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ARRANJO PRODUTIVO LOCAL COMO ESTRATÉGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DO SETOR DE PISCICULTURA NO MUNICÍPIO
DE PIMENTA BUENO – RO1
Leandra Felicio Firmino2
RESUMO: Este artigo analisa a contribuição do arranjo produtivo local para o desenvolvimento do setor de piscicultura no município de Pimenta Bueno, Rondônia. Seu aspecto teórico define APL destacando suas características de formação e estrutura, apresenta as forças competitivas de Porter e traz informações a respeito da influência que o APL exerce proporcionando o desenvolvimento local e rural. Descreve importantes conceitos a respeito da piscicultura, aquicultura e da pesca, divulgando também dados do cenário atual destes setores. Com o intuito de aumentar o conhecimento a respeito do assunto, a pesquisa tem caráter qualitativo e vem apresentando dados obtidos por meio exploratório e descritivo. O método adotado é o dedutivo, fazendo uso de bibliografias especializadas, de levantamento documental e de entrevistas estruturadas. As perguntas abertas foram direcionadas aos órgãos de apoio e aos produtores de maior destaque do APL. Dessa forma, foi possível proceder ao confronto teórico conceitual com a realidade rural vivida pelos produtores. A análise das informações coletadas permitiu conhecer o início do APL e da atividade piscícola em Pimenta Bueno, apresentando o ambiente do setor pesqueiro por meio de suas forças competitivas, identificando-se dessa forma os fatores que interferem positivamente e negativamente no desenvolvimento do arranjo. Por meio da pesquisa verificou-se a necessidade de maior infraestrutura para que a piscicultura permaneça em evolução. Possibilitou também demonstrar as contribuições que atuam sobre o setor, confirmando a importância deste tipo de estratégia para a piscicultura em Pimenta Bueno e constatando que o fato de vários atores estarem em consonância proporciona o crescimento social e econômico dos envolvidos no negócio e por consequência promove o crescimento do setor.
PALAVRAS-CHAVE: Arranjo Produtivo Local; Piscicultura; Desenvolvimento Local; Forças
Competitivas.
INTRODUÇÃO
As organizações não conseguem operar individualmente, estão incluídas no
ambiente onde atuam em uma relação de interdependência mútua. Dessa forma,
surge a estratégia de abordagem de arranjos produtivos locais (APLs) como
ferramenta básica de estudos e ações voltadas para promover aglomerações de
1 Artigo de Conclusão de Curso apresentado a Fundação Universidade Federal de Rondônia, Campus Professor Francisco Gonçalves Quiles como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob orientação do Prof. Ms. Adriano Camiloto da Silva. 2 Acadêmica do VIII período de Administração. Email: [email protected].
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empresas especializadas e concentradas geograficamente e por meio disso
proporcionar o desenvolvimento local.
Nesse contexto da estratégia do APL para o estudo do setor pesqueiro é
importante relacionar alguns fatores que vêm incentivando a produção de peixes em
cativeiro:
a) fator geográfico do território brasileiro: grandes estados desprovidos de
litoral e com potencial para o agronegócio;
b) fator comportamental: a mudança de hábitos de alguns consumidores,
que vem se conscientizando da necessidade de uma alimentação mais saudável;
c) fator político: políticas públicas estão sendo implantadas incentivando a
produção, como a criação do Ministério de Pesca e Aquicultura em 2009 e o plano
safra implantado em 2013 exclusivamente para o setor aquiculturista.
Mesmo com um cenário favorável para o setor aquiculturista, é necessária a
aplicação de estratégias competitivas efetivamente capazes de fortalecer a atividade
como um todo, ou seja, por meio da vantagem competitiva proporcionar crescimento
social e econômico para os envolvidos no negócio.
No Brasil diversos arranjos voltados para o desenvolvimento local têm
possibilitado melhorias na qualidade de vida da população inclusive para os atuantes
na aquicultura do país. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE, 2008a), o negócio da aquicultura beneficia o Brasil
apresentando-se como uma atividade alternativa à prática extrativista, que tem
ultrapassado seus limites sustentáveis, e revela-se como uma opção interessante
para empreendedores de todos os portes.
Rondônia possui um grande destaque econômico no agronegócio brasileiro,
em sua maioria fortalecida pela agricultura familiar; sua piscicultura se expande à
medida que o extrativismo pesqueiro diminui, ou seja, a produção em cativeiro tem
se tornado uma cultura econômica potencial no Estado.
Segundo Castro et al. (2011) o arranjo produtivo na piscicultura traz à tona
uma gestão mais coordenada e vantajosa, pois sua influência sobre a produtividade
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se dá por meio do acesso a insumos e a pessoal especializado; acesso a
informações técnicas e de mercado acumuladas dentro do arranjo; pela facilitação
das complementaridades entre as atividades dos diferentes participantes, acesso a
instituições e bens públicos, que colaboram resolvendo ou atenuando conflitos e
facilitam a avaliação de desempenho.
A implantação dessa estratégia para um pólo municipal é um grande desafio,
pois seus componentes devem estar interligados e aptos à cooperação visando o
desenvolvimento da atividade. Em Pimenta Bueno, o arranjo produtivo local se
destaca como uma ferramenta estratégica de desenvolvimento capaz de promover
concentrações geográficas e econômicas na piscicultura levando ao notável
crescimento da produção. Com base nas informações mencionadas, questiona-se:
como o APL contribui para o desenvolvimento do setor de piscicultura no município
de Pimenta Bueno, estado de Rondônia?
A pesquisa tem por objetivo geral analisar a contribuição do APL para o
desenvolvimento do setor de piscicultura no município em estudo. E como objetivos
específicos: descrever as ações que contribuiram para o surgimento do APL;
descrever as forças competitivas que atuam sobre o setor pesqueiro; identificar os
fatores que interferem no desenvolvimento do arranjo produtivo local de piscicultura
do municipio em estudo e também demonstrar as principais contribuições do APL
para o setor em estudo.
A relevância do tema se dá pela significativa influência do agronegócio sobre
a economia brasileira inclusive no estado de Rondônia. Segundo a Secretaria de
Planejamento e Coordenação Geral (SEPLAN, 2010), o agronegócio representa
uma parte significativa do PIB do estado sendo a agropecuária responsável por
21,5% do seu valor adicionado. Este fato traz consigo o aumento da competitividade,
a necessidade de incentivar as demais atividades como a piscicultura e a exigência
de que tecnologias sustentáveis sejam aplicadas de forma coletiva, desestimulando
dessa forma os métodos empíricos de trabalho e gestão tão comuns para este setor.
À nível de Brasil, muitos estudos são encontrados a respeito do APL, porém
em Rondônia poucos dados científicos são divulgados sobre o tema, por isso a
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pesquisa traz um suporte científico balizado pela fundamentação teórica a respeito
da APL tendo como referência diversos autores. Por meio dos dados apresentados
em relação à piscicultura e da aquicultura, a pesquisa incorpora à Universidade o
conhecimento a respeito de uma estratégia teórica administrativa vista em
bibliografias, comparada com a atividade real do piscicultor.
Este estudo é de suma importância a todos os componentes da cadeia da
atividade e para a sociedade como um todo, podendo ser utilizado como ferramenta
na construção de sistemas agroalimentares eficientes. Traz também a oportunidade
de pequenos e médios produtores rurais adquirirem maiores informações sobre o
uso dos recursos naturais, na forma economicamente viável e socialmente justa.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo apresenta o estudo de conceitos definidos por diversos autores
a respeito da estratégia do arranjo produtivo local. Apresenta também enfoque no
tema estratégia destacando as forças competitivas de Porter. São expostos
aspectos a respeito do desenvolvimento local e rural, e expressos os conceitos de
piscicultura, aquicultura e pesca, divulgando dados a respeito do cenário atual
destes setores.
1.1 ARRANJO PRODUTIVO LOCAL Segundo Lastres, Cassiolato e Maciel (2003) a abordagem dos arranjos
produtivos pode ser definida como sistemas produtivos e inovativos locais, onde a
interdependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação,
cooperação e aprendizagem, com potencial de gerar o incremento da capacidade
inovativa endógena, da competitividade e do desenvolvimento local.
Para Araújo (2007), os arranjos produtivos locais significam a maneira como
todos os agentes de determinadas cadeias produtivas se organizam e se inter-
relacionam, inclusive com outras cadeias produtivas, em determinado espaço e
território, entende-se dessa forma que o APL deve ser coordenado e integrado.
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Mattos (2008) apresenta outra contribuição, definindo o APL como uma
política de promoção econômica, um instrumento de planejamento das ações de
âmbito local, e sua atuação pretende complementar a capacidade técnica municipal
para a gestão de políticas públicas principalmente em governos locais com reduzida
capacidade econômica e administrativa. Ao sucesso dos APL’s se seguirá a
valorização dos municípios envolvidos.
