elemento nióbio

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Arley Henrique de Souza Luz (10021002801) Moysés P. Mufarrej (10021000601) Waldemilson Correia da Silva (10021003101) MINÉRIO DE NIÓBIO Trabalho sobre Minério de Nióbio, da disciplina Tecnologia Metalúrgica, ministrado pelo Mestrando: Engº Lúcio da Silva Barboza Filho, Orientador: Prof. Dr. Eduardo de Magalhães Braga. Belém Junho/2010

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Page 1: Elemento Nióbio

Arley Henrique de Souza Luz (10021002801)

Moysés P. Mufarrej (10021000601)

Waldemilson Correia da Silva (10021003101)

MINÉRIO DE NIÓBIO

Trabalho sobre Minério de Nióbio, da disciplina

Tecnologia Metalúrgica, ministrado pelo

Mestrando: Engº Lúcio da Silva Barboza Filho,

Orientador: Prof. Dr. Eduardo de Magalhães

Braga.

Belém

Junho/2010

Page 2: Elemento Nióbio

2

Sumário

1. OBJETIVO ........................................................................................................................... 4

2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4

3. DESCRIÇÃO ........................................................................................................................ 5

4. PROPRIEDADES ................................................................................................................. 5

4.1. PROPRIEDADES ATÔMICAS ...................................................................................... 6

4.2. PROPRIEDADES QUÍMICAS ....................................................................................... 6

4.3. PROPRIEDADES FÍSICAS ............................................................................................ 6

5. COMPOSTOS ....................................................................................................................... 7

6. HISTÓRIA ............................................................................................................................ 7

7. FORMAS DE OCORRÊNCIA ........................................................................................... 9

8. DADOS TÉCNICOS ............................................................................................................ 9

8.1. MINÉRIO PRIMÁRIO .................................................................................................... 9

8.2. MINÉRIO RESIDUAL .................................................................................................. 10

9. DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS E TECNOLOGIA APLICADA ....................... 10

9.1. UNIDADE DE CONCENTRAÇÃO ............................................................................. 10

9.2. UNIDADE DE CALCINAÇÃO .................................................................................... 11

9.3. UNIDADE DE PRODUÇÃO DE NIÓBIO METÁLICO ............................................. 11

10. PROCESSOS EXTRATIVOS ......................................................................................... 12

10.1. PROCESSO DE BRITAGEM ..................................................................................... 12

10.2. PROCESSO DE PRODUÇÃO .................................................................................... 17

Page 3: Elemento Nióbio

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11. OBTENÇÃO DO NIÓBIO METÁLICO ....................................................................... 18

12. OFERTA MUNDIAL - 2000 ............................................................................................ 20

12.1. PRODUÇÃO INTERNA ............................................................................................. 21

12.2. IMPORTAÇÃO ........................................................................................................... 22

12.3. EXPORTAÇÃO ........................................................................................................... 22

12.4. CONSUMO INTERNO ............................................................................................... 23

12.5. PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS ................................................ 24

12.6. OUTROS FATORES RELEVANTES ........................................................................ 24

13. APLICAÇÕES .................................................................................................................. 25

14. RELATIVIDADE ............................................................................................................. 27

15. REATIVIDADE ................................................................................................................ 28

16. O NIÓBIO NA NATUREZA ........................................................................................... 28

17. O NIÓBIO E A VIDA ...................................................................................................... 29

18. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 29

19. REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS .................................................................................. 30

Page 4: Elemento Nióbio

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1. OBJETIVO

Este trabalho tem por objetivo mostrar a estrutura e aplicações do metal nióbio,

mostrando a potência deste minério no mercado mundial. O estudo do minério visa

demonstrar como é gerado o material fino durante a britagem do ferro nióbio bem como um

projeto de sua redução durante o processo de produção.

2. INTRODUÇÃO

O nióbio é um metal de alto ponto de fusão (2.4680

C) do grupo dos metais ditos

refratários, que se destaca pelas seguintes características: densidade pouco superior à do ferro,

elevada resistência ao ataque por certos ácidos e metais líquidos, baixa resistência à oxidação

e supercondutividade a temperaturas inferiores a 264 graus negativos Celsius.

A liga ferronióbio, obtida através da aluminotermia, é o produto final mais

importante da cadeia do nióbio, sendo destinado à produção de alguns aços especiais,

especialmente os micro-ligados e os inoxidáveis. Nos aços microligados, mesmo com um

reduzido consumo específico (cerca de 400g de FeNb por t de aço), o nióbio confere ao

produto características de resistência mecânica, tenacidade e soldabilidade. Já para os

inoxidáveis, seu valor está em neutralizar o efeito de carbono e nitrogênio, afastando risco de

deterioração do produto por corrosão.

O óxido de nióbio (99% de Nb2O5), que representa 13% do mercado mundial de

nióbio, é a matéria-prima para a fabricação de produtos especiais como: ferronióbio de alta

pureza, níquel-nióbio, óxidos especiais de nióbio (grau ótico e grau cristal) e nióbio metálico

e suas ligas, os quais se destinam a uma série de usos mais sofisticados como as superligas

aeronáuticas, os cerâmicos para opto-eletrônica e os supercondutores.

Vale ressaltar que o nióbio, como metal puro, apresenta pouca aplicação.

Page 5: Elemento Nióbio

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3. DESCRIÇÃO

O nióbio é o elemento de

número atômico 41 e símbolo químico Nb,

pertence ao grupo 5 e ao 5º período da

tabela periódica.

Descoberto em 1801, por

Charles Hatchett, o nióbio deve este nome a

Níobe, filha de Tântalo (cujo nome foi dado

ao elemento imediatamente abaixo do nióbio

na tabela periódica), ambos personagens da

mitologia Grega.

O nióbio, no seu estado puro, é

um metal cinzento de aspecto brilhante. Figura 01: Niobita

São extraídas, anualmente, cerca de 25 mil toneladas deste metal, sendo o Brasil o

seu principal produtor.

As aplicações são variadas, mas a sua adição a ligas metálicas é um uso comum.

Algumas destas ligas são usadas devido às suas propriedades supercondutoras de eletricidade.

Noutros casos, o nióbio também é adicionado a ligas para promover uma maior resistência a

altas temperaturas, sendo exemplo disso, o seu uso em reatores nucleares.

