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_____________________________
Nintendo Wii®
Qual o impacto na 3ª Idade?
Estudo Clínico Randomizado
Filipe Joaquim R. Portela
2010
Mestrado de Informática Médica
Faculdade de Ciências | Faculdade de Medicina
Universidade do Porto
Nintendo Wii® Qual o impacto na 3ª Idade? Estudo Clínico Randomizado
2º Ed. Mestrado Informática Médica, SBIM – FC/FMUP Filipe R. Portela 2
Orientador: Ricardo Correia, Professor Auxiliar, FMUP
Co-orientador: João Fonseca, Professor Auxiliar Convidado, FMUP
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Dedicatória
A ti, Cristiana.
“I‟m among those who think that science has great beauty.
A scientist in his laboratory is not only a technician:
He is also a child placed before natural phenomena,
Wich impress him like a fairy tale.”
Marie Curie
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Agradecimentos
Um especial agradecimento aos orientadores, pois sem a sua convicção e apoio,
a ideia continuava no papel.
Uma palavra de apreço à Ft. Joana Andrade pelo seu contributo, confiança e
empenho no projecto.
Pela disponibilidade e por constantemente tentarem oferecer o melhor aos seus
utentes um Muito Obrigado às instituições:
- Casa S. Caetano, Vila Nova de Gaia
- Casa de Repouso Sara Costa, Porto
- Lar António Granjo, Porto
- Cínica de Repouso O Aconchego do Forno, Rio Tinto
- Centro Geriátrico Quintinha da Conceição, Maia
- Vitália Residência Sénior, Vila Nova de Gaia
- Lar do Comércio, Maia.
À família, obrigado pela paciência e compreensão das ausências.
Ao Duarte, por me fazer acreditar.
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Índice
Dedicatória ................................................................................................................ 3
Agradecimentos ........................................................................................................ 4
Índice ........................................................................................................................ 5
Acrónimos ................................................................................................................. 6
Índice de figuras ........................................................................................................ 7
Índice de tabelas ........................................................................................................ 8
Abstract ................................................................................................................... 10
1. Introdução / Motivação .................................................................................... 11
2. Objectivo ......................................................................................................... 19
3. Material e Métodos .......................................................................................... 20
4. Resultados ....................................................................................................... 25
5. Discussão ........................................................................................................ 48
6. Conclusões e recomendações ........................................................................... 50
7. Trabalho futuro ................................................................................................ 52
8. Referências ...................................................................................................... 53
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Acrónimos
AVD‟s – Actividades da Vida Diária
Dp – Desvio Padrão
LSD - Least Significant Difference
No – Número
M - Média
Min - Minutos
MMSe – Mini-Mental State Examination
SF36 – Short Form 36
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Índice de figuras
Figura 1: Proporção da população mundial com 60+ anos, 1950-2050 ..................... 11
Figura 2: Ranking Mundial por percentagem de população + 60 anos – 2009 .......... 12
Figura 3: Ranking Mundial por média idade – 2009 ................................................ 12
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Índice de tabelas
Tabela 1: População Portuguesa + 65 1950-2050…………………………………...13
Tabela 2: População Portuguesa +80 1950-2050 ...................................................... 13
Tabela 3: Distribuição dos idosos por grupo de estudo ............................................. 24
Tabela 4: Idade dos idosos por Grupo de Estudo...................................................... 25
Tabela 5: Sexo e Nível de Escolaridade dos Idosos por Grupo de Estudo ................. 25
Tabela 6: Resultados Índice Barthel ......................................................................... 26
Tabela 7: Resultados Índice Berg ............................................................................ 27
Tabela 8: Resultados Índice MMSe ......................................................................... 27
Tabela 9: Resultados SF36 Componente Física ........................................................ 27
Tabela 10: Resultados SF36 – Componente Mental ................................................. 28
Tabela 11: Resultados Componente Transição Saúde SF-36 .................................... 29
Tabela 12: Resultado Diferenças índice Barthel ....................................................... 30
Tabela 13: Resultados Diferenças índice Berg ......................................................... 31
Tabela 14: Resultados Diferenças índice MMS ........................................................ 32
Tabela 15: Resultados Diferenças SF36 (Componente Física) Grupo A -Wiiterapia 33
Tabela 16: Resultados Diferenças SF36 (Componente Física) Grupo B - Wii® sem
Supervisão ............................................................................................................... 34
Tabela 17: Resultados Diferenças SF36 (Componente Física) - Ginástica Geriátrica 35
Tabela 18: Resultado Diferenças SF36 (Componente Mental) Grupo A - Wiiterapia
................................................................................................................................ 36
Tabela 19: Resultado Diferenças SF36 (Componente Mental) - Wii® sem Supervisão
................................................................................................................................ 37
Tabela 20: Resultado Diferenças SF36 (Componente Mental) - Ginástica Geriátrica 38
Tabela 21: Diferenças de Resultados entre Grupos – Índice de Barthel .................... 39
Tabela 22: Diferenças de Resultados entre Grupos – Índice de Berg ........................ 39
Tabela 23: Diferenças de Resultados entre Grupos – Índice MMS ........................... 39
Tabela 24: Diferenças Resultados entre Grupos - SF36 (Componente Físico) .......... 40
Tabela 25: Diferença Resultados entre Grupos - SF36 (Componente Mental) .......... 40
Tabela 26: Distribuição dos indivíduos por tempo de intervenção face ao grupo de
estudo ...................................................................................................................... 41
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Tabela 27: Resultados Tempo Exposição - Índice Barthel ........................................ 42
Tabela 28: Resultados Tempo Exposição - índice Berg ............................................ 42
Tabela 29: Resultados Tempo Exposição - índice MMS .......................................... 43
Tabela 30: Resultados Tempo Exposição - SF36 (Componente Física) .................... 44
Tabela 31: Comparação múltipla de médias - SF36 Funcionamento Físico .............. 45
Tabela 32: Resultados Tempo Exposição - SF36 (Componente Mental) .................. 46
Tabela 33: Comparação múltipla de médias - SF36 Vitalidade ................................ 47
Tabela 34: Análise Descritiva face ao tempo da intervenção .................................... 47
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Abstract
With the growing implementation of the Nintendo Wii®
as a health tool in clinical
practice, we created this single-blinded randomized trial to investigate its impact on
the elderly.
Methods:
65 institutionalized seniors (M-25, F-40) were randomized into 3 groups: A-
Wiitherapy (with supervision) (n=23); B-Nintendo Wii®(without supervision) (n=20);
C-Movement Class (without Wii®
) (n=22). Barthel, Berg, MMSe and SF36 scales
were used to access before and after 20 interventions. The allocation group was secret
to the statistics analyzer.
Results
Group A: Significant better results on the Physical Functioning component
and significant lower results on the Emotional Role Functioning of the SF36 Scale.
Further significant better results were found on the Physical Functioning and Vitality
components for the individuals that were intervened more than 750 minutes (15
sessions). This was also the group with the best assiduity and experience satisfaction.
Group B: Significant better results on the Vitality and Mental Health
components of the SF36 Scale.
Group C: Significant better results on the Berg Scale.
Conclusion:
The Nintendo Wii® use, if supervised, could be a great aid in physical and
motivation terms on the elderly, especially after 15 sessions of 50 minutes each.
However, this use should with care, as it can cause frustration and depression for the
more incapacitated. Further studies on this issue are necessary, as well in the
benefits and risks of the Nintendo Wii® as a health tool.
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1. Introdução / Motivação
Envelhecimento
Uma população envelhece quando o aumento da proporção de seniores (com
mais de 60 anos) é acompanhado de uma redução na proporção de jovens (com menos
de 15 anos) e das pessoas em idade activa (15 a 59 anos). Neste momento o
envelhecimento da população está num ponto sem precedentes, tratando-se de um
fenómeno Mundial e constante (Figura 1) (World Population Ageing, 2009).
Figura 1: Proporção da população mundial com 60+ anos, 1950-2050
(World Population Ageing, 2009)
O envelhecimento da população tem efeitos em vários sectores da sociedade:
pensões, mercado de trabalho, composição familiar, arquitectura, padrões de voto e
invariavelmente, prestação de cuidados de saúde especializados. Com o aumento
constante da população sénior (2,6%/ano), estas necessidades especializadas serão
cada vez mais requisitadas (Veríssimo M.T., 2008).
Portugal não é excepção neste cenário, sendo já o oitavo país a nível mundial
com a maior percentagem de seniores (Figura 2) e o décimo quinto em termos de
média de idade da população (Figura 3). E as previsões não apontam para uma
alteração deste padrão (Tabela 1 e Tabela 2) (World Population Ageing, 2009).
Proporção população mundial com 60+ anos, 1950-2050
ANO
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Figura 2: Ranking Mundial por percentagem de população + 60 anos – 2009
(World Population Ageing, 2009)
Figura 3: Ranking Mundial por média idade – 2009
(World Population Ageing, 2009)
RANKING MUNDIAL PERCENTAGEM DE POPULAÇÃO + 60 anos - 2009
RANKING MUNDIAL POR MÉDIA IDADE - 2009
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Portugal População com mais de 80 anos
Variação da média
1950-2050
Year (thousands) (%)
1950 83 1.0
1955 94 1.1
1960 101 1.1
1965 108 1.2
1970 119 1.4
1975 128 1.4
1980 159 1.6
1985 199 2.0
1990 253 2.5
1995 304 3.0
2000 338 3.3
2005 407 3.9
2010 487 4.5
2015 564 5.2
2020 622 5.8
2025 664 6.2
2030 739 7.0
2035 820 7.8
2040 911 8.8
2045 1 016 9.9
2050 1 100 11.0
Tabela 2: População Portuguesa +80 1950-2050
(World Population Ageing, 2009)
Portugal
População com mais de 65 anos
Variação da média
1950-2050
Year (thousands) (%)
1950 587 7.0
1955 627 7.3
1960 699 7.9
1965 742 8.2
1970 819 9.4
1975 923 10.2
1980 1 105 11.3
1985 1 190 11.9
1990 1 340 13.4
1995 1 494 14.9
2000 1 651 16.1
2005 1 800 17.1
2010 1 916 17.8
2015 2 063 19.1
2020 2 218 20.6
2025 2 392 22.3
2030 2 597 24.5
2035 2 780 26.4
2040 2 986 28.8
2045 3 158 30.9
2050 3 216 32.1
Tabela 1: População Portuguesa +65 1950-2050
(World Population Ageing, 2009)
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O envelhecimento, através de uma maior incidência de patologias agudas
(associadas ao declínio da função imunitária) e prevalência de doenças crónicas,
acrescidas da polimedicação e sedentarismo (Broeiro P., et al, 2008), favorece o
aparecimento de limitações funcionais e diminui a disponibilidade e motivação para a
prática de actividade física (Llera F., 2003). Segundo Lobo A. (2007) a capacidade
funcional é um dos grandes componentes da saúde do idoso, dado que é responsável
pela determinação dos limites das suas actividades e consequentemente participação
social.
