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índice

editorial

arrendamentoDo programa Porta 65 Jovem às responsabilidades financeiras do Instituto

reabilitação urbanaViver Marvila - Parceria com o município de Lisboa

reabilitação urbanaReabitação do Bairro Nª Sra da Conceição em Guimarães

inovaçãoUnidade Habitacional da Amoreira em Óbidos

qualidade de vidaPoliciamento de proximidade

património arquitectónicoAndaluzes em Sacavém

no reverso da contra-capaPrémio IHRU 2009

Director:Nuno Vasconcelos

Projecto e Produção:Luís Macedo e Sousa

Apoio à edição:Margarida GonçalvesMaria João Martins

Conteúdos:Redacção da Causas Comuns

Paginação:HOT Comunicação

Impressão:OFFSETMAIS

Tiragem:9.000 exemplares

nº7:_Março 2010Causas Comuns é uma publicação periódica do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana

ficha técnica

_7

_2

_1

_13

_19

_26

_23

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editorial

contactosSEDEAv. Columbano Bordalo Pinheiro, nº5

1099-019 LISBOA

Tel_217231500

Fax_217260729

DELEGAÇÃORua D. Manuel II, nº 296 - 6º

4050-344 Porto

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SIPA - Sistema de Informação

para o Património Arquitéctónico

Forte de Sacavém

Rua do Forte do Monte Cintra

2685-141 SACAVÉM

Tel_219427780

Fax_219427789

www.portaldahabitacao.pt

A criação do IHRU obedeceu a uma directriz muito forte da parte do Governo para se dar maior prioridade à reabilitação.

Nesse sentido, houve que criar condições e incentivos para que as pessoas, proprietários e também projectistas, ga-nhassem consciência da importância do que significa rea-bilitar e de como uma boa reabilitação pode ser tão rentável quanto uma construção nova.

Todavia ainda há matérias que falta concretizar desde, a componente legislativa, até saber quem faz a reabilitação, quem está capacitado para a fazer e se há alguma entidade que faça a certificação dessa reabilitação.

Por outro, lado estamos atentos à reabilitação sustentável.

O Instituto, é a entidade que certifica ao nível dos CDH, ou seja, faz a homologação de tudo o que é habitação de custos controlados. Uma das nossas orientações é o cumprimen-to dos Decretos-Lei que definem o que é sustentabilidade. Desde logo colocando exigência ao nível do projecto, não deixando passar nenhum projecto que não cumpra as ques-tões da sustentabilidade e da acessibilidade.

Depois, e ao nível dos programas que temos, nomeadamente o Prohabita, está previsto inserir-se, ao nível da reabilitação, a sustentabilidade dos fogos como uma parte a ser finan-ciada.

O diagnóstico do Plano Estratégico para Habitação deu-nos a conhecer que existe mais de um milhão de fogos a neces-sitar de obras e mais de 200 mil fogos a necessitar de obras profundas.

Mais uma razão para se apostar na reabilitação do edificado.

É nesse sentido que o prémio IHRU, ao nível da sua criação, inclui a vertente “Reabilitação”, a qual, em Dezembro passa-do, foi mais uma vez distinguida, na cerimónia de entrega de prémios, pelo terceiro ano consecutivo. (ver nesta edição).

O Presidente,

Nuno Vasconcelos

índice

editorial

arrendamentoDo programa Porta 65 Jovem às responsabilidades financeiras do Instituto

reabilitação urbanaViver Marvila - Parceria com o município de Lisboa

reabilitação urbanaReabitação do Bairro Nª Sra da Conceição em Guimarães

inovaçãoUnidade Habitacional da Amoreira em Óbidos

qualidade de vidaPoliciamento de proximidade

património arquitectónicoAndaluzes em Sacavém

no reverso da contra-capaPrémio IHRU 2009

Director:Nuno Vasconcelos

Projecto e Produção:Luís Macedo e Sousa

Apoio à edição:Margarida GonçalvesMaria João Martins

Conteúdos:Redacção da Causas Comuns

Paginação:HOT Comunicação

Impressão:OFFSETMAIS

Tiragem:9.000 exemplares

nº7:_Março 2010Causas Comuns é uma publicação periódica do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana

ficha técnica

_7

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_13

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_26

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arrendamento

A caminho do terceiro ano de existência, o programa Porta 65 vai sofrer alguns ajustamentos em 2010. A “Causas Comuns” conversou com Hernâni Duarte, vogal do Conselho Directivo do IHRU, sobre o apoio ao arrendamento jovem e as princi-pais responsabilidades do Instituto em matéria financeira.

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Causas Comuns_Mar 2010_03

textos_Sofia Velez

fotos_Sofia Velez e arquivo IHRU

Causas Comuns (CC) - Antes de

falarmos do Porta 65 Jovem, seria

interessante perceber como se gerem

as questões financeiras da habita-

ção no geral. Quais são, a este nível,

as principais responsabilidades do

IHRU?

Hernâni Duarte (HD) - O Instituto da

Habitação e da Reabilitação Urba-

na é um instituto da administração

pública, chamada administração

pública indirecta, que iniciou a sua

actividade em 2007 em resultado de

uma reestruturação. O IHRU resulta

do Instituto Nacional da Habitação

(com longas tradições nesta área),

do IGAPHE (com a função de fazer a

gestão do património habitacional do

Estado) e de uma parte da Direcção-

-Geral dos Edifícios e Monumentos

Nacionais (obras em edifícios públi-

cos e em monumentos nacionais).

Neste último caso, estamos a gerir o

período de garantia após a conclusão

das obras nos edifícios públicos.

CC - Em cada uma dessas áreas há

vários programas para concretizar as

políticas de habitação?

HD - Nesse âmbito das políticas de

habitação e da reabilitação urbana

existem, de facto, vários progra-

mas em que o Instituto participa

como parceiro. Em grande parte são

parcerias com as câmaras municipais

para ajudar a resolver os problemas

habitacionais locais. São programas

com algum peso financeiro para o

Estado, que vão de comparticipações

a fundo perdido, a empréstimos a

juro bonificado, com uma aposta

na habitação a custos controlados.

Há ainda o Euro-Solar, programa de

apoio a famílias em concreto. Fa-

zemos empréstimos sem juros, para

reabilitar e o próprio dono do fogo

faz as obras.

CC - De que forma o IHRU assegu-

ra que as políticas de habitação do

Governo são concretizadas?

HD - Em termos dos fundos neces-

sários para suportar estas políticas

de empréstimos a fundo perdido, o

Orçamento de Estado (OE), todos os

anos, estabelece verbas que reforçam

o acompanhamento desse esforço

financeiro. Além do OE, o IHRU tem

receitas próprias que aloca também a

estas situações. Em traços muito ge-

rais, no apoio à habitação, o Instituto

tem associada uma actividade de na-

tureza creditícia. E não trabalhamos

só com câmaras. Também há o sector

cooperativo, empresas privadas que

se dedicam a projectos no âmbito

da habitação a custos controlados

e IPSS. É uma actividade de crédito

que gera alguns excedentes.

CC - Como se processa a fiscalização

para garantir que os fundos atribuí-

dos são aplicados?

