nbr 13292 - solo - determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga...

8
Copyright © 1995, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas Palavra-chave: Solo 8 páginas NBR 13292 ABR 1995 Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante 1 Objetivo 1.1 Esta Norma prescreve o método para a determinação do coeficiente de permeabilidade à carga constante, com a água percolando através do solo, em regime de es- coamento laminar. A aplicação deste método é restrita a solos granulares, contendo no máximo 10%, em massa, de material que passa na peneira de 0,075 mm. 1.2 A realização do ensaio, em regime de escoamento laminar, pressupõe o cumprimento das seguintes con- dições: a) continuidade do escoamento, sem variações de volume do solo, durante o ensaio; b) saturação total do corpo-de-prova; c) escoamento em regime permanente, sem varia- ções no gradiente hidráulico, durante a sua realiza- ção; d) existência de proporcionalidade direta entre as ve- locidades de fluxo e os gradientes hidráulicos. 2 Documentos complementares Na aplicação desta Norma é necessário consultar: NBR 5734 - Peneiras para ensaio com tela de tecido metálico - Especificação NBR 6457 - Amostras de solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização - Método de ensaio NBR 6458 - Grãos de pedregulho retidos na peneira de 4,8 mm - Determinação da massa específica, da massa específica aparente e da absorção de água - Método de ensaio NBR 6508 - Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinação da massa específica - Mé- todo de ensaio NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica - Método de ensaio NBR 12051 - Solo - Determinação do índice de va- zios mínimos de solos não-coesivos - Método de ensaio 3 Aparelhagem A aparelhagem necessária à execução do ensaio é descrita em 3.1 a 3.10. 3.1 Permeâmetro 3.1.1 O permeâmetro do tipo 1 ou 2 a ser utilizado, ilustrado respectivamente nas Figuras 1 e 2, deve ter diâmetro in- terno no mínimo de 8 a 12 vezes a dimensão máxima dos grãos maiores, conforme indicado na Tabela 1. A sua altura útil deve ser de 1,5 a 2 vezes o diâmetro interno. Origem: Projeto 02:004.02-017/1993 CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil CE-02:004.02 - Comissão de Estudo de Identificação e Compactação de Solos NBR 13292 - Soil - Determination of the coefficient of permeability of granular soil by constant-head - Method of test Descriptors: Soil. Permeability Válida a partir de 29.05.1995 Método de ensaio

Upload: dscurvello

Post on 29-Jul-2015

2.432 views

Category:

Documents


24 download

TRANSCRIPT

Page 1: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

Copyright © 1995,ABNT–Associação Brasileirade Normas TécnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28º andarCEP 20003-900 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (021) 210 -3122Telex: (021) 34333 ABNT - BREndereço Telegráfico:NORMATÉCNICA

ABNT-AssociaçãoBrasileira deNormas Técnicas

Palavra-chave: Solo 8 páginas

NBR 13292ABR 1995

Solo - Determinação do coeficiente depermeabilidade de solos granulares àcarga constante

1 Objetivo

1.1 Esta Norma prescreve o método para a determinaçãodo coeficiente de permeabilidade à carga constante, coma água percolando através do solo, em regime de es-coamento laminar. A aplicação deste método é restrita asolos granulares, contendo no máximo 10%, em massa,de material que passa na peneira de 0,075 mm.

1.2 A realização do ensaio, em regime de escoamentolaminar, pressupõe o cumprimento das seguintes con-dições:

a) continuidade do escoamento, sem variações devolume do solo, durante o ensaio;

b) saturação total do corpo-de-prova;

c) escoamento em regime permanente, sem varia-ções no gradiente hidráulico, durante a sua realiza-ção;

d) existência de proporcionalidade direta entre as ve-locidades de fluxo e os gradientes hidráulicos.

2 Documentos complementares

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

NBR 5734 - Peneiras para ensaio com tela de tecidometálico - Especificação

NBR 6457 - Amostras de solo - Preparação paraensaios de compactação e ensaios de caracterização- Método de ensaio

NBR 6458 - Grãos de pedregulho retidos na peneirade 4,8 mm - Determinação da massa específica, damassa específica aparente e da absorção de água -Método de ensaio

NBR 6508 - Grãos de solos que passam na peneirade 4,8 mm - Determinação da massa específica - Mé-todo de ensaio

NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica - Métodode ensaio

NBR 12051 - Solo - Determinação do índice de va-zios mínimos de solos não-coesivos - Método deensaio

3 Aparelhagem

A aparelhagem necessária à execução do ensaio édescrita em 3.1 a 3.10.

