Nesse E-Book você vai aprender a lidar

com aquelas situações chatas da nossa vida como psicólogos iniciantes em que tudo parece dar errado! Aqueles primeiros momentos em que tudo que fazemos na clínica parece estar fora no nosso controle e não temos a menor segurança do que fazer com aquela pessoa sentada na nossa frente. Vou falar sobre desenvolvimento, personalidade e diagnóstico breve. Você vai começar a aprender como fazer uma leitura do paciente para, de forma fácil, saber pelo menos se comportar diante dele tendo conhecimento de uma nova abordagem mais rápida e diretiva. Vamos lá então?

Gostaria de compartilhar com todos que estão lendo esse E-book algumas coisas que passei durante minha caminhada de vida, e tudo que aprendi e ensino depois de ter me tornado a Psicóloga e Psicodramatista que sou hoje. Já que consigo hoje lidar com diversos pacientes, quero que você também aprenda! Comecei minha jornada de entender melhor porque existem pessoas diferentes, pois eu mesma já passei por várias dificuldades de vida, e já tive que lidar com muita gente que eu achava impossível de lidar. Temos que lembrar que antes de psicólogos, somos gente. Vou falar um pouco da minha história para você. Afinal, um bom diagnóstico vem da nossa habilidade de escuta terapêutica.

Desde a escola, eu sempre me sentia um "patinho feio". Parece que todo mundo era diferente de mim, e tudo que eu fazia era considerado, no mínimo, muito estranho. Eu gostava de estudar, de ler gibi no recreio e adorava as professoras. Para meus colegas, isso era algo de gente "muito estranha". Porque eu não ia lá correr com eles, ou brincar de esconde-esconde e ficava lá lendo? Além disso, eu era gordinha perto deles, e vocês devem imaginar como é complicado de lidar com isso tudo quando você é só uma criança. Essa coisa de ser diferente e todo mundo achar você fora no normal me acompanhou na adolescência, momento em que deixei de ser um "patinho feio", para me tornar a "menina que sempre faz pergunta nas aulas da escola". Sim, eu era curiosa, perguntava mesmo, nunca tive vergonha de falar em público! Era inclusive muito "sem noção" e mesmo se já tivesse entendido, precisava validar minha percepção. Definitivamente, eu fazia o que queria. E dava certo! Isso, sem dúvida, fazia com que as pessoas que não gostavam disso em mim, fossem muito hostis comigo. Eu provavelmente era considerada louca para alguns.

E confesso que era muito ruim, ter que acordar sabendo que ia ficar magoada com alguma pessoa, porque, algo que eu fiz de forma totalmente ingênua, era entendido como algo muito errado, ou praticamente inadmissível. Certa vez, cansado de me ouvir reclamar, meu pai me colocou na terapia quando tinha 16 anos. Daí pra frente minha vida começou a ficar diferente. Comecei a aprender uma série de coisas que jamais conseguiria sozinha. A terapia foi essencial para a maneira como eu deixei de ser essa "pessoa diferente" para me tornar, a princípio, uma "paciente diferente". Minhas terapeutas precisaram provar para mim mesma que o "problema" que eu tinha, quando sofria com as críticas dos outros, era "meu problema". Eu estava escolhendo sofrer por aquilo, e só eu era capaz de mudar minhas atitudes para que tudo aquilo se tornasse muito mais simples. Mas, eu era uma paciente super teimosa, questionadora, que tinha todas as justificativas na ponta da língua, e convencia minha terapeuta que a ideia dela sobre mim não fazia sentido.

A terapia então precisou me mostrar, e me deixou descobrir: ·Quem eu era; ·Como eu agia no mundo; ·Quais as consequências disso para as outras pessoas; ·Como eu poderia começar a mudar tudo isso. Portanto, o nosso olhar, nossa forma de ser no mundo é formado por três coisas: genética, criação dos pais/responsáveis, convivência com outras pessoas. Precisamos contar isso para o nosso paciente que não tem obrigação de já saber disso como nós aprendemos. A Psicologia me ensinou que nós somos seres históricos e relacionais. E o Psicodrama me ensinou que existe um modelo maduro de relação em que: Eu conheço a mim mesmo, conheço minha comunicação, conheço o outro, a comunicação dele. Nessa troca sincera, a verdade surge gerando uma sensação de ENCONTRO com criatividade e espontaneidade.

Mas nós não fazemos isso. Algumas pessoas aprendem a olhar e conhecer a si mesmas e ignoram o outro:

Essas pessoas, geralmente, sabem o que sentem, o que querem e se percebem agindo. Sabem fazer escolhas e tomar decisões com muita rapidez, e, muitas vezes, ignoram os outros ou a situação à volta e fazem o que querem. São considerados difíceis por não respeitarem o outro. Nem as pessoas, nem o ambiente. Atropelam o outro.

Já outras sabem tudo dos outros e das regras do mundo, mas nada sabem de si mesmas:

Pessoas que agem dessa maneira levam as outras pessoas e as regras muito em consideração. Acham difícil falar o que sentem, pensam ou querem. Em compensação, são incríveis para cuidar e analisar: pessoas e o ambiente. São consideradas difíceis por: ignorar a si mesmas suas emoções, desejos e ideias. Não realizam nada e ficam frustradas.

