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GC-CCM CONSELHEIRA CRISTIANA DE CASTRO MORAES PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 06.11.12 ITEM Nº 058 TC-002913/026/10 Prefeitura Municipal: Ribeirão Preto. Exercício: 2010. Prefeito(s): Darcy da Silva Vera. Advogado(s): Vera Lucia Zanetti. Acompanha(m): TC-002913/126/10 e Expediente(s): TC-000246/006/10, TC-000674/006/10, TC-000760/006/10, TC-000820/006/10, TC- 005038/026/11, TC-013372/026/11, TC-025188/026/11, TC- 027628/026/11, TC-032044/026/11, TC-001164/006/12, TC- 014669/026/12 e TC-023152/026/12. Fiscalizada por: UR-17 - DSF-I. Fiscalização atual: UR-17 - DSF-I. - Aplicação total no ensino: 25,69% - Investimento no magistério com recursos do Fundeb: 82,50% - Total de despesas com Fundeb: 100,00% - Despesas com saúde: 28,86% - Gastos com pessoal: 47,97% - Déficit da execução orçamentária: 8,52% – (R$ 80.933.309,62) - Transferência financeira para a Câmara: 4,00% - Encargos sociais: em ordem - Remuneração dos agentes políticos: autos apartados - Precatórios: não foram efetuados os depósitos Em exame as contas anuais do exercício de 2010 da Prefeitura Municipal de RIBEIRÃO PRETO cuja fiscalização “in loco” esteve a cargo da Unidade Regional de Ribeirão Preto – UR/6. No relatório de fls. 10/103, as impressões e os pontos destacados na conclusão dos trabalhos pela inspeção referem-se aos seguintes itens: A.1 - PLANEJAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS - Incompatibilidade entre os Programas e Ações previstos no PPA, na LDO e na LOA. - Dados do Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias divergem daqueles informados ao Sistema AUDESP. - Apenas as Secretarias de Assistência Social e de Educação estabeleceram critérios para concessão repasses a entidades do terceiro setor. - A Lei Orçamentária Anual não incluiu a Companhia de Habitação Regional de Ribeirão Preto - COHAB, empresa estatal dependente, conforme recomendação desta Casa. - A LOA autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares em patamares que afrontam o disposto no art. 167, VII, da Constituição Federal.

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GC-CCM CONSELHEIRA CRISTIANA DE CASTRO MORAES

PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 06.11.12 ITEM Nº 058 TC-002913/026/10

Prefeitura Municipal: Ribeirão Preto. Exercício: 2010. Prefeito(s): Darcy da Silva Vera. Advogado(s): Vera Lucia Zanetti. Acompanha(m): TC-002913/126/10 e Expediente(s): TC-000246/006/10,

TC-000674/006/10, TC-000760/006/10, TC-000820/006/10, TC-

005038/026/11, TC-013372/026/11, TC-025188/026/11, TC-

027628/026/11, TC-032044/026/11, TC-001164/006/12, TC-

014669/026/12 e TC-023152/026/12.

Fiscalizada por: UR-17 - DSF-I. Fiscalização atual: UR-17 - DSF-I.

- Aplicação total no ensino: 25,69%

- Investimento no magistério com recursos do Fundeb: 82,50%

- Total de despesas com Fundeb: 100,00%

- Despesas com saúde: 28,86%

- Gastos com pessoal: 47,97%

- Déficit da execução orçamentária: 8,52% – (R$ 80.933.309,62)

- Transferência financeira para a Câmara: 4,00%

- Encargos sociais: em ordem

- Remuneração dos agentes políticos: autos apartados

- Precatórios: não foram efetuados os depósitos

Em exame as contas anuais do exercício de 2010 da Prefeitura

Municipal de RIBEIRÃO PRETO cuja fiscalização “in loco” esteve a cargo da Unidade Regional de Ribeirão Preto – UR/6.

No relatório de fls. 10/103, as impressões e os pontos destacados na

conclusão dos trabalhos pela inspeção referem-se aos seguintes itens: A.1 - PLANEJAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS - Incompatibilidade entre os Programas e Ações previstos no PPA, na LDO e na LOA. - Dados do Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias divergem daqueles informados ao Sistema AUDESP. - Apenas as Secretarias de Assistência Social e de Educação estabeleceram critérios para concessão repasses a entidades do terceiro setor. - A Lei Orçamentária Anual não incluiu a Companhia de Habitação Regional de Ribeirão Preto - COHAB, empresa estatal dependente, conforme recomendação desta Casa. - A LOA autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares em patamares que afrontam o disposto no art. 167, VII, da Constituição Federal.

Page 2: New GC-CCM CONSELHEIRA CRISTIANA DE CASTRO MORAES … · 2017. 1. 5. · empenhados, em 2010, R$ 9.508.071,99. B.1.9.2 - FIDEDIGNIDADE DOS DADOS CONTÁBEIS - BALANÇO FINANCEIRO -

- Não foram realizadas audiências públicas para elaboração da LOA e da LDO de 2010. A.2 - AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS - 27,78% dos programas e 81,76% das ações priorizados na LOA não atingiram as metas idealizadas. B.1.1.3 - Resultado Geral da Execução Orçamentária - Déficit de 8,52% (R$ 80.933.309,62), superior ao de 2009 em 47,58%. B.1.2.1 - SALDO DO EXERCÍCIO X SALDO DO EXERCÍCIO ANTERIOR - A execução orçamentária deficitária implicou em redução do ativo disponível em 29,60%. B.1.3.1 CAPACIDADE DE PAGAMENTO COM RECURSOS DO ATIVO DISPONÍVEL - Redução do ativo disponível em 29,60% e paralela elevação do passivo financeiro em 80,97%, com elevação da dívida financeira descoberta em 291,14%. B.1.3.3 - CAPACIDADE DE PAGAMENTO COM RECURSOS DO ATIVO DISPONÍVEL E CRÉDITOS DE CURTO E LONGO PRAZO - Soma de recursos financeiros, realizáveis e estoques insuficientes para saldar o total de compromissos vincendos nos anos futuros, com redução da liquidez em 28%. B.1.4.1 - ANÁLISE DO RESULTADO PATRIMONIAL - Análise prejudicada, entre outros fatores, por fatos não registrados. B.1.5.2 - NÍVEL DE CANCELAMENTO DA DÍVIDA ATIVA - R$ 36.195.326,67 de cancelamentos indevidos, de créditos de duvidoso recebimento, que, no entender desta fiscalização, deveriam ser tratados como provisão. - R$ 2.804.685,52 de cancelamentos não esclarecidos. B.1.5.3 - RESUMO GERAL DA DÍVIDA ATIVA - Os controles contábeis não correspondem à situação registrada no sistema da dívida ativa. B.1.7 DÍVIDA DE LONGO PRAZO - Pende de registro dívida decorrente de decisão judicial, que não foi formalizada, embora tenham sido empenhados, em 2010, R$ 9.508.071,99. B.1.9.2 - FIDEDIGNIDADE DOS DADOS CONTÁBEIS - BALANÇO FINANCEIRO - Dados informados pela origem não coincidem nem com seus próprios balanços nem com os dados do AUDESP, mas os resultados finais são equivalentes. B.2.1.2 - META DE DESPESA - Despesas realizadas superaram em 12,82% a meta estabelecida na LDO. B.2.1.3 - META DE RESULTADO PRIMÁRIO - O superávit primário inicialmente previsto não se concretizou, mas sim déficit primário de 5,90%. B.3.1 - ENSINO - O Município aplicou, na manutenção e desenvolvimento do ensino, apenas 24,58%, não cumprindo o artigo 212 da Constituição (embora, se considerados gastos com inativos esse percentual se eleva para 25,69%).

