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AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo

Redação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira, LuísFilipe Santos, Margarida Duarte, Sónia Neves, Carlos Borges,

Catarina PereiraGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana Gomes

Propriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos

Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D - 1885-076

MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - A semana de... Margarida Oliveira16- Entrevista Discurso de Abertura da Assembleia Plenária do Presidente da CEP28- Dossier Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa

44- Internacional48 - Cinema50 - Multimédia52 - Estante54 - Vaticano II56 - Agenda58 - Liturgia60 - Programação Religiosa61 - Por estes dias62 - Fundação AIS64 - LusoFonias66 - Apps Pastorais

Tema do dossier da próxima edição:Assembleia Plenária da CEP

Foto da capa: D.RFoto da contracapa: Agência Ecclesia

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Opinião

ConferênciaEpiscopalPortuguesa[ver+]

CNJP: primeiro aspessoas depois osnúmeros[ver+]

Combater odesemprego[ver+] Padre Tony Neves

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DSI: mais do que uma sigla

Paulo RochaAgência Ecclesia

A Doutrina Social da Igreja (DSI) tem hoje vozesativas, atentas ao que acontece, com análisesclaras e intervenções pertinentes.Recordo três dessas vozes, destes dias, paradizer que a DSI não é só da revolução industrial,mas também da digital, e passa pela palavra epela ação de muitos cidadãos do nossoquotidiano.A Cáritas Portuguesa num documento onde fazuma “leitura da realidade face à atual conjunturado país”, divulgado no dia 8 de novembro,afirma: “Não basta termos soluções técnicas comefeitos a prazo. Impõe-se que haja sensibilidadee sentido de justiça para minorar drasticamenteos sacrifícios de quantos são afetados pelasmedidas geradas pela crise”.Na mesma linha, a Comissão Nacional Justiça ePaz afirma que “os governos existem, não paracumprir metas orçamentais, mas para promover obem-estar das pessoas e das famílias, de formasustentável” e que, “com os recursos existentesno país, na União Europeia e nas instituiçõesinternacionais envolvidas, não é aceitável quesobre o povo português se faça desabar um tipode austeridade objetivamente desumano, emresultado de objetivos financeiros transformadosem finalidade última e única das políticaspúblicas”.

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A Conferência EpiscopalPortuguesa, por seu lado, diz numamensagem sobre “Os desafioséticos do trabalho” que na raiz dacrise, que é também ética, espirituale humana, “existe uma traição aobem comum, quer da parte doindivíduo, quer da parte de certosgrupos de poder” por nãodarem “prioridade à pessoa e aobem comum”.Mais à frente, o documento doepiscopado recorda “situações maisgraves”, “a dos desempregados quenão têm direito a qualquer forma desubsídio de desemprego”, paraafirmar que “essa forma de apoioestá ligada ao direito à vida e àsubsistência, e decorre não só dadignidade humana mas também doprincípio do uso comum dos bens”.O documento, aprovado naAssembleia Plenária da CEP edivulgado esta quinta-feira, sublinhaque “compatibilizar esta obrigaçãode solidariedade social coma diminuição efetiva da riqueza

pessoal e do próprio País é umenorme desafio que se coloca atodos os cidadãos”.Estas, entre muitas outras, sãoafirmações da Doutrina Social daIgreja, ditas por protagonistas daatualidade e sobre situações muitoconcretas. Não se dizem nomes depessoas ou de instituições. Nem épreciso. O primeiro é o próprio, onome próprio de cada cidadão quenão pode demitir-se do seucompromisso na construção do bemcomum.Sem nunca se afirmar como umpartido político, a DSI inspiramudanças na sociedade queresultariam em felicidade paratodos. Também para quem viveobstinado pela acumulação deriquezas. Não seguir essa via nãoé por falta de ser lembrada, emdiferentes contextos.Hoje há muitas vozes queproclamam a Doutrina Social daIgreja. Falta a escuta... E acoerência…

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Destruição provocada pelo tufão Haiyan, Filipinas © LUSA

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Teremos de ser nós a decidir osnossos destinos e eu peço aoGoverno que seja mais firme do quetem sido face ao FMI e à ‘troika’ emgeralEugénio Fonseca, 14.11.2013,declarações à Renascença O meu receio é este, com estaausteridade atrás de austeridade, aeconomia portuguesa não estarsuficientemente recuperada, porqueos mercados não vão funcionar sópelo facto cronológico de haver ofim do ajustamento financeiro.Alberto João Jardim, 13.11.2013,entrevista à RTP Informação Se não há modificação na Europacom o [Martin] Schulz vamos parauma nova guerraMário Soares, 13.11.2013,homenagem na Câmara Municipalde Paris

Não há nenhum número mágico dejuros na nossa opinião, mas amaneira que vemos do que tem deser o financiamento nos mercadosé: o juro tem de ser consideradosustentável, e tem de serconsiderado um acesso sustentávelao mercado durante um períododuradouroSubir Lall, chefe da missão doFundo Monetário Internacional(FMI) para Portugal, 13.11.1013,teleconferência com jornalistas apartir de Washington O respeito incondicional peladignidade da pessoa humana e apromoção do bem comum são osideais que estão na matriz identitáriadesta associação e, nesta medida,aqueles que norteiam toda a suaação ao nível das atividades eações promovidas. O objetivo échegar às pessoas e é por isso quenós vamos trabalharTiago Abalroado, presidente daUNITATE - Associação deDesenvolvimento da EconomiaSocial, Vila Viçosa, 14.11.2013,declarações à Renascença

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CNJP pede que Governocoloque pessoas antes dos númerosA Comissão Nacional Justiça e Paz(CNJP) emitiu a declaração'Pessoas antes dos números,sempre', na qual afirma que “não éaceitável” que as “metas financeirase orçamentais” do Memorando deEntendimento “se transformem emobjetivos finais da governação”.“Os governos existem, não paracumprir metas orçamentais, maspara promover o bem-estar daspessoas e das famílias, de formasustentável”, indica a CNJP sobre as“condicionantes relevantes dapolítica nacional” originadas peloMemorando de Entendimento.No comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, a CNJP explica que comos recursos que existem emPortugal, na União Europeia e nasinstituições internacionaisenvolvidas, “não é aceitável que sefaça desabar um tipo deausteridade objetivamentedesumano, em resultado deobjetivos financeiros transformadosem finalidade última e única daspolíticas públicas”.

Para organização da Igreja Católica,a preocupação que “algunsgovernantes” demonstram com aigualdade na distribuição dossacrifícios segundo os elementosdisponíveis “revelam que se trata deuma preocupação inconsequente”:“Embora os dados disponíveis sejamescassos, sabe-se que osmultimilionários portugueses sãomais e estão mais ricos. De 785 em2012, passaram para 870 em 2013”."Não há sociedade que resista àsupressão dos pilares em queassenta a coesão social” uma vezque em Portugal tem-se verificado“a pura e simples eliminação dasregras básicas de convivência econfiança entre as pessoas e asinstituições como se o país fosseuma folha em branco, onde caberiaao poder político começar aescrever a história nacional”,acrescenta o documento.Para a CNJP a situação de Portugalseria grave em qualquer caso pela“natureza e extensão dos sacrifícios”mas torna-se ainda mais“injustificável” quando

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os “principais objetivos doMemorando de Entendimento nãotêm sido atingidos”, como o déficepúblico de 3% do PIB em 2013 e a“trajetória descendente do rácio dadívida pública/PIB”.A Comissão considera que a“altíssima taxa de desemprego”,onde metade dos desempregadosnão tem direito a subsídios e maisde metade dos desempregadosestar nesta

situação há mais de um ano, bemcom a taxa de desemprego jovem,de cerca de 36%, “indicadorespreocupantes”.O organismo laical da ConferênciaEpiscopal Portuguesa recorda aindao comunicado 'Os números e asPessoas', de setembro de 2012 que“dava conta das preocupaçõesrelativas à economia e às condiçõesde vida dos portugueses”.

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Cáritas condena cegueira perantecriseA Cáritas Portuguesa publicou umanota sobre a situação do país emque critica a “perigosa cegueira”dos governantes e responsáveispúblicos face aos efeitos daausteridade e às consequências dacrise económica. “Não basta termossoluções técnicas com efeitos aprazo. Impõe-se que hajasensibilidade e sentido de justiçapara minorar drasticamente ossacrifícios de quantos são afetadospelas medidas geradas pela crise”,refere o documento, enviado àAgência ECCLESIA.A Cáritas deixa apelos à UniãoEuropeia, para que coordeneesforços no sentido de “pôr ariqueza e o desenvolvimento aoserviço de todos”, sem colocar emcausa o rigor das contas públicas.“Os compromissos internacionaisdevem ser cumpridos, as dívidastêm de ser pagas sem imposiçõesintoleráveis, mas impõe-se que hajajustiça para todos”, observa aorganização da Igreja Católica.A nota defende a necessidade de“pôr em prática ações concretas,

na sociedade e nas políticaspúblicas" que contrariema "cegueira" relativamente aos quesão vítimas de uma crise "geradapela especulação financeira, pelaavidez da riqueza fácil e imediata,pelo consumismo desenfreado epela irresponsabilidade social”.A Cáritas Portuguesa apresenta asua posição num momento em que opaís debate o próximo Orçamento eo guião da ‘Reforma do Estado’,manifestando-se contra o“agravamento das desigualdades edas injustiças”.

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Presidente da CNIS quer menoscortesO presidente da ConfederaçãoNacional das Instituições (CNIS)afirmou que os governantesportugueses têm de abandonar apolítica centrada nos “cortes” e darprioridade aos problemas daspessoas. “É importante quecomecemos, de uma vez por todas,a pensar que os cortes nãoresolvem tudo”, disse à AgênciaECCLESIA o padre Lino Maia, emFátima, à margem de um encontrocom a Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP).Segundo este responsável, umavisão “meramente financeirista,economicista” dos problemas dopaís não ajuda a população. “Aspessoas são superiores, são maisimportantes do que os números”,sublinhou.O presidente da CNIS manifesta-secontra a “psicose, esta tentação detudo resolver com cortes”.Para o padre Lino Maia, dado oatual momento de crise económica,as Instituições de Solidariedadeenfrentam “imensas dificuldades” e“não podem fazer mais”. “Todas asinstituições precisam de meios paracontinuarem a responder

às muitas solicitações”,acrescentou.O setor social vai beneficiar de umfundo de 30 milhões de euros parareestruturar as InstituiçõesParticulares de Solidariedade Social,para o qual também contribui.“Esse fundo pode ser importante,porque as instituições estão comimensas dificuldades, mas nãoresolve tudo”, adiantou o sacerdote.O padre Lino Maia acompanhou avisita realizada pelos membros daCEP à Unidade de CuidadosContinuados Bento XVI, da Uniãodas Misericórdias Portuguesas, queacolhe pessoas com demências, emFátima.