Actualmente, quer por opção pessoal do próprio idoso, quer na sequência da
dificuldade das famílias em assegurar a sua permanência no ambiente familiar, a
institucionalização é também uma realidade associada ao processo de envelhecimento
(Almeida M.M.P., 2005).
Contudo esta institucionalização não ocorre sem os seus riscos:
A despersonalização (pouca privacidade);
A desinserção familiar e comunitária;
O tratamento massificado;
A vida monótona e rotineira que trata todos os idosos de igual forma
(Fernandes P., 2000).
Dado que o idoso, por toda a sua envolvência, normalmente está mais
disponível a perturbações depressivas, o facto de estar institucionalizado, pode
agravar este facto, acartando o principal sintoma, comorbidade médica (Martins R.
M., 2008).
Assim, dados os múltiplos factores, genéticos e ambientais, inerentes ao
processo de envelhecimento, inevitável e irreversível, os idosos constituem um grupo
heterogéneo de indivíduos com diferentes capacidades/níveis funcionais (Adelman
A., 2001).
As práticas preventivas ocupam, em qualquer especialidade, um lugar de
destaque, sobretudo naqueles idosos cuja condição patológica geral tenha diminuído
de forma significativa as suas capacidades funcionais e independência (Clark G.S.
2002).
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A Fisioterapia no envelhecimento
O Fisioterapeuta, baseando-se nas condições bio-psico-sociais, é um
profissional capaz de actuar em ambiente multiprofissional visando a reinserção bio-
psico-social do paciente desde a atenção preventiva até à reabilitação, participando
efectivamente na transformação social que se faz necessária à saúde e busca, através
de uma relação terapêutica, promover, aperfeiçoar ou adaptar o indivíduo a uma
melhor qualidade de vida (APTA, 2008).
O Fisioterapeuta é um profissional de saúde que trata e/ou previne
perturbações do funcionamento músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório e
neurológico, actuando igualmente no domínio da saúde mental. No seu desempenho,
com base numa avaliação sistemática, planeia e executa programas específicos de
intervenção, para o que utiliza, entre outros meios, o exercício físico, terapias
manipulativas, electroterapia e hidroterapia. Desenvolve acções e colabora em
programas no âmbito da promoção e educação para a saúde (APF, 2008).
Colabora na recuperação, aumento e manutenção das capacidades físicas bem
como na prevenção da incapacidade para o que utiliza técnicas específicas da
profissão: colabora no diagnóstico mediante a avaliação, identificando as áreas
lesadas; elabora programas adequados de tratamento com o fim de ajudar as pessoas
a reconquistarem ou aumentarem as suas capacidades físicas, utilizando, para isso,
diferentes técnicas tais como terapia pelo movimento, técnicas manipulativas,
electroterapia, o frio e o calor; ensina aos deficientes o modo de proceder mais
adequado consoante o seu estado; trata doentes de diferentes patologias tais como
ortopédica, respiratória e outras, individualmente ou em grupo. Pode fazer parte de
uma equipa de reabilitação juntamente com outros técnicos aplicando os
conhecimentos específicos da profissão (APF, 2008).
O Fisioterapeuta deve:
Respeitar os direitos e dignidade de todos os indivíduos;
Cumprir as leis e regulamentos sobre a prática da Fisioterapia;
Aceitar a responsabilidade do exercício da sua profissão;
Ter direito a uma remuneração aceitável para os seus serviços;
Prestar informação fiável e credível a clientes, outros profissionais de
saúde e comunidade sobre a Fisioterapia e os serviços do Fisioterapeuta;
Contribuir para o planeamento e desenvolvimento de serviços que
beneficiem a saúde da comunidade (ER-WCPT, 2008).
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A Fisioterapia é uma área multi-abrangente podendo ter significados tão
diversos como (O´Sullivan, 2001):
• Fisioterapia Dermato-Funcional – área funcional e estética;
• Fisioterapia do Trabalho – ginástica laboral e ergonomia;
• Fisioterapia Uroginecológica e Obstétrica – pré/pós-parto e incontinências;
• Fisioterapia Neurofuncional – patologias neurológicas;
• Fisioterapia Musculoesquelética – patologias musculo-esqueléticas;
• Fisioterapia Respiratória – doenças respiratórias;
• Fisioterapia Pediátrica – direccionada para as crianças;
• Fisioterapia Desportiva – lesões do desporto;
• Fisioterapia Gerontológica – 3ª idade.
- Ginástica Geriátrica -
“Os que não encontram tempo para o exercício terão de encontrar tempo para
as doenças.” (Edward Derby)
A actividade física na 3ª idade deve ser adaptada às condições físicas, sociais e
intelectuais de cada indivíduo, pois, mesmo os que apresentem grandes limitações
funcionais, podem sempre obter alguns benefícios com o pouco que conseguem fazer
(Sulman & Wilkinson, 1989).
Desde 1995, que a Organização Mundial de Saúde destacou a importância da
actividade física como forma de prevenir a doença e manter o bem-estar da população
idosa (Kalache, 1996). Sabendo que uma sessão de trinta minutos pode equivaler à
acumulação da actividade física diária total (DeBusk R.F., et al., 1990), as instituições
começaram a aderir ao conceito da Ginástica Geriátrica, tentando assim fomentar a
prática de exercício físico, prevenindo eventuais problemas de saúde que possam
surgir e melhorando a capacidade funcional dos idosos. Criando um efeito antagónico
entre o envelhecimento e a actividade física, mesmo que não se juntem anos à vida (o
que pode acontecer - Paffenbarger et al., 1993), certamente que se junta vida aos anos
(Veríssimo M.T., 2008).
A Ginástica Geriátrica, pela sua actividade em grupo, é também uma actividade
social e pessoas com vários e diversos tipos de relacionamentos sociais, vivem
melhor, mais tempo, com menos perdas cognitivas relacionadas com a idade e têm
melhor prognósticos quando afectadas com doenças fatais (Cohen S., 2009).
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- Wiiterapia –
A consola de jogos Nintendo Wii® é uma consola de videojogos lançada pela
marca japonesa Nintendo® em 2006. Desde a concepção do nome que pretendeu ser
uma “consola social”. Os dois i‟s procuram representar duas pessoas em pé, e o seu
nome em inglês (we=us) significa o plural “nós” (Carless S., 2006).
A Nintendo Wii® encontra-se no mesmo patamar de outras consolas de última
geração, como a Xbox 360®
(Microsoft®) e Playstation
® (Sony
®), mas enquanto as
duas últimas se concentram basicamente no potencial gráfico, a Nintendo Wii®
explora principalmente a parte social e divertida dos videojogos, deixando o grafismo
para segundo plano (Dilger D.E., 2006).
Um dos seus principais pontos fortes é o comando, “Wii Remote®”. É neste que
reside toda a revolução no modo de jogar, pois ao contrário dos comandos normais,
este comando capta não só os botões pressionados, mas também os movimentos do
utilizador, permitindo, por exemplo, jogar ténis e/ou participar numa luta de boxe
apenas com o balançar das mãos (Sparks D., 2009). Esta captação dos movimentos do
jogador deve-se aos sensores presentes dentro do Wii Remote® (capazes de detectar o
ângulo de movimento, a velocidade de resposta, a força e velocidade) (Coyne C.,
2008) e ao sensor de infra-vermelhos colocado em frente ao jogador. O Wii Remote®
tem tecnologia Bluetooth, Infravermelhos e acelerómetros que o tornam único, eficaz
e extremamente sensível (Holzinger A. et al. 2009). Esta junção de tecnologia permite
captar até os movimentos mais finos do utilizador. O comando conta ainda com um
sistema de vibração e uma pequena coluna para sons específicos, que permitem
transmitir informações tácteis e sonoras ao utilizador (Adams E., 2006).
A Nintendo Wii® funciona assim com um “eu” virtual, onde o jogador interage
com o ecrã, o comando e outros jogadores, com o seu outro “eu”. A capacidade deste
“eu” virtual responder a nível de técnica, disciplina, improvisação e desafio,
diferencia os jogos da Wii®, tornando os movimentos corporais o centro da acção,
apesar de tudo o que se passa no ecrã (Burrill D.A., 2010).
Deste modo, a Nintendo Wii®
pode ser categorizada como uma consola
pertencente à família dos exergames (tecnologia que estimula a actividade física por
parte dos participantes), ou seja, envolve a junção do videojogo com exercício
(Millington B., 2009). Este conceito visa alterar a visão dos videojogos como uma
actividade sedentária, promovendo um estilo de vida mais activo (Lewis N., 2009),
sem contudo perder a parte divertida e interactiva (Parker-Pope T., 2005).
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Vendido em conjunto com a Nintendo Wii® vem o jogo Wii Sports
®, um
conjunto de jogos desportivos (Golfe, Boxe, Bowling, Baseball, Ténis) que estão
assim acessíveis a todos quanto adquirem a consola (Nintendo.com).
Apesar de toda a tecnologia descrita, é uma consola relativamente fácil e intuitiva
de utilizar (Clark R., 2009).
Estes factores associados ao baixo preço (cerca de €200) poderão explicar a razão
da Nintendo Wii® ser actualmente a consola mais vendida no Mundo (Dilger D.E.,
2006).
Assim, dada a sua acessibilidade, facilidade de utilização, interactividade,
dinamismo e exigência física, esta consola tem potencial para ser utilizada pelos
Fisioterapeutas em intervenção clínica, nomeadamente, na intervenção com idosos
(Clark R., 2009).
Wiiterapia é uma tradução à letra do inglês “Wii therapy” ou “Wii hab” que
corresponde à utilização da Nintendo Wii® em ambiente clínico e/ou para fins
terapêuticos. Este conceito surge pela possibilidade de, através de um mundo virtual,
simular os movimentos e algumas acções do mundo real (Baumeister J., 2010).
A utilização de jogos na Wiiterapia pode ser divertido e educacional (Myers,
1999). A parte de entretenimento enfatiza a experiência emocional, o que por sua vez
aumenta a atracção para o jogo, além da sua vertente educacional. Isto é válido para
todas as idades, podendo assim os jogos serem considerados ferramentas poderosas
para o treino e prática clínica (Gamberini L., 2008).
