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IMPRENSA JUDICIÁRIO EXECUTIVO

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Enquanto isso: O Executivo manipula e legisla... O Judiciário esnoba e até tripudia

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IMPRENSA

JUDICIÁ

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EXECUTIVO

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www.anhanguera.com

Quem disse que estudar é fácil? Todo mundo sabe que não é. Mas vale muito a pena!

O Brasil está indo muito bem e tem muito emprego por aí sem ninguém para ocupar o lugar.

Por quê? Porque as pessoas estão estudando pouco e perdendo oportunidades. O que elas

precisam é do apoio de uma instituição de ensino que entenda o quanto batalham. A Anhanguera

oferece Ensino Médio, Técnico, Graduação, Pós-Graduação, Extensão e até idiomas, para que cada

um possa aprender, crescer e construir uma carreira de verdade. Para isso, a Anhanguera quer

fazer um trato com todo mundo que quer estudar: estará sempre próxima, pronta para ajudar

em tudo, com cursos de educação a distância, livros mais baratos, mensalidades acessíveis, crédito

estudantil, acesso gratuito à Catho Online, com mais de 250 mil vagas anunciadas, um seguro

educacional que garante 5 meses de mensalidade e uma equipe com mais de 13 mil profi ssionais

e professores preparados para dar todo o apoio. Mas é importante que cada aluno se dedique

bastante aos estudos. É simples e sem mágica, de igual para igual.

A Anhanguera acredita que mudando a vida das pessoas pela educação se muda um país inteiro.

UMA DAS MAIORES INSTITUIÇÕESDE ENSINO DO MUNDO DÁ TODAA FORÇA PARA QUEM QUER ESTUDAR.

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Quem disse que estudar é fácil? Todo mundo sabe que não é. Mas vale muito a pena!

O Brasil está indo muito bem e tem muito emprego por aí sem ninguém para ocupar o lugar.

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precisam é do apoio de uma instituição de ensino que entenda o quanto batalham. A Anhanguera

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A Anhanguera acredita que mudando a vida das pessoas pela educação se muda um país inteiro.

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A FORÇA PARA QUEM QUER ESTUDAR.

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ÍNDICE4 Editorial: Hora de se fazer respeitar 6 Executivo: um poder manipulador8 Judiciário: um poder subestimador10 Legislativo: um poder submisso12 e 13 Discurso no Senado por Fernando Collor (PTB-AL): "Crítica à 'didatura das lideranças' e mudanças no Legislativo"14 e 15 Artigo: professora Maria Elisa Carbonari "Direitos humanos como disciplina"16 e 17 Discurso na Câmara por Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) "Governo atrasa reformas estruturantes"18 e 19 Acordo Ortográfico: Itamaraty silencia, mas Senado deve reagir20 Artigo senadora Ana Amélia (PP-RS): "Insegurança Linguística"22 Reforma Política: "Comissão da Câmara confirma o fracasso total"23 Artigo Everardo Leitão, "Bom dia, cavalo"24 e 25 Novo Código Flrorestal é aprovado26 a 33 Comissões Técnicas na Câmara34 a 35 Marketing & Negócios: Flávio Resende36 a 40 Comissões Técnicas no Senado41 Marketing Político: Chico Santa Rita42 a 47 Tribuna dos Deputados48 a 50 Tribuna dos Senadores

O Congresso Nacional oprimido pela imprensa, ladeado por um implacável Palácio do Planalto e um tripudiante Judiciário, fica, mais uma vez, muito bem retratado pelo artista plástico André Cerino

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CONGRESSO NACIONAL(Segmento legítimo do Jornal Congresso Nacional, em circulação desde 1985)

Publicação da Editora JCN Ltda.CNPJ 38.013.082/0001-81PFDF 07.305.562/001-40SBS Q.2 Bl. E Grupo 206 (Edifício Prime) Telefones: (61) 3338-8076 / 3338-8246 / 4063-8590

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Fotos Agências Senado/Câmara/Brasil

Diretor Geral Sílvio Leite Campos [email protected] (61) 8182-3030

Diretor de Comercialização Ronaldo Viegas [email protected] (61) 8533-3335

Representação Nacional Grupo Pereira de Souza [email protected] (61) 8533-3335

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Pesquisa e Digitação Joaquim do Nascimento Gomes [email protected] (61) 9618-7463 Projeto Gráfico ArtefixCriações [email protected] (61) 3344-0330

Diagramação e arte-final Mauro Barbosa – SJPDF 3.619 [email protected] (61) 9226-5207

Editor Responsável Sílvio Leite Campos (Fenaj/mat.sind.4.145)

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Enquanto isso:O Executivo manipula e legisla...

O Judiciário esnoba e até tripudia...

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ção. Também aqui não se pode nem se deve esquecer a permanente omissão política nas duas casas legislativas, quase sempre em de-corrência de interesses partidários e/ou pura subserviência ao Palácio do Planalto.

Enquanto isso, a chamada grande im-prensa – sempre tão vigilante em relação ao Congresso Nacional, o que deve continuar, repita-se à exaustão – raramente adota idên-tica atitude quanto aos outros dois po- deres...

A 2ª Sessão Legis-lativa começa em 1º de fevereiro, mas não se espere mudança de

comportamento no Legislativo. Portanto, continuarão o orçamento contingencia-do, as medidas provisórias proliferando e as votações sob controle superior, por conta da subserviente maioria governista. Tudo o mais como dantes no Quartel de Abrantes.

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o Judiciário também continuará legislando, justamente porque o Legislativo não o faz como é de seu dever.

Ao não se impor, o Congresso demonstra indesejável complacência em favor dos demais poderes e contra si próprio. Até quando?

Termina a 1ª Ses-são Legislativa des-ta 54ª Legislatura e o quadro não muda em relação à imagem do Congresso Nacio-nal, principalmente se comparada às do Exe-cutivo e do Judiciário.

Por falta de traba-lho, não, até porque neste ano tanto a Câ-mara dos Deputados quanto o Senado Fe-deral marcam boas passagens em todos os setores.

Falta, isso sim, co-ragem, iniciativa para se impor e mostrar ao país sua inquestioná-vel importância para asserção da própria democracia.

Enfim, entra ano e sai ano, e o nosso principal Legislativo cada vez mais acuado, submisso ao Executivo e subestimado pelo Judiciário.

E, o pior, por culpa única e exclusiva de si próprio, pois, em sendo o fazedor das leis, prefere omitir-se ...

Sim, porque, se o Executivo legisla através das indefectíveis e avessas medidas provisó-rias, enfatize-se que elas foram implantadas e são mantidas graças exclusivamente à co-nivência do próprio Congresso.

Igualmente acontece com o Judiciário, que muitas vezes interpreta a execução das leis com poder e consequente imposi-

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“...e o pior, por culpa, única e exclusiva, de si próprio, pois, em sendo o fazedor

das leis, prefere se omitir...”

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Dentro do próprio Congresso Nacional, depu-tados e senadores mais independentes e/ou clarivi-dentes clamam por mudanças no comportamento do Palácio do Planalto, a começar pelo cumprimento da Constituição, pois a prática do contingenciamento de recursos pelo Executivo, mediante decisão unilateral e desprovida de fundamentação, é inconstitucional.

O excesso de medidas provisórias, aliado a al-guns descabidos vetos presidenciais, quase sempre seguidos de demora na apreciação por parte do Legis-lativo, também ferem os princípios de independência, harmonia e altivez, mas sem fugir à tão necessária separação dos poderes.

A primeira incongruência do texto constitucio-nal reside na justificativa para edição de medida provisória: “... em caso de necessidade imprevisível e iminente, desde que fosse em caráter provisório, ao po-der executivo seria permitido criar a norma específica a suprir a carência urgente...”. Tudo pode acontecer sem o amparo do Legislativo, tratando-se, pois, de quebra da regra de interdependência entre poderes.

Obviamente, a intenção do legislador consti-tuinte não era atribuir ao Executivo a capacidade de ultrapassar discricionariamente os limites do seu poder, mas apenas de legitimar que, em casos de extrema urgência, tivesse meios autônomos de assegurar o bem comum e suprir a necessidade

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social que não se poderia prever. Afinal de contas, esse é o dever da administração pública. Tal quebra de regra se dá através da medida provisória.

Quem pôde acompanhar os debates relativos à Carta de 88 sabe muito bem não terem as MPs sido concebidas com essa intenção. Sim, porque no momento em que a Assembléia Constituinte traba-lhava com a ideia de dotar o Brasil de um sistema de governo parlamentarista, elas foram inspiradas no modelo italiano, figurando como um dispositivo democrático, pois, no regime parlamentarista, o Poder Legislativo exerce também o Poder Executivo

Muito ao contrário de um regime presidencia-lista. Naquela ocasião, apesar da apregoada inde-pendência, a Constituinte não se portava como tal, daí as excrescências das medidas provisórias terem sido incluídas.

Entretanto, o Executivo parece continuar alimentando a falta de autonomia política dos par-lamentares, cada vez, a ele, mais subordinados. Justamente, porque, em última instância, é quem acaba por impor a agenda de seu próprio interesse. Por isso mesmo, não se comete nenhum exagero ao afirmar existir verdadeiro hiato entre a teoria e a prática democrática, cuja redução pode-se dar por alguns repetidos mecanismos infelizmente até hoje em uso.

Orçamento autorizativo não tem fundamentação

João Emílio Flamarion

Como não poderia deixar de ser, Dilma Rousseff, na abertura da 1ª Sessão Legislativa desta 54ª Legislatura, nas presenças de José Sarney e Marco Maia, prometera lutar por um bom relacionamento com o Congresso Nacional e isso, a bem da verdade o vem conseguindo. Porém até hoje nada de concreto para diminuir as medidas provisórias e o fim do orçamento autorizativo, os dois principais reclamos das duas casas

Por imposição e consequente subserviência do Legislativo, as medidas provisórias conti- nuam proliferando, a Lei Orçamentária não é respeitada, daí o execrável contingenciamento, tudo sob o controle insofismável do Palácio do Planalto. Em sã consciência, não se pode inculpar somente o atual governo, porque tudo é fruto da equivocada Constituição “parlamentarista” de 1988, sem nenhuma objetiva perspectiva de qualquer modificação, pelo menos enquanto perdurar essa leniência do Congresso Nacional.

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Exclusividade na aplicação da lei e, se contestado, ele próprio se julga

Dário Coelho

Apesar de permanentes lamentações, é evidente a delegação de poderes do Executivo e do Legislativo ao Judiciário. Constitucionalmente, é claro, tem com exclusividade o poder de aplicar a lei nos casos concretos submetidos à sua apreciação. É que cabe aos julgadores, incluindo-se hipotético litígio entre os dois outros poderes, plena autonomia de decisão. Nesse caso, quando do julgamento em última instância, nem pode mais ser contestado.

Se o Legislativo vem sendo diminuído por alguns atos do Executivo, os dois, em conjunto e em mui-tas ocasiões, tornam-se reféns das interpretações do Judiciário. Por isso mesmo, em determinadas situações parecem interessar menos as leis e mais os precedentes do Poder Judiciário, contrapondo--se com as medidas provisórias, as decisões e atos normativos das agências reguladoras. Outro aspecto levantado é quando se trata das atuais práticas do Congresso Nacional, que merecem alteração e que se concentram na limitada tutela jurisdicional do pro-cesso legislativo, o que concorre para o desrespeito às regras constitucionais e regimentais.

Portanto, há de defender-se, dentro dos prin-cípios da jurisdicidade, da segurança pública e da democracia, a garantia do fiel cumprimento das regras estabelecidas, inclusive por meio de um papel mais atuante do Poder Judiciário. É preciso que ele mude a postura de hoje limitar-se a considerar os atos praticados no Legislativo e no Executivo como situados no âmbito interna corporis.

Registre-se que, no atual entendimento do Su-premo Tribunal Federal, apenas são passíveis de exames as violações das normas regimentais que reproduzem dispositivos constitucionais. Entretan-to, dizem alguns estudiosos, não se deve confiar à casuística, às maiorias ocasionais, formadas a cada legislatura e a cada votação, a definição das diretri-

zes de elaboração das normas. Em razão de todas as diferentes nuanças, sempre será possível questionar a correção dos procedimentos estabelecidos, o que é mais positivo, a fim de que sejam aperfeiçoados, incluindo-se as práticas do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto que desrespeitam as normais regi-mentais. Daí a necessidade de um órgão de controle efetivo, já que a tutela jurisdicional forte e sistemá-tica – e não de maneira excepcional – incentivaria os parlamentares e governantes em geral a observar e a respeitar mais as regras, assim evitando o que é considerada arbitrariedade por parte do Judiciário.

Para minimizar esse cenário, é necessária a tutela judicial incisiva do processo legislativo, até porque a democracia reclama, acima de tudo, o respeito às normas estabelecidas, a transparência nas deliberações, o apreço às minorias e a delibe-ração efetiva.

Continuam sendo muito criticadas a judisciali-zação da política e o ar imperial do Poder Executivo, porém os próprios parlamentares admitem nisso a própria culpa. Exatamente por não estarem captando toda a dimensão da evolução que acontece no mundo de hoje. E como isso repercute no processo democrá-tico, inclusive no seio da sociedade. Eis a razão de não ser racional qualquer menção negativa à atua-ção do Judiciário, sem antes serem observados osverdadeiros papéis do Legislativo e do Executivo.

Há críticas e até censura ao Judiciário, em razão de julgamentos considerados prepotentes e indissolúveis. Alguns podem até ser, porém não se deve esquecer serem as leis advindas do Congresso Nacional e, muitas das vezes, premeditadamente desrespeitadas pelo Executivo e pelo próprio Legislativo

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O poder está ao lado. O conforto está dentro.

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mento de verbas, impondo verdadeira mendicância a todos os parlamentares, comprova como se legisla na base da subserviência.

Por isso, não é exagero dizer seja o Legislati-vo a principal causa de seu próprio desprestígio, incluindo-se sua progressiva desimportância na produção normativa, já que, a cada dia, parecem interessar menos as leis e mais os precedentes do Poder Judiciário. Chama atenção também a falta de autonomia política dos parlamentares, cada vez mais subordinados ao Executivo e temerosos do Judiciário. Na prática, a atual democracia plena é muito diferente da teoria, cuja redução pode-se dar por alguns mecanismos e consequentes desdobra-mentos. Por isso a necessidade de algumas outras ações para revigorar o processo legislativo, tudo resumido numa palavra: independência.

Quase todos parecem concordar em promover mudanças, especificamente de comportamento, em definir, por exemplo, as prioridades político--orçamentárias, justamente uma das missões cons-titucionais do Congresso. Enfim, o fiel cumprimento das regras estabelecidas para o processo legislativo, pois é um poder independente e como tal deve ser respeitado, sem qualquer tipo de submissão.

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É hora de se impor e de resgatar seu papel

Adriana Rosa Grimaldi

Uma das principais submissões em relação ao Executivo é o atual caráter autorizativo da Lei Orçamentária e o consequente contingenciamento de recursos, mediante decisão unilate-ral e desprovida de fundamentação. Em relação ao Judiciário, é enquadrá-lo, de modo a não ser o juiz de si mesmo, como acontece quando é contestado por essa ou aquela decisão. Se o Congresso tanto reclama da proliferação de medidas provisórias, censure a si próprio, porque foi e continua sendo o grande responsável por sua implantação e manutenção.

Trata-se de um paliativo, de saída à brasileira, porém a melhor maneira de impedir esse indese-jável descontingenciamento por parte do Palácio do Planalto é simplesmente extinguir as emendas individuais dos parlamentares no Orçamento, substituindo-as por coletivas, estas naturalmente destinadas a estados ou simplesmente cidades. Quem advoga tão radical mudança argumenta ficar o Executivo sem condições de continuar chantagean-do, ou seja, em busca de votos para as proposições de seu interesse.

São muitas as sugestões para fortalecimento do tão necessário Poder Legislativo, uma espécie de vitrina em qualquer regime democrático, a começar pelo respeito à Constituição, o debate, o apreço à mi-noria e a qualquer tipo de oposição, a transparência e a participação social equilibrada, além, é claro, da tão esperada reforma política.

Muito se reclama do excesso de medidas pro-visórias, mas o próprio Congresso Nacional, quem, com altivez e absoluta independência, deveria extingui-las, no mínimo regulamentá-las, se queda por completo. Como já exaustivamente exposto, o caráter autorizativo – o termo certo é ditatorial – do Palácio do Planalto em relação ao descontingencia-

Desde a tramitação da Constituinte, tanto Ulysses quanto quase todos os demais tinham plena ciência de o objetivo maior ser o da implantação do regime parlamentarista. Ele próprio e a grande maioria não desejavam tal mudança, entretanto acordaram com algumas discrepâncias, entre as quais as execráveis medidas provisórias

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Uma série de mudanças no Parlamento para resgatar seu papel, entre as quais: fim das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento, o fortalecimento das comissões temáticas e a regula-mentação do lobby, defendido e, ao mesmo tempo, denunciado por Fernando Collor (PTB-AL), ao também criticar o por ele considerado a “ a ditadura das lideranças”.

– Os líderes partidários gozam de excessivo poder no Legislativo e, ao definirem a urgência de determinados projetos em detrimento de outros, acabam por não respeitar as minorias partidárias. Eles se reúnem e decidem por nós [parlamentares], o que impede que o debate seja feito de forma cla-ra e aberta. O Congresso não pode se submeter à "ditadura dos líderes" e nem a ninguém. Apenas ao povo brasileiro.