HD - Não é difícil, porque estes

projectos são físicos, dão nas vis-

tas (estamos a falar de edifícios,

por exemplo). Essa habitação nova

“A única actividade do Institutoque gera excedentesé a actividade creditícia”

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tem um projecto que nós avalia-

mos, intervimos nele desde o início

e é sujeito a uma avaliação prévia.

Há acordos de colaboração com as

câmaras. Depois, temos o controlo do

dinheiro para atribuir a estas políti-

cas e a concretização dos projectos.

CC - Na balança do IHRU o que pesa

mais: a reabilitação de edifícios, bair-

ros históricos ou habitação social?

HD - Estamos a trabalhar em todas

essas áreas. Em termos de números, a

reabilitação é grandemente superior.

Esta actividade em parcerias tem como

objectivo permitir o acesso de todos à

habitação. Há ainda o PER (Programa

Especial de Realojamento), de apoio às

câmaras para a erradicação de barra-

cas, que se mantém activo em muito

poucas localidades (Loures, Odivelas,

Vila Franca de Xira), o qual, também

exige recursos.

CC - A gestão do parque habitacional

público também está nas incumbências

do IHRU?

HD - Sim, é outra grande actividade.

As câmaras têm bairros sociais e nós

colaboramos com elas na reabilitação

dos edifícios. A reabilitação vai ga-

nhando cada vez mais peso. Podem ser

edifícios antigos e pessoas nas barracas

que são identificadas e realojadas.

Nesta matéria de parque habitacional

também temos um programa, o PRO-

HABITA (Programa de Financiamento

para Acesso à Habitação), que abarca

mais situações.

CC - É uma área forte do IHRU, reco-

nhecida e premiada.

HD - Temos o exemplo da cerimónia

de entrega dos prémios IHRU, no ano

passado, em que o primeiro Prémio

foi para a Madeira. A Madeira tem

uma empresa municipal nesta área

da habitação. No centro do Funchal

adquiriu um edifício, reabilitou-o e

nele realojou populações idosas que

viviam em condições degradantes.

Desta forma mantiveram-se no seu

habitat, rodeadas dos amigos e habi-

tuais envolventes.

CC - Como é recuperada a área cre-

ditícia?

HD - Precisamos de fundos para em-

prestar e comparticipar. As compar-

ticipações vêm do Orçamento Geral

do Estado. São verbas atribuídas

anualmente que o IHRU gere. Recen-

temente, nós próprios fizemos um

empréstimo junto do Banco Europeu

de Investimentos (BEI), no montante

de 200 milhões de euros, para apoiar

também esta área. As necessidades

são muitas, os recursos são escassos.

CC - No que respeita aos bairros

sociais, qual é o investimento previsto

para 2010?

HD - Temos 137 bairros espalhados

pelo país, que correspondem a cerca

de 13 mil fracções. Vamos com 14

milhões e meio de euros para reabilitar

e ficam muito aquém das necessidades.

Na área da gestão do parque habita-

cional público central há bairros muito

degradados, outros nem tanto. A po-

lítica agora é a de não alienar os bair-

ros, mantendo a sua gestão e cuidando

da sua reabilitação. Estamos em obras

de reabilitação no bairro das Amen-

doeiras, em Marvila, e a nossa política

vai manter-se neste domínio. Com este

objectivo também contraímos um em-

préstimo junto do Banco Europeu de

Investimentos em que temos previstos

55 milhões de euros para reabilitar o

nosso parque habitacional. Este ano

estamos a pensar alocar 14 milhões e

meio de euros a este projecto.

CC - Há bairros preferenciais nesta

reabilitação?

HD - Há. Essa é outra área. Há uma

lista estabelecida de prioridades, e

é o IHRU que vai fazer o levanta-

mento das necessidades e estabelecer

as prioridades, utilizando a nossa

capacidade de recursos humanos e

financeira. O nosso património dos

137 bairros abarca 13 distritos, 49

concelhos, no total de 13129 frac-

ções.

CC - Quantas fracções vão ser abran-

gidas em 2010?

HD - Cerca de 1900 fracções, o que

ainda é muito pouco. Estes processos

demoram mais tempo porque há situ-

ações de incumprimento que têm de

ser reguladas. Ao reabilitar o edifício

fazemos o levantamento das estrutu-

ras, mas simultaneamente temos uma

equipa social a trabalhar no bairro.

Estes projectos de reabilitação são de

algum valor em termos monetários.

E têm uma carga burocrática um

pouco pesada. A obra, propriamente

arrendamento

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Causas Comuns_Mar 2010_05

dita, é inferior a um ano.

CC - Nestes casos, o que se recupera

de investimento é mínimo?

HD - É uma actividade deficitária.

Aliás, é a actividade mais deficitária

do Instituto. A única actividade que

gera excedentes é a actividade cre-

ditícia, mas não tem sido suficiente

para suportar todas as actividades do

IHRU, por isso temos trabalhado com

algum défice. De qualquer maneira,

a situação está identificada e acre-

ditamos que a breve prazo teremos

uma solução que dê sustentabilidade

financeira a todo este processo.

CC - Por que razão os Bairros Críti-

cos são um projecto à parte?

HD - É uma filosofia completamente

diferente. É um projecto do tipo par-

ceria, na qual o Instituto foi chama-

do a ser a peça fundamental. É pegar

em determinados territórios como a

Cova da Moura, o Vale da Amoreira

e o Lagarteiro, fazendo o levanta-

mento de todo o tipo de problemas,

numa abordagem abrangente. Para

fazer uma abordagem deste tipo

são precisas muitas organizações. A

mais-valia deste projecto é congregar

essas várias vontades dispersas.

CC - Sentem estes casos como um

investimento perdido?

HD - A nossa experiência tem sido

enriquecedora nesse sentido. Em

termos financeiros, este projecto

tem sido altamente apoiado por um

mecanismo financeiro internacio-

nal. Nós apenas suportamos 15%,

não tendo o peso, para o IHRU, que

têm os outros bairros. Tem é alguns

recursos de pessoal.

CC - Quanto ao Porta Jovem 65, é

um modelo de apoio a jovens que

conseguiu ser desmaterializado.

HD - É um programa que veio na

sequência do Incentivo ao Arrenda-

mento Jovem (IAJ). Foi logo pensado

como um processo desmaterializado e,

neste momento, os jovens acedem ao

programa através da Internet, fazem a

sua candidatura aí e enviam os docu-

mentos necessários digitalmente. É um

projecto sem papéis ao nível adminis-

trativo.

CC - Essa é uma das grandes vanta-

gens deste programa?

HD - Essa é uma vantagem evidente

porque temos sete pessoas a trabalhar no

programa e não temos papéis. Quando

era o IAJ eram 40 pessoas com pilhas de

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arrendamento

papéis e coisas atrasadíssimas. Do ponto

de vista do candidato, o único inconve-

niente é que tem de ter acesso à Internet.

Mas nem isso é um problema porque se

não tiver em casa temos organizações que

apoiam, designadamente o IPJ. E a plata-

forma funciona 24 sobre 24 horas.

