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Neurologia - Suporte Básico de Vida - SBV
Gestão para Educação Permanente dos Profissionais da Rede de Atenção às Urgências
GEPPRAU
NeurologiaSuporte Básico de Vida - SBV
Tema 2Avaliação primária e secundária das emergências neurológicas
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Neurologia - Suporte Básico de Vida - SBV
Este conteúdo foi elaborado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) em parceria com o Ministério da Saúde (MS) no âmbito do
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Úni-co de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade Benefi-cente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de Reconhe-cida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei Fede-
ral nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
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Neurologia - Suporte Básico de Vida - SBV
NEUROLOGIAAvaliação primária e secundária das emergências neurológicasNeste tema, serão apresentadas as principais emergências clínicas na área da neurologia. Você terá informações importantes sobre anatomia, fisiologia, manejo e principais condutas a serem tomadas em pacientes que apresentam emergências neurológicas.
Tema 2Avaliação primária e secundária das emergências neurológicas
Objetivos de aprendizagem• Conhecer os princípios da avaliação
primária na abordagem em SBV.
• Conhecer os princípios da avaliação secundária na abordagem em SBV.
• Identificar sinais de gravidade neurológica.
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Sumário .........................................................................................................................................................4
Avaliação primária e secundária das emergências neurológicas 51. Avaliação primária – 5 passos ............................................................6
1.1 Passo 1 – Responsividade da vítima ..............................................61.2 Passo 2 – Permeabilidade das vias aéreas ......................................71.3 Passo 3 – Ventilação ..................................................................81.4 Passo 4 – Circulação ...................................................................91.5 Passo 5 – Estado neurológico .....................................................10
2. Avaliação secundária ......................................................................133. Aspectos essenciais .......................................................................14
Síntese ............................................................................................15Referências bibliográficas....................................................................16
Sumário
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A avaliação primária e secundária é de suma importância no atendimento do SBV, visto que na avaliação primária será identificada e corrigida toda e qualquer situação de risco imediato de morte, e na avaliação secundária serão ava-
liados parâmetros como alterações na cor da pele/mucosas, assi-metrias morfológicas, instabilidades hemodinâmicas, alterações de motricidade e sensibilidade.
As avaliações primária e secundária, quando feitas adequadamente, favorecerão o reestabelecimento das funções vitais da vítima e a sua recuperação.
Além disso, a identificação de sinais de gravidade neurológica permi-tirá que a vítima seja priorizada e encaminhada imediatamente a um serviço apropriado, de acordo com orientações da regulação médica.
Avaliação primária e secundária das emergências neurológicas
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1.1.
1. Avaliação primária – 5 passosO objetivo da avaliação primária é identificar e corrigir situações de risco imediato de morte. Considera-se crítico todo paciente que apresentar altera-ções significativas em qualquer etapa da avaliação.
Avaliar a responsividade da vítima.Avaliar permeabilidade das vias aéreas (VVAA) [1] e corrigir situações de risco.Avaliar ventilação.Avaliar estado circulatório.Avaliar estado neurológico.
[1] - VVAA - Vias aéreas
Passo 1 – Responsividade da vítima
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Manobra de permeabilidade de VVAA:
Nos casos em que a vítima não respira adequadamente, mas está com a circula-ção mantida, essa manobra simples deve ser feita a fim de tentar reestabelecer a permeabilidade das VVAA.
1.2. Passo 2 – Permeabilidade das vias aéreas
1º) Em vítimas sem suspeita de trauma: Extensão da cabeça e elevação do mento (head tilt/chin lift).
2º) Em vítimas com suspeita de trauma ou história desconhecida (jaw thrust).
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1.3. Passo 3 – Ventilação Após garantir que as VVAA estão livres, é necessário verificar se a respiração se faz de uma maneira adequada e sem obstrução. Para isso é necessário “ver, ouvir e sentir”.
• Ver se existe movimentação do tórax.
• Ouvir se há som de respiração (encostando o ouvido próximo ao paciente).
• Sentir o ar saindo pelas narinas.
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1.4. Passo 4 – CirculaçãoChecar e avaliar:
• pulsos periféricos (radial) ou centrais (carotídeo) quanto a frequência, ritmo, amplitude, simetria;
coloração da pele.•
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1.5. Passo 5 – Estado neurológicoChecar e avaliar:• escala de coma de Glasgow (Tema 3);• escala de Cincinnati (Tema 5);• avaliação pupilar – fotorreatividade e simetria;• avaliação pupilar – reflexo pupilar à luz (reflexo fotomotor);• reflexo fotomotor presente;• reflexo fotomotor ausente;• assimetria do diâmetro.
