin, profes-sora da Faculdade de Arquitetura

e Urbanismo da USP.Essa ocupação tornava-se possí-

vel devido à expansão do transpor-te público. Problemas urbanos co-muns a grandes centros multiplicaram-se desde então, tornando a vida na capital caótica. As enormes deficiências em setores relacionados à habitação, saneamen-to básico e transporte levaram muitos a ques-tionarem o valor das “oportunida-des” da capital paulista.

Para tentar direcionar soluções para os grandes problemas foi criado o “Plano Diretor”. A atu-al administração propôs uma re-visão de efeitos negativos nele, já

que ela contraria a pró-pria natureza do plano, alerta Zuquin.

No fim das contas, não há um consenso so-bre a questão: São Pau-lo é ou já foi algum dia uma “terra de oportu-

nidades”? A única possível cer-teza é aquela prevista na música “Sampa”, do famoso composi-tor Caetano Veloso: “Quem vem de um outro sonho feliz de cida-de aprende depressa a chamar-te de realidade.”

São Paulo: oportunidades ou não?A cidade, que antes foi polo atrativo para o brasileiro, tem diminuido ritmo de crescimento

a Saída dE iNdúStRiaS

dE São Paulo Já ocoRRE

há viNtE aNoS

MoviMentos populacionaisDécaDa De 60

o PlaNo diREtoR dEFiNE PaRa

oNdE E coMo a cidadE cREScE.

ElE dEvE SER REviSto

PERiodicaMENtE

“Minha vinda foi uma angústia. cheguei sozi-nho. a Zilu e as minhas filhas, Wanessa e ca-milla, vieram depois. a mão suava e meu cora-ção estava disparado. eu simplesmente mal podia esperar pela hora de ver, ao vivo, aqueles prédios grandes de que só tinha ouvido falar. Fi-quei deslumbrado com a quantidade de lojas de discos na Rua Barão de itapetininga.”

Zezé Di Camargochegou a sp em 1987vindo de pirenópolis,

Goiás

Fonte: Veja São Paulo

“a cidade me deu sorte”

Fatores de repulsão:

- seca e fome- concentração de terras

Fatores de repulsão

- fim da construção de Brasília- agronegócio promove a concentração de terras

Fatores de atração:

- crescimento da indústria- maior qualidade de serviços públicos- contrução da imagem de “terra de oportunidades”

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8Notícias do Jardim São Remo Maio de 2010

são remano “As crianças ficam muito animadas com as seções”gil MAx SANtoS, cooRdeNAdoR do pRoJeto ciNeclube

O cinema invadiu a São Remo: dois projetos, Cineclube e CineB - implementados pelo Alavanca e pela Brazucah Produções, respec-tivamente - vêm procurando pro-mover o contato da comunidade com filmes de qualidade e enalte-cer a importância da sétima arte na vida das pessoas.

O CineclubeToda segunda-feira, crianças de

nove a onze anos, alunas do Ala-vanca, participam das sessões do chamado Projeto Cineclube. Utili-zando uma sala da própria ONG para as exibições, os alunos assis-

tem a filmes escolhidos por edu-cadores e discutem temas ligados ao que foi visto.

O responsável pelo projeto, Bruno Souza, disse que são exibidas pelí-

culas recentes com temática infan-til que trazem temas pertinentes à vida dos estudantes, gerando diá-logos a respeito do convívio social, da educação, entre outras. Assim,

procura-se complementar os es-tudos das crianças e divulgar o ci-nema no bairro. No Cineclube há um ano, Gil Max Santos afirma que “as crianças ficam muito animadas com as sessões.”

O CineBRealizado pela Brazucah Produ-

ções em parceria com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osas-co e Região, o CineB trouxe, on-tem, à comunidade, o longa “Os 12 Trabalhos”. A sessão aconteceu no Circo-Escola e teve toda a estrutura fornecida pelo projeto. Segundo Ci-dálio Vieira, coordenador do proje-to, apenas as produções nacionais representam nossa cultura.

projetos trazem cinema à comunidadeIdeias do Alavanca e do Brazucah tentam tornar filmes mais acessíveis aos são remanos

Fim de semana traz shows e apresentações diversificadas para quem quer sair da rotina

Bruno Capelas

Vinte e quatro horas de música, cinema, teatro, dança, circo, artes visuais, poesia e performances. É assim que, desde 2005, a cidade de São Paulo faz festa durante um fi-nal de semana inteiro: é a Virada Cultural. Em 2010 não será dife-rente. A Virada começa no sába-do, dia 15, às 18 horas, e termina domingo, dia 16, no mesmo horá-rio, com atrações espalhadas por todos os cantos da cidade.