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Deixem-nos lá ganhar desta vez…

Margarida DuarteAgência ECCLESIA

Dentro da União Europeia a Suécia é um dospaíses comparáveis a Portugal em termos depopulação e de tamanho.Suécia e Portugal são dois países que selocalizam em periferias da Europa, 3700quilómetros separam as capitais Lisboa eEstocolmo, sendo que historicamente os laços deintercâmbio comercial e cultural, entre estes doispaíses, duram já desde o século XVI.Semelhanças e entendimentos que começam adesvanecer-se quando olhamos para a realidadeatual de cada um…Na Suécia a taxa de desemprego em outubroestava nos 7,3 por cento, em Portugal temosmais do dobro: 16,3 por cento.Portugal vive uma crise económica e social queteima em não nos abandonar, na Suécia aeconomia vive dias de estabilidade ecrescimento. No inicio dos anos 90 osescandinavos depararam-se com a maiorrecessão da sua história que culminou numaelevada taxa de desemprego (quase de 9 porcento!), algo sem precedentes na Suécia que sedeparou ainda com um aumento significativo dodéfice orçamental. Para reverter a situação, deimediato, os governantes suecos adotarammedidas para restaurar a economia promovendoreduções austeras da despesa pública o queresultou, consequentemente, num impactosignificativo na política social da Suécia. EmPortugal o combate à crise trouxe-nos a

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Troika, cortes nos ordenados, naspensões, um aumento na cargafiscal e uma alta taxa de emigração,estatísticas dizem-nos que mais de300 portugueses abandonamPortugal diariamente.O Estado Social português estácada vez mais em risco com estasmedidas e com a deteorização dobem estar dos portugueses, osempresários não pagam a horas,não se entendem entre si nem como governo. Na Suécia o EstadoSocial carateriza-se por um nívelelevado de proteção social,baseada na cobertura universal ena solidariedade, por um sectorpúblico vasto, uma taxa dedesemprego baixa, umaregulamentação do mercado detrabalho baseada em grandemedida em acordos coletivos etaxas de crescimento da economiarelativamente elevadas.Em Portugal todos os dias

ouvimos falar em greves nos maisvariados setores. Na Suécia desde1938 que governo, organizaçõespatronais e sindicatos acordaramlegislações extensas criando umentendimento sólido que resulta empoucas greves.Tudo isto e muito mais nos separada Suécia, um país aparentementetão parecido connosco mas tãodistante quando comparados osníveis de vida.Há no entanto outra semelhançaque por estes dias salta á vista: ogosto pelo futebol e o facto de haverapenas uma vaga para que umadestas duas seleções estejapresente, em 2014, no mundial defutebol a decorrer no Brasil.Bem e aqui, muda tudo… desculpemlá caros suecos, bem sei que vocêssão muito organizados, muito sériose honestos mas a bola é redonda enisto, pelo menos nisto, tenho acerteza que não nos vão levar amelhor!

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Discurso de abertura da 183ªAssembleia Plenária da ConferênciaEpiscopal PortuguesaCaríssimos irmãos no Episcopado edemais participantes nestaAssembleia Plenária 1. Saudando cordialmente a todosvós, iniciarei os nossos trabalhoscom o apontamento temático do queprincipalmente nos ocupará estesdias. Sem esquecer o falecimentode D. João Alves, Bispo Emérito deCoimbra, que foi Presidente danossa Conferência Episcopal eserviu por muitos anos a Igreja emPortugal, com grande dedicação eacerto. E que perdemos entretantoa grata convivência de D. AntónioMarcelino, Bispo Emérito de Aveiro,que sempre nos trouxe o apoio e oestímulo da sua grande almapastoral. A ambos lembraremos emoração confiante.No passado mês, o Papa Francisconomeou D. Manuel Linda parasuceder a D. Januário TorgalFerreira como Bispo das ForçasArmadas e de Segurança. Assimcomo desejamos ao primeiro asmaiores felicidades na sua

nova missão pastoral, tambémsublinhamos e agradecemos a muitadedicação e entrega com que oSenhor D. Januário desempenhou,por tantos anos, o relevante cargoque lhe foi cometido. 2. A Conferência EpiscopalPortuguesa é, por excelência,ocasião de encontro e partilha dosBispos que servem a Igreja emPortugal, na correlacionadaautonomia das suas Dioceses, empermanente comunhão com oSucessor de Pedro. Encontro epartilha que redundam depois emações conjugadas, mútuo apoio eserviços de suporte, como são oConselho Permanente, oSecretariado Geral e as ComissõesEpiscopais. Por isso mesmo, cadaAssembleia Plenária reserva tempospreciosos para a oração comum e oconvívio fraterno. Por isso também,relevam na agenda as informaçõesdos Presidentes das Comissõessobre o sector pastoral queacompanham.

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Mesmo sem ter grande eco externo,este ponto da agenda, substancial erecorrente, é certamente dos maisconformes com a finalidadeespecífica da Conferência Episcopale devemos prestar-lhe umaredobrada atenção, tendo em vistao serviço direto às nossas Igrejasparticulares e apoiando-as o maiscompetentemente possível. 3. Não esqueceremos também que,no passado mês de abril,

aprovámos uma Nota intituladaPromover a renovação da pastoralda Igreja em Portugal, que darácertamente o tom a quanto fizermos,Diocese a Diocese. Fruto dumareflexão alargada e até inédita nasnossas Igrejas e Institutos, indicou-nos sete “rumos” que vamosseguindo e havemos deincrementar, não sendo demaisrecordá-los: a) Primado da graça enova mentalidade [intensificandoconsequentemente a oração,

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a vida sacramental e a escuta epartilha da Palavra de Deus]; b)Comunhão para a missão; c) Missãode todos para todos; d)Testemunhar a fé revitalizada; e)Fomentar iniciativas de iniciaçãocristã e de formação; f)Comprometidos com as iniciativaspastorais em curso; g) A ter semprediante dos olhos e no coração [acentralidade de Jesus Cristo e doseu Evangelho, iniciando eformando com renovado empenhotodos e cada um dos membros doPovo de Deus, nas respetivasconcretizações vocacionais eexistenciais].Este articulado pode condensar-senos temas maiores do reencontrode Cristo e do mundo, para oserviço deste a partir d’Aquele. Foiessa também a intenção do ConcílioVaticano II, em cujo cinquentenárioestamos, como nas palavrasreiteradas de João XXIII e Paulo VI.E assim prosseguiremos agora, como Papa Francisco, que tãoquotidianamente nos estimula atodos, ilustrando superlativamente oque escrevemos na referida NotaPastoral, visando «formarcomunidades que sejam

autênticas escolas de vivência da fée da comunhão, gerando entretodos os seus membros laços defidelidade, de proximidade e deconfiança, que se traduzam noserviço humilde da caridadefraterna». 4. Dedicaremos ainda uma particularatenção a dois pontos da agendaque o momento social que vivemoscom os nossos diocesanos econcidadãos particularmente requer:a visão cristã da sexualidade, apropósito da ideologia do género; eos desafios éticos do trabalhohumano.O cristianismo que professamosretira da revelação bíblica e daexperiência geral da humanidadeum conjunto de noções e práticasque sempre o definem comovivência e proposta. Vê nacomplementaridade homem –mulher a base imprescindível do quea humanidade há de ser, comoalteridade em comunhão. Temposrecentes permitiram vivências maisindividualistas e desvinculadas emrelação àqueles padrões básicos dahumanidade herdada, passando da“natureza” fixa para a “cultura”

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mais a gosto a determinaçãoexclusiva do que cada qual queiraser...Servidores por missão dasconvicções que mantemos – e nesteponto compartilhamos com tantosoutros, crentes e não crentes – nãopodemos deixar de contribuir para odebate cultural em curso com aexposição clara e sucinta dasrazões que nos movem. E nistomesmo concretizamos o que BentoXVI disse no Porto, a 14 de maio de2010: «Nada impomos, mas semprepropomos». Tratando-se daverdade, enquanto adequaçãoracional à realidade, cremos que elafará o seu curso nas consciências enas atitudes dos nossosconcidadãos, quer nos costumesquer na própria legislação, mais oumenos cedo, mas certamente.Outro ponto que não poderíamosesquecer prende-se com a graveproblemática que envolve o trabalhoe a sua necessidade para osustento e a realização dahumanidade de todos e de cada um.Vivemos e sofremos tempos difíceisa este respeito. Teremos até aconsciência de que se trata dumautêntico desafio civilizacional, rumoàquela sociedade que urgeconstruir, com menos ganhos edispêndios de

alguns em contraste com aimerecida penúria de muitos; comoutra organização do trabalho faceàs profundas mudançastecnológicas, que tantas vezeso reduzem ou dispensam; face aindaàs exigências irrecusáveis depopulações inteiras que, na Europaou batendo à sua porta, pretendembasicamente trabalhar e viver,senão mesmo sobreviver…Sabemos como tudo isto pesa nareflexão e na responsabilidade degovernantes e políticos,organizações profissionais elaborais, investigadores económicose sociais, bem como de todos nósem cidadania comprometida eatenta. Enquanto responsáveiseclesiais que somos, cabe-nos umapalavra, mesmo que sucinta, parailuminar evangelicamente esta nova“questão social”, que tãoarduamente nos desafia a todos.5. Entre outros, estes serão tópicosmaiores da nossa presenteAssembleia Plenária. – Que Deusnos ilumine e a Mãe de Cristo nosacompanhe, no serviço apostólico àIgreja e ao mundo! + Manuel Clemente, Patriarca deLisboa e Presidente da ConferênciaEpiscopal PortuguesaFátima, 11 de novembro de 2013

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Bispos visitaram Centroespecializado no acompanhamentode doentes de AlzheimerOs bispos portugueses acederamao convite da União dasMisericórdias Portuguesas (UMP) evisitaram esta terça-feira em Fátimao Centro Bento XVI, especializadaem demências e acompanhamentode doentes de Alzheimer.Em declarações à AgenciaECCLESIA, o presidente da UMP,Manuel Lemos disse que o convitefoi formulado para que os bispos se“inteirassem” da maneira como ainstituição está a “olhar para oproblema” e o que está a fazer comeste edifício, cuja primeira pedra foibenzida pelo Papa emérito.O novo equipamento quer serresposta ao crescimentosignificativo que este tipo dedoenças regista em função doaumento da esperança de vida.Manuel Lemos referiu ainda que acasa tem dois objetivos: acolher osdoentes e fazer formação para queas boas práticas se possam replicar,ensinando as pessoas nos lares dasMisericórdias, de InstituiçõesParticulares

de Solidariedade Social e outrasque ali queiram vir aprender paraque o problema da demência possaser minorado.Presente nesta ocasião esteveManuel Caldas de Almeida, oresponsável pela área da saúde naUMP, que revelou o projeto imediatoque vai avançar com a entrada emfuncionamento desta unidade desaúde."Vamos começar já um plano com 20lares em que vamos adaptar oambiente desses lares seja ao nívelda arquitetura ou da decoração, evamos fazer formação. Quandoterminarmos, vamos avançar paraoutros vinte e assim sucessivamentepara prepararmos os nossos laresno trabalho com as pessoas comdemência que lá estão", precisouD. Manuel Clemente, patriarca deLisboa e presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa (CEP), disseter visitado este equipamento, com omaior interesse.“A União das Misericórdias é umainstituição da Igreja e daí que, comtodos os que nos referimos

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a Jesus Cristo, que é isso a Igreja,queremos estar presentes nosdiversos setores onde a sociedadenos espera, e a sociedade somosnós, estar à espera implica-nos”,referiu.O Centro Bento XVI, para apoiardoentes de Alzheimer e pessoas

com demência tem capacidade para60 utentes, sendo 50comparticipados pelo Estado naRede Nacional de CuidadosContinuados.A obra custou 4 milhões de euros,dos quais 700 mil pagos peloEstado.

