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NEEJA- NUCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CULTURA POPULAR CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO APOSTILA DE GEOGRAFIA MÓDULO 8 IVONE VENDRÚSCULO PROFESSORAS SANDRA M. CASSOL SCHERER

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NEEJA- NUCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE

JOVENS E ADULTOS – CULTURA POPULAR

CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO

APOSTILA DE GEOGRAFIA

MÓDULO 8

IVONE VENDRÚSCULO

PROFESSORAS

SANDRA M. CASSOL SCHERER

DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTO

O mundo é dividido em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Essa nomenclatura é

estabelecida através dos indicadores sociais e das diferenças que podem ser constatadas

em alguns itens, como taxa de mortalidade, expectativa de vida e taxa de analfabetismo.

Outros aspectos estão no campo econômico, como renda per capita. Essa, nos relatórios, é

expressa em dólares. No Brasil, a renda per capita é de 5.000 dólares. Dentre os itens

avaliados um dos mais importantes é o Índice de Desenvolvimento Humano, pois avalia o

nível de desenvolvimento de um país conforme a expectativa de vida de seus habitantes,

aquisição de conhecimento e padrão de vida decente.

As disparidades entre os países do mundo são extremamente ligadas às origens históricas

que deixaram reflexos profundos nos países, como relação de dominação e dependência,

exploração das riquezas das colônias, introdução de cultura, formação de classe

dominante e oligarquias que defendiam os interesses de suas metrópoles. Em suma,

desenvolvimento e subdesenvolvimento são frutos da história.

Para entender melhor a divisão dos dois mundos é preciso fazer distinção entre países

subdesenvolvidos. Nesses existem graus de diferenças. É bom ressaltar que países

desenvolvidos também apresentam problemas sociais. A maioria dos países

subdesenvolvidos está na América Latina, África e Ásia.

Subdesenvolvimento e os problemas sociais

Os problemas sociais provocados pela desigualdade de renda e o desemprego têm

aumentado ao passo que cresce o intenso processo de globalização da economia e dos

meios de produção no mundo.

As desigualdades sociais e econômicas fazem parte de todos os países,

independentemente de ser rico ou pobre, embora seja mais efetivo em nações

subdesenvolvidas que sofrem com as consequências oriundas do período colonial. São

várias as causas que contribuem para a condição de subdesenvolvimento em que se

encontram muitos países. Dentre elas, as principais são:

Disparidade em relação à distribuição da renda, ou seja, uma grande parcela da população

recebe baixos rendimentos, o que contribui para o agravamento da pobreza. Geralmente a

riqueza permanece nas mãos de uma minoria, enquanto a maioria vive com os sérios

problemas sociais.

Nível baixo de escolaridade: esse item é resultado das diferenças de rendimento, desse

modo, muitas crianças em idade escolar são forçadas a deixar os estudos para

desenvolverem algum tipo de trabalho, com a finalidade de contribuir com a renda

familiar. Condições extremamente precárias de moradia: O modo de moradia das pessoas

reflete a classe à qual a pessoa pertence, os bairros da periferia são desprovidos dos

serviços públicos básicos (água tratada, esgoto, iluminação, entre outros). A partir da

segunda metade do século XX, os centros urbanos tiveram um vultoso crescimento, no

entanto, o aumento não foi acompanhado pela infra-estrutura, formando bairros

marginalizados. Esse processo foi proveniente do êxodo rural (migração de trabalhadores

rurais em direção às cidades).

A fome e a subnutrição: em muitos países que se enquadram na condição de

subdesenvolvidos, a população enfrenta a falta parcial ou total de alimentos, muitas vezes

uma parcela da população não possui recursos financeiros suficientes que garantem o

acesso à quantidade de calorias diárias que uma pessoa necessita.

Durante o capitalismo industrial, a metrópole era o centro produtor que recebia matéria-

prima da colônia (consumidora), a quem devolvia os produtos já industrializados.

No início do século XX, os países desenvolvidos (monopolizadores e financeiros)

emprestavam capital e vendiam equipamentos de infra-estrutura moderna para os países

subdesenvolvidos (geralmente ex-colônias), intensificando a sua dependência econômica

e forçando-os a aumentar suas exportações para pagar suas importações.

Depois da Segunda Guerra Mundial, os países desenvolvidos tornaram-se o centro do

universo econômico capitalista e passaram a vender tecnologia, bens de produção e

capital aos países periféricos (países subdesenvolvidos, onde as empresas transnacionais

foram instaladas). Estes têm de exportar, cada vez mais, para os países centrais a fim de

tentar amortizar as dívidas crescentes, embora também exportem produtos

industrializados para os países mais periféricos, ainda sem industrialização expressiva.

Com a ascensão do capitalismo, as diferenças de ordem econômica entre os países foram

se tornando cada vez mais acentuadas. Para expressar essa disparidade, foram criados os

termos desenvolvido e subdesenvolvido.

O termo subdesenvolvimento passou a ser amplamente utilizado a partir da Segunda

Guerra Mundial, “atraso” em relação a países “avançados”. Segundo Chames Betteleim,

o termo indica muito mais “explorados, dominados e de economia dependente do que

atrasados”.

Historicamente, sempre houve diferenças entre os países, alguns dos quais classificados

como potências num momento, noutro, tornarem-se países dominados. Exemplos: Grécia

e Roma (Mundo Antigo); Portugal e Espanha (capitalismo comercial); Inglaterra e

França. Exploração de um país por outro é a característica dominante do

subdesenvolvimento, embora haja uma interdependência (evidentemente desigual) entre

os países ricos e pobres do sistema capitalista.