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B.4 - PRECATÓRIOS B.4.1.2 - REGIME ESPECIAL - Não foi obedecida a sistemática de pagamento via TJ e não foi possível aferir o valor efetivamente pago de precatórios. B.4.2 - MOVIMENTAÇÃO REGISTRADA NO PASSIVO DE CURTO E LONGO PRAZO - Diferença não contabilizada de R$ 4.235.329,50. B.5.2 - SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS - Pagamento de 1/3 constitucional de férias à Prefeita, proporcionais a 14 dias, em possível ofensa à regra dos subsídios (art. 39, § 4º da CF). B.5.3 DEMAIS DESPESAS ELEGÍVEIS PARA ANÁLISE - Ausência de preenchimento de históricos de empenhos. - Despesas com publicações não licitadas. B.6 TESOURARIA, ALMOXARIFADO E BENS PATRIMONIAIS - Conciliações bancárias abertas desde janeiro de 2010. C.1.2 DISPENSAS/INEXIGIBILIDADES - Fracionamento de despesas com serviços gráficos, prestados pelo mesmo fornecedor, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (CODERP), em ofensa aos incisos II ou VIII do art. 24 da Lei 8.666/93. C.2.3 EXECUÇÃO CONTRATUAL - Em Contratos da Prefeitura com a CODERP, cujo objeto é a manutenção de parques (o que não faz parte dos objetivos da estatal), houve terceirização de serviços, cobrança de sobrepreço e pagamento, pela Prefeitura, de valores superiores aos de mercado. - Em contrato entre a Prefeitura e a CODERP, a Administração Direta passou a pagar preços muito superiores aos que vinha praticando, configurando preço superior ao de mercado. Tal prática se deu sem cobertura contratual durante três meses, após os quais foi firmado instrumento de efeito retroativo. - Pagamentos de R$ 79.272,98 referentes a publicações oficiais baseados em contrato que não continha esse objeto, em ofensa ao caput e §1º do art. 54 e art. 66 da Lei 8.666/93. C.6.2 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO - O Município não possui Plano Municipal de Saneamento Básico. D.1.1 REPASSES REMETIDOS AO TRIBUNAL - Existência de convênio de remessa obrigatória não encaminhado a este Tribunal. - Não encaminhamento das prestações de contas dos recursos repassados no exercício de 2010, por força de convênios com a Santa Casa e Hospital da Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto. D.1.1.1 - REPASSES EXAMINADOS “IN LOCO” - A Prefeitura não concluiu, até a presente data, os procedimentos relativos a prestação de contas dos repasses, em infração ao disposto no § 5º do artigo 1º das instruções 02/2008 deste Tribunal de Contas. E.3.1 QUADRO DE PESSOAL - Significativa elevação do número de servidores temporários (80,90%). - Quadro de pessoal requer urgente reestruturação. - Por intermédio da CODERP, a Prefeitura utiliza-se de mão-de-obra terceirizada para serviços rotineiros e típicos de cargos em comissão, restando prejudicada tanto a exigência de concurso público quanto os limites legais do quadro de comissionados do Município (incisos II e V do artigo 37 da CF). Tais servidores não são objeto de registros ou controles da área de recursos humanos da Prefeitura e os controles quantitativos e qualitativos da CODERP se mostraram precários.

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E.3.2 REGIME PREVIDENCIÁRIO - A Junta de Recursos do Instituto Previdenciário está inativa desde janeiro de 2010, descumprindo-se Lei Complementar nº 1012/00 em seus arts. 59 e 60. - Há no RPPS déficit atuarial é de R$ 2.838.035.855,87, sendo que as recomendações atuariais não foram implementadas pelo Poder Executivo. E.4 DENÚNCIAS / REPRESENTAÇÕES / EXPEDIENTES - Nos expedientes TC-13.372/026/11; TC-25.188/026/11 e TC-32.044/026/11, discute-se a integração ou não de gastos com inativos no cômputo dos 25% mínimos previstos no artigo 212 da Constituição Federal. Ante divergências de interpretação, a questão é remetida às instâncias decisórias. - O expediente TC-27628/026/11 trata de pagamento de laboratórios de análises clínicas sem licitação. Foram constatadas irregularidades em razão de ausência de processos licitatórios, formalização dos instrumentos (adotada indevidamente a forma de convênio), ausência de cláusula que estabeleça o preço total, ausência de notas fiscais que comprovem a execução dos serviços e ausência de termo de ajuste. E.5 ATENDIMENTO À LEI ORGÂNICA, INSTRUÇÕES E RECOMENDAÇÕES DO TRIBUNAL - Desatendimento das instruções consistentes no não envio de contrato, convênio e prestações de contas de repasses ao terceiro setor. - Diversas omissões e divergências nas informações do Sistema AUDESP, destacando-se a ausência de históricos de empenhos.

Realço a anotação da inspeção de que, inicialmente, o Executivo não alcançou a aplicação mínima constitucional no ensino geral, limitando-se a 24,73% nos investimentos destinados ao setor; também, que aplicou 99,72% dos recursos do FUNDEB no período, destes, destinando 82,50% à valorização do magistério.

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IMPOSTOS E TRANSFERÊNCIAS DE IMPOSTOS

Valores (R$)

774.657.055,52

Ajustes da fiscalização -

774.657.055,52

FUNDEB - RECEITAS

90.143.011,50

98.055.420,68

693.213,74

Ajustes da fiscalização -

98.748.634,42

81.470.758,68

-

-

-

81.470.758,68 82,50%

17.006.896,12

-

-

(+/-) Outros ajustes da Fiscal. Demais Despesas (40%) -

17.006.896,12 17,22%

102.182.379,57

90.143.011,50

475.042,62

271.006,32

191.579.342,13 24,73%

( + ) Saldo FUNDEB: 31.12 271.006,32 Aplicado 1º trim/2011 271.006,32

( - ) Restos a Pagar não Pagos até 31.01.2011 1.966.497,90

(+/-) Outros ajustes da Fiscal. Recursos Próprios/FUNDEB 515.206,27

Aplicação Final na Educação Básica 190.399.056,82 24,58%

718.000.000,00

194.665.143,00

27,11%

Receita Prevista Atualizada

Despesa Fixada Atualizada

Total de Receitas do FUNDEB - T.R.F.

Índice Apurado

DESPESAS PRÓPRIAS EM EDUCAÇÃO

FUNDEB - DESPESAS

Total das Despesas Líquidas com Magistério (mínimo 60%)

Total das Demais Despesas Líquidas (máximo 40%)

( - ) Desp.c/Pensões (3190.03.00)

( - ) Desp.c/Aposent. (3190.01.00)

Demais Despesas

Despesas com Magistério

( - ) Desp.c/Aposent. (3190.01.00)

( - ) Desp.c/Pensões (3190.03.00)

Aplicação até 31.12.2010 (artigo 212, CF)

Receitas

Total de Receitas de Impostos - T.R.I.

Retenções

Transferências recebidas

Receitas de aplicações financeiras

Planejamento Atualizado do Ensino

(+/-) Outros ajustes da Fiscal. Magistério (60%)

Educação Básica (exceto FUNDEB)

( + ) FUNDEB Retido

( - ) Ganhos de Aplicações Financeiras

( - ) FUNDEB Retido e não Aplicado no Retorno

A inspeção registrou, contudo, que somados os gastos decorrentes do pagamento de aposentadorias aos inativos (R$ 8.576.239,95), tal qual sistemática adotada em exercícios anteriores, o montante da aplicação seria elevado a 25,69%.

Os investimentos na saúde superaram ao mínimo constitucional,

alcançando 28,86% do valor da receita e transferências de impostos.

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Valores (R$)

Receitas de impostos* 772.592.493,44 (+/-) Ajustes da Fiscalização - Total das Receitas 772.592.493,44

Total da Despesas empenhadas com Recursos Próprios 230.614.393,61 ( - ) Despesas com Aposentadorias - (3190.01.00) - ( - ) Despesas com Pensões - (3190.03.00) - (+/- )Outros ajustes da fiscalização - (-) Restos a Pagar não pagos até 31.01.2011 - 7.635.660,97

Valor e percentual aplicado em ações e serviços de Saúde 222.978.732,64 28,86%

Receita Prevista Atualizada 715.500.000,00

Despesa Fixada Atualizada 274.376.760,00

Índice Apurado 38,35%

Planejamento Atualizado da Saúde

Verifica-se que a arrecadação da receita foi inferior àquela prevista na Lei Orçamentária, determinando déficit na ordem de R$ 24.071.656,71, equivalente a 2,47%.

Receitas/Repasses Previsão Realização AH % AV %

Receitas Correntes 985.456.944,00 1.021.216.117,58 3,63% 107,99%

Receitas de Capital 73.347.322,00 14.559.832,67 -80,15% 1,54%

Deduções da Receita 84.920.000,00 90.143.011,50 6,15% 9,53%

Receitas Intraorçamentárias #DIV/0! 0,00%

Subtotal das Receitas Orçam. 973.884.266,00 945.632.938,75

Op. de Crédito - Refinanciamento

Total das Receitas Orçam. 973.884.266,00 945.632.938,75

Repasses Recebidos 4.179.670,54

Total das Receitas e Repasses 949.812.609,29

(+) Inclusões da Fiscalização

(-) Exclusões da Fiscalização

949.812.609,29

(28.251.327,25) -2,90% -2,99%

(24.071.656,71) -2,47% -2,53%

Resultado da Execução Orçamentária da Receita

Total Ajustado das Receitas e Repasses Recebidos

Resultado da Exec. Orç./Financeira da Receita Ajustado Contudo, a Origem elevou o valor da despesa fixada mais ainda em

relação ao arrecadado, determinando um déficit da execução orçamentária de R$ 80.933.309,62, equivalendo a dizer que os gastos superaram em 8,52% a receita do período.

