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NC? 6 1973 Setembro EDITORIAL - faz um ano ... . . . . . . . . . . p. As in quietudes dos jovens de hoje . . . . . . . . . p. 4 A família nas Américas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. A Bíblia, Livro dos livros . . . . . . . . . . . . . . . . p. 10Congresso Nacional da Escola de Pais . . p. 11 E principalmente não desanime . . . . . . . . . . . . p. 17 Equipes na Igreja Anglicana . . . . . . . . . . . . . . . p. 20 Os outros 29 dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22 Confiança, sempre! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23 Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25 Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . p. 32

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Page 1: NC? 6 1973 · de Nossa Senhora, ... de São Pedro, à sagrada liturgia da abertura da Semana Santa. Durante a missa, a homilia dirigiu-se particularmente ao jovens. Eis o

NC? 6 1973

Setembro

EDITORIAL - Já faz um ano ... . . . . . . . . . . p.

As in quietudes dos jovens de hoje . . . . . . . . . p. 4

A família nas Américas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p.

A Bíblia, Livro dos livros . . . . . . . . . . . . . . . . p.

10.° Congresso Nacional da Escola de Pais . . p. 11

E principalmente não desanime . . . . . . . . . . . . p. 17

Equipes na Igreja Anglicana . . . . . . . . . . . . . . . p. 20

Os outros 29 dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 22

Confiança, sempre! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 23

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25

Oração para a próxima reunião . . . . . . . . . . . . p. 32

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Revisão, Publicação e Distribuição pela Secretaria das Equi);:es de No&a Senhora no Brasil

04530 - Rua Dr. Renato Paes de Barros, 33 - Tel.: 80-4850 04530 - SAO PAULO, SP

- somente para distribuição interna -

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EDITORIAL

JÁ FAZ UM ANO ..•

. . . que esteve entre nós o Padre Caffarel! Como todas as coisas marcantes que ficam intensamente gravadas na memória, tem-se a impressão de que ainda ouvimos a sua voz calma, des­pretensiosa, incisiva, ecoando no amplo salão de Itaici ou nas dependênc.as do Morro das Pedras, em setembro do ano passado.

Não eram decorridos seis meses, e vinha-nos a notícia de que Pe. Caffarel anunciara a sua decisão de afastar-se das Equipes de Nossa Senhora, decisão que já vinha amadurecendo antes mesmo da peregrinação de Roma, em 1970.

Pode-se então concluir que Pe. Caffarel vinha preparando há muito o seu afastamento e analisando, com o seu profundo senso de espiritualidade, o que, nas Equipes de Nossa Senhora - a obra mestra de sua vida - necessitava ser revisto e atua­lizado.

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Roma, para os equipistas de todo o mundo, Itaici e Morro das Pedras, para as Equipes do Brasil, foram certamente as ocasiões por ele achadas mais propícias para transmitir aquilo que mais de perto devia ser particularmente lembrado e acen­tuado. A conferência de Roma, as palestras aqui pronunciadas, podem ser portanto consideradas como portadoras de tudo o que mais desejava relembrar aos equipistas. Que nos disse ele nessas ocasiões?

Em Roma, proclamou a necessidade de. um ano do que po­deria ser chamado uma "revisão de vida" de todas as equipes com mais de dois anos, seguida de uma renovação especial do compromisso de fidelidade ao Movimento.

No Brasil, encontrou as equipes em meio a esta "revisão de vida". Confiando na seriedade com que vinha sendo feita, muito pouco se referiu a ela. Mas, nas suas palestras, procurou esclarecer bem o que tinha sido pedido em Roma para realizar o fortalecimento das Equipes, no mundo paganizado em que vi­vemos: a adoção de mais três meios de aperfeiçoamento - lei­tura da Palavra; meditação diária para todos os equipistas; ascese.

Em uma de suas conferências, entretanto, introduziu o assun­to com este pensamento básico: "Se tivesse de morrer dentro em pouco, que diria eu aos equipistas que me fossem ouvir?"· O que ele nos disse então, e que pode ser considerado como a idéia central de toda a sua mensagem de despedida, foi a valo­rização do significado cristão da reunião de equipe. A essência desta conferência ele a repetiu no editorial da Carta Mensal de junho último.

Ora, no editorial de agosto último, Pe. Caffarel foi ainda mais explícito, nas suas palavras de despedida: "Alguns dentre vós - escreve - disseram-me: Deixai-nos um testamento espi­ritual. Será isto necessário? Um discípulo de Cristo nada melhor pode fazer do que repetir os últimos conselhos de seu mestre: O que vos mando é que vos ameis uns aos outros".

A mesma mensagem do Pe. Caffarel, portanto, ao deixar as Equipes, é a mensagem de Cristo ao despedir-se de seus discípulos: amai-vos uns aos outros. E se dá tanta importância à reunião de equipe é pela "substância espiritual e o mistério" que ela encerra. É o ponto de encontro dos corações dos equipistas, para juntos intensificarem concretamente os vínculos de fraternidade que os deve unir, é o ponto de encontro de todos juntos com Cristo, rara com Ele se elevarem até o Pai e Dele receberem o influxo do Espírito.

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Um ano já é decorrido. Um ano, desde· aqueles momentos de sadio entusiasmo que Pe. Caffarel nos soube comunicar. Um ano, desde aquelas nossas disposições de melhor conhecer, amar e servir a Deus, através da vivência das Equipes de Nossa Senhora. Um ano quase, desde aquele momento em que "nos decidimos a nos engajar a fundo nas Equipes e, com o auxílio das Equipes, na missão de testemunhas de Deus em meio deste mundo que a maré montante do ateísmo ameaça submergir".

Um ano desde a vinda do Pe. Caffarel. Temo-nos mantido fiéis àquelas sadias disposições que ele soube despertar em nós? Fiéis ao esforço de maior aproximação de Cristo através da lei­tura da Palavra, da meditação, da ascese?

Lembrarmo-nos apenas com saudades e admiração do Pe. Caffarel seria sentimentalismo. O que ele espera de nós é que sejamos fiéis aos seus conselhos. Para isto podemos contar com eo apoio de suas orações. Ofereçamos também as nossas, para que ele possa dar cumprimento à nova missão que se impôs, de trabalhar para que, através da oração, o mundo recupere uma alma.

A ECIR

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A PALAVRA DO PAPA

AS INQUIETAÇOES DOS JOVENS DE HOJE

No Domingo de Ramos, Paulo VI presidiu, na Basílica de São Pedro, à sagrada liturgia da abertura da Semana Santa. Durante a missa, a homilia dirigiu-se particularmente ao jovens. Eis o final de suas pa­lavras.

Gostaríamos, nesta altura, de falar não só a vós, mas também de vós. Sim, de vós, jovens, como a vida moderna vos configura e como alguns de vós se ufanam de ser, contestadores, rebeldes, destruidores de tudo aquilo que as gerações precedentes cons­truiram e, ao mesmo tempo, seguros de uma radical e libertadora transformação da sociedade; de vós que, muitas vezes, sois tidos e qualificados como pessoas que não suportam nenhum tipo de obediência, de jugo, de disciplina, de dever; ávidos de uma vida instintiva e de gozo, e livres de a levar; avessos a qualquer ideal que exija renúncia, compromisso, fadiga, lealdade.

Não, não vos falaremos deste modo. Não queremos fazer hoje uma análise da juventude decadente, da qual, aliás, o nosso tempo nos apresenta alguns exemplos, dignos de pena, mas que não merecem nenhuma simpatia. Vamos olhar para vós com uma intenção muito diversa, com a esperança de descobrir o aspecto mais verdadeiro, mais humano, mais cristão das vossas atitudes.

