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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense Campus Pelotas - Visconde da Graça Curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação NEUROCIÊNCIA: SUSTENTANDO A NECESSIDADE DE AULAS PRÁTICAS NA DISCIPLINA DE FÍSICA CARMEM REGINA PEREIRA DA SILVA DIEHL PELOTAS 2017

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense Campus Pelotas - Visconde da Graça

Curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação

NEUROCIÊNCIA: SUSTENTANDO A NECESSIDADE DE AULAS

PRÁTICAS NA DISCIPLINA DE FÍSICA

CARMEM REGINA PEREIRA DA SILVA DIEHL

PELOTAS

2017

CARMEM REGINA PEREIRA DA SILVA DIEHL

NEUROCIÊNCIA: SUSTENTANDO A NECESSIDADE DE AULAS PRÁTICAS NA

DISCIPLINA DE FÍSICA

Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense/Campus Pelotas – Visconde da Graça, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ciências e Tecnologias na Educação. Orientadora: Profª. Me. Rose Lemos de Pinho

PELOTAS

2017

D559 Diehl, Carmem Regina Pereira da Silva Neurociência: sustentando a necessidade de aulas práticas na

disciplina de Física/ Carmem Regina Pereira da Silva Diehl. – 2017.

47 f.

Monografia (Especialização) – Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, Câmpus Pelotas Visconde da Graça, Programa de Pós - graduação em Ciências e Tecnologias da Educação, 2017. “Orientação: Profa. Me. Rose Lemos de Pinho”. 1. Ensino - Física. 2. Prática pedagógica. 3. Física - Neurociência. I. Título.

CDU – 616.8:53

Catalogação na fonte elaborada pelo Bibliotecário

Vitor Gonçalves Dias CRB 10/ 1938

CARMEM REGINA PEREIRA DA SILVA DIEHL

Neurociência: Sustentando a necessidade de aulas práticas na disciplina de

Física

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense do Campus Pelotas – Visconde da Graça, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ciências e Tecnologias na Educação.

Aprovado em , novembro de 2017

Comissão Examinadora:

________________________

Profª. Me. Rose Lemos de Pinho Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – Campus Pelotas – Visconde da Graça

Orientador

_________________________

Profª. Drª. Maria Elaine dos Santos Soares. Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – Campus Pelotas – Visconde da Graça

_________________________

Profª. Drª. Vera Lúcia Bobrowski Universidade Federal de Pelotas- Instituto Biologia- Campus Capão do Leão

Para minha família

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pelo apoio em todos os momentos.

Agradeço especialmente ao meu marido Alexandre Diehl pelo apoio,

companheirismo e aos nossos filhos Bruno e Carolina pela presença na

minha vida.

Agradeço aos professores do Curso de Especialização em Ciências e

Tecnologias em Educação do CAVG.

Agradeço aos professores, estudantes e a direção das escolas pesquisadas

pela participação e acolhimento.

Agradecimento especial a minha professora, orientadora e amiga Rose Pinho

sem ela não seria possível à realização desse projeto.

Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para realização deste

projeto.

Agradeço especialmente aos meus pais Zaira Maria Pereira da Silva e Hélio

dos Anjos Gomes da Silva.

A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original

Albert Einstein

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi investigar a utilização de práticas pedagógicas experimentais na disciplina de Física, por parte dos professores de quatro escolas do município de Pelotas. Para tanto, elaboramos questionários, que foram respondidos por professores e por alunos das escolas pesquisadas, para realizar a análise a partir do cruzamento das informações coletadas. Dentre os questionamentos propostos, procuramos investigar com que frequência os professores realizavam atividades práticas em suas aulas, qual a metodologia usada por esses professores e como era a relação professor-aluno nas escolas. Para a realização das análises usamos como referencial teórico de apoio as bases da neurociência e a teoria sócio-interativa de Vygotsky, entre outros. Após a análise dos resultados, foi possível responder aos questionamentos propostos, percebendo porque nossos alunos apresentam baixo rendimento na disciplina de Física.

Palavras chave: Professor. Aluno. Neurociência. Práticas experimentais em

Física.

ABSTRACT

The objective of this work was to investigate the existence of experimental pedagogical practices in Physics discipline, by the teachers in the schools of the city of Pelotas. For this, we developed questionnaires, which were answered by both the teachers and the students of the schools surveyed, to carry out the analysis based on the crossing of the information collected. Among the questions proposed, we sought to investigate how often teachers performed practical activities in their classes, what methodology was used by these teachers and how the teacher-student relationship was in schools. For the accomplishment of the analyzes we have used the foundations of neuroscience and the social-interactive theory of Vygotsky as the theoretical reference, among others. After analyzing the results, it was possible to respond to the proposed questions, noting why our students present low performance in the Physics discipline Key Words: Teacher. Student. Neuroscience. Experimental Practices in Physics.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mapa conceitual da teoria de Vygotsky....................................................18

Figura 2 – Representação esquemática de um neurônio..........................................23

Figura 3 – Curva de Yerkes-Dodson, que relaciona o nível de consolidação ou de

evocação (eixo vertical) com o nível de ansiedade (eixo horizontal).........................25

Quadro – Compilação dos dados dos questionários aplicados aos professores.......35

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Índice de alunos que gostam da disciplina de de Física..........................29

Gráfico 2- Índice de motivação nas aulas de Física...................................................30

Gráfico 3 - Índice de interesse nas aulas de Física....................................................31

Gráfico 4 - Índice de desmotivação nas aulas de Física............................................32

Gráfico 5 - Índice relativo à existência de aulas práticas de Física............................33

Gráfico 6 - Índice de compreensão da importância das aulas práticas na

aprendizagem.............................................................................................................34

LISTA DE SIGLAS

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio

ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal

NDP – Nível de Desenvolvimento Potencial

NDR – Nível de Desenvolvimento Real

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2. PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................. 14

3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 15

3.1. GERAL ............................................................................................................................................... 15

3.2. ESPECÍFICOS .................................................................................................................................. 15

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 16

4.1. PANORAMA DE CONCEPÇÕES DE ENSINO E APRENDIZAGEM SEGUNDO VYGOTSKY 16

4.2. O PAPEL DO PROFESSOR: MEDIADOR DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

............................................................................................................................................................19

4.3. COLABORAÇÃO DA NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE MEMÓRIA

PARA A APRENDIZAGEM ............................................................................................................................ 20

4.4. O PAPEL DA EXPERIMENTAÇÃO NA DISCIPLINA DE FÍSICA ................................................. 25

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 28

6. ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................... 29

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 39

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41

APÊNDICE A ............................................................................................................ 45

APÊNDICE B ............................................................................................................ 46

12

1. INTRODUÇÃO

O ensino de Física nas escolas de Ensino Médio, com raríssimas exceções,

a muito se vale de uma forma quase que única de apresentação: a solução de

problemas físicos no quadro negro, a partir de uma abordagem puramente

matemática, com pouca ou nenhuma conexão com a experiência diária do aluno.

