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Informação 57 (0069027) SEI 010281-04.35/15-5 / pg. 1 AGÊNCIA ESTADUAL DE REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DELEGADOS DO RIO GRANDE DO SUL Av. Borges de Medeiros, 659 - 13º andar - Bairro Centro - CEP 90020-023 - Porto Alegre - RS - www.agergs.rs.gov.br CNPJ 01.962.045/0001-00 INFORMAÇÃO Nº 57/2015 - DT DE: Sérgio Alexandre Ramos González – Técnico Superior – Economista Eduardo D´Avila Leal – Técnico Superior – Administrador PARA: Diretoria de Tarifas e Estudos Econômico-Financeiros PROCESSO SEI Nº: 1081-0435/15-5 ASSUNTO: Reajuste Tarifário do Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de Longo Curso e Suburbanas do Interior. 1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS A Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (FETERGS) e a Associação Rio-grandense de Transporte Intermunicipal (RTI) subscrevem requerimento de reajuste tarifário do serviço de transporte coletivo rodoviário intermunicipal de passageiros do Estado do Rio Grande do Sul (fls. 02 e 03) em 14 de abril passado junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER). Solicitam ainda, em caso de eventual atraso temporal na implantação do reajuste, uma devida compensação pecuniária. As entidades signatárias embasam o pedido em razão do aumento no preço dos insumos verificado no período, com destaque no comportamento dos custos com pessoal e óleo diesel. Por se tratar do componente mais significativo na formação da tarifa, os itens de pessoal deveriam ter seus preços corrigidos de acordo com os seus custos atualizados e nos prazos regidos por acordo coletivo. Quanto ao combustível, são levantadas críticas quanto ao método de apuração empregado em reposicionamentos anteriores, no sentido de ser considerado o preço mínimo vendido às distribuidoras, cuja prática é adotada somente por poucas transportadoras de maior porte. Alegam que a grande maioria adquire o insumo mediante o pagamento de preços em nível de consumidor, ou seja, sem usufruir de condições módicas. Dessa maneira, propõem que o preço atribuído na planilha corresponda à média aritmética entre os valores mínimos do óleo diesel S10 e S500 pagos pelo consumidor. Em 16 de abril, o expediente é encaminhado à Superintendência de Transportes de Passageiros do Poder Concedente (STP/DAER) para fins de publicação por doze dias (fls. 04 e 05). Em 21 de maio, a STP/DAER oficia o Sindicato dos Trabalhadores respectivo para fins de conhecimento dos resultados do Acordo Coletivo (fl. 07). Em 22 de maio, a entidade sindical responde que o documento está sendo finalizado e que deverá ser homologado pelo Ministério do Trabalho na semana seguinte (fls. 08 e 09). De fato, as entidades representativas das empresas transportadoras de passageiros protocolam cópia da Convenção Coletiva de Trabalho do presente exercício no expediente administrativo em 28 de maio, firmado entre o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário Intermunicipal, Interestadual, Turismo e Fretamento do Estado do Rio Grande do Sul (SINDIRODOSUL) e o Sindicato das Empresas de

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Informação 57 (0069027) SEI 010281-04.35/15-5 / pg. 1

AGÊNCIA ESTADUAL DE REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DELEGADOS DO RIO GRANDE DO SULAv. Borges de Medeiros, 659 - 13º andar - Bairro Centro - CEP 90020-023 - Porto Alegre - RS - www.agergs.rs.gov.br

CNPJ 01.962.045/0001-00

INFORMAÇÃO Nº 57/2015 - DT

DE: Sérgio Alexandre Ramos González – Técnico Superior – Economista

Eduardo D´Avila Leal – Técnico Superior – Administrador

PARA: Diretoria de Tarifas e Estudos Econômico-Financeiros

PROCESSO SEI Nº: 1081-0435/15-5

ASSUNTO: Reajuste Tarifário do Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal dePassageiros de Longo Curso e Suburbanas do Interior.

1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul(FETERGS) e a Associação Rio-grandense de Transporte Intermunicipal (RTI) subscrevemrequerimento de reajuste tarifário do serviço de transporte coletivo rodoviário intermunicipal depassageiros do Estado do Rio Grande do Sul (fls. 02 e 03) em 14 de abril passado junto aoDepartamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER). Solicitam ainda, em caso deeventual atraso temporal na implantação do reajuste, uma devida compensação pecuniária.

As entidades signatárias embasam o pedido em razão do aumento no preço dos insumosverificado no período, com destaque no comportamento dos custos com pessoal e óleo diesel.Por se tratar do componente mais significativo na formação da tarifa, os itens de pessoaldeveriam ter seus preços corrigidos de acordo com os seus custos atualizados e nos prazosregidos por acordo coletivo. Quanto ao combustível, são levantadas críticas quanto ao métodode apuração empregado em reposicionamentos anteriores, no sentido de ser considerado opreço mínimo vendido às distribuidoras, cuja prática é adotada somente por poucastransportadoras de maior porte. Alegam que a grande maioria adquire o insumo mediante opagamento de preços em nível de consumidor, ou seja, sem usufruir de condições módicas.Dessa maneira, propõem que o preço atribuído na planilha corresponda à média aritmética entreos valores mínimos do óleo diesel S10 e S500 pagos pelo consumidor.

Em 16 de abril, o expediente é encaminhado à Superintendência de Transportes dePassageiros do Poder Concedente (STP/DAER) para fins de publicação por doze dias (fls. 04 e05). Em 21 de maio, a STP/DAER oficia o Sindicato dos Trabalhadores respectivo para fins deconhecimento dos resultados do Acordo Coletivo (fl. 07). Em 22 de maio, a entidade sindicalresponde que o documento está sendo finalizado e que deverá ser homologado pelo Ministériodo Trabalho na semana seguinte (fls. 08 e 09). De fato, as entidades representativas dasempresas transportadoras de passageiros protocolam cópia da Convenção Coletiva deTrabalho do presente exercício no expediente administrativo em 28 de maio, firmado entre oSindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário Intermunicipal, Interestadual, Turismo eFretamento do Estado do Rio Grande do Sul (SINDIRODOSUL) e o Sindicato das Empresas de

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Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal, Interestadual e Internacional do Estado do RioGrande do Sul (SINDETRI), cujo período de vigência válido entre 1º de junho de 2015 e 31 demaio de 2016 assegura uma elevação salarial e de encargos trabalhistas de 9,5%.

