navegação interior do brasil

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- NAVEGlCIO I T ]810 DO BRASIL KOTlCIA DOS P&OJECTO APRE ENTADO' \.1 DB DTVERS .. ll.\CIJr a'''DROGRAPHIC.á. DO BRA ffi o Rn,picLo E baço üa Futura Rede Geral li \ uas Via, avegavei-' POll EosÉ DE l10RAES NATURAL :CO ESTADO DA BAHl R.\CIHREL DJ mnE».\TIc.\ t nnCl.l, PlIYSIC.\., mrmlRl1 GEOI1R.\PIIO 'n,.Q l'D"rf'fit!o tlu Inl/filnlo Hú:fur;co t! (" nu,"op lico lJJ'asi1ti,'O lia 1J, j /if"lo PoltltC{'1rulro 1l,.11 iI,;ru e do {'luu de 1.'ngenhwia, t' llfJJlortll io do l11llt"f"tlJ -1rclle%gico c rlcqgraphico -1111g0U1I0 ANTIGO OFFICIAL DO CORPO DE ENGENHEIROS '. '(/ 16 l1 1894 fi IJE I·'\NE:II-;n (ff,'II" .'YIO(}'iItt/l.e.fJl'o-'r;:I',H'r·8.·,'b do flulIidm' ns .. /2 & 1-/ "liltJ, t M'ut/{} "Dili. .lI('tllV/m..;, ,It .11fi i/u ..1fili/III·, i7" ('ttnlpwllld tio l't,,.I1.,,,(tU/ t' ('ulII:e,l"j" IJf'!/II t:urn'Ho d" ll'1Ht'blir" Jrf/fflfiutr

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Obra de 1894 (reedição da publicação de 1869), do Engenheiro e General de Brigada Reformado Eduardo José de Moraes. Uma visão do aproveitamento das vias navegaveis do Brasil do século 19. Obra rara que se encontra na Biblioteca do Senado Federal, em Brasília.

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  • -NAVEGlCIO I T]810 DO BRASILKOTlCIA DOS P&OJECTO APRE ENTADO'

    \.1 "C

  • Postel'i, postel'i vestra 7'es agitur ...(Extrahido)

    BI81lOnt~ nn I HMi)D HD HAlEsw vcrum~ . C'" -~- re~tradosob nmerv !Y5 ~ bdo BOO de._d.9.'f to _._.

  • AO LEITOR

    o presente livro, sob o titulo Navegao interior doBrasil, est dh idido em dua partes di tincta ,

    A primeira parte contm a reproduco textual da me-moria que sob o me mo titulo, publicmo em 1869 ecuja pequena edio se achou em breve tempo inteira-mente esgotada,

    \. sAgunda e ultima parte, comprehende alm de cor-reces, a ampliao ou melhor a continuao da refe-rida m moria, de de n sua pul licao at', a pre entedata,

    As dua pal'te de ta di yiso acham-se indicada~ pelostitulo : Edio de 1869, Edio de 1894,

    \'brimos aqui espao publicaes e apreciaes quetiveram lugar com o 'appaI'ecimento da Naoegao In-terior do Bra il, em 1869,. . . . . . . . . . . . . .. .. . ;

    Jornal elo Commercio de 2 de Setembro de 1869 :- Imprensa.-O L'. DI'. Eduardo Jos de '10t'aes, l tenente

    do corpo de engenheiros, acaba de publicaI' ob o titulo 'aDe-.fIao elo Inierio/' elo Brasi.l um importante trabalho, para o qualhavia preparado com tempo e muito estudo os elemento neces-,ario , O fim do autor mo traI' como por meio de alguns ca-naes e obm de art de cu to insignificante, relativamente,i,s van-tagen que promettem, se poderia estender pOL' todo o lmperiouma va ta L'de de navegao fluvial, que facilitaria a commu-nica es entre si do mais remoto pontos do nosso vasto terri-tOt'io.

    Pal'll. melbol' compl'ehenso do eu plano o autor, depois deuma lige'l'a de ct'lpo do aspecto get'al do paiz, detem- e mailargamente na exposio dos systemas hydl'ocrt'al hicos que di-vide em bacias de 1", 2' e 3' ol'dem, ubdividindo ainda as duas ul-tima em bacias do centeo, de le te e do oeste. Junto ,i, obra vemum mappa geral do Brasil e outro das linhas de navegao flu-vial que poderiam crear-se, Segundo o plano, poder-se-bia virdo Amazonas pelo Madeira ao Paraguay, e daqui, passand.o doJV;ondego para o Brilhante, ir pelo Paranahyba cabir no . Fran-CISCO,

  • 4Sem podermos emiLLie juizo sobe a exequibilidade do planoem todas as suas partes, pArece-no, com tudo, 11m teabalho dIgnoda mais ria atteno, to vilaes so os intere se a que eprende. (1)

    Diario do Rio de JaneiJ'o de 2 de ;-'etem bro de 1869 : ]I,'aDe[jar:-o no Bl'Clsil.-O r. Dr, Eduardo Jo Jo i\lol'ae

    acaba de publicar o (eaball.Jo obre a Nncertao fille/'io/' rioBrasil, em que faz um esbo\,' da Iutlll'a reJe crel'al de ,'lia.' \ ia,;navegavei::;, )'

    O assumplo impol'laote c mai. d e pao nes occu[laremo,~deJle.

    Riforma de :3 de 'etembL'o de lSB\) : Chl'onica {Ieral, -Mais um liuo de merecimento o impol"

    taneia acaba do sahir.i luz,O L', Dr, EduHL'do Jo de MOI'aes, oilieial elo COI'pO d ' enge-

    nheiros. publicou um livro sobr'e a navega:o interior do Br'asil.00 qual minuciosOl.mente e occupa de a que to que de vitalintel'e ,e para o Imperio.

    Obl'as como e~ a ~o digna de elogio. por lue tl'alam de umproblema, cuja soluo no pde SeL' adiada pOl' mai tem po,

    Sentinella da Liberdade de 26 de etembro de 1869 11, 23(Rio de Janeieo),

    Naoe{fao no interior do Brasil,-Acabade appaeeceeumopusculo com e 'te titulo, publicado pelo Se. 1" tenente de engenheiro E. de 1oraes.

    Alm de informae muito utei e dados e tali tico do Br'a, iIcontm o tr-abalho do Sr, E. de Morap.s um sboo r3a rede de vianavega' eis, que a disposio das val'ia bacia bydeogr'aplIicado nn so teI'L'itorio permittiria e labe!ecel', com grand proveitopara o desenvolvimento de no sa civil i aeo.

    Applaudimos de COL'aC;o todo o esf L'O tendente a encaminhaI'a habilidade e activid

  • 5r. E. de Moraes pre tou um ervio . ua patria, e i to s devesatisfazei-o porque es a a maiol' satisfao para o bomem debem.

    Que eloquente protesto no o livro do Sr. J'.loraes contra ame quinLa politica dominante, que quer excluir, na 'llaS re-(rlua., o engenheil'o de todo o::; cargo' publico importantes!

    E em honra de a 'la!';~e eja dito que no e te um facto i 0-lado.

    Quanto. traba.lhes d engenharia no tem a iml,ren a annun-l"iadu n te ullimo. tempo..:'.

    E' de ~C modo lue uma corpoeai,o recommenda a e timae re 118ito de eus con,,;idado . e e collaca acima dos manejes

  • 6NesLa bro(jhura, quo da penna do illusLrado L'. Dr. Edu/l.rdoJo de Moraes, e di cute caiu lucidez e profundeza todo oassumptos que entendem com a navegao dos nosso rio in-teriore .

    Annunciando-a ao publico de ta provincia temos em vistachamaL' obre to ntere ante trabalho a atteno dos seushomens illustrados e especialmente daquelles que por sua l~osio politica Ou administrativa o chamatlos a. contribuir maide perto para o desenv)lvimento do \Jaiz e de ta provncia quetem a felicidade de pos uir em eu, eio, alm de outl'OS, os dougr'andes rios - Tocantin e Amazona. - qne por eu volume cposio o chamado a r pre ntar o primeiro papel nessagr'ande rede de vias de communi 'ao que em futuro no muiLoremoto abranger tpdo o paiz. 0 o-o _." o ,0

    o Liberal deJ Par de 13 de Outubro de 186~ :Naoegao iuterior do E/'asil, - Com este titulo, araba de

    er publicado no Ri de Janeiro, pelo di tincto e illu trado Sr,1" Lenente do C0rpo de engenheiL'o DI', Eduardo Jn de MOr'ae ,un} impoL'taqte tl'abalho sobl'e a - juDc.a;u de diver a baciahydt'ographicas do Brasil ou rapido e>

  • 7titre-Naoegao Interior do Brazil-La connaissance exacte queyous avez de l'Amrique du Sud et particu1ierement du Brsil,ou votre nom est si avantageusement connu, donnent la plusbaute valeur aux bienveillantes expressions dont vous avez bienvoulu bonorer le petit ouvralTe et son auteur. Je suis bian ai e,fiel' mme de les en tendre, ces bienveillantes paroles, de vous, MI'.Ferdinand Denis, dont aucun Brsilien. ni aucun P.ortugai ne.'Saurait prononcer le nom sans vous O'/Jh7' un hommage de 7'econ-naissance comme l'a trs bien dit le savant auteur de l'Oyapocket l'Amazone, l'illustre et vnI'able brsilien Joaquim Caetano daSilva, qui a rendu son pays le plus rma1'quable des servicesvaI' la publication de son monumental ouvrage.

    Je vous I'emeI'cie encore par la notice que vous avez fait pa-raitre dans le Bulletin de la Socit Gogl'aphique de Paris.

    Ces demarches: i spontanes, que vous n'avez pas dedaignde faire, ce qui augmen t leul' valeur on t d'un tel pri'l(, qui jeme trouve tres beul'eux. de pouvoir vou temoignel' ici de la ma-nire la plu complete I'hommage de ma sincere et profondereconnaissance. .

    Sije n'avais pas, en ouke de la sa.tisfaction de ma conscience,d'autl'es rai ons pour me louel' d'avoil' fait paraUl'e la petite b1'o-chul'e en question, je vous assegul'e Nlonsieue, que votl'e lettre,toute seule, me dedommagerail compl tement de tou les peinesqu'entl'ainent, en gnral, comme vou le savez bien, cel"tainespublications, surtout dans ce pays ici.

    J'ai crit par le dernier paquebol a notl'e illustre et communami, MI'. la Conseiller de Drumond et je l'ai pri de vouloir biense charger de vous pr enter me excuses, por vous avoir fait re-mettre le connaissement du petit I aqunt, avec l.es bI'uchures, sansavis pralable, et surtout pour- vous avoie fait adres la lettre sansqu'eIle flit affranchie (1). Recevez Monsi~ur et lllustre Savantll'assurance de ma coosidration la plus distingue.

    Fe7'dinand Denis offeI'ecendo um exemplar da NavelTao lnte-rior do B rasi! ociet Go{Jraphique de Paris, fel-o acompa-nhado da seguinte noticia, publicada no tomo 19, uno, paginas225, do Bulletin de la ociet Gographique de Paris.

    Naoigation Intet'ieU7'(} clu Brsil par Eduardo Jos de l\Iorae(2).-Note communique par M. Ferdinand Danis.

    cc Tout le monde compreodra en France le rle qui jouentdans la gographie du vaste Empire l'Amason et le rio de laPlata.

    (1) Esta falta foi commettidu pelu pessoa encllrregada de despachar ocaixote com as brochura, remettendo em um envellopc o seu conhe i-mento, segundo a direco inclicada no referido caixote.

    (2) Naoegao Intel'iof' do' Bf'azil -Noticia dos projectos apresentado.qpara junclo de diversas bacias hydrographicas do Brasil ou Rapido E--boo da futura rede geral de suas vias navogaveis, por Eduardo Jo (li'MOl'aes, Rio de J aneiro-1S9, in S. II convient de l'apellel' ici qu'unfrancais, M. Emmanuel Liais, membre de la Societ, a fait un lev duSan Francisco das Velhas. Voir la notice donne par M. Liai au BuIle-tin (1866, 10 semestre, pago 389).

  • II n'ya que les gograpbes de profi::;sion qui apprci nr. quel-que peu l'immen e valeUl' que le rio d San-Fl'ancisco doU don'-ner aux tel'l'aios magnifique qu'i} tJoay r e dan,,; uo cnurs dtroi cents !ieues, interrompu malheur'eu ement par' cetle cbutede Paulo Affonso qu'on a urnomm dejJui longtemps le Nia-gara de l'Amrique du 'ud, (1)

    L'empereur du BI' il a i bien com pris l'impol'tance prodigieusede cette voie navigable, trop peu explore qu'il e t all lui-mmela vi iter dans ces portions dsertes il y a environ quatr ao'.

    Un jeuoe omciel', qui a rcemment "i it l'Europe, o' e t"enu examineI' pal'lui mme le va tes tl'Cwaux hydrogl'apbiquede la France, de l'Angleterre et de l'Allemagne, vient d'appliquel'se ob ervatIOns avante aux vast s l' eaux des fleU\'e de 00pays, et il a jet pour la premire fois une vive lami re ur c tlegrande question,

    M. MOl'ae a as ign pour la premire fois au an-Fraoci 'cole caractrfl que a position cen trale lui donn dan le ya t em-pire dont iI e I. destin a multiplier le riches 'e .

