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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
NATHÁLIA MARCELLE SOUSA MELO
EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIO: IMPACTO DO PLANO DE NEGÓCIO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO PARA MPEs EM MARACANAÚ-
CE
FORTALEZA
2013
1
NATHÁLIA MARCELLE SOUSA MELO
EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIO: IMPACTO DO PLANO DE NEGÓCIO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO PARA MPEs EM MARACANAÚ-
CE
Monografia apresentada ao Centro de Ensino Superior do Ceará, mantenedora da Faculdade Cearense (FAC), como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Ms. Jakcilene Dias Rocha
FORTALEZA
2013
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NATHÁLIA MARCELLE SOUSA MELO
EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIO: IMPACTO DO PLANO DE NEGÓCIO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO PARA MPEs EM MARACANAÚ-
CE
Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Direito, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC –, tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: ____/ ____/____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Professora Ms. Jackcilene Dias Rocha
Orientadora
______________________________________________
Professor Ms.
Paulo Henrique Lima de Oliveira, Dr
Membro
______________________________________________
Professor Ms.
Phryné Azulay Benayon, Ms
3
A Deus e minha família!
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus acima de tudo, fonte de toda vida.
À minha família, principalmente aos meus pais que me direcionaram para
os caminhos da vida e do conhecimento.
À mestra Jackcilene Dias, que me acompanhou e direcionou no
desenvolvimento deste estudo sendo de suma importância para a sua conclusão.
Agradeço a sua paciência e atenção durante todo o período de formulação e
desenvolvimento deste trabalho acadêmico.
Ao mestre Ricardo Cesar, que com muita paciência ajudou a dar um
ponto de partida concreto a este trabalho, que sempre me atendeu prontamente a
todas as dúvidas que surgiram no decorrer da pesquisa realizada.
À mestra Eloisa, que com sua alegria e conhecimento me proporcionou
muitos bons momentos e aulas excelentes, sua simplicidade trazia proximidade a
maioria de seus alunos. Deus a tenha. Eterna saudade!
Ao meu irmão Marcelo Melo e minha irmã Nayara Marcelle, por suas
correções e comentários construtivos, que ajudaram muito no desenvolvimento
deste trabalho acadêmico.
À minha mãe Lucia Maria, que sempre me incentivou a permanecer na
vida acadêmica e a nunca desistir de meus sonhos.
Aos colegas de faculdade, com quem compartilhei esta fase da minha
vida acadêmica, agradeço pela força para nunca desistir deste curso, pelo convívio
agradabilíssimo e cordial, em especial as minhas amigas Ivana Soares, que juntas
conseguimos finalizar nos projetos e colar grau juntas, Darlene Gomes e Ana Célia.
Ao meu esposo, Erick Sammers, por sua paciência e colaboração, por me
incentivar e acreditar em meu potencial.
A Faculdade Cearense e a todo seu corpo docente pelo apoio à formação
de profissionais que, espero, possam contribuir para uma sociedade melhor.
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“O empreendedorismo é uma
revolução silenciosa, que será para o
século XXI mais do que a Revolução
Industrial foi para o século XX.”
Jeffry Timmons (1990)
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RESUMO
Este trabalho objetiva analisar a aplicabilidade do plano de negócio como ferramenta de gestão e como fator de sobrevivência nas empresas do ramo de comércio do vestuário e acessórios (confecção), no município de Maracanaú no Estado do Ceará. Para isso, a pergunta que se busca responder ao final é saber qual a relevância do plano de negócios, enquanto ferramenta de gestão, para a sobrevivência das MPEs de Maracanaú. Parte-se do pressuposto de que o plano de negócio possibilita a estruturação e a divisão dos papéis de cada setor dentro da empresa, facilitando a padronização dos processos e consequentemente elevando a produtividade. A metodologia utilizada na construção desta pesquisa é bibliográfica e de campo, com análise descritiva e exploratória, com dados primários e secundários cujo principal instrumento de coleta sendo o questionário estruturado e aplicado junto a 48 empreendedores selecionados aleatoriamente pelo método de Barbetta. Ao final do estudo, constatou-se que a maioria dos empreendedores de participantes da pesquisa realizou o plano de negócios antes da abertura de seu negócio ou ainda no início de suas atividades. Pode-se verificar a importância da utilização do plano de negócios como ferramenta de gestão e sobrevivência das empresas à medida que quando é bem elaborado, as empresas tendem a diminuir seus riscos e susceptibilidade em mercados cada vez mais instáveis e competitivos, possibilitando a conquista de uma fatia de mercado maior, bem como contendo projeções sobre receitas, despesas, além de resultados operacionais e financeiros.
Palavras-Chave: Empreendedorismo. Plano de negócio. Micro e Pequenas Empresas.
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ABSTRACT
This study aims to evaluate the feasibility of the business plan as a management tool and as a survival factor in companies in the trade clothing and accessories (manufacture), in Maracanaú in Ceará. For this, the question that seeks to answer the end is knowing what relevance the business plan as a management tool for the survival of MSE Maracanaú. This is on the assumption that the business plan provides the structure and division of roles of each sector within the company, facilitating the standardization of processes and consequently increasing productivity. The methodology used in the construction of this research is bibliographic and field, with descriptive and exploratory analysis, with primary and secondary data collection instrument whose main being structured questionnaire applied at forty-eight randomly selected by entrepreneurs method Barbetta. At the end of the study, it was found that most of the entrepreneurs participating in the survey conducted the business plan before opening your business or at the beginning of its activities. You can check the importance of using the business plan as a management tool and survival of businesses as well when it is prepared, companies tend to reduce their risks and susceptibility in markets increasingly unstable and competitive, enabling the achievement of greater market share, as well as containing projections of revenues, expenses, and operating and financial results.
Keywords: Entrepreneurship. Business plan. Micro and Small Enterprises.
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AOE - Agente de Orientação Empresarial
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CEMPRE - Cadastro Central de Empresas
CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
EUA - Estados Unidos da América
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
JUCEC - Junta Comercial do Estado do Ceará
LC - Lei Complementar
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
MPE - Micro e Pequena Empresa
MPME - Micro, Pequenas e Médias Empresas
PDCA - Planejamento, Desenvolvimento, Controle e Ação
PIB - Produto Interno Bruto
PN - Plano de Negócio
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
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LISTAS DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Com base na classificação das empresas e seu porte ......................... 29
QUADRO 2 As principais causas de falhas em novos empreendimentos. ............... 30
QUADRO 3 Da utilização do plano de negócio pelos empreendedores em
Maracanaú ............................................................................................................... 47
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Taxa de sobrevivência de empresas de dois anos, para empresas
constituídas em 2006, por região no país ................................................................. 33
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Taxa de sobrevivência de empresas de dois anos, para empresas
constituídas em 2006, por região no país ................................................................. 32
GRÁFICO 2 Taxa de mortalidade de empresa de dois anos, para empresas
constituídas em 2006, por região no país ................................................................. 33
GRÁFICO 3 Gênero ................................................................................................. 42
GRÁFICO 4 Faixa etária .......................................................................................... 43
GRÁFICO 5 Tempo em que estão em seu atual ramo de atuação........................... 44
GRÁFICO 6 Quantos funcionários formais possuem em seu empreendimento ....... 45
GRÁFICO 7 Antes de abrir negócio fez planejamento com projeções ..................... 47
GRÁFICO 8 Prefiro controlar meu negócio sozinho do meu jeito, sem ajuda de
ninguém ................................................................................................................... 48
GRÁFICO 9 Utilizaram a orientação de um profissional especializado para iniciar as
atividades da empresa ............................................................................................. 49
GRÁFICO 10 Ouviram falar ou conhece o plano de negócios .................................. 50
GRÁFICO 11 Conhecem a função do plano de negócios para a empresa ............... 50
GRÁFICO 12 Costumam realizar algum outro tipo de planejamento diferentemente
do plano de negócios ............................................................................................... 51
GRÁFICO 13 O plano de negócios trouxe benefícios a sua empresa ...................... 52
GRÁFICO 14 Obteve o retorno esperado para a empresa de acordo com o plano de
negócio .................................................................................................................... 52
10
GRÁFICO 15 Realizam projeções de três ou seis meses ou, pelo menos,
anualmente .............................................................................................................. 53
GRÁFICO 16 Conseguiram evitar erros comuns com o uso do plano ...................... 53
GRÁFICO 17 Esta ferramenta de gestão os auxiliou na permanência de sua
empresa no mercado ............................................................................................... 54
GRÁFICO 18 Buscou auxílio em algum órgão ou instituição de apoio antes da
abertura do negócio ................................................................................................. 55
GRÁFICO 19 Momento de realização do plano de negócio .................................... 56
GRÁFICO 20 Principais ferramentas de gestão de negócio utilizadas pelos
empreendedores ...................................................................................................... 57
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Fatores que influenciam no processo empreendedor ............................. 19
FIGURA 2 Com base na classificação das empresas e seu faturamento anual em
reais de acordo seu respectivo porte ....................................................................... 28
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15
2.1 Empreendedorismo ........................................................................................ 15
2.1.1 Processo Empreendedor .......................................................................... 17
2.1.2 Novos Empreendimentos .......................................................................... 20
2.2 Plano de negócio ........................................................................................... 22
3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ..................................................................... 27
3.1 Quem são as micro e pequenas empresas? ................................................... 27
3.2 Mortalidade e natalidade da MPEs ................................................................. 30
3.3 empreendedorismo e MPEs ............................................................................ 34
3.4 Empresas na região do Maracanaú – Ceará. .................................................. 35
4 METODOLOGIA ................................................................................................... 37
4.1 Natureza ......................................................................................................... 42
4.2 Tipologia da pesquisa. .................................................................................... 42
4.3 Definição dos limites para a pesquisa. ............................................................ 43
4.4 Sujeitos das pesquisas de campo ................................................................... 44
4.5 Universo e amostra ......................................................................................... 44
4.6 Tratamentos dos dados .................................................................................. 45
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................... 47
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 66
APÊNDICES ............................................................................................................ 60
12
1 INTRODUÇÃO
No cenário econômico, o empreendedorismo é um dos assuntos mais
discutidos na atualidade, bem como seu posicionamento no mercado competitivo,
que está a cada dia mais globalizado. Pode-se entender empreendedorismo como
sinônimo de inovação, uma de suas características principais para permanência e
sucesso da empresa no mercado atual.
Para obter destaque neste mercado, é necessário que a empresa tenha
um bom poder de produtividade, a fim de que potencial seja aproveitado ao máximo,
evitando desperdícios desnecessários. Isto se dá ao aproveitamento eficaz de seus
recursos, com ideias inovadoras e diferenciadas.
Pode-se dizer que o empreendedorismo nasce de uma concepção
visionária, visão esta compartilhada de sonhos e talentos, que somado ao bom
planejamento e a uma correta implantação, desenvolve-se uma empresa com
grandes chances de dar certo.
O empreendedor é a figura fundamental nesta nova abordagem de
negócio, pois a partir dela é criado um direcionamento para a inicialização de um
novo empreendimento. A principal ferramenta utilizada no primeiro momento da
empresa atualmente é o plano de negócio (PN), visto por alguns empreendedores
como sendo um documento muito importante.
O plano é fundamental à estruturação e planejamento de um novo
investimento empresarial, pois, por meio dele, é possível mensurar os pontos fortes
e fracos do negócio que direcionará a empresa na escolha do caminho a seguir,
atraindo possíveis investidores. Além disso, a falta dele a torna mais propicia à
falência (DORNELAS, 2001).
Com a utilização do PN, de forma eficaz, é possível verificar o grau de
estabilidade da empresa junto ao mercado, isto impacta diretamente em sua
sobrevivência em seus primeiros anos de vida, de acordo com levantamentos e
pesquisas feitas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE, 2010).
Neste trabalho, a concepção de empreendedorismo relaciona-se
diretamente às micro e pequenas empresas (MPEs), as quais representam uma
“fatia considerável” na base econômica do país, pois são as principais geradoras de
emprego e renda no Brasil. Também abordará a aplicação do PN por esta categoria
13
de empresários, em pesquisa de campo realizado em empresas, no município de
Maracanaú-CE, com foco no impacto de sobrevivência destas a partir da utilização
da ferramenta.
Para melhor entender a eficiência e importância do PN na empresa, faz-
se necessário citar o pensamento de Dornelas (2001). Segundo ele, o
empreendedor, munido de boas estratégias e um bom plano de negócio, tem muito
mais chances de sucesso e permanência no mercado em relação ao que inicia um
negócio sem a utilização deste instrumento.