1.1.1 Formação e estrutura
Mattos (2008) evidencia que a constituição dos arranjos produtivos locais e
as propostas recentes de organização local para implementação de políticas
públicas apresentam-se como um meio para esclarecer o debate a respeito da
complexidade da gestão dessas políticas, complexidade essa relacionada com a
definição da unidade de gestão adequada; dos agentes responsáveis pela
implementação da política e da divisão de responsabilidades entre esferas de
governo e a sociedade, na medida em que essa definição favorece a ordenação das
ações e a composição dos diferentes interesses.
Segundo Silva (2009) a formação e união das associações, cooperativas e
as entidades parceiras, é o início para que sejam formadas as alianças; e dessa
forma, estruturar um APL nas regiões onde tem o poder de se expandir, de maneira
que esse conjunto estrutural já forma o início do projeto.
Silva (2009) também apresenta as fases do processo de formação de
arranjos cooperativos: em primeiro é a decisão de formar um arranjo cooperativo,
depois a decisão sobre o parceiro, em terceiro a decisão sobre a estrutura do arranjo
e por último a dinâmica evolutiva da parceria.
Chiochetta (2005) apresenta também uma sequência de possíveis ações as
quais possam ser utilizadas para identificação e implementação de um APL:
a) identificação das potencialidades do setor;
b) a análise do ambiente;
c) construção de cenários;
d) definição da área;
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e) elaboração do plano de ação;
f) a gestão e desenvolvimento;
g) a avaliação.
Para Vecchia (2006), em geral, a formação dos APLs está vinculada a
aspectos tanto históricos de identificação, como territoriais, de âmbito regional ou
local, a partir de uma mesma base socioeconômica. Dependendo da estrutura
setorial do arranjo em questão, as aglomerações podem apresentar diferentes
configurações produtivas, institucionais e organizacionais específicas às regiões, tal
como agentes de diversos tamanhos de um ou mais setores da atividade econômica
e a presença de organizações tecnológicas e de coordenação, caracterizando
estruturas com diversos graus de densidade.
Chiochetta (2005) apresenta as condições importantes para a estrutura do
APL, conforme figura 1:
Fig. 1: Condições para Estrutura do APL Fonte: Chiochetta (2005). Adaptado pelo autor.
É importante observar todas as variáveis existentes para a formação de um
APL, como território, demanda e mercado, tanto no ambiente interno quanto no
ambiente externo, pois ambos influenciam na tomada de decisão.
A aplicação ou formação da estratégia do APL pode ser comparada a
formulação de uma estratégia competitiva. “A essência da formulação de uma
estratégia competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente”
(PORTER, 2004, p. 03). Cada ambiente empresarial possui sua particularidade, no
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agronegócio isto não é diferente, por isso é impossível a aplicação e estruturação de
um APL desconsiderando as oportunidades e ameaças que surgem. Essas
influências do mercado são exercidas pela economia, leis, parceiros, política,
demografia e pela sociedade.
Para Nicolau, Enderle e Cário (2005, p.117):
Os tipos de estrutura dos APLs caracterizam-se pelas formas de governança em que a diversidade de coordenação é dada e pelo grau de complementaridade na divisão do trabalho. Essas duas categorias influenciam substancialmente a intensidade das interações locais, variando de sistemas pouco complexos de baixa complementaridade e governança difusa até sistemas mais densos com complementaridades fortemente constituídas e com modos de governança bem definidos. No mesmo sentido, a dinâmica interna dos arranjos é complementada pela estrutura e dinâmica de aprendizagem.
Todas as características observadas são vantajosas para a política social
quando são estruturadas formando um elo na cadeia produtiva. Segundo Camelo et
al. (2008) o apoio aos arranjos produtivos locais é fruto de uma nova percepção de
políticas públicas de desenvolvimento, em que o local passa a ser visto como um
eixo orientador de promoção econômica e social. Seu objetivo é orientar e coordenar
os esforços governamentais na indução do desenvolvimento local, buscando-se, em
consonância com as diretrizes estratégicas do governo, a geração de emprego e
renda e o estímulo às exportações.
1.2 FORÇAS COMPETITIVAS Porter (2004) relata que embora o meio ambiente seja muito amplo,
abrangendo tanto forças sociais como econômicas, o aspecto principal do meio
ambiente da empresa é a indústria ou as indústrias em que ela compete. Portanto
para formulação da sua estratégia competitiva as organizações devem estar
relacionadas ao espaço em que atuam.
Para Porter (1989) o potencial de lucro de uma organização, bem como a
formulação de suas estratégias depende da intensidade da concorrência no
ambiente competitivo de uma indústria. A concorrência em um determinado setor
não abrange apenas os sujeitos participantes, pelo contrário, existem forças
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competitivas que vão além dos atuais concorrentes. O estado de concorrência em
uma indústria depende, segundo o autor, de cinco forças competitivas conforme
apresentado na figura 2.
Fig. 2: Forças competitivas de Porter Fonte: Porter (2004)
Para compreender a atratividade e as possibilidades da organização é
necessário fazer a análise do setor de atividades, para que por meio desta, sejam
identificadas as fontes de vantagens competitivas.
Oliveira (2008) traduz o esquema de Porter apresentando características de
cada força competitiva: no aspecto ameaça de entrada observa-se que a entrada de
novas empresas em uma indústria acarreta na diminuição da rentabilidade desta. Na
rivalidade entre os atuais concorrentes verifica-se que essa acontece quando uma
ou mais empresas tentam melhorar sua posição no intuito de conquistar uma maior
parcela de mercado. Como ameaça de produtos substitutos, o autor define como
sendo aqueles capazes de desempenhar a mesma função dos produtos de uma
indústria. O poder de negociação dos fornecedores pode ser compreendido como
vários fatores necessários à empresa e que influencia a organização. O poder de
negociação dos compradores é uma grande ameaça a rentabilidade da indústria
quando são capazes de acirrar a concorrência entre as empresas em busca de um
preço mais acessível.
Oliveira (2008) evidencia que essas forças competitivas influenciam no lucro
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final da indústria, ou seja, na sua rentabilidade. Essa influência ocorre quando o
poder de negociação dos compradores interfere no preço que as empresas podem
cobrar por determinado produto ou serviço, enquanto que o poder de barganha dos
fornecedores influencia nos custos das matérias-primas e de outros insumos. De
outro lado, a rivalidade entre concorrentes influencia nos preços, assim como
aumenta os custos para os concorrentes em áreas como: fábricas, publicidade
dentre outros. Já a ameaça de entrada coloca um limite nos preços e modula o
investimento exigido para deter novos entrantes.
Partindo para a gestão estratégica especificamente no agronegócio, Callado
(2006) afirma que uma compreensão mais ampla sobre esta rede de variáveis que
estão relacionadas ao ambiente competitivo do agronegócio torna-se vital para a
elaboração de políticas específicas que criem as condições favoráveis, incluindo
instrumentos legais, financeiros e técnicos a fim de tornar possível o
desenvolvimento de estratégias organizacionais que incorporem os fatores
associados ao risco.
1.3 DESENVOLVIMENTO LOCAL
De acordo com Franco (1998) o desenvolvimento local integrado é entendido
como um novo modo de promover o desenvolvimento, possibilitando, assim, o
surgimento de comunidades mais sustentáveis, capazes de suprir as suas
necessidades imediatas; descobrir ou despertar para valorização de suas
potencialidades e possibilidades; e fomentar o intercâmbio externo, aproveitando-se
de suas vantagens locais.
De uma forma mais filosófica, Oliveira (2001) apresenta duas dimensões a
respeito de desenvolvimento local: a primeira diz respeito ao conceito do
subdesenvolvimento à sua especificidade histórica, isto é, o não desenvolvimento
local é um subdesenvolvimento no sentido forte de que ele é peculiar à periferia do
capitalismo com consequências teóricas e práticas, outra dimensão é a da
cidadania, a qual por sua vez, não é passível de ser mensurada a não ser por
procedimentos tautológicos, que consistem em atribuir-se pontos àquilo que se quer
medir.
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Buarque (2008) define o desenvolvimento local como um processo
endógeno de mudança que leva ao dinamismo econômico e a qualidade de vida da
população em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos.
Para Caldas, Vaz e Martins (2010) a chave para analisar as experiências de
desenvolvimento local em articulação com os processos participativos é considerar
sua incidência no combate à desigualdade. A participação apresentou-se, para parte
das forças políticas que assumiram governos municipais com a redemocratização,
como uma estratégia fundamental para a redistribuição de poder, riqueza e renda.
