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PUBLICAÇÃO INTERNA DA ANGLO AMERICAN BRASIL . ANO 3 . Nº15 . NOVEMBRO/DEZEMBRO . 2009 ESTRATÉGIAS DA MINERAÇÃO No acirrado mercado mundial de mineração, cada empresa adota uma postura para crescer e se manter competitiva Págs. 6 e 7 FIQUE POR DENTRO Níquel é um dos negócios prioritários da Anglo American Pág. 4 DE OLHO EM 2009 Lembra o que fizemos em Desenvolvimento Sustentável no ano? Págs. 8 e 9 ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO É possível render mais com organização e priorização Pág. 12 NEGÓCIOS NÍQUEL | NIÓBIO | FOSFATO

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P U b L i c a ç ã o i n t e r n a d a a n G L o a M e r i c a n b r a S i L . a n o 3 . n º 1 5 . n o v e M b r o / d e z e M b r o . 2 0 0 9

eStratÉGiaS da Mineração

no acirrado mercado mundial de mineração, cada empresa adota uma postura para crescer e se manter competitiva

Págs. 6 e 7

fiQUe Por dentroNíquel é um dos negócios prioritários da Anglo American

Pág. 4

de oLho eM 2009Lembra o que fizemos em Desenvolvimento Sustentável no ano?

Págs. 8 e 9

adMiniStração do teMPoÉ possível render mais com organização e priorização

Pág. 12

NEGÓCIOS NÍQUEL | NIÓBIO | FOSFATO

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O mercado de mineração nos últimos anos tem se mostrado em constante movimento. De 2001 a 2008, observamos um crescimento for-tíssimo na demanda de produtos como o níquel, o cobre e o minério de ferro. Do 2º semestre de 2008 até o fim de 2009, por outro lado, uma crise fortíssima. Do fim de 2009 e olhando para o futuro, uma perspectiva de melhora. E a Anglo American nesse contexto tem sido tema constante de nossas conversas e matérias em nossos veículos de comunicação.

Mas, como o mercado e as outras empresas têm se comportado? Será que os passos que a Anglo tem tomado são tão diferentes dos da con-corrência? O que o mercado diz a respeito do que devemos fazer para nos fortalecermos? Respon-der a essas perguntas é o objetivo da matéria de capa. Para isso, chamamos colaboradores de fora da Anglo para falar aos nossos empregados.

Grande tema para começarmos 2010.

Boa Leitura!

Mercado eM MoviMento

PaLavra da anGLo

noSSa Gente

Ela está impecável de bata grossa, gorro colorido para cabelos e esmalte per-feito, nos tons da moda. “E já faz mais de uma semana que eu fiz as unhas. Queria fazer no fim de semana, mas não deu tempo”, confessa a operadora Cacilda Paula de Souza, uma das treze mulheres solda-doras na obra do Projeto Barro Alto numa equipe de 257 soldadores, trabalhando pela Camargo Corrêa.

Cacilda era zeladora de uma obra da construtora em Barão de Cocais, sua cidade natal, a 120 km de Belo Horizonte. Além de ser responsável pela limpeza do escritório da obra, fazia e servia cafezinho. No canteiro, viu o trabalho de solda, ficou curiosa e falou para o seu supervisor que gostaria de apren-der. Ele riu e disse que não era serviço para mulher. Mas foi justamente o sabor do café que abriu as portas para que ela se tornasse soldadora, a primeira daquela obra. “Todo mundo me conhecia por conta do cafezinho. Aí ficou fácil, as pessoas me ajudavam, faziam chapinhas para eu treinar. O super-visor terminou me deixando aprender na chaparia”, conta Cacilda, que já trabalha há cinco anos na função.

A planta de Barro Alto já é a terceira grande obra em que Cacilda trabalha. Ela diz que o trabalho exige grande esforço.

Ernesto KatsurayamaDiretor Financeiro

do cafezinho à SoLdaPara soldar as estru-turas da planta, ela entra e se arrasta por tubos, enfrenta alturas, encara o calorão de sol a sol do cerrado goia-no, às vezes o dia inteiro. Conta que já fez coisas que nem os homens faziam. “Não é porque a gente é mulher que vai ficar só no ‘ser-viço bom’”, diz.

Mas a escolha tem um preço. Cacil-da deixa o marido e os dois filhos em Barão de Cocais. Hoje, ela mora sozinha em Goiás e diz que curte a tranquilidade. Segundo ela, o marido não gosta muito, mas o filho é todo orgulhoso da profissão da mãe. Ela volta para casa a cada 70 dias e a família entende o sacrifício: ela ganha muito mais como soldadora. E também já passou 10 meses desempregada, tempo em que quase “enlouqueceu”. Quando terminarem as obras na planta de Barro Alto, ela preten-de ir atrás de outras. E fazer outra coisa? “Nem pensar. Gosto muito do que eu faço

e sou teimosa. Quando quero uma coisa, vou até o fim”, disse.

O “até o fim” agora é ser “tigueira”, como chamam quem solda com TIG, que utiliza argônio e vareta. Para mulheres, é até melhor, por ser mais leve e não sujar muito, explica Cacilda. Mas não é para fugir do trabalho pesado e sim por ser um tipo de solda mais especializada, um passo a mais na carreira. Fazer cafezinho não é mais fácil? Pode até ser, mas, pelo jeito, a aventura de soldar para Cacilda tem muito mais gosto.

Cacilda mostra a força da mulher

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acontece

Os departamentos de todas as unidades entregaram no início de janeiro de 2010 aos respec-tivos RHs os formulários com as metas departamentais, que, juntamente com as metas de cada unidade – financeiras, de produ-ção, segurança e Otimização de Ativos - vão definir o pagamento conforme o acordo de metas da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) do ano 2009. Os acordos são realizados no início do ano e preveem o pagamento de até três salários no caso de cumprimento de 100% das me-tas. Parte da PLR já foi paga em julho e o restante depende dos resultados consolidados do ano. O pagamento será efetuado no dia 29 de janeiro de 2010.