Em 02 de junho, após solicitação à Diretoria de Tarifas da AGERGS, a STP/DAER tomaconhecimento sobre a evolução de índices de preço de chassis, carroceria e pneus no período,mensurados pela Fundação Getúlio Vargas, para fins de cálculo tarifário (fl. 10). Com talobjetivo, preços do óleo diesel são coletados do sítio da Agência Nacional do Petróleo,Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) na internet (fls. 11 a 22). De posse do conjunto de dadoscoletados, diversas planilhas de cálculo são geradas para a definição do índice de reajuste pelainstância deliberativa do DAER (fls. 23 a 37). Assim, o cálculo tarifário é elaborado na forma deparecer em 18 de junho, pelo qual são exibidos dois resultados distintos (fls. 38 a 43): oprimeiro, onde o método de apuração repete o procedimento adotado no reajuste tarifário de2014, acusa um aumento de 6,25%; e o segundo, com um acréscimo de 4,65% no coeficientetarifário vigente, por meio de uma redução de 11% para 9,64% da alíquota de remuneração dasestações rodoviárias, assumindo igual tratamento dispensado pela AGERGS entre 2009 e 2013.

Neste particular, importante ressaltar o fato de que o parecer sustenta que a ResoluçãoDecisória nº 99 da AGERGS, de 05 de setembro de 2014, no que se refere à recomendaçãode isenção da cobrança da comissão de 11% para os usuários não atendidos emEstações Rodoviárias:

“... o DAER ainda não atendeu tal recomendação por várias razões, como dificuldadeoperacional de praticar tarifas diferenciadas para o mesmo trecho, evasão de usuários deestações rodoviárias pequenas, dificultando ainda mais a viabilidade econômica desses

terminais.”

Ademais, alerta que a emissão de bilhetes de passagem no interior dos veículos possui custosnão cobertos por remuneração tarifária[1].

Em 18 de junho, o expediente é remetido à instância deliberativa do Poder Concedente quetrata da matéria, a fim de designar um Conselheiro Relator. Transcorridos sete dias, oexpediente passa a ser discutido pelos membros do Conselho Estadual de Tráfego mediante aapresentação de um parecer (fls. 46 e 47). Enquanto o parecer do Conselheiro relator ressalta oproblema da existência de parâmetros divergentes entre o Poder Concedente e o EnteRegulador, proporcionando resultados discrepantes, as entidades empresariais identificamproblemas metodológicos no cálculo tarifário elaborado pela STP/DAER, o qual acarreta umíndice de reajuste inferior à correção monetária medida pelo INPC/IBGE nos últimos dozemeses (6,25% x 8,76%). Ao mesmo tempo, sustenta que o cálculo tarifário não deveria serrestrito à uma elevação monetária de custos, mas também em direção à implantação de umarevisão parcial no parâmetro de uso do fator mão-de-obra e no veículo padrão. Contudo,nenhum dado sequer foi juntado em sua avaliação do mérito (fls. 49 a 56). O encaminhamentoda reunião em 25 de junho trouxe a devolução do expediente à STP/DAER (fl. 57), paralevantamento de nova apuração. Somente quinze dias após a decisão da instância deliberativa,a Diretoria de Transportes Rodoviários da Autarquia (DTR/DAER) veio a esclarecer o motivopelo qual não houve deliberação sobre o primeiro cálculo apresentado: o cálculo tarifáriodeveria ser elaborado a partir dos mesmos parâmetros operacionais utilizados pela AGERGS,como Aproveitamento Econômico, Percurso Médio Anual e Lotação Média (fl. 58), de modo aevitar o surgimento de resultados discrepantes.

Logo, novos dados foram processados com critérios diferentes de apuração em relação àquelesempregados anteriormente (fls. 59 a 69). Além dos valores de parâmetros coincidentes entreambos órgãos públicos, a mensuração da variação do preço do combustível passou a

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considerar os preços médios pagos pelo consumidor, em lugar da variação dos preços mínimoscom o uso do dado referente ao mês de maio de 2015. De igual maneira, a variação dos índicesde preço de chassis, carroceria e pneus estendeu o período compreendido de abril para maio de2015. Em 13 de julho, a área técnica do DAER conclui o novo cálculo, cujo índice de majoraçãotarifária alcança desta vez 6,73% (fl. 70). No dia seguinte, a DTR/DAER remete o expediente àsconsiderações do relator da matéria no Conselho Estadual de Tráfego, cuja decisão final étomada em 15 de julho passado (fls. 74 a 78), no sentido de acolher o segundo parecer daSTP/DAER por ampla maioria (9 votos favoráveis x 1 voto contrário). Por fim, o processoadministrativo é dirigido no mesmo dia à Secretaria dos Transportes e Mobilidade para fins deremessa à AGERGS, a qual recebe em 17 de julho.

2) ASPECTOS METODOLÓGICOS E CRITÉRIOS DE APURAÇÃO

Frustrada a expectativa de conclusão dos estudos contratados pela Secretaria de Infraestruturae Logística do Estado do Rio Grande do Sul junto à consultoria GISTRAN- Gerenciamento deInformações e Sistemas de Transportes Ltda. com o propósito de elaboração de um PlanoDiretor de Transporte deste Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros para o início dopresente exercício, a implantação de uma revisão tarifária ampla tornou-se tarefa inexequívelpela ausência reiterada de dados atualizados em escala suficiente e por decurso de prazo paraa implantação dos novos valores em sua data base, isto é, 1º de junho de 2015. Com isso, otratamento metodológico novamente se limitaria aos marcos de um reajuste tarifário.

Contudo, ao concluirmos que a alteração do percentual referente à Comissão dasEstações Rodoviárias de 9,64% para 11% do custo quilométrico por decisão soberana doConselho Superior da AGERGS no reposicionamento tarifário passado abandonou alógica da remuneração tarifária através da apuração do custo médio do serviço,acompanhada da indisposição do Poder Concedente em evitar a inclusão do custo deremuneração das Estações Rodoviárias nas tarifas cobradas aos usuários que embarcamno veículo após o início da viagem[2], torna-se meritória a elaboração de um cálculotarifário na forma de uma revisão tarifária parcial e restrita à alteração do dado de talvariável.