A sua aplicação é transversal ao campo de acção do Fisioterapeuta, sendo
utilizada em patologias neurológicas passando pela reabilitação cárdio-respiratória até
patologias musculo-esqueléticas, desde os mais novos até aos mais idosos (Deutsch
J.E., 2008) (Tanner L., 2008).
A interactividade da Nintendo Wii®, com a sua necessidade de participação, de
compreensão, de planear e executar respostas apropriadas aos acontecimentos do ecrã,
força o jogador, não só a usar as suas capacidades físicas, mas também as cognitivas.
Apesar de os movimentos físicos serem a um nível subconsciente enquanto os
utilizadores estão concentrados na acção do ecrã, estes não deixam de estar
intimamente ligados à actividade (Leder R.S., 2001). Esta conexão e a necessidade
contínua de alcançar os objectives do jogo, pode aumentar a vontade de participação e
assim a motivação para continuar os exercícios e a actividade terapêutica (Flynn S.,
2007).
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2. Objectivo
Avaliar o impacto do uso de uma consola de videojogos de baixo custo
(Nintendo Wii®) no equilíbrio, realização de AVD‟s, estado cognitivo e qualidade
vida de um grupo de seniores institucionalizados, após 20 sessões, estando ou não na
presença de um técnico superior de saúde (Fisioterapeuta) e comparativamente com a
realização de Ginástica Geriátrica.
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3. Material e Métodos
Este estudo clínico randomizado foi realizado entre Agosto e Dezembro de
2009. 65 Idosos (40 mulheres e 25 homens) foram seleccionados e convidados a
participar numa experiência.
Critérios de Inclusão: Mais de 65 anos; Boa acuidade visual/auditiva; Baixo
déficit cognitivo (MMS + 21); Capaz de ortostatismo por 2 minutos apenas
com 1 apoio (bengala/tripé); Actividades part-time semelhantes.
Critérios de Exclusão: Doença degenerativa em estado avançado (Alzheimer;
Parkinson; E.M.; etc); Doença Cardio-Respiratória não controlada;
Alterações Consciência; Pacemakers.
Foram informados que fariam parte de um grupo que iria experimentar um novo
aparelho, sem contudo, revelar que se tratava duma investigação clínica, no sentido de
tentar prevenir “viciação” dos resultados através de melhorias “psicológicas” em
empatia com o investigador. Todos assinaram consentimento informado de livre
vontade e demonstraram compreensão pelos objectivos da experiência. Os dados
individuais foram obtidos através de um investigador pela análise processual,
inquéritos pessoais e aplicação de escalas (Barthel, Berg, MMSe, SF36). Optou-se por
instrumentos que tendem a uma avaliação funcional multidisciplinar de várias
dimensões que afectam o idoso institucionalizado.
Utilizou-se a escala de Barthel, pois dos instrumentos de avaliação das AVD„s,
este é o que possui resultados de confiabilidade e validade mais consistentes (Cassidy
K., et al, 2004). Esta escala mede a independência funcional e pretende avaliar se o
doente é capaz de desempenhar determinadas tarefas independentemente. A escala é
constituída por 10 itens: alimentação, banho, asseio pessoal, vestir-se, controlo
urinário e intestinal, movimentação, transferência cadeira/cama, mobilidade e subir
escadas, e o seu total pode variar de 0 a 100, sendo que um total de 0-20 indica
dependência total; 21-60 dependência grave; 61-90 dependência moderada; 91-99
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dependência muito leve e 100 independência. Foi avaliado por observação directa e
consulta dos registos clínicos (Barthel D., 1965).
A escala de equilíbrio de Berg foi escolhida devido à sua capacidade de
coerência, sensibilidade, especificidade (Holbein-Jenny M.A., 2005) e validade para
testar o equilíbrio funcional e prever o risco de queda na população sénior (Roma
A.A., 2001). A Escala de Equilíbrio de Berg é uma escala ordinal com 4 níveis de
desempenho através de 14 actividades de dificuldade crescente. Tem a pontuação
máxima de 56, onde um cut-off de 49 ou menos (77% sensibilidade, 86%
especificidade) tem uma probabilidade de queda no idoso (Shumway-Cook A., 1997).
O Mini-Mental State Examination é a escala mais utilizada para avaliação do
estado mental dos sujeitos (WHO, 1998). Pode ser aplicada em 5-10 minutos, inclui
itens sobre a orientação, o registo de informação, a atenção, o cálculo, a memória, a
linguagem e a construção. Cada item tem uma pontuação, até ao total de 30 pontos:
menos de 24 sugere deficit: leve entre 23-21, moderado entre 20-11 e severo se
inferior a 10 (Folstein M.F., 1975).
O SF 36 ou Medical Outcomes Study 36 – Item short form health survey, foi
traduzido e validado para a população portuguesa por Ferreira P.L. (2000). O SF 36 é
um questionário genérico, com conceitos não específicos para determinada idade,
doença ou grupo de tratamento e que permite comparações entre diferentes patologias
e entre diferentes tratamentos. Considera a percepção dos indivíduos quanto ao seu
próprio estado de saúde e contempla os aspectos mais representativos da saúde. É
também de fácil administração e compreensão, do tipo auto-aplicável (Martinez,
2002). Contém 36 itens: uma questão de avaliação comparativa entre a condição de
saúde actual e a de um ano atrás e outras 35 que se agrupam em oito escalas, que
fornecem um sumário de medidas mentais (resultante do agrupamento de 4 escalas) e
físicas (do agrupamento das restantes 4 escalas) (Ribeiro J.L., 2005). Avalia tanto os
aspectos negativos de saúde (doença ou enfermidade), como aspectos positivos (bem-
estar). Os dados são avaliados a partir da transformação das respostas em scores de 0
a 100, de cada componente, não havendo um único valor que resuma toda a avaliação,
resultando num estado geral de saúde melhor ou pior (Martinez, 2002).
Estas escalas foram seleccionadas através de pré-testes realizados noutra
instituição com 30 idosos institucionalizados (que não participaram nesta
investigação), utilizando os mesmos critérios de inclusão/exclusão, recorrendo a estas
e outras escalas, com a intervenção de vários Fisioterapeutas. De entre as escalas
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abordadas, estas foram as que melhores resultados obtiveram inter e intra-operador,
acrescido do facto de estarem traduzidas e validadas em Português. Neste pré-teste
abordamos também os diferentes videojogos disponíveis no pacote Wii Sports®, de
modo a seleccionar os mais adequados.
A - Wiiterapia (n=23)
Assim, sendo o Bowling o jogo que mais agradou aos utentes e o que mais se
aproximava com as actividades desenvolvidas no âmbito da Ginástica Geriátrica
(Treino equilíbrio; Força; Resistência), foi escolhido o jogo Bowling para a
intervenção no grupo A- Wiiterapia.
O Wii®
Bowling tem 3 componentes essenciais: abordar; balanço; largar. Os
participantes aguardavam sentados pela sua vez a uma distância de 3 metros do ecrã.
Assim que chegava a sua vez, levantavam-se, davam um passo próximo do ecrã,
premiam o botão, davam o balanço com o braço em jogo e largavam o botão.
Repetiam o passo para trás e sentavam-se. A velocidade e rotação do braço do jogador
determinavam a velocidade e rotação da bola virtual. Cada jogador descansava 3/4
minutos até à sua próxima vez de jogar.
Assim, esta intervenção desenvolvia actividades nos sistemas biológicos (visual,
somato-sensorial, vestibular) chave para o equilíbrio e postura. Em termos cognitivos
e neuronais, ao jogador era pedido que entende-se toda a dinâmica envolvida e era
obrigado a usar a coordenação visuo-motora para largar a bola virtual na altura certa.
Isto era pedido enquanto observava o ecrã, estimulando assim a propriocepção e
mantendo o centro de gravidade equilibrado, enquanto simulava o gesto. O sistema
vestibular é principalmente trabalhado apenas na parte do sentar/levantar da cadeira e
o aproximar do ecrã para registar a aceleração corporal e diferenças na força
gravitacional. Apesar dos minutos de descanso, o sistema musculo-esquelético era
requisitado em todas as tarefas (levantar/sentar; caminhar em direcção ao ecrã;
regressar; realizar o movimento) e era mais utilizado e requisitado quanto mais os
jogadores apuravam a sua técnica (no controlo da velocidade e rotação da bola).
Dado que, por motivos técnicos, não era possível realizar a intervenção com
mais do que 4 pessoas ao mesmo tempo, o grupo (n=23) foi dividido em 5 mini-
grupos de 4 pessoas cada e um sexto de 3 pessoas. Em cada sessão realizava-se um
torneio de Bowling (40 minutos) e uma pequena parte de aquecimento inicial (5m) e
relaxamento final (5m), perfazendo assim cerca de 50 minutos em cada sessão.
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O Supervisor actuava sempre que era necessário auxiliar algum utente na fase,
levantar/sentar, marcha e balanço. Era também responsável pelo aquecimento inicial e
relaxamento final. Funcionava ainda como agente social e motivador durante a
intervenção, estimulando o diálogo, a motivação e o apoio entre participantes. Antes
de cada sessão, verificava todo o material técnico e efectuava calibragens de forma a
garantir o bom e correcto funcionamento do mesmo. Foi também o responsável por
auxiliar os participantes deste grupo a criar os seus Mii‟s® (personagens virtuais na
consola) na primeira sessão (não contabilizada).
B - Wii® sem Supervisão (n=20)
A estes utentes foram dadas duas sessões (não contabilizadas no tempo de
exposição) para a criação dos seus Mii‟s®, e para prestar todos os esclarecimentos
necessários sobre o funcionamento geral da Nintendo Wii®: como ligar, como pôr em
funcionamento o jogo Wii Sports®
- Bowling, como funcionar com o jogo em si, quer
em modo Single-Player, quer Multi-Player. Foram instruídos sobre a distância
adequada e conselhos de segurança na utilização. Foi-lhes pedido que, de cada vez
que utilizassem o jogo, preenchessem na ficha (criada para o efeito) a hora de início e
fim. Tiveram conhecimento de onde estava o material e o mesmo estava sempre
disponível para utilização. Era apenas necessário requisitar o(s) Wii®
Remote(s) ao
funcionário da instituição que os guardava. A este funcionário foi-lhe pedida a função
de guardar o Wii®
Remote (que dado o seu tamanho podia ser facilmente perdido) e
de confirmar os registos dos tempos de utilização.
