dt. reais apontamentos

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DIREITO REAIS Os Direitos Reais estão taxativamente consagrados no Código Civil, menos o dto de habitação periódica “time-sheering”. Os Direitos Reais são muito importantes. Os Direitos das Coisas é um ramo do direito que se preocupa com os meios ou os meios de acesso aos bens, como os utiliza. O Direito das Coisas integra o Dto. Patrimonial: - Direito das Obrigações: preocupa-se com o acesso aos bens (artigo 397 do Código Civil); - Direito das Coisas: preocupação directa e imediata com a utilização das coisas; DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITO DAS OBRIGAÇÕES a) Teoria Clássica: o dto. Real como um poder directo e imediato sobre uma coisa; era uma relação simples e linear e não inter subjectiva; b) Teoria Personalista ou Obrigacionista: o dto. Real como relação entre o titular e as demais pessoas adstritas á chamada obrigação passiva universal; são todas as relações entre todas as pessoas; c) Teorias Não Distintivas (não distinguem porque não faz sentido distinguir dtos reais de dtos de crédito): referência á Teoria do Efeito Externo das Obrigações, aqui tb as obrigações valem para além dos sujeitos, que se encontram naquela obrigação, valem para terceiros; d) Teorias Eclécticas ou Mistas: para esta Teoria o Direito Real tem 2 lados: o lado interno (este consiste no poder directo e imediato sobre a coisa) ; e o lado externo (aqui o direito real traduz-se na obrigação passiva universal); podemos então concluir que esta teoria junta um bocado dos dois mundos, daí logicamente ela ser apelidada de Teoria Mista; e) CRÍTICA DA TEORIA PERSONALISTA E DA TEORIA ECLÉTICA ( defendida pelo o professor Henrique Mesquita ) As Obrigações são vistas como relações de cooperação ( e portanto necessariamente inter subjectivas, visto que são relações de cooperação entre ambas as partes)

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Direitos Reais, matéria em geral

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DIREITO REAIS

DIREITO REAIS

Os Direitos Reais esto taxativamente consagrados no Cdigo Civil, menos o dto de habitao peridica time-sheering.Os Direitos Reais so muito importantes. Os Direitos das Coisas um ramo do direito que se preocupa com os meios ou os meios de acesso aos bens, como os utiliza.O Direito das Coisas integra o Dto. Patrimonial: - Direito das Obrigaes: preocupa-se com o acesso aos bens (artigo 397 do Cdigo Civil); - Direito das Coisas: preocupao directa e imediata com a utilizao das coisas; DISTINO ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITO DAS OBRIGAES

a) Teoria Clssica: o dto. Real como um poder directo e imediato sobre uma coisa; era uma relao simples e linear e no inter subjectiva;b) Teoria Personalista ou Obrigacionista: o dto. Real como relao entre o titular e as demais pessoas adstritas chamada obrigao passiva universal; so todas as relaes entre todas as pessoas;

c) Teorias No Distintivas (no distinguem porque no faz sentido distinguir dtos reais de dtos de crdito): referncia Teoria do Efeito Externo das Obrigaes, aqui tb as obrigaes valem para alm dos sujeitos, que se encontram naquela obrigao, valem para terceiros;

d) Teorias Eclcticas ou Mistas: para esta Teoria o Direito Real tem 2 lados: o lado interno (este consiste no poder directo e imediato sobre a coisa) ; e o lado externo (aqui o direito real traduz-se na obrigao passiva universal); podemos ento concluir que esta teoria junta um bocado dos dois mundos, da logicamente ela ser apelidada de Teoria Mista;

e) CRTICA DA TEORIA PERSONALISTA E DA TEORIA ECLTICA (defendida pelo o professor Henrique Mesquita)

As Obrigaes so vistas como relaes de cooperao ( e portanto necessariamente inter subjectivas, visto que so relaes de cooperao entre ambas as partes) e os Dtos Reais vistos como relaes de domnio ou soberania sobre a coisa res . O Dever Geral de Absteno uma consequncia ou corolrio do domnio.

A posio do Professor Henrique Mesquita sobre esta matria que: O facto de se ser titular de dtos reais, tb se titular de deveres reais.Dto Real a relao jurdica atravs da qual uma coisa fica diretamente subordinada ao domnio ou soberania de uma pessoa, segundo certo estatuto, que constitui a fonte, no apenas dos poderes que assistem aos respetivos titular mas tambm dos poderes que sobre ele impendem.

A Soberania tem dimenso positiva (que o poder directo e imediato sobre a coisa); e tem tambm dimenso negativa (exclui todas as pessoas externas a esse poder).

Enquadramento, no conceito real, das chamadas obrigaes propter rem e dos deveres de contedo positivo impostos ao titular de um dto real por normas de dto pblico e privado.

-Normas de Dto Pblico, p\ex: obrigaes de pagar o I.M.I. (antiga contribuio autrquica);

-Normas de Dto Privado, p\ex: - o Cnone Superficirio (artigo1530 C.C.); o Dever de pagar a prestao anual Dto Real de Habitao Peridica (time-sheering); a Obrigao de dar preferncia aos comproprietrios (artigo 1401 do C.C.); a Preferncia Legal do Arrendatrio;

AS VRIAS DIMENSES DA SOBERANIA CLASSIFICAO DOS DIREITOS REAIS:

Classificao adoptada:

1. A Posse como categoria Autnoma ( dto real provisrio);

2. A Propriedade Plena, como figura paradigmtica dos Direitos Reais;

3. Direitos Reais Limitados de Gozo: - confronto dos dtos pessoais de gozo;

Enumerao dos dtos reais de gozo admitidos por lei:

p\ex: dto de usufruto (artigo 1439 e sgts) etc

Direitos Reais de Garantia

Sua Enumerao tem os sgts: Consignao de Rendimentos (artigo 656);

Penhor artigo 666 e sgts;

Hipoteca Artigo 686 e sgts;

Privilgios Creditrios (imobilirios e mobilirios especiais) artigo 733 e sgts;

Direito de Reteno artigo 754 e sgts; 4. Direitos Reais de Aquisio (?): p\ex: artigos 1333 nr 1;

Artigo 1341 n2 segunda parte; e artigos 1343 n1 ; 1551 n1; 2103 A n1; OUTRAS DIFERENAS TENDNCIAIS ENTRE OS DTOS REAIS E AS OBRIGAES 1) Diferencias Tendenciais : - dtos de crdito ,extinguem-se pelo o uso ; os dtos reais no se extinguem pelo o uso, salvo os dtos reais de aquisio;

- dtos de crdito, traduzem uma relao de curta durao dinmica, tendo por objecto bens de consumo; os dtos reais traduzem uma relao esttica, duradoura, tendo por objecto bens duradouros. Contudo os dtos de crdito podem ter longa durao ( por exemplo o arrendamento ) e os dtos reais podem traduzir uma relao dinmica ( por exemplo os dtos reais de garantia ) e podem incidir sobre bens consumveis.