Lembrete: todas as dúvidas com relação à PLR devem ser tiradas com seu representante da comis-são de PLR de sua unidade!

Empregados e familiares de cada unidade celebraram o encerramento de 2009 com as tradicionais festas de confraternização. Os eventos são organizados por comissões de cada unidade e tiveram como tema os Valores Corporativos da Anglo: Segurança, cuidado & respeito, integridade, responsabilidade, colaboração e inovação.

Para o presidente do Negócio Níquel, Walter De Simoni, as festas de confraternização de 2009 têm um significado especial. “Foi um ano difícil da Anglo no Brasil:

resultados ainda afetados pela crise e decisões de impacto como venda de operações e nova estrutura organizacional. Foi o momento de nos desligarmos um pouco da rotina para celebrar-mos nossas conquistas em 2009 e entrarmos com pé direito em 2010”, disse.

Quem abriu a rodada de confraternização foi a Codemin, em Niquelândia, com uma festa para 1.500 pessoas, entre empregados e fami-liares, no Parque de Exposições Agropecuárias, em 28 de novembro. Já a Copebrás Catalão/Ouvidor e a Mineração Catalão realizaram um churrasco, dia 12 de dezembro, para emprega-dos e familiares no Parque de Exposição Agro-

pecuária de Catalão. Na festa, que reuniu mais de 2.000 pessoas, foram entregues homenagens por tempo de serviço.

No dia 18 de dezembro, foi a vez do escritório de São Paulo se confrater-nizar com um jantar dançante, quando também foram feitas homenagens por tempo de serviço. A Copebrás Cubatão encerrou com a sua confraternização no dia 19 de dezembro, no SESI Cuba-tão. Professores de dança e um grupo de barmen foram as novidades que agitaram o evento para cerca de 900 empregados e familiares.

entreGa de MetaS, recebiMento de PLr

A mina de Barro Alto começa a receber novos equipamentos que vão contribuir para o aumento da produção visando o início das operações da planta. De dezembro de 2009 até meados de 2010, serão adicionados 15 veículos, sendo oito escavadeiras, três tratores de esteira, uma motoniveladora, um trator de pneu com lâmina, um caminhão comboio e um caminhão pipa. A mina contará também com um moderno sistema de contro-le de produção e movimentação de equipa-mentos, à base de GPS, chamado SmartMine. O investimento total é de R$ 21 milhões.

Segundo o gerente da mina, Mário Zan Ferreira, os equipamentos vão contribuir, já no primeiro ano, para o aumento da produ-ção de dois para sete milhões de toneladas

Transportador de correia para os fornos calcinadores de Barro Alto

Equipe de Serviços Compartilhados

Globais (GSS) em São Paulo

novoS eQUiPaMentoS eM barro aLto

UMa SÓ feSta

de minério e estéril. Além de ser fornecido para a planta da Codemin, o minério já começa a ser estocado para a operação de Barro Alto. “É preciso ter minério estocado para o comissionamento dos equipamentos e para a alimentação da planta no período de chuvas”, explica.

As máquinas têm motores eletrônicos e estão equipadas com sistemas de lubrifica-ção automática, abastecimento com engate rápido, além de sistemas anticolisão, de combate a incêndio e de refrigeração das cabines. Para Ferreira, os equipamentos vão proporcionar mais segurança, conforto e agilidade na operação. “As máquinas estão chegando na hora certa e vamos colocá-las em operação dentro do cronograma”, afirma.

O gerente avalia que 2009 foi um ano de preparação, com início do treinamento das equipes e aproveitamento da mão de obra contratada para desenvolvimento da mina, além da abertura de pátios, estradas e locais de estocagem de minério. O aumento de produção também vai dobrar a necessidade de caminhões de transporte, passando de 15 para 30 veículos, serviço que hoje é terceirizado.

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nÍQUeL eM foco

noSSo neGÓcio

A Anglo American definiu no final de 2009 que o Níquel é agora um dos seis negócios estratégicos da organização, ao lado de Ferro, Diamante, Platina, Cobre e Carvão. Acompanhe, abaixo, um panorama atualizado dessa commodity e fique por dentro de uma das prioridades estratégicas da Anglo American

Onde é encontrado no mundo?A Austrália tem as maiores reservas no mundo (19%), seguida de Cuba (16%) e Ca-nadá (11%). O Brasil possui 6% das reservas mundiais e tem o potencial de 17 milhões de toneladas de Ni em recursos minerais, o que é comparável aos líderes da indústria.

Quais são as empresas que mais produzem?Os maiores produtores são a russa Norlisk, a brasileira Vale e a australiana BHP Billiton. A Anglo American, por meio de sua Unidade de Negócio Níquel, é responsável por aproxima-damente 2% da produção mundial. Essa fa-tia do mercado crescerá, atingindo entre 4% e 6%, com o começo da operação do Projeto Barro Alto em 2011, que produzirá em média 36.000 toneladas de Ni contido em ferroní-quel por ano. Quando projetos como Jacaré e Morro Sem Boné se concretizarem no futuro, a participação da Anglo American nesse mercado pode aumentar significativamente.