Logo, este posicionamento busca não apenas eliminar uma distorção pecuniária pela qual ospassageiros são submetidos a uma espécie de penalização, como também proporcionar umadevolução efetiva a estes dos valores tarifários excedentes[3] cobrados nos últimos doze meses.Para tanto, a mensuração do sobrepreço retirará o valor acima mencionado e imporá umacompensação temporal de acordo com o seu período de vigência de doze meses. Portanto, ocálculo tarifário aqui proposto consistirá na combinação de um reajuste tarifário com umarevisão tarifária parcial e atualizada, cujos critérios obedecerão regras anteriormente procedidasem situações similares, a ser desenvolvido em quatro etapas:

1ª) compreenderá a mensuração do reajuste tarifário com a incorporação de um componente dedefasagem temporal, cuja agregação de ambos gerará o índice de reajuste final dos coeficientestarifários. Mais especificamente, os preços dos insumos rodoviários constantes na planilhatarifária vigente deverão ser corrigidos mediante a aplicação da variação acumulada no períodode doze meses da mesma cesta de índices de preço representativa dos custos do serviço,enquanto os dados relativos a parâmetros de consumo, variáveis operacionais e demais tributosincidentes sobre o faturamento do serviço se manterão inalterados;

2ª) tratará sobre a atualização do percentual suficiente de remuneração das estaçõesrodoviárias por meio de um novo levantamento quantitativo com base nos dados declarados no

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Sistema de Transporte Coletivo (STC/DAER) relativos ao exercício de 2014;

3ª) exibirá novos valores de coeficientes tarifários, distintos em relação àqueles mensurados naprimeira etapa, em resposta à inclusão do percentual de Comissão das Estações Rodoviáriasapurado na etapa anterior e de uma devida compensação pelo atraso temporal na implantaçãodo presente reposicionamento, permitindo a definição de um índice revisional; e

4ª) abordará o impacto do indevido plus tarifário causado pela elevação do percentual deComissão das Estações Rodoviárias no último reposicionamento tarifário e promoverá suadedução de acordo com o seu prazo de vigência em relação ao índice de revisão definido naterceira etapa. Após isso, será obtido o índice de revisão final pelo qual tornam-se definidos oscoeficientes tarifários que serão colocados à avaliação do Conselho Superior.

Ressalta-se a repetição do procedimento equivocado do ano anterior de atualização monetáriapromovida pelo DAER, cujo intervalo temporal se manteve com uma extensão de onze mesesde variação: desta vez, de junho de 2014 a maio de 2015. Se, por um lado, a escolha do mês dejunho de 2014 como data-base de aplicação da correção monetária vem a coincidir com ospreços dos insumos constantes na planilha tarifária ainda em vigor, oferecendo plena aderênciaà tomada dos novos valores, por outro, a definição de um período de atualização de custosinferior a doze meses estabelece uma defasagem de custos “na largada”, tornando aremuneração do serviço desalinhada com um nível adequado de recomposição dos seuscustos. Também se percebe a ausência da introdução de componente pecuniáriocompensatório quanto ao atraso temporal para a implantação dos novos coeficientes tarifários,tal como é pretendido pelas entidades signatárias do requerimento.

Logo, a cesta de índice de preços estará composta pelos seguintes indexadores:

a) variação média do preço mínimo ao distribuidor do óleo diesel tipo S10 e S500, consideradocomo uma média entre a Capital e alguns municípios do interior, sendo ponderada pelarepresentatividade de cada tipo na frota de veículos, de modo a atualizar os preços docombustível e dos lubrificantes;

b) variação do Índice de Preço ao Produtor Amplo/Disponibilidade Interna – Pneus para Ônibuse Caminhões- medido pela Fundação Getúlio Vargas, para acompanhar a evolução dos preçosde pneus, câmaras e serviço de recapagem;

c) variação do Índice de Preço ao Produtor Amplo/Disponibilidade Interna –Chassis com Motorpara Ônibus- medido pela Fundação Getúlio Vargas, ponderada pela participação relativa dopreço do chassis no preço final do veículo, para compor o custo com depreciação eremuneração de veículos, outros ativos, peças e acessórios e despesas administrativas;

d) variação do Índice de Preço ao Produtor Amplo/Disponibilidade Interna – Carrocerias paraÔnibus- medido pela Fundação Getúlio Vargas, ponderada pela participação relativa do preçoda carroceria no preço final do veículo, para compor o custo com depreciação e remuneração deveículos, outros ativos, peças e acessórios e despesas administrativas; e

e) variação do salário e encargos trabalhistas da categoria de pessoal rodoviário, conforme aúltima Convenção Coletiva de Trabalho, para fixar os novos valores relativos à remuneração demotoristas, cobradores, fiscais, pessoal administrativo e de manutenção, bem como opagamento de benefícios sociais.

A planilha tarifária vigente, definida através da Resolução Decisória nº 99, de 05 de setembro de2014, é demonstrada no Quadro abaixo:

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Quadro 1 – Planilha Tarifária do Transporte de Longo Curso - 2014

Vale recordar que o percentual de reajuste concedido alcançou 5,33%, em função daincorporação de componente de defasagem temporal pelo atraso de um mês na implantaçãodos novos coeficientes tarifários em relação à data-base (1º de junho de 2014).

No que segue, serão reproduzidos os fatos e fundamentos vinculados à elevação do percentualde Comissão das Estações Rodoviárias durante a tramitação do expediente de requerimento dereajuste tarifário relativo ao exercício passado, acompanhados de nossa análise do mérito, como objetivo de evidenciar, a nosso juízo, os equívocos da decisão tomada e assim buscar umadevida reparação.

3) A CONTROVÉRSIA DA ALTERAÇÃO DO CUSTO REFERENTE À REMUNERAÇÃO DASESTAÇÕES RODOVIÁRIAS

Inicialmente, observa-se que o parecer desta Diretoria constante no expediente administrativo nº12.794-04.35/14-2, o qual trata sobre o reajuste tarifário do Sistema de Transporte ColetivoIntermunicipal de Passageiros de Longo Curso e Suburbanas do Interior apresentado pelaFETERGS e RTI no ano passado, dedicou-se a renovar todos os preços dos insumos da

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planilha tarifária, de acordo com a metodologia própria deste tipo de reposicionamento. Nãohouve qualquer manifestação acerca do percentual da Comissão das Estações Rodoviárias naplanilha tarifária, até porque o mencionado documento emitido pelas signatárias em nada sereferia a esta questão. Assim, mais uma vez, consolidava-se o entendimento de que a revisãodo percentual respectivo adotada em 2009 se mantinha válida e adequada.

Entretanto, após a elaboração e publicação da Informação AGERGS nº 45/2014 – DT, de 24 dejulho de 2014) no sítio da Agência na internet, as entidades empresariais requerentes vieram aprotocolar, no dia 05 de agosto de 2014, ou seja dois dias antes da data em que estavaagendada a sessão de análise e deliberação deste processo tarifário pelo Conselho Superior daAGERGS, um novo ofício direcionado ao Conselheiro Relator, cujo objeto tratava-se de um“Pedido de Correção de Distorção na Comissão das Estações Rodoviárias comImpacto/Reajuste no Cálculo da Tarifa”. Em consequência da necessidade de análise damatéria, o Conselheiro Relator decidiu adiar a mencionada sessão para o dia 12 de agosto de2015.

