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NAÇÃO E SOCIEDADE NA ILUSTRAÇÃO DO BRASIL (1876-1880) E NA ILUSTRAÇÃO
POPULAR (1876-1877): NOTAS DE PESQUISA
HELEN DE OLIVEIRA SILVA*
Resumo: As inovações técnicas na produção da imagem durante o século XIX permitiram o
surgimento de títulos ilustrados, a exemplo da Ilustração do Brasil (RJ, 1876-1880) e, de sua
congênere, Ilustração Popular (RJ, 1876-1877). Os periódicos foram publicados por Charles
F. de Vivaldi (1824-1902) e teriam contado com o auxílio de sua filha, Corina de Vivaldi
(1859-1892). Consoante seus editoriais, as ilustrações dedicaram-se, aparentemente, a
públicos de camadas sociais díspares, além de ambas exibiram estampas, distinguindo-se das
produções litográficas humorísticas do mesmo período. O objetivo deste trabalho é apresentar
os primeiros resultados da pesquisa, que constituíram nas análises da materialidade dos
impressos, do peso dos conteúdos publicados, que contribuíram para forjar uma dada
apreensão sobre a nação e a sociedade brasileiras, e do estabelecimento da rede de
sociabilidade dos agentes envolvidos nas publicações ilustradas.
Palavras-chaves: História da imprensa ilustrada; Nacionalismo; Império brasileiro;
A sociedade brasileira e a imprensa ilustrada no Oitocentos
A difusão de estampas e periódicos, entre duas ou mais nações, foi possível devido aos
avanços técnicos ocorridos na segunda metade do século XIX, a saber, o advento das estradas
de ferro, navios a vapor, telégrafo e dos cabos submarinos, (HOBSBAWM, 1988:93) ao que
se somaram as alterações no modo de produção dos impressos, como a inovação na fabricação
do papel, na mecanização das prensas tipográficas, nos novos processos químicos de
reprodução de imagens. Tais avanços resultaram na expansão do público leitor (CARDOSO,
2005).
O Brasil, nação recém-independente e cuja economia assentava-se na presença da
mão-de-obra escrava, não ficou imune às transformações em curso. Durante a década de
1850, algumas leis motivaram as importações para outros setores e impulsionaram as
atividades econômicas no Rio de Janeiro, o que pode viabilizar capitais para a construção das
* Mestranda do programa de Pós Graduação em História da FCL/Unesp – Câmpus de Assis. Orientadora: Profª.
Drª. Tania Regina de Luca. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP/Processo 2017/20828-4).
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primeiras estradas de ferro, linhas telegráficas e de navegação, instauração da iluminação a
gás e de primeiras escolas de instrução pública (CARVALHO, 2012:101; SCHWARCZ,
1998:141). Outras alterações na infraestrutura do país ocorreram ainda na década de 1870,
com as reformas realizadas pelo gabinete conservador de José Maria da Silva Paranhos (1819-
1880), o Visconde do Rio Branco. Distinguiram-se as comerciais e aduaneiras, que facilitaram
as relações internacionais, a expansão das comunicações internas e das redes ferroviárias e as
extensões da telegrafia propiciadas pelo cabo submarino, inaugurado em 1874, responsável
por ligar o Brasil e a Europa, via Recife e Lisboa, e que, no ano seguinte, chegou ao Rio de
Janeiro.1
Estas transformações tiveram suas consequências no plano social e político do país.
Com o avanço das comunicações, observou-se a formação de uma opinião pública, inflamada
pelo homem público, ou seja, os primeiros redatores e/ou gazeteiros do período pós-
independência. Estes difundiam opiniões e forjavam debates que procuravam assimilar às
ideias europeias e as utilizavam como fonte de inspiração para traçar o nacionalismo
brasileiro. Desta maneira, consolidar a monarquia como instituição política e civilizar o país
era preocupação central do período e a chave parecia residir na instrução do povo, passo
essencial para forjar uma comunidade imaginada, tarefa assumida pela elite intelectual
brasileira.
