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NEOPLASIAS
Processos Patológicos Gerais
Profa. Adriana Azevedo
Prof. Archangelo P. Fernandes
Definições
• NEOPLASIA = “crescimento novo”
É uma massa anormal de tecido, cujo crescimento
é descontrolado e ultrapassa o tecido normal,
persistindo da mesma maneira excessiva mesmo
quando os estímulos que provocaram sua
proliferação terminam.
Definições
• Também chamamos os neoplasmas de
TUMORES e o estudo dos tumores chama-
se Oncologia.
• CÂNCER é a denominação para neoplasias
ou tumores que apresentam
características de crescimento maligno.
Componentes
• Tumores, benignos ou malignos, possuem 2 componentes básicos:
• Parênquima: É formado de células neoplásicas (transformadas). É formado do tecido de onde o tumor é originado.
• Estroma: É o tecido de sustentação não-neoplásico, ou seja, é o tecido que alimenta o crescimento do Tumor. É formado por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e células inflamatórias do hospedeiro (não-transformados).
Tumores Benignos
• Não invadem tecido adjacentes (vizinhos)
nem migram para outro local do corpo,
são tratáveis e raramente levam a óbito.
Crescimento LENTO.
• Geralmente utilizamos o sufixo –OMA para
denominar tumores benignos de acordo
com o tecido onde se originam.
Exemplo Tumores Benignos
• Adenoma: neoplasia epitelial benigna originada
de GLÂNDULAS.
• Cistoadenomas: lesões que formam grandes
massas císticas, vistas tipicamente no OVÁRIO.
• Papilomas: neoplasias que produzem projeções
verrucosas.
• Pólipo: Neoplasma que se projeta de uma
superfície mucosa para luz do órgão, como no
estômago ou cólon.
Tumores Malignos
• Invadem os tecidos adjacentes e
disseminam-se para outros lugares por
meio de METÁSTASES, normalmente
matando o hospedeiro.
• Crescimento RÁPIDO.
Tumores Malignos
• Divididos em 2 categorias gerais:
• Carcinomas: originados de células epiteliais
(Ex. Adenocarcinoma –tecido glandular)
• Sarcomas: originados de tecido
mesenquimal (Ex. Fibrossarcoma – tecido
fibroso)
Tumores Malignos
Alguns tumores podem ser formados por dois ou mais tipos de células diferentes.
•Tumores Mistos: originado da glândula salivar contém células tumorais de origem do epitélio, do estroma e até cartilaginoso.
•Teratomas: em geral tecidos que possuem 3 camadas germinativas (endoderma, ectoderma e mesoderma) que sofrem neoplasia igualmente, por exemplo alguns tumores de ovário e testículo.
METÁSTASE
É a disseminação de células neoplásicas para outro tecido suscetível.
•Disseminação para as cavidades corporais: no espaço peritoneal, pleural, pericárdico ou subaracnóideo. Ex. Nos ovários pode se disseminar para intestino, fígado e outras vísceras.
•Disseminação Linfática: transporte de células tumorais para linfonodos.
•Disseminação Hematogênica: típica nos sarcomas, mais comum em veias que artérias devido a parede mais fina do vaso, sendo, portanto, mais comum no pulmão e no fígado.
Agentes Carcinogênicos
• Lesões, mutações e proliferação descontrolada das células acontecem algumas vezes no organismo, e raramente produzem neoplasias.
• Sabemos ainda que existe a predisposição para neoplasias nas características genéticas.
• O organismo pode ser capaz de reprimir e repara danos nos genes e pode também para a se expor ao agente carcinogênico.
Agentes Carcinogênicos
• Carcinógenos são agentes indutores de
transformações neoplasicas.
3 tipos:
• Agentes Físicos
• Agentes Químicos
• Agentes Biológicos
Agentes Físicos
• Radiação de fonte solar (UV), raio-X ou fissão nuclear.
• Bombas atômicas e o acidente com as usinas nucleares de Chernobyl (Ucrânia) e Fukushima (Japão).
• A radiações tem dois efeitos potencializadores de neoplasias: lesões permanentes de DNA e imunossupressão.
Agentes Químicos
Podem ser:
•DIRETOS (realizam mutações ou danos genéticos) ou INDIRETOS (ficam inativos até que sejam convertidos em carcinógenos pela via metabólica).