C – Ginástica Geriátrica – sem Wii® (n=22)
Estes utentes foram divididos em dois grupos de sete pessoas cada e um terceiro
grupo de oito pessoas. As sessões tinham a duração média de 50 minutos, com 10
minutos de aquecimento inicial, e 10 minutos de relaxamento final. Durante a
intervenção realizaram exercícios de sentar/levantar, exercícios de flexibilidade
membros superior, exercícios de equilíbrio tronco, exercícios de flexibilidade quadril,
exercícios de flexibilidade membros inferiores, exercícios de coordenação visuo-
motora e de propriocepção. Os exercícios eram realizados maioritariamente em pé, à
excepção do aquecimento inicial e do relaxamento final.
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Tabela 1: Distribuição dos idosos por grupo de estudo
Grupo em estudo n %
A - Wiiterapia 23 35,4
B - Wii® sem Supervisão 20 30,8
C - Ginástica Geriátrica 22 33,8
Total 65 100,0
Após a avaliação final foi solicitado a todos os indivíduos que participaram no
estudo que preenchessem um questionário de satisfação (com o score máximo de 75
pontos) face à experiência que tiveram.
A supervisão e acompanhamento efectuados aos grupos A e C, e a preparação
realizada pelo grupo B foram da responsabilidade do mesmo Fisioterapeuta, assim
como a aplicação das escalas de avaliação, a análise processual e os inquéritos
individuais.
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4. Resultados
Caracterização da amostra
Através da Tabela 4 verificamos que a média de idade dos participantes foi de
79 anos de idade (A-80; B-78; C-79), com uma representação maioritariamente
feminina nos grupos A (M-9; F-19) e C (M-6; F16) e igualmente repartida (M-10; F-
10) no grupo B (Tabela 5). O 1o
ciclo foi o nível de escolaridade predominante (A-
61%; B-75%; C-68%).
Ainda é possível verificar na Tabela 4 que o grupo que realizou Wiiterapia
apresenta-se mais velho que os restantes grupos.
Tabela 2: Idade dos idosos por Grupo de Estudo
Idade (Anos)
Grupo em estudo N M Dp Min Max
Wiiterapia 23 80,48 5,47 70 91
Wii® sem Supervisão 20 78,45 6,07 67 89
Ginástica Geriátrica 22 78,73 6,55 69 90
Tabela 3: Sexo e Nível de Escolaridade dos Idosos por Grupo de Estudo
Grupo em Estudo Sexo n %
A - Wiiterapia
Feminino 14 60,9
Masculino 9 39,1
Total 23 100,0
B - Wii® sem Supervisão
Feminino 10 50,0
Masculino 10 50,0
Total 20 100,0
C - Ginástica Geriátrica
Feminino 16 72,7
Masculino 6 27,3
Total 22 100,0
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Grupo em Estudo Nível de Escolaridade n %
A - Wiiterapia
Sem Escolaridade 6 26,1
1º Ciclo 14 60,9
2º/3º Ciclo 3 13,0
Total 23 100,0
B - Wii® sem Supervisão
Sem Escolaridade 1 5,0
1º Ciclo 15 75,0
2º/3º Ciclo 3 15,0
Secundário/Profissional 1 5,0
Total 20 100,0
C - Ginástica Geriátrica
1º Ciclo 15 68,2
2º/3º Ciclo 7 31,8
Total 22 100,0
Numa análise descritiva aos resultados das escalas é possível verificar,
segundo a Tabela 6, que para o índice de Barthel:
Tabela 4: Resultados Índice Barthel
A - Wiiterapia N M Dp Min Max
Barthel Inicial 23 18,57 2,465 9 20
Barthel Final 22 18,91 2,180 10 20
B - Wii® sem Supervisão N M Dp Min Max
Barthel Inicial 20 18,90 1,651 13 20
Barthel Final 16 18,88 1,360 16 20
C - Ginástica Geriátrica N M Dp Min Max
Barthel Inicial 22 18,77 1,660 14 20
Barthel Final 20 18,70 2,055 13 20
No que se refere aos resultados obtidos para o índice de Berg, é possível
verificar através da Tabela 7, que:
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Tabela 5: Resultados Índice Berg
A - Wiiterapia N M Dp Min Max
Berg Inicial 23 46,00 10,00 16 55
Berg Final 22 47,95 8,62 15 56
B - Wii® sem Supervisão N M Dp Min Max
Berg Inicial 20 45,85 8,05 26 55
Berg Final 16 48,00 5,78 38 56
C - Ginástica Geriátrica N M Dp Min Max
Berg Inicial 22 46,50 5,65 35 56
Berg Final 20 49,15 6,12 34 56
Quanto aos resultados obtidos para o MMS, é possível verificar, através da
Tabela 8, que:
Tabela 6: Resultados Índice MMSe
Grupo de Estudo MMS N M Dp Min Max
A - Wiiterapia MMS Inicial 23 25,17 4,48 15 30
MMS Final 14 26,57 2,34 22 29
B - Wii® sem Supervisão
MMS Inicial 20 25,70 2,25 21 30
MMS Final 10 25,40 3,13 20 30
C - Ginástica Geriátrica MMS Inicial 22 25,95 3,51 16 30
MMS Final 13 26,31 3,09 19 30
A análise das variáveis relativas às características do SF36 – Componente Física
foram também analisadas, tendo-se constatado, através da Tabela 9, que:
Tabela 7: Resultados SF36 Componente Física
A - Wiiterapia N M Dp Min Max
Funcionamento Físico Inicial 23 60,87 26,35 0 90
Funcionamento Físico Final 22 69,55 26,90 0 100
Desempenho Físico Inicial 18 84,78 24,18 31 100
Desempenho Físico Final 22 85,55 31,60 0 100
Dor Corporal Inicial 23 72,26 29,97 0 100
Dor Corporal Final 22 71,68 30,79 20 100
Saúde Geral Inicial 23 57,57 16,68 5 82
Saúde Geral Final 22 56,91 23,64 0 80
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B - Wii® sem Supervisão N M Dp Min Max
Funcionamento Físico Inicial 20 67,25 24,14 15 100
Funcionamento Físico Final 16 69,06 28,53 15 100
Desempenho Físico Inicial 18 86,50 26,77 6 100
Desempenho Físico Final 16 88,31 17,95 50 100
Dor Corporal Inicial 20 76,05 25,35 32 100
Dor Corporal Final 16 74,38 26,35 20 100
Saúde Geral Inicial 20 58,25 15,36 20 87
Saúde Geral Final 16 57,81 22,97 5 87
C - Ginástica Geriátrica N M Dp Min Max
Funcionamento Físico Inicial 22 62,05 23,28 15 100
Funcionamento Físico Final 19 65,26 30,70 5 100
Desempenho Físico Inicial 21 92,00 15,01 50 100
Desempenho Físico Final 19 74,37 35,75 0 100
Dor Corporal Inicial 22 66,27 31,03 10 100
Dor Corporal Final 19 67,26 29,91 0 100
Saúde Geral Inicial 22 52,50 23,29 10 95
Saúde Geral Final 19 48,32 28,01 5 87
As características do SF36 – Componente Mental, através da Tabela 10,
revelam que:
Tabela 8: Resultados SF36 – Componente Mental
Grupo de Estudo N Min Max M Dp
A - Wiiterapia
Vitalidade Inicial 23 31 100 74,18 18,30
Vitalidade Final 21 13 100 78,67 21,306
Funcionamento Social Inicial 23 25 100 94,57 16,782
Funcionamento Social Final 22 100 100 100,00 ,000
Desempenho Emocional Inicial 19 50 100 95,63 12,531
Desempenho Emocional Final 22 0 100 89,41 23,876
Saúde Mental Inicial 23 40 90 70,65 14,717
Saúde Mental Final 20 45 95 72,50 14,373
B - Wii® sem
Supervisao
Vitalidade Inicial 20 31 100 66,90 22,53
Vitalidade Final 16 44 100 78,31 19,98
Funcionamento Social Inicial 20 50 100 95,65 12,334
Funcionamento Social Final 16 38 100 85,19 23,746
Desempenho Emocional Inicial 18 0 100 90,28 25,923
Desempenho Emocional Final 16 25 100 86,44 23,375
Saúde Mental Inicial 20 5 100 59,25 22,611
Saúde Mental Final 16 35 100 68,44 16,301
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C - Ginástica
Geriátrica
Vitalidade Inicial 22 44 100 71,77 18,69
Vitalidade Final 19 25 100 71,26 27,10
Funcionamento Social Inicial 22 25 100 89,23 22,589
Funcionamento Social Final 19 0 100 87,58 28,236
Desempenho Emocional Inicial 21 25 100 89,62 21,614
Desempenho Emocional Final 19 25 100 85,11 26,113
Saúde Mental Inicial 22 10 95 55,23 24,469
Saúde Mental Final 18 10 100 60,83 27,238
A análise da componente Transição de Saúde do SF36, através da Tabela 11,
revela que:
Tabela 9: Resultados Componente Transição Saúde SF-36
Grupo de Estudo N Min Max M Dp
A - Wiiterapia Transição de Saúde Inicial 23 2 5 3,26 ,810
Transição de Saúde Final 22 2 5 3,45 ,858
B - Wii® sem
Supervisão
Transição de Saúde Inicial 20 2 5 3,45 ,686
Transição de Saúde Final 16 2 5 3,63 ,806
Ginástica Geriátrica Transição de Saúde Inicial 22 2 5 3,50 1,012
Transição de Saúde Final 19 2 5 3,58 ,838
Após a análise descritiva dos resultados obtidos, procedeu-se à análise da
normalidade dos resultados relativos às várias variáveis em estudo tendo em conta o
grupo em estudo tendo-se constatado que para além de todos os grupos terem menos
de 30 elementos, grande parte não apresentava uma distribuição normal, sendo que
neste caso teve de se recorrer aos testes não paramétricos Wilcoxon e Kruskar Wallis
para as análises estatísticas diferenciais realizadas.
Deste modo e sendo um dos principais objectivos verificar a existência de
diferenças significativas entre as duas fases de avaliação utilizou-se o teste de
Wilcoxon, tendo-se constatado, dos seus resultados, que:
Em relação aos resultados do Índice de Barthel estes não se revelam
significativamente diferentes entre os dois momentos de avaliação, no grupo A -
Wiiterapia (p=0,160), no B - Wii®
sem Supervisão (p=0,161) e no C - Ginástica
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Geriátrica (p=0,832). Os resultados mantêm-se assim semelhantes, uma vez que
segundo este teste as diferenças entre as médias das ordens positivas e as médias das
ordens negativas, relativas a variável diferença entre fase final e fase inicial de
avaliação (Tabela 12).
