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Novembro 2019 hps://www.pauldoboquilobo.pt/ Boas Prácas Culturais na Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo

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Novembro 2019

h�ps://www.pauldoboquilobo.pt/

Boas Prá�cas Culturaisna Reserva da Biosferado Paul do Boquilobo

Page 2: New Boas Prácas Culturais na Reserva da Biosfera do Paul do … · 2020. 1. 7. · A Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo (RBPB) é uma Reserva da 1ª Geração, classificada
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A Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo (RBPB) é uma Reserva da 1ª Geração, classificada desde 1981 pela Unesco, tendo sido a nível nacional a primeira área portuguesa a ser integrada na Rede Mundial de Reservas da Biosfera.Localizada no distrito de Santarém, a RBPB distribui-se entre dois concelhos, Golegã e Torres Novas, a que correspondem duas regiões, O Alentejo e o Centro, bem como duas sub-regiões, a Lezíria do Tejo e o Médio Tejo.Ocupando os concelhos de Torres Novas e Golegã, a RBPB desenvolve-se sobre uma área de 5.896 ha integrando as localidades de Golegã, Riachos, Azinhaga, Pombalinho e Boquilobo, abrangendo uma população total de 8.450 habitantes.

Desde 1981 que a Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo é considerada pela UNESCO como Reserva da Biosfera.Esta foi a primeira área portuguesa a integrar a Rede Mundial de Reservas da Biosfera, sendo reconhecida como uma amostra representa�va de um ecossistema terrestre onde se procuram formas de conciliar a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável.

Em 1996, foi também considerada uma Zona Húmida de Importância Internacional ao abrigo da Convenção de Ramsar. Desde 1999, devido à sua importância para a avifauna, está também classificada como uma Zona de Proteção Especial de acordo com a Dire�va n.º 2009/147/CE.A figura de Reserva da Biosfera contribui em simultâneo para a conservação dos valores naturais, favorecendo a conservação da paisagem, dos ecossistemas e das espécies, fomentando o equilíbrio entre a natureza e o desenvolvimento social, cultural, e económico, promovendo o desenvolvimento sustentável.

A RBPB encontra-se dividida em três zonas dis�ntas, com caracterís�cas e funções especificas:

Zona Nuclear - é uma zona cuja função principal é a da conservação da biodiversidade.

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Caracterização da RBPB

Imagens gen�lmente cedidas peloArq. Fernando Pereira do ICNF

e Carlos Paula Simões

Autoria: AgrotejoEdição: AgroInov, "Boas Práticas Culturais na Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo", AlcobaçaTiragem: 200 exemplaresImpressão e acabamento: Netcópia, centro de impressão, fotocopias e Produção de publicidadeData de impressão: Novembro de 2019ISBN: 978-972-8785-13-0http://www.cothn.pt/

Ficha Técnica

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Corresponde às àreas de proteção total e proteção parcial da Reserva natural do Paul do Boquilobo que foi adquirida pelo Estado. Carateriza-se por englobar, maioritariamente áreas permanentemente inundadas enquadradas por formações vegetais naturais e seminaturais, de acesso restrito, des�nadas à conservação da natureza e inves�gação cien�fica tendo importantes funções no controle de cheias durante o inverno e armazenamento de água durante o es�o.

Zonas Tampão - zonas estabelecidas no entorno da zona nuclear com obje�vo de minimizar o impacto sobre estas e promover a qualidade de vida das populações, especialmente as comunidades tradicionais. Acompanha os principais curso de água valorizando a mata ribeirinha como elemento de biodiversidade e valorização paisagís�ca. Salvaguarda a existência das alvercas e da vegetação associada e outras áreas de interesse em termos de conservação da natureza. São zonas fundamentais em termos da circulação hídrica funcionando como corredores ecológicos para diversas espécies. Contribuem para a manutenção e valorização da paisagem como fator de iden�dade do território. Correspondem ainda a áreas de interesse sócio ambiental, áreas temporariamente inundadas ou não inundáveis, com formações vegetais naturais e seminaturais ou povoamentos de folhosas diversas. Estão principalmente vocacionadas para a produção florestal e pastagens, sem prejuízo de abrangerem também zonas agrícolas facilmente inundáveis. São espaços privilegiados para o desenvolvimento de a�vidades lúdicas ligadas ao usufruto dos valores naturais e também ao desenvolvimento de a�vidades ligadas à educação ambiental. Estas áreas poderão potenciar o desenvolvimento de determinadas a�vidades artesanais como a recolha de plantas aromá�cas ou medicinais ou a cestaria.

Zonas de Transição - Áreas agrícolas, nas quais a u�lização do solo e da água tem em conta a sustentabilidade dos recursos naturais com especial enfase nos recursos hídricos e as repercussões sobre as zonas anteriores.

Pretende-se que estas zonas sejam modelos exemplifica�vos da compa�bilização dos valores naturais com a manutenção de uma agricultura inovadora e economicamente

Em termos agrícolas, os agentes, têm uma perspe�va de criação, manutenção e sustentabilidade económica, social e ambiental, tendo como desafio uma nova ruralidade em que a par da compe��vidade do setor, se garanta a valorização ambiental, a diversificação da economia, a inclusão social e a preservação da ruralidade.De referir que os agricultores fazem parte de Organizações de produtores (através da Agrotejo e Agromais) que integram o novo órgão de gestão da Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo, estando assim salvaguardadas ações de sensibilização para um modelo de desenvolvimento agrícola sustentável que tenha em conta a u�lização dos recursos naturais de forma eficiente.