4. PROPRIEDADES

• Nome: Nióbio

• Símbolo: Nb

• Número atômico: 41

• Massa atômica: 92,90638

• Classe: metal

• Série: metal de transição

• Grupo: 5

• Período: 5

• Bloco: d

• Configuração eletrônica: [Kr] 4d4 5s1

• Abundância:

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o Terra: 631 ppb

o Crosta terrestre: 10 ppm

o Oceano: 10 pM

o Sistema Solar: 79 (relativa a H × 1012)

4.1. Propriedades atômicas

• Raio atômico: 1,429 Å

• Raio covalente: 1,34 Å

• Raio iônico: (Nb5+) 0,78 Å; (Nb3+) 0,86 Å

• Íons comuns: Nb5+ ; Nb3+

4.2. Propriedades Químicas

• Electronegatividade de Pauling: 1,6

• Energias de ionização:

o 1º 652,1kJ mol-1

o 2º 1380 kJ mol-1

4.3. Propriedades Físicas (em condições de pressão e temperatura normais)

• Estado físico: Sólido

• Estrutura cristalina: Cúbica de corpo centrado

• Cor e aparência: cinzento metálico

• Ponto de fusão: 2477 ºC

• Ponto de ebulição: 4744 ºC

• Condutividade térmica: 54,2 W m-1 K-1

• Densidade: 8,570 g cm-3

• Volume molar: 10,83 cm3 mol-1

• Capacidade calorífica: 24,62 J mol-1 K-1

Page 7: Elemento Nióbio

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5. COMPOSTOS

O nióbio pode apresentar diversos estados de oxidação, sendo os mais comuns +2,

+4 e +5, formando os óxidos NbO (cinzento), NbO2 (preto-azulado) e Nb2O5,

respectivamente. Este último óxido apresenta um considerável polimorfismo.

Alguns compostos de nióbio são caracterizados pelas suas propriedades

magnéticas ou pela sua cor. O LiNbO3 é usado como alternativa ao quartzo em filtros de

freqüência para aparelhos de comunicação. O SrxNbO3 (x=0,7-0,95) é caracterizado pela sua

variação de cor, de azul-escuro a vermelho, de acordo com a quantidade de Sr.

O nióbio surge também diretamente associado ao flúor, cloro, bromo e iodo. Para

um dado estado de oxidação a do nióbio (de +5 a +2), surgem compostos da forma NbXa

onde X = F, Cl, Br, I.

Este elemento forma também diversos compostos de enxofre, de selênio e de

telúrio, com estequiometrias variadas.

Exemplos de outros compostos contendo nióbio nos diversos estados de oxidação podem ser:

• No estado de oxidação -3: [Nb(CO)5]3-

• No estado de oxidação -1: [Nb(CO)6]-

• No estado de oxidação +2: NbS

• No estado de oxidação +3: [Nb2Cl9]3-

• No estado de oxidação +4: [Nb(CN)8]5-; [NbC16]

2-; [NbF7]3-

• No estado de oxidação +5: ScNbO4; [NbF6]-; [MF7]2-; [MF8]

3-

6. HISTÓRIA

O elemento 41 foi descoberto na Inglaterra em 1801, por Charles Hatchett, que na

época o denominou de colúmbio. Posteriormente, o químico alemão Heinrich Rose, pensando

haver encontrado um novo elemento ao separá-lo do metal tântalo, deu-lhe o nome de nióbio

em homenagem a Níobe, filha do mitológico rei Tântalo.

As informações mais antigas sobre o uso de nióbio datam de 1925, referindo-se à

substituição do tungstênio na produção de ferramentas de aço. No início da década de 1930, o

nióbio passou a ser utilizado na prevenção de corrosão intergranular em aços inoxidáveis.

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Até a descoberta quase simultânea de depósitos de pirocloro no Canadá (Oka) e

no Brasil (Araxá), na década de 1950, o uso do nióbio era limitado pela oferta limitada (era

um subproduto do tântalo) e custo elevado. Com a produção primária de nióbio, o metal

tornou-se abundante e ganhou importância no desenvolvimento de materiais de engenharia.

Na década de 1950, com o início da corrida espacial, aumentou muito o interesse

pelo nióbio, o mais leve dos metais refratários. Ligas de nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-

Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear, e também para fins

relacionados à supercondutividade. Os tomógrafos de ressonância magnética para diagnóstico

por imagem, utilizam magnetos supercondutores feitos com a liga NbTi.

As superligas aeronáuticas também utilizam nióbio. Destas, a mais importante é o

IN718, introduzida em 1966 e cujo aperfeiçoamento resultou numa família de superligas

utilizadas nas turbinas aeronáuticas e estacionárias mais modernas.

Outro desenvolvimento importante da década de 1950 foi o aço microligado.

Estudos conduzidos na Inglaterra - na Universidade de Sheffield e na British Steel - e também

nos Estados Unidos, tornaram o aço microligado uma realidade industrial quando a Great

Lakes Steel entrou no mercado, em 1958, com uma série de aços contendo cerca de 400

gramas de nióbio por tonelada, exibindo características (resistência mecânica e tenacidade)

que até então somente podiam ser obtidas com aços ligados muito mais caros.

A descoberta de que a adição de uma pequena quantidade de nióbio ao aço

carbono comum melhorava consideravelmente as propriedades deste, levou à utilização em

grande escala do conceito de microliga, com grandes vantagens econômicas para a engenharia

estrutural, para a exploração de óleo e gás e para a fabricação de automóveis.

Atualmente, os aços microligados respondem por 75% do consumo de nióbio. São

materiais sofisticados, desenvolvidos a partir de princípios de metalurgia física que refletem o

esforço conjunto da pesquisa e desenvolvimento conduzidos na indústria e nos laboratórios de

universidades.

O conhecimento científico se revelou essencial para o elemento 41. Os avanços

conseguidos até aqui ampliaram o raio de aplicação do nióbio em aços, superligas, materiais

intermetálicos e ligas de Nb, bem como em compostos, revestimentos, nano materiais,

dispositivos optoeletrônicas e catalisadores.

Page 9: Elemento Nióbio

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7. FORMAS DE OCORRÊNCIA

O nióbio ocorre na natureza na forma de sais complexos, os minérios são em

número de aproximadamente de 100.

Os minérios de maior interesse são:

• Columbita, que é um sal onde ocorre o Nb e o Tântalo, com a formula geral: [(Fe,Mn)

(Nb,Ta)2 O6, 40 – 75% Nb2C5 e 1 – 42% de Ta2 O6]. O peso especifico desta série

varia entre 5,3 – 8,0, sendo denominado tantalita misturas com pesos específicos

maiores que 6,6.