Mediante o exposto, a questão de partida desta monografia é: qual a
relevância do plano de negócios, enquanto ferramenta de gestão, para a
sobrevivência das MPEs do município de Maracanaú-CE?
Para responder ao questionamento acima, partiu-se do pressuposto de
que o plano de negócio possibilita a estruturação e a divisão dos papéis de cada
setor dentro da empresa, facilitando a padronização dos processos e
consequentemente elevando a produtividade. Verifica-se que o plano auxilia a
análise de mercado e a definição do posicionamento estratégico em seu segmento,
contribuindo para caracterização do seu diferencial competitivo. Dessa forma,
observa-se que o plano de negócio permite prever os custos iniciais de manutenção
da organização, proporcionando maior clareza na definição das metas financeiras
em curto prazo.
O objetivo geral é analisar a aplicabilidade do plano de negócio como
ferramenta de gestão e como fator de sobrevivência nas empresas do ramo de
comércio do vestuário e acessórios (confecção), no município de Maracanaú –
Ceará.
Este trabalho abrange alguns fins específicos, os quais fazem presentes
com o intuito de mostrar utilização do Plano e a sua gestão dentro da organização.
Com isto, o trabalho de conclusão de curso (TCC) conterá as definições do PN bem
como sua funcionalidade. Os objetivos específicos tratam de: verificar o impacto da
aplicabilidade do plano de negócio como um fator de sobrevivência, analisar em
estudo de campo os principais fatores que levaram a baixa da empresa.
As teorias de Dornelas (2001), Adam Smith (1937), Joseph Shumpeter
(1949), Peter Druker (1989), Robert (2009), Chiavenato (2008), Maximiano (2006),
Auren (1989), Muller (2010) foram aplicadas no decorrer desta pesquisa para um
melhor entendimento do tema empreendedorismo e plano de negócio, com seus
14
principais pensamentos e críticas. Este trabalho está composto pelas seguintes
seções: introdução; fundamentação teórica: empreendedorismo e plano de negócio;
micro e pequenas empresas; metodologia; análise do estudo e considerações finais
e referências.
A primeira seção é a Introdução apresentada. Logo a seguir na segunda
seção está o referencial teórico. Nele são abordadas as teorias utilizadas para definir
o tema principal que será empreendedorismo e plano de negócio, estará todo o
aprofundamento do assunto e o entendimento sobre ele.
Segue-se com a apresentação da metodologia, delimitando-se os
objetivos específicos e as hipóteses, juntamente com os métodos e técnicas
utilizados na construção deste estudo. Por conseguinte, o estudo bibliográfico e a
pesquisa de campo, que apresenta o levantamento de dados, aplicação de
questionário e a análise.
Em seguida, as considerações finais, em que são apresentados os
resultados da pesquisa e suas considerações diante do questionamento inicial. Por
fim, nas referências, são apresentados os teóricos que compuseram este estudo,
seja em livros, artigos ou sites da Internet.
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico deste trabalho tem como tema principal o
empreendedorismo e plano de negócio, abordando este instrumento como uma
ferramenta de planejamento utilizada para diminuição de riscos de mortalidade
empresarial.
Além do conteúdo principal, este referencial apresenta a introdução de
conceitos sobre as micro e pequenas empresas (MPEs), classificando-as quanto ao
seu porte e faturamento, assim como seus índices de natalidade e mortalidade no
cenário econômico na cidade de Maracanaú, contemplando, também, o destaque
socioeconômico do município na atualidade.
O conteúdo conta com a visão dos principais autores especialistas no
tema, assim como os órgãos competentes no assunto, como o SEBRAE e a Junta
Comercial do Estado do Ceará (JUCEC). Todos os conceitos objetivam proporcionar
um melhor entendimento sobre a importância da ferramenta de planejamento para
novos empreendimentos como fator de sobrevivência.
2.1 Empreendedorismo
Pode-se definir empreendedorismo como uma palavra com diversos
conceitos, variando de acordo com as perspectivas dos autores e do ambiente.
Alguns teóricos definem-no com certa dificuldade, pois este termo advém de
concepções iniciais ultrapassadas em relação à economia contemporânea que
trouxe uma melhor visão do que seja empreendedor.
De acordo com o autor Merlim e Bandeira (2001), ver o
empreendedor como um tipo intrepreneuri e entrapreneur, que em tradução livre
significa atravessador, entre a fonte fornecedora e o mercado consumidor facilitando
todo o processo de troca e assumindo riscos. Seriam o empreendedor público e o
social, aquele que inova no setor público/político e o empreendedor convencional
vindo do povo, esta concepção trouxe um novo entendimento da diversidade do
empreendedorismo.
O surgimento do primeiro exemplo de empreendedorismo se deu na
época da transição do feudalismo para o capitalismo, com a expansão paralela do
16
comércio de longa distância que vinha crescendo, isto ocorreu em meados do século
XII ao XIV na Europa.
Dornelas (2001) também aborda conceitos relevantes e críticas
consideráveis, no qual cita o economista e importante escritor Richard Cantilon do
século XVII, que conseguiu diferenciar e identificar o empreendedor, “[...]
considerado como aquele que conseguia capital ou a pessoa que assumia riscos do
capitalismo [...]” (CANTILON, 1725, p. 54 apud DORNELAS, 2001, p. 68). Após
muito tempo, próximo ao ano de 1800, foi utilizado o termo empreendedor em um
livro onde fala sobre o tratado de economia política, escrito pelo francês economista
Jean Baptist Say.
Dentre os autores que também contribuíram no estudo desta área, os que
mais possuem respaldo em suas constatações e considerados os mais relevantes
até os dias de hoje, são: Adam Smith e Josep Shumpeter. No entanto, esses
autores utilizam como base de conhecimento de suas teorias conceitos de
empreendedor do economista estudioso Tonelli (1937, p. 9 apud DORNELAS, 2001,
p. 71). Ele afirma que “[...] como um proprietário capitalista, como um fornecedor de
capital e, ao mesmo tempo, um administrador que se interpõe, entre o trabalhador e
o consumidor”.
No século XIX, o economista Josep Shumpeter fez sua definição do
homem empreendedor, em acordo com ele, o indivíduo é capaz de levantar recursos
econômicos de um local de pouco retorno para outro, aonde venha gerar uma maior
produtividade e retorno.
Para Dornelas (2001), o empreendedor só ganhou respeito a partir de
1990, pois antes disto, o ambiente econômico não dispunha de estrutura para dar
um suporte para as pessoas que estavam dispostas a investir em algum negócio.
Nos dias atuais, de acordo com pesquisas realizadas pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2005), ambas concordam com a nova definição de
empreendedorismo, no qual é visto como um processo de renovação pessoal e
organizacional, que mediante sua forma de trabalho vem trazendo inúmeros
benefícios sociais e econômicos para a sociedade.
Os Estados Unidos da América (EUA) são considerados o país que mais
incentiva o empreendedorismo, tendo ele como uma cultura empresarial, pois esse
17
tipo de investidor das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) é muito
valorizado.
Isso é visto como ponto positivo na economia e por conta desta
valorização outros fatores trazem benefícios para economia tais como: flexibilidade
da legislação trabalhista, burocracia moderado e facilidade de financiamento para
novas empresas.
Além de promover um crescimento pessoal e econômico, o
empreendedorismo no geral traz inúmeros benefícios para a sociedade, contribuindo
na geração de riquezas dentro do país e melhorando as condições de vida das
pessoas, que são diretamente impactadas por essas empresas, tornando-se um
fator importantíssimo na geração de renda e emprego.
Fica evidente que a geração de renda aumenta o fluxo da economia,
possibilitando a criação de mais negócios. Portanto, na inicialização de uma nova
empresa torna-se necessária a figura de um empreendedor, no qual será o
responsável pela gestão e expansão da oportunidade encontrada.
2.1.1 Processo empreendedor
O processo empreendedor envolve várias ações e funções com a
perspectiva de uma oportunidade na qual viabilizará a abertura de um novo negócio.
Para ser um empreendedor, tem-se a intenção de obter sucesso em sua empreitada.
Então, para isso, faz-se necessário possuir algumas habilidades que
levam ao sucesso do negócio como: saber tomar decisões, possuir conhecimento,
ter um bom networking (rede de relacionamento), que em tradução livre significa
rede de negócios, ser otimista e apaixonado pelo o que faz ser dedicado, saber
explorar ao máximo as oportunidades, ser líder e formador de equipes, assumirem
riscos calculados e criar valor para sociedade.
Essas características definem os verdadeiros empreendedores, que
sabem, planejam e com seu conhecimento realizam o processo empreendedor,
cujas etapas serão realizadas a identificação e avaliação de novas oportunidades, o
desenvolvimento do plano de negócio, a captação de recursos e o gerenciamento de
novo negócio:
18
a) Identificar e avaliar uma nova oportunidade: identificação da
abrangência de alguma nova oportunidade visando aos reais valores percebidos,
avaliando os riscos, oportunidades e retornos.
b) Desenvolvimento do plano de negócio: será realizado o processo de
planejamento da empresa no qual irá passar por várias etapas como o Sumário
Executivo, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano
Financeiro, Construção do Cenário, Avaliação Estratégica, Avaliação do plano de
negócio e Roteiro para Coleta de Consolidado.
c) Captação de Recursos necessários: são eles os capitais de risco,
recursos pessoais, recursos de parentes e amigos, bancos, incubadoras e governo.
d) Gerenciamento do novo negócio: é formado um estilo de gestão onde
será identificado fatores críticos de sucesso, implantação de um sistema de controle,
profissionalizar a gestão e entrar em novos mercados (DORNELAS, 2001).
Para se ter um melhor entendimento de quem é o empreendedor, pode
ser resumido em duas palavras: criatividade e inovação.
O empreendedor possui habilidade know-how, em tradução livre quer
dizer grau de conhecimento, em que maximiza a identificação de novas
oportunidades. Após a identificação da oportunidade é necessário avaliar sua
viabilidade, verificando alguns requisitos, tais como: tempo, análise e avaliação,
requisitos de implantação, retorno econômico, levantamento de recompensa x risco
e perspectiva de retorno. Sobre o tema, Sentanin e Barboza (2005, p. 3) dizem que:
Os empreendedores são considerados pessoas diferenciadas, por serem apaixonadas, com motivação singular que não se satisfazem em ser apenas mais um na multidão, têm uma concepção única de inovação, pleiteando sempre a admiração e referência do seu negócio, querendo deixar sempre um legado.
Com um número crescente de empreendedores em todo o país, de
acordo com dados do IBGE (2010), pode-se ver e acompanhar uma nova revolução
do século XXI, e essa nova categoria de empresários será predominante na
economia daqui a alguns anos, revolucionando o mundo.
Para entender melhor o empreendedor, é necessário entender seu
comportamento e o Processo de empreendedor que deve ser entendido e estudado.
Nos dias de hoje, pode-se chamar de era do empreendedorismo, em que
há uma quebra de barreiras culturais, fazendo com que a economia force esses
19
novos empresários a adotarem novos paradigmas, globalizando e renovando os
conceitos, possibilitando a criação de novas relações de trabalho e emprego.
A inovação acelerada da Internet mostra que para um negócio ter
chances de sucesso é necessário ter ideias inovadoras, um bom planejamento,
know-how e o principal que movimenta o negócio: uma equipe motivada e
competente. Eles tornam-se ingredientes poderosos, e quando há sua junção no
momento adequado, somando com o capital do negócio, é considerado um
combustível imbatível.
Com esses ingredientes, podem-se gerar negócios grandiosos, há alguns
anos isto era quase inconcebível, no entanto o cenário econômico está evoluindo
rapidamente e adequando-se a essas pessoas. Por este motivo, o governo vem
investindo na capacitação dos candidatos a empreendedor.
Essa nova concepção do empreendedor remete imediatamente à
inovação, que é a semente do processo empreendedor. Para compreender este
processo, que é muito peculiar, de acordo com a FIGURA 1, são exemplificados os
principais fatores que irão influenciar diretamente no processo empreendedor.
FIGURA 1 Fatores que influenciam no processo empreendedor
Fonte: Adaptado de Moore (1986).
Segundo o pensamento de Dertouzos (1979 apud DORNELAS, 2001, p.
