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Revista Árvore, Viçosa-MG, v.35, n.2, p.265-277, 2011 1 Recebido em 26.05.2008 e aceito para publicação em 16.12.2010. 2 Universidade Federal de Sergipe, UFS, Brasil. E-mail: <[email protected]>, [email protected] 3 Consultoria e Projetos Ambientais - COPERA, Brasil. E-mail: <[email protected]>. 4 Empreendimentos Florestais Ltda - EMFLORS, Brasil. E-mail: <[email protected]>. 5 Universidade Federal de Sergipe, UFS, Brasil. E-mail: <[email protected]>. NASCENTES DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO POXIM, ESTADO DE SERGIPE: DA DEGRADAÇÃO À RESTAURAÇÃO 1 RESUMO – Estudos ambientais em bacias hidrográficas são fundamentais para o entendimento do uso dos recursos naturais e dos problemas relacionados à ocupação do espaço. Em Sergipe, há necessidade de se obter informações para fins de planejamento e gestão futura de suas bacias hidrográficas, uma vez que gradualmente observa-se uma redução do volume produzido nos cursos d'água e da qualidade de suas águas, que são imprescindíveis para o abastecimento humano, a utilização na agricultura e na indústria. Devido ao acelerado processo de supressão da vegetação na sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, formada pelos rios Poxim-mirim, Poxim-açu, e Pitanga e seus pequenos tributários, foi realizado um diagnóstico para se verificar o estado de conservação das suas principais nascentes, a situação quanto ao fluxo de água, as formas de uso e ocupação do solo no entorno destas e os tipos fisionômicos de vegetação remanescentes. As informações obtidas serão úteis para a realização de projetos de restauração ambiental, a promoção de melhorias no ambiente e nas comunidades rurais e resgate da diversidade da flora e fauna nestas áreas. Observou-se que as 20 principais nascentes dos rios e tributários que compõem a sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, apresentam alterações decorrentes da acelerada antropização (90%), a maioria delas (65%) com elevada degradação (sem raio mínimo de 50m de vegetação) e ocupadas por agricultura (50%) e pastagens (35%). Somente duas nascentes encontram-se preservadas. Quanto à composição florística, as espécies identificadas (43) podem ser utilizadas em projetos futuros para restauração das nascentes e dos cursos d'água nesta sub-bacia hidrográfica. THE SUB-BASIN SPRINGS OF POXIM RIVER, STATE OF SERGIPE: THE DEGRADATION TO RESTORATION ABSTRACT – Environmental studies on river basins are fundamental to understanding the natural resources use and the problems related to the space occupation. In Sergipe, it is necessary to obtain information for planning purposes and future management of their watersheds, once the watercourses volume and its quality are reducing gradually, which are essential for human supply and use in agriculture and industry. Due to the accelerated removal of vegetation in the river Poxim sub-basin, formed by the Poxim-Mirim, Poxim-Açu, Pitanga rivers, and its small tributaries, a diagnosis was carried out to verify the conservation status of their main sources, the situation on the water flow, the different uses, and land use around these sources and the remaining vegetation physiognomic types. The information is useful for carrying out environmental restoration projects, promoting improvements in the environment and in the rural communities and for the flora and fauna diversity rescue in these areas. It was observed that the 20 rivers sources top and tributaries that compose the river Poxim sub-basin showed changes from accelerated human anthropization (90%), most (65%) with high degradation (no vegetation in the minimum radius of 50 m), being occupied by agriculture (50%) and pastures (35%). Only two sources were preserved. The floristic composition, the identified species (43) can be used in future projects for sources and watercourses restoration in this sub-basin. Key words: Environmental restoration, Watershed and Riparian vegetation Palavras-chave: Restauração Ambiental, Bacia hidrográfica e Mata ciliar. Robério Anastácio Ferreira 2 , Antenor de Oliveira Aguiar Netto 2 , Thadeu Ismerim Silva Santos 3 , Bruno Lima Santos 4 e Eduardo Lima de Matos 5

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Nascentes da sub-bacia hidrográfica do...

1 Recebido em 26.05.2008 e aceito para publicação em 16.12.2010.2 Universidade Federal de Sergipe, UFS, Brasil. E-mail: <[email protected]>, [email protected] Consultoria e Projetos Ambientais - COPERA, Brasil. E-mail: <[email protected]>.4 Empreendimentos Florestais Ltda - EMFLORS, Brasil. E-mail: <[email protected]>.5 Universidade Federal de Sergipe, UFS, Brasil. E-mail: <[email protected]>.

NASCENTES DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO POXIM, ESTADO DESERGIPE: DA DEGRADAÇÃO À RESTAURAÇÃO1

RESUMO – Estudos ambientais em bacias hidrográficas são fundamentais para o entendimento do uso dosrecursos naturais e dos problemas relacionados à ocupação do espaço. Em Sergipe, há necessidade de se obterinformações para fins de planejamento e gestão futura de suas bacias hidrográficas, uma vez que gradualmenteobserva-se uma redução do volume produzido nos cursos d'água e da qualidade de suas águas, que são imprescindíveispara o abastecimento humano, a utilização na agricultura e na indústria. Devido ao acelerado processo desupressão da vegetação na sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, formada pelos rios Poxim-mirim, Poxim-açu,e Pitanga e seus pequenos tributários, foi realizado um diagnóstico para se verificar o estado de conservaçãodas suas principais nascentes, a situação quanto ao fluxo de água, as formas de uso e ocupação do solo noentorno destas e os tipos fisionômicos de vegetação remanescentes. As informações obtidas serão úteis paraa realização de projetos de restauração ambiental, a promoção de melhorias no ambiente e nas comunidadesrurais e resgate da diversidade da flora e fauna nestas áreas. Observou-se que as 20 principais nascentes dosrios e tributários que compõem a sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, apresentam alterações decorrentes daacelerada antropização (90%), a maioria delas (65%) com elevada degradação (sem raio mínimo de 50m devegetação) e ocupadas por agricultura (50%) e pastagens (35%). Somente duas nascentes encontram-se preservadas.Quanto à composição florística, as espécies identificadas (43) podem ser utilizadas em projetos futuros pararestauração das nascentes e dos cursos d'água nesta sub-bacia hidrográfica.