• Pirocloro, o pirocloro tem a seguinte formula geral: [(Na,Ca)2 (Nb,Ti)2 (O,F)7 47 –

70% Nb2 O5 0,2 – 2%TaO5]. Estes são os minérios de maior interesse comercial, entre

outros pode ainda ser citado, a SAMARSKITA que é um composto Nióbio – Tântalo

de terras raras contendo urânio, a microlita, tantalato de cálcio e sódio; a djalmita

variedade da microlita, encontrada na área de São João Del Rei, Fergunsonita-Nióbio-

Tantalato de terras raras e outros.

8. DADOS TÉCNICOS

8.1. Minério Primário

As maiores concentrações de nióbio no depósito são encontradas na porção

central da estrutura. O minério primário contém carbonatos, flogopita, magnetita e apatita,

usualmente rico em pirocloro, o mineral- minério de nióbio.

A concentração média de nióbio no minério primário é 1,5% Nb2O5, enquanto os

teores máximos atingem 8% Nb2O5. As reservas de nióbio são praticamente inesgotáveis,

considerando o mercado atual consumidor. Testemunhos de sondagem, coletados a 800

metros de profundidade, evidenciam rochas com pirocloro, que provavelmente se estendem

em profundidade. O Complexo é dominantemente constituído de dolomita carbonatito, com

calcita carbonatito e glimerito (rocha rica em flogopita) subordinados. Os glimeritos gerados

por metassomatismo provavelmente de piroxenitos / peridotitos, apresentam apenas

localmente piroxênios e olivinas. O metassomatismo pode ter ocorrido durante o estágio

alcalino carbonatítico da evolução magmática, envolvendo fluidos ricos em álcalis.

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8.2. Minério residual

Derivado do minério primário, o minério residual está sendo lavrado e contém

cerca de 5% de bariopirocloro. As reservas minerais são de cerca de 460 milhões de

toneladas, suficientes para atender a demanda mundial por cerca de 500 anos conforme já

comentado. O minério é friável e as operações de lavra são desenvolvidas a céu aberto, sem a

necessidade da ação de explosivos. A espessura do minério residual atinge 250 m e o teor

médio de Nb2O5 é de 2,5 - 3,0 %. O intemperismo do minério primário propiciou o

enriquecimento relativo do pirocloro devido à preservação física desse mineral em relação aos

demais minerais. Rochas coletadas a partir de testemunhos de sondagem em zonas brechadas

do minério primário, evidenciam um processo de transformação do pirocloro, a partir das

bordas e fraturas, com substituição de Ca e Na por Ba

9. DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS E TECNOLOGIA APLICADA 9.1. Unidade de Concentração

A concentração tem capacidade produtiva de 84.000 toneladas por ano, utilizando

processos de moagem úmida, separação magnética, deslame e flutuação. O objetivo do

processo de moagem úmida é reduzir o minério a partículas muito pequenas possibilitando a

liberação dos cristais de pirocloro. Em seqüência, a separação magnética elimina a magnetita

do minério extraído e o processo de deslame retira partes que contenham granulometria

inferiores a 0, 005 mm. Por fim, o processo de flutuação que fornecerá o pirocloro, atua

fazendo com que o pirocloro concentrado seja exposto a reagentes químicos e retirados pela

injeção de ar com o surgimento de bolhas. Desta forma obtemos um concentrado de pirocloro

com 60% de Pentóxido de Nióbio (Nb2 O5).

Figura 02: Unidade de Concentração moinho de bolas Fonte: CBMM

Page 11: Elemento Nióbio

11

9.2. Unidade de Calcinação e Lixiviação

Este processo é usado para reduzir o teor de fósforo, enxofre e chumbo do

concentrado e para assegurar a obtenção dos níveis de pureza exigidos pela indústria. À

calcinação é realizada com cloreto de cálcio e cal em alta temperatura, prosseguindo-se a

lixiviação com uma solução de ácido clorídrico e seguido de secagem.

Esta tecnologia está sendo substituída por um processo de refino pirometalúrgico,

que propiciará ganhos de produtividade e benefícios ambientais. Na unidade de refino

pirometalúrgico, o concentrado será pelotizado e sinterizado em um forno de esteira de aço,

antes de ser alimentado para um forno elétrico, juntamente com pó de carvão e ferro.

9.3. Unidade de Produção de Nióbio Metálico

Para fabricar nióbio metálico puro e a liga nióbio-1% zircônio, utiliza-se um forno

de feixe de elétrons. A capacidade instalada deste forno é de 40 toneladas por ano de lingotes

cilíndricos, fabricados de acordo com os padrões ASTM B-391, normas de produção para

esses produtos, mas, porém, a produção anual desta unidade já alcançou a quantidade de 60

toneladas.

Figura 03: Forno de feixe de elétrons Fonte: CBMM

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10. PROCESSOS EXTRATIVOS

10.1. Processo de Britagem

O processo de britagem tem como base as atividades de cominuição, ou seja, um

conjunto de operações de redução de tamanhos dos minerais, executado de maneira

controlada e de modo a cumprir um objetivo pré-determinado. No conteúdo do livro Teoria

Prática do Tratamento de Minério, foi possível todo um levantamento da teoria e prática dos

processos de cominuição.

Este processo inclui as exigências de controlar o tamanho máximo dos produtos e

de evitar a geração de quantidades excessivas de finos. Estes materiais são produzidos durante

a quebra das pedras de minerais. Sua formação é um processo natural e se caracteriza pela

geração de material de pequena granulometria, às vezes considerado como pó que se

desprendem das pedras primárias quando estas recebem a ação de impacto de britadores no

processo redução granulométrico.

Assim, as operações de cominuição se fazem necessárias na realidade industrial

por diversas razões:

• Para permitir o manuseio do material de mineração. Em muitos casos as matérias

primas são rochas com cerca de 40 polegadas de granulometria, tornando-se muito

pesadas para transporte e manutenção. Assim, necessitamos de reduzir seu tamanho

para possibilitar seu retrabalho;

• Para permitir o transporte contínuo. Transportadores de correia são, em princípio,

muito mais convenientes que caminhões ou outros veículos a diesel, pois custam mais

barato, usam energia elétrica, são silenciosos e, sobretudo, operam continuamente.

Entretanto são limitados quanto ao tamanho das peças que podem transportar. Desta

forma, para qualquer transporte em transportadores de correia, o minério precisa estar

britado;

• Para permitir a utilização do minério, ou seja, possibilitar a liberação de partículas

úteis de interesse para cada tipo de processo no qual o mineral será inserido.