Durante o capitalismo industrial, a metrópole era o centro produtor que recebia matéria-

prima da colônia (consumidora), a quem devolvia os produtos já industrializados.

No início do século XX, os países desenvolvidos (monopolizadores e financeiros)

emprestavam capital e vendiam equipamentos de infra-estrutura moderna para os países

subdesenvolvidos (geralmente ex-colônias), intensificando a sua dependência econômica

e forçando-os a aumentar suas exportações para pagar suas importações.

Depois da Segunda Guerra Mundial, os países desenvolvidos tornaram-se o centro do

universo econômico capitalista e passaram a vender tecnologia, bens de produção e

capital aos países periféricos (países subdesenvolvidos, onde as empresas transnacionais

foram instaladas). Estes têm de exportar, cada vez mais, para os países centrais a fim de

tentar amortizar as dívidas crescentes, embora também exportem produtos

industrializados para os países mais periféricos, ainda sem industrialização expressiva.

OS MOVIMENTOS MIGRATORIOS

Os deslocamentos populacionais costumam obedecer a uma lógica relativamente simples.

As populações migram para melhorar a qualidade de vida. Migram para fugir de uma

guerra, de uma crise econômica, da pobreza, de perseguição política, da seca e de outros

cataclismos naturais. Migram para conseguir emprego, para estudar, para ter mais saúde,

para continuarem vivas.

Sabemos que as melhorias imaginadas pelos migrantes muitas vezes não são alcançadas

em sua plenitude e que novos problemas podem passar a fazer parte de seu cotidiano.

Nem sempre eles são bem vindos aos lugares de destino e muitas vezes enfrentam a

xenofobia do povo local, a discriminação e a marginalização, constituindo um grande

contingente de cidadãos de segunda classe.

Os movimentos migratórios são mais intensos nos países com mais desigualdades

regionais, naqueles onde poucas áreas muito ricas dividem o espaço com outras muito

pobres. Esse quadro é comumente encontrado em países subdesenvolvidos

industrializados, que, dependendo do ponto de vista, são também chamados de países em

desenvolvimento ou emergentes. Ocorrem também entre países que apresentam níveis de

desenvolvimento muito díspares.As migrações internas do Brasil _como o histórico fluxo

de nordestinos para o Sudeste, atraídos pela expansão industrial, ou para a Amazônia,

atraídos pelos projetos agropecuários, minerais e industriais, e, mais recentemente, da

região Sul para o Centro-Oeste, relacionado à expansão da fronteira agrícola_ são

freqüentemente abordadas nos exames vestibulares.

É preciso lembrar também as migrações africanas, estimuladas pela miséria e pelos

conflitos étnicos, os fluxos de hispânicos para os EUA e as migrações em direção aos

países mais ricos da União Européia, vindas, por exemplo, das ex-repúblicas socialistas

ou de ex-colônias.

AS DESIGUALDADES SOCIAIS NO BRASIL

A desigualdade social refere-se a processos relacionais na sociedade que têm o efeito de

limitar ou prejudicar o status de um determinado grupo, classe ou círculo social. As áreas

de desigualdade social incluem o acesso aos direitos de voto, a liberdade de expressão e

de reunião, a extensão dos direitos de propriedade e de acesso à educação, saúde,

habitação de qualidade, viajar, ter transporte, férias e outros bens e serviços sociais. Além

d que também pode ser visto na qualidade da vida familiar e da vizinhança, ocupação,

satisfação no trabalho e acesso ao crédito. Se estas divisões econômicas endurecem, elas

podem levar a desigualdade social.

Formas de Desigualdade Social

Desigualdade de gênero

Segundo Ragadas, um dos fatores centrais na construção das desigualdades tem sido a

discriminação de gêneros. A discriminação sexual é estruturada nas distinções sociais e

culturais entre homens e mulheres que convertem as diferenças sexuais biológicas em

hierarquias de poder, status e renda. Também pode ser definido como a divisão de

tarefas, postos de trabalho e profissões com base no feminino e masculino, essa prática,

que era comum na sociedade começou a ser questionada apenas recentemente. As

consequências dessa desigualdade é que as mulheres ganham menos que os homens, ou

homens a menos do que as mulheres (fazendo o mesmo trabalho, com o mesmo grau de

ensino e mesmos horários). A sociedade salarial não é uma sociedade de igualdade, há

uma grande diferença entre o rendimento gerado pelo homem em comparação à mulher e

até mesmo o acesso aos bens sociais, por exemplo, acesso à educação e cultura. A ênfase

na desigualdade de gênero nasce do aprofundamento da divisão em papéis atribuídos a

homens e mulheres, particularmente nas esferas econômica, política e educacional. As

mulheres estão sub-representadas em atividades políticas e tomada de decisão na maioria

dos estados.