A maioria dos espetáculos ocorre-rá no centro da cidade, com ecletis-mo ímpar – há palcos dedicados ao rock, à música eletrônica, ao sam-ba, ao jazz e ao reggae, só para fi-car em alguns exemplos. Na região

do Butantã, os são remanos pode-rão ver três shows no CEU Butantã, localizado na Avenida En-genheiro Heitor Antonio Eira Garcia, nº 1700.

Os artistasPaulo Padilha e o Gru-

po OCA abrem os even-tos no local no sábado, às 18 horas. Eles trazem ao palco o espetáculo “si mi lá ré”, no qual as canções do compositor Padilha unem-se aos jovens do projeto OCA, de Cara-picuíba. Este projeto basea-se na tradição da cultura popular.

Xangai tocará ainda no sába-do, às 21 horas, ele é um violeiro e cantador do Vale do Jequitinho-

nha de voz forte e agreste, cujo re-pertório é marcado por influências

de Luiz Gonzaga e Jack-son do Pandeiro. Unin-do estilos como coco, baião, toada e ciranda, numa mistura bem bra-sileira e de raiz.

Já no domingo, às 18 ho-ras, apresenta-se o grupo de percussão Batuntã. O músico Daniel Ayres, em

entrevista ao NJSR, disse que o pú-blico pode esperar “um espetáculo bem diferente, bastante musical e cênico”. Acrescentou ainda que “é especial para o grupo tocar no Bu-tantã, justamente porque o nome é uma homenagem ao bairro e tam-bém ao universo da percussão”.

André Cavalieri

Virada cultural agita vida paulistana

Onde - CEU Butantã, Avenida Engenheiro Heitor Antonio Eira Garcia, 1700QuandO - Sábado dia 15, às 18h: Paulo Padilha e Grupo OCAÀs 21 h: Xangai - Domingo dia 16, às 18h: Batuntã - Em ObrasQuantO - Entrada gratuita A programação completa da Virada está em:www.viradacultural.org/programacao

A ViRAdA NA SR

há pAlcoS dedicAdoS Ao Rock, à MúSicA

eletRôNicA, Ao SAMbA,

Ao JAzz e Ao ReggAe

Crianças reunidas durante uma sessão do Cineclube do Alavanca

Acervo do projeto AlAvAncA

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são remano“Dizem que é o melhor sorvete que tem!”

ValDecir Barros, sorVeteiro

Maio de 2010 Notícias do Jardim são remo 9

sorvete, churrasco, cerveja e futebolA história de Valdecir Barros Gomes e a sorveteria que alegra os sábados da São Remo

Bruno Federowski

Se alguém, num sábado, entrar na comunidade pelo portão ao lado do Hospital Universitário e olhar para a esquerda, é bem capaz de avistar um aglomera-do de pessoas confraternizando ao som do rádio, bebendo cer-veja gelada e aproveitando um bom churrasco. Trata-se da Tro-pical, propriedade de Valdecir Barros Gomes, que, além de sor-veteria de segunda a sexta, nos fins de semana serve também de churrascaria onde os são rema-nos podem demonstrar suas ha-bilidades com a grelha.

História de vidaHá uma década, Valdecir com-

prou a máquina de fazer sorvete e aprendeu a operá-la com o pró-prio vendedor. Abriu, então, a Tropical, que, por ser a primeira sorveteria de seu tipo, logo se tor-nou célebre entre os moradores. “O sorvete foi mudando e melho-rando com o tempo”, diz ele, que

hoje fabrica desde sabores tradi-cionais como “creme” e “coco” até o exótico “chiclete”.

Em pouco tempo, o local deixou de ser somente uma sor-veteria e passou a ser um dos mais comuns pontos de encontro entre os são re-

manos. Em dias de jogo de futebol, os clientes costumam aproveitar

a churrasqueira em frente à loja para grelharem um bom bife. Hoje, isso ocorre qua-se todo fim de se-

mana.