2) Diferenas Absolutas : - os dtos de crdito so relaes intersubjectivas ( de cooperao ); os dtos reais, so relaes de domnio ( atributivas ou ordenadoras ) - os dtos crdito, a relao intersubjectiva tem uma funo gentica e tb fonte de dtos e deveres; nos dtos reais a relao intersubjectiva tem apenas funo gentica ( aquela que faz nascer ) ( os dtos e deveres resultam de dtos em causa); - nos dtos crdito vigora o Princpio de Autonomia Privada; nos dtos reais vigora o Princpio da Taxatividade (artigo 1306 do Cdigo Civil );

- os dtos de crdito podem incidir sobre coisa futura e determinvel ; os dtos reais s podem incidir sobre coisa certa e determinada;

- os dtos de crdito podem incidir sobre mais do que uma coisa; os dtos reais s podem incidir sobre uma s;

- os dtos de crdito prescrevem ; os dtos reais podem extinguir-se pelo o no uso;

PONTOS DE CONTACTO OU AFINIDADES , ENTRE OS DTOS REAIS E OS DTOS DE CRDITO1) ambos concedem o acesso aos bens ( dto patrimonial );

2) ambos podem surgir por efeito do contrato ;

3) H dtos de crdito protegidos por dtos reais ;

4) A violao do dto real faz nascer uma pretenso real ( relao obrigacional);

5) O titular do dto real por vezes est vinculado por uma obrigao pelo o facto de ser titular de um dto real : as obrigaes reais;

CONSEQUNCIA DE EFICCIA ABSOLUTA DOS DTOS REAIS: EFICCIA ERGA HOMNES1) os dtos reais tm eficcia erga homnes;2) o dever geral de absteno : defesa do dto em si e efectivao da responsabilidade pelos prejuzos causados;

3) as pretenses reais;

4) Aco de Revindicao e Aco Negatria;

CONSEQUNCIAS DA EFICCIA ABSOLUTA DOS DIREITOS REAIS : SEQUELA E PREFERNCIA1) SEQUELA: o poder que tem o titular do dto real de fazer valer o seu dto sobre a coisa onde quer que ela se encontre. p\ ex: A vende a C coisa que pertence a B e B pode reivindic-la. Excepo: regras do registo, por exemplo A constitui usufruto a favor de B que no regista , vendendo posteriormente prdio a C.

2) PREFERNCIA: o credor com garantia real tem em relao ao valor da coisa objecto da garantia; o dto em que ser pago com preferncia no s sobre os credores comuns, como ainda sobre qualquer outro credor que sobre a mesma coisa tenha obtido, em momento posterior um novo dto real de garantia.

Dtos Reais de Gozo : PREFERNCIA.

Fala-se na caracterstica da preferncia no quadro dos Dtos Reais de Garantia : traduz-se na prioridade que concedida ao titular de um direito real de garantia de ver o seu crdito satisfeito custa do valor da coisa prioridade face aos demais credores que no gozam de qualquer proteco ( credores comuns ) ( artigo 604 ) ou que gozam de uma garantia constituda posteriormente ( cfr. em relao hipoteca , artigo 686 ).

A PREFERNCIA NOS DIREITOS REAIS DE GOZO : alguns autores ( Pinto Coelho) contestam que possa falar-se aqui de Direito de Preferncia. No h conflito entre dtos, mas sim um conflito, entre um dto e um no dto.

Na verdade, de preferncia s deve falar-se em relao aos dtos reais de garantia . Nos Dtos Reais de Gozo deve falar-se de Prevalncia .

Podem incidir vrios dtos reais da garantia sobre a mesma coisa, todos vlidos e eficazes; sobre a mesma coisa no podem incidir simultaneamente. Dois dos Dtos Reais de Gozo incompatveis ou conflituantes: um deles prevalece.

EXCEPES PREFERNCIA : 1) Regras do Registo: podem constituir uma excepo preferncia: casos de terceiros para efeitos de registo; o dto que vale o dto primeiramente registado e no o primeiramente constitudo;

2) Privilgios Creditrios : em caso de conflito atende-se no data da constituio mas origem ou causa do crdito ( artigo 746, 748 ); se forem do mesmo tipo: pagam-se todos os credores que gozam dos Privilgios Creditrios. No h graduao de Privilgios (artigo 745 n 2 ) ; os Privilgios para as despesas de justia prevalecem sobre qualquer garantia mesmo que constituda anteriormente ( artigo 743 e 746); os Privilgios imobilirios especiais preferem consignao de reteno mesmo que estas garantias sejam anteriores ( artigo 751 );

3) DIREITO DE RETENO: o Dto de Reteno que incida sobre coisa imvel prevalece sobre qualquer hipoteca, mesmo que registada anteriormente ( artigo 759 n 2); Por outro lado , essa caracterstica no exclusiva dos dtos reais, tb se encontra nos dtos de crdito: artigo 733; 736; 747 n 1 a); 407;

PRINCPIOS DOMINANTES EM MATRIA DE DIREITOS REAIS a) Princpio da Taxatividade, do Nmeros Clausus ou Tipicidade (artigo 1306);

b) Princpio da Consensualidade ( artigo 408 n1);c) Princpio da Publicidade;d) Princpio da Incidncia dos Dtos Reais sobre a Totalidade da Coisa que constitui o respectivo objecto;e) Princpio da Especialidade ou da Unicidade do Objecto ( artigo 408 n2); a)Princpio da Taxatividade, do Nmeros Clausus ou Tipicidade (artigo 1306);

- Segundo este princpio os dtos reais oferecem-se em tipos, caractersticas e a tipologia taxativa;

No vigora quando os dtos reais quod effectum mas j vigora para os ttulos de aquisio ( um privilgio creditrio no pode emergir de negcio jurdico);

Contedo de cada figura de natureza real h-de ser sempre conforme s respectivas regras legais ( embora a lei deixe muitas vezes, margem de autonomia: por exemplo : a possibilidade de convencionar o cnone superficirio ( aquele que paga o direito de superfcie) artigo 1530 do Cdigo Civil. Classificao de Dtos Reais de Gozo: dto de propriedade; dto de usufruto; dto de uso e habitao; dto de superfcie; dto de servido; dto real de habitao peridica;

Classificao de Dtos Reais de Garantia: consignao de rendimentos; penhor; hipoteca; privilgios creditrios; direito de reteno;

??? Dtos Reais de Aquisio ?? So aqueles que se encontram presentes nos artigos 1333 n1; 1341; 1343 n1; 1551 e 2103-A n 1; S sero dtos reais aqueles que por cujo o exerccio se adquire outro dto real de gozo ou de garantia mas tem que ser um verdadeiro dto subjectivo.