Este processo de cominuição se divide praticamente em duas fases, a de Britagem

que irá reduzir o tamanho do mineral e a fase de peneiramento, caracterizada pela seleção e

classificação do material de acordo com o tamanho determinado pelo cliente.

Page 13: Elemento Nióbio

13

Nos processos de britagem as partículas grosseiras sofrem a ação de forças de

compressão ou de impacto. Dependendo destas forças, impacto ou cisalhamento, existe um

volume de partículas que podem se desenvolver. A quebra dos minerais se faz através de

tensões principais de cisalhamento e de inclinação constante em relação à direção das tensões

de compressão. Em conseqüência, as partículas britadas tendem a apresentar certa cubicidade

e faces relativamente planas. Na figura 04 temos um circuito básico de britagem.

BRITADOR

MANDIBULA

BRITADOR

CÔMICO

PENEIRA PENEIRA

VIBRATÓRIA

Figura 04: Esquema de Circuito de Britagem

Fonte: Teoria prática de Tratamento de Minério

Primeiramente torna-se necessário entender este processo. Após a fundição, temos

a fabricação de lingotes de Ferro Nióbio Standard. Este material não pode ser vendido na

forma em que se encontra devido ao seu alto volume e concentração, tornando difícil seu

manuseio e aplicação. Como o Nióbio é utilizado para prover características especiais às ligas

metálicas, este precisa ter seu tamanho reduzido e assim ser comercializado em pedras que

podem variar entre 1 mm e 80 mm de tamanho, valor este que será definido pelo cliente no

momento da ordem de formação de lote de produção. Assim o processo de Britagem é

Page 14: Elemento Nióbio

14

iniciado.

As pedras são transportadas até um Britador de Mandíbulas para que possam

sofrer um primeiro estágio de redução. Posteriormente, o material pré britado é transportado

para outros 2 Britadores do tipo Cônico para que alcancem a redução necessária determinada

pelo cliente.

Como podemos ver no lay out acima, o Britador do tipo Mandíbula é o primeiro a

ser implantado da seqüência de produção. Isso se deve ao fato que neste estágio temos pedras

de Nióbio mineral com granulometria elevada e para este tipo de operação, este equipamento

é mais adequado, devido sua robustez. Pela causa que este projeto tem por base a redução de

finos através da otimização do funcionamento deste equipamento, necessitou-se de maior

aprofundamento na operação deste britador.

O fragmento de rocha ou minério a ser britado é introduzido no espaço entre as

duas mandíbulas e, durante o movimento de aproximação, é esmagado. Os fragmentos

resultantes escoam para baixo, durante o movimento de afastamento, cada qual se deslocando

até uma posição em que fique contido pelas mandíbulas e seja novamente esmagado na

próxima aproximação. Vejamos na figura 05 o Britador do tipo Mandíbula utilizado pela

usina de britagem do Ferro Nióbio Standard.

Mandibulas Fonte: Empresa Nordberg

Figura 05: Britador de Mandíbulas

Page 15: Elemento Nióbio

15

A próxima parte do processo de cominuição e britagem caracteriza-se pela

utilização dos Britadores Cônicos. Vejamos na figura 06 um corte vertical deste equipamento.

Figura 06: Britador Cônico Fonte: Empresa Nordberg.

O processo de funcionamento deste equipamento é pouco complexo, porém muito

eficaz. Um cone rotativo disposto no centro do Britador gira em torno de seu eixo

descrevendo um movimento elíptico durante sua operação. À medida que as pedras entram

neste equipamento, elas são esmagadas pelo Cone rotativo e a parede interna do Britador,

chamada de revestimento. Com essa compressão realizada, as pedras de Nióbio são trituradas

e adquirem menores tamanhos, sendo este o objetivo desta máquina.

O controle do tamanho das pedras que irão deixar o Britador é feito de acordo

com a distância entre o Cone Rotativo e o Revestimento. Quanto maior for o espaço entre

estas partes, maiores serão as pedras como produto deste Britador. Assim, este equipamento

permite uma operação de britagem com pedras de 3,0 polegadas de tamanho e uma redução

destas para até 1 mm de espessura.

Por fim, a última fase de processo de cominuição e britagem é descrito pelo

peneiramento do material que foi britado. Este conteúdo teórico e prático foi encontrado em

material interativo da Empresa do ramo de máquinas para mineração, a Nordberg.

Vejamos na figura 07 uma Peneira Vibratória similar à utilizada pelo

Departamento de Britagem.

Page 16: Elemento Nióbio

16

Figura 07: Peneira Vibratória de 2 decks Fonte: Empresa Nordberg.

O Peneiramento é a operação de separação de uma população de partículas em

duas frações de tamanhos de tamanhos diferentes, mediante a sua apresentação a um gabarito

de abertura fixa e pré-determinada. Cada partícula tem apenas as possibilidades de passar ou

de ficar retida. Os dois produtos chamam-se “oversize” ou retido e “undersize” ou passante.

Os gabaritos podem ser grelhas ou telas de barras paralelas, malhas quadradas ou

retangulares, de fios paralelos, chapas perfuradas ou placas fundidas.

A faixa de tamanhos submetidos ao peneiramento vai de elevados tamanhos como

18 polegadas a minúsculas partículas de 130 µm. Os equipamentos capazes de fazer esta

operação são muito variados, podendo ser divididos genericamente em peneiras fixas,

vibratórias, inclinadas e horizontais. Esses equipamentos são constituídos por um chassi

robusto, apoiado em molas, um mecanismo acionador do movimento vibratório e suportes

para fixação das telas. Seu movimento vibratório se dá de forma circular ou elíptico fazendo

com que as partículas sejam lançadas para cima e para frente. A Peneira Vibratória, como o

próprio nome diz, funciona através de vibração, pela rotação de um eixo com contrapesos a

este acoplados. Este caráter vibratório confere à Peneira uma vibração que irá transmitir às

pedras de Nióbio e estas serão forçadas a passarem pelos orifícios das telas de acordo com o

tamanho desejado. O material que não foi selecionado na peneira, ou seja, ficou acima do

tamanho requerido será retornado ao processo para ser britado novamente em um terceiro

britador do tipo Cônico caracterizando neste momento um processo fechado enquanto as

pedras de Nióbio não forem classificadas na peneira.