Poucas vezes são apresentadas ao aluno práticas experimentais, onde ele pode

relacionar os conceitos e definições dadas com o cotidiano. As razões para este

quadro são muitas, desde a precariedade da infraestrutura das escolas, despreparo

ou desmotivação dos professores, formato de seleção das Universidades brasileiras,

dentre tantas outras.

Recentemente, por iniciativa governamental, este quadro foi agravado pela

proposta de redução da carga horária da disciplina de Física. Como consequência,

escolas e professores foram confrontados com a difícil opção de selecionar o que de

fato é essencial para a aprendizagem dos jovens e, para atingir estes estudantes,

qual a metodologia adequada a ser usada.

Este desafio parece ainda não ter sido respondido, pois quando observamos

o desempenho dos alunos do Ensino Médio na disciplina de Física nos últimos anos,

que em geral foram submetidos à forma tradicional, vemos números que apontam

para uma direção preocupante. Alunos com muita dificuldade de aprendizagem e,

como consequência, baixos índices de aproveitamento. Evidentemente as razões

para tal quadro são diversas, desde aquelas listadas acima como a mudança de

paradigma da sociedade, onde o valor de educação parece estar em discussão. Se

as razões são discutíveis, a chamada para os educadores parece ser clara: novos

caminhos para a educação precisam ser apontados.

Em resposta a este chamado, este projeto tem como ponto de partida o

seguinte questionamento: como a neurociência pode ajudar a explicar as

dificuldades de aprendizagens na disciplina de Física, com ênfase na atividade

experimental?

Ao buscarmos entender este fato, tendo como base o conhecimento da

neurociência, vemos que um dos grandes fatores desencadeadores para esta triste

realidade é a falta de motivação dos alunos e professores. Segundo a neurociência,

quando motivado o estudante aciona o chamado sistema de recompensa, tornando

13

mais fácil a assimilação de um conceito e, na maior parte dos casos, consolidando a

aprendizagem na memória. As práticas de sala de aula necessitam ser voltadas para

a construção de significados, ou seja, os experimentos propostos devem incorporar

a ideia da aplicação prática no cotidiano do estudante e as suas relações com as

diversas áreas do conhecimento. Com o advento do Exame Nacional do Ensino

Médio (ENEM), cuja proposta de interdisciplinaridade dos conteúdos exige a

comunicação entre a prática e o conteúdo ministrado, a forma tradicional tem sofrido

duras críticas. Com os resultados obtidos pelos alunos no ENEM, podemos perceber

uma diferença muito grande de desempenho por parte dos alunos. Isso acaba por

mostrar claramente em que Estados, e em que escolas, o desempenho dos alunos é

melhor. Com base nestes dados torna-se fácil identificar onde o desempenho dos

alunos está sendo ruim ou abaixo daquilo que poderíamos classificar como

satisfatório. Desta comparação, a conclusão parece ser de que algo precisa mudar

no Ensino Médio brasileiro.

Sendo parte deste cenário, e buscando entender os vários aspectos

envolvidos, é que este projeto se insere. Viemos, portanto, ratificar mais uma vez a

importância de trabalharmos os conceitos físicos, usando as mais diferentes formas

de experimentos, tornando a aprendizagem por parte dos alunos mais interessante e

ajudando a consolidação de suas memórias usando as aulas práticas como um

recurso didático primordial.

14

2. PROBLEMA DE PESQUISA

Partindo das dificuldades apresentadas pelos alunos na disciplina de Física,

passou-se a buscar uma justificativa para entender esse baixo desempenho,

tentando responder sobre essa triste realidade em nossas escolas. Neste contexto

algumas questões se tornam pertinentes:

1. Com que frequência os professores realizam atividades práticas em suas

aulas?

2. Qual a metodologia utilizada por estes professores?

3. Como está relação professor-aluno?

Ao buscarmos estes questionamentos, visamos refletir e encontrar respostas

que nos possibilitem propor novos caminhos para facilitarmos a motivação e

aprendizagem na disciplina de Física.

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3. OBJETIVOS

3.1. GERAL

Verificar se existe, por parte dos professores, a utilização de práticas

pedagógicas experimentais na disciplina de Física em escolas do município de

Pelotas.

3.2. ESPECÍFICOS

1. Constatar de que forma as aulas de Física são conduzidas pelos professores.

2. Verificar nas escolas pesquisadas se teoria e prática caminham juntas.

3. Apresentar algumas descobertas apontadas pela neurociência a respeito da

modulação das memórias e sua influência no nível de alerta para a

aprendizagem.

16

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capítulo vamos apresentar a fundamentação teórica desta pesquisa,

tomando por base a teoria sócio-histórica de Vygotsky. Além disso, usaremos os

fundamentos da neurociência que buscam explicar as dificuldades de aprendizagem.

4.1. PANORAMA DE CONCEPÇÕES DE ENSINO E APRENDIZAGEM

SEGUNDO VYGOTSKY

Vygotsky afirma que todas as funções mentais superiores se originam como

relações entre seres humanos (VYGOTSKY, 1930; apud RIVIÈRE, 1987). Para isso

devemos entender a aprendizagem como uma construção que ocorre entre o sujeito

e o meio social, cultural e material, não podendo ocorrer de forma isolada. Essa

aprendizagem se dará através da problematização e participação do professor como

sujeito mais capaz, aquele que irá ajudar o aluno sair do nível de desenvolvimento

real, para conseguir fazê-lo atingir o nível de desenvolvimento potencial. Para isso, o

professor deve valorizar os conhecimentos prévios dos alunos, relacionando a teoria

e a prática. Além disso, cabe ao professor incentivar o questionamento, a

participação e o diálogo, de tal forma que essa condução leve a uma reflexão capaz

de levar ao desenvolvimento cognitivo do aluno.

Segundo Moreira (1999, p.112), “A interação social é, portanto, na perspectiva

Vygotskyna, o veiculo fundamental para a transmissão dinâmica (de inter para

intrapessoal) do conhecimento social, histórico e culturalmente construído”.

Para que possamos entender o que é interação social, utilizamos Moreira

(1999) baseado nas ideias de Garton que afirma que a interação social implica num

mínimo de duas pessoas intercambiando informações. O par ou díade é o menor

microcosmo de interação social para Vygotsky, centrado nesses aspectos: contexto

social, mediação, instrumentos e signos e zona de desenvolvimento proximal.

CONTEXTO SOCIAL

Devemos entender o contexto social, histórico e cultural como sendo a base

para o desenvolvimento cognitivo. Para Moreira, na obra de Vygotsky devemos

entender que o desenvolvimento cognitivo não pode ser entendido sem levarmos em

consideração o contexto social, histórico e cultural.