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Assembleia Plenária Da Conferência EpiscopalPortuguesaFátima, 11-14 De Novembro De 2013

Comunicado Final1. De 11 a 14 de novembro de 2013esteve reunida, na Casa de NossaSenhora das Dores do Santuário deFátima, a 183.ª Assembleia Plenáriada Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP), com a presençado Núncio Apostólico, Arcebispo D.Rino Passigato. Participaramtambém a Presidente e o Vice-presidente da Conferência dosInstitutos Religiosos de Portugal(CIRP). 2. Aberto à comunicação social, oinício da primeira sessão constou dodiscurso de abertura doPresidente da CEP, D. ManuelClemente, Patriarca de Lisboa.Sublinhou a natureza daConferência Episcopal como órgãode encontro e partilha, de mútuoapoio e interajuda, no respeito daautonomia das Dioceses que a elapertencem.Aludindo à Nota Pastoral aprovadana penúltima Assembleia,«Promover a renovação da pastoralda Igreja em Portugal», recordou aimportância de se ir pondo em

prática as diretivas aí apontadas,com vista a melhorar o serviço quea Igreja deseja oferecer a todos.Referiu dois pontos da agenda, «Apropósito da ideologia do género» e«Desafios éticos do trabalhohumano», que propõem a visão daIgreja sobre temas de relevanteatualidade. 3. A Assembleia aprovouuma Mensagem sobre os«Desafios éticos do trabalhohumano». Um dos mais gravesproblemas da atual crise por quepassa o nosso País diz respeito aomundo do trabalho. Trabalho que,sendo um dever, é também umdireito a ser exercido em condiçõesdignas da pessoa humana. O PapaFrancisco, recentemente, chamou aatenção para que se volte a«colocar no centro a pessoa e otrabalho. A crise económica tem umadimensão europeia global; noentanto, a crise não é apenaseconómica, mas também ética,espiritual e humana. Na raiz existeuma traição ao bem

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comum… É necessário tirar acentralidade à lei do lucro e dorendimento e voltar a dar prioridadeà pessoa e ao bem comum».Entre as situações mais gravesestão os que, não tendo trabalho,se encontram sem acesso aqualquer forma de subsídio,correndo os riscos da luta pelasubsistência. São de evitar aspolíticas de criação de empregopelo corte dos justos direitos dostrabalhadores.A Conferência Episcopal apela àcriatividade para que seimplementem políticas

favoráveis a um modelo decrescimento económico criador deemprego, a todos apelando a«contribuir para a resolução dosproblemas do desemprego e doemprego precário, com partilha deresponsabilidades entre os poderespúblicos, centrais e autárquicos, asempresas, os parceiros sociais, asorganizações não lucrativas, asfamílias e as pessoasindividualmente consideradas».Os Bispos mostram a suasolidariedade efetiva com os queestão a passar mal, sobretudo

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como consequência dodesemprego, e testemunham o seuagradecimento aos que lutam paranão fechar as portas das suasempresas e aos criadores deemprego. 4. «A propósito da ideologia dogénero» é o título de uma CartaPastoral aprovada pela AssembleiaPlenária.Aqui se aborda o tema atual daideologia do género, que pretendeprovocar uma revoluçãoantropológica, secundarizando aidentidade sexual como condiçãonatural e biológica que nos faz sermulheres ou homens, dando aprimazia à construção de umaidentidade, que cada um cria para simesmo, independentemente dosexo com que nasceu e cresceu.Assim ficaria aberta a porta para alegitimação das uniõeshomossexuais e para oaparecimento de diversasalternativas à família de sempre, jánão constituída por uma mãe, umpai e filhos, com raízes nasexualidade, matriz da nossaidentidade.São estes os principais campos emque se tem feito notar a ideologia dogénero, provocando

uma rutura civilizacional:– promoção de alternativas àlinguagem comum: em vezde sexo (algo de básico,identificador da pessoa) fala-seem género (construção cultural epsicológica de uma identidade); emvez de igualdade entre homem emulher , referem a igualdadede género; a família é substituídapor famílias;– redefinição do casamento,podendo ser entre pessoas domesmo sexo, com a respetivalegalização da adoção de filhos porcasais homossexuais e o recurso depessoas sós à procriação artificial;– doutrinação da ideologia dogénero através do ensino. Importater presente o primado do direitodos pais e mães quanto à educaçãodos seus filhos, que não pertenceao Estado, como recorda aConstituição Portuguesa: «O Estadonão pode atribuir-se o direito deprogramar a educação e a culturasegundo quaisquer diretrizesfilosóficas, estéticas, políticas,ideológicas ou religiosas» (art. 43º,n. 2).É recordado que as alteraçõeslegislativas introduzidas no nossosistema jurídico, reflexo

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da ideologia do género, não sãoirreversíveis.Todo o documento é uma afirmaçãode princípios sobre a verdade doamor humano. Alertando para osperigos da ideologia do género einspirada pela visão cristã dasexualidade, esta carta pastoralrecorda princípios baseados norealismo inalienável da nossa matrizantropológica, como homens emulheres. 5. Resposta ao questionário do«Documento Preparatório» da IIIAssembleia Geral extraordináriado Sínodo dos Bispos sobre os«Desafios pastorais da família, nocontexto da evangelização». O PapaFrancisco decidiu convocar umasessão extraordinária do Sínododos Bispos, de 5 a 19 de outubro de2014 em Roma, centrado no temada família. Será a primeira etapapara se ter o conhecimento darealidade familiar no mundo de hoje,havendo uma segunda parte no anoseguinte, com a realização de umasessão ordinária do Sínodo dosBispos.Como em situações anteriores,trata-se de recolher dados sobre as39 perguntas do questionário, cujasíntese final será enviada

ao Secretariado do Sínodo, comocontributo para que os participantesno Sínodo possam abordar, comrealismo e frontalidade, todas asquestões referentes à família. 6. Reflexão sobre o Serviço daCaridade, a partir do MotuProprio «Intima Eclesiae Natura» doPapa Bento XVI, publicado há umano (2012.11.11). Este documentoapresenta um «quadro normativoorgânico que sirva melhor, paraordenar, nos seus aspetos gerais,as diversas formas eclesiaisorganizadas do serviço da caridade,que está estreitamente relacionadacom a natureza diaconal da Igreja edo ministério episcopal».Tem presente todas as organizaçõesque são a manifestação da naturezaíntima da Igreja, que é a caridade,garantindo a própria identidadecatólica e a clara comunhão com oBispo diocesano e a ConferênciaEpiscopal. Acentua-se a funçãopedagógica das organizaçõessociais e caritativas da Igreja, quedevem dinamizar as comunidadescristãs na pastoral da caridade.Importante é também ter especialatenção à seleção e formação dosdirigentes e membros destas

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instituições para que mantenham epromovam a sua identidade original. 7. Informação sobreo Observatório Social da Igreja,cuja criação foi aprovada pelosBispos em abril de 2012. Esteconsiste num sistema de informaçãopermanente, a desenvolvergradualmente, permitindo umdiagnóstico sobre a oferta e aprocura de serviços sociais porparte das organizações ligadas àIgreja Católica em Portugal. Está adar os primeiros passos, lideradopela Universidade CatólicaPortuguesa (UCP), em colaboraçãocom a União das MisericórdiasPortuguesas (UMP), a Conferênciados Institutos Religiosos de Portugal(CIRP) e o Núcleo de ObservaçãoSocial (NOS) da Cáritas Portuguesaem parceria com a Sociedade de S.Vicente de Paulo.Estas entidades já se reuniram comrepresentantes das dioceses queconstituem o grupo piloto do projeto:Algarve, Aveiro, Braga, Bragança-Miranda, Portalegre-Castelo Brancoe Setúbal. No período de um ano,criar-se-á uma plataforma que sejao suporte informático do

Observatório, disponibilizando ainformação básica, dando apossibilidade para a realizaçãoregular de inquéritos sobre asituação social nas várias diocesese facilitando a melhoria dos sistemasde informação já instalados emorganizações de ação social ligadasà Igreja. 8. Operação «10 Milhões deEstrelas – Um Gesto pela Paz».Pelo décimo primeiro anoconsecutivo, a Cáritas Portuguesaleva a efeito a Operação «10Milhões de Estrelas – Um Gesto pelaPaz» que, progressivamente, temvindo a merecer o acolhimento dasociedade portuguesa. Propõe umgesto simples mas muito simbólico:acender uma pequena vela na noitede Natal, como sinal de Paz. Umgesto de comunhão e fraternidadeque promove a partilha, a justiça e asolidariedade. Os Bispos continuama apoiar esta campanha, sobretudonas presentes condições de carestiae pobreza de tantas pessoas efamílias, que a Cáritas desejaajudar. 9. O Coordenador Nacionalda Pastoral Penitenciária, P. JoãoGonçalves,

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apresentou à Assembleia as basespara uma pastoral penitenciária daIgreja, quanto aos seusfundamentos (fé em Deus e no serhumano, fé numa justiçarestaurativa), setores de atividade(prisão, prevenção e reinserção) eáreas de atuação (religiosa, social ejurídica). Abordou ainda a situaçãoatual das nossas prisões e o apeloa uma presença pastoral maisefetiva da Igreja. Finalmente,salientou a próxima realização do ICongresso Ibérico de Pastoral

Penitenciária, que vai decorrer noPorto de 1 a 4 de maio de 2014, sobo tema «dignificar a pessoa presa». 10. Reconhecimento mútuo doSacramento do Batismo. Temhavido conversações entre a IgrejaCatólica e as confissões cristãsIgreja Lusitana, Igreja EvangélicaMetodista, Igreja EvangélicaPresbiteriana de Portugal e IgrejaOrtodoxa do Patriarcado deConstantinopola, com vista aoreconhecimento mútuo do

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sacramento do batismoadministrado nestas igrejas. Foiaprovado um texto de acordo, queserá assinado durante a próximaSemana de Oração pela Unidadedos Cristãos. 11. Os Presidentes das ComissõesEpiscopais apresentaram algunsassuntos no âmbito das suas áreasde ação. A este respeito,destacamos: – O Presidente da ComissãoEpiscopal da Educação Cristã eDoutrina da Fé, D. AntónioFrancisco dos Santos, apresentouas múltiplas atividades realizadas noâmbito dos departamentos deCatequese, de Educação Religiosae Moral Católica (EMRC), dasEscolas Católicas, das Publicaçõese de Comunicação.Destacou a realização da SemanaNacional de Educação Cristã, asJornadas Nacionais de Catequistas,o Encontro dos SecretariadosNacionais de Catequese dos paísesdo sul da Europa, os Inter-Escolasde EMRC. Sublinhou a importânciaque teve e a bênção que constituiuo Congresso Internacional deCatequese, em Roma, e a

Peregrinação dos Catequistas,integrada na celebração do Ano daFé, presidida pelo Papa Francisco eem que participaram representantesdas dioceses de Portugal.Indicou as mais recentespublicações: Catequese Familiar -Guia do Animador Familiar e Guiados Pais, Textos para o DespertarReligioso e as várias iniciativas doDepartamento da Comunicação.Realçou a importância da novalegislação sobre EMRC e referiu asexigências que daí advêm noprocesso de colocação dosprofessores, no desempenho dadocência da disciplina e no plenoenvolvimento na vida da Escola.Anunciou as diversas iniciativas eatividades já programadas comosejam, entre outras, o Fórum EMRC,em Fátima, e o Encontro Nacionaldos Secretariados de Catequese,em Lisboa. – O Presidente da ComissãoEpiscopal da Pastoral Social eMobilidade Humana, D. JorgeOrtiga, destacou a situação socialem que vivemos e à qual foi dadoespecial relevo na Nota Pastoralsobre o trabalho e o emprego.Contudo, é

