nacionalidade (direito constitucional ii)

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NACIONALIDADE Alexandre Margalho Diego Vasconcelos Elcias Silva Helíssia Coimbra

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1. Alexandre Margalho Diego Vasconcelos Elcias Silva Helssia Coimbra 2. A nacionalidade define se como um vnculo de natureza jurdica e poltica envolvendo o estado e o indivduo que faz deste um componente do povo. Norteia se pelo vocbulo latino natio aquele que nascido. A nao poltica enfatiza o mbito jurdico poltico, bem como a soberania que constitui um Estado. A nao cultural, oriunda da sociologia, um conceito subjetivo que refere se a uma comunidade humana com caractersticas culturais comuns. Apesar da origem comum, a palavra nacionalidade est mais ligada a ideia de povo, j a nao concebe o ideal de unidade espiritual compartilhada da mesma sorte. 3. A nacionalidade subdivide se em: a) Originria: em regra geral, os pases novos, com a finalidade de vincular os imigrantes ao solo, acabam por utilizar o jus soli local de nascimento. Por sua vez, o jus sanguinis filiao do indivduo mais comum em pases de emigrao que desejam a manuteno do vnculo com os descendentes de seus nacionais. b) Adquirida: obtida por um ato de vontade individual que opta por uma determinada nacionalidade. Essa manifestao pode ser expressa ou tcita: 4. Expressa: depende do requerimento do interessado, podendo ser ordinria ou extraordinria. Ordinria: adquirida na forma da lei observadas as condies do Estatuto do Estrangeiro, bem como a radicao precoce e a concluso de curso superior. Extraordinria: exige se, alm do requerimento do interessado, quinze anos de residncia interrupta e ausncia de condenao penal. Tcita: adotada quando o nmero de nacionais maior que o desejado. Nesse caso, os estrangeiros residentes no pas que no declararem, dentro de determinado perodo, o nimo de permanecer com nacionalidade de origem, automaticamente iro adquirir as nacionalidades dos pases em que residem. 5. c) Quase nacionalidade: apesar de mantida a nacionalidade de origem, equipara se ao cidado naturalizado do pas de atual residncia. Este dispositivo no se opera, porm, de forma automtica, sendo necessria a aderncia ao Estado atual e o requerimento do sdito interessado, obrigando o a preencher os requisitos estipulados pela Conveno sobre Igualdade de Direitos e Deveres. d) Sistema Misto: conjuga se os princpios jus soli e jus sanguinis. Via de regra, um dos dois princpios firmado, contudo, alguns pases como o Brasil adotam a unio dos dois como exceo para critrios moderadores. As diferenas nas relaes entre natos e naturalizados so notveis, ainda que a Constituio proba qualquer distino e estigma. Para manuteno da ordem local, ainda assim, h algumas variantes que salvaguardam direitos magnos aos natos. 6. Constituio Federal, art. 12, 3. 7. No pode se confundir extradio com os tpicos abaixo: A. Expulso: consiste na retirada fora, do territrio brasileiro, de um estrangeiro que tenha praticados os atos tipificados no art. 65 da Lei 6.815/1980. B. Deportao: pauta se na devoluo compulsria ao pas de origem, de procedncia ou mesmo para qualquer outro que consista em receb lo, do estrangeiro que tenha entrado ou esteja no territrio nacional de forma irregular (Lei 6.815/1980, art. 62). 8. C. Entrega: prevista no Estatuto do Tribunal Penal Internacional, no h quaisquer impedimentos sua entrega nos pases que legalizaram na, visto tratar se de uma jurisdio internacional, da qual o Brasil faz parte com adeso voluntria. D. Extradio: entrega se um indivduo a um Estado estrangeiro em razo da prtica de um delito praticado neste. Vale ressaltar que a Constituio Brasileira no admite a extradio de brasileiro nato em hiptese alguma, nem mesmo quando o extraditado tambm nacional do Estado requerente. 