THE SUB-BASIN SPRINGS OF POXIM RIVER, STATE OF SERGIPE: THEDEGRADATION TO RESTORATION

ABSTRACT – Environmental studies on river basins are fundamental to understanding the natural resources useand the problems related to the space occupation. In Sergipe, it is necessary to obtain information for planningpurposes and future management of their watersheds, once the watercourses volume and its quality are reducinggradually, which are essential for human supply and use in agriculture and industry. Due to the accelerated removalof vegetation in the river Poxim sub-basin, formed by the Poxim-Mirim, Poxim-Açu, Pitanga rivers, and its smalltributaries, a diagnosis was carried out to verify the conservation status of their main sources, the situation onthe water flow, the different uses, and land use around these sources and the remaining vegetation physiognomictypes. The information is useful for carrying out environmental restoration projects, promoting improvementsin the environment and in the rural communities and for the flora and fauna diversity rescue in these areas. Itwas observed that the 20 rivers sources top and tributaries that compose the river Poxim sub-basin showed changesfrom accelerated human anthropization (90%), most (65%) with high degradation (no vegetation in the minimumradius of 50 m), being occupied by agriculture (50%) and pastures (35%). Only two sources were preserved.The floristic composition, the identified species (43) can be used in future projects for sources and watercoursesrestoration in this sub-basin.

Key words: Environmental restoration, Watershed and Riparian vegetation

Palavras-chave: Restauração Ambiental, Bacia hidrográfica e Mata ciliar.

Robério Anastácio Ferreira2, Antenor de Oliveira Aguiar Netto2, Thadeu Ismerim Silva Santos3, BrunoLima Santos4 e Eduardo Lima de Matos5

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FERREIRA, R.A. et. al.

1. INTRODUÇÃO

A sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, compostapelos rios Poxim-Açu, Poxim-Mirim e Pitanga, pertenceà bacia hidrográfica do rio Sergipe e é de grandeimportância para o abastecimento de água da capitaldo Estado de Sergipe, Aracaju. Nas áreas de nascentesdos cursos d’água predominam pequenas propriedadesrurais nas regiões serranas; no curso médio dos rios,encontram-se grandes propriedades agrícolas produtorasde cana-de-açúcar, e em sua foz estendem-se as áreasindustriais e urbanas. Apesar de sua importância sociale econômica, a sub-bacia hidrográfica do rio Poximencontra-se em alto estado de degradação ambiental,principalmente no que se refere à supressão de suavegetação ciliar.

Diante dessa problemática, é necessário adotarmedidas que visem dar suporte às ações de restauraçãoambiental, considerando as diversas formas de usodos solos e as necessidades das comunidades. Deve-seentender que a restauração ecológica é atividade orientadapara iniciar ou acelerar os processos de recuperaçãode ecossistemas, considerando-se a sua saúde,integridade e sustentabilidade (CLEWELL et al., 2002).E, ainda, de acordo com esses autores, na restauraçãoobjetiva-se retornar o ecossistema à sua condiçãooriginal, ou trajetória histórica.

É necessário enfatizar que a restauração sensostrictu torna-se meta quase inatingível, pois haveriaa necessidade de devolver o ecossistema à sua condiçãooriginal ou trajetória história (RODRIGUES e GANDOLFI,2000). Nesse caso, segundo os referidos autores, entende-secomo a necessidade de restaurar o ambiente o maispróximo possível da sua condição anterior à degradação,ou seja, restauração senso lato, que é definida comoestado estável alternativo ou intermediário.

Associado ao entendimento das formas de usoe estádio de conservação, a realização de levantamentosflorísticos e, ou, fitossociológicos também é imprescindívelpara subsidiar tais ações. Os levantamentos florísticosvisam obter conhecimento prévio da composição dasformações vegetacionais, fornecendo subsídios paraestudos mais detalhados e dados básicos. Afitossociologia consiste no reconhecimento e definiçãode comunidades vegetacionais, no que se refere à origem,estrutura, classificação e relações com o meio (FELFILIe REZENDE, 2003).

Nas regiões tropicais, a exploração indiscriminadados recursos naturais é cada vez maior. Estima-se queaproximadamente 17 milhões de hectares/ano sejamconvertidos de suas formas naturais para outros usos(LAMB e GILMOUR, 2003). Isso é decorrente daimportância desses recursos como alternativa econômicapara fontes de renda das comunidades, que em algumassituações dependem exclusivamente deles parasobreviver

No Brasil, de acordo com levantamentos daOrganização das Nações Unidades para Agricultura eAlimentação, (FAO) realizado em 2000, a cobertura florestalrepresentava 64,5% do território, sendo distribuída em544 milhões de hectares de florestas nativas e 5 milhõesde hectares de florestas plantadas. As demais áreasforam convertidas em usos para a agricultura, pecuáriae instalações de infraestrutura (PNUMA/MMA, 2002).No Estado de Sergipe, de acordo com Souza e Siqueira(2001), em face do acelerado quadro de degradação eretirada da vegetação, o percentual remanescente daárea de domínio da Mata Atlântica original é inferiora 1%. Entretanto, em estudo recente Santos (2009) retificouessa informação, mencionando que a faixa de vegetaçãono Estado correspondia a 8%.

