newsletter asd 7.2011

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Caro (a) Amigo (a), É com muito prazer que lhe damos a conhecer a newsletter dos Autarcas Social Democratas, que surge agora numa dialéctica entre aquilo que naturalmente nos preocupa, por força das circunstân- cias actuais, e aquilo que ambicionamos para Portugal e para os portugueses. Este é, assim cremos, o momento adequado para fazer desta newsletter um eficaz elemento de discussão e mobilização em torno das questões do Poder Local, bem como de partilha dos melho- res e muitos exemplos de governação local que se sucedem um pouco por todo o país. E melhor começo não podíamos esperar, do que contar, neste número de teste, com o rico contribu- to de dois ex-autarcas que agora integram o XIX Governo Constitucional e a quem, naturalmente, endereçamos votos das maiores e melhores felicidades e sucessos. A todos quantos possibilitaram que esta newsletter fosse hoje uma realidade, o nosso bem-haja. A Comissão Política Nacional Editorial A voz do Poder Local Quiseram as circunstâncias que a newsletter dos ASD sur- gisse num momento de reno- vada esperança para Portugal, num tempo em que voltamos a acreditar na mais-valia do diá- logo, da negociação e dos con- sensos. Será esta, portanto, mais uma plataforma ao serviço desse propósito. É de elementar bom senso que nos momentos difíceis a coo- peração assuma lugar cimeiro na gestão e condução da coisa pública. No entanto, nos últimos 6 anos tivemos um Governo que ape- nas nos sabia apresentar difi- culdades para fazer face às adversidades. E como se não bastasse, nós autarcas, éramos vistos como adversários e as autarquias como bode expiatório para todos os males do país. A tentativa de descredibilizar existiu e pela opinião pública foi espalhado um clima de desconfiança pouco saudável. A isso, sempre respondemos com trabalho, proximidade e um forte espírito de solidarie- dade nacional, sem deixarmos ainda de reivindicar aquilo que entendíamos por justo. Ninguém pode hoje acusar os autarcas de não terem comba- tido as crescentes emergên- cias sociais e, ainda assim, de almejarem projectar o futuro, pensando novas soluções para velhos problemas. Assim foi no seio dos ASD, marcando a nossa posição e apontando novos caminhos. Mas, porque contrária ao rumo adoptado, foi difícil fazer ouvir a nossa voz a quem parecia incapaz de encarar a opinião dos autarcas. Opiniões que são tão-só o resultado de um conhecimento real dos problemas do país, das preocupações e ambições das pessoas, por isso dificil- mente menosprezáveis. Assim, afigura-se agora de fulcral importância transformar essa voz numa participação efectiva nos diversos procedi- mentos de tomada de decisão. Porque os autarcas têm muito trabalho e estudo realizado sobre diversas problemáticas do poder local. A sustentabilidade financeira dos municípios; a reorganiza- ção administrativa; o exercício de competências e os meios; a cooperação descentralizada; o crescimento económico e a aposta em novos sectores; a gestão da água; a reabilitação urbana ou a modernização administrativa são alguns des- ses grandes temas. Oportunamente, realiza-se a 9 de Julho o XIX Congresso da ANMP, num momento em que convergem muitos desafios e grandes expectativas. Nesta reunião magna, muitas serão as ideias para Portugal, contributos de consenso entre autarcas de todas as forças políticas e, acima de tudo, representativos dos interesses das populações, de norte a sul, do interior ao litoral. Este pensar descentralizado, na origem e nos propósitos, é algo que os autarcas querem oferecer a Portugal. Porque agora sim, são muitos os desafios que vamos enfren- tar e superar. Manuel Frexes newsletter Autarcas Social Democratas Rua Ricardo Espirito Santo, 1, r/c -D 1200-790 Lisboa Telefone: 213 950 503 Fax: 213 950 647 [email protected] Julho de 2011 Edição n.º 1 mensal Comissão Política Nacional | Director: Manuel Frexes | Director-adjunto: Eduardo Teixeira Manuel Frexes Presidente dos ASD Presidente da Câmara Municipal do Fundão Vice-Presidente da ANMP Membro efectivo do Comité das Regiões Nesta edição: Editorial 1 A voz do Poder Local, Manuel Frexes 1 Local é nacional, Paulo Júlio 2 A função social do Poder Local, Marco António Costa 2 Parlamento e Poder Local, António Rodrigues 3 Os desafios do Poder Local, Rui Alexandre Novo e Rocha 3 Nos dias de hoje os deputados não têm direito a estado de graça!, Mário Simões 4 Gestão e ordenamento florestal, Jorge Garcez 4 Cidade tecnológica em Paços de Ferreira 5 Praias de Macedo de Cavaleiros com bandeira azul 5