9. i. Contenciosidade Limitada: o modelo adotado pelo Brasil fundamenta se na Lei 6.815/1980, art. 85, 1, no permite a renovao, no mbito da ao de extradio passiva, do litgio penal que originou o pedido, nem o reexame do quadro proibitrio ou a discusso sobre o mrito da acusao ou da condenao emanadas de rgo competente ou do Estado estrangeiro. ii. Especialidade: o extraditado s pode ser processado e julgado, no pas estrangeiro, pelo crime objeto do pedido de extradio (Lei 6.815/1980, art. 91, 1). No obstante, se for solicitada a permisso para julgamento por crime praticado antes da extradio e diverso daquele que motivou o pedido, o Estado brasileiro pode autorizar de forma expressa no pedido de extenso. 10. iii. Dupla Punibilidade: pedido de extradio feito por um Estado estrangeiro s poder ser aceito se a conduta praticada for tipificada como crime, tanto no Brasil como no pas requerente. Considerando, contudo, que ningum pode ser exposto, em matria de liberdade individual, situao de duplo risco, a extradio no ser concedida se o sdito reclamado estiver com penalidades judiciais no Brasil. iv. Comutao da pena: quando a pena prevista no pas requerente for vedada pela Constituio brasileira, o deferimento do pedido de extradio ficar condicionado ao compromisso, feito pelo Estado requerente, de comutao da pena vedada por um pena prevista pela legislao brasileira. Esse entendimento decorre da superioridade da regra constitucional (CF, art. 5, XLVIII). 11. v. Retroatividade: por no consubstanciarem lei penal, os tratados da extradio tm aplicao imediata, independentemente de o crime em que se funda a extradio ser anterior a eles. No se aplica, nesta hiptese, o art. 5, XL, da Constituio. vi. Variante Jurdica: no poder ser impedida a entrada e permanncia de estrangeiros em pases com conflitos de interesse mundial, onde toda humanidade, ainda que indiretamente, envolve se pelos riscos neles inerentes. Aps autorizao de rgo competente, legaliza se a interveno global, que pode, inclusive, resultar em pena de morte sem autorizao de clemncia. 12. As hipteses de perda do direito de nacionalidade so enumeradas taxativamente pela Constituio de 1988 (CF, art. 12 4.), no sendo admitidos acrscimos ou presses por leis infraconstitucionais, tampouco a renncia nacionalidade brasileira. Qualquer inovao de ser veiculada por emenda constitucional (CF, art. 60) ou por Tratado Internacional de Direitos Humanos. Apesar de no haver nenhuma referncia legislativa ao que sejam atividades nocivas ao interesse social, tais obscuridades no podem servir de impedimento aplicao do dispositivo, do contrrio haveriam grandes retrocessos nos avanos conquistados no campo da normatividade constitucional e seguridade social. 13. Nos casos de aquisio voluntria de outra nacionalidade, em regra, ser declarada a perda da nacionalidade brasileira. Ainda assim, h excees legais: I. Havendo o reconhecimento da nacionalidade originria pela lei estrangeira, admitindo se, por conseguinte, a dupla nacionalidade; II. Imposio de naturalizao ao brasileiro nato ou naturalizado residente em estado estrangeiro como condio para permanncia em seu territrio ou para o exerccio de direitos civis. 14. Diversamente do que ocorre na hiptese de perda sano, nos casos de naturalizao voluntria admitida a requisio da nacionalidade brasileira. A noo geralmente aceita da perda definitiva da nacionalidade, onde o brasileiro passar a ter status de estrangeiro. Por via expressa ao Presidente da Repblica, mediante ato de vontade do interessado, o brasileiro pode readquirir nacionalidade brasileira atravs de um pedido de reaquisio, porm, ser considerado brasileiro naturalizado. 15. Alexandre Margalho Diego Vasconcelos Elcias Silva Helssia Coimbra