Considerando a dimensão de uma bacia hidrográficaà semelhança do rio Poxim, deve-se imaginar que arestauração ambiental envolve aspecto mais amplo doque simplesmente sítios particulares ou propriedadesonde as nascentes estão situadas. Nesse contexto,a restauração da paisagem de acordo com Lamb et al.(2005) deve envolver outros aspectos, além da vegetação,nas áreas de preservação permanente. De acordo comesses autores, alguns fatores devem ser consideradospara o planejamento de implantação de reflorestamentosvisando à restauração da paisagem, como: realizar arranjoinstitucional adequado, além dos aspectos legais ede policiamento; fornecer informações e dar assistênciatécnica aos produtores ou às comunidades sobre asespécies empregadas nos plantios, quanto aos aspectossilviculturais e valores de mercado; e desenvolversistemas silviculturais com manutenção mais rápidae mais moderna.

De acordo com Santos et al. (2007), em estudorealizado na bacia hidrográfica do córrego do Romão,situado no Município de Viçosa, MG, as alternativasde manejo dessa não devem levar em consideraçãoapenas as alternativas técnicas. Segundo os citadosautores, as intervenções em bacias hidrográficas devem

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também considerar os aspectos econômico, ambientale cultural, pois tais fatores poderão interferir no graude organização e união dos proprietários de terras emoradores, considerando-se a sustentabilidade dosrecursos naturais.

Em caso de áreas de preservação permanente,considera-se que programas de restauração só podemser bem-sucedidos se os proprietários rurais enxergaremos reflorestamentos como atrativos, proporcionandobenefícios e pagamentos por bens e serviços ecológicos,como: melhoria da qualidade e aumento da quantidadede água produzida, sequestro de carbono e conservaçãoda biodiversidade (LAMB et al., 2005).

Em algumas situações, entretanto, definirprogramas e ações prioritárias para restaurar paisagensbaseando-se apenas nos tipos de habitats característicosou na forma de cobertura vegetal, a partir de padrõesmétricos como o índice de fragmentação de determinadaregião ou, ainda, considerando objetivos muito amploscomo a conservação da biodiversidade, podem constituirobstáculos reais para alcançar efetiva restauração desseshabitats (MILLER e HOBBS, 2007).

As florestas e demais formas fisionômicas davegetação são definidas no Código Florestal Brasileiro,concebendo-se a possibilidade de intervenções emáreas destinadas para finalidades de uso, assim comoestabelecendo as áreas que devem ser preservadas.Deve-se enfatizar que, apesar dessa prescrição, emdecorrência de pressão antrópica indiscriminada, essasáreas vêm sendo exploradas sem o cumprimento dalegislação vigente.

O Código Florestal Brasileiro, Lei noº 4.771/65,em seu Art. 1o estabelece que “as florestas do territórionacional e as demais formas de vegetação, reconhecidasde utilidade as terras que revestem, são bens de interessecomum a todos os habitantes do país, exercendo-seo direito de propriedade, com as limitações que alegislação em geral e especialmente essa Lei estabelecem”(BRASIL, 1965). Deve-se enfatizar que a Medida Provisóriano 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, acresce dispositivosa essa Lei e define o módulo agrário quanto ao tamanhoda propriedade rural, assim como referenda as áreasde preservação permanente e estabelece a área de reservalegal nas propriedades rurais. Também, fica estabelecidoque as ações que desconsiderem as disposições daLei na sua utilização e exploração são consideradascomo de uso nocivo à propriedade. No Art. 2o da referida

Lei anteriormente citada, as nascentes perenes ouintermitentes são consideradas como áreas depreservação permanente, cuja área de vegetação ciliarem seu entorno deve conter um raio mínimo de 50 m.Ab’Saber (2000) definiu vegetação ciliar como aquelaassociada aos cursos e reservatórios d’água,independentemente de sua área ou região de ocorrência,de sua composição florística e localização.

Os desequilíbrios gerados entre a utilizaçãoexcessiva e a conservação dos recursos florestais parecemter como causa principal a exploração excessiva, emque, na maioria das vezes, nem se conhecem osmecanismos de regeneração natural em tais ambientes.Nesse sentido, de acordo com Maury-Lechon (1993)não se podem preservar os remanescentes florestaisquando as comunidades humanas não têm outras fontesde energia doméstica, nem há florestas comerciais queatendam às necessidades humanas e ecológicas.

Em algumas situações, em contraposição ao usoda regeneração artificial, pode-se utilizar a regeneraçãonatural orientada, que é um método simples e de baixocusto que pode proporcionar a obtenção de florestasprodutivas em áreas anteriormente degradadas (SHONOet al., 2007). Segundo esses autores, em áreas muitofragmentadas e com forte ação antropogênica causandodegradação ambiental mais severa existem barreirasfísicas, químicas e biológicas à regeneração natural.Nesse caso, há necessidade da intervenção do homempara iniciar os processos de recobrimento.

Para restaurar áreas degradadas nas regiõestropicais, é necessário que alguns fatores sejamobservados, principalmente as condiçõessocioeconômicas das comunidades locais, pois emalgumas situações esses fatores podem ser mais críticosna determinação do método mais apropriado do queos fatores ecológicos e silviculturais (LAMB eLAWRENCE, 1993).

Para atingir tais objetivos, vários modelos podemser empregados com essa finalidade. Segundo Kageyamae Gandara (2000), podem-se empregar plantios ao acaso,modelos sucessionais, plantios por sementes, conduçãoda regeneração natural, modelos com espécies rarase comuns e também restauração em ilhas de vegetação.Porém, algumas atividades devem ser planejadas paraobter resultados satisfatórios mais rapidamente, como:promover o isolamento das áreas, remover os fatorescausadores da degradação, eliminar ou desbastar

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espécies que possam atuar como competidoras, promoveradensamento das áreas com mudas ou sementes dasespécies selecionadas, fazer enriquecimento das áreascom as espécies mais importantes, realizar plantiosmistos, induzir e conduzir propágulos autóctones,transferir propágulos alóctones e utilizar espécies atrativaspara a fauna (RODRIGUES e GANDOLFI, 2000).