CC - Todos os jovens que se candida-

tem têm apoio ou há limite de candi-

daturas consoante as verbas disponí-

veis?

HD - Financeiramente, os pagamentos

são feitos no Instituto através dos fichei-

ros electrónicos e encaminhados para a

Direcção-Geral do Tesouro e Finanças,

que é quem suporta esta actividade em

termos financeiros. Anualmente fazemos

uma previsão dos encargos. Quando

abrimos a candidatura, fizemo-lo com

um plafond para 10 milhões de euros.

Se houver candidaturas que ultrapas-

sem esse valor, ficam de fora. Até agora

ainda não aconteceu.

CC - Em 2010 a verba vai manter-se?

HD - Vai manter-se porque temos ficado

bastante aquém do valor disponível.

Também pode ser alterada, através do

mecanismo das alterações orçamentais,

se se verificar que a execução vai ser

maior ou menor.

CC - Que processos são utilizados para

definir as verbas e criar projectos como

este de acordo com a realidade?

HD - Ainda recentemente fizemos con-

tactos com uma empresa externa para

fazer uma avaliação de todo o progra-

ma. É com base em análises do passado

que vamos corrigindo as coisas para o

futuro. E neste caso é mesmo assim. Se o

processo desmaterializado traz vanta-

gens para toda a gente, também torna

os procedimentos administrativos um

pouco inflexíveis porque qualquer alte-

ração que se tenha de fazer implica uma

alteração da plataforma informática.

CC - Para 2010 está prevista alguma

alteração neste projecto que foi no-

meado para os projectos candidatos

ao galardão de boas práticas?

HD - O projecto tem corrido muito

bem, mas vai sofrer alguns ajustamen-

tos. O perfil dos potenciais beneficiá-

rios vai ser alargado para abranger

jovens com rendimentos mais baixos

e estudantes. Entre as alterações está

também previsto o auxílio a portadores

de deficiência ou a famílias monopa-

rentais. De lembrar que este programa

está pensado para ajudar os jovens

a lançarem-se na vida activa, mas

que depois têm de manter-se por si

próprios.

CC - Como tem sido a adesão a este

programa?

HD - Na terceira e última fase do Porta

65 de 2009, em Dezembro, recebemos

1456 candidaturas. Nas fases anterio-

res foram aprovados apoios a mais de

seis mil candidatos.

CC - Por que razão as candidaturas não

são como anteriormente, ao longo de

todo o ano, e são feitas em várias fases?

HD - Poderá ser uma situação revista no

âmbito da avaliação feita ao projecto,

poderemos abrir mais candidaturas, mais

prazos de candidatura. Todavia, parece-

-me razoável esta divisão. Na altura das

candidaturas há um pico de trabalho

muito grande. Há muitos jovens que nos

telefonam com dificuldade e são auxilia-

dos via telefone, via mensagem. Depois,

há a necessidade de fazer fiscalizações

porque são dinheiros públicos que estão

em causa. Nas fases em que não há picos

de trabalho é preciso fiscalizar.

CC - Trata-se de uma fiscalização

interna ou no terreno?

HD - Pode ser interna, que normalmente

resulta de trabalho interno ou de in-

congruências que existam nas situações

e que não são detectadas. Também

temos fiscalizações no terreno. Como

em todas as situações, existem fraudes,

e quando as detectamos enviamo-las

para o Ministério Público. Há desde

falsificação de documentos a datas

rasuradas no bilhete de identidade.

www.portaldahabitacao.pt

Porta 65 Jovem(Programa de Arrendamento Jovem)

NRAU(Plataforma Tecnológica do Novo Regime de Arrendamento Urbano)

OHRU(Observatório da Habitação e da Reabilita-ção Urbana)

IBC(Iniciativa Bairros Críticos)

SIPA(Sistema de Informação para o Património Arquitectónico)

ON-LINE

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Causas Comuns_Mar 2010_07

textos_Carlos Peralta

fotos_arquivo IHRU; município de

Lisboa

A freguesia de Marvila, que comemo-

rou 50 anos em 2009, estende-se do rio

Tejo até aos Olivais. É para esta zona,

que estão previstos o novo Hospital de

Todos-os-Santos e o Instituto Portu-

guês de Oncologia (IPO), bem como o

terminal da terceira travessia o Tejo.

É nesta perspectiva que nasce o Viver

Marvila – Programa de Reabilitação e

Desenvolvimento Integrado para seis

dos bairros da freguesia: Lóios, Amen-

doeiras/Olival, Armador, Condado e

Flamenga. (v. Causas Comuns nº5)

Causas Comuns (CC) - Qual é a génese

deste protocolo entre o Instituto da

Habitação e da Reabilitação Huma-

na (IHRU) e a Câmara Municipal de

Lisboa?

Fátima Ferreira (FF) - Esta parceria

resulta de uma conjugação espontâ-

nea de vontades entre o município de

Lisboa e o IHRU. Ou seja, não resulta

da prévia existência de um programa,

nacional, comunitário, ou internacio-

nal, que tivesse incentivado a criação

de uma parceria para utilização de um

conjunto de recursos disponíveis. A

principal característica que distingue

esta parceria de outras é o facto de ter

nascido de um encontro de vontades de

duas entidades com poderes de gestão

sobre o espaço público e edificado e

que entenderam constituir uma equipa

que, com tempo, repensasse aquela

área, aproveitando as sinergias dos

investimentos previstos.

CC - Aquela área tem uma imagem de

isolamento e periferia. Pode dizer-se

que os investimentos previstos leva-

ram a uma nova abordagem dado ali

existirem bairros de realojamento, quer

da câmara, quer do IHRU?

FF - No caso do Viver Marvila foi a

percepção da necessidade de requali-

ficar aquela zona e da oportunidade

que é haver um conjunto de investi-

mentos públicos já programados. No

fundo pensar o território de uma forma

Viver Marvila

O território existe para as pessoas“Pensar o território de uma forma integrada, actuar com algum tempo, ser pró-activo e não reactivo”, afirma Fátima Ferreira, coordenadora do De-partamento de Programas de Reabilitação, referindo-se ao programa Viver Marvila, uma parceria entre o IHRU e a Câmara Municipal de Lisboa para uma zona que vai sofrer grandes alterações e se deseja venha a constituir uma nova centralidade na cidade.

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integrada, actuar com algum tempo,

ser pró-activo em vez de ser reacti-

vo. Ter, desde logo, um programa de

desenvolvimento que pudesse evoluir,

preparando o território e as pessoas.

Porque o território existe para as pes-

soas. A Câmara Municipal de Lisboa

aderiu imediatamente ao repto que lhe

foi lançado pelo IHRU, em finais de

2007, reconhecendo que os referidos

investimentos públicos, bem como os

que iriam ser efectuados pelo IHRU

no seu edificado, constituíam uma

oportunidade única para qualificar a

zona, intervindo nos fogos camarários

e no espaço público e para canalizar os

recursos disponíveis no sentido de ala-

vancar o desenvolvimento económico-

-social destes espaços, transformando-

-o numa oportunidade para os pró-

prios residentes.