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MEDIAÇÃO

A mediação pode ser entendida como um processo necessário para a

internalização de novos conceitos. É através da mediação que se dá a internalização

(reconstrução interna de uma operação externa) de atividades e comportamentos

sócio-históricos e culturais (GARTON, 1982). Isto significa que a conversão de

relações sociais em funções mentais não é direta, é mediada e essa mediação inclui

uso de instrumentos e signos. Para Moreira (2009) o processo de interiorização

implica uma mediação essencialmente humana e semiótica na qual a linguagem e,

em particular, a palavra, é essencial.

INSTRUMENTOS E SIGNOS

Podemos conceituar instrumento como algo que pode ser usado para fazer

alguma coisa. Um signo, por outro lado, é algo que significa alguma coisa

(MOREIRA, 2009). Um exemplo de um instrumento seria um arado, enquanto as

palavras são signos linguísticos. A linguagem, assim como a matemática, são

sistemas articulados de signos.

ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL

Para Vygotsky a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) pode ser definida

como a distância entre o nível de desenvolvimento real (NDR), ou seja, aquela em

que o aluno se encontra, e o seu nível de desenvolvimento potencial (NDP), ou seja,

aquele em que o aluno é capaz de atingir com a ajuda e mediação do agente “mais

capaz”. No caso da criança poderia ser a ajuda de um adulto, por exemplo.

Podemos entender a ZDP como aquela que ainda tem funções que não foram

amadurecidas, mas que já se encontram no processo de maturação (Figura 1).

18

Figura 1 – Mapa conceitual da teoria de Vygotsky.

Fonte: CORRÊA, 2013

A interação social que provoca a aprendizagem deve ocorrer dentro da ZDP,

mas, ao mesmo tempo, tem um papel importante na determinação dos limites dessa

zona. O limite inferior é, por definição, fixado pelo NDR do aprendiz. O superior é

determinado por processos instrucionais que podem ocorrer no brincar, no ensino

formal ou informal, ou no trabalho. Independente do contexto, importante é a

interação social (MOREIRA, 1999).

O papel do professor na perspectiva de Vygotsky seria de um “mediador”

indispensável, visto que ele já internalizou significados socialmente compartilhados

para materiais educativos presentes no currículo.

Na pratica pedagógica, o professor é aquele que irá apresentar ao aluno

significados socialmente aceitos, no contexto da matéria do ensino, seja ela História,

Física, Geografia, etc. O professor, neste contexto, é o responsável por verificar se o

19

significado que o aluno captou é aceito e compartilhado socialmente, fazendo com

que o ensino se consuma quando professor e aluno compartilham significados.

De acordo com Moreira (2009, p. 23), este modelo de intercâmbio de

significados pouco ou nada diz sobre como se dá a internalização, mas deixa claro

que esse intercâmbio é fundamental para a aprendizagem e, consequentemente, na

ótica de Vygotsky, para o desenvolvimento cognitivo. Sem interação social, ou sem

intercâmbio de significados, dentro da ZDP do aprendiz, não há ensino, não há

aprendizagem e não há desenvolvimento cognitivo. Interação e intercâmbio

implicam, necessariamente, que todos envolvidos no processo ensino-aprendizagem

devam falar e tenham oportunidade de falar.

“Para Vygotsky, o bom ensino é aquele que está à frente do desenvolvimento

cognitivo e o lidera. De maneira análoga, a boa aprendizagem é aquela que está

avançada em relação ao desenvolvimento” (MOREIRA, 2009, p. 22).

4.2. O PAPEL DO PROFESSOR: MEDIADOR DO PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM

Pesquisadores vêm defendendo a ideia de que o conteúdo deve ser

escolhido a partir da realidade em que o estudante está inserido, relacionando ações

do cotidiano a pressupostos teóricos que dão base a novas reconstruções de

conhecimento (MORAES; LIMA, 2004). Nesse processo, o professor assume o papel

de mediador e facilitador destas questões, desafiando e incentivando seus alunos na

busca de informações e na pesquisa em sala de aula.

Para Moraes e Lima (2004), quando o professor propõe uma prática

pedagógica que privilegie o compartilhar de experiências e a valorização do

conhecimento prévio estará ajudando a possibilitar a construção de novas relações,

transformando o conhecimento dos alunos envolvidos nesse processo.

Com base nessa concepção, o professor deve planejar e organizar suas

aulas, desenvolvendo-as de maneira a problematizar temas e assuntos relacionados

à realidade de seus alunos. Desta maneira, o professor pode observar o potencial de

cada aluno, respeitando seu ritmo e suas dificuldades.

Para ajudar o aluno o professor deve usar de criatividade ao elaborar suas

práticas, fazendo com que o interesse no assunto e a vontade de aprender sejam

mantidos.

20

Devemos ainda salientar que o professor do século XXI tem que buscar

cada vez mais chamar a atenção dos seus alunos, elaborando estratégias. Na

disciplina de Física vários autores (SCHROEDER, 2004, 2007; ZIMMERMANN;

EVANGELISTA, 2007; HIGA; OLIVEIRA, 2012) sugerem que o professor deva

utilizar-se de recursos experimentais para facilitar a aprendizagem.

Segundo Schroeder (2007):

A Física, por tratar de fenômenos básicos da natureza, permite a manipulação independente de materiais em atividades experimentais e a descoberta de soluções próprias a problemas propostos e pode ser, então, um ótimo meio de desenvolver a curiosidade, o espírito crítico e a autoestima. (2007, p. 8)

A necessidade de práticas é vista como uma das únicas formas de tornar

mais fácil a aquisição de conceitos socialmente aceitos, visto que esta seria a

principal tarefa do professor em sala de aula.

Interpretando o papel do professor na perspectiva de Vygostky, podemos vê-

lo como um "mediador” indispensável. Na interação que deve caracterizar o ensino,

o professor é o participante que já internalizou significados socialmente

compartilhados para os materiais educativos do currículo. (MOREIRA, 2009).

4.3. COLABORAÇÃO DA NEUROCIÊNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE

MEMÓRIA PARA A APRENDIZAGEM

Os conhecimentos fornecidos pela neurociência aplicados à educação servem

de base para o entendimento do funcionamento cerebral e do desenvolvimento da

capacidade cognitiva. Assim, um dos grandes desafios do século XXI é desvendar

os enigmas cerebrais do ser humano e a ligação entre a esfera emocional e

cognitiva.