Valdecir e FranciscaApesar de não morar mais na

São Remo, o sor-veteiro perma-nece das 8 da manhã às 9 da noite na co-m u n i d a d e . Seus amigos, t a m b é m , continuam v i v e n d o lá. “Só vol-to para casa pra dormir”,

afirma ele, “eu gosto

mesmo é daqui”.Valdecir diz também

contar com a ajuda de Francisca do Nascimen-to, sua amiga. Francis-ca, que se juntou a ele há dois meses, é a co-zinheira da Tropical. Seus pratos incluem ar-roz à grega e a tradicio-

nal feijoada às quartas-feiras e aos sábados. Segundo ela, seus pratos ajudam a loja no inverno, quando o consumo de sorvetes diminui.

O melhor sorveteA sorveteria já mudou de lugar

uma vez, mas hoje é tão ou mais famosa quanto era em sua aber-tura, há uma década. Valdecir faz parte do cotidiano da grande maioria da população são rema-na e marcou muito de suas vidas.Os são remanos não se cansam de demonstrá-lo: “dizem que é o me-lhor sorvete que tem!”, afirma o sorveteiro, e serve mais uma bola do sorvete mais tradicional da São Remo.

teatroVOCÊ TEM

MEDO DE QUE?

Onde: Rua Junta Mizumoto, 13. Jardim Peri-Peri - Casa de Cultura do ButantãQuando: Dia 18/5, às 20h Quanto: GrátisContato: Tel . : 3742-6218

agenda culturalMÚsicaDOMINGUEIRASERTANEJA

Onde: Avenida Engenheiro Heitor Antonio Eiras Garcia, 1870 - CEU ButantãQuando: Dia 30/5, às 16 hQuanto: GrátisContato: Tel . : 3732-4514

ciNeMaDO QUE AS MULHERES

GOSTAM

Onde: Av. Eng. Heitor Antônio Eiras Garcia, 1870 - CEU ButantãQuando: Dia 26/5, às 9h e às 15h30 - Censura: 12 anosQuanto: GrátisContato: Tel . : 3732-4514

eXPosiÇÃoCIÊNCIA E COTIDIANO

Onde: Rua Catão, 611, Lapa - Biblioteca Mário SchenbergQuando: Horário: Seg à Sex: 8h às 17hSábado: 9h às 16hQuanto: GrátisContato: Tel . : 3672-0456

o local DeiXou De ser soMeNte uMa sorVeteria e Passou a ser uM Dos Mais

coMuNs PoNtos De eNcoNtro eNtre os sÃo

reMaNos.

Bruno Federowski

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10 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2010

feminino “Cheguei aqui e não sabia fazer nada. Eu aprendi vendo.” EliSâNgEla doS SaNtoS, fRENtiSta

É a vez delas nos postos de gasolinaJob Henrique Casquel

O mercado de trabalho formal no Brasil está cada vez mais propí-cio ao público feminino. Nos últi-mos 25 anos, a participação de mu-lheres subiu de 32,4 para 40,8%, totalizando mais de 15 milhões de empregos. Os dados são do Anuá-rio Estatístico RAIS (Relação Anu-al das Informações Sociais), do Mi-nistério do Trabalho e Emprego.

Algumas atividades ainda não parecem tão atraentes, como mo-torista de ônibus e taxista, mas os postos de gasolina têm se mostra-do uma boa opção para as mulhe-res. Essa foi a escolha de Jucicleide Fatel, de 35 anos, e Elisângela dos

Santos, 27. As duas são frentistas no posto de gasolina da rua Cha-fic Maluf, em Santo Amaro. Elas demonstram que é possível de-sempenhar atividades em ramos

dominados por homens.Jucicleide trabalha em postos de

combustível há 16 anos. Adora a profissão, que procurou após ver mulheres em postos, numa épo-ca em que eram raras as frentistas. Ela afirma que as oportunidades cresceram muito nos últimos anos e que nunca foi vítima de machis-mo, seja de clientes ou de colegas, mas alerta: “Esse é um problema que acontece em qualquer lugar.”

Elisângela tem menos experiên-cia. Trabalha só há seis meses no ramo e também gosta do que faz. Em um semestre, aprendeu tudo com observação e prática. Realçou que determinação é essencial para o sucesso: “Basta você querer.”

Opinião são remanaNo Jardim São Remo, a iniciativa

das mulheres é aprovada. “Eu ti-nha medo de que elas seriam des-respeitadas, mas estou vendo que é

diferente.” con-ta Maria Apa-recida da Silva, de 18 anos.