Desigualdade racial

A desigualdade racial é o resultado de distinções sociais hierárquicas entre grupos étnicos

dentro de uma sociedade e, muitas vezes estabelecida com base em características como a

cor da pele e outras características físicas ou origem e cultura de um indivíduo. O

tratamento desigual e de oportunidades entre os grupos raciais é geralmente o resultado

de alguns grupos étnicos, considerados superior a outros. Esta desigualdade pode se

manifestar por meio de práticas de contratação discriminatórias em locais de trabalho, em

alguns casos, os empregadores têm demonstrado preferir a contratação de funcionários

em potencial com base na percepção étnica dado o nome de um candidato - mesmo que

todos tenham currículos apresentando qualificações idênticas. Parte desses tipos de

práticas discriminatórias resultam de estereótipos, que é quando as pessoas fazem

suposições sobre as tendências e características de determinados grupos sociais, muitas

vezes incluindo grupos étnicos, normalmente enraizadas em suposições sobre a biologia,

capacidades cognitivas, ou mesmo falhas morais inerentes. Estas atribuições negativas

são então divulgados através da sociedade através de diferentes meios, incluindo a

televisão, jornais e internet, os quais desempenham papel na promoção de preconceitos

de raça e assim marginalizando grupos de pessoas. Isto, juntamente com a xenofobia e

outras formas de discriminação continuam a ocorrer nas sociedades com o aumento da

globalização.

Desigualdade de casta

O sistema de castas é um tipo de desigualdade que existe principalmente na Índia, bem

como Nepal, Bangladesh, Paquistão, Japão e Coréia. A casta pode ser dependente de uma

ocupação (função) ou com base na origem ou nascimento (hereditariedade). Muitas vezes

há uma série de restrições atribuídas às pessoa de castas mais baixas, tais como restrições

à partilha de comida e bebida com membros de outras castas, restrições de ir a

determinados lugares, a execução de endogamia, bem como a utilização de vestimentas e

hábitos alimentares definidos Estas restrições podem ser aplicadas através de violência

física ou exploração. As castas mais baixas são mais propensas a viver em bairros

degradados e têm empregos de baixo status e renda.

Desigualdade etária

Discriminação etária é definida como o tratamento injusto de pessoas no que diz respeito

a promoções, recrutamento, recursos ou privilégios por causa de sua idade. É também

conhecido como preconceito de idade os estereótipos e a discriminação contra indivíduos

ou grupos com base em sua idade. É ainda um conjunto de crenças, atitudes, normas e

valores utilizados para justificar preconceito baseado na idade, discriminação e

subordinação. Uma forma de preconceito de idade é "adultismo", que é a discriminação

contra crianças e pessoas com idade legal inferior a idade adulta.

Desigualdade de classes

A medida da desigualdade entre as classes sociais depende da definição utilizada. Para

Karl Marx, existia duas grandes classes sociais, com desigualdades significativas: a classe

trabalhadora (o proletariado) e os capitalistas (a burguesia). Esta simples divisão

representa os interesses sociais opostos de seus membros, o ganho de capital para os

capitalistas e a sobrevivência para os trabalhadores, criando as desigualdades e o conflito

social a quem Marx associa a opressão e a exploração. Max Weber, por outro lado, usa as

classes sociais como uma ferramenta de estratificação com base na riqueza e status. Para

ele, a classe social está fortemente associada a prestígios e privilégios. Ela pode explicar

a reprodução social, a tendência das classes de permanecer estável ao longo de gerações

mantendo as desigualdades igualmente. Tais desigualdades incluem as diferenças de

renda, de riqueza, de acesso à educação, níveis de pensão, status social e rede de

segurança sócio-econômica.

Em geral, a classe social pode ser definida como uma grande categoria de pessoas

classificadas similarmente localizadas em uma hierarquia e distinguidas de outras grandes

categorias na hierarquia por características como ocupação, escolaridade, renda e

riqueza.19

Um comum entendimento das classes sociais hoje inclui a classe alta, a classe

média e a classe baixa. Os membros de diferentes classes tem variado acesso a recursos

de capital, o que afeta sua colocação no sistema de estratificação social.

POBREZA RELATIVA E POBREZA ABSOLUTA

A situação de pobreza absoluta ocorre quando um determinado indivíduo ou grupo se

encontra num nível abaixo do rendimento mínimo, o que não lhes permite comprar bens

essenciais.

Pobreza absoluta

A pobreza absoluta divide-se em: pobreza primária, quando o rendimento permite apenas

a manutenção, ainda que ao mais baixo nivel; e pobreza secundária, ocorre quando o

rendimento é suficiente para satisfazer as necessidades básicas, mas devido a má

administração dos rendimentos, estas não são satisfeitas.

A pobreza absoluta é "uma condição caracterizada por uma grave privação de

necessidades humanas básicas, como alimentos, água potável, instalações sanitárias,

saúde, residência, educação e informação. Isto depende não só do rendimento, mas

também do acesso aos serviços".

Pobreza relativa

A pobreza relativa ocorre quando um indivíduo ou uma família tem o mínimo necessário

para subsistirem, mas não possuem os meios necessários para viver de acordo com a área

onde estão inseridos, nem com pessoas de status social comparável.

A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO

A população brasileira está irregularmente distribuída no território, isso fica evidente

quando se compara algumas regiões ou estados, o Sudeste do país, por exemplo,

apresenta uma densidade demográfica de 87 hab/km2, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul

reúnem juntas 88% da população, distribuída em 36% de todo o território, fato contrário à

densidade demográfica do Norte e Centro-Oeste, que são, respectivamente, 4,1 hab/km2 e

8,7 hab/km2, correspondendo a 64% do território total.

Os brasileiros atualmente exercem um grande fluxo migratório, internacional e

nacionalmente, nesse processo é importante salientar a diferença entre emigração (saída

voluntária do país de origem) e imigração (o ato de estabelecer-se em país estrangeiro).