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Primeira edição da newsletter dos Autarcas Social Democratas, Julho de 2011

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Page 1: Newsletter ASD 7.2011

Caro (a) Amigo (a),

É com muito prazer que lhe damos a conhecer a newsletter dos Autarcas Social Democratas, que

surge agora numa dialéctica entre aquilo que naturalmente nos preocupa, por força das circunstân-

cias actuais, e aquilo que ambicionamos para Portugal e para os portugueses.

Este é, assim cremos, o momento adequado para fazer desta newsletter um eficaz elemento de

discussão e mobilização em torno das questões do Poder Local, bem como de partilha dos melho-

res e muitos exemplos de governação local que se sucedem um pouco por todo o país.

E melhor começo não podíamos esperar, do que contar, neste número de teste, com o rico contribu-

to de dois ex-autarcas que agora integram o XIX Governo Constitucional e a quem, naturalmente,

endereçamos votos das maiores e melhores felicidades e sucessos.

A todos quantos possibilitaram que esta newsletter fosse hoje uma realidade, o nosso bem-haja.

A Comissão Política Nacional

Editorial

A voz do Poder Local

Quiseram as circunstâncias

que a newsletter dos ASD sur-

gisse num momento de reno-

vada esperança para Portugal,

num tempo em que voltamos a

acreditar na mais-valia do diá-

logo, da negociação e dos con-

sensos.

Será esta, portanto, mais uma

plataforma ao serviço desse

propósito.

É de elementar bom senso que

nos momentos difíceis a coo-

peração assuma lugar cimeiro

na gestão e condução da coisa

pública.

No entanto, nos últimos 6 anos

tivemos um Governo que ape-

nas nos sabia apresentar difi-

culdades para fazer face às

adversidades.

E como se não bastasse, nós

autarcas, éramos vistos como

adversários e as autarquias

como bode expiatório para

todos os males do país.

A tentativa de descredibilizar

existiu e pela opinião pública

foi espalhado um clima de

desconfiança pouco saudável.

A isso, sempre respondemos

com trabalho, proximidade e

um forte espírito de solidarie-

dade nacional, sem deixarmos

ainda de reivindicar aquilo que

entendíamos por justo.

Ninguém pode hoje acusar os

autarcas de não terem comba-

tido as crescentes emergên-

cias sociais e, ainda assim, de

almejarem projectar o futuro,

pensando novas soluções para

velhos problemas.

Assim foi no seio dos ASD,

marcando a nossa posição e

apontando novos caminhos.

Mas, porque contrária ao rumo

adoptado, foi difícil fazer ouvir

a nossa voz a quem parecia

incapaz de encarar a opinião

dos autarcas.

Opiniões que são tão-só o

resultado de um conhecimento

real dos problemas do país,

das preocupações e ambições

das pessoas, por isso dificil-

mente menosprezáveis.

Assim, afigura-se agora de

fulcral importância transformar

essa voz numa participação

efectiva nos diversos procedi-

mentos de tomada de decisão.

Porque os autarcas têm muito

trabalho e estudo realizado

sobre diversas problemáticas

do poder local.

A sustentabilidade financeira

dos municípios; a reorganiza-

ção administrativa; o exercício

de competências e os meios; a

cooperação descentralizada; o

crescimento económico e a

aposta em novos sectores; a

gestão da água; a reabilitação

urbana ou a modernização

administrativa são alguns des-

ses grandes temas.

Oportunamente, realiza-se a 9

de Julho o XIX Congresso da

ANMP, num momento em que

convergem muitos desafios e

grandes expectativas.