Duas fases:
•Iniciação (mutação genética e células latentes) e Promoção (agente desencadeia o crescimento descontrolado das células mutadas – Ex.: amianto, asbesto, processo inflamatório crônico, hormônios, Fatores de Crescimento Normais).
•Ex.: Fumo (Cigarro)
Agentes Biológicos
Mais comum = VÍRUS
Se instalam no meio intracelular e agem utilizando o metabolismo genético.
São potencializadores do aparecimento de neoplasias.
•HPV – papilomavírus humano (carcinoma de colo de útero)
•EBV – Epstein-Barr (linfomas)
•HBV e HBC– vírus da Hepatite B e C (carcinoma hepático).
Carcinogênese ou Oncogênese
• Atuam modificando algum mecanismo do
CICLO CELULAR.
• G1 – Pré-síntese
• S – Síntese
• G2 – Pré-mitótica
• M – Mitose
• G0 - Repouso
Ciclo Celular – Controle de Qualidade
• A cada passagem de Fase existe um mecanismo de CHECAGEM.
• Garantia de mudança de fase se houver finalização da fase anterior sem danos genéticos.
• Existem substâncias que atuam desencadeando, reparo, mutação ou APOTOSE na fase G1-S (ponto de restrição mais importante) de checagem para tentar corrigir algum erro.
• Estes pontos de checagem podem, portanto, ser alterados no processo patológico de um câncer.
Desenvolvimento do Tumor
• 1. Autossuficiência nos sinais de crescimento (proliferação sem estímulos externos)
• 2. Insensibilidade dos Fatores INIBIDORES de crescimento
• 3. Evasão da Apoptose
• 4. Defeitos no reparo de DNA
• 5. Potencial Replicativo Ilimitado
• 6. Desenvolvimento de Angiogênese
• 7. Capacidade de escapar ao reconhecimento e regulação imune (causando imunossupressão)
• 8. Invasão e Metástase
Defeitos no
Reparo do
DNA
Caapcidade de
escapar do
reconhecimento
IMUNE
Efeitos do Tumor no Hospedeiro
1. Efeitos Locais e Hormonais:
•Localização: No caso de tumores intracranianos (ex. Adenoma Hipofisário) eles podem se expandir até destruir seu tecido de origem (hipófise) dando origem a um distúrbio endócrino ou podem fazer obstrução, como no caso do intestino e podem ainda, ulcerar e causar sangramento.
•Produção de Hormônio: tumores das glândulas são capazes de produzir hormônios de forma excessiva, mais comum em benignos do que malignos.
2. Caquexia do Câncer
• Perda progressiva de gordura e massa
corporal e fraqueza profunda.
• É multifatorial: perda do apetite,
alterações no metabolismo com lipólise e
proteólise, produção de TNF que destrói
outras células pelos macrófagos ativados.
3. Síndrome Paraneoplásica
• 1. Endocrinopatias (carcinoma de pulmão
acaba produzindo síndrome de Cushing
(aumento da produção de cortisol)
mesmo com tumor não glandular.
• 2. Hipercalcemia – reabsorção de
material ósseo.
Sindromes Paraneoplásicas
• 3. Acanthosis nigricans – lesão verrucosa pigmentada na pele, associada a malignidade visceral de um tumor.
• 4. Baqueteamento digital – associado a cânceres pulmonares.
• 5. Diástases trombóticas – coagulação induzida por substâncias tromboplásicas liberadas pelas células tumorais.
Avaliações de Gravidade
Graduação:
Baseia-se no grau de diferenciação (célula tumoral mais ou menos parecida com a
original) das células tumorais e o número de mitoses no tumor.
Grau I a IV crescente. As desvantagens são a mudança de grau a medida que o tumor evolui
e a diferença de uma amostra pra outra de tecido.
Avaliações de Gravidade
Estadiamento: Baseia-se na extensão do tumor.
Estágios mais elevados aos tumores maiores, mais invasivos e metastáticos.
UICC (União Internacional Contra o Câncer) sistematizou por uma classificação de tumores malignos chamada de
TNM:
•T (1 a 4) – dimensão do tumor primário
•N (0 a 3) – disseminação nos linfonodos regionais
•M (0 ou 1) – presença ou não de metástase a distância.