Caracterização da RBPB

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A gestão agrícola na RBPB

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compensadora. O facto destas zonas estarem incluídas dentro dos limites da Reserva da Biosfera representa um fator de diferenciação pela posi�va dos produtos agrícolas dando-lhes um cunho de qualidade.Incluí também aglomerados urbanos que representam marcas na ocupação humana destes territórios, tanto na atualidade como em termos históricos.

As principais ac�vidades económicas desenvolvidas dentro da RBPB estão directamente ligadas com o sector primário de nossa economia - A agricultura.A zona por onde a RBPB se desenvolve é uma zona excepcional para o desenvovimento da prárica agrícola devido à elevada qualidade dos solos (aluviões) e à grande disponibilidade de recursos hídricos. Historicamente, as populações desta região sempre es�veram in�mamente ligadas à ac�vidade agrícola, progredindo até os dias de hoje esta relação. Toda a ac�vidade agrícola desenvolve-se na Zona de Transição da RBPB segundo normas de boas prá�cas agrícolas e ambientais, usufruindo e capitalizando a biodiversidade presente nas Zonas Nuclear e Tampão.

Mapa de Zonamento da RBPB

Sem prejuízo do disposto na legislação comunitária e nacional rela�vamente ao ambiente, as parcelas agrícolas e os agricultores tem em consideração os seguintes aspetos:

01. Cobertura vegetal das parcelas;02. Faixa de limpeza e proteção das parcelas;03. Manutenção do olival;04. Alteração do uso das parcelas de pastagem permanente;05. Manutenção de elementos da paisagem;06. U�lização dos recursos hídricos;07. Controlo da vegetação lenhosa espontânea no povoamento de sobreiros 08. Faixa de proteção nas parcelas adjacentes a massas de água.09. Gestão de resíduos de produtos fitofarmacêu�cos;10. Gestão de óleos usados resultantes da a�vidade agrícola;11. Armazenamento de produtos fitofarmacêu�cos;12. Armazenamento de fer�lizantes;13. Descarga de substâncias perigosas nas águas subterrâneas.14. Diversificação de culturas15. Manutenção dos prados permanentes16. Manutenção de super�cies de interesse ecológico

Complementarmente, nesta zona, uma área significa�va da produção agrícola, está incluída em referenciais voluntários de cer�ficação, nomeadamente:

I. Conservação do soloII. Uso eficiente da água na agriculturaIII. HACCPIV. Global GAPV. Produção Integrada

Caracterização da RBPB

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A gestão agrícola na RBPB

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A gestão prudente e eficiente do ambiente é uma tarefa exigente, mas também oferece grandes oportunidades a longo prazo. Por isso, a RBPB assume este desafio como um elemento estratégico do desenvolvimento da Região. Uma vez que a RBPB tem, na ocupação do território, uma vasta área agrícola, terá ainda em conta uma perspe�va mul�funcional com os seguintes obje�vos: a) Promover sistemas de produção agrícola e florestal economicamente compe��vos e ambientalmente sustentáveis, com valorização dos recursos hídricos; b) Viabilizar sistemas de ocupação e uso do solo valorizadores dos recursos naturais, paisagís�cos e patrimoniais das zonas rurais, nomeadamente com o desenvolvimento de a�vidades agroambientais orientadas para a conservação da natureza e da biodiversidade através do ordenamento do espaço rural;

c) Incen�var a diversificação e reforço do tecido económico e social desta zona rural e com o aumento da qualidade de vida das populações e o aumento da atra�vidade do território.d) Manter as a�vidades agrícolas de �po agro-comercial, aliando a compe��vidade num mercado alargado e concorrencial, mas atendendo sempre ao respeito pelo ambiente e pelo bem-estar animal.

Zonas de Transição da Reserva (ZTR) – Áreas Agrícolas

Releva-se o elevado peso da terra arável (mais de 2/3 da Super�cie Agrícola Ú�l (SAU) e, entre as culturas anuais, salientam-se os cereais (principalmente, milho), que ocupam 40% da SAU, embora a batata, as culturas hor�colas extensivas e as culturas industriais tenham também um peso bastante significa�vo (12%). Em termos de especialização produ�va, dominam as explorações especializadas em arvenses, hor�cultura extensiva ou outras culturas extensivas (metade da SAU).

O regadio ocupa mais de 80% da SAU, com peso muito superior na terra arável.Preconiza-se para estas zonas, a u�lização por parte dos agricultores de boas prá�cas agrícolas e ambientais que assegurarem que todas as terras agrícolas, especialmente as que não são u�lizadas para fins produ�vos, sejam man�das em boas condições agrícolas e ambientais, procurando-se ainda evitar o seu abandono. As Boas Condições Agrícolas e Ambientais estão organizadas de acordo com os seguintes obje�vos:

01. Erosão, matéria orgânica e estrutura do solo;02. Nível mínimo de manutenção 03. Proteção e gestão da água.

A gestão agrícola na RBPB

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A gestão agrícola na RBPB