A nova peça documental anexada ao expediente introduz um conjunto de argumentos confusose desprovidos de verdadeira razão para o pleito, cuja retórica transcrevemos abaixo:

“Acontece que o percentual de 9,64% (que corresponde a 87,66% do efetivo percentual dedevido 11%) de Comissão das Estações Rodoviárias não deve(ria) ter sido alterado, seja porincompetência desta Agência Reguladora para alterações do índice, seja porque é resultadode uma abordagem sobre o sistema que o distorce, desequilibrando-o a partir de um estudoestatístico precário sobre os usuários das linhas "comuns". Explica-se:

A alteração do índice de comissão das Rodoviárias, como dito, é de competência exclusiva doPoder Concedente, ou seja, do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem e, maisespecificamente, do seu Conselho Rodoviário de Tráfego, nos termos do art. 6°, III, da LeiEstadual 11.090/98, já que somente ele - Poder Concedente - detém competência para "aprovaro valor das comissões a serem pagas pelos concessionários de linhas de transporte àsagências e estações rodoviárias" e, via de consequência, regulamentar a forma e participaçãodestas concessionárias naquele comissionamento.” (grifos nossos).

Não há divergência de opinião sobre a falta de competência da AGERGS para definir o valor daremuneração das estações rodoviárias, o que de fato nunca ocorreu, pois a comissão retidapelas estações rodoviárias continuou sendo de 11% em relação à tarifa da passagem adquiridanaquele equipamento. A questão principal refere-se à busca de uma justa adequação do seumecanismo de financiamento com os seus custos efetivos, pois é sabido que parte dos usuáriosdas linhas intermunicipais de longo curso não faz uso de terminais rodoviários e que, nestecaso, as empresas não repassam valor correspondente à receita[4] destas passagens a título decomissão para as estações rodoviárias, não cabendo, portanto, incluir este custo na planilhatarifária do sistema.

Logo, trata-se de apurar a receita das passagens vendidas durante o percurso para dimensionaruma alíquota efetiva sobre a alíquota nominal de 11%, de forma análoga ao cálculo dos tributos.Esta alíquota de 11% foi e deve ser considerada apenas como o ponto de partida do cálculo doimpacto real desta remuneração em termos de custo médio, conforme o grau de preferênciados usuários em utilizar ou não as estações rodoviárias nos seus deslocamentos entre osmunicípios gaúchos. O estudo revisional de 2009 apontou que 12,34% da receita (renda não

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manifestada) obtida com a venda de bilhetes de passagens não provinham de taisequipamentos públicos, sendo infundada sua inclusão no custo quilométrico do serviço,apurado pela planilha tarifária. Dessa forma, foi obtida uma alíquota efetiva de 9,64% comoresultado da participação relativa de 87,66% da receita[5] da venda de passagens nas estaçõesrodoviárias sobre o total de receita de passagens, com base nos dados do ano de 2007,aplicada a alíquota nominal válida de 11%[6].

Contudo, a argumentação dos requerentes, sem qualquer documentação comprobatória oudemonstração matemática, alega que:

“... a redução na Comissão das Estações Rodoviárias para 9,64% partiu da análise de umnúmero estatístico enviado pelas concessionárias e pelas próprias rodoviárias em relatórios deusuários de linhas “comuns”, em detrimento dos usuários das linhas "direto" "semi-direto", "executivo" e "leito". O que foi feito pelo DT AGERGS, ainda em 2009, foi apenas aexclusão de todos os usuários “comuns” do cálculo do comissionamento ao pressuposto deque estes usuários não utilizariam os serviços das estações rodoviárias.” (grifos nossos).

Após esclarecido o método de apuração empregado no estudo revisional, demonstraremos quetal alegação não possui sustentação fática. Ressaltamos que o cálculo incluiu todas asmodalidades existentes na base de dados, sejam comum, direta, semi-direta, executiva e leito. Afonte de dados utilizada foi fornecida pelo DAER constante no Sistema de Transporte Coletivo –STC do ano de 2007. O dito “estudo estatístico precário” foi realizado a partir de um rigorosoprocessamento para consistir os dados por meio de critérios objetivos, apresentados naINFORMAÇÃO DT-AGERGS Nº 42/2009, o qual resultou em uma amostra correspondente a53,1% da receita total do Sistema.

Ademais, a memória de cálculo encontra-se disponível na forma de anexo no processo SPI nº002372-39.00/14-0. Devido à grande extensão do arquivo em formato excel(memoriadecalculo.xls)[7], optou-se na oportunidade em não compor anexo do parecer da áreatécnica (Informação AGERGS nº42/2009 – DT), embora estivesse acessível para consulta naDiretoria de Tarifas.

A pretensão das entidades representativas das empresas delegatárias surpreendentementeganhou total guarida do Sr. Conselheiro Relator da matéria, o qual se posicionoufavoravelmente sob o pretexto de que o percentual de 9,64% referente às Comissões dasEstações Rodoviárias na planilha tarifária, calculado no processo de revisão tarifária do ano de2009, foi elaborado pela Diretoria de Tarifas da AGERGS com ausência de motivações econtrariando suas competências, pois:

“5- Assim, o Conselho Superior da Agergs em 15/10/2009 através da resolução 1169, semnenhuma citação ao fato em sua ata, aprovou uma mudança na comissão das rodoviárias de11% para 9,64%, a ser aplicada para todo o sistema, alterando uma política pública do PoderConcedente, sem justificativas e sem nenhum argumento explicito, causando emconsequência uma série de distorções no sistema.” (grifos nossos).

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Ora, tanto não foi alterada nenhuma política pública que a remuneração das estaçõesrodoviárias continuou, sem sofrer qualquer mudança, baseada no percentual de 11% decomissão sobre o valor das passagens vendidas nas mesmas.

Mais adiante, o Sr. Conselheiro Relator, alegando a indisponibilidade da memória de cálculo doestudo revisional no expediente, intuiu simplesmente que a receita da venda de passagenscalculada pela Diretoria de Tarifas poderia incluir recursos de outra natureza, decorrentes dofretamento, encomendas, transporte internacional, etc., o que desqualificaria ainda mais olevantamento realizado:

“6 - [...] de outro lado, não está igualmente incluída a própria memória de calculo, o que dificultaa analise. Por exemplo, a receita total das empresas inclui uma serie de prestações deserviços como fretamento, encomendas expressas, linhas interestaduais, linhasinternacionais e linhas urbanas, e mesmo venda de ônibus substituídos por unidades novasem que as comissões das rodoviárias não são devidas, o que torna o cálculo incoerente.”

(grifos nossos).