Uma das prioridades da estratégia atual de desenvolvimento local de acordo
com Cabugueira (2000) é, portanto, o desenvolvimento de territórios com
capacidade competitiva num ambiente em que a incerteza e a turbulência são
grandes. Ele esclarece que para isso é necessário fomentar a inovação, a
capacidade empreendedora, a qualidade do capital humano e a flexibilidade do
sistema produtivo.
Também do ponto de vista da organização e gestão da estratégia do
desenvolvimento, Cabugueira (2000) afirma que há diferença entre a velha e nova
política desenvolvimento regional. De acordo com a primeira, a administração central
do Estado levava de forma rigorosa e centralizada a gestão de política regional
tradicional através do apoio financeiro direto àquelas empresas que cumpriam os
requisitos estabelecidos nas normas dos incentivos. A política econômica local tem
uma gestão descentralizada, que se torna operativa através de organizações
intermédias, das agências que prestam serviços reais.
1.3.1 Desenvolvimento rural
Para Navarro (2001) desenvolvimento rural é como uma ação previamente
articulada que induz (ou pretende induzir) mudanças em um determinado ambiente
rural. A definição do que seja exatamente desenvolvimento rural, em tais ações,
igualmente tem variado ao longo do tempo, embora normalmente nenhuma das
propostas deixe de destacar a melhoria do bem estar das populações rurais como o
objetivo final desse desenvolvimento (adotando indicadores de ampla aceitação). As
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diferenças, portanto, surgem nas estratégias escolhidas, na hierarquização dos
processos (prioridades) e nas ênfases metodológicas.
Para Navarro (2001, p.90):
A recente condensação de demandas sociais centradas em torno da noção de agricultura familiar igualmente tem reforçado esta tendência de reivindicar novos padrões de desenvolvimento rural que incluam mecanismos de repercussão local. A utilização desta noção, no Brasil, esbarra também em outro entrave: uma premissa falsa sobre a qual se sustenta. Por tal premissa argumenta-se que os atores locais já estão devidamente preparados para o desempenho de ações locais ou, quando muito, podem se organizar rapidamente, se estimulados nesta direção.
Estes novos padrões que o agronegócio permeia na tentativa de possibilitar
acima de tudo melhores condições de trabalho aos produtores, também são
apresentados por Veiga (2002), complementando a ideia de que as economias
rurais mais dinâmicas são as polivalentes, e que simultaneamente importam
consumidores de seus atributos territoriais e exploram economias de escala e de
escopo na exportação de seus produtos.
1.4 BENEFÍCIOS DO APL PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
De acordo com Nascimento Filho e Teixeira (2007) a formação dos APLs
possibilita vários benefícios para as empresas integrantes, bem como à região onde
os mesmos se encontram instalados. Assim, podem ser destacadas as seguintes
contribuições: a) conexão com os mercados; b) sustentabilidade; c) inclusão; d)
democratização do acesso aos bens públicos; e) preservação do meio-ambiente; f)
valorização do patrimônio histórico e cultural; g) mecanismo de fortalecimento da
identidade de um território; h) protagonismo local; i) integração com outros atores; j)
mobilização de recursos internos; k) atração de recursos externos; l) transformação
dos concorrentes em aliados; m) capacidade para exportação; n) fácil acesso às
informações; o) fortalecimento da capacidade de inovação; p) programa de crédito
orientado e incentivo; q) acesso às novas tecnologias; r) atração de novas indústrias
para a região; s) apoio contínuo das instituições parceiras.
Nascimento Filho e Teixeira (2007) afirmam que um APL dissemina
conceitos de melhores práticas no âmbito da competitividade, inovação, qualidade e
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produtividade, além de estimular a sinergia entre as empresas com a finalidade de
formação de alianças e associações e a promoção da melhoria técnico-gerencial da
direção das empresas envolvidas.
O SEBRAE (2004) descreve as vantagens de aplicação da estratégia do
arranjo produtivo local:
a) maior eficiência na contratação de mão de obra e relação com
fornecedores;
b) acesso a informações especializadas;
c) externalidades positivas;
d) acesso a instituições e bens públicos;
e) inovação.
As organizações que compõem o APL se fortalecem mutuamente, trazendo
consigo a força do cooperativismo constituindo assim uma fonte de vantagens
competitivas.
1.5 PISCICULTURA, AQUICULTURA E PESCA
O SEBRAE (2008b), afirma que a aquicultura é o processo de produção em
cativeiro, de organismos com habitat predominantemente aquático, tais como
peixes, camarões, rãs, entre outras espécies. Quando se avalia especificamente a
produção de peixes, como subtipo da aquicultura, está se referindo a piscicultura.
É de suma importância apresentar a distinção entre a aquicultura e a pesca:
para o SEBRAE (2008b) a maior diferença entre a aquicultura e a pesca está na
incerteza em relação ao produto final. A atividade de pesca (aquela que extrai da
natureza seu produto final) possui esta característica peculiar: o pescador ou a
empresa de pesca não tem garantias em relação à qualidade e a quantidade do que
irão obter. Assim, a impossibilidade de controle das variáveis que envolvem a pesca
extrativa a tornam uma atividade incerta. São muitos os fatores que, recentemente,
tem aumentado seu índice de incerteza; entre eles, destacam-se a exploração
comercial por grandes empresas, que tem esgotado os estoques naturais de peixes,
bem como ações que impactam negativamente a natureza (como o lançamento de
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resíduos industriais em rios, lagos e no mar) tornando áreas, antes produtivas,
totalmente inabitadas pelas espécies nativas.
Segundo o SEBRAE (2008b) a aquicultura pode ser dividida em marinha e
continental. A aquicultura marinha (também chamada de maricultura) tem como forte
característica a menor possibilidade de controle sobre as condições de produção;
seu manejo é mais complexo e não há a possibilidade de se cultivar os organismos
marinhos de forma integrada com a agricultura o que tem dado a aquicultura
continental um diferencial que a torna um investimento com melhor custo-benefício.
Além disso, o sistema de criação em tanques-rede que proporcionam boa
flexibilidade a aquicultura de água doce também é facilmente aplicável. Pode-se
dizer que o maricultor tem a desvantagem de estar mais a mercê das incertezas da
natureza do que o aquicultor continental.
Garutti (2003) define piscicultura como uma modalidade de aquicultura, ou
seja, o cultivo de peixes pode até significar uma excelente atividade de lazer e
também uma atividade econômica rentável e ainda se transformar em uma medida
eficiente de preservação da natureza.
Furtado (1995) apud3 Siqueira (2004) divide didaticamente, o sistema de
criação aplicado na piscicultura em extensivo, semi-extensivo e intensivo:
a) a piscicultura extensiva é aquela em que o homem interfere o mínimo
possível nos fatores de produtividade realizando o povoamento inicial do corpo
d'água;
b) a piscicultura semi-intensiva é um sistema de exploração em que o
homem interfere em alguns fatores de produtividade;
c) a piscicultura intensiva é o sistema de exploração em que todos os fatores
de produção são controlados pelo homem.
1.5.1 Cenário atual
Conhecer o cenário do setor é de vital importância, pois por meio disso pode
ser estabelecida de forma confiável a estratégia do negócio. O Ministério da Pesca e
3 apud [Lat., “junto a”; “em”] Utiliza-se para citação de citação. (HOUAISS 2001).
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Aquicultura (MPA, 2010) afirma que a produção aquícola brasileira teve início em
1968, quando foram reportadas, por volta de 0,5 toneladas de pescado. Desde
então, a aquicultura nacional tem mostrado crescimento gradual, atingindo o pico de
produção em 2003, com 273.268 t. Após pequena queda nos anos de 2004 e 2005,
a produção retomou o crescimento, registrando os maiores resultados em 2007 e
2008, com 289.050 t e 365.367 t, respectivamente.
O MPA (2012) apresenta outros resultados importantes para o setor,
segundo informações coletadas, a produção mundial de pescado (proveniente tanto
da pesca extrativa quanto da aquicultura) atingiu aproximadamente 146 milhões de
toneladas em 2009 e 142 milhões de toneladas em 2008. Os maiores produtores em
2009 foram a China com aproximadamente 60,5 milhões de toneladas, a Indonésia
com 9,8 milhões de toneladas, a Índia com 7,9 milhões de toneladas e o Peru com
cerca de 7 milhões de toneladas. O Brasil, neste contexto, contribuiu com 1,2
milhões toneladas em 2009, representando 0,86% da produção mundial de pescado,
ou seja, em comparação com o mercado mundial o Brasil ainda representa uma
pequena parte da produção de pescado.
