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NCST/Paraná entra na luta contra a privatização de empresas públicas Ed. Especial - Agosto de 2011 Agepar: o fantasma da privatização volta a assombrar o Paraná

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NCST/Paraná - Ed. Especial Agepar

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Page 1: NCST/Paraná - Ed. Especial Agepar

NCST/Paraná entra na luta contra a privatização de empresas públicas

Ed. Especial - Agosto de 2011

Agepar: o fantasma da privatização volta a assombrar o Paraná

Page 2: NCST/Paraná - Ed. Especial Agepar

Não deixaremos privatizar!Trabalhadores e trabalhadoras, o fantasma da privatização voltou a

rondar o nosso estado. Recentemente o governador Beto Richa (PSDB)

enviou o projeto de lei complementar n.º 361/2011 para a Assembléia Le-

gislativa, adicionando alguns parágrafos ao projeto que visa a criação da

Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar).

Neste complemento, Richa aumenta a abrangência da agência reguladora

com a inclusão do saneamento, energia, tecnologia e informática.

O grande problema desse projeto é que as agências reguladoras existem

para regular os serviços públicos e as atividades econômicas de interesse

público que são prestados pela iniciativa privada. Não faz sentido que uma

agência reguladora seja criada para regular os serviços executados pelo

próprio Estado. Diante dos indícios, a NCST/Paraná inicia uma campanha

contra a privatização e entra nessa luta na mesma trincheira do Saemac e

das demais entidades sindicais que representam os trabalhadores da Sane-

par, Copel, Celepar, Compagás e demais estatais.

Além dos milhares de empregos que estão em jogo, nos preocupamos

com os problemas que tal privatização poderia gerar para todos nós pa-

ranaenses, haja visto que essas empresas públicas vêm prestando serviços

impecáveis à população, com compromisso social com o povo paranaense.

Leia com atenção este material e repasse as informações aos seus com-

panheiros e familiares. Não deixe venderem nossas empresas públicas!

OPINIÃO

Denílson Pestana da Costa é presidente da NCST/Paraná

EXPEDIENTEJornal da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Estado do ParanáPraça General Osório, n.º 45, Sala 806/807 Curitiba - Paraná (41) 3022-2410 [email protected] | www.ncstpr.org.brTiragem: 5 mil exemplares

Redação, projeto gráfico e diagramação:Banquinho PublicaçõesRua Fernandes de Barros, n.º 55Curitiba - Paranábanquinho@banquinhopublicacoes.com.brwww.banquinhopublicacoes.com.br

“O trabalho da NCST/Paraná contra a privatização das empresas

públicas tem apoio nacional. Lembro que a Light, no Rio, após

ser privatizada tornou-se deficitária, com falta de trabalhadores

para manter o sistema. Agora, surgem as explosões no

noticiário. A privatização não traz benefício ao trabalhador, e

essa campanha deve ser levada a toda a sociedade.”

José Calixto Ramos, presidente nacional da NCST

“O serviço que as empresas públicas realizam deve continuar

com o Estado, para garantir qualidade, empregos e o

compromisso com a sociedade. Em 2001, o movimento sindical

realizou manifestações para barrar a privatização da Copel e

vencemos. Impediremos que o grupo que há 10 anos tentou

vender a Copel privatize as empresas públicas do Paraná. “

Epitácio dos Santos, presidente da Fetropar

“Não podemos entrar na contramão dos acontecimentos.

O serviço de fornecimento de energia e água tem que

ser do Estado. Se for para a iniciativa privada, perdem os

trabalhadores e a sociedade. Com certeza o movimento

sindical vai lotar a Assembleia para garantir que os deputados

votem contra as privatizações”

Wilson Pereira, presidente da Fethepar

“Em São Paulo, após as privatizações, o serviço virou um caos

e temos queda de energia e apagões em diversas regiões. Na

época, o movimento sindical se mobilizou contra a venda

das empresas, mas não se conseguiu impedir. Perderam os

trabalhadores e a população. Por essa experiência, damos todo

apoio aos companheiros do Paraná contra a privatização”

Luiz Gonçalves, presidente da NCST-SP

“A experiência que nós temos em Minas Gerais com

privatizações não é boa. Uma empresa privada não deve tomar

conta de um bem que deve ser comum a todos, como a água e

o saneamento básico. A Cemig hoje muitas vezes isenta grandes

empresas de cobrança de energia, mas não a população de baixa

renda. Perdeu o compromisso com o povo”

Hamilton Dias Moura, dirigente da NCST nacional

“Os líderes sindicais da categoria da Construção e do

Mobiliário do Estado do Paraná participaram ativamente

da mobilização contra a privatização da Copel há dez anos

atrás e agora não será diferente. Estaremos irmanados

nessa luta em defesa das empresas públicas, pelo bem dos

trabalhadores dessas estatais e do povo paranaense”.

Geraldo Ramthun, presidente da Fetraconspar

Page 3: NCST/Paraná - Ed. Especial Agepar

JORNAL DA NCST/PARANÁ 3

Saneparianos unidos contra a criação da Agepar

Confira a entrevista com Gerti Nunes,

presidente do Saemac - sindicato que

representa os trabalhadores da Sanepar.

O que o Governo quer com a criação da Agepar?