“São cada vez mais frequentes as críticas recebidas pelo Poder Legislativo no que concerne à sua baixa produção e, mais especificamente, à sua falta de atuação ou decisão em temas relevantes que acabam por torná-lo refém do Executivo e patrocina-dor, pela omissão, da judicialização da política e do progressivo abandono de suas principais funções, a legiferante e a fiscalizadora.

Sobre o assunto, estudiosos e especialistas vêm se debruçando com o intuito de propor soluções que permitam ao Congresso Nacional resgatar seu de-vido papel e importância para a democracia e para, também, a preservação dos princípios da separação dos poderes e sua função precípua, ou seja, o uso dos freios e contrapesos na relação com os demais poderes constitucionais.

Segundo ainda o senador, o excesso de medi-das provisórias, a demora na apreciação dos vetos presidenciais e a subserviência de parlamentares ao Palácio do Planalto se opõem ao princípio da separação dos poderes.

– Nem sempre o desejo do Olimpo, que é o Palá-cio do Planalto, é o melhor para a nação – apontou.

Collor também defendeu o cumprimento da Constituição e dos regulamentos do processo le-gislativo, além da criação de um órgão de controle efetivo das normas regimentais: No atual contexto, as maiorias e as direções da Casa observam os

Crítica à “ditadura das lideranças”e mudanças no Legislativo

regimentos quando lhes convêm. A propósito, um dos melhores e mais recentes estudos acerca do tema – e que foi objeto de tese de Mestrado em Direito Público para a Universidade do Estado do Rio de Janeiro – é o trabalho desenvolvido pela Drª Cristiana De Santis Mendes de Farias Mello, intitulado “O Revigoramento do Poder Legislativo: uma agenda para o século XXI”.

Ele classificou o estudo como "um dos mais completos existentes na literatura política", por-que, “valorizar, no processo legislativo, o respeito à Constituição, o debate, o apreço à minoria e a transparência e a participação social equilibrada, parece ser a maneira apta a fortalecer o Poder Legis-lativo e a intensificar a conexão entre representantes e representados, mesmo à falta da tão esperada reforma política”.

Como introdução, a Drª Cristiana Mello apresenta uma breve, mas profunda, narrativa da importância do Poder Legislativo nas práticas democráticas de qualquer nação. Trata-se, na sua peça, de uma nota sobre o papel do Legislativo e a deliberação democrática. Antes, porém, ela ressalta o atual desprestígio do Parlamento por razões diver-sas, inclusive por sua progressiva desimportância na produção normativa, já que, a cada dia, “parecem

São cada vez mais frequentes as críticas dirigidas ao nosso Poder

“...o lobby regulamentado...acabará com a pressão junto ao

Legislativo...”

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“...dado seu caráter meramente autorizativo...o nosso orçamento é

uma peça de faz-de-conta...

interessar menos as leis e mais os precedentes do Poder Juduciário.

Trata-se – enfatizou – de um verdadeiro “raio X” da atual desenvoltura e, mais do que isso, da postura do nosso Parlamento. O trabalho é fruto de um digno esforço e aprofundamento intelectual do assunto, com especial dedicação em propor algumas práticas e soluções que, mesmo sem a pretensão de serem definitivas ou esgotarem o tema, em muito poderão auxiliar no resgate do papel e da imagem do Poder Legislativo. Ademais, como reforça a autora, são propostas que, além de evitarem alterações na Constituição Federal, independem de uma reforma política que, como sabemos, é reiteradamente recla-mada pela sociedade e invariavelmente postergada por nós mesmos, personagens responsáveis pela sua concretização.

Ao resumir, com mais propriedade, a disser-tação de Cristiana de Mello, Collor ressaltou a necessidade de regulamentação do lobby – isto é, da pressão que grupos de interesse exercem sobre o Legislativo em prol de suas agendas. Segundo o senador, a autora afirma que a atividade do lobby junto ao Poder Legislativo incrementa a base infor-macional para a tomada de decisão e pluraliza o debate, o que o torna mais legítimo.

– Deixar o lobby às sombras é negativo na me-dida em que alguns grupos terão acesso privilegiado a tomadores de decisão, ao passo que outros não serão escutados, em prejuízo da legitimidade das decisões. A institucionalização, além de onerar des-vios éticos, pode criar um controle recíproco entre os grupos de pressão e reduzir o estigma que pesa sobre a atividade – disse Collor ao citar o texto.

O senador alagoano também assinalou que o atual caráter autorizativo da Lei Orçamentária

precisa ser modificado.Segundo ele, a prática do contingenciamento de recursos pelo Executivo, mediante decisão unilateral e desprovida de fun-damentação, é inconstitucional.

– O nosso orçamento é uma peça de faz-de- conta. Dado seu caráter meramente autorizativo, o Congresso está fadado a fazer o que não está apto, enquanto deixa de definir as prioridades político-orçamentárias, justamente sua missão constitucional.

Baseado no estudo, Collor sugere que não haja restrição numérica para emendas coletivas e tam-pouco condicionamento a área temática, região geo-gráfica, órgão contemplado ou natureza de despesa.

– [A autora] propõe, também, o fim das emen-das individuais e a inversão da atual prática, de modo a viabilizar o controle político e social por meio do que ela chama de vinculação autêntica da lei orçamentária.

Outro mecanismo para fortalecer o Poder Le-gislativo e a participação da sociedade é, de acordo com Collor, a valorização das comissões temáticas. Segundo o senador, que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, isso passa necessariamente pela redução do número de comis-sões e pela ampliação do número de projetos que tramitam em caráter terminativo - isto é, que têm sua decisão final em uma comissão, sem precisar passar pelo exame do Plenário do Senado.

– Todos os senadores fazem parte de várias comissões e têm de ficar correndo pelos corredores para dar a sua presença ou exercer o seu direito de voto, com isso, perdendo a capacidade de discutir e debater melhor os temas que são levados à deli-beração das comissões temáticas.

Gostaria de, finalizando as minhas palavras, parabenizar-me com a Drª Cristiana De Santis Mendes de Farias Mello pelo produto de seu estu-do, como disse, incorporando-me a suas propostas, com o objetivo de promover o oportuno e imprescin-dível revigoramento do Poder Legislativo.

Espero que nós possamos continuar tratando e debatendo este assunto, que acredito ser do má-ximo interesse para o aperfeiçoamento do processo democrático no nosso País.

“ ...o atual desprestígio do

Parlamento por razões diversas, inclusive por sua progressiva desimportância na produção normativa... ”(Trecho extraído da dissertação de mestrado

“O revigoramento do Poder Legislativo: Uma agenda para o século XXI” de Cristina de Santis Mendes de Faria Mello)

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O resultado da concentra-ção de riquezas compromete seriamente a justiça social e a paz mundial, beneficiando ape-nas um terço da humanidade, em prejuízo, dos demais países, onde se avolumam a pobreza, a desigualdade e a exclusão social, isso como um dos resultados do processo de globalização, enten-dido como complexo momento das relações principalmente en-tre nações e povos.

É exatamente nesse cenário que se faz necessária a cons-tatação dos princípios e valores da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) da Or-ganização das Nações Unidas (ONU), de 1948, quando desencadeou um processo de mudança no comportamento social, culminando em siste-mas globais e regionais de proteção dos direitos humanos. Apesar desses avanços, o quadro atual apresenta uma série de aspectos preocupantes relacionados às violações dos direitos humanos, em várias dimensões: civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais. Há, portanto, um conflito e desencontro entre os princípios da DUDH e a realidade concreta da efetivação da garantia dos direitos humanos.

Diante do exposto apresentamos os seguintes pontos para reflexão: Qual o verdadeiro papel da educação na disseminação dos princípios dos

Direitos humanos como disciplina currícular nas Instituições de

Semino Superior - IESDireitos Humanos? Como as Instituições de Ensino Superior podem colaborar para a formação de profissionais conscientes e responsáveis?

A Constituição Federal Brasi-leira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei Federal n 9.394/1996) afirmam o exercício da cidadania como uma das finalidades da educação, ao estabelecer uma prática educati-va “inspiradas nos princípios de liberdade e nos ideais de solida-riedade humana, com a finalidade

do pleno desenvolvimento do educando, preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), iniciado em 2003, apoiado em documentos nacionais e internacionais inclui o Brasil na Década da Educação em Direitos Hu-manos, prevista no (PMEDH). Dessa maneira a mobilização global para a educação em Direitos Humanos envolve no conceito de educação, uma cultura democrática, compreensão dos contextos nacional e internacional, nos valores da tolerância, da solidariedade, da justiça social, na sustenta-bilidade, na inclusão e na pluralidade. Isto posto, constatamos que a elaboração e implementação de planos e programas nacionais se constituem em uma ação global e estratégica do governo brasileiro para consolidar o PMEDH.

Além dessas iniciativas, as IESs podem e de-vem implantar programas específicos de valorização dos Direitos Humanos. Na Anhanguera Educacio-nal, a inovação pedagógica prevê disciplinas huma-nísticas e obrigatórias que fazem parte do núcleo comum e são cursadas no primeiro ano letivo de todos os cursos. O objetivo dessas disciplinas está voltado para a formação de um cidadão respon-sável ciente de seus direitos e deveres e também um profissional com a visão em Direitos Humanos compreendida como um processo sistêmico e mul-tidimensional.

*Maria Elisa Ehrhardt Carbonari

“ ...inspiradas nos princípios

de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, com a finalidade do pleno

desenvolvimento do educando, preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho... ”

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Sendo a educação um meio privilegiado para a promoção dos Direitos Humanos, cabe às IESs priorizar a implantação de programas para a disseminação de uma cultura de responsabili-dade social integrada à valorização dos Direitos Humanos.

A disciplina de Direitos Humanos foi implan-tada nos currículos dos cursos da Anhanguera Educacional, a partir de 1998, e acompanhou a evolução da expansão dos cursos e das unidades, atingindo em 2011 um número expressivo de alu-nos em torno de 72.000 mil.

O plano de ensino e aprendizagem da disci-plina tem como objetivo apresentar aos alunos a proposta da Declaração Universal dos Direitos Humanos; assim como sua criação e evolução, de forma a conscientizá-los das idéias fundamentais de proteção do indivíduo. A ementa por sua vez, apresenta os seguintes temas: Estado Constitucio-nal, Fontes e Antecedentes do Direitos Humanos, Declaração dos Direitos Humanos, Evolução His-tórica dos Direitos Econômicos e Sociais; Direitos Sociais da Constituição de Weimar; Proteções do indivíduo contra o Estado.

Essa disciplina faz parte do Programa de Auto Avaliação da Anhanguera Educacional, onde os alunos avaliam semestralmente os aspectos didá-ticos pedagógicos das disciplinas bem como os professores e os recursos metodológicos.

A expansão e o número ex-pressivo de alunos que cursa-ram essa disciplina, permitiu que fosse implantado um outro programa inovador na área peda-gógica o Programa do Livro Texto - PLT, adotando como bibliografia básica o livro texto específico para a disciplina de Direitos Humanos editado pela Saraiva, cujo autor é o professor doutor Manoel Gonçalves Ferreira Filho,

com uma tiragem de aproximadamente 60.000 exemplares. O PLT tem como objetivo ofertar aos alunos os melhores e mais adequados títulos de livros voltados ao ensino superior, tanto nacio-nal como internacional. Tais livros são definidos criteriosamente pelos professores das diversas unidades da Anhanguera Educacional, adquiridos pela Anhanguera Publicações e oferecidos aos alunos com significativos descontos em relação ao preço de capa.

Essa iniciativa de valorização dos Direitos Hu-manos como disciplina obrigatória nos currículos das Instituições de Ensino Superior, implantada pela Anhanguera Educacional, vem reforçar o compromisso das IES no sentido de participar da construção de uma cultura de promoção, prote-ção, defesa e reparação dos Direitos Humanos, por meio de ações afirmativas e interdisciplinares, com formas diferentes de relacionar as múltiplas áreas do conhecimento humano com seus saberes e práticas. Nesse contexto, inúmeras outras ini-ciativas foram realizadas no Brasil, introduzindo a temática dos Direitos Humanos nas atividades do ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão, além de outras iniciativas de caráter cultural.

A contribuição da proposta da Anhangue-ra Educacional se distingue, como diferencial no sentido de inclusão dos Direitos Humanos como disciplina obrigatória com adoção de livro texto específico, plano de ensino e aprendizagem padronizado, avaliação de conteúdo, procedi-mentos metodológicos variados, compreendida como um processo interdisciplinar de formação do cidadão.

Finalizando podemos observar que essa proposta atende o princípio básico norteador da educação em Direitos Humanos como prática

permanente, contínua e sistêmica voltada para a transformação da sociedade, com vistas à difusão de valores democráticos e republica-nos, ao fortalecimento da esfera pública e á construção de projetos coletivos para o desenvolvimento da autonomia com dignidade sustentável.

“ ..constatamos que a elaboração e implementação de

planos e programas nacionais se constituem em uma ação global e estratégica do governo brasileiro

para consolidar o PMEDH...

*Profa. Dra. Maria Elisa Ehrhardt Carbonari,vice-presidente de Programas Institucionais na Anhanguera Educacional Ltda e Membro

do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo

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Por culpa do governo do PT, segundo Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) e líder da Minoria, não tem sido estimulado o debate sobre as grandes refor-mas e os planos estratégicos para o País.

Segundo o representante mineiro, apesar de ter maioria na Casa, o governo não enviou as propostas de reformas tributária, previdenciária e trabalhista, entre outras, o que prejudicou os trabalhos e ocasionou uma "agenda negativa".

"Verificamos o passar de um ano cujas dis-cussões limitaram-se exclusivamente à análise e ao debate de denúncias de corrupção que, infeliz-mente, assolaram o Poder Executivo", disse.

Para Paulo Abi-Ackel, é necessária a discussão de planos estratégicos que poderiam trazer ao Bra-sil melhores condições de infraestrutura, de saúde, educação e de combate ao uso de entorpecentes e ao tráfico de armas.

O líder afirmou que o governo do PSDB deixou um legado de realizações e fixou as bases de um País sério. "Era, portanto, de se esperar que, mais do que ampliar os programas existentes, fosse chegada a hora de enfrentar o Brasil do século 21, o Brasil dos planos estratégicos e, sobretudo, o Brasil das reformas estruturantes", destacou.

De acordo com o parlamentar, o governo do PT encontrou um País com a economia saneada e com um programa de políticas sociais em andamento, mas ainda assim não conseguiu colocar o Brasil na rota do crescimento consistente.

Quero dizer aos Srs. e Sras. Parlamentares que, quando aceitei ocupar a Liderança da Minoria da Casa no início deste ano, estava certo de que teria a oportunidade de discutir reformas, discutir planos estratégicos, discutir o pacto federativo – especialmente esta reforma –, de tal sorte que o interior do Brasil, as cidades pequenas e médias, não passassem pelas graves dificuldades que têm envolvido a economia dos Municípios, sobretudo dos pequenos.

– É lastimável e, eu diria, até frustrante per-ceber que chegamos ao início do mês de dezembro sem ter debatido nesta Casa a reforma tributária, a reforma previdenciária, a reforma trabalhista, a

Governo atrasa reformas estruturantes

reforma do Judiciário e, especialmente, a reforma da legislação relacionada à segurança pública - a reforma do Código de Processo Penal, do Código Penal e da Lei de Execução Penal.

Na verdade, passamos 12 meses sem discutir os planos estratégicos: planos estratégicos que poderiam proporcionar a melhoria da infraestru-tura nacional, a melhoria da saúde e da educação dos brasileiros, o combate ao uso de entorpecen-tes, ao narcotráfico e ao tráfico de armas. Enfim, passamos 12 meses a discutir apenas a crise e o sistema, o modus operandi da formação da base de Governo.

Portanto, em razão da falta de uma agenda po-sitiva, impôs-se o Governo a uma agenda negativa, esta que tomou conta, absoluta e integralmente, da agenda de trabalho do Poder Executivo.

Este mesmo Poder Executivo, com toda a maioria que desfruta nesta Casa, poderia, com a maior tranquilidade e se realmente quisesse, ter enviado a esta Casa, ainda nos primeiros meses

Nos 8 anos do PSDB foram fixadas as bases de um país sério

“... em razão da falta de uma agenda positiva, impôs-se o Governo a uma

agenda negativa, esta que tomou conta, absoluta e integralmente, da agenda de

trabalho do Poder Executivo...”

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“...por isso mesmo, precisamos estar atentos ao que acontece hoje no Brasil. As condições favoráveis criadas no mercado internacional talvez não se repitam tão cedo...”

de Governo, propostas com essas modificações es-truturantes da vida nacional, mas não o fez. E, por que não o fez, viu-se vítima de uma pauta negativa, de sucessivas denúncias contra seus membros.

Na verdade, estamos assistimos, sem nenhu-ma dúvida e sem nenhum receio de errar, a uma resposta dos formadores de opinião, da mídia, da Nação à falta de uma agenda positiva de exame, de análise dos verdadeiros problemas nacionais

E que sistema é esse? É um sistema multifa-cetário, que nos leva a concluir que a legislação está ultrapassada, que o investimento no sistema carcerário inexiste e que o investimento nas carrei-ras policiais está muito aquém das necessidades, sobretudo porque nesta Casa não enfrentamos a tarefa de atualizar a legislação.

E por percebermos que, em pleno século XXI, ainda existem 14 milhões de analfabetos no Brasil, contingente populacional maior do que o de muitos países; por percebermos que muitos jovens deixam a escola antes de concluir a 8ª série, portanto, são semialfabetizados, é que estamos preocupados com o futuro do País, com o futuro das crianças e adolescentes brasileiros.