Conhecemos as vossas inquietações. Elas são, na realidade, aspirações profundas e pessoais a uma figura ideal de homem, que seja verdadeiro, sincero, forte, generoso, heróico e bondoso. Numa palavra, melhor do que os modelos humanos do passado e do presente; novo e perfeito.

São desejos grandes e estupendos de um mundo melhor, livre e justo, libertado do domínio da riqueza egoísta e da autoridade despótica e injustamente opressiva, mundo que um compromisso

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comum de solidariedade e de serviço tornou fraternal. Pensais no amor, no amor de amizade, expressão jovial, pacífica e cortês dos melhores sentimentos; sonhais com o amor, o amor interpes­soal e sagrado do dom de si, o que se orienta para a expansão da vida, o que merece sacrifício e tudo o mais, o que torna feliz.

Além disso, vós, que estais suficientemente maduros para compreender, numa síntese panorâmica, a sociedade, a política, a história, a dignidade do gênero humano, aguardais uma era ideal, mas real, em que a unidade, a fraternidade e a paz reinem finalmente entre os homens.

Jovens e todos vós, irmãos, que nutris no vosso espírito estes pensamentos elevados e universais, abri os olhos, despertai as vossas consciências; desejais e esperais uma era messiânica, ides, talvez sem o perceberdes, ao encontro de um Messias, ao encontro de Jesus Cristo. É Ele. Não há outro que possa satisfazer a sede profunda e misteriosa dos vossos corações. Jesus, Jesus! Ele é a luz e a salvação do mundo e de cada um de nós. Jesus, Jesus! Hoje é o dia, hoje é a festa da nossa descoberta, da nossa esperança, da nossa alegria. Aclamemos juntos: Hosana! Ben­dito seja Aquele que vem no nome do Senhor!

(Osservatore Romano, edição em português, 22-4-73)

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A FAMÍLIA NAS AMÉRICAS

Realizou-se, de 25 a 29 de junho, no Rio de Janeiro, o en­contro interamericano de Bispos. Na presença de 8 Cardeais, 19 Bispos, 11 sacerdotes, 2 religiosas e 2 casais, esta VIII Reunião Interamericana teve início com M:ssa celebrada pelo Cardeal Arcebispo do Rio, Dom Eugênio de Araújo Sales, em capela anexa ao hotel.

O tema da Reunião foi "A família nas Américas". Sua pre­paracão começou já em janeiro pp. , na Capital dos Estados Uni­dos da América do Norte, onde estiveram reunidos os Secretários das Conferências Episcopais desse país, do Canadá e, pela Amé­rica Latina, o Secretário Geral do Conselho Episcopal Latino­-Americano, CELAM. Foram analisados três documentos sobre a situação atual da família nos Estados Unidos (documento ela­borado pela Conferência Episcopal respectiva), no Canadá (idem) e na América Latina (o documento esteve a cargo do CELAM). Estas importantes fontes de informação e estudo proporcionaram oportunidade de serem analisados os problemas sócio-econômicos mais candentes do hemisfério, através da célula fundamental da sociedade, a família. Esta é, sem dúvida, a caixa de resso­nância dos impactos do mundo moderno, sobretudo das injus­tiças sociais.

O enfoque dado à família nas Américas, foi o mais amplo possível. Foram incluídas as famílias que desconhecem a fé ou vivem à margem do sacramento do matrimônio. O documento do CELAM ainda observa as necessidades de se distinguir entre o que constitui base imutável da família e o que provém das diversas culturas e da evolução histórica. Cada documento se desdobra em três partes: a) visão atual da realidade familiar; b) reflexão teológica; c) perspectivas pastorais. Importante é considerar-se que toda esta documentação de base inspirou-se nas Sagradas Escrituras, nos Concílios, no Magistério da Igreja e

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ainda, em estudos sérios de sociólogos especializados no tema e nos problemas da sociedade doméstica.

Na parte prática os estudos e reflexões versaram, com sen­tido pastoral, sobre matrimônios mistos, casamentos sem liames de fé ou asfixiados pelo ateísmo, cônjuges divorciados ou de qual­quer modo separados, mães solteiras, filhos de pais separados, viúvas jovens, natalidade, aborto, mentalidade existente em re­lação a experiências pré-nupciais.

Quanto aos males que mais afetam a vida familiar latino­-americana, os Bispos assinalaram particularmente quatro : 1) a fuga do campo para os "cinturões de miséria" à volta das grandes cidades; 2) a desnutrição que vitima um número muito grande de crianças e as condições inumanas em que vivem milhares de famílias urbanas, deccrrentes das estruturas injustas que impedem o direito a um normal desenvolvimento; 3) o alarmante número de casamentos contraídos sem um mínimo de responsabilidade; e 4) o índice crescente de separações entre famílias de bons recur­sos econômicos e a pouca estima pela instituição matrimonial.

Os prelados presentes na Reunião Interamericana deram a maior importância à "realidade criacional", que faz com que o homem tenda para a mulher e vice-versa, como "colaboradores de Deus na criação", responsáveis, e vendo no sexo "uma dimen­são do homem total, integrado em uma perspectiva de amor, que incide no mais profundo de sua personalidade" e, ainda, sabendo que o "genuíno amor conjugal é assumido no amor divino". Fi­nalmente, o documento em referência dignifica a mulher reco­nhecendo-lhe seu novo papel no mundo.

O encontro encerrou-se com três importantes recomendações: que seja dado lugar prioritário à família, na Pastoral da Igreja; que um grupo de teólogos, assessorados por casais, venha a reu­nir-se para estudar profundamente a teologia do matrimônio e da família e sua espiritualidade própria, devendo encontrar-se no próximo ano; que os Bispos de todo o continente se sintam no dever de manifestar a própria inquietação acerca de uma política demográfica em extremo limitante com relação à família latino­-americana, por parte de certos organismos internacionais.

Esta exposição parece suficiente para mostrar a importância do recém-concluído encontro interamericano de Bispos. A serie­dade com que refletiram sobre a situação, os problemas, o pre­sente e o futuro da família nas Américas, antecipa as iniciativas que assinalarão, entre nós, o ano de 1974 como o Ano da Família. A sociedade conjugal continua sendo, para a Igreja, a pedra-de­-toque de todo o organismo social e da própria comunidade eclesial. (CIE-SP)

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A BIBLIA, LIVRO DOS LIVROS

Em setembro a Igreja celebra o Dia da Bíblia. Unin­do-nos a esta comemoração, transcrevemos algumas palavras do Papa Paulo VI, um trecho da Bíblia alusivo ao matrimônio, e uma notícia sobre uma aplicação prática dos textos precedentes.

"A Igreja possui o seu livro, o livro dos livros, uma espécie de "best-seller" permanente da humanidade: a Bíblia!

Ela é um livro inspirado, um livro que tem como autor prin­cipal o próprio Deus; o autor sagrado foi apenas o instrumento de que Deus se serviu. Escolhendo e utilizando homens em plena posse das suas faculdades e capacidades, Deus consagrou, de algum modo, a esplêndida missão de quem escreve.

A Bíblia realiza perfeitamente, pode-se dizer, o objetivo mais elevado que um livro jamais se tenha proposto: pôr o homem em contato com o seu Criador.

Ela não é apenas um livro: é, por si só, uma inteira biblio­teca, um conjunto de livros, pertencentes aos gêneros literários mais diversos. Pela Bíblia, quer mediante a limpidez do gênero narrativo, quem mediante a veemência das admoestações dos profetas, quer ainda por meio de cantos da mais elevada poesia, onde se refletem todas as tonalidades da sabedoria divina e da psicologia humana, Deus instrui as gerações que se sucedem sobre a terra, ilumina-as e alegra-as com sua luz.

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Em contato com a Bíblia, homens de todos os tempos e de todos os países aprenderam a linguagem da fé e da experiência, da justiça e da paz; milhões de almas abriram-se a horizontes de luz e de alegria, depuseram ou reencontraram a confiança no destino do Homem e do Mundo'.