Comportamento RespostaAbertura dos olhos
Resposta Verbal
Resposta Motora
4. Espontaneamente3. Para falar2. Para dor1. Sem resposta
5. Orientada para tempo, pessoa e lugar4. Palavras inaprorpiadas3. Para dor2. Sons incompriensiveis1. Sem resposta
6. Obedece o comando5. Move para indicar dor4. Mexe para se livrar de dor3. Flexao anormal2. Extensao anormal1. Sem resposta
Avaliação pupilar - Reflexo pupilar à luz (reflexo fotomotor)
• Reflexo fotomotor presente.
• Reflexo fotomotor ausente.
• Assimetria do diâmetro.
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1. Normais – icororia (pupilas iguais)
Às vezes, alterações no reflexo fotomotor levam a alterações no diâmetro da pupila, que chamamos de anisocoria, ou seja, uma pupila tem tamanho di-ferente da outra. Isso pode acontecer porque a pupila alterada fica maior, ou porque a pupila alterada fica menor, e deve ser reportado à regulação médica, que avaliará a conduta a ser tomada. É importante ressaltar que a alteração no diâmetro pupilar pode significar gravidade neurológica.
2. Dilatadas – Medriase
3. Contraídas – Miose
4.Assimétricas – Anisocoria
Anisocoria
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Se o indivíduo mantém todas as funções da avaliação primária preservadas, ele deve ser colocado em posição de recuperação, que favorece uma respiração adequada, podendo, então, seguir com a avaliação secundária.
Posição de recuperação:
Fase 1 Fase 2
Fase 3
Fase 4
Avaliação primária
Obs.: Posição contraindicada com suspeita de trauma ou história desconhecida.
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2. Avaliação secundáriaQuando realizar?
Em toda abordagem de pacientes com agravo clínico, após a realização da avaliação primária e das intervenções específicas dessa fase do atendimento.
1. Realizar a entrevista SAMPLA (com o paciente, familiares ou terceiros).
S: verificação dos sinais vitais – respiração (frequência, ritmo e amplitude), pulso (frequência, ritmo e amplitude), pressão arterial e pele (temperatura, cor, turgor e umidade);
A: história de alergias;
M: medicamentos em uso e/ou tratamentos em curso;
P: passado médico – problemas de saúde ou doença prévia;
L: horário da última ingestão de líquidos ou alimentos;
A: ambiente do evento.
Importante: o horário de início dos sintomas é o último momento que o paciente foi visto sem sinais e sintomas neurológicos. No caso de o iní-cio dos sintomas ser observado ao acordar, será considerado o último momento em que o paciente foi visto sem sintomas antes de dormir.
2. Realizar avaliação complementar:
oximetria de pulso;
glicemia capilar;
determinar o horário de início dos sinais e sintomas (pode ser referi-do pelo paciente, caso esteja orientado, ou pelo acompanhante). É de suma importância e deve ser pesquisado ativamente.
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3. Verificar sinais de gravidade neurológica:
IdentificaçãoResumo da história clínicaDados da avaliação primáriaAlteração do nível de consciência (Tema 3) Déficits localizados (Tema 5)
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alterações no reflexo pupilar à luz (reflexo fotomotor).•
Informações para contato com regulação médica
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Aspectos essenciais A avaliação primária inclui avaliar: responsividade da vítima, permeabili-dade das VVAA (corrigindo eventuais situações de risco), ventilação, estado circulatório e estado neurológico.
A avaliação secundária inclui avaliar: oximetria de pulso, glicemia capilar, temperatura corporal e determinação do horário de início dos sintomas.
O tempo de evolução do quadro neurológico é de suma importância e deve ser pesquisado ativamente.
Anotações:
3.
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Você pôde conhecer os princípios fundamentais da avaliação primária e secundá-ria na abordagem em SBV, bem como identificar os principais sinais de gravidade neurológica. Com esse conhecimento, é possível compreender mais facilmente quais são os parâmetros mais importantes ao se avaliar um paciente que apresen-ta rebaixamento do nível de consciência (que será abordado no próxima Tema), crises convulsivas (a ser estudado no Tema 4), ou acidente vascular cerebral (as-sunto do Tema 5).
Síntese
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Referências bibliográficasBrasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Inter-venção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
Higa EMS, Atallah AN, Schiavon LL, Kikuchi LOO, Cavallazzi RS. Guia de medicina ambulatorial e hospitalar: guia de medicina de urgência. Barueri: Manole; 2004.
Martins HS, Damasceno MCT, Awada SB. Pronto Socorro: condutas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 2.ed. Ba-rueri: Manole; 2008.