Tabela 10: Resultado Diferenças índice Barthel
Grupo de Estudo N
Média
das
Ordens
Soma
das
Ordens
z p
A - Wiiterapia
Barthel Final -
Barthel Inicial
Ordens
Negativas
2a 3,00 6,00 -1,406 0,160
Ordens
Positivas
5b 4,40 22,00
Empates 15c
Total 22
B - Wii® sem
Supervisão
Barthel Final -
Barthel Inicial
Ordens
Negativas
5a 4,40 22,00 -1,403 0,161
Ordens
Positivas
2b 3,00 6,00
Empates 9c
Total 16
C - Ginástica
Geriátrica
Barthel Final -
Barthel Inicial
Ordens
Negativas
5a 5,10 25,50 -0,212 0,832
Ordens
Positivas
5b 5,90 29,50
Empates 10c
Total 20
a. Barthel Final < Barthel Inicial; b. Barthel Final > Barthel Inicial; c. Barthel Final = Barthel Inicial
Quanto aos resultados do índice de Berg, estes não são significativamente
diferentes entre os dois momentos de avaliação, no grupo A - Wiiterapia (p=0,073),
no B - Wii® sem Supervisão (p=0,627).
No grupo C - Ginástica Geriátrica verifica-se que existem diferenças
significativas entre os dois momentos (p=0,006), havendo um aumento dos valores
do Índice de Berg, sendo de acordo com o valor superior das médias de ordem
positivas relativas a variável diferença final e diferença inicial de avaliação, estes são
superiores na fase final (Tabela 13).
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Tabela 11: Resultados Diferenças índice Berg
Grupo de Estudo N
Médias
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
A - Wiiterapia
Berg Final -
Berg Inicial
Ordens
Negativas
5a 8,90 44,50 -1,795 0,073
Ordens
Positivas
13b 9,73 126,50
Empates 4c
Total 22
B - Wii® sem
Supervisão
Berg Final -
Berg Inicial
Ordens
Negativas
6a 8,58 51,50 -0,486 0,627
Ordens
Positivas
9b 7,61 68,50
Empates 1c
Total 16
C – Ginástica
Geriátrica
Berg Final -
Berg Inicial
Ordens
Negativas
4a 6,75 27,00 -2,774 0,006
Ordens
Positivas
15b 10,87 163,00
Empates 1c
Total 20
a. Berg Final < Berg Inicial; b. Berg Final > Berg Inicial; c. Berg Final = Berg Inicial
Relativamente aos resultados do MMS não se verificam diferenças
significativas entre os dois momentos de avaliação, no grupo A - Wiiterapia
(p=0,751), no B - Wii® sem Supervisão (p=0,918) e no C - Geriátrica (p=0,377). Os
resultados mantêm-se assim muito próximos, uma vez que segundo este teste as
diferenças entre as médias das ordens positivas e as médias das ordens negativas,
relativas a variável diferença entre fase final e fase inicial de avaliação (Tabela 14).
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Tabela 12: Resultados Diferenças índice MMS
Grupo de Estudo N
Médias
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
A - Wiiterapia
MMS Final -
MMS Inicial
Ordens
Negativas
5a 5,90 29,50 -0,317 0,751
Ordens
Positivas
6b 6,08 36,50
Empates 3c
Total 14
B - Wii® sem
Supervisao
MMS Final -
MMS Inicial
Ordens
Negativas
4a 7,13 28,50 -0,103 0,918
Ordens
Positivas
6b 4,42 26,50
Empates 0c
Total 10
C - Ginástica
Geriátrica
MMS Final -
MMS Inicial
Ordens
Negativas
6a 4,67 28,00 -0,884 0,3 77
Ordens
Positivas
6b 8,33 50,00
Empates 1c
Total 13
a. MMS Final < MMS Inicial; b. MMS Final >MMS Inicial; MMS Final=MMS Inicial
Em relação às diferenças de resultados obtidos no SF36 – Componente Física, é
possível verificar, de acordo com a Tabela 15, que no grupo A - Wiiterapia:
No Funcionamento Físico, os resultados variam significativamente entre a fase
inicial e a fase final, tendo em conta os resultados obtidos (p=0,024), sendo estes
superiores na fase final, uma vez que as médias das ordens positivas relativas à
diferença entre a fase final e a fase inicial se apresentam superiores.
Em relação às diferenças ao nível do Desempenho Físico (p=0,655), Dor
Corporal (p=0,994) e Saúde Geral (p=0,686) estas não se demonstraram
estatisticamente significativas, mantendo-se assim os valores muito próximos.
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Tabela 13: Resultados Diferenças SF36 (Componente Física) Grupo A -Wiiterapia
A - Wiiterapia N
Média
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
Funcionamento Físico Final -
Funcionamento Físico Inicial
Ordens
Negativas
4a 9,75 39,00 -2,265 0,024
Ordens
Positivas
15b 10,07 151,00
Empates 3c
Total 22
Desempenho Físico Final -
Desempenho Físico Inicial
Ordens
Negativas
4d 7,00 28,00 -0,446 0,655
Ordens
Positivas
7e 5,43 38,00
Empates 7f
Total 18
Dor Corporal Final - Dor Corporal
Inicial
Ordens
Negativas
7g 6,36 44,50 -0,070 0,944
Ordens
Positivas
6h 7,75 46,50
Empates 9i
Total 22
Saúde Geral Final - Saúde Geral
Inicial
Ordens
Negativas
9j 9,44 85,00 -0,404 0,686
Ordens
Positivas
10k 10,50 105,00
Empates 2l
Total 21
a. Funcionamento Físico Final < Funcionamento Físico Inicial; b. Funcionamento Físico Final > Funcionamento
Físico Inicial; c. Funcionamento Físico Final = Funcionamento Físico Inicial; d. Desempenho Físico Final <
Desempenho Físico Inicial; e. Desempenho Físico Final > Desempenho Físico Inicial; f. Desempenho Físico Final
= Desempenho Físico Inicial; g. Dor Corporal Final < Dor Corporal Inicial; h. Dor Corporal Final > Dor Corporal
Inicial; i. Dor Corporal Final = Dor Corporal Inicial; j. Saúde Geral Final < Saúde Geral Inicial; k. Saúde Geral
Final > Saúde Geral Inicial; l. Saúde Geral Final = Saúde Geral Inicial
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No grupo B - Wii® sem Supervisão, de acordo com a Tabela 16, não foi
possível obter resultados significativos nas diferenças entre a fase final e a fase
inicial, relativas ao Funcionamento Físico (p=0,841), ao Desempenho Físico
(p=0,796), à Dor Corporal (p=0,953) e à Saúde Geral (p=0,659).
Tabela 14: Resultados Diferenças SF36 (Componente Física) Grupo B - Wii
® sem Supervisão
B - Wii® sem Supervisão N
Média
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
Funcionamento Físico Final -
Funcionamento Físico Inicial
Ordens
Negativas
6a 9,42 56,50 -0,200 0,841
Ordens Positivas 9b 7,06 63,50
Empates 1c
Total 16
Desempenho Físico Final -
Desempenho Físico Inicial
Ordens
Negativas
4d 3,13 12,50 -0,258 0,796
Ordens Positivas 3e 5,17 15,50
Empates 8f
Total 15
Dor Corporal Final - Dor
Corporal Inicial
Ordens
Negativas
5g 4,60 23,00 -0,059 0,953
Ordens Positivas 4h 5,50 22,00
Empates 7i
Total 16
Saúde Geral Final - Saúde
Geral Inicial
Ordens
Negativas
5j 9,10 45,50 -0,441 0,659
Ordens Positivas 9k 6,61 59,50
Empates 2l
Total 16
a. Funcionamento Físico Final < Funcionamento Físico Inicial; b. Funcionamento Físico Final > Funcionamento
Físico Inicial; c. Funcionamento Físico Final = Funcionamento Físico Inicial; d. Desempenho Físico Final <
Desempenho Físico Inicial; e. Desempenho Físico Final > Desempenho Físico Inicial; f. Desempenho Físico Final
= Desempenho Físico Inicial; g. Dor Corporal Final < Dor Corporal Inicial; h. Dor Corporal Final > Dor Corporal
Inicial; i. Dor Corporal Final = Dor Corporal Inicial; j. Saúde Geral Final < Saúde Geral Inicial; k. Saúde Geral
Final > Saúde Geral Inicial; l. Saúde Geral Final = Saúde Geral Inicial.
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No grupo C - Ginástica Geriátrica, segundo a Tabela 17, não se obtiveram
resultados significativos nas diferenças entre a fase final e a fase inicial, em relação ao
Funcionamento Físico (p=0,285), ao Desempenho Físico (p=0,085), à Dor Corporal
(p=0,679) e à Saúde Geral (p=0,586).
Tabela 15: Resultados Diferenças SF36 (Componente Física) - Ginástica Geriátrica
C - Ginástica Geriátrica N
Média
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
Funcionamento
Físico Final -
Funcionamento
Físico Inicial
Ordens Negativas 6a 9,00 54,00 -1,070 0,285
Ordens Positivas 11b 9,00 99,00
Empates 2c
Total 19
Desempenho Físico
Final - Desempenho
Físico Inicial
Ordens Negativas 6d 6,17 37,00 -1,724 0,085
Ordens Positivas 3e 2,67 8,00
Empates 9f
Total 18
Dor Corporal Final -
Dor Corporal Inicial
Ordens Negativas 6g 10,00 60,00 -0,414 0,679
Ordens Positivas 10h 7,60 76,00
Empates 3i
Total 19
Saúde Geral Final -
Saúde Geral Inicial
Ordens Negativas 10j 7,85 78,50 -0,544 0,586
Ordens Positivas 6k 9,58 57,50
Empates 3l
Total 19
a. Funcionamento Físico Final < Funcionamento Físico Inicial; b. Funcionamento Físico Final > Funcionamento
Físico Inicial; c. Funcionamento Físico Final = Funcionamento Físico Inicial; d. Desempenho Físico Final <
Desempenho Físico Inicial; e. Desempenho Físico Final > Desempenho Físico Inicial; f. Desempenho Físico
Final = Desempenho Físico Inicial; g. Dor Corporal Final < Dor Corporal Inicial; h. Dor Corporal Final > Dor
Corporal Inicial; i. Dor Corporal Final = Dor Corporal Inicial; j. Saúde Geral Final < Saúde Geral Inicial; k.
