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NÍVEIS DE LISINA PARA CODORNAS JAPONESAS (Coturnix japonica) NAS FASES DE CRESCIMENTO E POSTURA ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO - 2005

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NÍVEIS DE LISINA PARA CODORNAS JAPONESAS (Coturnix japonica) NAS FASES DE CRESCIMENTO E POSTURA

ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

MARÇO - 2005

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NÍVEIS DE LISINA PARA CODORNAS JAPONESAS (Coturnix japonica) NAS FASES DE CRESCIMENTO E POSTURA

ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal

Orientador: Profa. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ MARÇO – 2005

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NÍVEIS DE LISINA PARA CODORNAS JAPONESAS (Coturnix japonica) NAS FASES DE CRESCIMENTO E POSTURA

ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal

Aprovada em 11 de março de 2005 Comissão Examinadora:

Prof. Augusto Vidal da Costa Gomes (D.Sc., Zootecnia) – UFRRJ

Prof. José Brandão Fonseca (PhD., Zootecnia) – UENF

Prof. Humberto Pena Couto (D.Sc., Zootecnia) – UENF

Profa. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares (D.Sc., Zootecnia) – UENF Orientadora

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TOCANDO EM FRENTE

“Ando devagar, porque já tive pressa

e levo esse sorriso, porque já chorei demais.

Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe?

Só levo a certeza de que tudo isso eu sei, eu nada sei.

Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maças.

É preciso amor, para poder pulsar.

É preciso paz, para poder sorrir.

É preciso a chuva, para florir.

Penso que cumprir a vida,

seja simplesmente compreender a marcha

e ir tocando em frente.

Como um velho boiadeiro levando a boiada

Eu vou tocando os dias pela longa estrada

Eu vou, estrada eu sou.

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora

Num dia a chega, no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si, carrega o dom de ser capaz

e ser feliz “.

(Almir Sater)

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A Deus, pela graça da vida, da evolução e pela luz que me guia.

Aos meus pais, Marcos e Helena, pela herança de honestidade e hombridade.

Aos meus irmãos, Marco Heleno (Keke) e Maria Emília (Mila).pela convivência

Ao tio Manoel Antoniol (Mané), pelo constante apoio e amizade.

Ao mano e amigo, Marcelo Antoniol (Quinha), pelos incentivos.

A toda a família “Antoniol” pelo verdadeiro significado de família.

Aos queridos avós (in memoriam) “Seu” Adolpho e “Dona” Bilia, pelos exemplos de

vida.

Aos amigos e mestres Marco Barzano e D. Marlene pelo incentivo inicial.

Ao amigo Hugo Marques e família, pela amizade verdadeira.

Ao amigo Sr. Martinho Moreira, meu respeito e admiração.

À sociedade brasileira, pelo financiamento dos meus estudos.

Aos amigos, no lado esquerdo do peito.

Aos animais, meu respeito.

...DEDICO

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AGRADECIMENTO

À Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e ao Centro de

Ciências e Tecnologias Agropecuárias, pela oportunidade de realização do curso de

pós-graduação.

À CAPES pela concessão da bolsa de estudos.

Á Profa. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares, por ter -me acolhido como

orientado, pelo eterno bom humor, otimismo, conselhos, amizade e ensinamentos.

Ao Prof. José Brandão Fonseca, por ser exemplo de positivismo, pela

amizade, conselhos e fundamental auxílio para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos Prof. Humberto Pena Couto e Rony Antonio Ferreira, pelos conselhos,

empréstimo de material e pelo respeito mútuo.

Ao Prof. Ricardo Augusto M. Vieira, pelo companheirismo, amizade e auxílio

nas análises estatísticas, fundamentais para a realização deste trabalho.

À Ajinomoto Biolatina, na pessoa da Zootecnista Adriana Nascimento, pela

doação dos aminoácidos sintéticos utilizados na pesquisa.

À Cargill Alimentos, na pessoa da Zootecnista Larissa Barrille, pela doação

do Farelo de Glúten de Milho utilizado nas formulações.

À Socil Guyomarch, na pessoa do Médico Veterinário Ricardo Suzaki, pela

doação do suplemento mineral e vitamínico específico para este experimento.

Aos grandes amigos da época de “perrengues” e vacas raquíticas, que se

fortaleceram com o tempo: Tonhão, Carranca, Batata, Sidines, Nandinho, Júlio, Igor,

Bia, Brígida, Keijinho, Vinícius, Nahami, Silvestre, Fabrício e todos os “Codornas”!

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À Fernanda Lopes, pela ajuda, paciência, compreensão e carinho que foram

fundamentais para o sucesso da pesquisa.

À inesquecível Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pela outorga

do título de Zootecnista, pelas experiências, aprendizado e por ser o melhor capítulo

da minha história de vida. Zootecnia, Zootecnia, Zootecnia é da Rural!!!

Aos mestres Luís Fernando Dias Medeiros e Fernando Curvello da UFRRJ,

a profunda gratidão pela iniciação científica e profissional.

Ao mestre Augusto Vidal pela honra em tê-lo nesta banca de avaliação.

Ao colega George André Rodrigues Maia, pelas idéias e empréstimo dos

equipamentos para avaliação da qualidade dos ovos.

Aos mestres do CCTA, em especial Célia Quirino, Manuel Vazquez Vidal Jr.

e Tarcísio Thiebaut, pela ajuda e esclarecimentos.

Aos amigos da UENF que muito me ajudaram: Fábio Lista (Mocito), Afonso

(Lelo), Ana (Macaca), Julien (Gianechinni), Tatiana, Alena, Paulo (Xaxá), Fabrício

(Leptina), Elaine, Sabrina (Bina), Amanda (Kapinha), George (“da motinha”), Renata,

Manu, Mirton, Newton Escocard, Laélio, Guilherme, Ismail, Cassiano (Podle), Ralf,

Cinthya, Mariana, Fernanda Miguens, Natália, Bebete, Carol e Aline (Mineira).

Aos amigos xexelentos da “República Du Momento”: Saulo (Tecos), Thiago

(Tigrão), Vitor (Noratto), Léo (Burro), Alberto (Beto) e Érico (Urso), pelas

cachaçadas, churrascos e aventuras: Ahhhh, começou! To morrendoooo!

Aos tios e primos: Márcia, Graça, Juju, Sueli, Nenete, Paulo, Chico, Dora,

Ximba, Zé Amauri, Célio, Célia, Edson, Sgt. Moacir Jr., Aldo, Juliano, Aline, Lívia,

Tony, Pitó, Edite, Mariana, Natália, Juliana, Dalila, Beto, Guiné, Eliane, Mel, Vitória e,

em especial ao Daniel (Bananinha), pelo incentivo e carinho.

Aos irmãos da República “Toca dos Gatos”, que foram minha família em

Campos: Felipe (Little Timoty), Ferolla (Juninho), Seu Arthur (Baby), Victor (Nanico),

Pedro (Bucha), André (Bob Esponja) e Robson (Chupetinha é 10).

Aos técnicos da Unidade de Apoio à Pesquisa do LZNA/CCTA, Cláudio

Teixeira Lombardi, Maria Beatriz Mercadante, Jonas, José Carlos, Maurício, Jorge e

Regina, pela importantíssima colaboração durante a fase experimental.

É por isso eu digo: “Companheiro é companheiro...”

“Qué água bebe, num qué, num bebe!”

(Provérbio da Mitologia Mineira)

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BIOGRAFIA

ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE MOURA, filho de Marcos de Moura e

Helena Maria Antoniol de Moura, nasceu na cidade Volta Redonda, RJ, em 04 de

janeiro de 1978.

Graduou-se Zootecnista pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Seropédica, RJ, em 16 de novembro de 2002.

Exerceu monitoria nas áreas de Zoologia e Nutrição e Alimentação Animal

durante a graduação.

Atuou como zootecnista em criatório particular de aves exóticas e

ornamentais, adquirindo experiência em manejo e reprodução artificial de aves de

interesse zootécnico criadas em cativeiro.

Foi admitido em março de 2003 no Curso de Pós-Graduação em Produção

Animal, Mestrado, com concentração na área de Nutrição de Monogástricos da

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), em Campos dos

Goytacazes, RJ. Submeteu-se à defesa de tese para conclusão do curso em 11 de

março de 2005.

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CONTEÚDO

RESUMO................................................................................................................ xiii

ABSTRACT.,,,,,,,,,,,,................................................................................................ xiv

1. INTRODUÇÃO................................................................................ 1

2. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................,..... 3

2.1 A Lisina no Metabolismo Animal.......................................................... 3

2.2 O Conceito da Proteína Ideal na Nutrição de Aves............................. 5

2.3 Exigência de Lisina para Codornas em Crescimento.......................... 6

2.4 Exigência de Lisina para Codornas em Postura.................................. 8

2.5 Características e Qualidade dos Ovos de Codornas........................... 9

3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 10

3.1. EXPERIMENTO I - Exigência de Lisina para Codornas Japonesas

em Crescimento..................................................................................

10

3.1.1. Fase I 10

3.1.2. Fase II – Efeito dos Níveis de Lisina Fornecidos Durante a

Fase de Crescimento sobre o Desempenho das Codornas

na Fase Inicial de Produção..................................................

17

3.1.2.1. Estratégias de Ação................................................. 17

3.1.2.2. Características Avaliadas......................................... 20

3.1.2.3. Estimativa do Padrão de Crescimento Animal............ 22

3.2. EXPERIMENTO 2 – Exigência de Lisina para Codornas Japonesas

em Postura..........................................................................................

23

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viii

3.2.1. Características de desempenho das codornas...................... 26

3.2.2. Constituição dos Ovos de Codorna....................................... 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 31

4.1. EXPERIMENTO I - Exigência de Lisina para Codornas Japonesas

em Crescimento..................................................................................

31

4.1.1. Condições Climáticas............................................................. 31

4.1.2. Características de Desempenho das Codornas.................... 32

4.1.3. Rendimento do Abate e dos Cortes Comerciais de

Codornas...............................................................................

34

4.1.4. Fase II - Efeito dos Níveis de Lisina Fornecidos Durante a

Fase de Crescimento sobre o Desempenho das Codornas

na Fase Inicial de Produção..................................................

35

4.2. Experimento 2 - Níveis de Lisina para Codornas Japonesas em

Fase de Postura..................................................................................

38

4.2.1. Condições Climáticas............................................................. 38

4.2.2.Características de Desempenho das Codornas..................... 40

4.2.3. Constituição dos Ovos de Codornas...................................... 50

5. CONCLUSÕES................................................................................................ 55

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composições alimentar e nutricional da ração basal para

codornas em crescimento – Fase I...................................................

13

Tabela 2. Composição alimentar e nutricional calculada da ração de postura

utilizada na fase II do primeiro experimento.........................................

19

Tabela 3. Composição alimentar e nutricional da ração basal para codornas

japonesas em postura - Experimento 2............................................

25

Tabela 4. Dados de temperatura máxima e mínima médias, de globo negro,

da umidade relativa do ar e do ITGU, no interior do galpão no

experimento 1...................................................................................

31

Tabela 5. Efeito dos níveis de lisina sobre o peso médio das aves (PA),

consumo de ração acumulado (CR), consumo de médio de ração

(CM), ganho de massa corporal acumulado (GM) e conversão

alimentar (CA), com respectivos coeficientes de variação (CV),

erros padrão (Erro) e níveis descritivos de probabilidade (Valor P).

33

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x

x

Tabela 6. Efeito dos níveis de lisina na ração sobre o rendimento do abate e

dos cortes comerciais de codornas japonesas abatidas aos 42

dias de vida, com respectivas médias, coeficientes de variação

(CV%), erros padrão (Erro) e níveis descritivos de probabilidade

(Valor P)...........................................................................................

35

Tabela 7. Peso final (PF), ganho de massa corporal (GM), produção de ovos

(PR), peso médio dos ovos (PO) e massa de ovos (MO) de

codornas japonesas alimentadas com ração de postura durante a

fase II do experimento I (42 a 63 dias), com respectivas médias,

coeficiente de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis

descritivos de probabilidade (Valor P) de acordo com o nível de

lisina na ração..................................................................................

36

Tabela 8. Estimativas dos parâmetros da curva de crescimento animal de

acordo com os diferentes níveis de lisina pelo modelo de

GOMPERTZ (1925)..........................................................................

37

Tabela 9. Dados de temperatura máxima e mínima médias, de globo negro,

da umidade relativa do ar e do ITGU, no interior do galpão

experimental nos períodos I, II, III do experimento de postura (63

a 154 dias)........................................................................................

39

Tabela 10 Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis

descritivos de probabilidade (Valor P) das variáveis peso médio

das aves em gramas (PMA) e peso médio dos ovos em gramas

(PMO) de acordo com os níveis de lisina na ração em função dos

diferentes períodos experimentais....................................................

40

Tabela 11 Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis

descritivos de probabilidade (Valor P) das variáveis massa de

ovos (MO), conversão alimentar por massa de ovos (CAM) e

conversão alimentar por dúzia de ovos (CAD), de acordo com os

níveis de lisina na ração em função dos diferentes períodos

experimentais....................................................................................

42

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xi

Tabela 12 Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis

descritivos de probabilidade (Valor P) para as variáveis produção

de ovos - % de ovos /período (PRO) e consumo médio de ração –

gramas por ave dia (CMR) de acordo com os níveis de lisina na

ração (N) em função dos diferentes períodos experimentais (P) e

suas respectivas interações (N x P).................................................

45

Tabela 13 Porcentagem de gema (GE), albúmem (%AB), casca (%CC) e

espessura da casca (EC) em milímetros, em função dos níveis de

lisina nas rações, com respectivas médias, coeficientes de

variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis descritivos de

probabilidade (P)...............................................................................

51

Tabela 14 Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis

descritivos de probabilidade (Valor P) para as variáveis

porcentagens de gema (%GE), albúmem (%AB), casca (%CC) e

espessura da casca, em milímetros (EC), de acordo com os níveis

de lisina na ração (N) em função dos diferentes períodos

experimentais (Per) e suas respectivas interações (N x Per)...........