Segundo Suzana Herculano, neurocientista da UFRJ, (apud VITÓRIA, 2012):

A prática – não existe aprendizado sem prática; a motivação, que é o motor por trás desse aprendizado; o encorajamento por métodos alternativos, pois nem todo mundo aprende da mesma forma; e também a oportunidade, afinal você não descobre do que gosta se não experimentar. Um pianista precisa ter contato com um piano primeiro, para depois descobrir que gosta de tocá-lo e, então, praticar. (2012, p. ??)

21

Ivan Izquierdo (2011) define memória da seguinte maneira:

[...] aquisição, formação, conservação e evocação de informações. A aquisição é também chamada de aprendizado ou aprendizagem: Só se “grava” aquilo que foi aprendido. A evocação é também chamada de recordação, lembrança, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos aquilo que foi aprendido. (2011, p.11)

Com base nestas ideias, podemos justificar a necessidade da utilização de

aulas experimentais como fonte de motivação e, ao mesmo tempo, uma grande

aliada na consolidação das memórias. Desta forma, torna-se mais fácil por parte do

aluno a retenção da informação na memória de longo prazo, de conceitos e

aprendizagens, assim como o desenvolvimento do raciocínio lógico.

A memória

Ao falar em memória, reforçamos que ela é a base de todo o saber, ou seja, da

nossa individualidade, da nossa história, das nossas experiências captadas pelo

corpo por meio de movimentos e sentidos e a capacidade de julgamento,

planejamento, abstração e atenção. Diferentes partes do encéfalo envolvidas no

armazenamento de determinados tipos de informações formam a memória (BEAR;

CONNORS; PARADISO, 2002).

O professor, ao usar como base os conhecimentos da neurociência, poderá

facilitar muito o processo de ensino e aprendizagem, pois ao compreender o

funcionamento cerebral poderá desenvolver um trabalho com maior eficiência,

favorecendo o desenvolvimento da aprendizagem. Ao conhecer o funcionamento do

sistema nervoso, os professores passam a trabalhar levando em conta a importância

da motivação na aprendizagem e que a utilização de atividades práticas tornam os

estudantes mais interessados e envolvidos. Com isso, o resultado é a criação de

memórias de longo prazo mais consolidadas.

Reforçamos, nas palavras de Izquierdo (2011, p. 20): “As memórias dos

humanos e dos animais provêm das experiências, por isso é mais sensato falar em

“memórias” e não em “memória”.”

Para entendermos melhor como se dá a formação e consolidações das

memorias é importante buscarmos apoio em Izquierdo (2011), que propõe que as

memórias não são adquiridas imediatamente na sua forma final. Durante os

22

primeiros minutos ou horas após sua aquisição, são suscetíveis à interferência por

outras memórias, por drogas ou por outros tratamentos. De fato, a formação de uma

memória de longa duração envolve uma série de processos metabólicos no

hipocampo e outras estruturas cerebrais que compreendem diversas fases e que

requerem entre três e oito horas (IZQUIERDO, 2011). Portanto, enquanto esses

processos não estiverem concluídos, as memórias de longa duração são lábeis. O

conjunto desses processos e seu resultado denominam-se consolidação.

Desta forma, aquilo que se aprende inicia processos nervosos que duram

algum tempo além do ato do aprendizado em si, sem os quais não haverá memória.

A todo esse processo, chamamos de consolidação.

Um passo adiante na determinação das áreas envolvidas nas memórias foi

dado pelas modernas técnicas de imagens, das quais a que hoje mais se usa é a

ressonância magnética funcional. Essas técnicas medem indiretamente a ativação

metabólica de uma ou outra região do cérebro, enquanto cada indivíduo – animal ou

humano – está formando ou recordando memórias de um ou outro tipo, relativas a

um momento em que o individuo não se encontra nessa situação. Não medem,

entretanto, os processos metabólicos envolvidos.

Tais informações passam a ter muita relevância para o professor dentro da

sala de aula, para que ele possa auxiliar o aluno durante todo o processo de

consolidação de memórias. Para isso, serão fundamentais as escolhas de práticas

docentes que ajudem a estabelecer relações, tornando o ato de aprendizagem uma

tarefa prazerosa, pois a motivação é imprescindível para a consolidação dessas

memórias.

A base biológica para a formação de memória começa a ser explicada por

Don Santiago Ramón y Cajal. Em 1893 ele postulou que o armazenamento das

memórias obedece a alterações morfológicas das sinapses (são os caminhos

percorridos pelo impulso nervoso ao passar de um neurônio a outro) envolvidas em

cada uma delas. As alterações, como sugerido por Cajal, poderiam consistir em

alargamentos, estreitamentos, bifurcações ou outras mudanças estruturais das

sinapses.

O conceito atualmente vigente é o de que Ramón y Cajal, feito há mais de um

século atrás. Há consenso entre todos os pesquisadores da área de que, realmente,

as memórias consistem na modificação de determinadas sinapses de distintas vias,

que incluem o hipocampo e suas principais conexões.

23

Segundo Izquierdo (2011), de um ponto de vista operacional, as memórias

nada mais seriam do que alterações estruturais de sinapses, distintas para cada

memória ou tipo de memórias.

É fácil entender que as modificações estruturais das sinapses produzirão

alterações funcionais óbvias. Por exemplo, ao se ramificar uma terminação axônica

ou um dendrito, haverá de fato, novas sinapses. Ao se alargar, a superfície da

terminação pré-sináptica ou a da área dendrítica que está a sua frente, aumentará a

eficiência dessa sinapse. Se, em vez disso, ocorre um estreitamento dessas áreas,

haverá uma diminuição da eficiência dessa sinapse (Figura 2).

Figura 2 – Representação esquemática de um neurônio.

Fonte: DUARTE, 2014.

Modulação da aquisição e consolidação da memória de longa

duração

Segundo Izquierdo (2011), é possível percebermos através de nossas

experiências que os estados de ânimo, as emoções, o nível de alerta, a ansiedade e

o estresse modulam fortemente as memórias. Um aluno estressado, ou pouco

alerta, não forma corretamente memórias numa sala de aula. Um aluno que é

submetido a um nível alto de ansiedade depois de uma aula, pode esquecer aquilo

que aprendeu. Um aluno estressado na hora de evocação (numa prova, por

exemplo) apresenta dificuldade para evocar (famoso ”branco”); outro, que estiver

bem alerta, conseguirá recordar muito bem.

24

Isso se deve à operação de vários sistemas moduladores, cuja natureza e

modo de ação são hoje bem conhecidos.

As modulações da aquisição e das fases iniciais da consolidação ocorrem

basicamente ao mesmo tempo, sendo difícil distinguir uma da outra. Elas envolvem

dois aspectos:

1) Distingue as memórias com maior carga emocional das demais, e faz com

que as primeiras sejam gravadas de forma mais eficiente.

2) Em determinadas circunstâncias, acrescenta informação neuro-humoral ou

hormonal ao conteúdo das memórias.