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oportuno sublinhar a importânciaque, no terreno, têm os grupos deação social das paróquias dasnossas dioceses, para enfrentar asdificuldades do tempo presente; e,de forma mais geral, a reflexãooportuna, quer da CáritasPortuguesa, quer da ComissãoNacional Justiça e Paz, nas tomadasde posição tornadas públicasrecentemente.Observou-se que, apesar dasdificuldades que conhecemos narealidade nacional, não nospodemos fechar na nossa situação,insensíveis ou indiferentes aosmales de outros. Assim, o produtoobtido na operação «10 milhões deestrelas», realizada pela CáritasNacional, será destinado aosdesempregados do nosso País e àajuda da população da Síria.E, surpreendidos pela violência dotufão que atingiu as Filipinas e pelonúmero elevadíssimo das suasvítimas, recordados das palavras doSanto Padre Francisco no passadodomingo, os Bispos de Portugalmanifestam a sua solidariedadefraterna, expressa no envioimediato, efetuado pela Cáritas, devinte e cinco mil euros para a ajudada população

afetada pelo tufão Haiyan.Os agentes de pastoral dasmigrações no terreno, quer emPortugal, quer os que trabalham nasComunidades Portuguesas noestrangeiro sentem a urgência dapublicação de um documento daConferência Episcopal que vá aoencontro da problemática daemigração atual, que tenha tambémorientações práticas para enfrentaras permanentes dificuldadespastorais que se apresentam devidoao movimento emigratório atual e,em particular, devido às orientaçõesdas Igrejas de acolhimento, para apastoral dos migrantes nos seuspaíses.Os Bispos consideram muito positivoo trabalho que tem sidodesenvolvido na reestruturação edinamização da pastoral dosciganos, incentivando acontinuidade do mesmo para que aIgreja dê maior visibilidade emelhores respostas pastorais àsrealidades humanas que estão àmargem da sociedade e da Igrejaem Portugal. – O Presidente da ComissãoEpiscopal do Laicado e Família,D. Antonino Dias, destacou ahomologação dos Órgãos diretivosnacionais da

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Ação Católica Rural (ACR); daEquipa Coordenadora Nacional daLOC/MTC – Movimento deTrabalhadores Cristãos; daFederação Portuguesa do Centrode Preparação para o Matrimónio(CPM); da Conferência Nacional doRenovamento Carismático Católico(RCC); do Comité Executivo doOrganismo Mundial dos Cursilhosde Cristandade (OMCC), nocontexto da eleição de Portugalpara sede do referido Organismonos próximos quatro anos.Sobre as atividades doDepartamento Nacional da PastoralJuvenil referiu, entre outras, aJornada Mundial da Juventude noRio de Janeiro, bem como asiniciativas do Serviço Nacional daPastoral do Ensino Superior. Tornoupresente o Congresso que o CorpoNacional de Escutas (CNE) levou acabo no fim-de-semana passado, 9-10 de novembro, no Palácio dosCongressos em Lisboa, sob o tema“Escutismo: educar para a vida noséculo XXI” e em que participaramalgumas centenas de escuteiroscom a intenção de refletir sobre asituação atual do Corpo Nacional deEscutas, sobre a sua

identidade, valores e missão, e paraidentificar eixos estratégicos deação.Sobre o Encontro Nacional deLeigos promovido pela ConferênciaNacional de Associações deApostolado dos Leigos (CNAL) esubordinado ao tema “Cultura doEncontro na Igreja e no Mundocontemporâneo”, a ter lugar nestefim-de-semana, 16 de novembro, noConservatório de Música da cidadede Coimbra, apresentou o respetivoprograma e objetivos do Encontroque pretende também assinalar o50.º aniversário do Concílio VaticanoII e o Ano da Fé.Na área da Família, destacou aSemana da Vida (12-19 de maio)sob o tema “Dá mais vida à tuavida”, as Jornadas Nacionais daPastoral Familiar (18-19 deoutubro), a Peregrinação dasFamílias a Roma (26-27 deoutubro), a Jornada de Formação eAssembleia de Outono do CPM (9-10 de novembro).Apresentou ainda, à Assembleia, orelatório de atividades deMovimentos e Obras.

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– O Presidente da ComissãoEpiscopal das Vocações eMinistérios, D. Virgílio Antunes,informou acerca das atividadesrealizadas, concretamente aSemana dos Formadores dosSeminários, a Semana dosSeminários e a Jornada doDiaconado Permanente.Referiu a necessidade de refazer oServiço Nacional das Vocações e deincentivar a um trabalho dedesenvolvimento de maiorcomunhão entre todas as dioceses,os institutos religiosos e outrasentidades com implicações napastoral das vocações.

Registou ainda a existência degrandes dinamismos relativamente àpastoral das vocações sacerdotaisnas dioceses portuguesas, que setraduziu na produção de materiaisde apoio, largamente partilhados. – O Presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, BensCulturais e ComunicaçõesSociais, D. Pio Alves de Sousa,depois de referir a sua participaçãoem Barcelona, de 8 a 10 denovembro, no Encontro dosPresidentes das ComissõesEpiscopais de Comunicação Socialdo CCEE, salientou as seguintesiniciativas:

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Na Cultura: Manteve vivas asfrentes de atuação abertas nosúltimos anos: Cinema, Diálogo comcriadores, Prémio Árvore da Vida,Jornada Nacional da Pastoral daCultura, Observatório da Cultura.Foi iniciada uma parceria com a RR.O Diretor do Secretariado, P. JoséTolentino Mendonça, foireconfirmado como representanteda Igreja no Conselho Nacional daCultura. Merece especial referênciao site da Pastoral da Cultura, queteve um acréscimo de visitas demais 37% e de mais 22% devisualizações.Nos Bens Culturais: Continuam oseu processo de crescimento econsolidação o Projeto Cesareia(bibliotecas) e o Projeto Thesaurus(inventário). Estão ativas asParcerias com o IHRU, Turismo dePortugal e Correios de Portugal etambém com a Universidade deÉvora (Centro de História da Arte eInvestigação Artística).Empreenderam-se ações deformação na Área da Conservaçãoe Restauro. Foi retomado o diálogocom a Secretaria de Estado daCultura no âmbito da Rota dasCatedrais.Nas Comunicações Sociais: Forammelhoradas as condições de

trabalho da Agência Ecclesia.Merece particular relevância aassunção da produção dosprogramas de televisão. Estasnovas responsabilidades deverãoter desenvolvimentos no próximoano. Destaca-se ainda a passagemdo Semanário Ecclesia de suporteem papel para edição digital. – O Presidente da ComissãoEpiscopal da Liturgia eEspiritualidade, D. AnacletoOliveira, das informações prestadas,destacou as seguintes:Realizou-se o 39.º EncontroNacional da Pastoral Litúrgica(Fátima, 22-26/7/2013) em queestiveram inscritos cerca de 1.100participantes.Está em preparação o 40.º Encontro(Fátima, 28/7 - 01/08/2014) que terácomo tema: «Creio na Comunhãodos Santos: o Culto dos Santos naIgreja», em ligação com a recentepublicação da tradução portuguesado Martirológio Romano.Foi iniciado em agosto de 2013 o 5.ºCurso de Música Sacra paraOrganistas, Diretores de Coro eSalmistas. Estão inscritos cerca de90 participantes, a maioria de umaidade bastante juvenil.

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Estão a ser preparados um CantoralNacional em que são recolhidoscânticos de reconhecida qualidademusical e litúrgica, para melhorar onível musical das celebraçõeslitúrgicas, e um Missal dos Fiéis (em3 volumes), destinadoespecialmente a Leitores dascelebrações litúrgicas. – D. Manuel Felício, membroda Comissão Episcopal daMissão e Nova Evangelização,referiu as iniciativas do curso sobreMissiologia e das JornadasMissionárias nacionais levadas acabo nos meses de agosto esetembro, respetivamente. Estaúltima foi em colaboração com as IIJornadas nacionais da PastoralJuvenil. Salientou também arealização do Fórum EcuménicoJuvenil, em Lamego, e que teve aparticipação de quatro centenas dejovens. Apresentou o texto de apoioà Semana de Oração pela Unidadedos Cristãos em 2014, intitulado“Estará Cristo dividido?”, e o projetode um dia sobre o Hebraísmo,pensado para janeiro de 2015.Pediu ainda à Assembleia umpronunciamento sobre o projeto deaceitação mútua do sacramento doBatismo

entre a Igreja Católica, ascomunidades cristãs ligadas aoCopic e a Igreja Ortodoxadependente do Patriarcado deConstantinopla. 12. A Presidente da Conferênciados Institutos Religiosos dePortugal (CIRP), Ir. Lucília Gaspar,informou ter-se realizado em Fátima,a 29 e 30 de abril de 2013, a XVIAssembleia Geral da CIRP. Tevecomo tema geral «Peregrinos na Fé,testemunhas e apóstolos, hoje».Refletiu-se sobre as dimensões doacolher, confraternizar e transmitir afé. Em clima de peregrinação, houvelugar para a oração e a partilhasobre os valores fundamentais daVida Consagrada hoje. Osparticipantes no painel formativointerpelaram os consagrados apermanecerem atentos à realidadeque habitam enquanto localprivilegiado para a missão da VidaConsagrada.Na próxima XVII Assembleia Geral,que terá lugar de 18 a 20 denovembro, será abordado o tema«Formação da Juventude e Família.Acolhimento das novas geraçõesnas comunidades religiosas».Apresentou ainda a realização daXXIX Semana de Estudos sobre

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a Vida Consagrada (Fátima, 1-4 demarço de 2014), sob o tema «A artede cuidar na Vida Consagrada», eque contará com a presença doCardeal João Braz de Aviz, Prefeitoda Congregação para os Institutosde Vida Consagrada e asSociedades de Vida Apostólica. 13. O Delegado da CEP para aRelação Bispos / Vida Consagrada,D. Manuel Quintas, referiu ainformação enviada pela Presidenteda Conferência Nacional dosInstitutos Seculares dePortugal (CNISP), Maria do RosárioCruz Virgílio, ausente nestaAssembleia. Destacou as iniciativasprogramadas, nomeadamente aassembleia geral de 23 denovembro, que vai refletir sobrenovos caminhos a percorrer pelaCNISP. 14. A Assembleia fez asseguintes nomeações:– P. Luís Gonzaga MarinhoTeixeira da Silva, da Arquidiocesede Braga, como AssistenteNacional do Corpo Nacional deEscutas (CNE).– P. José Manuel Pereira deAlmeida, do Patriarcado de Lisboa,como Coordenador da Comissão

Nacional da Pastoral da Saúde.– P. Fernando Almeida LeiteSampaio, do Patriarcado de Lisboa,como Coordenador Nacional dasCapelanias Hospitalares.– P. Francisco Sales Diniz, OFM,para um novo mandatocomo Diretor da Obra Católicadas Migrações (OCPM).– P. Querubim José Pereira daSilva, da Diocese de Aveiro, paraum novo mandato como AssistenteNacional da Ação Católica Rural(ACR).– P. José Alberto Vieira deMagalhães, da Diocese do Porto,como Assistente Nacional doRenovamento CarismáticoCatólico (RCC).– P. António Ribeiro GonçalvesBelo, da Diocese de Viana doCastelo, para um novo mandatocomo Assistente Nacional daFederação Portuguesa dosCentros de Preparação para oMatrimónio (CPM).– P. Álvaro da Cruz Santos daSilva, OFM, como AssistenteNacional do MovimentoEsperança e Vida (MEV).– P. Gonçalo Corrêa MendesTeixeira Diniz, da Diocese deLeiria-Fátima, como AssistenteNacional do Movimento Católicode Estudantes (MCE). 15. Foram apresentadasas Jornadas Nacionais daPastoral