Nesta reunião magna, muitas

serão as ideias para Portugal,

contributos de consenso entre

autarcas de todas as forças

políticas e, acima de tudo,

representativos dos interesses

das populações, de norte a sul,

do interior ao litoral.

Este pensar descentralizado,

na origem e nos propósitos, é

algo que os autarcas querem

oferecer a Portugal.

Porque agora sim, são muitos

os desafios que vamos enfren-

tar e superar.

Manuel Frexes

newsletter

Autarcas Social Democratas Rua Ricardo Espirito Santo, 1, r/c -D

1200-790 Lisboa

Telefone: 213 950 503

Fax: 213 950 647

[email protected]

Julho de 2011 Edição n.º 1

mensal

Comissão Política Nacional | Director: Manuel Frexes | Director-adjunto: Eduardo Teixeira

Manuel Frexes

Presidente dos ASD

Presidente da Câmara

Municipal do Fundão

Vice-Presidente da ANMP

Membro efectivo do Comité

das Regiões

Nesta edição:

Editorial 1

A voz do Poder Local, Manuel Frexes

1

Local é nacional, Paulo Júlio

2

A função social do Poder

Local, Marco António Costa

2

Parlamento e Poder Local, António Rodrigues

3

Os desafios do Poder Local, Rui Alexandre Novo e Rocha

3

Nos dias de hoje os

deputados não têm direito a

estado de graça!, Mário Simões

4

Gestão e ordenamento

florestal, Jorge Garcez

4

Cidade tecnológica em Paços

de Ferreira 5

Praias de Macedo de

Cavaleiros com bandeira azul 5

Page 2: Newsletter ASD 7.2011

O programa do XIX Governo

Constitucional foi debatido e

aprovado. Todos sabemos,

enquanto Portugueses, onde

estamos, como chegámos e,

sobretudo, para onde quere-

mos ir.

Mais do que nunca é necessá-

rio coragem e patriotismo,

percebendo que as medidas a

tomar não podem ser pintadas

de cinzento. Este é o pano de

fundo de uma legislatura com-

plexa e, ao mesmo tempo,

plena de oportunidades para

corrigir problemas sistémicos

da nossa sociedade.

A mudança é a palavra-chave e

deverão ser os portugueses a

protagonizá-la.

A agenda do novo Governo

liderado por Pedro Passos

Coelho não é definitivamente

para fazer mais do mesmo. É

uma agenda reformista e

necessariamente com uma

implementação rápida.

Com a consciência dos enor-

mes desafios, tenho a honra

de pertencer ao Governo de

Portugal, como titular da

Secretaria de Estado da Admi-

nistração Local e Reforma

Administrativa. A visão é, em

coerência, uma agenda refor-

mista e inovadora para o Poder

Local, reforçando a proximida-

de com os cidadãos, o

empreendedorismo, a inova-

ção social e o aproveitamento

das especificidades do territó-

rio, como factores de desenvol-

vimento de Portugal.

Portugal precisa de um Estado

menos centralizado e que sai-

ba induzir uma cultura de res-

ponsabilidade, de forma trans-

versal, na sociedade. O apro-

fundamento do Municipalismo

e a reformatação de compe-

tências devem ser definidos,

no sentido de melhor servir as

pessoas e gastar menos recur-

sos públicos.

As autarquias estão abertas a

novos desafios e a definir

vários patamares de compe-

tências que permitam reduzir

custos, servindo melhor os

cidadãos e as estratégias de

desenvolvimento territorial.

Por outro lado, é necessário

fazer a reforma administrativa

do território, sem complexos

nem preconceitos mas, com

muito bom senso. É isso que

faremos, chamando todos os

actores à participação de um

processo que deve ser sempre

conduzido com mentalidade

aberta.

Os municípios e as freguesias

são indubitavelmente motores

de desenvolvimento e de proxi-

midade local. Por essas mes-

mas razões, a reflexão sobre

competências, número de

órgãos autárquicos e divisão

administrativa pode e deve ser

realizada, numa lógica de terri-

tório e das pessoas.

Este é um desafio local mas,

por ser local, também é um

desafio nacional!