Estas considerações do Sr. Conselheiro Relator foram levadas à deliberação do ConselhoSuperior e juntadas ao expediente, apesar dos prévios e suficientes esclarecimentos prestadospelo Diretor de Tarifas sobre a questão, constante na Informação AGERGS Nº48/2014 – DT, de06 de agosto de 2014:

“A consideração e inclusão na planilha tarifária da alíquota de Comissão das EstaçõesRodoviárias em 9,64%, introduzida desde o processo tarifário do ano de 2009, é o corretoresultado da divisão da receita manifestada das estações rodoviárias sobre a receita total dasempresas de transporte, pois somente é retida pela estação rodoviária a alíquota de 11% dovalor da passagem referente aos passageiros embarcados nas estações rodoviárias. Aospassageiros embarcados fora das estações rodoviárias não há diferença na tarifacobrada, porém não é repassada a qualquer estação rodoviária. Por isso o cálculo datarifa deve espelhar a média de 9,64% de comissionamento das estações rodoviárias paranão haver cobrança indevida quando não há prestação do serviço da estação rodoviária[...] A planilha tarifária representa o custo médio do quilômetro rodado pelas empresas detransporte, dados os parâmetros de Aproveitamento Econômico (IAP), Percurso Médio Anual(PMA) e Lotação Média. Sendo assim, não há o repasse dos 11% de Comissão da EstaçãoRodoviária sobre o valor da passagem cobrados do usuário que não embarcou na rodoviária elá comprou seu bilhete de passagem. A alíquota foi calculada pela média entre os passageirosembarcados e não embarcados nas estações rodoviárias para cobrança no valor daspassagens.” (grifos nossos).

Se houvesse dúvidas sobre o cálculo ou a base de dados utilizados, seria cabível oencaminhamento de uma nova diligência à Diretoria de Tarifas. Porém, nada disso ocorreu.

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Por sua vez, o posicionamento do Sr. Conselheiro Relator foi rejeitado pela Sra. ConselheiraRevisora, que divergiu de sua análise de mérito, indo ao encontro do esclarecimento do Diretorde Tarifas. Conforme seu voto:

“A utilização do índice diferenciado para a comissão das estações rodoviárias na planilhatarifária desta Agência, de maneira alguma, pretende interferir ou negligenciar as competênciasdo DAER de definir os valores das comissões pagas pelos concessionários às estaçõesrodoviárias. O valor de 9,64% foi definido a partir dos valores apurados no último processo derevisão tarifária, tendo em vista que, apesar do valor da passagem contemplar a alíquota de 11%fixada pelo Poder Concedente para todos os usuários, somente é repassado o valor referenteàqueles passageiros embarcados nas estações rodoviárias, sendo excluídos aqueles queembarcam durante o percurso das linhas de ônibus. Assim sendo, o cálculo da tarifa devecontemplar uma ponderação da alíquota de 11%; caso contrário, estaria se promovendo umenriquecimento indevido das empresas à medida que a comissão cobrada dos usuários não érepassada integralmente às estações rodoviárias.”

Devido à divergência entre os votos dos Conselheiros Relator e Revisora, coube ao Sr.Conselheiro Presidente o voto que definiria o percentual a ser aplicado na planilha tarifária.Observa-se que o Sr. Conselheiro Presidente entendeu que nem todos os usuários embarcamnas estações rodoviárias, portanto não incidindo o custo de 11% da comissão sobre o total dareceita das operadoras:

“Realmente nem todos os usuários do sistema efetivamente utilizam as Estações Rodoviárias,não incidindo a comissão de 11% sobre a totalidade da receita das empresas de ônibus.

Porém, seu voto foi no sentido de aumentar o percentual da comissão das estações rodoviáriaspara 11%, como se, ao contrário de seu próprio entendimento, incidisse em toda a receita,votando em sintonia com a linha de raciocínio do Sr. Conselheiro Relator.

Ademais seu argumento mostra-se confuso ao estabelecer que o volume de passageiros damodalidade comum que não utiliza as ERs é fator determinante no cálculo do percentual efetivodas comissões das estações rodoviárias, conforme se verifica na transcrição de sua falaregistrado na ata nº52/2014:

Entretanto, até a presente data, não foi efetuado um levantamento preciso de qual o volume depassageiros do sistema comum, não utilizam as estações rodoviárias”.

Na realidade, as variáveis de cálculo estão relacionadas às receitas das vendas de passagensque, como já foi explicado anteriormente, são designadas como renda manifestada e renda nãomanifestada de todas as modalidades de viagens, e não necessariamente ao volume de

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passageiros transportados na modalidade comum.

Além disso, fez eco à pretensa justificativa de que o estudo que apurou o percentual de 9,64%não se encontrava disponível nos autos:

“No reajuste tarifário de 2009, ocasião em que houve redução dos custos das empresas com asrodoviárias imputado à tarifa, não foi juntado ao processo, um estudo técnico justificando autilização do percentual de 9,64% sobre a receita, e não os 11%”.

Mais adiante, o Sr. Conselheiro Presidente salienta que poderia haver alguma ilegalidade emum suposto financiamento cruzado:

“A utilização do percentual de 9,64% para todo o sistema implantou uma espécie definanciamento cruzado do custo tarifário sem determinação legal para isto”.

Na verdade, a questão relacionada à Comissão das Estações Rodoviárias não está associadaao instrumento de “financiamento cruzado” ou tampouco próxima ao modelo de remuneração detarifa única para todo um sistema, como é o caso do transporte urbano do município de PortoAlegre. Equipara-se, a medição do seu valor, ao custo médio de aquisição de um insumoespecífico por parte de uma grande quantidade de empresas participantes, tal como ocorre comqualquer outro, como combustível, veículo ou pneu. A lógica predominante da planilha tarifária éa busca da remuneração tarifária de acordo com o seu custo médio do quilômetro rodado dosistema de transporte, inclusive em relação aos seus parâmetros operacionais, comoAproveitamento Econômico, Lotação e Percurso Médio Anual. A exceção corre por conta dostributos incidentes sobre o faturamento, cujo gravame mostra-se praticamente homogêneo entreas empresas prestadoras.

A bem da verdade é exatamente o que o mencionado estudo trouxe: de acordo com os dadoscoletados disponíveis à época, uma mensuração correta do impacto deste custo tarifário,impondo uma relevante correção a um custo inconsistente que perdurou indevidamente naplanilha tarifária até o ano de 2009.

Cabe ainda ressaltar o que o Sr. Conselheiro Presidente avaliou como o mais importantemotivador de sua decisão, a suposta falta de uma determinação expressa do Conselho Superiorà época para esta salutar medida:

“E por fim, que na minha avaliação e a consideração mais importante nessa questão, até apresente data, não houve determinação expressa do Conselho Superior da AGERGS para aredução do percentual de 11% como custo das Rodoviárias no cálculo tarifário. Houve sim umreposicionamento da Direção de Tarifas que resultou em um índice e este índice foi aprovadopelo Conselho Superior mas, em nenhum momento este Conselho se manifestouexpressamente dizendo – recalcule os custos das Estações Rodoviárias nos cálculos tarifários.Assim, por uma questão de legalidade, a decisão de considerar o percentual de 11% não é umamudança de critério ou um novo reposicionamento desta Agência, mas é o restabelecimento deuma posição que até o momento não houve estudos técnicos que se justifique a sua mudança”.