CC - É uma forma nova de olhar para

as cidades?

FF - É a tradução prática dos princí-

pios estratégicos que têm vindo a ser

defendidos. Há muito que se reco-

nheceu a necessidade de desenvolver

processos integrados de reabilitação,

de regeneração do tecido urbano, que

abordem o território nas suas múltiplas

dimensões, ao invés de acções isola-

das, voltadas apenas para as questões

de edificado, sem efeitos sinergéticos e

que não são financeiramente susten-

táveis. O lançamento pela Comissão

Europeia, com o apoio do BEI (Banco

Europeu de Investimento), da Iniciativa

Jessica (Joint European Support for Exposição sobre o programa Viver Marvila que integrou a exposição comemorativa dos 50 anos da freguesia – “Marvila, 50 anos de História, uma freguesia de futuro”, inaugu-rada no dia da assinatura do protocolo de parceria CML/IHRU.

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Causas Comuns_Mar 2010_09

Sustainable Investment in City Areas),

apela à utilização deste tipo de meto-

dologia e à constituição de parcerias

que permitam alijar os recursos públi-

cos, sempre escassos face ás necessida-

des. Esta iniciativa incentiva os actores

urbanos a olhar para o território de

uma forma inovadora, promovendo

a utilização dos recursos públicos de

forma diferente da tradicional. Além da

opção por projectos integrados, sempre

que possível em parceria com o sector

privado, a Iniciativa Jessica assenta,

também, na identificação de acções

com potencial para gerar receita, alme-

jando algum grau de rentabilidade nos

projectos para que exista sempre um

fluxo de verbas que permita continuar

a intervir, ou seja, que faculte a sua

sustentabilidade financeira.

Quando se iniciaram os contactos que

conduziram à constituição da parceria

Viver Marvila, o IHRU era o ponto fo-

cal num grupo de trabalho internacio-

nal, constituído para discutir problemas

relacionados com a implementação da

Inicitiva Jessica. E Marvila pareceu-nos

uma área interessante para testar o

próprio modelo da iniciativa.

Uma nova centralidade

O projecto, actualmente está alargado a

mais entidades…

A partir daqui desenvolveu-se um

processo imparável considerando, entre

outros factores, que já se conseguiu

congregar e trazer para o projecto um

conjunto de outros parceiros públicos.

Montou-se um programa coerente,

exequível e que está à altura de corres-

ponder às expectativas geradas. Os seus

objectivos são valorizar o património,

os equipamentos colectivos e espaços

públicos, melhorar a mobilidade e as

acessibilidades, requalificar o ambiente,

melhorar os equipamentos culturais e

desportivos existentes, promover a coe-

são social e a reintegração das diversas

comunidades, promover o comércio

e as actividades criadoras de empre-

go e, finalmente, contribuir para que

Marvila se possa converter numa nova

centralidade de Lisboa, transformando

a imagem daquela área, considerada

como periférica e de realojamento.

O projecto contou, desde o início, com

a Junta de Freguesia de Marvila e com

a Gebalis como parceiros, mas tam-

bém se quis envolver outras entidades.

Existe já um protocolo entre o Instituto

de Emprego e Formação Profissional,

o Instituto Português de Juventude,

o IHRU e a câmara para desenvolver

iniciativas conjuntas. Foi também pos-

sível sensibilizar outros proprietários

institucionais para o desenvolvimento

articulado de intervenções no seu edi-

ficado, o que se nos afigura essencial

para o projecto já que a propriedade

está segmentada entre diversos serviços

públicos, para além dos edifícios pri-

vados. Existem intenções expressas e

calendarizadas por parte do Instituto de Limite da área de intervenção, com a localização dos bairros dos Lóios, da Flamenga, do Armador, de Amendoeiras/Olival e do Condado.

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reabilitação urbana

Estudo de cor para o Lote 1, propriedade do IHRU no Bairro das Amendoeiras

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Causas Comuns_Mar 2010_11

Gestão Financeira da Segurança Social

e do Instituto de Acção Social das

Forças Armadas, de desencadear obras

nos seus edifícios, em articulação com

o Viver Marvila.

CC - E os privados?

FF - Não estão esquecidos. Os priva-

dos podem assumir um importante

papel, no contexto da exploração de

vias alternativas e complementares de

financiamento e de partilha de risco.

Mas é um caminho que tem que ser

trilhado com cuidado porque Portugal

tem muita experiência em parcerias

público-privadas na área dos transpor-

tes, mas na área da reabilitação urba-

na é uma novidade. Não obstante, este

projecto parece-nos ter a capacidade

de atracção de privados, para plasmar

os princípios que estão subjacentes à

iniciativa Jessica.

CC - O anúncio dos investimentos pú-

blicos e a criação da nova centralidade

vai transformar esta zona?

FF - Este projecto tem vários factores

de atractividade para os privados. Os

investimentos públicos previstos vão

trazer muitas actividades que não

existem. Por exemplo já há intenções

de criar unidades hoteleiras, para

apoio dos futuros hospitais. E atrás

disso vem tudo o que está associado

ao negócio da saúde. Também se está

a trabalhar noutros investimentos

ligados às universidades, à investiga-

ção bem como em projectos ligados

às novas tecnologias que podem vir a

assumir expressão e assegurar inves-

timento estruturante. Tem-se acom-

panhado a elaboração, pelos serviços

camarários, do Plano de Pormenor do

Parque Hospitalar Oriental, de forma

a garantir uma melhor articulação de

todas as valências.

CC - Não se corre o perigo do que se

pode designar por “mais betão”?

FF - O objectivo do projecto é reabi-

litar e requalificar, e não densificar

ou massificar estes bairros, o que iria

descaracterizá-los. Tal não se afigu-

ra legalmente possível pois existem

áreas de REN e RAN, insusceptíveis de

serem afectas a construção. O projecto

envolve um investimento de cerca

de 52 milhões de euros até 2013 (36

do município e quase 16 milhões do

IHRU), que serão canalizados para a

reabilitação do edificado e dos espaços

públicos, para a melhoria dos serviços

e equipamentos de apoio à população

e para projectos de âmbito socioeco-

nómico. A mesma filosofia presidirá

ao investimento dos parceiros públicos

e privados. Por exemplo existe já um

projecto para organização de alguns

espaços em hortas urbanas, criando

um novo nicho de mercado uma vez

que se apoiará também o escoamento

de produtos e se irá apostar na quali-

ficação das pessoas para a agricultura

biológica, etc. Neste contexto já se

conseguiu promover um Contrato

Local de Desenvolvimento Social, via

Instituto da Segurança Social, no valor

de 600 mil euros que incidirá sobre os

bairros da Flamenga e dos Lóios.

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reabilitação urbana

Metodologia participativa

CC - Num artigo de 2009 sobre este

projecto escrevia-se “Mudar, ao ritmo

da população, referindo, para além da

junta de freguesia, colectividades de

bairro, associações de moradores, cria-

ção de condomínios. Quer comentar?