Saúde Geral Final > Saúde Geral Inicial; l. Saúde Geral Final = Saúde Geral Inicial
No que se refere à Componente Mental do SF-36 avaliada através da
Vitalidade, do Desempenho Emocional, da Saúde Mental e do Funcionamento Social
foi possível verificar, de acordo com os resultados do teste de Wicoxon, e de acordo
com a Tabela 18, temos que:
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No grupo A, que realizou Wiiterapia, as diferenças não se demonstraram
estatisticamente significativas, mantendo-se assim os valores muito próximos no caso
da Vitalidade (p=0,138), Saúde Mental (p=0,871) e Funcionamento Social (p=0,102)
Contudo os resultados obtidos nas diferenças entre a fase final e a fase inicial do
revelaram-se significativas (p=0,031), notando-se deste modo uma diminuição no
Desempenho Emocional, sendo este inferior na fase final, de acordo com os
resultados superiores obtidas nas medias de ordens positivas.
Tabela 16: Resultado Diferenças SF36 (Componente Mental) Grupo A - Wiiterapia
A - Wiiterapia N
Média
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
Vitalidade Final -
Vitalidade Inicial
Ordens Negativas 5a 6,80 34,00 -1,482 0,138
Ordens Positivas 10b 8,60 86,00
Empates 6c
Total 21
Funcionamento
Social Final -
Funcionamento
Social Inicial
Ordens Negativas 0d ,00 ,00 -1,633 0,102
Ordens Positivas 3e 2,00 6,00
Empates 19f
Total 22
Desempenho
Emocional Final -
Desempenho
Emocional Inicial
Ordens Negativas 6g 4,42 26,50 -2,156 0,031
Ordens Positivas 1h 1,50 1,50
Empates 11i
Total 18
Saúde Mental Final
- Saúde Mental
Inicial
Ordens Negativas 9j 10,11 91,00 -0,162 0,871
Ordens Positivas 10k 9,90 99,00
Empates 1l
Total 20
a. Vitalidade Final < Vitalidade Inicial; b. Vitalidade Final > Vitalidade Inicial; c. Vitalidade Final = Vitalidade
Inicial; d. Funcionamento Social Final < Funcionamento Social Inicial; e. Funcionamento Social Final >
Funcionamento Social Inicial; f. Funcionamento Social Final = Funcionamento Social Inicial; g. Desempenho
Emocional Final < Desempenho Emocional Inicial; h. Desempenho Emocional Final > Desempenho Emocional
Inicial; i. Desempenho Emocional Final = Desempenho Emocional Inicial; j. Saúde Mental Final < Saúde Mental
Inicial; k. Saúde Mental Final > Saúde Mental Inicial; l. Saúde Mental Final = Saúde Mental Inicial
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No grupo B - Wii®
sem Supervisão, de acordo com a Tabela 19, temos que:
As diferenças mostraram-se significativas relativamente à Vitalidade (p=0,007)
e à Saúde Mental (p=0,023), sendo que, de acordo com os valores superiores das
médias de ordens positivas, os resultados se apresentam superiores na fase final da
avaliação.
Ao nível do Desempenho Emocional (p=0,891) e Funcionamento Social
(p=0,073) não é possível verificar diferenças estatisticamente significativas entre a
avaliação final e inicial, mantendo-se assim os valores semelhantes.
Tabela 17: Resultado Diferenças SF36 (Componente Mental) - Wii
® sem Supervisão
B - Wii® sem Supervisão N
Média
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
Vitalidade Final –
Vitalidade Inicial
Ordens Negativas 3a 4,33 13,00 -2,668 0,007
Ordens Positivas 12b 8,92 107,00
Empates 1c
Total 16
Funcionamento
Social Final -
Funcionamento
Social Inicial
Ordens Negativas 5d 4,90 24,50
Ordens Positivas 2e 1,75 3,50 -1,791 0,073
Empates 9f
Total 16
Desempenho
Emocional Final -
Desempenho
Emocional Inicial
Ordens Negativas 2g 4,00 8,00 -0,137 0,891
Ordens Positivas 3h 2,33 7,00
Empates 10i
Total 15
Saúde Mental Final -
Saúde Mental Inicial
Ordens Negativas 3j 5,50 16,50 -2,270 0,023
Ordens Positivas 11k 8,05 88,50
Empates 2l
Total 16
a. Vitalidade Final < Vitalidade Inicial; b. Vitalidade Final > Vitalidade Inicial; c. Vitalidade Final = Vitalidade
Inicial; d. Funcionamento Social Final < Funcionamento Social Inicial; e. Funcionamento Social Final >
Funcionamento Social Inicial; f. Funcionamento Social Final = Funcionamento Social Inicial; g. Desempenho
Emocional Final < Desempenho Emocional Inicial; h. Desempenho Emocional Final > Desempenho Emocional
Inicial; i. Desempenho Emocional Final = Desempenho Emocional Inicial; j. Saúde Mental Final < Saúde Mental
Inicial; k. Saúde Mental Final > Saúde Mental Inicial; l. Saúde Mental Final = Saúde Mental Inicial
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Relativamente ao grupo C - Ginástica Geriátrica, de acordo com a Tabela 20
que não se verificam resultados significativos ao nível das diferenças entre fase final
e fase inicial de avaliação da Vitalidade (p=1,000), Funcionamento Social (p=0,439),
Desempenho Emocional (p=0,865) e Saúde Mental (p=0,085), o que significa que
neste caso estes aspectos se mantêm estatisticamente constantes entre a fase inicial e
fase final de avaliação, não se verificando nem aumento nem diminuições
significativas.
Tabela 18: Resultado Diferenças SF36 (Componente Mental) - Ginástica Geriátrica
C - Ginástica Geriátrica N
Média
das
Ordens
Soma das
Ordens z p
Vitalidade Final -
Vitalidade Inicial
Ordens Negativas 8a 10,69 85,50 0,000 1,000
Ordens Positivas 10b 8,55 85,50
Empates 1c
Total 19
Funcionamento Social
Final - Funcionamento
Social Inicial
Ordens Negativas 5d 3,70 18,50
Ordens Positivas 2e 4,75 9,50 -0,775 0,439
Empates 12f
Total 19
Desempenho Emocional
Final - Desempenho
Emocional Inicial
Ordens Negativas 3g 5,00 15,00 -0,171 0,865
Ordens Positivas 4h 3,25 13,00
Empates 11i
Total 18
Saúde Mental Final -
Saúde Mental Inicial
Ordens Negativas 5j 7,00 35,00 -1,725 0,085
Ordens Positivas 11k 9,18 101,00
Empates 2
l
Total 18
a. Vitalidade Final < Vitalidade Inicial; b. Vitalidade Final > Vitalidade Inicial; c. Vitalidade Final = Vitalidade
Inicial; d. Funcionamento Social Final < Funcionamento Social Inicial; e. Funcionamento Social Final >
Funcionamento Social Inicial; f. Funcionamento Social Final = Funcionamento Social Inicial; g. Desempenho
Emocional Final < Desempenho Emocional Inicial; h. Desempenho Emocional Final > Desempenho Emocional
Inicial; i. Desempenho Emocional Final = Desempenho Emocional Inicial; j. Saúde Mental Final < Saúde Mental
Inicial; k. Saúde Mental Final > Saúde Mental Inicial; l. Saúde Mental Final = Saúde Mental Inicial
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Ao nível da avaliação do estado de saúde do SF36 - Transição de Saúde os
resultados obtidos não foram tidos em conta, dado que se trata de uma escala para
medir a transição do estado de Saúde Geral após pelo menos um ano (Ribeiro J.L.,
2005) e a diferença entre a avaliação inicial e final da nossa investigação foi de
apenas 4 meses.
Comparação das diferenças entre resultados dos Grupos
Comparando entre grupos, as diferenças obtidas nas diferentes escalas,
observamos que não há diferenças significativas nas diferentes escalas abordadas,
como exposto nas seguintes Tabelas 21 a 25.
Tabela 19: Diferenças de Resultados entre Grupos – Índice de Barthel
Barthel Grupo de Estudo N Média das
Ordens X2kw p
Diferença de
resultados Barthel
A - Wiiterapia 22 26,18
2,716 0,257 B - Wii® sem Supervisão 16 34,31
C - Ginástica Geriátrica 20 29,30
Tabela 20: Diferenças de Resultados entre Grupos – Índice de Berg
Berg Grupo de Estudo N Média das
Ordens X2kw p
Diferença de
resultados Berg
A - Wiiterapia 22 31,30
4,076 0,130 B - Wii® sem Supervisão 16 34,41
C - Ginástica Geriátrica 20 23,60
Tabela 21: Diferenças de Resultados entre Grupos – Índice MMS
MMS Grupo de Estudo N Média das
ordens X2kw p
Diferença de
resultados MMS
A - Wiiterapia 14 19,61
0,234 0,889 B - Wii® sem Supervisão 10 19,65
C - Ginástica Geriátrica 13 17,85
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Tabela 22: Diferenças Resultados entre Grupos - SF36 (Componente Físico)
Grupo de Estudo N Média das Ordens X2kw p
Diferença
Funcionamento Físico
A - Wiiterapia 22 25,80 2,091 0,351
B - Wii® sem Supervisão 16 33,63
C - Ginástica Geriátrica 19 28,82
Total 57
Diferença
Desempenho Físico
A - Wiiterapia 18 22,50 2,444 0,295
B - Wii® sem Supervisão 15 25,63
C - Ginástica Geriátrica 18 29,81
Total 51
Diferença
Dor Corporal
A - Wiiterapia 22 30,07 0,649 0,723
B - Wii® sem Supervisão 16 30,44
C - Ginástica Geriátrica 19 26,55
Total 57
Diferença
Saúde Geral
A - Wiiterapia 22 28,05 0,714 0,700
B - Wii® sem Supervisão 16 27,25
C - Ginástica Geriátrica 19 31,58
Total 57
Tabela 23: Diferença Resultados entre Grupos - SF36 (Componente Mental)
Grupo de Estudo N Média das Ordens X2kw p
Diferença
Vitalidade
A - Wiiterapia
B - Wii® sem Supervisão
C - Ginástica Geriátrica
Total
21 29,19 3,599 0,165
16 22,47
19 32,82
56
Diferença
Funcionamento Social
A - Wiiterapia 22 33,82 4,814 0,090
B - Wii® sem Supervisão 16 24,88
C - Ginástica Geriátrica 19 26,89
Total 57
Diferença
Desempenho
Emocional
A - Wiiterapia 18 21,58 3,275 0,194
B - Wii® sem Supervisão 15 28,53
C - Ginástica Geriátrica 18 28,31
Total 51
Diferença
Saúde Mental
A - Wiiterapia 20 22,88 3,221 0,200
B - Wii® sem Supervisão 16 32,09
C - Ginástica Geriátrica 18 28,56
Total 54
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Comparação de diferenças de médias tendo em conta o tempo por sessão
Após a análise às diferenças entre os momentos de avaliação inicial e final para
cada uma das medidas em estudo, procedeu-se à análise destas mesmas diferenças de
acordo com o tempo de exposição (em minutos) relativamente às sessões
frequentadas. Deste modo foi criada uma variável relacionada com as sessões em
minutos constituída por 3 intervalos:
1 – <= 400 minutos
2 – >400 e <= 750 minutos
3 – >750 minutos
O número de utentes distribuídos por grupo está descrito na Tabela 26.