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Receita Arrecadada 945.632.938,75

Despesa Executada 962.452.594,88

Déficit/Superávit (16.819.656,13) -1,78%

Receita Arrecadada Ajustada 949.812.609,29

Despesa Executada Ajustada 1.030.745.918,91

Déficit/Superávit Ajustado (80.933.309,62) -8,52%

Resultado Geral da Exec. Orçamentária Ajustado/Financeira:

Resultado Geral da Execução Orçamentária:

Esse resultado negativo aumento ainda mais a situação financeira desfavorável que vinha do exercício anterior.

Nomenclatura 2009 2010

Disponível - A 49.609.504,22 34.926.869,80

( + ) Inclusões da Fiscalização B - -

( - ) Exclusões da Fiscalização C

Disponível Ajustado - D = A + B - C 49.609.504,22 34.926.869,80

Passivo Financeiro E 75.709.345,72 137.011.242,23

( + ) Inclusões da Fiscalização F - -

( - ) Exclusões da Fiscalização G - -

Passivo Financeiro Ajustado H = E + F- G 75.709.345,72 137.011.242,23

Liquidez Imediata = A / E 0,66 0,25

Liquidez Imediata Ajustada = D / H 0,66 0,25

O quadro demonstra que, para cada R$ 1,00 de dívida de curto

prazo, a Municipalidade detinha apenas R$ 0,25 para pagamento dessas obrigações.

Igualmente foi anotada a incapacidade financeira para a liquidação dos débitos somados de longo e curto prazo.

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Nomenclatura 2009 2010

Ativo Circulante – A 54.731.360,97 41.709.862,96

( + ) Inclusões da Fiscalização B

( - ) Exclusões da Fiscalização C

Ativo Circulante Ajustado – D = A + B - C 54.731.360,97 41.709.862,96

Ativo Realizável a Longo Prazo – E 378.034.654,32 499.822.345,03

( + ) Inclusões da Fiscalização – F

( - ) Exclusões da Fiscalização - G

Ativo Realiz. L. Prazo Ajustado H = E + F - G 378.034.654,32 499.822.345,03

Passivo Circulante - I 75.709.345,72 137.011.242,23

( + ) Inclusões da Fiscalização J

( - ) Exclusões da Fiscalização K

Passivo Circulante Ajustado - L = I + J - K 75.709.345,72 137.011.242,23

Passivo Exigível a Longo Prazo – M 547.011.363,42 942.118.400,99

( + ) Inclusões da Fiscalização N

( - ) Exclusões da Fiscalização - O

Passivo Exig.L.Prazo Ajustado – P = M + N -O 547.011.363,42 942.118.400,99

Liquidez Geral = ( A + E ) / ( I + M ) 0,69 0,50

Liquidez Geral Ajustada = ( D + H ) / ( L + P ) 0,69 0,50

Há de se registrar que a Receita Corrente Líquida obteve aumento 14,64% em comparação ao resultado alcançado no exercício anterior.

RCL de 2009 RCL de 2010 Crescimento

R$ 966.528.531,75 R$ 1.108.058.472,66 14,64%

Contudo, em que pese o incremento na receita, o quadro elaborado

pela fiscalização indicou que as despesas com pessoal mantiveram-se elevadas – na zona do limite de alerta (48,60% da RCL), contudo, abaixo do teto imposto pela LRF (54,00% da RCL).

Período dez/09 abr/10 ago/10 dez/10

% Permitido Legal 54% 54% 54% 54%

Gastos - A 479.317.120,83 530.444.279,40 526.055.519,67 531.571.026,96

(+) Inclusões da Fiscalização - B

(-) Exclusões da Fiscalização - C

Gastos Ajustados - D 530.444.279,40 526.055.519,67 531.571.026,96

RCL - E 966.528.531,75 1.025.006.820,67 1.074.621.567,13 1.108.058.472,66

(+) Inclusões da Fiscalização - F

(-) Exclusões da Fiscalização - G

RCL Ajustada - H 1.025.006.820,67 1.074.621.567,13 1.108.058.472,66

% Gasto = A / E 49,59% 51,75% 48,95% 47,97%

% Gasto Ajustado = D /H 51,75% 48,95% 47,97% A transferência de recursos financeiros à Câmara obedeceu ao limite

imposto pela Constituição Federal, fixando-se em 4,00% das receitas tributárias do exercício anterior.

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Valor utilizado pela Câmara (repasse menos devolução )

Despesas com inativos

Subtotal

Receita Tributária ampliada do exercício anterior: 2009

Percentual resultante 4,00%

25.674.689,88

25.674.689,88

641.936.334,65

Os subsídios dos Agentes Políticos foram fixados pela Lei Municipal nº 11.600/08, de 09.04.08.

Sobre tema, a inspeção registrou que a Lei Municipal nº 11.622/08

inseriu a previsão de pagamento de 13º subsídio ao Prefeito e Vice-Prefeito, muito embora despesas dessa espécie não tenham ocorrido no período.

No entanto, segundo cálculos, a Chefe do Executivo recebeu

subsídios que superaram ao valor fixado, em R$ 2.700,32, decorrentes do gozo de 14 dias de férias anuais remuneradas com um terço a mais na remuneração normal, conforme previsto pelo art. 7º, XVII, da CF/88.

Valor da fixação original:

Valor revisado até o exercício anterior:

Percentual de revisão no exercício em exame:

Valor revisado para o exercíco em exame:

Mês inicial do valor revisado:

Mês

JanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez

Total

janeiro

17.359,21 18.709,37 1.350,16

17.359,21

17.359,21

0,00%

17.359,21

Fixação + Revisão Pagamentos Diferenças

17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 - 17.359,21

17.359,21 17.359,21 -

208.310,52 211.010,84 2.700,32

17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 18.709,37 1.350,16 17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 17.359,21 - 17.359,21 17.359,21 -

O recolhimento dos encargos sociais se mostrou formalmente em

ordem. A inspeção registrou que o Município não procedeu quaisquer

depósitos à conta do pagamento de precatórios no período, conquanto mantivesse expressivo estoque dessa dívida.

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Receita Corrente Líquida 2009:

Saldo de precatórios em mora em 09/12/09: 3,92% da RCL

Opção de Pagamento Mensal RCL

Valor devido referente à opção mensal:

Total de depósitos nas contas vinculadas:

Saldo a pagar:

LOA 2009

Opção de Pagamento Anual: 15 Anos

Saldo anterior de precatórios:

Saldo corrigido de precatórios:

Valor devido referente a opção anual:

Valor depositado nas contas vinculadas:

Saldo a pagar:

LOA 2009

34.925.402,79

-

53.079.400,00 -100,00%

966.528.531,80

37.921.738,97

37.921.738,97

37.921.738,97

2.528.115,93

1%

A inspeção registrou, segundo avisos colhidos, que haviam sido

feitos depósitos no valor de R$ 8.664.565,45 nas Varas da Fazenda Pública de Ribeirão Preto; no entanto, que não foi possível confirmar, com base na contabilidade da Origem, a exatidão dessas informações, porque os pagamentos de precatórios foram contabilizados sob diversos subelementos, destinados, também, à classificação de sentenças judiciais sem essa natureza.

Ainda, conforme relação de empenhos extraída do sistema AUDESP,

a título de sentenças judiciais - já excluindo acordo trabalhista pago aos servidores e ao Instituto de Previdência e as sentenças judiciais de pequeno valor – R$ 16.245.723,18 - desse total, apenas R$ 5.815,42 foram pagos a título de “precatórios incluídos na lei orçamentária”; já sob a classificação “sentenças judiciais de pequeno valor”, foram pagos R$ 869.291,01.

Subsidiou os trabalhos de inspeção o Processo Acessório - 1

TC-2913/126/10 (Acompanhamento da Gestão Fiscal). Também subsidiou o exame das contas os seguintes Expedientes:

TC-32044/026/11 Ministério Público do Estado – Promotoria Cível de Ribeirão Preto. Indaga se a matéria narrada no Comunicado SIOPE/FNDE do Ministério da Educação, relativa aos indicadores do ensino, está sendo apreciada nesta E.Corte, bem como, sobre o resultada da inspeção sobre as contas de 2010.

TC-27628/026/11 Ministério Público do Estado – Promotoria Cível de Ribeirão Preto. Indaga se estão sob análise as despesas com pagamento de laboratórios de análises clínicas, sem licitação, mas com credenciamento pela tabela do SUS.

TC-14669/026/12 Ministério Público do Estado – Promotoria Cível de Ribeirão Preto. Solicita cópia do relatório das contas.

TC-5038/026/11 Ministério Público do Estado – encaminha documentação a respeito de notícia de possíveis irregularidades no tocante à contratação de pessoal.