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do Turismo, que decorrerão emFátima, nos dias 10 e 11 de janeirode 2014, e cujos objetivos são osseguintes: refletir sobre a Pastoraldo Turismo como uma oportunidadesingular de evangelização,atendendo ao fenómeno do turismoe sua tendência de crescimento;aprofundar algumas das áreasprivilegiadas de intervenção daPastoral do Turismo, a exigir daIgreja uma especial atenção;apresentar algumas práticaspastorais já em curso, em Portugal eEspanha, como incentivo à

dinamização da Pastoral do Turismoem cada uma das nossas Dioceses. 16. O Reitor do Santuário deFátima, P. Carlos Cabecinhas,interveio na Assembleia para daralgumas informações sobrea preparação do Centenário dasAparições em 2017. Nos anos2014 e 2015, a imagem peregrinade Nossa Senhora de Fátimavisitará as 37 comunidades de vidacontemplativa do País. Nos anos2015 e 2016 terá lugar a visita daimagem peregrina a todas asdioceses de Portugal. Apresentou

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ainda o tema do Santuáriode Fátima para este ano pastoral:«Envolvidos no amor de Deus pelomundo», baseado na aparição dejulho de 1917, «Ó Jesus, é porvosso amor». 17. D. António Carrilho, Bispo doFunchal, informou a Assembleiasobre as celebrações dos 500anos da Diocese do Funchal,criada, pela bula assinada peloPapa Leão X, a 12 de junho de2014. Entre os eventos celebrativos,salientou a celebração de umaSemana Jubilar, de 8 a 15 de junho,a realização de um congressointernacional, de 18 a 20 desetembro de 2014, e uma exposiçãode Arte Sacra, que refletirá asignificativa identidade da Diocese,nos seus dinamismos de vivência defé e de missionação. 18. Igualmente, D. AntónioFrancisco, Bispo de Aveiro, referiua celebração dos 75 anos daDiocese de Aveiro e a realizaçãoda Missão Jubilar iniciada emoutubro de 2012, que mobilizou aolongo deste tempo a Diocese e vaiconcluir-se festivamente nos dias 8e 11 de dezembro, data da

execução da bula do Papa Pio XI. 19. A Assembleia congratulou-secom a beatificação do mártir daguerra civil espanhola MárioFélix, Irmão das Escolas Cristãs(Irmãos de La Salle), em 13 deoutubro de 2013 em Tarragona(Espanha), nascido na paróquia deSanta Marta de Bouro, arquidiocesede Braga, e martirizado em Griñon(Madrid), em 28 de julho de 1936. 20. A Conferência Episcopalreafirmou o apreço por todo otrabalho que se está a realizar emfavor das vocações sacerdotais, quetem o seu ponto alto na Semanados Seminários, a decorreratualmente de 10 a 17 denovembro, sob o tema «Para queCristo se forme em nós». Manifestouainda a gratidão aos formadoresdos Seminários que, com ânimo, sededicam a esta causa central davida da Igreja. Aos Seminaristas,deixa uma palavra de estímulo paraque progridam no aprofundamentoda vocação a que o Senhor oschama, particularmente nestesúltimos dias de vivência do Ano daFé.

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21. A Assembleia aprovouo orçamento para 2014 doSecretariado Geral da CEP,apresentado pelo seu Diretor, P.Manuel Barbosa. 22. Data da próxima AssembleiaPlenária da CEP. Dado que no dia27 de abril de 2014 terá lugar, emRoma, a celebração da canonizaçãodos Papas João XXIII e João Paulo II,e havendo

um número significativo de Bisposde Portugal que desejam participar,foi decidido adiar por um dia o inícioda próxima Assembleia Plenária daCEP, começando no dia 29 de abril,terça-feira, e terminando a 1 demaio, quinta-feira.

Fátima, 14 de novembro de 2013

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Mensagem da Conferência Episcopal Portuguesa

«Desafios éticos do trabalhohumano»1. Um dos problemas mais gravesque hoje atingem o nosso País dizrespeito à situação do mundo dotrabalho. Para muitos, o problemaconsiste no desemprego; paraoutros, no trabalho precário ou malremunerado; para outros ainda, temsido a necessidade de cargassuplementares de esforço naprocura da sobrevivência das suasempresas. Sobressai a elevada taxade desemprego dos jovens, muitosdos quais escolheram a emigraçãocomo forma de obterem o que nãoencontram no seu País. Tambémmuitas pessoas de meia-idadevivem situações complicadas deadaptação laboral num períodorepleto de encargos económicos,devendo merecer uma solicitudeparticular por parte da sociedade edo Estado.Muitos outros têm também sidoduramente atingidos pela crise epelas medidas tomadas para acombater. Neste contexto,entendemos ser particularmenteoportuno afirmar a mensagemnuclear da Igreja sobre o trabalhohumano.

Direito e dever do trabalho2. Como afirmou o Papa João PauloII, na sua encíclica sobre o trabalhohumano: «A Igreja está convencidade que o trabalho constitui umadimensão fundamental da existênciado homem sobre a terra»[1], nãoapenas enquanto meio de sustento,mas também enquanto atividadeinerente ao processo dedesenvolvimento de cada pessoa eda sociedade. De acordo com estavisão humanista, o trabalho constituium direito e um dever , decorrentesda natureza humana e da suainviolável dignidade; para oscristãos decorre também do facto detodo o ser humano, homem oumulher, ser «imagem de Deus»[2],um Deus ativo e criador.Quando a Igreja fala em dignidadehumana refere-se, antes de mais, auma qualidade inerente à próprianatureza humana, que implica aconsideração do homem e damulher como seres livres, dotadosde subjetividade, inteligência,vontade e criatividade; bem como decapacidade para decidir

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e assumir responsabilidades erelacionar-se com os outros,realizando-se a si próprios. Destemodo, o trabalho deverá permitir atodos o exercício efetivo daquelasqualidades e potencialidades.Neste entendimento, não é qualquertrabalho que satisfaz as exigênciasda dignidade humana. Daí, também,nas palavras do Papa João Paulo II,a «obrigação moral de unir alaboriosidade como virtude com aordem social do trabalho, o que háde permitir ao homem tornar-semais homem no trabalho, e não jádegradar-se por causa dotrabalho»[3].

O Papa Francisco sublinhou,recentemente, que importa «voltar acolocar no centro a pessoa e otrabalho. A crise económica tem umadimensão europeia global; noentanto, a crise não é apenaseconómica, mas também ética,espiritual e humana. Na raiz existeuma traição ao bem comum, quer daparte do indivíduo, quer da parte decertos grupos de poder. Porconseguinte, é necessário tirar acentralidade à lei do lucro e dorendimento, e voltar a dar aprioridade à pessoa e ao bemcomum»[4].

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O drama do desemprego3. A situação do país em matérialaboral é, em muitos aspetos, gravee de difícil solução. Vêm a propósitoas palavras do Papa Bento XVI: «Emmuitos casos os pobres são oresultado da violação da dignidadedo trabalho humano seja porque assuas possibilidades são limitadas(desemprego e subemprego), sejaporque são desvalorizados osdireitos que dele brotam,especialmente o direito ao justosalário, à segurança da pessoa dotrabalhador e da sua família»[5].Entre as situações mais graves estáa dos desempregados que não têmdireito a qualquer forma de subsídiode desemprego. Importa recordarque essa forma de apoio está ligadaao direito à vida e à subsistência, edecorre não só da dignidadehumana mas também do princípiodo uso comum dos bens, tanto maisimperativo quanto mais grave seja asituação geral do País.Conseguir compatibilizar estaobrigação de solidariedade socialcom a diminuição efetiva da riquezapessoal e do próprio País é umenorme desafio que se

coloca a todos os cidadãos.Pese embora o imenso esforço demuitas empresas de sereinventarem e de procuraremnovos mercados para os seusprodutos capazes de assegurarem oseu futuro e dos seuscolaboradores, não pode passardespercebida a tendência parapromover o emprego através docerceamento dos direitos dostrabalhadores. Sem querer entrar nodomínio das medidas concretas, nãopodemos deixar de sublinhar, umavez mais, que «o trabalho é para ohomem e não o homem para otrabalho»[6]. Seria contraditória, emsi mesma, qualquer medida queprocurasse promover o emprego àcusta de outras dimensões dadignidade humana. Assim, recordouo Papa Francisco num encontro comos trabalhadores: «No centro deveestar o homem e a mulher, comoDeus deseja, e não o dinheiro»[7]. Adignidade do capital está no serviçodas pessoas e na promoção do seuprogresso. Potenciar as empresas parapromover o trabalho4. Constatamos que a “empresa” éum dos elementos fundamentais

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da problemática do trabalho e umeixo central na luta contra a pobrezae o desemprego. As empresas sãofeitas de pessoas e há empresasonde o único valor parece ser olucro, desprezando os valoreshumanos e sociais, e há empresasonde o valor da pessoa humana écentral, contribuindo para ocrescimento integral de cada umdos seus colaboradores. São aspessoas que colaboram numaempresa, e a sua equipa dirigente eacionistas em particular, quedeterminam o comportamento daempresa, os seus valores e as suaspráticas.

Importante é promover uma culturade justiça que dignifiqueempregadores e trabalhadores, quese concretiza pagandoatempadamente a quem trabalha, oque contribui também parapromover o emprego.É essencial desafiar cada cristão aviver com sentido de missão o seutrabalho profissional, a procurarassumir os critérios de Cristo na suaempresa, traduzindo-os na realidadedas tarefas, na promoção de boas-práticas que potenciem odesenvolvimento da empresa, aprocura da qualidade e a dignidadede cada colaborador.

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Criatividade nas soluções5. É sabido que os problemas deemprego requerem soluçõesdifíceis. As soluções necessáriastêm dimensões que ultrapassam ascaracterísticas deste documento.Todavia, sempre dentro depreocupações fundamentalmenteéticas, não queremos deixar depropor algumas orientações noâmbito de um breve quadro dereferência básico.Recordemos, antes do mais,que todos somos chamados acontribuir para a resolução dosproblemas do desemprego e doemprego precário, com partilha deresponsabilidades entre os poderespúblicos, centrais e autárquicos, asempresas, os parceiros sociais, asorganizações não lucrativas, asfamílias e as pessoasindividualmente consideradas. Estãoem causa um direito humano eum aspeto fundamental do bemcomum, que requerem uma maiorsensibilidade social e mais forteslaços de solidariedade, que levam àcorresponsabilização pelos queestão em piores condições.Impõe-se que a aproximação daoferta e da procura de emprego

não fique totalmente dependentedos mecanismos do mercado. Anível global, são necessárias eurgentes políticas favoráveis a ummodelo de crescimento económicoque potencie a ação das empresas(com ou sem fins lucrativos) einstituições para que estas possamcriar empregos de qualidade. Nistoestá o verdadeiro motor do aumentode empregos. Neste âmbito,colocam-se exigênciasparticularmente relevantes àspolíticas europeias relacionadascom o emprego. No mundoglobalizado em que vivemos, talesforço implica também umadimensão internacional.Para fazer face ao desemprego, ospaíses europeus, entre os quais onosso, têm também lançado mãodas chamadas «políticas ativas deemprego», com resultadosinsatisfatórios. Todavia, sobretudoquando incluem uma adequadacomponente formativa e qualificante,podem ser importantes numcontexto geral de baixasqualificações dos trabalhadores edos empresários. Realismo e esperança6. Recordamos as palavras do PapaBento XVI, chamando a atençãopara a necessidade de

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«um mercado, no qual possamoperar, livremente e em condiçõesde igual oportunidade, empresasque persigam fins institucionaisdiversos». Por outras palavras: «Aolado da empresa privada orientadapara o lucro e dos vários tipos deempresa pública, devem poder-seradicar e exprimir as organizaçõesprodutivas que perseguem finsmutualistas e sociais»[8].Queremos manifestar a nossaprofunda solidariedade eproximidade com os que nãoencontram trabalho e vivemsituações de angústia. Louvamos eagradecemos os que investem

em tempos de crise para criarpostos de trabalho e manter asportas da sua empresa abertas, porvezes com grande sacrifício.A gravidade do problema é umurgente apelo à criatividade e àexcelência profissional detrabalhadores e empresários, degovernantes e forças sociais epolíticas, na procura de novaspropostas e paradigmas que setornem progressivas soluções paraos variadíssimos problemas queemergem no campo do trabalhohumano. Com realismo e esperança.