Por isso mesmo, precisamos estar atentos ao que acontece hoje no Brasil. As condições favorá-veis criadas no mercado internacional talvez não se repitam tão cedo.

Há sinais evidentes de que o atual Governo não tem se aprofundado no exame dessas questões. E exatamente por causa dessa omissão que o Gover-

no Federal se vê agora vítima da agenda negativa que ele próprio se impôs este ano.

Mas há também algo que, há muito, me pre-ocupa: o respeito entre os Poderes. Trabalhamos este ano não de acordo com uma pauta de conve-niência da sociedade. Trabalhamos todo o tempo de acordo com pauta de conveniência do Governo. Muitas vezes, diante de questões que poderiam ser tratadas através de projetos de leis, com ampla e adequada discussão nas Comissões desta Casa, o Governo preferiu emitir medidas provisórias, sem urgência e sem relevância, em desacordo com o que prevê a Constituição Federal. E o pior: nesta Casa, os respectivos pareceres eram distribuídos às vésperas das votações, o que deixava todos os Parlamentares perplexos diante a falta de conheci-mento a respeito do tema sobre o qual iriam votar, em flagrante desrespeito ao Regimento Interno, sobretudo em flagrante desrespeito ao Parlamento nacional.

Essa é outra questão que nos faz ter extrema preocupação com o futuro que se avizinha. Por ou-tro lado, quero dizer que o Governo do PSDB deixou ao Brasil um legado de realizações, realizações que foram bem aproveitadas pelo Governo do PT - e aqui não cabe absolutamente nenhuma crítica a respeito. Embora tenha trocado a nomenclatura de muitos dos programas deixados, O PT até fez bom uso deles, ampliou-os, mesmo renegando o passa-do. O Bolsa Família, programa exaltado até mesmo no exterior como marca deste Governo, nada mais é do que o nome fantasia do Bolsa Escola, criado por Fernando Henrique Cardoso. O Programa Luz no Campo foi recarimbado de Luz para Todos, sem qualquer reconhecimento dos benefícios e autoria antecedentes. Ao mesmo tempo, o procedimento marqueteiro tomou o Programa Saúde Bucal e o relançou com o nome de Brasil Sorridente.

No Governo do PSDB, foram fixadas as ba-ses de um País sério. Naquela época, diante das propostas do Governo do presidente Fernando Henrique, era o PT, com toda a sua fúria, que fazia oposição nesta Casa aos planos que hoje o Governo não admite ter recebido e ampliado.

Ainda assim, mesmo com os fundamentos econômicos saneados e o mercado internacional em vigorosa expansão, o Governo petista não conseguiu colocar o Brasil na rota do crescimento consistente, menos ainda em níveis condizentes com suas potencialidades. A média de cresci-mento dos primeiros anos – 2,5% – ficou abaixo inclusive da média de 5% ao ano dos países da América Latina.

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Caso o Ministério das Relações Exteriores continue procrastinando em relação à resposta ao Requerimento apresentado pelo senador Paulo Bauer (PSDB-PR), 1º vice-presidente da Comis-são de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, solicitando esclarecimentos atualizados sobre o Acordo Ortográfico firmado pelo Brasil e mais 7 países da língua portuguesa, aprovado pela Mesa Diretora com o consequente pedido formal de esclarecimento, haverá reação, já prevista para fevereiro, imediatamente após a instalação da 2ª Sessão Legislativa.

Com regras válidas desde 1º de janeiro de 2009, o novo Acordo Ortográfico da Língua Por-tuguesa, nitidamente, ainda encontra resistência especialmente por conta das dificuldades criadas, para alguns, como o professor Ernani Pimentel, estudioso dessas nuanças e criador do site “Mo-vimento Acordar Melhor”, hoje, o mais ferrenho crítico, tudo encontra-se num emaranhado de “in-coerências, incongruências e exceções”, destacan-do o “HIFEN” como um dos principais exemplos. (Por sinal, na pág. 20, o artigo “Insegurança linguística” )

Os permanentes reclamos do professor mo-tivaram a senadora Ana Amélia (PP-RS) a iniciar uma reação contra esse tipo de marasmo do governo brasileiro e do próprio Congresso Nacio-nal, disposta, inclusive, a solicitar a convocação de audiência pública exclusivamente dedicada a esse assunto.

A representante gaúcha, assim sendo, junta--se a inúmeros outros parlamentares, no sentido de não mais se permitir fique o Brasil à margem dos acontecimentos. Igualmente criticada pelo “Acordar Melhor”, principalmente por não es-clarecer sua real posição, a Academia Brasileira de Letras, mesmo com atribuições de guardiã da língua, vem se negando a maiores discussões. Ernani Pimentel, não só apóia a iniciativa da senadora gaúcha, como a considera fundamental para não se deixar cair no marasmo.

Itamaraty silencia, mas Senado deve reagir

Alfredo Celestino

Audiência pública na Comissão de Educação também convidará a Academia Brasileira de Letras

“Nenhum professor de português de nenhum país signatário é capaz de escrever totalmente de acordo com as novas regras e, como os professo-res não têm condições de compreender, os países não terão condições de implantá-las”, em tom de ironia, enfatiza Ernani.

Pimentel apóia a criação de um grupo de trabalho, no âmbito da Comissão de Educação do senado, para discutir o Acordo. Ele também sugere que os países signatários criem um órgão similar à Real Academia Espanhola, que seria

Ana Amélia, (PP-RS), adere por inteiro a um

Acordo acima de qualquer suspeita

Indicado pela Academia Brasileira de Letras,

o imortal Evanildo Bechara vem sendo criticado por evitar debater

o Acordo

Paulo Bauer, (PSDB-SC), além de autor do Requerimento, deve

comandar a fiscalização

Cansado de esperar uma posição do governo, Ernani Pimentel resolveu

impetrar ação judicial, na tentativa de impedir

sua implantação

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tante que haja discussão entre os países”.

Segundo ainda o crí-tico do “Acordar Me-lhor”, o Acordo Orto-gráfico que vem sendo implantado no Brasil contém alterações feitas posteriormente – e sem a aprovação do Congresso Nacional – pela Academia Brasileira de Letras. Ele afirma que isso é ilegal e, por isso, entrou com uma ação judicial para exigir que o Congresso ratifique (ou não) tais mudanças. Além disso, o professor solicitou na Justiça que o Brasil tenha mais tempo para discutir e implementar o Acordo Ortográfico.

Caso a proposta de realização da audiência pública, logo no início da 2ª Sessão Legislativa, ou seja, no final de fevereiro e/ou início de março, com certeza o será, além do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, outro certo como convidado é o imortal Evanildo Bechara, o repre-sentante oficial da Academia Brasileira de Letras junto ao Acordo, tanto quantos os representantes dos outros 7 países signatários.

Outra providência – e esta mais específica à Mesa Diretora do Senado Federal – para ser adotada antes mesmo da abertura da Audiência Pública, é de gestão junto ao Itamaraty, no sentido de apressar a resposta ao já mencionado Reque-rimento de Paulo Bauer, justamente solicitando informações precisas a respeito do atual estágio do Acordo.

responsável pela uniformização da ortografia nos países de língua portuguesa.

Ao comentar as resistências externas, ele lembrou que alguns países alegam “com razão”, que as novas regras foram pensadas somente a partir do Brasil e Portugal, ignorando especi-ficidades culturais de outras nações de língua portuguesa. Ele também disse que há uma diviso em Portugal, entre os que defendem o Acordo e os que preferem adiá-lo devido aos interesses do mercado editorial português (que, dessa forma, não enfrenta a concorrência de livros brasileiros em próprio país e também nos países africanos de língua portuguesa).

Sobre a atuação do Ministério das Relações Exteriores, Pimentel declarou que o “Itamaraty está correto ao querer a unificação, mas está errado ao permitir que o interesse político des-considere as questões educacionais, pedagógicas e culturais”. E completou: “Ao forçar o Acordo, o Brasil está sendo visto como impositor. É impor-

“ ... ao forçar o Acordo, o Brasil está sendo visto como

impositor. É importante que haja discussão entre

os países”....

O projeto de lei que institui a Campanha Permanente de Orientação foi aprovado pela Câmara Municipal de Juiz de Fora. A iniciativa da vereadora Ana Rossignoli (Ana do Padre Frederico – PDT), foto, objetiva a ampla divulgação do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa na cidade.

Com a aprovação da lei, os estudantes da rede municipal de ensino e a população em geral receberão informações sobre o uso correto da grafia, com

o aprendizado incluído no conteúdo curricular de todas as séries. A Secretaria Municipal de Educação vai distribuir cartilhas e folhetos para os demais juiz-foranos.

O projeto aguarda a aprovação do Executivo para entrar em vigor.

Por certo, o ministro Antônio Patriota deve ser um dos convidados para

esclarecer sobre a posição do Itamaraty

Juiz de Fora dá bom exemplo

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Boa parte das discussões que pautaram a agenda do Congresso Nacional, neste ano, teve relação com a criação de um ambiente de maior segurança, em diversos aspectos. O Código Florestal, por exemplo, visa diminuir a inse-gurança jurídica dos produtores rurais. A regulamentação da Emenda 29, por sua vez, trata da ampliação da segurança social dos brasileiros, com a garantia de mais recursos orçamentários para a saúde.

Em certa medida, a maioria das proposições que tramitam no Legislativo objetiva oferecer segurança aos cidadãos, já que esta é uma das funções básicas do Estado. O Brasil, que sempre foi reconhecido pela criatividade de seu povo e pela diversidade cultural, criou um novo tipo de insegurança, aliás, muito pecu-liar: a insegurança linguística.

Chamo de insegurança lin-guística o momento delicado pelo qual passa a língua portuguesa, falada no Brasil. O Acordo Or-tográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990 pelos países lusófonos, terá vigência definiti-va em 2013 e provocou situação inusitada entre os brasileiros, ainda confusos ante as modificações implementadas. Hoje, não há, nas escolas brasileiras, professores que dominem completamente a língua. Como poderão, então, ensiná-la?

Nos demais países, principalmente os africanos de língua portuguesa, as dificuldades para a imple-mentação do acordo são ainda maiores, dado que a língua local sofreu outras influências, que não as nossas. Nesses países, a compreensão do acordo, pela população, é ainda mais difícil, e os prazos do acordo dificilmente serão cumpridos.

Ademais, a implementação do referido Acordo está sendo feita com base em um vocabulário que não é comum, mas brasileiro. Há divergências

Insegurança LinguísticaSenadora Ana Amélia (PP-RS)

Se os professores não dominarem a língua, como poderão ensiná-la?

quanto à legalidade deste vocabu-lário, publicado após o decreto pre-sidencial de 2008, e com conteúdo diferente do acordo assinado em 1990. Portanto, a efetividade desse projeto corre riscos, dada a unila-teralidade das decisões que estão sendo impostas a outros países.

A celebração de um Acordo Ortográfico, em si, é meritória. Fortalece a cultura dos países de língua portuguesa e facilita a integração social e econômica en-tre os oito signatários. O inglês é um ótimo exemplo de como uma língua simples, de fácil compre-ensão, pode facilitar a inserção de um país na política e na economia mundiais.

O Acordo precisa atender aos princípios da lógica e da simpli-ficação. Nossa língua carece de critérios, princípios e conceitos mais claros e precisos. Aperfei-çoar significa diminuir o número de exceções, não aumentá-las. Exceções precisam ser decoradas pelos alunos. O ensino do passado exigia isso, mas o de hoje, exige raciocínio.

É fato que, até o momento, este Acordo tem causado mais incertezas do que convergências.

Com certeza, não foi bem conduzido, durante todos os anos em que foi discutido. Uma questão muito importante se põe aos brasileiros diante desse fato: o que nos trará menos custos? Avançar ou retroceder? Essa é uma decisão de alta relevância para o futuro da nação, e que precisa passar pelo Congresso Nacional.

Pretendemos reabrir esse debate no ano que vem, no âmbito da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, com a participação de linguistas, mem-bros da Academia Brasileira de Letras, painelistas indicados pelos demais países partícipes do acordo e representantes da diplomacia brasileira.

A propósito, alguém sabe, hoje, se linguista se escreve com ou sem trema?

"...chamo de insegurança linguística o

momento delicado pelo qual passa

a língua portuguesa, falada no Brasil ..."

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Pelo menos, no Senado, os “trabalhos” foram mais consentâneos, não dando margem a recrimi-nações, muito embora tudo não passasse de ence-nações, pois nada, absolutamente nada daqueles relatórios aprovados, em nível das comissões, ganhou alguma viabilidade para as eleições de municipais de 2012, como aliás anteverira a Revista CONGRESSO NACIONAL já na sua edição de outubro, quando a matéria principal de capa estampava:

“SOFISMAS...PATRANHAS....INCONGRUÊN-CIAS...No final: “REFORMA POLÍTICA SÓ PARA BRASILEIRO”, onde a charge do artista plástico André Cerino, invocando Sherlock Holmes e sua enorme lupa, não conseguia descobrir alguma solução para tanta embromação...

Aliás, desde a 2ª Edição, a RCN vinha anteven-do tal situação, exatamente porque, nem o Palácio do Planalto, como nenhum dirigente dos grandes partidos, o desejava e o deseja um reforma políti-ca mesma. E nem desejará, principalmente quem conseguir bons resultados nas eleições municipais. Ora, se neste ano sem pleito não se progrediu, daí não haver mais, politicamente necessidade de im-plantação nas próximas eleições municipais. Alguém ousará incrementá-las para 2014, principalmente se, repita-se, obtendo bons resultados, consequen-temente melhor credenciando-se para os pleitos estaduais e federais?

Como se recorda, logo no início desta 1ª Sessão Legislativa, o presidente do Senado, José Sarney, além de anunciar a Reforma, logo em seguida indi-cava a “Comissão de Notáveis”, realmente constituída por ex-governadores e outras reconhecidas lideran-ças. Depois de alguns dias, era a vez de Marco Maia proceder da mesma forma na Câmara. Mas por que ambas com as mesmas atribuições, se tudo depois

teria de ser votado pelo Ple-nário do Congresso Nacional, enfim, tudo começando de novo? Não precisava, como ainda não precisa ser algu-ma pitonisa para antever tal fracasso, como a RCN igualmente, antecipara. E não se espere, repita-se e enfatize-se, grandes refor-mas para 2014, no máximo, paliativos, tudo a gosto de quem esteja no poder e/ou almeje reforçá-lo.

“A Comissão Especial da Reforma Política não precisa ser atropelada, porque não está andando”. Esta frase não foi pronunciada por nenhum deputado oposi-cionista, e/ou, muito menos, por quem não pertencendo ao PT, tenha também algum atrito pessoal com o relator, Henrique Fontana (PT-RS). Tal contundente crítica é, nada menos de João Paulo Cunha (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, também, ex- presidente da Casa.

A bem da verdade, o representante paulista, mesmo em sendo partidário do relator, não pode ser criticado, exatamente, por retratar a pura realidade. Sim, porque, Fontana, além de haver se desincom-patibilizado com o presidente da Comissão, Almeida Lima (ex-PMDB-SE e há pouco de filiado ao PPS), e com diversos outros companheiros do colegiado, tem sido até ironizado, tamanha a sua falta de ação. O PMDB pretende pedir a presidência do representante sergipano.

Essa frase de Cunha, pronunciada no final de no-vembro último, antevia, como de fato se consumou, o fracasso total dessa Comissão. Sim, porque, o próprio Fontana vem de anunciar a votação do relatório final para 2012. E tudo porque, maioria dos deputados não concorda com o texto por ele apresentado.

Por sinal, quando a CCJ da Câmara , em movi-mentada reunião realizada a 9 de novembro, aprovara 8 propostas de mudanças eleitorais, mesmo sem viabilidade para as próximas eleições municipais(até mesmo para 2014), nitidamente atropelando a já conflitante Comissão Especial da Reforma Política (Reforma do quê? – ironizam muitos deputados...), satisfeito com outras contundentes afirmações, João Paulo Cunha também “cunhou” essa outra frase: “Foi a tentativa de puxar, de fazer com que a Comissão ande efetivamente...”!

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Comissão da Câmara confirma o fracasso total

Augusto Celsom

Henrique Fontana (PT-RS) acabou fazendo o jogo de quem não queria a reforma

As frases de João Paulo Cunha (PT-SP) encarnam bem as críticas generalizadas

“ ...adiamento para 2012,

porque quase ninguém concorda com Fontana... ”

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(...)

Atesto para fins INDEVIDOS que Maria das Graças necessita de cinco dias de repouso.

Já viu essa frase aí em algum atestado? Não, claro que não. Então, por que escrever “Atesto para os devidos fins”? Ateste sim-plesmente. A licitude da finalidade está implícita na frase Atesto que Maria das Graças necessita de cinco dias de repouso. Sem contar que dizer que um documento é para fins devidos equivale a dizer que ad-mite a possibilidade de assinar outro para fins escusos. Todos sabemos que quem fala demais dá bom-dia a cavalo. Mas o estilo de nossa redação administrativa – oficial e comercial – é pala-vroso demais. O brasileiro adora vir por meio desta informar, colocar--se à disposição para dirimir eventuais dúvidas. Nem vou falar no gos-to fúnebre por múmias como outrossim e procrastinação. Fico hoje apenas naquilo que fere a economia textual, princípio que decreta: corte do texto o que puder ser cortado. Ah, o objetivo é ser gentil? Então que tal economizar o tempo do leitor?

Vamos a alguns exemplos de expressões antieconômicas, que devem ser evitadas.