    M, Jos de Morae e t lieutenant du corps des inanieuI' ,son rapport e I. expu avec une rare lucidit,

    Proposto socio do Instituto Historico e Geogl'aphico Brasileiro,a sua commi so de aeograpbia, em parecer datado de 27 drJovembro de1871, publicadooaReoista de 1 72, tom. 5, paa. ;'11,assim se expr'ime relativamente a memoria obre a N'avegao In-terior de Brasil.

    A outra brocbura, sob o modesto titulo de Noticia elos pro-jectos apresentdos para a junco de dioersas bacias hydro{jra-phica do 81'8 ii, ou rapido e. bao ela (utum rede gera/. de suas viasnaoegaoeis, uma bem deduzida e intere sante memar'ia obl'e adiviso do sy tema bydrographico do Brasil em rrl'ande cla esou systema::> par~ia " e a po ,ibilidade da jUDco da bacia dI'cada systema por meio de linllU. navegav i , podeod ser coo i-derada como ja Lificao e commental'io, no s ao jti, mencionadoprojecto do autol', relativo a junco do Rio d.e ,FI'anci co aomal', como a outro projecto ainda mais notavel, pOl' elle apre en-tado ao governo em 18tn sobre a junc\;o do Amazonas ao Prata.

    O trabalho em que to pal'ece sobl'eLudo importante pela col-leco de documento, ou exteactos; que ffel'ece a cerca do queofficialmente se I. fi dito ou I rojectado ne tes ultimo anDOS camrelao ao assumpto, e por e timulal' ou excitar o governo a cuidarde utilisar e melharill', a exemplo de outro paizes, as vias nave-aaveis de que o Em il naturalmente dotado. Comquanto al-gumas das Idas que o autol' apl'e enta no sejam aceitav i primeil'a vi ta, ou ~em ulteriol'e~ indagae e exame. e que ejaalm di to cpntestavel a cOQveniencia. de alguma das linhas denavegao pOI' elle indicadas, como, pOt' xemplo, a do 'ladeira eGuapol', entl'e o Pat' e Matta .xI'OSSO (alib man,dada ad0pta.t'por consideraes politica::;, ent attendiveis, pela cal'ta r aia de12 de Maio de 1798), o de prefel'encia ci rio Tapajoz e Al'inos, en-

    (1) Oette cascade unposante n'a pas moins de 80 mtl'es de hauteul',

  • tendem o::> abaixo a ignatios que e te t['abal ho do Sr, bacharelEduardo Jo de i\loraes tanto ou mais recommendavel que oprimeiro, e digno da considerao do ln tituto Histoeico e Geo-graphico, o' o o

    Carta do COl'respondente do Par (Jornal do Coml1tercio de 10de Fevereiro de 1 70) :

    PeL'mitta-me agora que a proposito de geog"aphia e hydl'o-graphia eu conclua e ta longa car'ta com alguma obseL'vae.obre a NODa carta corooraphica do Bl'asil, que acompanha ao

    novo livro do di tincto official do corpo de engenheiros o r,DL'. Eduardo Jos de Morae l tendo por' titulu: NaDegaao Inte-rior do Brasil ou a Koticia dos projecto de junco das bacia.hydL'oO'raphicl'l do Bra iI. >,

    Li com o mai vivo intel'es e esse livro, cujo autor assaz co-nhecido por, eu bello talento, j. manifestado em OutL'G escL'iptosde me['eL:imtlnto scienLifico,

    A ida da. juuc;o do. nosso l'ios, no inteL'esse da navegaoe comlllel'cio do interiol', quasi t~LO antiga como a deo;eobertadas suas fonte conjuncta. Uiver os e criptor'e e CTeoCTl'aphos,entre os quaes Humbolrlt e o autor da C07'O{JT'op/a Brasilica, al-guns govel'nadores antigos. varias pre~idenLe de provincias enao pouco enO'enheit'o. todos tem apre entado. indicado e dis-cutido es a ida. s veze de um modo amai cl)mpleto e satis-faetorio, ma sempL'e i oladamente i to } cada qual uma 00 duaregie hydl'o~L'apbica smente,

    O livro do r, Morae tem, alm de outra ordem dA mel'eci-mentos inconte tavei , a vantagem de l'eunil' em um corl)Otodo os projecto e idas dI-' vias navegaveis intertiuviae, foe-mando delles um sy tema de communic.les internas por meioda oavegao dos no o' grandes r'ios, E como toda a boa id atem empr'e advogad propuCTnador S para no deixai-a pe-recee a lrla da junco das baci>ls byurngmnbicas bl'asileira'achou o seu Htlrcules no bello t;llento do SL', Moraes, que com oseu novo iivrl) veio eobu tecer' o bom cDnceiLo que tem jii adqui-L'ido. por seus tl'abalho~, entl'e o Bmuitos, assim como entre o,amigos dee5tudos que inteeessam g-randeza futura do paiz,

    O L', MOl'aes certamente no escreveu, como oem fazer al-guns escl'iptores fL'\. do Bra ii por imples e pir to de e pecu-lao peeunial'ia, p rque sabLdo qu , eotee n', os livros dacle:t.s e de que trato do} qua'ldo muito, para a despezas de im-pre o,

    Se, pois, por este lado ha muito que louvar o autor, e no poucoque felicitar ao paiz por po suir pr'opugnadores taes de ida tomeis, no me licito por outro lad deixar de lamentae que oautOr tomas e em grandj:} parte por base ou fundamento do:, seuprojectos um documento ou dados to pouco digllos de f como aNODfJ, carta cOT'00l'afll1ica do Brasil, que elle ajuntou ao seu tra-balho. c,lrta que'eu repnto um monumento da nn;,; a. incUl,jl1 e dano,'Ea pl'cguia pr'ovel'bial ! Lamento tanto mai j so porclue aC.1I'ta anllexatia, devendo ser con Iderada como base do trabalho,ejt j C01Tendo O uJUndo e atlestando a todos o povo o atrasOvergonhoso em que temos ficado quanto ao conhecimento da geo-

    2

  • 10

    graphia do paiz, A geographia do paiz a primeira cousa que umgoverno de e conhecer, pela mesma razo e do mesmo modo queum chefe de familia deve conhecer' todo os commod s, e caninl10se recantos da sua casa para poder melhor governal-a.

    No tenho espao, nem meu .tim analysar a NaDa carta co-rographtca que acompanha o ILvro em que to; vou citar s-mente alguns factos, que por si ss pdem determinar o seu ver-dadeiro valor.

    Deixo de parte o Rio-Doce, que figura na carta como no tempod'el-rei velho; no reparo na suppres 'o do Suas uhy-Grande,seu maior affluentc, e deixo que parte das aguas daquelles quevinham do SerTo, Conceio e Uuro-Pr'eto sejam mudadas umaspara o Gequilinhonha outr'as para o S. Franc.:i cC'.

    Pouco importa ver supprimidas a villas do Rio-Par'do,Ara suahy e a povoao nota,'el de Salto-Grande; de taque- eBIII/im das margens do ltacambiruf's a villa Gro-Mogol' emMinas paraaprovincia da Bahia Flquel tudo i o. que e tmuito longe dos meus olhos e faremos ver c o que est maisperto.

    A despeito da bella carta hydrographica levantada ha vinte ecinco annos pelos ofliciRes da Boulonnaise sob a direco de 1"lon-travil, a cor graphica representa a barra do Pat' como nuncase mostrou seno ainda no seculo XVllI. A foz do Amazonasest no mesmo caso.

    A despeito tamb m da exi tencia do bello mappa do Amazonaslevantado em Illo3 pelos finados capito-tenente Soares Pinto ecapito de enp:enheir'os Pereir'a Dias, mappa que sem duvida temnumerosos erros, s vezes gr'osseir'os, mas que o melhor tra-balho que actualmente existe publicado sobre o grande rio, acarta corographica figura 0

  • 11

    figura inteiramente o contrario de tudo isso, e fl-o de um modourioso.Arroanjou um lago e. paoso, redondo como a cara de um sol e

    rodeou e te sol aquantil de seis outros lagos menore , tambemredonuo , iguaes e equidi tantes.

    Pena foi que o lugar no se chamasse Oito Lagas, porqueento a carta teria arranjado, mo/'e veterum, o seu sol com Ocompetentes rlanetas ...

    A carta collocou esse seu arupo de lagos (Sete-LfLgas), noao sul. como :levia sel', mas ao n07'te do Diaman tino; e para com-pletar e te primor cartographico, traou, como bom discipulo dae cola de Rondius, tres serras que julgou necessaria para di'-vidir as fonte do dous rios; uma ao N. da Sete-L'lgas, com onome e Sel'ra DiamCLntina;outra aO., que tomou ode Tapi-rapuan, e uma tel'ceir'a a E. com o de Ar'anl.pes. Cercadas e en-cUl'l'aladas por e te modo a UI"TUH de Sete-Lagas so obl'igadasa descer para o sul, unico caminho que a carta lhes deixouaberto!

    Posto que esteja sufficientemente determinada a posiGo doDiamantino onde ainda em 1 61 Chandle sachou ('dm na longi-tude) a laLilude 14 24' 33" S., a cJ.rta corograJ-lhica, collocandoSete Legas ao N. do Diamantino anLee L3' e 13' 30", segundo cal-culou o Sr. De. Morae:::., fez recuar pal'a o norte e Las fontes doParaguay.mais de um gro da ua veI'dadeira posio, poi queella se acham mais de 10 milhas ao uI do Diamantinu !

    Pde- e, ii vi ta desta notas, que submetto aI) juizo de homencompetente, ter uma ida do qUA essa NODa carta corograp/ucado Brasil.

    Lamento que o Sr. l\loraes, que merc de sua fecunda intel-ligencia e de seus estudo especiaes, podia facilmente ol'gani aruma melhol' carta, nullifica e de ceL'lo modo o seu excellentetl'abal1lO addicionando-Ihe em critica aquella carta, que mel'eceo titulo de Mappa dos erros r;eograp/licos do Bra ii !

    At outra vez .

    o , 0'0

    Resposta ao correspondente do Par, - (Jornal do Commerciode 15 de Fevereil'o de 1870)

    Uma e;eplicao necessaria. - O correspondente do Par parao Jornal elo Comme/'cio, em sua missiva de 20 de Janei'ro, pu-blicada na pl'imei['a. folha deste jornal de 10 do coerente mez,oecupando-se com o pequeno trabalho hydrographico que pu-bliciimos sob o titulo de 'aDegaro Interior do Brasil, e dispen-sando-nos as mai benevolas expresses, as quaes nunca lhepoderemos as az agl'adecer, lastima entreta.nto que tivessemosannexado pequena brochura a carta corographica que a eUa sea ha appenSI1, pOl' cujo facto, em ua opinio, nullificmos dcerto modo o nosso trabalho; pois que a referida carta, segundopensa o corresponden! , merece o titulo de },~appa dos erros geo-{j7'aphicos do Brasil,

  • 12

    A' vista disto, corre-nos o dever de mostrar quo infundada a critica do illustrado corresponden te.

    A carla que se acha annexada no a brochura no umanaDa caI'ta cOl'ograplzica do B7'astl, como suppe o corre pondentee sim a nova carta corographica do Bra iI relluda da que roiconfeccionada pelo Coronel Niemeyer e Outl'O' oficiae de en-genbeiros em 1856, como alis indica claramente o . eu titulo.

    A reduco desta carla foi feita em 1867, por ol'dem do govemoimperial, para sel' annexada brocbul'a da noticia ob['e Bl'a iI,mandada por elle publicar por occa io da expo~io univer aide Pal'iz, e que tem por litulo -O Impel'io do Brasil na E;eposioUnioel'Sal de Parz em 1867.

    Assim como o govet'Do imperial no julgou que nulliAcava otrabalho que havia mandado organi al' annexando a carta allu-dida queIJa brochura, pal'a com ella ,e apre entar no congres Odas naes cultas do mundo, estavamos n' longe de suppr quelal cou a aconteceria ao nos o exiguo trabalho.

    O correspondente do Par, illustl'ado como , e to versado emgeographia, fazendo ouvir a sua voz autoeisada na materia,pareceu ignorar que uma carta geographica 7'ed~ida no pdeconter. eno o que se acha na carta primitiva.

    Assim, os resultados de observaes feitas em pocas po tel'iol'es confeco da cal'ta primitiva no podem, como quer o coree -pondente, figurar na cal'ta reduzida. Tommos em grande pal'Lepor ba e, conclue pois o cOl'respondente, ou fundamento denossos pl'ojectos um documento ou dados to pouco dignos de f.

    E, ainda que fra exacto o que avana o cone pondente, qualo inconveniente que dahi resultaria. O qu so os projpctospor ns apresentados seno verdadeil'os plano de l'econl.Jecimentoou indicaes para se efEectuarem as explol'ae scientificas?Os resultados, pois, destas explorae sel'vil'iam para corr codo en'os contidos na carta. No intuito de facilitaI' a leitul'a doprojectos, como dissemos pagina 14, da navegao interior, eapenas como uma simples indicao, que annexmos, em faltade outra, aquelJa cada, pois que a organisao de uma nova cadano cousa que se possa obter assim to facilmente comosuppe O corresponilente.