Os ideais de instrução da humanidade, herdados do iluminismo, e o progresso gráfico
possibilitaram o surgimento de periódicos que se valiam do vocábulo “ilustração”, (LUCA,
2014) uma vez que utilizavam a imagem, não raro proveniente da fotografia e reproduzida
pelo processo xilográfico, 2 para vulgarizar e consolidar os ideais do Estado-Nação, isso num
contexto marcado pelas disputas imperialistas. No passo inverso, mas não menos importante,
1 O avanço da infraestrutura foi acompanhado pelo surgimento de ideias e valores estrangeiros disseminados pela
geração de 1870. Esse movimento intelectual foi analisado pela socióloga Angela Alonso (2002:85) a partir do
ponto de vista da experiência social de seus participantes. Para saber detalhes sobre a implantação da
comunicação, por cabo submarino, no Brasil ver em SILVA, Mauro Costa da. “A telegrafia elétrica no Brasil
Império: ciência e política na expansão da comunicação”. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de
Janeiro, v. 4, n. 1, jan-jun 2011, p. 62. 2 Em torno de 1840 iniciou-se o processo xilográfico na imprensa ilustrada europeia. A imagem sobre a madeira
era gravada com um buril que fazia sulcos gerando uma imagem em relevo. A cópia xilográfica garantia
fidelidade ao original, mas era um processo demorado. Dividia-se então a madeira de topo em vários tacos, cujo
gravador-mestre, antes de destinar aos vários gravadores, fazia o desenho da superfície e entalhava com o buril
as áreas próximas a junção do taco, e ao final, realizava os reparos (ANDRADE, 2004:76-82).
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no Brasil consolidou-se a imprensa humorística, que se valia do processo da litografia,3
sobretudo devido ao custo mais baixo e produção mais rápida num contexto de ausência de
mão-de-obra qualificada para a xilografia, único método que permitia a impressão simultânea
de texto e imagem.
No cenário da crise do Segundo Império na década de 1870, esta imprensa esmerou-se
na crítica aos valores e costumes da Corte e foi palco de debates entre os alijados da política
(ALONSO, 2002:276-286). A Semana Ilustrada (RJ, 1860-1875), que tinha por dístico a
famosa sentença latina Ridendo castigat mores, estabeleceu-se como um periódico de crítica à
moralidade cívica (CARDOSO, 2011:17-40). Entretanto, sabe-se que Henrique Fleiuss (1824-
1882) era próximo de D. Pedro II (1825-1891) e não permitia a publicação de caricaturas da
família real, postura muito distinta de outros editores, cujos periódicos ilustrados procuravam
não apenas contestar a moralidade da sociedade brasileira, mas deslegitimar a monarquia,
difundindo ampla crítica por meio das caricaturas. O fim do império marcou o auge da
imprensa ilustrada, que se utilizava de imagens para representar um monarca dorminhoco e
apático, uma Princesa Isabel como “papa-missas”, casada com o Conde d’Eu, um francês de
hábitos anti-higiênicos. 4
Para além da imprensa humorística, havia no Rio de Janeiro empreendimentos que
utilizavam da gravura “mais séria” e noticiosa, a exemplo dos periódicos ilustrados europeus
e norte-americanos, porém impressos e editados no Brasil pela técnica xilográfica ou pelas
xilogravuras estereotipadas de importação,5 com destaque, na década de 1870, para a
3 A litografia foi um processo de reprodução e gravação de imagens inventado por Aloys Senefelder (1771-1834)
no final do século XVIII. Em 1817, o artista e litógrafo Arnaud Julien Pallière (1738-1862), a convite de D. João
VI, chegou ao Rio de Janeiro iniciando o processo litográfico no Brasil. A estampa litográfica é o resultado de
um desenho feito com lápis gorduroso sobre uma pedra calcária. A imagem é obtida por meio da impressão em
água-forte, em que a água repele a tinta gordurosa e vice-versa (ANDRADE, 2004:82-94). 4 Alonso (2002:294-296) elenca uma série de revistas ilustradas da década de 1870 que utilizaram das imagens
para deslegitimar a monarquia: Revista Ilustrada (RJ, 1876-1877), A Ilustração Brasileira (RJ, 1880), O
Mequetrefe (RJ, 1875), O Besouro (RJ, 1878), O Mosquito (RJ, 1869-1874), O Polichinelo (SP, 1876), O
Protesto (RJ, 1877), entre outras. Ao contrário destas revistas, Fleuiss publicava, em 10 de setembro de 1865,
uma estampa do Imperador e o Duque de Saxe em traje de campanha postos no acampamento militar da Guerra
do Paraguai. A imagem representa um D. Pedro II distinto dos caricaturais, postura ereta, militar, pronto para
defender a nação (ANDRADE, 2004:67). 5 A galvanoplastia, processo eletroquímico de 1839, renovou o procedimento mecânico da estereotipia. Esta
tecnologia permitia grandes tiragens e o fácil deslocamento da matriz, além de ser compatível com a impressão
tipográfica. Este processo foi responsável pela proliferação de ilustrações no mundo do século XIX, criando uma
“colonização imagética” cujas consequências globais do fenômeno precisam ser refletidas (ANDRADE,
2005:60-94; FERREIRA, 1994).