De acordo com o MPA (2012) a produção aquícola nacional de origem
continental aumentou de forma significativa no triênio 2008-2010, resultado de um
incremento de aproximadamente 40% durante este período. Na transição de 2009
para 2010, embora tenha sido menos acentuado, o crescimento da produção
também foi verificado, registrando-se um incremento de 16,9%, quando a produção
passou de 337.353 t em 2009 para 394.340 t. Estes dados numéricos podem
representar possíveis investimentos no setor que resultam na evolução da produção
aquícola dos últimos anos.
O estudo do MPA (2010) afirma que seguindo o padrão observado nos anos
anteriores, a maior parcela da produção aquícola é oriunda da aquicultura
continental, na qual se destaca a piscicultura continental que representou 82,3% da
produção total nacional. A produção aquícola de origem marinha, por sua vez,
apesar de ter sofrido uma redução de sua participação na produção aquícola total
nacional em relação aos anos anteriores (22,8% em 2008 contra 17,7% em 2010),
vem se recuperando após uma queda da produção verificada de 2008 para 2009. A
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tabela 1 demonstra claramente esse crescimento comparando a produção da
aquicultura continental e a marinha:
Tabela 1: Produção total: continental e marinha no Brasil entre 2008 e 2010
2008 2009 2010
Produção t % t % t %
Total 365.366,4 - 415.649,4 - 479.398,6 -
Continental 282.008,1 77,2 337.352,2 81,2 394.340,0 82,3
Marinha 83.358,3 22,8 78.296,4 18,8 85.058,6 17,7
Fonte: MPA (2010). Adaptado pelo autor
A tabela 1 apresenta o crescimento da produção continental que prova que
mesmo com os entraves da legislação ambiental, políticas públicas de incentivos
foram implantadas durante os últimos anos auxiliando a atividade com novas
técnicas de cultivo e manuseio fortalecendo a cadeia produtiva. Logo, observa-se
que a piscicultura está em crescimento no Brasil e que o extrativismo incerto está
sendo substituído pelo cultivo garantido.
De acordo com o MPA (2010) no censo aquícola nacional realizado em 2008
os produtores foram questionados quanto à principal atividade exercida. Foi
verificado que somente 29% têm a aquicultura como principal atividade
desenvolvida, sendo que 10% do total não responderam a essa questão. Outro
ponto observado foi que 80% dos entrevistados possuem como atividade principal
empreendimentos ligados ao campo, como agricultura, pecuária e aquicultura.
Percebe-se então que a piscicultura tem proporcionado diversidade na produção
rural.
Outro ponto observado por MPA (2010) é de que a maior parte dos
aquicultores produz em terras próprias (88%), uma pequena parcela (3%) em
cessões de águas públicas, e o restante dos produtores (9%) entre arrendamento
formal e informal. É interessante destacar que os arrendamentos e cessões são
iniciativas que indicam um objetivo comercial inequívoco, uma vez que nesses casos
não existe o aproveitamento de água, ou seja, trata-se de um empreendimento
focado na produção objetivando a rentabilidade.
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O MPA (2012) apresenta na tabela 2 a produção aquícola da região:
Tabela 2: Produção Aquícola da Região Norte em relação ao Brasil – 2008 à 2010
Regiões e Unidades da
Federação
Produção (t)
2008 2009 2010
BRASIL 282.008,1 337.353,0 394.340,0
NORTE 29.912,0 35.782,3 41.581,1
ACRE 2.956,1 3.536,2 4.108,7
AMAZONAS 8.555,6 10.234,7 11.892,2
AMAPÁ 545,6 652,7 757,8
PARÁ 3.071,2 3.673,9 4.286,4
RONDÔNIA 6.836,5 8.178,1 9.490,6
RORAIMA 2.927,9 3.502,5 4.067,9
TOCANTINS 5.019,1 6.004,1 6.977,5
Fonte: MPA (2012). Adaptado pelo autor.
O espaço que a Região Norte vem ocupando no cenário é crescente, e
Rondônia se projeta como promissor para atividade, sendo o segundo estado em
produção e com crescimento constante. A SUFRAMA (2003) afirma que em
Rondônia a piscicultura vem apresentando crescimento acelerado, principalmente
em face da carência de pescado no mercado, sem condições de ser suprida pela
pesca extrativa.
Segundo a Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral de Rondônia,
(SEPLAN, 2007) o arranjo produtivo da atividade na região centro sul do Estado,
iniciou com 268 produtores, diretamente ocupadas na cadeia produtiva da
piscicultura, destacando-se: Pimenta Bueno (município pólo), Alta Floresta, Alto
Alegre dos Parecis, Cabixi, Castanheiras, Parecis, Nova Brasilândia, Novo
Horizonte, Presidente Médici, Primavera de Rondônia, Rolim de Moura, Santa Luzia
do Oeste, São Felipe do Oeste e Vilhena.
Oliveira (2008) afirma que em Pimenta Bueno, pólo do APL de piscicultura, a
atividade apresenta-se com referencial competitivo razoável em relação às outras
regiões do país devido ao clima tropical, quente e úmido e a diversidade de espécies
nela existentes. Colaborando também para o aumento de renda dos produtores
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20
rurais e consequentemente para o desenvolvimento econômico local.
2 METODOLOGIA
Os tipos de pesquisa adotados foram o exploratório e o descritivo. De acordo
com Gil (1991) este tipo de pesquisa permite maior familiaridade com o problema, de
forma a torná-lo explícito, atingindo dessa forma os objetivos gerais e específicos
traçados.
O método abordado foi o dedutivo. Segundo Lakatos e Marconi (2003), o
dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas, ou seja, os
argumentos ou estão corretos ou incorretos. As premissas devem ser decisivas
sustentando de modo completo a conclusão, portanto, não há graduações
intermediárias.
Do ponto de vista da abordagem do problema, a pesquisa foi qualitativa, pois
se objetivou a descrever as contribuições do APL para o desenvolvimento do setor
pesqueiro. Prodanov e Freitas (2013) consideram que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo
de pesquisa qualitativa.
A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio de livros, artigos científicos,
de periódicos e de conclusão de curso, dissertações e documentos com fonte de
pesquisa em órgãos oficiais, levando em conta os procedimentos técnicos e
abordando ideias de diferentes autores, confrontando aspectos teóricos com a
realidade prática do APL. Na obtenção de informações foi utilizada a entrevista
estruturada, por se apresentar como a melhor maneira de buscar informações a
respeito da estratégia do APL.
As entrevistas ocorreram no período de 04/11/2013 à 13/12/2013, como
meio facilitador da coleta de dados, foi utilizado o gravador. Foram aplicados 02
formulários de entrevistas adaptados de Oliveira (2008). O primeiro formulário
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21
(APÊNDICE A) contendo 21 perguntas abertas foi direcionado aos três maiores
produtores, conforme indicação do presidente do APL. O segundo formulário
contendo 13 perguntas abertas (APÊNDICE B) foi direcionado aos órgãos de apoio:
SEBRAE, representado por sua gerente regional; a Associação de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (EMATER), representada pelo
técnico responsável pelo setor de piscicultura do município; e a SEPLAN,
representada pelo coordenador regional do setor de piscicultura.
As perguntas foram divididas em tópicos abordando: as ações que
contribuíram para o surgimento do APL, as forças competitivas que atuam sobre o
setor pesqueiro, os fatores que interferem no desenvolvimento do arranjo e as
contribuições do APL para o setor em estudo.
Para que este artigo possa garantir a dignidade, a ética e o respeito à
autonomia dos sujeitos participantes foi necessário que os mesmos assinassem o
termo de livre consentimento esclarecido (ANEXO A). Para manter a idoneidade dos
sujeitos participantes os produtores serão codificados de P1, P2 e P3.
Este artigo foi estruturado conforme o Manual do Artigo Científico da
Universidade Federal de Rondônia, Campus Cacoal, de Silva, Torres Neto e
Quintino (2010) trazendo dessa forma padronização à pesquisa.
3 RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados coletados são organizados, interpretados e apresentados por meio
de evidências resgatadas a partir da aplicação das entrevistas estruturadas,
relacionando-os com a fundamentação teórica e complementando-os com a análise
da pesquisadora, adquirindo dessa forma grande relevância ao estudo.