3.1 Permeâmetro

3.1.1 O permeâmetro do tipo 1 ou 2 a ser utilizado, ilustradorespectivamente nas Figuras 1 e 2, deve ter diâmetro in-terno no mínimo de 8 a 12 vezes a dimensão máxima dosgrãos maiores, conforme indicado na Tabela 1. A suaaltura útil deve ser de 1,5 a 2 vezes o diâmetro interno.

Origem: Projeto 02:004.02-017/1993CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção CivilCE-02:004.02 - Comissão de Estudo de Identificação e Compactação de SolosNBR 13292 - Soil - Determination of the coefficient of permeability of granularsoil by constant-head - Method of testDescriptors: Soil. PermeabilityVálida a partir de 29.05.1995

Método de ensaio

Page 2: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

2 NBR13292/1995

Tabela 1 - Diâmetro interno do permeâmetro

Diâmetro interno mínimo do permeâmetro (mm) Dimensões dos maiores grãos Menos que 35% retidos Mais que 35% retidos presentes na na peneira de na peneira de amostra (mm) 2 mm 9,5 mm 2 mm 9,5 mm

Inferior a 9,5 80 - 120 - Entre 9,5 e 19 - 150 - 230

Figura 1 - Permeâmetro do tipo 1 - Esquema de montagem do ensaio

Page 3: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

NBR 13292/1995 3

Figura 2 - Permeâmetro do tipo 2

3.1.2 O permeâmetro deve ser dotado de:

a) disco perfurado ou tela adequadamente reforçada(no permeâmetro do tipo 2, utiliza-se apenas discoperfurado), colocado na base e com permeabi-lidade superior a do corpo-de-prova, com aberturasuficientemente pequena para evitar a passagemde partículas. A colocação de gaze ou geotêxtil,de pequena espessura, entre o corpo-de-prova eo disco (ou tela) pode auxiliar na redução desteefeito. No permeâmetro do tipo 1, entre a faceinferior do permeâmetro e o disco perfurado (outela) deve ser colocada uma camada compactadade material granular, de granulometria uniforme,com altura entre 1 cm e 3 cm, conforme a gra-nulometria do material que estiver sendo en-

saiado, e permeabilidade superior a do corpo-de-prova;

b) saídas para os manômetros, visando a de-terminação da perda de carga H, ao longo do com-primento L, o qual deve ser igual ou superior aodiâmetro interno do permeâmetro. As aberturaspara os tubos manométricos devem ser dotadasde telas ou de pedras porosas moldadas com areiae cola à base de resina epóxi, misturadas em pro-porções adequadas;

c) disco perfurado ou tela adequadamente reforçada(no permeâmetro do tipo 2, utiliza-se apenas discoperfurado), instalado sobre o topo do corpo-de-prova e com as mesmas características do

Page 4: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

4 NBR13292/1995

colocado na base. No permeâmetro do tipo 1, entreo disco perfurado (ou tela) e a face superior dopermeâmetro deve ser colocada uma camada dematerial granular, com características semelhantesàs da colocada na face inferior, com altura tal, queao se instalar o prato superior do permeâmetro,este comprima levemente o material subjacente.

3.2 Reservatório com filtro

O reservatório para manutenção de carga constante, mos-trado na Figura 1, deve ser dotado de um filtro, constituídopor uma camada de areia fina, para retenção de parte doar contido na água de alimentação do sistema.

Nota: Quando disponível, é preferível a utilização de águadeaerada.

3.3 Funil

Para verter o material no permeâmetro, deve ser utilizadoum funil grande, dotado de um bico com comprimento su-perior à altura total do permeâmetro. O diâmetro do bicodeve ser de 13 mm ou 25 mm, respectivamente, caso adimensão dos grãos maiores seja de 2,0 mm ou 9,5 mm.