Direitos cuja a natureza objecto de controvrsia: temos assim o dto do arrendatrio; dto do promissrio no contrato promessa dotado de eficcia real; dto de preferncia dotado de eficcia real.

Violao do Princpio da Tipicidade - Converso do Negcio Jurdico nulo em negcio com efeitos meramente obrigacionais ( artigo 1306 do C.C. )

- Artigo 293 do C.C. : preenchimento dos requisitos de substncia e forma do 2 negcio; o fim visado pelas partes permite supor que elas teriam querido ter celebrado aquele negcio, caso tivessem previsto a invalidade. A Doutrina ( Antunes Varela ) tem entendido que o artigo 1306 do C.C. permite presumir que este segundo requisito ( favor negotii, difcil demonstrao das intenes ) - mas uma presuno inildivel.

Princpio da Taxatividade: - impossibilidade de aplicao analgica das normas que fixam o regime dos dtos reais a situaes jurdicas no reais;

- isso possibilitaria a derrogao prtica do princpio pois o que est em causa evitar a aplicao de certo regime jurdico a realidades que no participam de determinadas caractersticas.

Este Princpio da Taxatividade um Princpio com grande abertura , encontra-se tudo dito na lei as partes podem estabelecer algumas disposies. Temos ento o Dto de Usufruto (artigo 1445), Compropriedade ( um facto de indiviso) prevista no artigo 1406 e 1412 do C.C., Propriedade Horizontal (restries propriedade autnoma) consagrada nos artigos 1424 e 1418 , 1530 e 1567 do Cdigo Civil.

- Justificao deste Princpio da Taxatividade:

. proteco de 3 ( dever geral de absteno ) ;

. nem todos os direitos devem gozar do regime dos dtos reais, s quando interesses pblicos o justifiquem;

. tenta limitar as oneraes do dto de propriedade;

. tentar limitar os concursos de dtos que geram controvrsias e menor aproveitamento.

b) Princpio da Consensualidade ( artigo 408 n1);

De acordo com este princpio, com esta norma : - Sistema Portugus um Sistema de ttulo;

- H dtos reais que no so susceptveis de transmisso( uso e habitao; servides);

Desvios: 1) a hipoteca s produz efeitos mesmo inter-partes se no for registada ( artigo 687 do C.C.);

2) penhor : coisa: entrega da coisa ( artigo 669 ) ; crditos : notificao ao devedor ( artigo 681);

3) doao de mveis: se no for feita por escrito pressupe a entrega da coisa ( artigo 1947);

4) artigo 408 n2: - coisa futura ; - parte integrante; - parte componente;

- fruto;

Podemos ento dizer que a Propriedade s se transfere : coisa presente ; coisa autnoma ; colheita de frutos;

c) Princpio da Publicidade;

Em funo da sua eficcia absoluta dos dtos reais, torna-se dar publicidade aos dtos reais.

Subordina-se a sua constituio ou eficcia face a 3 a um Sistema de Publicidade.

- Imveis: inscrio no registo publico dos actos que afectem a sua situao jurdica.

- Mveis: exige-se a traditio para a constituio do dto real ( Sistemas de Modo ( Espanha) ou Sistemas de Ttulo ( Portugal);

Considera-se o possuidor de coisa mvel o proprietrio ( Sistema de Posse Vale Ttulo);

O Sistema de Posse Vale Ttulo ( preveno possessria iuris et de iuri) ( no vale em Portugal).Este Sistema vale para a Alemanha, Itlia, Frana ( entre outros): - aquisio a non domino de uma coisa mvel . Confere ao adquirente o respectivo dto de propriedade desde que no exista um ttulo idneo para operar a transferncia e o adquirente esteja de Boa F no momento da entrega.

Na Alemanha e na Frana o Princpio da Publicidade no vale para as coisas furtadas ou perdidas.

Na Itlia vale tambm nesses casos.

O objectivo principal deste Sistema de Posse Vale Ttulo: consiste em proteger o 3 adquirente a non domino de Boa F; s reflexamente se satisfazem as exigncias de publicidade.

- Sistema Portugus: - Imveis: em regra, o registo no o obrigatrio nem constitutivo de dtos, mera condio de eficcia face a terceiros.

- Mveis: no h regras gerais de publicidade; no vigora o Sistema Vale Ttulo ; apenas em casos restritos se protege a Boa F de terceiros (artigo 1281 n2; 1301; 892 n2 segunda parte); d) Princpio da Incidncia dos Dtos Reais sobre a Totalidade da Coisa que constitui o respectivo objecto;

Os dtos Reais, abrangem em regra a, totalidade da coisa sobre que incidem.

Por exemplo: A vende a B um prdio urbano composto de uma moradia ( janelas ; portas ; etc ) na qual est instalada uma antena parablica. O dto de propriedade de B abrange a totalidade da coisa incluindo portanto as partes integrantes e comportamentos enquanto ligados materialmente a ela.

Se uma coisa autnoma for incorporada noutra como seu elemento constitutivo, passa a ser abrangida pelo direito que incide sobre essa outra coisa.

e) Princpio da Especialidade ou da Unicidade do Objecto ( artigo 408 n2);

Os dtos reais s incidem sobre a coisa e determinada ( os dtos de crdito podem incidir sobre cosia no indeterminada); Os dtos reais, s incidem sobre uma coisa ( dtos de crdito podem incidir sobre mais do que uma coisa);

a) NOES ELEMENTARES SOBRE O REGISTO PREDIAL;Quando falamos em Registo, falamos em publicidade: a.1) formalismo negocial;

a.2) posse;

a.3) registo predial;

A Funo do Registo Predial : artigo 1 da C.R.P. , o registo no constitui dtos. Garante que o imvel j pertenceu pessoa em cujo o nome se encontra registado.

O Registo Predial incide sobre os factos relacionados com COISAS IMVEIS ( artigo 2 da C.R.P. ) certas coisas mveis so registveis ( carros navios avies).