42), “o processo empreendedor é composto por algumas fases, tais como: identificar
20
a oportunidade e avaliá-la, desenvolver o plano de negócio, captar e determinar os
recurso que serão necessários e fazer o gerenciamento da nova empresa”. Não
necessariamente seja seguida esta ordem à risca, estas fases podem pular a
sequência ou a ordem, mas que contanto seja alcançado o objetivo e concluídos.
Com esse contexto, a nova concepção do empreendedor exige um
processo dinâmico de aprendizagem contínua. De acordo com Filion (1994), esse
processo de aprendizagem poderá ser determinado a partir da visão que a pessoa
tem de si, do que quer que seu novo negócio seja e do que pretende ser o negócio.
Na seção a seguir, serão apresentados o conceito e as etapas para a
realização de um plano de negócio, que são de suma importância para o processo
empreendedor.
2.1.2 Novos empreendimentos
De acordo com Michael (2009), pode-se definir a descrição de
empreendimento como sendo um dos itens mais detalhados dentro do plano de
negócio, pois é nele que será iniciada com a declaração da missão do novo negócio.
Isso torna possível para o investidor verificar a dimensão e o escopo do negócio.
De acordo com Fagundes (2009), a estratégia empreendedora é
considerada um conjunto de ações, decisões, reações que inicialmente geram um
resultado inicial, e, ao longo do tempo, pode transformar-se em uma nova entrada
no mercado de modo que venha aumentar as vantagens da novidade e minimizar
seus custos.
Ao iniciar um novo segmento ou um novo negócio, é necessário que a
empresa possua uma estratégia sustentável, na qual possa manter seus custos nos
primeiros meses de vida tornando-a competitiva.
Com essa vantagem, a empresa terá que conhecer a origem dessa
oportunidade que, por meio dela, será permitida a realização de uma análise na qual
permitirá aos empreendedores gerarem novas entradas, proporcionando uma
espécie de base para obter um desempenho bem elevado por um período mais
prolongado.
Para que essas entradas sejam aproveitadas de forma assertiva, é
necessária a utilização de um fator básico da empresa: seus recursos, que de
21
acordo com Robert (2010), são os componentes primários para o desempenho e
funcionamento da empresa.
Eles podem ter inúmeras combinações que proporcionam uma maior
capacidade para alcançar um desempenho além do esperado. Para melhor entender
o impacto desses recursos, pode ser citado, como exemplo, uma equipe de trabalho
bem qualificada e experiente é um recurso no qual impacta diretamente no
desempenho da empresa, e quando esse recurso é ampliado fazendo-se
combinações certas como a otimização de comunicação e capacidade de inovação,
os resultados são surpreendentes.
Além dos recursos, existem outros fatores que se tornam muito
importantes para o sucesso de um novo negócio:
O trabalho propõe que um excelente plano de negócio seja um dos focos de uma série de questões relativas a quatro fatores críticos para o sucesso de todos os novos empreendimentos. Esses fatores são as pessoas, a oportunidade, o contexto e as possibilidades de risco e recompensa (SAHLMAN; WILLIAM, 1997, p. 89).
Para que um pacote de recursos seja considerado base para a obtenção
de um melhor desempenho da empresa, torna-se necessário que sua vantagem
competitiva esteja evidente perante a concorrência durante um período mais
prolongado. Neste pensamento, o autor Robert (2010) concluiu que estes recursos
devem ser considerados inimitáveis, valiosos e raros.
Eles podem ser especificados como: Inimitáveis e valiosos, inimitáveis
quando não é possível ser copiado, em que a combinação dos recursos utilizados
seria onerosa e difícil de ser copiada; Valioso, quando a empresa busca neutralizar
as ameaças e oferecer serviço/produto valorizado para seus clientes, permitindo que
isto seja reconhecido e raro quando nenhum possível concorrente possa vir a
possuí-lo.
Para criar um pacote com essas características aonde venha possibilitar a
combinação de recursos, no qual representa um recurso empreendedor, é
considerada a base deste recurso o conhecimento, pois ele já se torna valioso por si
só.
Esse conhecimento é formado ao longo do tempo, por meio de
experiências que residem na cabeça do empreendedor e de todos que atuam na
22
empresa, como gerentes e funcionários. Em certo ponto, ele é considerado único em
cada pessoa e consequentemente raro.
Portanto, ele é muito importante para a obtenção de pacotes de recursos,
nos quais permitem a criação de novos empreendimentos como uma perspectiva de
longo prazo e prosperidade.
Para ter um maior sucesso em um novo empreendimento, é necessário
um planejamento apropriado. De acordo com Uris (1989), é uma atividade especial a
qual será preparada, organizada e programada ou realizada em um espaço curto de
tempo como ocasiões periódicas, determinadas pelo calendário.
Nos novos empreendimentos, podem encontrar inúmeros conceitos de
empreendedorismo, alguns aspectos que são da natureza do empreendedor, tais
como: a utilização de recursos disponíveis utilizados de forma criativa transformando
o ambiente econômico e social onde vive a paixão pelo que faz e a iniciativa ao
iniciar um novo negócio, aceitando a ideia de correr riscos e a possibilidade de
fracassar.
Essas características significam um grande passo para tornar-se um
empreendedor, aliando a aplicabilidade de sua ideia com a oportunidade em seu
novo empreendimento, e se realizado um planejamento adequado, em especial, o
plano de negócio sua perspectiva será além do esperado.
2.2 Plano de negócio
O plano de negócio pode ser definido como um documento que descreve
todos os elementos internos e externos e as estratégias que serão relevantes para
iniciar um novo empreendimento, no qual estão por escrito os objetivos de um
negócio, mostrando os passos a serem seguidos para que esses objetivos possam
ser alcançados, minimizando os erros no papel, para que não venha cometê-los na
prática.
De acordo com Guadarrama (2002), afirma que o plano de negócio é a
ferramenta fundamental de um empreendedor, em que aborda a tomada de decisão
de curto e longo prazo para os três primeiros anos de funcionamento de um
empreendimento.
De acordo com a sua análise, o plano de negócio é visto como um mapa
da estrada, onde nele é traçado um caminho de percurso para chegar a um
23
determinado lugar ou destino, prevendo alguns obstáculos no percurso e vendo o
melhor lado a seguir, e como empreendedor deve tomar decisões importantes e
reunir o máximo de informações para preparar um plano.
De acordo com suas experiências, Guadarrama cita várias formas de
dirigir esse planejamento, além de suas dicas, ela também propõe a consulta de
outros profissionais de outras áreas para que seja feito um planejamento de acordo
com a realidade e as leis locais de onde deseja abrir seu negócio.
De acordo com o SEBRAE (2010), o plano de negócio é considerado um
instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado, do produto e de atividades
do empreendedor, o que proporciona segurança para os empreendedores iniciarem
um negócio, como maior suporte e maiores condições de êxito ou mesmo ampliar ou
promover inovações para seu novo empreendimento.
Essa ferramenta de planejamento ainda é pouco usada no Brasil, mas
com a ajuda do SEBRAE ela vem se difundindo a cada dia com o suporte de sua
consultoria, auxiliando na sua utilização. Isso
possibilita uma melhor visão inicial do mercado, do ambiente socioeconômico, das
leis trabalhistas e tributárias, fatores nos quais são por muitas vezes desconhecidos
pelos empreendedores.
Para se ter uma ideia da atuação do SEBRAE no cenário econômico
cearense, foi feito um levantamento de quantas MPEs foram atendidas nos últimos
três anos. No ano de 2010, iniciou-se um novo projeto patrocinado pelo governo
federal, chamado Agente de Orientação Empresarial (AOE), cujo trabalho é visitar os
micro e pequenos empreendedores, orientando e diagnosticando a empresa,
indicando cursos gratuitos do SEBRAE para capacitar o empreendedor e seus
funcionários.
Para entender e mensurar os índices, foi feito um levantamento junto a
JUCEC e SEBRAE dos últimos três anos. No SEBRAE, foi constato que em 2010
foram visitadas vinte mil MPEs, na região metropolitana de Fortaleza – Ceará. No
ano de 2011, foram visitadas dez mil e quinhentas empresas, por fim no ano de
2012 foram visitadas quatorze mil e quinhentas empresas. Logo nessa amostra já
se verifica claramente que há um acompanhamento empresarial crescente das
MPEs. Dentre estas empresas acompanhadas, 16% delas no ano de 2012
conseguiram utilizar o plano de negócio para suas empresas, deste percentual 90%
24
das empresas fizeram o plano de negócio mediante a consultoria especializada do
SEBRAE (2013).
Para mensurar o desuso desta ferramenta, também se verificou o
percentual de baixa das empresas pela falta do plano de negócio, onde se mostrou
bem considerável um percentual de 32% das empresas visitadas que não aceitaram
a utilização desta ferramenta. Logo se constatou a importância deste documento
para empresa e seu fundamental papel dentro da organização.
O plano de negócio é um documento em que cada negócio é único, pois
cada negócio conta com o seu próprio conjunto de condições e situações. De acordo
com Muller (2010), a real utilidade de um plano de negócio para empreendedor é
orientar desde o início de uma simples tomada de decisão, até um futuro
financiamento bancário, visando à ampliação ou implantação do negócio.
Ao escrever um plano de negócios você estará tendo uma oportunidade única para pensar, cuidadosamente, em todos os detalhes do negócio antes de gastar seu dinheiro em ideias incompletas, intuições ou pressentimentos. Uma vez concluído, há uma série de aplicações em potencial para seu plano de negócio s. Primeiramente, é um poderoso documento na busca de financiamento. Um Plano de negócios é um pré-requisito para se falar com um capitalista e/ou outros investidores. Ele é também um documento que pode impressionar seu banco no momento em que solicitar um empréstimo. Como regra geral, quanto mais dinheiro você desejar solicitar aos investidores, mais detalhado deverá ser seu plano de negócios (MULER, 2010, p. 59).
Para iniciar um plano de negócio, é necessário fazer uma avaliação
objetiva de suas próprias habilidades, como a classificação e avaliação, como por
exemplo, na criação ou venda de algum produto/serviço.
A leitura desse plano pode ser feita por qualquer pessoa, desde um
simples funcionário até um gerente de um banco, independente de quem leia o
documento o entendimento terá que ser o mesmo não afetando diretamente o foco
do planejamento.
O plano de negócio é dividido em várias etapas, tais como: Sumário
Executivo, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano
Financeiro, Construção do Cenário, Avaliação Estratégica, Avaliação do plano de
negócio e Roteiro para Coleta de Consolidado.
a) Sumário Executivo: ele pode ser considerado um breve resumo de
plano de negócio. Não se pode considerar uma introdução ao planejamento, mas de
um sumário contendo os principais pontos do projeto, tais como: Resumo dos
25
principais pontos do plano de negócio, dados dos empreendedores (experiências
profissionais e atribuições), Missão da empresa, Setores de atividade, Forma
Jurídica, Enquadramento tributário, Capital social e Fonte de Recursos.
b) Análise de Mercado: esta é uma das etapas mais importantes da
elaboração do Plano. Afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não
compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam.
Podem-se identificar essas soluções se conhecê-los melhor. Para isso é necessário
identificar algumas características tais como (SEBRAE, 2010):
I. Identificar as características gerais do cliente.
II. Identificar os interesses e comportamentos dos clientes.
III. Identificar o que leva essas pessoas a comprar.
IV. Identificando onde estão os seus clientes.
c) Plano de Marketing: nesta etapa deve ser descrito os principais itens
que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados. Informe quais
as linhas de produtos, especificando detalhes como tamanho, modelo, cor
apresentação, embalagem ou no caso de serviço o que especificamente será
oferecido ao cliente, qual a vantagem e a garantia de utilizar os serviços prestados
dentre outros. Se necessário, fotografar os produtos e colocar fotos como
documentação de apoio ao final do plano de negócio.
d) Plano Operacional: por meio do layout ou arranjo físico, poderá definir
como será a distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos
(mercadorias, produtos acabados, estantes, gôndolas, vitrines) e das pessoas no
espaço disponível. Um bom arranjo físico traz uma série de benéficos tais como:
aumento na produtividade, diminuição de desperdício, melhoria na comunicação
entre outras. O ideal para uma mudança estrutural é contratar um profissional na
área qualificado que irá ajudar com mais precisão e inteligência os locais e
organização dos móveis.
e) Plano Financeiro: nessa etapa, será necessário determinar o total de
recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. Alguns elementos
como despesas fixas, custos variáveis, investimento em maquinário, investimentos
em pessoas, investimentos em matéria-prima; investimentos totais são formados
pelos recursos financeiros disponíveis, pessoais e ou de terceiros para montar a
empresa.