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Ilustração Brasileira (1876-1878), de Fleiuss, e das Ilustração do Brasil (1876-1880) e
Ilustração Popular (1876-1877) de Charles F. de Vivaldi. Note-se que esses impressos foram
fundados numa época marcada pelo início da crise monárquica e da revelação do censo de
1872, que registrou 77,4% de analfabetos em território nacional. 6 O período também
registrou um intenso debate sobre o futuro da mão-de-obra e a preparação do país para a
Exposição da Filadélfia em 1876, sobretudo no que tange os novos processos químicos para
edição de estampas e pela invenção do telégrafo, que permitiu maior velocidade da circulação
de notícias no país.
Ilustração do Brasil e Ilustração Popular: características materiais
A Ilustração do Brasil e Ilustração Popular foram periódicos editados pelo ítalo-
americano Charles F. de Vivaldi, que exerceu cargo de cônsul dos Estados Unidos em Santos
na década de 1860. 7 Entre 1866 e início de 1869, em meio às atividades consulares, ainda
teria se envolvido com o comércio, vendendo produtos manufaturados norte-americanos no
país, principalmente as máquinas de costura da empresa Howe, estabelecido em Nova Iorque.
O cônsul teve representantes nas principais cidades das províncias, entre elas o Rio de Janeiro
e o Rio Grande do Sul, sendo o núcleo principal em São Paulo e contava com agentes nas
cidades de Santos, Sorocaba, Campinas, Itú e na capital. 8 Somente após deixar o consulado
no ano de 1869 surgiram notícias de periódicos em torno do nome de Vivaldi.
No início de abril de 1869, apareceu um prospecto na corte sobre o Correspondência
do Brasil (RJ, 1869), hebdomadário ou revista, como intitularam os vários anúncios, cujos
proprietários foram Vivaldi e H. G. Tiepke. O primeiro e, aparentemente, o único número foi
escrito nas línguas portuguesa, inglesa, italiana e alemã, e teve como objetivo os interesses da
6 Deste número, 70,5% eram homens e 84,3% mulheres. Na Corte, o número de pessoas que sabiam ler era de
50,1%. (CHALHOUB, 2012:44-46). 7 Vivaldi foi nomeado cônsul pelo então presidente Abraham Lincoln (1809-1865) em agosto de 1861 e chegou
no Brasil em 30 de dezembro do mesmo ano para exercer o cargo (COARACY, 1959, 85-6). 8 Os dados sobre as atividades comerciais de Vivaldi no Brasil estão baseados em anúncios de diversos jornais
do país entre julho de 1866 e janeiro de 1869, período em que se observou a presença das propagandas. Junto
com o enteado, Edward L. Meade, que se tornou vice-cônsul em 1866, estabeleceu casa de importação de
máquinas e gêneros americanos em Santos, segundo vários anúncios publicados nos jornais, dentre eles o Diário
do Rio de Janeiro (RJ, 1821-1858, 1860-1878), Jornal do Comércio (RJ, 1827), Correio Mercantil, e
Instructivo, Politico, Universal (RJ, 1848-1868), Correio Paulistano (SP, 1854-1942), O Artísta (MA, 1862-
1869), Diário de S. Paulo (SP, 1865-1878), entre outros. Os periódicos podem ser consultados no sítio da
hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.