CARACTERIZAO: Pblico, aqui est a cargo de Servios Pblicos - conservatria de registo predial; Real, aqui os actos sujeitos a registo respeitam a prdios e no s pessoas titulares dos direitos reais que os tenham por objecto;

ACTOS DE REGISTO:

- Quanto ao contedo e funo: DESCRIO: acto de registo dirigido identificao fsica, econmica e fiscal de cada prdio ( retrato escrito) artigo 79 da CRP;

INSCRIO: acto de registo que visa definir a situao jurdica mediante o extracto a ele referentes, artigo 91 da CRP;

AVERBAMENTO: acto de registo que permite alterar completar ou ratificar os elementos das descries , artigo 88 n1 da CRP;

- Quanto Eficcia: REGISTO DEFENITIVO: satisfaz os requisitos legais produz plenamente os respectivos efeitos;

REGISTO PROVISRIO: alguma circunstncia impede que os registo seja definitivo. Circunstncias essas que podem ser por DVIDAS, artigo 69 e 70 do C. Registo Predial - converte-se em definitivo quando as dvidas forem removidas; podem ser tambm por NATUREZA , artigo 92 do Cdigo de Registo Predial, para poder ser convertido em registo definitivo necessrio que se verifique um novo facto que afaste a causa da provisoriedade; podem por fim ser tambm por o REGISTO POVISRIO SE CADUCAR no prazo de 6 meses no por convertido em definitivo ou renovado ( artigo 11 nr3 e 4 do Cdigo de Registo Predial) a renovao no tem lugar no Registo Provisrio por dvidas;

PRINCPIOS DO REGISTO PREDIAL : 1.) Princpio da Instncia: salvo nos casos legalmente previstos, o registo efectua-se a pedido dos interessados, artigo 41 do Cdigo do Registo Predial;

2.) Princpio da Legalidade: .Formal, aqui o conservador verifica a regularidade formal dos actos apresentados a registo e legitimidade dos requerentes; Substancial, o conservador deve pronunciar-se tambm sobre a viabilidade do pedido de registo, artigo 68 do Cdigo de Registo Predial;

3.) Princpio do Trato Sucessivo: visa assegurar uma cadeia ininterrupta de inscries ou oneraes referentes a certa coisa quem regista deve ter adquirido de quem tem o registo a seu favor, artigo 34;

4.) Princpio da Legitimao Registral : dirige-se ao Notrio e constitui a guarda avanada do Princpio do Trato Sucessivo: a transmisso de direitos ou constituio de encargos sobre imveis no podem ser titulados sem que os bens estejam definitivamente inscritos a favor da pessoa de quem se adquire o direito ou outra qual se constitui o encargo, artigo 9 nr1. b) CONCEITO DE 3s PARA EFEITOS DE REGISTO;Constitutivo: - hipoteca ( artigo 4 nr2 do CRPredial )

Enunciado: - ( aquelas situaes em que o registo no d direitos mas ainda possvel tirar algumas consequncias. Por exemplo: a posse na usucapio;

Consulidativo: - a regra, consolida a posio jurdica de quem regista.

Aquisitivo: - ( o Registo permite adquirir Dtos )

- Excepcional

- Terceiros para Efeitos de Registo: o registo condio de oponibilidade dos factos perante 3s, artigo 5 nr1 do Cdigo de Registo Predial; a falta de Registo pelo respectivo titular e a consequncia de inoponibilidade pode determinar que um 3 ( em desvio ao princpio nemo plus adquire o dto pela via Registral apesar de ter adquirido a non domino. Controvrsia Doutrinal e Jurisprudencial: - Posio Tradicional da Doutrina ( Manuel de Andrade): aqueles que do mesmo autor ou causante adquirem direitos total ou parcialmente incompatveis \ conflituantes. Temos os sgts Acrdos do Supremo Tribunal de Justia:

a) Ac do STJ n15\97 de 20 Maio, que diz que Terceiros para Efeitos de Registo Predial so todos os que tendo obtido registo de um dto sobre determinado prdio veriam esse direito ser arredado por qualquer facto jurdico anterior no registado ou registado posteriormente.( Henrique Mesquita defende materialmente esta ltima);b) Ac do STJ n 3\99 de 18 Maio, que diz que terceiros, para o disposto no artigo 5 do C.R.Predial, so os adquirentes de Boa F, de um mesmo transmitente comum de direitos incompatveis sobre a mesma coisa.

Temos que referir tambm o artigo 5 n4 do Cdigo de Registo Predial.

HIPOTECA ( artigo 686 do Cdigo Civil )Na Hipoteca proibido o Pacto Comissrio.

-Princpio da Indivisibilidade da Hipoteca ( artigo 696 do Cdigo Civil ) ela no se reduz automaticamente mas possvel fazer uma reduo da Hipoteca ( artigo 718 do Cdigo Civil ) : ela pode ser feita voluntria ou judicialmente;

- Expurgao da Hipoteca ( artigo 721 e sgts do C.C.);

- Transmitir a Hipoteca ( artigo 727 e 728 ) Transmisso da Hipoteca ;

- Ceder o Grau Hipotecrio ( artigo 729 ) Cesso do Grau Hipotecrio;

NATUREZA JURDICA DO DTO DO ARRENDATRIOTendo em conta a natureza jurdica do Dto do Locatrio \ Arrendatrio, tem sido discutida a questo se o arrendatrio titular de um Dto Real.

A Tese da Natureza Real do Dto do Arrendatrio fundamenta-se em duas normas: artigo 1057; e o artigo 1037 n2 ( se pode defender a posse, um dto real);

A maioria da Doutrina no defende esta Teoria da Natureza Real do Dto do Arrendatrio, por dois argumentos:

1 argumento: o artigo 1057, pode ser explicado no domnio do Dto das Obrigaes, trata-se cesso imperativa do Dto Contratual imposta por Lei.

2 argumento: o artigo 1037 n2, justifica esta tese, porque existe prova que se trata de um dto real, porque se no existisse um dto real no existiria o artigo 1057 do Cdigo Civil;

Outros argumentos a favor desta no defesa da Teoria da Natureza Real do Dto do Arrendatrio: a prpria insero sistemtica da regulamentao legal de locao \ arrendamento ( artigo 1022, o prprio conceito de locao aponta para um conceito obrigacionista).

Para efeitos de expropriao faz-se a distino entre titulares de dtos reais e arrendatrios, temos por exemplo: o artigo 796 n1.

OBJECTO DOS DTOS REAIS: COISAS.Classificao das coisas: a) coisas imveis e coisas mveis;b) Coisas simples e compostas;

c) Coisas fungveis e no fungveis;d) Coisas consumveis e no consumveis;

e) Coisas divisveis e indivisveis;

f) Coisas principais e coisas acessrias ou pertenas;

g) Coisas presentes e coisas futuras;

h) Frutos;

A POSSEConcepo Objectiva: aqui a posse basta ser posse, com o exerccio voluntrio mas sem qql intencionalidade especifica do respectivo titular sobre uma mesma coisa ser mais ampla;Concepo Subjectiva: aqui so necessrios 2 elementos , que so o Corpus( elemento material o exerccio do poder de facto sobre uma coisa); e o Animus ( a inteno por parte daquela que exerce poderes de facto de se comportar como titular de um dto real definitivo); Artigo 1251: Henrique Mesquita ( concepo subjectiva );

Artigo 1252 n2;

Artigo 1253 meros detentores ou possuidores precrios;

Importncia da distino entre a Posse e a Mera Deteno.

Cfr. artigos 1037 n2 ( excepo da tutela possessria ) ; 1133 n 2 (execuo da tutela possessria); 1118 n2; 1125n2;

No nosso ordenamento jurdico a partir da concepo subjectiva todos aqueles que tm Corpus mas no tm Animus no so possuidores, so sim meros possuidores precrios logo no tm tutela possessria.