Para ilustrar as palavras do Papa, escolhemos esta página do livro de Tobias:

Em seguida Tobias disse-lhe: "Onde queres que pou­semos?"- "Há aqui, respondeu-lhe o anjo, um homem de tua tribo e de tua família, chamado Raguel, que tem uma filha chamada Sara; além dela não tem mais filho nem filha. Todos os seus bens te devem pertencer; mas é preciso que a recebas por mulher. Pede-a, pois, ao seu pai, e ele te a dará por mulher" . ..

Tobias replicou: "Ouvi dizer que ela já teve sete maridos e que todos morreram. Diz-se mesmo que é um demônio que os matou, por isso eu temo que o mesmo venha a me acontecer, a mim que sou filho único, e desse modo jaça descer lamentavelmente a velhice de meus pais à habitação dos mortos"· O anjo respon­deu-lhe: "Ouve-me, e eu te mostrarei sobre quem o demônio tem poder: são os que se casam, banindo Deus de seu coração e de seu pensamento, e se entregam à sua paixão como o cavalo e o burro, que não têm enten­dimento: sobre estes o demônio tem poder.

"Tu, porém, quando te casares e entrares na câmara nupcial, viverás com ela em castidade durante três dias, e não vos ocupareis de outra coisa senão de orar juntos. Na primeira noite, queimarás o fígado do peixe, e será posto em fuga o demônio. Na segunda noite serás admi­tido na sociedade dos santos patriarcas. Na terceira noite, receberás a bênção que vos dará filhos cheios de saúde. Passada esta terceira noite aproximar-te-ás da jovem no temor do Senhor, mais com o desejo de ter filhos que com o ímpeto da paixão. Obterás assim para os teus filhos a bênção prometida à raça de Abraão".

Então Tobias encorajou a jovem com estas palavras: "Levanta-te, Sara, e roguemos a Deus, hoje, amanhã e depois de amanhã. Estaremos unidos a Deus durante estas três noites. Depois da terceira noite consumare­mos nossa união; porque somos filhos dos santos (pa­triarcas), e não nos devemos casar como os pagãos que não conhecem a Deus". Levantaram-se, pois, ambos, e oraram juntos fervorosamente para que lhes fosse

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conservada a vida. Tobias disse: "Senhor Deus de nossos pais, bendigam-vos os céus, a terra, o mar, as fontes e os rios, com todas as criaturas que neles exis­tem. Vós fiz estes Adão do limo da terra e destes-lhe Eva por companheira. Ora, Vós sabeis, ó Senhor, que não é para satisfazer a minha paixão que recebo a minha prima como esposa, mas unicamente com o desejo de suscitar uma posteridade pela qual o vosso nome seja eternamente bendito". E Sara acrescentou: "Tende piedade de nós, Senhor; tende piedade de nós, e fazei que cheguemos juntos a uma ditosa velhice!"

(Tobias, 6, 10-22 e 8, 4-10)

Na lndia, rito matrimonial incluirá apresentação da Bíblia -A pedido do Pe. Mateus Moozhniyil, s.j., diretor do Centro Ecumê­nico de Kottayam, na lndia, o Cardeal José Parecattil determinou que se incluísse daqui por diante no rito de celebração do ma­trimônio a apresentação de um exemplar da Bíblia aos novos esposos. No entender do Pe. Mateus, a apresentação de um exemplar da Bíblia sobre a qual os noivos deveriam fazer o seu juramento contribuiria para recordar a estes a sagrada obriga­ção contraída e os ajudaria a adotar o costume de ler diaria­mente a Sagrada Escritura. O Cardeal Parecattil ainda deter­minou que, no caso de famílias pobres encontrarem dificuldades em comprar uma Bíblia, essa deveria ser-lhes oferecida pela sua Paróquia.

(CIEC-SP)

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10.° CONGRESSO NACIONAL DA ESCOLA DE PAIS

Nos dias 22, 23 e 24 de junho, realizou-se em São Paulo, com a participação de casais dos mais diversos pontos do pafs, do Ama­zonas ao Rio Grande do Sul, o 109 Congresso Nacional da Escola de Pais.

A Escola de Pais pretende levar os pais a uma tomada de consciência para que enfrentem com responsabilidade sua mis­são doméstica e social, num ambiente de tranqu!l!dade, equilíbrio e paz.

O tema tratado foi "Valores em Transição", houve uma tarde de debates, quando vários grupos trataram de dois assuntos: "a familla em transição" e "o sexo no mundo de hoje".

Finalizando, houve duas palestras que mostraram que, hoje em dia, apesar da sinceridade e do direito de escolha, por parte dos jovens, do tipo de vida a levar, os pais devem procurar dar­-lhes orientação e formação.

A seguir apresentamos um resumo das quatro conferências apresentadas nessas duas noites.

1) VALORES EM TRANSIÇÃO- frei Walmor Bolan

Depois da Revolução Industrial, houve uma mudança radical na nossa sociedade, tanto em intensidade como em extensão; cres­ceu o conflito, surgiu uma "psicose urbano-industrial". Conflito e mudança sempre existiram, mas agora são maiores, mais pro­fundos e agudos. Cresceram o conflito e a crise entre jovens e adultos.

Vemos, de um lado, o contexto adulto, da classe social esta­bilizada, representada pelos pais e pelo mando; de outro lado, o

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contexto jovem, dos filhos, caminhantes que querem ascender ao poder, sem aceitar submissão. Com isso, a juventude briga no mundo; não existe mais, como antigamente, a primazia da Igreja e da família.

Tipos de Juventude:

- anônima - representada pelos camponeses e marginaliza­dos que não têm poder de participação.

- play-boy- jovens acomodados e gozadores.

- reivindicativa - Briguenta, contesta, sabe o que não quer, mas não sabe o que quer.

- engajada - quer renovação, tem projetos para a luta e pa­ra a renovação.

Atitudes dos adultos:

- pessimistas - isto é, tudo é tapeação e falsidade; - otimistas - tranquilos, o mundo é extraordinário, estão

com a juventude; - independência crítica, pessoal, objetiva querem a verdade,

relações de irmãos: acham que temos que nos encaixar com autenticidade e realismo.

Entre as causas da revolta achamos a "super proteção": não há respeito pelo crescimento do filho, os pais não sabem esperar e ver o filho partir com segurança.

Os problemas angustiantes: família e sexo.

Entretanto, o grande problema da juventude não é apenas o sexo (que seria uma auto-afirmação), mas é global; eles lutam por uma moral não ambígua, por afeto, segurança e autenticidade .

O jovem tem três mundos: o solitário, o do outro e o da união (com outro ou outros) .

Soluções:

- acentuar a vivência espiritual, dar afeto, segurança e diá­logo.

- os pais terem humildade perante os filhos, não quererem ser "os donos da verdade".

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2) Á F AMfLIA E OS VALORES EM TRANSIÇAO - Pierre Furter

O conferencista introduz um novo conceito: o da EDUCAÇÃO PERMANENTE, que conduz a:

- redescoberta da função da família: toda criança precisa de uma certa educação familiar e formação cultural para po­der se desenvolver.

- importância da vida do casa! como casal: hoje há uma am­bivalência para os casais: já não se admite que dois seres se reunam apenas para procriar e constituir família: acei­ta-se também que se reunam para formar um casal, achan­do que a dois, a vida terá mais sentido . É uma busca le­gítima, ainda mais se se levar em conta que hoje em dia provavelmente mais da metade da vida de um casal será sem filhos ou porque ainda não nasceram ou porque já foram embora.

Importante é rever a função da mulher. Na nova ge­ração, quando os casais se formam, há uma reflexão sobre os direitos e as obrigações que a mulher vai ter.