52

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xii

LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estimativas de curvas de crescimento de codornas japonesas em

função dos níveis de lisina na ração segundo modelo de

GOMPERTZ (1925)..........................................................................

38

Figura 2. Produção de ovos (PRO) em função do nível de lisina da ração

para codornas japonesas utilizando-se modelo LRP.......................

47

Figura 3. Consumo médio de ração, em gramas (CRM), em função do nível

de lisina da ração para codornas japonesas....................................

49

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xiii

RESUMO MOURA, ADOLPHO MARLON ANTONIOL DE. M.Sc. Produção Animal. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Março/2005. Níveis de Lisina para Codornas Japonesas (Coturnix japonica) nas Fases de Crescimento e Postura. Orientador: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares. Conselheiros: José Brandão Fonseca e Humberto Pena Couto.

Conduziram dois experimentos para estimar níveis de lisina total para

codornas japonesas (Coturnix japonica) durante os períodos de crescimento e

postura. O primeiro foi dividido em duas fases: Fase I (1 a 42 dias) e Fase II (42 a 63

dias). Na fase I, foram utilizadas 400 codornas fêmeas com um dia de vida e peso

médio de + 7,3g. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com

cinco tratamentos e quatro repetições com 20 aves por unidade experimental. Os

tratamentos consistiram em cinco níveis de lisina total na ração (0,90%; 1,05%;

1,20%; 1,35%; 1,50%). Avaliou-se o consumo de ração acumulado, peso médio das

aves, ganho de massa corporal acumulado, conversão alimentar, mortalidade e

uniformidade, além do rendimento do abate e dos cortes comerciais de codornas. Na

fase II, as aves foram transferidas para gaiolas sob delineamento de blocos

completos casualizados, com quatro baterias (blocos) de cinco andares. Avaliou-se:

ganho de peso no período, peso final das aves, idade das aves ao atingirem 5% de

postura, produção de ovos, peso médio dos ovos, massa de ovos e a curva de

crescimento das aves. Não foi verificado efeito significativo para nenhuma das

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características avaliadas (P>0,05), com exceção da idade ao atingirem 5% de

postura, que foi menor quanto maior o nível de lisina fornecido. O nível de 0,90% de

lisina foi suficiente para atender à exigência durante o período de crescimento, não

havendo necessidade de suplementação com lisina sintética na ração. No segundo

experimento, foram utilizadas 400 codornas fêmeas de 63 dias de vida e peso médio

de 134,75+ 3,55g durante 84 dias, divididos em três períodos de 28 dias cada. Foi

utilizado o delineamento de blocos completos casualizados com medidas repetidas

no tempo com quatro baterias (blocos) de cinco andares e 20 aves por gaiola. Os

tratamentos consistiram em cinco níveis de lisina total na ração (0,60%; 0,80%;

1,00%; 1,20% e 1,40%). Ao final de cada período de 28 dias, avaliou-se:

desempenho das aves - peso médio das aves, produção de ovos, consumo de

ração, peso dos ovos, massa de ovos, conversão alimentar por massa de ovos,

conversão alimentar por dúzia de ovos, mortalidade, uniformidade; Características

dos ovos - porcentagem de gema, porcentagem de albúmen, porcentagem da casca

e espessura da casca. Houve efeito interação significativa entre os níveis de lisina e

o período de observação sobre as características consumo de ração e produção de

ovos (P <0,05). As características peso final das aves, peso médio dos ovos e

conversão por massa de ovos foram influenciadas pelo período de observação. Foi

estimado o nível de 0,75% de lisina para maior produção de ovos.

Palavras – chave: aminoácidos, codornas japonesas, curva de crescimento , lisina,

qualidade do ovo.

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ABSTRACT

MOURA, ADOLPHO MARLON ANTONIOL. M.Sc. of Animal Production. North Fluminense Darcy Ribeiro State University. March/2005. Levels of lysine for growing and laying japanese quails. Major Professor: Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares. Advsors: Augusto Vidal da Costa Gomes, José Brandão Fonseca e Humberto Pena Couto.

Two experiments were conduced to estimate lysine levels for japanese quails

(Coturnix japonica) during the growth and laying phases. The experiment one was

divided in two phases: phase I (1 to 42 days) and phase II (42 to 63 days). In the first

phase of experiment I, 400 old day of age female quails with average weight of 7.3 g

were raised until 42 days of age. Complete randomized design was used with five

treatments and four replicates with 20 quails per experimental unit. The treatments

consisted of lysine levels in the ration (0.90%, 1.05%, 1.20%, 1.35% and 1.50%). The

variables evaluate were the cumulative food intake, average weight of the birds,

accumulated body mass gain, feed conversion, mortality an uniformity, besides the

carcass and commercial cuts yields for quails. In phase II, the quails were transferred

to cages where stayed for 21 days, under a complete randomized blocks design, with

four stands of five floors composing each one four blocks. The evaluated

characteristics were the weight gain in the period, the final weight of the birds, the

age of the birds while achieving 5% of laying, egg production, average egg weight,

egg mass and the birds growth curve. It was not verified significative effects for no

one of the evaluated characteristics (P>0.05), with the exception of the age while

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achieving 5% of laying, which was lesser when the higher the lysine level offered.

Since the were no treatment differences, the lowest level (0.90%) was

recommended. In experiment two were used 400 female quails of 63 days old and

average weight of 134.75+3.55 g during 84 days divided in three periods of 28 days

each. A complete randomized blocks design with repeated measures in time was

used, with four stands (blocks) of five floors and 20 birds per cage. The treatments

consisted of five levels of total lysine in the ration (0.60%, 0.80%, 1.00%, 1.20% and

1.40%). At the end of each 28 days period was evaluated: Birds performance –

average birds weight, egg production, feed intake, egg weight, egg mass, feed

conversion per egg mass, feed conversion per dozen eggs, mortality and uniformity.

Egg characteristics - yolk percentage, albumen percentage, shell percentage and

thickness. A significative interaction effect between lysine levels and observation

periods over the feed intake and egg production variables (P<0.05). The

characteristics final bird weight, average weight of eggs and conversion per egg

mass were influenced by period of observation. It was estimated the level of 0.75% of

lysine for greater egg production.

Keywords: amino acids, japanese quails, growth curve, lysine, quality of the egg

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1. INTRODUÇÃO

A coturnicultura é uma atividade que tem obtido grande progresso ao longo

dos anos, com crescimento em torno de 23% ao ano (IBGE, 2003), saindo do ramo

de exploração alternativa para a vanguarda da avicultura. Isso tem ocorrido devido a

uma maior participação de grandes empresas avícolas, apoiadas em modernas

instalações que propiciam fácil manejo de milhares de aves em um mesmo galpão

(BERTECHINI et al., 2002). Tal desenvolvimento é de extrema importância, já que

resulta na otimização do processo produtivo, ou seja, diminuição das perdas e

incremento na lucratividade da atividade (MURAKAMI et al., 1994).

O estudo da codorna japonesa, principalmente para produção de ovos, vem

despertando maior interesse dos pesquisadores da área avícola, no sentido de

buscar informações que venham contribuir para um melhor aproveitamento do

potencial produtivo destas aves (FURLAN, et al.,1996).

A codorna japonesa apresenta elevada rusticidade, crescimento rápido,

baixo consumo absoluto de ração (12 a 20g/ave/dia), grande longevidade em alta

produção (14 a 18 meses) com postura regular (média de 300 ovos/ ano) e

precocidade sexual -35 a 42 dias - (VIEIRA, 1987 e LIMA, 1996). Esses fatores

favoreceram o aumento na exploração da coturnicultura, principalmente nas regiões

Sudeste, Nordeste e Sul do país, sendo a Região Sudeste responsável por 70% da

produção nacional. Segundo dados do IBGE (2003), a produção de ovos de codorna

em 2001 foi de 96.334 milhões de dúzias, com 6.045.342 milhões de codornas

alojadas. O consumo de ovos de codorna no Brasil em 1996 foi de 6,8 ovos por

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habitante, muito abaixo dos 89 ovos de galinha consumidos no mesmo ano

(FUJIKURA, 2002).

Os custos com alimentação representam cerca de 75% do custo total de

produção e as fontes protéicas participam com aproximadamente 25% deste custo

(ALBINO et al., 1992). O desenvolvimento da nutrição animal, via melhor

conhecimento do metabolismo protéico, melhor avaliação nutricional dos

ingredientes, produção de aminoácidos industriais, possibilitou a otimização das

dietas animais, visando a atender às exigências nutricionais em proteína e

aminoácidos com o menor custo e o menor impacto negativo de poluição ambiental

(SUIDA, 2001).

Segundo CONHALATO (1998), esta prática possibilita formular rações de

mínimo custo, com teores de proteína bruta inferiores aos preconizados pelas

tabelas de exigências nutricionais, além de atender às necessidades em

aminoácidos essenciais, como a lisina. O conhecimento das reais necessidades de

aminoácidos essenciais permite evitar problemas como a redução no consumo de

ração, aumento das perdas energéticas por incremento calórico e excreção

excessiva de ácido úrico, pois diminui o excesso de aminoácidos circulantes no

sangue (VAN HEUGTEN & VAN KEMPEN, 1999).

Na busca por um perfil de proteína ideal para codornas, a exigência de todos

os aminoácidos essenciais devem estar descritas na literatura para se evitar

contradições. Mesmo estando de acordo com a analogia de que formular rações

com base em aminoácidos totais, para monogástricos, seria o mesmo que trabalhar

com energia bruta, existe a limitação de que na literatura não são encontrados

dados de digestibilidade de aminoácidos para codornas. Por isso formular rações

balanceadas com índices de digestibilidade de aminoácidos obtidos com outras

espécies seria persistir num erro sistemático.

Para iniciar a redução do nível mínimo protéico, os critérios que devem ser

cuidadosamente considerados são: revisar as matrizes nutricionais dos ingredientes

disponíveis, as exigências das aves para cada fase produtiva e introduzir as

exigências de aminoácidos essenciais. Devido ao fato dos outros aminoácidos

estarem relacionados com a lisina, é importante conhecer bem a exigência dos

animais em lisina.

Pelo exposto acima, objetivou-se, com este trabalho, estimar níveis de

exigências lisina para codornas japonesas nas fases de crescimento e postura.

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2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A Lisina no Metabolismo Animal

A lisina (ácido 2,6 diamino-hexanóico) é considerada aminoácido essencial

porque é sintetizada nos tecidos em quantidade insuficiente para atender às

necessidades das aves, obrigando o uso de lisina pré-formada, presente na proteína

intacta do alimento ou em fontes sintéticas como L-lisina.HCl. A disponibilidade no

mercado de lisina na forma pura, a preços economicamente acessíveis, tem servido

para encorajar o uso dessa fonte na suplementação de rações com baixa proteína. A

L-lisina.HCl possui atividade de L-lisina de 78,4% e 100% de digestibilidade (BAKER

& HAN, 1994).

As principais funções da lisina para as aves em crescimento são as

formações dos tecidos ósseo, muscular e precursor da carnitina (RIBEIRO, 2002). A

glicosilação e hidroxilação da lisina têm importante função bioquímica na formação

da matriz orgânica do osso em crescimento; as ligações cruzadas entre os resíduos

de lisina e hidroxilisina estabilizam a estrutura fibrilar do colágeno e aumentam a

força mecânica do osso, tornando o colágeno ósseo mais denso e menos solúvel

que o colágeno da pele e dos tendões (SMITH et al., 1988).

A carnitina é derivada da metionina e lisina, que doam, respectivamente, o

grupo metil, os carbonos 3, 4, 5 e 6 e o átomo de nitrogênio (posição 6 da cadeia)

para a sua formação. Segundo CHAMPE & HARVEY (1997), a carnitina

desempenha função crucial na beta-oxidação, pois transporta os ácidos graxos do

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citossol para o interior das mitocôndrias para posterior degradação à acetil-Coa. As

vias de catabolismo são únicas para cada aminoácido, e o catabolismo de lisina é

mais lento que o de metionina e o de isoleucina (BAKER & HAN, 1994; KLASING,

1998).

A primeira etapa da degradação de lisina no organismo animal envolve a

eliminação do épsilon amino grupo (BAKER & HAN, 1994) e, em seguida, o alfa

amino grupo, que são transferidos para duas moléculas de alfa-ceto glutarato,

originando dois glutamatos. O esqueleto de carbono restante produz o ácido alfa-

cetoadipato, que, provavelmente, por descarboxilação oxidativa vai a glutaril-Coa

(MURRAY et al., 1999). Como o catabolismo de lisina resulta em intermediários que

não podem sintetizar glicose, conseqüentemente, a lisina não é glicogênica, e sim

cetogênica (KLASING, 1998).

As moléculas de glutamato formadas recebem um segundo grupo amino da

histidina, metionina, triptofano, tirosina, serina ou glicina, por reação de

transaminação, para produzir a glutamina. Esta doa a amida para a síntese de ácido

úrico no fígado e nos rins, uma purina e principal produto de excreção de nitrogênio

pelas aves (KLASING, 1998). Esse processo leva a um gasto de 6 a 9 ATP/mol de

ácido úrico formado, muito acima dos 2 ATP, para síntese de uréia pelos mamíferos

(MAPES & KREBS, 1978), e de cerca de 4 ATP para a formação da ligação

peptídica (MURRAY et al, 1994).

Cuidados especiais devem ser tomados para evitar excessos de lisina na

ração de aves, porque pode causar antagonismo ou toxidez. Para isso, a quantidade

não deve exceder o dobro da exigência deste aminoácido, ou 2 a 4%, na ração

(EDMONDS & BAKER, 1987). Ao contrário, a concentração individual de aminoácido

necessária para induzir o imbalanço é relativamente menor em comparação com a

quantidade necessária para induzir a toxidez ou o antagonismo. A depressão

provocada pelo consumo de rações desbalanceadas é percebida cerca de dois dias

depois em aves (PARK & AUSTIC, 1998).