Fátima, 14 de novembro de 2013

[1] Encíclica Laborem Exercens, 1981, nº 4.[2] Génesis, 1, 27.[3] Encíclica Laborem Exercens, nº 9.[4] Discurso aos Trabalhadores em Cagliari, 2013.09.22.[5] Encíclica Caritas in Veritate, n.º 63.[6] Encíclica Laborem Exercens, n.º 6.[7] Discurso aos Trabalhadores em Cagliari, 2013.09.22.[8] Encíclica Caritas in Veritate, n.º 38.

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Bispos contestamredefinição do casamentoA Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) publicou hoje emFátima uma carta pastoral “apropósito da ideologia do género”na qual se manifesta contra a“redefinição do casamento”,alargado a uniões entre pessoas domesmo sexo, e a coadoção.“As alterações legislativas querefletem a mentalidade da ideologiado género -concretamente, a leique, entre nós, redefiniu ocasamento - não são irreversíveis. Eos cidadãos e legisladores quepartilhem uma visão maisconsentânea com o ser e adignidade da pessoa e da famíliasão chamados a fazer o que está aoseu alcance para as revogar”,pedem os bispos, no final dostrabalhos da assembleia plenáriaque decorreu desde segunda-feira.A carta pastoral sustenta queideologia do género pretendeprovocar uma “revoluçãoantropológica”, secundarizando aidentidade sexual como “condiçãonatural e biológica”.

“Assim ficaria aberta a porta para alegitimação das uniõeshomossexuais e para oaparecimento de diversasalternativas à família de sempre, jánão constituída por uma mãe, umpai e filhos, com raízes nasexualidade, matriz da nossaidentidade”, alertam.O documento identifica um conjuntode “campos” em que esta ideologiatem vindo a promover o que sedenomina por “rutura civilizacional”,que passa, entre outros, por uma“promoção de alternativas àlinguagem comum”.“Em vez de sexo (algo de básico,identificador da pessoa) fala se emgénero (construção cultural epsicológica de uma identidade); emvez de igualdade entre homem emulher, referem a igualdade degénero; a família é substituída porfamílias”, pode ler-se.Os bispos insurgem-se contra a“doutrinação” da ideologia dogénero através do ensino,considerada contrária à“colaboração entre as dimensões

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masculina e feminina”.“Trata-se da defesa de um modelode sexualidade e de família que asabedoria e a história, não obstanteas mutações culturais, nosdiferentes contextos sociais egeográficos, consideram apto paraexprimir a natureza humana”, referea CEP.Os bispos defendem que a família é“quem garante a renovação dasociedade através da geração denovas vidas e assegura o equilíbrioharmonioso e complexo daeducação das novas gerações”.“Por isso, nunca um ou mais paispodem substituir uma mãe, e nuncauma ou mais mães podem

substituir um pai”, acrescentam.Segundo a CEP, a maternidade “nãoé um peso de que a mulhernecessite de se libertar” e “não ésupérfluo sublinhar a importânciados papéis da mãe e do pai naeducação das crianças e dosjovens”.“De qualquer modo, a resposta maiseficaz às afirmações e difusão daideologia do género há de resultarde uma nova evangelização. Trata-se de anunciar o Evangelho comoeste é: boa nova da vida, do amorhumano, do matrimónio e da família,o que corresponde às exigênciasmais profundas e autênticas de todaa pessoa”, conclui a mensagem.

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Papa pede maior esforçopara combater desempregoO Papa Francisco visitou hoje opresidente da Itália, GiorgioNapolitano, perante o qualmanifestou preocupação com oarrastar da crise económica, comefeitos “dolorosos” nas famílias enos desempregados.“O momento atual está marcadopela crise económica que tarda emser superada e que, entre os seusefeitos mais dolorosos, traz umainsuficiente disponibilidade detrabalho. É necessário multiplicar osesforços para aliviar as suasconsequências”, disse, na suaprimeira visita ao Palácio doQuirinal, em Roma.O Papa apelou à valorização dequalquer “sinal de retoma” esustentou que “no centro dasesperanças e das dificuldadessociais está a família”.“A Igreja continua a promover ocompromisso de todos, indivíduos einstituições, para o apoio à família,que é o lugar primário onde seforma e cresce o ser humano”,precisou.Francisco deixou votos de que afamília seja “apreciada, valorizada etutelada” pelos responsáveispolíticos.

“A família tem necessidade daestabilidade e de que sejamreconhecíveis as ligaçõesrecíprocas, para desempenharplenamente o seu papelinsubstituível e realizar a suamissão”, acrescentou.O discurso papal aludiu às viagensrealizadas em território italiano, àilha de Lampedusa, a Cagliari e aAssis, onde disse ter tocado “asferidas que afligem hoje tantaspessoas”.Em particular, o Papa evocou asituação em Lampedusa, com osofrimento dos que “por causa daguerra ou da miséria se lançam paraa emigração, em condições muitasvezes desesperadas”.“A primeira missão que se espera daIgreja é a de testemunhar amisericórdia de Deus e encorajarrespostas generosas desolidariedade que abram para umfuturo de esperança, porque ondecresce a esperança multiplicam-setambém as energias e ocompromisso para a construção deuma ordem social e civil maishumana e mais justa”, observou.Francisco destacou, por outro

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lado, o “excelente estado” dasrelações entre a Santa Sé e a Itália,falando da sua visita como um “sinalde amizade” e evocando as ligaçõesfamiliares que o unem ao país, terranatal do seu pai e avós.O Papa deixou votos de que a Itáliaconsiga “encontrar a criatividade e aconcórdia necessárias para o seudesenvolvimento harmonioso”

e para oferecer o seucontributo para a “paz e a justiça” nocenário internacional.Giorgio Napolitano aludiu ànecessidade de um combateconjunto a fenómenos de“regressão” na sociedade da Itália etambém na Europa, elogiando opapel assumido por Francisco nasuperação dos “males mais graves”que afligem o mundo.

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Papa condena atentado na Síria O Papa Francisco condenou estaquarta-feira no Vaticano o atentadoque atingiu um autocarro escolar, naSíria, e pediu que estes ataquesnão se repitam “nunca”. “Tomeiconhecimento, com grande dor, quehá dois dias, em Damasco, tiros demorteiro mataram algumas criançasque regressavam da escola e ocondutor do autocarro”, referiu, nofinal da audiência pública semanalque decorreu na Praça de SãoPedro, recordando também ascrianças que ficaram feridas.Pelo menos quatro estudantesmorreram quando um morteiro caiusobre o autocarro de

transporte escolar, no distrito deBab Sharqi, centro da capital,indicou a agência de notícias oficialSana, acrescentando que seispassageiros desse veículo ficaramferidos.“Por favor, que estas tragédias nãovoltem a acontecer nunca. Rezemoscom força”, pediu, perante dezenasde milhares de pessoas, deixandotambém uma palavra às centenasde milhares de pessoas atingidaspelo Tufão Haiyan.Segundo Francisco, “estas são asverdadeiras batalhas a travar”. “Pelavida, nunca pela morte”, prosseguiu.

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Papa envia donativo para asFilipinasO Papa Francisco enviou um“primeiro contributo” de 150 mildólares (mais de 110 mil euros) para“socorrer” a população atingida pelotufão Haiyan nas Filipinas, anunciouo Vaticano. O donativo seguiuatravés do Conselho Pontifício ‘CorUnum’, da Santa Sé, que dá contada “extraordinária veemência” comque a tempestade atingiu o paísasiático, causando mais de 10 milmortos.O dinheiro vai ser distribuídoatravés da Igreja local nas regiões“mais atingidas pela calamidade” equer ser “uma primeira e imediataexpressão concreta dos sentimentosde proximidade espiritual eencorajamento paterno” deFrancisco, refere o organismo, emcomunicado divulgado pela sala deimprensa da Santa Sé.“Recordemos as Filipinas, oVietname e toda a região atingidapelo tufão Haiyan. Sede generososna oração e com a ajuda concreta”,escreveu o Papa na sua conta‘@pontifex’, da rede social Twitter,que tem mais de 10 milhões deseguidores.A confederação internacional daCáritas anunciou que já está

no terreno, através da “CáritasFilipinas e das redes locais daIgreja” para “chegar às pessoas comnecessidade desesperada decomida e outras ajudas”.A ONU estima que mais de 10 milpessoas tenham morrido nasFilipinas na sequência da passagemdo Haiyan, acrescentando que 660mil pessoas foram obrigadas a sairdas suas casas por causa dascondições meteorológicas.A Cáritas fala em mais de 9,5milhões de pessoas que precisamde ajuda perante a “catástrofe” semprecedentes.

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O quinto poderCriada em 2007 pelo ativistainformático Julian Assange, acontroversa WikiLeaks veio abanaro mundo ao encetar a divulgação dedados informáticos e documentosconfidenciais de interesse público.Assumindo-se como organizaçãomediática sem fins lucrativos, definecomo principal objetivo o defornecer informação relevante aopúblico, mais concretamentedenunciando ilegalidades eimoralidades praticadas porgovernos, na sua maioriatotalitários, empresas e instituiçõesreligiosas, de modo inovador egarantindo a segurança econfidencialidade das suas fontes,com a apresentação de provasfidedignas da verdade.Não tardaria por isso que o cinemalhe dedicasse atenção e eis quechega às salas portuguesas ‘OQuinto Poder’, primeira longametragem de grande porte sobre omais retubante derrame deinformação da história da internet.Dirigido por Bill Condon, o realizadore argumentista que teve o seuprimeiro grande exito com ‘Deuses eMonstros’ (Oscar para melhorargumento

adaptado), seguindo-se ‘RelatórioKinsey’, ‘Dreamgirls’ e doisepisódios da saga ‘Twilight’, ‘OQuinto Poder’ centra-se na relaçãoentre o fundador, redator e editor-chefe Assange e Daniel Domscheit-Berg, cérebro informático daoperação WikiLeaks. Uma relaçãoque progride, ou antes regride, daestreita amizade para a conhecidahostilidade que, naturalmente, veiotão agilmente a público quanto ainformação que ambos até entãodivulgaram, acabando na demissãodo informático alemão e porta-vozda organização em 2010.Em causa, a divergência entreambos sobre as consequênciasnefastas da divulgação integral dos‘Diários de Guerra do Afeganistão’ edos Registos da Guerra do Iraque,representando o livre acesso acerca de quinhentos mil documentosconfidenciais sediados noPentágono.Sob pena de ser consumido com amesma voracidade com que públicoe meios de comunicação acederamaos documentos divulgados, o estiloinicial da narrativa segue um ritmolento

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e ligeiramente entediante,sobretudo pelo excesso determinologia informática. Naprogressão, com o adensar dasrelações ora consonantes oradissonantes entre as duaspersonagens centrais, o filmearrecadará então um crescenteinteresse, transformando-se numquase thriller empolgante.A tensão entre ambos evidencia apremissa essencial do filme: a deconsolidar a liberdade de expressãocomo princípio, fiel ou não, quepreside à empreitada de cada umdos fundadores do WikiLeaks.É neste princípio, ou na discussão

da sua aplicação, que reside agrande mais-valia de ‘O QuintoPoder’, oferecendo-se como bomponto de partida para a eterna,difícil e sempre essencial reflexãosobre os limites dessa mesmaliberdade, no dever de ponderação,inerente a qualquer comunicador,sobre o impacto e os efeitoscolaterais da informação divulgada.Uma questão que é sempre e antesdo mais de natureza ética,particularmente exigente quandovários valores entram em choque... Margarida Ataíde