Acerca das migrações externas o significado está no fluxo de pessoas que saem do seu

país para viver, ou mesmo visitar, outro país, geralmente países desenvolvidos; já as

migrações internas caracterizam-se pelo deslocamento populacional que se realiza dentro

de um mesmo país, seja entre regiões, estado ou municípios. No Brasil cerca de 40% dos

habitantes residem fora dos municípios que nasceram.

Os principais fluxos migratórios no Brasil estão voltados para os nordestinos que saem

em direção ao Sudeste e Centro-Oeste, isso muitas vezes é provocado devido às questões

de seca, falta de emprego, baixo índice de industrialização em relação às outras regiões,

dentre outros fatores.

Outro fluxo bastante difundido é em relação aos migrantes do Sul que saem em direção às

regiões do Centro-Oeste e Norte, esse processo deve-se aos agricultores gaúchos que

procuram novas áreas de cultivo com preços mais baixos.

POPULAÇÃO ATIVA E INATIVA

PEA: composta das pessoas que têm ocupação remunerada dentro de uma população

total.

PEI:corresponde aos que não exercem atividade remunerada dentro de uma população

total.

exemplos: CRIANÇAS QUE NÃO TRABALHAM, APOSENTADOS, IDOSOS E AS

MULHERES (OU HOMENS) QUE CUIDAM DO LAR (“donas(os) de casa”).

A distribuição da PEA pelos setores de atividade econômica apresenta grande contraste

entre os países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

PAÍSES DESENVOLVIDOS:

Concentração de trabalhadores no setor terciário da economia (prestação de serviços,

prestação de serviços qualificados e produção de tecnologia científica – fruto da alta

especialização e nível de instrução dos países desenvolvidos).

PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO:

Concentração de trabalhadores no setor terciário da economia – caracterizado pela

prestação de serviços informais – comércio e prestação de serviços individualizados e em

forma de consultoria informal. Ex.: ferragens, açougues, mercearias, trabalhos técnicos

autônomos. E também no setor primário (agrícola).

O QUE É A INDÚSTRIA DA SECA

“Indústria da seca” é um termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos que

aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. O termo

começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado que já denunciava no Correio

da Manhã os problemas da região do semiárido brasileiro.

FOTO : ESTIAGEM no rio do Nordeste .

Os problemas sociais no chamado “polígono da seca” são bastante conhecidos por todos,

mas nem todos sabem que não precisava ser assim. A seca em si, não é o problema.

Países como EUA que cultivam áreas imensas e com sucesso em regiões como a

Califórnia, onde chove sete vezes menos do que no polígono da seca, e Israel, que

consegue manter um nível de vida razoável em um deserto (Negev), são provas disso.

A seca é um fenômeno natural periódico que pode ser contornada com o monitoramento

do regime de chuvas, implantação de técnicas próprias para regiões com escassez hídrica

ou projetos de irrigação e açudes, além de outras alternativas. Estes últimos, porém, são

freqüentemente utilizados para encobrir desvios de verbas em projetos superfaturados ou

em troca de favores políticos.

Os “industriais da seca” se utilizam da calamidade para conseguir mais verbas, incentivos

fiscais, concessões de crédito e perdão de dívidas valendo-se da propaganda de que o

povo está morrendo de fome. Enquanto isso, o pouco dos recursos que realmente são

empregados na construção de açudes e projetos de irrigação, torna-se inútil quando estes

são construídos em propriedades privadas de grandes latifundiários que os usam para

fortalecer seu poder ou então, quando por falta de planejamento adequado, se tornam

imensas obras ineficazes.

A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

Urbanização é um processo de agrupamento das características rurais de uma localidade

ou região, para características urbanas. Usualmente, esse fenômeno está associado ao

desenvolvimento da civilização e da tecnologia. Demograficamente, o termo denota a

redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos. O termo

também pode designar a ação de dotar uma área com infraestrutura e equipamentos

urbanos, o que é similar a significação dada à urbanização pelo Dicionário Aurélio -

Século XXI: "conjunto dos trabalhos necessários para dotar uma área de infra-estrutura

(por exemplo, água, esgoto, gás, eletricidade) e/ou de serviços urbanos (por exemplo, de

transporte, de educação, de saúde)". Ainda pode ser entendido somente como o

crescimento de uma cidade. São Paulo, por exemplo, é uma cidade extremamente

urbanizada. Por incrível que pareça os detentores do título de maiores aglomerações

mundiais pertencem aos países emergentes. Tudo isso apenas reforça a ideia de que

quanto mais um país demora para se industrializar, mais rápida é sua urbanização.

A urbanização é estudada por ciências diversas, como a sociologia, a geografia e a

antropologia, cada uma delas propondo abordagens diferentes sobre o problema do

crescimento das cidades. As disciplinas que procuram entender, regular, desenhar e

planejar os processos de urbanização são o urbanismo, o planejamento urbano, o

planejamento da paisagem, o desenho urbano, a geografia, entre outras.

