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Em DestaqueDIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS � SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 24, 25 E 26 DE OUTUBRO DE 2015 3
NEGÓCIO DE OPORTUNIDADE. Empresas de self storage avançam com imóveis menores, redução deestoque do varejo e até com retomada de propriedades pela Justiça por falta de pagamento
Piora no cenário econômicoimpulsiona aluguel de boxesL O CAÇ ÃO
Ana Paula SilvaSão Pauloa n a . s i l va @ d c i . c o m . b r
�A dificuldade econômica so-mada a mudanças no mercadoimobiliário começam a impul-sionar um novo setor no Brasil,o de pequenos espaços paraarmazenamento. O chamadoself storage já conta hoje commais de 150 unidades espalha-das pelo País e o potencial éconsiderado muito forte.“Só nos Estados Unidos, essemodelo de negócio já é bemconsolidado e conta com cercade 55 mil empreendimentos”,explica o CEO do Gu a rd e Aq u i ,Allan Paiotti.
Segundo o executivo, o au-mento do número dos imóveistomados pela justiça, somado ànecessidade do varejo (princi-palmente o pequeno) de revercustos de centros de distribui-ção, abrem um caminho pro-missor para as empresas que lo-cam pequenos espaços dear mazenagem.
Diante desse cenário, muitasempresas projetam ampliaçãode mais dois dígitos nos próxi-mos anos, apoiando-se, justa-mente, nestes fatores.
Uma das maiores empresasdeste ramo, a GuardeAqui man-tém 12 operações e traça planos
D I V U L G AÇ ÃO
Empresa Self Storage oferecemalarmes e segurança 24 horas
ousados para quase triplicar aoperação, com investimento deR$ 1 bilhão no segmento nos pró-ximos anos. “Temos um projetode chegar em 50 unidades até2020. A nossa ideia e manter asinaugurações entre seis e oitounidades por ano”, diz Paiotti,lembrando que a 13ª unidade darede já está sendo construída emSão Paulo e a 14ª (já em negocia-ção) será no Rio de Janeiro.
O CEO da GuardeAqui explicouao DCIque o self storage funcionacomo qualquer negócio de loca-ção. Assim, os locatários recebemuma senha para poder acessar oseu box na hora que quiser. “O es-paço também conta com câme-ras de vigilância e alarmes indivi-d u a i s”, aponta.
Segundo o executivo, o modelotambém oferece a vantagem dese adequar a demanda de cadacliente e pode ser ampliado oudevolvido ao final de cada mês.Em média, 50% dos espaços es-tão locados para o público corpo-rativo. A localização, todas em re-giões de fácil acesso, tambémajuda a expandir o negócio.
Os preços dos boxes acompa-nham o crescimento da necessi-dade e expansão do mercadoimobiliário. A média cobrada pe-la GuardeAqui é de R$ 80 por me-tro quadrado.
Outra grande concorrente é aG oodStorage, que mantém seisunidades em operação e a sétimaem construção. A empresa pre-
tende multiplicar por cinco suaoperação, chegando ao final de2017 com 30 unidades. “No s s oobjetivo é abrir dez unidades porano. Atualmente, temos cincomil boxes disponíveis. Cada ar-mazém tem, em média, 600 bo-xes por unidade”, comentou oCEO da GoodStorage, ThiagoCordeiro. A empresa oferece es-paços de locação de um metroquadrado até 100 metros, a umcusto médio de R$ 65. Cordeiroafirma que as empresas veem noself storage uma opção barata eflexível para estocar.
Imóveis menoresSegundo o empresário, osatuais formatos de imóveis nacidade de São Paulo também
impulsionam o mercado de bo-xes. “Nos últimos dois anos te-mos uma maior oferta de imó-veis menores. Essa diminuiçãoleva as pessoas a procura de es-paços para armazenar seusb e n s”, diz Cordeiro. A retomadade imóveis pela Justiça por faltade pagamento também temajudado a procura no setor, se-gundo as empresas.
A My Box registrou um cresci-mento no número de pedidosde orçamento, em torno de1100% em três meses, de maio aagosto deste ano. Segundo o ge-rente comercial e de marketing,Bernardo Coelho Ferreira, mes-mo que a conversão dos pedi-dos de orçamento não tenhamse concretizado, a alta nos nego-cios efetivados foi de 18% para21%. “Nós determinamos o pre-ço por metro cúbico, assim, umboxe com 3,5 m² tem um customédio de R$ 256”, diz.
A empresa, que atua na regiãode Belo Horizonte (MG), contahoje com uma unidade de 25mil metros quadrados, sendo9 mil metros de área para arma-zenagem. Os espaços da com-panhia são diversificados e a MyBox possui 350 clientes.
PotencialA Me t ro f i t também apostou nosetor e já investiu R$ 120 mi-lhões para desenvolver as qua-tro primeiras unidades no esta-do de São Paulo. Duas já estão
em operação. Esse ano a empre-sa deve investir mais de R$ 40milhões para a aquisição dedois novos espaços e para 2016estima um aporte de até R$ 140milhões, para mais cinco unida-des. Com 1.150 boxes, e umamédia do preço de locação en-tre R$ 70 a R$ 75, a empresa teveum aumento de 35% na receitaeste ano. “Na crise, as empresastendem a procurar alternativaspara conter custos. E por isso,estamos com um bom desem-penho no momento”, diz o CEOda MetroFit, Hans Scholl.
Uma das pioneiras nesse ra-mo, a Mi n i d o c k s iniciou a ope-ração em 1996 e, segundo o só-cio diretor, Luiz Otávio Correa, ocrescimento do número de con-correntes fez com que a empre-sa revisse seu plano de expan-são para os próximos anos. “Omercado está um pouco satura-do. Não é um momento certo dee x p a n s ã o”, disse o executivo.Segundo ele, a meta é ir além doEstado de São Paulo. A empresa,que oferece boxes de 30 tama-nhos diferentes, tem uma taxade ocupação entre 85% e 90%.“Este mês, estamos em 88%”,diz. Para garantir o crescimentode 15% sobre 2014, o executivoconta que a estratégia é atendero segmento p re m i u m . “Te m o sconcorrentes fazendo a locaçãopela metade do preço, mas euofereço itens a mais em segu-rança e conforto para o cliente”.