Na sociedade atual, a mulher cai num dilema: ou ter filhos e praticamente sacrificar sua carreira profissional, ou vice-versa. É um problema muito sério, pois há mo­mentos em que os pais têm que escolher entre o casal ou os filhos.

- educação permanente e uma educação para a !iberdade -com a paternidade, os pais reencontram-se nos filhos e es­tes podem se achar na obrigação de repetir o que o pai fez.

Ora, o homem e a mulher podem escolher um ao ou­tro, se querem ou não ter um filho, mas não podem esco­lher se podem ter este ou aquele filho. A verdadeira pa­ternidade leva os pais a quererem ter um filho para ser ele mesmo, independente, outra pessoa e não uma cópia.

Entrando na família um novo elemento, de repente há uma inversão: é possível que os filhos eduquem os pais, do mesmo modo que um estudante ensinaria alguma coisa ao professor. Neste sentido, o filho também educando o pai faz cair por terra a velha idéia de que o mestre, o ve­lho, tem que desaparecer para que o discípulo possa real­mente crescer e existir.

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3) A FAMfLIA EM TRANSIÇÃO .- Pe· Antônio Aquino

Estamos crescendo numa sociedade nova; o ritmo da família estabilizado, modular, foi quebrado; a mulher subiu na vida. A evolução é tão rápida que produz instabilidade, insegurança: o efêmero gera o conflito. A permissividade se instala no transi­tório, gerando o conflito, o ceticismo da verdade, excluindo a con­tinuidade e afirmando a expontaneidade criativa.

Não tem mais sentido a fidelidade à· família e à pátria; a au­toridade paterna ou pública é hostil, sem sentido. O mundo atual reconhece valores humanos incontestáveis; emergiram novos va­lores; entretanto, a contestação social não equivale ao esvazia­mento dos valores permanentes. Não há mais privilégios, não acreditamos mais neles. A ordem, o respeito à lei, a autoridade e a obediência são valores inflacionados. Ficaram: a sinceridade, o Amor, a liberdade, o diálogo, a lealdade, a responsabilidade pes­soal, o respeito, a consciência individual, que foram estimulados até à saciedade. Surgiram: comunicação, solidariedade, o risco e a entrega.

No tocante aos valores essenciais não houve muitas mudan­ças, mas eles podem cair de uma hora para outra; a família se interroga sobre os valores assenciais e precisa criar, encontrar novos caminhos para se afirmar, e se adaptar, porque a sociedade mudou mesmo.

Há valores éticos, que são absolutos: então há necessidade de haver um diálogo para manter esses valores fundamentais, pois sua contestação despersonaliza a família. Os valores essenciais permitem a vida numa casa: são objetivos que valorizam, dão se­gurança e continuidade à família. São independentes dos valo­res da sociedade porque são inerentes à família. Se renunciar­mos a eles, negamos a subsistência da família. Desprovidos de princípios, perdemos a fé; a família em transição de valores pre­cisa se reafirmar no sentido religioso. É necessário saber dis­cernir os valores, ver o que permanece; é necessário ter sabedoria e criatividade, pois, nessa sociedade de desenvolvimento acelerado, o homem precisa inventar novas formas de vida, dentro dos prin­cípios básicos, que lhe permitam porém se adaptar ao novo mundo em que vivemos.

4) O SEXO NO MUNDO DE HOJE - Pe. P. E. Charbonneau

Estando a cultura em que vivemos em crise, perguntamos: "qual vai ser o comportamento sexual da minha filha"? "Como vai ser a família de meus netos?" Estamos perplexos e não sa-

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bemos o que dizer; mas não podemos impedir o desenvolvimento da existência . que está à nossa frente e deixar· de responder. A crise cultural geral repercute no plano da cultura sexual; surge a pergunta: "Como· pode o homem racionalizar seu corpo, .seu sexo? "Soltando-se ou se reprimindo?" ou "Quais os caminhos para os homens serem felizes?"

Podemos citar 6 atitudes que precisamos tirar do nosso ce­nário:

- tabu antigo - quando éramos condenados à mais comple-. ta ignorância sobre o sexo. ·

- dirigismo cego - "não pode" e assunto encerrado; todo mundo se conformava.

- moral infernizante - todo mundo ia para o inferno ou estava às suas portas; era a vida moral neurotizada (hoje não tem ··mais inferno, só "inferninhos" .. . )

- teo!ogismo maniqueista - colocava de um lado a matéria (pecado) e de outro a alma (virtude); falava-se de "salvar a alma" (o corpo que se danasse) .

- extrinsicismo - moral extrínseca - regras e leis vinham de fora, "virtude à força, severa fiscalização exterior (mo­ral de "segurador de vela") .

- dupla mora! - o homem pode tudo, a mulher nada.

O que se passa hoje? Vemos: - materialismo onipresente - todo mundo se esquece do es­

pírito.

- esvaziamento metafísico - é a perda do sentido do homem; não existe mais nada acima do homem.

- mora! da ambiguidade- subjetiva e que tende a negar o Absoluto e tudo o que o homem tem de absoluto.

- sensação do sem-amanhã- aproveitar o presente pois nin­guém garante que haja o amanhã.

- hedonismo- moral do gozo: o dinheiro compra tudo; pa­ra ser feliz justifica-se até mesmo a infidelidade conjugal (tanto para o homem como para a mulher) .

- hipersexua!idade ou pansexua!idade - triunfo do gozar sobre o amar, do possuir sobre o dar; ninguém se sacrifi­ca; ora, não podemos falar em amor sem falar em sacrifí­cio, pois o sacrifício é a primeira regra para o crescer hu­mano.

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- "paz e amor"- é preCiso desmascarar os slogans- o que quer dizer para os jovens "paz e amor": - deixem-me em paz, deixem-me amar (=gozar).

Atitudes que os pais podem tomar:

- esforço vão de voltar ao tabu - nesse caso os filhos "se mandam".

- medo doentio de ver as coisas - de encarar a realidade, que o passado já foi, o tempo presente é outro, os namo­rados de hoje são düerentes.

- jogo do avestruz - não sabendo como agir, se omitem, ti­ram o corpo da jogada.

- permissividade cúmplice - hoje temos razão para tudo, a psicologia justifica tudo (mães que dizem: faça o que não pudemos fazer) .

- um esforço para redescobrir a verdade sexual:

a) percepção essencial da unidade humana: o homem é corpo e espírito uno; o sexo não é biológico, mas humano, por­tanto, racional.

b) sentido da sexualidade: a sexualidade humana é expres­são do Amor, amor que engaja e compromete definitiva­mente o homem.

c) caráter oblativo do sexo: de um para outro, para o ser amado; ensinar aos jovens o caminho normativo.

d) validade das normas tradicionais: a linha fundamental da orientação não muda porque não se reinventa o homem; ensinar o que é realmente fundamental, tirar o que é ape­nas relativo; ensinar o filho a ter coragem de ser Homem (a felicidade não se faz com quilos de sexo ... ) .

e) necessidade de uma motivação nova - precisamos parar e perguntar "por que?" a fim de se achar o caminho para uma autêntica felicidade.

- moral unisex - verdadeira, para o ser humano, seja ho­mem ou mulher.

- informação formativa - a informação deve ser verdadei­ra, formativa, prática, ensinando o valor do domínio sobre si mesmo.

Em resumo, os pais devem estar presentes para transmitirem aos filhos os valores verdadeiros e fundamentais, mostrar-lhes o caminho certo, mesmo que seja árduo; ensinar-lhes que o homem é corpo e alma, um ser racional. Entretanto, a vida é dos filhos, <l estes cabe a opção e a liberdade de escolha: é o grande misté­rio da liberdade.