Considerando os aspectos mencionados e aimportância das áreas de nascentes da sub-baciahidrográfica do rio Poxim para a proteção dos recursoshídricos, tanto para o abastecimento humano quantopara fins agrícolas e pecuários, este trabalho foi realizadocom os seguintes objetivos: a) realizar diagnósticodas nascentes quanto ao fluxo de água e estado deconservação e b) apresentar informações sobre acomposição florística e uso dos solos para subsidiarfuturos programas para a restauração da vegetaçãono entorno dessas e restabelecer o equilíbrio ambientalda região.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Caracterização da sub-bacia hidrográfica do rioPoxim

A sub-bacia hidrográfica do rio Poxim encontra-sena porção Leste do Estado de Sergipe, abrangendoparte dos Municípios de Itaporanga d’Ajuda, AreiaBranca, Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, SãoCristóvão e Aracaju. Está localizada entre as coordenadasgeográficas de 10°55’ e 10°45’ de latitude Sul e 37°05’e 37°22’ de longitude Oeste; recebe as águas dos riosPoxim-Mirim, Poxim-Açu e Pitanga (Figura 1). De formatoalongado, no sentido Noroeste-Sudeste, essa unidadede planejamento possui área de 397,95 km2, sendolimitada, ao Sul, pela bacia hidrográfica do rio Vaza-Barris e, ao Norte, pelo rio Sergipe. As suas principaisnascentes localizam-se a Oeste, limite final da Serrados Cajueiros, e sua foz, a Leste, no complexo estuarinoSergipe/Maré do Apicum, próxima ao Oceano Atlântico(AGUIAR NETTO et al., 2007).

Essa unidade de planejamento encontra-se inseridanos domínios da Província Costeira e Margem Continental,representadas pelas bacias sedimentares costeirasmesocenozóicas e suas extensões submersas na margemcontinental, desenvolvidas a partir do Jurássico(SANTOS, 2003). A forma de relevo dominante na sub-bacia hidrográfica do rio Poxim é de colina com cristase topos arredondados, embora também apareçam os

interflúvios tabulares. A quase homogeneidade dasformas é devido às características sedimentares dasrochas, variando, todavia, o nível de aprofundamentoda drenagem.

De acordo com a classificação climática de Köppen,a sub-bacia hidrográfica do rio Poxim se enquadra notipo As (clima tropical úmido com seca no verão), emvirtude da proximidade do mar e do baixo relevo, expostoaos ventos alísios. Para Soares (2001), os índicespluviométricos apresentam valores totais médios anuaisbastante distintos e coerentes, sendo na faixa litorâneaequivalentes a 1.900 mm, na parte média a 1.800 mme na superior a 1.600 mm. Silva (2001) acrescentou queo período chuvoso concentra-se nos meses de marçoa julho. A temperatura oscila entre 23 o C nos mesesmais frios (julho e agosto) e 31 oC nos mais quentes(dezembro e janeiro).

A partir de uma base cartográfica (SERGIPE, 2004)foram obtidas informações que permitiram fazer acaracterização fisiográfica da sub-bacia hidrográficado Poxim, de acordo com metodologia proposta porSilveira (2007), e, ainda, obtiveram-se dados para elaboraros mapas físicos e espacializar os dados de campo.

2.2. Classificação das nascentes

Para realizar o diagnóstico das nascentes dasub-bacia hidrográfica do rio Poxim, estas foramclassificadas quanto ao tipo de reservatório e estadode conservação, com base nos trabalhos realizadospor Castro (2001) e Pinto et al. (2005). Para o tipode reservatório, as nascentes foram classificadasem: a) pontuais (quando o fluxo ocorre em apenas

Figura 1 – Mapa base da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim,estado de Sergipe.

Figure 1 – Base map of the Poxim river sub-basin, Stateof Sergipe.

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um local) e b) difusas (quando o fluxo ocorre emmais de um local). Quanto ao estado de conservaçãoforam classificadas em: a) preservadas (quandoapresentava raio mínimo de 50 m de vegetação emseu entorno, de acordo com o código florestal), b)perturbadas (sem 50 m de vegetação, mas em bomestado) e c) degradadas (sem o mínimo de vegetaçãoque exerça uma função de proteção).

No diagnóstico, também foram identificados asformas de uso e ocupação do solo e o tipo fisionômicoda vegetação remanescente. As nascentes foramgeorreferenciadas, obtendo-se as respectivascoordenadas e altitude.

2.3. Composição florística das nascentes

Para auxiliar na definição de propostas para a suarecuperação, a vegetação no entorno das principaisnascentes e margens dos cursos d’água foi avaliadaquanto à composição florística.

A relação das espécies arbóreas foi obtida pormeio de coleta de material botânico (vegetativo e,ou, reprodutivo), quando presentes na época darealização do diagnóstico. As principais áreaslevantadas foram situadas no povoado Cajueiro,Município de Itaporanga D’Ajuda; Fazenda Cafuze Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe,Município de São Cristóvão. Para essa identificaçãofoi realizada coleta de material botânico, herborizaçãoe confecção de exsicatas. O reconhecimento dosexemplares foi realizado por comparação em literaturaespecializada (LORENZI, 1992, 1998) e com amostras

já identificadas no Laboratório de Dendrologia eEcologia Florestal da Universidade Federal de Sergipe,de acordo com o sistema de Cronquist (1981). Avegetação predominante, segundo a classificaçãode Velloso et al. (1991), corresponde à FlorestaOmbrófila Semidecidual. A confirmação das espéciesfoi realizada por taxonomistas especialistas do HerbárioMAC, do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas(IMA – AL).