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UESBom dia, cavalo

*Everardo Leitão

*Professor e autor na área de texto e redação [email protected] [email protected]

Vimos por meio desta informar tal coisa

Declaro a quem interessar possa tal coisa

Informo a Vossa Excelência tal coisa

Coloco-me à disposição para dirimir eventuais dúvidas

Encaminho anexa tal coisa

A reunião será no próximo dia 10 de janeiro de 2012

Informamos tal coisa

Declaro tal coisa

Informo tal coisa

Encaminho tal coisa

A reunião será dia 10

Não precisa dizer o que vai fazer. Basta fazer. Informamos tal coisa é suficiente.

Ninguém que não esteja interessado irá mesmo ler sua declaração. Nem se preocupe com isso. Declaro tal coisa e pronto.

A correspondência já está endereçada à dita-cuja Excelência. É redundante dizer, portanto, que está infor-mando a ela. A quem mais poderia ser? Diga apenas Informo tal coisa.

É natural que quem escreve um texto confuso esteja à disposição para dirimir as dúvidas que provoca. A frase é desnecessária: corte-a de suas correspondências sem dó. E ainda temos aí o indigesto dirimir. Por que não os mais simples tirar, resolver, esclarecer?

Fica, assim, combinado: só escrevemos o necessário. Economizamos com isso computador, impressora e tinta mas principalmente o tempo do leitor. E, apesar de todo o respeito moderno, ecológico e politicamen-te correto pelo companheiro cavalo, escapamos do constrangimento público de ele não responder a nosso cumprimento.

Se está encaminhando um documento, ele é um anexo. Diga apenas Encaminho o documento ou Anexo o documento. A mesma observação vale para Anexo à presente tal documento. Escreva apenas Anexo tal documento.

Se você data a correspondência de 15 de dezembro de 2011 e diz que a reunião será dia 10, o destinatário entenderá como sendo de outro mês que não janeiro de 2012? Se você escreve na segunda-feira, precisa dizer que a reunião foi na sexta-feira passada? Diga simplesmente a reunião foi na sexta-feira. Confie na esperteza do leitor: ele vai entender.

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O texto do novo Código Florestal, aprovado no Se-nado Federal, entre outras inovações, determina a criação do Cadastro Am-biental Rural, ao mesmo tempo estabelecendo o prazo de um ano, prorro-gável uma única vez por igual período, para que os donos de terras registrem suas propriedades nesse arquivo. Outras inovações são a proposta da criação de uma espécie de “moeda verde” e a Cota de Reserva Ambiental.

Os dados do CAR serão disponibilizados na Internet e servirão para a elaboração dos Pro-gramas de Regularização Ambiental. Os relatores também incluíram incentivos para a recomposição de florestas e regras especiais para a agricultura familiar.

Igualmente, ficou bem explicitado ser a cota, na definição do projeto, um “título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação”. Dentro desse mesmo princípio, cada CRA corresponderá a um 1 hectare (10 mil metros quadrados) de área com vegetação nativa primária, ou vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração ou recomposição ou ainda áreas de recomposição reflorestadas com espécies nativas.

A CRA poderá ser doada, transferida, vendida ou comprada e poderá ser utilizada para compen-sar Reserva Legal de Imóvel rural situado “no mes-mo bioma da área à qual o título está vinculado”.

Cadastro Ambiental Rural, a maior novidade

Ou seja, em alguns casos, o proprietário a recom-por a Reserva Legal em sua propriedade poderá comprar o equivalente em CRA de outro proprietário que a tenha preservado acima do que seria obri-gatório em suas terras. Para poder ser usada com esa finalidade, a cota deve representar a mesma quantidade de terra.

O Código Florestal, em vigor desde 1965,

possui figura semelhante à Cota de Reserva Flo-restal, que será considerada como CRA após a vigência da futura lei do novo código. A emissão da cota será feita pelo órgão ambiental a pedido do dono da terra preservada com vegetação nativa ou recomposta em área excedente à Reserva Legal devida em sua propriedade.

Dentro desse mesmo princípio, o proprietá-rio da terra que pedir a emissão do CRA será responsável pela preservação, podendo fazer um plano de manejo florestal sustentável para explo-rar aárea. A cota somente poderá ser cancelada a pedido do proprietário que solicitou sua emissão ou por decisão do órgão ambiental nativa vincu-lada ao título.

Os incentivos econômicos para manutenção e recomposição de vegetação nativa poderão ser proporcionais ao cumprimento da legislação flo-restal, caso o texto seja mantido na Câmara dos Deputados.

O novo código também poderá prever linhas de financiamento especiais para iniciativas de preser-vação voluntária de vegetação nativa, proteção de espécies de floras ameaçadas de extinção e manejo florestal e agroflorestal sustentáveis.

O projeto também inova ao apresentar um conjunto de instrumentos econômicos que incen-tivam e valorizam a preservação, determinando que o Poder Executivo enviará ao Congresso Nacional as regras para pagamento por serviços ambientais.

Também prevê a criação da “moeda verde” e a Cota de Reserva Ambiental

Jorge Viana (PT-AC), relator no meio ambiente, fez tudo para

contemporizar, porém os radicais não gostaram

Luiz Henrique (PMDB-SC), relator em

duas comissões, foi o criador do Cadastro

Ambiental Rural

“ ...além de Kátia Abreu (PSD-TO) e presidenta da CNA, os senadores produtores

rurais Acir Gurgacz (PDT-RO), Blairo Maggi (PR-MT) e Waldemir Moka (PMDB-MS) ficaram

satisfeitos. Quase isoladamente, Randolfe Rodrigues (PSol-AP) protestou...

Rodolfo Arrais

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Ao contrário do anun-ciado pelos relatores e de-mais lideranças ruralistas no Senado, os deputados produtores rurais não es-tavam e continuando não estando nada satisfeitos com o texto do Novo Código Federal,daí, desde já, anun-ciarem forte reação. Ro-naldo Caiado (DEM-GO), antigo líder ruralista (antes de ser deputado federal, quando era o principal líder da UDR – União De-mocrática Ruralista, de 1987-89), hoje cumprindo o 5º mandato, um tanto quanto arredio nos últimos anos, volta à cena e denuncia:

– Os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-SC) impuseram aos produtores rurais tantas exigências burocráticas que farão com que eles [nós, faltou ele assumir...] fiquem na ilegalidade...

E ainda mais contundente, acrescenta: “Com essa decisão do Senado, apenas grandes grupos empresariais vão atender às medidas aprovadas”. Primeiro, pelo custo e o quanto onera o produtor. O produtor até 100 hectares tem um custo de todos os relatórios que tem a apresentar quanto aos in-ventários em torno de R$ 25 mil. Em segundo lugar: todos são obrigados a assinar um TAC que já está criminalizado, e se aquelas áreas [de preservação ambiental] não forem recuperadas, as suas proprie-dades já estão confiscadas ou impedidas, completa o seu protesto.

Tudo recomeça e, agora, somente em 2012

Na opinião de João Paulo Cunha (PT-SP), atu-al presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câma-ra, o então relator (atual ministro dos Esportes), Aldo Rebelo (PCdoB-SP) não conseguiu sintetizar os interesses da socieda-de civil, dos ruralistas e dos ambientalistas. Ele reconhece que os peque-nos produtores enfrentam grandes dificuldades, mas

acredita que o texto aprovado no Senado está de acordo com as novas exigências ambientais.

Sempre crítico, o representante goiano disse: “Caso entre em vigor o projeto do Senado, 85 milhões de hectares de terras deixarão de ser produtivas”.

Diante desses protestos e inúmeras outras observações, a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câma-ra vai realizar na próxima terça-feira, dia 13, um debate entre os parlamentares, para comparar o projeto que muda o Código Florestal aprovado na Câmara (em maio) com a nova proposta do Senado. Autor da sugestão, Ronaldo Caiado defende que o tema seja melhor debatido na Câmara. Por isso, não quer pressa na votação da proposta que muda o Código Florestal.

Diante dessa postura dos deputados ruralistas, o presidente Marco Maia (PT-RS) já antevê, se dizen-do realista, adiamento da votação para 2012, apenas prometendo colocá-lo em pauta, de acordo, é claro, com a maioria, nos primeiros meses da 2ª Sessão Legislativa, a ter início a partir de 1º de fevereiro.

O presidente afirmou que a proposta tem muitos pontos polêmicos para serem debatidos em poucas sessões antes do recesso parlamentar, e lembrou que a pauta das sessões extraordinárias do Plenário está trancada para urgência do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do servidor público federal.

Só faltava essa: produtores rurais da Câmara x produtores rurais do Senado

O presidente Marco Maia (PT-RS), ao ouvir os reclamos, não

quis conversa e deve adiar tudo para 2012

Ronaldo Caiado (DEM-GO), “retorna à

liderança ruralista”, mais uma vez demonstrando

invejável coerência

“ ...caso entre em vigor o projeto do Senado, 85 milhões de hectares de terras deixarão

de ser produtivas...

Thereza Lobo

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A assinatura de um convênio entre os governos do Distrito Federal e de Goiás pode ser um caminho para resolver boa parte dos problemas do transporte público de Brasília e de cidades do entorno do Dis-trito Federal. A ideia foi apresentada pelo prefeito de Planaltina de Goiás, José Olinto Neto, durante audi-ência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Olinto Neto afirmou que as empresas que fa-zem o transporte coletivo entre o Distrito Federal e o entorno oferecem o pior e mais precário serviço do Brasil. Para ele, os principais problemas enfrentados pelos usuários são ônibus velhos e sem manutenção, preço da passagem que chega a R$ 4,50 e a falta de benefícios, como o passe estudantil.

O prefeito defendeu a abertura do mercado para que um número maior de empresas passem a ofere-cer o serviço. “Durante 40 anos apenas uma empresa fazia o trajeto Planaltina-Brasília. Recentemente conseguimos colocar outra empresa para prestar o serviço mediante liminar na justiça”, disse.

Flávia Morais (PDT-GO), autora do requerimen-to para realizar o debate, afirmou que ainda hoje vai se reunir com a bancada do estado na Câmara para discutir a minuta do convênio que pode ser firmado entre os governos do Distrito Federal e de Goiás com o objetivo de melhorar o serviço prestado. Ela disse que espera que os parlamentares trabalhem para ajudar num acordo entre os dois governos.

No próximo dia 06 de dezembro haverá outra audiência pública sobre o tema. Desta vez, o assunto será debatido na Comissão de Trabalho, de Admi-nistração e Serviço Público. Dos 3 mil ônibus que fazem o transporte coletivo no Distrito Federal, 2,1 mil ainda operam sem licitação. A informação é do

representante da Secretaria de Transporte do Distrito Federal, Adonis Ribeiro Gonçalves. “Os editais das licitações chegaram a ser lançados, mas o Tribunal de Contas do DF mandou suspender para que o governo reavalie se o modelo que temos hoje, por frota, é melhor ou pior que o modelo de gestão por área. Mas os estudos já estão sendo feitos”, afirmou.

Gonçalves disse ainda que o sistema de trans-porte público do DF atende 1,1 milhão de pessoas todos os dias, destes, 300 mil são de municípios do entorno.

Érika Kokay (PT-DF) enfatizou a situação irre-gular de empresas de transporte público que operam no Distrito Federal e no entorno. Ela disse que existe uma cartelização. Os usuários pagam uma das pas-sagens mais caras do País e recebem um serviço de péssima qualidade. “A frota está sucateada, não há fiscalização. As empresas ganham concessão públi-ca sem licitação, sem qualquer disputa. Temos que moralizar esse serviço. Os usuários são passageiros da agonia”, acusou.

Convênio para melhorar transporte público no DF-GO

Número maior de empresas automaticamente eliminará os condenáveis carteis

Na audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, José Olinto Neto, prefeito de Planaltina de Goiás, disse ter esperança de o Convênio melhorar o caos no transporte.

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Idealizadora do debate, Flávia Morais (PDT-GO), agora quer unir as bancadas do DF e Goiás

Simplesmente, Érica Kokay (PT-DF) sugere se acabar com a condenável carterização das empresas

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“Entendemos bastante conveniente a inclusão de salas de convenções, ins-tituições de ensino, edifícios públicos e salas de espera entre os estabelecimen-tos atingidos pelas medidas propostas”, afirma o relator. “Esperamos, porém, que na regulamentação da lei defina-se de forma mais clara a que tipo de salas de espera ela se refere”, complementa. Britto lembra que, conforme o Regimen-to Comum das duas Casas, ao analisar substitutivo do Senado a projeto da Câ-mara, os deputados só podem suprimir dispositivos.

Conforme a proposta, a quantidade de assentos e áreas especiais não pode-

rá ser inferior a 2% da capacidade de lotação do estabelecimento, em todos os seus ambientes de frequência coletiva. Regulamento definirá as di-mensões das poltronas e cadeiras para as pessoas obesas e os parâmetros de resistência e ergonomia a que devem atender. A área específica para pesso-as com deficiência que utilizem cadeiras de rodas também será definida em regulamento, que po-derá admitir a instalação de assentos removíveis.

Além das áreas para pessoas com deficiência, as casas de diversão pública deverão instalar tablados nivelados, quando isso for necessário para proporcionar boas condições de segurança e visibilidade. A proposta define casas de diver-são como aquelas que apresentam espetáculos culturais, artísticos ou desportivos, ou qualquer outro entretenimento, de caráter permanente ou transitório.

O texto determina multa de 2% do faturamen-to médio mensal para os estabelecimentos que infringirem as normas, valor que será dobrado em caso de reincidência. As multas só poderão ser aplicadas 180 dias após a publicação da lei.

Caso não seja possível determinar o fatura-mento médio mensal, ou caso não haja faturamen-to, o valor da multa será estabelecido pela autori-dade administrativa responsável pela fiscalização ou pela autoridade judiciária competente.

Obrigatoriedade existência de assentos para obesos e de áreas espe-cíficas para pessoas com deficiência em casas de diversão pública, salas de convenções, instituições de ensino, edifícios públicos e salas de espera, aprovada na Comissão de Desenvol-vimento Urbano. O objetivo é facilitar a locomoção dessas pessoas e a sua permanência nesses estabelecimentos.

O texto aprovado é o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 231/03, do ex-deputado Bernardo Ariston, que recebeu parecer favorável do relator, Roberto Britto (PP-BA). O projeto já foi aprovado pela Câmara e foi modi-ficado pelo Senado, e agora retorna para análise dos deputados. O texto aprovado inicialmente na Câmara estabelecia a obrigação apenas para as casas de diversão pública.

Exigência de assentos para obesos e espaço para deficientes

A quantidade não poderá ser inferior a 2% da capacidade na lotação

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Projeto já aprovado na Câmara, substitutivo do

Senado, recomendado por Roberto Brito (PP-BA)

“ ...além das áreas para pessoas com

deficiência, as casas de diversão pública deverão

instalar tablados nivelados, quando isso for necessário

para proporcionar boas condições de segurança e

visibilidade...

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A comissão terá, a partir de agora, 60 dias para investigar o caso. Se-gundo o parecer de Sam-paio, aprovado pela comis-são, serão encaminhados ofícios com pedidos de in-formações sobre a legis-lação aplicada ao caso e sobre seu cumprimento por diversas instituições. Entre elas, a Federação Nacional de Saúde Suplementar,

a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, a Unimed Rio, a Unimed Paulistana, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, a Associação dos Magis-trados do Brasil, a Associação Paulista de Medicina e a Associação Nacional das Administradoras de Benefícios. Na resposta ao documento, as institui-ções poderão propor mudanças na legislação atual que resultem em melhorias no atendimento aos consumidores dos planos de saúde. Dependendo das respostas encaminhadas pelas instituições, a Comissão de Defesa do Consumidor poderá tomar outras providências em relação ao caso.

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tor, Danilo Forte (PMDB-CE), favorável à constitucionalida-de e juridicidade do projeto. A doença, que pode causar inúmeras complicações como cegueira, insuficiência renal e amputações, atinge cerca de 11 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. Segundo Forte, a proposta concretiza o direito constitucional à saúde, ao oferecer alimentação ade-quada a diabéticos. O projeto

perdeu seu caráter conclusivo por ter sido aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família e rejei-tado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. Por isto, ele segue agora para o Plenário da Câmara.

Proposta que sugere a fiscalização das atividades de regulação e fiscalização dos planos de saúde priva-dos por parte da Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS), aprovada na Comissão de Defesa do Consumidor. A medida está prevista na Proposta de Fiscalização e Controle 41/11, de Roberto Santia-go (PSD- SP), cujo objetivo é identificar as razões para a demora na auto-rização de exames, cirurgias e consultas pelas operadoras de planos de saúde. Santiago explicou que boa parte dos 45 milhões de contratantes dos planos no Brasil enfrenta dificuldades para o agendamento de procedimentos. “Muitas vezes há risco de morte do paciente e o fato é solenemente ignorado pela operadora”, alertou.

O relator na Comissão de Defesa do Consu-midor, Carlos Sampaio (PSDB-SP), recomendou a aprovação da proposta de fiscalização na ANS. A iniciativa da comissão, segundo ele, vai ajudar a proteger os usuários de planos de saúde

Projeto de Lei 1471/07, de Gilmar Machado (PT- MG), determinando que hotéis e estabelecimentos similares que sirvam re-feições ofereçam opção de alimentação adequada para diabéticos., aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O cardápio especial deve abranger refeições, sobre-mesas e bebidas.