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E PRINCIPALMENTE NÃO DESANIME

Que conselhos daria a um amigo que pretendesse iniciar-se na meditação? A esta pergunta que cons­tava de uma pesquisa publicada pelos "Cadernos sobre a oração", uma leitora respondia com a página abaixo, que resume os conselhos que poderiam ser dados: perseverar custe o que custar, calar-se e deixar Deus agir, desconfiar da sensibilidade, alimentar a fé, evitar a todo custo o hiato entre a vida e a meditação.

A um amigo que manifestasse o desejo de entregar-se à me­ditação, eu diria: Vá em frente e não desanime: é todo o segredo de uma vida feliz, fecunda, radiosa. Se você não se alimenta em Deus pela meditação, você poderá animar todos os encontros do mundo, passar seus dias e suas noites em tarefas as mais "apos­tólicas" - você fará certamente muito barulho; mas será muito c bem que conseguirá?

Somos apenas os instrumentos do Senhor. Não comunicare­mos aos outros sua luz e sua força se antes não as recebermos d'Ele . A meditação é a ligação com Deus. Difícil? Natural­mente o demônio está por demais interessado em que você aban­done a meditação para deixá-lo sossegado. Fique certo: tudo aquilo que tenta desviá-lo da meditação vem dele. Fazer com que você abandone a meditação é a sua arma principal.

Na prática, como proceder? Os métodos são talvez muito bons para quem sabe servir-se deles; para mim, eles apenas me atra­palharam. Proceda então muito simplesmente; fale com Deus, com

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Cristo, como se falasse a seu Pai ou a seu Irmão. De que?- Dele, de você, de todos. Isto já é uma forma de oração.

Mas principalmente, ponha-se à escuta: porque Deus fala. Mas para ouví-lo é preciso calar-se. O esforço que a nós cabe é ficar em silêncio. Silêncio material, se possível. Principalmen­te silêncio interior: deixar as preocupações, as ambições, toda a rotina da vida diária do lado de fora da porta, e entrar apenas você, a sós com Ele.

Você me dirá que não é fácil? Certamente, mas creia-me: Deus não se deixa nunca vencer em generosidade; experimente então, durante o dia, combater o seu defeito dom·nante, ou fazer um esforço de silêncio e recolhimento, um ato positivo de carida­de; em seguida entregue-se à meditação, você verá.

Quer você uma experiência pessoal? Levei durante muitos anos, uma vida cristã bem medíocre, apesar de aparências muíto piedosas. Na verdade, eu me orgulhava de minha piedade e mi­nhas meditações não melhoravam. Um dia, fiz um esforço tre­mendo, para reconhecer claramente meus erros num incidente com a mãe de uma das minhas crianças do catecismo. Resta muito ainda a caminhar, mas isto foi o ponto de partida de uma evolução profunda na minha vida de oração.

Você me dirá ainda: "Deus fala", seja, mas eu mal consigo ouví-lo. V á então ao encontro d'Ele, vá onde Ele fala certamen­te: no Evangelho e na liturgia. Não creio ter aberto uma vez sequer o Evangelho ou percorrido os textos litúrgicos do dia sem encontrar, aqui ou ali, uma frase, uma palavra, que surgia de re­pente para mim, que penetrava no meu íntimo, que eu sentia feita para mim, aqui, agora. Eu a havia lido antes, cem vezes, sem a perceber. Naquele dia, ela adquiria vida, era dita para mim . Quando você encontrar uma dessas palavras, pare, feche seu livro: o que você tem é suficiente para esta vez. Escute esta palavra de Deus à sua alma: deixe-a penetrar em seu cora­ção, em sua vida. Olhe a sua vida sob essa luz; veja o que ela exige de você. Mas, principalmente, não faça barulho, nada de palavreado, nada de histórias. Tanto quanto lhe for possível, cale-se diante de Deus, cale-se. É Ele quem fala, é Ele quem age. Dentro em pouco, amanhã talvez, você se aperceberá que Ele fez alguma coisa em você, e notará no seu íntimo alguma coisa que não havia antes. Mas não é o momento de a procurar, deixe r. Senhor agir e não se mova.

E se, apesar de todos os esforços, de todas as buscas, os textos ficarem mudos? E se este tempo dedicado à meditação se tiver passado com o pensamento voltado para o trabalho a concluir, a tarefa urgente que está à sua espera, os planos para amanhã? Se você tem realmente a impressão de nada estar conseguindo?

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Oh! então, ·não vá embora sob o pretexto de que você será mais útil em outro lugar. A meditação é um "banho de Deus", como se fala de um "banho de sol". Quando uma pessoa faz uma cura de sol, há dias em que ela encontra prazer, outros em que gostaria mais de estar em outro lugar, outros ainda em que dirá de si para si: "Em que isto pode fazer bem ao meu corpo, quando o exponho dez minutos ao sol. .. posso tomar sol, tão bem, P,asseando ou me dedicando aos meus afazeres". Ora, você sabe que este raciocínio é errado e que aquela pessoa deve continuar o seu tratamento.

Não interrompa, você também, a sua "cura de Deus", mesmo que não encontre senão tédio, dificuldades, enervamento . . . fique ali, "ao sol de Deus": Ele continuará a fortalecer a sua alma, o seu ser, a sua vida.

Já falei muito: se você for todos os dias ao encontro do Se­nhor para a meditação, Ele mesmo lhe ensinará.

(da Carta Mensal Internacional)

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EQUIPES NA IGRE_TA ANGLICANA

Partilhar e pôr em comum é algo de habitual para casais pertencentes às Equipes, mas pensamos alguma vez em fazer o mesmo com os casais que não fazem parte do nosso Movimento?

A Equipe Responsável recebe de vez em quando cartas onde são relatadas as experiências vividas seja por casais a titulo pes­soal, seja por equipes inteiras, interessadas em dar a conhecer a espiritualldade do casal, tal como a vivemos nas Equipes de

Nossa Senhora. Eis a tradução fiel de uma carta enviada à Equipe Res­

ponsável, no ano passado, por um casal equiplsta pertencente à Equipe de North Shields, no norte da ·Inglaterra:

"A Igreja Anglicana é a igreja oficial da Inglaterra. Até há pouco tempo ainda, poucas relações existiam entre os leigos anglicanos e os leigos católicos. Éramos dois grupos de cristãos vivendo cada um no seu canto. Parecia haver falta de qualquer coisa para estabelecer a ponte entre as duas comunidades.

Em 1967, a orientação geral do Movimento insistia no "diá­logo": isso iria dar-nos um impulso para c3meçar. A nossa equipe decidiu tomar esta orientação como um compromisso de equipe para aquele ano e empregar um pouco da experiência ad­quirida no Movimento para pôr em ação um grupo de debates composto por três casais católicos e três casais anglicanos.

Nós éramos naquele ano o Casal Responsável e transmitimos a um pároco anglicano este nosso propósito. Mostrou-se intei­Iamente favorável à idéia e pôs-nos em contacto com casais de sua Igreja. O pequeno grupo de diálogo assim constituído teve grande sucesso. Não era muito intelectual: tínhamos uma hora de troca de impressões sobre a nossa fé, depois muita conversa à volta de uma xícara de chá ou de um copo de cerveja. A idéia abriu caminho e dentro em breve três grupos se puseram em marcha. Tivemos que fazer apelo a outras equipes de nosso Se­tor para que nos cedessem casais e desse modo, alguns casais anglicanos foram postos ao corrente do nosso Movimento.

Um dos casais anglicanos tinha participado na sua Igreja, em grupos de casais que não tinham ido avante e apercebeu-se

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de que as Equipes possuíam "qualquer coisa mais". Então per­guntou-nos se lhe podíamos dar alguma documentação que lhe permitisse iniciar a formação de uma equipe de casais na sua paróquia.