Contamos com todos Vós!

Paulo Júlio

O local é nacional

Paulo Júlio

Secretário de Estado da Administração Local e

Reforma Administrativa

Antes de integrar o Governo, foi Presidente da

Câmara Municipal de

Penela, desde 2005

Enquanto autarca, integrou o Conselho Nacional dos

ASD.

Em 2008, foi galardoado com o prémio “Autarca

Empreendedor” no âmbito

do 8.º Venture Capital IT.

Em Maio de 2011 publicou o livro Crónicas de um

Autarca

Pelo facto de estarem mais

próximos das populações, os

autarcas sempre tiveram um

papel de enorme preponderân-

cia no que diz respeito à

melhoria das condições de

vida das populações e sempre

foram os principais agentes no

desenvolvimento de políticas

de proximidade de apoio dos

mais desprotegidos. O estreito

relacionamento de cooperação

institucional, que sempre exis-

tiu, entre os autarcas e os

diferentes agentes sociais,

como sejam; as IPSS´s, as

Misericórdias e as Cooperati-

vas, foi determinante para que

o desenvolvimento de políticas

sociais fosse implementado de

forma coordenada, por forma a

maximizar recursos acolhendo

todos aqueles que em determi-

nado momento estavam mais

desprotegidos.

Fruto da grave crise económica

que se instalou em Portugal,

os autarcas em conjunto com

o Governo, vão assumir um

papel de maior relevo no que

toca a amortecer o impacto

das consequências mais

nefastas que a actual situação

económica está a provocar nas

famílias portuguesas. A área

social vai assim ter um papel

preponderante, por forma a

implementar as condições

necessária para criação de

uma rede de protecção às

famílias portuguesas. Ao assu-

mir funções governativas na

área social, espero dar um

contributo para que essa rede

seja o mais abrangente possí-

vel e que, de facto, seja uma

salvaguarda para que os portu-

gueses vislumbrem nos dife-

rentes organismos, uma res-

posta adequada às suas

necessidades momentâneas. A

relação entre os Poder Central

e os Autarcas terá que ser

mais estreita para que o con-

junto de medidas sociais pos-

sam ser implementadas de

forma eficiente nos recursos e

eficaz nas respostas, como é

disso o caso do Plano de Emer-

gência Social que se pretende

que seja o primeiro mecanis-

mo a ser levado a cabo nos

próximos tempos.

Espero assim, com a minha

experiência autárquica e gover-

nativa, dar o melhor de mim

para que os Portugueses vol-

tem a ter esperança.

Marco António Costa

A função social do poder local

Marco António Costa

Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança

Social

Até integrar o Governo, foi Vice-Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de

Gaia

Presidente da Comissão Política Distrital do PSD

Porto

newsletter | 2

Page 3: Newsletter ASD 7.2011

A legislatura que agora se ini-

cia encerra em si múltiplos

desafios referentes ao Poder

Local.

Marcada pelas dificuldades

financeiras que a todos afecta

e condicionada pelo Memoran-

do de Entendimento subscrito

com a “troika”, os próximos

meses exigem acção, concen-

tração e criatividade.

A reorganização administrativa

do país que afectará não ape-

nas freguesias e municípios,

mas que irá alterar a actual

forma de organização supra-

municipal, nomeadamente

encontrando novas legitimida-

des e competências, assegu-

rando um sistema com maior

eficácia.

O financiamento das autar-

quias, o redesenho das suas

competências, o elenco e a

reestruturação dos respectivos

órgãos vão necessariamente

constituir domínios em que

todos vamos ser chamados a

nos pronunciar.

E tudo irá acontecer num pra-

zo quase imediato. As eleições

autárquicas de 2013, marca-

das pela substituição alargada

da maioria dos presidentes

dos órgãos executivos vão

marcar um novo quadro autár-

quico que se vai traduzir na

maior revolução do poder local

das 3 últimas décadas.

O debate recente sobre a alte-

ração do mapa administrativo

de Lisboa e a já anunciada não

nomeação dos Governadores

Civis evidenciam um propósito

de mudança estrutural impará-

vel.