26
f) Construção de Cenário: após a finalização do plano, a simulação de
valores e situação diversa para a empresa. Preparar o cenário onde o negócio
obtenha resultados pessimistas ou otimistas. A partir daí, será traçado ações para
preveni-las frente às adversidades ou então para potencializar situações favoráveis.
Para não ter situações surpresas, é necessário simular quantas vezes for preciso e
sempre ter alternativas.
g) Avaliação do plano de negócio: avaliar cada uma das informações e
lembrar que o plano de negócio tem por objetivo ajudá-lo a responder uma pergunta
lançada no início do manual: “Vale apena abrir, manter ou ampliar o meu negócio?”.
O mundo e o mercado estão sujeitos a mudanças; a cada dia surgem nova
oportunidades e ameaças.
Assim sendo, é necessário adaptar-se a seu planejamento às novas
realidades. É por esse motivo que o plano de negócio é “feito a lápis”, para que
possa ser corrigido, alterado e ajustado (SEBRAE, 2010).
Mediante as explicações minuciosas de cada etapa do plano de negócio,
faz-se necessário entender quem são as MPEs e como elas funcionam, para
verificar sua aplicabilidade dentro da empresa como ferramenta de gestão e
planejamento.
27
3 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
A princípio as empresas são diferenciadas por seu porte, se ela é micro,
pequena, média ou grande, pode-se afirmar que de acordo com as leis tributárias do
Brasil essa diferenciação é diretamente relacionada ao seu faturamento ou sua
receita anual bruta.
De acordo com o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte, instituído pela Lei Complementar no 123/2006, consideram-se
Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte a sociedade empresária a
sociedade simples, e o empresário a que se refere o artigo 966 do Código Civil,
devidamente registrados no Registro das Empresas Mercantis ou no Registro Civil
de Pessoas Jurídicas, conforme o caso desde que:
a) No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano calendário, receita bruta igual ou inferior a
R$240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais).
b) No caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa
jurídica ou a ela equiparada, aufira, em cada ano calendário, receita bruta superior a
R$240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) ou inferior a R$2.400.000,00 (dois
milhões e quatrocentos mil reais).
3.1 Quem são as micro e pequenas empresas?
Elas já chegam a uma porcentagem de 99,2% das empresas brasileiras,
ou seja, chegam a empregar cerca de 60% de todas as pessoas economicamente
ativas em todo país, no entanto representam apenas 20% do Produto Interno Bruto
(PIB) brasileiro.
De acordo com a Figura 2, é possível verificar de forma mais clara o
percentual das MPEs em relação às demais, de acordo com seu faturamento anual.
28
FIGURA 2 Com base na classificação das empresas e seu faturamento anual em reais de acordo seu respectivo porte
Fonte: Hernades (2011).
Para diferenciação das Micro e Pequenas empresas das demais, existem
limitações básicas para elas, atualmente existem pelo menos três formas de defini-
las, tais como:
a) A primeira e a mais comum delas é a que se pode encontrar na Lei
Geral das MPEs, citada acima no conceito inicial das microempresas.
b) A segunda definição vem do SEBRAE, em que limita as MPEs, aquelas
que empregam até nove pessoas no caso das prestadoras de serviços e do
comércio, ou até 19, no caso das empresas do setor de construção ou indústria.
Estas empresas são avaliadas de outra forma pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), no caso de concessão de crédito,
onde seus critérios são um pouco diferenciados, tais como a empresa para
conseguir entrar em seu perfil de microempresa, deverá ter uma receita bruta anual
de até R$ 1.200.000,00.
c) O terceiro parâmetro de definição são os critérios estabelecidos pelo
BNDS, foram criados em cima das leis do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL),
estas leis não implicam em nenhuma adequação de suas estatísticas, como na
definição legal das MPEs, é necessário manter fixo o perfil dessas empresas para
não fugir de sua essência, que é de suma importância para estrutura capitalista
atualmente. Que generalizando pode ser chamado de Empreendedor.
29
A seguir no Quadro 1 abaixo apresenta de forma mais clara como é feita
a tabulação do porte das empresas:
QUADRO 1 Classificação das empresas referente ao seu porte
Fonte: Simples Nacional das leis sobre as MPEs (2006).
No Brasil, atualmente existem aproximadamente cerca de quatro milhões
de micro e pequenas empresas, de acordo com a pesquisa anual do IBGE (2011),
constatou-se que 51,6% das empresas empreendedoras são pequenas, enquanto
39% são médias e 9,3% são grandes.
Por isso que de acordo com o SEBRAE (2011), as micro e pequenas
empresas são classificadas hoje como “empresas de alto crescimento”. Portanto,
seu crescimento está diretamente ligado à geração de empregos, pois foram
responsáveis pela geração de 2,9 milhões de novas ocupações entre os anos de
2005 a 2008, obtendo uma representatividade de 57,4% do total das ocupações no
período verificado.
Estas empresas são desde empresas familiares, como pequenos
escritórios em casa, franquias, passando por associações, administração
profissional até coorporativas, em que todas elas representam a grande fatia da
classe empresarial do país.
30
3.2 Mortalidade e natalidade da MPEs
O maior problema das MPEs no Brasil é estimativa curta de vida, no
entanto esse cenário vem mudando a cada dia. Isto se dá principalmente no estágio
inicial do negócio, que são os primeiros dois anos de vida. Mas esse índice ainda é
considerado bem significativo, pois o empreendedor deve se atentar os principais
fatores que levam as empresas à falência.
De acordo com Drucker (2003), ele observa que o sucesso pode por
muitas vezes não ser permanente. Pelo simples fato que as empresas são criações
humanas, sujeitas a erros desprovidos de permanências reais, pois se presume que
elas iriam ter um tempo de vida maior que seus fundadores.
O mesmo autor finaliza seu pensamento dizendo que é uma tarefa básica
do espírito empreendedor perpetuar sua empresa, esta capacidade do administrador
conseguir essa permanência de sua empresa é a resposta direta de seu trabalho.
Mas, há controversas dos riscos e mortalidade das empresas, de acordo
com Chiavenato (2008, p. 15), “os novos empreendimentos, a mortalidade tem um
índice elevado pelo fato de serem prematuras, pois não faltam perigos e seus altos
riscos”. Mediante estas afirmações o autor ainda cita algumas das principais e
possíveis causas de mortalidade das empresas, apresentadas na tabela a abaixo:
QUADRO 2 As principais causas de falhas em novos empreendimentos
Fonte: Chiavenato (2008, p. 15).
31
Outro autor que também segue essa linha de pensamento é Maximiano
(2006), destacando as principais razões nas quais propiciam as MPEs à mortalidade
em seu período inicial de vida, são elas: a falta de financiamento, as elevadas
cargas tributárias, melhoria de políticas públicas que venham a viabilizar a
consolidação das mesmas e como não poderia deixar de faltar no Brasil, a
democracia e a demora na legalização da empresa.
O relatório de pesquisa do SEBRAE, realizado no ano de 2011, apresenta
a taxa de sobrevivência das empresas, com um alto número de abertura e baixa das
micro e pequenas empresas, por esse fator torna-se até difícil mensurar com
precisão, porém com os dados disponibilizados têm-se uma base de pesquisa.
A sobrevivência desses empreendimentos é condição indispensável para o desenvolvimento econômico do País. E todos os estudos no Brasil e no mundo mostram que os dois primeiros anos de atividade de uma nova empresa são os mais difíceis, o que torna esse período o mais importante em termos de monitoramento da sobrevivência (SEBRAE, 2011, p. 28).
Apesar de muitas empresas fecharem fisicamente, tem-se uma burocracia
que demanda certo tempo para que seja regularizada alguma pendência fiscal nos
órgãos responsáveis. Na maioria dos casos, os proprietários ainda têm a esperança
de ainda reabrirem seu negócio, um pouco mais adiante. Para o encerramento da
empresa, a burocracia se equipara com a da abertura, e em alguns casos é
acompanhada de uma reabertura de outra empresa, que pode vim a utilizar a
mesma estrutura com relação a que está sendo baixa.
Para a realização da pesquisa, o SEBRAE utiliza dois tipos de pesquisa, a
primeiro é a in loco, onde é realizada no campo, verificando se as empresas que
estão registradas ainda permanecem ainda em atividade. A segunda é o
processamento e análise dos dados oficiais do banco interno, mensurando a
situação das empresas em dois momentos distintos de tempo (SEBRAE, 2011).
A primeira pesquisa realizada pelo IBGE sobre esse tema foi no ano de
2002 a 2004, com a metodologia de estatística e análise dos dados do Cadastro
Central de Empresas, por conseguinte, esse trabalho passou a ser publicado nos
anos de 2005, 2006 e 2008.
O IBGE realiza seus estudos de acordo com as informações fornecidas
pelo Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), esse estudo baseava-se na fórmula
onde o “x” é o ano no qual a empresa foi criada, e cujo “y” é o ano no qual o
32
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) foi registrado, e o ano referência que
será utilizado será “x + y”.
De acordo com o último estudo que foi publicado pelo (IBGE, 2010),
percebe-se que no ano de 2007 as empresas que nasceram nesse período foram
analisadas no ano seguinte e constatou-se que em 2008 a taxa de sobrevivência
encontrava-se em 76%.
Outra pesquisa realizada pelo SEBRAE apontou a taxa de sobrevivência
de empresas de aproximadamente dois anos de existência, as quais foram
constituídas no ano 2006, porém suas amostras foram referentes aos anos de 2006,
2007, 2008 e 2009.
GRÁFICO 1 Taxa de sobrevivência de empresas de dois anos, para empresas constituídas em 2006, por região no país
Fonte: SEBRAE (2010). Nota: As empresas constituídas em 2006 foram verificadas em 2006, 2007, 2008 e 2009.
De acordo com o Gráfico1, o índice de sobrevivência das empresas em
seu período inicial ainda é bem positivo no geral, onde a região nordeste está com o
a sobrevivência bem equivalente à região sul. O que se pressupõe que apesar da
região ter uma cultura e tributações diferenciadas que, geralmente, estão à frente da
região nordeste, o gráfico mostra o percentual bem próximo.
Já a região sudeste é a que possui o percentual mais elevado, devido a
sua maior concentração de empresas em relação às outras regiões do país.
33
GRÁFICO 2 Taxa de mortalidade de empresa de dois anos, para empresas constituídas em 2006, por região no país
Fonte: Fonte: SEBRAE (2010). Nota: As empresas constituídas em 2006 foram verificadas em 2006, 2007, 2008 e 2009.
TABELA 1 Taxa de sobrevivência de empresas de dois anos, para empresas constituídas em 2006, por região no país
Fonte: Fonte: SEBRAE (2010). Nota: As empresas constituídas em 2006 foram verificadas em 2006, 2007, 2008 e 2009.
Na tabela acima, observa-se que a taxa de sobrevivência está bem
positiva, para os diversos setores da economia. No entanto, o setor industrial se
sobressaiu aos demais, pelo fato de o governo está diminuindo as tarifas tributárias
para manter a taxa de desemprego baixa, devido à crise que se espalhou na
economia mundial, com isso as indústrias tiveram certo privilégio.
Como foi visto, verificou-se que boa parte das empresas que dão baixas
em seus atos constitutivos é devido a alto valor tributário, isto se dá pelo tamanho da
burocracia que o governo impõe a essas empresas. Com a essa Lei Geral para
MPEs está vindo para minimizar a burocracia ou até desburocratizar boa parte de
todo processo.
Com isso, o governo brasileiro vem incentivando cada dia mais essa
categoria de empresa, em que já se apresentam algumas mudanças às quais
34
beneficiam os empreendedores, facilitando sua permanência no mercado com maior
facilidade de obter linhas de créditos e até ajudando a essas empresas a
participarem de licitações, que até então só podiam participar as médias e grandes
empresas que, geralmente, estão consolidadas no mercado.
3.3 Empreendedorismo e MPEs
O empreendedorismo tem-se difundido cada dia mais nos últimos tempos
desde a década de 1990, não há uma só conceituação de classificação das
empresas de pequeno porte das microempresas no mundo, pois cada local têm sua
política e formas peculiares para exercer suas atividades.