Por ocasião de nossa visita a Paris para tomar parte no En­contro de Responsáveis de Equipes, apresentamos a questão à Equipe Responsável, que nos deu a devida orientação; pergun­tamos também se podíamos "pilotar" uma tal equipe ou se ha­veria qualquer objeção: não havia nenhuma. Assim, após um certo número de reuniões de informação, nasceu a primeira equi­pe anglicana: era composta por cinco casais. Os casais desta equipe foram convidados para reuniões de equipe, reuniões de amizade e para retiros no nosso Setor.

Num dos nossos retiros "mistos" apareceu o pároco angli­cano de uma paróquia, distante umas vinte milhas, que tinha ouvido falar das Equipes de Nossa Senhora. Ficou de tal modo impressionado com o espírito das Equipes que descobriu duran­te o retiro, que uma vez de regresso à paróquia, a sua primeira preocupação foi reunir um grupo de casais e pedir-nos uma reu­nião de informação. Foi assim que se formou uma segunda equipe, em 1969. A influência desta equipe na vida da paróquia foi tal que duas outras equipes nela se formaram em 1970. Ao mesmo tempo um dos nossos círculos de debate dava origem a outra equipe.

Graças à compreensão de nossa equipe de Setor, pudemos fazer com que as equipes anglicanas aproveitassem de todas as r1ossas atividades, · até que pudessem criar o seu próprio Movi­mento. Participaram assim em reuniões de casais responsáveis, de casais de ligação, em reuniões de amizade, nas missas inter­-equipes e nos retiros.

Em 1969, um Casal Responsável e um conselheiro espiritual anglicano tomaram parte no Encontro de Responsáveis de Equi­pes de Paris. Em 1970, havia três casais e dois conselheiros es­pirituais, e, em 1972, havia quatro casais.

Ficamos muito enriquecidos com estes contatos e esperamos que dentro em breve chegará o dia em que haja número sufi­ciente de equipes para poderem constituir seu próprio Setor in­dependente, ao qual continuaremos muito unidos pelo ideal dos Estatutos.

Ademais, arranjamos assim um bom número de grandes amigos!

John e Betty

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VIDA DE EQUIPE

OS OUTROS 29 DIAS

(da. Carta. Mensal norte-a.merica.na.)

Já aconteceu com vocês de se perguntarem se a sua equipe não teria perdido a sua vitalidade? De se esforçarem para en­contrar um remédio ou uma desculpa? Pois foi o que se deu com a nossa equipe ultimamente.

Nossa equipe tem mais de dez anos e esta sensação, este mal­-estar, vinha se impondo a nós há algum tempo. Todos nós sen­tíamos a mesma coisa e andávamos à procura de algum remédio; tentamos vários, sem sucesso. Finalmente, marcamos um Dever àe sentar-se da equipe, do tipo "ou vai ou racha".

Nossos esforços para melhorar até então haviam se concen­trado invariavelmente sobre a reunião mensal. Havíamos ten­tado mudar o esquema da reunião, de diversas maneiras. Ha­víamos procurado variar os temas, e a maneira de estudá-los. Chegamos até a mudar os locais e os horários das reuniões.

Ocorreu-nos subitamente, que estiveramos ignorando comple­tamente os "outros 29 dias".

E quando se pensa bem, é isto justamente o que faz o nosso Movimento diferente dos demais. Nenhum outro movimento leigo espera tanto da gente durante os outros 29 dias. É para isso que existem as obrigações. Não são um fardo, mas estão ai para ajudar-nos a viver nossa vida de equipe durante o mês. A fidelidade de cada um dos membros da equipe durante esses outros 29 dias é que dá vida à equipe e vitalidade a todo o Mo­vimento .

Precisamos da ajuda dos outros casais para viver a vida de equipe que, na verdade, é a vida evangélica. É para isso que existem as Equipes.

Mas quando a equipe está numa fase de desânimo, é em nós mesmos, em cada um de nós, que devemos procurar a causa - não nos outros casais, nem no Assistente, nem no tema ... Devemos "trabalhar" os outros 29 dias - e a reunião cuidará de si mesma ...

Essa foi a grande revelação daquele Dever de sentar-se. Ain­da estamos muito longe da perfeição no viver a vida de equipe desta maneira - mas pelo menos sabemos em que ponto deve­mos colocar o nosso esforço.

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TESTEMUNHO

CONFIANÇA, SEMPRE!

Depois de uma intervenção ctrurgica de certa gravidade, um de nossos irmãos equipistas apresentou aos companheiros de sua Equipe o seguinte testemunho.

Durante todo esse tempo em que fiquei doente, talvez um mês antes da operação propriamente dita, eu já sabia, através dos exames que tinha feito em São Paulo, que era portador de um tumor na vesícula. Embora eu tenha tentado algumas ve­zes dizer a vocês, talvez em forma de brincadeira, que eu tinha isso, nunca me desesperei, nunca. Porque acredito em Deus.

Naquele momento em que o médico me disse que tinha que ser operado porque tinha um tumor na vesícula, é evidente que estremeci, pois sou humano; mas não me desesperei, justamen­te porque eu creio em Deus. E é o que eu queria dizer a vocês, pois se há alguma coisa que se possa tirar de algum sofrimento é esse testemunho - a confiança em Deus que nós devemos ter .

Eu me lembro ainda que, na terça-feira, logo cedinho, fui à missa; comunguei, e tive então aquela oportunidade de conver­sar com Deus. Conversei francamente com Ele, e lembrei-me de alguma coisa que eu não esqueci: logo depois da comunhão, conversando com Ele, falei: - Senhor! Hoje vou ser internado para ser operado amanhã. Operação é sempre operação: pode tudo correr bem e pode não correr bem. Você já me deu 38 anos de vida, vida boa, vida gostosa, quando existe muita gente que nasce morta. Casei-me e somos felizes há mais de 15 anos Não lhe peço mais nada, pois existem muitos casais que se sepa­ram e não são felizes. Tenho filhos lindos e perfeitos, quando tanta gente tem filho excepcional. Não posso me queixar do serviço, pois nele tive sucesso. Posso ter errado muitas vezes, mas errei inconscientemente. Não me lembro de ter feito , e Você é testemunha, alguma coisa propositadamente má. Mas devo ter errado, devo ter feito muita coisa ruim, e eu lhe peço perdão neste instante.

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Se por acaso ... Se por acaso a minha hora chegar, não vou ficar alegre, pois sou humano: vou deixar minha mulher, meus filhos, meus amigos e minha equipe. Eu sinto, é evidente que sinto, porque sou humano; mas aqui Sua vontade é maior do que a minha, e, é por isso que me coloco nas suas mãos, aguar­dando o que Você achar que seja melhor.

Conversando com Ele, fiquei tranquilo, não me desesperei. Na mesa de operação, lembro-me perfeitamente, antes da anes­tesia, o médico ainda brincou comigo; estava tranquilo e sem­pre com o pensamento voltado para Deus; e sempre depositando confiança n'Ele.

E é isso que eu gostaria que Vocês guardassem de todo esse episódio, de tudo isso: A CONFIANÇA ILIMITADA QUE DEVE­MOS TER NO CRISTO.

(Do Boletim do Setor de Taubaté)

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NOTíCIAS DOS SETORES

BOLETINS - Ufa! Finalmente estão chegando .. . O da Gua­nabara, após alguns meses de ausência, com três excelentes ar­tigos e um bocado de notícias. O de Taubaté, cheio de coisas boas, o de São José, o de Bauru, dando uma boa idéia das ati­vidades do Setor . Benvindos "Notícias Caxienses" e "Equipe­-Bras", das Equipes de Brasília, que nos fazem mais próximas equipes tão distantes!

Em compensação, o de Marília, o de Campinas, que fim le­varam?

Somente um nunca falha, o Equipetrópolis, cuja pontuali­dade aplaudimos.

Graças a esta safra de boletins, temos este mês algumas notícias: não muito frescas, pois os boletins são de maio e junho e estamos em julho, fazendo a Carta Mensal de setembro, mas é melhor do que nada, não acham?