Objecto da Posse: Objecto mediato;

Objecto imediato;

Coisas que possam ser objecto do direito de propriedade;

Direitos Reais de Gozo (excepo aos dtos de gozo: servides no aparentes, a a posse pode no ter relevo jurdico , cfr artigo 1280 e 1293 a) );

Direitos Reais de Aquisio: no atribuem verdadeiramente, poderes de facto; o direito extingue-se logo que exercido ;

Direitos Reais de Garantia : Hipoteca, Privilgios Creditrios , Consignao de Rendimentos( artigo 669 n1 b) ), Penhor e Direito de Reteno: beneficiam da Tutela Possessria mas mais um caso de extenso (artigo 670 a ) ) , artigo 758 e 759. Caractersticas da Posse:

*Artigo 1258 e sgts

1. Posse Titulada \ Posse no Titulada (artigo 1259) ; importante no que diz respeito ao nvel dos frutos ( artigo 1270 ) ao nvel de encargos com a coisa ( artigo 1272) e Benfeitorias( artigo 1273);

Na Posse Titulada presume-se Boa F. Na Posse No Titulada presume-se que haja de M F.

A Posse diz-se titulada qdo se funda um titulo abstractamente idneo para adquirir o dto em cujos os termos se possui no sendo relevantes os vcios substanciais e desde que no haja vicio de forma ( regra geral). P\ex: A vende a B por escrito particular um prdio que lhe pertence; A vende a B por escritura pblica um prdio de C;

2. Posse de Boa F \ Posse de M F ( artigo 1260); um critrio psicolgico( porque ignorava ento de Boa F; se no ignorava de M F); 3. Posse Pacfica \ Posse Violenta ( artigo 1261);

Se o Esbulho for violento ( posse violenta ) o at a possuidor pode lanar mo de uma providncia cautelar especfica . Uma Posse Violenta no d lugar Usucapio. A Posse Violenta sempre considerada de M F ( presuno inilidivel);

4. Posse Publica Posse Oculta ( artigo 1262). O prazo da caducidade para a aco da defesa da posse s conta a partir do conhecimento da data da Prova Pretenso Possessria ; a Posse oculta no permite a invocao da usucapio; Formas de Aquisio da Posse:*Aquisio Originria ( a posse adquirida no se funda numa posse anteriormente existente. H Aquisio Originria de um direito ou posio jurdica quando qualquer destes ingressam na esfera jurdica do sujeito no prprio momento em que se constituem. A Aquisio Originria supe, pois, que o direito no existisse antes de entrar na esfera jurdica do adquirente, constituindo-se simultaneamente com tal aquisio. Esta forma de aquisio tanto pode verificar-se nas situaes, em que precedentemente, no havia qualquer direito de anterior titular (p\ex: a ocupao de res nullius), como naquelas em que preexistia um direito que se extinguiu, sendo a aquisio independente da forma dessa extino ( p\ex: a ocupao de coisa mvel abandonada). Aqui podemos encontrar vrios tipos :

1. Ocupao (artigo 1318 e sgts do C.C.) o modo de aquisio da propriedade de coisas mveis que no pertenam a ningum, ou porque nunca tiveram dono ou porque foram abandonadas, perdidas ou escondidas pelos seus proprietrios. Dado que os casos de coisas sem dono so cada vez menos frequentes, a ocupao tem perdido interesse, tratando assim o C.C. especialmente de casos de ocupao de animais.

Para que haja ocupao, necessrio que a coisa seja materialmente apreendida com a inteno de adquirir. Existem casos em que a lei exclui a possibilidade de aquisio por ocupao em relao a certos bens ( p\ex: no podem ser adquiridos por ocupao as embarcaes naufragadas, seus fragmentos, carga ou quaisquer bens que o mar arrojar s costas ou sejam nele encontrados;2. Acesso (1325 e sgts do C.C.). o termo que significa a aproximao de uma coisa a outra ou incorporao. Trata-se de um modo de aquisio do dto de propriedade sobre uma coisa, que tem lugar quando com a coisa que propriedade de algum se une e incorpora outra coisa que no lhe pertencia artigo 1325.A Acesso diz-se Natural quando resulta exclusivamente das foras da natureza( p\ex: por aluvio, os proprietrios dos prdios confinantes com uma corrente de gua adquirem aquilo que neles foi depositado).

A Acesso diz-se Industrial quando por facto do homem, se confundem objectos pertencentes a diversos donos, ou quando algum aplica o trabalho prprio a matria pertencente a outrem, confundindo o resultado desse trabalho com propriedade alheia.

A Acesso Industrial mobiliria ou imobiliria, consoante sejam mveis ou imveis as coisas em questo. Os regimes da Acesso Natural, Industrial , Mobiliria e Industrial Imobiliria encontram-se respectivamente nos artigos 1327 a 1332, 1338 e 1339 a 1343 do C.C. ; 3. Usurpao. Aqui temos duas modalidades: 3.1) Aquisio Pauliana (artigo 1263 a)). Consiste na Aquisio Originria da posse no decurso da prtica reiterada com publicidade de actos materiais sobre a coisa;

3.2) Inverso do Titulo da Posse (artigos 1263 d); 1265; e 1290 do C.C.) uma das formas de investidura na posse, pela transformao da deteno em posse em nome prprio. Tal ocorre pela substituio de uma posse precria i.e. em nome alheio por uma posse em nome prprio. () Os actos de Inverso devem ser materiais, jurdicos ou judicirios, j que essencial para a sua eficcia que seja praticado na presena ou, pelo menos, com o conhecimento daquele a quem se opem.

Trata-se de uma de uma forma Originria de Aquisio da Posse em que aquele que exercia poderes de facto como detentor da posse a exerc-los como possuidor .

Aqui o possuidor no tinha Animus e passa a ganh-lo, por estas duas formas:

3.2.1) Por Oposio do Detentor ao at Possuidor, que pode ser : explicita( declarao expressa, p\ex: o arrendatrio diz ao proprietrio que no paga, porque diz que o prdio e dele ) ou implcita ( acontece quando ocorrer a prtica de actos concludentes, (que so aqueles que concluem algo) );

3.2.2) Por Acto de Terceiro;

3.2.3.) Por Esbulho???? Aqui o Esbulhador no adquire a posse logo, imediatamente a posse da coisa, s a adquire com Aquisio Pauliana de Posse;

* Aquisio Derivada. (verifica-se a Aquisio Derivada ou Translativa de Direitos ou Posies Jurdicas quando eles se transmitem da esfera jurdica de um sujeito para a de outro, quer tal transmisso se verifique por acto inter vivos quer mortis causa.