3.1 AÇÕES QUE CONTRIBUIRAM PARA O SURGIMENTO DO APL DE PISCICULTURA
De acordo com as informações coletadas pode-se constatar que o advento
do arranjo produtivo local de piscicultura se confunde com o início da produção de
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22
peixes em cativeiro em Pimenta Bueno, ou seja, ocorreu por meio da iniciativa e
persistência de um produtor que por volta do ano de 1982 elaborou um projeto para
a Prefeitura do Município, onde na ocasião 100 pessoas foram cadastradas como
piscicultores, uma profissão ainda desconhecida pelo estado de Rondônia. Com a
aprovação do projeto os piscicultores receberam os primeiros alevinos para o início
da produção. Segundo P1, “muitos dos peixes distribuídos pela prefeitura foram
direto pra panela”, demonstrando desta forma o desinteresse pela atividade. Porém,
um produtor que acreditou na ideia e no desafio se destacou e confirmou o início de
uma promissora cultura na região.
De forma geral, os produtores e órgãos entrevistados afirmam que como
todo o início, a criação de peixes era rudimentar e passou por diversas dificuldades:
em primeiro a logística, Rondônia é um Estado distante dos locais de compra de
alevinos, logo, muitos chegavam impróprios para a produção. Outra dificuldade era a
experiência, os produtores desconheciam as fases de produção e seus processos.
Havia pouca tecnologia, faltavam maquinários para a perfuração de tanques e
equipamentos que facilitassem a criação dos peixes. Haviam falhas na
comercialização, o mercado de compra era distante e a venda era deficitária. Faltava
também apoio do governo que ainda desconhecia a piscicultura e suas possíveis
vantagens. E por último, não havia apoio técnico por parte dos órgãos responsáveis
pela piscicultura.
Contextualizando a ideia de Vecchia (2006) a formação dos APLs está
vinculada a aspectos tanto históricos de identificação, como territoriais, de âmbito
regional ou local, a partir de uma mesma base socioeconômica, ou seja, com o
incentivo e dedicação de um produtor, tendo em vista também os aspectos
climáticos e culturais, a piscicultura cresceu e se expandiu para outros municípios,
conquistando vários mercados, principalmente o de Manaus no Amazonas.
3.2 FORÇAS COMPETITIVAS QUE ATUAM SOBRE O SETOR PESQUEIRO
A pesquisa de campo permitiu identificar, analisar e exemplificar as cinco
forças de Porter, no ambiente do APL de piscicultura.
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23
3.2.1 Novos Entrantes:
O APL nada mais é que uma aglomeração de empresas no mesmo setor
dentro de um determinado território, ou seja, qualquer produtor que começa a
produzir peixe na região de forma organizada já é automaticamente participante do
APL, pois em sua maioria irão comprar insumos do mesmo fornecedor e vender
seus produtos para mercados específicos e acabam dessa forma usufruindo das
mesmas vantagens. (GERENTE REGIONAL DO SEBRAE).
Considerando os aspectos históricos, tanto os produtores quanto os órgãos,
relatam que quando se iniciou a produção de peixes na região a maioria dos já
produtores rurais não demonstrava interesse em cultivar peixes, porém, com o
passar do tempo percebeu-se que as vantagens financeiras de quem investia na
piscicultura eram visíveis, logo, um grande número de novos entrantes passaram a
integrar o APL. De acordo com o P2, um produtor influenciava o outro a produzir
peixes, aumentando consideravelmente a produção. Atualmente esta situação exige
maior organização, controle e responsabilidade por parte dos órgãos de apoio.
Os novos entrantes em uma indústria podem trazer importantes recursos à
nova capacidade de produção, além de um grande desejo de ganhar parcela do
mercado, diminuindo os lucros das indústrias tradicionais. Porém, P1, P2 e P3,
afirmam que a piscicultura é uma cultura que exige conhecimento, tecnologia,
investimento financeiro e organização para integrar o seu produto à indústria, onde
há maior exigência por qualidade na entrega. Estes fatores evidenciam-se como
barreiras a novos entrantes proporcionando dessa forma menor risco a atividade, já
que os produtores que não se adéquam à qualidade em seu produto são obrigados
a vender os peixes em mercados e feiras com preços abaixo do seu custo de
produção, ou ainda a produzir para o seu próprio consumo familiar.
3.2.2 Concorrência
A rivalidade entre os atuais concorrentes ocorre quando uma ou mais
empresas tentam melhorar sua posição no intuito de conquistar uma maior parcela
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24
de mercado. Para a análise da concorrência do APL, consideraram-se informações
relacionadas aos produtores e ao equilíbrio existente entre eles.
De acordo com a pesquisa, de forma unânime todos os entrevistados
afirmaram que não há concorrência entre os participantes do APL. Para o
coordenador regional da SEPLAN, “a união vai servindo como forma de você atingir
novos mercados e os benefícios são vários quando se está dentro de uma
organização, onde o objetivo possa ser coletivo”, ou seja, mesmo que a
concorrência seja algo natural de quem comercializa quando há um objetivo comum
ela se torna ineficiente.
A estrutura do APL em Pimenta Bueno não se acentua de forma
concentrada, pois os produtores conseguem atingir mercados diversificados gerando
um ambiente propício para a interação entre eles, sendo capaz também de
impulsionar a atividade. Dessa forma confirma-se que os produtores cooperam entre
si, possibilitando lucrativas rodadas de negócios tanto na compra de insumos quanto
na venda dos produtos, sendo essa a principal forma de barreira para a
concorrência.
3.2.3 Ameaça de Produtos Substitutos
Baseando-se no aspecto teórico da pesquisa, os produtos substitutos são
aqueles que podem desempenhar a mesma função dos produtos de uma indústria.
Os principais produtos concorrentes da atividade piscícola são a carne bovina,
seguida pela de frango e a suína.
O coordenador regional da SEPLAN, afirma que o consumo de peixes vem
crescendo significativamente, porém a carne bovina é um produto tradicional e seu
consumo começou a ser trabalhado há muito tempo. Para o técnico da EMATER o
peixe ainda é mais caro que o restante das carnes por isso a população ainda
resiste em consumi-lo.
Os dados coletados também apresentam possíveis formas de barreira para
a influência forte dos produtos concorrentes: maior divulgação pública das
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25
vantagens da carne de peixe; possibilitar melhor distribuição logística de forma que
se encontre peixe mais facilmente nos postos de vendas; e ainda conquistar preços
mais atrativos para o produto.
3.2.4 Poder de Negociação dos Compradores
P1 afirma que vende sua produção para Belém (PA), Goiânia (GO), e São
Paulo (SP). P2 e P3 vendem sua produção para o Mato Grosso, Manaus (AM) e
para o frigorífico localizado em Vilhena (RO). Esse tipo de negociação carrega
consigo um alto grau de responsabilidades na produção, pois o produto deve seguir
rigorosas exigências dos compradores, como quantidade, tamanho e peso ideal.
As relações com os compradores em geral são mais conturbadas, pois os
produtores que não conseguem vender sua produção diretamente para outros
mercados acabam por negociar com os atravessadores e estes, impõe preços
injustos prejudicando dessa forma a política do APL. De acordo com a gerente
regional do SEBRAE:
A relação depredadora é a do comprador, aí sim existe um desgaste maior, existe um acordo para que estes compradores cheguem aqui oferecendo preços muito baixos às vezes nem cobrindo os custos de produção, e os produtores se vêem refém destes compradores justamente por não haver outros mercados ou uma estrutura beneficiadora aqui capaz de agregar valor ao produto.
Dessa forma, verifica-se a necessidade de soluções para que uma barreira
seja instalada, pois assim como Oliveira (2008) afirma, o poder de negociação dos
compradores é uma grande ameaça a rentabilidade da indústria quando são
capazes de acirrar a concorrência entre as empresas em busca de um preço mais
acessível.
3.2.5 Poder de Negociação dos Fornecedores
A definição de Porter (2004) quanto ao poder de negociação dos
fornecedores, pode ser exemplificada pela pesquisa, pois, segundo os produtores o
custo de produção do peixe é alto e exige um nível adequado de negociação com os
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26
fornecedores. De acordo com os depoimentos, em sua maioria os produtores
compram seus insumos de uma fábrica da região, ou ainda em casas agropecuárias
todas participantes do APL, conseguindo dessa forma ganho no preço, ou seja, esta
forma de negociação influencia diretamente o APL.
Os maiores produtores ainda compram seus insumos de fornecedores
localizados em outros estados, por exigência de seus mercados compradores,
porém apesar de ter um custo mais alto na produção, compensam seus
investimentos nas vendas conseguindo preços mais atrativos na comercialização do
produto.