Já o são rema-no Severino Ri-beiro, 39 anos, superou o pre-

conceito com as mulheres frentistas. “Quando elas começaram a apare-cer, eu achei estranho, não confia-va. Mas elas fazem o trabalho mui-to bem, hoje em dia acho normal, até bom”, confessa.

Superando preconceitos, mulheres ganham confiança em cargos de predominância masculina

O modelito de Helena tem inspirado as são remanas

GIOVANNA ROSSIN

O que as são remanas aprovam na moda da novela Da TV para o guarda-roupa: a moda se inspira nas personagens e movimenta o comércio

HElENa É a faVoRita daS SÃo REMaNaS Na HoRa dE SE

VEStiR

Giovanna Rossin

A novela acabou, mas deixa nas ruas o figurino da tempora-da. Taís Araújo, a Helena de “Vi-ver a Vida”, é no momento a artista mais admirada pelo estilo. Na co-munidade São Remo, essa opinião é compartilhada por mu-lheres de várias idades.

Não é a primeira vez, porém, que a moda sai da telinha: inúmeras per-sonagens de ficção já ins-piraram a vestimenta na vida real, como os vestidos de Be-bel em “Paraíso Tropical”, inter-pretada por Camila Pitanga, e os acessórios coloridos de Rakelli, pa-

pel de Ísis Valverde, para citar al-gumas das mais memoráveis.

O figurino preferidoIngrid Cordeiro, hoje com 21

anos, que trabalha na loja Luisa Modas, diz que no Brás, onde com-pra a maioria da roupas, os mane-

quins estão dominados pelos vestidos e macacões iguais ao de Helena. As clientes pedem peças es-pecíficas de algumas per-sonagens e é necessário que se esteja preparada

para atendê-las. Janaína Rosângela, de 27 anos, lembra que copiou de Helena a calça saruel, bem soltinha e confortável.

As mais novas também não dei-xam de observar a moda na TV: Mariana Couto, 14 anos, diz que “na escola (Daniel Pontes Bezerra) a gente comenta como a Helena se veste bem e tá bonita, como quería-mos nos vestir como ela”. Enquan-to isso, Monicléia Araújo, 15 anos, adora ver os esmaltes de cores va-riadas e bem chamativas.

De uma novela para outraApesar do estilo básico de muitas

mulheres no dia-a-dia, sempre há a possibilidade de se identificar com o visual das famosas. Se não encon-trar inspiração na trama que está no ar, talvez na próxima algum es-tilo chame mais a atenção.

Jucicleide adora sua profissão

JH CASQUEl

poStoS dE gaSoliNa

toRNaRaM-SE opçÃo

dE EMpREgo paRa ElaS

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Maio de 2010 Notícias do Jardim São Remo111“Amauri [‘Li’] é eterno. Sou muito

fã desse cara.”PeReiRA, JogAdoR do cAtuMbi esportes

As duas equipes são remanas partipantes da série B da Copa Fe-msa (Kaiser) estrearam com vitória no dia 1º de maio. O Pão de Quei-jo venceu o Brasilândia por 1x0, no campo do CAJU, e o Vila Nova ba-teu o Grêmio Pirituba por 2x0, no campo do Vila Izabel. Os resulta-dos deixaram as equipes em boa situação na competição.

Pão de queijoO primeiro tempo foi marcado

por um jogo duro, com sucessivas faltas. O Brasilândia alcançou mais finalizações, enquanto se destaca-va a defesa do Pão de Queijo.

Aos 28 minutos, Marcelo, conhe-cido como “Pantera”, sofreu uma falta de Fábio, do Brasilândia. “Pe-dalei, fui pra cima dele. Ganhei dois socos na boca. Só o bandeirinha viu”, diz “Pantera”. Os dois joga-

dores levaram cartão amarelo. E o primeiro tempo termina sem gols.

No intervalo, “Lula”, técnico do Pão de Queijo, diz: “Vou ser curto e grosso: não fomos bem. O time precisa trabalhar mais a bola, com um toque mais ofensivo.”

Começou o segundo tempo. O Pão de Queijo partiu pra cima. Aos 33 mi-nutos, Dieguinho tentou cruzar, mas a bola pegou num zagueiro do Brasi-lândia; mesmo assim, Amauri, conse-guiu chutar e fez as redes balançarem.