5
imigração no país. 9 Neste mesmo ano, em sociedade com Manuel Pacheco ou Barão de
Pacheco (1812-1889), lançou o Jornal da Tarde (RJ, 1869-1872), editado somente em
português. Entretanto, em 1870, ambos abandonaram a edição,10 e o ex-cônsul tornou-se
sócio-proprietário e editor-chefe do semanário Ilustração Anglo-Brasileira (1870-?), impressa
na cidade de Londres em português e inglês. 11
A partir deste momento, Vivaldi envolveu-se somente com jornais em língua
estrangeira publicado no Brasil, a começar pelo The American Mail (RJ, 1873),
posteriormente intitulado The American South Mail (RJ, 1874-1877), folha de grande
repercussão e na qual ocorreu a estreia na imprensa de sua filha Corina de Vivaldi, em fins de
1874. 12 Neste último ano, tornou-se agente no Rio de Janeiro do Il Giornale delle Coloniè
(Roma, 1873?-1874), o que possivelmente lhe deu bases para empreender o La Gazzetta
Italiana del Brasile (RJ, 1875-1876) 13 e ainda, concomitante com a Ilustração do Brasil,
lançou o L’emigrante italiano (RJ, 1878), publicação efêmera. 14
No ano de 1876, Vivaldi voltou a editar jornais em língua portuguesa ao publicar as
revistas ilustradas. Com cinco anos de duração, a Ilustração do Brasil parece ter sido o
9 Os anúncios sobre Correspondência do Brasil foram localizados nos periódicos Correio Paulistano e O
Ypiranga (SP, 1867-1869). 10 Na hemeroteca digital há disponíveis exemplares do jornal a partir do número 60. Em 01 de fevereiro de 1870,
n. 81, Vivaldi e Pacheco informaram o desligamento com o jornal e anunciaram os novos proprietários. 11 Vivaldi teria estabelecido sociedade com William Spaythe, Emilio Dupont, Arthur William Dubray, Nicolau
Fachinett e James W. Wilson para lançar um jornal semanal intitulado Ilustração Anglo-Brasileira, em inglês e
português, para circular na cidade de Londres, com capital de 20:000$ investido por Sapyth, Dupont & C. No
Rio de Janeiro, o responsável pelo empreendimento era Sapythe e em Londres, Vivaldi. O primeiro número da
Ilustração Anglo-Brasileira fora distribuído em 04 de novembro. As informações foram localizadas em notas do
Diário do Rio de Janeiro. 12 Em 1877, Vivaldi vendeu o jornal para James Edwin Hewitt, que alterou seu título para The British and
American Mail (1877-1879) (COARACY, 1959:89). 13 O envolvimento de Vivaldi com a imprensa em língua italiana no Brasil está pautado em notas publicadas em
vários jornais da época disponíveis na Hemeroteca Digital. Sobre Il Giornale delle Colinie: no dia primeiro de
outubro de 1874, A Nação (RJ, 1872-1876) anuncia o jornal publicado em Roma tendo Vivaldi como agente no
Rio de Janeiro no endereço 07 de setembro, n. 122, a nota continua em outros números. Sobre La Gazzetta
Italiana del Brazile: anúncios do lançamento no Jornal do Comércio e no O Globo (RJ, 1874), em 02 de
setembro de 1875, e nos dias seguintes na A Nação e na A Vida Fluminense (RJ, 1868-1874). Na hemeroteca
digital há disponíveis dois números da La Gazzetta, o n. 01 datado de 1º de setembro de 1875, e o n. 02 de 15 de
setembro de 1875, porém outras notas atestam que foram publicados mais que dois números: em 09 de dezembro
de 1875 o Globo defendeu artigo publicado na Gazzetta no n. 06 sobre a imigração italiana. Ainda, em primeiro
de abril de 1876, o jornal O Fígaro (RJ, 1876-1877) publica nota sobre o n. 09 do periódico de Vivaldi, cujo
número de 26 de março trouxe artigos sobre a viagem imperial e a epidemia no Rio de Janeiro. 14 O Diário do Rio de Janeiro e A Reforma (RJ, 1869-1879) anunciam no dia 1º de agosto de 1878 o lançamento
do jornal. Na imprensa em circulação na época, não foram localizadas mais informações sobre a folha. O
catálogo da Biblioteca Nacional informa que L’emigrante está no acervo de periódicos raros e contém apenas o
primeiro número datado de 30 de julho de 1878.
6
periódico de maior longevidade dentre todas as folhas lançadas pelo editor. Sua versão
modesta, a Ilustração Popular, circulou por menos de dois anos, entretanto, se considerar a
periodização,15 ambas somaram vários números, a saber, 44 da Popular e 77 da versão mais
luxuosa. 16
As ilustrações foram impressas pela Tipografia de Vivaldi, localizada, provavelmente,
no mesmo endereço da redação, na rua Primeiro de Março, n. 17. A Ilustração do Brasil foi
lançada em 29 de julho de 1876 e seu objetivo era instruir a sociedade brasileira por meio de
textos e estampas luxuosas. A variante modesta, a Ilustração Popular, surgiu em 07 de
outubro e, apesar de utilizar estampas provenientes das mesmas fontes, propôs exibir textos de
leitura fácil e amena para a população menos abastada.