Tabela 24: Distribuição dos indivíduos por tempo de intervenção face ao grupo de estudo
Grupo de estudo Sessões em minutos N %
A - Wiiterapia
<=400 9 39,1
>400 e <=750 2 8,7
>750 9 39,1
Não responde 3 13,0
Total 23 100,0
B - Wii® sem Supervisão
<=400 7 35,0
>400 e <=750 1 5,0
>750 8 40,0
Não responde 12 60,0
Total 20 100,0
C - Ginástica Geriátrica
<=400 5 22,7
>400 e <=750 4 18,2
>750 4 18,2
Não responde 9 40,9
Total 22 100,0
Para analisar os resultados de acordo com o número de sessões em minutos
recorreu-se ao teste não paramétrico de Kruskar Wallis, uma vez que o número de
indivíduos por grupo é inferior a 30 elementos e em grande parte dos casos a
distribuição dos resultados não se apresenta normal.
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Deste modo em relação aos resultados obtidos no Índice de Barthel, é possível
verificar, conforme a Tabela 27, que não existem diferenças significativas
relativamente a uma maior ou menos exposição em nenhum dos 3 grupos estudados.
Tabela 25: Resultados Tempo Exposição - Índice Barthel
Grupo de estudo Indice de Barthel Sessões em
minutos N
Média
das
Ordens
X2kw p
A - Wiiterapia Barthel Final – Barthel
Inicial
<=400 9 8,22
>400 e <=750 2 9,00 4,455 0,108
>750 9 13,11
B - Wii® sem
Supervisão
Barthel Final – Barthel
Inicial
<=400 7 4,50 0,000 1,000
>750 1 4,50
C - Ginástica Geriátrica Barthel Final – Barthel
Inicial
>750 5 6,10
>400 e <=750 4 6,75 1,020 0,600
>750 4 8,38
Relativamente ao Índice de Berg, de acordo com a Tabela 28 é possível
verificar que não existem resultados significativos entre os diferentes tempos de
exposição, para os diferentes grupos de estudo.
Tabela 26: Resultados Tempo Exposição - índice Berg
Grupo de Estudo Índice Berg Sessões em
minutos N
Media
das
Ordens
X2kw p
A - Wiiterapia Berg Final – Berg
Inicial
<=400 9 11,00
>400 e
<=750
2 5,75 1,460 0,482
>750 9 11,06
B - Wii® sem Supervisão Berg Final – Berg
Inicial
<=4001,00 7 4,21
>7503,00 1 6,50 0,780 0,377
C - Ginástica Geriátrica Berg Final – Berg
Inicial
<=400 5 5,10
>400 e
<=750
4 7,25 2,479 0,289
>750 4 9,13
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Para o Índice MMS, de acordo com a Tabela 29, também não existem
diferenças significativas entre os diferentes tempos de exposição para os grupos de
estudo.
Tabela 27: Resultados Tempo Exposição - índice MMS
Grupo de Estudo MMS Sessões em
minutos N
Media das
ordens X2kw
p
A - Wiiterapia MMS Final –
MMS Inicial
<=400 4 5,63 2,339 0,311
>400 e <=750 1 4,00
>750 9 8,72
B - Wii® sem
Supervisão
MMS Final –
MMS Inicial
<=400 4 2,75
>750 1 4,00 0,526 0,468
C - Ginástica Geriátrica MMS Final –
MMS Inicial
<=400 3 6,33
>400 e <=750 3 2,33 4,571 0,102
>750 3 6,33
Relativamente à avaliação do estado de saúde do SF36 – Componente Física, de
acordo com a Tabela 30, temos que para o grupo A – Wiiterapia:
Resultados significativos ao nível do Funcionamento Físico (p=0,050) sendo
que neste caso, de acordo com o teste LSD de comparação múltipla de médias (Tabela
31), os indivíduos com mais de 750 minutos de terapia apresentam resultados
superiores, sendo esses apenas em relação ao grupo com tempo de terapia
compreendido entre os 400 e os 750 minutos (p=0,032).
Ao nível do Desempenho Físico (p=0,508), Dor Corporal (p=0,261) e Saúde
Geral (p=0,244), não se verificaram diferenças significativas entre os diferentes
grupos de tempo de exposição.
Para o grupo B – Wii® sem Supervisão não foi possível obter resultados
estatisticamente significativos ao nível das diferenças de resultados do
Funcionamento Físico (p=0,823), do Desempenho Físico (p=0,822), da Dor Corporal
(p=0,118) e da Saúde Geral (p=0,825) entre os diferentes tempos de exposição.
O grupo C – Ginástica Geriátrica, não obteve nenhum resultado significativo a
nível do Funcionamento Físico (p=0,526), Desempenho Físico p=0,427), Dor
Corporal (p=0,400) e Saúde Geral (p=0,263) para nenhum tempo de exposição.
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Tabela 28: Resultados Tempo Exposição - SF36 (Componente Física)
Grupo de
estudo Componente física
Sessões em
minutos N
Média das
Ordens X2kw p
A - Wiiterapia
Funcionamento físico
Final – Funcionamento
Físico Inicial
<=400 9 8,72 6,005 0,050*
>400 e <=750 2 4,00
>750 9 13,72
Desempenho físico Final
– Desempenho Físico
Inicial
<=400 7 8,07 1,354 0,508
>400 e <=750 2 12,00
>750 7 7,93
Dor corporal Final –
Dor Corporal Inicial
<=400 9 10,89 2,685 0,261
>400 e <=750 2 16,00
>750 9 8,89
Saúde Geral Final –
Saúde Geral Inicial
<=400 8 8,00 2,820 0,244
>400 e <=750 2 7,75
>750 9 12,28
B - Wii® sem
Supervisão
Funcionamento físico
Final – Funcionamento
Físico Inicial
<=400 7 4,57 0,050 0,823
>750 1 4,00
Desempenho físico Final
– Desempenho Físico
Inicial
<=400 7 4,43 0,051 0,822
>750 1 5,00
Dor corporal Final –
Dor Corporal Inicial
<=400 7 4,00 2,450 0,118
>750 1 8,00
Saúde Geral Final –
Saúde Geral Inicial
<=400 7 4,57 0,049 0,825
>750 1 4,00
C - Ginástica
Geriátrica
Funcionamento Físico
Final – Funcionamento
Físico Inicial
<=400 5 7,10 1,283 0,526
>400 e <=750 3 7,67
>750 4 4,88
Desempenho Físico Final
– Desempenho Físico
Inicial
<=400 4 5,50 1,700 0,427
>400 e <=750 3 8,00
>750 4 5,00
Dor Corporal Final – Dor
Corporal Inicial
<=400 5 6,00 1,832 0,400
>400 e <=750 3 4,83
>750 4 8,38
Saúde Geral Final –
Saúde Geral Inicial
<=400 5 5,10 2,668 0,263
>400 e <=750 3 9,33
>750 4 6,13
Nintendo Wii® Qual o impacto na 3ª Idade? Estudo Clínico Randomizado
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Tabela 29: Comparação múltipla de médias - SF36 Funcionamento Físico
Grupo de
Estudo Componentes
(I) sessões em
minutos
(J) sessões em
minutos
Diferença de
Médias (I-J) p
A - Wiiterapia
Funcionamento
Físico Final –
Funcionamento
Físico Inicial
>750
<=400 5,11 0,065
>400 e <=750 10,05* 0,032
Relativamente ao SF36 – Componente Mental, a análise dos dados permitiu
constatar, de acordo com a Tabela 32, que:
Para o grupo A – Wiiterapia, há diferença significativa de resultados entre a
avaliação da Vitalidade final e a Vitalidade inicial (p=0,042), sendo que neste caso e
conforme o teste LSD de comparação múltipla de médias exposto na Tabela 33, são
superiores no grupo que fez mais de 750 minutos de terapia, embora apenas em
relação ao grupo que tem como tempo de terapia 400 ou menos minutos.
As diferenças de resultados obtidos na fase inicial e na fase final relativamente
ao Funcionamento Social (p=0648), Desempenho Emocional (p=0,762) e Saúde
Mental (p=0,748) não foram significativas, não se podendo assim afirmar que um
determinado grupo de indivíduos que tenha feito um certo número de minutos de
terapia tenha resultados melhores ou piores que os demais grupos.
Para o grupo B – Wii® sem Supervisão, as diferenças de resultados verificadas
entre a fase final e inicial, não se revelaram significativamente diferentes de acordo
com o número de minutos de terapia, quer ao nível da Vitalidade (p=0,120) e do
Funcionamento Social (p=0,120), quer ao nível do Desempenho Emocional (p=0,271)
ou da Saúde Mental (p=0,272).
Para o grupo C – Ginástica Geriátrica as diferenças de resultados entre a fase
inicial e final não se revelam mais significativas em grupos com determinado número
de minutos de terapia quando comparados com outros, quer ao nível da Vitalidade
(p=0,279), do Funcionamento Social (p=0,635), Desempenho Emocional (p=0,515)
quer ao nível da Saúde Mental (p=0,952).