Há alguns anos as MPEs estão em uma posição de destaque no que diz
respeito à geração de renda e emprego. Atualmente, pode-se contar com ações
desenvolvidas pelo governo, incentivando o modelo mais profissional do
empreendedor e, de alguma forma, terá suporte para ser formalizado e iniciado no
mercado.
Mesmo com os incentivos fiscais e tributários para as grandes empresas,
presume-se que haverá um crescimento no número de pessoas empregadas. Essa
empregabilidade tem um percentual bem considerável, cerca de 60% das pessoas
economicamente ativas em todo o país são oriundas das MPES, no entanto,
representa apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
De acordo com o IBGE, em 2005 eram cerca de 5 milhões de MPES em
todo o país, são aqueles pequenos empreendedores como: o cabeleireiro, o
advogado, o contador, o consultor de informática, a costureira, o padeiro, o dono do
mercadinho entre outros.
Essa fatia do mercado é de suma importância para o país, ela é
considerada a essência da economia brasileira, com o número considerável de
novas empresas. O governo vem a cada dia priorizando mais os incentivos à
sobrevivência dessa categoria de empresas, onde criou facilidades tributárias para
elas, o melhor exemplo o ser citado é o Super Simples (SEBRAE, 2010).
Esta medida prevê a redução de impostos e incentivam pequenas
empresas a se enquadrarem em suas regras e beneficiarem de menores tributações
e uma menor burocracia.
35
Os empreendedores com seu senso de liderança, de negociação, que
antecipa tendências, que sabem dividir tarefas e ideias, trabalham com vigor e
paixão. No senso comum, tem-se a ideia de que para ser um empreendedor é
necessário ter nascido com um “dom divino”, contudo boa parte dessas
características pode ser adquirida com treinamento e desenvolvimento pessoal.
Na realidade, nenhum micro e pequeno empresário nascem com
conhecimento formado, porém sua experiência profissional e sua experiência de
vida contam bastante, tornando de fundamental importância, para se tornar um bom
empreendedor.
3.4 Empresas na região do Maracanaú – Ceará
A partir da década de 1990, a cidade de Maracanaú, região metropolitana
de Fortaleza, consolidou-se como importante complexo industrial do estado de
Ceará. A chegada de novas indústrias é um fator crescente na região, devido ao
incentivo fiscal do Governo do Estado e da prefeitura que, a pouco mais de uma
década, foi emancipada por Maranguape como município, atraindo grandes fábricas
e facilitando a instalação em sua região.
Esse crescimento trouxe o desenvolvimento local, que de acordo com a
notícia publicada no portal do município de Maracanaú em 2012, cita a construção
de um novo empreendimento na cidade chamado de Business Palace Maracanaú,
composto por duas torres comerciais, totalizando 484 salas comerciais para a
localidade, movimentando a economia local e incentivando a instalação de
pequenas empresas na região.
Devido a esse crescimento da região, a cidade também vem sofrendo
mudanças em sua infraestrutura, isto se deve ao aumento na geração de novos
empregos que aqueceu a economia local, proporcionando um fluxo maior no
comércio. Economicamente a cidade de Maracanaú vem mostrando-se bem
participativa na economia do estado, pois seus rendimentos de acordo com o IBGE
(2008) vieram obter um maior destaque em relação aos demais municípios da região
metropolitana de Fortaleza.
Com o comércio mais aquecido à abertura de novas empresas é um fator
positivo para sua localidade, o número de abertura do Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica (CNPJ) é bem considerável, aproximadamente 172.523 empresas, de
36
acordo com dados estatísticos da Junta Comercial do Estado do Ceará (JUCEC), em
relação aos anos 90, que o número chegou a apenas 156.718 empresas período no
qual se iniciou a movimentação do comércio local, devido à redução de tarifas para
aumentar a importação de produtos têxteis e consequentemente a abertura de
novas fábricas em todo Ceará.
A partir de dados levantados pela Junta Comercial do Estado do Ceará
(JUCEC), verificou-se que também há a baixa de empresas com tempo de vida
curto. Observou-se que de acordo com esse período curto de vida e com o mercado
local em escala crescente na economia se pode verificar que nos anos 90 a baixa
das empresas era cerca de 30% das empresas abertas.
Atualmente, esse percentual baixou para 21,7%, no entanto ainda é
considerado um percentual alto, isto se dá pela falta de planejamento dos
empreendedores locais, os quais não dispõem de uma formação acadêmica ou
mesmo de uma orientação de profissionais sobre o seu investimento ou ideia
empreendedora.
37
4 EMPRESAS NA REGIÃO DO MARACANAÚ – CEARÁ
De origem da língua tupi, o nome da cidade “Maracanaú” significa “rio das
maracanãs” que representa a junção dos termos maraka'nã (maracanã) e 'y (rio). A
nomenclatura atual passou a ser adotado a partir do ano de 1890.
O Município de Maracanaú/CE integra a Região Metropolitana de
Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Ao Norte, faz limite com os municípios de
Fortaleza, Caucaia, à Oeste com Maranguape e à Leste com Pacatuba. Localiza-se
a 20Km da capital do Estado, a qual se liga por meio da CE-060, como pode ser
visto na figura 3.
FIGURA 3 Cidade de Maracanaú e seus limites
Fonte: Google mapas (2013).
A proximidade com a capital cearense propõe uma continuidade das
atividades urbanas em direção ao município, sendo a habitação uma delas. Possui
105,7 km2 de área e 201.690 habitantes, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) com densidade populacional de 1.890,40 habitantes por
quilômetro quadrado, considerado a segunda maior do Estado.
38
O desenvolvimento dos grandes conjuntos habitacionais populares fez
impulsionar a dinâmica social do município. No entanto, faz-se necessário destacar
que a construção de tais conjuntos habitacionais tinha como principal objetivo à
descompressão populacional da cidade de Fortaleza, e em uma escala menor,
atender a alguns municípios da região metropolitana.
De acordo com o Portal Maracanaú (2013, on line), a ocupação nas áreas
próximas às rodovias CE-060 e CE-065 trouxeram para cidade de Maracanaú uma
cadeia de comércio, principalmente atacadistas e serviços, como por exemplo,
profissionais liberais, agências bancárias, repartições públicas. Tais comércios e
serviços fizeram com que o município tivesse um destaque entre os demais,
principalmente, dentro do contexto regional.
A geografia do município de Maracanaú apresenta as seguintes
características, a saber:
- Clima: considerado tropicalmente quente semiárido, com períodos de
chuvas mais frequente entre os meses de janeiro a abril;
- Relevo e solo: tem como elevações mais significativas as serras da
Aratanha e Monguba e os serrotes do Pau Serrado e do Padre;
- Hidrografia e recursos hídricos: as principais fontes que atendem a
cidade são Rio Cocó e Rio Maranguape; riacho de Santo Antônio, Timbó,
Taboqueira e Urucutuba; e entre as lagoas podem ser citadas: Marancanaú,
Minguau, Jaçanau e Jupaba;
- Vegetação: A cidade de Maracanaú possui indícios da Mata Atlântica,
carnaubeiras e caatinga. Além disso, tem uma reserva ambiental que abrange
aproximadamente 11 hectares que recebeu o nome de Fazenda Raposa.
Umas das importantes fontes de renda do município é a agricultura,
possuindo plantações de algodão herbáceo sequeiro, bem como também de plantas
aromáticas e medicinais.
A partir da década de 1990, a cidade de Maracanaú, região metropolitana
de Fortaleza, consolidou-se como importante complexo industrial do estado de
Ceará, devido ao Distrito Industrial de Fortaleza possuindo diversas indústrias dentre
elas:
Preparação de britamento e outros trabalhos em pedras (não associados à extração); produtos de laticínio (exceto leite); artefatos têxteis de tecidos (exceto vestuário); artigos para cama e mesa e colchoaria; biscoitos e
39
bolachas; calçados de couro, plástico, tecidos, fibras, madeira ou borracha; fungicidas; herbicidas; defensivos agrícolas; massas alimentícias; material elétrico para veículos (exceto baterias) e medicamentos (PORTAL MARACANAÚ, 2013, on line).
A chegada de novas indústrias é um fator crescente na região, devido ao
incentivo fiscal do Governo do Estado e da prefeitura que, a pouco mais de uma
década, foi emancipada por Maranguape como município, atraindo grandes fábricas
e facilitando a instalação em sua região.
Esse crescimento trouxe o desenvolvimento local, que de acordo com a
notícia publicada no portal do município de Maracanaú em 2012, onde o mesmo cita
a construção de um novo empreendimento na cidade chamado de Business Palace
Maracanaú, composto por duas torres comerciais, totalizando 484 salas comerciais
para a localidade, movimentando a economia local e incentivando a instalação de
pequenas empresas na região.
Destaca-se também que:
O setor industrial no município é responsável pela geração de cerca de 28% do emprego local e o setor de comércio e serviços por 60%. É fato que as atividades terciárias se realizam localmente com reduzidas densidades de capital e, portanto, expressam comparativamente ao setor industrial, bem mais reduzidos níveis de produtividades a renda. Como provável crescimento de atividade terciárias modernas, como o município já vem expressando, a tendência é minorar as condições de subemprego desde que a indústria possa manter a sua sustentabilidade a médio e longo prazo (PORTAL MARACANAÚ, 2013, on line).
Devido a esse crescimento da região, a cidade também vem sofrendo
mudanças em sua infraestrutura, isto se deve ao aumento na geração de novos
empregos que aqueceu a economia local, proporcionando um fluxo maior no
comércio. Economicamente a cidade de Maracanaú vem mostrando-se bem
participativa na economia do estado, pois seus rendimentos de acordo com o IBGE
(2008) vieram obter um maior destaque em relação aos demais municípios da região
metropolitana de Fortaleza.
A arrecadação de impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
do Ceará desse município apresenta a segunda maior, ficando atrás apenas da
capital cearense.
Segundo o Portal Maracanaú (2013, on line)
40
Maracanaú conta com o maior Distrito Industrial em funcionamento no Ceará, com 112 unidades implantadas ou em implantação. A atividade industrial garante a arrecadação de impostos para o município e para o estado e confere ao município a vocação industrial.
De forma sucinta pode-se dizer que a linha de desenvolvimento da cidade
de Maracanaú continua sendo predominada e determinada pelo setor industrial,
mesmo com o desenvolvimento de outras atividades, como do setor comercial e de
serviços que vem se destacando com mais ênfase em médio e longo prazo.
Sua economia, nos últimos anos vem sendo bastante impulsionada pelo
maior centro de compras, ou seja, pelo primeiro shopping construído de toda Região
Metropolitana de Fortaleza, o North Shopping Maracanaú.
Com o comércio mais aquecido à abertura de novas empresas é um fator
positivo para sua localidade, o número de abertura do Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica (CNPJ) é bem considerável, aproximadamente 172.523 empresas, de
acordo com dados estatísticos da Junta Comercial do Estado do Ceará (JUCEC), em
relação aos anos 90, que o número chegou a apenas 156.718 empresas período no
qual se iniciou a movimentação do comércio local, devido à redução de tarifas para
aumentar a importação de produtos têxteis e consequentemente a abertura de
novas fábricas em todo o Ceará.
A partir de dados levantados pela Junta Comercial do Estado do Ceará
(JUCEC), verificou-se que também há a baixa de empresas com tempo de vida
curto. Observou-se que de acordo com esse período curto de vida e com o mercado
local em escala crescente na economia onde se pode verificar que nos anos 90 a
baixa das empresas era cerca de 30% das empresas abertas.
Atualmente, esse percentual baixou para 21,7%, no entanto ainda é
considerado um percentual alto, isto se dá pela falta de planejamento dos
empreendedores locais, os quais não dispõem de uma formação acadêmica ou
mesmo de uma orientação de profissionais sobre o seu investimento ou ideia
empreendedora.
41
5 METODOLOGIA
Nesta seção, apresenta-se a metodologia utilizada para obtenção de
responder à problemática, que tem como objetivo identificar o impacto do uso do
plano de negócio como ferramenta de gestão para sobrevivência das MPEs.
Com esse fim, desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica e um estudo de
campo, baseado nas teorias de alguns dos principais autores que abordam esse
assunto, objetivando responder à pergunta de partida e alcançando os objetivos do
estudo.