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2.2 O Conceito da Proteína Ideal na Nutrição de Aves

O uso de aminoácidos sintéticos na produção de rações para aves favorece a

redução dos níveis de proteína bruta das dietas, permitindo o emprego de níveis

mais próximos às exigências dos animais. Esse é o princípio do conceito de

“Proteína Ideal” que foi proposto por Mitchel (1964), citado por PARSONS & BAKER

(1994) e utilizado comumente na avicultura moderna. É definida como uma mistura

ideal de aminoácidos ou proteína com disponibilidade total na digestão e

metabolismo e cuja composição seria idêntica às exigências do animal para

manutenção e crescimento.

A partir deste conceito foi possível estudar a síntese de proteína dos

diferentes tecidos e também avaliar a mudança de proporção dos aminoácidos de

acordo com o crescimento animal (SUIDA, 2001).

A grande vantagem de aplicar tal conceito é a de reduzir os custos de

formulação, pois o balanço perfeito entre os aminoácidos possibilita a redução

sistemática do nível protéico da dieta. Porém, essa ferramenta não é utilizada com

eficiência na coturnicultura, pois poucas são as pesquisas realizadas para

determinação das exigências de aminoácidos.

O conceito de proteína ideal, proposto para o uso na nutrição animal,

estabelece que todos os aminoácidos essenciais (indispensáveis) sejam expressos

como proporções ideais ou percentagens de um aminoácido referência. Isto significa

que as exigências de todos os aminoácidos podem ser prontamente estimadas a

partir da determinação da exigência do aminoácido referência. Atualmente, o

aminoácido utilizado como referência é a lisina (ARC, 1981; PARSONS e BAKER,

1994; CUARÓN, 2000). Além disso, uma grande contribuição para a evolução da

nutrição protéica de aves e suínos foi a disponibilização dos aminoácidos sintéticos.

Os aminoácidos de maior importância na cadeia de produção avícola e

suinícola, segundo PARSONS & BAKER (1994) são a metionina + cistina, lisina,

treonina, triptofano e arginina. Embora a lisina seja o segundo aminoácido limitante

para frangos de corte, ela é usada como aminoácido referência na formulação de

rações com base na proteína ideal, pois é utilizada, principalmente, para acréscimo

de proteína corporal, em contraste com a metionina e a cistina, que são utilizadas

por diferentes caminhos metabólicos, para manutenção e plumagem (PACK, 1995).

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Segundo BAKER & HAN (1994), a lisina é utilizada como aminoácido

referência por três razões principais: 1) Sua análise nos alimentos é relativamente

simples, diferente de triptofano e dos aminoácidos sulfurados; 2) Há uma grande

quantidade de dados sobre a digestibilidade da lisina em aves; 3) Diferente de vários

aminoácidos (metionina, cistina e triptofano), a lisina absorvida é utilizada

principalmente para acréscimo de proteína corporal.

A diminuição do nível de proteína bruta da ração implica a necessidade de

medidas, que possam reduzir ou eliminar os problemas causados, não

comprometendo o desempenho dos animais. Desta forma, uma das possíveis

soluções seria a utilização dos níveis de proteína bruta mais baixos, atendendo às

exigências nutricionais mínimas, com a suplementação de aminoácidos sintéticos na

forma cristalina, maximizando de modo geral a utilização das proteínas, e atendendo

às exigências dos animais pela manutenção dos padrões de produção obtidos em

rações com níveis mais elevados de proteína bruta (SILVA et al., 1998). A queda dos

preços desses aminoácidos nos últimos anos contribuiu, de certa forma, para a

adoção de dietas com menores níveis de proteína bruta (EMMERT & BAKER, 1997).

Parece existir, segundo PENZ Jr. (1990), um limite para a substituição da

proteína intacta por aminoácidos sintéticos, sendo que o problema de uma maior

velocidade de absorção destes aminoácidos resultariam em um descompasso entre

a quantidade disponível para a síntese e a velocidade da mesma. CALDARA et al.

(2001) assevera que a principal vantagem da aplicação do conceito da proteína ideal

é que a relação entre aminoácidos permanece idêntica, independente do potencial

genético dos animais, ainda que as exigências sejam diferentes, conforme o sexo,

idade e capacidade em depositar tecido magro.

2.3 Exigência de Lisina para Codornas em Crescimento

Segundo NASCIMENTO (2003), dentre todos os aminoácidos, a lisina é o

único que exerce uma função específica na composição corporal dos frangos de

corte. O principal papel da lisina é na síntese protéica, ou melhor, na deposição de

carne, sendo que a fase inicial da ave é caracterizada pelo alto desenvolvimento

corporal, alta taxa metabólica e baixo consumo de alimento.

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Durante a fase de crescimento, os órgãos digestivos das aves são

reduzidos proporcionalmente ao corpo, ocorrendo maior crescimento das partes

comestíveis, incluindo peito e pernas. A deficiência de lisina afeta o crescimento das

aves e acarreta um maior efeito na redução do peso do músculo do peito,

comparado com os outros músculos (ALLEN & YOUNG, 1980).

A ligeira deficiência não irá refletir, inicialmente, nos resultados de ganho de

peso, mas sim, no aumento da proporção de tecido adiposo dos animais, devendo

ser uma das causas apontadas como fonte de obesidade em algumas espécies,

como: frangos de corte, perus, patos e codornas, KLASING (1998). O nível

adequado de lisina para a fase inicial é necessário, pois seus níveis marginais

podem proporcionar uma menor uniformidade do lote comprometendo o seu

resultado final de desempenho e no abatedouro (SCHUTTE et al., 1994).

PINTO (2002) esclarece que o amadurecimento precoce das codornas (35 a

42 dias de idade) induz a necessidade de programas alimentares que maximizem a

taxa de crescimento, e o bom desenvolvimento corporal, atingindo o peso ideal à

maturidade sexual, permitindo a uniformidade do plantel e garantindo normalidade

na fase de produção. Isto porque as condições nutricionais estabelecidas durante o

período de crescimento influenciam o desempenho das aves na fase de produção,

porém a maioria dos estudos têm sido conduzidos para determinar as exigências

nutricionais das aves de postura na fase de produção, sendo escassos os trabalhos

para determinar as exigências na fase de crescimento.

SVACHA et al. (1970), avaliando as exigências nutricionais em lisina,

metionina e glicina para codornas japonesas em dois períodos de crescimento (0 a 3

e 4 a 5 semanas de idade), verificaram que, no primeiro período, foram necessários

1,37% de lisina, 0,74% de aminoácidos sulfurosos e 1,74% de glicina e, no segundo

período, níveis de 1,20% de lisina, 0,72% de aminoácidos sulfurosos e 1,17% de

glicina. Shrivastav et al. (1984), citados por SHRIVATAV (2002), avaliando codornas

com idade entre 0 e 5 semanas, estimou o nível de 1,30% de lisina para um máximo

crescimento e eficiência de conversão.

Níveis crescentes de lisina digestível não influenciaram a composição

química e a deposição de proteína e gordura corporal. A exigência em lisina

digestível para codornas japonesas em crescimento (dos 7 aos 42 dias de idade) foi

estimada em 1,180% da ração (PINTO, 2002), correspondendo aos 1,30%

preconizados pelo NRC (1994) em relação à lisina total.

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2.4 Exigência de Lisina para Codornas em Postura

Erros de concentração de nutrientes, especialmente aminoácidos, podem

contribuir para elevação dos custos relacionados com a alimentação ou causar

distúrbios metabólicos pelo imbalanço, antagonismo e toxidez. ALLEN & YOUNG,

(1980), SHIM & VORHA (1984) e GARCIA et at. (1997) propõem, respectivamente,

concentrações de 0,86%, 1,15% e 1,1% de lisina em uma dieta contendo 18% de PB

para obtenção de melhores índices zootécnicos de codornas em produção.

SHIM & LEE (1993) concluíram, ao utilizar em uma ração basal com 16% de

proteína bruta e suplementada com aminoácidos sintéticos, que estas deveriam conter

1,00% de lisina para proporcionar às codornas maior produção de ovos, peso de ovos

e conversão alimentar. Em rações com 20% de proteína bruta, as recomendações de

lisina, segundo o NRC (1994) e LESSON & SUMMERS (1997) são de 1,0% e 0,8%

,respectivamente, resultando, porém, em diferentes relações lisina:proteína.

Estudos realizados por OLIVEIRA et al. (1999), que testaram dois níveis de

proteína bruta na ração (19,0 e 14,1%), suplementadas com cinco de lisina (0,65; 0,85;

1,05; 1,25 e 1,45), concluíram que a ração com menor nível de proteína (14,1%) não

proporcionou a mesma resposta que a ração com nível de 19% de proteína bruta,

sendo o nível de 1,05% de lisina o que proporcionou maior porcentagem de postura

e peso médio dos ovos. Isso pode ser explicado, segundo RIBEIRO et al. (2003),

provavelmente pelo desequilíbrio protéico aumentando o catabolismo e,

conseqüentemente, desvio dos grupos amino da lisina para síntese de aminoácidos

não-essenciais ou ácido úrico, em virtude do baixo teor de PB da ração usada por

aqueles autores.

PINTO (2002), baseando-se no conceito de proteína ideal, avaliou o

desempenho de codornas japonesas em postura suplementadas com lisina. O autor

concluiu que o nível de 1,12% de lisina digestível foi aquele que maximizou a

produção de ovos e melhorou a conversão alimentar (g de ração consumida/ g de

ovo produzido). Esse nível de 1,12% de lisina digestível representa,

aproximadamente, 1,27% em exigência de lisina total. Resultados encontrados por

RIBEIRO et al. (2003) propõem níveis de 1,07% e 1,15% em rações contendo 20% e

23% PB respectivamente para codornas mestiças (japonesa x européia) em fase de

postura.

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2.5 Características e Qualidade dos Ovos de Codornas

Os ovos de codornas apresentam tanto a constituição, quanto a composição

nutricional semelhantes ao ovo da galinha (SINGH & PANDA, 1987). Segundo

MURAKAMI & ARIKI (1998), a grande diferença na composição entre os ovos das

duas espécies é o fato do ovo de codorna apresentar vitamina C, que inexiste na

galinha. Quanto à constituição do ovo, as membranas dos ovos de codornas

correspondem a 13% do peso da casca e, no ovo de galinha, 5% (PEREZ & PEREZ,

1981).

O peso médio de um ovo de codorna é 10,30g e corresponde

aproximadamente, a 8% do peso vivo da ave, muito superior aos 3,5% do ovo de

galinha. Isso indica grande exigência na mobilização dos nutrientes para a síntese

do ovo. O teor protéico e energético da ração é um dos grandes fatores nutricionais

que influenciam o peso dos ovos (MURAKAMI et al., 1993; SHRIVASTAV et al.,

1994 e PICCININ, 2002). A constituição básica de um ovo de codorna, de acordo

com GARCIA (2001), é de 31% de gema, 59,77% de albúmen e 8,62% de casca.

Existem inúmeros métodos de avaliação da qualidade do ovo. Para

qualidade da casca, o método de imersão em solução salina, para obtenção da

gravidade específica (MORENG & AVENS, 1990) e mensuração da espessura da

casca (NORDSTROM & OUSTERHOUT, 1982) são os mais utilizados. Para

avaliação da qualidade interna do ovo, os métodos mais preconizados são os da

mensuração da altura de albúmen, com posterior cálculo da unidade Haugh

(MURAKAMI, 1991) e composição proximal dos constituintes do ovo (PINTO, 2002).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. EXPERIMENTO I - Exigência de Lisina para Codornas Japonesas em

Crescimento

3.1.1. Fase I Local e Período de Execução

O experimento foi conduzido no setor de avicultura da Unidade de Apoio a

Pesquisa em Zootecnia do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal /CCTA/

UENF, localizado no Município de Campos dos Goytacazes – RJ. O período

experimental foi dividido em duas fases. A primeira, denominada fase I,

correspondeu ao período de um a 42 dias de vida das aves e a fase II (recria) teve

duração de 21 dias até que as aves atingissem 63 dias de vida. A fase I ocorreu no

período de quatro de junho a 16 de julho de 2004.

Aves Experimentais

Foram utilizadas 400 codornas japonesas (Coturnix japonica), linhagem

Fujikura, fêmeas, com um dia de vida e peso médio de 7,3g + 0,3g. As aves foram

provenientes de granja comercial localizada no Estado de São Paulo, tendo sido

pesadas 12 horas após o nascimento.

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Segundo PICCININ (2002), as aves desta linhagem são destinadas à

postura e são denominadas auto-sexadas por apresentarem coloração diferente

entre fêmeas e machos ao nascerem. As fêmeas nascem com cor marrom e os

machos de cor preta.

Instalações, Equipamentos e Manejo

As aves foram distribuídas ao acaso no inicio do experimento em 20 boxes de

1,5 x 2,0m, alocados em galpão de alvenaria, com telas de plástico de abertura 0,5” e

telhas de barro. Em cada box foram colocadas 20 codornas em um círculo de proteção

de papelão onde permaneceram até completarem 35 dias, sob campânula com

lâmpada de 100w, com a altura regulada de acordo com o crescimento das aves e/ou

condições ambientais, conforme recomendado por MURAKAMI & ARIKI (1998). Além

disso, também havia um bebedouro (copo de pressão) e um comedouro (tipo prato)

colocados sobre bandejas de aço para recolhimento das sobras de ração. O piso foi

forrado com casca de arroz.

O programa de iluminação adotado consistiu em 24 horas de luz (artificial) até

as aves completarem 35 dias de vida, sendo reduzido para 12 horas diárias, para se

evitar maturação precoce das aves em períodos de luz natural crescente (MURAKAMI

& ARIKI, 1998). As laterais do galpão foram cobertas com ráfia para desempenhar a

função de cortinas.

As rações experimentais foram acondicionadas em baldes plásticos, com

tampa, devidamente identificados e distribuídos em frente ao box correspondente.

Tanto a ração, como os baldes foram pesados para controle do consumo de ração.

Não houve restrição no fornecimento de água nem de ração, sendo oferecidos à

vontade durante todo o período experimental.