Autarquias reformadas, outros

protagonistas, novas compe-

tências, financiamento mais

justo, são parte dos desafios

para o novo Governo e para o

Parlamento mas que vão exi-

gir, igualmente, empenho,

compromisso e bom senso de

todos os agentes intervenien-

tes.

Autarquias que sendo diferen-

tes entre si, podem merecer

tratamento diferente pelo

legislador. Nem todas autar-

quias podem ter as mesmas

competências (aliás como já

sucede numa base voluntaris-

ta e através dos protocolos

que celebram). A individualida-

de de cada autarquia deve

merecer um enquadramento

próprio com financiamento

adequado à especificidade.

Questão prévia a toda a refor-

ma: as alterações a introduzir

não podem nem devem consti-

tuir pretexto ou fundamento

para criar ou exacerbar confli-

tos sociais, bairrismos serôdios

ou competições pouco saudá-

veis.

António Rodrigues

Parlamento e Poder Local

António Rodrigues

Advogado

Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD na

Assembleia da República

Membro da Assembleia

Municipal de Sintra

Presidente do Conselho de Jurisdição Distrital de

Lisboa

Hoje, face à actual conjuntura

económico-financeira, de res-

ponsabilidade socialista, e ao

acordado no memorando da

troika, iniciou-se a discussão

da redução do número de fre-

guesias e municípios, assente

numa óptica economicista,

que, a meu ver, é bastante

redutora.

De facto, entendo que se que-

remos perspectivar um futuro

para as Autarquias é tempo de

reflectir sobre um conjunto de

questões, num Tempo Novo,

abrindo uma oportunidade

para repensar o paradigma de

gestão autárquica vigente, no

sentido de assegurar a susten-

tabilidade financeira futura de

muitos municípios portugue-

ses, face aos novos desafios

que se apresentam!

Mas para que esse trabalho

resulte em melhoria, torna-se

imperioso abrir a discussão a

todos os intervenientes no

processo, para que de forma

consciente e responsável se

chegue a um modelo razoável,

não abdicando da autoavalia-

ção que se exige!

Porque, pergunto eu, o que

seria de Portugal sem as Jun-

tas de Freguesia e sem as

Câmaras Municipais? Quem

generalizou por esse País fora,

que não só Lisboa e Porto, o

acesso à cultura, ao desporto,

quem melhorou o parque esco-

lar do ensino básico, onde o

Governo não colocou um cênti-

mo, quem qualificou a Educa-

ção, quem hoje tem de encon-

trar respostas sociais, todos os

dias, para os problemas da

nova pobreza, quem de facto

tem que inventar soluções de

desenvolvimento económico e

promoção de emprego, para

que as pessoas se fixem?

Quem revolucionou as condi-

ções e a qualidade de vida das

nossas populações, muitas

vezes substituindo-se à própria

administração central?

Foram as Autarquias Locais e

se há bons, menos bons e

maus exemplos, uma coisa vos

digo: o trabalho na generalida-

de das situações tem sido

notável!

Aliás, segundo um estudo da

“Deloitte, SA”, os municípios

são responsáveis por mais de

50% do investimento público e

por 18% do emprego público,

sendo as transferências do

Orçamento de Estado para as

Autarquias de 10% da despesa

pública!

Por tudo isto, devemos estar

disponíveis para pensar uma

nova estrutura organizativa,

que seja equilibrada e que

tenha em consideração as

especificidades territoriais,

promovendo de forma clara o

associativismo, quer de fregue-

sia quer municipal, pois

aumentando a dimensão e

criando massa crítica teremos

optimização de recursos e

libertação de meios financei-

ros.

Encontrando um modelo que

não esqueça o mais importan-

te: manter o nível de atendi-

mento às populações, para

que não tenhamos um Pais

cada vez mais virado para o

Litoral e não se esqueça a

equidade territorial que se

pretende num País solidário!

Rui Alexandre Novo e Rocha

Os desafios do Poder Local

Rui Alexandre Novo e Rocha

Presidente da Câmara

Municipal de Ansião

Membro suplente do

Conselho Geral da ANMP

Presidente da Comissão

Política do PSD Ansião

Representante ASD na

Distrital do PSD Leiria

newsletter | 3

Page 4: Newsletter ASD 7.2011

Quando se fala de crise e das

suas implicações no quotidia-

no das pessoas, fica quase

sempre à margem das análi-

ses elaboradas os seus impac-

tes nas instituições políticas e

nos políticos.