TC-246/006/10 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Documentação em cumprimento de

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documentação formal visando a contratação de financiamento junto à CEF. TC-674/006/10 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Documentação em cumprimento de

documentação formal visando a contratação de financiamento junto à CEF. TC-820/006/10 Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Documentação em cumprimento de

documentação formal visando a contratação de financiamento junto à CEF. TC-23152/026/12 (cópia TC-289/006/12) Edauri Bruno dos Santos. Comunica possíveis irregularidades no tocante aos atos que

prorrogaram prazos e alteraram valores de contratos. TC-760/006/10 Prever Rib. Preto Funerária e Velórios Ltda. Comunica possíveis irregularidades no

tocante ao Pregão Eletrônico nº 131/10. TC-13372/026/11 Ministério da Educação – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Encaminha

os indicadores gerados pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação – SIOPE para aferição do cumprimento de dispositivos constitucionais e legais relacionados à área da educação.

TC-25188/026/11 Ministério da Educação – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Encaminha os indicadores gerados pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação – SIOPE para aferição do cumprimento de dispositivos constitucionais e legais relacionados à área da educação.

TC-1164/006/12 Justiça Eleitoral do Estado de São Paulo. Solicita informações a respeito das despesas realizadas com publicidade pela Prefeitura de Ribeirão Preto nos anos de 2009 a 2011.

A Responsável pelos demonstrativos foi regularmente notificada,

sendo apresentadas as justificativas que entendeu necessárias (fls. 113/158). Em síntese, justificando as situações constantes no item

“Planejamento das Políticas Públicas”, disse que procederá o aperfeiçoamento da LDO a partir do exercício de 2013; ainda, que não houve tempo hábil para correção de erros na adequação do PPA com a LDO do período.

Sobre o déficit orçamentário e a redução da capacidade de

pagamento, esclareceu que o Município possui pouco mais de 650 Km², com população de 612.339 habitantes (IBGE/2011), sendo o 8º mais populoso do Estado e a 3ª maior cidade do interior paulista/brasileiro.

Sendo assim, prossegue, havia necessidade de investimentos – os

quais não foram realizados pelas últimas administrações, sendo assim, o déficit orçamentário ocorreu por absoluta necessidade de realização de gastos com contrapartidas destinados à execução de obras antienchentes, somadas às despesas com ações e serviços de saúde, muito acima do mínimo de 15%.

Apresentou quadro indicando que, além dos repasses de recursos

federais, no montante de R$ 63.731.584,99, houve necessidade de contrapartida do Município em valor que atingiu R$ 6.640.276,89, para obras antienchentes e outras.

Além disso, firmou que cumpriu ordens judiciais tendentes ao

tratamento e insumos das mais diversas naturezas na área de saúde, atingindo R$ 3.154.138,03.

Ademais, realçou que as ações empreendidas fizeram com que o

Município fosse reconhecido como o 4º melhor resultado em todo o país, pelo Índice Firjan.

Consignou que, a partir de 2011, a falha referente à dívida perante o

IPM foi regularizada.

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Quanto ao ensino, disse que há de serem consideradas as despesas com pagamento aos inativos.

Anotou que a LDBE estabelece as despesas que podem (art.70) e

aquelas que não podem (art. 71), compor a manutenção e desenvolvimento do ensino; e, quanto aos inativos da educação, a norma não trata expressamente da questão, pois não inclui nem exclui o gasto – daí o entendimento de que não há empecilho na lei de regência para a sua utilização.

Afirmou que o sistema informatizado da União, na apuração da

execução orçamentária do ensino, expurga, sem qualquer base constitucional ou legal, despesas realizadas para pagamento de professores inativos da rede municipal de ensino, ao contrário do que reiteradamente tem feito o TCESP, a respeito de sua Cartilha de orientação dos gastos nessa área, incluindo as despesas com inativos do setor.

Prosseguiu dizendo que a questão somente surge à conta de

restrição por irregularidade na execução orçamentária da Educação no SIOPE – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação, que se reflete no Cadastro Único de Convênios – CAUC, ambos subsistemas do SIAFI, que motivou ajuizamento de ação declaratória pelo Município de Ribeirão Preto, perante a 6ª Vara da Justiça Federal – Proc. 2741/01, na qual foi deferida liminar para suspensão da inclusão do Município no CAUC, o que o impediria de receber verbas de convênios federais.

Contudo, a fim de evitar, no futuro, a ocorrência desse novo

posicionamento do TCESP sobre as contas, o Município, a partir de 2011, incluiu o pagamento de inativos junto a sua Lei Orçamentária, porém, desconsiderado para fins de determinação do percentual devido à Educação; para 2012, esse pagamento foi retirado da função 12, restando demonstrado, segundo informa, a nova metodologia de gastos adotada pela Administração.

Sobre os precatórios, disse que houve muitas dúvidas na aplicação

da EC 62/09 e, diante de que o Município não se enquadrava em mora com os pagamentos, entendeu que se enquadrava no regime ordinário regido pelo art. 100 da CF, não fazendo opção pelas formas de pagamento previstas no § 8º, do art. 97, do ADCT.

E assim, segundo entende, a própria CF/88 autorizada o

parcelamento dos precatórios, na conformidade da EC nº 30, não se concebendo a hipótese de mora se os pagamentos das parcelas desses precatórios também tivessem sido pagos pelo Município.

Contudo, prossegue, não foi esse o entendimento do CNJ e também

desta Corte, porque, para tais Órgãos, todos os entes públicos que ainda possuíam parcelas vincendas relativas ao parcelamento da EC 30, são considerados em mora e deveriam ter optado por um dos novos regimes – segundo publicação das Resoluções nº 115 e 123 do CNJ e da Ordem de Serviço nº 3/10 (publicada em 05.01.11).

E, para a Prefeitura, somente restou esclarecida a questão após

reunião com a Coordenação do DEPRE – 15.03.11, quando foi fixado prazo de 30 dias pra que fossem adotadas providências no sentido de regularizar a situação, apresentando

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uma proposta de acordo para pagamento dos precatórios, com a edição de decreto correspondente.

Disse que, em esforço para manter em dia a obrigação dos precatórios registrados sob a égide da EC 30 e daqueles registrados no exercício de 2010, efetuou depósitos judiciais referentes aos parcelados (exercícios de 2001 a 2009 – 10ª a 2ª parcelas) – por conta do entendimento anterior.

Os depósitos foram feitos à conta dos Juízos de Execução, e não em

conta bancária aberta pelo TJESP, sendo deferidos os levantamentos; mais, que o montante desse depósito atingiu R$ 8.644.565,45 e, quando entendeu-se que o Município encontrava-se no regime especial, outros R$ 961.241,24 foram depositados à conta do DEPRE.

Explicou que a dívida total com precatórios é de R$ 75 milhões; e,

considerando a divisão preconizada pelo art. 22 da Resolução do CNJ nº 115/10, haveria condições de sua liquidação em 04 anos, efetuando depósitos anuais em conta aberta pelo TJESP; e, como forma de viabilizar os pagamentos – certo que em 2011 deveria desembolsar a parcela do próprio exercício somada a 39,16% de 2010, foi requerido e deferido o total de R$ 26.103.291,74, em 08 parcelas mensais, tendo a primeira vencido em 31.05 p.p, e a última em 31.12 p.f. (completando-se s dois primeiros pagamentos anuais).

Disse que até 30.12.12 será efetuado o 3º pagamento anual, e até

30.12.13 o último – encerrando-se o regime especial. Defendeu a regularidade no pagamento dos subsídios, porque teriam

sido realizados sob parcela única, ressaltando o direito dos trabalhadores, nos termos do art. 7º da CF/88.

Considerou que a existência de depósitos de receitas e

arrecadações não conciliadas, desde julho 2010, ocorreu em razão da Prefeitura emitir cheques para o repasse de multas à TRANSERP, a qual demora em efetuar o seu depósito.

Confirmou que possui 15 Secretarias, onde a necessidade de

aquisição de bens/serviços é recebida e processada de acordo com o planejamento e disponibilidade financeira da cada Pasta, não havendo fracionamento, por se tratar de impressos específicos.

Quanto à execução orçamentária, disse que a implantação da

Coordenadoria de Limpeza Urbana, em 13.07.10, fez com que os serviços de limpeza pública fossem unificados; daí, os contratos 02/05 e 82/08 foram extintos e agora licitados – CP 36 (R$ 191.999,98) e 37/10 (R$ 379.000,00); ainda, que o contrato referente ao Parque Permanente de Exposições encerrou-se em 31.03.11; e, que o contrato 269/10 – dispensa de licitação – o ajuste direto foi justificado, haja vista que a CODERP, empresa criada em 1972, tem por finalidade a prestação de serviços específicos para o Município, incluindo os serviços de processamento de dados, microfilmagem, imprensa oficial e assessoramento técnico, certo que os preços praticados estão abaixo do mercado.

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Consignou que o Município pleiteou, em junho/10, recursos junto ao Ministério das Cidades para contratar todos os estudos técnicos necessários à elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico.

Disse que a documentação de convênios e prestação de contas está

à disposição do Tribunal e, que a Secretaria Municipal de Saúde se adequou às Instruções desta Corte a partir de 2011.