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uma posição que até o momento não houve estudos técnicos que se justifique a sua mudança”.

Entendemos que a determinação expressa por parte do Conselho Superior naquelaoportunidade, diz respeito ao acolhimento da proposição da área técnica (Informação AGERGSnº 42/2009 – DT), no sentido de fixar o percentual da dita Comissão em 9,64% e alterar osparâmetros operacionais, como PMA, Lotação Média e Aproveitamento Econômico, explícitosna planilha tarifária constante naquela Informação. Ademais, sustentamos que a Diretoria deTarifas possui legitimidade para a tomada de iniciativas, inclusive inovadoras, sobre matériasregulatórias na forma de proposições que poderão ou não obter respaldo da instância máximadecisória desta Casa.

Por outro lado, ao examinarmos a ata da Sessão nº 57/2009 do Conselho Superior, observamoso respaldo unânime dos membros integrantes do egrégio Conselho Superior deste EnteRegulador à Informação AGERGS nº 42/20009 – DT, cujo voto do Sr. Conselheiro Relator diz:

“Tendo em vista, os novos parâmetros calculados com o auxílio do Sistema de InformaçãoGeográfica e de Apoio a Decisão do Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros doRio Grande do Sul – SIGTRIP, acolho a proposição constante na Informação nº 42/09 – DT”.

Relevante destacar que aquele processo tarifário foi devidamente precedido de audiênciapública realizada no dia 08 de setembro de 2009 (Ata de Audiência Pública AGERGS nº005/2009). Naquela audiência pública, a qual contou com a participação de representantes daFETERGS, RTI, FRACAB e DAER, houve a apresentação do parecer da Diretoria de Tarifas daAGERGS pelo seu titular, detalhando, dentre outros quesitos, a Comissão das EstaçõesRodoviárias.

Em contraste, não houve a realização de audiência pública no processo nº 012794-0435/14-2,embora este importante instrumento de transparência em uma revisão tarifária fosse etapaprévia obrigatória, de acordo com norma específica da AGERGS vigente na época- ResoluçãoNormativa nº 06/2012:

(...)

Considerando que a revisão tarifária é um instrumento de recomposição da tarifa no qual sãoexaminados os critérios e os parâmetros de produção dos serviços, bem como a metodologia decálculo, visando à manutenção do equilíbrio econômico financeiro do serviço público delegado;

Considerando que o reajuste tarifário, previsto no contrato ou na legislação aplicável, é uminstrumento de atualização das tarifas adotado em razão dos efeitos inflacionários, com afinalidade de manter o equilíbrio econômico-financeiro do serviço público delegado;

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(...)

“Art. 9º. Realizado o exame preliminar, o Relator submeterá ao Conselho Superior a realizaçãoe designação da audiência pública, quando couber.

Art. 10. Nos reajustes das tarifas dos serviços públicos delegados cujos índices sejamestabelecidos em normas contratuais ou na legislação aplicável, a realização de audiênciapública será facultativa.

Parágrafo único. Os reajustes que não se enquadrarem no caput deste artigo, bem comoas revisões tarifárias, serão obrigatoriamente precedidos de audiência pública”. (grifosnossos).

Este descumprimento fica claro, pois ao se pretender alterar o percentual referente à comissãodas estações rodoviárias, o processo de reajuste tarifário se transforma em uma revisão tarifária,mesmo que parcial.

Tal entendimento foi alertado pelo Diretor de Tarifas na Informação AGERGS Nº48/2014:

“De maneira que não são procedentes quaisquer argumentos esgrimidos pelaFETERGS para utilização na planilha tarifária da alíquota de 11% a título de comissionamentodas estações rodoviárias. Ainda que houvesse mínima margem à discussão do contraditório, oatual processo de reajuste de tarifas não é o foro adequado para tratamento do mérito daquestão em tela, pois remete a um processo de revisão tarifária. Aqui tão somente estãosendo atualizados os custos pelo desgaste inflacionário, mantendo-se todos os demaisparâmetros constantes, inclusive a Comissão das Estações Rodoviárias.” (grifos nossos).

Ao concluirmos esta abordagem, a qual cumpriu os esclarecimentos necessários sobre opercentual de Comissão das Estações Rodoviárias, avaliamos que se torna imperiosa umareconsideração desta questão no presente cálculo tarifário, consubstanciada na forma de umanova revisão tarifária parcial, a qual compreenderá um levantamento quantitativo com base emvalores atualizados que determinarão um novo índice relativo ao impacto do custo da Comissãodas Estações Rodoviárias na planilha tarifária, apresentado na seção 7 adiante.

Na seção seguinte, serão apurados os novos valores monetários dos insumos que integrarão aplanilha tarifária atualizada, de acordo com as variações dos índices de preços selecionados,anteriormente mencionados.

4) ATUALIZAÇÃO DOS PREÇOS DOS INSUMOS

4.1) Óleo Diesel e Lubrificantes

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A partir dos dados disponíveis no sítio da ANP referentes aos preços mínimos do óleo diesel dotipo S10 e S500 vendidos ao distribuidor em junho de 2014 e junho de 2015 e verificados nosmunicípios de Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria e Santa Rosa[8],é possível obter a variação do preço do tipo híbrido e a consequente definição do seu valorponderado, conforme exibem os quadros a seguir:

Uma vez calculada a variação do preço do combustível em 10,47%, os novos valores a serematribuídos para o óleo diesel, óleo de motor, óleo de transmissão e óleo de diferencial passam aser os seguintes:

Constata-se novamente de que as críticas das entidades empresariais do setor em relação a umsuposto preço do combustível estar situado em um nível de valor mínimo vendido às

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distribuidoras são totalmente inverídicas, pois o novo valor assumido de R$ 2,396379 excede àqualquer preço mínimo do tipo S500 vendido às distribuidoras em qualquer um dos municípiosconsiderados no cálculo.