3.3 FATORES QUE INTERFEREM NO DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE PISCICULTURA.
Por meio da pesquisa realizada identificam-se vários fatores que acabam por
influenciar o desenvolvimento do APL, conforme relacionados abaixo.
a) Legislação ambiental: para P1 a legislação é restritiva, cara e atrapalha o
desenvolvimento do arranjo, para os demais entrevistados a legislação tem se
tornado menos exigente e consequentemente tem contribuído com o APL, pois
através do licenciamento os produtores se conscientizam da importância da
sustentabilidade, da proteção a água e dos demais recursos naturais.
b) Linhas de financiamento: apesar de ainda serem consideradas
burocráticas, todos os produtores entrevistados possuem financiamentos rurais e
declaram que o incentivo por meio das linhas de crédito bancárias tem auxiliado
grandemente a atividade piscícola.
c) Órgãos de apoio: todas as organizações envolvidas apresentam um bom
trabalho, as associações e entidades auxiliam na organização do APL, no processo
de licenciamento ambiental, na comercialização como participantes das rodadas de
negócios e contribuem principalmente trazendo assistência técnica para a produção.
Para P2 os órgãos que apoiam a produção se tornam reais parceiros da atividade,
mostrando dessa forma um bom nível de satisfação.
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27
d) Apoio governamental: atualmente muitos programas têm auxiliado a
piscicultura na região principalmente fomentando a tecnologia do negócio. De
acordo com a gerente regional do SEBRAE:
Muito se tem feito pelo governo e prefeitura em prol da atividade piscícola, porém não se deve confiar em arranjo produtivo que dependa exclusivamente do poder público. O arranjo tem que ser competente pra atrair grandes empresas que façam o arranjo se consolidar.
À vista disso, as políticas públicas têm se mostrado eficientes porém para
que um arranjo se consolide é preciso que os demais atores estejam também em
concomitância.
e) Apoio técnico: existem poucos técnicos capacitados em piscicultura na
região, porém muitas universidades e institutos realizam pesquisas e estudos
voltados para a atividade, trazendo valiosas contribuições para os produtores.
Treinamentos práticos no campo e o apoio profissional dos órgãos responsáveis
também tem trazido capacitação de mão de obra e auxiliam os produtores a manter
a qualidade produtiva.
Conforme visto em Cabugueira (2000), deve-se estabelecer estratégias
competitivas em ambientes em que a incerteza e a turbulência são grandes, sempre
prezando pela inovação, a capacidade empreendedora, a qualidade do capital
humano e a flexibilidade do sistema produtivo. Percebe-se que o APL de piscicultura
tem se baseado nestes fatores administrativos para promover o desenvolvimento do
setor. Atualmente a grande dificuldade deixou de ser a legislação ambiental, todos
os entrevistados afirmam que os grandes gargalos são a instalação de um frigorífico
de peixes e de uma fábrica de gelo na região de forma a atender toda a produção e
influenciar positivamente o APL.
3.4 CONTRIBUIÇÕES DO APL PARA O SETOR DE PISCICULTURA
Analisando a estrutura organizacional do APL foi possível evidenciar várias
contribuições que a estratégia trouxe ao setor de piscicultura de Pimenta Bueno
favorecendo a atividade como um todo, podendo destacar a capacidade de
organização e controle, pois o produtor participante do APL é orientado desde o
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28
início da sua produção sendo disponibilizadas consultorias que acompanham todos
os processos administrativos necessários. Os parceiros são confiáveis, tornando-se
visível a presença do cooperativismo.
De acordo com os entrevistados, os órgãos parceiros do APL promovem
diversas atividades de treinamento proporcionando a capacitação dos produtores.
Outro benefício de atuação dos órgãos é quanto à comercialização: rodadas de
negócios são promovidas na busca de novos mercados e na tentativa de eliminar a
figura do atravessador, auxiliando o produtor na gestão do negócio e garantindo
vantagem competitiva.
Apesar de existirem poucos técnicos preparados, os técnicos auxiliam os
produtores no licenciamento ambiental e na criação dos alevinos, conscientizando o
produtor a trabalhar na forma ecologicamente correta, viável e socialmente justa. O
apoio governamental também tem impulsionado a produção do pescado sustentável,
pois além dos programas já existentes, outros serão instalados apoiando a atividade
piscícola.
Percebe-se que o APL possibilita diversidade de renda, tendo em vista que
os produtores de peixes em sua maioria não produzem somente peixes, logo, o
incentivo a esta cultura está auxiliando na superação de possíveis crises financeiras
provindas de outras atividades. Outra vantagem econômica a ser destacada é o
incremento da cadeia produtiva, pois com o crescimento da produção, fábricas de
ração e casas agropecuárias foram instaladas proporcionando mais emprego e
renda para a população.
O município de Pimenta Bueno é visto como pioneiro e reconhecido por
outros estados como o grande desbravador da atividade piscícola, trazendo
confiabilidade ao produto e influenciando diretamente a qualidade do peixe. Para P1,
o grande número de pesquisas acadêmicas e o trabalho técnico científico
concentrado no setor também favorecem a qualidade do produto e proporciona a
divulgação do mesmo. Dessa forma parte da produção é exportada para os Estados
Unidos, Alemanha e Suíça.
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29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um APL surge de uma pequena atividade que cresce, gerando ramificações
e envolvendo diversos negócios, partindo todos para objetivos semelhantes. Dessa
forma se implantou o APL de piscicultura em Pimenta Bueno, ou seja, apesar de
muitos desafios, barreiras e problemas a atividade piscícola em Rondônia é
reconhecida nacionalmente, por meio desta estratégia aplicada eficientemente na
região.
Partindo para a avaliação das forças competitivas do mercado piscícola, a
carne de peixe é considerada atualmente como um produto em ascensão, e que
tem tomado uma considerável fatia do mercado, tornando-se este fato uma barreira
no aspecto de produtos substitutos. Quando um produtor se inicia na atividade, o
investimento inicial é consideravelmente alto, porém quando o mesmo produtor
conquista seu mercado, seus custos são compensados pela rentabilidade financeira.
O poder de negociação dos fornecedores tem feito com que a compra da maioria
dos insumos ocorra na própria região, trazendo ganhos para o APL. A negociação
com os compradores é vantajosa quando o produtor consegue negociar seus
produtos diretamente para outros estados sem a dependência dos atravessadores.
O nível de cooperação entre os produtores é alto, gerando desenvolvimento
econômico para o setor e garantindo vantagem competitiva.
Ao realizar uma análise da estratégia APL do setor de piscicultura em
Pimenta Bueno, no aspecto produtivo e negocial, percebe-se que muitos fatores
ainda precisam ser modificados e melhor adaptados para obtenção de um melhor
desempenho. Atualmente, os peixes ainda são vendidos a outros estados como
commodities4; seria então necessária a implantação de um frigorífico com
capacidade de processamento e beneficiamento de toda a produção, agregando
valor e conquistando dessa forma melhores preços de venda. Outra necessidade é
implantar uma fábrica de gelo capaz de atender a demanda produtiva, pois o gelo
comprado em municípios mais distantes tem aumentado o custo dessa produção.
Tendo em vista ser uma atividade ainda incipiente, todas essas modificações são
possíveis e já estão sendo planejadas pelos órgãos de apoio para que rapidamente
4Mercadoria em estado bruto. (HOUAISS 2001).
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30
sejam atendidas.
Percebe-se que a estratégia do APL em Pimenta Bueno tem sido fonte de
grandes e importantes contribuições para o setor de piscicultura. O pioneirismo e a
tradição permitiram que esta cultura se disseminasse pela região atingindo
municípios vizinhos. A produção no município se baseia no cooperativismo com
compartilhamento de recursos tecnológicos, humanos e financeiros. A maioria das
atividades são planejadas, organizadas e controladas pelos órgãos de apoio,
beneficiando toda a administração da cadeia produtiva. O peixe que sai de Pimenta
Bueno é reconhecido por sua qualidade facilitando a comercialização.
Em suma, o APL, contribui com o setor de piscicultura pois sua estratégia
permite que diversos atores como governo, associação, instituição de crédito,
instituição de ensino, comércio, indústria e produtores participem com sua atividade
de forma concentrada, fortalecendo a agricultura familiar proporcionando o
crescimento social e econômico dos municípios, trazendo alternativas viáveis e
sustentáveis para os envolvidos e ainda levando ao visível crescimento do setor
piscícola.
Sugestiona-se pesquisas científicas futuras abordando questões a respeito
do negócio da piscicultura dando enfoque nas formas de melhorias da
comercialização do peixe; ou abordando o fator sustentabilidade para piscicultura no
município; ou um estudo sobre o processo de exportação e a relação com o
mercado interno; ou ainda, a respeito do papel que as instituições financeiras
exercem sobre o APL. Estes temas serão de grande importância para a continuidade
do estudo teórico conceitual da estratégia do APL sobre o setor piscícola.