A proposta determina à vigilância sanitária competente que fiscalize o cumpri-mento da obrigação e, caso a lei não esteja sendo cum-prida, submeta o infrator às punições de advertência, multa no valor de R$ 2 mil a R$ 10 mil; ou interdição do estabelecimento. A CCJ aprovou parecer do rela-

Hotéis com comida especial para diabético

Caberá à vigilância sanitária fiscalizar o seu cumprimento

Preocupação de Gilmar Machado (PT-MG) com cerca de 11 milhões de brasileiros

Parecer de Danilo Forte (PMDB-CE) pela constitucionalidade e jurisdicidade

Demora na autorização de exame, uma das exigências de Roberto Santiago (PSD-SP)

Carlos Sampaio (PSDB-SP) recomendou a fiscalização da proposta na ANS

Fiscalização de planos de saúde pela ANS

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cente adesão da América do Norte, da União Eu-ropeia e do Japão ao uso de biocombustíveis. Disse ainda que, em um curto espaço de tempo, o etanol e o biodiesel poderão vir a ser importantes commodities.

Ele lembrou ainda que o estado do Rio de Janeiro dispõe de uma concentra-ção de recursos naturais

favoráveis à instalação e ampliação de unidades de produção de biocombustíveis. No passado, a região norte fluminense já foi importante centro sucroalcooleiro.

O projeto, de caráter conclusivo, será analisado agora pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

temos uma longa história [de ditadura], a ilação ime-diata é de que tudo aquilo vai ser empregado interna-mente”, disse. “Acho que não será assim na prática.”

Na audiência – re-alizada pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; e de Direitos Humanos e Mino-rias – o ministro tratou da situação orçamentária das

Forças Armadas. Amorim disse que vai reunir, em dezembro, todos os setores da Defesa para identificar as prioridades. Segundo ele, o problema principal hoje é a descontinuidade dos recursos. Esse seria o motivo de atraso em projetos que exigem equipes especializadas, como a construção do submarino nuclear e do lançador de foguetes de Alcântara.

O ministro ainda defendeu a revisão dos salários de militares. Ele apontou que um segundo-tenente, oficial em início de carreira, ganha cerca de R$ 6 mil, menos que várias carreiras de Estado. De acordo com o ministro, vários engenheiros estariam deixando as Forças Armadas em razão dos baixos salários.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou, em audiência pública, que determinou a revisão dos manuais de contrainteligên-cia do Exército e da Marinha para adequar a linguagem utilizada nos textos. Ele considera os serviços de contrainteligência “absolu-tamente necessários”, mas defende a separação entre as ações internas e externas.

Ivan Valente (PSol-SP) disse que o documento lembra a ditadura militar. "A audiência colocou um freio nesta lógica do ataque aos movimentos legí-timos sociais como papel das Forças Armadas. As Forças Armadas não têm esse papel. O papel delas é constitucional. O papel de repressão é da polícia. Essa contraespionagem permanente para localizar o 'inimigo interno' viola o Estado de direito".

Amorim disse que o problema é mais de voca-bulário e de acrescentar referências ao cumprimen-to das instruções de acordo com as leis em vigor. "Grande parte do que se encontra ali é direcionado à espionagem, que pode ser estrangeira. Mas como nós

Projeto de Lei 2454/07, de Dr. Paulo César (PSD- RJ), que autoriza o Porto de Forno, no município de Arraial do Cabo (RJ), a ser importador e exportador de biocombustíveis, aprovado na Comissão de Minas e Energia.

O relator, Dr. Aluizio (PV-RJ), apresentou pare-cer pela aprovação da pro-posta. “Diante da possibilidade do aquecimento global, com impactos negativos sobre o clima, e do esgotamento das reservas convencionais de petróleo, é fundamental a construção de termi-nais portuários que viabilizem a importação e a exportação de biocombustíveis”, disse. O autor do projeto informou que existe hoje uma cres-

Porto de Arraial do Cabo paraexportar biocombustíveis

O Rio de Janeiro dispõe de uma concentração de recusos naturais

A autoria é de Dr. Paulo César (PSD-RJ)

A relatoria favorável é de Dr. Aluísio (PV-RJ)

Para Ivan Valente (PSol-SP), o documento lembra a ditadura militar

Celso Amorim também pediu aumento nos vencimentos dos militares

Revisão de manuais de contrainteligência

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serviços de telefonia móvel a fornecer, em até quatro horas, informações sobre a localização de celular de pes-soa desaparecida. O prazo é reduzido para uma hora caso trate-se do desaparecimento de crianças ou adolescentes.

O relator observou que a tecnologia atual permite o fornecimento das infor-mações no prazo de duas horas, o qual preferiu adotar

uniformemente. Mendes também substituiu o ter-mo “requerimento” por “requisição”. Neste caso, a operadora não poderá negar a informação alegando impossibilidade técnica como previa o texto original.

“Trata-se de uma iniciativa de ordem e interesse público, não devendo ficar ao alvedrio da empresa operadora de telefonia aquilatar da conveniência ou oportunidade de atendimento”, defendeu. A proposta ainda será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e In-formática; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

futuras gerações”. A Cons-tituição garante ainda a proteção de “fauna e flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecoló-gica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”.

A Lei, por sua vez, Decreto nº 3.607, de 2000, que dispõe sobre a imple-mentação da Convenção sobre Comércio Interna-

cional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES. O documento estabelece os procedimentos necessários à exportação e impor-tação destes animais. A sobrevivência da espécie, a necessidade de o transporte não causar danos a seus espécimes, entre outras condições, são analisadas pelo órgão ambiental antes da concessão da licença.

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimen-to Sustentável aprovou, por unanimidade, o projeto de lei nº 5956/09) que proíbe o abate da chinchila para o comércio de sua pele no Brasil. O colegiado apro-vou o parecer de Rebecca Garcia (PP-AM) favorável ao projeto de autoria de Ricardo Tripoli (PSDB-SP).

Rebecca usou dispo-sitivos constitucionais e de convenções internacionais para embasar seu parecer. O artigo 225 da Constituição diz, em seu parágrafo 1º, inciso VII, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o de-ver de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e

Aprovada na Comis-são de Segurança Pública e Combate ao Crime Orga-nizado proposta que obriga a prestadora de serviços de telefonia móvel a fornecer, em até duas horas, informa-ções sobre a localização do celular de pessoa desapare-cida. A requisição poderá ser formulada pelo delegado de polícia ou pelo juiz e deverá conter a descrição precisa dos fatos investigados, cópia do registro oficial do de-saparecimento, e o código de acesso da estação mó-vel a ser localizada. Caso a requisição da localização do celular tenha sido feita pelo delegado, ele deverá informar ao juiz acerca dos dados fornecidos, no pra-zo de 24 horas. A operadora que não cumprir o prazo estipulado pagará multa de R$ 10 mil por infração.

As determinações estão previstas no Projeto de Lei 891/11, de Antônio Bulhões (PRB-SP), apro-vado com emenda do relator, Lourival Mendes (PTdoB-MA). O texto original obriga a prestadora de

Operadora obrigada a localizarcelular de desaparecido

O delegado deverá informar ao juiz acerca dos dados fornecidos

Antônio Bulhões (PRB-SP) propusera o prazo de 4 horas

O relator Lourival Mendes (PTdoB-MA) diminuiu para 2 horas

Como relatora, Rebecca Garcia (PP-AM), totalmente favorável à proibição

Ricardo Trípoli (PSDB-SP) é o autor dessa proposição, aprovada por unanimidade

Proibido o abate da chinchila para venda de pele

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de educação oficiais ou reconhecidas pelo governo federal;

- os portadores de diplomas de nível superior em História, expedidos por escolas estrangeiras, reconhe-cidas pelas leis de seu país e que revalidarem seus diplomas de acor-do com a legislação em vigor;

- os diplomados em cursos de mestrado ou de doutorado em História, devidamente reconhecidos;

- os que, na data da entrada em vigor desta lei, tenham exer-cido, comprovadamen-te, durante o período mínimo de cinco anos, a função de historia-dor.

Para exercerem as funções relativas ao

magistério em História, os profissionais deverão comprovar formação pedagógica exigida em lei.

A proposta também define as atividades e funções dos historiadores, entre elas:

- planejar, organizar, implantar e dirigir ser-viços de pesquisa histórica, de documentação e informação histórica;

- planejar o exercício da atividade do magis-tério, na educação básica e superior, em suas dimensões de ensino e pesquisa;

- elaborar critérios de avaliação e seleção de documentos para fins de preservação;

- elaborar pareceres, relatórios, planos, proje-tos, laudos e trabalhos sobre assuntos históricos;

- assessorar instituições responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural (museus, arquivos, bibliotecas).

A matéria segue para a análise, em caráter conclusivo, da Comissão de Constituição e Jus-tiça e de Cidadania.

A Comissão de Tra-balho, de Administra-ção e Serviço Público aprovou proposta que regulamenta o exercício da profissão de histo-riador. De acordo com a proposição, historiador é o profissional respon-sável pela realização de análises, de pesquisas e de estudos relacio-nados à compreensão do processo histórico e pelo ensino da História nos diversos níveis da educação.

O texto aprovado é o Projeto de Lei 7321/06, Jovair Arantes (PTB-GO), que tramita apensado ao PL 3759/04, do ex-deputado Wilson Santos. A relatora Alice Portugal (PCdoB-BA), recomendou a aprovação do projeto apensado, com emenda, e a rejeição do projeto principal. Segundo ela, os projetos regulam a matéria em termos análogos, mas o PL 7321/06 não obriga o Poder Executi-vo a criar conselho de fiscalização do exercício profissional, como faz o PL 3579/04 – o que é inconstitucional. “Tais conselhos são considera-dos autarquias especiais e só podem ser criados por meio de lei de iniciativa do Presidente da República”, explica.

O PL 7321/06 prevê, porém, a inscrição do historiador em conselho de fiscalização do exer-cício profissional. A emenda da relatora retira essa previsão.

Segundo o projeto, poderão exercer a profis-são de historiador no País:

- quem tiver diploma de nível superior em História, expedido no Brasil, por instituições

Regulamentação da profissão de historiador

Responsável por analisar pesquisas e estudos nos diversos níveis

É de Jovair Arantes (PTB-GO) o novo PL 7321/06, agora aprovado

A relatora Alice Portugal, (PCdoB-BA), apresentou parecer favorável

O ex-deputado Wilson Santos (PSDB-MT) é o autor do original PL 3759/04

“ ...o PL 7321/06 prevê,

porém, a inscrição do historiador em conselho de fiscalização do

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O objetivo do projeto é levar alunos do ensino fundamental de todo o País para conhecer a his-tória, a arquitetura e os principais monumentos da capital da República. Essas visitas terão dura-ção de três a cinco dias e ocorrerão durante as férias de meio de ano. O roteiro da viagem incluirá visitas ao Palácio do Pla-

nalto, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congres-so Nacional. Segundo o projeto, os ministérios da Educação e do Turismo serão responsáveis pelo programa, mas poderão fazer parcerias com organizações privadas para a implementação do Jovem Cidadão.

O projeto tramita em caráter conclusivo, já foi aprovado pela Comissão de Turismo e Des-porto e ainda será examinado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Uma indicação ao Executivo sugerindo a cria-ção do Programa Jovem Cidadão, voltado para a promoção do turismo cí-vico em Brasília, obteve aprovação na Comissão de Educação e Cultura. E teve como base o Projeto de Lei 6723/10, de Lincoln Portela (PR-MG), que trata do mesmo assunto e foi re-jeitado pela comissão, que o considerou inconstitucional por se tratar de matéria de competência exclusiva do Executivo.

Como relator, Ariosto Holanda (PSB-CE), apre-sentou parecer pela rejeição do projeto e encaminha-mento da indicação. “Além de atribuir ao Ministério da Educação e ao do Turismo a responsabilidade sobre a implantação do referido programa, estabelece detalhes de seu funcionamento (como o roteiro das visitas, o período de realização das viagens ou a forma de seleção dos participantes) que caberia aos órgãos gestores definir”, disse o deputado.

Programa de turismo cívico em Brasília

O roteiro, entre outros, incluirá o Congresso, Palácio do Planalto e o Itamaraty

Essa indicação teve como base o Projeto de Lei 6723/10 de autoria de Lincoln Portela (PR-MG)

O parecer pela rejeição, po- rém com encaminhamento da indicação, é de Ariosto Holanda (PSB-CE)

ção chegarão diretamente a quem se destinam – e apenas a eles”, completou. O texto aprovado manteve os demais itens da pro-posta, segundo a qual os estabelecimentos deverão fornecer, no mínimo, um preservativo por casal, que poderá optar por modelos masculinos ou femininos. O texto estabelece que a forma e o conteúdo dos fo-

lhetos educativos serão definidos em regulamento. O descumprimento das normas configurará infração à legislação sanitária federal e poderá provocar, em úl-timo caso, o cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento, além de multa. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será ainda analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A Comissão de Turismo e Desporto aprovou, com uma emenda, o Projeto de Lei 1272/11, do Senado, que obriga hotéis, motéis, pousadas, pen-sões e estabelecimentos similares a fornecer a seus clientes, gratuitamente, preservativos e folhetos edu-cativos sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A emenda aprovada na comissão, de autoria do próprio relator, Jonas Donizette (PSB-SP), deter-mina que preservativos e folhetos educativos fiquem à disposição dos hóspedes no balcão ou na cabine de recepção dos estabelecimentos. O texto original da proposta não define o local onde os objetos seriam disponibilizados.

“Não nos parece apropriado que os preservati-vos e os folhetos estejam disponíveis nas unidades de habitação”, argumenta o relator. Segundo ele, o acesso desimpedido e não solicitado a objetos de cunho sexual poderia causar embaraços a pais ou acompanhantes de crianças pequenas, a idosos ou a fieis de algumas religiões. “É uma garantia de que os instrumentos de prevenção e de informa-

Esse projeto é oriundo do Senado e foi relatado por Jonas Donizette (PSB-SP)

Distribuição de preservativos em hotéis

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precisam de permissão do Estado. Na opinião do o presidente da Confederação Brasileira das Associa-ções e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento (Brastece), Virgílio Villefort, a Lei de Licitações (8.666/93) não deve ser aplicada a esses casos, pois não leva em consideração as peculiaridades desse tipo de comércio.

O Projeto de Lei 174/11 permite a dispensa de licitação para uso de imóveis em centrais de abas-tecimento integrantes do Plahhort; mas impõe ao governo federal o dever de estabelecer regras espe-cíficas para a seleção dos operadores de mercado e demais usuários das Ceasas. Segundo o gerente do Programa Modernização das Centrais de Hor-tigranjeiros da Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura, Newton Araújo, a possibilidade de perder o posto de venda faz com que os empresários deixem de investir na manutenção de seus equipamentos e instalações.

O presidente da Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento, João Alberto Paixão, lembrou que no final da década de 80 as Ceasas perderam força. “O País passava por uma crise econômica muito séria e abandonou as Centrais de Abastecimento. Hoje o governo tem se preocupado muito com a segurança alimentar e retomou essa discussão. Somos um sistema que gera mais de 200 mil empregos diretos no País. Mais de 90% da popu-lação brasileira é alimentada por hortaliças e frutas que passam pelas Centrais de Abastecimento”.

O projeto do Planhort determina ainda o esta-belecimento de diretrizes para conservação, clas-sificação, padronização e certificação de produtos, além de rastreamento até a origem.

As Centrais de Abastecimento (Ceasas) estão sucateadas e um novo marco legal será necessário para garantir a segurança alimentar da população brasileira. A conclusão é de participantes de audi-ência pública na Comissão de Seguridade Social e Família sobre o projeto (PL 174/11), de Weliton Prado (PT-MG), que institui o Plano Nacional de Abastecimento de Hortigranjeiros (Planhort).

A proposta cria novas regras para modernizar o sistema que vai desde a produção até o consumo de frutas, verduras e hortaliças, passando pelas centrais de abastecimento. O projeto também ins-titui um sistema de rastreabilidade para garantir oferta maior e qualidade de hortigranjeiros na mesa do consumidor.

O sistema de rastreabilidade seria semelhante ao que já existe na criação de gado para mostrar ao consumidor de onde vêm e como são produzidas também as frutas, legumes e verduras. O chefe da Divisão de Horticultura do Ministério da Agricul-tura, Marcus Vinícius de Miranda Martins, afir-mou que é possível introduzir várias informações na etiqueta, no rótulo ou no selo do produto. “E dentro dessas informações está o uso ou não de agrotóxicos”.

O relator do PL 174/11, Padre João (PT-MG), considera importante a rastreabilidade para haver o controle do agrotóxico, para se saber quem está usando além [do permitido] ou quem está usando produtos que já são proibidos no Brasil”.

Um dos itens da legislação que precisam ser reformulados, de acordo com os participantes, é a licitação de pontos de venda nas Ceasas. Como esses entrepostos são públicos, os empresários

O PL 174/11, instituindo o Plano Nacional de Abastecimento de Hortigrangeiros (Planhort) é de autoria de Weliton Prado (PT-MG), tendo como relator Padre João (PT-MG). Neste registro da audiência pública, realizada na Comissão de Seguridade Social e Família, ainda se manifestaram: Marcus Vinicius de Miranda Martins (chefe da Divisão de Horticultura do Ministério da Agricultura), Virgílio Villefort (presidente da Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento), Newton Araújo (gerente do Programa Modernização das Centrais de Hortigrangeiros da Companhia Nacional de Abastecimento, do Ministério da Agricultura) e João Alberto Paixão, presidente da Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento

Reclamação por marco legal para revitalizar Ceasas

Proposta cria novas regras para modernizar o sistema, da produção ao consumo

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LEGISLAçãO

Empresa de um único sócio Foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 12 de novembro, a Lei nº 12.441, que cria a empresa individual de respon-sabilidade limitada (Eireli). Com isso, a partir de janeiro próximo, será permitida a abertura de empresa constituída por uma única pessoa, desde que o capital integralizado seja superior a 100 salá-rios mínimos (R$ 54,5 mil em valores atuais). A medida autoriza o empreendedor a constituir somente uma empresa desse tipo. Prevê, ainda, a transformação de outras modalidades societárias em Eireli, por meio da concentração das quotas do capital social em um único sócio. O dispositivo que blindava os bens pessoais do empresário foi vetado por contrariar o interesse público. Segundo o texto original, apenas o patrimônio social da empresa responderia pelas dívidas da empresa individual, “não se confundindo em qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui”. Como justificativa, a presidenta Dilma Rousseff argumentou que o uso da expressão “em qualquer situação” poderia gerar divergências quanto à aplica-ção das hipóteses gerais de desconsideração da personalidade jurídica, previstas no Có-digo Civil.