Sabe-se há muitos anos que o nível de alerta, a ansiedade e o estresse são

acompanhados de um aumento no tônus simpático, que acarreta uma liberação de

noradrenalina das terminações dos nervos simpáticos para o sangue. Sabe-se

também que o alerta, a ansiedade e o estresse causam liberação de hormônios pela

hipófise, entre outros. O efeito de todas essas substâncias na aquisição ou na fase

inicial de consolidação (primeiros 5 a 10 minutos) é aumenta-la até certo nível e, a

partir deste, quando a ansiedade é intensa, começa o que poderíamos chamar de

estresse, diminuindo a consolidação. Existe, portanto, um efeito realmente

modulador com uma curva em U invertida, denominada curva Yerkes-Dodson, em

homenagem aos autores que primeiro descreveram a modulação das memórias pela

ansiedade e o estresse (Figura 3).

Os hormônios mencionados são denominados por muitos como “hormônios

do estresse”, embora sua liberação acompanhe não só o estresse como também

níveis menores de ativação nervosa generalizada: o alerta e a ansiedade. É

verdade, por outro lado, que existe um continuo entre o alerta e a ansiedade, o que

já pode ser denominado estresse.

25

Figura 3 – Curva de Yerkes-Dodson, que relaciona o nível de consolidação ou de

evocação (eixo vertical) com o nível de ansiedade (eixo horizontal).

Fonte: IZQUIERDO, 2011.

4.4. O PAPEL DA EXPERIMENTAÇÃO NA DISCIPLINA DE FÍSICA

O papel da experimentação na disciplina de Física é fundamental para a

aprendizagem, pois o aluno motivado para solucionar situações-problemas é levado

a refletir sobre o que observa, tornando-se necessário o uso da teoria como suporte

para analisar suas observações.

Conforme Sèré, Coelho e Nunes (2003):

[...] graças às atividades experimentais, o aluno é incitado a não permanecer no mundo dos conceitos e no mundo das linguagens, tendo a oportunidade de relacionar esses dois mundos com o mundo empírico. Compreende-se, então, como as atividades experimentais são enriquecedoras para o aluno, uma vez que elas dão um verdadeiro sentido ao mundo abstrato e formal das linguagens. Elas permitem o controle do ambiente, a autonomia face aos objetos técnicos, ensinam as técnicas da investigação, possibilitam um olhar crítico sobre os resultados. Assim, o aluno é preparado para poder tomar decisões na investigação e na discussão dos resultados. (2003, p. 39)

Para Gaspar e Monteiro (2005) é através de práticas experimentais que o

aluno conseguirá desenvolver sua curiosidade, raciocínio, capacidade argumentativa

e, principalmente, terá condições de compreender melhor os fenômenos naturais,

26

além de ajudá-lo na consolidação na memória de longo prazo do conhecimento

adquirido.

A intervenção do professor durante esse processo e as atividades em grupo

que visam privilegiar a comunicação e o diálogo entre os alunos contribuem de

maneira significativa na construção cognitiva e apropriação de conceitos

cientificamente aceitos dentro da comunidade cientifica.

A atividade de demonstração experimental em sala de aula, particularmente

quando relacionada aos conceitos de Física, apesar de fundamentar-se em

conceitos científicos, formais e abstratos, tem por singularidade própria à ênfase no

elemento real, no que é diretamente observável e, sobretudo, na possibilidade

similar no micro-cosmos formal da sala de aula, a realidade informal vivida pela

criança no seu mundo exterior. A maioria das concepções espontâneas, senão

todas, que a criança adquire, resultam das experiências por ela vividas no dia-a-dia.

Porém, essas experiências só adquirem sentido quando ela compartilha com adultos

ou parceiros mais capazes, pois são eles que transmitem a essa criança os

significados e explicações atribuídos a essas experiências no universo sócio cultural

em que vivem.

A partir daí, podemos inferir que a utilização de atividades experimentais

demonstrativas de um conceito em sala de aula acrescenta ao pensamento do aluno

elementos de realidade e de experiência pessoal, que podem preencher uma lacuna

cognitiva característica dos conceitos científicos e dar a esses conceitos a força que

essa vivência dá aos conceitos espontâneos. Em outras palavras, a atividade

experimental de demonstração compartilhada por toda a classe sob a orientação do

professor, em um processo interativo que de certa forma simula a experiência

vivencial do aluno fora da sala de aula, enriquece e fortalece conceitos associados a

essa atividade e talvez até os faça surgir e pode oferecer os mesmos elementos de

força e riqueza característicos desses conceitos para aquisição de conceitos

científicos associado a essas atividades. Talvez até os faça surgir e podem oferecer

os mesmos elementos de força e riqueza característicos desses conceitos para a

aquisição dos conceitos científicos que motivam a apresentação da atividade.

Afirmamos que em colaboração a criança sempre pode fazer mais do que sozinha. No entanto, cabe acrescentar: não infinitamente mais, porém só em determinados limites, rigorosamente determinados pelo estado do seu desenvolvimento e pelas suas potencialidades intelectuais. Em colaboração,

27

a criança se revela mais forte e mais inteligente que trabalhando sozinha, projeta-se ao nível das dificuldades intelectuais que ela resolve, mas sempre existe uma distância rigorosamente determinada por lei, que condiciona a divergência entre a sua inteligência ocupada no trabalho que realiza sozinha e a sua inteligência no trabalho em colaboração [..] A possibilidade maior ou menor de que a criança passe do que sabe para o que sabe fazer em colaboração é o sintoma mais sensível que caracteriza a dinâmica do desenvolvimento e êxito da criança. Tal possibilidade coincide perfeitamente com sua zona de desenvolvimento imediato. (VYGOTSKY, 1998, p. 329).

Outros autores, como Carvalho e Gil-Perez (2006), ressaltam a importância do

desenvolvimento de habilidades argumentativas a partir do uso de experimentação.

Nesse contexto o professor assume o papel de questionador, mediando discussões,

a fim de que os alunos participem e construam seus conhecimentos, oportunizando

que seus alunos apresentem suas ideias e defendam seus argumentos. Além de

ajudar a desenvolver uma atitude de curiosidade, diante do experimento que

manipula e observa, o aluno poderá ir tomando consciência dos conhecimentos

adquiridos, refletindo sobre suas ações e descobertas, numa relação entre o

concreto e o abstrato. Essa percepção ajuda a elevar a autoestima do aluno e, ao

mesmo tempo, incentiva para que ele busque novas investigações.