FF - Estarmos a trabalhar em diá-

logo com as populações e as suas

organizações, metodologia que visa

não só garantir que os investimentos

feitos correspondem efectivamente às

necessidades sentidas, como pretende

que as pessoas se sintam envolvidas

no processo de decisão, reconheçam o

trabalho e se revejam nele, e, conse-

quentemente, se preocupem com a

conservação dos espaços que sabem

ter sido intervencionados com e para

elas, processo que envolveu esforço

e dinheiro. É uma espécie de contra-

tualização em que os destinatários

primários da intervenção são alvo de

co-responsabilidade pela sua manu-

tenção. Quando se fazem as coisas de

costas para os utilizadores, estes não

se revêem no produto final e, portanto,

também não o estimam. Exemplo des-

ta forma de abordagem é a iniciativa

“Olhar para Cuidar”, que pretende

implementar uma rotina entre as

entidades gestoras do espaço público

e a comunidade, para que esta última

possa contribuir para a definição e

concretização das opções de manuten-

ção do espaço público.

CC - O ano de 2009 foi um ano de pre-

paração e lançamento de estudos. Qual

o ponto da situação?

FF - No protocolo inicial equacionou-

-se logo a necessidade de promover a

realização de dois estudos estruturan-

tes para se olhar para este território de

uma forma integrada e prospectiva:

um levantamento socioeconómico

tendo em vista prepará-lo para o

futuro, considerando o existente e

os investimentos programados num

cenário de curto/médio prazo – ou seja

um estudo que contemple o antes, o

durante e o depois da construção dos

hospitais e da terceira travessia sobre o

Tejo e que identifique e forneça pistas

de trabalho englobando os efeitos que

se vão fazer sentir com a concretização

destes grandes investimentos públicos

- e um outro estudo sobre o edificado,

relativo à análise e avaliação de alguns

lotes problemáticos com problemas

funcionais e de segurança, quer nos

bairros do IHRU, quer nos da câmara.

No protocolo ficou acordado que esses

dois estudos seriam suportados por

ambas as entidades. Já no contexto do

lançamento dos procedimentos deci-

dimos que cada entidade fazia um dos

estudos, pelo que o município ficou

encarregue do estudo socioeconómico

e o IHRU do do edificado, estando

ambos adjudicados. Mais tarde a

Gebalis (Gestão dos Bairros Municipais

de Lisboa), irá lançar para o restante

edificado da câmara um estudo similar.

CC - Já se vê obra no terreno?

FF - O ano de 2009 foi crucial no

sentido de consolidação da equipa e de

lançamento dos pilares deste projecto.

Elaboraram-se vários projectos e estu-

dos. Em 2010 vão-se ver mais coisas

no terreno. Contudo, não quero deixar

de realçar que o IHRU e a Câmara já

iniciaram as obras, o que constituiu

um sinal importante para os morado-

res. Em 2009 foi lançado o processo

de reabilitação do edificado do IHRU

com o inicio das obras no lote 1 do

Bairro das Amendoeiras, e a Gebalis

promoveu a realização de obras de

revestimento em vários lotes no Bairro

do Armador, iniciou o processo de

demolição de vários lotes no chamado

Corredor da Morte e procedeu à reabi-

litação de lojas municipais devolutas

na Via Principal de Peões.

Realização de sessões de trabalho “Olhar para Cuidar” nos bairros, para avaliação do espaço público, equipamentos e mobiliário urbano, através do envolvimento directo de entidades locais e da população.

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Causas Comuns_Mar 2010_13

Arrancou um novo ciclo de obras de reabilitação em bairros do Instituto da Habitação e Reabili-tação no Norte. A selecção do primeiro caso, urgente, recaiu sobre o Bairro Nossa Senhora da Conceição, em Guimarães. Trata- -se de uma construção com mais de trinta anos onde o tempo despoletou um processo de degra-dação acelerado.

texto_J.R. /redacção Causas Comuns

fotos_J.R.

Arrancou um novo ciclo de obras de reabilitação em

bairros do Instituto da Habitação e Reabilitação no

Norte. A selecção do primeiro caso, urgente, recaiu

sobre o Bairro Nossa Senhora da Conceição, em

Guimarães. Trata-se de uma construção com mais de

trinta anos onde o tempo despoletou um processo de

degradação acelerado.

«Uma parte significativa das habitações apresenta

grandes deficiência construtivas e patologias que

se traduzem, sobretudo, pela perda de estanqueida-

de dos prédios com enormes entradas de água nos

compartimentos, principalmente no último andar,

mas com efeitos em outros pisos», descreve à Causas

Comuns o arquitecto Rui Ramos Loza, director da

delegação no Norte do IHRU.

Este bairro tem uma localização estratégica na

cidade e, com o evoluir do tecido urbano, adquiriu

mesmo uma situação privilegiada. Nesta área, e em

seu redor, foram nascendo um Centro de Saúde,

um estádio, uma igreja, o quartel dos bombeiros

e a esquadra central da PSP. Antigas e nova vias

Instituto cuida dos seus prédios e inquilinos

Novo plano de obras em bairros do Norte tem inícioem Guimarães

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reabilitação urbana

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Causas Comuns_Mar 2010_15

conferem-lhe uma grande acessibilidade.

Construído nos últimos anos da década de 70, o Bair-

ro Nossa Senhora da Conceição nunca registou obras

de grande reparação, historia Rui Loza. «Para além

da idade, os edifícios sofrem com os problemas de

uma construção deficiente que era praticada naque-

la época – um tempo em que o país tinha gritantes

carências habitacionais, com milhares de famíIias

sem casa, e era necessário construir rapidamente e a

muito baixo custo».

Envolvimento social

«Não é uma zona dita pobre, será

antes uma zona que progres-

sivamente foi juntando gente

com dificuldades económicas

e outras, colocadas à margem

ou escondidas», enquadra a

vereadora do Planeamento

Urbanístico, Alexandra Gesta.

Para esta arquitecta, responsável desde 1983 pelo projecto

de recuperação do Centro Histórico de Guimarães, elevado

a Património Mundial da Humanidade em 2001, «é aqui,

nestas zonas expostas, que a intervenção urbanística, de

modernidade, se revela mais positiva».

Estas áreas, no seu conteúdo social – tal como no centro

histórico da cidade – carecem deste modelo de interven-

ção, refere Alexandra Gesta, que entende como positiva a

participação conjunta IHRU/câmara no projecto de reabili-

tação do bairro Nossa Senhora da Conceição. «As pessoas

com dificuldades não se podem esconder, e o modelo de

intervenção determina comportamentos. É essa a forma

como o urbanismo assume responsabilidades», entende

a vereadora, recordando que «Guimarães, no âmbito dos

bairros, tem um trabalho distinguido ao nível nacional».

Para além do apoio da Câmara Municipal de Guimarães,

o IHRU conta neste processo com a colaboração de IPSS

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reabilitação urbana

locais, «destacadamente com a ‘Sol do Ave’, uma

associação que desenvolve trabalho social de proxi-

midade com a população deste e de outros bairros»,

confirma Rui Loza.