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EsseJota renovadohttp://www.essejota.net/ Foi recentemente renovado um dosmelhores espaços virtuaisinteiramente dedicado à reflexão,meditação e espiritualidade cristã.Estamos a falar de “um site paraajudar a olhar e a estar no mundode uma forma diferente, a partir daespiritualidade inaciana (SantoInácio de Loyola)”. Desenvolvido poruma equipa de jovens jesuítas eamigos, pretende “tocar”preferencialmente um público emidade universitária. Oferecereflexões, sugestões de músicas efilmes, humor e divulgação deatividades com bastante interesse.Pode ser considerado como arevista virtual da pastoraluniversitária dos jesuítas.Ao digitarmos o endereçowww.essejota.net, encontramos umsítio completamente renovado,sendo que a imagem gráfica queanteriormente lhe estava associada,foi inteiramente alterada.Poderíamos portanto estar a falarde um novo sítio, dado que apenasa qualidade dos conteúdos é quepermaneceu

inalterável. Assim sendo, concluímosque todo o ambiente se encontraperfeitamente enquadrado egraficamente muito bem conseguido.Inclusive a disposição do sítio fogeao tradicional, pois encontramos oespaço dividido em quatro grandesáreas e o habitual menu está nofundo.Na opção “últimos artigos”,recuperamos as mais recentespublicações que foram inseridas. Éuma forma muito simples deestarmos sempre a par das notíciasmais frescas.Em o “mundo à nossa volta”,podemos ler um conjuntointeressante de crónicas de longe,rirmo-nos com um cartoon e aindaaceder a magníficas entrevistasmuito bem conduzidas.No espaço “arte”, dispomos de umavariedade de conteúdos. Podemosler um poema seguido da respetivalinha de leitura. Podemos olhar parauma imagem também elaacompanhada de uma explicação.Podemos consultar uma sugestãode um livro, uma música, um filme ouum museu. E ainda podemo-nosdeliciar com uma belíssima

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história.Em “aprofundar”, somos convidadosa percorrer com os nossos olhos umconjunto de artigos eminentementede teor reflexivo, deaprofundamento teológico e deespiritualidade inaciana.Como verificamos, esta plataforma,além de promover a reflexão e oaprofundamento

da fé cristã, é uma excelenteferramenta de trabalho para quemse dedica à formação e orientaçãode jovens e adultos. Como dizem osseus criadores e que nóssubscrevemos plenamente, oessejota.net é um espaço onde sepode “encontrar uma nova forma defalar do mundo, do mistério humanoe da fé”.

Fernando Cassola Marques

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Um biblista confessa-seO livro “O coração da Igreja tem debater - Um biblista confessa-se” é apublicação da entrevista dojornalista António Marujo ao padreJoaquim Carreira das Neves(Paulinas Editora).“O padre Joaquim Carreira dasNeves é um dos nomes maisimportantes nos estudos bíblicos emPortugal. Apesar dos seusprofundos conhecimentos eerudição acerca da Bíblia, eleconsegue também aproximar-se dogrande público pela acessibilidade eclareza com que fala dos assuntos”,explica um comunicado enviado àAgência ECCLESIA.O livro-entrevista apresenta abiografia e o pensamento do padrefranciscano, complementado comalgumas fotografias das principaisetapas da sua vida, em 288páginas.A leitura e interpretação da Bíblia, aatualidade da Igreja e questõestransversais à sociedadeportuguesa e europeia são temasque o professor jubilado daFaculdade de Teologia daUniversidade Católica Portuguesaaborda “com a vivacidade, afrontalidade e o

despojamento que lhe sãoconhecidos”, informa a editora.A entrevista conduzida pelojornalista António Marujo,especialista em temáticas religiosas,é complementada com “umdicionário bíblico” inédito do padreJoaquim Carreira das Neves sobrequestões relacionadas com a Bíblia.O livro inserido na Coleção GrandesDiálogos, que pretende revisitarpercursos e histórias de vida teve adireção e coordenação do padreJosé Tolentino Mendonça.O novo livro "O coração da Igrejatem de bater - Um biblista confessa-se" reúne uma entrevista do padreJosé Carreira das Neves e um«dicionário bíblico em 10 temas»,com textos inéditos do professorjubilado da Faculdade de Teologiada Universidade CatólicaPortuguesa. Autor: António Marujo; Carreiradas NevesISBN: 978-989-673-327-8Nº Páginas: 288

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As crianças a caminho do Natal

Uma sms faz o aviso: "Venhamajudar-nos, porque vamos ficar semluz!" Em pleno Inverno e a um mêsdo Natal uma aldeia fica sem luz!Ficou tudo às escuras! Semconseguir contactar as autoridades,o problema tem de serresolvido...com a tua ajuda!É este o cenário do livro "Crianças acaminho do Natal (Ano A) - Umagrande viagem”. Partindo damensagem do Evangelho de cadaDomingo,

as crianças são desafiadas aconstruir as ferramentasnecessárias a esta importantemissão: encontrar a luz!Este subsídio inteiramente a cores éenriquecido com textos simples eorações. Uma propostaindispensável na preparação doNatal! Edições Salesianas

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II Concílio do Vaticano: A luz deTrento ainda ilumina a Igrejacontemporânea

Para se ter uma noção mais profunda e fazer umaavaliação do II Concílio do Vaticano é fundamental terpresente os dois que o precederam: O I Concílio doVaticano e o Concílio de Trento.Hoje, a reflexão irá recair no Concílio de Trento(1545 a 1563). Considerado como um dos trêsconcílios fundamentais na Igreja Católica, foiconvocado pelo Papa Paulo III para garantir “aunidade da fé e a disciplina eclesiástica. O seuobjetivo era incrementar a reforma da Igreja eresponder à divisão que então se vivia na Europadevido à reforma protestante, pelo que é conhecidotambém como o Concílio da Contrarreforma” (ManuelAugusto Rodrigues; In: Correio de Coimbra, 26 deabril de 2012).O Concílio de Trento, o mais longo da história daIgreja, foi também o concílio que aprovou “o maiornúmero de decretos dogmáticos e reformas eproduziu os resultados mais benéficos”, duradourose profundos “sobre a fé e a disciplina da Igreja”, lê-seno referido artigo. Para se opor ao protestantismo, oConcílio de Trento emitiu numerosos decretosdisciplinares e especificou claramente a doutrinacatólica sobre determinados assuntos.Com o intuito de celebrar os 450 anos doencerramento desta assembleia magna do século XVIrealizou-se, em Braga, recentemente, um congressointernacional sobre «Concílio de Trento: Restaurarou inovar». Investigadores

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de todos os quadrantesdeslocaram-se à cidade dosarcebispos para mostrar arelevância deste magnoacontecimento.Imporá destacar a participaçãoneste concílio de bispos e teólogosportugueses que participaram emTrento (Itália), sendo o maisdestacado frei Bartolomeu dosMártires ao lado de outros como freiJerónimo de Azambuja, frei Luis deSoto Maior, João Pais, entre outros,nas suas diferentes fases (1ª1545/1548; 2ª 1551/1552; 3ª1562/1563). O Concílio despertou aIgreja para “a necessidade de semobilizar para os novos desafios daevangelização universal suscitadospelas viagens marítimas promovidaspelos reinos da Península Ibérica,Portugal e Espanha” (José EduardoFranco; In: Folha dos Valentes,março de 2012).Com os descobrimentos de terras epovos, onde Portugal assumiu papelde protagonista, ficou aberto umnovo campo de missão que permitialevar o Evangelho a todos os cantose colocar em práticas o mandato deCristo:

“Ide por todo o mundo e anunciai aBoa Nova”.Para além deste campo aberto, oConcílio de Trento fez revisão ereafirmação de doutrinasfundamentais para a Igreja,promoveu uma formação mais sólidado clero através de semináriosdiocesanos e de currículos maisexigentes e profundos, reviu,reforçou e refundou a missão dosbispos na Igreja à frente das igrejaslocais, dioceses.Estabeleceu orientações paracombater a função episcopal comolugar de promoção e prestígiosocial, como cargo mais honorífico emenos vocacional, impondo aobrigatoriedade da fixação deresidência dos bispos nas suasdioceses, da prática de visitaspastorais às paróquias, doacompanhamento da ação dospadres, do cuidado com a formaçãodo clero.Revisitar a história “é tambémconstruir as bases para o futuro”,disse, em Braga, o cónego JoséPaulo Abreu, no congresso sobre oConcílio de Trento. Águasconciliares…

LFS

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novembro 2013

Dia 15* Lisboa - UCP - Celebraçãoconclusiva de encerramento do Anoda Fé presidida por D. Nuno Brás elançamento da obra «Sim, cremos»da autoria de Isidro Lamelas. * Braga - Seminário Conciliar -Vigília de oração pelos seminários.* Aveiro - Reunião de D. AntónioFrancisco Santos com os diáconosVitor Cardoso; Leonel Abrantes eNuno Queirós* Lisboa - Colégio de São João deBrito (19h00m) - Bênção do órgão eeucaristia presidida por D. JoaquimMendes.* Fátima - Jornadas do Movimentoda Mensagem de Fátima. (15 a 17)* Peregrinação à Terra Santapromovida pela Associação Cristãde Empresários e Gestores(ACEGE). (15 a 23)

Dia 16* Bragança - Freixo de Espada àCinta - Comemorações dos 500anos da chegada de Jorge Álvares àChina com a presença de D. JoséCordeiro.*Aveiro - Reunião de D. AntónioFrancisco Santos com a superiorageral das Irmãs Missionárias deGuadalupe.* Guarda - Seminário Maior(10h00m) - Encontro de D. ManuelFelício com os professores deEMRC da diocese da Guarda.* Lisboa - São João da Talha(14h00m) - Festa da famíliapresidida por D. Nuno Brás. * Guarda - Centro Apostólico D.João Oliveira Matos - Fórum juvenilsobre o tema «Igreja: somos pedraou gente?» promovido peloDepartamento de Pastoral Juvenilda Diocese da Guarda. * Beja - Sines - Encontro deformação para animadores dacomunidade com conferência sobre«A música na Liturgia: Missão daMúsica» pelo padre AntónioCartageno.

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* Coimbra - Conservatório deMúsica de Coimbra - EncontroNacional de Leigos com o mote"Cultura do Encontro na Igreja e noMundo Contemporâneo" epromovido Conferência Nacional deAssociações de Apostolado dosLeigos. * Coimbra - Alvaiázere - Festivaljovem diocesano da canção. * Coimbra - Encontro de formaçãopromovido pelo SecretariadoNacional Alpha.* Lisboa - Rio de Mouro (21h30m) -Encontro da Pastoral Social davigararia de Sintra sobre «A Fé atuapela caridade» presidida por D.Manuel Clemente. * Porto - Casa de Vilar - Encontroanual das Associações, movimentose obras laicais da diocese do Porto. * Viseu - Aula Magna do CampusUniversitário de Viseu do InstitutoPiaget - Congresso«Empreendedores locais». * Fátima - Assembleia Nacional doRenovamento Carismático. (16 e17)* Fátima - Assembleia geral daCáritas Portuguesa. (16 e 17)* Açores - Ilha Graciosa - VisitaPastoral de D. António Sousa Bragaà Ilha Graciosa. (16 a 21)

Dia 17* Lisboa - Monumental (Sala 4) - Leitura das «Confissões de SantoAgostinho» por Gérard Depardieu. * Fátima - Acção de formação parajovens e animadores sobre «Umcoração amado...» promovida pelaJuventude Doroteia.* Fátima - Basílica da SantíssimaTrindade (11h00) - Cerimónia daentrega da «Luz da Paz», no âmbitoda operação natalícia desolidariedade «10 Milhões deEstrelas – Um Gesto pela Paz». * Setúbal - Quinta do Conde -Assembleia diocesana da LigaOperária Católica.* Setúbal - Dia do Semináriodiocesano.* Braga - Abertura solene dosseminários. * Leiria - Seminário diocesano - Retiro para casais com o tema «Avocação ao amor». * Aveiro - Sé (16h00m) - Ordenaçãode novos presbíteros.* Fátima - Peregrinação dosbombeiros de Albufeira (Algarve) aoSantuário de Fátima. * Portalegre - Sertã - Assembleiadiocesana das ConferênciasVicentinas. * Lisboa - Colégio de São João deBrito (15h30m) - Concerto pelosorganistas Piet Cnossen e AntónioDuarte, titular do órgão da Sé deLisboa.