Para mensuração das condições ambientais a que foram expostos os animais,

foram registrados, três vezes ao dia, dados dos termômetros de máxima, mínima,

bulbo seco, bulbo úmido e globo negro. Esses dados foram utilizados para calcular o

Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU), através da equação descrita por

BAETA e SOUZA (1997):

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ITGU = Tgn + 0,36 Tpo – 330,08 Onde:

Tgn = temperatura do globo negro (oK)

Tpo = temperatura do ponto de orvalho (oK)

Tratamentos e Rações Experimentais

Foram testados cinco níveis de lisina total, sendo uma ração basal deficiente

em lisina e complementada com lisina sintética (L-lisina.HCl) para se obter os níveis

eqüidistantes desejados. Os níveis lisina total testados foram: 0,90%; 1,05%; 1,20%;

1,35% e 1,50%. Para que esses níveis fossem alcançados, os percentuais de L-

lisina.HCl adicionados à ração foram, respectivamente: 0,0%; 0,191%; 0,383%;

0,573% e 0,765%. A lisina sintética foi adicionada em substituição ao amido de milho

em proporções equivalentes. As rações experimentais foram formuladas com milho

moído, farelo de soja e farelo de glúten de milho, utilizando-se o software SuperCrac

3.0, seguindo as exigências nutricionais para codornas japonesas em crescimento

constantes no NRC (1994), com exceção da proteína bruta e lisina total.

Os insumos e as rações experimentais foram submetidas a análises

bromatológicas de: matéria seca (%MS), proteína bruta (%PB), extrato etéreo (%EE),

cálcio (%Ca) e fósforo total (%P), segundo metodologias descritas por SILVA (1990).

O teor de proteína bruta encontrado no milho, farelo de soja e farelo de glúten

foram, respectivamente: 7,12%, 45,24% e 60,03%. Posteriormente às análises, os

percentuais dos aminoácidos (lisina, metionina+cistina, treonina e triptofano) foram

corrigidos e calculado o fósforo disponível, a fim de garantir a composição nutricional

desejada.

As análises foram realizadas nos Laboratórios de Zootecnia e Nutrição Animal

e Laboratório de Solos (CCTA/UENF). As composições alimentar e nutricional da

ração basal estão apresentadas na Tabela 1.

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Tabela 1 –Composições alimentar e nutricional da ração basal para codornas em

crescimento – Fase I

Composição Alimentar

Ingredientes Quantidade (%)

Milho moído 2 59,937

Farelo de Soja 45% 2 23,831

Farelo de Glúten de Milho 60 2 9,018

Óleo de Soja 3,000

Calcário Calcítico 1,123

Fosfato Bicálcico 1,053

Amido de Milho 1,000

Suplemento Vitamínico e Mineral 1 0,500

Sal comum (NaCl) 0,276

L-Lisina.HCl (78,4%) 0,000

DL-Metionina (99%) 0,020

L-Treonina (99%) 0,244

Composição Nutricional Calculada

Proteína Bruta (%) 2 20,700

Energia Metabolizável (kcal/kg) 3 2.900

Fibra Bruta (%) 2,600

Cálcio (%) 4 0,800

Fósforo disponível (%) 0,300

Lisina (%) 0,900

Metionina + Cistina (%) 0,750

Treonina (%) 1,000

Triptofano (%) 0,215

Sódio (%) 0,150 1_ Premix Codornil 5 – Socil Guyomarch. Composição/kg do produto: Vit.A , 2.500.000 UI; Vit. D3 625.000 UI; Vit. E, 3.750 mg; Vit. K3, 500mg ; Vit. B1, 500 mg; Vit.B2, 1.000 mg; Vit. B6, 1000 mg; Vit B12, 3.750 mcg; Niacina, 7.500 mg; Ácido pantotênico, 4.000 mg; Biotina, 15 mg; Ácido fólico, 125 mg; Colina, 75.000 mg; Selênio, 45 mg; Iodo, 175 mg; Ferro, 12.525 mg; Cobre, 2.500 mg; Manganês, 19.500 mg; Zinco, 13.750 mg; Avilamicina, 20.000 mg; B.H.T., 500 mg; Vit. C, 12.500 mg. 2_ Analisado no Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal (CCTA/UENF) ; 3- Calculado segundo ROSTAGNO et al.(2000) 4_ Analisado no Laboratório de Solos (CCTA/UENF).

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Características de Desempenho das Codornas Consumo de Ração Acumulado

Ao final do período experimental, a sobra da ração do comedouro de cada

unidade experimental foi devolvida ao balde correspondente, pesada, e por

diferença, determinado o consumo de ração acumulado, em gramas, por ave no

período. Para correção do peso médio das aves, ganho de massa corporal e

conversão alimentar, as aves mortas foram pesadas no dia da observação.

Peso Médio das Aves

Ao final do período experimental, os lotes de aves de cada unidade

experimental foram pesados e estes divididos pelo número de aves de cada lote

obtendo-se o peso médio das aves em gramas.

Ganho de Massa Corporal Acumulado

O ganho de massa corporal acumulado foi obtido pela diferença entre o peso

inicial e o peso final das aves, referente ao período de 42 dias em gramas.

Conversão Alimentar Acumulada

A conversão alimentar acumulada foi calculada dividindo-se o consumo de

ração pelo ganho de massa corporal acumulado no período.

Mortalidade

A mortalidade foi registrada no dia da observação. A porcentagem de

mortalidade foi avaliada no final do experimento, somando-se o número de mortos

totais durante o período de crescimento.

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Uniformidade

A uniformidade se expressa como a porcentagem dos pesos individuais que

estão dentro dos + 10% da média atual do lote. É tão ou mais importante quanto o

peso médio do lote. É desejável que 80% das aves estejam no intervalo de 10% a

mais ou a menos, em relação ao peso médio do lote. Os pesos corporais foram

verificados ao final do período de crescimento de 50% das aves de cada lote, para

se verificar possíveis erros de manejo.

Rendimento do Abate e dos Cortes Comerciais de Codornas

Avaliou-se a influência dos diferentes níveis de lisina sobre as características

da carcaça e dos cortes comerciais de codornas fêmeas.

Ao final de 42 dias, duas aves de cada unidade experimental foram

selecionadas pelo peso médio dentro de cada unidade experimental, pesadas e

abatidas após jejum de 12 horas, por meio de decaptação. Posteriormente ao abate,

as aves foram depenadas, retiradas as patas na articulação coxofemoral e

evisceradas por incisão longitudinal abdominal.

Foram considerados cortes comerciais: o peito, as pernas e as vísceras

comestíveis, tais como, coração, fígado e moela. O rendimento do abate foi

calculado através da porcentagem das frações comestíveis em relação ao peso vivo

da aves.

Porcentagem de Peito

O peito foi obtido através da retirada dos músculos peitoral e externo,

cortando-se lateralmente as costelas, clavícula e coracóides. Após a retirada do

peito, foi realizada a pesagem do mesmo e calculada a sua respectiva porcentagem.

Porcentagem de Coxa e Sobrecoxa

Este corte foi obtido pela secção dos membros na articulação coxofemoral e

tíbio-tarsica, após realizada a pesagem das mesmas e calculada a sua respectiva

porcentagem em relação ao peso vivo.

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Porcentagem de Coração

O coração foi retirado através de secção do arco aórtico e das veias cavas

rente ao limite de inserção cardíaca. Após a retirada do coração, foi realizada a

pesagem e calculada a porcentagem em relação ao peso vivo.

Porcentagem de Fígado

O fígado foi retirado através da secção dos ductos e vasos hepáticos, com

posterior remoção da vesícula biliar. Após a retirada do fígado, foi realizada a

pesagem e calculada a porcentagem em relação ao peso vivo.

Porcentagem de Moela

A moela foi obtida através da secção rente aos esfíncteres cranial e caudal

da moela, sendo os limites com o proventrículo e o duodeno, respectivamente. Após

a retirada da moela, foi realizada a pesagem e calculada o respectivo porcentual. Porcentagem Comestível da Carcaça

Foi obtida através das somas dos percentuais unitários dos cortes

comerciais das codornas japonesas.

Análises Estatísticas

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado (D.I.C.)

composto por cinco tratamentos (níveis de lisina), quatro repetições e vinte aves por

unidade experimental, sendo cada box uma unidade experimental. O modelo

estatístico utilizado foi:

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Yij = µ + Ti + e(i) j ;

Em que:

Yijk = observação referente ao i-ésimo tratamento sobre a j-ésima repetição;

µ = constante geral

Ti = efeito relativo ao tratamento i (i = 1, 2, 3, 4 e 5); e e(i) j = erro aleatório, associado a cada observação, pressuposto NID (0; σ2).

Os dados foram analisados, utilizando-se o Programa Sistema para Análises

Estatísticas e Genética – SAEG, versão 8.0 (UFV, 1999). Para as variáveis ganho de

massa corporal acumulado (GMA), peso médio das aves (PMA) e conversão alimentar

média (CAM) foi aplicado o teste de Cochran, linearização por transformação

logarítmica, com a finalidade de não violar o pressuposição de homocedasticidade de

variâncias.

A resposta das variáveis analisadas foi avaliada em função da decomposição

da soma de quadrados referentes aos níveis de lisina em seus componentes linear,

quadrático e cúbico. Os efeitos foram considerados significativos quando P<0,05,

respeitando-se a interpretação biológica da variável.

3.1.2. Fase II – Efeito dos Níveis de Lisina Fornecidos Durante a Fase de Crescimento sobre o Desempenho das Codornas na Fase Inicial de Produção

3.1.2.1. Estratégias de Ação

O objetivo desta segunda fase foi verificar o efeito residual dos tratamentos

aplicados na fase de crescimento, sobre as características de postura. Justifica-se

pelo fato das aves, durante a fase pré-postura, direcionarem os nutrientes para

desenvolvimento do oviduto e formação do ovo, comprometendo a deposição de

musculatura na carcaça.

O experimento foi conduzido no setor de avicultura da Unidade de Apoio à

Pesquisa em Zootecnia do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal / CCTA /

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UENF, localizado no Município de Campos dos Goytacazes – RJ. A segunda fase

teve duração de 21 dias até que as aves atingissem 63 dias de vida. Teve início no

dia 16 de julho de 2004 terminando em 06 de agosto de 2004, quando foi concluído

o primeiro experimento.

Aos 42 dias de idade, todas as codornas foram transferidas para gaiolas de

arame galvanizado, com dimensões de 1,0m de comprimento x 0,25m de largura x

0,20m de altura, com quatro subdivisões iguais de 0,25m, dispostas em cinco andares

com coletor de fezes sob cada gaiola. Os comedouros e os bebedouros de cada gaiola

utilizada foram do tipo calha, em chapa metálica galvanizada, localizados na parte

anterior e posterior, respectivamente, percorrendo toda a extensão das gaiolas.

Todas as codornas receberam a mesma ração durante esta fase, que foi

formulada seguindo as exigências nutricionais para codornas em postura descritas no

NRC (1994). A composição alimentar e nutricional calculada da ração utilizada na fase

II está apresentada na Tabela 2.

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Tabela 2 – Composição alimentar e nutricional calculada da ração de postura utilizada

na fase II do primeiro experimento

Composição Alimentar

Alimento Quantidade (%)

Milho moído 2 63,697

Farelo de Soja 45% 2 22,136

Farelo de Glúten de Milho 60 2 5,000

Calcário Calcítico 5,401

Fosfato Bicálcico 1,346

Óleo de soja 1,115

Suplemento Vitamínico e Mineral 1 0,500

Sal comum (NaCl) 0,290

L-Lisina.HCl (78,4%) 0,256

DL-Metionina (99%) 0,148

L-Treonina (99%) 0,099

BHT 5 0,010

Composição Nutricional Calculada

Proteína Bruta (%) 2 18,000

Energia Metabolizável (kcal/kg) 3 2.900

Fibra Bruta (%) 2,600

Cálcio (%) 4 2,500

Fósforo disponível (%) 0,350

Lisina (%) 3 1,000

Metionina + Cistina (%) 0,750

Treonina (%) 0,750

Triptofano (%) 0,190

Sódio (%) 0,150 1_ Composição/kg do produto: Vit.A , 2.500.000 UI; Vit. D3 625.000 UI; Vit. E, 3.750 mg; Vit. K3, 500mg ; Vit. B1, 500 mg; Vit.B2, 1.000 mg; Vit. B6, 1000 mg; Vit B12, 3.750 mcg; Niacina, 7.500 mg; Ácido pantotênico, 4.000 mg; Biotina, 15 mg; Ácido fólico, 125 mg; Colina, 75.000 mg; Selênio, 45 mg; Iodo, 175 mg; Ferro, 12.525 mg; Cobre, 2.500 mg; Manganês, 19.500 mg; Zinco, 13.750 mg; Avilamicina, 20.000 mg; B.H.T., 500 mg; Vit. C, 12.500 mg.. 2_ Analisado no Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal (CCTA/UENF) ; 3- Calculado segundo ROSTAGNO et al.(2000); 4_ Analisado no Laboratório de Solos (CCTA/UENF); 5_ Antioxidante

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O programa de iluminação utilizado foi de 17 horas de luz (natural+artificial),

com ajuste do período de luz e escuro de acordo com o comprimento do dia. Por meio

de um termômetro de máxima, mínima, globo negro e psicrômetro foram registrados os

dados climáticos no interior do galpão durante todo o período experimental. Quando a

temperatura interna do galpão atingiu 28oC, os ventiladores de teto foram ligados para

minimizar os efeitos do calor sobre as aves. O fornecimento de água e ração

experimental foi à vontade. Os animais foram mantidos nesse esquema até o final do

período experimental.

3.1.2.2. Características Avaliadas

Idade das Aves ao Atingirem 5% de Postura

Foi o número de dias do nascimento até que 5% das aves de cada

tratamento iniciassem a postura. Esta é uma característica comercial que indica o

momento em que a ave adquire a maturidade sexual, ou seja, entra em postura.

Produção de Ovos

A produção de ovos é a porcentagem de ovos por ave alojada. Os ovos

foram coletados diariamente e a porcentagem de postura calculada diariamente,

sendo a produção final obtida pela média do período de 21 dias.