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Tabela 30: Resultados Tempo Exposição - SF36 (Componente Mental)
Grupo de
estudo Componente Mental
Sessões em
minutos N
Media
de
Ordens
X2kw p
A -
Wiiterapia
Vitalidade Final – Vitalidade
Inicial
<=400 8 7,31 6,335 0,042*
>400 e <=750 2 5,75
>750 9 13,33
Funcionamento social Final –
Funcionamento Social Inicial
<=400 9 11,28 0,868 0,648
>400 e <=750 2 9,00
>750 9 10,06
Desempenho Emocional Final –
Desempenho Emocional Inicial
<=400 7 9,36 0,544 0,762
>400 e <=750 2 7,75
>750 7 7,86
Saúde Mental Final -.Saúde
Mental Inicial
<=400 8 10,75 0,580 0,748
>400 e <=750 2 11,50
>750 9 9,00
B - Wii® sem
Supervisão
Vitalidade Final – Vitalidade Inicial
<=400 7 5,00 2,420 0,120
>750 1 1,00
Funcionamento Social Final –
Funcionamento Social Inicial
<=400 7 4,86 1,316 0,251
>750 1 2,00
Desempenho Emocional Final –
Desempenho Emocional Inicial
<=400 7 4,14 1,563 0,271
>750 1 7,00
Saúde Mental Final -.Saúde
Mental Inicial
1,00 7 4,86 1,205 0,272
3,00 1 2,00
C -
Ginástica
Geriátrica
Vitalidade Final – Vitalidade
Inicial
<=400 5 6,50 2,551 0,279
>400 e <=750 3 9,00
>750 4 4,63
Funcionamento Social Final –
Funcionamento Social Inicial
<=400 5 6,20 0,908 0,635
>400 e <=750 3 8,00
>750 4 5,75
Desempenho Emocional Final –
Desempenho Emocional Inicial
<=400 4 5,00 1,327 0,515
>400 e <=750 3 7,50
>750 4 5,88
Saúde Mental Final -.Saúde
Mental Inicial
<=400 4 5,88 0,099 0,952
>400 e <=750 3 6,50
>750 4 5,75
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Tabela 31: Comparação múltipla de médias - SF36 Vitalidade
Grupo de
Estudo Componentes
(I) sessões em
minutos
(J) sessões em
minutos
Diferença de
Médias (I-J) p
A - Wiiterapia Vitalidade Final –
Vitalidade Inicial >750
<=400 6,43* 0,025
>400 e <=750 8,25 0,066
Observando o tempo de intervenção de cada grupo, é possível verificar que os
indivíduos do grupo A – Wiiterapia, com a realização em média de 12 sessões e o
tempo médio total de 585 minutos, foram os indivíduos com a melhor assiduidade
face às 3 sessões de média e os 169 minutos de tempo médio total do grupo B – Wii®
sem Supervisão e às 10 sessões em média e os 508 minutos de tempo médio total dos
indivíduos do grupo C – Ginástica Geriátrica (Tabela 34).
Tabela 32: Análise Descritiva face ao tempo da intervenção
Grupo em Estudo Tempo de Terapia M
A - Wiiterapia Minutos de sessão 585,00
Nº de Sessões 11,70
B - Wii® sem Supervisão
Minutos de sessão 169,37
Nº de Sessões 3,25
C - Ginástica Geriátrica Minutos de sessão 507,69
Nº de Sessões 10,15
No inquérito de satisfação (max = 75 pontos) não foi possível comparar entre os
3 grupos de estudo, dado que no grupo B – Wii®
sem Supervisão apenas 1 indivíduo
respondeu ao inquérito. Contudo, comparando os grupos A e C temos que no grupo A
– Wiiterapia obtivemos um score médio de 71,77 face ao score médio de 68,13 no
grupo C – Ginástica Geriátrica. Apesar de ser pouca a diferença, podemos dizer que
possivelmente os indivíduos do grupo ficaram mais satisfeitos com a experiência.
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5. Discussão
Idades avançadas (média 79 anos) e baixa escolaridade (1o ciclo – entre 1 e 4
anos escolaridade) normalmente estão associados a um baixo índice funcional (Rikli
and Jones, 1999), (Converso M. E. R., et al, 2007), contudo estes valores estão dentro
da taxa de escolaridade da população portuguesa (INE, 2001) e da população
institucionalizada (Almeida M.M.P., 2005).
Os resultados significativos (p=0,006) obtidos a nível do Índice de Berg no
grupo C – Ginástica Geriátrica podem ser explicados derivados do protocolo de
tratamento em si, dado que grande parte da intervenção era realizada em posição
vertical, melhorando assim o equilíbrio dos idosos (Wang C.Y., 2006).
Existem já alguns estudos sobre o uso benéfico da Nintendo Wii® a nível físico
(Cindy S., 2008; Deutsch J.E., 2008; Graves L.E.F., 2008; Clark R., 2009) e sobre o
seu gasto de energia, face a outras consolas (Graves L.E.F., 2008). Daí talvez se
consiga explicar porque o grupo A – Wiiterapia obteve resultados significativos
(p=0,024) a nível do Funcionamento Físico do SF36.
Tendo em conta que os indivíduos do grupo B – Wii sem Supervisão realizaram
em média apenas 3 sessões (face às 12 do grupo A e às 10 do grupo C) e obtiveram
uma média total de intervenção de apenas 169 minutos (face aos 585 minutos do
grupo A e aos 508 minutos do grupo C), reparamos que estes participantes realizaram
uma muito menor carga física face aos restantes, o que pode explicar os resultados
significativos (p=0,007) a nível da Vitalidade no SF36, que segundo Ferreira (2000),
mede os níveis de energia e fadiga.
O facto da Vitalidade no SF36 ter aumentado significativamente (p=0,042) no
grupo A – Wiiterapia pode ser explicado pela alta taxa de participação dos indivíduos,
dado que este resultado é válido apenas para os indivíduos com 750 minutos ou mais
de intervenção (15 sessões) e que segundo a American College of Sports Medicine
Position Statement (1990) para obter benefícios, são necessários vinte minutos de
exercício físico, envolvendo os grandes grupos musculares, três vezes por semana,
sendo que para níveis de intensidade mais elevados se admita que a resposta possa ser
ainda melhor. A mesma justificação pode também justificar os resultados
significativos (p=0,050) do Funcionamento Físico no mesmo grupo A – Wiiterapia
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para mais de 750 minutos de intervenção (15 sessões). O que nos leva a pensar que os
restantes grupos não obtiveram melhores resultados, pela menor participação dos seus
indivíduos.
Sabemos que a percentagem de idosos com perturbações depressivas é elevada,
valores agravados nos idosos residentes em lares, muito pela incómoda sensação de
abandono, dependência e inutilidade (Lobo A., 2007). Se considerarmos o facto de
que o grupo B – Wii sem Supervisão ter sido o único grupo em que os indivíduos
participavam livremente e individualmente, não tendo assim os seus participantes
observação directa sobre as suas capacidades e/ou incapacidades comparativamente
aos demais, podemos tentar explicar porque foi o único grupo a obter aumentos
significativos na Saúde Mental (p=0,023), que segundo Ferreira (2000) mede aspectos
como a depressão e o bem-estar psicológico.
Seguindo o mesmo raciocínio e considerando que segundo Rikke A. (2010), o
uso da Nintendo Wii®
numa comunidade sénior pode agir como motivadora na
maioria mas, ser desmoralizante para os que não conseguirem acompanhar ou os que
tiverem pontuações menores, podemos tentar explicar porque no grupo A –
Wiiterapia houve uma diminuição significativa do Desempenho Emocional (p=0,031)
que mede as limitações emocionais na realização do trabalho e AVD‟s (Ferreira P.L.,
2000).
Seguindo a opinião de Gamberini (2008), de que a parte de entretenimento no
jogo aumenta a atracção para o mesmo e a de Flynn (2007) de que os jogadores
sentem-se motivados pela necessidade contínua de alcançar os objectivos do jogo,
podemos explicar a maior assiduidade do grupo A – Wiiterapia face aos restantes
grupos.
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6. Conclusões e recomendações
Com a realização deste estudo concluímos que, o uso da Nintendo Wii®
na 3ª
Idade quando supervisionado, pode ter um forte impacto na componente física e,
motivador para a prática terapêutica preventiva face ao simples uso da consola, ou
face a um grupo de Ginástica Geriátrica.
Concluímos que, para existirem resultados significativos no uso da Nintendo
Wii® supervisionado, os indivíduos devem participar num mínimo de 15 sessões de
50 minutos cada.
Este estudo permitiu ainda concluir que o profissional supervisor pela
intervenção com a Nintendo Wii® deve estar preparado para lidar com o impacto
depressivas que pode surgir nos participantes.
Os bons resultados que têm sido obtidos com o uso da Nintendo Wii®
no campo
terapêutico devem ser observados com cautela. O simples uso da Wii®
por si só não
representa nenhum acto de recuperação. São já conhecidos e documentados alguns
casos e patologias específicas decorrentes do mau uso da consola de videojogos
(Robinson R.J, 2008; Jones C., 2009; Sparks D., 2009). Além dos problemas físicos
decorrentes do mau uso, também podem surgir problemas psicológicos derivados da
frustração de não conseguir utilizar a consola convenientemente, podendo estes levar
á desmotivação e abandono do plano de treino (Rikke A., 2010). A investigação e o
conhecimento sobre como desenhar e conceber os videojogos físicos (exergames)
ainda está muito no início (Sinclair J., et al., 2007), então qualquer acção com a Wii®,
a nível terapêutico, por parte dos seniores deve ser preparada e delineada por
profissionais de saúde especializados devendo estes encarar a consola como mais uma
ferramenta de trabalho, tendo os Fisioterapeutas todas as capacidades para ser um
destes profissionais especializados.
Deve então o profissional de saúde identificar quem será ou não viável para a
“Wiiterapia” e dentro dos que podem/devem participar, o profissional deve escolher o
jogo, a intensidade e o tempo específico para cada paciente (Coyne C., 2008),
promovendo assim verdadeira autonomia e independência para com os idosos para
estes não caírem na rotina, no isolamento, solidão e na inactividade que
possivelmente o levará a um estado de inutilidade e depressivo.
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Como principais limitações na realização deste estudo apontamos:
A idade avançada dos indivíduos, dificultando assim muitas vezes a
comunicação e a compreensão, principalmente face a conceitos e tecnologia
desconhecida;
A aplicação dos testes finais realizou-se apenas após o término da
intervenção, o que pode, por si só, ter tido algum papel nos resultados obtidos;
Apesar de ser uma população institucionalizada, era algo activa e ocupada,
dificultando muitas vezes uma continuidade regular da intervenção;
A altura autorizada para realizar a intervenção (Verão) dificultou a
assiduidade de alguns indivíduos, dadas as saídas agendadas com a Instituição e
familiares;
A altura em que foi realizada a avaliação final (Outono), dado ser uma
altura mais fria, escura e depressiva, pode ter influenciado os resultados;
Tamanho dos grupos de estudo (n<30);
O software da Nintendo Wii®
ser totalmente em Inglês conciliado com a
baixa escolaridade dos indivíduos;
Quantidade de escalas utilizadas, dados obtidos e tempo de análise.
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7. Trabalho futuro
Tendo em conta as conclusões e limitações apresentadas, seria importante em
estudos futuros obter uma amostra de estudo maior por grupo; aprofundar o estudo
das questões psicológicas, da frustração no uso de novas tecnologias e comparar com
outras faixas etárias; investigar junto de uma população sénior não institucionalizada;
realizar um estudo de follow-up aos diferentes grupos de intervenção; estudo
comparativo com novas soluções do mercado (Sony® Move; Xbox
® kinect).
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