Como a produção de níquel na Anglo American está distribuída?A Anglo American produz níquel em duas unidades de negócio distintas: Níquel e

Platina. A Unidade de Negócio Níquel produz ferroníquel e está presente no Brasil, com a operação Anglo American Codemin (capaci-dade de produção de 10.000 toneladas de Ni contido em FeNi por ano), e na Venezue-la, com a operação Minera Loma de Níquel (16.000 toneladas de Ni contido em FeNi por ano). A Unidade de Negócio Platina produz níquel como subproduto de suas operações de platina na África do Sul e em 2008 produziu aproximadamente 15.500 toneladas.

Como o níquel é encontrado na natureza?O níquel ocorre na natureza em duas formas diferentes – em depósitos de sulfe-tos, geralmente minas subterrâne-as, e depósitos lateríticos, minas a céu aberto. Minérios do tipo laterítico correspondem a 60% dos recursos mundiais.

Quais são os principais usos do níquel?O níquel possui proprie-dades que fornecem aos materiais resis-tência à corrosão e a

altas temperaturas. Sessenta por cento de todo o níquel produzido é destinado à pro-dução de aço inoxidável, que é direcionado principalmente à indústria automobilística, petroquímica, química, farmacêutica, civil, de infra-estrutura, energia, utensílios domésti-cos e processamento de alimentos. Veja no gráfico abaixo os principais usos do níquel por categoria.

Níquel no Mercado mundial“A lucratividade do níquel tem aumentado significativamente nos últimos anos princi-palmente devido aos altos preços no mercado impulsionados pela grande demanda chinesa por aço inoxidável. Esses preços nunca foram observados antes. Só a China foi responsá-vel em 2008 por 22% da demanda mundial por níquel refinado, algo também histórico (veja gráfico abaixo)”, comenta Walter De Simoni, presidente da Unidade de Negócio Níquel. “Nós observamos taxas de cresci-mento contínuas no consumo de níquel de 3 a 4% até 2020. Análises de mercado dizem ainda que o comportamento atual entre a demanda e o suprimento do metal sugerem

uma demanda robusta a longo prazo para o níquel”, completa

De Simoni.

MaioreS conSUMidoreS de nÍQUeL(em K toneladas)

USo finaL eStiMado(%)

Aço inoxidável

Ligas não ferrosas

Laminados

Ligas de aço

Fundição

OutrosChina

280

183145

11175 75

51 46 37

Japão EUA Alemanha Coréia do sul Taiwan Itália Finlândia França

60%

14%8%

8%

6%

4%

Font

e: B

rook

Hun

t Es

tim

ates

(2008)

Total: 1.311 K toneladas

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SeGUrança ocUPacionaL

Alexandre Miguel dos Santos e Abadia Pereira dos Santos, da mina de Barro Alto

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Zero Lesão só é possível com comuni-cação e trabalho em equipe. Foi essa diretriz que levou a Anglo American a investir, em 2009, em um projeto audacioso dentro do Plano de Melhoria em Segurança (SIP) da antiga Anglo Metais Básicos. O trabalho resultou em um produto inédito que transfor-ma a empresa em referência no assunto: o Guia de Comunicação de Segurança.

A área de Segurança da Anglo Metais Básicos percebeu que, para colocar em prática um plano efetivo de segurança, é preciso mudar comportamentos e engajar pessoas. Então procuraram, junto com a equipe do RH corporativo de Johannesbur-go, alguém na empresa que entendesse de comunicação, tivesse vivência de opera-ção e pudesse tratar com unidades de fora do país para encabeçar o projeto. A ana-lista de Comunicação Carolina Molinari, que na época trabalhava nas operações de

coMUnicação e SeGUrança Lado a LadoGuia de Comunicação de Segurança é concluído após intensa pesquisa e se torna um marco na estratégia de zerar lesões

Nióbio e Fosfatos, assumiu essa respon-sabilidade.

Durante o ano de 2009, Carolina percor-reu unidades da Anglo de todo o mundo e até de outras empresas fazendo entrevistas e vi-sitas técnicas, além de pesquisas acadêmicas, em livros e na internet, em busca das melho-res práticas em comunicação de segurança na indústria. O resultado está organizado no Guia, com o objetivo de promover a reflexão e sugerir iniciativas que otimizem os canais de comunicação, os fluxos de informação e a avaliação de desempenho nos processos de comunicação, levando-se em conta necessi-dades, características e os diversos desafios peculiares de cada unidade.

Carolina conta que um dos maiores problemas em relação à comunicação em Segurança que se encontra nas empresas é que várias ações são feitas sem sincronia, repassando-se informações e pressupondo-

se que os empregados as absorvem. Fatos como o mesmo tipo de acidente/in-

cidente ter ocorrido em diferentes uni-dades da Anglo começaram a despertar as lideranças para a complexidade do processo e problemas similares em unidades diferen-tes. “Comunicar não é só enviar informação. É um processo de mão dupla que requer planejamento”, defende a analista.

O Guia não substitui ferramentas já existentes e nem é normativo. “Não se muda cultura somente com procedimentos. A mu-dança tem de ser democrática. Você mostra o que há de melhor e as pessoas têm de ver que existe a possibilidade de fazer algo da mesma maneira ou até melhor. Temos que fazer a segurança algo relevante para todos nós”, diz o gerente corporativo de Segurança e Saúde Ocupacional, Marco Leandro de Almeida. Ainda segundo ele, o material incentiva as lideran-ças a questionarem, refletirem, conhecerem e aplicarem as ferramentas da melhor forma, de acordo com a sua realidade. “Toda planta tem algo para compartilhar que pode agregar valor em outras operações”, acrescenta Carolina.

O conceito de segurança que rege o Guia também é inovador. Marco Leandro explica que o sentido de Segurança no caldo cultural brasileiro está associado a punição, desastre, morte e também aplicação de re-gras. Ou seja, quase sempre algo negativo. Entretanto, devemos reverter esse quadro. Segurança, na verdade, deve se relacionar à vida, ao cuidado com o outro e ao bem-es-tar. O comportamento seguro que se deseja promover na Anglo não é uma mera exigên-cia no trabalho, mas algo que queremos que faça parte da cultura das pessoas.