A Aquisio Derivada pois a que resulta e se funda num direito anterior, que transmite integralmente para o novo titular (Aquisio Translativa) ou que fica limitado no seu contedo pela criao de um direito novo a favor do transmissrio (aquisio constitutiva) ou ainda que extinto, tendo por consequncia a expanso do direito (mximo, de propriedade) que anteriormente limitava (aquisio restitutiva). Ento na Aquisio Derivada vamos encontrar duas Modalidades:1.) Tradio Ficta (artigo1255): a tradio da coisa em que no existe qualquer acto material sobre a coisa, pois que feita atravs da entrega de documentos que colocam a coisa juridicamente disposio do transmissrio. O artigo 1263-b) do C.C. dispe que a posse se adquire atravs da tradio simblica da coisa, efectuada pelo anterior possuidor.

2.) Tradio Real. Esta pode ser: Explcita (quando a Aquisio Derivada a da Posse materializada, h um acto material de empossamento, p\ex: entrega da chave); e pode ser tambm Implcita. A Tradio Real Implcita divide-se em duas:

a.) traditio brevi manu: esta no est prevista na lei e aceite pela doutrina e jurisprudncia. Por acordo entre o detentor e o possuidor, o at a detentor passa ser possuidor, p\ex: o senhorio vende o locado ao arrendatrio.

b.) constituto possessrio: este encontra-se na lei. a forma de Aquisio da Posse, independentemente da deteno da coisa: quando o titular do dto real sobre uma coisa que simultaneamente seu possuidor transfere o seu direito a outrem. Considera-se que a Posse foi tb transferida a este, mesmo que o primeiro continue a deter a coisa ou que ela seja e continue sendo detida por um terceiro (artigo 1264 n4 C.C.);

Aqui o possuidor transmite a sua posse continuando na deteno da coisa, p\ex: o senhorio vende a casa ao arrendatrio e passa a ser ele o arrendatrio. Estamos face ao constituto possessrio Bilateral.

Ora o constituto possessrio tambm pode ser Trilateral ( o possuidor transmite a sua posse a outrem permanentemente a coisa na deteno de um 3).

Efeitos da Posse Podemos contar 5 principais efeitos, que so eles: 1) Presuno da Titularidade do Dto (artigo 1268);

2) Possibilidade de Invocar a Usucapio (artigo 1287 e sgts);

3) No Regime das Benfeitorias (artigo 1273 e sgts);

4) Responsabilidade pela Perda ou Deteriorao da Coisa (artigo 1290);

Meios de Defesa da Posse:Temos como Meios de Defesa da Posse os sgts, so 5:

Aco de Preveno: se o possuidor tiver justo receio de ser perturbado ou esbulhado por outrem, ser o autor da ameaa, a requerimento do ameaado, intimado para se lhe abster de fazer agravo, sob pena de multa e responsabilidade pelo prejuzo que causar (artigo 1276 do C.C.).O locatrio pode usar mesmo contra o locador, a aco de preveno, bem como os demais meios de defesa da posse previstos nos artigos 1276 e sgts do C.C.(artigo 1037n2 do C.C.); em idntica situao se encontram pensador, mesmo contra o parceiro proprietrio (artigo1125 do C.C.), o depositrio mesmo contra o depositante(artigo 1118 n2 do C.C.) e o credor pignoratcio mesmo contra o dono da coisa (artigo 670 a) do C.C. );Aco de Manuteno da Posse ( 1278 do C.C.): ao possuidor so atribudos meios judiciais de defesa da sua posse contra actos que ameacem ou lesem, podendo dirigir-se ao tribunal e requerer determinadas providncias, atravs das chamadas aces possessrias.Tais aces so a aco de preveno, a aco de manuteno e a aco de restituio da posse.

As Aces de Manuteno e de Restituio Caducam no prazo de um ano contando do facto da perturbao ou do esbulho, ou do conhecimento dele, quando tenha sido praticado ocultamente. Em qualquer caso, o possuidor mantido ou restitudo tem direito indemnizao pelos prejuzos que haja sofrido em consequncia da ameaa ou da perturbao por esbulho. Nos casos em que o esbulho violento, o possuidor, no obstante ter de recorrer Aco de Restituio, pode, desde logo, socorrer-se da Providncia Cautelar de Restituio Provisria da Posse, que ser decretada nos termos dos artigos 393 e 394 do C.P.C., sem citao do esbulhador.

O recurso s Aces Possessrias ainda facultado pela lei aos compossuidores;

Aco de Restituio (artigo 1278 do C.C.): esta ocorre nas situaes em que o possuidor esbulhado, fica sem possibilidade de exercer os normais poderes de facto sobre a coisa;

Procedimentos Cautelares Inominados e Nominados (artigo 1279 do C.C.);

Embargos de Terceiro (artigo 1285 do C.C.).

DIREITO DE PROPRIEDADE ( o dto mximo dos Direitos Reais)O Dto de Propriedade confere a plenitude dos poderes sobre uma coisa. Temos o direito de uso, fruio, e dto de disposio das coisas que lhe pertencem.

Artigo 1302 - (objecto do direito de propriedade) ;Artigo 1305 (contedo do direito de propriedade) este artigo do cdigo civil no define o dto de propriedade, define sim os dtos dos proprietrios.

*Caractersticas do Direito de Propriedade:

Aqui podemos encontrar caractersticas diferentes entre si mas que se interligam como um todo unitrio gentico, devido a afazerem logicamente parte deste direito que o exemplo mximo deste ramo de Direito das Coisas. Assim temos as sgts caractersticas:

1) Indeterminao dos Poderes, i.e. dentro dos limites da Lei o proprietrio pode fazer aquilo que bem entender;

2) Elasticidade. Aqui o dto de propriedade susceptvel de ser cumprimido por um dto real de gozo menor e quando este direito real menor acaba, ele responde;

3) Perpetuidade; O Direito de Propriedade um factor, um direito fundamental para um Estado de Direito, porque o Direito de Propriedade um FACTOR DE LIBERDE.Este direito encontra-se consagrado no artigo 62 da C.R.P.*Objecto do Direito de Propriedade. Qual o seu objecto????

Artigo 1302 ( Objecto do Direito de Propriedade): so as coisas corpreas, mveis ou imveis, podem ser objecto do Direito de Propriedade regulado neste Cdigo Civil;

Artigo 1303 n1 (Propriedade Intelectual): dtos de autor ( Cdigo dos Dtos de Autor e Dtos Conexos) e propriedade industrial (Cdigo da Propriedade Industrial); Artigo 1303n2Artigo 1344( Limites Materiais) : quanto ao espao areo continuar a pertencer ao proprietrio mas assim como o subsolo.

Artigo 1353 e sgts ( Direito de Marcao das Extremas ( quanto ao seu Contedo)): feita atravs de um Acto Judicial de Demarcao;

Artigo 1354 ( Modo de Proceder Demarcao): se o juiz ficar com dvidas divide aquela faixa em questo em partes iguais.