REFERÊNCIAS 1 ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
2 BRASIL. MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Boletim estatístico da pesca e aquicultura Brasil 2008-2009. Brasília- DF: 2010. Disponível em: <http://www.mpa.gov.br/images/Docs/Publicidade/anu%C3%A1rio%20da%20pesca%20completo2.pdf>Acesso em: 02 abr. 2013.
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3______BRASIL. MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Boletim estatístico da pesca e aquicultura Brasil 2010. Brasília- DF: Fev. 2012. Disponível em: <http://www.mpa.gov.br/images/Docs/Informacoes_e_Estatisticas/Boletim%20Estat%C3%ADstico%20MPA%202010.pdf> Acesso em: 02 abr. 2013.
4 BRASIL. SUPERINTENDENCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS –SUFRAMA. Potencialidades regionais estudo de viabilidade econômica. Piscicultura, Sumário Executivo. Elaborado por Instituto Superior de Administração e Economia ISAE/Fundação Getúlio Vargas (FGV). Manaus – AM. 2003: Disponível em: <http://www.suframa.gov.br/publicacoes/proj_pot_regionais/sumario/piscicultura.pdf> Acesso em: 02 abr. 2013.
5 BUARQUE, Sergio C. Construindo o desenvolvimento local sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2008, 4.ed. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=UDzMIAm2ldwC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 03 abr. 2013.
6 CABUGUEIRA, Artur Carlos Crespo Martins. Do desenvolvimento regional ao desenvolvimento local. Análise de alguns aspectos de política econômica regional. Gestão e Desenvolvimento, 2000. Disponível em: <http://www4.crb.ucp.pt/Biblioteca/GestaoDesenv/GD9/gestaodesenvolvimento9_103.pdf> Acesso em: 04 abr. 2013.
7 CALLADO, Antônio André Cunha (org). Agronegócio 1. ed 2. Reimpressão. São Paulo: Atlas, 2006.
8 CALDAS, Eduardo de Lima; VAZ, José Carlos; MARTINS, Rafael d’Almeida. A gestão do desenvolvimento local no Brasil: (des) articulação de atores, instrumentos e território. Rio de Janeiro / RJ: Maio/Jun. 2010. Disponível em: <http://www.academicoo.com/texto-completo/a-gestao-do-desenvolvimento-local-no-brasil-desarticulacao-de-atores-instrumentos-e-territorio> Acesso em: 02 abr. 2013.
9 CAMELO, Raimunda Beserra.et al. A importância do associativismo / cooperativismo para atividade produtivas sustentáveis: A experiência do pólo de confecção de município de Maracanaú – CE. MBA Executivo em Gestão e Negócio do Desenvolvimento Regional Sustentável. Universidade de Lavras. Fortaleza- CE: Setembro de 2008.
10 CASTRO, Luciano Thomé et al. Análise da Competitividade do APL de Piscicultura no lado de Três Marias. Três Marias: 2011 Disponível em: < http://revista.dae.ufla.br/index.php/ora/article/view/433/332> Acesso em: 18 abr. 2013.
11 CHIOCHETTA, João Carlos. Uma modelagem para implantação de um APL: O caso do setor metal mecânico da região Sudoeste do Estado do Paraná. Dissertação (Mestrado) Centro Federal de Educação Tecnológica Paraná, Unidade de Ponta
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Grossa: Curso de Pós Graduação em Engenharia de Produção, 2005. Disponível em: <http://www.pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/dissertacoes/arquivos/4/Dissertacao.pdf> Acesso em: 03 abr. 2013.
12 FRANCO, Augusto de. Desenvolvimento local Integrado e sustentado, dez consensos, 1998. Disponível em: <http://www.fase.org.br/v2/admin/anexos/acervo/10_augusto_de_franco.pdf> Acesso em: 05 abr. 2013.
13 GARUTTI, Valdener. Piscicultura Ecológica. São Paulo: UNESP, 2003. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=Pg9zmjsB0UwC&printsec=frontcover&dq=piscicultura&hl=pt-BR&sa=X&ei=nqByUbe0DpOO9ATr74DQCQ&ved=0CEgQ6AEwAg> Acesso em: 02 abr. 2013.
14 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Guia para a elaboração de projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
15 HOUAISS, Antônio (Ed.). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia, 2001.
16 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica - 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
17 LASTRES, Helena. M. .M; CASSIOLATO, José Eduardo; MACIEL, M.L. O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas. Relume Dumará. Rio de Janeiro: 2003. Disponível em:<http://www.ie.ufrj.br/redesist/P3/NTF2/Cassiolato%20e%20Lastres.pdf> Acesso em: 05 abr. 2013.
18 MATTOS, Sandra Maria Cerqueira da Silva. Arranjos produtivos locais como estratégia para o desenvolvimento local: O caso de Maracás: Sitientibus, Feira de Santana: n. 39, p.131-167, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/39/1.6_arranjos_produtivos_locais_como_estrategia_para_o_desenvolvimento.pdf> Acesso em: 15 mar. 2013.
19 NASCIMENTO FILHO, Raimundo Sousa; TEIXEIRA, Rute Borges. A consolidação dos arranjos produtivos locais como mecanismos de desenvolvimento sustentável e inclusão social: Foz do Iguaçu, PR: 2007. Disponível em:<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR680488_0432.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2013.
20 NAVARRO, Zander. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do futuro, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v15n43/v15n43a09.pdf > Acesso em: 15 mar. 2013.
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21 NICOLAU, José Antônio; ENDERLE, Rogério Antonio; CARIO, Silvio Antonio Ferraz. Estudo do arranjo Produtivo local madeireiro do Vale do Iguaçu (PR/SC): capacitação tecnológica e política. Revista Paranaense de desenvolvimento, n.108, p.113-141.Curitiba/PR: jan./jun. 2005. Disponível em: <http://www.ipardes.pr.gov.br/ojs/index.php/revistaparanaense/article/view/98/101> Acesso em: 02 abr. 2013.
22 OLIVEIRA, Francisco de. Aproximações ao enigma: o que quer dizer desenvolvimento local? São Paulo: Pólis; Programa Gestão Pública e Cidadania/EAESP/FGV, 2001. 40p. Disponível em: <http://www.polis.org.br/uploads/1144/1144.pdf> Acesso em: 05 abr. 2013.
23 OLIVEIRA, Marcelo Batista de. Potencialidades e Perspectivas do Arranjo Produtivo Local da Piscicultura no Município de Pimenta Bueno- Rondônia. Dissertação (Mestrado Administração). Universidade Federal de Rondônia. 126 p. Porto Velho: 2008. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm. do?select_action=&co_autor=66596>. Acesso em: 15 mar. 2013.
24 PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva : criando e sustentando um desempenho superior (com nova introdução). Ed. Campus, 15. edição. Rio de Janeiro: 1989.
25______, Michael E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de Indústrias da Concorrência; Tradução Elizabeth Maria de Pinho Braga, 2. ed. Rio de Janeiro: Elsiever, 2004.
26 PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico recurso eletrônico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico, 2. Ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. Disponível em: <http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf> Acesso em: 19 ago. 2013.
27 RONDONIA. SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL, Núcleo estadual de arranjos produtivos locais de Rondônia – NEAPL/RO. Plano de desenvolvimento preliminar GT APL. Piscicultura Pimenta Bueno / RO. Porto Velho / RO: Nov. 2007. Disponível em: <http://www.seplan.ro.gov.br/Uploads/Arquivos/PDF/APL/sintese%20PDP%20piscicultura.pdf> Acesso em: 05 abr.2013.
28______ Produto interno bruto (PIB) do Estado de Rondônia. 2010. Disponível em:<http://www.seplan.ro.gov.br/Uploads/Arquivos/PDF/GEP_Telma/PRODUTO%20INTERNO%20BRUTO%20_1_.pdf> Acesso em: 01 mai. 2013.
29 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais
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Projeto Promos/SEBRAE/BID: Brasília: SEBRAE, 2004. Disponível em: <http://www.fiec.org.br/artigos/competitividade/apl-sebrae/apl-sebrae.pdf> Acesso em: 01 mai. 2013.
30______ Aquicultura e pesca: tilápias, Estudos de Mercado SEBRAE / ESPM, Setembro de 2008a. Disponível em: <http://bis.sebrae.com.br/OpacRepositorioCentral/paginas/vitrineCentralSimples.zhtml?doc=3727&doc=2516&doc=2626&doc=3729> Acesso em: 05 abr. 2013.
31______ Aquicultura e pesca: Camarões, Estudos de Mercado SEBRAE / ESPM, Setembro de 2008b. Disponível em: <http://bis.sebrae.com.br/GestorRepositorio/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/E9CD4D3A1C1D2AE4832574DC00462420/$File/NT0003906E.pdf > Acesso em: 05 abr. 2013.