Em relação à geração de material fino deparamos com alguns conceitos que

necessitaram de aprofundamento. Primeiramente, a engenharia não trata diretamente como

desperdício de material os finos gerados durante o processo de britagem. Desta forma os

materiais bibliográficos voltados a esta área justifica que a produção de finos é um processo

Page 17: Elemento Nióbio

17

natural em contra ação da britagem de minerais, mas que seu controle de geração deve ser

feita para que não obtenhamos perdas no processo produtivo.

10.2. Processo de Produção

Conforme os processos de produção, a extração do nióbio se faz ao fatiar a terra e

raspá-la, a ponto de se formar camadas sobrepostas de vários metros cada uma, no formato de

imensos degraus. A terra raspada na mina (meio avermelhada e visualmente comum) é

transportada através de uma esteira até a usina de beneficiamento. Como podemos observar

nas imagens a seguir.

Figura 08: Mina a céu aberto Figura 09: Esteira transportadora de minério

A presença de alto teor de óxidos e minério de ferro obrigou processos de

beneficiamentos diferentes para a extração do nióbio. Entretanto, todo o minério extraído, por

meio de detonação de explosivos ou raspagem do solo, é levado a mina, em caminhões

convencionais até as unidades de beneficiamento. Primeiramente, este minério é britado e

moído, até atingir uma granulometria ideal, em seguida é feita uma separação magnética, a

retirada de alguns resíduos desnecessários e a flotação, processos físicos de onde são retiradas

as impurezas. Após estes processos, ocorre o processo aluminotérmico, onde todo o

concentrado é transformado em ferro-nióbio.

Outra forma de obtenção do nióbio pode ser descrita por: um processo de moagem, o

minério é levado para o moinho de bolas, onde são liberados os cristais de pirocloro,

Page 18: Elemento Nióbio

18

extremamente finos. Após a moagem, o minério passa por um processo de separação

magnética, da qual é retirada a fração de magnetita (Fe) existente no minério; a fração

magnética contendo ferro é bombeada para uma represa especial onde é estocada para uma

eventual comercialização, a parte não magnética é levada para o deslame, de onde são

retiradas as lamas lateríticas que podem impedir a seqüência do processo. Feito o deslame, a

polpa deslamada passa por um processo de flotação e filtragem.

11. OBTENÇÃO DO NIÓBIO METÁLICO

Os processos de obtenção do nióbio metálico variam conforme a origem do

minério.

De uma forma geral, a sistemática seguida pode ser resumida conforme o

fluxograma abaixo. Fato que deve ser mencionado, no entanto, é que devido a semelhança das

propriedades químicas do Nb e do Ta, dependendo da concentração destes no minério, torna-

se necessária a separação por cristalização fracionada ou extração por solvente orgânico, de

seus sais (K2NbF7, K2TaF7). A referência menciona a extração de óxido, de uma solução de

fluoretos em um solvente orgânico, (extração líquido-líquido) para obtenção de óxido de alta

pureza destinada à produção de super liga.

Page 19: Elemento Nióbio

19

CONCENTRAÇÃO

KOH + NaOH

LIXIVIAÇÃO

LAVAGEM *

DIGESTÃO COM HCl

PRECIPITADO ** SOLUÇÃO

Nb2O5 x H2O MnCl2

Ta2O5 x H2O FeCl2

HF

H2 NbOF7

H2 TaF7

KCl

ELETRÓLISE **** K2 TaF7 CRISTALIZAÇÃO

EM BANHO DE SAL K2 NbF7 FRACIONADA

SEPARAÇÃO Nb DO Ta

METALURGIA DO PÓ K2NbF7

OU FUSÃO À VÁCUO REDUÇÃO C/METAIS

Na, Ca

TRATAMENTO MECÂNICO FUSÃO E PURIFICA-

ÇÃO EM VÁCUO

LIMPEZA

PRODUTO FINAL REFUGO HCl + HNO3

Figura 10: Mostra esquematicamente a seqüência seguida no processamento do Nb

Page 20: Elemento Nióbio

20

* no tratamento aquoso já são eliminadas a maioria das impurezas Na2SiO3,

Na2WO4, NaAlO2. Resta ainda no precipitado constituído por Na2O, 3TaO5 e Na2O, 6NbO5,

elementos como o ferro, manganês e titânio.

O ferro e o manganês são eliminados na fase subseqüente, ou seja, na digestão

com HCl e o titânio somente é removido parcialmente permanecendo até a redução em

proporções de 0,5 a 1%. O tântalo pode ser eliminado por cristalização fracionada, ou

eletrólise ou extração com solvente orgânico.

** a continuidade do processo a partir deste ponto esta dependente, da

porcentagem de tântalo presente, bem como da tolerância desejada, na composição do produto

final.

Quando aqui se justifica a interrupção do processo, segue-se a redução de

pentóxido de nióbio, por um dos métodos, cálcio térmico, alumínio térmico, carbotérmico,

seguido por fusão em vácuo (ou sinterização) para purificação.

*** a cristalização fracionada está baseada no fato de que a solubilidade do

fluoreto de nióbio é 15 a 20 vezes maior que a do fluoreto de Ta, em solução com 1% de HF

na temperatura de 20 a 70 ºC.

**** a eletrolise segundo ainda era objeto de estudo.

O principal fator restritivo na produção deste material é a sua afinidade por

impurezas intersticiais como C, O, H quando presentes dificultam o tratamento mecânico do

material.

Devido a este fator, a fusão do material deve ser efetuada em vácuo, e a

eliminação destes elementos não apresenta maiores dificuldades.

12. OFERTA MUNDIAL - 2000

As reservas brasileiras de pirocloro (Nb2O5) estão concentradas nos Estados de Minas

Gerais (96,3%); Amazonas (2,7%) e Goiás (1,0%).

Líder na oferta mundial, a CBMM, responde por 78,3% da produção brasileira de

concentrado de nióbio e a Mineração Catalã, pelos 21,7% restantes.

A CBMM (Cia. Brasileira de Metalurgia e Mineração) e a COMIG (Cia. de Mineração

de Minas Gerais), são as concessionárias das principais reservas situadas no município de

Araxá (MG), ambas constituíram desde 1973 a COMIPA – Cia. Mineradora de Pirocloro de

Araxá, que lavra os jazimentos das duas empresas e vende à CBMM todo o produto.