Conceito de cidade

A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve

presente nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Segundo esses filósofos,

qualquer desequilíbrio na estrutura das cidade poderia significar perigo para a unidade e

organização da sociedade. Para Ratzel, um dos fundadores da Geografia, ela representa

uma forma de aglomeração durável. Utilizando-se o critério de Ratzel e incorporando este

das atividades, podemos definir uma cidade da seguinte forma: é todo aglomerado

permanente cujas atividades não se caracterizam como agrícolas. A grande concentração

das atividades terciárias públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua dos

espaços edificados onde se dá a proximidade das habitações da população que vive dessas

atividades são atributos que permitem caracterizar melhor a cidade. De forma muito

genérica, pode-se dizer que, nestas condições, a aglomeração é importante por ser

organizada para o trabalho coletivo em atividades não-agrícolas.

Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria

tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de

administrar. Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história

confunde-se com a do Estado.

A cidade pode ter dois tipos de conceito atualmente: A cidade é toda sede de município

(ditada pelo IBGE), ou que, a cidade deve possuir pelo menos, um aglomerado de 10 mil

habitantes (ditado pela ONU). Portanto, cidade é todo aglomerado urbano envolvendo

características sociais, econômicas e culturais em um mesmo ambiente. É importante

frisar que a cidade além de tudo que foi explicitado anteriormente é um local de tomada

de decisões, a cidade é poder. É da cidade que vão sair as ordens que influenciarão todo o

território municipal.

O surgimento e o crescimento das cidades brasileiras até o século XIX

Planta com o traçado urbanístico de parte da cidade do Rio de Janeiro, na década de

1970.

A cidade de São Paulo: a política de zoneamento e planejamento da cidade permitiu a

formação de áreas verticalizadas e horizontais lado a lado.

Projeto com o traçado do plano piloto de Brasília. A cidade é um exemplo de urbanização

planejada.

Diferentemente da colonização portuguesa na América, os espanhóis incentivaram

culturas altamente urbanizadas. De sua parte, os astecas no México, os maias na

Guatemalae os incas no Peru apresentaram ao colonizador não somente paisagens de

grandes monumentos arquitetônicos, como os templos e as estatuárias, mas também uma

elevada concentração populacional em cidades com milhares de habitantes.

Quanto ao Brasil, o grande domínio da colonização portuguesa na América, as culturas

encontradas no seu território caracterizavam-se por um estágio de desenvolvimento

bastante diferente, sem nenhum vestígio de vida urbana, com os indígenas vivendo

organizados em tribos de agricultores.

Característica expressiva da urbanização que marcou a colonização espanhola na

América, o traçado em linhas retas das ruas e praças pode ser considerado como uma

imposição do plano regular das cidades. Nele não se percebe nenhuma liberdade de

adaptação desse traçado das ruas à sinuosidade do relevo, como também não se verifica

nenhuma valorização simbólica dos lugares, a exemplo das cidades gregas e da região do

Lácio, que valorizavam os sítios em acrópole. A cidade em tabuleiro de xadrez foi a

expressão da necessidade de dominar o território conquistado.

Quanto à colonização portuguesa no Brasil, os estímulos foram diferentes para a

produção do território e da sua urbanização. Nos primórdios da ocupação, sua economia,

baseada na produção agrícola, era orientada para a exportação, daí as planícies e os

terraços litorâneos terem sido escolhidos para a implantação dos primeiros núcleos

urbanos. Os sítios escolhidos eram os localizados próximos à baías ou enseadas junto

dessas planícies. As primeiras grandes cidades brasileiras estiveram intrinsecamente

ligadas à função de porto comercial e à função militar. As condições de tais sítios

favoreciam não somente a ligação com as áreas de produção agrícola como também o

estabelecimento seguro de bases militares para garantir a posse da colônia. Exceções

foram as cidades de São Paulo, nesse período, de Curitiba, no século XVII, e as cidades

da mineração do século XVIII, que deslocaram o eixo da ocupação para o interior do

território, como Ouro Preto em Minas Gerais e Goiás Velho em Goiás.

Enquanto as ordens espanholas mandavam evitar fundações de cidades em zonas

litorâneas, as portuguesas proibiam que se fundassem cidades no interior sem permissão

real, assim como qualquer penetração para o interior do território deveria ser

expressamente autorizada.

Somente com a crise da agricultura em fins do século XVII e do XVIII, quando a

mineração do ouro e da prata se expandiu, é que as ordenanças portuguesas se

afrouxaram e foram fundadas cidades no interior do território brasileiro, como Vila Boa,

hoje cidade de Goiás, no século XVIII, pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva;

Vila Rica, hoje Ouro Preto, em Minas Gerais, fundada em 1811; Cuiabá, em Mato

Grosso, fundada em 1787; Campinas, em São Paulo, elevada à condição de vila em 1797,

também dentro do período do bandeirismo e da mineração do ouro.

Apesar de o século XVIII ter presenciado um grande avanço na fundação de vilas e

cidades no interior do território brasileiro, esse processo se fez de forma muito

descontínua, motivado tanto pela dependência do povoamento em relação às oscilações

do mercado externo como também pelo esgotamento dos recursos ou pela concorrência

de um produto com outro (caso da cana, da mineração e do café).

Foi um fenômeno constante a descontinuidade no crescimento das cidades do período

colonial e mesmo durante o Império. Os recursos naturais, à medida que se esgotavam,

levavam à estagnação desses centros. As grandes cidades mais bem localizadas sempre

tiveram seu crescimento de forma mais contínuas, principalmente as portuárias. Estas

podiam beneficiar-se de sua posição geográfica como centro de exportação de vários

pequenos centros regionais, em que a estagnação de um era compensada pelo dinamismo

de outro, e assim o grande centro conseguia sempre manter sua função exportadora. A

cidade do Rio de Janeiro beneficiou-se da exportação de ouro e, quando este declinou,

substitui-o pela exportação do café, que emergiu logo em seguida como o grande produto

brasileiro.