Gol do Pão de Queijo!Nos últimos dois minutos de

acréscimo, o Brasilândia sofreu uma falta. O goleiro fez uma bela cobrança, porém a bola parou di-reto nas mãos do arqueiro são re-mano. O árbitro apitou: fim de jogo. 1x0 Pão de Queijo, que se-gue em busca da classificação.

Vila NovaOs são remanos dominaram o

jogo desde o início. Paulo Rogério,

o “Batata”, auxiliar técnico do Vila Nova, destacou a superioridade de sua equipe : “Nosso time é melhor que o deles”. Porém, o gol só veio aos 34 minutos. Quilo foi derruba-do na área: pênalti. Pimpolho co-brou e abriu o placar.

No final do primeiro tempo o autor do gol sofreu uma pancada na cabeça, foi substituído e levado ao hospital. Nada foi diagnostica-do e ele está à disposição para os próximos jogos.

No início da segunda etapa o Vila Nova partiu novamente ao ataque e foi a vez de Roberto sofrer pênal-ti. Ronaldo converteu: 2x0 no pla-car. No fim do jogo outra expulsão do Grêmio deixou a situação ainda mais tranquila para o Vila Nova.

As equipes são remanas voltam a campo no sábado, 22 de maio, no CAJU. O Vila Nova enfrenta o XXV de Agosto da Freguesia do Ó às 14h e o Pão de Queijo encara o Arsenal FC da Vila Yara às 15h30.

estreia com vitória para times da SRUma segunda conquista garante vaga antecipada na segunda fase para as duas equipes

Anna Carolina PappVictor Ferreira

Mayara Teixeira

Os Jogos da Cidade são a maior competição amadora do país. Têm como sede a ci-dade de SP e nele podem se inscrever times de basquete, futebol, futsal, vôlei e han-debol. Acontecem de maio a agosto, estão na sua sétima edição e contam com aproxi-madamente 30 mil atletas.

Os Jogos são um sucesso; em 2009, seu site oficial che-

gou a ter 5 milhões de aces-sos e a cada ano cresce mais, segundo José Luiz Antero, or-ganizador da competição. O regulamento seleciona ape-nas equipes com reais condi-ções de participar e a arbitra-gem é séria durante os jogos. “ Lá o juiz apita mesmo”, diz Paulo Rogério, auxiliar técni-co do Vila Nova.

Dois times da SR participa-rão dos Jogos, ambos no fu-tebol de campo: Vila Nova e Juventos. A final do campe-

onato é transmitida pelo ca-nal de TV a cabo Bandsports, o que dá visibilidade aos jo-gadores que chegam a essa etapa.

Os Jogos da Cidade são um ótimo incentivo para prati-cantes amadores de esportes além do futebol. Então você que gosta de vôlei, basquete ou handebol, não tem mais desculpa para ficar parado. É só montar um time, se inscre-ver de graça para os Jogos do ano que vem.

Jogos da cidadeJuliana Malacarne

Data: 15/05/10 Local :Parque Raposo TavaresVila Nova x Muito Chique Pra Morrer – 14h15Juventos x Os Feras – 15h30

Data: 29/05/10 Local: Campo São RemoVila Nova x Trilha – 13hJuventos x Unidos da Morada do Sol – 14h15

confira os jogos!

No segundo tempo, Pão de Queijo se recupera e parte para o ataque

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12 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2010“Precisamos ficar menos bravos em campo. Em todos os jogos está tendo expulsão, confusão.”iRaN, JogadoR do catuMbiesportes

Pênaltis tiram a vitória do catumbi

Em sua estreia na segunda fase da Copa Femsa, o Catumbi empa-ta em 2x2 a partida contra o Sport Clube Favela, do Rio Pequeno, no dia 2 de maio, no campo do CAJU. O time são remano saiu na frente e ampliou, porém tomou dois gols de pênalti.

O jogo se inicia às 12h14. O Favela par-te para cima, alcançan-do mais finalizações. A marcação é dura de ambos os lados, com muitas faltas para as duas equipes.

Aos 17 minutos, Marquita bate uma falta; a bola passa perto, mas não entra. Contudo, dois minutos depois, o camisa 10 não perdoa: faz o gol, abrindo o placar para o Ca-tumbi. “O Hugo lançou a bola, o go-leiro falhou e eu tive a felicidade de fazer o gol”, diz ele.