Os blocos do bairro

O Bairro Nossa Senhora da Conceição é constituído

por oito edifícios em quatro blocos, com um total de

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Causas Comuns_Mar 2010_17

395 fracções, das quais 366 são habitacionais. Estas

são propriedade do IHRU, havendo 291 contratos de

arrendamento com renda social e 21 no regime de

renda apoiada. Com a realização das obras que agora

começam, a renda apoiada será estendida a todos os

contratos.

Que nos mostra, hoje, a radiografia dos edifícios?

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reabilitação urbana

«Com uma estrutura em ‘túnel’ e paredes exteriores

em ‘blocos’ de calcário expandido, sem impermea-

bilização das fachadas e com defeituosa impermea-

bilização das coberturas, os edifícios apresentam

fendilhações nas paredes exteriores, rupturas nas

coberturas e um generalizado envelhecimento das

caixilharias de madeira», explica ainda o arquitecto

Rui Loza. A empreitada visa resolver estes proble-

mas.

O projecto é da autoria do eng.º Vítor Abrantes,

e a empreitada foi entregue, através de concur-

so público, à firma “Alberto Martins Mesquita &

Filhos Lta.”, da Maia. O valor da adjudicação é de

2.263.999,88 euros. O prazo da empreitada: 210

dias.

Em pormenor, a obra incidirá sobre as partes co-

muns dos blocos incluindo, entre outros trabalhos,

reparações na estrutura, impermeabilização das

fachadas e coberturas, total substituição de caixi-

lharias e reparação interior das caixas de escadas.

A força que faltava

A reabilitação do Bairro da Senhora da Conceição

inicia um novo ciclo de grandes intervenções em

bairros do IHRU na Região Norte do país, culminando

todo um processo de diagnóstico, projecto e concur-

so. Outros bairros, igualmente necessitados de obras

de envergadura, vão ser objecto de procedimentos

semelhantes.

«O IHRU assume desta forma o seu papel de proprie-

tário e senhorio», enfatiza o director do Instituto da

Habitação no Porto. Segundo Rui Loza, «o IHRU pre-

tende conferir aos fogos que gere qualidade e os níveis

de conforto que a habitação de custos controlados, no

presente, deve proporcionar aos seus inquilinos».

«Devemos mostrar - porque é o urbanismo que dá

nota! -, devemos mostrar ao resto da comunidade que

algo se está a passar aqui», junta Alexandra Gesta,

para quem essa atitude é que «denuncia e simboliza».

«Para isso, o IHRU era a força que nos faltava», conclui

a responsável do executivo municipal de Guimarães.

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Causas Comuns_Mar 2010_19

A Unidade Habitacional da Amoreira, destinada a seis agregados familiares, nasceu da cooperação entre o município de Óbidos e o IHRU. Caracteriza-se pela integração urbana e pela sustentabilidade ambiental, duas bandeiras defendidas por Telmo Faria, presidente do município de Óbidos.

Criar habitação digna comsustentabilidade ambiental

Unidade Habitacional da Amoreira – Óbidos

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inovação

texto_Carlos Peralta

fotos_Município de Óbidos

Unidade Habitacional da Amoreira – Óbidos

Criar habitação digna com sustentabilidade ambiental

A unidade habitacional da Amoreira, destinada a seis

agregados familiares, nasceu da cooperação entre o

município de Óbidos e o IHRU. Caracteriza-se pela

integração urbana e pela sustentabilidade ambiental,

duas bandeiras defendidas por Telmo Faria, presidente

da Câmara Municipal de Óbidos

A unidade habitacional da Amoreira, freguesia de

Óbidos, é a primeira no concelho e foi construída,

como explica o presidente da câmara, Telmo Faria,

segundo um conceito inovador: “primeiro integra os

agregados familiares a que se destina no centro de

uma freguesia histórica do concelho, a Amoreira, ou

seja, coloca as pessoas dentro da localidade em vez de

criar um loteamento novo na periferia. Uma segunda

vertente é o cruzamento entre intervenção social –

quando acolhemos pessoas e criamos uma habitação

digna – e sustentabilidade ambiental”.

“Para que esta integração fosse possível houve o

aproveitamento de dois anteriores equipamentos

públicos – um centro de saúde e um jardim de in-

fância – que passaram para outro local”, prossegue o

autarca, que acrescenta, “portanto, equipamentos que

já foram ponto de atracção de pessoas mudaram a sua

função e hoje ajudam a resolver a vida de 17 pessoas,

seis agregados familiares que agora lá moram. Trata-

-se da recuperação de edifícios que durante muitos

anos prestaram serviço à comunidade e que são

identificados pela população como lugares de serviço

público.

Óbidos. Carbono Social

Uma grande aposta do concelho de Óbidos é a susten-

tabilidade ambiental, “um dos motores do nosso pro-

cesso de desenvolvimento com uma dimensão social”

diz ainda Telmo Faria, “o que se está a demonstrar em

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Causas Comuns_Mar 2010_21

Óbidos é que as tecnologias ambientais devem ser postas

ao serviço de quem mais precisa. Todos precisamos de

uma gestão racionalizada com despesa baixa, mas mais

ainda as famílias carenciadas. Se faz sentido usar essas

novas tecnologias é junto das comunidades com mais

necessidades porque, deste modo, estamos a contribuir

para que elas reduzam a conta da electricidade no final

do mês. Aqui na unidade da Amoreira, com os painéis

solares térmicos, estas famílias não pagarão, na maior

parte do ano, nada pelas suas águas quentes sanitárias

e, apenas em alguns meses, terão necessidade de energia

eléctrica para esse fim. A chamada factura energética

deve ser cada vez menor a começar pelas famílias caren-

ciadas. Nesta unidade habitacional é tudo apoiado em

sistemas de baixo custo que fará com que as famílias no

final do mês paguem menos do que gastariam sem este

investimento. Não se trata de uma moda, estamos a falar

de combater desperdício energético, de gestão racional

através de fontes renováveis”. E conclui:

“Quem nos dera que todo o tipo de intervenção social,

da designada habitação social passasse, no futuro, a ter

este tipo de preocupações o que significaria que estamos

a auxiliar diariamente as famílias, não só no momen-

to em que lhes atribuímos uma casa, mas também no

momento em que há despesas nessa casa”.

Estas opções ambientais, realçadas pelo presidente da

Câmara Municípal de Óbidos, são uma das medidas para

ter menos emissões de CO2 no concelho, contribuindo

para uma política mais global do município muito ambi-

ciosa que é o programa “Óbidos. Carbono Social”. É um

projecto iniciado em 2007 com que se pretende dimi-

nuir drasticamente as emissões de CO2. “Hoje em dia já

estamos praticamente num equilíbrio entre as emissões

produzidas e os créditos de carbono que conseguimos

emitir, portanto, estamos a aproximar-nos rapidamente

daquilo que é um concelho neutro do ponto de vista das

emissões de CO2”.

Cooperação com o IHRU

A unidade habitacional da Amoreira faz parte de um

acordo de cooperação com o IHRU para proporcionar

Pormenores da construção da unidade habitacional da Amoreira

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inovação

condições de habitabilidade dignas a 32 agregados fami-

liares. Nesta unidade foram agora instalados seis desses

agregados, neste caso 17 pessoas com idades entre os

dois e os 72 anos. Os restantes 24 serão instalados entre

este ano e 2011. Isso será feito, quando possível com re-

cuperação de edifícios, mas sempre inserção nos núcleos

urbanos e criação de pequenas comunidades, isto é, as

unidades habitacionais nunca devem ter muita gente.