A realidade que estamos a

viver prova como a acção dos

políticos nunca esteve, como

agora, sujeita a um escrutínio

tão exigente. Faz sentido, dado

o passado recente e as marcas

profundas deixadas, por exem-

plo, na subalternização do

parlamento e dos que foram

eleitos.

Se o Governo deixou de poder

desfrutar de um tranquilo esta-

do de graça que permitiria

estruturar as acções da gover-

nação com poucos sobressal-

tos, os deputados da Nação

estão confrontados de igual

modo com a observação aten-

ta dos eleitores. Nem poderia

ser de outra forma. Vivemos

tempos de maior exigência. O

tempo do faz de conta, de

passar entre os intervalos da

chuva, deixou de vigorar.

Os cidadãos não podem conti-

nuar a assistir à adulteração

da prática da política.

Nunca como agora, e apesar

das novas tecnologias da

comunicação, o deputado teve

tanta necessidade de estar

ligado às populações, aos seus

problemas. Nunca como agora,

o deputado foi confrontado

com a exigência de saber

fazer. Oxalá a crise signifique

um sinal de alerta, um decisivo

contributo para mudar o perfil

dos eleitos e fazer deles reais

e concretos representantes de

quem os elegeu.

Mário Simões

Nos dias de hoje os deputados não têm direito a estado de graça!

Mário Simões

Empresário

Vereador na Câmara

Municipal de Alvito

Presidente da Comissão

Política Distrital de Beja

Os municípios portugueses,

em especial os do centro e

norte do país, têm um poten-

cial de riqueza ligado aos

recursos naturais e florestais

que é fundamental promover e

explorar.

São, contudo, limitadas as

competências que os municí-

pios têm em matéria de gestão

e ordenamento florestal e de

defesa da floresta contra

incêndios. Se a primeira é fun-

damental para fomentar um

desenvolvimento integrado e

sustentado do potencial eco-

nómico da floresta o segundo

é fundamental para garantir

segurança ao investimento

florestal.

Acredito que o reforço das

competências dos municípios,

e ou das comunidades inter-

municipais, em matéria de

política florestal e de preven-

ção e combate a incêndios,

poderiam ser reforçadas. É

fundamental que os municí-

pios sejam mais activos na

gestão do território, quer para

prosseguir o intuito da preven-

ção de incêndios, quer o do

ordenamento do territó-

rio. Temos que saber encontrar

novos instrumentos, novas

políticas, novas competências,

para defender a floresta, bens

e pessoas e promover o desen-

volvimento rural no nosso país.