3.4 Equipamento para compactação

Se necessário, pode ser utilizado um equipamento paracompactação do corpo-de-prova. Sugere-se a utilizaçãode:

a) sapata metálica rígida de 5 cm de diâmetro,conectada a um sistema vibratório;

b) sapata metálica rígida de 5 cm de diâmetro, fixadana extremidade de uma haste-guia. A compactaçãoé provocada por um peso, com massa variandoentre 0,1 kg para areias e 1 kg para solos com ele-vado teor de pedregulhos, que desliza ao longoda haste-guia, a qual deve permitir a ajustagemda altura de queda entre 10 cm para areias e 20 cmpara solos com elevado teor de pedregulhos.

3.5 Bomba de vácuo

Para remoção de ar e saturação do corpo-de-prova, deveser utilizada uma bomba de vácuo (ver Figura 3), capazde aplicar um vácuo de no mínimo 67 kPa (50 cm Hg).Entre o permeâmetro e a bomba, deve ser instalado umdispositivo ou reservatório adequado, para evitar a en-trada de água na bomba.

3.6 Tubos manométricos

Os tubos manométricos devem ser dotados de escalagraduada em milímetros, para medição das cargas hi-dráulicas.

3.7 Balanças

Balanças que permitem pesar nominalmente 2 kg, 10 kge 40 kg, com resoluções de 1 g, 2 g e 5 g, respectivamen-te, e sensibilidades compatíveis.

3.8 Barra de calibração

A barra de calibração deve ser metálica, rígida, comdimensões uniformes e de comprimento superior aodiâmetro do permeâmetro.

3.9 Peneiras

As peneiras devem ser de 19,0 mm, 9,5 mm, 2 mm e0,075 mm, de acordo com a NBR 5734.

3.10 Equipamentos diversos

Outros equipamentos necessários são constituídos porreservatório de água (ver Figura 3), concha metálica comcapacidade de cerca de 100 g de solo, termômetro, cro-nômetro com indicação de segundos, proveta de vidrocom capacidade de 250 cm3 e resolução de 2 cm3, re-partidor de amostras, bandejas metálicas, paquímetro,etc.

4 Execução do ensaio

4.1 Preparação da amostra

4.1.1 Utilizando-se o repartidor de amostra, ou por quar-teamento, obter uma quantidade suficiente de material,de modo a satisfazer ao prescrito em 4.1.2 a 4.1.4. Aamostra deve ser previamente seca ao ar e conter menosque 10% de material passante na peneira de 0,075 mm.

4.1.2 Antecedendo o ensaio de permeabilidade, procedera análise granulométrica do material, de acordo com aNBR 7181. Determinar, ainda, a massa específica dosgrãos do solo, de acordo com a NBR 6508 ou NBR 6458.

4.1.3 Por peneiramento, separar os grãos retidos na pe-neira de 19,0 mm, os quais não devem ser utilizados noensaio de permeabilidade.

4.1.4 Do material passante na peneira de 19,0 mm, se-lecionar, com uso do repartidor de amostra ou por quar-teamento, uma quantidade aproximadamente igual aduas vezes a necessária para preencher o permeâmetroe homogeneizar em uma bandeja.

4.2 Formação do corpo-de-prova

4.2.1 Selecionar o permeâmetro de acordo com o prescritoem 3.1.

4.2.2 Com o uso de paquímetro, medir e registrar o diâ-metro interno D do permeâmetro em quatro posiçõesigualmente espaçadas e a distância L entre os centrosdas aberturas para os tubos manométricos, com exatidãode 0,1 cm. Calcular a área da seção transversal interna Sdo permeâmetro, utilizando a média das medidasde D.

4.2.2.1 No permeâmetro do tipo 1, com a barra de ca-libração apoiada nas bordas da parte superior do per-meâmetro, medir e anotar, com auxílio do paquímetro aprofundidade compreendida entre a face superior da barrade calibração e o topo do disco perfurado ou tela superior,temporariamente colocada sobre o disco ou tela inferior.No caso de utilização de gaze ou geotêxtil, estes tambémdevem ser inseridos. Subjacente ao disco ou tela inferior,deve ser colocada a camada de material granular, comoprescrito em 3.1.2-a). Efetuar as medições em quatro po-sições simetricamente espaçadas, mudando a posiçãoda barra, e anotar a média das medidas, como A1, comexatidão de 0,1 cm.