Dilma Rousseff discorda da expressão “em qualquer situação”...

INOvAçãO

L’Oréal, entre as empresas mais inovadoras do mundo A L’Oréal, líder mundial em beleza, foi eleita uma das 100 empresas mais inovadoras do mundo, segundo lista da Thomson Reuters, uma das principais fontes de informação de Negócios do mundo. A Thomson Reuters 2011 Top 100 Global Innovators foi desenvolvida por meio de uma metodologia que mede o nível de inovação de diversas empresas a partir de uma perspectiva científica e imparcial, através da análise

de dados de patentes publicados entre 2005 e 2010, considerando o número de patentes inovadoras reconhecidas, o sucesso na obtenção de novas patentes, o alcance global das patentes e sua influência, medida através da quantidade de vezes que uma patente foi citada por outras companhias. A cada ano, a L’Oréal desenvolve mais de 7 mil fórmulas. Somente em 2010, o grupo investiu 665 milhões de euros em Pesquisa & Inovação e registrou um total de 612 novas patentes. O prêmio cer-tifica empresas comprometidas com a continuidade dos processos de inovação, contribuindo para o futuro. Entre as companhias citadas na listagem estão ainda Sony, Samsung, Apple, entre outras.

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Flávio [email protected]: Telmo Ximenes

A cada ano, a L`Oreal desenvolve mais de 7 mil fórmulas

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MERCADO

Em franco crescimento Dados da Associação Brasileira da Indús-tria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) revelam que o consumo de perfumes, cosméticos e produtos de higiene deve crescer cerca de 5% ao ano em volume até 2015. Em valor, a expectativa é que os negócios do setor cresçam ao ritmo deflacionado de dois dígitos, passando de R$ 27,3 bilhões, em 2010, para R$ 50 bilhões, em 2015, sem considerar impostos e a margem de lucro do comércio.

TECNOLOGIA

Número de usuários ativos cresce na Internet A Ibope Nielsen divulgou recentemente que o Brasil cresceu em 14% nos usuários ativos de internet, em relação com o mesmo período do ano passado. Com este resultado, o país ultrapassa mercados como Alemanha, França e Reino Unido, atrás apenas de Japão e Estados Unidos. No mes-mo levantamento, o principal crescimento ocorreu nas residências. Entre setembro de 2009 e 2011, o número de pessoas que utilizam a rede aumentou em 37%. Até o final do terceiro trimestre, estima--se que aproximadamente 78 milhões de usuários usufruam da internet, seja em casa, trabalho ou escola. De acordo com Flávio Horta, diretor da Di-gitalks, empresa de eventos em marketing digital, o crescimento vai ao encontro da previsão feita no início do ano, que estimava chegar a 80 milhões de usuários no país. “Muitos fatores contribuem para este aumento, como o barateamento dos equipamentos de informática, e a inclusão digital

da nova classe C. Para o próximo ano, devemos ter um avanço ainda maior em compa-ração com 2011”, afirma o executivo.

Flávio Horta, diretor da Digitalks, empre-sa de eventos em marketing digital

Clube UOL lança ferramenta de geolocalização Imagine que você está na rua decidindo qual é o programa de sábado à noite. Basta sacar o ce-lular para ver, de onde estiver, os estabelecimentos com os melhores descontos da cidade. O Clube UOL acaba de lançar –- para seus assinantes – a ferramenta de geolocalização para web e para mobile. A novidade busca estabelecimentos que possuem descontos especiais para quem faz parte do Clube UOL, a partir do local em que o usuário está. Também é possível colocar outro endereço e procurar os melhores locais em outros pontos da cidade. Para consultar, basta acessar o Clube UOL no endereço www.clube.uol.com.br.

PROMOçãO

Natal Turbinado A Itautec pode lhe dar um grande presen-te neste Natal. A cada compra de produtos da marca no vare-jo, o consumi-dor concorre a um Uno 0 Km tunado com o melhor da tec-nologia digital. Para concorrer, basta comprar qualquer produto de computação Itautec nas lojas de varejo participantes da campanha, entre os dias 20 de novembro e 30 de dezembro, e cadastrar a nota fiscal no site da promoção. A dinâmica do concurso é simples: a cada computador Itautec comprado, o cliente ganha um número para con-correr ao sorteio que acontece no dia 4 de janeiro de 2012, pela Loteria Federal. No site www.natal-turbinadoitautec.com.br, é possível encontrar mais informações sobre a promoção e o prêmio.

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O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, ouvido em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turis-mo, manifestou otimismo quanto ao potencial das alternativas ao petróleo no Brasil, com ênfase no biodiesel, mas ressaltou que as novas oportunida-des energéticas exigem capacitação, planejamento e fortes investimentos.

– O Brasil tem um outro pré-sal a partir das nossas energias renováveis As energias renováveis necessitam de um programa gêmeo do pré-sal.

Nós temos condição de fazer essa produção como nenhum país tem.

Nós temos tecnologia, capital, qualidade, capa-cidade de trabalho e mercado - afirmou.

O maior destaque positivo, para Miguel Rosset-to, foi o "crescimento extraordinário" do Programa Nacional de Biodiesel, que oferece incentivos à pro-dução de oleaginosas e estabelece um percentual de mistura de óleo vegetal no diesel de petróleo. Em seus cálculos, em quatro anos de vigência, o programa excedeu todas as metas estabelecidas e tornou o Bra-sil o segundo maior produtor mundial de biodiesel. Rossetto assinalou a importância do biodiesel para "dinamizar" a produção agrícola brasileira e promover a inclusão social, estimulando a agricultura familiar.

E explicou que, desde sua concepção, o Progra-ma Nacional de Biodiesel tem como meta a descen-tralização da produção, favorecendo regiões pobres. Porém, a produtividade dos pequenos agricultores na Região Sul continua sendo sensivelmente maior

que no Nordeste. Entre ou-tros fatores, o aumento da produtividade depende de pesquisa em torno da pro-dução de oleaginosas, mas os estudos no setor ficaram parados por muito tempo. Rossetto acredita que o Brasil tem um "espaço importante" para exportar mais biodiesel.

Lídice da Mata (PSB- BA), autora do requerimento da audiência, destacou a integração da produção de biocombustível à economia

regional e pediu ação parlamentar pelo estímulo fiscal à diversificação de oleaginosas, considerando que a legislação atual acaba sendo muito favorável à soja. Já José Pimentel (PT-CE), que destacou a importância da Petrobras, classificou o programa como "grande porta de saída do Bolsa Família" no semiárido nordestino e resposta brasileira às ques-tões climáticas que preocupam o mundo.

Por sua vez, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) sugeriu que o programa contemple a Amazônia ocidental, mencionando a importância da produção de oleaginosas na regiãor. Benedito de Lira (PP-AL), presidente da CDR, criticou a irregularidade na oferta de etanol, lamentando a baixa capacidade de produção, e pediu à Petrobras mais investimento em combustíveis de origem vegetal.

“Outro pré-sal" com energias renováveis

Presidente da Petrobras Biocombustíveis destaca “crescimento extraordinário”

Autora do requerimento da audiência pública, Lídice da Mata (PSB-BA), na primeira fileira, se disse satisfeita com mais essa descoberta energética brasileira, também apoiada, entre outros senadores, por José Pimentel (PT-CE), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Benedito de Lira (PP-AL), este também presidente da Comissão

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Miguel Rossetto, presi-dente da Petrobras Bio-combustíveis, registra mais essa potencialidade brasileira

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As empresas tam-bém contribuem para o sistema Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), conforme obser-vou o representante de Mato Grosso, baseado em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). O sistema arrecadou, em 2010, R$ 12,8 bilhões. O relatório também afirma que há falta de controle e transparência dos gastos realizados pelas institui-ções beneficiárias.

– A contribuição para o Incra de 0,2% sobre a folha de salários devida pelas empresas em geral é de fato uma anomalia que deveria ser extinta.

A proposta é de fato meritória e vai ao encontro da necessidade de desonerar a folha de salários e reduzir o "custo Brasil" – disse Jayme Campos, ao acrescentar que a grande maioria das empre-sas sem relação com a agricultura e pecuária já está associada a setores pertinentes a sua área de atuação.

O relator alertou que outra contribuição para o Incra, esta de 2,5% sobre a soma da folha mensal dos empregados e cobrada apenas das empresas do setor agropecuário, não será extinta, uma vez que é devida pelo segmento da economia direta-mente envolvido com a finalidade e destinação da contribuição.

Essa contribuição incide sobre as indústrias de cana-de-açúcar, laticínios, beneficiamento de chá e de mate; uva; extração e beneficiamento de café, extração de madeira para serraria, de resina, lenha e de carvão vegetal; matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies e charqueadas.

O projeto segue para a Comissão de As-suntos Econômicos, onde será votado de forma terminativa.

Aprovado na Comis-são de Agricultura e Refor-ma Agrária (CRA) projeto de lei (PLS 467/2011) do então senador Ataídes Oliveira ( PSDB -TO), que visa extinguir a Con-tribuição para o Institu-to Nacional de Coloni-zação e Reforma Agrária (Incra). A contribuição, paga por todas as empre-sas, corresponde a 0,2% sobre a folha salarial e foi criada na instituição do Serviço Social Rural (lei 2.613/1955 e consolidada pelo decreto-lei 1.146/1970).

Segundo dados do Sistema Integrado de Ad-ministração Financeira do Governo Federal (Siafi), destacou o relator Jayme Campos (DEM-MT) a ar-recadação dessa contribuição foi de R$ 680 milhões em 2009 e R$ 767,7 milhões em 2010. Até setembro de 2011 foram arrecadados R$ 662,6 milhões e a previsão é de que atinja R$ 916,4 milhões até o final do ano.

Empresas podem deixar de pagar contribuição ao Incra

Jayme Campos (DEM-MT) recomendou a aprovação baseado em relatório do TCU

O então senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) foi o autor dessa proposta de extinção

Pode desonerar a folha de salários e reduzir o "Custo Brasil"

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“ ...a contribuição para o Incra de 0,2% sobre a

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uma anomalia que deveria ser extinta... ”

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sidente Dilma Rousseff. Segundo ela, há um ano os representantes indígenas tentam sem sucesso ser recebidos pela presidente.

– Pelo menos Lula teve a dignidade de nos ouvir. Mas a presidente Dilma faz de conta que não existimos. Para fazer Copa do Mundo, o governo tem dinheiro; mas para demar-car nossas terras, não. Não queremos nada além do

que é nosso direito. O Brasil deveria se orgulhar da diversidade cultural dos mais de 230 povos indíge-nas no País – lamentou.

A propósito, Marinor Brito (PSol-PA) denunciou as constantes ameaças de morte sofridas por caci-ques, principalmente no Oeste do Pará, e acusou o governo federal de negligência no processo de demarcação de terras.

Funai e Ibama se transformaram em meros carimbadores de projetos econômicos exploratórios, criticou.

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Constantes ameaças de morte sofridas por caciques, denunciadas por Marinor Brito (PSol-PA)

A Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cida-dania aprovou em decisão terminativa, projeto de lei da Câmara (PLC 168/10) que cria dois cargos em co-missão para o gabinete do quarto Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU): um de oficial de gabinete e outro de assistente.

A medida se justifica-ria – conforme argumen-tou o relator Vital do Rêgo (PMDB-PB), no parecer favorável ao projeto - pela necessidade de compor o quadro de pessoal do quarto Auditor do TCU, cargo criado pela Lei 11.854/08. O Orçamento de 2011 já teria previsto, inclusive, R$ 269 mil para custear as despesas com as duas novas funções comissionadas.

Se a criação dessas duas funções não gerou dúvidas, o mesmo não se deu com emenda do rela-tor alterando a denominação do cargo de Auditor do TCU para Ministro-Substituto. Segundo explicou Vital do Rêgo no parecer, o Auditor do TCU tem a missão constitucional de substituir os ministros da Corte, presidindo processos e relatando-os com proposta de decisão.

"Os Auditores (Ministros-Substitutos) exercem a judicatura com autonomia e independência, presi-dem a instrução de processos, relatam processos de controle externo perante as Câmaras e o Plenário do TCU e decidem monocraticamente, são nomeados pelo Presidente da República, devem preencher os mesmos requisitos dos Ministros para a assunção dos cargos, são regidos pela Lei Orgânica da Ma-gistratura, substituem os Ministros e; quando não estão em substituição, exercem a judicatura com as mesmas prerrogativas dos desembargadores federais", detalhou ainda o relator.

Aprovada criação de dois cargos para o TCU

Os auditores são também ministros-substitutos

A medida se justifica, argumenta o relator Vital do Rego (PMDB-PB)

Organizações indígenas e indigenistas apresen-taram à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, um manifesto público com duras crí-ticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. Eles reclamam que uma série de medidas do Executivo vem restringido direitos garantidos aos povos indíge-nas pela Constituição. Uma delas é a Portaria 419, editada em outubro passado, para regulamentar a atuação da Funai e da Fundação Cultural Palmares (FCP) em relação à elaboração de pareceres desti-nados a processos de licenciamento ambiental em áreas ocupadas pelos nativos.

De acordo com o documento, a portaria teve o intuito unicamente de facilitar a execução de gran-des empreendimentos econômicos e de engessar pareceres de órgãos ambientais competentes.

– O governo tem feito vista grossa à agressão sofrida pelos índios, mas o Ministério Público Fede-ral não se omitirá e vai questionar essa portaria na Justiça – afirmou Kleber Karipuwa, representante da Coordenação Indígena da Amazônia Brasileira (Coiab).

A representante da Comissão Nacional Permanente da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), Rosane de Mattos, também criticou a pre-

Indígenas reclamam pela invasão de suas terras

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Também Lobão Filho (PMDB-MA) afirma em seu relatório, lido por Blai-ro Maggi (PR-MT), que a exigência de unanimidade para aprovar ou ratificar convênios é o que impede a formulação e execução de política tributária pelos es-tados. O relator ressaltou que é impossível ajustar políticas uniformes que atendam a todas as uni-dades da federação, uma vez que o Brasil é um país heterogêneo.

A nossa Constituição atribui ao Confaz o papel de deliberar sobre concessão de incenti-vos fiscais em ICMS, enfatiza o representante maranhense. No entanto, não estabelece ritos nem quorum para suas decisões, o que é feito por lei complementar. Na avaliação do senador, o Confaz tem a possibilidade de fazer a reforma tributária que o Congresso não consegue realizar. No Parlamento, disse Blairo Maggi, não é possí-vel realizar muitas mudanças, pois há pressões e os interesses se sobrepõem. A proposta, em sua opinião, vai gerar transformação na política econômica do país.

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) poderá passar a aprovar concessão e revogação de benefícios fiscais relativos ao ICMS por maioria qualificada de três quintos. A atual legislação exige que as concessões sejam decididas por unanimidade das unidades da fe-deração e as revogações por maioria de quatro quintos delas.

O projeto de lei de Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que flexibiliza as decisões do Confaz (PLS 240/06 – complementar) foi aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Agora, a proposta – que altera a lei que trata dos convênios para a concessão de isenções do ICMS (Lei complementar 24/75) – será encaminha à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

No projeto original, Flexa Ribeiro sugeriu que as decisões fossem tomadas por quatro quin-tos do colegiado, mas emenda de Lúcia Vânia (PSDB-GO) fixou a maioria de três quintos tanto para as concessões como para revogações de benefícios fiscais.

O representante tucano paraense disse que "a ditadura da minoria" impede que especialmente os estados menos desenvolvidos sejam beneficiados com incentivos fiscais.

– Basta um estado não concordar e nada é feito. Tudo que era proposto em relação aos estados menos desenvolvidos eram considerados inconstitucionais – ressaltou o autor do projeto.

Concessão de incentivos fiscais por parte do Confaz Hoje, basta um estado não concordar e nada será feito

O projeto de Flexa Ribeiro (PSDB-PA) flexibiliza as decisões do Confaz

Emenda de Lúcia Vânia (PSDB-GO) fixou maioria de 3 quintos para variadas pretensões

Já o relator Lobão Filho (PMDB-MA) sugere ser impossível ajustar políticas uniformes

“ ...a nossa Constituição

atribui ao Confaz o papel de deliberar sobre concessão

de incentivos fiscais em ICMS...

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como ser humano, mesmo no drama que é a guerra, e por isso ainda hoje há um grande reconhecimento, um elo muito estreito entre os italianos e os pracinhas – disse.

A FEB foi criada em 1943, como reação aos ataques da Alemanha a navios na costa brasileira. Em 1944, os primeiros con-tingentes – que totalizaram mais de 25 mil soldados

– começaram a chegar à Itália, onde se juntaram aos Aliados contra as forças da Alemanha nazista, que ocupavam o país, e contra as forças ainda leais ao ditador italiano Benito Mussolini. Morreram na guerra 467 soldados brasileiros.