BRASILIA - Equipes novas - O casal piloto Marialice e Adelson encerrou sua missão em maio, e as duas primeiras equi­pes estão voando com as próprias asas. Nasceu a n.0 3, que es­tá sendo pilotada pelo casal Sofia e Felipe Cardelino, recém-mu­dado de São Paulo para Brasília e integrante da Equipe n.0 2.

CAXIAS DO SUL - Dia de estudos - Além de Alice e Luís Piloto e Ceres e Alceu Pacheco, de Curitiba, que proferiram as palestras, participaram do Dia de Estudos o Casal Responsável do Setor de Porto Alegre e mais dois casais da Capital gaúcha . Impressões de um dos participantes:

"A vida nas Equipes de Nossa Senhora é um constante apren­dizado. O Dia de Estudos foi mais uma oportunidade de enri-

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quecimento e conhecimento de nosso Movimento. As palestras proferidas foram de grande valia para a nossa vida cotidiana. A vivência demonstrada pelos conferencistas vieram nos entu­siasmar mais ainda pelo Movimento das Equipes de Nossa Se­nhora. Os encontros de coparticipação foram o verdadeiro tes­temunho de que temos uma grande necessidade de troca de idé' as e exemplos vividos no dia a dia de cada participante. São exatamente esses encontros que nos demonstram a felicidade de pertencermos a um movimento que, além de nos mostrar o ca­minho da felicidade conjugal, nos ensina com os livros da vida a melhor maneira de nos conduzir diante de nossas famílias e na sociedade. A amizade demonstrada no correr do encontro serviu para nos unir ainda mais, dentro do espírito de verda­deiros equipistas. "

Hora de oração - Toda última quinta-feira do mês, os equi­pistas de Caxias reunem-se para louvar o Senhor, juntos, duran­te uma hora, a partir das 22 horas. Com isso esperam aproxi­mar-se mais de Deus e ao mesmo tempo aumentar a sua união. Os depoimentos dão conta de que têm sido um ponto alto da vida em equipe:

"Não lembramos de sessenta minutos tão rápidos e preciosos passados em oração. . . Somente nós podemos comparar os fru­tos positivos com os obtidos no retiro. O grande número de participantes mostra a maturidade espiritual que procuramos atingir." "É uma hora de puro recolhimento em que só se ouve a voz dos corações falando com Deus. Tudo aí é simples e con­vida à oração. Sente-se a presença de Deus. O que mais nos impressionou foi a oração pessoal de uma equipista: "Senhor, não vimos aqui para pedir nem para agradecer, vimos aqui tão somente para estar contigo".

Comentário sobre a Carta Mensal - Uma equipe instituiu um momento especial, durante a coparticipação, para um comen­tário, por cada casal, sobre o que mais lhe chamou a atenção na Carta Mensal. Comenta o Boletim que "esta prática enrique­ce muito a todos" e finaliza: "a sugestão é válida para as outras equipes".

Obrigado, "Notícias Caxienses", a Equipe da Carta Mensal con­corda plenamente ...

GUANABARA - Retiro "bem bolado" - Início da carta en­viada pela Equipe 9, encarregada de organizar o primeiro retiro do ano, a todos os casais da Guanabara:

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" E eis que havia ali um varão chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico. E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a um sicômoro para o ver; porque havia de passar por ali. E quando Jesus chegou àque­le lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: "Zaqueu, desce depressa, porque hoje me con­vém pousar em tua casa." (Lucas, 19, 2-5) .

Venham depressa, porque convém a vocês pousarem com "ELE".

Somos 270 casais e só quatro retiros estão previstos para este ano, na Guanabara. Muitos casais, portanto, não poderão participar destes momentos de aperfeiçoamento espiritual que o Movimento recomenda.

Nós, os casais da Equipe 9, assumimos junto ao Setor a res­ponsabilidade de coordenar o 1.0 Retiro de 1973. Fizemo-lo com total disponibilidade, cuidando da programação, do local, tran­quilo, que foi escolhido para que vocês, livres dos trabalhos e preocupações, tenham o coração aberto e a alma atenta para ouvir o Cristo. "

Seguem-se todas as informações necessárias e vem anexo à circular uma ficha de inscrição muito bem imaginada, que per­gunta inclusive se o casal precisa de condução ou se, pelo con­trário, tem vagas em seu carro.

Deixamos o melhor desta história toda para o fim - o pre­gador: D. Marcos Barbosa. Seu tema: "Deus, Pai, Irmão e Esposo, na Criação, Redenção e Santificação dos homens".

E, após a realização do retiro, o comentário enviado pela Daisy, nossa correspondente no Rio:

"O retiro programado por nossa equipe 9 saiu. Na média, os comentários são elogiosos, e isto nos anima a assumir futuros retiros. Um trabalho desses une muito a equipe. Todos os ca­sais cooperaram, cada um com sua tarefa. Distribuímos os tra­balhos mais absorventes dentro da nossa equipe, e para os casais de fora de;xamos leitura na missa, procissão do Ofertório, leitu­ra de estações da Via Sacra. Pudemos distribuir alguma coisa a cada um e assim todos participaram ativamente.

O mais fabuloso foi contar com casais de fora: um, com 62 anos de casados, outro com 41 anos de matrimônio! Houve tam­bém o caso de um casal equipista afastado que disse ter feito

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inúmeros retiros, sem que nenhum o impressionasse tanto quan­to este.

As crianças adoraram! Com piscina à disposição e dois be­líssimos dias de sol, aproveitaram bastante. Uma delas, que não queria ir, mas foi com a condição de ficar apenas um dia, acabou insistindo com os pais para ficar também no domingo.

Olhem, foi uma experiência positiva! A turma dos equipis­tas dizia que todos nós éramos loucos em programar um retiro com crianças, mas tudo deu certo, graças a Deus! Agradecemos, pois, todas as orações que foram feitas por nós, os casais da equipe 9."

Reunião da Região - Reuniram-se em Petrópolis, com o Ca­sal Regional, todos os Responsáveis de Setor e Coordenação da Região Guanabara. "Juntamente com Frei Almir, realizaram uma ampla coparticipação visando buscar as linhas, orientações e diretrizes capazes de levar todos os casais da Região a uma cada vez maior, consciente e leal integração nas Equipes de N assa Senhora".

As Equipes vão ao Teatro - No dia 25 de junho, os equipis­tas da Guanabara lotaram o Teatro Tablado para assistir à peça de Maria Clara Machado, "O Embarque de Noé". Após a apresen­tação, muito aplaudida, Pe. Maucir Gibbin e Maria Clara Ma­chado compareceram diante da platéia, para debates.

Escrita há 16 anos, esta peça encontrou má vontade da crí­tica na ocasião de sua estréia. Hoje é considerada "o espetá­culo mais inteligente do momento" - segundo os comentários dos jornais. Isto nos mostra como mudamos, como mudou nos­sa posição diante da Bíblia.

Pe. Maucir ressaltou trechos da peça que nos enviam men­sagem de profunda religiosidade e nova visão do "Dilúvio", do Gênesis. Maria Clara ficou surpresa ao verificar quanta coisa foi encontrada em sua peça e sentiu-se feliz por ter podido trans­mitir tanto.

Casamento de filhos de equipistas - União de dois jovens militantes cristãos, filhos de militantes cristãos. Mostrando o alto grau de conscientização de pais e filhos, o convite anuncia­va que Maria Teresa, filha de Clotilde e Bocater, e Ricardo, fi­lho de Eisa e Ludovic, se iriam "ministrar o sacramento do ma­trimônio, diante da comunidade, sob a benção da Igreja". Mui­ta emoção, porque nessa cerimônia celebraram-se também as bo­das de prata de Clotilde e Boca ter. Bonito, e cheio de signifi-

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cado, este gesto dos filhos escolhendo o aniversário de casamen­to dos pais para se casarem.