Peso Médio dos Ovos

Após a coleta diária todos os ovos foram pesados em balança digital (0,01g)

sendo o peso médio, em gramas, obtido pela razão entre o peso dos ovos de cada

gaiola e o número de ovos.

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Massa de Ovos

Os dados sobre massa de ovos foram obtidos multiplicando-se o número de

ovos produzidos em cada gaiola pelo peso médio dos ovos. A unidade é grama de

ovo / ave / dia.

Peso Final das Aves

Ao final do período experimental, todas as aves foram pesadas, em lotes,

para verificar o peso das codornas ao final da fase de crescimento. Foi obtido pela

razão entre o peso do lote e o número de aves dentro de cada gaiola.

Ganho de Massa Corporal

As aves foram pesadas no inicio e no final da fase II, sendo o ganho de

massa corporal no período, em gramas, obtido pela subtração entre a pesagem final

e a inicial.

Mortalidade

A mortalidade foi registrada no dia do evento e computada ao final do

período experimental. As aves mortas foram pesadas para ajuste do ganho de

massa corporal e da produção de ovos. As codornas feridas foram retiradas das

gaiolas para tratamento de assepsia dos ferimentos com solução azul de metileno.

Análises Estatísticas

Na segunda fase do primeiro experimento (42 a 63 dias de idade), foi utilizado

o delineamento em blocos casualizados (D.B.C), contendo os cinco tratamentos da

primeira fase, distribuídos em quatro baterias (estantes) de cinco andares. Foram

alojadas, em cada gaiola, as mesmas aves da fase I, respeitando o arranjo

experimental anterior. Cada bateria foi considerada um bloco, para evitar o efeito do

posicionamento das estantes dentro do galpão experimental.

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O modelo estatístico utilizado foi o:

Yijk = µ + Ti + Bj +eijk ;

Em que:

Yijk = observação referente ao i-ésimo tratamento sobre o j-ésimo bloco na k-ésima

repetição;

µ = constante geral

Ti = efeito relativo ao i-ésimo tratamento (i = 1, 2, 3, 4 e 5);

Bj = efeito relativo ao bloco j-ésimo (j = 1, 2, 3 e 4);

e(i)k) = erro aleatório, associado a cada observação, pressuposto NID (0; σ2).

3.1.2.3. Estimativa do Padrão de Crescimento Animal

A partir das estimativas regulares de peso tomadas nas diferentes unidades

experimentais, foi estimado o padrão de crescimento animal segundo o modelo de

Gompertz (1825), descrito por ZWIETERING et al. (1990):

Ŷ = a . exp [ - exp (b – c . t)]

Onde:

a = assíntota (massa esperada à maturidade)

b e c = parâmetros de escala sem significado biológico, t = tempo em semanas

Os dados foram submetidos às analises, utilizando-se o Programa Sistema

para Análises Estatísticas e Genética – SAEG, versão 8.0 (UFV, 1999). Estimou-se a

resposta em função dos níveis de lisina por meio da técnica de decomposição

ortogonal da soma de quadrados de tratamentos nos níveis quantitativos considerando

–se α=0,05.

A escolha dos modelos foi realizada por equações de regressão (quadrática e

LRP) e quando necessário aplicou-se o teste de Tukey para comparação de médias,

admitindo-se α=0,05 como nível crítico de probabilidade respeitando-se a interpretação

biológica da variável.

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3.2. EXPERIMENTO 2 – Exigência de Lisina para Codornas Japonesas em Postura

Local e Período de Execução

O segundo experimento foi conduzido no setor de avicultura da Unidade de

Apoio à Pesquisa em Zootecnia do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal /

CCTA / UENF, localizado no Município de Campos dos Goytacazes – RJ. O

segundo experimento teve a duração de 84 dias, sendo subdividido em três períodos

de 28 dias e compreendeu o período de nove de agosto de 2004 a primeiro de

novembro de 2004, até que as aves completassem 154 dias de idade.

Aves Experimentais

Foram utilizadas 400 codornas fêmeas, linhagem Fujikura, com idade inicial

de 63 dias e peso médio de 134,75+3,55g.

Instalações, Equipamentos e Manejo

As codornas foram separadas aleatoriamente e colocadas em gaiolas de

arame galvanizado, com dimensões de 1,0m de comprimento x 0,25m de largura x

0,20m de altura, com quatro subdivisões iguais de 0,25m, dispostas em cinco andares

com coletor de fezes sob cada gaiola.

Os comedouros e os bebedouros de cada gaiola utilizados foram do tipo calha,

em chapa metálica galvanizada, localizados na parte anterior e posterior,

respectivamente, percorrendo toda a extensão das gaiolas. Cada gaiola foi

contemplada com 20 aves, sendo os coletores de fezes limpos a cada três dias e os

bebedouros diariamente. Para evitar o efeito da má distribuição da luz dentro do

galpão, foram instaladas luminárias em posições que contemplassem todos os andares

de cada bateria. O programa de luz utilizado foi de 17 horas de luz (natural +artificial)

adaptado de acordo com o comprimento dos dias da região onde foi conduzido o

experimento.

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24

As rações experimentais foram acondicionadas em baldes plásticos, com

tampa, devidamente identificados e distribuídos em frente as baterias correspondentes.

Tanto a ração, como os baldes, foram pesados para controle do consumo de ração.

Não houve restrição no fornecimento de água nem de ração, sendo oferecidos à

vontade durante todo o período experimental.

Para mensuração das condições ambientais a que foram expostos os animais,

foi calculado o Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU), através da

equação descrita por BAETA e SOUZA (1997). Para isso foram registrados, três vezes

ao dia, dados dos termômetros de máxima, mínima, bulbo seco, bulbo úmido e globo

negro.

Tratamentos e Rações Experimentais

Foram testados cinco níveis de lisina total, sendo uma ração basal deficiente

em lisina e complementada com lisina sintética (L-lisina.HCl) para se obterem os

níveis eqüidistantes desejados. Os níveis lisina total testados foram: 0,60%; 0,80%;

1,00%; 1,20% e 1,40%. Para que esses níveis fossem alcançados, os percentuais

de L-lisina.HCl adicionados à ração foram, respectivamente: 0,0%; 0,191%; 0,383%;

0,573% e 0,765%. A lisina sintética foi adicionada em substituição ao amido de milho

em proporções equivalentes. As rações experimentais foram formuladas com milho,

farelo de soja e farelo de glúten de milho, utilizando-se o software SuperCrac 3.0,

seguindo as exigências nutricionais para codornas japonesas em crescimento

constantes no NRC (1994), com exceção da proteína bruta e lisina total.

Os insumos e as rações experimentais foram submetidas a análises

bromatológicas (%MS, %PB, %EE, %Ca, %P), segundo metodologias descritas por

SILVA (1990). O teor de proteína bruta encontrado no milho, farelo de soja, farelo de

trigo e farelo de glúten foram, respectivamente: 7,12%, 45,24%, 15,76% e 60,03%.

Posteriormente às análises, os percentuais dos aminoácidos (lisina,

metionina+cistina, treonina e triptofano) foram corrigidos e calculado o fósforo

disponível, a fim de garantir a composição nutricional desejada. As análises foram

realizadas nos Laboratórios de Zootecnia e Nutrição Animal e Laboratório de Solos

(CCTA/UENF). As composições alimentar e nutricional das rações experimentais

estão apresentadas da Tabela 3.

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Tabela 3 - Composição alimentar e nutricional da ração basal para codornas

japonesas em postura - Experimento 2

Composição Alimentar

Alimento Quantidade (%)

Milho 2 56,86

Farelo de Soja 45% 2 10,19

Farelo de Glúten de Milho 60 2 13,44

Farelo de Trigo 2 10,00

Calcário Calcítico 5,850

Fosfato Bicálcico 1,27

Amido de Milho 1,50

Suplemento Vitamínico e Mineral 1 0,50

Sal comum (NaCl) 0,30

L-Lisina.HCl (78,4%) 0,00

DL-Metionina (99%) 0,01

L-Treonina (99%) 0,07

BHT 5 0,01

Composição Nutricional Calculada

Proteína Bruta (%) 2 18,00

Energia Metabolizável (kcal/kg) 3 2.900

Fibra Bruta (%) 2,600

Cálcio (%) 4 2,500

Fósforo disponível (%) 0,350

Lisina Total (%) 3 0,600

Metionina + Cistina Total (%) 0,750

Treonina Total (%) 0,750

Triptofano Total (%) 0,190

Sódio (%) 0,150 1_ Premix Codornil 5 – Socil Guyomarch. Composição/kg do produto: Vit.A , 2.500.000 UI; Vit. D3 625.000 UI; Vit. E, 3.750 mg; Vit. K3, 500mg ; Vit. B1, 500 mg; Vit.B2, 1.000 mg; Vit. B6, 1000 mg; Vit B12, 3.750 mcg; Niacina, 7.500 mg; Ácido pantotênico, 4.000 mg; Biotina, 15 mg; Ácido fólico, 125 mg; Colina, 75.000 mg; Selênio, 45 mg; Iodo, 175 mg; Ferro, 12.525 mg; Cobre, 2.500 mg; Manganês, 19.500 mg; Zinco, 13.750 mg; Avilamicina, 20.000 mg; B.H.T., 500 mg; Vit. C, 12.500 mg. 2_ Analisado no Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal (CCTA/UENF) ; 3- Calculado segundo ROSTAGNO et al.(2000) 4_ Laboratório de Solos (CCTA/UENF); 5_ Antioxidante.

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3.2.1. Características de desempenho das codornas Peso Final das Aves

Ao final de cada período experimental (28 dias), todas as aves foram

pesadas, aos lotes, para verificar o peso das codornas ao final da fase de postura. O

peso médio final foi obtido pela razão entre o peso do lote e o número de aves de

cada gaiola.

Consumo Médio de Ração

A ração foi fornecida “ad libitum” e o seu consumo determinado no final de

cada período de 28 dias. Para o controle do consumo alimentar, a ração

correspondente a cada unidade experimental (gaiola) foi pesada e armazenada em

baldes identificados. Ao final de cada período experimental, a sobra da ração do

comedouro de cada unidade experimental foi devolvida ao balde correspondente,

pesada e por diferença determinado o consumo de ração acumulado, em gramas,

por ave no período.

Produção de Ovos

A produção de ovos é a porcentagem de ovos postos por dia em relação ao

número total de aves alojadas por lote. Os ovos foram coletados diariamente e a

porcentagem de postura calculada diariamente, sendo a produção final obtida pela

média do período de 28 dias.

Peso Médio dos Ovos

Após a coleta diária, todos os ovos foram pesados em balança digital (0,01g)

sendo o peso médio, em gramas, obtido pela razão entre o peso dos ovos de cada

gaiola e o número de ovos.

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Massa de Ovos

Os valores de massa de ovos foram obtidos multiplicando-se o número de

ovos produzidos em cada gaiola pelo peso médio dos ovos. A unidade utilizada foi

grama de ovo / ave / dia.

Conversão alimentar por massa de ovo

A conversão alimentar por massa de ovo foi obtida em grama de ovo/

ave/dia, através da divisão do consumo de ração (g), pela massa de ovos (g) postos

produzida no período de 28 dias.

Conversão alimentar por dúzia de ovos

A conversão alimentar por dúzia de ovos é a quantidade de ração

consumida, em gramas / ave, necessária para produzir 12 ovos.

Mortalidade

A mortalidade foi registrada no dia do evento e computada ao final do

período experimental. As aves mortas foram pesadas para ajuste do ganho de

massa corporal e da produção de ovos. As codornas feridas foram retiradas das

gaiolas para tratamento de assepsia dos ferimentos com solução azul de metileno.

Uniformidade

A uniformidade se expressa como a porcentagem dos pesos individuais que

estão dentro dos 10% da média atual do lote. É tão ou mais importante quanto o

peso médio do lote. É desejável que 80% das aves estejam no intervalo de 10% a

mais ou a menos, em relação ao peso médio do lote. Os pesos corporais foram

verificados ao final do período de crescimento de 50% das aves de cada lote.

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3.2.2. Constituição dos Ovos de Codorna

Além das características produtivas, estudaram as características do ovo,

que se constitui num dos principais fatores do sistema de produção e de consumo,

pois é esta a razão do sucesso de um produto à disposição do consumidor

(PICCININ, 2002).

Entre as características do ovo, incluem-se: o peso dos ovos, o peso médio

da casca, da gema e do albúmen e suas porcentagens em relação ao peso total do

ovo. Para avaliar as características qualitativas do ovo foram usados 10 ovos de

cada unidade experimental, recém - postos, coletados aleatoriamente, a cada 28

dias durante dois dias consecutivos. Foram determinada a média dos dois dias. Os

valores de conteúdo dos ovos forma obtidos pelo produto entre o número de ovos

postos e o peso médio dos mesmos, subtraído pelo peso das cascas.

Peso de Casca

As cascas foram identificadas e secas em estufa de ventilação forçada por

24 horas a 105oC. Após a secagem foi obtido o peso da casca, utilizando-se balança

com aproximação de 0,01g. Posteriormente, foi calculada sua porcentagem pela

fórmula ABDALLAH et al. (1993):

100% ×=PesoOvo

PesoCascaC

Porcentagem de Gema

As gemas foram separadas manualmente e pesadas. Foram calculados os

valores percentuais da gema sobre o peso do ovo.

100% ×=PesoOvo

PesoGemaG

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Porcentagem de Albúmen

O peso do albúmen foi obtido pela diferença da soma do peso da casca e da

gema pelo peso do ovo.

100)(% ×+−

=PesoOvo

PesoGemaPesoCascaPesoOvoA

Espessura da Casca

A obtenção da espessura da casca consiste, segundo metodologia descrita

por NORDSTROM & OUSTERHOUT (1982), na retirada de quatro pedaços da

casca seca mais a membrana, medindo entre 3 e 5 mm2, de posições eqüidistantes

da região equatorial do ovo. A espessura de cada pedaço foi medida com

micrometro externo da marca Mitutoyo modelo 103-137, com curso de 25mm, leitura

de 0,01mm e exatidão de + 0,002mm. A espessura da casca foi obtida a partir da

média das quatro medidas mensuradas.