Afirmou que há 30,78% de cargos vagos em seu quadro de pessoal;

que a contratação de temporários destina-se à área da educação e saúde. Anotou que a Junta de Recursos do Instituto de Previdência local foi

nomeada através da Portaria nº 1206/11, de 09.12.11; e, ainda, que está tramitando processo administrativo com estudos destinados à equalização do déficit atuarial, com projeto já enviado à Câmara.

Por fim, anotou que a Prefeitura utiliza recursos próprios para

complementar a remuneração de serviços hospitalares, uma vez que os repasses do Fundo Nacional de Saúde são insuficientes para cobertura dessas despesas, certo que a Municipalidade já se adequou às Instruções TCESP; e, ainda, que encontrou dificuldades na transmissão de informações ao Sistema AUDESP.

Em seguida, a Assessoria Técnica, sob os aspectos orçamentário-

financeiros avaliou que as justificativas apresentadas não afastaram a irregularidade quanto ao déficit de execução (8,52%), salientando que o desequilíbrio maculou as contas agravando a situação financeira deficitária já existente, bem como, porque o resultado vem na contramão da gestão fiscal equilibrada prescrita no § 1º, do art. 1º, da LRF.

Nesse sentido, o setor opinou pela emissão de parecer desfavorável

às contas (fls. 162/164). Junto ao setor de cálculos, sob análise as questões afetas ao ensino,

a Assessoria Técnica, com base nas premissas destacadas na cartilha de orientação dos gastos com educação editada por este E.Tribunal1”, julgou razoável os esclarecimentos defensórios para que, excepcionalmente, as despesas com inativos sejam consideradas na base de cálculo do valor aplicado no setor.

1 Manual Básico – Aplicação de Recursos no Ensino - 2007 28. DESPESAS QUE ENTRAM NO CÁLCULO DOS 25% DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO De modo geral, revelam-se elas no art. 70, LDB.

De forma mais detalhada, passamos a relacionar as despesas típicas de manutenção e desenvolvimento

do ensino – MDE.

Mas, atenção, todos esses gastos só cabem nos 25% do Município, quando relacionarem-se à Educação

Infantil, Especial e de Jovens e Adultos (Fundamental) e ao Ensino Fundamental:

(...)

- inativos que serviram na Educação (vide item 30 deste Manual)

30. INATIVOS A despesa com inativos da Educação poderá ser incluída nos 25%, desde que, para tanto, haja

autorização na lei orçamentária

anual e, do valor total, sejam abatidas as contribuições funcionais e patronais ao regime próprio de

previdência (proporção dos servidores da área educacional).

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Nesse sentido, a ATJ consignou que o Município cumpriu o art. 212 da CF/88, aplicando o equivalente a 25,74% no ensino; também, que investiu 82,50% da verba do FUNDEB na remuneração dos profissionais do magistério; e, desse fundo, utilizou 97,72% durante o período, mais a parcela diferida durante o primeiro trimestre/11, atendendo ao § 2º do art. 21 da Lei 11.494/07 (fls. 165/170).

Sob os demais aspectos, a ATJ considerou que os pagamentos

efetuados à Sra. Prefeita, a título de adicional de férias, são benefícios que lhe parecem compatíveis com a remuneração em parcela única; e, quanto aos precatórios, tendo em vista a notícia de que foram feitos depósitos no valor de R$ 8.664.565,45 nas Varas da Fazenda de Ribeirão Preto, ainda que inadequado o procedimento adotado, considerou que possa ser relevada a questão, sem prejuízo de emissão de alerta à Prefeitura para que cumpra os termos do art. 97, § 1º, II, do ADCT.

Contudo, aliou-se à opinião desfavorável sobre as contas,

considerando o setor que avaliou a situação orçamentária e financeira do Órgão (fls. 171/176).

A i. Chefia de ATJ opinou pela emissão de parecer desfavorável aos

demonstrativos (fl. 177). Agora na SDG, foi dito que compactuava com o entendimento da

ATJ no que se refere aos ajustes do ensino; e, desse modo, excepcionalmente, os gastos com inativos podem ser considerados nas contas de 2010, visto que em exercícios anteriores foram computados em favor do setor, inclusive recebendo parecer favorável em 2009.

Pesou para a SDG o fato de que a Prefeitura não mais incluirá ditas

despesas nas contas de 2011 e 2012, demonstrando nova metodologia utilizada. Contudo, a SDG destacou que o déficit da execução orçamentária de

8,52%, equivalente a R$ 80.933.309,62, não foi amparado pelo resultado financeiro do exercício anterior, visto ter ocorrido um déficit financeiro na ordem de R$ 20.977.984,75.

Entendeu a SDG que o Município vem numa crescente de déficit

financeiro, agora em 2010 apresentando uma situação negativa de R$ 95.301.379,27, demonstrando que não possuía recursos financeiros para honrar os seus compromissos.

Quanto aos precatórios, a SDG observou a anotação da inspeção de

que a Municipalidade não efetuou nenhum depósito nas contas vinculadas ao Tribunal de Justiça, somente sendo pagos, a este título, os requisitórios de baixa monta e efetuados alguns depósitos equivocados nas Varas da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, segundo a própria Administração.

Prosseguiu a SDG anotando que o saldo de débitos judiciais em

2009, já corrigido, era de R$ 34.925.402,79, e o total que deveria ser depositado seria de 1/15, correspondendo a R$ 2.328.360,19.

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Mais, que a dívida foi levantada e definido que o valor do período 2010/2011 seria pago por meio de 08 depósitos, de maio a dez/11; no entanto, ditos valores não foram comprovados pelas alegações defensórias e, mesmo que fossem, as contas de 2010 estão comprometidas pelo não pagamento no exercício.

Nesse sentido, a SDG opinou pela emissão de parecer desfavorável

às contas (fls. 179/182). É o relatório.

VOTO

Verifico que a administração financeira de RIBEIRÃO PRETO, durante o exercício de 2010, deu atendimento parcial aos principais aspectos da gestão administrativa, orçamentária e financeira avaliados por esta E.Corte.

- Aplicação total no ensino: 25,69%

- Investimento no magistério com recursos do Fundeb: 82,50%

- Total de despesas com Fundeb: 100,00%

- Despesas com saúde: 28,86%

- Gastos com pessoal: 47,97%

- Déficit da execução orçamentária: 8,52% – (R$ 80.933.309,62)

- Transferência financeira para a Câmara: 4,00%

- Encargos sociais: em ordem

- Remuneração dos agentes políticos: autos apartados

- Precatórios: não foram efetuados os depósitos

I - Nesse sentido, o Município obteve índices constitucionais

adequados no que toca aos investimentos no ensino geral e na valorização dos profissionais do magistério, esgotando ainda, os recursos do FUNDEB do período, consoante utilização da parcela do saldo diferido durante o 1º trimestre/11.

Ainda sobre o ensino, consigno que a orientação traçada no

chamado “Manual básico – Aplicação de Recursos no Ensino – 2007”, disponível em nossa página eletrônica é pela possibilidade de inclusão dos gastos com inativos junto às despesas da educação.

28. DESPESAS QUE ENTRAM NO CÁLCULO DOS 25% DA EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO De modo geral, revelam-se elas no art. 70, LDB. De forma mais detalhada, passamos a relacionar as despesas típicas de manutenção e desenvolvimento do ensino – MDE. Mas, atenção, todos esses gastos só cabem nos 25% do Município, quando relacionarem-se à Educação Infantil, Especial e de Jovens e Adultos (Fundamental) e ao Ensino Fundamental: (...)

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- inativos que serviram na Educação (vide item 30 deste Manual) (negritei) 30. INATIVOS A despesa com inativos da Educação poderá ser incluída nos 25%, desde que, para tanto, haja autorização na lei orçamentária anual e, do valor total, sejam abatidas as contribuições funcionais e patronais ao regime próprio de previdência (proporção dos servidores da área educacional).” E, para tanto, o “Manual Básico – Procedimentos de Fiscalização –

abril de 2012”, determina a seguinte orientação: “O não atendimento aos mínimos da Educação tem sido o principal motivo para a negação da conta do Prefeito. Para tanto, realiza este Tribunal impugnações sobre a despesa apresentada pela Prefeitura, conforme consta no manual: “O TRIBUNAL E A GESTÃO FINANCEIRA DOS PREFEITOS”. Em boa parte dos casos, essas glosas alcançam o que segue: (...) XV. Despesas com inativos oriundos da Educação, bancadas por receitas específicas do regime próprio de previdência – RPPS (contribuições, compensações do INSS, entre outras);” No caso, o documento acostado à fl. 73 do Anexo I, indica que os

valores pagos a título de inativos da educação tiveram como fonte de recursos a conta tesouro.

Ademais, ditas despesas não estão inseridas no grupo vedado pela LDBE2.