Para a classificação das espécies nos respectivosgrupos ecológicos, foi adotada a classificação deSwaine-Whitmore (1988) e adaptada por Oliveira-Filho(1995), sendo consideradas três categorias: pioneiras(P), clímax exigente em luz (CL) e clímax tolerante àsombra (CS).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Caracterização da sub-bacia hidrográfica eavaliação das nascentes quanto ao fluxo de água eestado de conservação

A sub-bacia hidrográfica do rio Poxim apresenta-secom formato alongado, no sentido Noroeste-Sudeste,sendo um rio de planície, com fluxo d’água lento. NaTabela 1, encontram-se as características fisiográficase as categorias de classificação das nascentes dostrês principais rios que compõem essa unidade deplanejamento.

A partir da análise morfométrica e suas relaçõescom o meio, pode-se prever e programar a capacidadede vazão dos corpos d’água com grande eficiência,a fim de criar planos de ação e metas de controle da

Tabela 1 – Características fisiográficas e categorias de classificação das nascentes dos principais cursos d’água do rio Poxim– Sergipe. UFS, São Cristóvão-SE, 2007.

Table 1– Physiographic characteristics and classification categories of the main watercourses springs of the Poxim river- Sergipe (SE). UFS (Universidade Federal de Sergipe), São Cristóvão, SE, 2007.

VARIÁVEIS RIOSPoxim-açu Poxim-mirim Pitanga

FisiografiaÁrea (km2) 135,9 68,17 106,07

Compacidade 1,74 1,73 1,66Ordem Strahler 4a 4a 4a

Comprimento (km) 32,10 19,52 29,70Nascentes

Fluxo de água Intermitente Perene PereneReservatório Pontual Pontual Pontual

Declividade (%) 25 - 100 25 - 45 25 - 45Categoria Degradada Preservada Perturbada

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ocupação desde as nascentes, passando pelas margense culminando na área da foz, objetivando uma políticade uso racional da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim.Os rios Poxim-Açu, Poxim-Mirim e Pitanga apresentam-secomo sub-bacias hidrográficas de pequeno tamanhoe ordem de Strahler reduzida. Os valores dos coeficientesde compacidade encontrados reforçam a forma retangulardessas unidades de planejamento e indicam pequenaprobabilidade de enchentes, conforme descrito porGarcez e Alvarez (1988).

A nascente principal do rio Poxim-Açu é classificadacomo pontual, intermitente, sem raio mínimo de 50 mde vegetação em seu entorno, sendo consideradadegradada. Como causas da degradação observadas,podem-se considerar as frequentes queimadaspromovidas na área e também a retirada de madeirapelas comunidades locais, que é empregada para diversasfinalidades, como uso doméstico e para consumo emcasas de farinhas da região. A declividade na área daserra varia de 25 a 100%. A nascente secundária é difusa,apresentando dois pontos de fluxo. Em ambos os casos,essas foram consideradas degradadas, em função dasupressão quase total da vegetação no entorno, restandoapenas pequenas faixas de vegetação descontínuas.

Considerando a classificação das nascentes,verificou-se que a distinção pelos moradores entrea nascente principal do rio Poxim-Açu, situada na Serrado Cajueiro e atualmente com fluxo de água somenteno período chuvoso, e a nascente secundária, comfluxo de água no período seco, nos meses de outubroa janeiro, torna o rio com característica peculiar deintermitente. Tal fato pode estar relacionado à ausênciada vegetação, em decorrência dos desmatamentos equeimadas contínuas realizadas pelas comunidadeslocais.

Observou-se que a nascente principal do rio Poxim-Mirim apresentava bom estado de preservação, comvegetação no seu entorno em raio mínimo de 50 m.A nascente foi classificada como pontual e perene.O fragmento no entorno da nascente mostrava-se comsua vegetação com composição florística e fitofisionomiacaracterística da região. Outro fator observado foi adeclividade do terreno na área de entorno da nascente,variando de 25 a 45%.

O rio Pitanga apresenta nascente principal localizadaem área de mata fechada e com relevo fortementeinclinado. A nascente é pontual, perene e perturbada

(presença de vegetação sem raio mínimo de 50 m emseu entorno). Ao longo do trecho do rio existem váriosminantes nas regiões mais altas. À semelhança do rioPoxim-Mirim, a declividade da área também variou de25 a 45%.

Considerando o perfil das 20 nascentesdiagnosticadas na sub-bacia hidrográfica do rio Poxim(Tabela 2), nos três cursos d’água verificou-se variaçãona altitude de 7 a 281. Todavia, em relação à sua estrutura,pode-se dizer que se trata de área com topografia plana.Quanto ao fluxo de água, 15 nascentes, que correspondema 75%, apresentavam fluxo pontual e cinco (25%), fluxodifuso.

Em relação ao estado de conservação, observou-seque somente duas (10%) poderiam ser consideradaspreservadas, ou seja, apresentavam o raio mínimo devegetação de 50 m no seu entorno, conforme prescritono Código Florestal (Lei 4.771/65). Entretanto, em 18nascentes (90%) observou-se significativa ação antrópica.Na categoria perturbada, diagnosticaram-se cinconascentes, que correspondem a 25%; e na maiorproporção 13 nascentes, ou seja, 65%, encontravam-seem avançado estádio de antropização, sendo, assim,classificadas como degradadas.

Os principais problemas observados em relaçãoà situação das nascentes estavam associados ao modode uso e ocupação dos solos. Nesse aspecto, fatordeterminante para o elevado percentual de nascentessob condição de pressão de antropização é decorrentedo tamanho da propriedade, uma vez que nessa regiãoocorre predominância de pequenas propriedades rurais,com base na agricultura familiar, cujo tamanho variade 1 a 10 ha. Essas propriedades, na maioria das vezes,exploram as áreas de nascentes com finalidade deprodução agrícola para subsistência familiar.