Análises Estatísticas

No segundo experimento (63 a 154 dias de idade), foi utilizado o delineamento

em blocos casualizados (D.B.C), com medidas repetidas no tempo, contendo cinco

tratamentos (cinco níveis de lisina), quatro repetições distribuída em quatro baterias de

cinco andares com 20 codornas alojadas por unidade experimental, tendo sido

considerada a gaiola como unidade experimental e a bateria como bloco. O modelo

estatístico utilizado foi o seguinte:

Yijk = µ + Ti + Bj + eij + Pk (ij) + TPik + εijkl ;

Em que:

Yijkl = observação referente ao í-ésimo tratamento sobre o j-ésimo bloco no k-ésimo

período;

µ = constante geral

Ti = efeito relativo ao i-ésimo tratamento (i = 1, 2, 3, 4 e 5);

Bj = efeito relativo ao j-ésimo bloco (j = 1, 2, 3 e 4);

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eij = efeito residual das parcelas

Pk (ij) = efeito relativo ao k-ésimo período de 28 dias (k = 1, 2, e 3);

TPik = efeito relativo a interação entre o i-ésimo tratamento i e o k-ésimo período;

εijkl = erro aleatório, associado a cada observação, pressuposto NID (0; σ2).

Os dados foram submetidos às analises utilizando-se o Programa Sistema

para Análises Estatísticas e Genética – SAEG, versão 8.0 (UFV, 1999). A resposta das

variáveis analisadas foi avaliada em função da decomposição da soma de quadrados

referentes aos níveis de lisina em seus componentes linear, quadrático e cúbico.

A escolha dos modelos foi realizada por equações de regressão (quadrática e

LRP) e, quando necessário, aplicou-se o teste de Tukey para comparação de médias,

admitindo-se α=0,05 como nível crítico de probabilidade, respeitando-se a

interpretação biológica da variável.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. EXPERIMENTO I - Exigência de Lisina para Codornas Japonesas em

Crescimento

4.1.1. Condições Climáticas

Os dados de temperaturas máxima e mínima médias, de globo negro, da

umidade relativa do ar e do ITGU, no interior do galpão experimental durante as

fases I e II do período de crescimento (primeiro experimento) são apresentados na

Tabela 4.

Tabela 4 – Dados de temperaturas máxima e mínima médias, de globo negro, da

umidade relativa do ar e do ITGU, no interior do galpão experimental no

primeiro experimento

Temperatura do ar (oC) Umidade

relativa ITGU1

Máxima Máxima Máxima (%)

FASE I 28,42 +2,97 28,42 +2,97 28,42 +2,97 85,39 +7,99 73,41 +3,96

FASE II 31,57 +2,85 31,57 +2,85 31,57 +2,85 77,21 +5,83 77,22 +1,451 Índice da Temperatura do Globo Negro e Umidade

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Segundo MURAKAMI & ARIKI (1998), a temperatura ambiente ideal para

codornas está entre 28 e 30oC, até a terceira semana de vida e 18 e 21oC após esse

período. De acordo com os mesmos autores, as codornas japonesas resistem bem

às altas temperaturas. Ao contrário, quando expostas às temperaturas inferiores a

8oC, reduzem, ou mesmo, cessam a produção de ovos, pois destinam o sangue para

manutenção da homeostase.

Visando a obter maior acurácia nas inferências, o ITGU é mais preciso que

os dados de temperatura e umidade isolados. Segundo MEDEIROS & VIEIRA

(1997), o ITGU abaixo de 72 é mais propício para criação de animais oriundos de

clima temperado, porém até 76 não há efeito sobre a homeostase. Devido à época

em que foi conduzido o primeiro experimento (inverno), ocorreram variações bruscas

nas condições ambientais, porém o ITGU calculado durante as fases I e II indicam

que as aves podem ter elevado a freqüência respiratória sem afetar basicamente a

homeostase.

4.1.2. Características de Desempenho das Codornas

A mortalidade registrada no período foi de 11%, sendo a morte súbita a

causa principal da mortalidade entre as aves. A uniformidade média não foi afetada

pelos tratamentos, sendo calculada em 87,50%. Isso indica que todas as aves

conseguiram consumir uma quantidade homogênea de nutrientes, não

caracterizando efeito de dominância entre as aves ou problemas de ordem

patológica. As características de desempenho de codornas japonesas durante a fase

I do primeiro experimento (1 a 42 dias) estão apresentados na Tabela 5.

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Tabela 5 – Efeito dos níveis de lisina sobre o peso médio das aves (PA), consumo

de ração acumulado (CR), consumo de médio de ração (CM), ganho de

massa corporal acumulado (GM) e conversão alimentar (CA), com

respectivos coeficientes de variação (CV), erros padrão (Erro) e níveis

descritivos de probabilidade (Valor P)

Níveis de Lisina Total na Ração (%)

Variáveis 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50 Média CV Erro Valor P

PA (g) 120,5 121,5 120,9 121,1 119,5 120,7 2,41 1,45 0,8877ns

CR (g) 450,2 457,4 449,1 449,5 447,8 450,8 2,37 5,35 0,7378ns

CM (g) 10,72 10,87 10,7 10,7 10,66 10,7 2,41 0,12 0,7733ns

GM (g) 113,0 114,1 113,8 113,8 112,1 113,4 2,56 1,45 0,8663ns

CA (g) 4,6 4,5 4,6 4,48 4,49 4,5 3,98 0,09 0,8201ns

ns: não significativo pelo teste F (P > 0,05)

Não foi verificado efeito dos níveis de lisina total (P>0,05) sobre nenhuma

das características avaliadas no presente estudo. Os resultados indicam que a lisina

contida na ração basal (sem suplementação) foi suficiente para atender às

exigências das aves no período de um a 42 dias de vida.

Os resultados para todas as variáveis são diferentes dos verificados por

MORRIS et al. (1987), que concluíram que a suplementação de lisina geralmente

aumenta a taxa de crescimento de frangos jovens, em conjunto com níveis de

proteína bruta de até 23%.

O nível de proteína bruta de 20,70% utilizado no presente estudo, abaixo do

descrito no NRC (1994), pode ter contribuído para a não-observação de diferença

estatística entre os tratamentos. É possível que, se o nível de proteína bruta utilizado

na ração tivesse sido superior, com conseqüente elevação dos níveis de outros

aminoácidos limitantes, os resultados pudessem ter sido diferentes estatisticamente,

como ocorreu nos estudos de PINTO (2002).

D’MELLO (1988) observou que a proteína extra nas dietas com 280 g de

proteína bruta/kg provavelmente diminuiu a utilização de lisina pelo frango jovem

quando nenhuma suplementação de lisina foi usada. Durante a disponibilização de

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aminoácidos em excesso, o frango jovem faz uso menos eficiente do aminoácido

limitante, possivelmente, em parte, um reflexo do custo energético da metabolização

desses excedentes.

A relação lisina: proteína bruta para o menor nível utilizado (0,90%) foi de

4,34%, valor próximo a 5,4% descrito no NRC (1994). Isto pode explicar a ausência

de efeito dos níveis de lisina sobre as características avaliadas. Além dos resultados

terem sido estatisticamente semelhantes, pode-se reduzir o percentual de proteína

bruta na composição da ração, de 24,0%, como descrito no NRC (1994) para

20,70%, favorecendo na redução dos custos com fontes protéicas.

4.1.3. Rendimento do Abate e dos Cortes Comerciais de Codornas

Nenhuma das variáveis sofreu efeito dos tratamentos níveis de lisina total

(P>0,05), estando os resultados de acordo com os encontrados por RIBEIRO (2002),

testando seis níveis de lisina digestível para codornas japonesas em crescimento.

Vários autores, trabalhando com frango de corte, alimentados com rações contendo

diferentes níveis de lisina, não observaram efeito significativo sobre rendimento de

cortes comerciais da carcaça, ARAÚJO et al. (1998); MORI et al. (1999);

CONHALATO et al. (1999) e BARBOZA et al. (2000).

SHIN & VORHA (1984) explicam que as codornas têm baixa capacidade de

deposição tecidual. Isso vai em contradição ao descrito por NASCIMENTO (2003),

quando se trata de frangos de corte, pois apresentam elevada taxa de deposição

maximizada com a suplementação de lisina. Pode-se inferir que as codornas não

apresentam metabolismo tão especializado como os frangos de corte, não devendo

serem estes objetos de parametrização para programas nutricionais.

Na Tabela 6, são apresentados os resultados do rendimento do abate e dos

cortes comerciais das codornas japonesas abatidas aos 42 dias de vida.

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Tabela 6 – Efeito dos níveis de lisina na ração sobre o rendimento do abate e dos

cortes comerciais de codornas japonesas abatidas aos 42 dias de vida,

com respectivas médias, coeficientes de variação (CV%), erros padrão

(Erro) e níveis descritivos de probabilidade (Valor P)

% Lisina PV (g) %PEI %COX %COR %FIG %MOE %COM

0,90 116,64 25,63 18,84 1,28 2,08 3,42 47,25

1,05 119,64 24,08 14,11 1,06 2,07 3,26 44,58

1,20 124,79 23,53 14,25 1,07 2,14 2,98 43,97

1,35 116,45 25,72 15,13 0,98 2,06 3,08 46,97

1,50 111,56 25,92 15,25 1,12 1,87 3,15 47,31

Média 117,82 24,98 15,52 1,10 2,04 3,18 46,02

CV (%) 9,21 8,01 8,31 15,57 15,03 7,39 6,55

Erro 5,43 1,00 0,61 0,09 0,15 0,12 1,51

Valor P 0,5480ns 0,3651ns 0,6031ns 0,2257ns 0,7863ns 0,1489ns 0,3834ns

ns = não significativo pelo teste F (P > 0,05) Em que: PV (g): peso vivo / %PEI: porcentagem de peito / %COX: porcentagem de coxa e

sobrecoxa / %COR: porcentagem do coração / %FIG: porcentagem do fígado / %MOE:

porcentagem da moela / %COM: porcentagem comestível da carcaça

4.1.4. Fase II - Efeito dos Níveis de Lisina Fornecidos Durante a Fase de

Crescimento sobre o Desempenho das Codornas na Fase Inicial de Produção

A idade das aves ao primeiro ovo não teve comportamento linear, porém as

aves que receberam o nível mais baixo de lisina foram as que iniciaram a postura

mais tardiamente. A idade ao primeiro ovo, de acordo com os níveis crescentes de

lisina total, foram, respectivamente, 41,5; 40,25; 38,75; 40,25 e 40,0 dias de idade. O

nível em que as aves apresentaram mais precocidade ao primeiro ovo foi de 1,20%

de lisina total.

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Também foi observado efeito dos níveis de lisina total sobre a idade das

aves ao atingirem 5% de postura. A idade foi menor quanto maior foi o nível de lisina

fornecido, sendo, respectivamente, 45; 44; 43; 43 e 42 dias de idade. Os resultados

obtidos durante a fase II do período de crescimento são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7 – Peso final (PF), ganho de massa corporal (GM), produção de ovos (PR),

peso médio dos ovos (PO) e massa de ovos (MO) de codornas

japonesas alimentadas com ração de postura durante a fase II do

experimento I (42 a 63 dias), com respectivas médias, coeficiente de

variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis descritivos de probabilidade

(Valor P) de acordo com o nível de lisina na ração

Níveis de Lisina Total na Ração (%) Variáveis 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50 Média CV% Erro Valor PPF (g) 143,9 142,7 143,6 140,7 143,4 142,9 3,93 2,81 0,929ns

GM (g/ave) 24,78 23,88 26,12 21,32 22,84 23,79 17,35 2,06 0,556ns

PR (%/ dia) 56,95 69,54 69,23 62,81 71,37 65,98 12,35 4,08 0,135ns

PO (g) 9,82 9,75 9,76 9,71 9,92 9,792 4,31 0,21 0,958ns

MO (g/ave/dia) 3,67 4,61 4,35 3,73 4,53 4,178 18,85 0,39 0,327ns

ns = efeito não significativo pelo teste F (P > 0,05)

As características avaliadas durante a fase II do período de crescimento não

foram afetadas pelos tratamentos. Isso indica que, independentemente dos níveis de

lisina fornecidos na fase de crescimento, as características de postura não são

alteradas, uma vez fornecida ração de postura que contenha níveis nutricionais

adequados.

Apesar dos resultados obtidos não serem estatisticamente diferentes, nota-

se que para o nível de 0,90% de lisina total na ração, ocorreu a menor taxa de

postura, conseqüentemente, menor massa de ovos produzida. Como são

características de importância econômica, deve-se levar em consideração a relação

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benefício:custo da suplementação de lisina, a fim de maximizar o sistema de

produção de codornas.

CORREIA (2003) não encontrou diferença significativa ao avaliar o efeito

residual de metionina mais cistina sobre as características de postura para codornas

japonesas durante o período de 40 a 61 dias. Porém não foram encontrados relatos

na literatura sobre efeito residual de lisina para codornas japonesas.

Os resultados indicam que independentemente dos níveis de lisina,

propostos no presente estudo, fornecidos durante fase de crescimento, as

características no início da postura não são alteradas, uma vez fornecida ração de

postura que contenha níveis nutricionais adequados.

Não foi constatada diferença significativa entre tratamentos (P >0,05) quanto

aos padrões de crescimento das aves (Tabela 8 e Figura 1). A taxa de crescimento

não aumentou com o fornecimento dos níveis crescentes de lisina. A curva de

crescimento foi estimada para cada tratamento.