O documento foi entregue e aprovado pela área corporativa de segurança na África do Sul e deve ser apresentado ao presidente do Negócio de Níquel, Walter De Simoni, no início de 2010. O Guia tem lançamento pre-visto para este ano e, no momento, está se discutindo como o material pode ser disponi-bilizado nas unidades.

Capa do Guia de Comunicação de Segurança

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cenárioJogadores experientes e grandes

possibilidades de movimentação: este é o contexto em que a Anglo American atua, juntamente com concorrentes de peso, como BHP Billiton, Vale, Xstrata e Rio Tinto. Nesse cenário, estratégias, táticas e um pouco de sorte definem o jogo praticado no mercado de mineração, que, nos últimos cinco anos, tem se mostrado bastante com-petitivo e dinâmico.

Em 2001, houve um forte crescimento do setor, que se consolidou entre 2004 e

2007. Esse período é conhecido como superciclo, sobretudo por

caPa

Para superar os desafios impostos pelo mercado mundial nos últimos anos, mineradoras precisam de estratégias de negócio fortes para se preparar para períodos mais promissores

conta da economia global que crescia de 4% a 5% ao ano. “Os dados mostravam que, no período de quatro anos a partir de 2008, teríamos US$ 157 bilhões de investimen-tos em mineração. A impressão era de que ‘o céu é o limite’”, conta Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de Assuntos Minerários do IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração.

Mas, em 2008, a crise econômica mundial impôs uma realidade bem diferen-te. Em apenas nove meses, tal projeção de investimentos caiu 70%, para 47 bilhões de dólares para o mesmo período, e poderia ter sido pior se a eco-nomia do País não tivesse

GiGanteSapresentado o razoável desempenho que teve. “O Brasil se saiu muito bem, mas não é o caso de soltar foguetes. Os níveis de investimentos de 2008 provavel-mente só se darão novamente em 2011 ou 2012”, apon-ta Tunes.

UM JoGo de

Ativos de alta qualidade, como o Projeto Barro Alto, fazem com que empresas se consolidem no mercado

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caPa

estratégias para enfrentar a criseA indústria de mineração passa por ciclos

diretamente influenciados pelo desempenho econômico mundial. Ainda que não necessa-riamente bruscas, como a que ocorreu entre 2008 e 2009, as quedas são certas, e quem enxerga isso antes e se prepara pode se garan-tir melhor. Diante disso, cada empresa segue uma estratégia diferente para enfrentar a crise e seus efeitos, imediatos e futuros, sempre levando em consideração suas peculiaridades.

Algumas apostam em aquisições, inclusive em segmentos importantes que às vezes passam despercebidos, como o de agregado da construção civil. Outras contam com planos de contenção de gastos mais fortes ou ainda anunciam vendas de ativos que consideram pouco estratégicos em rela-ção à sua atuação no mercado.

De qualquer maneira, o que sempre motiva grandes empresas a vender, reorga-nizar ou adquirir ativos, ou ainda promover fusões, segundo Ernesto Katsurayama, diretor Financeiro do Negócio de Níquel da Anglo American, é “basicamente a busca de ganhos de escala, ganhos de sinergia, aumento de participação em mercados específicos, entrada em áreas de interesse, redução de despesas administrativas etc.”. De qualquer maneira, comenta o diretor, é também em momentos de crise que há limi-tação do capital disponível para operações como aquisições e fusões.

“Isso acontece tanto pela própria situação do mercado financeiro que fica mais avesso a riscos, quanto pela situação finan-ceira das empresas que tendem a ter seus resultados piorados e consequentemente me-nor geração de caixa”, complementa Ernesto. Assim, o segredo, e isso vale para todas as empresas, é preservar capital na época das “vacas gordas” para utilizá-lo nos momentos de crise, o que significa guardar um pouco dos lucros justamente quando os acionistas querem que eles sejam distribuídos.

Nessa intensa movimentação, o interesse por determinados empreendimen-

tos naturalmente oscila, seja pelo porte, pelo tipo de produto, pelas condições dos mercados domésticos e internacionais ou mesmo pelo senso de oportunidade de cada empresa. “Isso permite que empresas de porte médio e pequeno possam comprar e se desenvolver. Do ponto de vista da indústria, é muito saudável”, diz Tunes. E toda essa movimentação não é somente característica de momentos de crise.

Como exemplo, no Brasil, nos úl-timos anos, inclusive anteriores à crise, ocorreram aquisições, como a compra da canadense Inco pela Vale, que absorveu também outras empresas e se tornou a maior produtora de níquel do mundo. Outro exemplo foi a CSN, que antes da privatiza-ção só usava minério para consumo próprio e passou a concorrer no mercado, chegan-do a vencer uma disputa com a Vale pela Casa de Pedra, e depois vendendo parte deste ativo para os japoneses.

Todas essas questões podem simples-mente ser classificadas como manobras que constituem as estratégias das organizações, que se mostram mais importantes justa-mente em momentos difíceis. Afinal, são em momentos assim, com queda de preços e demandas e altos estoques, que se consoli-dam algumas empresas mais preparadas em detrimento de outras. Geralmente, é a estra-tégia, juntamente com a qualidade de ativos, que define quem cresce e quem sai de cena.