Ambos os periódicos utilizaram estampas produzidas por meio da galvanoplastia, que
possibilitou o reaproveitamento de clichês por um valor ínfimo, sendo a maior parte do
material iconográfico proveniente da L’llustrazione Italiana (Milão, 1873-1962). 17 Este fato
permitiu que as publicações de Vivaldi figurassem como os impressos mais baratos em
circulação no Rio de Janeiro. Em 1876, a assinatura anual para a Corte da Ilustração do Brasil
era de 12$000 e o valor anual de 300 réis, enquanto que a Ilustração Brasileira cobrava
20$000 anual e 1$000 avulso, já os periódicos ilustrados humorísticos, como a Revista
Ilustrada e O Mequetrefe, custavam 16$000 ao ano e cada número era vendido no valor de
500 réis. A Ilustração Popular cobrou 5$000 anuais para a Corte18 e 100 réis o número
avulso, o que pode ser comparados com os valores do hebdomadário satírico A Comédia
Popular (RJ, 1877), cuja assinatura trimestral era de 3$000, a anual 12$000 e 300 réis cada
número.
15 A Ilustração do Brasil foi publicada nos primeiros meses quinzenalmente, contendo 16 páginas. Quando
estreou sua versão popular, ambas foram publicadas semanalmente com 08 páginas cada. Após o termino da
Ilustração Popular, a primeira variante voltou a ser publicada quinzenalmente, com 16 páginas. Nos dois
últimos anos, alterou a periodicidade para mensal com mesmo número de páginas. 16 Para a análise da série de números, a pesquisa contou com o auxílio de um banco de dados desenvolvido por
Tania Regina de Luca e Ecila Alves de Oliveira. LUCA, Tania Regina de; OLIVEIRA, E. A. Sistema de
indexação para revistas. 2014. 17 Esta informação foi comprovada pelos dados obtidos a partir de pesquisa das assinaturas presentes nas
estampas reproduzidas nos impressos de Vivaldi, o que permitiu identificar a origem do material na publicação
original italiana. 18 A Ilustração Popular anunciou apenas seu custo avulso, a informação da assinatura está disponível no Diário
do Maranhão (MA, 1855-1911), ano VII, n. 985, 17 nov. 1876, p. 02.
7
Provenientes do exterior, a maioria das gravuras das ilustrações de Vivaldi abordaram
assuntos da velha Europa, porém algumas retrataram imagens sobre o Brasil, principalmente
das viagens que D. Pedro II realizou, em companhia de sua família, para o exterior, como
Constantinopla e aos Estados Unidos para participar da Exposição Universal de Filadélfia. Em
contraste com a Ilustração Popular, que publicou apenas 03 estampas, originais do exterior, a
sua versão luxuosa somou 19 imagens sobre o Brasil, que agregaram além das provenientes
de periódico estrangeiros, gravuras originais. 19 As estampas conjugadas com o texto,
resultado da inovação técnica, pouco vigente na imprensa ilustrada local, foram consideradas
como “germe do fotojornalismo” brasileiro (ANDRADE, 2004:170), além de terem
contribuído para expor uma imagem do país progressista.
Nação e sociedade nas estampas da Ilustração do Brasil
Segundo Thiesse, após o século XVIII, houve uma série de componentes simbólicos e
materiais que foram utilizados na elaboração da identidade nacional:
(...) uma história estabelecendo a continuidade de seus grandes ancestrais, uma série
de heróis modelos das virtudes nacionais, uma língua, os monumentos culturais, um
folclore, os lugares ícones, uma mentalidade particular, representações oficinais –
hino e bandeira – e as identificações pitorescas – indumentária, espécies culinárias
ou animais emblemáticos. (THIESSE apud ZENHA, 2006:354).