Elementos abrangidos sobre um Dto de Propriedade sobre um imvel, tudo.

Jazigos Minerais pertencem aos domnio pblico as nascentes de gua minero medicinais (p\ex: a GUA DO LUSO)

*Modos de Aquisio do Direito de Propriedade ( um dto absoluto erga homnes ) (artigo 1317)Aqui encontramos modos de Aquisio da Propriedade, temos assim os sgts modos :

1) Por Contrato: a propriedade pode ser constituda por condio resolutiva (artigo 1307) o designado nos artigos 408 e 409;

2) Sucesso por Morte: automaticamente que os herdeiros vo ocupar o lugar do de cuius, do falecido;

3) Usucapio: aqui a pessoa proprietria desde o momento em que se iniciou a sua posse ;

4) Ocupao: para determinar coisas mveis que estejam em determinadas situaes , p\ex: artigo 1345 ; p\ex: 1318 e 1323 ( coisas mveis ) o dto de propriedade extingue-se por abandono

5) Acesso (artigos 1325) e sgts: um termo que significa aproximao de uma coisa a outra ou incorporao. Trata-se de um modo de aquisio do Direito de Propriedade sobre uma coisa, que tem lugar quando com a coisa que propriedade de algum se une e incorpora outra coisa que no lhe pertencia. Acesso Natural quando resulta exclusivamente das foras da natureza ( p\ex: por aluvio, os proprietrios dos prdios confinantes com uma corrente de gua adquirem aquilo que neles foi depositado); d-se Acesso Industrial, quando por facto do homem, se confundem objectos pertencentes a diversos donos, ou quando algum aplica o trabalho prprio a matria pertencente a outrem, confundido o resultado desse trabalho com propriedade alheia.

A Acesso obedece aqueles problemas em que se juntam no mesmo objecto, objecto de pessoas diferentes. um fenmeno onde se renem no mesmo objecto coisas de proprietrios diferentes:

- pode acontecer por natureza (acesso natural);

- pode acontecer por aco do homem(acesso industrial) artigo 1333; 1339; 1340; 6) E por + outros modos previstos na lei;

*Restrio ao Direito de Propriedade:Encontramos Aqui nas Restries ao Direito de Propriedade, p\ex: artigo 1376 (Fraccionamento e Emparcelamento de Prdios Rsticos Fraccionamento)

Artigo 1346 ( Emisso de Fumos, Produo de Rudos e Factos Semelhantes) aqui passa-se o caso de p\ex: uma fbrica que emite fumos e que deixa a casa dos seus vizinhos com cheiros insuportveis ou mesmos rudos muito fortes que os perturbam logo estes, os lesados, podem ir fazer queixa s autoridades competentes.Temos tb ainda como Restrio a este Direito de Propriedade os sgts artigos do Cdigo Civil: artigos 1347; 1348; 1349; 1351; 1360; 1361; 1363 e artigo 1367 (apanha de frutos).

*No que respeita ainda ao Direito de Propriedade, podemos ainda encontrar certos direitos ainda inerentes a ele, assim como:

Direitos de Tapagem(artigo 1356); Tutela Possessria; Aco Directa; Aco Judicial(artigos 1347 n1 do C.C.; e artigo1350 do C.C.).

*Aco de Reivindicao

A Aco mais importante do Direito de Propriedade a Aco de Reivindicao (artigo 1311 do C.C.). Esta Aco aquela que intentada pelo o proprietrio possuidor, pelo possuidor no proprietrio ou pelo o proprietrio possuidor contra o detentor legitimo.

Fundamentos da Aco de Reivindicao

Qual a Causa de Pedir???

Dto de Sequela

Artigo 494 do C.P.C., numa aco real a causa de pedir o facto jurdico que o autor invocou como meio de aquisio.

Qual o Pedido???

Aqui o juiz tem de reconhecer o direito do proprietrio; o juiz exige a restituio da coisa para o proprietrio.

Aco de Reivindicao (artigo 1311 do C.C.)

*Aco de Simples Apreciao PositivaEsta consiste na solicitao ao juiz que declare que a pessoa em causa proprietrio.

Artigo 1313 do C.C.(impossibilidade da aco de reivindicao)

Aqui a Aco de reivindicao no prescreve com o decorrer do tempo, sem prejuzo dos direitos adquiridos por usucapio.

Artigo 1315 (Defesa de outros Direitos Reais).

*Propriedade das guasH guas que pertencem ao domnio rstico que so consideradas do Estado.

H guas tambm que pertencem ao domnio privado.

Artigo 1385 do C.C;

Artigo 1385 do C.C. (guas Particulares);

Modalidades

guas Superfcie;

guas Subterrneas; * Compropriedade

H um direito de propriedade que tem mais que um proprietrio. Artigo 1403 do C.C..

A compropriedade considerada numa modalidade de comunho.

A Comunho um instituto extenso e a Compropriedade a Modalidade de Comunho. Por isso as regras de compropriedade so aplicadas comunho.

Artigo 1408 do C.C.

Fontes da Compropriedade

Aqui encontram-se os sgts : Negcio jurdico e Deciso Judicial.

Quais os problemas suscitados na compropriedade???

Que direitos cabem a cada um comproprietrio???

Cada um tem uma cota dependendo do valor do preo que pagou.

Qualquer um pode vender a quota se quiser ou seja o comproprietrio pode dispor da sua cota, artigo 1408 do C.C., no entanto o comproprietrio tem dto de preferncia de algum ,dos outros pretenderem vender a sua cota.

Artigo 1410 do C.C. ( Aco de Preferncia).

Relativamente coisa comum??? Que direitos lhe assistem???

Qualquer um deles podem usar a coisa comum. Artigo 1406 (Uso de Coisa Comum) do C.C.No caso de conflito entre so comproprietrios qualquer um deles pode terminar o uso da coisa comum. Artigo 1412 ( direito de exigir a diviso) do C.C.

Pacto de Indiviso: no pode exceder os cinco anos ( artigo 1412n2 do C.C.)

Quanto Administrao da Coisa Comum aplicada ou regras da Sociedade Civil (artigo 1407 do C.C.) que remete para o artigo 985 do C.C.

Quem pode dispor da Coisa Comum???

Tem quer ser praticados de acordo com consentimento de todos os comproprietrios, artigo 1408 do C.C.Cessao da Compropriedade: aco de diviso da coisa (artigo 1413 do C.C.). Esta Aco de Diviso da Coisa, leva sempre extino do comproprietrio.

*Propriedade Horizontal (artigo 1414 do C.C.)

Aplica-se apenas a prdios urbanos que veio permitir que o edifcio seja dividido lotes e que tenham estes, propriedades independentes.

A Propriedade Horizontal veio tambm contribuir para a resoluo do problema habitacional.