    Seria este um trabalho difEerente daquelJe que tivemos a ou-sadia de querer esboar, guiados por este bello preceito de Ho-racio : Est quoddam proclire ten8, si non c1atw' ultra.

  • 13

    Alm destas razes accresce que na pagina 9 da brochuraenunciavamos a o,Jinio que fOl'mavamo da carta em que t.oquando as im nos expl'imiamo : :\"o s a nenhuma confianaque in pira a no a carta, na qual certamente a' nos a errasno se il.cbam configuPldas com aquella xactido que fra paradesefal', etc , e, pOl' consequencia, mal pen Ln-amo que o illus-trado correspondente do Par nos poderia vir perguntar - pOl'queaddiciona tes sem crj~ica aquella carta?

    Helativllmente ao atmzo vel'gonho o em que temos ficadoquanto ao conhecimento da f ogl'aphia do paiz, amo to bemfaz sentir o correspondente, estnmos convicto queem tal materiadeitamo muito a bal'l'a ao corl'e pondente, pois que julgamoque o seu eloquenti simo titulO - Map/Ja dos erros geo{Jraphicosdo Brasil - ainda poderia servir pal'a eI' collocado no alto daNova cada geral elo Imperio, que ol'gani a o ministerio da agri-cultura, cOlllmel'cio e obra publica. com informaes vindat: da8provincias e inspeco de um engenheiro de minas . _,0 0

    o Jornal Amazonas.O Diario da Bahia, em seu numero de 18 de Dezembro findo,

    tl',illSCI'eve um pequeno artigo do Jornal Amazonas.Por uma e tati tica da lavl'a do autor do referido al'tigo diz

    elle er de 591 o numel'O de e Cl'avo da provincia daquella deno-minao, e no de 5000, como eu dei, no abia eIle com quefun-damento, na obl'a que ultimamen~e havia aqui publicado.

    E, a moralidade. aCCL'escentava aquelle circumspecto eSCl'e-vinhadol' anonymo :

    Felizmente pal'a o Amawnao, ('8se algal'ismo do L'. MOl'aes dez vezes superior ao verdadeiro, que acima fica tl'an cl'ipto.

    {( Todo se julgam habilitado a e cl'ever obre a cou a doAlllazona , sem paI' m as tel'em eRtudado com cri teria.

    < Ral'o o e c['ip~o que no contenha alguma inexactido ouexagerao, principalmente quando da generalidade de ceaos[actos positivo. >?

    E sel'ei eu, porveotuL'a, responsavel da ignol'ancia upinadaqueHe que, fallando em Cl'iterio no tev~ o neces ario emopara poder di tinguir aquiHo que eu dizia daquillo que apenacitava?

    Pois no di. e eu, no final da propria pagina em que apre-sentava o quadL'o da populao do Brasil, que aqUelles numeroel'am extrahidos da brochuea-O Imperio elo Brasil na ea:posiclouniversal_de Pat'iz, em 1867 - ?

  • 14

    E nessa brochura no declarou o governo imperial queaquelles algarismos tinham sido obtidos de documentos officies,mandados por elle orgil ni ar?

    E o tal'ia, na vel'dade, nos intel'e' e do BI'a. ii, uil'igindo- eas naes civilisadas rIa Europa, naquella to solemne oc:casio,augmentar o numero de sua populao escrava?

    o seria isto, alm de rematada inepcia, uma deslavada men-tira?

    Fica, poi sabendo agora o au tor do ci Lado artigo os funda-mentos que tive para adoptae aquella populao, j que no Levecritel'io pam ler, como lhe cumpri l: loela a pagina em que vinhaaquelle numero, que no meu, que no me pel'tence, que oflicial, e que rel'lence ao ""ovel'no illJpel'ial. Deste, pois, f'e devequeixal" ou de sua'" autol'idades na provincia do . mazonas, que,ou por ignorancia, de leixo ou dolo, lhe forneceram documentosotfieiaes indignos de f.

    Traando estas breves linhas s tivemos em mente satisfazeraos preceitos do Evangelho, cum prindo com paciencia uma desuas obra espirituaes de misericordia - ensinar o ignorante

    Rio de Janeiro, 7 de Janeiro rle 1870.-Eduarrlo Jos de Mo-raes, (Jornal da Bahia, de 14 de Janeiro de 1870, sob n. 4930 :)

    A Prooincia e a Naoe(fao do Rio de . Francisco, por Tho-maz G. Pal'anho Montenegro, Bahia, 1875. (1)

    L-se a pagina 153 do folheto sob O titulo acima:q; E' certo que a mania de eSCl'ever de oitiva, dando-se COIDO

    cedo aquillo que se prtlsume, tem dado logar a de 'cl'ires ine-xacta e contrarlictorias, que s ervem pal'a confundir, porqueno se pde saber qual a verdadeira.

    A este re~peito lembmno te!' lido uma obra de E. J. de 1\10-raes, engenheiro geographo, na qual se prop-e eUe a mostral' aconveniencia de e ligar' por meio de canaes as tl'es gt'andes ba-cias do Ama 7.'!nas, do S. Fl'a~lc:i co e do Prata. Apezal' de (Jeo(Jra-pl/(). (2) so lI1exacla q uaSl Iodas as s.Jas infolmaes. En treoutras rliz que o Rio Preto, entra no Grande, 45 leguHs da fozdeste, que aquelle rio, de Sanla Ritta em diante, toma a direc~ode TOl'te, quando contina com a de Oe te; que a laga de Par-nagu tem (jinco legoa de exlen o, e alis no pas a de dua ;que o Rio Grande s era navegav 1at a proximidades da VilJade Cam po Largo ao passo que ainda excede 18 leguas; e outrosmuitos defeitos. u

    (1) S6 muito tarde, em fins do anno de 188:3, que nos veio s mos umexemplar de te folheto,

    (2) O gripho do flutor Thomaz G. Paranhos Montenegro.

  • 15

    No ha uma proposio que eja verdadeira ne te aerazoadodo autor da Provincia e aVl'gao do Rio de S. FI'ancisco, Tho-maz G. Paranhos ~lontenegro bacharel em direito. (1)

    E, etl'ectivamente, descrevendo aquella regio do Rio de . Fran-cisco, segundo o relat07'io de sua explorao, ejfecLuada pelo en.-genheiro F. HalJeld, no dissemos, como elIe no dissra, que oRio Preto entrava no Grande 4-5 leguas da f6z dest~, e menosainda que aquelle rio, de Santa Ritta em diante, tomava a direc-o do norte, como approuve enO'endl'al-o em ua phantasia, porno ter entendido o que leu, o citado autor. 1 o avanamostambem que a laga de Parnagu tinha cinco le[Joas, e im quea geographia do Sr. Senador Pompeu, lhe assignava s6mente qua-tro legoas.

    Quanto a navegabililade do Rio G..ande escrevemos que, se-gundo o engenheiro Halfel, era alIe completamente navegavelat as visinhanas da viIIa de Campo Largo, e que nenhumobstaculo embaraava esta navegao, e que iam ainda as em-barcae mais inLe le[Juas pelo 7'io acima at o Limoeiro. sendoporm, e ta navegao j tl'abalhosa.

    Do Limoeiro em diante comeava o rio a ser obstruido.Para demonstrar o que acima avanamos, pondo assim em re-

    levo a pseudographia do bacharel Thomaz, para aqui traslada-mos textualmen te o que se acha consignado na Navegao Inte-rior do Brasil, Rio de Janeiro, 186 pagina 55 :

    Des e mesmo ponto fl villa de Guaicuhy, ou melhor desde acachoeira de Pil'pora, seis legoa acima de ta villa, at a villada Barrado Rio Grande, situada na confluencia deste ric com ode S Fntnciscl1, exi tom ll:kl leguas completamente navegaveildesde j vapor egundo, o se "exploradol', o r. F. Halfeld. (~)

    O Rio de S. Fl'ant'isco tem abaixo do pontal do Rio Gl'andequa i 2.0 O metl'os de largura (18(j()m). O Rio Grande . se!lundoo mesmo exploradfJr, completamente navegavel por espao de451eguas, at as visinhanas da villa de Campo Largo, onde asua lal'gura ainda .nai r de 100 metc'os, a sua profundidadel"1axima de 3m,6, a velocidade de sua corrente de om,77 por se-gundo, fameeendo neste tempo 187 2~ metros cubio d'agna,Isto , um volume duplo daquelle que no m smo tempo forneceo Sena em Pariz

    Nenhum ob taculo, contina o 7'efericlo expl07'ador, embaraa anavegao ne ta extenso, e ainda vo as embarca;es mais vinteleguas pelo rio acima at o Limoeiro,sendo, porm, esta navegao

    (1) O gripilo agora no 50.(~) Relatorio concernente a explorao di) Rio de S. Francisco, d'onde

    extrahimos os dados de que nos servimos nesta communicaiio.

  • 16

    j tl'abalhosa. Do Limoeiro em diaotR comea o rio a er obs-truido. O Rio Preto, confluente do Rio Gremcle, d tambem na-vegao mais ou menos tl'abalhusa) .:2 legoas acima de ua fozat a Formo a

    A povoac,:o ou arraial da Formosa, que no est figueada nacarta corogt'aphica do 1m perio, se acha algumas leguas ao norteda fregueziade Santa H.itta, situada. obre o Rio Preto.

    E a pagina tiO: A laga de Parnagu, pelas dimen es figu-radas na cada, dever ter 8 ou 9 leguas ele comprimento , ageographia do Sr. Senador Pompeo, entretanto, s lhe d quatroleguas.

    -se, pellls transcripes feitas, que no ficou de p' uma das proposies que citamos) avanadas pelo bacilarel T/wma::em seu Iolhflto, e, por tanto, que faltou elle a verdade, affirmandoque haviamos fallado de oitiva.

    E no momento em que traamos estas linhas no acode aoespirito a segt:inte reflexo: Se o cl'iterium deste bacltarel-magistrado devesse ser aferido pelo que revelou como escl'iptol'seria caso de se exclamar-ai de seus jW'isdif'cionarlos !

    E para que dA ou tra vez no caia o bacharel Thoma-;; em metter mo, com tamanha ligeire-a, em sel'a alheia, ofl'erecemos sua meditao o seguinte conhecido proverbio: Nec sufor uUracl'epidam.

    Rio) Agosto de 189!.

    EDUAROO Jos DE MORAE..

  • EDICO DE 1869u

  • Sc jlal'a rClIlorcl' jlal'le ao IllCIJO. do 1l0,SO alm o seUlju'cgassc essa. nctiviclade, esse nCnll, essas CUOI'UlCS

    despczas, cs e ardor fcbl'i1, com qlle as pa"ciR1idRdespessoRcs CliSPllto o podeI', c seus :mxilinres proclu'OYiver unicamente :i custa do thoSDnl'O, ontra seria fiperspectiva da sorte de nos os descelltleutes, quc SCme anlolho, como viclimas predcstinndos da estilHaincllfia dRs geraes que os precedero.

    (DR MOllAE '. A.ll1J:E~'r

  • -I~ JTHODUCAO

    o 100perio do Brasil occupa a parte mais oriental ao uI docontinente americ"l.J)o, e extende-se em longitude desde ",0 21' 2-1"a leste at 32' a oste do meridiano do Rio de Janeiro, e emlatitude de de 4' 35' boreal al 33 45' au traI.

    O eu maior comprimento l te o te, desde a ponta de Pedra,em Pemambuco. a parte mai Ol'iental do continente, at a COI'-rente do Javary ou Hyaul'.Y de 707 legua': ,r desde a pademai septentrional da eLTa Pat'acaina at a fronteira com aRepublica do -rugua.), de 766 legua..

    A superflcie territorial do Bm 'il tem sillo avaliada differen-temente; , segundo Humboldt, de 255,8 . leguas quadrada ;segundo o coronel Conrado, de 2 0,400; segundo o Sr. Dr. Can-dido lendes de Almeida, de 291,018.

    .\:valiando directamente por provincias na carta reduzidaannexa ao peesente opusculo, achamos 295,645.

    Estas differen a siio talvez devi las a no ter o Bra iI fixadoainda o, seus limite' com os seu numero os vizinho , excep-tuandose sumente a Republica do Urugua,)'.

    Comparando es a upel'licie '001 as que 10rmam a elo nosso(Tlobo, v-se que ella iO'ual a 1/5 da da A ia e da America, 1/4 daAEl'ica e 3/4 da Europa e ela Oceania.

    E 'te va to ten'itorio \ limita:lo aO norte pela republicas de~ova-Gl'anada e Venezuela, pela Guayanas lngleza, Holl,:ndezae Franceza, e l,ellJ oce" no atlantico, a l te pelo me mo oceano,ao s;:;l pela Republica do Ul'uguay, e a oeste pela Confed raoAl'gentina e as Republica' do Paraguaj', da Bolivia, Peru eEquador.