De qualquer maneira, para os próximos anos, as perspectivas são boas. Há uma diversificação de investimentos em todo o mundo e, no Brasil, novos caminhos podem ser traçados. “Precisamos investir mais em pesquisa geológica. Apenas 30% de nosso território está mapeado. Temos reservas importantes e de qualidade”, defende a consultora da MB Associados, Tereza Fernandez.

retomada e perspectivasO Brasil está atrasado em relação a

alguns países, mas o crescimento do se-

tor de mineração é certo aqui também. Nes-te ano, estima-se que a economia brasileira cresça cerca de 5%, com o mercado interno passando a ser importante incentivador da mineração. Casos específicos, como o do minério de ferro, dependem mais da expor-tação. O mercado asiático, que tem a China como carro-chefe, é o principal destaque em termos de exportações de commodities no mundo. Por conta de um programa para a urbanização de 400 milhões de pessoas – aproximadamente 4 Brasis –, o gigante gera grande demanda. “Nossa exportação de minério de ferro para a China tem crescido acima da média do mercado. Eles estão inclusive estocando material, um fenômeno novo”, conta Tereza Fernandez.

Nesse contexto, mais uma vez, as empresas melhor preparadas levaram vantagem. “Em nossa atividade, em que a maturação é de médio a longo prazo, é importante que se reserve parte dos resulta-dos para a busca de jazidas novas. Grupos de mineração como Anglo, Rio Tinto e Vale aprenderam que é preciso reinvestir na fren-

te”, salienta Tunes.

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deSenvoLviMento SUStentáveL

o deSafio de deSenvoLver de Modo SUStentáveL e inteGrado2009 foi um ano de reflexão, mudanças e conquistas em Desenvolvimento Sustentável. O Jornal da Anglo preparou uma retrospectiva de 2009

“As unidades da Anglo American no Brasil têm há muitos anos o desafio de melhorar continuamente o sistema de gestão integrado”, comenta Juliana Rehfeld, gerente corporativo de Desenvolvimento Sustentá-vel. “Afinal, este é o compromisso assumido para manutenção dos certificados ISO 9001 (gestão dos processos com foco no clien-te), ISO 14001 (gestão ambiental), OHSAS 18001 (gestão de segurança e saúde ocu-pacional) e das normas sociais reconhecidas, as quais estamos buscando implantar”.

Com a declaração da ambição de ser Uma Só Anglo no início de 2009 e da neces-sidade de termos políticas e procedimentos padronizados, a visão de sistema de gestão integrada ficou mais fortalecida no Grupo. Nesse sentido, foram sendo implantados diversos programas mundiais, como Otimi-zação de Ativos, políticas, como a de HIV/ AIDS (revisada em 2009) e documentos, como os Anglo Ways (“Jeitos” Anglo de tra-balhar) - Anglo Safety Way, de segurança, Health Way, de saúde, Environment Way, de

meio ambiente, e Social Way, de responsabi-lidade social.

Em 2009 todas as unidades tiveram também o SGI recertificado frente às normas internacionais. Além disso, caminhou-se para o uso de uma plataforma integrada para a gestão de documentos e ações. Primeiro com a ferramenta em uso na Copebrás, o “ISOSYSTEM”, e, mais recentemente, com o “Enablon”, projeto estratégico para ser adotado pela Anglo em todo o mundo, com piloto no Brasil.

Trabalhando sempre neste contexto de gestão, os desafios em 2009 foram gran-des. Afinal, não é nada fácil desdobrar todas as políticas e documentos em ações concre-tas, fazendo a diferença junto aos nossos “stakeholders” (partes interessadas) locais e regionais e reportando as nossas ações segundo padrões internacionais e de forma transparente. Nesse longo caminho, “sempre percebemos que ainda temos que melhorar nosso desempenho em vários aspectos, como ampliar o uso de energia de fontes

renováveis, avançar rumo a projetos sociais mais sustentáveis e menos assistencialistas, melhorar e consolidar as plataformas de documentos e base de dados para produção de indicadores etc”, declara Juliana.

Na parte social, apesar da crise e a consequente queda dos investimentos sociais - que são calculados dependendo do faturamento da organização - pude-mos lançar e manter projetos sustentá-veis. “Pensamos numa maneira diferente de manter nossas ações na comunidade e procuramos manter os projetos que já tínhamos. Trabalhamos muito esse ano com leis de incentivo, o que nos ajudou a manter nossos investimentos”, conta Silmara Lopes, analista de Relações com a Comunidade da Copebrás Cubatão.

Exemplos desse esforço são os projetos “Estilo Ecodique”, agora com a possibilidade de ser exportado para a África do Sul, e o “Educação Patrimonial” (veja box abaixo), ambos em Cubatão. Em outras unidades, projetos de destaque foram o “Costurando o Futuro”, em Niquelândia, e o “Chute, Tabela e Xuá”, em vários municí-pios goianos, incluindo Catalão, Ouvidor e Niquelândia. O primeiro já gerou renda para os associados apoiados. O segundo criou

Valorizar e preservar os bens culturais por meio do conhe-cimento. Esse foi o objetivo do projeto Educação Patrimonial e Cidadania, que atingiu 1.200 alunos do ensino fundamental II e 20 professores de cinco escolas de Cubatão. Realizado entre setembro e dezembro de 2009, compreendeu um ciclo de palestras, for-mação de professores multiplicadores, simulação de escavação e observação dos objetos encontrados. Os professores e os alunos também receberam em sala um mapa para que marcassem os pontos que elencaram como patrimônio cultural da cidade, depois consolidados em um Mapa Cultural Coletivo. “A Educação Patrimo-nial desperta a curiosidade e o interesse sobre o passado para que as pessoas compreendam melhor o presente e planejem o futuro. Enfim, contribui para a formação do cidadão consciente e de sua responsabilidade social”, defende Roberta Petin, coordenadora do

Centro de Apoio Pedagógico e Formação Continuada da Prefeitura Municipal de Cubatão.