E, além disso, na orientação expressa pelo MEC3 para a utilização

das verbas do FUNDEB, a proibição de sua utilização à conta do pagamento dos inativos, restringe-se unicamente aos chamados 60% - porque exclusivo para os profissionais que estão em sala de aula, conquanto possa se ter em mente que, ao contrário, não sendo proibida no grupo dos 40% - demais despesas custeadas, aqui também se inclui na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino determinada pelo art. 212 da CF/88.

“5.22. O que não pode ser realizado com recursos do FUNDEB? Com a parcela mínima de 60% do Fundo não podem ser custeadas as despesas com: (...) - inativos, mesmo que, quando em atividade, tenham atuado na educação básica; (...) Quanto ao uso do restante dos recursos (máximo de 40%), aplicam-se as proibições previstas no art.71 da Lei 9.394/96 - LDB, que prevê a impossibilidade de aplicação dos recursos da educação para fins de: (...)”

2 Lei 9394/96 – Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com: I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão; II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural; III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos; IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência social; V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar; VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia à manutenção e desenvolvimento do ensino. 3 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Fundebef/peresptudo.pdf

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Ademais, somado-se à opinião favorável da SDG, constata-se que a Origem já se comprometeu a expurgar ditas despesas dos investimentos da educação para os próximos exercícios.

No que se refere à saúde, observa-se que foi superado o índice

mínimo de aplicação. Nesse sentido, há de ser registrado que a Origem obteve situação

mais favoráveis em relação à sua região de Governo e ao Estado, no que diz respeito aos Índices de Desempenho Operacional da saúde.

Região de:Estatísticas vitais e Saúde Município Governo Estado

Taxa de Mortalidade Infantil (Por mil nascidos vivos)

Taxa de Mortalidade na Infância(Por mil nascidos vivos)

Taxa de Mortalidade da População entre 15 e 34 anos(Por cem mil habitantes nessa faixa etária)

Taxa de Mortalidade da População de 60 anos ou mais(Por cem mil habitantes nessa faixa etária)

Mães adolescentes(Com menos de 18 anos. Em %)

6,38 7,84 7,22

97,71 112,19 123,27

3461,20 3522,90 3567,64

8,68 9,75 12,48

11,20 11,64 14,46

As despesas com pessoal foram equilibradas, na medida em que

situaram-se abaixo do limite imposto pela Lei Fiscal. As transferências financeiras ao Legislativo situaram-se dentro da

limitação imposta pela Constituição Federal/88. Encontram-se sob regularidade formal o recolhimento dos encargos

sociais. II) Contudo, a despeito dessas considerações positivas sobre

alguns dos principais pontos analisados por esta E.Corte, há ainda outros aspectos da Gestão, em parte dos apontamentos da Auditoria, que merece mais atenção pelo Executivo, comportando recomendações, em face da insuficiência dos esclarecimentos ofertados ou da necessidade de comprovação local.

Aqui se situam as críticas da fiscalização quanto ao “Planejamento

das Políticas Públicas”, havendo necessidade de que a Origem proceda a adaptação dos planos orçamentários às determinações contidas na LRF, mantenha o foco nos programas e ações priorizadas e, de tudo, mantendo consistência com os dados transmitidos ao Sistema AUDESP.

Aliás, no que tange à execução orçamentária, tendo por foco a

qualidade do gasto, observo que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, embora indicando dados colhidos em 2009, demonstra a necessidade de que as

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políticas públicas do setor sejam aperfeiçoadas, haja vista que o percentual observado no grupo “anos iniciais do ensino fundamental” (4,9) foi inferior à meta estabelecida (5,0) e, no mesmo modo, inferior ao obtido pelas escolas da Rede Estadual (5,5).

Redes: 2007 2009 2007 2009 2007 2009 2007 2009

MunicipalBrasil

1PrivadaBrasil

EstadualSão Paulo

EstadualMunicípio

5,0

4,3

4,7

6,0 6,4

Anos iniciais do Ensino Fundamental

3,83,54,0 4,4 3,4 3,6 3,1 3,3

Anos finais do Ensino FundamentalIDEB Observado Metas IDEB Observado Metas

3,9

5,9

4,2

4,3

4,1

4,4

4,2

5,8 6,0

4,8

5,0

4,9

5,1 4,35,5 4,5

3,8 4,15,1

5,8

4,8

4,8

4,7 4,35,0Município

6,0 6,3

Aqui também se revela uma preocupação no que tange à oferta de

vagas em escolas públicas e, portanto, a efetiva e imediata necessidade de reavaliação dos planos orçamentários, tendo em vista que os dados disponíveis junto ao Sistema SIAPNet (www.siapnet.tce.sp.gov.br), não indicam o número de indivíduos na faixa etária de “0 a 14 anos”, conquanto o Município registre população de 507.0864 pessoas.

Digo isso porque também não foi alimentada a informação quanto ao

número de alunos matriculados em escolas estaduais, particulares e filantrópicas, conquanto aqueles do Município atingiam apenas 22.532 no ensino fundamental e 19.212 no ensino infantil5.

Sendo assim, é necessário que a Municipalidade mantenha

atualizadas as informações sobre a cobertura da demanda existente por vagas públicas, especialmente no ensino infantil.

4 9 Dados Demográficos

População Urbana: 504.923

Fonte:

Data Base:

População Rural: 2.163

Fonte:

Data Base:

Total: 507.086

População de 0 a 14 anos:0

Fonte:

Data Base:

5 14.2 Quantidade de Matrículas Escolares sob Responsabilidade

Educação Infantil

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Educação Especial

Curso Supletivo

Creche Pré-Escola

1º Grau

2º Grau

Municipal 5.662 13.550 22.532 0 0 719 423 1.361

Estadual 0 0 0 0 0 0 0 0

Particular 0 0 0 0 0 0 0 0

União 0 0 0 0 0 0 0 0

Filantrópica 0 0 0 0 0 0 0 0

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No que diz respeito à dívida ativa, a Municipalidade conseguiu recuperar apenas 5,32% do total inscrito.

2009 2010 AH %

Saldo Inical da Dívida Ativa - A 350.634.721,64 378.034.654,32 7,81%

Inclusões da Fiscalização - B - - #DIV/0!

Exclusões da Fiscalização - C #DIV/0!

Saldo Inical da Dívida Ativa Ajustado - D = A + B - C 350.634.721,64 378.034.654,32 7,81%

Saldo Inicial da Provisão para Perdas - E - - #DIV/0!

Inclusões da Fiscalização - F - - #DIV/0!

Exclusões da Fiscalização - G - - #DIV/0!

Saldo Inicial da Prov.p/ Perdas Ajustado - H = E + F - G - - #DIV/0!

Total - I = A - E 350.634.721,64 378.034.654,32 7,81%

Total Ajustado - J = D - H 350.634.721,64 378.034.654,32 7,81%

Recebimentos - k 20.737.179,71 20.113.107,55 -3,01%

Inclusões da Fiscalização - L - - #DIV/0!

Exclusões da Fiscalização - M - - #DIV/0!

Recebimentos Ajustados - N = K + L - M 20.737.179,71 20.113.107,55 -3,01%

AV % - O = K / I 5,91% 5,32% -10,04%

AV % Ajustada - P = N / J 5,91% 5,32% -10,04%

Assim, fica evidente que a Origem necessita imprimir maior atenção

quantos aos setores envolvidos, a fim de que o tema não influencie no desequilíbrio fiscal e, especialmente, não seja motivado de estímulo à inadimplência.

Ademais, a fiscalização anotou inconsistências no registro da dívida

ativa, razão pela qual a Municipalidade deverá atentar à sua correção. Aliás, a inspeção consignou que – de um modo geral – há problemas

na conformidade dos dados informados, uma vez que não coincidem nem com os seus próprios balanços, nem com aqueles depositados no AUDESP.

Dito isso, foi destacada diferença não contabilizada no valor de

R$ 4.235.329,50 à conta de precatórios, de modo que o montante apurado nos balancetes contábeis não confere com o estoque informado no Mapa de Precatórios enviado na prestação de contas.

Do mesmo modo, não é aceitável que as conciliações bancárias não

tenham sido atualizadas, devendo a situação ser corrigida de imediato. No que tange aos contratos, a inspeção registrou que a

Municipalidade mantém 03 ajustes com a CODERP – Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto, assinados em 2005 e 2008 (Contratos 02/05, 52/08 e 82/08), para a administração de parques, cuja soma atingiu R$ 1.970.341,16, conquanto esse serviço tenha sido repassado a entidade privada, por valor inferior.

Nesse sentido, em que pese a eventual taxa de administração afeta

à transferência e gerenciamento dos serviços pelo Órgão da Administração Indireta, penso que fere a razoabilidade a manutenção desses contratos, sem que haja prévios estudos admitindo a sua viabilidade econômica, os quais deverão ser providenciados pela Origem.