Dessa forma, oportunamente teve-se o desejo de realizar uma pesquisa
de cunho investigatório no município de Maracanaú (CE), no qual vem passando por
mudanças e um crescimento acelerado em sua economia. Nasceu a curiosidade de
saber se há algum planejamento dos micro e pequenos empreendedores locais,
para a abertura de seus pequenos negócios em sua região, e se existe a
preocupação de utilizar o plano de negócio para uma previsão mais precisa do
negócio.
O ato de pesquisar significa de uma forma mais simplificada, a procura
por resposta para as hipóteses ou indagações levantadas. De acordo com Manayo
(1993, p. 23), tendo uma visão mais filosófica, ele chega a considerar uma pesquisa
como:
Atividade básica das ciências em sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre tória e dados.
De acordo com Gil (1999), geralmente possui um chamado caráter
programado, em que se tem um objeto de fundamental importância da pesquisa,
que, por meio dele, faz-se necessário descobrir respostas para os problemas
expostos, de acordo com o emprego do procedimento científico.
42
5.1 Natureza
No que se refere à natureza da problemática, esta pesquisa possui uma
abordagem quantitativa, com apreciação de dados secundários, colhidos de artigos
recentes de publicações estatísticas, realizados por órgãos especializados no
assunto e a realização da pesquisa de campo. Estes dispõem de informações
fundamentais ao levantamento da pesquisa e sua segmentação, com identificação e
análise dos dados correspondentes ao universo e população da pesquisa.
De acordo com Silva e Menezes (2005), no qual define em poucas
palavras o significado do termo quantitativo:
Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.) (SILVA; MENEZES, 2005, p.14).
Richardson (2008) afirma que ela é caracterizada pela quantificação de
sua modalidade de como é realizada a coleta das informações, na qual se faz o
tratamento por meio de estatísticas, realizando-as de diversas formas, desde uma
simples até uma bem avançada e complexa.
5.2 Tipologia da pesquisa
Os tipos de pesquisas utilizado no trabalho são classificados em:
1. Pesquisa Bibliográfica: consultas de livros, artigos periódicos,
manuais, além de escritos de outras espécies, para construir a fundamentação
teórica da monografia.
2. Pesquisa a documentos virtuais: consultas a artigos científicos e a
banco de dados sobre os assuntos componentes do campo de estudo deste
trabalho.
3. Pesquisa Descritiva: expõe a característica de determinada
população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlação entre
variáveis.
43
Para tanto, quanto aos meios foi utilizada para a pesquisa de campo e
bibliográfica em paralelo a documentos virtuais como técnica de pesquisa, pois se
apresentou como mais apropriada, levando em consideração que serão utilizados
dados secundários, tais como artigos de recente publicação e resultados de
pesquisas.
Sobre a pesquisa de campo, Gil (1999, p.134) afirma que:
Procede à observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar os problemas pesquisados.
Adotou-se também a pesquisa descritiva, seu propósito é fazer seu
levantamento de dados e fazer uma investigação estabelecendo suas variáveis. De
acordo com Bastos (2007), que ao descrever uma situação no ato da investigação
consegue estabelecer qual a relação entre as variáveis. Essa pesquisa busca ter a
maior precisão possível, na qual consegue mensurar a frequência de quantas vezes
o fenômeno estudado ocorre.
A pesquisa descritiva proporciona uma avaliação dos dados e fenômenos
sem poder interferir. Conforme Andrade (2003), ele descreve como deve ser feito
essa pesquisa, desde a observação, registro e análise dos dados, nos quais o
pesquisador não poderá interferir nenhum deles. Isto é nenhum dos fenômenos
estudados podem ser manipulados pelo pesquisador.
5.3 Definição dos limites para a pesquisa
A pesquisa bibliográfica e o levantamento de dados secundários foram
obtidos nos órgãos citados, em suas respectivas sedes. Na JUCEC, junta comercial
responsável pela localidade de Fortaleza e sua região metropolitana, sua sede e
localizada em Fortaleza, bem próximo à sede regional do SEBRAE, também situada
em Fortaleza.
Em seguida, utilizou-se o estudo de campo, no qual foi realizado no
centro do município de Maracanaú-CE, onde há uma concentração maior de lojistas
e empresas que se encontram no perfil da população em questão.
44
5.4 Sujeitos das pesquisas de campo
Foi elaborado um questionário, o qual deverá ser respondido por
empresários proprietários de lojas ou estabelecimentos que trabalhem com comércio
de vestuário e acessórios (confecção), situados na região central de Maracanaú,
onde serão escolhidas as ruas aleatoriamente para a coleta dos dados.
5.5 Universo e amostra
O universo desta pesquisa é constituído de aproximadamente 647 micro e
pequenas empresas que atuam no município de Maracanaú, de acordo com dados
disponibilizados pela JUCEC (2013), conforme estatísticas se tem um percentual de
aproximadamente 17,3% da fatia do mercado cearense, de acordo com estudos
realizados pelo SEBRAE (2010).
Deste universo, foi utilizada uma população de 92 empresas, do ramo de
comércio de vestuário e acessórios (confecção) para obter os resultados desta
investigação. O setor escolhido representa 14,2% do mercado, possui 835
funcionários atuando que movimentou R$ 2.731,12 milhões reais em 2012 (IPECE,
2012). Sua escolha foi motivada pelo fato de ser um segmento que acompanha o
crescimento social e econômico da localidade estudada, aonde vem ganhando
destaque no cenário cearense como um todo, o aumento e crescimento deste setor
se deram principalmente pelo aumento do poder aquisitivo no ano de 2012 (IPECE,
2012).
Desta população, utilizou-se como amostra 48 empresas localizadas no
centro de Maracanaú-Ceará. O setor escolhido representa 11,12% mercado possui
247 funcionários atuando e movimentou X reais em 2012. Sua escolha foi motivada
pelo crescimento do segmento, pela facilidade no acesso dados e informações dos
estabelecimentos estudados e sua localização estratégica.
No cálculo da amostra, foi utilizada fórmula apresentada por Barbetta
(2004), considerando:
N = Tamanho da população: 92
E0 = erro amostral tolerável
n0 = primeira aproximação do tamanho da amostra
45
n = tamanho da amostra
A primeira aproximação da amostra foi calculada pela fórmula n0 = 1 / E0.
Considerando um erro tolerável de 10% (0,01), o cálculo foi:
n0 = 1 / 0,01 = 100
n0 = 100
O tamanho da amostra foi calculado pela fórmula n = N x n0
N + n0
Para o universo de 76 sujeitos e considerando o erro amostral de 10%, o
cálculo foi:
n = 92 x 100 = 47,91
92 + 100
n= 48
Portanto, de acordo com os cálculos acima o número de empresas a
serem estudadas serão 48. As empresas foram selecionadas aleatoriamente, no
universo considerado.
5.6 Plano de coleta de dados
Realizou-se a coleta dos dados por meio da aplicação de questionários
utilizados como ferramenta da pesquisa de campo. Eles foram aplicados
presencialmente pela pesquisadora e de forma aleatória, de acordo com a
disponibilidade dos empreendedores visitados.
5.7 Tratamentos dos dados
Os dados foram compactados e analisados, a partir de comparativos
estatísticos realizados por meio dos questionários.
De acordo com Gil (1999, p. 30), “a pesquisa é uma atividade de busca,
questionamento, investigação, com o intuito de elaborar conhecimento que ajude a
compreender a realidade, oriente as ações e ajude a solucionar problemas”.
O estudo em questão iniciou-se a partir da necessidade de verificar a
viabilidade de abertura de a utilização do plano de negócio de uma MPEs na região
metropolitana de Fortaleza, no caso em Maracanaú – Ceará. Dentre as estatísticas
46
as que chamaram mais atenção foram às realizadas pelo IBGE (2010) e as da
JUCEC (1990 á 2010).
Tendo em vista a contribuição para o enriquecimento do banco de dados
de informações, e um maior conhecimento sobre dados estatísticos das micro e
pequenas empresas que operam no país, para obter dados mais específicos o IBGE
investiu em um perfil deste seguimento. Essa base consiste uma fatia considerável
na participação econômica, com maior parcela participativa empresarial.
47
6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta sessão do trabalho acadêmico, ocorre à apresentação e discussão
dos resultados obtidos com a aplicação do questionário junto a 48 empreendedores
de Maracanaú, Estado do Ceará.
Na primeira parte do questionário, identifica-se o gênero dos
respondentes, sua faixa etária, em que ano se tornaram empreendedores, há quanto
tempo estão neste ramo e quantos funcionários possuem. Com relação ao gênero,
obtém-se o Gráfico 3.
GRÁFICO 3 Gênero Fonte: Pesquisa direta (2013).
De acordo com as informações apresentadas no Gráfico 3, observa-se
que 56% (n=27) dos empreendedores participantes da pesquisa são homens, e 44%
(n=21) mulheres. Não foram identificados dados específicos sobre o município de
Maracanaú. Todavia, conforme matéria apresentada por Zuini (2013) à Revista
Exame (on line), em 5 de fevereiro de 2013, em 2012, o perfil do empreendedor
brasileiro foi composto por 50% de cada gênero.
Continuando com a aplicação do questionário, os empreendedores foram
questionados sobre sua idade. As respostas foram tabuladas por faixa etária e
expostas no Gráfico 4.
48
GRÁFICO 4 Faixa etária Fonte: Pesquisa direta (2013).
As informações do Gráfico 4 destacam que 8% (n=4) possuem de 18 a 25
anos, assim como 15% (n=7) de 25 a 34 anos, outros 27% (n=13) de 35 a 44 anos,
enquanto 27% (n=13) de 45 a 54 anos e 23% acima de 54 anos. De acordo com a
pesquisa divulgada pela Revista Exame on line, em 2012, a faixa etária dos
empreendedores brasileiros era composta por:
- De 18 a 24 anos: 18%
- De 25 a 34 anos: 34%
- De 35 a 44 anos: 27%
- De 45 a 54 anos: 14%
- De 55 a 64 anos: 7%
Confrontando as duas informações, verifica-se que o perfil do
empreendedor de Maracanaú – CE é mais maduro, uma vez que a maioria da
mostra populacional possui idade igual ou superior a 35 anos, enquanto que no perfil
nacional tem até 34 anos (52%) (REVISTA EXAME, on line).
Prosseguindo com a aplicação do questionário, indagou-se em que ano
se tornou empreendedor, obtendo-se como resposta que:
- De 1980 a 1985: 4% (n=2)
- De 1986 a 1990: 6% (n=3)
- De 1991 a 1995: 17% (n=8)
- De 1996 a 2000: 15% (n=7)
- De 2001 a 2005: 17% (n=8)
49
- De 2006 a 2010: 19% (n=9)
- 2011: 12% (n=6)
- 2012: 10% (n=5)
Os dados obtidos nesta questão demostram que a maioria da amostra
populacional tornou-se empreendedora antes de 2006. Conforme informações da
Revista Exame on line, a evolução de novos empreendedores no país foi:
- 2008: 26,4%
- 2009: 26,9%
- 2010: 32,3%
- 2011: 26,9%
- 2012: 30,2%
Entretanto, não foram identificados dados anteriores a 2008, a fim de
realizar uma comparação com as informações obtidas junto à amostra populacional
de Maracanaú. Mesmo assim, é importante mencionar que os respondentes, em sua
maioria, tornaram-se empreendedores há mais de oito anos, contrariando as
informações do SEBRAE sobre sua mortalidade nos primeiros anos de abertura do
negócio.
Na sequência do questionário, perguntou-se aos empreendedores, há
quanto tempo eles estão em seus atuais ramos de atuação, conforme expõe o
Gráfico 5.
GRÁFICO 5 Tempo em que estão em seu atual ramo de atuação Fonte: Pesquisa direta (2013).
50
As respostas apresentadas no Gráfico 5 destacam que 12% (n=6) estão
atuando no atual segmento de mercado (ramo) até um ano, enquanto 21% (n=10) de
1 a 3 anos, assim como 23% (n=11) de 3 a 5 anos, outros 17% (n=8) de 5 a 7 anos,
já 12% (n=6) de 7 a 9 anos e 15% acima de 9 anos.
Comparando-se estas informações com as apresentadas anteriormente,
observa-se que mesmo com os respondentes tendo se tornados empreendedores
há mais tempo, pelas respostas obtidas nesta questão, verifica-se que eles
mudaram de ramo de atuação, uma vez que o período em anos é diferente entre as
questões 3 e 4.