Após a resolução do problema via experimentação, é realizada uma discussão com toda a classe em que, inicialmente, é realizada uma discussão com toda a classe em que, inicialmente é solicitado às crianças que contém como resolveram o problema e posteriormente por que aquela foi a melhor solução. Desta forma, elas têm a oportunidade de tomar consciência de suas ações, refletindo sobre as mesmas, chegando a

construir explicações causais para o fenômeno estudado (CARVALHO; GIL-PEREZ, 2006, p.4)

Devemos perceber que a intervenção do professor nesse processo e das

atividades em grupo que privilegiam a interação e a comunicação, possibilitam o

diálogo entre todos os sujeitos, contribuindo para a construção cognitiva e a

alfabetização cientifica dos alunos.

Segundo Sèré, Coelho e Nunes (2003):

[...] acredita-se, assim que uma metodologia baseada na construção do material experimental favoreça a investigação em nível fenomenológico e técnico dos dispositivos e que as ações de fazer e testar o material incitem o aluno a questionar e investigar os princípios e conceitos envolvidos no experimento a construir um significado pessoal a esse conceito. (2003, p. 34)

28

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização do estudo foram selecionadas quatro escolas (Privada,

Pública Municipal, Pública Estadual e Pública Federal) que pertencem ao município

de Pelotas. A pesquisa se caracterizou pela abordagem quali-quantitativa (LÜDKE;

ANDRÉ, 2013), valendo-se de uma investigação que se fundamentou no estudo de

campo. Para preservação das identidades das escolas Privada, Municipal, Estadual

e Federal pesquisadas passaremos a identificá-las como escola A, B, C e D,

respectivamente.

O grupo de alunos pesquisados cursa o segundo ano do Ensino Médio.

Foram utilizados dois questionários como instrumentos de pesquisa, um distribuído

aos professores e outro aos alunos, aplicados no ano de 2014. O questionário

seguiu o modelo semi-estruturado (GIL, 1995, 2002, MARCONI; LAKATOS, 2007),

contendo questões com o propósito de verificar junto às escolas pesquisadas se

existe por parte dos professores a utilização de práticas pedagógicas experimentais

na disciplina de Física.

O questionário dos alunos (Apêndice A) estava distribuído da seguinte forma:

(i) questões de 1 a 6 – relacionadas com perguntas diretas e fechadas, constituindo-

se de uma apresentação quantitativa (ii) questão 7 – pergunta aberta, com

possibilidade do aluno expressar suas considerações.

O questionário dos professores (Apêndice B) estava distribuído da seguinte

forma: (i) questões 1, 2, 6, 7, 8, 9, 10, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, e 20 – relacionadas

com perguntas diretas e fechadas, constituindo-se de uma apresentação quantitativa

(ii) questões 3, 4, 5, 11 e 12 – perguntas semiabertas, com possibilidade do

professor expressar um sentimento de valor, tratando-se de uma abordagem

qualitativa.

Para facilitar a organização dos dados, foram utilizadas como ferramenta de

apoio planilhas eletrônicas, a fim de tabular os dados e criar uma interface gráfica

com o objetivo de promover a ampliação na capacidade interpretativa da análise

(TRIVIÑOS, 1987; TEIXEIRA, 2003; GERHARDT; SILVEIRA, 2009).

29

6. ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo faremos a análise dos dados obtidos na aplicação do

questionário aos alunos. Com os dados obtidos através do questionário foram feitos

gráficos de colunas. Nossa análise, portanto, é de natureza quantitativa.

Gráfico 1 - Índice de alunos que gostam da disciplina de Física.

Fonte: Produzido pela autora.

Ao analisarmos os dados do Gráfico 1, percebemos que na escola Privada o

número de alunos que gostam da disciplina é alto. Ao calcularmos as porcentagens

vemos que 77,8% gostam da disciplina, enquanto 22,2% não gostam.

Já nas escolas Públicas, vemos que o índice de alunos que dizem não gostar

é bastante alto. Quando analisamos a escola Municipal e Federal, vemos que os

índices encontrados são bastante próximos. Na escola Municipal, por exemplo, os

índices encontrados foram de 43,3% para sim e 56,7% para não. Ao observarmos a

escola Federal, por outro lado, as respectivas porcentagens são de 46,2% e 53,8%.

Os índices encontrados para a escola Estadual mostram uma realidade

quase oposta à realidade da escola Privada. As porcentagens são as seguintes:

28,1% gostam e 68,8% não. Para interpretarmos melhor o resultado buscamos

30

apoio na neurociência, já que para ela o gostar pode ser associado à motivação.

Percebemos através dos dados encontrados que estes índices alarmantes são

decorrentes de aulas puramente teóricas, dificultando a compreensão dos

fenômenos físicos por parte dos alunos. Os alunos visivelmente sentem-se

desmotivados e, com isso, acabam perdendo o interesse nas aulas.

Gráfico 2 - Índice de motivação nas aulas de Física.

Fonte: Produzido pela autora.

No Gráfico 2 percebemos que nas escolas Privada e Municipal os alunos

sentem-se mais motivados, apresentando os seguintes índices: na escola Privada

63% sentem-se motivados, enquanto na escola Municipal este índice cai para

56,7%. Por outro lado, nas escolas Estadual e Federal o índice de motivação é de

25% e 23,1%, respectivamente.

A análise desses dados mostra a importância de motivarmos nossos alunos,

apresentando-lhes atividades variadas, contextualizadas e com demonstrações

relacionadas ao conteúdo da disciplina.

31

Gráfico 3 – Índice de interesse nas aulas de Física.

Fonte: Produzido pela autora.

Ao analisarmos os dados apresentados no Gráfico 3, vemos que nas escolas

Privada e Municipal o relacionamento do alunos com o professor tem papel

fortemente motivador. Por outro lado, analisando as quatro escolas, vemos que as

aulas práticas têm caráter motivador para os alunos de forma similar. Assim, nossa

pesquisa ratifica a importância da motivação na aprendizagem, como evidenciado

pela neurociência e por diversos autores a respeito da necessidade de atividades

práticas em sala de aula.

32

Gráfico 4 – Índice de desmotivação nas aulas de Física.

Fonte: Produzido pela autora.

A análise dos dados do Gráfico 4 mostra que o conteúdo é um fator

significativo para a desmotivação dos alunos na quatro escolas pesquisadas. Outro

fator relevante é a metodologia nas escolas Estadual e Federal. O relacionamento

com o professor aparece como um agente desmotivador apenas na escola Estadual,

fato relacionado à metodologia do professor que este aplica em sala de aula. Nas

demais escolas este índice é bastante similar e não significativo.

33

Gráfico 5 – Índice relativo à existência de aulas práticas de Física.

Fonte: Produzido pela autora.

A análise dos dados do Gráfico 5 mostra a quase total inexistência de aulas

práticas na disciplina de Física nas escolas pesquisadas. Este resultado pode estar

relacionado à falta de interesse na disciplina de Física e a desmotivação dos alunos

encontrados na pesquisa. Justificamos, através da neurociência, que a falta de

práticas pedagógicas estimulantes mantém a motivação e o interesse nos alunos em

índices baixos, como encontrado na pesquisa. Quando estamos motivados a

evocação de nossas memórias ocorre mais facilmente, pois aquilo que mexe com

nossa emoção fica registrado com mais facilidade.