Page 5: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

NBR 13292/1995 5

4.2.2.2 No permeâmetro do tipo 2, a altura do corpo-de-prova A corresponde aproximadamente à altura do cilindrocentral do permeâmetro. Efetuar quatro medições,determinar a média e calcular a altura do corpo-de-prova,levando-se em consideração a espessura total da gazeou geotêxtil, superior e inferior. Anotá-la com exatidão de0,1 cm.

4.2.3 Tomar uma pequena porção da amostra preparadacomo prescrito em 4.1.4, para determinação do teor deumidade h, de acordo com a NBR 6457. Registrar a massado material remanescente M1, com a resolução indicadaem 3.7, se for utilizado o permeâmetro do tipo 1.

4.2.4 Colocar o solo preparado, de acordo com um dosprocedimentos descritos em 4.2.4.1 e 4.2.4.2, em ca-madas uniformes, com altura tal, que após a com-pactação, se for o caso, a espessura resultante seja de2 cm.

4.2.4.1 Para solos com diâmetro máximo dos grãos igualou inferior a 9,5 mm, a colocação deve ser efetuada comfunil que atenda ao prescrito em 3.3. Para tanto, com aextremidade do bico em contato com o disco ou tela in-ferior, ou com a camada anteriormente formada, colocarno funil a quantidade suficiente de material para formaruma camada, tomando-se solos de diferentes áreas daamostra espalhada na bandeja. Levantar o funil e ajustarcontinuamente a altura do bico, de modo que a queda li-vre do material seja de 1 cm ou apenas suficiente paraassegurar um fluxo contínuo das partículas do solo, semque o bico entre em contato com o material já depositado.Mover o funil, usando uma trajetória espiralada, da bordapara o centro do permeâmetro, de modo que uma camadauniforme seja formada. Misturar e homogeneizar o soloremanescente na bandeja, antes da formação de cadacamada, de modo a minimizar a segregação.

Figura 3 - Esquema de montagem para a saturação do corpo-de-prova

4.2.4.2 Para solos com diâmetro máximo superior a 9,5 mm,a colocação deve ser efetuada com uma concha mantidapouco acima do disco ou tela inferior, ou da camadaanteriormente formada, de forma que a deposição nãoseja efetuada por queda. Misturar e homogeneizar o soloremanescente na bandeja, antes da formação de cadacamada, de modo a minimizar a segregação.

4.2.5 Compactar cada camada de solo, de forma a obter aa compacidade relativa desejada, através de um pro-cedimento adequado, como descrito em 4.2.5.1 a 4.2.5.3.No caso do permeâmetro do tipo 1, o topo do corpo-de-prova, assim formado, deve situar-se cerca de 2 cm acimada abertura para o tubo manométrico superior. No casodo permeâmetro do tipo 2, a colocação de material deveultrapassar o topo do cilindro central do permeâmetro,após isto, o excesso deve ser rasado com o uso de réguametálica biselada.

4.2.5.1 Compacidade relativa próxima de zero

Prosseguir com a colocação de material em camadassucessivas, por um dos processos descritos em4.2.4.1 e 4.2.4.2, até atingir a altura recomendada.

4.2.5.2 Compacidade relativa próxima de 100%

4.2.5.2.1 Compactação com sapata vibratória

Compactar cada camada de solo com o uso de sapatavibratória, cobrindo uniformemente toda a superfície dacamada, segundo um traçado regular. A pressão decontato e o tempo de atuação da vibração, em cada ponto,devem ser tais, que não haja fuga do material subjacenteàs bordas da sapata, o que tenderia a afofar o solo. Onúmero de passadas deve ser suficiente para se atingircompacidade relativa próxima de 100%, o que se evi-dencia pelo movimento, quase não perceptível, dasuperfície do material adjacente às bordas da sapata.

Page 6: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

6 NBR13292/1995

4.2.5.2.2 Compactação por peso deslizante

Compactar cada camada através de golpes unifor-memente aplicados sobre a sua superfície, usando umtraçado regular. Ajustar a altura de queda e aplicar onúmero suficiente de passadas, de modo a se obter com-pacidade relativa próxima de 100%.