    Divide-se actualmente em 20 provincias e um municpio neutro janue Se acha a t..:apilal do lmpcl'io,

  • Quu(ho da SlIllcl'ficie e 110pulu.,-o (lo Bl'U:tilo p....c CD ,1::t:rJ>P> \l> (j)p..gl:: ~ p;p> t:l 'ri0"""0\l> ~ "O:4' '" I::o~p;-

    (j)c(':>e""l'- P'l~. og CD

    ~. \1=p.. :. 'tl O~ ~ ~ ~. ~cn~"'OOcnO u. O ,-.E._ 6l;l.lO ~ ~. O .=1

    O O s:::.., ~ tJ::j p=' - "'J o........, c: D I-:

    5' 5. ~. ~J-; Il:"'-O ~ ......Y' ~;::t ~'gp~'p. ~ t:j ~n ::: ~ ~~ ~ 5~ C> '"~ .... ~_ g.~, 2 ~ c c. ..,c (";) (""'l o..t" :::i _' (:)c.: ~. J-1~ ;r. g 00

    - '"c.~~ -!o I ~ (:)

  • 21

    lJlal'clJa tia l'cnda gel'al (10 Impel'io nos ultimos 35 annes

    De 1 34-1869Annos Annos.

    fi Dancei ros. Renda geral. financeiros. Renda gemI.

    I 340-1835 12.787:523 ' 1852-1853 35 .806 :206:'I ::15-1 36 13.67 :732 ' 1S:-:'-1854 33.791: 68781830-1837 12.956:20 S I 5,[-1 55 35.615:4H1837-1 38 11 . fJ29 :021...' 183:--1 56 :3 .052:355] 38-1839 14.273:913 1 56-1 57 4 .6li: 199 ']839-18,[0 15.24.1:254s J 57-1 ;) 4 .827:495 .1840-1841 15.5~3:33 8 185 -J859 46.175:8071 41-1842 15.718:75$18 18~9-J860 43.1 8:~34 .1842-18-1,3 14.5 7:360,' 1 60-]861 49.173:8021843-1844 20.342:4578 1861-18ti2 51.380:9428J84.[-1845 24.010:528 . 1 62-1863 47.043:1388]83-18-l6 25.509:068 1 63-1 64 54.801:409]8-16-1847 26.441:951 ' 186-1,-185 56.995:928 .1847-18.[8 23.95 :633 1865-1866 5 .323:3701848-1849 2~ .039:075..: 1 66-1 67 (1) 62.406: 607818-19-1850 26.696:438 ' 1'67-186 (2) 67.833:302 .1850-1851 31.200:903 1058-1 ~9 (3) 73.0-6:000$1851-1852 3-.3 8:800

    Divida Publica

    1 55

    Interna conSJlidada , " . " ..Externa. fundada , . '" .. , .Papel moeda ,

    (L) AinJa lepend nle de Iiquiun1o definil1m.(2) Idem.(3) Ol'arla.

    57.744:000:::;00051.771 :000$00040.300:000$000

    149.815:000$000

  • 22

    1 62Intel'na consolidada, .Externa fundada , .Papel-moeda '" .Divida fiu tuante e bilhete do Ihtsouro .Emprestimodos corres dos orphos ' 3,OS nl S,Depo ito pulJlico .Diyida inscl'ipla nainscripln , .

    1 69

    Intema fundada .. , .. ,., ' .ExLel'l1a (:f. IR. 4HJ, 400) .Papel-moeda .Divida fiuctuante e bilhetes do thesouro, .Deposito diveeso , ,.

    69.65 :000.. 00065.052:450$00031.593:39-!.00010.966:7705;00014.232:516$000] .767: 34:=;, 0001. 04'2: 482 OO

    (93.312:9558000

    I!)1. OG6: 000,'000121 .000 :0008000]27.229:722$00063.000:000800018.390 :4188000

    5211.686:1,0, 000AugmenLo no 1" . pLenio ,............... 43.497:9558000

    u!limo)' 327.373:18:).'000A fronleira mal'ilim

  • 23

    Segundo as 'uas di posies relativa esta serras fOl'am cha-madas por Balbi, de cadeia central ou serra do Espinhao, de cadeia oriental, maritima ou serra do mal' e de cadeia occidental,

    Estas serras consl.ituem a sepal'ao natural entre as baciahydrograpbicas fluviaes que se fOl'mal'am.

    A cadeia occidantal, chamada tambem das Vertentes pelo Barod EschweO'e a mai baixa, P0l' m a mais exten a dellas, poiatraves i1 todo o interiol' do Brasil, de de o' limites da provinoia.do Cearei com a do Rio Grande do NOl'to af a extremidade deMatLo-Gl'os o, a mais occidental do Imperio, depois da do Ama-zonas,

    A sua direco NNE-S O entre as duas referidas provinoias-E-SO entre as pl'ovincias de Piauhy e Pernambuco, seguindo

    depois a direco primitiva entre as de Goyaz e da Bahia at aIcanar o parallelo de 15',

    D'ahi corre do oriente ao occidente, bifurcando-se ao sul, paraatravessar toda a p'rovincia de Minas at o parallelo de 20 3D'pouco mais ou menos.

    Essa immensa cadeia de montanha, que recebe diversos nom sem seu to longo trajecto, separa a aguas dos affiuentes doAmazonas, do Tocantins, do Parnahyba, do do S. Fl'ancisco, doParan e do Paragua:r.

    s duas outl'a serras, central e oriental, tambem separam asaguas que demandam directamente o oceano daquellas que af-fluem nos rios de S, Francisco e da Prata.

    A cadeia central ou a serra do Espinhao, que pela sua frmaalODO'ada no sentido do continente constitue a e pinha dol' aI doBrasil, como () Alleghanys dos E tados-Unidos, extende-se desdelO de latitude at o parallelo de 28, atravessando as provinciasda Bahia, Mina, S. Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande,

    A cadeia 0l'iebtal, maritima ou sena do mar, extende-se paral-leIa a central perto da costa, de de o cabo de . Roque at o pa-l'aUelo de 30.

    E como se sabe que as el'ras da mesma d'eco que 'e achamobre uma mesma linha ou obre linhas parallelas, ~ertencem a

    uma mesma poca geologica, natural pensal'-se, ti vi ta des 'epal'allelismo, que estas duas serras so contemporanea .

    Dessa contemporaneidade resulta que a catastrophe da naturezaque determinou o eu apparecimento pdo ser referida a que pro-duzio o levantamento dos Alpes occidentaes na Europa, porque,cama diz Beudant, a sua direco faz-se notar desd OImperio d

  • 24

    Marrocos at a Nova-Zelandia, passando pela costa occidental daHespanha e sul da Frana, e uma rrrande parte da penin ulascandinava.

    Acham-se direce paL'allela na cordilheira do Bra 'il, desde ocabo de S. Roque at Monteviri o.

    Vm- e ainda direces do mesmO genero na regencia de Tu-nis, na Sicilia, em parte da lLalia e na A ia Menor.

    Todo o littoral do antigo continente, desde o cabo Torte na La-ponia at o cabo Branco da Asia, pertence ao mesmO alinhamento.

    O levantamento dos Alpe occidentaes marca uma poca g .010-gica distincta na formao do relevo do nosso globo.

    Pelo que acaba de ser dito, v-se que alguma de no' as erraspossam pertencer a systemas j conhecidos na Europa; e queassim prolongando-se as direces das principaes deJlas,ou melhor,alinhando-se estas dir'eces com as dos systema alli conheci-dos, os alinhamentos que se obtivessem poderiam conduzir-nosao conhecimento de suas idades relativas ou poca' de seu I-van tamen tos,

    Nesta indagao no se deve perder de vi ta que, em virtudeda convergencia dos meridiano, os angulos formados pela di-reces da' serTas com os meridianos dos lugares situado mdiver as latitudes, so necessariamente differentes.

    No s a nenhuma confianc;:.a que inspira a no sa carla, naqual certamente as nossas serras no se acham configuradas comaquella exactido que fra para desejar, mas tambem a falta detempo sufficiente I ara entrar em verificaes que exigem ex-tremo cuidado, obrigam-nos a no proseguir nesta indagao. aqual, comquanto pur'amente especulativa, no deixa de tei' ba -tante interesse.

    ASSim, entre outras questes, poder-se-hia, por exemplo, es-tabelecer as seguintes:

    A serra chamada das Vertentes, porque faz a separao dasaguas dos principaes rios do Brasil, leva.ntar- 'e-hia antes ou de-pois da cadeia central e daquellas que existem com direcesdiffel'entes da sua?

    Antes desse levantamento existiriam j

  • 25

    mentos um do outro, como ramaes norte e sul, estariam ligadosantes desse levantamento, ou a supel'ficie de seu actuaes valIese!;'ta,ria ainda debais.o ua ' aguas '?

    Os ystemas hydrographicos do Brasil, o'eralmenLe ado! Lado,!:ie reduzem s egnintes quatro sece

    I.' A bacia do Amazona' ao Dor,te.2.' A do Prata ao sul.3.' A de S. Francisco no centro,'L' As bacias menos importantes do,' rios pL'incipaes,l'(o presenLe trabalho di linguir mo. o >;y'L ma IJ.'ul'og['apbico

    do Brasil em tres oTandes classes ou bacia" ue ]", 2' e 3 arde m

    Bacias de P ordemAs bacias de l' ordem ou principaes, o Lr s; das quaes duas

    fluviaes, e uma maritima, a sabel' :I.' O Amazonas ao norte. vel'dadeiro mar mediterraneo.2.' O Atlautico alste ou o l oceano ela bacia occidental do

    geogl'Ll.pbos.3," O Pmta ao sul, ou mais p['opriamenLe o golfo do PraLa,As bacias de 2' ordem, por se acharem collocadas ymeLrica-

    mente m relao ao met'idiano que pa S'l pelo centro do Bl'

  • 26

    o Tocan tins pde sel' consideeado prolongamen Lo do Aeaguaya,assim como o Paeam do Paeanahyba.

    Bacias fIe lste.

    As bacias de lsLe acham-se collocadas ob o meridiano qllpassa pela obseevatorio do Rio de Janeiro.

    Estas bacias como as do cen teo, so con 'titll i(la ' dedous mmaes,um do' quae' so dirio'e do sul paea o norte, e o outeo do ,ulpaea lesLe.

    O eamaI do Dorte fOl'luado pelo, rios GUl'O'lleia, I ttenahyba,e o do sul pelo ri0 de S. Francisco.

    O rio Pal'Dabyba pde ser considerado com.o prolongamentodo Gur-gueia.

    Bacias fIe oste

    As bac:ias de osl,e acham-se collocados sob o m rirlil),no quepassa pe.la villa de Obidos, sobre o Amazona, a 13 a o. I.e dodo Rio de Janeiro,

    Assim como as outras bacias de 2' ordem, a de oeste Ro CaD .tituidas igualmente de dous ramaes, um elos quae~ . e Jirip:e cios uI ao norte, o Outl'O elo nor'fe ao sul.

    O ramal ele norte formado pelos r'ios .'\,rillos e Tapajoz, P. oelo sul pelo rio Paeaguay.

    O Tapajoz no li mai: do que o Aril10s pwlol1gado.Os pequenos desvios que aI r-esentam os ramaes, que COIlS

    tituem as bacias de 2" ordem de um .Iaelo e outro dos meridianosque temos consider'ado, podem ser despl'ezados, tendo-se em vi taa geande ex.tenso dos referidos ramaes,

    Bacas [le 3a ordemBacias centa'acs

    So todas aquellas que se acham con tida: Il~l zona. com pre-heudida pelos meeidiallos exteemos das bacias de le:Le e osLe,isia , desde o meridiano do Riode Janeiro aV' o que pas a pOl'01 idos, a 13 no oeste,

    As mais notaveis destas bacias so as dos riosXiDo':Gurupy,Turi-assll, Mearim, Ilapicut'lI, e(,c,

  • 27

    Bacias Ol'icntacs

    So toda aquelJas que e acham. ituada a ls te do meridianodo Rio de Janeiro.

    As mais Dotavei. de'ltas b:1cias f>o as formadas pelos rio'.Tagual'ibe) 'Mo oe6, I al'ahyoa do Noel,e, Rio de 'onta, PanloJequitinlionha, Doc ,ti PaL'abyba do Sul.

    Bacias occi(lentacs

    o tod a: aq u lia' Iue e acktm ao occiden t lo m rid ian oque passa pela viJ!a de Obido , a 13 a o 'ste do Rio de Janeiro

    A mais uotaveis desta bacias so: ao noete, a formadaspelos rios lVladeil'a, Pur , CoaJ'y, T f1', Jurmi JaLah~' e Javaryou Hyaul':", limite do lmperio com o Per, e ao sul a do rioGL'Llguaj" .

    A cadeia 'cidental d Balbi: chamada das Vel'LenLe por d'E -chweg-e, jusLinca, pois, completamente o, u nome, fazendo, comodiz o L', enador Pompeo, o diool'tiwn aquarum dos affiuente-do Amazona, Tocantin Parnah:rba, dos do S, Frnnci. co Pa-ran e Pat'aauay, ou das bacia de 2' ordem do Bl'asil, ,eaundoa divi o que adoptamos no pre ente trabalho,

    Para ligaL'-se as bacia d l te, j,i tivemos occa io de apre-sentar onsideeao do goV"l'I1o impel'ial, por int l'medio doministel'io da aaricLlILura, 'ommel'cio e obra, publica umproja Lo de juneo de ln. impOl'lanfe: bacias, e que foi publi-'ado J1 Diario O[flcial do 8 de Maio de 1 60) 11. 10:l.