34

Gráfico 6 – Índice de compreensão da importância das aulas práticas na

aprendizagem.

Fonte: Produzido pela autora.

Mais uma vez, analisando o Gráfico 6 encontramos um alto índice associado

ao uso de aulas práticas como agente facilitador da aprendizagem. Os alunos das

escolas pesquisadas, a despeito de terem afirmado que praticamente não têm aulas

práticas, como mostrado no Gráfico 5, percebem que aulas práticas podem ser um

fator importante para a consolidação da aprendizagem.

Concluímos a análise dos questionários aplicados aos alunos, que nos

permitiu traçar um quadro da real situação das escolas pesquisadas. Através dos

dados obtidos, somos capazes de responder alguns dos nossos objetivos

específicos, em especial, a quase inexistência de atividades práticas na disciplina de

Física. Infelizmente, constatamos que na maioria das escolas pesquisadas as aulas

são basicamente teóricas.

Na sequência, discutiremos os resultados da pesquisa conduzida com os

professores das escolas. No Quadro apresentamos os dados compilados dos

questionários aplicados aos professores (Apêndice B). Para a análise desses dados,

visando o total anonimato dos professores pesquisados, passaremos a identifica-los

como professores A e B, já que para cada escola foram entrevistados dois

professores.

35

Quadro – Compilação dos dados dos questionários aplicados aos professores.

Perg

un

ta Colégio Privado Colégio Estadual Colégio Municipal

Colégio Federal A B A B A B

1) F M F F M F M

2) 50-54 25-29 50-54 40-49 40-49 30-39 30-39

3) Pelotas Pelotas Pelotas Pelotas Pelotas Pelotas Pelotas

4)

Engenharia

(1985)

Ciências (1993)

Licenciatura em

Física (2006)

Licenciatura em

Física (2003)

Licenciatura em

Física (2010)

Licenciatura em

Física (2004)

Licenciatura em

Física (2003)

Licenciatura em

Física (2007)

5) Especialização Mestrado Especialização Não Não Especialização Mestrado

6) Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

7) Mais de 20 Menos de 10 10-15 2-5 10-15 10-15 Menos de 1

8) Privada Privada Estadual/Privada Estadual Municipal/Estadual Municipal/Federal Estadual/Federal

9)

Ens. Médio

Ens.

Fundamental

Ens. Médio

Ens.

Fundamental

Ens. Médio

Ens. Fundamental Ens. Médio Ens. Médio

Ens. Médio

Especialização

Ens. Médio

Ens. Fundamental

10) 1 1 2 3 2 2 3

11) 11 8 - 11 20 9 12

12) 35/42 35 35 25 30 30 30

“Continua ...”

36

P

erg

un

ta Colégio Privado Colégio Estadual Colégio Municipal Colégio Federal

A B A B A B

13) 3h 3h 2h 2h 2h 1h 2h

14) Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

15) Não Sim Sim Sim Não Sim Sim

16) Observação Demonstração Demonstração

Participação Demonstração - Demonstração Demonstração

17) Tudo Dinâmica Tudo Tudo - Tudo Eletricidade

18) Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

19) Não Não Sim Sim Sim Não Não

20) Exemplos do dia

dia

Exemplos do

cotidiano Exemplos

Filmes e CD

Com simulações Não Não Não

Fonte: A pesquisa realizada pela autora.

“...conclusão”

37

A observação e análise dos dados do Quadro demonstram uma diferença

conceitual entre o que o aluno e o professor consideram como atividades práticas.

No Gráfico 5 vimos que os alunos responderam não ter aulas práticas de Física. Por

outro lado, dos sete professores entrevistados, apenas dois responderam não à

questão 15, que questiona se ele utiliza aulas práticas nas suas atividades.

Atribuímos esta discrepância à forma como o aluno e o professor percebem a

atividade prática em aula. Para o aluno, atividade prática é aquela em que ele

participa efetivamente, sai do papel de um mero observador e faz a experiência

passo a passo. Para o professor, por outro lado, uma demonstração de um

experimento em sala de aula é considerada uma atividade prática.

Chama a atenção o fato de que embora quase todos os professores tenham

formação em Licenciatura em Física (questão 4), poucos se utilizam de atividades

práticas com a real participação dos alunos (questão 16), uma vez que a grande

maioria se vale de demonstrações de experimentos em aula. Esses dados nos

levam a pensar como foi à formação desses professores? Será que em seus cursos

de formação foi dada ênfase as atividades práticas?

Em relação ao que propõe a neurociência, percebemos que na escola Privada

existe uma excelente relação entre os professores e os alunos. Claramente, os

professores estabeleceram com seus alunos uma relação motivadora, uma vez que

as aulas utilizam recursos variados (questões 16, 19 e 20). Infelizmente, o inverso é

observado nas escolas Estadual e Federal, uma vez que a relação com os

professores não estabeleceu vínculos afetivos, sendo esse mais um dos motivos

para os alunos sentirem-se desmotivados.

Percebemos também nos dados coletados junto aos professores que o tempo

de docência é um fator importante a ser considerado (questão 7). Quanto mais

experiência profissional, maior a flexibilidade em lidar com os alunos. É importante

percebermos que a carga horária da disciplina vem sendo diminuída ao longo dos

anos (questão 13). Apenas na escola Privada não houve perda de carga horária. Na

escola Federal esta diminuição foi bem significativa. Outra percepção em relação

aos dados dos professores foi que a maioria trabalha em mais de uma rede de

ensino e em duas ou mais escolas (questões 8, 9 e 10). O número de alunos por

turma nos mostra que na rede Privada este número é relativamente maior do que

38

nas demais escolas (questões 11 e 12). Quanto ao uso de técnicas para ajudar os

alunos na memorização (questão 19), apenas nas escolas Municipal e Estadual

tivemos professores que auxiliam os alunos a memorizar. Percebemos também que

apenas na escola Privada e na escola Estadual, os professores usam recursos

motivadores para facilitar a aprendizagem (questão 20).

Concluímos a análise dos questionários aplicados aos professores, afirmando

que de fato existe uma relação quase direta entre o desinteresse dos alunos e a falta

de atividades práticas que ajudam na motivação e consolidação da aprendizagem.

Torna-se pertinente um cruzamento de informações para percebemos a

necessidade de um ajuste nas aulas e uma nova abordagem metodológica. Esta

nova abordagem, com características mais voltadas às práticas experimentais, é

baseada no que propõe Schroeder (2007). Este autor afirma que a Física, por tratar

de fenômenos básicos da natureza, permite a manipulação independente de

materiais em atividades experimentais e a descoberta de soluções próprias a

problemas propostos, podendo ser um ótimo meio para desenvolver a curiosidade, o

espirito crítico e a autoestima.