Tabela 8 – Estimativas dos parâmetros da curva de crescimento animal de acordo

com os diferentes níveis de lisina pelo modelo de GOMPERTZ (1925)

Parâmetros Tratamentos

(% de Lisina) a1 b2 c3

0,90 144,7+4,00 1,2195+0,004 0,0705+0,003

1,05 145,7+2,4 1,2267+0,022 0,0709+0,002

1,20 143,1+2,4 1,2494+0,025 0,0735+0,002

1,35 141,5+5,1 1,2147+0,054 0,0738+0,005

1,50 140,7+3,4 1,1993+0,035 0,0721+0,003 1 Assíntota (massa esperada à maturidade) 2 e 3 parâmetros de escala sem significado biológico

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Figura 1 – Estimativas de curvas de crescimento de codornas japonesas em função

dos níveis de lisina na ração segundo modelo de GOMPERTZ (1925)

4.2. Experimento 2 - Níveis de Lisina para Codornas Japonesas em Fase de

Postura

4.2.1. Condições Climáticas

Os dados de temperaturas máxima e mínima médias, de globo negro, da

umidade relativa do ar e do ITGU, no interior do galpão experimental nos diferentes

períodos do experimento 2 são mostrados na Tabela 9.

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Tabela 9 - Dados de temperaturas máxima e mínima médias, de globo negro, da

umidade relativa do ar e do ITGU, no interior do galpão experimental nos

períodos I, II, III do experimento de postura (63 a 154 dias)

Temperatura do ar (oC)

Umidade

relativa do ar ITGU1

Mínima Máxima (%)

Período I 20,3+2,70 28,6+2,63 85,1+8,97 72,0+4,15

Período II 21,4+1,49 31,3+1,36 83,3+7,15 73,4+3,12

Período III 24,7+2,76 33,7+2,80 -- -- 1 Índice da Temperatura do Globo Negro e Umidade

Segundo MURAKAMI & ARIKI (1998), a temperatura ambiente ideal para

codornas após a terceira semana de vida está entre 18 e 21oC. As temperaturas

registradas durante os períodos experimentais ficaram sempre acima do

recomendado na literatura REIS (1980), LIMA (1996), MURAKAMI & ARIKI (1998) e

PINTO (2002). Visando a obter maior acurácia nas inferências, o ITGU é um índice

mais preciso que os dados de temperatura e umidade isolados.

Segundo MEDEIROS e VIEIRA (1997), o ITGU abaixo de 72 é o mais

propício para criação de animais oriundos de clima temperado, porém até 76 não há

efeito sobre a homeostase.

Como pode ser observado na Tabela 9, ocorreram momentos de elevada

temperatura e umidade relativa do ar dentro do galpão. Porém esses picos não

foram capazes de elevar o ITGU a ponto de comprometer as funções fisiológicas e

conseqüentemente, a produtividade das aves. A conseqüência de um ITGU elevado

poderia se refletir numa maior mortalidade e/ou morbidade das aves, o que não foi

verificado no presente estudo. Não foi possível calcular o ITGU no terceiro período

devido a defeito verificado no psicrômetro.

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4.2.2.Características de Desempenho das Codornas

As características de desempenho, peso médio das aves, peso médio dos

ovos e conversão alimentar por massa de ovos e conversão alimentar por dúzia de

ovos, foram afetadas pelo período experimental. Ao contrário, a massa de ovos não

foi influenciada pelo período experimental, tão pouco pelos níveis de lisina na ração.

Os resultados de peso médio das aves e peso médio dos ovos encontram-se na

Tabela 10.

Tabela 10 - Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis descritivos de probabilidade (Valor P) das variáveis peso médio das aves em gramas (PMA) e peso médio dos ovos em gramas (PMO) de acordo com os níveis de lisina na ração em função dos diferentes períodos experimentais

PMA (g) PMO (g) Períodos Períodos Níveis (%) 1 2 3 Média 1 2 3 Média 0,60 134,3 136,4 142,1 137,6 10,22 10,01 10,49 10,24 0,80 137,6 142,2 149,9 143,2 10,44 10,22 9,99 10,22 1,00 140,0 142,3 150,1 144,1 10,39 10,38 10,78 10,52 1,20 136,4 145,0 149,3 143,6 10,23 10,20 10,62 10,35 1,40 140,5 145,3 147,9 144,6 10,50 10,46 10,82 10,59 Média 137,8a 142,3b 147,8c 142,1 10,36ab 10,25a 10,54b 10,33 CV(%) 3,73 5,01 4,53 4,42 2,40 3,34 6,34 4,03 EP 1,820 2,74 3,77 2,78 0,12 0,15 0,33 0,2 Valor P 0,0000* 0,0223*

* Efeito significativo relativo ao período experimental pelo teste F (p<0,05) 1 médias nas linhas seguidas por letras diferentes, são diferentes pelo teste de Tukey (P<0,05).

Peso Médio das Aves

O peso médio das aves, em gramas, foi influenciado pelo período de

observação (P<0,05), porém não observado efeito dos níveis, de lisina na ração.

Porém, pode-se observar, na Tabela 10, que o nível de 0,60% de lisina promoveu

um menor peso entre as codornas em relação aos demais níveis.

Mesmo não havendo diferença estatística (P>0,05), é importante ser

discutido, principalmente sob o ponto de vista econômico. Uma pequena diferença

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entre peso de aves, pode representar um montante considerável dentro do sistema

de produção, devendo ser este a ferramenta de decisão do coturnicultor em optar ou

não pela suplementação com lisina sintética.

O peso médio das aves aumentou nos diferentes períodos de observação de

28 dias. Esses resultados estão em consonância com os reportados por PINTO

(2002) e RIBEIRO (2002). Segundo SHIN & VORHA (1984), as codornas japonesas

apresentam baixa capacidade de deposição tecidual e o baixo peso corporal em

relação à massa de ovos produzida diariamente que é predominante à do ganho de

peso (LESSON, 1999).

Peso Médio dos Ovos

O peso médio dos ovos, em gramas, não foi afetado pelos níveis de lisina na

ração (P>0,05), entretanto houve diferença em relação aos períodos de observação

sendo registrado o maior peso médio dos ovos no terceiro período.

RIBEIRO et al. (2003) observaram a mesma tendência ao testar cinco níveis

de lisina e dois de proteína bruta com codornas mestiças (japonesa x européia) em

postura. PINTO (2002), observou efeito linear positivo sobre o peso médio dos ovos

e concluiu que os níveis de lisina digestível utilizados (0,80% a 1,30%) não foram

suficientes para promover peso máximo dos ovos. Segundo LATSHAW (1976) a

exigência de lisina para peso dos ovos é mais elevada do que para máxima

produção. OLIVEIRA et al. (1999) observaram efeito quadrático para tal

característica recomendando 1,08% de lisina em rações com 19,0% de proteína

bruta.

Os resultados relativos à massa de ovos (MO), conversão alimentar por

massa de ovos (CAM) e conversão alimentar por dúzia de ovos (CAD), são

apresentadas na Tabela 11.

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Tabela 11 - Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis descritivos de probabilidade (Valor P) das variáveis massa de ovos (MO), conversão alimentar por massa de ovos (CAM) e conversão alimentar por dúzia de ovos (CAD), de acordo com os níveis de lisina na ração em função dos diferentes períodos experimentais

MO CAM CAD (g ovo/ave/dia) (g ração /g ovo) (g ração / Dz ovo) Períodos Períodos Períodos Níveis (%) 1 2 3 Média 1 2 3 Média 1 2 3 Média0,60 7,77 7,58 7,27 7,54 2,69 3,44 3,22 3,12 318,7 407,0 409,7 378,5 0,80 8,24 7,94 7,96 8,047 2,57 3,40 3,10 3,02 307,6 402,1 370,6 360,1 1,00 8,34 8,24 8,50 8,36 2,72 3,38 3,10 3,07 337,4 412,7 395,8 382,0 1,20 7,77 8,43 8,37 8,19 2,41 2,85 2,86 2,71 283,7 348,8 365,5 332,7 1,40 8,14 8,29 8,49 8,31 2,82 3,16 2,94 2,97 337,4 386,1 393,3 372,3 Média 8,05 8,09 8,12 8,03 2,64a 3,24b 3,05c 2,98 316,9a 391,3b 387,0b 363,3 CV(%) 6,62 8,35 12,95 9,31 11,93 15,24 9,33 12,17 14,21 13,17 9,54 12,31 EP 0,33 0,2 0,31 0,28 0,18 0,21 0,13 0,17 19,35 24,79 23,61 22,58 Valor P 0,8610 ns 0,0000* 0,0000*

ns: não significativo pelo teste F (p>0,05)

* Efeito significativo relativo ao período experimental pelo teste F (p<0,05) 1 médias nas linhas seguidas por letras diferentes, são diferentes pelo teste de Tukey (P<0,05).

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Massa de Ovos

A massa de ovos (grama de ovo/ ave/ dia) não foi influenciada pelos

tratamentos nem pelos períodos experimentais. Essa tendência não foi observada

por RIBEIRO (2003), que recomendou o nível de 1,08% de lisina total na ração com

23% PB para máxima produção de massa de ovos. PINTO (2002) observou efeito

quadrático na massa de ovos de acordo com níveis crescentes de lisina digestível,

sendo o ponto de máxima função de 1,12% de lisina digestível.

Mesma observação foi feita por OLIVEIRA et al. (1999) que, apesar de ter

recomendado 1,08% de lisina total, concluiu que uma ração com 19% PB e 1,00%

de lisina total é suficiente para atender às exigências nutricionais para valor máximo

de massa de ovos.

Conversão Alimentar por Massa de Ovos

Esta característica não foi influenciada pelos níveis de lisina, mas pelos

períodos de observação, em que a melhor conversão foi observada no primeiro

período de 28 dias. Como a massa de ovos não sofreu influência dos níveis de lisina

nem dos períodos de observação, conclui-se que a eficiência alimentar das codornas

diminui com o tempo, sendo necessário ingerir uma maior quantidade de ração para

produzir massa de ovos equivalentes.

Estes resultados estão de acordo com a tendência observada por OLIVEIRA

et al., (1999) apenas concluindo que níveis de 0,65% de lisina não atendem às

exigências para melhor conversão alimentar por massa de ovos.

Entretanto, efeito quadrático foi observado por RIBEIRO et al. (2003) que

para uma conversão de 2,56 (g/g), recomendaram 1,12% de lisina total. PINTO

(2002) encontrou o ponto de mínima função de 1,050% de lisina digestível para

melhor conversão alimentar.

Conversão Alimentar por Dúzia de Ovos

Assim como a característica anterior, esta também não foi influenciada pelos

níveis de lisina, mas sim pelo período de observação. A conversão piorou com a

idade das codornas, sendo reflexo de uma menor produção de ovos (77,26%) e

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maior consumo médio de ração (24,27g) no terceiro período, em relação ao primeiro

período de observação.

OLIVEIRA et al. (1999) também não encontraram diferenças entre níveis de

lisina sobre a conversão alimentar por dúzia de ovos, enquanto RIBEIRO et al (2003)

observaram efeito quadrático sendo a melhor conversão alcançada com 1,08% de

lisina. Os resultados de produção de ovos e consumo médio de ração nos diferentes

períodos de observação são apresentados na Tabela 12.

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Tabela 12 –Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis descritivos de probabilidade (Valor P) para as variáveis produção de ovos - % de ovos /período (PRO) e consumo médio de ração – gramas por ave dia (CMR) de acordo com os níveis de lisina na ração (N) em função dos diferentes períodos experimentais (P) e suas respectivas interações (N x P)

Nível de Lisina na ração (%) Valor P1

Variável Período 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 Média CV% EP N P N x P 1 76,04 79,00 80,26 75,88 77,53 77,74 4,87 77,74 ns ns ns

PRO (%) 2 75,80 77,71 79,30 82,94 79,27 79,00 6,65 2,35 ns ns ns 3a 69,22 81,21 78,55 78,80 78,52 77,26 11,99 2,27 ns ns 0,0437**

Média 73,69 79,31 79,37 79,21 78,44 78,00 7,84 27,45

1b 26,38 20,97 22,67 18,66 22,79 22,29 25,39 1,56 ns ns 0,0484* CMR (g) 2 21,96 26,87 27,73 24,00 25,96 25,30 18,41 1,40 ns ns ns

3 21,92 24,53 26,28 23,90 24,74 24,27 13,02 24,27 ns ns ns Média 23,42 24,12 25,56 22,19 24,50 23,96 18,94 9,08

1 N, P e NxP = efeitos relativos ao nível de lisina na ração, período de avaliação e sua interação, respectivamente; ** efeito linear response plateu (LRP) referente aos níveis de lisina na ração; * efeito linear referente aos níveis de lisina na ração; ns: não significativo pelo teste F (P>0,05); a Ŷ = 52,1783 + 35,075 x (r2 =0,55); b Ŷ = 27,04 – 4,747 x (r2 = 0,35).

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Produção de Ovos

Com relação à produção de ovos (%/postura/dia), observou-se interação

significativa (P<0,05) entre níveis de lisina e períodos de observação. Ao efetuar-se

o desdobramento desta interação, observou-se efeito sobre a produção de ovos no

terceiro período. O efeito desta interação pode ser explicado pelo declínio na

produção de ovos com o envelhecimento das aves, fazendo com que uma demanda

maior por aminoácidos essenciais, como a lisina, aumente como estratégia

fisiológica para minimizar a queda na postura (KLASING, 1998). Foram utilizadas

dois modelos de regressão para estimar o nível de lisina: a polinomial do segundo

grau (quadrática) e a Linear Response Plateau (LRP).

Tendo em vista que a exigência nutricional não é uma característica do

animal, mas sim, o nível que vai maximizar o lucro em circunstâncias específicas de

alimentação, os níveis nutricionais, portanto, tornam-se parte de decisões de manejo

e variam no tempo e na localização (FISCHER, 2004).

A decisão para escolha do melhor nível deve ser a associação entre melhor

desempenho (maior produção) e menor custo. Quando foi utilizada o modelo de

regressão quadrática, o nível de lisina estimado foi de 1,10% para uma produção de

ovos de 81,0%, através da equação Ŷ = 33,644 + 85,322 x – 38,61 x2 (r2 = 0,25).