    Mai .. taed ,publicn.ndo em Pal'iz uma pequena brochura oh ofi tulo Rappol'i particl, w' te I!aut ,'an Francisco, tornamo a"oHaL' obr a m sma qu to, a pagina 1;) a 31 da mencionadabrochura no artio-o. Lr . an Francisro e Pro.irct ele jonction duSan Fl'anci. co ti la mel',

    )la pl'im ira pal'te do pre ente opu culo.e achar, poi tudo o,que enlo foi dito relati amente quesfo da junco do S, Fran-ci co a0 mal' ou m Jlioe, da juuco da bacia' de 1\ I , . egundoii di elo das bacias h~'d "ogt'apbicas adoptndas.

    Na egllnrlL paete s achal'

  • 28No mencionado projecto, que repl'oduzido, foi de preferencia

    eNcolbido o Guapor e Madeir'a em vez do Arinos e Tap::.joz, nos por tel' sido elle especialmente considerado sob o ponto devista militar como meio de defeza. das fl'onteiras do Imperio,como tambem pOl'que julgamos que aquella linha apr'sentarmenos difficuldades sua execuo.

    Em uma nota additiva faremos algumas transcripes qujulg-lmos s L' de utilidade.

    A junco do Amazonas ao PraIa, quer 'lla se opere pelo ]\I[n-d iea ou Tapajoz, ou at pelo Purs, r'ealizar, no s a juncoda bacias de oste, como tambem a das duas grande bn'iasfluviaes de l' ordem ou principaes, eollocadas ao norte e sul doBr'asil, que desta sorte ficaria constituindo, na sua maior' parte,uma immensa ilha.

    S depois do reconbecimento e estudo das linhas mencionadas que se poder formar' um juizo seguro a I:espeito da melbordireco que dever ::ier adoptada.

    Na ter'ceira parte consignar'amos as informaes relalivas sbacias do cen tro, das quaes ainda no tivemos occasio de ti'atar' .

    a qu,3.rta e ultima par'te de te opusculo indicaremos as linhasdas bacias de 3' ol'dem que podem ser aproveitadas para operar'-se a junco das bacias de 2' ordem entre i, i to , as do entrocom as de lste e oste.

    Para facilitar a leitura dos projectos de que tr'atamos ne 'teopusculo, vai a elle annexo a carta corogl'aphica do Imperio,reduzida pelo Illm. Sr'. tenente'COl"on 1 de engenheir'os Dr. PedroTorquato Xaviel' de Brito, da qual o arcbivo militar p rmiLl.ioqre fiz ssemos extt'ahir o' exemplares necessario...

    Esta carta, porm, sobrecaL'regada ainda de muita minudencia,no satisfazendo ao fins que tinhamos em vista, de facilitar omai .. poso ivel a,leitur'a dos referidos projectos, apresentamos en-to uma outra ao lado reduzida a menor escc la, servindo paraindicar as direces dos rios principaes e as linhas de canaes quepodem ser esLabelecidcLs para obler-se a junc:o da. rrincipaesvias naveo'aveis do Brasil.

    Nella se acham traados os meridianos 0,6 e 13' a oste doRio de Janeiro, de accordo com o systema das bacias hydrogra-phicus adoptadas.

    Da redue o da pequena carta encarregou-se o nosso distinctoeolJega, O r. capiLo do stado-maior de l' ela se Dr. Capitolino

  • 29I eregl'ino Severiano da Cunha, com aquelle zelo e pericia que odistinO'uem.

    V- e, pelo que acaba de sel' dito, que ['eunindo- e os ramaesN. e S. do me mo nome que constiLuem a ' bacias de 2' ordem, ee tas entre i por inte1'medio das de 3' ordem, seentende1'ia sobl'eo ter['itorio do Bra iI uma ,asla rde de navegao interior oufluvial p1'opramente dila, como indicam as linba coloridas deazul da pequena

  • 30

    7,em circular O sangue: e os e 'pirito vitaes da cabea a'xtremidades e das extl'emiJades 'abea do l:Ol'pO politico; por e te modo que a ac~LO o a onel'o'ia tio o"ov rno '13 propao"arapidamente por LoJa a cil'cumferencia de um O"rande impedo,onde a unidade politica ser tanto mai' .olida e duravel, quantoa ['elaes da suas pl'ovincia' 'om o centro do governo foremmai promptas e meno difficei.

    Ma ,~e i to yel'dade a re peito d toda a nae., quantomais a respeito de um PO\'o a;r['icola e commerciante, que dosimmensos ortes de um va to continente, deve l:onduzir oseu ""eneros ou producto da sua lavoul'a pal'a o tl'ocar no.'

    mercados com aqu !les de que lJl'ecisa, e que lhe o impor-tados dos outro' paize ?

    E'

  • 31

    r.ommcc'cio de,"cee em ei GO, o Gonduzil' al o poeto da cidadede Bl mo productos da ua lavom'a ou da sua indu tl'icL?

    A irnarrinao, Sr, Pr idende, levantando o Yo do futuro.eu trev, e con tem pIa j com prazeI.' a riq ueza e pl'osperidade quecom taes reCUl' os deve afUuiL' em toda e ta.' peovincia , e pornecessaria consequencia, em todo o [mperio,

    O Amazonas, recebendo os tL'ibutos de todos es os gl'and srios do intel'iOl',rnereceria ento o nome de i\lonal'cha dos rios,dca provincia do Par at hoje de conhecida e J'epu Lada, como umalJa' mais pobre e insignificantes do Impeeio, se con tiLuil'ia entl'eposto do comrneecio de muita provincia " e de empenbandopela ua geandeza o pomposo titulo de' l'l'incipado, preencherial'abalnJent> o vOLO', e as indicaes da natu['eza,

    A nece sidade e a utilidade de uma nav gao intel'iul', j lo'abalmenf demonstrada nas impoL'Lante ci1acJ,e' LJU' a(;tLbullIO'J.e fazeI'. vai ainda er posla em relevo com a tran 'cl'ipe de

    dOI~ul11enlosofficiaes que vamos a .'io'nalae.:1\o querendo remon tal' a uma poca fi ui ara tada, e 'colbemo

    para o nosso ponto de LJtu'tida a data da Teao do ministerioda agriculLuea, C0111111ercio e obra publicas, em 1861.

    Transcreveremos, poi , aqui, dos diversos relatorios ue teIllinist rio apl'e, entad08 ,l' camaras legi latiya:::, a jJarle relativa naverTal:o lluvial e exploeafLO de nos os rio .

    E ! S docul11 'ntos pert ncem bi toria da navegao inLeriorLio Bra 'il.

    1 Gl

    1~1':LA't'ORIO I A 2" DIRE TOIllA DA SE JlE'L'AILIA DE E ''L'ADO DA A dHCULTUR.\ 'O~I~lERClO E OBRA PUI LlCA, , I IllIGlDO .\0 ItE PECTIVOMINI 'TRO

    Nayega;o lluviaI

    (( inLo no po uit, sobre e 'te assumptu o >sclaeecilll nLo queeu de ejava, mas, como j expuz a V. Ex., por occasiao deL1'atae das obra' publica na pl'ovincias, os pre idenies noeemettram os relatoeio exigido" nada menos de nov dei-xl'am de o fazer, e d'cntl'e os relatol'ios l'emeLtidos qua i todo,..o mui esca o' em e claL'ecimentos obl'e a navegao fluvialdas respectiva' provincias.

    ( O avi o-CiL'CUlal' de V, Ex .. ollcitando as in[orlllae quepdern inLel'essae a. navegao iluvial me habilitar a proprtudo o que possa (;oocorre1' para o melhoramento desta' vias decommuni 'a~o, as mais economi 'a" e qu a. Providencia e-par, io

  • 1 '62

    RELATaRIa DO MINI TERia DA AGRICliLT 'RA, COMMERCIO E OBRASPUCLlCA "

    ~avc'ao nuvial

    DUl'ante o anno ultimamente decorrido pequeno de 'cnvol-vimento teve a Bossa navegao fluvial.

    E' digno de seI' aqui mencionado o resultado obtido das ten-tativas feita paI'a navegaI' o PiI'aby, um dos confluente do Pa-rahyba, na p['Qvincia do Rio de Janei['Q , algumas bal'ca' 'ubil'ame te rio, e conseguiI'am chegaI' cel'ca de duas leguas de distanciana estao dos Macacos, pel'tencente ao ramal do caminho de[erTO d S. PedI'o II,

    ({ No nos faltam ['ias que se pI'e tem . navegao, mas gl'andeI arte deUe esto cheios de 01 staculos. que s com muito tempo,e emp['ego de gr'andes capitaes, pode['o seI' navegados semr ceio de gl'ande' perigos.

    Apeza[' de ses obsLaculos, alguns jcL admittem maioI' ou menol'navegao, que', de suppo[', 'e il' desenvolvendo, e acom-panhando todos o outl'OS elomentos de p['ogresso do paiz. Ha.bem pouco tempo, na pal'te mdia do Par-ahyba, a menos de 1(jlegua desta CI't , apenas navegava uma ou outra cana; hojemai de t['inta barcas o pe['conem entre a ponte do Ypir-angaCampo BeIlo.

    m do mais importantos rios do lmpel'io, e que mai van-tagens olIer'ece a ser naveO'ado, o r-io de . Francisco, ainda nofoi de todo explo['ado; depende das camaras legishiva, a appro-vago de um conLr-ato tendenLe a melho['ar' a navegao da pa['Leiufer'io[' deste ['ia. Chamo sobr'c este oiJjedo vo sa attcn~o.

    ( O go\'er'no imperial encar'['e"'ou uma com'misso, I r'J,'il1.idapelo di tindo a L['onomo Errimanuel Liais, de explor'al-o es-tudai-o, desde a sua na 'cente a~ o Pi['ap['a.

    1863

    RELATaRia no MINI TERIa DA AGRICULTURA, COi\lMEI CIO E OBRASPUBLICAS,

    Navcgao nnvial

    Posto que possuimos muitos rios qne do longa e facil na-v O'ao, e que com pouco dispendio poderiam contribuir gran-de~el1te para o augmento da pl'oducco da industria naciOnalbarateando o pr-eo de t['anspoete de muitos artigos que no soactualmente conduzidas aos geandes mcrcl'dos, em razo de nopod 'r'em pagar' aquelle preo, todavia a navegae fluvial nOtem por' or-a tomado o incr'emento a que estas cir'cumstanciasfavoravei::; lhe pemLLem aspirar-. '

  • 33

    O governo occupa-se muito seriamente do aproveit.amentodas nos as linhas fluviae, e se, como espero, for habilitadocom os meios neces arios para franquear a navegao do Ama-zona. ao commercio da naes amigas, como j em outro lugarvos communiquei, mais urgente se tornar a explorao eexame dos confluente. deste grande rio, muito dos quaespre tam-se a uma na.vegao franca por grande extenso e emqualquer estao do anno.

    ( I este caso . t o rio Puru', na provincia do Amazonas,cuja explorao j foi encarregada ao capito de engenheirosDr. Joo Martins da Silva Coutmho.

    ( Aguardo o respectivo relatorio para deliberar sobre a con-veniencia de se providenciar cerca de sua navegao que, se-gundo consta, de embaraada por :r.ais de 100 legua -.-. ( O Dr. Emmanuel Liais, que havia sido incumbido pelo go-verno da explorao da parte do rio de S. Francisco, compre-hendida entre a cachoeira de Pirapra e suas vertentes, acabade apresentar um relato rio provisorio, em quecommunicaachar-se terminada sua commi so, e que encontrareis entre os an-nexo da egunda directoria.

    (( mente depois de trabalhos definitivos, aos quaes devemacompanhar plantas, nivelamentos e outras indicaes essen--iae , e que ficou de enviar se poder formar juizo seCTuro sobre

    a importancia, vantagens e inconvenientes da navegao da parteSUII rior deste mage toso rio.

    Re onhecida a pos ibilidade da naveCTao do rio Parahyba(lesde a ponte de Ypiranga at a freguezia de S. Jos de CampoBeIlo na provincia do Rio de Janeiro, por e pao de mais de 20legu::! , os interesse. da lavoura e do commercio, tanto dos mu-nicipios comprehendidos entre aquell s dous pontos, como dosque se lhes avizinham ou esto com elles relacionados, exigiamque se procede e aos estudos neces ario para a verificao dosm ios que cumpre empregar afim de melhorar aqueDa nave-CTao." Ainda mais impork'Lnte se torna esse exame, porquanto, arefeeida navegao se prende ao trafego do caminho de ferro deD. Pedr0 II.

    Os engenheiros Keller, pai e filho, foram encarregados dosrespectivos trabalhos, que $e acham concluidos: ofIerecendo ul-timamente aquelles enCTenheiros, considerao do govel'noquatro projectos de naveCTao : sirga, cujas despezas oram por506:0008: por vapor, na importancia de 1.560:000$; pelo systemade eclusa, na somma de 5.000:000$000, e oram em 301:805 ades-peza que ter de s fazer para melhorar smente a pequena nave-go actua.l. Oppor~unamente o gov roo tomar a deliberaoque fl' mais convemenle a esse respeito.