4.2) Material Rodante

Os novos preços de pneus, câmaras de ar e serviço de recapagem são definidos em resposta àevolução do IPA/DI (pneus para ônibus e caminhões)/FGV no período, a qual é demonstrada noquadro abaixo:

Dessa maneira, os preços vigentes serão corrigidos por este índice, cujos resultados surgemabaixo:

4.3) Veículo

O preço do veículo é composto pelo preço do chassis e pelo preço da carroceria. Como cadacomponente possui um indexador específico, a atualização do seu valor resultará da aplicaçãoda variação de uma média ponderada de ambos sobre o preço vigente constante na planilhatarifária. Inicialmente, tratemos de mensurar a evolução dos índices de preço respectivos:

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De posse destes índices, será apurada a variação do valor do veículo, com base em umavariação média ponderada segundo a participação relativa de cada componente no custo finaldo produto:

Portanto, a atualização do preço do veículo, em seus dois conceitos, promoverá as alteraçõesque seguem nos valores correspondentes aos itens Peças e Acessórios, Depreciação eRemuneração do Veículo, Remuneração de Outros Ativos e Despesas Administrativas:

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4.4) Pessoal

A Convenção Coletiva de Trabalho celebrada em 28 de maio passado determinou umincremento de 9,5% nos salários dos trabalhadores rodoviários. Dessa maneira, a mão-de-obrado setor passa a assumir os seguintes valores:

Como o acordo trabalhista segue omitindo a discriminação dos rendimentos da mão-de-obraalocada em funções administrativas e de manutenção dos veículos, o custo quilométricorespectivo é mensurado de acordo com a participação pecuniária de cada um em relação aocusto quilométrico conjunto do pessoal de operação (motoristas, cobradores e fiscais), cujosparâmetros seguem constantes. Assim:

Além dos salários, as entidades signatárias acordaram a recomposição monetária dos seguintesbenefícios sociais:

Em relação ao acordo trabalhista anterior, constatam-se variações diferenciadas entre eles:enquanto o Vale-Refeição alcançou uma majoração de 20%, a Cesta Básica foi de 14,65% e oPlano de Saúde, 9%. O custo agregado dos benefícios sociais por unidade quilométrica mostraum impacto significativo de 16,35%, saltando de R$ 0,224183 para R$ 0,260834, conformememória de cálculo abaixo:

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Este valor passa a representar cerca de 30,5% do custo quilométrico dos salários pagos amotorista, cobrador e fiscal.

5) CÁLCULO DO REAJUSTE TARIFÁRIO – 1ª ETAPA

De posse dos preços atualizados dos insumos empregados no serviço de transporte coletivo depassageiros, os novos valores dos coeficientes tarifários são gerados na planilha tarifáriaexibida abaixo:

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O reajuste calculado de 7,82% nos coeficientes tarifários vigentes responde exclusivamente àvariação acumulada da cesta de índices de preço considerada nos últimos doze meses, ou seja,de junho de 2014 a junho de 2015. Entretanto, deve ser incorporado o componente decompensação devido ao atraso temporal estimado em três meses para a implantação dos novosvalores em relação à sua data base de validade em 1º de junho de 2015. Logo, a compensaçãoé mensurada a seguir, sendo posteriormente incorporada ao reajuste acima calculado, conformemetodologia tradicionalmente empregada:

Compensação = (Reajuste x Meses de Atraso) / (12 – Meses de Atraso)

Compensação = (7,82% x 3) / (9) = 2,61%.

Índice de Reajuste Total = Variação da Cesta de Índices + Compensação Temporal.

Índice de Reajuste Total = 7,82% + 2,61% = 10,43%.

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Desse modo, os coeficientes tarifários que incidem sobre as tarifas cobradas aos usuários doserviço considerando exclusivamente o critério de reajuste assumirão os seguintes valores:

Cabe destacar que o próximo reposicionamento tarifário, desde que estabelecidomediante o emprego de uma metodologia de reajuste, deverá identificar comocoeficientes tarifários vigentes, aqueles ditos calculados na planilha tarifária do Quadro 14acima, em sintonia com o prazo de vigência da inclusão do componente temporal acimamensurado de 2,61%, com o fim de evitar sua prorrogação intempestiva.

6) DISCREPÂNCIAS COM O CÁLCULO TARIFÁRIO DO PODER CONCEDENTE

O emprego de dados comuns das variáveis operacionais (Percurso Médio Anual,Aproveitamento Econômico e Lotação Média) e da Comissão das Estações Rodoviárias nãoimpediu novamente o surgimento de resultados divergentes. Enquanto o índice de reajuste pornós calculado alcança 10,43%, a medição elaborada pelo DAER aponta 6,73%. Dois fatoresimportantes já haviam sido constatados nesta Informação: a duração do intervalo temporal decorreção monetária ser definida em onze meses e a ausência de compensação tarifária peloatraso temporal na introdução do presente reajuste. Outro motivo relevante diz respeito àsdiferenças nos preços dos insumos atribuídos na planilha tarifária de 2014: por um lado, aAGERGS considera aqueles que compuseram a base de cálculo do reajuste das tarifas naqueleano; por outro, o DAER adota a mesma base de preços do seu cálculo tarifário, o qual estádissociado do reajuste tarifário válido para o ano passado (fl. 64). O quadro abaixo exibe umacomparação de preços de insumos:

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A exceção correu por conta dos rendimentos salariais e dos encargos trabalhistas, cujos valorescompartilhados entre ambos órgãos tiveram origem na Convenção Coletiva de Trabalho dosetor. Entendemos que a eliminação do problema da divergência no cálculo tarifário somenteocorrerá quando houver o compartilhamento integral dos dados constantes na planilha tarifáriaacompanhado do uso de um procedimento metodológico comum.

7) CÁLCULO DE REVISÃO TARIFÁRIA – 2ª ETAPA

Após análise dos registros, foi constatada consistência nos dados de receita com a venda depassagens. Assim, para a mensuração do percentual referente ao custo efetivo da Comissãodas Estações Rodoviárias, foi utilizado 100% dos dados de receita de venda de passagens(renda manifestada e renda não manifestada) do ano de 2014 constantes no Boletim de Oferta eDemanda – BOD do Sistema de Transporte Coletivo do DAER – STC[9]. O quadro abaixoexpõe o resultado obtido através deste novo levantamento quantitativo:

8) CÁLCULO DE REVISÃO TARIFÁRIA – 3ª ETAPA

A planilha tarifária revisional considerará agora o reajuste do preço dos insumos aferidosegundo a cesta de índice de preços selecionada e também a substituição do índice deComissão das Estações Rodoviárias de 11% para 9,26%. Logo, obtêm-se novos coeficientestarifários:

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Observa-se que a variação calculada de 5,54% desconsidera o efeito monetário decorrente doatraso de três meses na implantação dos novos valores. Assim, seguindo método análogo decálculo compensatório elaborado na apuração do reajuste, encontramos:

Compensação = (Índice de Revisão x Meses de Atraso) / (12 – Meses de Atraso)

Compensação = (5,54% x 3) / 9 = 1,85%.

Índice de Revisão = Índice de Revisão Inicial + Compensação Temporal.

Índice de Revisão = 5,54% + 1,85% = 7,39%.