Aprendi com meu trabalho e com meus estudos que, na verdade, a grande maioria dos conflitos que todas as pessoas enfrentam, que tornam o outro ser "difícil" é a incapacidade de ter relações maduras:

Pessoas muito difíceis de se lidar são, na verdade, pessoas com uma dificuldade de conhecer a si mesmo e às suas características e também uma dificuldade grande de conhecer ao outro. São imaturas relacionalmente, o que pode gerar sofrimento.

Além de entender que as pessoas são EU-ÍSTAS e TU-ÍSTAS,

é importante dizer que elas têm quatro maneiras de SER NO

MUNDO:

• Elemento natural: o Ar,

• Temperamento: Sanguíneo,

• Patologia: Histérica,

• Valoriza o corpo as emoções, sensações e

sentimentos,

• Acredita ter o direito de realizar seus desejos -

SENTIR E FALAR.

• Em desequilíbrio pode se tornar: bajulador,

indisciplinado, inconveniente, tagarela,

convencido, sem limites, sem culpa, egoístas,

pouca memória, inconstante com amizades,

imaturo, desorganizado...

• Elemento natural: o Fogo,

• Temperamento: Colérico,

• Patologia: Paranóica,

• Valoriza a mente, lida com certezas, crê em suas

ideias e luta por elas,

• Acredita ter o direito de agir - ESCOLHER E FAZER,

• Em desequilíbrio pode se tornar: grosso,

agressivo, autoritário, intolerante, imprudente,

manipulador, trabalhador compulsivo, compulsão

por comando, dificuldade de lidar com pessoas

diferentes, bélico, encrenqueiro, impopular... .

• Elemento natural: a Terra,

• Temperamento: Melancólico,

• Patologia: Depressiva,

• Ele é como o mercúrio, que sobe e desce em

função de um elemento externo, essas pessoas

sobem e descem em função das outras pessoas e

suas expectativas,

• Acredita ter o dever de cuidar das pessoas -

CUIDAR E CONTROLAR,

• Em desequilíbrio pode ficar: deprimido, magoado,

baixa estima, inativo, exigente com os outros,

tolo, desanimado, insatisfeito, ressentido,

ingênuo, pessimista...

• Elemento natural: a Água,

• Temperamento: Fleumático,

• Patologia: Obssessiva

• Valoriza o ambiente, possui pensamento

alternativo e probabilístico,

• Acredita ter o dever de analisar o ambiente -

ANALISAR E PLANEJAR,

• Em desequilíbrio pode ficar: chato, prolixo,

hesitante, improdutivo, indiferente, relutante,

desanimado, resistente, preguiçosos, teimosos,

indecisos...

SENTIMENTOS (querer / desejos)

INTUIÇÃO (mente / projetos)

PESSOAS (cuidar/ controle)

AMBIENTE (análise / planejamento)

TEMOS MOMENTOS SANGUÍNEOS, MOMENTOS COLÉRICOS, MOMENTOS MELANCÓLICOS E MOMENTOS FLEUMÁTICOS. Saliento isso, pois somos seres que vivem em vários papéis, em várias circunstâncias e em todas elas aprendemos coisas novas e precisamos de novas habilidades. A chave sempre é o equilíbrio entre nossas FORÇAS E FRAQUEZAS. São apenas momentos, alguns mais desenvolvidos, outros não. Por isso é legal sempre se observar e se perceber agindo. E claro, ensinar isso para o nosso paciente. O nosso objetivo é conhecer nosso EU, nossos TUs e aprender a nos relacionarmos com eles de forma madura e saudável e, no caso do psicólogo, aprender a observar isso nos seus pacientes, estreitando a comunicação, acertando nas intervenções e facilitando o diagnóstico e prognóstico.

O meu convite para todos que baixaram esse E-BOOK é incitar a reflexão sobre a importância do autoconhecimento para o bom diagnóstico breve relacional, enquanto terapeuta e paciente. Quem quiser saber mais sobre esses temas, e saber como tudo isso pode te ajudar a: • Ter relacionamentos profissionais mais saudáveis; • Ter mais maturidade emocional e segurança para

atender; • Gerar facilidades no trabalho na clínica ou ambiente

social; • Entender porque o paciente não vive do jeito que

gostaria de viver; • Aprender a se comunicar com assertividade; • Desenvolver empatia; • Parar de entrar em conflito com as histórias dos

pacientes.

Agradeço demais você ter usado seu tempo, que é muito precioso, para esta leitura! Espero ter colaborado para o seu desenvolvimento como psicólogo iniciante.

Ficou com dúvidas, quer se aprofundar mais nesse tema? Entre em contato comigo!! Conheçam mais o meu trabalho nas redes sociais:

Se você te gostou desse E-book, escreva para mim no e-mail patriciagrilli88@gmail.com que mando as referências bibliográficas.