    1864RELATO RIO DO l\HNISTERIO DA AGRICULTURA, COMMERCIO E OBRAS

    PUBLTCAS

    At;ttorisado pelo actos I gisl~tivos que co~heceis, o go,ernoImperIal tem felto quanto posslvel para ammar a navegao

    3

  • fluvial; porm, j pOI' e ca sear entre ns o e pirito de associao,j pela falta de intensidade de populao, no tem sido po ivelainda estabelecer-se e alimentar-se novas linhas de navegaofluvial.

    ( A esse respeito o prorrresso marcha, posto que seguramen t .com a lentido exi~ida pefa neces 'idade de acautelar o tbesourocontra as impruaencias de emprezas mal pen adas, e de nodespender com ervios pouco efficazes o que mais utilmente pdeser applicado a animar' outras indusirias.

    ( Entretanto o governo, convicto das vaniagens que devemprovir ao commercio e lavoura do aproveiamento de ta viasnaturaes de communicao, e que geralmente olIerecem um tran-sporte barato aos rreneros commerciaes, trata de fazer explorare estudar os nossos principaes rios.

    a 2" sesso da 13" legislatura, nesse mesmo anno, dizia onovo ministro dessa repariio :

    E' j muito elevada a som ma com que o Estado ubvencionaa navegao por vapor, tanto costeira corno fluvial.

    Felizmente a despeza CJ.ue . e faz com esLe ramo de ervio 6compensada pelo desenvolvImento d commercio, e maior activi-dade nas communicaces.

    1865

    nELA'rORlO 'DO MINISTERlO DA AGRICULTURA, C01"'I~lERCI E OBRASPUBLICA'

    c Explo7'aes de rios. - E t ainda por explorar a maior val'Lede nossos rios, cuja navegabilidade, entretanto, om m Ludarpara bem das conveniencias politico-administeati'i'as, e dos in te-resses d:.t lavoura, commercio e industria.

  • 1866RELATOlliO DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, CO~lMERCIO E OBRAS

    PUBLICAS.

    O aproveitamento da linhas fluviaes, que o Imperio possueem grande numero, , na minha opinio, um dos objecto quemai deve attrahir a atteno dos altos poderes do ElStado. quene"' 'es caminhos natnrae, encontram os instrumentos provi-denciaes do engrandecimento e prosperidade futura do nos opaiz.

    Embora as circumstancias no favorecessem as exploraesde nossos soberbo rios, cujo regimen e condies no so aindabem conhecidos, no deixei de esforar'-me por dar a este I'amode ervio publico o incremento compativel C0m o meios de quedi pe o ministerio a meu cargo.

    1 67

    RELATaRIa DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, COMMERCIO E OBRAPUBLICAS.

    Nave;;ao Fluvial

    (( O decreto D. 3749 de 7 de Dezembl'o do anno findo marcal'nos fasto da navegao fluvial uma data lo celebre e to cheiade 'peranas, uomo a da cal'ta rgia de 28 de Janeiro de 1808, quefranqueou os porto do Bra ii ao commercio de todas as naes.

    " As magnilicas regies, que demoram s margens do mage -toso Amazonas e de grande numero de seu gigantescos tl'lbu-tado , vo Ibr vemente ser enlreO'ue ti actividade da industriamoderna; sua immensas riquezas naturaes no sero d'ora emdiante a pal'tilha unicamente do indio selvagen1.

    (( Novo ramos de industria vo brotaI' do apl'oveilamento eapllicao de I'iqueza, ntl'e a' quae' porventura muitas de -conhecida, como acont ceu com a eiva:ia sel'ingue'a, materiaprima actualmente das mais variadas applicaes industriaes,cojo aproveitamento, entretanto, muito moderno.

    Pelo mencionado decl'eto de 7 de Dezem bro ultimo, facul-tada, a contar de 7 de Setembro pl'oximo futul'o, todas as ban-deims, a navegao dos rios Amazonas at as fl'onteiras doBrasil, do Tocantins at Camet, do Tapajoz at Santarm, doMadeira a I BC;H'ba, e do egro at 'lanos.

    " Foi pelo me mo decreto franqueado o I'io de . Francisco ata cidade do Penedo.

    C( E' uma navegao de cerca de 2.000 milhas, que dentl'o empouco vai el' ntregue ao commercio de toda a naes.

    Em ul'eve, pois, a pratica riemoDl'trar quo infundados eramos lugubres progno ticos dos que antevia.m neste facto qua i osuicidio do 1mpedo.

    " Por minha pal'te 11Utl'0 a mais robusta f U{J:; resultados ue-neficos da medida do gU\'erno im pel'1a.l,

  • 36

    1868

    RELATORIO DO MINISTEPIO DA AGRICULTURA, COMlI1ER lO E OBRASP BLICAS.

    Exploraes de r~os.- ossos rio , naveo"~veis em p;ran.dcsex.tenses, tm nece sldade de obras hydraullcas da maIOr lm-portancia, e, em alguns pontos, esto inteI'ceptados de obstaculovenciveis 6mente mediante o emprego de o"I'OSSOS cabedaes, oque nem as circumstancias financeiras da actualidade, nem ascondies economicas das loca1idades banhadas por esses rios,permiLtem to cedo superar de modo a ligar as sece nave-gaveis.

    Se, porm, no podemos desde j emprehendeI' essas grandesobras de que carecem paizes mais antigo , cercados de ondiesmuito diversas das nossa . no esto fra de nosso alcancecertas medidas, a adopo de meios menos dispendiosos, que,permittindo ligar as seces navegaveis, levem o trabalho e aprosperidade ao c~ntro de nossas terras incultas e desertas.

    A explorao de no sos rios mais importantes tem sempremerecido do ministerio a meu cargo a mais decidida a tLen:.o .

    (( Por minha parte tenho empregado esforos para continuaI'os estudos bydrographicos dos nossos principaes cnr'sos d'agua,indispen aveis para se avaliarem o sacriflcios que ero PI'C-cisas, se porventura fr deliberado algum melboramento.

    Nestas idas, mandei I ['aceder ao exame e explorao da'cachoeiras do Madeira pelos engenheiros Kellers, cujas bdobili-taes tem por mais de uma vez sido provadas em com missesidenticas.

    A importancia destes estudos salta aos olhos simples ins-peco da !lassa cal'ta geographica. Salvas as cachoeiras de tealfluentes do Amazonas, fica-nos aber'to um caminho economicoe facil p~ra a provincia de Matto-G['o so por meio dos rios Ma-mar e Uapor. Mais tarde, quando as circumstancias exiO"iremnossos vindouros ligaro a bacia do Prata COm a do Amazona,formando assim da maior parte do lmperio uma va ta e con-sideravel ilha.

    No me lisongeio de se poder to cedo canalisaI' o Madeirana seco encachoeirada. Este servio s poderia ser tentado seminconveniente mediante o systema de eclusas, excessivamentedispendioso, e portanto impraticavel na actualidade, economi-camente fallando. A grande differena dos niveis do rio, alm equem desta seco, parece condemnar, priol'i, quae queroutras obras. cuja execuo, na opinio dos entendidos, pl'odu-ziria profunda alterao no regimen das aguas, e na sua nave-gabilidade.

    ACI'edito, pOI'm, na possibilidade de se ligaI' o alto e obaixo Madeira por meio de uma estrada que, na opinio doengenheiro Dr. Coutinho, no pde exceder de 50 legua .

    Os esclaI'ecimentos que para soluo da questo devem for-necer os trabalhos dos engenheiros Kellers me habilitaro aresolveI' o que a tal I'e..peito pareceI' m is adoptave;.

    O rio de S. FranCISco acha-se no mesmo caso. eu longo

  • 37curso por cinco das nossas mais importantes provincias, a fer-tilidade das ter['as por elle banhadas esto presentemente quasisem aproveitamento.

    Apenas uma pequena par'te actualmente muito navegadapOl' vapores, em virtude do contrato que por este ministerio foicelebrado com a companhia Bahiana, cessionaria do Baro de

    . LOUl'eno. Toda a sua grande extenso, alm da parte encachoeirada,

    carece de navegao regulal' que, collocando os ribeirinhos emrelaes com os grandes I centros de consumo, v estimular 11produco to faci! e abundante nos grandes valles por ellebanhados.

    Comprehendendo a importancia da communicao entre obaixo e o alto S. Francisco, na parte interceptada pela cachoeirade Paulo AfI'onso, ordenei exploraes e estudos para a cons"truco de uma estrada pelo systema que fr preferivel.

    Dessa commis o encarreguei ao engenheiro C. Krauss.

    1869

    RELATORIO DO MINISTERIO DA AGRICULTURA, COMMERCIO E OBRAS

    PUBLICAS.

    111eios de eomluunieao

    Reservando para outro lugar tratar da navegao maritima efluvial, os mais faceis, mais commodos e importantes meios decommunicao, occupar-me-hei smente das communicaesterrestres e internas '.' .

    Navegao por vapor snboencionada pelos cqfres publicas. A navegao dos rios Madeira,Purus e Negro, contratada com

    Alexandre Paulo de Brito Amorim, ainda no teve principio emconsequencia de no achar-se constituida a companhia; a cujocargo ficou esta navegao.

    ( Logo que fr incorporada a companhia, comear o servio,portanto j esto promptos dous de seus vapores

    Ni;Lo entra em nosso plano tratar aqui da navegao costeiraou maritima feita pelo' paquetes vapor das companhias na-cional e das intermediarias entre as diversas provincias.

    Se exceptuaemos a navegao do rio Amazonas, feita pelosvapol'es da compan !lia desse nome, e de alguns outros rios que"e lanam no ocea:l.O, m pequenas extenses de seus CUl'SOS) ecuja navegao mais I L'opl'iamen te dita maritimo-fluvial,pde-sedizer que no existe ainda no Brasil navegao interior' ou ilu-vial propriamente dita.

    A companhia fluvial do Alto Amazonas, fundada nestes ultimosanDos, sem garantia de juros e apenas auxiliada com a sub-veno votada pela Lei n. 124.5 de 28 de Junho de 1865, para a

  • , 38

    navegao deste rio e dos seus confluentes Madeira, Negro ePurs, na hora em que escrevemos estas linhas, possue j os seusvapores no porto de Manos, capital da provincia do Amazonas,mas os seus estatutos esto ainda dependentes da approvaodo governo.

    O correspond'ente de Manos para o Jornal do Comme7'cio (1),em data de 28 de Abril, dizia o seguinte:

    Infelizmente a companhia do Alto Amazonas no s no pdeainda pr em marcha regular os seus vapores, como nem sequerest habilitada para fazer as chamadas dos accionistas, a que fraobrigada, porque tem os respectivos estatutos presos nessa crte,consta-nos que por falta de certa formalidade ' '., " o" 0:' '" , of' ' 0 0 o

    Se devras queremos navegao e comme['cio livre, couvmde uma vez para sempre libertal-o de tantas I as e de toda acogovernamental.

    Seja a iniciativa individual quem cr~e, abranja e peL'petue,porque deve ser ella a nossa unica for..'1. verdadeiramenLeactiva. (2)

    'o consignaremos aqui as LentaLvas, que no se pde deixarde chamar infelizes, para que no sejam clas,'ificadas de outromodo, de se querer navegar vapor rios que facilmente se pres-tariam a isso, se porventura precedessem os melhoramentos in-dispensaveis nos pontos em que existem obstaculos naturaes,oPI ondo-.' a uma livre navegao.

    Mas, a nada disto se tem at hoje querido attender, e os resul-tados de semelhantes quichotadas de se querer transpor a t.odocusto a vapor conedeiras, saltos ou cachoeiL'as, desprezando-seas prescripes da sciencia e calcando-se aos ps as 1 is doimples bom senso, redundar, em ultima analyse, em despro-

    veito do paiz, se, o que po sivel, arraigar-se a crena, pelossinistl'os que ho de necessal'iam nte sobrevil:', de que verdadei-ramente os nossos rios so innavegaveis, ou que eUe so d([Je-rentes dos rios dos out1'os paizes !

    No pouco que se tem feito relaiivamente s explora\-es e .-tudos do regimen de nOSfiOS rios, no se Lm tido em vista umplano geral da r.de fluvial que no futuro dever cobl'il' todo ter-ritorio do Brasil.

    Os, e. tudos tem sido ordenados capricho dos diversos mi-

    (1) N'. 142 de 23 de Muio de 18G9.(2) L-sE' nu guzetilba do Jornal do Commel'cio de 18 ele .Junho do cor-

    rente auno. n. 1GB: Miuistel'io do. agl'icultul'u.-I'or Decreto n. 487'1 de 25 do passado foi

    autorisadn. a incorporao da companhiu fluvial do Alto Amazonas, eapprovaram-se os respecti vos esta1:utos.