9) CÁLCULO DA REVISÃO TARIFÁRIA – 4ª ETAPA

O Quadro abaixo reproduz a planilha tarifária relativa ao exercício de 2014, exposta naconclusão da Informação AGERGS nº 45/2014 – DT, cuja única diferença em relação à planilhatarifária então aprovada (Quadro 1) reside no emprego de 9,64% como índice de Comissão dasEstações Rodoviárias:

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A defasagem temporal de um mês deve ser aqui também considerada, tal como estabelecido nomencionado parecer da Diretoria de Tarifas e no cálculo tarifário decidido pelo ConselhoSuperior. Portanto:

Fator de Compensação = (Índice de Reajuste Inicial x Meses de Atraso) / (12 – Meses deAtraso).

Fator de Compensação = (3,14% x 1) /11 = 0,29%.

Índice de Reajuste Final = Índice de Reajuste Inicial + Fator de Compensação.

Índice de Reajuste Final = 3,14% + 0,29% = 3,43%.

Assim, fica demonstrada a afirmação de que a majoração do percentual de remuneração dasestações rodoviárias de 9,64% para 11% no reposicionamento tarifário anterior trouxe umincremento impróprio de 1,9 p. p. no índice de reajuste tarifário, posto que o índice aplicadoalcançou 5,33%.

A fim de proporcionar a justa devolução dos valores tarifários acrescidos indevidamente aosusuários no último reposicionamento tarifário por meio desta revisão, a mensuração deste valorcorresponde justamente à diferença entre o índice revisional concedido de 5,33% e o índice dereajuste que deveria ter sido implantado de 3,43%, uma vez que o dado atualizado de Comissão

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das Estações Rodoviárias passa a ser 9,26%. Logo, a devolução expressa em termos relativos éde 1,9%, ou seja:

Índice de Devolução (%) = Índice da Revisão Tarifária de 2014 – Índice de Reajuste Tarifário de2014.

Índice de Devolução = 5,33% - 3,43% = 1,9%.

O percentual de 1,9% representa a anulação do plus, bem como a admissão de um menorpercentual de remuneração das Estações Rodoviárias com base na redução da participaçãorelativa da receita obtida com a venda de passagens nestes terminais (renda manifestada) emrelação à receita total (renda manifestada + Renda não manifestada) em 2014comparativamente ao estudo anterior referente ao exercício de 2007.

O índice de devolução servirá para deduzir o índice de revisão tarifária mensurado na terceiraetapa. Dessa maneira, obtém-se o cálculo tarifário definitivo desta análise:

Índice de Revisão Final = Índice de Revisão – Índice de Devolução.

Índice de Revisão Final = 7,39% - 1,9% = 5,49%.

Por fim, vale salientar que os novos coeficientes tarifários, os quais nortearão os valores dastarifas a serem cobradas, passam a ser os seguintes:

Atenta-se para o fato de que o próximo reposicionamento tarifário deverá consideraraqueles coeficientes tarifários discriminados no Quadro 18, dada a extinção dos efeitostemporais incidentes sobre as novas tarifas, decorrentes da inclusão de uma defasagemtemporal de 1,85% e da devolução do adicional de 1,9% referente à Comissão dasEstações Rodoviárias.

10) RECOMENDAÇÕES AO CONSELHO SUPERIOR

Após uma profunda e pertinente manifestação de mérito acerca da matéria, encaminhamos asseguintes proposições:

a) que o índice de revisão tarifária seja estabelecido em 5,49%;

b) que, a fim de alcançar cálculos tarifários coincidentes entre o Poder Concedente e a Agênciade Regulação, todos os valores constantes na planilha tarifária resultante da presente revisãotarifária deverão ser os únicos válidos na elaboração do próximo reposicionamento tarifário;

c) por se tratar de uma revisão tarifária parcial, que a deliberação desta matéria seja precedidade realização de audiência pública, por força do Regimento Interno desta Agência de

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Informação 57 (0069027) SEI 010281-04.35/15-5 / pg. 24

Regulação.

É a Informação.

Sérgio A. R. González Eduardo D’Avila Leal

IF nº 2908239/02 IF nº 3041247/01

[1] Com esta medida, veremos adiante que os riscos enunciados de prejuízo das EstaçõesRodoviárias conseguiram ser anulados, devido à sua conversão em ônus aos usuários doserviço.

[2] Em consequência da rejeição à recomendação expressa no art. 3º da Resolução Decisórianº 99, promoveu-se uma majoração artificial de 1,9 p.p. nos coeficientes tarifários em vigor.

[3] Consciente do efeito protelatório sobre a conclusão deste processo administrativo naAGERGS, face à previsão regimental obrigatória de audiência pública em caso de revisõestarifárias, entende-se que uma nova apuração do percentual de Comissão das EstaçõesRodoviárias mostra-se válida ao aproximar a justa remuneração do serviço de transportecoletivo dos seus custos médios apurados.

[4] A receita obtida por meio das passagens adquiridas durante o percurso está registrada nocampo BODRENNMA da tabela STC015 do Sistema de Transporte Coletivo do DAER-STC,significando renda não manifestada.

[5] A receita obtida por meio das passagens adquiridas nas estações rodoviárias está registradano campo BODRENMAN da tabela STC015 do Sistema de Transporte Coletivo do DAER-STC,significando renda manifestada.

[6] O cálculo aplicado é simples e representa o produto matemático de 87,66% da receitarelativa à compra de passagens sobre o percentual de 11%.

[7] Para se ter uma ideia do problema, a memória de cálculo do estudo revisional continha umatabela com aproximadamente 30.000 linhas e 28 colunas, fato que limitou sua oportunadisponibilização nos autos.

[8] Conforme pode ser observado no Quadro 2, os preços do combustível em Cruz Alta nãoforam coletados em junho deste ano, fato pelo qual trouxe uma redução dos sete para seismunicípios tradicionalmente selecionados na composição do preço em nível de Estado.

[9] O base de dados encontra-se em anexo.

Em 12 de agosto de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Sérgio Alexandre Ramos González, TécnicoSuperior, em 12/08/2015, às 15:09, conforme Medida Provisória nº 2.200-2/2001.

Documento assinado eletronicamente por Eduardo D'Avila Leal, Técnico Superior, em12/08/2015, às 15:17, conforme Medida Provisória nº 2.200-2/2001.

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Informação 57 (0069027) SEI 010281-04.35/15-5 / pg. 25

A autenticidade do documento pode ser conferida no sitehttps://sei.agergs.rs.gov.br/processos/verifica.php informando o código verificador 0069027 eo código CRC 712BF969.

010281-04.35/15-5 0069027v2

Criado por sergio-gonzalez, versão 2 por sergio-gonzalez em 12/08/2015 15:07:54.