Com a retomada do dinamismo do setor agrário da economia brasileira, no início do

século XIX, as antigas cidades litorâneas retomaram seu ritmo de crescimento. A cana-

de-açúcar, no Nordeste, permitiu que cidades como Salvador e Recife voltassem a

crescer, garantindo-lhes o segundo e o terceiro lugares quanto ao número de habitantes

entre as cidades brasileiras. O primeiro lugar passou para o Rio de Janeiro.

A transferência da Corte portuguesa, para essa cidade, em 1808, não somente lhe

permitiu o crescimento demográfico como também lhe garantiu uma transformação

urbanística que a colocou muito próxima das cidades européias. Com a implantação da

Corte, a criação da Academia Imperial de Belas Artes e a presença da Missão Cultural

Francesa, o Brasil começou a viver momentos de transformação no perfil arquitetônico de

suas principais cidades. Os edifícios públicos e a residência da Corte passaram a ser

construídos segundo os modelos arquitetônicos neo-clássicos, isto é, segundo os padrões

europeus.

As principais cidades, a partir da segunda metade do século XIX, passaram a receber uma

enorme quantidade de melhorias técnicas, desde a implantação de sistema hidráulico, de

iluminação, de transporte coletivos com tração animal e redes de esgoto até planos

urbanísticos de logradouros públicos, praças e vias arborizadas.

CAPITALISMO

O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção, distribuição,

decisões sobre oferta, demanda, preço e investimentos são em grande parte ou totalmente

de propriedade privada e com fins lucrativos e não são feitos pelo governo. Os lucros são

distribuídos para os proprietários que investem em empresas. Predomina o trabalho

assalariado. É dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo. O termo

capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas (Karl Marx, Proudhon,

Sombart) no final do século XIX e no início do século XX, para identificar o sistema

político-econômico existente na sociedade ocidental quando se referiam a ele em suas

críticas, porém, o nome dado pelos idealizadores do sistema político-econômico

ocidental, os britânicos John Locke e Adam Smith, dentre outros, já desde o início do

século XIX, é liberalismo.

Alguns definem o capitalismo como um sistema onde todos os meios de produção são de

propriedade privada, outros o definem como um sistema onde apenas a "maioria" dos

meios de produção está em mãos privadas, enquanto outro grupo se refere a esta última

definição como uma economia mista com tendência para o capitalismo, que é onde o

Brasil se encaixaria. A propriedade privada no capitalismo implica o direito de controlar

a propriedade, incluindo a determinação de como ela é usada, quem a usa, seja para

vender ou alugar, e o direito à renda gerada pela propriedade. O capitalismo também se

refere ao processo de acumulação de capital. Não há consenso sobre a definição exata do

capitalismo, nem como o termo deve ser utilizado como categoria analítica.5 Há, no

entanto, pouca controvérsia que a propriedade privada dos meios de produção, criação de

produtos ou serviços com fins lucrativos num mercado, e preços e salários, são elementos

característicos do capitalismo.6 Há uma variedade de casos históricos em que o termo

capitalismo é aplicado, variando no tempo, geografia, política e cultura.

Economistas, economistas políticos e historiadores tomaram diferentes perspectivas sobre

a análise do capitalismo. Economistas costumam enfatizar o grau de que o governo não

tem controle sobre os mercados, sobre os direitos de propriedade. A maioria dos

economistas políticos enfatizam a propriedade privada, as relações de poder, o trabalho

assalariado e as classes econômicas. Há um certo consenso de que o capitalismo incentiva

o crescimento econômico, enquanto aprofunda diferenças significativas de renda e

riqueza. O grau de liberdade dos mercados, bem como as regras que definem a

propriedade privada, são uma questões da política e dos políticos, e muitos Estados que

são denominados economias mistas.

O capitalismo como um sistema intencional de uma economia mista desenvolvida de

forma incremental a partir do século XVI na Europa, embora organizações proto-

capitalistas já existissem no mundo antigo e os aspectos iniciais do capitalismo mercantil

já tivessem florescido durante a Baixa Idade Média. O capitalismo se tornou dominante

no mundo ocidental depois da queda do feudalismo. O capitalismo gradualmente se

espalhou pela Europa e, nos séculos XIX e XX, forneceu o principal meio de

industrialização na maior parte do mundo. As variantes do capitalismo são: o anarco-

capitalismo, o capitalismo corporativo, o capitalismo de compadrio, o capitalismo

financeiro, o capitalismo laissez-faire, capitalismo tardio, o neo-capitalismo, o pós-

capitalismo, o capitalismo de estado, o capitalismo monopolista de Estado e o

tecnocapitalismo.

A GLOBALIZAÇÃO

A globalização é um dos processos de aprofundamento internacional da integração

econômica, social, cultural, política, que teria sido impulsionado pelo barateamento dos

meios de transporte e comunicação dos países no final do século XX e início do século

XXI.

Embora vários estudiosos situem a origem da globalização em tempos modernos, outros

traçam a sua história muito antes da era das descobertas e viagens ao Novo Mundo pelos

europeus. Alguns até mesmo traçam as origens ao terceiro milênio A.C.45 No final do

século XIX e início do século XX, a conexão das economias e culturas do mundo cresceu

muito rapidamente.