  • 39

    Distros da agricultura que tm dirigido aquella repartio ecomo no Bra iI os ministerios succedem-se com uma rapidez ver~dadeiramente vertiginosa, devida aos vaivens da politica, comprehende-se que esta parte to importante da economia publica,encarada todos os dias sob pontos de vista diversos e de idascontrarias, acha-se na impossibilidade, ao menos o que temacontecido at hoje, de prestar os sel'vios que o paiz tem o di-reito de esprar e que lhes so to necessarios ao seu engrande-cimento e prosperirlade.

    e o esboo rapido que aqui traamos da futura rde geral dasvias navegavei do Brasil, e que to toscamente apresentamos,pela carencia de informaes necessarias, no satisfizer as legiti-mas a pi raes de_te grande paiz, que se adoptem outro que me-lhr attinjam os fins que se deve ter em vista, isto , que se satis-fazendo as mais urgentes neces idades do pre ente, se prevejamas do futuro.

    Mas, o que no passivei que por mais tempo continue esteabandono com]leto em objectos de tamanha importuncia futuraO'randeza elo paiz, pois que o systema que tem sido at hoje geral~mente seguido por demais deplorave!.

    No ha muito tempo que um alto funccionario do ministerio deagl'icultura, fazendo CaD ideraes sobre melhoramentos mate-riae , a im exprimia officialmente :

    De todos o ramos da admini trao o das obra publioas.. m du ida, o mai importante, e em que e absorve a maiorparte das renda da provlDcia.

    Est t m sido em todos os paizes o assumpto dos mais largosestudos e dos mais srios mprehendimento.

    ~ No nos o paI' m, foroso confessar, ainda se acha muitociCJu m do que Iora de desejar.

    Comea torlo o nos o atl'azo, da Ialta de uma carta perfeita ede dado estatistico celto e po ii ivo das localidad s e suas t'ela-e ,com que po a a admini trao conhecer a necessidade, a.importancia ai) oluta e relativa, a depend9ncia recipl'oca o valoractual futul'o, toda. a. c!'cum taneia de execuo das obraspl'ojectadas. E' a im que actualmente o improBcuos todo o.e foras do admini~trador pal'a bem acedar ou escolher o melhor,em muitos ca. o e n ce idade da ol'dem de que trato. Outroembarao o que affecta falta de Um systema nece ario ne tevasto e impol'tante ramo da obras publi a , quer quanto suaprecisa descriminao e corre pondente concur o municipal, pro-vincial geral, quer relativamente ao p]aJ~o, direco e traadodas vias d transporte. Estado no assume inda todo o onusdo custeio e melhorrmento de certas via de communicao que,cortando O'randes e populo os centros agricolas e .trazendo imme-diatas vantarrens mais de uma provincia, esto naturalmentena e phera da administrao O'el'a]. As municipalidade nua esto

  • 40

    at agora convenientemente instituidas e dotadas para cu tear aestrada: que se acham lanadas nos municipio' com o pre Limolimitado c.irculao de cus productns ne e pontos, A pr'ovin-cia no se encarrega daquellas e tradas, que pre tando verda-deiras vantagens laVOUra e ao desenvolvimento das localidad spor olldo o traadas, e convergindo para a artel'ia pl'incipaesde vi~o. a' estradas de ferro e os rios navegaveis per'tenampor isso obrigadamente economia provincial e aos respe~tivoscofre" conseguintemente:: s despezas de con trucc;o e conser a-lio. Em todo o caso, antes de rasgar-se o lo com o alvio e degemer o machado no eio das flol'e ta ,precisa r'esolver- e o im-pOl'tante problema da fixao do tl'ar.:ado.

    Ei , pois, o e tado em que ainda se acha o Brasil, depoi::; dequasi meio seculo d sua dmancipao poliLica, tendo diantede si os exemilos ministl'ados pelas naes culta " e em eu seiouma populao superior a 11 milhes de habitante !

    E a causa efficiente do retardamento no s do de envolvimentoda navegao fluvial no Brasil, paiz alias to maravilhosamentedotado dos mais soberbos rios do mundo, como tambem de todosos outros grandes melhoramentos, ser verdadeiramente aquellaque geralmente se attribue ?

    E' a falta de populao, diz-se e no se cessa de repetir, e oBrasil o confirma quando, tomando assento no conO'resso dasnaes cultas, reunido no Campo de Marte, assim o proclamouemphaticamente:

    Para que eu seja uma das maiores naes do mundo .no pre-ciso seno de populao, e para attrabil-a basta que me faa co-nhecido.1>

    Apreciao erronea que nos tem conduzido a resultados funes-tos, adiando-se para um futuro sempre remoto a satisfao desuas mais palpitantes necessidades, e recoerendo-se a certas me-didas, desconhecidas nos paizes civilisado, ou antes a meioimproficuos e mesquinhos, que s tm ser'vido para empeiorarmais, se possivel, o nosso j to deploravel estado de cou as.

    A razo, pois, de falta de populao que se tem allegado paraexplicarse o no ter ainda o Bra ii se lanado resolutamentnas vias de seu engrandecimento no procedente, eomo prOcu-raremos mostrar.

    A populao actual do Brasil supel'ior aquella que lossniamos Estados-Unidos quando contavam um periodo igual de inrle-pendencia, e quando j haviam execu tado e levav.am ao cabo aexecuo do seu vasto plano de melhoramentos materiaes, queto prodigiosamente ho concorrido pal'a a prosperidade semprecrescente daquelles Estados. \'

    Quer pela ex tenso de seu teeritorio, quasi igual an nosso, nas

  • 41

    virgens terTas d'Ameri a, como pelos sy (emas de montanha queo at['ave am, e de ['ias que o regam, o Estado -Unidos, mais doque outro qualquer' pai:t do mundo, o mais apto par-a eL' com-par'ado ao no so, pelas condies de identidade que entre elles semanire tam, e pecialmente quando a comparao fl' estabele-cida., como vamos fazl-a, referindo-no a um igual decursode ind penden ia,

    e temos as seITa do mal', a central e das veL'tentes, e sesgrandes obstaculo da natureza, no tm o Estados-Unidos oAlleghany, ou a sua espinha dor aI! e que repou ando sobreuma larga ba e, de mai de 40 I gua b.rasileiras attinge a ele-vaes d mais de 1,4:00 metros, aS montanhas Rochosas (Roeky:'.lounta.in ) cujo picos excedem ao dos Pyren o e at os Alp'1, ,com elevaes superiores ao do Monte Branco na Europa, como,por exemplo, o Mont Brown, cuja altitude de 4874 metros?

    E quanto ao rios, oppem-se aos nossos O i','lississipi, O S.LouL'eno, O Conneticut, O Hudson, o Delaware, o Susquehannah,Potomac, etc.

    O Brasil conta hoje 48 annos de independencia e de lmperio.Os E tados-Unidos proclamaram a sua independencia em 1776

    ainda que ella s fosse reconhecida em 1783,Em I "2-1 contavam, pois os E tado -Unidos O mesmo numera

    de annos de independencia que hoje conta o Brasil e conseguinte-ment o Brasil de 1 6H pde seL' comparado aos Estados-Unidos de1824,

    E poderemos off['er esse parallelo, ainda tendo em nosso favoros exemplo a seguir, e a marcha sempre incessante do proO're oin tellectual e indust~'ial dos povos?

    Pelo recenseamentos feito no' Estados-Unidos de 10 em 10annos, ve-se que a sua populao, omprehendida:1 escrava eram 1820-9.63 ,000 habitantes, e em 1830-12.

  • (Xl~

    Quadro dos trabalhos executados e cm via de oxecuo nos Estados-Unidos no anno de 1X24 (I)CANAES ESTRADAS DE FERRO

    CLA.SSIFICA.fio B .

  • 43

    'omes deu Compri- CUSTO EM RE'ISmento eme tradeu de legaas Observu5eferro brazilei/'as Total Por legua

    ID. Pedro n ..... 20,9 27 .525: 9588 920.6008 nR. Paulo ........ 21,1 1.4~1:7508 1.15 :5198Recife .......... Ui,H 15.07:a:'!158 797:4 2$ (")Bahia .......... I ,7 16.000:2008 855:6208

    Total. ..... 88,6 83.043:3236 937:2836

    Preo mdio por legua de estrada de ferro no Bra iI. 937: 283Idem nos Estados-Unidos o'... 155:320SEi-s os cOl'oJlarios a que se cbega :Emquanto o Brasil construio 100legua de e tradas de ferro,

    os Estados-Unidos, em um mesmo periodo de independencia,tinho construido 487 leguas.

    Emquanto o Brasil despendeu 83 mil contos s6mente com aconstruco de 8 ,6 leguas de estradas de ferro das 100 que haviaconstruido os Estados-Unidos tinbo ele. pendido 7fJ mil contoscom a construco de 487 leguas ; isto , com uma despr,za in-ferior de 8 mil contos obtivero uma extenso de via ferrea ",5vezes uperior quella que o Brasil obteve.

    E como subido que com um pouco mai dos 2/3 da exten oobtida pelos Estados- nidos, as nossas trel:: principaes estradasde ferro de D. Pedro II, Babia e Pernambuco terio alcanadoo rio de S. Francisco, segue-se que j estario ligadas ou prestesa serem ligadas por este excellente meio de communicao acapital do Imperio com as provincias de Minas, Babia e Per-nambuco.

    Se, poi tivessemo imitado e com criterio aquelles E tados oque podia ser bem razoavelmente exigido, depois de escoadoquasi m ia seculo, certamente que as nossas principaes estradasde ferro j tel'io penetrado a esta hora pelo interior do paiz ealcanado as uas e taes terminaes, isto , satisfeito assim asuas mais legitimas aspirae .

    Ma no se quiz isso, quiz-se ao contrario arrem dar ou acom-

    (') At 31 de Dezembro de 1867.(O") Comprehendido o augmento do capital garantido que a companhia

    .olicitOll o g9vcrno imperial prometteu, na importanCla de 4.316:9259000.

  • 44

    panhar a vetusLa Europa, e as on equencias desse desacerto nose devio f

  • qu sem duvida as collocaria em pOSlao economica muita di-versa da actual e diminuira sensivelmente os onus do the-souro.

    Certamente que no ba de ser com as exguas vel'bas votadasem artigo additivos no oramentos ordinarios, ainda quandoia e prospero o e tado financeiro do paiz, que o Bra iI havia depoder emprehender os trabalhos de melhoramentos de seu' rios

    m larga escala, e unicos que.so proveitosos, como aquelles quetem exigido geralmente todos os rios do mundo para prestal'em-sea serem navegados.

    Esses trabalhos consistem, como sabido, nos melhoramentosde seus leitos, canalisae nos pontos mais obstl'uidos ou naconstruco de canaes lateraes, quando os melhoramentos e acanalisaes ou no o po siveis ou no so proveitosos, e fi-nalmente no estabelecimento de canaes de divi o d'agua para.obter-si' a junco de rios que correm em vaIles dilIerentes.

    Es e' "Tandes melhoramentos tem sido emprehendidos e rea-li ado', por qua. i todo' os paize ivilisados do mundo.

    O E lados- nidos os differente paizes da Europa, como aInglatel'1'a, a Fran~a a Belgica, a HolIanda a u cia, a Dina-marca, a Russia e a Halia tem com arande proveito emprehen-diJo e realisado esse grandes trabalho .

    E pois, o facto de dizer-se que delles carecem paizes mais an-tigos e cercados de condies mui diversas da nossas, e que spodemos lanar mo de meios pequeninos 0'1 antes de es.pedi-ente desO'raados que e re olvem sempre em esbanjamentosde dinheit'o publicas, sem vantaO'ens reaes para o paiz, revelaignorancia daquiIlo que e tem dado em outros paizes e quepodia ter applicao ao no ',0,

    E ao passo que assim se pensava no Brasil, a respeito dosgrandes melhoramentos que reclamo os nossos magestososrios condemnando-se i.. ina o uma pute consideravel da po-pulao brasileiea no s o ribeirinho destes gmndes rios comoos habitantes do interior, no lhes proporcionando trabalho, Ollmatando-lhes os e. timulos deste., pela falta de vias de facilcommunicao para os transportes dos genero de sua cultura,industria e commercio, abrio-se as valvulas do thesouro publicopara a colonisao e emigrao estrangeira.

    E quando pelo interior do paiz, vegetava como para ita,grande parte da. sua p pula.~o, em e Lado qua i Domade, em leide trabalho, arrostando a pobreza e al:;.;uma vezes a miseria,

  • 46mandava o Brasil recrutar, a custa de rios dedinheil'o, na grande,populosa e commercial cidade de Nova-Yor-k, os vagabundos quesuperabundavo em suas ruas!

    Felizmente parece que o governo pensa hoje dilIerentemente,como se pde veI' pela opinio enunciada por um de seus argo :

    O fim, portanto, da coloni ao e emigl'ao em voga no paizno principalmente o upprimento de trabalhadores, de quecarecemos para as culturas j creadas.

    Promovo os altos poder'es do Estado os gl'ande'3 melbora-mentos ma~eriaes, que abro largo espao ao emprego de immi-gran tes e elIes espoI!tanea~ente aftl.uiro. ao raiz. _

    Com elles virr) os capltaes e a mtellIgencla, e nao teremosde recrutar, com extraordinaria despeza, colono no estran-&eiro a mr Jlarte das veze sem criterio e sem outro fim queetar grande lucro ao armadores e ao-entes de colonisa:o,como infelizmente tem aconte ido.