Nesta unidade habitacional da Amoreira existem duas

habitações com tipologia T0, duas habitações com tipo-

logia T2 e duas T3. São cinco tipologias de piso térreo e

uma de acesso no primeiro piso. Todos tiveram em aten-

ção, tanto ao nível das áreas, como na distribuição dos

compartimentos interiores, as necessidades das pessoas

com mobilidade física condicionada. As famílias realoja-

das estavam numa situação de carência habitacional por

várias razões a saber: edificações com graves deficiências

de solidez, segurança e/ou salubridade; manifesta exi-

guidade de área habitável; necessidade de realojamento

de devido a situação de calamidade pública. (cheias de

Novembro de 2006).

O acordo de cooperação entre o município de Óbidos

e o IHRU data de Maio de 2006 sendo a assinatura do

contrato de Dezembro de 2008. O valor da adjudicação

da obra da Amoreira foi de cerca 221 mil euros com uma

comparticipação do IHRU de 101.438 euros.

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Causas Comuns_Mar 2010_23

No âmbito da Iniciativa Bairros Críticos decorreu

em Janeiro deste ano o IV Seminário de Apoio à

Intervenção sob o tema “Comunidades seguras em

territórios urbanos”. Este encontro contou com a

intervenção do Professor Jack Greene da Universidade

de Boston denominada “Criação de parcerias entre a

polícia e a sociedade: oportunidades para a prevenção

criminal e o reforço comunitário”.

Causas Comuns (CC) - Prof. Jack Greene, como viu a

conferência, os temas tratados e a resposta que está

a ser dada aos problemas dos bairros abrangidos pela

Iniciativa?

Jack Greene (JG) - A conferência constituiu um

importante fórum que juntou muitos intervenientes e

parceiros para debater questões de segurança nas três

comunidades abrangidas pelo programa. Foi algo im-

portante (relevante), porque, diz a experiência, muitas

conferências não são organizadas de modo a que as

entidades envolvidas consigam construir os laços e

relações necessários para se obter sucesso a longo

prazo. O encontro centrou-se na segurança pública

nos bairros e em como criar, localmente, as capacida-

des para enfrentar e resolver os problemas de protec-

ção e segurança que surgem nestas comunidades.

A abordagem portuguesa, nesta situação, é desen-

volver o policiamento de proximidade como meio

para estabelecer um diálogo sobre prevenção entre a

polícia e os moradores, de modo a reforçar a confian-

ça e a responsabilização mútuas. O que constatei foi

um projecto na sua fase inicial, com bastante trabalho

pela frente, e com parcerias a estabelecer e desenvol-

ver.

Como é evidente, cada um dos bairros é diferente e os

métodos a utilizar variarão, mas, dito isto, este tipo

de acções já foi tentado noutros lugares e a PSP pode

aprender com essas experiências, especialmente no

que diz respeito à interacção entre polícia e comuni-

dade.

CC - Apesar da sua vasta experiência nestes assuntos,

que diferenças assinala neste caso?

JG - Neste caso, a diferença está no papel desem-

penhado pelo IHRU fornecendo apoio financeiro e

organizacional enquanto, ao mesmo tempo, mantêm

no terreno uma vasta equipa de reabilitação dos

bairros. Frequentemente as agências governamen-

tais limitam-se a fornecer os meios e afastam-se do

Iniciativa Bairros CríticosIV Seminário de Apoio à Intervenção

Policiamento deproximidade para garantir prevenção e segurança

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qualidade de vida

processo. A permanência do IHRU como um parceiro

activo junto das comunidades facilita o entendimento

local e fortalece a colaboração entre as entidades e os

parceiros da iniciativa, o que constitui um importante

factor adicional na equação de como reabilitar áreas

degradadas.

CC - Após o que pode observar, que conselhos priori-

tários daria?

JG - A minha principal preocupação no que se refere à

protecção pública nas três comunidades é que a polícia

esteja mais envolvida neste esforço. Um pequeno núme-

ro de agentes de policiamento de proximidade estão já

destacados para estes bairros e isso é um bom começo,

mas outras funções policiais podem, quer reforçar,

quer enfraquecer este esforço. Neste caso, o que

penso ser mais importante é que o comandante

da polícia de cada bairro seja o elemento-chave

de todas as iniciativas ou medidas policiais nes-

sas áreas. Não significa isso que esse comandante

deva controlar agentes de outras unidades, mas sim

que deve ser consultado sempre que alguma acção

policial tenha lugar nas comunidades afectadas.

Essas comunicação e coordenação podem atenuar

muito a percepção pelas pessoas de que lidam

com diferentes polícias, os do policiamento de

proximidade e os outros que vêm ao bairro de

tempos a tempos. A ideia central do policiamen-

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Causas Comuns_Mar 2010_25

to de proximidade é a criação de um sentimento

de pertença ao bairro. Essa pertença tem de ser

clara, daí a necessidade de consulta e coordena-

ção dos serviços policiais na resposta às questões

locais, assim se assegurando uma boa integração

nestes territórios.

A Iniciativa Bairros Críticos é um programa nacional

coordenado pela Secretaria de Estado do Ordena-

mento do Território e Cidades e um instrumento da

Política de Cidades. Tem como objectivo a interven-

ção em territórios urbanos que apresentam factores

de vulnerabilidade crítica, através de intervenções

sócio-territoriais integradas. Iniciou-se com uma

fase experimental em três territórios (Cova da Mou-

ra – Amadora; Lagarteiro – Porto e Vale da Amorei-

ra – Moita). Envolve vários ministérios e dezenas de

entidades públicas e organizações/ associações locais.

Jack R. Greene é professor e ex-director da Faculdade

de Justiça Criminal da Northeastern University, onde

dirigiu projectos académicos e de investigação cen-

trados no domínio da criminologia e justiça (1999-

2008), projectos que granjearam à universidade uma

reputação nacional e internacional em criminologia

aplicada. Com um vasto curriculum nestas áreas, é

um perito em questões de funcionamento dos ser-

viços policiais, policiamento de proximidade, pre-

venção criminal e gestão policial sobre as quais tem

publicado vários trabalhos.

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património arquitectónico

texto_Carlos Peralta

fotos_Arquivo IHRU/SIPA

No Forte de Sacavém, local histórico reabilitado, a en-

trega diária ao trabalho por objectivos e a coordena-

ção com que cada um faz parte do sistema dão como

resultado o Sistema de Informação para o Património

Arquitectónico (SIPA), organismo inovador e bem

equipado tecnologicamente. Assim se pode resumir

o essencial das opiniões de oito jovens espanhóis de

Córdova que ali estagiaram

Entre 12 e 13 de Outubro de 2009, oito alunos do

designado “Taller de Empleo Tabularium” (oficina de

emprego), da província de Córdova, na Andaluzia,

realizaram um estágio no SIPA. Integrada no “Projec-

to Leonardo da Vinci” da União Europeia: “Archivos

europeos. Experiências en Documentación e Digita-

lización”. A referida oficina está a levar a cabo uma

formação, com a duração de um ano, de técnicos de

arquivo e tratamento digital de documentos, dirigida

a licenciados em Ciências Sociais e Humanidades. O

objectivo desta iniciativa é colocar esses técnicos em

arquivos e centros de documentação nos municípios

da província de Córdova.