Um outro programa de educação patrimonial já havia sido rea-lizado em Barro Alto por conta do levantamento arqueológico feito a partir dos estudos de impacto ambiental para a implantação da mina e da planta industrial. Na ocasião, os empregados foram treinados para reconhecer vestígios de valor histórico. Agora uma das ações acordadas é resgatar e expor peças identificadas, bem como a grande quantidade de informações conseguidas nos estudos que a empresa realizou sobre a biodiversidade regional. “Nossa ideia é recuperar a memória de Barro Alto, que tem apenas 50 anos e está em tempo, antes que se perca. Ter uma sociedade civil mais organizada facilita e forma multiplicadores”, diz Marcelo Galo, gerente local de Desenvolvi-mento Sustentável.

fechando o ano coM chave de oUro: ProJeto edUcação PatriMoniaL e cidadania

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deSenvoLviMento SUStentáveL

núcleos de cadastro de deficientes físicos e treinamento em basquete sobre cadeira de rodas. Já em Barro Alto, programas de mais longo prazo para o desenvolvimento local e do entorno têm sido concretizados em par-cerias com ONGs como a CARE e a Agenda Pública a partir das quais a Anglo vem ajudando a cidade de Barro Alto a organizar associações e comitês na sociedade civil e capacitar o setor público para tomar, de modo sustentável e consistente, as rédeas do seu desenvolvimento.

Paralelamente, os PEC – Planos de Engajamento com a Comunidade para 2009, 2010 e 2011 foram finalizados, resultado da coleta de informações do SEAT II, e valida-dos com as comunidades durante os Fóruns Intercâmbio do 1º semestre de 2009. “Nós, empregados, não tínhamos ideia do quanto a empresa está envolvida com o desenvol-vimento local. Esse ano, a área de Comuni-cação ampliou a divulgação dos Fóruns. E o pessoal tem interesse, e digo isso porque vejo os dois lados, como empregado e como membro da comunidade”, diz o supervisor de

Como reconhecimento a todo esse trabalho, a Anglo foi eleita uma das 20 empresas-modelo do Guia EXAME de Sustentabilidade, recebeu o prêmio Goiás Ambiental e integrou o Ranking Benchmarking Ambiental Brasileiro 2009, sendo que a Copebrás Cubatão ficou entre os 10 primeiros colocados. “Os prêmios representam um reconhecimento de nosso trabalho e mostram que temos atuado em várias frentes da sustentabilidade de forma consistente”, diz Walter De Simoni, presidente da Unidade de Negócios de Níquel.

“A qualidade de vida das pessoas envolvidas mudou. Por enquanto, a única empresa que se disponibilizou a nos dar apoio foi a Anglo, sem a qual o proje-to não seria possível”, conta Raimunda Oliveira, presidente da Associação dos Portadores de Deficiência de Niquelândia.

Produção da Copebrás e morador de Ouvi-dor, Marcos Oliveira da Silva.

Em relação às mudanças climáticas, a Anglo reafirmou seu compromisso. Com o lançamento, em outubro, da plataforma nacional EPC – Empresas pelo Clima, a Anglo ficou entre as 10 empresas a apresentarem um inventário completo de gases de efeito estufa (GEE) emitidos em suas atividades. Além de uma política avançada para econo-mia de energia e substituição de fontes ener-géticas por renováveis em todas as unida-des, a empresa trabalhou com “champions”, facilitadores, que engajam outros emprega-dos na avaliação e cumprimento de metas de energia e emissão de CO2 e de consumo de água, sobre o que houve também avanço no controle e coleta de dados de consumo.

Como consolidação de todos esses resultados, o Relatório para a Sociedade com as informações de 2008 foi publicado no site da Anglo no Brasil no fim de 2009. A empresa atendeu a todos os 93 indicadores da versão atual G3 do GRI (Global Reporting Initiative), frente a 49 do relatório anterior.

Sobre o “chUte, tabeLa e XUá”

reconheciMentoS

De Simoni e Juliana Rehfeld representam a Anglo na premiação

Marcos Oliveira vê os dois lados: como empregado e como membro da comunidade

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O FaleConosco vem se estabelecendo como um dos principais canais de comunica-ção da Anglo, com o recebimento de apro-ximadamente 1.000 mensagens em 2009. Para facilitar ainda mais seu uso, foram implantadas, em outubro, urnas em

todas as unidades – antes, em

do oUtro Lado da Linha

Por dentro do rh

Mais que um canal de expressão, o FaleConosco melhora a gestão, o relacionamento da Anglo com seus públicos e o clima organizacional. Saiba o que há por trás da ferramenta

algumas operações e escritórios, o acesso era apenas via internet. O canal é aberto tanto a empregados como a pessoas externas que queiram tirar dúvidas, obter informações, fazer denúncias e reportar situações referentes à empresa, de forma anônima ou identificada. O traba-lho por detrás disso é grande, e tudo é feito respeitando procedi-mentos.

A coordena-dora de Comunica-ção Corporativa da Anglo American, Va-

léria Lapa, é a responsável pelo recebimento e gestão das mensagens, e conta com sua

equipe na operação do processo. “Uma das premissas é que toda essa comuni-

cação aconteça de forma sigilosa e segura”, garante Valéria. Ela explica que as mensagens são tabuladas com data, status, se já foram respondidas e, em caso negativo, o motivo.

Ainda sobre os procedimentos, para solicitações rotineiras, como consultas para envio de currículos, há respostas prontas. No caso de questões específicas, consultam-se as fontes mais indicadas para responder. Para mensagens anôni-mas – em que é impossível responder para quem enviou –, o retorno se dá por repos-tas públicas, campanhas, jornal mural ou outras formas convenientes, de acordo

com a situação. Afinal, muitas questões são de interesse de toda a empresa.