Page 21: Elemento Nióbio

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Reserva e Produção Mundial

DISCRIMINAÇÃO RESERVAS (2) (103t) PRODUÇÃO (1) (t)

Países 2000 (p) (%) 2000 (p) (%)

Brasil 5.000 90,0 31.418 92,4

Canadá 400 7,2 2.400 7,1

Nigéria 90 1,6 30 0,1

Congo 50 0,9 - -

Austrália 16 0,3 150 0,4

TOTAL 5.556 100,0 33.998 100,0

Fontes: DNPM-DIRIN, Mineral Commodity Summaries - 2001. (1) Dados referentes à Nb205 contido no minério. (p) Preliminar (-) Não disponível

(2) Reservas medidas e indicadas (r) Revisado

12.1. Produção interna

A Mineração Catalão de Goiás, com participação acionária do Grupo Anglo

American e Bozzano Simonsen com capacidade nominal instalada de 670.000 t/ano, produziu

em 2000, 589.349 t de minério britado com 7.211 t de Nb2O5 beneficiado e 4.123 t de liga

FeNb com 2.741 t de Nb contido, representando um aumento de 12,6% em relação ao ano

anterior devido a nova frente de lavra, com teor de minério mais elevado.

A Cia. Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), com capital distribuído

entre o Grupo Moreira Sales e a Molycorp, com capacidade instalada para produção de

50.400 t/ano de Nb2O5 contido no concentrado, obteve uma expansão de 68,0% na sua

capacidade produtiva, em relação ao ano de 1999. Produziu 24.207 t de Nb2O5 contido no

concentrado, 15.477 t de Nb contido na liga FeNb e 1.274 t de óxido de nióbio. A pequena

redução na produção do concentrado em relação ao ano anterior está ligada a queda na

produção de FeNb e do óxido de nióbio, devido a ajustes nos níveis de estoques, visto que, o

nível de vendas em geral foi superior ao do ano anterior. A redução na produção de óxido de

nióbio é conseqüência da retração nas vendas, provocada pelo crescimento da concorrência

em um mercado inelástico.

Page 22: Elemento Nióbio

22

12.2. Importação

Não há registros de dados de importação da liga FeNb desde 1985. O Brasil é auto-suficiente e líder mundial na produção de Nióbio.

12.3. Exportação

O valor total das exportações de minério de nióbio apresentou um crescimento de

66,1% em relação ao ano anterior. Os blocos econômicos de destino foram: EUA (55,0%),

Europa Oriental (28,0%) e União Européia (17,0%).

A Mineração Catalão de Goiás exportou toda a sua produção de 2.777 t de Nb

contido na liga FeNb para a Alemanha (35,4%), para os EUA (29,7%), para o Japão (22,0%) e

para Inglaterra, Taiwan, Coréia, México, Canadá, Luxemburgo, Arábia Saudita e África do

Sul (12,9%); totalizando US$ 37.858.735,54 em ingresso de divisas para o país. Registrando

um aumento de 16,0% no valor das exportações, devido ao crescimento no volume das vendas

em relação ao ano de 1999.

A Cia. Brasileira de Metalurgia e Mineração destinou 94,5% da sua produção ao

mercado externo em 2000, totalizando 14.630 t de nióbio contido na liga FeNb, resultando

US$ 194.225.000 de entrada de divisas para o país. O aumento no valor das exportações da

liga-FeNb e a redução na quantidade e no valor das exportações do óxido de nióbio observado

em relação ao ano anterior deram-se em função de concorrência predatória no segmento de

óxido de nióbio e de ligas grau vácuo, para as quais, o óxido é a matéria prima principal. A

ação da concorrência de material proveniente de subproduto do estanho (FeNb Ta) e da

colombita-tantalita reprocessados na Rússia e na China levou a uma expansão na oferta de

óxido no mercado. A compensação parcial pela perda de participação no mercado de óxido

deu-se pelo aumento na exportação da liga FeNb. Embora o acréscimo tenha sido de apenas

1,5%, foi resultado de uma demanda favorável, principalmente na Europa.

A liga FeNb, destinada ao mercado externo é utilizada na fabricação de produtos

de aços especiais (grades, estruturas e oleodutos), nas indústrias automobilísticas, espaciais,

navais, aeronáuticas e de ferramentas de alta precisão.

Page 23: Elemento Nióbio

23

12.4. Consumo interno

A Mineração Catalão de Goiás destina toda sua produção ao mercado externo.

A CBMM destinou 790 t de sua produção em Nb contido na liga FeNb ao

mercado interno, sendo o Estado de Minas Gerais (59,4%) o seu principal comprador e o

restante, distribuído entre as regiões Sul/Sudeste (33,5%) e uma pequena participação na

região Nordeste (7,1%).

A principal aplicação do nióbio é nos chamados aços de baixa liga e alta

resistência (HSLA), utilizados em tubulações de grande diâmetro, na construção civil de obras

de grande porte e na indústria automobilística. Um dos principais fatores que influenciaram na

queda do consumo foi o término do gasoduto Brasil-Bolívia e, o segundo fator está

relacionado à conjuntura econômica e a ausência de grandes obras civis (hidrelétricas, pontes,

etc.) e, finalmente, a retração verificada na segunda metade do ano na indústria automotiva

brasileira.

Principais Estatísticas - Brasil

Discriminação 1998 (r) 1999 (r) 2000 (p)

Concentrado (1) (t) 33.795 31.352 31.190

Produção: Liga Fe-Nb(2) (t) 20.516 18.866 18.218

Óxido de Nióbio (t) 2.400 1.375 1.274

Liga Fe-Nb(2) (t) 18.504 16.821 17.407

Exportação: (103 US$-FOB) 239.964 223.945 232.084

Óxido de nióbio (t) 1.138 1.064 639

(103 US$-FOB) 19.504 18.170 11.080

Consumo Aparente:

Liga Fe-Nb(2) (t) 2.012 2.045 811

Óxido de Nióbio (t) 1.262 311 635

Preço Médio *: Liga Fe-Nb(2) (US$/t-FOB) 12.968 13.313 13.333

Óxido de nióbio (US$/t-FOB) 17.138 17.077 17.340

Fontes: DNPM-DIRIN; MDIC-SECEX,CBMM

(1) Dados em Nb2O5 contido no concentrado; (2) Dados em Nb contido na liga; (r) revisado.

* Preço Médio base exportação.

Page 24: Elemento Nióbio

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12.5. Projetos em andamento e/ou previstos

A Mineração Catalão de Goiás Ltda. investiu em tecnologia para beneficiar o

minério da Mina Boa Vista, de elevado teor de silicatos e alto teor de Nb2O5, o que elevará a

sua produção.