Com o gol, a equipe são remana cresce no jogo, com destaque para

sucessivas tabelas entre Marquita e Pereira. Aos 30 minutos, o juiz dá falta de Pereira em Jorge, do Favela. Pereira é expulso, gerando grande reclamação e contestação por par-te dos jogadores do Catumbi. Jorge afirma: “Ele [Pereira] me deu um

carrinho pelas costas.” No segundo tem-

po, o Favela volta for-te, porém, aos 11 mi-nutos, Iran amplia para a equipe são remana: “Entrei em diagonal e

marquei”, diz ele. Pouco tempo de-pois, Fabrício, do Favela, chuta para fora mesmo estando com o gol li-vre. O Favela parte para cima, mas a marcação do Catumbi aperta.

Aos 25 minutos, Antônio sofre fal-ta na área. “Tica” cobra o pênalti e marca para o Favela. O Catumbi re-age e cresce na partida.

Já passados os minutos da pror-rogação, Fabrício é atimgido den-tro da área e o juiz marca pênalti.

Num jogo com lances polêmicos, o time são remano só consegue arrancar um empate

No 1° de maio, 56 crianças que fa-zem parte do Projeto Alavanca par-ticiparam da Marato-ninha de SP. O evento promovido para crian-ças, pelos organiza-dores da 16ª Marato-na Internacional de São Paulo, que ocorreu no

dia seguinte, aconteceu na pista sintética do Estádio Ícaro de Cas-tro Melo, no Ibirapuera.

Das 8 da manhã até o meio-dia, as crianças de 6 a 15 anos inscristas correram dife-rentes baterias de acor-do com a faixa etária, variando de 50 até 600 metros. Com a ajuda de Suzana Gnaccarini, arte-

educadora que desenvolve um pro-jeto de percepção ambiental no Ala-vanca, os pequenos se reuniram na própria instituição, tomaram café da manhã juntos e partiram para o evento com suas famílias .

A torcida foi importante, pois, em algumas baterias, as crianças do Alavanca alcançaram lugares de destaque no pódio. Francielle dos Santos, de 11 anos, que che-

gou em 3º lugar, gostou da expe-riência e quer correr de novo ano que vem. “Achei muito divertido”, disse a pequena atleta.

Voltando à SR, eles ainda tiveram uma surpresa: “indo para o ônibus encontramos uma corredora famo-sa, a [Maria Zeferina] Baudaia; ela é bem legal e tiramos foto com ela”, diz Mariane de Souza, de 8 anos, 2º lugar na prova de sua faixa etária.

São remanos correm na MaratoninhaPelo segundo ano consecutivo, evento incentiva o interesse dos jovens pelo atletismo

Giovanna Rossin

Anna Carolina Papp

“O GOleiRO fAlhOu e eu tive A feliCidAde de fAzeR O GOl.”

mARquitA

bate-bolaNei, goleirodo Catumbi

NJSR: O quevocê achou do jogo?Nei: demos chance para o outro time. tivemos oportunidade de matar, mas não aproveitamos. NJSR: qual é o ponto forte do Catumbi?

O time são remano reclama alegan-do não ter havido falta. Entretan-to, “Tica” bate novamente e empa-ta para o Favela. Logo depois, o juiz apita fim de jogo. Segue-se muita discussão entre os jogadores a res-peito dos pênaltis.

“Tica”, autor dos dois gols do Fa-vela, disse: “Saímos perdendo e nosso poder de superação foi maior do que o deles.” Iran, autor do se-

gundo gol do Catumbi, afirma que, no último lance, não houve pênalti. Quando perguntado sobre como a equipe podia melhorar para os pró-ximos jogos, disse: “Precisamos fi-car menos bravos em campo. Em todos os jogos está tendo expulsão, confusão. Isso não é bom.”

O próximo jogo do Catumbi será contra o Peñarol, no dia 23 de maio, às 11h30, no campo do CAJU.

Nei: Sem dúvida, o ataque. NJSR: e o ponto fraco?Nei: Não temos um ponto fraco. temos um time mediano, que tem que jogar mais sério. NJSR: e qual será a postura do Catumbi para o próximo jogo?Nei: Vamos vir com tudo, vamos nos classificar para a próxima fase!

aCerVo peSSoal