Desta maneira, as imagens construídas a partir da estética do pitoresco, em que se
mesclavam aspectos da urbanização com as espécies de flora local, transformaram-se em
símbolos na construção da nação. 20
Na segunda metade do Oitocentos, embora ainda persistissem as imagens que exibiam
a paisagem natural brasileira, com o avanço das técnicas de aprimoramento da fotografia, o
19 No total, a Ilustração do Brasil contabilizou em torno de 500 estampas, enquanto que sua versão popular
somou por volta de 130. Os números ainda estão em análise. As 03 imagens publicadas na Ilustração Popular
sobre o Brasil são: Recepção de suas majestades imperiais do Brasil em Constantinopla pelo patriarca católico,
vol. 1, n. 09, p. 65, 02 dez. 1876; Galeria das máquinas, S. M. o imperador do Brasil e o presidente Grant pondo
em movimento o mecanismo, vol. 1, n. 12, p. 92-93, 23 dez. 1876; S. M. o Imperador do Brasil recebendo a
Comissão da cidade de Nova Iorque, vol. 1, n. 13, p. 97, 30 dez. 1876. A versão luxuosa exibiu apenas a estampa
do imperador na Galeria das máquinas, vol. 1, n. 04, p. 53, 10 set. 1876, proveniente da L’Illustrazione Italiana,
ano 03, n. 36, p. 73, 02 jul. 1876. As demais imagens ainda não foram possíveis de atestar origem estrangeira. 20 Zenha (2006:353-368) analisa algumas obras de pintores estrangeiros presentes no Brasil do século XIX, que
produziram obras como o Rio de Janeiro pitoresco, impresso em 1845 nas oficinas de Heaton & Rensburg, que,
segundo a autora, pode ser tomado como símbolo de identidade nacional.
8
Brasil passou a ser representado nas litogravuras e xilogravuras com temas do progresso e da
civilização (ZENHA, 2006:367). Um dos primeiros indícios deste aspecto foi o
desaparecimento do índio dos cenários, como evidenciado pela Ilustração Brasileira,
concorrente direta da Ilustração do Brasil, que mostrou paisagens da fauna e da flora
brasileira com a ausência indígena e, ao mesmo tempo, se empenhou em mostrar edifícios,
portos, obras hidráulicas, caminhos de ferros, fábricas, etc., que atestavam o progresso e
civilização do país (AZEVEDO, 2010:39). Igualmente, o periódico de Vivaldi intentou
idealizar estes princípios exibindo em seu logotipo, por exemplo, o exuberante panorama da
cidade do Rio de Janeiro, a baía de Guanabara vista da Ilha das Cobras, que misturava
elementos paisagísticos e características urbanas e civis (ver Imagem 01).
Imagem 01. Logotipo da Ilustração do Brasil
A imagem foi retratada por diversos fotógrafos, desenhistas, gravadores e pintores do
período (ANDRADE, 2004:168). Junto da paisagem, na parte superior, ainda há o nome do
periódico, Ilustração do Brasil, em lettering e, na parte inferior, dois brasões: em primeiro
destaque o Brasão de Armas do Brasil Império e o segundo trata-se do Brasão do Reino de
Portugal. A reprodução não apresenta fidelidade, algo comum no período, pois o Império
brasileiro não produziu legislação que se preocupava com a reprodução dos símbolos
nacionais (MILTON, 1999). Na gravura há assinatura R. & E. Taylor, pertencente aos
gravadores Richard Taylor e Edward Taylor, atuantes na imprensa inglesa e que teriam
9
ilustrado periódicos como o Illustrated London News (Londres, 1842-1971). 21 A possível
confecção da imagem para Vivaldi talvez se explique pelo seu envolvimento como
responsável por uma edição inglesa impressa em Londres, como já mencionado.
A representação do país como nação civilizada também foi reforçada na imagem da
capa que estampou a princesa Isabel, com seu filho ao colo, e o conde d’Eu ao seu lado (ver
Imagem 02). Tratou-se da composição de um retrato da princesa e de seu filho, tirado por
Henshel & Benque, autoria não anunciada no periódico, e de uma imagem do Conde d’Eu não
localizada. Observa-se na estampa a assinatura do ilustrador Rinaldi e do gravador Sidonio
Centenari (1841-1902), este último responsável por gravar várias imagens estampadas nas
ilustrações de Vivaldi, provenientes da L’Illustrazione Italiana. 22 Ressalta-se que o primeiro
número da Ilustração do Brasil começou a circular no dia do aniversário da princesa, fato
reforçado em seu editorial de lançamento. A composição, portanto, não foi escolha
deliberada. Por meio da ajuda de artistas italianos, o periódico que se dizia representante da
civilização e do progresso ambicionou um futuro promissor, representado pelo Príncipe do
Grão Pará, no colo de sua mãe.