Artigo 1415 do C.C. (objecto da propriedade horizontal)

Artigo 1416 do C.C. (faltas de requisitos legais)

No caso de faltar alguns dos requisitos da propriedade horizontal a lei manda aplicar as regras da compropriedade)Constituio da Propriedade Horizontal ( artigo 1417 do C.C.)

Negcio Jurdico: atravs do titulo constitutivo que aquele que feito antes da escritura celebrada entre comprador e vendedor e uma escritura que feita apenas entre o notrio e construtor.

O titulo constitutivo a descrio de cada fraco especifica ( artigo 1418 do C.C.)

Aps a celebrao do titulo constitutivo este tem de ser registado e aps tal situao as fraces podem ser vendidas.

A primeira venda uma condio, o titulo constitutivo s produz efeitos aps o registo.

Direito de Usufruto, Uso e Habitao

Usufruto (noo): artigo1439 do C.C.

Elementos Essenciais do Usufruto

1.) Direito de Gozo Pleno: aqui o usufruturio pode no sue uso e fruio, tirar partido de todas as utilidades da coisa (ou direito) salva rerum substantiam.

Tem contedo semelhante do direito de propriedade, aqui porm o usufruturio no pode dispor da coisa.

No se confunde com a propriedade, desde logo porque no um direito exclusivo, pressupe a existncia de um outro direito a propriedade de raiz.

2.) um direito temporrio (artigo 1443 e 1476 n1 do C.C.).

Aqui o prazo tem de ser um prazo certo.

O artigo 1443 uma norma imperativa ( uma norma legal que contm um preceito que se impem directa e imediatamente aos sujeitos privados, sendo insusceptvel de ser afastada por vontade destes, p\ex: artigo 942 n1 do C.C. contm a regra de que a doao no pode abranger bens futuros: esta disposio imperativa; s normas imperativas ou injuntivas contrapem-se as normas dispositivas ou supletivas).

O usufruto extingue-se com a morte do usufruturio ou com o termo do prazo que foi conferido quando no seja vitalcio. Se for atribudo a pessoas colectivas a sua durao mxima de 30 anos.

3.) Incide sobre Coisas ou Direitos: o usufruto pode ter objecto coisas (mveis ou imveis) ou direitos.

As coisas, objecto do usufruto podem ser consumveis deteriorveis, fungveis e at universalidades;

Quando incide sobre dtos: direito sobre um direito;

Ser usufruto ainda um dto real quando incida sobre um dto de crdito.

Carvalho Fernandes diz que estamos perante Usufruto Irregular;

Oliveira Assuno defende que estamos perante um Direito de Crdito com nomem iuris de direito real;

4.)Iuris in re aliena: o usufruto coexiste sempre com a propriedade.

Ao lado do usufruto subsiste a nua propriedade ou propriedade de raiz. No direito romano o usufruto era mesmo considerado uma servido pessoal;

5.) Salva Rerum Substantiam: o usufruturio no pode, no exerccio do seu direito introduzir alteraes ou inovaes na forma ou na substncia, que da coisa quer do direito.

Ao contrrio, o proprietrio titular de uma plena in re potestas podendo alterar a forma e a substncia da coisa.

O principio da derrogao no usufruto de coisas consumveis.

O direito real de usufruto de um imvel tem que ter escritura pblica.

*Distino entre o Direito de Uso e Habitao (artigo 1484) e entre o Direito de Usufruto

Direito de Uso e Habitao: aqui o titular deste direito designa-se respectivamente, usurio ou morador usurio.

Direitos Reais Menores: pressupem um direito mais extenso: propriedade superfcie ou at usufruto;

Direitos Limitados pelo Fim: as necessidades do seu titular e respectiva famlia - o usufruto um direito de gozo pleno - diferena qualitativa; Nmero reduzido de pessoas a cujas necessidades se atende na fixao dos poderes de fruio: pequena famlia (artigo 1487 do C.C.) norma supletiva diferena quantitativa ;

Intransmissibilidade ( sob pena de nulidade) do Direito de Uso e Habitao ( artigo 1488 do C.C.) . Carcter pessoalssimo deste direitos.

No pode constituir-se por usucapio ( artigo 1485 e 1293 do C.C. )

* Constituio do Usufruto ( artigo 1440) Temos assim duas modalidades no que respeita constituio do Usufruto:

Aquisio Derivada Translativa: transmisso do usufruto (artigo 1444 possibilidade de restrio do titulo constitutivo)

Aquisio Derivada Constitutiva: Ex\ a) A constitui usufruto a favor de B, reservando para si a Nua Propriedade;

Ex\ b) C constituiu um usufruto, reserva-o para si e atribui a Nua Propriedade a D constituio per deductinem;

Aquisio Derivada Modificativa : Ex\ a) E proprietrio, por testamento atribui a Nua Propriedade a uma pessoa e o usufruto a outra.*Algumas Modalidades

Quanto ao nmero de titulares (artigo 1441 do C.C.) temos os sgts:

1.) Usufruto Simultneo : constitudo em favor de duas ou mais pessoas simultaneamente ( contitularidade ). Direito de acrescer ( artigo 1442 ); se um dos usufruturios falecer, o seu direito extingue-se mas os de mais expande-se.

P\ex: Em 1995 A e B doaram a Nua Propriedade de um prdio a C reservando-o para si o usufruto vitalcio do mesmo, convencionando que o mesmo ficaria reduzido metade de qualquer um deles.Em 1996 B faleceu . A sua quota no usufruto consolidou-se com a Propriedade.

C passou a ser proprietrio pleno na quota de 50% e um proprietrio relativamente aos outros 50% onde vigorava o usufruto de A.

Propriedade Plena de C Usufruto de A ( Nua Propriedade de C )

Aqui C proprietrio de 50 % Aqui A comproprietrio da quota de 50%

2.) Usufruto Sucessivo: constitudo em favor de duas ou mais pessoas sucessivamente. Os usufruturios entram na titularidade do direito, segundo a ordem do titulo e aps a cessao do direito do usufruturio precedente.

Extingue-se com a morte do ltimo, no havendo prazo certo.

*Quanto ao Objecto

Usufruto de Coisas Consumveis ( quas-usufruto)

Artigo 1451 ( usufruto de coisas consumveis)

Usufruto de Coisas Consumveis ( exemplo): A constitui Usufruto sobre o vinho da sua adega a favor de B.No final do usufruto, B deve restituir o vinho remanescente e entregar o valor estimado ou vinho do mesmo gnero, qualidade ou quantidade ( ou o valor equivalente ).

Se no decurso do usufruto parte do vinho se perder devido a um terramoto o usufruturio no responde por isso

Mas j se ele estragar o vinho obrigado a entregar a coisa semelhante ou ento pagar o seu valor correspondente ao valor da mesma.