4.2.5.2.3 Compactação por outros processos

A compactação do corpo-de-prova pode ser efetuada poroutros processos, utilizando-se, por exemplo, um equi-pamento vibratório, como especificado na NBR 12051.Cuidados devem ser tomados para que se obtenha umcorpo-de-prova uniforme, sem segregação de partículas.

4.2.5.3 Compacidade relativa entre zero e 100%

Por tentativa, em recipiente de mesmo diâmetro que opermeâmetro, ajustar a compactação para se obteremvalores repetitivos da compacidade relativa desejada.Proceder a compactação do solo no permeâmetro. Pode-se prescindir deste processo prévio de ajuste da com-pactação e efetuá-la diretamente no permeâmetro, desdeque o operador tenha experiência suficiente.

Nota: Para abranger as várias situações de compacidade re-lativa, que podem ocorrer nos depósitos naturais ou ematerros compactados, sugere-se a realização de uma sériede ensaios, impondo-se distintos valores de compacidaderelativa.

4.2.6 Preparação do corpo-de-prova para o ensaio depermeabilidade

4.2.6.1 Preparação no permeâmetro do tipo 1

4.2.6.1.1 Nivelar o topo do corpo-de-prova, imprimindo umleve movimento de rotação ao disco perfurado ou tela su-perior (e sob este a gaze ou geotêxtil, se for o caso) co-locado em sua posição.

4.2.6.1.2 Com a barra de calibração apoiada nas bordasda parte superior do permeâmetro, medir e anotar, comauxílio do paquímetro, a profundidade compreendida entrea parte superior da barra de calibração e o topo do discoperfurado ou tela superior. Efetuar as medições em quatroposições simetricamente espaçadas, mudando a posiçãoda barra, e anotar a média das medidas, como A2, comexatidão de 0,1 cm. A altura do corpo-de-prova é dadapor (A1 - A2) e a sua massa, na condição seca ao ar,por (M1 - M2), onde M2 é a massa do material remanes-cente na bandeja, após a formação do corpo-de-prova.

4.2.6.1.3 Proceder a colocação de material granular, comoprescrito em 3.1.2-c), e do prato superior do permeâmetro.

4.2.6.1.4 Efetuar as ligações como mostra a Figura 3. Coma válvula da base fechada e a válvula do topo aberta,utilizando a bomba de vácuo, aplicar um vácuo gra-dativamente crescente, até atingir 67 kPa (50 cm Hg), oqual deve ser mantido durante 10 min, para remover o ardos vazios. Este vácuo é aplicado também no reser-vatório, sendo que a água nele contida deve ser destiladae previamente deaerada, empregando-se equipamentospara este fim ou mesmo a bomba de vácuo, com vácuosuperior a 80 kPa (60 cm Hg).

Nota: A saturação do corpo-de-prova pode ser mantida maisadequadamente, durante a execução do ensaio, pelo usode água deaerada. No ensaio, deve ser utilizada águacom baixo teor de minerais ou mesmo água natural, ou

seja, aquela que ocorre ou virá a ocorrer no material insitu. Isto, se possível, pois o uso de água natural, nor-malmente, pode ser um refinamento não factível assimcomo o uso de água deaerada. De qualquer forma, a águautilizada deve ser isenta de sólidos em suspensão.

4.2.6.1.5 Com o vácuo aplicado, abrir a válvula da base eproceder a saturação do corpo-de-prova, elevando-segradualmente o reservatório de água. Esta elevação deveser feita de modo que o máximo gradiente hidráulico atu-ante no corpo-de-prova seja da ordem de um. A entradade água no corpo-de-prova se realizará somente pela a-ção da gravidade, de baixo para cima e sob condiçõesde vácuo, de modo a remover o ar remanescente nele.

4.2.6.1.6 Após a saturação do corpo-de-prova e o pre-enchimento do permeâmetro com água, reduzir gra-dualmente o vácuo aplicado no corpo-de-prova e noreservatório de água, até que ele se anule.