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Ano C - 33.º Domingo do TempoComum

Retomar a fécomentusiasmo

O Evangelho deste trigésimo terceiro domingo dotempo comum oferece-nos uma reflexão sobre opercurso que a Igreja é chamada a percorrer, até àsegunda vinda de Jesus. No meio de dificuldades eperseguições, mas sempre com a ajuda e a força deDeus, os discípulos em caminhada na história sãochamados a comprometer-se na transformação domundo, de forma a que a velha realidade desapareçae nasça o Reino de Deus.Jesus apresenta sinais do fim do mundo. “Há deerguer-se povo e reino contra reino. Haverá grandesterramotos e, em diversos lugares, fomes eepidemias”. No nosso tempo, descobrirmos tambémsinais semelhantes a estes. Há epidemias como a sidae graves atentados à vida e à dignidade humana.Muitas coisas podem servir para manipular o medo e aangústia das pessoas. Há toda uma panóplia deseitas. Até no cristianismo vemos surgir regularmenteaparições de várias espécies, somente poucas delasreconhecidas pela Igreja.O “regresso do religioso” toma muitas vezes a formade procura de sinais milagrosos, de predições sobretudo e sobre nada. Hoje não faltam magos, adivinhos,cartomantes, astrólogos e gurus de toda a espécie.Quem nunca leu um horóscopo? O esoterismo está namoda.

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E, para tranquilizar a consciência,até se procura apoio para isso naspalavras de Jesus. Mas Jesus adverte-nos: “Tendecuidado; não vos deixeis enganar,pois muitos virão em meu nome edirão: ‘sou eu’; e ainda: ‘O tempoestá próximo’. Não os sigais”.Em São Mateus, precisa mesmo:“surgirão falsos Cristos e falsosprofetas, que produzirão grandessinais e prodígios, a ponto deabusar, mesmo os eleitos”. SãoPaulo diz também que Satanás sedisfarça em anjo de luz.Somos convidados a resistir a estastentações de andar atrás de sinaisestranhos e mirabolantes. O nossofuturo não está inscrito nem nosastros, nem nas cartas, nem naslinhas da mão. O nosso futuro, jáassumido no presente, está emJesus.Queremos sinais? Só temos um: a

morte e a ressurreição de Jesus,que nos são dadas em cada Eucaristia e que são a prova últimae definitiva do amor de Deus pornós. É verdade que este sinal só sepode reconhecer na fé. O próprioJesus se questionou: “O Filho doHomem, quando vier, encontrará afé sobre a terra?”A nossa primeira preocupação deveser vivificar a nossa fé, reencontrara intimidade com Jesus: “Jesus, eucreio, mas aumenta a minha fé!”Que assim seja nesta última semanado Ano da Fé. Procuremos retomaro dom da fé com entusiasmo e comtoda a coragem de a testemunharnos lugares e espaços quehabitamos.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h22Domingo, dia 17 - Peloscaminhos da fé: peregrinar àTerra Santa RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 18 -Entrevista ao cónego SenraCoelho e e Francisco ManuelSalvador sobre os Cursilhosde Cristandade, próximocoordenador mundial doMovimento.Terça-feira, dia 19 -Informação e apresentação das publicações da Paulusno Ano da FéQuarta-feira, dia 13 - Informação e apresentação daspublicações da Principia no Ano da FéQuinta-feira, dia 14 - Informação e apresentação daspublicações das Paulinas no Ano da FéSexta-feira, dia 15 - Apresentação da liturgia dominicalpelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes Antena 1Domingo, dia 17 de novembro, 06h00 - Peregrinaçãoà Terra Santa: uma proposta do Comissariado daTerra Santa em Portugal. Segunda a sexta-feira, dias 18 a 22 de novembro -Iniciativas que assinalaram o Ano da Fé.

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No dia 15 de novembro, a Universidade Católica deLisboa acolhe a celebração conclusiva doencerramento do ano da fé, presidida por D. NunoBrás, uma oportunidade para refletir a possívelcontinuidade de reflexão sobre este tema após otérmino do ano proposto pelo Vaticano. No mesmo dia,a UCP recebe também o lançamento da obra “Sim,cremos”, da autoria de Isidro Lamelas. Nos dias 16 e 17, a Cáritas Portuguesa vai reunir oConselho Geral, em Fátima, para aprovar a suaestratégia para o triénio 2014-2016. A organizaçãoconvida os católicos e a sociedade em geral acontrariar “quaisquer manifestações” de desigualdadee de exclusão, num momento em que é imprescindívela solidariedade para minorar os efeitos da crise. De 19 a 22 de novembro, o Vaticano vai promoveruma Assembleia Plenária do Conselho Pontifício paraas igrejas Orientais, subordinado ao tema: “As IgrejasOrientais católicas 50 anos depois do concílioecuménico Vaticano II”, com a participação do PapaFrancisco. Esta assembleia surgirá como oportunidadepara discutir as reais possibilidades de paz a Síria,Terra Santa e Médio Oriente. Para a conclusão do Ano da Fé, o Papa Francisco irávisitar, no próximo dia 21 de novembro, o mosteiro declausura das monjas camáldulas, onde terá momentosde oração.

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Moçambique teme o regresso da guerra civil

Dias de medoOs tambores da guerra voltarama fazer-se escutar. Escaramuçasmilitares entre forçasgovernamentais e membros daRenamo fazem temer o pior. Aisso soma-se uma onda deraptos nas principais cidades. AIgreja pode ser a única entidadecapaz de fazer as pontesnecessárias para a paz. Masdebate-se com a falta desacerdotes. Vamos ajudar? Moçambique é um dos mais pobrespaíses do mundo. Vinte e um anosdepois dos acordos de paz quepuseram fim a quase duas décadasde guerra civil, notícias de ataquese escaramuças militares entreforças governamentais e elementosligados à Renamo fazem antever opior.Moçambique vive dias inquietos. Asnotícias multiplicam-se a cada diaque passa e ganham umasonoridade ainda mais preocupantepor causa da onda de raptos quetem assolado o país.Moçambique arrisca-se, assim, acontinuar a ser um país pobre, comuma taxa de iliteracia superior a 50% e uma das mais

elevadas percentagens de infecçãopelo vírus da Sida.A guerra civil foi desastrosa: mais de1 milhão de mortos, milhão e meiode refugiados. Nos 17 anos deconflito, quase 10 milhões demoçambicanos perderam as suashabitações. Também asinfraestruturas do país foramdestroçadas: estradas, escolas,hospitais. Nada escapou.

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Falta de padresAcusada de ter colaborado com oregime colonial, a Igreja Católica foialvo de ataque generalizado desdea independência. Sacerdotes emissionários tiveram apenas 48horas para abandonar o país.Muitas comunidades cristãs ficaramsem pastor. Os ataques contra aIgreja foram generalizados. Mas aIgreja, apesar de perseguida,continuou o seu trabalho em favordas comunidades mais

desfavorecidas. Hoje, todos olhampara a Igreja como sendo, talvez, aúnica entidade capaz de fazerpontes, de ter palavras deesperança, de ser agente de paz.Um dos problemas com que sedepara a Igreja Católica emMoçambique é a enorme falta desacerdotes. D. Lúcio Muandula,presidente da ConferênciaEpiscopal de Moçambique,reconhece que este é o maiordesafio que se coloca ao seu país:“A nível nacional, o número desacerdotes diocesanos locais rondaentre os 200 e os 250.Conseguimos cobrir razoavelmentea parte do litoral, mas o interior estádesprovido da presença desacerdotes e de religiosos”.A formação de padres é essencial. AIgreja de Moçambique pede a ajudada Fundação AIS para esta tarefa.Em causa está a guerra ou a paz,está o futuro de Moçambique.

PA | Departamento de Informação| www.fundacao-ais.pt

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LUSOFONIAS

Não podes multiplicar o pão,deves dividi-lo!

Tony Neves

Dizem os relatórios que os bens alimentaresproduzidos na terra são mais que suficientespara que todos os habitantes do mundo tenhamo seu ‘pão nosso de cada dia’. Mas os mesmosdocumentos mostram que são milhões os quepassam fome ou sofrem de desnutrição grave.Como pode acontecer isto?A resposta é simples, ou, pelo menos, podemossimplifica-la: o problema do mundo não é aprodução de alimentos; o problema do mundoestá na sua desigual e injusta distribuição. Porisso, encontrada a chave da questão, há que sercoerente e resolver este drama que afectamilhões e milhões de pessoas por esse mundoalém. Como diz o slogan de promoção do BancoAlimentar contra Fome, não é preciso fazer omilagre da multiplicação dos pães, mas o milagreda sua justa divisão. É isso mesmo e é por aíque temos de investir.Para pôr fim à tragédia da fome e subnutrição,há muitas propostas de solução, que vão daspolíticas de extrema direita às da extremaesquerda. O ponto de partida é o memo: háfome! Os meios de combate apontados é quesão divergentes: uns acham que é preciso fazerum combate estrutural, mudando as políticas dedistribuição de riqueza e as formas de governar,retirando aos ricos para dar aos pobres; outrosacham que há medidas sociais a implementarpara reduzir o fosso entre ricos e pobres; outrosconsideram suficiente

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corrigir as assimetrias através deentidades como os BancosAlimentares e como os movimentossociais que querem aproveitar o quesobra dos restaurantes.Verdade seja dita, um problemadesta dimensão exige que secruzem todas as formas de criarmais igualdade social, mais justiça emais fraternidade. Como cristão,estou convencido de que a DoutrinaSocial da Igreja é a proposta maiseficaz para combater todos osproblemas que resultam dasrelações injustas

entre as pessoas e os povos.Por um lado, há a afirmação de quea propriedade privada está sujeita ádestinação universal dos bens. Poroutro lado, há a convicção de que,enquanto não tomarmos a sério ofacto de que somos todos irmãos,não vamos a lado nenhum. Afraternidade será sempre decisivapara a resolução dos problemasligados à injustiça social. Com amor,não há montanha que não caia, nãohá problemas sem solução. E temosa garantia de que o Amor não acabanunca!

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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«A sociedade edifica-se a partir desta colaboração entre asdimensões masculina e feminina. Em primeiro lugar, na suacélula básica, a família. É esta quem garante a renovação dasociedade através da geração de novas vidas e assegura oequilíbrio harmonioso e complexo da educação das novasgerações. Por isso, nunca um ou mais pais podem substituiruma mãe, e nunca uma ou mais mães podem substituir umpai».(Conferência Episcopal Portuguesa, 14 de Novembro de 2013)

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