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A Origem deverá proceder a efetiva implantação do Plano Municipal de Saneamento Básico.

A Municipalidade deverá providenciar a imediata entrega dos

documentos tendentes à análise do repasse de recursos ao Terceiro Setor. Também é importante realçar que a inspeção anotou a existência de

um déficit atuarial existente junto ao Regime Próprio de Previdência, na ordem de R$ 2.838.035.855,87 – o qual, embora afeto às informações que deverão ser lançadas nos autos das contas daquele Órgão, é preocupante e merece profunda consideração por parte do Executivo.

E, no mais, ainda nesse grupo de recomendações à Municipalidade,

deverá se ater ao rigoroso cumprimento das Instruções e recomendações expedidas por esta E.Corte.

III) Há um grupo de situações que, independentemente do juízo

emitido sobre as contas, merecem atenção mais detalhada nesta Corte. Refiro-me à inclusão de verbas próprias aos trabalhadores em geral

no pagamento de subsídios da Sra. Prefeita, conquanto a regra constitucional que incide sobre sua remuneração esteja circunscrita ao pagamento único e deve ser interpretada de maneira mais restritiva, motivando a abertura de autos próprios.

Os serviços gráficos, realizados através da CODERP, em montante

de R$ 133.061,40, a despeito da dispensa de licitação com base no art. 24, VIII, devem ser avaliados em autos próprios, considerando o universo de possíveis interessados nos serviços.

A análise do repasse de recursos ao Terceiro Setor deverá ser

avaliada em autos próprios, nos termos das Instruções vigentes, a despeita da deficiência na entrega das prestações de contas, de modo que a inspeção deverá informar sobre a eventual resistência na sua apresentação.

A análise da subcontratação de servidores por meio da CODERP,

aliada à dificuldade noticiada pela fiscalização para avaliação dos valores efetivamente despendidos merece ser vista em autos próprios, inclusive, no tocante à casual substituição de mão de obra, para efeito de cumprimento dos limites da Lei Fiscal.

Igualmente, os serviços de publicação oficial – somando

R$ 343.355,69, sem o prévio certame licitatório, também devem ser avaliados em autos próprios.

As questões pertinentes à contratação de laboratórios e hospitais

privados – quanto à falta de prévio certame e falhas na formalização dos ajustes, em valores que chegaram à soma de R$ 4.199.068,07, devem ser avaliadas através de termos contratuais.

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IV) Do exame das contas, restaram ainda, máculas suficientes para sua rejeição, quais sejam, o descontrole fiscal da execução orçamentária acarretando o aumento do déficit financeiro e a falta de liquidação dos precatórios.

O novo Direito Financeiro impõe a ação planejada da Administração

Pública6, buscando o cumprimento de determinadas metas fiscais e sociais, antes definidas com o apoio da sociedade – pela participação popular7, além da aprovação e fiscalização por parte do Poder Legislativo, a quem compete o controle externo local.

Não é sem propósito que a execução do orçamento é uma gestão

complexa, na medida em que se entrelaça ao cumprimento da LDO e do PPA, com amparo nos princípios constitucionais inerentes à Administração Pública, dos quais se destaca a eficiência (art. 37, caput, da CF/88), de modo que os recursos públicos sejam aplicados dentro das necessidades e expectativas criadas pela comunidade local.

Pois bem, no caso houve superestimação da receita – antes fixada

em R$ 973,884 mi (novecentos e setenta e três milhões oitocentos e oitenta e quatro mil reais), enquanto a receita arrecadada chegou a tão somente R$ 949,812 (novecentos e quarenta e nove milhões oitocentos e doze mil reais), com déficit de arrecadação de R$ 24 mi (vinte e quatro milhões), equivalente a 2,47% daquela previsão.

Não posso deixar de registrar que a superestimação dos ingresso de

recursos dá folga à fixação superestimada da despesa, gerando empenhos sem a suficiente cobertura de caixa, transformando-os em restos a pagar sem suficiência financeira.

E, ao contrário do que poderia se esperar, houve elevação das

despesas – sem a necessária contrapartida financeira – determinando o déficit de execução orçamentária na ordem de R$ 80.933.309,62, equivalente a 8,52%.

Por consequência houve influência direta no agravamento da

situação financeira do Órgão, agora situado o déficit em R$ 102.084.372,43 (R$ 34.926.869,80 – R$ 137.011.242,23).

Em outras palavras, se no exercício de 2009, para cada R$ 1,00 de

dívida, a Municipalidade possuía R$ 0,66 para pagamento; agora, em 2010, possui apenas R$ 0,25 para saldar sua dívida de curto prazo. 6 LC 101/00 “Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição. § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar”. 7 LC 101/00 “Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 131, de 2009). I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009)”.

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No caso da dívida somada de curto e longo prazo, a capacidade de

pagamento era de apenas R$ 0,50 para cada R$ 1,00 de dívida. É evidente que essa situação poderia ter sido revertida ou

amenizada pelo agudo acompanhamento do ingresso das receitas, mediante contingenciamento de empenhos e limitação financeira, através dos critérios antes já definidos na LDO, na conformidade do que determina a Lei Fiscal8.

Ademais, em que pese o déficit estabelecido, as despesas de capital

representaram apenas 10,42% (R$ 100.329.284,14) do total de despesas do período. Assim, se a Lei de Responsabilidade Fiscal preconiza o controle da

despesa e a diminuição gradativa da dívida existente, aqui a Municipalidade fez andar na contramão desses ideais.

Do mesmo modo, reforçando a convicção de que os argumentos ora

trazidos não afastam as irregularidades constatadas, muito embora possa haver alguns precedentes suscitados em que esta E.Corte relevou a existência de déficits, conforme anotado anteriormente, há expressiva jurisprudência em favor de um controle fiscal mais rigoroso, nos seguintes exemplos:

TC-002220/026/07 – Municipalidade de Buri – Relator Conselheiro Eduardo Bittencourt Carvalho – E. Primeira Câmara em Sessão de 06.10.09 – Déficit da execução orçamentária 8,74% - trânsito em julgado em 25.11.09 “A existência, hodiernamente, de déficit orçamentário de 8,74%, sem justificativa, é impropriedade grave, sobretudo, porque alertada foi a autoridade, por (3) três vezes, pela Corte acerca da situação desfavorável, reclamando, pois, exame da questão em autos próprios, já que não se adotou políticas de contenção de despesa, estando, em tese, o Sr. Prefeito incurso na infração contra as leis de finanças públicas, por deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, conforme previsto no artigo 5º, III, da Lei n.10.028/2000. É, portanto, condenável a inexistência de planejamento de política de recursos humanos por parte da Administração Pública, ainda mais, havendo excesso de despesas frente ao orçamento. Cumpre sempre lembrar que, consoante o §1°, do artigo 1°, da Lei Complementar n° 101/2000, “a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar”.

8 LC 101/00

Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas. § 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5) § 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.

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É evidente, logo, a nítida inobservância do preceito da responsabilidade fiscal por parte do Executivo Municipal, acarretando profundas perdas ao Erário”. TC-2100/026/08 – Municipalidade de Tremembé – Relator Substituto de Conselheiro Pedro Arnaldo Fornacialli – E. Tribunal Pleno em Sessão de 01.12.10 – Déficit da execução orçamentária – 7,75% - Pedido de Reexame – Não Provido “Em relação aos resultados orçamentário e financeiro obtidos no período, conquanto tais aspectos não tenham grandes impactos nos futuros orçamentos, é fato inequívoco que o administrador deixou de realizar a gestão planejada e transparente dos recursos públicos, mediante cumprimento de metas de resultados entre receita e despesa, como consagra o contido no artigo 1º, § 1º, da Lei de Responsabilidade Fiscal. Registro quanto a isso que esta Casa teve a preocupação, durante todo o exercício, de alertar o gestor sobre o descompasso na execução do orçamento. Relevar, portanto, tal impropriedade seria, no mínimo, prestigiar o gestor pelo não atendimento de determinações deste e.Tribunal”.