4.2.6.1.7 Fechar a válvula da base do permeâmetro e des-conectar as ligações com o reservatório de água e com abomba de vácuo. Cuidados devem ser tomados para as-segurar que o permeâmetro e o sistema de manômetrosestejam livres de ar e trabalhando satisfatoriamente. Paratanto, preencher com água o tubo de ligação do reser-vatório de carga constante com o topo do permeâmetro eefetuar a conexão deste tubo com a válvula do topo dopermeâmetro, que deve estar saturada. A seguir, abrirligeiramente as válvulas dos manômetros, para permitira passagem de água livre de ar. Conectar, os tubos ma-nométricos às válvulas correspondentes, de forma a pre-enchê-los com água. Aguardar que os níveis de águanos tubos manométricos atinjam uma condição estável ese igualem, o que deve ocorrer aproximadamente na cotada água no reservatório de carga constante.

4.2.6.2 Preparação no permeâmetro do tipo 2

4.6.6.2.1 Após rasado o excesso de material, como pres-crito em 4.2.5, por diferença de massa, entre a situaçãoantes e depois da colocação do material no permeâmetro,determinar e registrar a massa do corpo-de-prova M coma resolução indicada em 3.7.

4.2.6.2.2 Proceder a instalação do disco perfurado superiore da parte superior do permeâmetro.

4.2.6.2.3 A seguir, proceder como descrito em 4.2.6.1.4 a4.2.6.1.7.

4.3 Ensaio

4.3.1 Com todas as válvulas abertas (ver Figura 1), a-guardar que as cargas se estabilizem, sem apresentarvariações apreciáveis nos níveis de água dos tubos ma-nométricos. Medir e registrar a carga H (diferenças nosníveis dos tubos manométricos), a temperatura T, o tem-po t e o volume percolado neste tempo Q, com exatidõesde 0,1 cm, 0,1oC, 1 s e 2 cm3, respectivamente.

4.3.2 Aumentando-se a carga de 0,5 cm em 0,5 cm, repetiro procedimento descrito em 4.3.1, de modo a estabeleceradequadamente a região do fluxo laminar , na qual a ve-locidade (v=Q/St) é diretamente proporcional ao gradientehidráulico (i = H/L). Quando houver indicações de que arelação entre a velocidade e o gradiente deixou de serlinear, e o regime não é mais laminar, os incrementos decarga podem ser realizados de 1 cm em 1 cm, de forma a

Page 7: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

NBR 13292/1995 7

definir a região onde o fluxo se processa em regime tur-bulento, caso seja relevante para as condições aocorrerem no campo.

Nota: Para assegurar a ocorrência de fluxo, em regime laminar,requer-se a imposição de gradientes hidráulicos muitobaixos. Sugerem-se os seguintes valores de gradienteinicial: 0,2 a 0,3, para materiais fofos, e 0,3 a 0,5, para ma-teriais compactos, sendo o menor valor para materiaisgraúdos e o maior para os finos.

4.3.3 Finalizado o ensaio, drenar o corpo-de-prova e ve-rificar, visualmente, se ele apresenta-se homogêneo eisotrópico em suas características. Horizontes alternando

tonalidades claras e escuras constituem-se em evidênciasde segregação de finos. É recomendável ainda efetuaruma verificação da sua altura final.

5 Resultados

5.1 Cálculos

5.1.1 Calcular a velocidade de fluxo (v = Q/St). Referir estavelocidade à temperatura de 20oC, multiplicando-a pelarelação de viscosidades da água (ver Tabela 2) VT/V20°C,onde T é a temperatura da água no ensaio. Desta forma,obtém-se v20°C.

Tabela 2 - Relação de viscosidades da água (VT/V20°°°°°C)