Imagem 02. Gravura estampada no primeiro número da Ilustração do Brasil
21 A empresa R Taylor & Co perdurou entre 1872 e 1901 e foi responsável por ilustrar diversos retratos no
periódico londrino. As informações estão disponíveis em: <
http://www.britishmuseum.org/research/search_the_collection_database/term_details.aspx?bioId=105717>,
acesso em: maio 2018. 22 Esta estampa que, provavelmente, Vivaldi mandou ser realizada pelo grupo de composição do periódico
italiano foi aproveitada na edição ano IV, n. 11, da L’Illustrazione Italiana, publicada em 18 de março de 1877.
10
Fonte: Ilustração do Brasil, vol. 1, n. 01, p. 01, 29 jul. 1876. Na legenda lê-se: Suas altezas imperiais do Brasil.
A Ilustração do Brasil voltou a estampar retratos de personalidades relacionadas ao
contexto brasileiro após o encerramento da Ilustração Popular. Em 1878 a periodicidade
semanal passou para mensal e o preço da assinatura anual de 12$000 para 10$000 na Corte, o
que possibilitaria a oferta de estampas originais, como propôs em nota da redação publicada
na primeira edição do ano. 23 A promessa se efetivou com as capas das edições: foram
estampadas 12 gravuras de assuntos nacionais nos 22 últimos números publicados entre 1878
e 1880. A maioria das imagens foram de retratos de personagens da política e educação
brasileira, que acompanhavam textos com exaltações ou apontamentos de críticas em torno
das discussões na Câmara dos Deputados. Os retratos estampados foram do Ministro da
Agricultura, Comércio e de Obras Públicas, Tomás José Coelho de Almeida (1838-1895), do
Ministro da Justiça, José Tomás Nabuco de Araújo (1813-1878), do Visconde do Rio Branco,
do Presidente do Conselho de Ministros, Leôncio de Carvalho (1847-1912), do fundador do
Colégio Abílio do Rio de Janeiro, Dr. Abílio César Borges (1824-1891), do visconde de S.
Salvador de Matosinho, João José dos Reis (1820-1888), de D. Pedro II e, finalmente, de D.
Tereza Cristina (1822-889). Alguns destes retratos ficaram sob responsabilidade de Augusto
Off, pintor e litógrafo berlinense que estabeleceu firma litográfica no Rio de Janeiro a partir
23 Os novos valores e periodicidade foram informados em nota de redação que também anunciou que a
Ilustração do Brasil seguiria o exemplo da Ilustração Brasileira e do Novo Mundo (Nova Iorque, 1870-1879)
editado nos Estados Unidos. “Aos leitores”, Ilustração do Brasil, ano III, n. 56, 01 de janeiro de 1878, p. 03.
11
de 1870 (FERREIRA, 1994:111), e a gravura foi realizada por Ad. Hirsch, provavelmente
tratando-se de Adolfo Hirsch, xilógrafo, desenhista e gravador sobre madeira, como anunciou
propaganda. 24 As demais imagens trataram de estampar vistas e paisagens que mesclavam
elementos paisagísticos e urbanos, os quais podem consolidar representações de nação.
O periódico exibiu algumas imagens da capital do império, que pretendiam estampar
indícios de civilização. O hotel Leurenroth, na (rua ou cidade de) Nova Friburgo, figurou em
uma das capas e a imagem permite visualizar algumas pessoas que devem ter posado para o
registro fotográfico. Trata-se de uma fotografia de Henschel & Benque, tirada no ano de
187525 e devidamente creditada nas páginas da Ilustração do Brasil. Na estampa é possível
verificar as assinaturas de A. Bonamore 26 e Canedi, ou seja, dos artistas italianos Antonio
Bonamore (1845-1907), pintor e ilustrador, e do gravador Francesco Canedi (1841-1910),
ambos responsáveis por ilustrar diversas outras estampas do periódico provenientes do
exterior, indicando que o provável contrato com o grupo italiano também previu a confecção
de gravuras originais para as ilustrações de Vivaldi (ver Imagem 03).
Imagem 03. O Hotel Leurenroth na Ilustração do Brasil (à esquerda) a partir de foto de
Henschel & Benque (à direita)
Fonte: À esquerda, Ilustração do Brasil, vol. III, n. 57, p. 17, fev. 1878, na legenda lê-se: Nova Friburgo – vista
24 Pode-se supor que o anúncio tenha sido ofertado em troca da gravura de alguns retratos para o periódico.
Anúncio estampado na edição ano I, n. 08 (nova série), abril 1879, p. 126. 25 A fotografia pode ser visualizada no site da Brasiliana Fotográfica. Disponível em: <
http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/124>, acesso em: maio 2018. 26 Andrade (2004:173) informa que há assinatura do artista na estampa, entretanto, não foi possível visualizar no
material escaneado pela Biblioteca Nacional.