Gerti Nunes: Segundo a informação

que nós temos é uma agência regula-

dora, que vem para regular as empre-

sas do governo, as estatais, para dar um

direcionamento. Mas é uma contradi-

ção, porque institui uma agência para

regulamentar empresas que hoje são

geridas pelo próprio governo. Vai criar

uma agência para regulamentar aquilo

que as empresas já fazem? Quando o

Governo enviou isso para a Assembleia

como projeto de lei, o deputado Elton

Velter (PT) levantou que a privatização

vinha nas entrelinhas. No projeto não

diz que é uma agência privatizadora,

mas nas entrelinhas fica claro que o ob-

jetivo é preparar as empresas para sua

privatização.

O que mais o projeto levanta?

O governo diz que através da agência

seria possível reduzir as tarifas, mas

nada disso é possível. Isso porque não

tem como você criar uma nova agên-

cia com um novo quadro diretivo, sem

custo. A teoria deles de que com a Age-

par as tarifas seriam barateadas, na prá-

tica funcionará ao contrário, vai acabar

deixando mais caro. Quando o secretá-

rio Cassio Taniguchi diz que a agência

vai regulamentar para reduzir custos,

isso não existe. Vai preparar as empre-

sas vender pra iniciativa privada que vai

atender a grupos e não a população.

O que está em jogo para os trabalha-dores das empresas públicas?

Hoje todos trabalham na ótica de uma

empresa pública. Sanepar, Copel, Com-

pagás e de repente isso é privatizado.

Trabalhador não tem só seu emprego,

tem plano de saúde, plano previdenci-

ário, toda uma história em torno disso.

A população também deve defender

porque são empresas que funcionam,

vem um prejuízo não só aos trabalhado-

res mas ao Estado de maneira geral.

Passamos por um momento delicado

em que falta mão-de-obra qualificada.

Os trabalhadores dessas empresas fo-

ram preparados. Quando a gente ouve

que a Sanepar recebeu mais um prêmio

de certificação é porque tem um quadro

de técnicos que foi preparado ao longo

do tempo e tem um custo pra isso.

O projeto de criação da Agepar foi tirado da pauta da Alep. Como fica a situação?

O Saemac resolveu encampar esta luta e

dizer não a esta Agência. Se o governador

retirou o projeto realmente para fazer es-

tes ajustes, então nem ele tinha certeza

do que estava propondo. Sabemos que

isso vai voltar pra Assembleia Legislativa

e a comunidade de maneira geral tem

que estar alerta para estes fatos. O Beto

Richa é nosso governador, mas ninguém

deu um cheque em branco para ele ven-

der o que é do povo e do Estado.

Gerti Nunes fala aos trabalhodores da Sanepar

Page 4: NCST/Paraná - Ed. Especial Agepar

4 JORNAL DA NCST/PARANÁ

Uma carta aberta à população paranaense contra a criação da Agepar foi entregue

por lideranças sindicais aos deputados estaduais do PT e PDT, no dia 10 de agosto no

plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná. O documento foi apresentado aos

parlamentares por dirigentes de entidades sindicais representantes dos trabalhadores

da Sanepar e Copel, eletricitários, de saneamento básico, frentistas de postos de

combustíveis e trabalhadores em cooperativas. Neste manifesto, os trabalhadores

expõem suas razões contrárias à criação de uma Agência Reguladora de Serviços

Públicos Delegados do Paraná (Agepar). O manifesto foi resultado da reunião

agendada pelo Saemac para a discussão do tema. "A nossa iniciativa foi elogiada,

pois estamos conseguindo unificar a luta em defesa do patrimônio público", afirma o

diretor presidente do Saemac e vice-presidente da Região Sul da NCST/Paraná, Gerti

José Nunes.  Apesar do Governo ter tirado o projeto da Agepar da pauta de votação

da Alep, nós vamos continuar atentos e vigilantes. "O projeto pode voltar amanhã ou

depois. Ainda não é hora para 'baixar a guarda'", salienta Gerti.

Beto Richa esqueceu a promessa de não privatizar as empresas públicas.

ONDE HÁ FUMAÇA HÁ FOGOO Governador Beto Richa quer ampliar

a abrangência da Agepar para os setores

de saneamento e eletricidade no Paraná.

As agências reguladoras servem para

regular serviços de interesse público

prestados por empresas privadas. Faz

algum sentido o Governo regular o

próprio Estado? Essa história não está

cheirando bem...

PERGUNTAR NÃO OFENDENo último dia 20 de junho, o

Departamento Profissional dos

Urbanitários da Confederação Nacional

dos Trabalhadores na Indústria

(CNTI) com o apoio de diversas

entidades sindicais enviou um ofício ao

Governador Beto Richa questionando

a real intenção da alteração na

abrangência da Agepar. Dois meses se

passaram e ele não respondeu nada aos

trabalhadores.

BATEU AMNÉSIA?Na campanha eleitoral do ano passado,

o então candidato Beto Richa afirmou

em diversos debates e sabatinas que

não privatizaria as empresas públicas

do Paraná. Teria falado da boca pra

fora para garantir a eleição ou caiu no

esquecimento?

RECORDAR É VIVER Há dez anos, em 16 de agosto de

2001, trabalhadores, estudantes,

partidos políticos e outros setores da

sociedade civil realizaram uma grande

mobilização contra a privatização da

Copel. O movimento foi brutalmente

repreendido pelas forças policiais, mas

ninguém se intimidou e o movimento

saiu vitorioso. Essa passagem entrou

para a história como a Batalha da Copel.

SINDICATOS ENTREGAM MANIFESTO CONTRA A CRIAÇÃO DA AGEPAR A DEPUTADOS