A presença de grande número de pequenaspropriedades rurais na sub-bacia hidrográfica do rioPoxim, por analogia ao mencionado por Lamb et al.(2005), constitui um mosaico de usos da terra, que incluios fragmentos ainda remanescentes, áreas de produçãoagrícola e áreas degradadas, principalmente nas nascentes.De acordo esses autores, raramente é possível reflorestaráreas tão complexas, especialmente se estão ocupadaspor muitas pequenas propriedades. Nessas condições,em geral a restauração é feita considerando-se os sítiosparticulares, como: áreas ciliares, zonas-tampão noentorno das florestas remanescentes, corredores

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ecológicos, áreas com processo de erosão e as encostas,entre outras. Entretanto, no mosaico da paisagem aefetiva conservação da biodiversidade e restauraçãodas funções ecológicas só podem ser bem-sucedidasconsiderando-se tais sítios (LAMB et al., 2005).

Com base nas informações, é possível e necessáriodiscutir formas de se aplicar a Legislação para recomporas nascentes, sem gerar quadro de degradação social.Entre as principais formas de usos do solo, nas pequenaspropriedades com agricultura familiar destacam-seagricultura e pastagens (Tabela 3).

Entre as 20 nascentes diagnosticadas, observaram-seatividades agrícolas em 10 delas, ou seja, 50%. Aspastagens estavam presentes em sete nascentes, quecorrespondem a 35%. Os outros usos detectados foram,respectivamente, uma para uso como área de lavagemde roupa pelas comunidades e uma situada em áreaurbana. As principais culturas produzidas naspropriedades eram: mandioca (Manihot esculentaCrantz.), feijão-de-corda (Pasheolus vulgaris L.), laranja(Citrus sp.), coco (Cocos nucifera L.) e cana-de-açúcar(Saccharum officinarum L.).

Como forma predominante da vegetaçãocaracterística da região onde as nascentes estãosituadas, observou-se que a fisionomia arbórea estavapresente em 17 delas (85%). Nas outras três, não foipossível indicar a forma característica da vegetação,em face do estado atual da área. Entre as nascentescom vegetação, ainda se observou que em 3 (15%)delas foram constatadas queimadas no período dodiagnóstico e 3 (15%) apresentavam vegetação em estádioinicial de regeneração natural sem, contudo, recobrira área de 50 m de raio, prescrito na Lei.

A partir do diagnóstico realizado, devem serpropostas medidas imediatas para se reverter o atualquadro de degradação ambiental observado nasnascentes da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim. Assim,a implementação de modelos de restauração da paisagem,de gestão dos usos e ocupação do solo, sem comprometeros recursos hídricos, a biodiversidade local e regionale a própria condição das comunidades, deve levar emconsideração as recomendações de Lamb et al. (2005),quanto à participação de instituições federais, estaduaise municipais; seleção adequada das espécies florestais;

Tabela 2 – Classificação das nascentes da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, Estado de Sergipe-SE, quanto ao tipo de reservatórioe estado de conservação. Pt – pontual; Di – difusa; Pr – preservada; Pe – perturbada; Dr – degradada. UFS, SãoCristóvão-SE, 2007.

Table 2 – Watershed springs classification of the Poxim river, State of Sergipe - SE, the type of reservoir and conservationstatus. Pt - punctual, Di - diffuse, Pr - preserved, Di - disturbed, Dr - degraded. UFS, São Cristóvão, SE, 2007.

No Latitude Longitude Alt. (m) Reservatório ConservaçãoP t Di P r Pe Dr

01 0675991 8802446 188 X - - - X02 0675479 8802676 238 X - - - X03 0675392 8802664 270 X - - - X04 0675303 8802618 281 X - - - X05 0675133 8800040 161 - X - - X06 0674499 8801088 178 X - - - X07 0677383 8802310 179 - X - X -08 0684456 8802262 111 X - X - -09 0684535 8802188 107 X - X - -10 0688567 8792632 103 X - - X -11 0688566 8792636 134 X - - X -12 0693488 8792888 54 X - - - X13 0705665 8790622 7 - X - - X14 0690802 8798882 68 X - - - X15 0689552 8798156 74 X - - - X16 0698538 8794926 36 - X - X -17 0698745 8793560 20 X - - - X18 0681310 8800556 96 - X - - X19 0681499 8799596 115 X - - X -20 0681094 8798808 124 X - - - X

Total 15 5 2 5 13

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assistência técnica para os produtores rurais; e usode sistemas silviculturais mais eficientes e mais rápidose geração de bens e serviços diretos e, ou, indiretosdas florestas, como pressupostos para a conservaçãoda biodiversidade. Ainda, na escolha dos métodos oumodelos mais apropriados para a recuperação ourestauração das nascentes, devem-se levar emconsideração, além dos fatores ambientais, as condiçõessocioeconômicas das próprias comunidades, comosugerido por Lamb e Lawrence (1993) e Ketller (2001).De acordo com Santos et al. (2007), tais fatores podeminterferir no grau de organização e união dos proprietáriosde terras e moradores, considerando a sustentabilidadedos recursos naturais, em se tratando de definir práticaspara o manejo de bacias hidrográficas.

Nesse sentido, os métodos recomendados tantocom plantios convencionais, por meio de semeaduradireta ou plantio de mudas (LAMB e GILMOUR, 2003),quanto se empregando a regeneração natural orientada(SHONO et al., 2007), devem ser eficientes do pontode vista da restauração das funções ecológicas paraa conservação da biodiversidade e promoção deoportunidades de se obterem retornos econômicos

indiretos de tais bens. Isso pode ser alcançado como aumento da quantidade e qualidade da água produzidana sub-bacia hidrográfica, venda de créditos de carbono,obtenção de frutos e sementes de espécies florestaispara comercialização, frutíferas silvestres e plantasmedicinais, entre outros, sem promover a supressãoda nova vegetação estabelecida e sem modificar a suafisionomia.