A demanda mundial depois de ter mostrado índices animadores de crescimento,

no início da década passada, atingiu o seu ponto de maturação. O crescimento esperado não é

superior a 3,0%. Indicadores favoráveis como a continuada elevação nos preços do petróleo,

viabilizando novos projetos de exploração e a manutenção de linhas de transmissão

desativadas, demandam uma maior produção de tubos para essa finalidade, o que reflete em

um maior consumo de nióbio. A indústria automobilística também está realizando pesquisas

com novos aços microligas visando aumentar a resistência com o menor peso, nos futuros

carros ultraleves, movidos a bateria e não a petróleo.

12.6. Outros fatores relevantes

São duas as minas da Mineração Catalão de Goiás Ltda.: Catalão I, no município

de Ouvidor (GO) com uma reserva de 3.807.047 t e 0,8% de teor médio de Nb2O5 e Catalão

II no município de Catalão (GO), com uma reserva de 1.997.476 t com teor médio de 1,6% e

vida útil de 3,5 anos. O processo de beneficiamento utilizado pela empresa é o de flotação.

Sendo suas exportações destinadas em maior proporção à Europa (39,7%), América do Norte

(32,9%), Ásia (26,7%) e demais continentes (0,7%).

A Cia. Brasileira de Mineração e Metalurgia, expandiu sua capacidade produtiva

em 2000 para 50.400 t de Nb2O5 contido no concentrado e 29.700 t de Nb contido na liga

FeNb (Nb/liga FeNb=0,66), através do processo de beneficiamento convencional de flotação

do minério. Obtendo-se um concentrado com cerca de 60,0% Nb2O5. As reservas do minério

residual somam 450 milhões t com teor de 2,5% Nb2O5, sendo suficientes para mais 400 anos.

As reservas minerais de nióbio existentes na Amazônia totalizam em 82.002.974 t,

situadas nos municípios de São Gabriel da Cachoeira e Presidente Figueiredo.

Page 25: Elemento Nióbio

25

13. APLICAÇÕES

Dentre os usos mais correntes pode-se citar:

• Utilização em ligas metálicas. Este elemento é adicionado ao aço inoxidável para

aumentar a resistência do mesmo. Quando exposto a temperaturas superiores a 550 ºC

a estrutura cristalina do aço sofre uma alteração e este fica mais propenso a estragos.

A adição de nióbio ao aço torna-o capaz de suportar maiores temperaturas e reduz a

probabilidade de este se danificar. Por este motivo, esta adição é freqüentemente usada

em aço destinado a ser soldado ou, precisamente, a aço destinado ao fabrico de

ferramentas de soldagem. Esta propriedade do nióbio faz também com que o aço

inoxidável estabilizado com nióbio seja, muitas vezes, utilizado na construção de

reatores nucleares devido à necessidade de resistir a temperaturas elevadas durante

longos períodos de tempo.

• O metal nióbio pode ser utilizado também em ligas de nióbio titânio, para uso em

implantes cirúrgicos; em componentes de nióbio titânio resistentes à ignição, usados

por mineradoras, principalmente na extração de ouro; em lâminas de nióbio puro

usadas na produção de diamantes sintéticos; em plataformas marítimas, com cabos

anódicos de nióbio platinizados para proteção catódica (contra corrosão) e para alvos

de evaporação usados na indústria eletrônica e nas lâminas de barbear.

• A produção de monocristais de niobato de lítio, utilizados em filtros especiais de

receptores de TV exige o teor de 99,99% de óxido de nióbio, ou seja, óxido de nióbio

de altíssima pureza.

• Representando cerca de 87% do consumo geral de nióbio, o ferronióbio é utilizado em

aços inoxidáveis e como microliga em aços de alta resistência e baixa liga (ARBL),

sendo destinado a várias aplicações objetivando agregar, em geral, mais resistência

mecânica, tenacidade e leveza ao produto final.

Abaixo se tem a distribuição do consumo segundo os mercados consumidores:

Page 26: Elemento Nióbio

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• O nióbio é um mineral raro e considerado estratégico, já que o mesmo é insubstituível

na produção de ligas utilizadas para fabricação de sofisticados instrumentos de

precisão. O nióbio, depois de usinado, é empregado na produção de avançados

produtos de alta tecnologia; desde instrumentos cirúrgicos, passando por armas, até

complexos componentes de foguetes espaciais, satélites e módulos (tripulados ou não)

que deixam a Terra em missão de sondagem espacial.

• Pela mesma razão, elevadas quantidades de nióbio foram utilizadas na exploração

espacial - em particular no projeto Gemini da NASA. Este projeto foi anunciado em

Janeiro de 1962 e teve o seu último vôo em Novembro de 1966. O objetivo do

programa foi aperfeiçoar métodos e ganhar experiência em atividades relacionadas

com missões tripuladas ao espaço.

Figigura: 11 Lançamento de uma missão parte do programa Gemini, na Flórida (E.U.A) em 8 de Abril de 1964 (fonte: NASA).

• O nióbio tem, também, um papel relevante na história da supercondutividade. Ligas de

nióbio com estanho, titânio ou germânio são materiais supercondutores a temperaturas

perto dos 23ºK. Estas ligas têm a propriedade de, ao contrário de outros materiais

supercondutores, manterem a supercondutividade, mesmo com altas correntes

elétricas. Estes compostos foram importantes do desenvolvimento das tecnologias

associadas à ressonância magnética.

• Aplicações em implantes cirúrgicos uma vez que alguma liga com nióbio não reagem

no corpo humano, permitindo assim implantes seguros.

Page 27: Elemento Nióbio

27

• Utilização em joalharia uma vez que este reflete a luz criando um padrão de

interferência que resulta num visual multicolor que varia com a posição do

observador. Tal deve-se à formação de uma película fina de óxido, à superfície do

metal - a luz refletida por esta superfície não está em fase com a luz refletida pela

camada não oxidada imediatamente abaixo, gerando assim a interferência.

• Energia atômica – revestimento da câmara de combustível liga de urânio, onde o Nb

entra na porcentagem de até 7% a fim de aumentar o tempo útil dos combustíveis.

• Siderurgia – Na forma de ferro nióbio com diferentes graus de pureza, é adicionado

em uma ampla faixa de aços de alta resistência em composições que variam de no

mínimo 0,05 a 0,005%. É usado na produção de super ligas à base de níquel, onde

participa em até 6% em peso da composição nominal. Encontra ainda utilização em

ligas de metais refratários, onde participa em numa ampla faixa de concentração,

juntamente com o W, Ta, Hf, Zr, Mo, etc. O carbeto de Nb, juntamente com o de

Tungstênio, é utilizado na produção de metais duros para ferramentas.