Temperatura VT/V20°C

(oC) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

8 1,374 1,370 1,366 1,362 1,358 1,354 1,352 1,348 1,344 1,340

9 1,336 1,332 1,328 1,325 1,321 1,318 1,314 1,310 1,306 1,302

10 1,298 1,294 1,292 1,288 1,284 1,281 1,277 1,273 1,269 1,266

11 1,262 1,259 1,256 1,252 1,249 1,245 1,241 1,238 1,234 1,231

12 1,227 1,224 1,221 1,218 1,215 1,211 1,208 1,205 1,202 1,198

13 1,195 1,192 1,189 1,186 1,183 1,180 1,177 1,174 1,170 1,167

14 1,165 1,162 1,159 1,156 1,153 1,150 1,147 1,144 1,141 1,138

15 1,135 1,132 1,129 1,126 1,123 1,121 1,118 1,115 1,112 1,109

16 1,106 1,103 1,100 1,098 1,095 1,092 1,089 1,086 1,084 1,081

17 1,078 1,075 1,073 1,070 1,067 1,064 1,062 1,059 1,056 1,054

18 1,051 1,048 1,046 1,043 1,041 1,038 1,035 1,033 1,030 1,028

19 1,025 1,023 1,020 1,018 1,015 1,013 1,010 1,008 1,005 1,003

20 1,000 0,998 0,995 0,993 0,991 0,989 0,986 0,984 0,982 0,979

21 0,975 0,973 0,971 0,968 0,966 0,964 0,961 0,959 0,957 0,954

22 0,952 0,950 0,948 0,945 0,943 0,941 0,939 0,937 0,934 0,932

23 0,930 0,928 0,926 0,923 0,921 0,919 0,917 0,915 0,912 0,910

24 0,908 0,906 0,904 0,902 0,900 0,898 0,895 0,893 0,891 0,889

25 0,887 0,885 0,883 0,881 0,879 0,877 0,875 0,873 0,871 0,869

26 0,867 0,865 0,863 0,861 0,859 0,857 0,855 0,853 0,851 0,849

27 0,847 0,845 0,843 0,841 0,839 0,838 0,836 0,834 0,832 0,830

28 0,828 0,826 0,825 0,823 0,821 0,820 0,818 0,816 0,814 0,813

29 0,811 0,809 0,807 0,806 0,804 0,802 0,800 0,798 0,797 0,795

30 0,793 0,791 0,789 0,788 0,786 0,784 0,782 0,780 0,779 0,777

31 0,776 0,775 0,773 0,772 0,770 0,768 0,767 0,765 0,763 0,762

Page 8: NBR 13292 - Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos granulares à carga constante

8 NBR13292/1995

5.1.2 Utilizando-se as coordenadas cartesianas normaise marcando-se em ordenadas v20°C, e em abscissas ogradiente hidráulico (i = H/L), traçar uma reta que melhorse ajuste aos pontos correspondentes ao regime laminar.Esta reta deve passar pela origem.

5.1.3 Determinar o coeficiente angular desta reta, quecorresponde ao coeficiente de permeabilidade, k20°C.

5.1.4 Determinar a massa específica aparente seca docorpo-de-prova, utilizando-se a expressão:

Onde:

γs = massa específica aparente seca, em g/cm3

(M1 - M2) ou M = massa do corpo-de-prova, em g

S = área da seção transversal do corpo- de-prova, em cm2

(A1 - A2) ou A = altura do corpo-de-prova, em cm

h = teor de umidade do corpo-de-prova, em %

5.1.5 Determinar o índice de vazios do corpo-de-prova e,se disponíveis, os valores de emáx. e emín., calcular acompacidade relativa como prescrito na NBR 12051.

5.2 Expressão dos resultados

5.2.1 O coeficiente de permeabilidade K20°C, referido àtemperatura de 20oC, deve ser expresso de formaexponencial (base 10), com dois algarismos significativos,em cm/s (por exemplo: 1,2 x 10-3 cm/s).

5.2.2 Apresentar a curva granulométrica e a massaespecífica dos grãos do material ensaiado. Indicar, ainda,a massa específica aparente seca, o teor de umidade daamostra seca ao ar e o índice de vazios do corpo-de-prova, respectivamente, com exatidão de 0,01 g/cm3, 0,1%e 0,01. Se disponível, assinalar a compacidade relativado corpo-de-prova, com aproximação de 1%.

5.2.3 Apresentar o gráfico referente a 5.1.2, velocidadereferida à temperatura de 20oC em função do gradientehidráulico.

5.2.4 Assinalar as dimensões do permeâmetro utilizado.

5.2.5 Registrar a natureza da água utilizada no ensaio(natural, destilada, da rede, deaerada, etc.).

5.2.6 Indicar, ainda, qualquer anormalidade que tenhaocorrido, como, por exemplo, segregação de finos.

S(A1 - A2) (100 + h)

(M1 - M2) x 100 γs =