Porém, quando o modelo utilizado foi o LRP, o nível estimado foi de 0,75%

de lisina para uma produção de 77,60%, obtido através da equação Ŷ = 52,1783 +

35,075 x (r2 =0,55). A ilustração dos dois modelos utilizados, com seus respectivos

pontos de máxima função e equações de predição está na Figura 2.

Baseado nos argumentos supracitados, optou-se, no presente estudo, pelo

nível de 0,75% de lisina para codornas japonesas em postura.

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Figura 2 – Produção de ovos (PRO) em função do nível de lisina da ração para

codornas japonesas utilizando-se o modelo LRP e quadrático

Esse resultado é 25% inferior ao do NRC (1994) e 31,8% menor, quando se

utilizou a regressão polinomial de segundo grau como ferramenta de estimação da

exigência de lisina.

A relação lisina : proteína bruta de 4,2%, calculada neste trabalho, está

abaixo da descrita pelo NRC (1994), que é de 5,0%. Além disso, também está

abaixo do relatado por RIBEIRO et al. (2003) e OLIVEIRA et al. (1999), propondo o

nível de 1,07% de lisina numa ração com 20% e 19% de proteína bruta,

respectivamente, e uma relação lisina: proteína de 5,3% para máxima produção.

PINTO (2002) encontrou efeito quadrático sobre a postura de codornas e

recomendou 1,045% de lisina digestível para maximizar a taxa de postura.

Como pode ser constatado pelos resultados relatados, essa menor relação

lisina:proteína bruta pode ser utilizada, pelo coturnicultor, como ferramenta para

Níveis de lisina na ração (%)

Prod

ução

de

Ovo

s (%

/ pe

ríodo

)

LRP: Ŷ = 52,1783 + 35,075 x (r2 =0,55) Quadrática: Ŷ = 33,644 + 85,322 x – 38,61 x2 (r2 = 0,25)

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redução dos custos com fontes protéicas, o que poderá proporcionar maior eficiência

econômica da atividade.

A diferença encontrada na relação lisina:proteína bruta, do presente estudo,

quando comparada com a literatura supracitada, pode ser explicada, em parte, pela

diferente metodologia utilizada para estimação do melhor nível de lisina . Quando se

utiliza o LRP como ferramenta de estimação de exigências nutricionais, o nível

obtido será sempre inferior ao nível estimado por equações polinomiais.

Consumo Médio de Ração

Houve interação significativa (P<0,05) entre tratamento e período, sendo

observado efeito linear negativo no primeiro período de 28 dias (Tabela 11),

indicando que, quanto maior o nível de lisina na ração, menor foi o consumo médio,

como ilustrado na Figura 3. Nos dois períodos seguintes o efeito não foi significativo.

Esses resultados seguem a mesma tendência observada por PINTO (2002),

que justificou o consumo de 21,54 a 23,36 g/ave/dia, devido ao maior consumo de

lisina com aumento dos níveis na ração, uma vez que uma maior ingestão de lisina

deprecia o consumo médio de ração pelas aves. RIBEIRO (2002) não observou

efeito dos níveis de lisina sobre a característica consumo de ração.

No primeiro período, o consumo médio de ração foi de 22,29g /ave/ dia,

sendo o mais baixo dentre todos os períodos, com exceção do nível de 0,60% que,

ao contrário, foi mais elevado neste período. Provavelmente, as aves consumiram

mais ração para compensar a deficiência de lisina, uma vez que todas as rações

experimentais eram provenientes de uma mesma ração basal.

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Figura 3 – Consumo médio de ração, em gramas (CRM), em função do nível de

lisina da ração para codornas japonesas

Mortalidade

A mortalidade total no segundo experimento foi de 13,75%, sendo

considerada elevada para um sistema de produção eficiente. As principais causas de

mortalidade foram prolapso de oviduto, enforcamento na gaiola, brigas e morte

súbita. O prolapso de oviduto é observado com maior freqüência nos período inicial

de postura, uma vez que algumas aves não possuem oviduto preparado para

suportarem o ritmo de produção de ovos crescente.

Apesar da mortalidade total ter sido elevada, sob o ponto de vista

zootécnico, não parece ter sido influenciada pelas elevadas temperaturas durante os

períodos experimentais, uma vez que o ITGU calculado para os períodos encontram-

se dentro dos limites de equilíbrio homeostástico, como descrito por MEDEIROS e

VIEIRA (1997).

Níveis de lisina na ração (%)

Ŷ = 27,04 – 4,747 x (r2 = 0,35) C

onsu

mo

Méd

io d

e R

ação

(g

/ave

/dia

)

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A taxa de mortalidade registrada durante os períodos experimentais foram

respectivamente para o primeiro, segundo e terceiro períodos, 4,00%; 7,35% e

2,40%.

Uniformidade

A uniformidade variou com os períodos experimentais, mas não a ponto de

comprometer a condução do experimento.

O menor índice de uniformidade foi registrado no segundo período, 81,0%,

porém dentro do recomendado pelo Guia de manejo de poedeiras Hy-line (2003).

Provavelmente, houve menor uniformidade nesse período devido à maior

mortalidade registrada no mesmo período. As uniformidades calculadas no primeiro,

segundo e terceiro períodos experimentais foram, respectivamente, 86,0%, 81,0% e

87,5%.

4.2.3. Constituição dos Ovos de Codornas

A constituição básica de um ovo de codorna, de acordo com GARCIA (2001)

,é de 31,22 de gema, 56,77% de albúmen e 8,62% de casca mais membranas. As

médias das características de constituição do ovo avaliadas nos diferentes

tratamentos (níveis de lisina) estão apresentadas na Tabela 13.

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Tabela 13 – Porcentagem de gema (GE), albúmen (%AB), casca (%CC) e espessura

da casca (EC) em milímetros, em função dos níveis de lisina nas

rações, com respectivas médias, coeficientes de variação (CV%),

erro padrão (EP) e níveis descritivos de probabilidade (P)

Nível de Lisina na ração (%)

Variável 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 Média CV% EP P

%GE 29,23a 29,51ab 30,45b 29,89ab 29,87ab 29,79 2,20 0,23 0,03*

%AB 61,49 62,31 61,37 61,76 61,70 61,73 2,00 0,26 0,16ns

%CC 8,31 8,26 8,18 8,27 8,43 8,29 3,63 0,08 0,28ns

EC(mm) 0,2449 0,2411 0,2377 0,2370 0,2446 0,2411 3,24 0,002 0,09ns

* Efeito significativo relativo ao nível de lisina da ração (P<0,05); 1 Médias nas linhas seguidas por letras diferentes, são diferentes pelo teste de Tukey (P<0,05); ns Efeito relativo ao período experimental não significativo (P>0,05).

Com exceção da porcentagem de albúmen, todas as características foram

influenciadas pelos períodos de observação. A porcentagem de gema aumentou

linearmente até o nível de 1,00% de lisina na ração com discreta redução quando se

elevou os níveis.

Pode-se afirmar, baseando-se em resultados encontrados na literatura

(GARCIA, 2001 e RIBEIRO, 2002), que suplementar a ração com lisina na busca de

melhor qualidade dos ovos, não é recomendado. Isto, provavelmente, ocorre porque

a lisina desempenha uma função mais específica com a produção de ovos, do que

na constituição do ovo em si. Na Tabela 14 são apresentadas as porcentagens de

gema, albúmen, casca e espessura da casca de acordo com os níveis de lisina na

ração.

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Tabela 14 – Médias, coeficientes de variação (CV%), erro padrão (EP) e níveis descritivos de probabilidade (Valor P) para as variáveis porcentagens de gema (%GE), albúmem (%AB), casca (%CC) e espessura da casca, em milímetros (EC), de acordo com os níveis de lisina na ração (N) em função dos diferentes períodos experimentais (Per) e suas respectivas interações (N x Per)

GE (%) AB (%) CC (%) EC (mm) Períodos Períodos Períodos Períodos

Níveis (%) I II III Média I II III Média I II III Média I II III Média 0,60 29,50 29,11 29,29 29,30 61,88 62,83 59,77 61,49 8,63 8,04 8,27 8,31 0,2580 0,2502 0,2271 0,2451 0,80 28,98 29,42 30,12 29,51 62,29 62,65 62,01 62,32 8,71 7,93 8,13 8,26 0,2512 0,2466 0,2255 0,2411 1,00 29,86 30,92 30,58 30,45 61,53 61,05 61,52 61,37 8,64 8,00 7,90 8,18 0,2504 0,2367 0,2261 0,2377 1,20 29,16 30,08 30,43 29,89 61,80 62,07 61,42 61,76 8,81 7,85 8,16 8,27 0,2516 0,2324 0,2272 0,2371 1,40 29,99 29,47 30,15 29,87 61,05 62,36 61,73 61,71 9,00 8,17 8,13 8,43 0,2609 0,2470 0,2258 0,2446

Média1 29,50a 29,80ab 30,07b 29,79 61,71 62,19 61,29 61,73 8,76a 8,00b 8,12b 8,29 0,2544a 0,2426b 0,2263c 0,2411 CV(%) 2,93 4,83 3,87 3,88 1,49 2,25 2,87 2,2 3,47 3,02 3,25 3,25 3,72 6,29 0,68 3,56

EP 0,20 0,37 0,46 0,34 0,23 0,34 0,86 0,48 0,12 0,18 0,12 0,14 0,009 0,004 0,001 0,005

Valor P Valor P Valor P Valor P N 0,0106* 0,1244ns 0,2428ns 0,0585ns

Per 0,0328* 0,0822ns 0,0000* 0,0000* N x Per 0,0998ns 0,2379ns ns 0,2736 ns

* Efeito significativo relativo ao período experimental; 1 Médias nas linhas seguidas por letras diferentes, são diferentes pelo teste de Tukey (P<0,05); ns: Efeito relativo ao período experimental não significativo pelo teste F(P>0,05).

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Porcentagem de Gema

A porcentagem de gema foi influenciada pelo período de observação e pelos

níveis de lisina na ração. Observou-se que a porcentagem de gema aumentou a

cada período de 28 dias, em que foi observado menor e maior percentual no

primeiro e terceiro período, respectivamente. Isso deve-se, provavelmente, à

diminuição da porcentagem e espessura da casca a cada período de observação, o

que favoreceu um aumento da quantidade de gema, uma vez que a porcentagem de

albúmen não foi alterada.

A porcentagem média de gema de 29,79% foi inferior à encontrada por

RIBEIRO (2002), 31,09% e GARCIA (2001), 31,22% de gema. RIBEIRO (2002) não

encontrou diferença significativa para essa característica ao avaliar a qualidade

interna dos ovos de codornas alimentadas com cinco diferentes níveis de lisina total.

Porém observou aumento no peso das gemas quando aumentou o nível de proteína

bruta de 20% para 23%.

Porcentagem de Albúmen

Esta característica não sofreu alteração pelos níveis de lisina testados, nem

dos períodos de observação. Porém, apresentou-se superior quantitativamente ao

descrito por SINGH & PANDA (1987), GARCIA (2001) e PICCININ (2002), sendo

similar ao encontrado por RIBEIRO (2002) que foi de 60,76% em rações com 20%

de proteína bruta e níveis crescentes de lisina total e 60,54% quando elevou a

proteína bruta da ração para 23%.

Segundo PICCININ (2002), quando se eleva o nível de proteína bruta para

24% em rações para codornas, verifica-se um aumento no peso dos ovos,

diminuição do peso da gema e aumento no peso do albúmen, sugerindo que o

aumento do peso total do ovo é devido ao maior acúmulo de albúmen. È possível

que a ração contendo 20,70% de proteína bruta não tenha sido suficiente para se

elevar a porcentagem de albúmen.

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Porcentagem da Casca

A média geral para porcentagem de casca foi de 8,29%, similar à encontrada

por GARCIA (2001) e RIBEIRO (2002), não tendo sido influenciada pelos níveis de

lisina na ração, mas pelo período de observação. A porcentagem de casca diminuiu

significativamente (P<0,05) do primeiro para o segundo período. Essa observação

converge com o aumento da porcentagem de gema a partir do segundo período e

com a diminuição da espessura da casca a cada período de 28 dias.

PINTO (2002) verificou redução linear da porcentagem de casca com

aumento dos níveis de lisina digestível na ração com média de 8,47%. Ele explica

que esta deve-se ao aumento no peso e da produção dos ovos, com o aumento nos

níveis de lisina utilizados, fato este não verificado no presente estudo.

Espessura da Casca

A espessura da casca diminuiu com os períodos de 28 dias, mas não foi

alterada pelos níveis de lisina na ração, tendo média de 0,2411 mm. Resultados

bem superiores aos 0,17mm – 0,20 mm, descritos por MURAKAMI & ARIKI (1998) e

de acordo com os observados por CORREIA (2003), que encontrou 0,2431mm para

codornas alimentadas com diferentes níveis de metionina mais cistina, porém com

20% de proteína bruta e 1,00% de lisina.

Essa diminuição da espessura da casca com os diferentes períodos vai de

encontro com o aumento na produção de ovos e, conseqüentemente, menos tempo

de permanência do ovo no útero (câmara calcífera). Os ovos de codorna levam, em

média de 18 a 20 horas para serem totalmente formados, o que significa que, no

pico de postura, a codorna pode, ocasionalmente, botar até dois ovos ao dia. Isto

implica maior demanda de cálcio plasmático para formação da casca. Este fato leva

ao comprometimento da espessura e maior incidência de ovos com casca fina ou

mesmo sem casca, diminuindo o quantitativo de ovos viáveis.

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5. CONCLUSÕES

O nível de 0,90% de lisina total atendeu às exigências das codornas durante

a fase de crescimento (1 a 42 dias), não sendo necessária suplementação com lisina

sintética;

O rendimento dos cortes comerciais das codornas não foram afetados pelos

níveis de lisina na ração;

O nível de 0,60% de lisina total atendeu às exigências de codornas

japonesas de 9 à 17 semanas de idade, sem a necessidade de suplementação com

lisina sintética.

A exigência de lisina total para codornas japonesas a partir de 18 semanas

de idade, alimentadas com ração com 20,70% de proteína bruta, foi estimada em

0,75%.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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