Gestão e ordenamento florestal

Jorge Moutinho Garcez

Vereador da Câmara

Municipal do Fundão

Secretário-Geral Adjunto

da JSD

newsletter | 4

Comissão Política Nacional

Presidente

Manuel Frexes

Vice-Presidentes

Jaime Soares

Miguel Albuquerque

João Batista

Armando Vieira

Pedro Oliveira Pinto

Secretária-Geral

Maria Virgínia Estorninho

Vogais

Jaime Manuel Ramos

João Moura

Luís Félix Castelhano

César Oliveira

Eduardo Teixeira

Paulo Leitão

Suplentes

Mário Simões

Beraldino Pinto

Álvaro Amaro

António Edmundo

Carlos Marta

Fernando Lopes

Rui Rocha

António Rodrigues

Rui Pinto

Isaura Morais

Pedro Pimpão

Paulo César

Andrea Silva

Ana Sofia Neves

Jorge Garcez

Bruno Vitorino

António Prôa

Fátima da Silva Pimentel Moreira

Florival Pinto

Francisco Andrade

Rodrigo Gonçalves

Paulo Jorge Almeida Xavier

Rogério Camões

José Fernando Ferreira

Diamantino Amaral dos Santos

Maria Rosário Lóio

Vitor Martins

João Barreiras Duarte

Vasco da Cruz Antunes Oliveira

Manuel Castro Almeida

Suplentes

Rui Rio

António Jorge Nunes

José Paulo Farinha

Rui Miguel da Silva André

Bruno Miguel Camacho Pereira

Vítor Frutuoso

Alberto Santos

Jorge Paulo de S. Roque Cunha

Nuno Alas

Luís Cirilo A. Campos Carvalho

Miguel Gavinhos

Carlos Carvalho

António José Borralho Ramalho

Marco Paulo Santos Marques

Luís Rodrigues

Manuel Fernando R. Santos

Manuel Hermenegildo Costa

Armando Jorge Varela

Conselho Nacional

José Ribau Esteves

Manuel Nascimento Martins

José Silvano

António Bragança Fernandes

Ernâni Almeida

José Eduardo Matos

Nélson Antunes

Jacinto Manuel Lopes Flores

Manuel Maria Moreira

NarcisoFerreira Mota

Jorge Simplício Pestana

Luís Barbosa Leal

José Inácio Marques Eduardo

Francisco Amaral

Joaquim Monteiro Mota e Silva

Joaquim Pinto Moreira

Filipe Santos

José Maria Gaspar Barroca

Armindo Telmo Ferreira

Laura Maria Santos Esperança

Domingos Dias

Paulo Júlio

João José Pina Prata

João António Lourenço

Roberto Paulo Cardoso Silva

Leonídio Gomes Monteiro

Joviano Martins Vitorino

José dos Santos Marques

Luis Gomes

Ricardo Rio

Carlos Lourenço

José Mário Almeida Cardoso

Gustavo Duarte

Leonel Vieira

Pedro Filipe dos Santos Alves

Bruno Filipe Monteiro Pereira

José Francisco Vilela Leirós

Joaquim António Matias

Francisco Simão Lopes Oliveira

Osvaldo Luís S. Coelho Seixas

João Magalhães Pereira

Ângela Maria Bento Almeida

Natália Lopes Ramos

Pedro Nuno Matos Ferreira

Henrique Ferreira dos Reis

José Policarpo

Sónia Ramos Ferro

António Mateus da Silva

João Paulo Benquerença

Horácio Correia da Piedade

Alberto Maia Costa Reis

António J. Tavares Oliveira

Rui Miguel Félix Duarte

Luís Filipe Graça Gonçalves

José Hermano Cruz Machado

Cristóvão da Conceição Crespo

Nuno Miguel Henriques

Ricardo Jorge Martins Aires

Casimiro Simões Calafate

Mesa do Congresso

Fernando Pereira Campos

Isabel Soares

Júlio Sarmento

Alfredo Henriques

Fátima Ramos do Vale Ferreira

Paulo Moreira

Gonçalo Gonçalves

João Teixeira Leite

José Severino Soares Miranda

Rui Melo

Mário Fontemanha

Joaquim Vieira Coimbra

Alda Maria Antunes Grácio

Conselho de Jurisdição Nacional

Berta Cabral

Guilherme Aguiar

José Estevens

Luís Filipe Matias

António Elísio de Jesus Dias

Nuno Filipe Machado Reis

Artur Ferreira

Carlos São Martinho Gomes

Luís Rodrigues

Gulherme Gameiro Domingues

José Graça

João Moura

Os municípios já provaram que

têm um papel fundamental no

desenvolvimento de Portugal,

seja no exercício das suas

competências, seja em substi-

tuição às competências do

Estado. Agora, o país tem que

ser repensado por forma a

responder à crise, em que

vivemos, com sucesso. E não

há crise que se vença sem

mudarmos de políticas.

Estou convencido que a cola-

boração dos ASD e da ANMP

com o novo Governo serão

determinantes para que, em

conjunto, possamos devolver a

esperança às novas gerações.

Jorge Garcez

Órgãos eleitos no

V Congresso Nacional dos

ASD

27 de Fevereiro de 2010, Porto

Page 5: Newsletter ASD 7.2011

Já decorrem as obras da Cidade Tecnológica de Paços de

Ferreira, estrutura de 8 milhões de euros, que está a criar,

no centro da cidade de Paços de Ferreira, um ecossistema

empreendedor e inovador, de conhecimento e criatividade,

reunindo condições de atractividade das empresas e dos

trabalhadores do conhecimento, tendo em vista fazer nas-

cer dentro da cidade um cluster de actividades geradoras e

valorizadoras do conhecimento. Na Cidade Tecnológica em

obras, já decorre a 1ª Pós-Graduação do país em Integração

de Sistemas de Gestão.