“Essas demandas de informação são importantes para que a área de Comunicação possa identificar falhas no processo de comunicação

e avaliar como a Anglo as tem atendido”,

ServiçoO FaleConosco pode ser usado por meio de fichas, intranet, internet e do e-mail [email protected]. “De qualquer maneira, sempre incentivamos que, antes de lançar mão da ferramenta, todos tentem buscar respostas conversando diretamente com os envolvidos. Antes do FaleConosco, lembre-se que o seu chefe pode buscar respostas às suas questões”, observa Valéria Lapa.

explica Arlete Schinazi, diretora de RH e Comunicação.

Cada unidade tem suas especificidades, mas as solicitações mais levantadas são relacionadas a RH, Supply Chain e Desen-volvimento Sustentável. Em momentos de mudanças ou decisões de grande impacto, como ocorreu com a possibilidade de mu-dança do Escritório Corporativo de São Paulo

para Belo Horizonte, re-estruturação do portfólio e estrutura organiza-cional, as demandas se tornam ainda maiores e frequentes. Valéria ex-plica que alguns empre-gados ainda têm receio de ser identificados ao mandarem mensagens anônimas. “Mas isso não é possível”, garante. “A ferramenta é séria e

ninguém será punido por usá-la. De qualquer maneira, observamos que a credibilidade do processo tem crescido, pois temos recebido cada vez mais mensagens, o que é um bom indicador”, completa.

na dúvida, pergunte!O engenheiro de Projetos da Copebrás

Cubatão Roberto de Araújo Junior conhece bem o FaleConosco. Já usou o canal por três vezes e atesta a sua eficácia. “Diante das incertezas, o canal formal garante respostas adequadas e contribui para que a gestão melhore”, defende. Diretor da ADC – Asso-ciação Desportiva da Copebrás e membro da comissão de PLR, Roberto conta que foi procurado por colegas para confirmar boatos que se espalhavam devido ao anúncio da venda da unidade. Tomou nota das dúvidas e encaminhou ao FaleConosco. Em poucos dias, foi chamado pelo gerente de RH, que esclareceu pessoalmente o assunto. Roberto afirma que a vantagem do canal é o diálogo direto, e recomenda: “Quando tiver uma dúvida, em vez de sair falando o que acha, procure o FaleConosco”.

Urnas do FaleConosco estão disponíveis em todas as unidades

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do Sonho à reaLidade

MUndo anGLo

Em 1934, o geólogo alemão Helmuth Brocks viajava de onde hoje é Niquelândia para a cidade de Pirenópolis, após descobrir as reservas de níquel da região. No caminho, parou no Ribeirão Barro Alto para dar água ao seu cavalo e notou um afloramento de serpentinito, ligado à presença de níquel. Além de uma provável jazida do minério, ali também surgia a esperança de uma comu-nidade que sempre viu na possibilidade da extração a melhoria de vida.

A ocorrência de níquel em Barro Alto só viria a se confirmar em 1969. E, até 1983, uma série de pesquisas e estudos de viabilidade foram realizados por com-panhias de mineração e siderurgia, e nada aconteceu. Até que, em janeiro de 1998, a Anglo American adquiriu da BAMINCO os direitos de exploração da mina e deu início aos estudos ambientais e à primeira fase dos estudos de viabilidade econômica para instalação de uma planta de produ-ção de níquel em Barro Alto. Em 2002, a Anglo American completou a aquisição dos direitos minerários da Inco. Em 2004, parte do minério deste depósito começou a ser processado na planta de ferroníquel em Niquelândia.

A segunda fase dos estudos de viabili-dade para a instalação de uma planta de pro-dução do níquel no próprio município de Barro Alto começaram em 2004. Em 7 de dezembro de 2006, a Anglo American anunciou a tão esperada notícia da construção da planta in-dustrial, cuja obra foi iniciada em 2007 e que hoje conhecemos como Projeto Barro Alto.

Naquele momento, o níquel de Barro Alto passava de sonho à realidade. Na épo-ca, a historiadora Maria Cláudia Diniz e Silva trabalhava na prefeitura e lembra das liga-ções de pessoas perguntando como chegar à cidade. “Barro Alto seria uma Serra Dourada, mas muitas das pessoas que se mudaram querendo abrir um comércio, sem fazer um plano de negócios, um planejamento ou uma avaliação se decepcionaram”, relata Maria Cláudia, que hoje é funcionária da SLM, empresa contratada para o gerenciamento da construção da planta de Barro Alto.

A historiadora é autora de uma mono-grafia sobre os aspectos econômicos, cultu-rais e históricos de Barro Alto, que buscou compreender quais foram os impactos dessa “riqueza”. “A cidade melhorou muito, mas sempre se acreditou, erroneamente, que a exploração dos recursos minerais era a única

saída para resolver os problemas da cidade”, conta. Para ela, a mineração foi um avanço econômico importante, mas o crescimento e as futuras transformações não dependem apenas disso. “A expectativa se transfor-mará em desilusão se, nós da comunidade, apenas esperarmos as coisas acontecerem e não tivermos consciência de que também somos responsáveis”, avalia.

com a mina nas mãosEm dezembro de 1998, Joaquim Neres

Pereira, auxiliar de Produção, andava pelos pastos de Barro Alto quando viu uma equipe de exploração da Anglo American e pergun-tou se não teriam algum serviço. Ele voltou para casa com a promessa de ser admitido como auxiliar de topografia, fato que se confirmou na manhã seguinte. Já com o escritório da mina construído, começou a fazer os jardins nas horas vagas, até ficar encarregado oficialmente de cuidar deles. Hoje, com 64 anos e integrante do GEMA, Joaquim é o empregado da cidade há mais tempo na empresa, com mais de 10 anos na Anglo. Como um dos primeiros da região a ser contratado, ele guarda causos engraça-dos e boas lembranças. “Eu me sinto feliz. É bom ver que o lugar que eu moro e gosto está crescendo. Até eu cresci um pouco”, conta rindo.