14. RELATIVIDADE

A Gravity Probe B (GP-B) é um experimento em relatividade desenvolvido na

Universidade de Stanford para testar duas previsões extraordinárias da Relatividade Geral de

Albert Einstein. O experimento medirá, muito precisamente, as esperadas e pequenas

mudanças na direção de rotação do eixo de quatro giroscópios contidos em um satélite que

orbita a Terra a 640 km de altitude.

Livres de perturbações os giroscópios providenciarão um sistema de referência

espaço-tempo quase perfeito. Eles medirão como o espaço e o tempo é levemente deformado

pela presença da Terra, e, mais fortemente, como a rotação da Terra arrasta o espaço-tempo.

Estes efeitos, embora pequenos para a Terra, tem implicações na natureza da matéria e

estrutura do Universo.

Figura 12: Motor giroscópio recoberto com nióbio

Page 28: Elemento Nióbio

28

Esta fotografia é um close de do motor giroscópio recoberto com nióbio e suas

metades protetoras. A GP-B está entre os programas mais criteriosos realizados pela NASA.

Esta é a história de uma busca científica na qual físicos e engenheiros colaboram juntamente

por muitos anos. Ispirados pela busca eles inventaram um grande número de tecnologias que

já tomam vida em outros ramos da ciência e engenharia.

Lançada em 20 de abril de 2004, o programa GP-B foi conduzido pela NASA no

Marshall Space Flight Center. E o desenvolvimento da GP-B é de responsabilidade da

Universidade de Stanford em conjunto com Lockheed Martin Corporation.

15. REATIVIDADE

A reatividade do nióbio está bem enquadrada dentro do seu grupo, o grupo 5 da

tabela periódica, não diferindo muito da reatividade dos elementos do grupo precedente. Uma

característica que é disso exemplo é o fato de o nióbio, quando no estado puro e exposto ao ar,

formar uma película superficial de óxido que protege o restante material da corrosão - tal

como em menor ou maior extensão, os outros elementos dos grupos 4 e 5 (consultar

elementos deste grupo, como por exemplo, o titânio).

O nióbio, à temperatura ambiente, não reage com ácidos nem com Água-régia ,

mas a temperaturas elevadas é atacado por ácidos minerais concentrados, agentes alcalinos e

agentes oxidantes.

16. O NIÓBIO NA NATUREZA

O nióbio é o trigésimo terceiro elemento mais abundante na crosta terrestre onde a

sua concentração é de cerca de 10ppm podendo atingir valores nos solos entre 24 ppm e

300ppm. Na água do mar a sua concentração é de cerca de 1 ppt e na atmosfera as

quantidades são perto de nulas.

O nióbio, quando na sua forma pura, é um metal cinzento brilhante de

consistência mole. Ocorre na natureza em duas principais formas mináveis: a columbite

(Fe,Mn)(Nb,Ta)2O6 e o pirocloro (NaCa)2Nb2O6(OH,F).

A quantidade de reservas não exploradas não está ainda descrita, mas sabe-se que

existem extensos depósitos de pirocloro.

O único isótopo natural do nióbio é o nióbio-93, um isótopo não radioativo.

Page 29: Elemento Nióbio

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17. O NIÓBIO E A VIDA

O nióbio não tem qualquer papel biológico conhecido, embora o ser humano

tenha quantidades mensuráveis no organismo. O nióbio e seus compostos podem ser tóxicos

(nióbio em pó provoca irritação cutânea e ocular), mas não existem relatos de envenenamento

por nióbio. Ensaios feitos em animais mostram que, quando ingerido, o elemento pode

acumular-se nos ossos, no fígado e nos rins, sendo excretado via urina.

As plantas apresentam em geral quantidades muito baixas ou mesmo nenhum

nióbio. No entanto, quando crescem em solos ricos no elemento, podem acumular níveis até

1ppm.

18. CONCLUSÃO

O minério de Nióbio conforme podemos notar ao longo deste trabalho possui um

avanço em diversas áreas produtivas e em diversas aplicações, por isso consegue ser um

exemplo de operação de lucratividade para o setor de seu mercado. Pode-se notar a excelência

operacional alcançada em diversas áreas e um potencial enorme de perenidade no tempo para

esta organização. Sendo que o Brasil é uma das maiores reservas do minério de Nb. As

formas comerciais de redução do metal é alumínio térmico, seguida de fusão e purificação em

vácuo. O material tem grandes potencialidades de uso devido as suas propriedades físicas e

mecânicas.

Na indústria siderúrgica, o consumo de nióbio – que já se encontra bem restrito -

vem sendo reduzido pela inserção de melhorias no processo, como o lingotamento contínuo e

o resfriamento acelerado. Além disso, a própria demanda pelos aços vem sofrendo ameaças de

substituição por outros materiais como plásticos, alumínio e cerâmicos. Desse modo, o

investimento e o trabalho em pesquisa e desenvolvimento de novos usos, bem como dos

atuais, torna-se fundamental para a proteção técnica da posição do nióbio nos seus mercados

consumidores.

Ressalte-se também que, dentro do atual cenário, o surgimento de novos projetos,

em especial o de Mebounié no Gabão, pode provocar alguma alteração na distribuição desse

mercado.

Porém o Brasil tem todas as condições competitivas para manter e desenvolver

sua posição de liderança no mercado mundial de nióbio.

Page 30: Elemento Nióbio

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19. REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS

• NELSON NOVAES DE ALMEIDA, E. GAMA CAMARA – Ita Engenharia Nov.

1971, pag. 25.

• SILVIO FROES ABREU – Recursos minerais do Brasil – USP. 1973.

• COMPANHIA BRASILEIRA DE METALURGIA E MINERAÇÃO – Instruções

técnicas de operação – ITE’S. Araxá, 2003, 12 a. Edição.

• ALLIS MINERAL SYSTEM – Fábrica de Aço Paulista. Manual de britagem.

Sorocaba, Svedala, 1994, 5 a. Edição.

• COMPANHIA BRASILEIRA DE METALURGIA E MINERAÇÃO – Livro norma

ISO 9002 - Instruções de Operação e Processos – ITE’S. Araxá, 2003, 5 a . Edição.

• http://www.cbmm.com.br. Acesso em 13/06/2010.

• http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=554&ordem=3. Acesso em 13/06/2010.