O interessante na Cidade Tecnológica é a revitalização de

um espaço degradado no centro da Cidade, com 30.000

m2 e o facto de colocar gente a estudar, a aprender profis-

sões, a especializar-se a incubar empresas, numa ligação

directa às empresas instaladas nas Zonas de Acolhimento

Empresarial.

É no meio desta dinâmica que o Instituto Politécnico do

Porto (IPP) vai instalar o seu Centro de Transferência de

Tecnologia, destinado a potenciar os projectos de investiga-

ção, desenvolvimento e inovação que germinam no univer-

so do IPP e abrir-lhes as portas do mercado, aproximando

as empresas de base tecnológica das indústrias que são os

seus principais clientes.

Na Cidade Tecnológica já se encontram instaladas duas

empresas de base tecnológica: a Vicoustic (produz sistemas

de acondicionamento e isolamento acústico, a partir de

materiais como a madeira) e a TriDivisions (desenvolve um

produto de realidade virtual portátil, aplicado à indústria do

mobiliário, o VRinMotion).

Agindo numa lógica de partilha e de criação de sinergias, a

Cidade Tecnológica de Paços de Ferreira integra num mes-

mo espaço os principais equipamentos e serviços relaciona-

dos com a “economia do conhecimento”, com a transferên-

cia de tecnologia, com a inovação e com a investigação e

desenvolvimento, centrando em si própria o núcleo cerebral

das actividades de valorização da base económica do con-

celho, desde a I&D académica até à incubação e aceleração

de negócios.

A PFR Invest, Empresa Municipal de Gestão Urbana é a

entidade responsável pelo projecto, e que foi criada pela

visão estratégica do Município de Paços de Ferreira que

percebeu que, nos tempos que correm, a acção dos Municí-

pios é crucial na potenciação do desenvolvimento local e

regional.

Município de Paços de Ferreira

Cidade tecnológica em Paços de Ferreira

Praias de Macedo de Cavaleiros com bandeira azul

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As duas praias fluviais de Macedo de Cavaleiros localizadas

na Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo foram, de

novo, galardoadas com a Bandeira Azul da Europa. Das 3

praias galardoadas no interior norte do país, duas localizam-

se no concelho macedense. A Praia da Ribeira ostenta o

símbolo pelo segundo ano e a Praia da Fraga da Pegada

afirma-se como a praia fluvial mais galardoada do país,

averbando o galardão pelo oitavo ano consecutivo.

As praias macedenses são um local privilegiado para muitos

que visitam a região transmontana nos meses de maior

calor. Os seus areais, as extensas zonas ajardinadas e a

qualidade da água, integradas numa área de natureza pro-

tegida, a que se acrescenta um conjunto de atividades e

recursos, a todos acessível, como os diversos percursos

pedestres, a prática de canoagem e btt, os campos de volei-

bol e futebol de rua, as bancas de leitura, artesanato e pro-

dutos regionais, os bares e restaurantes de apoio, os bike-

karts e outros, fazem deste um dos destinos mais requisita-

dos do Nordeste Transmontano. Em 2010, no período da

época balnear, que se estendeu de 15 de Junho a 15 de

Setembro, foram mais de 175.000 as pessoas que ali acor-

reram.

A Albufeira do Azibo tem por isso um importante peso na

economia do concelho. Associada a uma oferta turística

com uma forte valorização do património histórico e cultu-

ral, as diversas áreas de comércio saem beneficiados.

De salientar também a panóplia de eventos que se realizam

no concelho nesta altura do ano, de que se destacam a

Feira de S. Pedro e o Festival de Música Tradicional, na

cidade, e o Voleibol de Praia, na Praia da Ribeira, que em

Agosto recebe de novo a final do Campeonato Nacional.

Município de Macedo de Cavaleiros

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