3.2. Composição florística das áreas no entorno dasnascentes

Foram identificadas na sub-bacia hidrográfica dorio Poxim 43 espécies arbóreas, distribuídas em 26 famíliasbotânicas, e nas Leguminosae havia representantesdas três subfamílias (Caesalpinioideae, Mimosoideaee Papilionoideae). As principais famílias presentes nosremanescentes do entorno das nascentes e ao longodos cursos d’água eram: Leguminosae com sete espécies,distribuídas em seis gêneros; e Anacardiaceae,Lecythidaceae e Myrtaceae, com três espécies cadae distribuídas em três gêneros. As demais famíliascontribuíram com duas espécies ou uma espécie,respectivamente (Tabela 4).

Tabela 3 – Formas de ocupação e uso dos solos no entorno de nascentes e vegetação remanescente, na sub-bacia hidrográficado rio Poxim, Estado de Sergipe. UFS, São Cristóvão-SE, 2007.

Table 3 – Occupation forms and land use around the springs and the remaining vegetation in the watershed of the Poximriver, State of Sergipe. UFS, São Cristóvão, SE, 2007.

Coordenadas Forma de uso do soloNO Latitude Longitude Pastagem Agricultura Vegetação Outros1 0675991 8802446 X X arbórea2 0675479 8802676 arbórea (queimada)3 0675392 8802664 arbórea (queimada)4 0675303 8802618 arbórea (queimada)5 0675133 8800040 X arbórea X6 0674499 8801088 X arbórea7 0677383 8802310 arbórea8 0684456 8802262 X arbórea9 0684535 8802188 X arbórea

10 0688567 8792632 X arbórea (regeneração)11 0688566 8792636 X arbórea12 0693488 8792888 X arbórea13 0705665 8790622 sem vegetação X14 0690802 8798882 X sem vegetação15 0689552 8798156 X arbórea16 0698538 8794926 arbórea17 0698745 8793560 X arbórea18 0681310 8800556 X sem vegetação19 0681499 8799596 X X arbórea (regeneração)20 0681094 8798808 X X arbórea (regeneração)

Total 7 10 17 2

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Tabela 4 – Listagem florística das espécies arbóreas em áreas de nascentes da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, Estadode Sergipe. As espécies estão dispostas em ordem de famílias botânicas, nomes populares e grupo ecológico(GE): pioneira (P), clímax exigente em luz (CL), clímax tolerante à sombra (CS), baseado na classificaçãode Oliveira Filho et al. (1995), Vilela et al. (1997), Carvalho et al. (1999) e Lorenzi (1992, 1998). * semclassificação ecológica.

Table 4 – Floristic list of the tree species in springs areas in the Poxim river watershed, State of Sergipe. The species arearranged by the plant families order, common names, and ecological group (EG): "pioneer (P), light demandingclimax (LC), shade-tolerant climax (SC)", based on the classification by Oliveira Filho et al. (1995), Vilelaet al. (1997), Carvalho et al. (1999), and Lorenzi (1992, 1998). *No ecological classification.

Família/Espécie Nome vulgar G.E.AnacardiaceaeAnacardium occidentale L. Cajueiro CLMangifera indica L. MangueiraTapirira guianensis Aubl. Pau-pombo PAnnonaceaeXilopia brasiliensis Spreng. Pindaíba CSApocynaceaeHancornia speciosa Gómez Mangabeira *AraliaceaeScheflera morototonii (Aubl.) Dcne. Pé-de-galinha PBurseraceaeProtium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla CLCecropiaceaeCecropia pachystachya Trec Embaúba PClusiaceaeSimphonia globulifera L.f. Ganahador/bulandi *DilleniaceaeCuratela americana L. Lixeira CLEuphorbiaceaeRicheria grandis Vahl. Jaqueira-brava *FlacourtiaceaeCasearia sylvestris Schwartz. Camarão CLLecythidaceaeEscheweilera ovata (Cambess) Miers Biriba CLLecythis lurida (Miers) S.A. Mori Sapucarana *Gustavia augusta L. Sapucaia *Leguminosae CaesalpinioideaeCassia grandis L.f. Canafístula CLLeguminosae MimosoideaeStryphonodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr. Maria-farinha/timbó CLInga laurina Willd. Ingá CLInga uruguensis Hooker & Arnott Ingá CLSamanea tubulosa (Benth) Barney & Grimes Bordão-de-velho PLeguminosae PapilionoideaeAndira fraxinifolia Benth. Angelim CSMachaerium aculeatum Raddi Mau-vizinho PBowdichia virgilioides H.B.K. Sucupira-preta PMalpighiaceaeByrsonima sericea Juss. Murici PMelastomataceaeMiconia ligustroides Nouden Erva-de-rato CLTibouchina mutabilis Cong. Flor-de-natal CLMeliaceaeGuarea guidonea (L.) Sleumer Jitó CS

Continua …Continued …

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Com base nessas informações, espera-se indicarmais facilmente as espécies que apresentam potencialpara fins de restauração das nascentes e, ou, cursosd’água da sub-bacia hidrográfica do rio Poxim,promovendo recobrimento mais rápido e mais eficienteem termos de resgate e conservação das biodiversidadeslocal e regional. E, ainda, essas espécies apresentam,também, vantagens sociais e econômicas para ascomunidades rurais dessas áreas, seja por alguns bense serviços ecológicos, seja por benefícios diretos, semque haja supressão da vegetação ou retirada de madeiraem tais áreas.

De acordo com Souza e Siqueira (2001), há registrosde 469 espécies da Mata Atlântica de Sergipe, sendo38% de espécies arbóreas, distribuídas em 94 famílias.Entre elas, as com maior número de representantessão Myrtaceae, Leguminosae e Rubiaceae, apresentando51, 47 e 36 espécies, respectivamente.

Para a escolha e sugestão de modelos de restauraçãoecológica que podem ser empregados na sub-baciahidrográfica do rio Poxim, o primeiro passo é selecionaradequadamente as espécies que podem ser utilizadas

com essa finalidade. Segundo Rodrigues e Gandolfi(2000), a seleção adequada representa a principal ouuma das principais garantias de sucesso da restauração.