TC-2152/026/08 – Municipalidade de Ilha Comprida – Relator Conselheiro Antonio Roque Citadini – E. Primeira Câmara em Sessão de 14.09.10 – Negado provimento pelo E. Tribunal Pleno em 14.09.11 - Déficit da execução orçamentária – 10,15% “O déficit da execução orçamentária de 10,15% e o elevado déficit financeiro refletem a situação insatisfatória das finanças do Município”. TC-2319/026/07 – Municipalidade de Pariquera-Açu – Relator Substituto de Conselheiro Marcelo Pereira – E. Tribunal Pleno em Sessão de 01.09.10 – Déficit da execução orçamentária – 5,03% - Negado provimento ao Pedido de Reexame “NO MÉRITO, permaneceram as causas determinantes do parecer recorrido. Dos recursos do FUNDEB foram efetivamente aplicados 89,98% no exercício, desatendendo o artigo 21 da Lei Federal nº 11494/07. O déficit orçamentário de 5,03% comprometeu os exercícios futuros porque elevou a dívida de curto prazo para 11,43% da receita corrente líquida, desatendendo o princípio da LRF. O descumprimento da sistemática constitucional para pagamento de precatórios restou comprovada, pois, o Executivo quitou, apenas, 33,01% do total do mapa orçamentário do exercício anterior”. TC-2063/026/08 – Municipalidade de Santa Lúcia – Relator Conselheiro Cláudio Ferraz de Alvarenga – E. Tribunal Pleno em Sessão de 01.12.10 – Negado provimento ao Pedido de Reexame “3.5 Registro, ainda, que, apesar do excesso de arrecadação apontado no balanço orçamentário, de (24,15% da receita prevista, de R$ 9.700.000,00), o resultado da execução orçamentária foi deficitário em R$284.609,02 (2,36% da receita realizada, de R$ 12.042.362,30). Esse déficit não foi coberto por superávit financeiro anterior, pois em 2007 houve déficit de R$ 538.641,28 (fls. 40 e 147). No exercício em exame o resultado financeiro (fls. 40 e 147), apesar do superávit de arrecadação, aumentou para R$ 823.250,30, sofrendo acréscimo de 52,84%. Para tanto concorreu, sobretudo, o crescimento de 45,22% do estoque de restos a pagar em relação a 2007, passando de R$ 610.252,03 para R$ 886.222,10. Como a disponibilidade financeira ao final do exercício era de R$ 131.862,40, a situação apresentada correspondia a insuficiência financeira de R$ 754.359,70. A dívida flutuante, no exercício, de R$ 686.944,98 para R$ 958.733,54 (39,56%). Os resultados orçamentário e financeiro deficitários, o aumento do endividamento de curto prazo e a insuficiência financeira frente aos restos a pagar da Municipalidade demonstram a ausência de rigoroso acompanhamento da gestão orçamentária e levam a concluir que a Prefeitura não deu exato cumprimento ao artigo 1º, § 1º da LRF. Isso apesar deste Tribunal ter emitido alertas ao Poder Executivo [mês abril (fls. 04/08) e agosto/08 (fls. 11/15)] do Acessório 1 - TC-2063/126/08 – Acompanhamento da Gestão Fiscal), à vista dos maus resultados econômico-financeiros e nos termos do artigo 59, § 1º, I, da LRF”. TC-3387/026/06 – Municipalidade de Rio Grande da Serra – Relator Conselheiro Fulvio Julião Biazzi – E. Tribunal Pleno em Sessão de 01.02.09 – Déficit de 13,99% - Negado provimento ao Pedido de Reexame “E, no que diz respeito ao déficit da execução orçamentária, ou melhor, ao desequilíbrio entre o que foi arrecadado e o total empenhado, no montante de R$ 3.199.222,00, equivalente a 13,99%, também não pode ser tolerado. É evidente que a Municipalidade rumou na contramão dos preceitos da gestão fiscal responsável – quais sejam o equilíbrio das contas e a eliminação de dívidas, uma vez que contraiu obrigações para o Município (art. 58 da Lei 4320/64 c/c art. 15 da LRF) sem a contrapartida de recursos suficientes para ampará-la”.

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TC–2405/026/07 – Municipalidade de Barrinha – Relator Conselheiro Antonio Roque Citadini – E.Segunda Câmara em Sessão de 02.10.09 – Déficit 7,45 % - confirmado pelo E.Tribunal Pleno em 22.09.10 “Melhor sorte também não tiveram as questões relacionadas à execução financeira e orçamentária, que, após uma detalhada análise do setor competente desta Casa, concluiu que estas questões ficaram ao largo das disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, o déficit orçamentário e financeiro atingiu, respectivamente, 7,45% das receitas arrecadadas e 18,85% da receita corrente líquida do Município”. TC-037/026/09 - Municipalidade de Campinas – Relatora Conselheira Cristiana de Castro Moraes – E. Tribunal Pleno em Sessão de 29.08.12 - Déficit de 9,98%. “Pelo exposto, não se balizou pela melhor técnica para a elaboração da LOA, confirmando-se a tese de que a receita superestimada dá folga à fixação superestimada da despesa, gerando o empenhamento de despesas sem a suficiente cobertura de caixa, transformando-os em restos a pagar sem suficiência financeira. Por consequência, o resultado colhido foi o forte déficit da execução orçamentária, na ordem de R$ 194 milhões, querendo com isso dizer que o ingresso de receitas foi 9,98% inferior às despesas contraídas. E, a despeito da formulação do orçamento nesses limites, esse saldo poderia ter sido revertido ou amenizado pelo agudo acompanhamento do ingresso das receitas, mediante contingenciamento de empenhos e limitação financeira, através dos critérios antes já definidos na LDO, na conformidade do que determina a Lei Fiscal. Sendo assim, aos fatores previsíveis, a Lei de Responsabilidade Fiscal já havia estabelecido a adoção do Anexo de Riscos Fiscais; e, aos imprevisíveis – se assim possa ser considerada a alegada crise financeira mundial do período, dita norma já havia estabelecido o rito necessário a ser seguido, a fim de que evitar-se a ocorrência de deficiências como a apurada. Além disso, ao contrário do que anotou a Recorrente, é grave o fato de que o Município reverteu a situação de superávits orçamentários de exercícios anteriores, estabeleceu admirável dívida de curto prazo, eis que o saldo financeiro passou de positivos R$ 10,618 mi (dez milhões seiscentos e dezoito mil reais) a um déficit de R$ 299 mi (duzentos e noventa e nove milhões), sem disponibilidade financeira”.

Quanto aos precatórios, o quadro elaborado pela inspeção registra

que a Origem deveria ter feito depósitos à conta do E.TJESP na ordem de R$ 2.528.115,93, conquanto não os tenha realizado, por conta, conforme anotado em sua defesa, pela interpretação equivocada do novo Diploma que passou a regular a matéria.

Não se aproveita à Prefeitura as informações de que tenha procedido

acordo para depósito desses valores, porque o fez em período posterior ao que se examina nestes autos.

E, do mesmo modo, em que pese a informação de ter procedidos

pagamentos na ordem de R$ 8.664.565,45, embora em valor muito superior ao que se esperava pela sistemática implantada pela EC 62/09, o fato é que a inspeção não pode aferir a conformidade dessa notícia.

Assim, diante do verificado nos autos, voto pela emissão de

PARECER PRÉVIO DESFAVORÁVEL à aprovação das contas da Prefeitura Municipal de RIBEIRÃO PRETO, exercício de 2010, excetuando-se ainda, os atos, porventura, pendentes de julgamento neste E. Tribunal.

Determino, à margem do parecer, a expedição de ofício ao Executivo

Municipal a fim de que aplique os recursos arrecadados por royalties nas suas finalidades; elimine eventuais inconsistências nos registros; atenda a formalização necessária às despesas pelo regime de adiantamento; cumpra a Lei 8666/93 e legislação correlata, em

Page 26: New GC-CCM CONSELHEIRA CRISTIANA DE CASTRO MORAES … · 2017. 1. 5. · empenhados, em 2010, R$ 9.508.071,99. B.1.9.2 - FIDEDIGNIDADE DOS DADOS CONTÁBEIS - BALANÇO FINANCEIRO -

especial quanto ao cumprimento da ordem cronológica de pagamentos; cumpra as Instruções TCESP quanto ao envio de termos contratuais e informações ao Sistema Audesp; reveja o seu quadro de servidores em comissão; proceda a modernização dos controles sobre o cadastro imobiliário e bens.

Determino à Auditoria que se certifique de que os termos assinados

visando a execução de serviços de saúde – terceirizados – estão sob análise em autos próprios; e, caso contrário, deverá proceder a sua abertura, inclusive, para avaliação da execução contratual.

Determino a seguinte destinação aos Expedientes que

acompanharam as presentes: a) TC-32044/026/11, TC-27628/026/11, TC-14669/026/12 e TC-5038/026/11 –

arquivem-se os autos; antes, oficie-se ao Ministério Público com cópia da presente decisão (relatório e voto);

b) TC-246/006/10, TC-674/006/10 e TC-820/006/10 – arquivem-se os autos. c) TC-23152/026/12 – retornem à fiscalização para acompanhamento da matéria

em próxima inspeção. d) TC-760/006/10 – retornem à fiscalização, a fim de ser procedida a análise

da matéria através de termos contratuais, acompanhando ao processo que deverá ser criado.

e) TC-13372/026/11 e TC-25188/026/11 – arquivem-se. f) TC-1164/006/12 – retornem à fiscalização, para instrução da matéria. Antes

porém, encaminhe-se cópia desta decisão (relatório e voto) ao E. Juízo da 108ª zona Eleitoral – Ribeirão Preto.

É como voto. GCCCM/25