Nova equipe- Nasceu mais uma equipe no Setor A da Gua­nabara. Está sendo pilotada por Vera e Sergio, da Equipe n.0 6.

GUARATINGUETA - Retiro - A Coordenação de Guará, realizou o seu primeiro retiro, enviou-nos a notícia e uma foto­grafia. Mística vocacional foi o tema do retiro, desenvolvido em seis palestras pelo Frei Carlos Pierezan. Os testemunhos dados pelos participantes demonstraram bem o aproveitamento desses dois dias. Diz a nota: "A semente foi lançada, espera­mos que outros retiros sejam organizados para que o casal tenha

oportunidade de refletir a dois, conhecer-se mais e aperfeiçoar-se no AMOR. Com a conscientização de nossa vocação, o movi­mento das Equipes se fará cada vez mais dinâmico e atuante."

TAUBAT~ - Encontro geral de equipistas - O primeiro Encontro geral realizado à noite aconteceu nas dependências do Pensionato Nossa Senhora Aparecida, gentilmente cedido pelas Irmãs Missionárias. As 19:30 hs., o Pe. Beny fez uma palestra sobre a pessoa do Espírito Santo - quem é Ele e qual a Sua função na Trindade Divina. Em seguida, foi dado um pequeno

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trecho da P Carta de São João para que cada um, individuàl­mente, fizesse a sua meditação. Após essa meditação, que du­rou aproximadamente 15 minutos, os cônjuges trocaram entre si c que tinham encontrado durante a reflexão. Finalmente, os casais foram divididos em grupos de co-participação que, sem preocupação de debate ou discussão, tiveram apenas o objetivo de testemunhar aquilo que o Espírito Santo havia desvendado. Maravilhas então aconteceram através dos ricos testemunhos que foram dados . As 22 hs. foi celebrada a Santa Missa, vivamen­te participada por todos, que acolheram em seus corações Jesus Cristo sob as duas espécies. F"nalmente foi servido um lanche e o Encontro encerrou-se com um gostoso bate-papo·

_Equipe nova - Foi lançada e está sendo pilotada por Tania e João Biasi a primeira equipe de São Sebastião . Depois de Ubatuba, é a segunda do litoral. E agora, Caraguá?

BAURU - Missa mensal - Também o Setor de Bauru tem a sua Missa mensal, realizada no quarto sábado do mês, às 19 horas, na Catedral. Cada uma das equipes, por sorteio, respon­sabiliza-se pela organização da Missa.

Novena de Nossa Senhora de Fátima - Todos os equipistas participaram da novena, que se encerrou com procissão lumino­sa em demanda do novo santuár'o, como parte das solenidades programadas pela comissão organizadora, à cuja frente estava um casal equipista.

Realizou-se em junho a primeira reunião mista de equipes do ano, coroada de sucesso.

Há muitos casais querendo entrar em equipe em Bauru e está em organização um Curso de formação de pilotos, pois um só casal pilotou a metade das equipes existentes, ou seja sete equipes, o que talvez represente recorde, mas não é justo, certo?

PEDERNEIRAS - Equipes vivas - Não resistimos à ten­tação de transcrever a carta do casal de Ligação, publicada no Boletim de Bauru. Equipes de Pederneiras, não leiam!

"Prezados irmãos. Vocês nem imaginam, o quanto estamos contentes com as Equipes de Pederneiras, de que somos ligação. São equipes que já alcançaram bom aprofundamento e assim, e;ônscias do papel que lhes cabe, vão cumprindo com carinho a sua missão. Além disso, têm iniciativa própria e constantemen­te incluem em suas ativ;dades de apostolado e religião trabalhos bem imaginados e eficientemente executados. Ainda há pouco tivemos uma amostra desse espírito de criatividade, com a Equi-

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pe 1 fazendo novena de maio pelo rádio, para que o povo par­ticipasse também, principalmente as pessoas que moram na zona rural e poucas oportunidades têm de acompanhar os trabalhos da Igreja. Cada dia, um casal, através do microfone da emisso­ra pederneirense, lia um trecho do Evangelho da novena e fazia a meditação. E as suas missas mensais? E as suas confrater­nizações? Tudo bonito, tudo feito com carinho e espiritualidade, dando-nos uma satisfação imensa. Continuem assim, prezados irmãos de Pederneiras, pois estão no caminho certo, fazendo das Equipes um meio de aperfeiçoamento para vocês e para a co­munidade!"

SAO PAULO - Setor B - A organização do Setor B con­tinua uma beleza: foi distribuída uma pasta aos casais de todas as equipes, bem como aos Casais responsáveis dos outros dois Setores, Casal Regional, ECIR e Carta Mensal . Dessa pasta constam informações sobre a constituição da Região, do Setor B, nome e endereço dos casais de todas as equipes que compõem 0 Setor e, particularmente digno de destaque, o programa do Se­tor para o ano todo, tudo com datas e horários previamente estipulados.

O Setor reune os Casais responsáveis às 2-e.s quartas-feiras dos meses pares, das 20:30 às 22:45 horas, para uma parte espiri­tual, uma troca de experiências, avisos, perguntas, entrega de contribuições, etc.

Três encontros de maior porte foram programados, dois dos quais já realizados: a passagem de responsabilidade, que se rea­lizou no ofertório da Missa, na presença do Casal Regional, e o Encontro de conselheiros espirituais. Em setembro, haverá uma confraternização de todos os casais do Setor.

Com a finalidade de promover maior unidade e conhecimen­to entre os casais, realiza-se todo mês, no primeiro sábado, uma Missa, celebrada pelo Conselheiro Espiritual do Setor, Pe . Décio Pereira.

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OR.AÇÃO PARA A PRóXIMA REUNIÃO

TEXTO DE MEDITAÇAO - Jo. 12, 44-50.

Jesus, levantando a voz, disse: "Aquele que crê em mim, crê, não em mim, mas naquele que me enviou; e aquele que me vê, vê O que me enviou. Eu vim como luz ao mundo, para que todo o que crer em mim não permaneça nas trevas. E se al­guém escuta as minhas palavras e não as guarda, eu não o julgo, porque não vim para julgar o mundo mas para o salvar. O que me rejeita e não recebe as minhas palavras tem já quem o jul­gue: a palavra que anunciei, ela o julgará no último dia. Por­que eu não falei de mim mesmo, mas aquele que me enviou, o Pai, Ele me prescreveu o que dizer e de que falar. E eu sei que o seu preceito é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, digo-o como o Pai me disse".

ORAÇAO LITúRGICA

ó Deus, que fizestes surgir da sombra o mundo em sua primeira manhã, em nossa noite fazeis cintilar o conhecimento de vossa glória.

A pura imagem sois do Pai eterno e de sua beleza o resplendor; e sobre a vossa face, ó Jesus Cristo, a alegria do mundo brilha sempre.

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Senhor, vós mesmo sois a claridade que luz no fundo de um lugar obscuro; a viva lâmpada de nossos passos, por sobre um caminho de densa treva.

Permaneceis quando as coisas fenecem; tudo se apaga, vós aí estais! Se a noite declina, resplandeceis no coração de toda criatura.

E, quando se erguer por sobre o universo a aurora que se anuncia gloriosa, vós reinareis na cidade divina, de onde as trevas vão desaparecer.

(Oração do Tempo Presente -Hino do Ofício da tarde, 1~ Terça-feira)

OREMOS:

Deus, que nos salvastes, ouvi-nos:

transformai-nos em discípulos da luz e em artesões da verdade; e, já que nos tornamos filhos da luz porque de vós nascemos, fazei que saibamos dar testemunho de vós diante dos homens.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo . . .

-AMÉM.

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