Continuando com a aplicação do questionário, os empreendedores foram
perguntados quantos funcionários formais possuem em seu empreendimento,
conforme expõe o Gráfico 6.
GRÁFICO 6 Quantos funcionários formais possuem em seu empreendimento Fonte: Pesquisa direta (2013).
De acordo com informações do Gráfico 6, pode-se observar que a maioria
dos empreendedores possuem até 5 funcionários com a seguinte distribuição:
- 31% (n=15): 1 funcionário
- 13% (n=6): 2 funcionários
- 11% (n=5): 3 funcionários
- 4% (n=2): 4 funcionários
- 8% (n=4): 5 funcionários
- 8% (n=4): 6 funcionários
51
- 8% (n=4): 7 funcionários
- 11% (n=5): 8 funcionários
- 6% (n=3): 9 funcionários
De acordo com a legislação vigente, um microempreendedor individual
pode ter até dois funcionários em todos os setores (indústria, comércio ou serviços).
Para a microempresa permite-se até nove funcionários no comércio ou serviços e
até 19 funcionários. Já para as empresas de pequeno porte permite-se de 10 a 59
colaboradores no comércio ou serviços e de 20 a 99 na indústria.
Também é preciso que consigam fazer a diferença com a resolução de
um problema de forma fácil e descomplicada, pois a superação dos obstáculos é
uma necessidade cotidiana.
Os funcionários devem compartilhar das necessidades da empresa,
estando ciente da importância de suas atividades e como elas podem contribuem ao
alcance das metas e objetivos, pois se sentem parte integrada ao processo
produtivo, de atendimento e afins.
As características anteriormente citadas não são necessárias somente
aos funcionários que trabalham com empreendedores, mas a todos eles,
independente do porte ou segmento de atuação pela empresa, uma vez que, sem
elas, o alcance das metas e objetivos tornam-se mais difíceis de serem atingidos,
pois os colaboradores tendem a não realizar suas atividades com o afinco
necessário.
Boccaletti (2012) ainda menciona a necessidade de estes funcionários
cuidarem e construírem seu próprio destino, pois ao trabalharem com
empreendedores, eles podem aprender e desenvolver novos conhecimentos,
competências, habilidades e atitudes que os levem a abrir seu próprio negócio.
Na questão seguinte, utilizou-se a Escala de Likert para elaboração das
questões, pois os empreendedores foram solicitados a informarem seu total grau de
discordância ao total de concordância em cinco opiniões distintas, conforme o
Quadro 4 abaixo.
52
QUADRO 4 Da utilização do plano de negócio pelos empreendedores em Maracanaú
QUESTÃO: 1 2 3 4 5
1 Antes de abrir o meu negócio fiz meu planejamento com projeções 8 10 7 12 11
2 Prefiro controlar meu negócio sozinho do meu jeito, sem ajuda de ninguém
14 11 7 7 9
3 Utilizei orientação de profissional especializado, para iniciar as atividades da empresa
8 11 8 10 11
4 Eu já ouvi falar ou conheço o plano de negócio 5 6 4 15 18
5 Sei a função do plano de negócio para minha empresa 5 6 9 15 13
6 Costumo realizar outro tipo de planejamento diferentemente do plano de negócio
6 9 8 13 12
7 O uso do plano de negócio trouxe benefícios para minha empresa. 7 8 8 12 13
8 Obtive o retorno esperado para minha empresa, de acordo com o plano
6 7 5 12 18
9 Realizo projeções de no mínimo três meses/seis meses/um ano 4 3 8 12 21
10 Consegui evitar erros comuns com o uso do plano 6 8 5 12 17
11 Esta ferramenta de gestão auxiliou-me na permanência da minha empresa no mercado
4 8 7 16 13
TOTAL: 78 88 76 134 152
Fonte: Pesquisa direta (2013).
As respostas apresentadas no Quadro 4 serão mais bem expostas nos
gráficos a seguir, apresentando inicialmente com o gráfico 7 com as respostas do
primeiro questionamento.
GRÁFICO 7 Antes de abrir negócio fez planejamento com projeções Fonte: Pesquisa direta (2013).
53
Na primeira questão proposta, observa-se que a maioria dos
empreendedores participantes da pesquisa fez um planejamento prévio com
projeções futuras à abertura de seu negócio. Conforme Dornelas (2001), esta
atividade é fundamental, não somente em termos financeiros, mas também para
identificar clientes, consumidores, nichos mercadológicos e estratégias de marketing
a serem realizadas.
Quanto ao segundo questionamento, apresenta-se o gráfico 8.
GRÁFICO 8 Prefiro controlar meu negócio sozinho do meu jeito, sem ajuda de ninguém Fonte: Pesquisa direta (2013).
Quando perguntados se preferem controlar seu empreendimento sozinho,
sem a ajuda de outras pessoas, os empreendedores, em sua maioria, discordaram
desta colocação, uma vez que reconhecem a necessidade de terem profissionais
que os auxiliem não somente durante os procedimentos iniciais de abertura da
empresa, mas também em sua gestão.
Dornelas (2001) e SEBRAE (2010) afirmam que a mortalidade das MPEs
é bastante alta, principalmente nos anos iniciais de sua implantação e a falta de
controle ou conhecimento do negócio é um dos principais motivos.
Na terceira questão, os empreendedores foram perguntados se utilizaram
a orientação de um profissional especializado para iniciar as atividades da empresa,
sendo as respostas apresentadas no gráfico 9.
54
GRÁFICO 9 Utilizaram a orientação de um profissional especializado para iniciar as atividades da empresa Fonte: Pesquisa direta (2013).
Verificou-se que 21, ou seja, 43% concordaram com esta colocação.
Neste caso, ao afirmarem que concordam pouco ou concordam plenamente refere-
se ao fato de que o profissional, seja ele consultor, SEBRAE ou afins foi contratado
em algum momento anterior à implantação da empresa.
Alguns deles não tiveram esta orientação profissional inicial, pois antes já
tinham tido alguma outra empresa ou contaram com o apoio de amigos/parentes
com experiências anteriores ou com conhecimento em administração de empresas.
Além disso, dois deles mencionaram que não contrataram, mas tiveram o apoio da
Empresa Júnior do curso de bacharelado em Administração de Empresas da
Universidade Estadual do Ceará como um meio de os alunos cumprirem com uma
disciplina de empreendedorismo e inovação mediante a realização de uma
consultoria preliminar.
Na quarta questão, foram perguntados se já ouviram falar ou conhecem o
plano de negócios, com a maioria absoluta concordando com esta colocação, como
pode ser visto no gráfico 10 a seguir.
55
GRÁFICO 10 Ouviram falar ou conhecem o plano de negócios Fonte: Pesquisa direta (2013).
O conhecimento desta ferramenta não precisa ocorrer, necessariamente,
antes da implantação da empresa, mas durante o seu funcionamento, pois,
conforme Dornelas (2001), na gestão organizacional pode ser realizado, a fim de
identificar os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, desenvolvendo um
plano de ação de melhorias, a fim de que os objetivos inicialmente almejados sejam
alcançados.
Corroborando com a questão anterior, foram perguntados se conhecem a
função do plano de negócios para a empresa, como mostra o gráfico 11.
GRÁFICO 11 Conhecem a função do plano de negócios para a empresa Fonte: Pesquisa direta (2013).
Novamente, a maioria dos empreendedores concordou com esta
colocação. Ao longo do referencial teórico, constatou-se que as principais funções
de um plano de negócio são determinar a estratégia mercadológica, identificar
56
nichos mercadológicos, prever resultados operacionais e financeiros, verificar a
viabilidade de implantação do negócio, entre outros (DORNELAS, 2001).
Na sexta questão, os empreendedores foram perguntados se costumam
realizar algum outro tipo de planejamento diferentemente do plano de negócios. As
respostas a esse questionamento foram tabuladas e apresentadas no gráfico 12, a
seguir:
GRÁFICO 12 Costumam realizar algum outro tipo de planejamento diferentemente do plano de negócios Fonte: Pesquisa direta (2013).
Dos respondentes, 25 deles, ou seja, 52% afirmaram positivamente
reconhecendo a importância da utilização do uso de outras ferramentas de
planejamento e controle. Todavia, alguns daqueles que discordaram desta
colocação, mencionaram que até podem usá-las em determinadas ocasiões, mas
não possuem este procedimento efetivamente implantado no empreendimento.
Dornelas (2001) menciona a importância da realização de diversos
planejamentos, tais como: de estoques, de vendas, contábeis, tributários,
administrativos, entre outros. Cada um deles possui sua relevância em determinado
momento de atuação da empresa, devendo o empreendedor identificar quais devem
ser utilizados para terem o apoio necessário na gestão de suas empresas.
Na sétima questão, foram perguntados se o plano de negócios trouxe
benefícios a sua empresa, como mostra o gráfico 13.
57
GRÁFICO 13 O plano de negócios trouxe benefícios a sua empresa Fonte: Pesquisa direta (2013).
A maioria respondeu positivamente, uma vez que, conforme Dornelas
(2001), quando aplicado corretamente o plano de negócios orienta o empreendedor
na implantação ou expansão de seu negócio, permitindo-o conhecer os mercados
consumidores, concorrentes e de fornecedores, além de identificarem a melhor
estratégia a ser aplicada, selecionar os produtos e serviços a serem
comercializados, verificar a melhor forma de definir o negócio e seu planejamento
estratégico, elaboração de planos de ação corretivos, posicionamento no mercado,
entre outros.
Na sequência, foram perguntados se obtiveram o retorno esperado para a
empresa de acordo com o plano de negócio, sendo as respostas apresentadas no
gráfico 14.
GRÁFICO 14 Obtiveram o retorno esperado para a empresa de acordo com o plano de negócio Fonte: Pesquisa direta (2013).
58
Dos 48 respondentes, 30 (63%) concordaram, demonstrando que a
correta aplicação e utilização do plano de negócio trazem os benefícios inicialmente
almejados.
Na nona questão, foram perguntados se realizam projeções de três ou
seis meses ou, pelo menos, anualmente, como mostra o gráfico 15.
GRÁFICO 15 Realizam projeções de três ou seis meses ou, pelo menos, anualmente Fonte: Pesquisa direta (2013).
A maioria dos empreendedores respondeu positivamente, pois se as
projeções não são mensais, mesmo assim devem ser realizadas, a fim de prever o
volume de vendas, compra de novos estoques, planejamento tributário e fiscal,
gestão administrativa, entre outros fatores reforçados por Dornelas (2001).
Na questão seguinte, foram perguntados se conseguiram evitar erros
comuns com o uso do plano. Como mostra o gráfico 16.
GRÁFICO 16 Conseguiram evitar erros comuns com o uso do plano Fonte: Pesquisa direta (2013).
59
Dos 48 respondentes, 29 deles afirmaram que sim. Para que esses erros
sejam evitados, Dornelas (2001) destaca a necessidade de o plano de negócio ter
alguns cuidados iniciais, pois deve ter os objetivos previstos, atribuição adequada de
tempo para sua investigação, elaboração e colocação em prática, com a correta
definição de sua dimensão, trazendo as previsões financeiras, operacionais e
administrativas a serem alcançadas.
Encerrando esta etapa da pesquisa, os empreendedores foram
perguntados se esta ferramenta de gestão os auxiliou na permanência de sua
empresa no mercado, como mostra o gráfico 17.
GRÁFICO 17 Esta ferramenta de gestão os auxiliou na permanência de sua empresa no mercado Fonte: Pesquisa direta (2013).
Novamente, a maioria dos respondentes concordou com esta colocação,
reconhecendo a importância de utilização do plano de negócios e dos benefícios por
ele trazidos.
Na décima segunda questão, foi perguntado se eles buscaram auxílio de
algum órgão ou instituição de apoio, antes da abertura de sua empresa, com as
respostas sendo apresentadas no Gráfico 18.
60
GRÁFICO 18 Buscaram auxílio em algum órgão ou instituição de apoio antes da abertura do negócio Fonte: Pesquisa direta (2013).
Dos 48 respondentes, 23 mencionaram que procuraram apoio de algum
órgão ou instituição. Destes, 17% (n=4) recorreram ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), outros 35% (n=8) ao Serviço de Apoio à Micro e
Pequena Empresa (SEBRAE), enquanto 26% (n=6) ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), assim como 13% (n=3) ao Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte (SENAT) e 9% (n=2) à Empresa Júnior da
Universidade Estadual do Ceará. Mesmo sem esta última opção estar explicitada no
questionário, os empreendedores a citaram na opção “outros”.