39

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente, os dados possibilitaram algumas considerações significativas em

relação aos objetivos específicos. A preocupação inicial era perceber o que de fato

vem acontecendo em nossas escolas. Os resultados encontrados nos mostram que

o gostar da disciplina passa diretamente pela relação que os alunos estabelecem

com a figura do professor. Na escola A notamos que os alunos têm uma relação de

afeto com o professor, enquanto nas outras escolas está relação de afetividade

apresenta problemas.

A falta de atividades práticas aponta para a desmotivação dos alunos, numa

relação de causa e consequência quase direta. Percebemos também que a

metodologia adotada pelo professor pode causar desmotivação, enquanto que a boa

metodologia motiva os alunos. Ao fazermos o cruzamento dos dados entre o

questionário de alunos e professores, encontramos respostas contraditórias na

questão de realização de atividades práticas. Enquanto os alunos apontam para a

total inexistência de atividades práticas, os professores falam claramente em

práticas demonstrativas. Esse fato nos leva a considerar que há um visível

descompasso entre o que é proposto e o que de fato é executado nas aulas. Não

encontramos em nenhuma das escolas pesquisadas prática e teoria caminhando

juntas, o que ajuda a ratificar a ideia de que a causa de tanta desmotivação por

parte dos alunos é decorrência direta desse fato. Conseguimos constatar que em

sua maioria as aulas são puramente teóricas, sendo está à única metodologia

adotada. Percebemos a quase total inexistência de atividades práticas nas escolas

pesquisadas, o que nos leva a concluir que a realidade dessas escolas diverge

muito em relação ao que propõe nosso referencial teórico. A pesquisa nos mostra

que nas escolas pesquisadas faltam atividades práticas e experimentos que ajudem

os alunos a relacionar os conceitos físicos com a realidade a sua volta.

Outra importante conclusão é que as metodologias usadas não são

diversificadas. Basicamente o recurso mais utilizado são as aulas expositivas.

Vemos que a motivação e a realização de práticas experimentais para auxiliar na

consolidação de memórias de aprendizagem quase nunca são usadas.

Em relação a ajudar o aluno na consolidação das memórias para que esses

conhecimentos adquiridos tornem-se memórias de longa duração, não conseguimos

notar através das respostas obtidas nos questionários preocupação com esse fato.

40

Quanto à modulação dessas memórias por parte dos alunos, também não

conseguimos vislumbrar nenhum tipo de auxilio por parte dos professores

pesquisados.

Torna-se oportuno mencionar que encontramos escolas ainda presas aos

modelos tradicionais de ensino, sem uso de recursos mais diversificados, coerentes

com o que se espera para o século XXI.

41

REFERÊNCIAS

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42

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LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagem qualitativa. 2ª ed. São Paulo: EPU, 2013.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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ZIMMERMANN, E.; EVANGELISTA, P. C. Q. Pedagogos e o Ensino de Física nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Faculdade de Educação, UNB, Brasília, 2007.

44

APÊNDICES

45

APÊNDICE A

Questionário aplicado aos alunos

Este questionário integra algumas questões voltadas ao trabalho de conclusão

do Curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação do IFSUL

Campus Pelotas - Visconde da Graça. Assumimos o compromisso de não

identificarmos pessoas, respostas ou instituições.

Obrigada por sua colaboração.

1) Você gosta da disciplina de física? ( ) Sim ( ) Não Por quê?

...................................................................................................

....................................................................................................

2) Você se sente motivado nas aulas de física?

( ) Sim ( ) Não

3) O que motiva você nas aulas de física :

( ) O conteúdo

( ) Aulas práticas

( ) Metodologia do professor

( ) O relacionamento com o professor

( ) Outro. Cite:................................

4) O que desmotiva você nas aulas de física :

( ) O conteúdo

( ) Aulas práticas

( ) Metodologia do professor

( ) O relacionamento com o professor

( ) Outro. Cite:..................................

5) Você tem aulas práticas de física?

( ) Sim. Quantas?................. ( ) Não

6) Dê a sua opinião: Aulas práticas ajudam na aprendizagem?

( ) Sim ( ) Não

7) Comentários:.....................................................................................

.........................................................................................................

46

APÊNDICE B

Questionário aplicado aos professores

1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Idade:

( ) Até 24 anos

( ) De 25 a 29 anos

( ) De 30 a 39 anos

( ) De 40 a 49 anos

( ) De 50 a 54 anos

( ) 55 anos ao mais

3. Cidade onde reside: _____________________________________

4. Graduação: ____________________ Ano de Conclusão________

5. Já possui alguma Pós-Graduação:

( ) Sim, Qual?.................................................. ( ) Não

6. Exerce função docente: ( ) sim ( ) Não

7. Em caso afirmativo, indique o tempo de docência:

( ) Menos de 01 ano ( ) De 15 a 20 anos

( ) De 02 a 05 anos ( ) De 05 a 10

( ) De 10 a 15 anos ( ) Mais de 20 anos

8. Em que rede de ensino atua:

( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Federal ( ) Privada

9. Em que categoria:

( ) Educação Infantil ( ) Ensino Médio

( ) Anos Iniciais do Ensino Fundamental ( ) Ensino Superior

( ) Anos Finais do Ensino Fundamental

10. Em quantas escolas trabalha:

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3

47

11. Nº de Turmas: __________________

12. Média de alunos por turma: __________________________

13. Qual a carga horária semanal para a disciplina de física:

( ) 1h ( ) 2h ( ) 3h ou mais

14. A escola possui laboratório ? ( ) Sim ( ) Não

15. Você utiliza aulas práticas nas suas atividades?

( ) Sim ( ) Não

16. De que tipo:

( ) Demonstração por parte do professor

( ) Demonstração com participação e interação do aluno

( ) Em grupos no laboratório realizadas pelo aluno

( ) Observação e medição em sala de aula

17. Em quais conteúdos você realiza suas práticas:

( ) Cinemática ( ) Estudo dos Gases

( ) Dinâmica ( ) Óptica

( ) Estática ( ) Eletrostática

( ) Termologia ( ) Eletrodinâmica

( ) Hidrostática ( ) Física Moderna

( ) Dilatação ( ) Outros

18. Você acredita que aulas práticas favorecem a aprendizagem?

( ) Sim ( ) Não

19. Você se utiliza de alguma estratégia para auxiliar os alunos na

memorização do conteúdo?

( ) Sim, qual?..............................................................( ) Não

20. Você se utiliza de alguma técnica ou recurso como fonte motivadora

nas aulas?

( ) Sim , qual?........................................................ ( ) Não