O termo globalização tem estado em uso crescente desde meados da década de 1980 e,

especialmente, a partir de meados da década de 1990.6 Em 2000, o Fundo Monetário

Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: comércio e

transações financeiras, movimentos de capital e de investimento, migração e movimento

de pessoas e a disseminação de conhecimento. Além disso, os desafios ambientais, como

a mudança climática, poluição do ar e excesso de pesca do oceano estão ligadas à

globalização.

Os seres humanos têm interagido por longas distâncias por milhares de anos. A Rota da

Seda que ligava a Ásia, África e Europa é um bom exemplo do poder transformador de

troca que existia no "Velho Mundo". Filosofia, religião, língua, as artes e outros aspectos

da cultura se espalharam e misturaram-se nas nações. Nos séculos XV e XVI, os

europeus fizeram descobertas importantes em sua exploração dos oceanos, incluindo o

início das viagens transatlânticas para o "Novo Mundo" das Américas. O movimento

global de pessoas, bens e ideias expandiu significativamente nos séculos seguintes. No

início do século XIX, o desenvolvimento de novas formas de transporte, como o navio a

vapor e ferrovias, e as telecomunicações permitiram um intercâmbio global mais rápido.

Já em meio à Segunda Guerra Mundial surgiu, em 1941, um dos primeiros sintomas da

globalização das comunicações: o pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía

várias edições diárias de O Repórter Esso, uma síntese noticiosa de cinco minutos

rigidamente cronometrados, a primeira de caráter global, transmitido em 14 países do

continente americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede

radiofônica mundial.

É tido como início da globalização moderna o fim da Segunda Guerra mundial, e a

vontade de impedir que uma monstruosidade como ela ocorresse novamente no futuro,

sendo que as nações vitoriosas da guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a

conclusão que era de suma importância para o futuro da humanidade a criação de

mecanismos diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das

outras. Deste consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o conceito de bloco

econômico pouco após isso com a fundação da Comunidade Européia do Carvão e do

Aço - CECA.

A necessidade de expandir seus mercados levou as nações a aos poucos começarem a se

abrir para produtos de outros países, marcando o crescimento da ideologia econômica do

liberalismo.

Atualmente os grandes beneficiários da globalização são os grandes países emergentes,

incluindo o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com grandes economias

de exportação, grande mercado interno e cada vez maior presença mundial. Antes do

BRICS, outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a exportação

para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiáticos na

década de 1980 e Japão na década de 1970.12

Enquanto Paul Singer vê a expansão comercial e marítima européia como um caminho

pelo qual o capitalismo se desenvolveu assim como a globalização, Maria da Conceição

Tavares aposta o seu surgimento na acentuação do mercado financeiro, com o surgimento

de novos produtos financeiros.

A globalização afeta todos os setores da sociedade, principalmente comunicação,

comércio internacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade

dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.

Origens da Globalização e suas Características

Muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV e

XVI com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o

homem europeu entrou em contato com povos de outros continentes, estabelecendo

relações comerciais e culturais. Porém, a globalização efetivou-se no final do século XX,

logo após a queda do socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo,

que ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização econômica.

Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais buscaram

conquistar novos mercados consumidores, principalmente dos países recém saídos do

socialismo. A concorrência fez com que as empresas utilizassem cada vez mais recursos

tecnológicos para baratear os preços e também para estabelecerem contatos comerciais e

financeiros de forma rápida e eficiente. Neste contexto, entra a utilização da Internet, das

redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.

Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo barateamento do

processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas, produzem suas mercadorias em vários

países com o objetivo de reduzir os custos. Optam por países onde a mão-de-obra, a

matéria-prima e a energia são mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado

nos Estados Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializado

em diversos países do mundo.

Os tigres asiáticos (Hong Kong, Taiwan, Cingapura e Coréia do Sul) são países que

souberam usufruir dos benefícios da globalização. Investiram muito em tecnologia e

educação nas décadas de 1980 e 1990. Como resultado, conseguiram baratear custos de

produção e agregar tecnologias aos produtos. Atualmente, são grandes exportadores e

apresentam ótimos índices de desenvolvimento econômico e social.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO

A internet está entre os meios de comunicação mais utilizados no mundo.

A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de

computadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas

da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de

troca de ideias e informações sem critérios na história da humanidade. Se antes uma

pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da

imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de

limitação a barreira linguística.

Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização do

acesso a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente

celulares e os de infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e

incremento geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje uma inovação criada

no Japão pode aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar

sucesso de mercado. Um exemplo da universalização do acesso a informação pode ser o

próprio Brasil, hoje com 42 milhões de telefones instalados, e um aumento ainda maior

de número de telefone celular em relação a década de 1980, ultrapassando a barreira de

100 milhões de aparelhos em 2002.

Redes de televisão e imprensa multimídia em geral também sofreram um grande impacto

da globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso, algumas vezes

por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde NHK do

Japão até Carton Network americana.

Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunicação em massa acionado pela

globalização tem impactado até mesmo nas estruturas de poder estabelecidas, com forte

conotação a democracia, ajudando pessoas antes alienadas a um pequeno grupo de

radiodifusão de informação a terem acesso a informação de todo o mundo, mostrando a

elas como o mundo é e se comporta.