A escolha de cada uma destas instituições variou de acordo com a
necessidade do empreendedor e do segmento de mercado em que desejavam
atuar. A consulta ou contratação de um serviço especializado é fundamental para
direcionar as ações de abertura ou melhoria do negócio, pois possuem informações
de como gerir a empresa, treinamentos específicos para os funcionários e para os
próprios gestores, a fim de obterem a vantagem competitiva e lucratividade
necessárias para continuarem atuando e obtendo o sucesso necessário.
Na questão seguinte, foram perguntados em que momento o plano de
negócio foi utilizado pela empresa, conforme expõe o Gráfico 19.
61
GRÁFICO 19 Momento de realização do plano de negócio
Fonte: Pesquisa direta (2013).
As informações apresentadas no Gráfico 19 destacam que 48% (n=23)
realizaram o plano de negócio antes da implantação do negócio, enquanto 29%
(n=14) logo após o início de suas atividades, assim como 8% (n=4) há um ano e
15% (n=7) há pouco tempo.
Dornelas (2001) afirma que o plano de negócio é uma ferramenta que,
convencionalmente, deve ser elaborado antes da implantação do negócio, a fim de
munir o empreendedor das informações necessárias ao sucesso de seu
empreendimento.
Todavia, caso não seja realizado inicialmente, pode ser feito em qualquer
momento da gestão empresarial como um meio de aprimoramento, identificação de
seus pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades a serem melhoradas,
corrigindo os desvios e voltando ao rumo inicial para alcançar as metas e objetivos,
qualitativos e quantitativos.
Na décima quarta questão, os empreendedores foram solicitados a
informarem quais as principais ferramentas de negócio utiliza na gestão de sua
empresa, conforme pode ser observado no Gráfico 20.
62
GRÁFICO 20 Principais ferramentas de gestão de negócio utilizados pelos empreendedores Fonte: Pesquisa direta (2013).
O Gráfico 20 destaca que a principal ferramenta de gestão de negócio
utilizada pelos empreendedores é a planilha por 35% (n=31), uma vez que é por
meio dela que eles podem controlar seus estoques, realizar o fluxo de caixa, entre
outras atividades. A segunda mais citada por 30% (n=27) foi o plano de negócio,
seguindo-se de 18% (n=16) de softwares específicos, 12% (n=11) o plano de ação e
5% (n=4) o ciclo de Planejamento, Desenvolvimento, Controle e Ação (PDCA).
O uso das ferramentas de gestão deve fazer parte do cotidiano das
MPEs, por ser uma atividade imprescindível que auxilia no alcance das metas e dos
planos arrojados, a fim de torná-las mais competitivas e lucrativas no mercado, pois
problemas existem e precisam ser resolvidos o quanto antes. Por conseguinte, os
problemas emergenciais devem ser passados a frente dos demais e a escala de
prioridade seguida para evitar novos imprevistos.
Encerrando a aplicação do questionário, os empreendedores participantes
da pesquisa foram perguntados sobre qual fator acreditam ter sido mais crucial ao
sucesso ou fracasso de sua empresa. As repostas obtidas nesta questão foram
separadas em grupo de semelhança a fim de serem mais bem expostas e
analisadas. Assim, são apresentadas as dez mais citadas, respectivamente.
- Conhecimento do negócio
- Conhecimento do mercado (clientes, fornecedores, concorrentes)
- Realização do plano de negócios
- Ter capital
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- Saber gerenciar sua empresa
- Ter funcionários qualificados
- Experiência do empreendedor
- Auxílio de consultores e instituições especializadas
- Manutenção e rotatividade dos estoques
- Manter fluxo de caixa superavitário.
As respostas obtidas nesta questão foram fornecidas por 39
empreendedores, nove deles se abstiveram de responder. Como as informações
eram muitas vezes longas todas foram lidas e sua compreensão exposta na lista
acima.
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7 CONCLUSÃO
Inicialmente, constatou-se que as MPEs são as principais geradoras de
emprego e renda no país, conforme destacado pelo SEBRAE. Com isso, auxiliam na
manutenção e aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, além de suprirem
as empresas de médio e grande porte com matéria-prima e prestação de serviços.
Verificou-se que a abertura das MPEs advém da iniciativa empreendedora de
pessoas que objetivam serem proprietárias de seu próprio negócio.
Com relação à problemática inicialmente levantada de saber qual a
relevância do plano de negócios, enquanto ferramenta de gestão, para a
sobrevivência das MPEs do município de Maracanaú-CE, constatou-se que sua
elaboração e formatação é uma forma de entender a organização sob um olhar
sistemático, pois dessa forma é possível analisar as variáveis do mercado e de
marketing, como também a estrutura e questões financeiras da empresa, técnicas
gerenciais de recursos humanos e as oportunidades que o negócio pode oferecer.
Constatou-se que o plano de negócio possibilita às empresas a realização
de uma programação ordenada, por isso, essa ferramenta é considerado um plano
formal. Por outro lado, se o planejamento for feito a partir de uma ideia ou em
qualquer ação a ser executada em uma organização é considerado como
planejamento informal.
Assim, para que o empreendedor obtenha o sucesso necessário precisa
planejar, criar suas ações e estratégicas da empresa em crescimento, pois toda
empresa precisa de um bom planejamento do negócio, para que, dessa forma,
possa gerenciá-lo e apresentar aos investidores, bancos e clientes ideias inovadoras
e eficazes.
Quanto ao primeiro objetivo específico de verificar o impacto da
aplicabilidade do plano de negócio como um fator de sobrevivência, verificou-se que,
para o empreendedor, o plano de negócio é uma peça essencial para o seu
trabalhado, sendo considerada uma ferramenta de gestão com múltiplas funções e
utilizada como forma de expor suas ideias e especialmente que mostre viabilidade e
probabilidade de sucesso no mercado.
O plano de negócio, na verdade, deveria ser a porta de entrada de
qualquer empreendedor, um roteiro para realização de um sonho. Um
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empreendedor, para requerer um empréstimo em uma instituição financeira, a
primeira documentação a ser solicitada é um plano de negócio, pois servirá como
garantia e ferramenta para pré-análise da viabilidade econômica e de mercado do
empreendedor.
Averiguou-se que o plano de negócios pode ser uma ferramenta eficaz na
redução da mortalidade das MPEs, uma vez que, nos países mais desenvolvidos
que o Brasil, ele é avaliado como um moderno instrumento de gestão que, por
conseguinte, os auxilia a terem baixos índices de falência em seus
empreendimentos.
Atualmente, os empreendedores vêm utilizando essa ferramenta para
expor suas ideias e viabilidade de sucesso, contudo, é de fundamental importância
que os mais antigos façam uso dessa metodologia que apenas, especialmente para
os que anseiam por competitividade e solidez no seu negócio.
Sendo um recurso de extrema eficácia e de metodologia de fácil
compreensão, pode ser elaborada por qualquer pessoa que tenha conhecimento no
setor de atuação, da gestão da empresa e do mercado operacional.
Sobre o segundo objetivo específico de analisar em estudo de campo os
principais fatores que levaram a baixa da empresa, constatou-se que o processo de
abertura de uma MPE está se tornando menos burocrática, sua gestão precisa de
um empreendedor com conhecimentos, competências, habilidades e atitudes
bastante específicas, a fim de que o empreendimento não vá à falência em seus
primeiros anos de funcionamento, conforme verificado nas pesquisas realizadas pelo
SEBRAE e pelo IBGE.
Assim, a fim de que o processo de implantação das MPEs alcance o
sucesso necessário, fazendo com que obtenham a lucratividade, competitividade e
manutenção em seu mercado de atuação, o plano de negócio é uma ferramenta que
vem sendo, cada vez mais, utilizada pelas organizações, não somente antes de sua
implantação como também já durante seu processo de gestão, a fim de corrigir os
desvios identificados.
Sobre o objetivo geral de analisar a aplicabilidade do plano de negócio
como ferramenta de gestão e como fator de sobrevivência nas empresas do ramo de
comércio do vestuário e acessórios (confecção), no município de Maracanaú no
Estado do Ceará, foi alcançado.
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Concernente ao alcance do objetivo geral identificou-se que a maioria dos
empreendedores de Maracanaú participantes da pesquisa realizou o plano de
negócios antes da abertura de seu negócio ou ainda no início de suas atividades.
Com esta informação, é importante destacar que o tempo de atuação destas
pessoas como empreendedoras é superior que a média nacional, uma vez que eles
citaram, na maioria das respostas, que possuem empreendimentos comerciais em
funcionamento há, pelo menos, oito anos (28 respondentes).
Pode-se verificar a importância da utilização do plano de negócios como
ferramenta de gestão e sobrevivência das empresas à medida que quando é bem
elaborado, as empresas tendem a diminuir seus riscos e susceptibilidade em
mercados cada vez mais instáveis e competitivos, possibilitando a conquista de uma
fatia de mercado maior, bem como contendo projeções sobre receitas, despesas,
além de resultados operacionais e financeiros.
O pressuposto inicialmente levantado foi confirmado, pois o plano de
negócio possibilita a estruturação e a divisão dos papéis de cada setor dentro da
empresa, facilitando a padronização dos processos e consequentemente elevando a
produtividade. Esse instrumento auxilia na análise de mercado e na definição do
posicionamento estratégico em seu segmento, contribuindo para caracterização do
seu diferencial competitivo. Dessa forma, observa-se que o plano de negócio
permite prever os custos iniciais de manutenção da organização, proporcionando
maior clareza na definição das metas financeiras em curto prazo.
Assim, constatou-se ser um documento dinâmico, um verdadeiro
instrumento de gestão e estratégia, capaz de auxiliar o empreendedor a alcançar o
tão desejado sucesso, mantendo-se competitivo e atuante no mercado.
Ciente de que este trabalho alcançou a proposta inicialmente planejada,
mas pode ser aperfeiçoado em outras vertentes analíticas, sugere-se, para outras
pesquisas, a aplicação de um instrumento de coleta de dados com uma amostra
populacional diferente e maior, a fim de comparar os resultados obtidos neste estudo
com o próximo a ser desenvolvido.
REFERÊNCIAS
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EBDE20889903256D520059A359/$File/NT00001BD2.pdf Acessado em 15/05/2013 as 15:41.
Acessado em: 15 maio 2013 as 15:41.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
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Este questionário faz parte de um trabalho acadêmico e todas as informações aqui prestadas são anônimas, servindo apenas para validar os procedimentos científicos da pesquisa.
Gênero: ( ) M ( ) F Idade: ______
Em que ano tornou-se empreendedor? ________. Há quanto tempo está no ramo? ___________.
Possui quantos funcionários? _____________.
Assinale com X seu grau de discordância ou concordância em relação às afirmativas abaixo, de acordo com a escala a seguir:
1 2 3 4 5
1 Antes de abrir o meu negócio fiz meu Planejamento com projeções. 2 Prefiro controlar meu negócio sozinho do meu jeito, sem ajuda de
ninguém 3 Utilizei orientação de profissional especializado, para iniciar as
atividades da empresa. 4 Eu já ouvi falar ou conheço o Plano de Negócio.
5 Sei a função do Plano de Negócio para minha empresa.
6 Costumo realizar outro tipo de planejamento diferentemente do Plano de Negócio.
7 O uso do Plano de Negócio trouxe benefícios para minha empresa.
8 Obtive o retorno esperado para minha empresa, de acordo com o Plano.
9 Realizo projeções de no mínimo três meses / seis meses / um ano.
10 Consegui evitar erros comuns com o uso do Plano
11 Esta ferramenta de gestão auxiliou-me na permanência da minha empresa no mercado.
12 – Buscou auxilio de algum órgão de apoio antes da abertura de seu negócio?
Tais como:
( ) SENAC ( ) SEBRAE ( ) SENAI ( ) SENAT ( ) Outros.
13 – Em que momento foi utilizado o Plano de Negócio em sua empresa?
( ) Antes de abrir ( ) Logo após o início das atividades ( ) 1º ano
( ) A pouco tempo
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14 – Quais as ferramentas de gestão você utiliza na sua empresa (planilhas,
softwares, plano de negócios, etc.)?
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___________________________________________________________________
15 – Qual fator você acredita ter sido crucial para o sucesso ou fracasso de sua
empresa? Por quê?
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Fortaleza, 1º de junho de 2013.