32 SILVA, Adriano Camiloto da; TORRES NETO, Diogo Gonzaga; QUINTINO, Simone Marçal. Manual do artigo científico do curso de Administração. Cacoal, RO: 2010.
33 SILVA, Maria Conceição Bezerra. As condições para um arranjo produtivo local (APL) como vantagem competitiva paras as fábricas de beneficiamento de castanha de caju da região do Mato Grande – RN, Trabalho monográfico (Graduação em Administração Geral) Faculdade Câmara Cascudo Natal: 2009. Disponível em:<http://201.2.114.147/bds/bds.nsf/B969C3DF9B82CCAD8325776E00731033/$File/NT0004444E.pdf > Acesso em: 18 abr. 2013.
34 SIQUEIRA, Amanda Danziger Darroz. Saprolegniose: Doença Fúngica em Peixes, Trabalho monográfico (Graduação Ciências Biológicas). Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos.São João da Boa Vista. SP: 2004. Disponível em<http://www.amordepeixe.com.br/download/Saprolegniose_Doenca_fungica_em_peixes.pdf> Acesso em: 03 abr. 2013.
35 VECCHIA, Raquel Virmond. Arranjos produtivos locais como estratégia de desenvolvimento regional e local, Revista Capital Científico do Setor de Ciências Sociais Aplicadas. v. 4 n.1, 2006. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&ved=0CD0QFjAC&url=http%3A%2F%2Frevistas.unicentro.br%2Findex.php%2Fcapitalcientifico%2Farticle%2Fdownload%2F634%2F836&ei=U4VwUZ6qN4a49QTQ84GoCg&usg=AFQjCNGZOAZnxwK6F94q1P9CBo3QvssWUA&bvm=bv.45373924,d.eWU> Acesso em: 04 abr. 2013.
36 VEIGA, José Eli da. Do crescimento agrícola ao desenvolvimento rural, In. Desenvolvimento em Debate. v.2 Ed. Mauad/BNDES, pp. 383-409. Rio de Janeiro /RJ: 2002. Disponível em: <http://www.zeeli.pro.br/wp-content/uploads/2012/06/2002_Do-crescimento-agricola-ao-desenvolvimento-rural.pdf > Acesso em: 03 abr. 2013.
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ANEXO
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ANEXO A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O presente termo de refere-se a um convite de participação voluntária de pesquisa científica do arranjo produtivo local como estratégia para o desenvolvimento do setor de piscicultura no município de Pimenta Bueno-RO, no caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador (a) ou com a instituição. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação. PROGRAMA: Pesquisa Científica – Universidade Federal de Rondônia - UNIR PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Leandra Felicio Firmino ENDEREÇO: Rua Alceu Carlos, 4565, Bairro Brizon, Cacoal / RO. TELEFONE: (69) 8423 6875 OBJETIVOS:
Analisar a contribuição do APL para o desenvolvimento do setor de piscicultura no município em estudo.
Descrever as ações que contribuiram para o surgimento do APL; Descrever as forças competitivas que atuam sobre o setor pesqueiro; Identificar os fatores que interferem no desenvolvimento do arranjo; produtivo local de piscicultura do municipio em estudo; Demonstrar as principais contribuições do APL para o setor em estudo.
JUSTIFICATIVA:
O estudo é desenvolvido com intuito de Identificar por meio de análise de dados fatores que interferem no desenvolvimento do arranjo produtivo local de piscicultura do municipio em estudo, e por meio disso pontuar e analisar quais os benefícios que a estratégia do arranjo traz ao setor proporcionando o desenvolvimento local. Apesar de a nível de Brasil muitos estudos serem encontrados a respeito do APL, em Rondônia poucos dados científicos são divulgados sobre o tema, por isso a pesquisa trará um suporte científico balizado pela fundamentação teórica a respeito da APL tendo como referência diversos autores. Apresentará também dados importantes com relação à atividade de piscicultura e da aquicultura que serão tabulados e analisados de conformidade com a metodologia científica, dessa forma a pesquisa vem a confrontar os conceitos teóricos com as ações do arranjo produtivo, incorporando à Universidade o conhecimento à respeito de uma estratégia teórica administrativa vista em bibliografias comparada com a atividade prática e real do piscicultor.
PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Se concordar em participar da pesquisa, será aplicada entrevista estruturada sobre sua percepção acerca do Arranjo Produtivo Local como estratégia para o desenvolvimento do setor de Piscicultura no município de Pimenta Bueno. Os dados
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coletados serão analisados, para fechamento da dissertação do Artigo Cientifico que será apresentado à Universidade Federal de Rondônia – UNIR. RISCOS E DESCONFORTOS: a pesquisa não oferece nenhum risco ou prejuízo ao participante. BENEFÍCIOS: Conhecimento das contribuições do APL sobre o setor de piscicultura no município de Pimenta Bueno/ RO CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto ou pagamento com sua participação. CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Garantia de sigilo que assegure a sua privacidade quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e o seu nome não serão divulgados.
Assinatura do Participante: _______________________________
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APÊNDICE
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APÊNDICE A: Entrevista: Produtores IDENTIFICAÇÃO: Nome da Empresa/Propriedade: _________________________________________________ Proprietário: ________________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________ Telefone(s):__________________________________ Fax:____________________ E-mail:______________________________________________________________ Área total da propriedade (ha):____________Área da piscicultura(ha):___________ 1.Ações que contribuíram para o surgimento do APL de piscicultura
1.1Quando e como se iniciou a atividade de piscicultura em sua propriedade? 1.2Quais foram as dificuldades enfrentadas no início da atividade?
1.3 Como era a comercialização da produção e como é atualmente? Há perspectivas de comercialização em novas regiões? 1.4 Como surgiu o APL? Como é a governança do APL? Há uma diretoria? Qual a forma de eleição?
2.Forças competitivas que atuam sobre o setor pesqueiro 2.1 Há entrada de novos cooperados? Como é o processo de adesão ao APL? 2.2 Como avalia o nível da concorrência para com os outros piscicultores não participantes do APL? 2.3 Existe o elo de cooperação entre os piscicultores? 2.4 Como é a relação com os fornecedores? Existe dependência? Acordos? 2.5 Quais os principais compradores? Como é a relação? 2.6 Quais são as principais exigências dos compradores? 2.7 Na sua opinião quais são os produtos que concorrem diretamente com a piscicultura? 3. Fatores que interferem no desenvolvimento do arranjo produtivo local de piscicultura do município em estudo. 3.1 Quais os fatores que influenciam no desenvolvimento do APL? 3.2 Há linhas de financiamento nas instituições bancárias? 3.3 Quais associações, organizações e entidades que apóiam as atividades do arranjo? Como avalia cada uma delas?
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3.4 A legislação ambiental existente favorece a produção? 3.5 Há algum investimento em qualificação/ capacitação de mão de obra?
3.6 Quais as maiores dificuldades enfrentadas pelo APl?
4 Contribuições do APL para o setor em estudo
4.1 Quais foram as principais contribuições do APL para o crescimento da sua produção? 4.2 Quais vantagens em ser participante do APL?
4.3 Qual a influência do APL no desempenho das suas vendas? 4.4 Há ações de MKT e propaganda feitas pelo APL?
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APÊNDICE B: Entrevista: Órgãos de apoio Entidades de apoio: SEBRAE, EMATER, SEPLAN IDENTIFICAÇÃO: Nome do órgão: ______________________________________________________ Endereço: ___________________________________________________________ Telefone(s):__________________________________ Fax:____________________ E-mail:______________________________________________________________ 1.Ações que contribuíram para o surgimento do APL de piscicultura
1.1Como se formou o APL no município? Quais foram as ações que levaram ao surgimento do APL? 1.2Quais foram as maiores dificuldades para implantação do APL?
2.Forças competitivas que atuam sobre o setor pesqueiro 2.1Como ocorre a entrada de piscicultores no APL?
2.2Há concorrência interna entre os piscicultores? 2.3Existe o elo de cooperação entre os piscicultores?
2.4Como é a relação entre fornecedores, produtores e compradores? 2.5 É possível visualizar produtos concorrentes no cenário piscícola?
3.Fatores que interferem no desenvolvimento do arranjo produtivo local de piscicultura do município em estudo 3.1Qual a influência da legislação ambiental sobre a produção pesqueira?
3.2 As políticas públicas têm apoiado o crescimento do APL?
3.3Como a sua entidade tem participado do APL?
4Contribuições do APL para o setor em estudo
4.1Quais as contribuições a sua entidade tem repassado ao APL? 4.2 Quais vantagens os produtores têm em participar do APL? 4.3 Quais as contribuições que a estratégia em APL trouxe para o setor em piscícola?