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Mário Pereira é o administrador do Monumento Votivo Militar Brasileiro, em Pistoia

Projeto que estende o Fundo Garantia-Safra e o Benefício Garantia- Safra às áreas de atua-ção da Superintendên-cia de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), aprovado na Comissão de Assuntos Sociais. E são destinados a agricultores familiares vitimados por secas ou excesso de chuva, esses benefícios hoje contemplam apenas os municípios onde atua a Superintendência de Desenvolvimento do Nor-deste (Sudene).

Aprovado na forma de substitutivo De Ro-drigo Rollemberg (PSB-DF), o projeto estabelece que terão direito ao Benefício Garantia-Safra os agricultores familiares que, tendo aderido ao Fundo Garantia-Safra, sofram perda em razão de

estiagem ou excesso hídrico, de pelo menos 50% da produção de feijão, milho, arroz, mandioca, algodão, banana, hortaliças, juta ou malva.

A lei que criou o Fundo Seguro-Safra (Lei 10.420/02) determina que a adesão dos agri-cultores familiares a esse fundo obedecerá a determinadas condições, entre elas, a inscrição antes do plantio. E limita a lista de plantações a feijão, milho, arroz, mandioca e algodão. O substitutivo de Rollemberg contempla, além dessas culturas, as seguintes: banana, horta-liças, juta e malva.

O substitutivo também estabelece que, trans-formado este projeto em lei, o governo estimará o montante exigido por esse benefício para incluí-lo na lei orçamentária.

O texto de Rollemberg justapõe os conte-údos dos projetos PLS 324/09 e PLS 547/09, submetidos ao exame das Comissões de As-suntos Sociais (CAS), de Assuntos Econômicos (CAE) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Caberá agora à CRA decisão terminativa sobre a matéria.

Fundo Garantia-Safra estendido à Sudam e à Sudeco

...o texto deve seguir agora diretamente para exame na Câmara dos Deputados...

Aprovado na forma de substitutivo de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional discutiu a participação dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial, ouvin-do, na audiência pública o administrador do Monumento Votivo Militar Brasileiro em Pistoia, Mário Pereira.

Pistoia é a cidade italiana onde foram enter-rados os pracinhas que morreram na Europa. Em 1960, seus corpos foram trasladados para o Brasil. Hoje há um monumento no cemitério para celebrar a memória deles.

De acordo com Mário Pereira, cujo pai também foi administrador do mesmo monumento, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi "a primeira força de libertação do mundo", pioneira no trabalho que hoje fazem as chamadas forças de paz.

– Além de valiosos no campo de batalha, os brasileiros deram uma nova esperança ao povo italiano. O soldado brasileiro comportou-se sempre

FEB foi a primeira força de libertação do mundo

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José Serra afirma que anteci-par o debate “atrapalha e desor-ganiza a oposição”, em resposta dissimulada à entrevista na qual Aécio Neves afirmou que enfren-taria Lula ou Dilma, tanto faz. O paulista mais uma vez mostra que é muito turrão, cabeça dura, ou que não entendeu nada das sina-lizações que vieram nas últimas três eleições presidenciais.

Sem defender, nem atacar este ou aquele, o fato é que o PSDB precisa começar a pensar na próxima eleição, para não mais se apresentar aos eleitores sem a presença de um programa político embasando um projeto eleitoral. Ou vice-versa.

Em 2002, candidato de um governo que trabalhou com se-riedade, estabilizou a economia e implementou importantes con-quistas sociais, Serra preferiu ir pelo caminho saltitante de uma campanha superproduzida visualmente, onde trabalhado-res/atores brandiam carteiras de trabalho como se fossem es-tandartes de porta-bandeira. Ao invés de Marketing Político (que coloca as discussões políticas em primeiro plano) optou-se pela produção de shows muito bonitos, mas eleitoralmente ineficientes.

Quatro anos depois, a candidatura pees-sedebista de Alckmin deixou passar em branco os efeitos do mensalão recente, para se fixar no obrismo que o ex-governador ostentava em São Paulo. O mote recorrente era corrupção e moralidade pública, para operarem uma boa administração. E não o simples “fazer” tão caro a governantes tipo Maluf. Deu no que deu, com o candidato tucano batendo recorde difícil de ser

O PSDB precisa de um projeto eleitoral

superado: no segundo turno conseguiu ter menos votos do que no primeiro.

Serra voltou candidato em 2010 cometendo erros novos, mas não menos importantes como candidato fadado à derro-ta. Na largada do ano eleitoral declarou enfaticamente que não era “o chefe da oposição”. Perguntei-me no blog quem seria esse comandante, se não o próprio candidato ... da oposição? Depois veio a trapa-lhada da escolha do vice, que para agravar culminou mal escolhido. A campanha ora in-sinuava ser uma continuidade “inteligente”, ora partia para agressões contra a adversária. Fundamentalmente não estava preparada para neutralizar o apoio de Lula.

Começar a pensar na pró-xima eleição é obrigação de um partido do porte e da história do PSDB. E é preciso começar logo, para não ocorreram as soluções prejudicadas pelo afogadilho da campanha, nas imediações do momento eleitoral. Há que estimular os neurônios, há

que fortalecer os músculos, há que estimular a circulação sanguínea – da mesma forma que os adversários já fazem, dissimuladamente.

Ao contrário de atrapalhar e desorganizar a oposição, um projeto eleitoral sério e consistente trará ânimo e rumo a uma força oposicionista de-sorientada hoje, com a perspectiva de continuar às cegas amanhã, para chegar tartamudeada em 2014.

“...começar a pensar na

próxima eleição é obrigação de um partido

do porte e da história do PSDB..“

*Chico Santa Rita

*Chico Santa Rita é consultor em Marketing Político – www.chicosantarita.com.br

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O Rio de Ja-neiro, por exemplo, dobraria em 2020 o que recebe hoje. O de-putado disse que, no texto aprovado no Se-nado, estados e mu-nicípios privilegiados podem receber cerca de R$ 20 bilhões em 2020, praticamente o dobro do que recebe-ram em 2010.

Já a proposta da Frente, observou, é por igualdade, "por-que defende a causa

de todos os brasileiros que acreditam num país mais justo".

Coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democratização na Distribuição dos Recursos Provenientes do Petróleo Extraído da Plataforma Continental, Alceu Moreira (PMDB- RS) afirmou que no texto aprovado pelo Senado perduram injustiças.

Ele defendeu proposta da frente, que apoia a distribuição igualitária dos royalties, afirmando que a Constituição é clara ao afirmar que a riqueza do petróleo é do povo brasileiro e deve ser distribuída igualmente entre todos.

Moreira ressaltou que, conforme a proposta da Frente Parlamentar, regiões como Norte e Nordeste, juntas, poderiam receber pelo menos R$ 10 bilhões a mais em 2020, o Sudeste receberia R$ 3,6 bilhões a mais, e o Centro-Oeste R$ 1,5 bilhão a mais.

Segundo o parlamentar, a mesma proposta faz com que dois estados – Rio de Janeiro e Espírito Santo – também sejam privilegiados.

aquém dos índices dos países desenvolvidos, assim como o diagnóstico precoce, que poderia salvar muitas vidas.

Por isso, ressaltou que vai trabalhar para melhorar a detecção do câncer ginecológico. "Não bastassem os problemas com diagnóstico precoce ainda temos gargalos que prejudicam sobrema-neira o tratamento que visa a cura ou a sobrevida condigna".

A parlamentar observou que nos cuidados da saúde da mulher ainda se pode assistir o interesse econômico prevalecer sobre a condição humana. De acordo com Dra. Elaine, infelizmente ainda são flagrantes as discriminações a que está sujeita a mulher no Brasil e no mundo.

Segundo a deputada, a mulher ainda é dis-criminada quando recebem pela mesma tarefa, pelo menos 30% a menos do que o homem. "Como se vivêssemos em tempos medievais, a mulher ainda sofre agressões físicas, e, às vezes, a morte pela simples condição de ser mulher, além de ser vista como propriedade do homem", concluiu.

A cr iação da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Saúde da Mulher, elogiada por Dra. Elaine Abissamra (PSB-SP), ao também informar o papel de orientar políticas pú-blicas, além de ações de saúde que visem o bem-estar feminino.

Segundo a par-lamentar, atualmente a detecção do cân-cer ginecológico está

Alceu Moreira (PMDB-RS) coordena a Frente Parlamentar em Defesa da Democratização na Distribuição dos Royalties

O interesse econômico prevalece, adverte Dra. Elaine Abissanra (PSB-SP)

Por isso, a proposta da Frente Parlamentar é por igualdade a todos os brasileiros

Riqueza do petróleo é do povo, diz a Constituição

Necessário apoio à saúde da mulher

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“ ... vou trabalhar para

melhorar a detecção do câncer ginecológico...”

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acidente, na Bacia de Campos. E disse que 163 quilômetros quadrados no mar estão cobertos por mancha de óleo que vazou de um poço no Campo de Frade, operado pela norte-americana Chevron em sociedade com a Petrobras e com empresa japonesa Grupo Frade Japão.

Segundo o deputado, inicialmente, a Che-vron, líder do con-sórcio, reportou-se a um vazamento normal nas condições explo-ratórias, vindo depois a reconhecer um der-ramamento que pode variar de 400 a 800 barris por dia, con-trariando a primeira estimativa de apenas 60 barris por dia.

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SUm novo modelo para Roraima

Segundo Quartiero, as atuais diretrizes, basea-das na preservação ambiental, inviabilizam o estado. "Sobram 6% do território para o desenvolvimento de Roraima – e não são os que nós escolhermos, são os que sobrarem das requisições de terra do governo federal. O estado está inviabilizado", sustentou.

O deputado afirmou ainda que os fatores que levaram várias gerações a acreditar que o Brasil seria o país do futuro são seus recursos naturais, que atualmente os brasileiros estariam impedidos de aproveitar. "Entregamos o gerenciamento desses recursos a ONGs, que representam interesses inter-nacionais", disse.

E assegurou ainda que os municípios que apresentam os piores índices de desenvolvimento humano em Roraima são aqueles que contam com maiores áreas preservadas, quando os que cresce-ram foram os que têm a agroindústria como carro- chefe da economia.

"Temos de tomar uma atitude, mudar essa política para a região, porque com essa que está aí estamos condenados ao aniquilamento e ao atraso".

A adoção de um novo modelo de desen-volvimento para Rorai-ma, baseado na agroin-dústria e no garimpo, principalmente do ouro, defendido por Paulo Cesar Quartiero (DEM- RR).“Precisamos abrir os garimpos e apro-veitar o preço do ouro nos mercados inter-nacionais para lastre-ar dinheiro brasileiro", reivindicou.

Modelo de desenvolvimento, ressalta Paulo César Quartiero (DEM-RR)

Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), faz o alerta

"Precisamos abrir os garimpos e valorizar o nosso ouro"

As denúncias do diretor do Sindicato dos Petro-leiros do Rio de Janeiro, Emanuel Cancela, segundo as quais os acidentes na indústria do petróleo ocor-rem, na maioria das vezes, por conta da produção predatória ou a qualquer custo, chamado atenção por Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP).

O parlamentar ressaltou que, de acordo com o sindicalista, existe uma relação entre cada acidente catastrófico e outros de gravidade menor. "O líder petroleiro afirma que três grandes acidentes ocor-ridos no Brasil, em 1984 e 2000, reforçam a sua tese", afirmou.

Ele também lembrou que, em 1984, aciden-te na plataforma de Enchova causou a morte de 37 trabalhadores. "A causa principal: a corrida, a qualquer preço, para alcançar os 500 mil barris de produção por dia que o governo militar, na época, queria usar como propaganda".

Mendes Thame ressaltou que o público de-veria ser informado da gravidade do mais recente

Atenção para acidentes no setor do petróleo

“ ... entregamos o gerenciamento

desses recursos a ONGs, que representam interesses

internacionais...”

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gos diretos e mais de 5 mil indiretos.

A inda para o deputado, Belo Monte,em 2013, de-verá gerar cerca de 22 mil empregos e ocu-pações, o que poderá provocar a criação de uma cidade, devido a investimentos de R$ 30 bilhões.

Já a Petrobras destinará mais de R$ 900 milhões no Pará até 2018, conforme o

parlamentar, com a meta de produção de 450 mil toneladas de biodiesel. "Cerca de 150 toneladas vão abastecer a região Norte, e o restante será exportado para Portugal."

Os grandes investimentos em curso no Pará são resultado das políticas indutoras do governo federal, potencializadas durante o governo estadual do PT, de 2007 a 2010, ressaltados por Beto Faro (PT-PA)

Segundo ele, estima-se que projetos estrutu-rantes – como a hidrelétrica de Belo Monte, o porto de Espadarte, a ferrovia Norte-Sul, a prospecção de petróleo na costa e a consolidação do polo siderúrgico – resultarão em verdadeira explosão demográfica no estado.

"O Conselho Regional de Economia calcula que até 2014 a população paraense será ampliada com cerca de 500 mil imigrantes atraídos por esses empreendimentos, afora os que já chegam diaria-mente em busca de outras atividades",.

Faro disse que a previsão é de que nos pró-ximos três anos sejam gerados mais de 120 mil postos de trabalho no Pará. Somente a construção da siderúrgica de Marabá vai gerar 16 mil empre-

A melhoria recente da economia, sem redu-ção desses problemas antigos, demonstra a teoria. O deputado lembrou também que o País deverá ter superávit primário de R$ 75,2 bilhões, R$ 19,5 bilhões a mais que no ano passado.

Rogério destacou que foram criados mais de 2,2 milhões de empregos formais de janeiro a outubro, um crescimento de 6,24% em relação a dezembro de 2010. O saldo da balança comercial acumulado no ano chega a 26,7 bilhões de dólares (R$ 47,3 bilhões), resultado 75,9% maior que o verificado no mesmo período de 2010.

Contraditoriamente, destacou o deputado, "ao passo que os índices econômicos seguem crescendo, aumentam também índices alarmantes do quadro social, especialmente na violência, nas drogas, na criminalidade, na delinquência".

Segundo Marcos Rogério, está provado que o crescimento econômico não consegue livrar a socie-dade dessas mazelas. "Precisamos coibir os abusos e a violência doméstica, mas não como pretexto para desconstituir a família como primeira instância de correção e limites", alertou o deputado.

O crescimento econômico não con-segue por si só livrar a sociedade de proble-mas como a violência, o álcool e as drogas, avalia Marcos Rogé-rio (PDT-RO).

De acordo com o parlamentar, a única forma de combater esses males é por meio do fortalecimento da família, pois "o caráter deve ser formado em casa".

A Petrobras destinará mais de R$ 900 milhões ao Pará, destaca Beto Faro (PT-PA)

O crescimento econômico não consegue nos livrar dessas mazelas, diz Marcos Rogério (PDT-RO)

A previsão é de 120 mil postos de trabalho

Programas de infraestrutura realizados no Pará

Fortalecimento das famílias é essencial

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por pessoa/dia para o sistema fazer de vacinação a transplante ou hemodiálise, tendo ainda o maior programa de distribuição de medicamentos básicos e de alta complexidade do mundo".

Diante deste cenário, o deputado citou projetos de sua autoria que destinam recursos para o SUS. Um deles cria a Contribuição para Seguridade So-cial, com alíquota de 1% para quem recebe acima de dez salários mínimos e possibili-dade de dedução no Imposto de Renda. Outra proposta exclui parte dos gastos com pessoal na saúde dos limites da Lei de Res-ponsabilidade Fiscal.

Repasse de recursos para Santa Catarina

unidade da rede Sarah Kubitschek em Santa Cata-rina, que, segundo ele, poderá atender também ao Rio Grande do Sul e ao Paraná.

No setor de educação, Mariani apontou a distribuição de recursos para apoiar o transporte escolar, por meio da aquisição de ônibus. Na agri-cultura, o deputado citou o aporte de verbas para a compra de equipamentos pelos municípios.

Segundo ele, "isso é extremamente importante para o estado de Santa Catarina pelo fato de que a produção exportada surge no interior de cada município, por sua característica de minifúndios".

Entre as obras de infraestrutura destacadas pelo parlamentar, está a recuperação da malha ro-doviária do estado, que nos últimos anos viveu sérios problemas climáticos, o que resultou na deterioração de suas rodovias. Ele destacou também o que con-siderou uma inovação: a alocação de recursos para obras de prevenção de catástrofes.

A bancada de Santa Catarina buscou atender, na apresenta-ção de emendas ao Or-çamento de 2012, aos diversos segmentos da atividade pública, como saúde, educação, agricultura e obras de infraestrutura, des-taca Mauro Mariani (PMDB-SC).

Segundo Maria-ni, para a saúde foram alocados recursos des-tinados ao atendimento dos hospitais e à aquisição de equipamentos que poderão ser utilizados em todos os municípios. O deputado anunciou também a instalação de uma

Todos unidos na prevenção de catástrofes, também realçou Mauro Mariani (PMDB-SC)

Alícota de 1% para quem ganha mais de 10 salários mínimos, com dedução no I.R., a proposta de Amauri Teixeira (PT-BA)

A produção exportada surge no interior de cada município

Ao defender o Sistema Único de Saúde, di-zendo que ele tem deficiências mas é o único que atende exclusivamente 130 milhões de brasileiros, ou 70% da população, Amauri Teixeira (PT -BA) aproveitou para solicitar mais recursos para a saúde. "É um dos maiores programas públicos de saúde do mundo. Devemos lutar por seu fortalecimento e aperfeiçoamento".