Descobertas em 1934, as reservas de níquel de Barro Alto movem a esperança do povo, que sempre viu na mineração a chance de melhoria da comunidade

Maria Cláudia é historiadora e autora de uma monografia sobre os aspectos econômicos,

culturais e históricos de Barro AltoJoaquim é o empregado da cidade há mais tempo

na empresa, com mais de 10 anos na Anglo

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eXPediente: O Jornal da Anglo é uma publicação bimestral dirigida aos empregados dos negócios Níquel, Nióbio e Fosfato da Anglo American no Brasil | coMitÊ editoriaL: a pauta do jornal é definida com a colaboração dos Grupos de Comunicação formados por empregados de todas as áreas das unidades de Cubatão, Catalão / Ouvidor, Niquelândia / Horto Aranha / Barro Alto e São Paulo | editor: Bruno Polizio (Comunicação Corporativa da Anglo American) – MTb 55.574/SP | coordenação: Valéria Lapa (Comunicação Corporativa da Anglo American) – MTb 30.665/SP e Leandro Duarte (DUBB Comunicação) | aPUração e redação: Paulo Celestino – MTb 998/RN e Fernanda Radtke (DUBB Comunicação) | coLaboração: Aline Gasparindo, Andréa Gonçalves, Carolina Marim, Kerlley Oliveira, Núbia Pereira e Tatiane Torezan | arte e ProdUção Gráfica: DUBB Comunicação | ProJeto Gráfico: NETi Design | fotoS: Andréa Gonçalves, Bruno Polizio, Carolina Marim, Flavita Valsani, Kerlley Oliveira, Sílvio Simões e Tatiane Torezan | Tiragem: 5.080 exemplares

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O tempo é o mesmo para todos, mas por que alguns parecem ter mais que outros? A chave está na capacidade de gerenciá-lo. Os especialistas dizem que é possível, mas exige persistência. No início do ano, fazemos planos, promessas e esperamos que o ano novo traga uma vida melhor. Se isso se concretizará em 2010 ou ficará só no desejo, depende muito de como as pessoas administrarão seu próprio tempo.

Para Christian Barbosa, especialista em administração de tem-po e produtividade, a qualidade de vida, uma melhor vivência dos relacionamentos, a capacidade de se fazer mais coisas e uma maior criatividade e produtividade dependem do equilíbrio entre o que é importante, urgente e circunstancial.

E como conseguir esse equilíbrio? O especialista explica que é necessário um treino mental e demora de 5 a 6 semanas para isto se tornar um processo natural. Usar ferramentas efetivas, planejar o dia, tratar primeiro das tarefas curtas, depois das mais complexas, deixando espaço para urgências, reservar tempo para si mesmo e planejar os objetivos por meio de pequenas metas são alguns méto-dos eficazes.

Foi o que Cláudio Santos Coelho, operador da Unidade Sulfúrico de Catalão, aprendeu na prática. Com 32 anos, trabalha em turno, é dono de uma pizzaria, concluiu dois anos de curso técnico e encon-tra tempo para fazer trilhas de bicicleta. Para completar, acabou de se tornar pai. “Tem que traçar objetivos, porque o tempo você não administra, o que você administra são as situações”, ensina. Para se organizar, ele planeja as atividades um dia antes e foca no que é mais importante. O operador também vê como essencial definir as medidas

o teMPo eM SUaS MãoS

Com método, persistência e organização é possível, sim, fazer o dia render

aLManaQUe

de satisfação e reconhecimento que motivam a ação e não esquece de reconhecer a importância de uma boa equipe o apoiando em tudo isso. “Tem que focar no resultado. Dinheiro é consequência”, diz.

Ainda segundo Christian Barbosa, além do trabalho, lazer e informação também são importantes. Mas o lazer não se deve pro-gramar muito. Quem sabe bem disso é o assistente Administrativo André Luiz Barbosa de Oliveira, 28 anos, de Niquelândia, conheci-do por gostar de viajar e conhecer lugares novos aproveitando as belezas naturais da região. “Quando se programa muito, não dá certo”, ensina. Ele sugere também que uma boa forma de não pesar no bolso é dividir com os amigos e viajar fora de temporada. “Es-ses passeios são uma ótima oportunidade de reunir as pessoas que gostamos”, disse.

Já o supervisor de Manutenção da Copebrás Cubatão José Car-los Pereira da Silva sempre arranja tempo para estar envolvido com atividades sociais da empresa e da comunidade. “A melhor forma de você conhecer a empresa é se envolver”, explica. Casado há vinte anos, faz parte do serviço doméstico e acompanha o crescimento dos dois filhos. “Além disso, eu e minha esposa fazemos palestras em encontros de casais visando passar um pouco de nossa experiên-cia de vida”. Aos fins de semana, costuma descansar com a família no Jardim São Lourenço, litoral paulista. José Carlos revela que três coisas são importantes: família, lazer e compromisso. Em meio à entrevista, surge um convite da área de Relações com a Comunidade para participar de uma ação social em Cubatão. E ele aceita. Minutos depois, é acionado pela Manutenção e finaliza: “Viu como a gente sempre dá um jeitinho para fazer as coisas?”.

José Carlos sempre se envolve com atividades sociais da empresa e da comunidade

Cláudio tem uma pizzaria, fez curso técnico e tem tempo para fazer trilhas de bicicleta

Tratando-se de lazer, André diz que “quando se programa muito, não dá certo”