    E nem tem sido s este o mal. Outro igual pesa sobre os cofres publicas.; as despezas in-

    fructiferas para estabelecer colonos em ncleos coloniaes, su-jeitos a um regimen .extraordinariamente oneroso. "E para chegar ao apogo de grandeza em que hoje se acl1a col-

    locada a Uniu Americana, que com justo titulo con ideradacomo a nao mais emprehendedora do mundo, no experimen-taro aquelles Estados tantas difficuldades e decepes?

    Jnnumeras faro as 'ompalJhias L:oncef3SiOJ1lI'ia,' de trabalhospubli 'os que no podero levar ao cabo as empre:4as 'ome-adas.

    Os altos poderes do Estado, porm, correro e seu auxilio.Votaro-se credito extraordinaI'ios, destinaI'o-se as economias

    do Estado, e crearo-se novas fontes de rIquez1iIs paI'a seremapplicadas e pecialmente abertul'a de canaes e de estI"Cdas.

    O senado dos E 'tados-Unidos, considerando os males que pu-dedo resultaI' daquelle estado de cousas ao engrandecimentode sua pateia, tomou em 1807 a seguinte resolu\:o :

    Senado dos Estados-L'nidos, 2 de Maro de 1807. Resoluo do enado: O ,'ecretario de Estado da tl1esouL'aria

    fica encarregado de apresen tal' ao senado, em ua proximas~sso, o estado de todo os recursos de que o congresso poderdispr para abrir estraas e canaes na Unio j de organisar aomesmo tempo o quadro dos grandes trabalhos deste genero quemais in teresso prosperidade publica, e que o governo devemais pal,ticularmeo Le animar e favorecer; fazendo conhecer asem prezas j principiada, eu gro d adiantamento, os meios determinal-a, sua utilidade depois de 'ua coneJu o, finalmen te

    ~ convidado a apresentar suas proprias idas sobre os objectosImportantes relativos pres nte resolu\:.o.-Ceetificado '(lU-forme, .muel A. Ortis, secretario. li

  • 47Cordier, em .'ua historia de navegao interior, publicada em

    1820 em Pariz, tornando conhecido na EUl'opa o importante re-latorio dirigido ao senado dos Estados-Unidos, em virtude desua re oluo, peio secretario de Estado da thesouraria, A. deGaUatin, assim se exprimio :

    On jucrera sans doute que ce n'est point une circonstance, ans in tI't, et san influence suI' l'avenir de ce peuple extl'aor-dinair , que la dlibI'ation de son nat qui, voulant employerses pl'incipales res 'ource perfectionner et tendre les com-munications intrieure cba['ge le ministre des finances de luipesenter, avec Ie tubleau des ouvrage achevs, commencs ouproject, es "ues "UI' le moyens d'amliorer les uns et d'x-cu tee le au tre ,

    Uoe teUe dcision nonore autant Ie snat que le ministrequi s'est montesi digne de son choix : elIe prouve que Ies cbe:,;;de ce gouvernement sont des bommes d'tat; qu ils ont mdit

    UI'les cau es de la pI'O pl"it de peuple ; qu ils avent appr-ier le bienfait de la paix : qu iI ddaignent la fau e gloil'e

    d'une tro[1 pI'ompte clbrit acqui"e cbrement, soit par lesarme, soit paI' le luxe des arts ; et qu'enfin iI, venlent fonderla stabilit , la force et la riche se de leur patrie, SUl' la fortuneet le bonbeur des particuliers, Tels ont les principe adopts etsuivi par Ies fleands fODclionnaires de l' nion.

    cc 11'. (Tallatm, ministl'e des finan es, ne donne poiot au snatun recueil volumineux de renseiO'nemeot ob curs : iI ne teotepoint de montrer on habilit eo craot de nouveaux 'impt ; de,'e di tingu r dans cet art pre que puis eo Europe, qUI a pourlmt.d'are\c!J I'au peupl s sderni'['esressou['ces ;ilne sevantpas de l'ac 'roissement des coutributions. et ne coo~idr pOintL:Omffi uo gaio nationaI. les sommes enleves aux ouv['iees desyllle et de campagnes; comme homme d'tat ses vues sont plns]u tes et II us profondes,

    On reconnalt que l'bistoire de peuples a t le sujet de semdi Lations ; qu'il a su 8aisir le cal"actre ssen tiel de ce pay~neuf, et apprcieli' le gnie des habitants, D'un seul regard, ilemble embrasser ces va tes contres qui s'teodent presque du1)61e a 1'quateur, et de l'atlantique l'ocan pacifique; iI traceas O'raodes d marcaLiom~ de la nature; dnombre ral idement lespeiocipales rivi res et montagnes ; dcrit avec la mme clartla projects de canaux comm ocs ou pl'OpO s ; et fait saillir chague page I bien faiL que pl'ocurent le, communication,paI' terre et par eaII.

    11 droule eo, uite le tableau des immen e resources de sonpays ; propose de le appliquer l'ou'ertuee de C8naux et desroutes ; et dmootre clail'ement que le ricbesse publique, aiosiemploye, ont plutt prta que dpenses ; et que, loio d' trepel'dll s p0Ul' le tesor, elles doiven t y ren treI' de mill~ maniresavec de gros in trt ,

    On ne ait, en mditant ce ['appol't ce que l'on doit admireI'le plu ' de la grande mode tie ou de 1'e.'trme savoir de l'auteur,qui pr ente avec implicit, et comme si eUes taieot d'uo autrecrivaio, les connassances les plus profondes, et se mOntre -la-fois babile admioisteateur, boo ingoiuer, lgislateue, eofingrand bommem d'tat.

  • 4 Apres avoir prs~nl le tableau des amlioralious iL faire, etles dtails de la dpense qui e t de vingt millions d dollars,Mr. Gallalin fait voir que ron pourrllit tel'miner les ouvrages enuix. anoes, en prlevan t deux millioD de dollars (1) UI'les re-venu public ,iI s atiache it comparer le diffrents r uItals qu on

    ndrait, s ou affectait la mme somme en travaux utiles et pro-ductifs ou en ouvrages militair .

    Mais adiante ll'atando da receita, despeza e divida publica dosE tados-Unidos, dizia ainda Cordier :

    Si i\l. A. Ga1Jatin dans son rapport SUl' le commuoicalionsinll'ieure' se fllt born indiquer les routes t les canaux ouvrir, et les sommes dpen er, iI n'et l'empli qu'une partiede sa mi ion. Le congres l'avait galement charg de dler-miner les ressources que l'tat pouvait employer cet u 111?e.

    Personne ne pouvait mieux s'acquitel' de celte [che qu unministre des finance it qui l'Unioo doit l'ordre le plus admirablellans celte braoche importante de tout gouvemement. Celtepartie de son rappor renferme nes ape['us neufs, des vues pro-fondes, digne des mditations des hommes d'tat.

    II 00 ait dans tous les paJ"s appr'cier l'utilit de canaux etdes routes, ou peut a.u si partou t se procurer de ingnieuI'sexel'cs POUl' les pr'ojecter, des ouvrier~ pour' y travailler ; iInmanqu donc nuHe part, ni hommes, Dl inSll'uclion; ma' descapitaux. ou la scurit qui les altire, et les ill litulions qui lafonl naill~e.

    1. A. Ga1Jalin a puis ammenl eonlribu aux progrc, de lanavigalion in tl'ieure de l'Am rique, 'oil en crant des fonds,par l'esprit d'or Ire et d'conomie tabli dan I s finances, oiL enmonteant le me lleur emploi faire des lerre publiques, soit encontinuant d'encourager le systeme de conces ion, et de venir ausecours des compagmes.

    L'tablissement d'une bonne navigation intrieul'e tanl im-po ibIe dans uu pays ou le dsordre s'e t mi dans le, finances,et l' conomie pouvant tl'e considre comme le secret de la puis-sance, des richesses et de la dure de c,haque tat, uous cl'oyonsutiIe de douuer SUl' les fiuances des Etat;s-Unis un aI el'u pluscomplet que ceux qui ont paru jusqu'ici.

    Em comp:1l'ant les rsultats donns SUl' l'Amrique, 00 recon-oaitra que ce n'est nullement i'immensit riu terriwre. au pel'de valeur des terres, au grand nombre des fleuves naoigables. eleslaes iendus, eles baies prq(ondes, des ports exceUenis que i Uniondoit sa pT'ospeT'it extr orelina'e, mais plutt i'esprit d'co-nomie, l ordre iabli elans lesflnances, ou pius immeliaiement,encore l'in!luence eles bonnes institutions fJlti conservent les lois,doeloppeni ies ialent et les vertus, et ne portent aux premieresfonctions que ies citouens ies plus recommandables.

    Le minisLel'e impor'lant des finances a t successiv mentdonIl i.t. des homme d'un rare mrile.

    Mr. Crawford, ministre d pus 1816, suit les mmes prn-cipes que M. Gallatin, et parviendra i1 l'Muira, et peut'tr'e t,e-

    (1) Ou quatro mil contos dc l'is.Infejizmente o Brasil de 'pende actualmcnte acima de cinco mil contos

    001 dilTercuas lc 'umbios. No or'amenLo do ministerio ria fa7. nda de1869 a 1870 acha-se cunsignada, espccialmcnlc para esso filll, a quantia ele5.129:69806!l .

  • 49

    j ndre la d Ue nationale, malgr les dpenses exlraordinail es n-cessites par la guerr'e et la cration d'une marine militaire.

    (( La priode la plus remarquable de l'Union, sous le p(Jint devue des finances, est celle qui comprend les onze annes de 1801a 1811, dure du ministre de ,Mr. Gallatin (I .

    Pendant cette priode, les Etals-Unis ont sold les dpensescourantes, rembours le montant de I'acquisition de la Lomsian~,et on t paj en outre plus de 200 millions de francs de la. dettepublique, qui a t r luite 240 millions de francs ; tandis quependant le mme temps chaque tat de l'Europe a augment sadette de plusieurs centaines de rnillions, et mme de plusieursmilliards.

    Quanto aos projectos de junco de suas principaes bacias hy-drographicas, o governo imperial suppe que ainda cedo pavair cuidando de melhoramentos desta ordem, porque at hoje n,oachou conveniente ordenar alguns estudos a este respeito, nemto pouco os mais simples reconhecimentos, como ento lhe foisuggerido.

    Na ausencia, pois, dos dados indispensaveis, no se pdeformar um juizo acertado nG s quanto praticabilidade dosreferidos projectos como tambem das vantagens que devepia au-ferir o paiz, com a abertura destas novas vias de corrrinuni-cao.

    As exploraes completas, na verdade sempre custosas, s dil-verio ter lugar, depois que se tiveSSe reconhecido no s a pos-sibilidade como tambem a conveniencia do estabelecimento daslinhas.

    Infelizmento nada se sabe ainda a tal respeito.Os espiritos fortes, porm, continuaro a dizer que s as ge-

    raes futUl'as podero pensar em obras to gigantescas. llindaque o estado financeiro do paiz lhes venha em seu auxilio. cornose os resultados j obtidos ha meio seculo pelos Estados-Unidos,no fossem sufficientes para convencel-o' do contrario.

    Do que, porm, no podemos ficar duvidOSOS, que a lon-ginqua provincia de Matto-Grosso continuar ainda a fic\,t" porseculos na completa dependencia do estrangeiro, at talve~' des-nacionalisar-se, e que as aguas de nossos magestosos rios cor-rero ainda de uma maneira inutil e improficua agricultu~a, industria e ao commercio da ..-asta e uberrima regio central doBrasil.

    (1) No Brasil d-se o caso inverso; assim, desde a creao do min~teriode agricultura em 1861 at hoje, istb . no intervallo de 9 annos t'e'm re.gido esta repartio 11 ministros differentes f _'

    4

  • 50o Brasil de 1869 ainda o Brasil colonia, que se reduzia ao

    simples litoral do atlantico ou a sua fronteira maritima.Para o desenvolvimento de sua prosperidade commercial re-

    cursos estrategicos e o seu progressivo engrandecimento, cumpreque se cuide sriamente em obter-se uma navegao inter'ior,lanando- e desde ji. os fundamentos da rede geral que no futurofacilitari. a communicao da capital do Imperio com os mais re-motos pontos de seu territorio.

    Se LIa navegao interior passarmos a outra ordem de grandesmelhoramentos materiaes, que to poderosamente concorrempara o desenvolvimento das foras vitae das naes. o quese v?

    (( A no ser no Rio de Janeiro, dizia ha pouco o illustrado Sr.Dr. GaIvo, tratando do portos do Brasil. quaes os melhora-mentos introduzidos nos outro. portos do Imperio .

    Alm da collocao de pbares pouco mais se tem feito.(( Quaes os portos em que j se achem estabelecida as dcas

    com as suas immensas vantagens? )) No existe servio de phares no Imperio; xclama de um

    outr'o lado o distincto Sr. Dr. Zozimo Barroso no seu opu culosob esse titulo.

    Nossa illumina\.o maritima pde-se dizer limitada a luzesde porto entregues aos cuidados das capitanias. )

    Ao passo que na Europa, dizia ultimamente o Sr. Dr. GaIvotratando de telegrapbos, todas as cidade fazem parte de umavia telegraphica, que na India, Calcut, Bombaim. Madras e todasas cidades principaes esto ligadas telegraphicamente, no Brasilquasi nada h