De acordo com o deputado, faltam recursos para o SUS quando se consideram as recomenda-ções da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para um sistema com cobertura integral e universal, como é o caso brasileiro, a OMS recomenda repas-se equivalente a 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB). "Somando União, estados, Distrito Federal e municípios, o Brasil aplica apenas 3,7% do PIB", destacou, citando países vizinhos com melhor de-sempenho.

Teixeira disse que, mesmo assim, o SUS é uma das políticas públicas com melhor relação custo-benefício. "Aplicamos, em média, R$ 1,50

Elogios ao SUS e pedido de mais verbas para a saúde

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vista, entendo que devemos mudar o rumo dessa conversa. A partilha deve ser vista como uma questão secundária. Devemos nos orientar por outra bússola. Defendo que carimbemos o recur-so do pré-sal como uma prioridade muito clara para os investimentos em setores como educa-ção, ciência, tecnologia e inovação", concluiu.

Distribuição de royalties entre os municípios

saltou ainda que as jazidas petrolíferas existentes na plataforma continental não estão situadas no território brasileiro, mas numa faixa conhecida como Zona Econômica Exclusiva, sobre a qual o Brasil não tem direitos territoriais.

"Se não existem limites definitivos, já que o Brasil não tem o domínio dessas terras, muito menos existem limites territoriais de estados e mu-nicípios que se dizem produtores", argumentou. O deputado salientou que a proposta de redivisão da compensação financeira pela produção de petróleo e gás natural, em tramitação no Congresso, chega em boa hora para todos os estados, principalmente os da Região Amazônica.

"Mais especialmente para Roraima, que ca-rece de oportunidade para o desenvolvimento e crescimento econômico, uma vez que grande parte de seu território está onerada por extensas áreas dedicadas a reservas indígenas, e grande parte é considerada faixa de fronteira, que não pode ser alterada", mexida".

A distribuição dos royalties do petróleo entre todos os municí-pios foi defendida por Jhonatan de Jesus (PRB-RR). "É por causa dessa divisão totalmen-te iníqua hoje praticada, no que diz respeito a esses royalties, que os estados e municípios padecem de crônicas faltas de verbas orça-mentárias, o que gera serviços públicos de baixa qualidade", afir-mou.

O parlamentar esclareceu que, de acordo com a Constituição, os bens contidos no subsolo são de propriedade da União. Portanto, observou, pertencem a todos os brasileiros. Jhonatan res-

Estados padecem em suas finanças, em razão desses privilégios, diz Jhonatan de Jesus (PRB-RR)

“É preciso pavimentar uma vida melhor para todos nós brasileiros”, completa Carlinhos Almeida (PT-SP)

A proposta de redivisão da compensação chega em boa hora

A camada do pré-sal deve gerar cerca de 80 bilhões de barris de petróleo, e foi descoberta graças à capacidade tecnológica da Petrobras, destacou Carlinhos Almeida (PT-SP). Ele ar-gumentou que todo grande tesouro pode gerar discórdias e desagregação, em vez de servir para unir e promover o desenvolvimento e o cresci-mento.

De acordo com o deputado, a riqueza do pré-sal deve financiar o desenvolvimento do País. "Deve pavimentar uma vida melhor para todos os brasileiros, os de hoje e os das futuras gerações", completou.

O debate atual sobre a destinação dos royalties, segundo o parlamentar, está sendo pautado de forma equivocada, apenas sob a ótica da partilha entre os entes federados.

"Reconhecendo a legitimidade desse debate e o direito de cada um defender o seu ponto de

O pré-sal precisa financiar o desenvolvimento do País

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O deputado petista citou projeto de sua au-toria que permite à pequena empresa produtora de etanol, de até 10 mil litros ao dia, vender o produto diretamente ao consumidor final. "Se pudermos destinar à agricultura familiar a pro-dução de etanol, vamos gerar muitos empregos no campo, tirando milhares de pessoas da pobreza."

Rodrigues também apoiou projetos que pretendem levar água ao Nordeste, além de ini-ciativas na área de saúde no Piauí. O deputado defendeu ainda punição mais severa para quem dirige sob efeito de álcool.

Burocracia no repasse de recursos em convênios

as verbas, em geral, somente são transferidas no último trimestre do ano. "Isso é inaceitável. A modalidade do convênio é arcaica e hoje existe tecnologia suficiente para agilizar o processo de transferência".

João Ananias também lembrou que os recursos de convênios passam pela Caixa Eco-nômica que, segundo ele, retém 2,5% dos va-lores dos convênios, o que causa prejuízo aos municípios.

Para resolver o problema, ele defendeu a generalização de uma prática adotada hoje pelo Ministério da Saúde, que é a transferência fundo a fundo. Essa modalidade dispensa a as-sinatura de convênios e prevê o repasse direto das verbas. "Só assim os recursos previstos no Orçamento poderão efetivamente chegar à ponta, aos municípios, onde ele realmente é necessário", disse.

A burocracia para liberação de verbas da União aos municípios, reclamada por João Ananias (PCdoB-CE). Segundo o parlamen-tar, que já foi prefeito do município cearense de Santana do Acaraú, a maior parte dessas verbas é transferida via convênios, o que, de acordo com o de-putado, gera atrasos "enormes" na execução dos investimentos.

Por isso, destacou a vinda de diversos prefeitos a Brasília em busca da liberação de valores autorizados pelo orçamento público, e

Segundo João Ananias (PCdoB-CE), uma das soluções é a transferência fundo a fundo

Venda direta de etanol do pequeno produtor, eis outra proposta de Jesus Rodrigues (PT-PI)

Gera atrasos "enormes" na execução dos investimentos

Os avanços no combate à pobreza e a conti-nuidade dessas políticas públicas, comemorado por Jesus Rodrigues (PT-PI). "Precisamos dar prosseguimento. Havia 28 milhões de pessoas na extrema pobreza, ainda restam 16 milhões, a maior parte no Nordeste", afirmou.

O representante piauiense citou iniciativas das gestões Lula e Dilma, mas ressaltou a neces-sidade de programas para a agricultura familiar. "Hoje, no meu estado, 80% dos pobres estão na agricultura familiar".

Uma opção, de acordo com o parlamentar, é o apoio à produção de etanol pelos agricultores familiares. "A partir de um pequeno equipamento, é possível produzir diariamente 200 litros para o consumo local nas cidades", acrescentou.

Iniciativas para erradicar a miséria no País

“ ...hoje, no meu estado, 80%

dos pobres estão na agricultura familiar...

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de áreas dominadas pelo tráfico de drogas no Rio de Janeiro.

Porém, alertou que, para aumentar o poder de polícia das Forças Armadas, é preciso reforçar o papel do Congresso Nacional, e particularmente do Senado, na fiscalização de suas ações na segu-rança pública, além de criar um canal de diálogo e de acompanhamento dessas ações.

O senador sugeriu o aprimoramento do sis-tema de inteligência policial no combate ao cri-me organizado e ações coordenadas das Forças Armadas, da Polícia Federal, da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal nas fronteiras bra-sileiras, principalmente na repressão ao tráfico de drogas. Propôs ainda que o governo federal apoie a criação de escolas regionais para a formação de policiais.

Monteiro citou dados do Mapa da Violência 2011, do Ministério da Justiça, segundo o qual o Brasil, com 3% população mundial, é palco de 12% dos homicídios cometidos no mundo. Mencionou ainda números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam um aumento de 32% da taxa de homicídios no país nos últimos 15 anos. Segundo ele, no entanto, há melhorias, como em Pernambuco, que, depois de 14 anos, deixou de liderar o grupo de estados mais violentos do país.

Armando Monteiro (PTB-PE) apresentou, sugestões para melho-rar a segurança pública no país. Ele defendeu uma maior participação do Congresso Nacional na discussão desses aprimoramentos, prin-cipalmente na reforma do Código Penal, tarefa delegada a comissão de juristas instalada recentemente pelo Se-nado.

O parlamentar lamentou que outras tentativas de atualizar o Código Penal não tenham prosperado. Para exemplificar a obsolescência do código, disse ser necessário tipificar o crime organizado, cujas penas devem ser diferenciadas das do crime de formação de quadrilha.

O representante de Pernambucano disse que levará à Subcomissão Permanente de Segurança Pública a proposta de criar uma comissão es-pecífica para acompanhar as ações das Forças Armadas em segurança pública. Ele ressaltou que os militares tiveram um "papel vital" na ocupação

Além de sugestões, Armando Monteiro (PTB-PE) apresentou dados sobre a violência

Reforço das Forças Armadas e da inteligência policial

Outras tentativas para atualizar o Código Penal não vingaram

Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileirados Afrodescendentes (Afro XXI), a ser aberto nesta quinta-feira (17) em Salva-dor, e destacou a importân-cia do evento para analisar a realidade da população negra na América Latina e no Caribe e propor ações que levem direitos às víti-mas do racismo.

Lídice da Mata ainda registrou sua satisfação com o anúncio do protocolo de intenções para a construção

de uma unidade da montadora de veículos chinesa JAC Motors no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia. Segundo a parlamentar, o projeto gerará 3,5 mil em-pregos diretos e produzirá 100 mil carros por ano.

A importância do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, registrou a abertura do Museu Nacional da Cultura Afro--Brasileira, em Salvador. Segundo Lídice da Mata (PSB-BA), o museu se destina a "reconhecer os heróis anônimos, os negros ilustres na esfera das ciências, das letras, das artes, no campo do popular e do erudito":

– Não há um estado deste país em que não esteja registrada, com muita força, a contribuição do trabalho do negro brasileiro, do trabalho escravo. Digo isso porque do Rio Grande do Sul ao Norte do nosso país, no Centro-Oeste e em todos os nossos estados temos uma contribuição sem igual da participação do negro na nossa tradição cultural e econômica – declarou.

A parlamentar também anunciou o início do Encontro Ibero-Americano do Ano Internacional

Além do Museu, Lídice da Mata (PSB-BA) também anunciou a breve chegada da chinesa JAC Motors

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isso represente incentivo às importações e riscos para a indústria nacio-nal. Ricardo Ferraço entende que, na falta de uma política nacional de desenvolvimento, deve ser dado aos estados o direito de estimular setores que considerem importantes para as eco-nomias locais. Isso não significa, argumentou, um aprofundamento da "guerra fiscal".

– O que queremos é uma competição fiscal lícita – disse o senador, que defende também mudanças na legislação que impede a adoção de alíquotas diferenciadas de ICMS sem a concordância unânime dos estados e do Distrito Federal.

Na opinião de Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o projeto de resolução que reduz a zero as alíquotas de ICMS nas operações interestaduais sobre produtos importados (PRS 72/2010) prejudica a capacidade de os estados gerenciarem suas políticas de incen-tivos fiscais. Ele criticou iniciativas que signifiquem uma "reforma tributária fatiada com consequências imprevisíveis". – O projeto é uma medida concentra-dora [de recursos] em alguns estados – criticou o se-nador, autor de requerimento aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para realização de debate sobre o projeto.

O Espírito Santo, conforme exemplificou, pratica a alíquota de 12% para os produtos importados, com devolução de 8% na forma de incentivos. Essa inicia-tiva diminui o custo dos produtos no estado o que, de acordo com Ferraço, traz vantagens para as empresas lá instaladas. Ele apresentou dados segundo os quais 86% das importações brasileiras são de chamados bens intermediários (insumos e combustíveis), neces-sários aos mais diversos setores. O senador negou que

Segundo ainda Ricardo Ferraço (PMDB-ES), falta uma política nacional de desenvolvimento

ICMS zero sobre importadosreduz soberania dos estados

O Espírito Santo pratica a alíquota de 12% para os importados

Aumento de matrículas no ensino superior do uma busca pelo mercado por mão de obra mais especializada; o o somatório das políticas públicas de incentivo à permanência no ensino superior, entre elas o aumento do financiamento aos alunos, com bolsas e subsídios do Fies [Fundo de Financia-mento ao Estudante do Ensino Superior] e Prouni [Programa Universidade para Todos] e aumento da oferta de vagas na rede federal, com novos campi e interiorização de universidades já existentes.

O parlamentar também comemorou a realiza-ção de concurso de redação realizado pelo Senado, para alunos no final do ensino médio, que este ano teve como tema "O Brasil que a gente quer é o Brasil que a gente faz". Matheus Oliveira Faria, do Colégio Tiradentes, natural de Passos de Minas (MG), obteve a 1ª colocação, seguido de Janaína Santana Vilela, do Colégio Estadual Jandira Bretas Quintan, de Vianópolis (GO), em 2º lugar, e Carlos Vinícius do Carmo Filho, em 3º, do Centro Edu-cacional São Francisco, de São Sebastião, cidade do entorno do DF, conforme anunciou o senador. Ele também citou o 1º colocado do estado do Acre, Alex William, da Escola Craveiro Costa de Cruzeiro do Sul, que participará, juntamente com os demais premiados, de15 a 19 de novembro, do acompanha-mento dos trabalhos legislativos, podendo atuar como parlamentares e apresentar propostas.

O crescimento em 110% no acesso ao en-sino superior na última década, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), foi comemorado por Anibal Diniz (PT-AC), porque, para ele, esses dados mostram o sucesso das políticas públicas edu-cacionais implantadas durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e de ações que garantiram maior aces-so a alunos pobres às universidades. Citando dados do Inep, o senador informou que, em 2010, havia 6,3 milhões de estu-dantes matriculados em 29.507 cursos de gradua-ção presenciais e a distância, oferecidos por 2.377 instituições de ensino superior. O parlamentar apontou os fatores positivos que levaram, em sua avaliação, ao "aumento expressivo" nas matrículas:

– Tivemos o crescimento econômico alcançado pelo Brasil nos últimos anos, o que vem provocan-

Depois de enaltecer a recuperação da educação,

desde o Governo Lula, Aníbal Diniz (PT-AC) fez questão de

citar, nominalmente, os alunos mais destacados em diferentes

regiões brasileiras

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servação ambiental. Assim, afirmou o senador, se o produtor que agir de forma correta for compensado por isso, financeiramente, ele se sentirá estimulado a preser-var sua propriedade. “- Aí es-taremos cuidando também do nosso futuro”, enfatizou.

Ele destacou ainda a audiência pública pro-movida na pela Comissão Mista de Mudanças Climá-ticas, da qual é presidente, que tratou da degradação

ambiental e desmatamento. O senador disse ter tido o privilégio de ouvir que "muito se tem avançado, principalmente no bioma Amazônia, no que diz res-peito ao desmatamento". Por isso, acrescentou que, além de preservar, é preciso transformar a floresta em algo sustentável para a população.

esse atendimento. E disse que, desde 2004, quando foi implanta-do, foram salvas mi-lhares de pessoas que não teriam outra opção de socorro médico. Por isso, já é considerado serviço de "alto grau de excelência".

O representante per-nambucano declarou ainda que a eficácia do serviço é tal que acaba

pondo à mostra as deficiências do sistema hospita-lar, porque ao levar emergências para tratamentos de maior complexidade nos hospitais, mostra que estes nem sempre estão capacitados para atender a toda a demanda.

O serviço também atua, ressaltou o parlamen-tar, em conjunto com a Marinha, com helicópteros associados a "ambulanchas" para atendimento e transporte por via aérea em locais como a Ilha de Itaparica, na Bahia, e em Belém, no Pará, e outros estados.

A universalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Pernambuco foi comemorada por Humberto Costa (PT-PE), ao mesmo tempo relembrando, quando ministro da Saúde, no primeiro governo Lula, ter implantado o Samu em Recife e outras capitais, mencionou pesquisa segundo a qual o Sistema de Atendimen-to Móvel de Urgência é considerado o programa social mais bem avaliado do governo.

– Hoje, temos 1.618 ambulâncias de suporte básico, que fazem atendimentos mais simples, e 450 ambulâncias de suporte avançado, verda-deiras UTIs, além de 159 centrais de regulação médica e, aproximadamente, 112 milhões de brasileiros e de brasileiras que são cobertos pelo Samu – detalhou o senador

Em Pernambuco, Humberto Costa informou que o governo estadual irá antecipar recursos para a compra de ambulâncias e centrais de regulação que mantêm comunicação com a unidade móvel para uma população de nove milhões de habitantes.

Ele destacou que o objetivo do Samu é prestar socorro à população em situações de urgência e emergência, na via pública ou em residências, com equipes especificamente preparadas para

Rememoração feliz em relação ao Samu, ressaltou Humberto Costa (PT-PE)

Universalização do Samu em Pernambuco

O objetivo é prestar socorro à população em situação de urgência

Além de preservar, é preciso transformar a floresta em algo sustentável, argumenta Sérgio Souza (PMDB-PR)

Por meio de emenda apresentada ao projeto do novo Código Florestal, Sérgio Souza (PMDB-PR) pretende assegurar ajuda financeira aos produtores rurais que preservarem mais do que o previsto em lei.

A medida proposta pelo senador prevê que o Poder Público instrua um programa de apoio finan-ceiro às propriedades rurais que preservarem mais do que as áreas definidas por lei, seja preservando matas nativas, seja recuperando áreas degradadas. O pagamento por esses serviços ambientais será des-tinado aos proprietários ou ao possuidor de imóvel.

Sérgio disse que, no Brasil, há a cultura de que inteligente é quem leva vantagem - como ser o primeiro a ser atendido enquanto dezenas esperam na fila. Para neutralizar esse pensamento, sua pro-posta é premiar aqueles que fizerem não apenas a sua obrigação, mas algo além dela.

O senador paranaense lembrou que pequeno produtor rural vive de sua propriedade e precisa tirar dali uma renda suficiente para manter sua família, enquanto, ao mesmo tempo, tem que cuidar da pre-

Ajuda a produtor que preservar além do previsto por lei

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