O plantio das espécies selecionadas deve serentendido como o primeiro passo para acelerar arestauração nas áreas onde se observa baixa resiliência,uma vez que esse fato impossibilita o uso da própriaregeneraçao natural. No entanto, entende-se que aolongo do desenvolvimento da floresta vários fatorespodem interferir na sucessão florestal. De acordo comRodrigues e Gandolfi (2000), a sucessão florestal deveser entendida não apenas como simples substituiçãogradativa de espécies ao longo do tempo e, sim, comosubstituição de grupos ecológicos ou de categoriasfuncionais.

Simplesmente, portanto, plantar mudas de espéciesflorestais que correspondem a uma diversidade regionalou local não necessariamente assegura a restauraçãodos ambientes degradados, como mencionado tambémpor Rodrigues e Gandolfi (2000). Nesse caso, é necessárioque os fatores de degradação sejam retirados da áreae que se faça o monitoramento da área em processo

MoraceaeFicus sp. Gameleiro branco CSBrosimum cf. guianense (Aubl.) Conduru CLMyrtaceaeCampomanesia xantocharpa O. Berg. Guabiraba CLEugenia sp. Murta CSPsidium sp. Araçá CSNyctaginaceaeGuapira sp. João-mole CSPalmaeCocos nucifera L. Coqueiro *PiperaceaePiper arboreum Aubl. Pipeira *RhamnaceaeZizyphus joazeiro Mart. Juazeiro CLRubiaceaeGenipa americana L. Jenipapo CLFaramea sp. CSSapindaceaeCupania revoluta Radlk Camboatá CLAllophyllus edulis (St. Hil.) Radlk. Estralador CSSimaroubaceaeSimarouba amara Aubl. Paraíba CLSterculiaceae (Malvaceae)Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba PVerbenaceaeVitex polygama Cham. Maria-preta CL

Tabela 4 – Cont.Table 4 – Cont.

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de restauração, assegurando que assim se obterãoresultados de acordo com os objetivos propostos, comomencionado por Lamb et al. (2005).

Levando em consideração o estado de conservaçãodas áreas de nascentes da sub-bacia hidrográfica dorio Poxim e a composição florística ainda remanescentena área, com a presença dos grupos ecológicos deacordo com a classificação de Swaine e Whitmore (1988),é possível sugerir diferentes modelos para restauraçãodaquelas perturbadas e degradadas.

Em se tratando das nascentes perturbadas, umadas primeiras preocupações está relacionada à necessidadede se fazer o isolamento das áreas e retirar os fatoresque causam impactos negativos à sua regeneração natural.Como mencionado por Rodrigues e Gandolfi (2000), nessasáreas podem-se monitorar os propágulos das espéciesautóctones ou, ainda, para acelerar a restauração, transferirsementes e plântulas de espécies alóctones. Diante dapresença de espécies da flora regional de interesse naárea, pode-se também fazer o enriquecimento das áreascom as espécies de maior importância, como propostopor Kageyama e Gandara (2000).

Nas áreas de nascentes degradadas, para se terefetivo processo de restauração é necessário que sefaçam intervenções para orientar a regeneração artificial.Entre os modelos mais comumente utilizados no Brasilcom essa finalidade, encontram-se os plantios mistos,por meio de mudas, mais comumente empregado (DAVIDEet al., 2000), e a utilização da semeadura direta, comomencionado por Ferreira et al. (2007) e Ferreira et al.(2009), tomando-se como base o uso das próprias espéciespresentes nas áreas estudadas, como tambémrecomendadas por Kageyama e Gandara (2000).

É necessário enfatizar que a restauração sensostrictu é uma meta quase inatingível, pois haveriaa necessidade de devolver o ecossistema à sua condiçãooriginal ou trajetória história, como definido porRodrigues e Gandolfi (2001). Nesse caso, segundoesses autores, entende-se como a necessidade derestaurar o ambiente o mais próximo possível da suacondição anterior à degradação, ou seja, restauraçãosenso lato, que é definida como estado estávelalternativo ou intermediário.

Apesar de em algumas situações se recomendaremmodelos produtivos com a finalidade de restauraçãoambiental, a exemplo dos sistemas agroflorestais, comomencionado por Rodrigues e Gandolfi (2000), nesas

situações das nascentes da sub-bacia hidrográfica dorio Poxim não seriam recomendados, por não se encontraraparato legal na Lei 4.771/65 e por serem as nascentesclassificadas como áreas de preservação permanentes.Nesse sentido, a sua função está designada comoecológica de proteção.

4. CONCLUSÕES

Das 20 principais nascentes que compõem a sub-bacia hidrográfica do rio Poxim, composta pelos riosPoxim-Mirim, Poxim-Açu e Pitanga, 90% apresentaramsignificativa antropização, a maioria delas (65%) comelevada degradação (sem raio mínimo de 50 m de vegetaçãoem seu entorno) e ocupada por agricultura (50%) epastagem (35%). Somente duas nascentes foramclassificadas como preservadas e apresentavam raiomínimo de 50 m de vegetação em seu entorno.

Quanto à composição florística, foram identificadas43 espécies arbóreas que apresentavam potencial paraserem utilizadas em projetos futuros para restauraçãodas nascentes e dos cursos d’água nessa sub-baciahidrográfica, podendo-se empregá-las em diferentesmodelos com tal finalidade.

AGRADECIMENTOS

À Companhia de Saneamento do Estado de Sergipe– DESO, Superintendência de Recursos Hídricos, pelosuporte financeiro; à Promotoria Pública do Estadode Sergipe, pelo apoio; ao Sr. Antônio de Jesus Rosa,pelo trabalho de campo; e à Rosângela Pereira LyraLemos e toda a sua equipe, pela identificação das espéciesno Herbário MAC, do Instituto do Meio Ambiente deAlagoas (IMA – AL).

5. REFERÊNCIAS

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