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do hotel Leurenroth (de uma fotografia dos srs. Henschel & Benque do Rio de Janeiro). À direita, Nova
Friburgo: Hotel Leuenroth de Henschel & Benque disponível na Biblioteca Nacional.
Ainda exibindo os “lugares ícones” da província do Rio de Janeiro, e também de São
Paulo, a Ilustração do Brasil expôs a vista do jardim botânico do Rio de Janeiro, desta vez
sem indicar a autoria da fotografia. Entretanto, na imagem consta a assinatura de A.
Bonamore, fato que destaca a proveniência do exterior. 27 O mesmo não se pode atestar em
relação às estampas publicadas a partir de 1879 e que diziam respeito à vista da imperial
cidade de Petrópolis, de ponte no Vale do Paraíba e do Morro da Glória no Rio de Janeiro.
Além de o periódico não atestar autorias, não foi possível localizar assinaturas nas imagens. 28
Neste ano, não há evidências de que Vivaldi tenha recebido clichês do exterior, assim é
provável que estas estampas de assuntos nacionais tenham sido produzidas no Brasil.
Apesar de a capital do Império consistir molde de civilidade ao país, foi na província
de São Paulo que as páginas da Ilustração do Brasil encontraram os indícios do progresso,
como atestou o editorial assinado por Victor da C., publicado na mesma edição, que estampou
na capa a ponte do Vale do Paraíba:
[...] S. Paulo, veste-se das mais esplendidas galas, arroteia os seus campos, abre o
seio virgem das suas florestas à fauce hiante das locomotivas, esquece, muito de
indústria, nos prados os modernos instrumentos do seu trabalho, para que esse novo
sol, tentando assim, venha retratar-se e refletir os seus fulgores na lamina prateada
dos arados; ou enfeita os seus prodigiosos vales, como que dizendo-lhe: vem astro
refulgente da nossa mais ambicionada ventura, bem vês não te faltará aqui aonde te
recolhas ao fim do dia, quando queiras ocultar em místicos encantos a fronte cheia
de tanto luzir.
E por isso ela caminha! [...]. 29
Imagem 04. Ponte no Vale do Paraíba
27 Estampa localizada na capa da Ilustração do Brasil em v. III, n. 60, maio 1878, p. 65. 28 As estampas estão localizadas na Ilustração do Brasil, respectivamente, em vol. I, n. 10 (nova série), p. 145,
jun. 1879; vol. II, n. 13 (nova série), p. 01, 1879/1880; vol. II, n. 14 (nova série), p. 17, 1880. 29 “A província de São Paulo e a iniciativa particular” editorial assinado por Victor da C. publicado na Ilustração
do Brasil, vol. II, n. 13 (nova série), p. 03.
13
Fonte: Ilustração do Brasil, vol. II, n. 13 (nova série), p. 01, 1879-1880. Na legenda lê-se: Ponte sobre o
Paraíba.
Desta maneira, os elementos de urbanização apareciam em conjunto com a fauna e
flora locais nas estampas das edições que tinham como objetivo elevar o Brasil ao patamar
dos países civilizados. O desafio local encontrava-se em enfrentar a natureza, abrir florestas
com construções e ligar as costas de rios, com elevação de pontes que sustentavam os
caminhos de ferro.
Considerações finais
A Ilustração do Brasil e Ilustração Popular foram periódicos ilustrados que
evidenciaram o progresso da nação, tendo o Império como pano de fundo político. Desta
maneira, propunham, utilizando gravuras “sérias”, o inverso do que a imprensa humorística da
época, que insistia na crise da monarquia. Ao contrário da exibição caricata da família real, as
páginas da versão luxuosa exibiram imagens da monarquia como sinônimo de progresso e
busca da civilização, como a presença de D. Pedro II na Exposição Universal da Filadélfia.
Além de expor retratos das principais figuras políticas da época, bem como da realeza,
divulgou imagens de locais icônicos que enfatizavam o desenvolvimento nacional. O que se
deseja é mostrar que, no país tropical, rico de espécies naturais, a civilização e o progresso
estavam em vias de se tornar realidade.
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