Os estagiários, organizados em dois grupos, seguiram,

a tempo inteiro durante nove dias, onze módulos de

formação. Os módulos desenvolveram-se a partir das

áreas de estágio SIPA/Documentação e SIPA/Infor-

mação e versaram temas como, por exemplo: inven-

tário do património arquitectónico, parques e jardins

históricos; paisagem (SIG); carta de risco; conjuntos

urbanos; comunicação documental e leitura pública de

documentos de arquivo e biblioteca; tratamento técni-

co arquivístico de documentos textuais, desenhos e fo-

tografias; preservação e conservação de documentos;

digitalização/transferência de suportes, entre outros.

No âmbito do Sistema de Informação para o Património Arquitectónico

Andaluzes estagiaramno Forte de Sacavém

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Causas Comuns_Mar 2010_27

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O grupo constituído por sete mulheres e um ho-

mem, todos com formação superior, três possuindo o

equivalente ao antigo bacharelato e cinco licenciados,

dois em História e os outros em Direito, Economia e

História da Arte.

Voz aos estagiários

Cristina, Isabel, Joaquin, Maria Dolores, Maria Rosa-

rio, Maria Teresa, Rafaela e Sílvia, assim se chamam os

jovens andaluzes, no final deixaram as suas impressões

sobre a formação recebida, o SIPA e mesmo Lisboa e

Portugal.

No que diz respeito ao SIPA, nas diversas respostas, é

destacado o carácter avançado do arquivo, bem dota-

do de recursos e pessoal qualificado, sendo destacada

a organização dos departamentos e, especialmente,

a boa ligação entre eles “criando uma cadeia em que

cada peça é importante”. Ou, como assinala uma das

respostas, “a união do seu trabalho dá lugar ao trata-

mento, registo e classificação para uma boa difusão da

informação”.

Relativamente aos objectivos do estágio, embora todos

os considerem atingidos, mesmo acima das expec-

tativas, não deixaram de sugerir que teria sido bom

mais trabalho prático para consolidar as explicações,

ou “para dar uma visão mais profunda do trabalho

num determinado departamento porque é a melhor

forma de aprender”. “Faltou poder praticar mais, pois,

para mim, é um arquivo inovador”, conclui uma das

estagiárias.

Neste aspecto, e segundo os responsáveis do curso,

em nove dias de estágio é difícil muita prática, isto

porque o SIPA é extremamente complexo, com muitas

áreas funcionais interligadas e interdependentes, e em

algumas delas a parte prática é realizada no exte-

rior, nos edifícios, parques ou jardins ou mesmo em

paisagens que estão em estudo. Por outro lado, e no

outro sector da documentação, os tratamentos mais

interessantes são efectuados no laboratório aos do-

cumentos textuais, fotos ou desenhos em muito mau

estado de conservação, sendo que o seu processo de

estabilização é extremamente moroso e complexo. Os

princípios, métodos e técnicas aplicados em todas as

vertentes práticas do SIPA são igualmente sofisticados

e carecem de uma explicação técnico-científica que

justifica a sua aplicação.

Já quanto à existência de arquivos semelhantes em Es-

panha as opiniões dividem-se muito devido à diferente

experiência profissional de cada um. Alguns conside-

ram os métodos semelhantes, mas é opinião comum

que o SIPA é muito inovador e actualizado, com mais

tecnologia.

Todos sem excepção, ainda que de diversas formas, as-

sinalam a importância que estes dias em Portugal vão

ter para o seu futuro, como se constata pelas seguintes

afirmações: “fez-me ver a necessidade de prosseguir

a formação profissional, um longo caminho a percor-

rer”, ou “profissionalmente aprendi novos métodos

e recursos”, ou ainda “motivou-me e criou-me uma

série de expectativas” e “aprendi coisas desconhecidas

e úteis para o meu trabalho”, “conheci os métodos,

toda a engrenagem do trabalho e esclarecimentos

sobre conceitos específicos que vou poder aplicar”. É

também valorizado todo o trabalho de comunicação

desenvolvido através da internet*.

Finalmente, não deixaram de destacar os vários for-

madores que os acompanharam nesses dias, sempre

sob a orientação do coordenador do curso João Nuno

Reis. E, claro, palavras simpáticas para Lisboa e Por-

tugal.

*www.monumentos.pt é um website do IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana através do qual são disponibilizados os conteúdos que integram o SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.

património arquitectónico

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Causas Comuns_Mar 2010_26

O Prémio IHRU de Construção e

Reabilitação consiste na atribuição

de distinções de prestígio a empre-

endimentos de habitação de interesse

social e a obras de reabilitação no

meio urbano.

Variante “CONSTRUÇÃO”

Visa distinguir os empreendimen-

tos de Habitação de Interesse Social,

vertentes: promoção privada, promo-

ção municipal e regional e promoção

cooperativa.

Variante “REABILITAÇÃO”

Destina-se a distinguir acções de reabilitação

com carácter de excelência, que consistam na

reabilitação isolada de imóveis, reabilitação ou

qualificação de espaços públicos e reabilitação

integrada de conjuntos urbanos.

Prémio IHRU de Construçãoe Reabilitação 2009Teve lugar no passado mês de Dezembro, no Auditório do Centro Científico e Cultural de Macau a cerimónia de entrega dos prémios IHRU 2009, nas variantes Construção e Reabilitação, pela Secretária de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, Fernanda Carmo.

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ARRENDAMENTO JOVEMPROGRAMA PORTA 65 JOVEMALARGA OPORTUNIDADESQuatro períodosde candidatura por ano.

Para mais informações, consulte:www.portaldahabitacao.pt/porta65j

Candidaturas possíveis no primeiro trabalhoBasta ter seis meses de trabalho.

Contrato de arrendamentoBasta entregar um contrato de promessa com o senhorio. O arrenda-mento começa só quando já sabe se recebe o apoio.

Subsídios e Bolsas contam para cálculo do rendimentoPassam a a ser considerados como rendimentos brutos do candidato valores como bolsas, prémios cienti�cos, e também o subsídio de desmprego e de maternidade.

Melhoria da majoração para casas em zonas históricasAumenta de 10% para 20% a majoração para quem pretenda arrendar uma casa numa zona urbana histórica.

Mudar de casaMudar de uma casa arrendada para outra sem perder a hipótesa de se candidatar novamente ao Porta 65.

Majoração para pessoas com �lhos ou de�cientes a cargoPassa a aplicar-se uma majoração de 10% para casais jovens com �lhos ou jovens com �lhos se algum dos jovens ou dos elementos do agrega-do jovem tenha uma de�ciência permanente com grau de incapacidade superior a 60%.