Mas infelizmente este mesmo livre fluxo de informações é tido como uma ameaça para

determinados governos ou entidades religiosas com poderes na sociedade, que tem gasto

enorme quantidade de recursos para limitar o tipo de informação que seus cidadãos têm

acesso.

A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado

capitalista não direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas

teóricas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual.

A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da

História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se

denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e da

interpretação) do colapso do bloco socialista e o conseqüente fim da Guerra Fria (entre

1989 e 1991), do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de

1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.

No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o movimento sob o

qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural

ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do

processo expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria

quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos

políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e

econômico (abertura de mercados e livre competição).

Desde a antiguidade até a Revolução Industrial (Século XVIII), o trabalho sempre foi

feito de forma artesanal, manual, por escravos, trabalhadores servis, ou trabalhadores

livres, o modo de produção nunca mudou, o trabalho sempre foi braçal e as poucas

ferramentas usadas sempre foram as mesmas.

Apenas a partir da Revolução Industrial, com o surgimento das máquinas, e com elas o

surgimento da divisão do trabalho nas fábricas, é que o modo de produção mudou.

Um bom exemplo para mostrar os dois modos de produção, artesanal e industrial, é a

fabricação de sapatos, por milênios o sapato foi feito manualmente, um a um, por um

sapateiro ou pela própria pessoa que ia usar (modo de produção artesanal), depois da

Revolução Industrial os sapatos passaram a ser feitos por máquinas nas fábricas, milhares

de sapatos feitos em série pela divisão do trabalho (modo de produção industrial).

Propriedade privada

A relação entre o Estado, seus mecanismos formais e as sociedades capitalistas tem sido

debatida em vários campos da teoria política e social, com uma discussão ativa desde o

século XIX. Hernando de Soto é um economista contemporâneo que argumenta que uma

característica importante do capitalismo é a proteção do Estado e do funcionamento dos

direitos de propriedade em um sistema de propriedade formal, onde a propriedade e as

operações são registrados claramente.

Segundo Soto, este é o processo pelo qual os bens físicos são transformados em capital,

que por sua vez podem ser utilizados de muitas formas mais e muito mais eficiente na

economia de mercado. Um número de economistas marxistas argumentaram que as leis

do cerco, na Inglaterra, e legislações semelhante em outros lugares, eram parte integrante

da acumulação primitiva capitalista e que um quadro jurídico específico da propriedade

privada da terra têm sido parte integrante do desenvolvimento.

As empresas multinacionais e a Globalização

As empresas multinacionais, ou transnacionais são empresas que possuem uma matriz

em um país e filiais em outros. No mundo globalizado, as multinacionais têm uma

função fundamental, pois, espalham pelo mundo as suas características, ou seja, o local se

torna global. A Nova DIT (Divisão Internacional do Trabalho) espalhou a produção pelo

mundo.

Alguns principais aspectos responsáveis pelo processo de desconcentração industrial, são

eles:

Mão de obra barata

Incentivos fiscais (baixos impostos)

Sindicatos fracos

Novos mercados consumidores

Novas fontes de matérias primas

A dinâmica dos espaços da globalização

As multinacionais são empresas que, por meio de filiais ou empresa submetida ao

controle de outra empresa (subsidiárias), desenvolvem atividades em muitos países, mas

possuem uma única matriz, geralmente no país de origem

É importante sabermos que a maioria das corporações multinacionais é originária de

países desenvolvidos, sendo restrito o número de empresas desse porte sediadas em

países subdesenvolvidos.

EXERCÍCIOS DE GEOGRAFIA

1. Quais as principais conseqüências da desigualdade social?

2. Cite algumas formas de desigualdades sociais:

3. O que é uma situação de pobreza Absoluta?

4. O que é Pobreza Relativa? Comente:

5. O que é a Indústria da seca no Nordeste?

6. Quais os principais fatores que contribuíram para o desenvolvimento Urbano no

Brasil:

7. Conforme as estatísticas qual a porcentagem atual de pessoas brasileiras que

vivem em cidades?

8. Qual a expectativa do êxodo rural no Brasil para o ano 2050?

9. Qual a economia brasileira que beneficiou apenas o Nordeste?

10. Qual a economia brasileira que beneficiou apenas o Rio de Janeiro?

11. Defina Capitalismo:

12. Cite as fases da Revolução Industrial:

13. O que é Globalização?

14. Defina: FMI-

15. Hoje existem vários Blocos Econômicos para favorecer os países a entrar nas

concorrências mundiais com outros países. Qual o Bloco que o Brasil faz parte?

16. Quais os Países considerados Tigres Asiáticos?

17. Hoje, qual o principal meio de comunicação no Mundo?

18. O que é um Continente?

19. Quais os Continentes que compõem o Velho Mundo?

20. Qual a parte continental considerada Novo Mundo?

21. Cite os Continentes que formam o Mundo:

22. Qual o Continente de Maior extensão no Mundo?

23. Quantos países possuem hoje bases experimentais na Antártida?

24. Como foi chamado o Continente “Oceania”, após a chagada a América?

25. Qual o país que possui a maior biodiversidade de flora e fauna no Planeta?

26. Como o Brasil foi dividido geo economicamente?

27. - Qual a região Brasileira mais rica e desenvolvida?

28. - A Região Nordeste é dividida em 4 partes diferentes que são:

29. -Defina: IBGE-

30.No mundo de hoje, qual a moeda considerada a mais estável?

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