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NAÇÃO E SOCIEDADE NA ILUSTRAÇÃO DO BRASIL (1876-1880) E NA ILUSTRAÇÃO POPULAR (1876-1877): NOTAS DE PESQUISA HELEN DE OLIVEIRA SILVA * Resumo: As inovações técnicas na produção da imagem durante o século XIX permitiram o surgimento de títulos ilustrados, a exemplo da Ilustração do Brasil (RJ, 1876-1880) e, de sua congênere, Ilustração Popular (RJ, 1876-1877). Os periódicos foram publicados por Charles F. de Vivaldi (1824-1902) e teriam contado com o auxílio de sua filha, Corina de Vivaldi (1859-1892). Consoante seus editoriais, as ilustrações dedicaram-se, aparentemente, a públicos de camadas sociais díspares, além de ambas exibiram estampas, distinguindo-se das produções litográficas humorísticas do mesmo período. O objetivo deste trabalho é apresentar os primeiros resultados da pesquisa, que constituíram nas análises da materialidade dos impressos, do peso dos conteúdos publicados, que contribuíram para forjar uma dada apreensão sobre a nação e a sociedade brasileiras, e do estabelecimento da rede de sociabilidade dos agentes envolvidos nas publicações ilustradas. Palavras-chaves: História da imprensa ilustrada; Nacionalismo; Império brasileiro; A sociedade brasileira e a imprensa ilustrada no Oitocentos A difusão de estampas e periódicos, entre duas ou mais nações, foi possível devido aos avanços técnicos ocorridos na segunda metade do século XIX, a saber, o advento das estradas de ferro, navios a vapor, telégrafo e dos cabos submarinos, (HOBSBAWM, 1988:93) ao que se somaram as alterações no modo de produção dos impressos, como a inovação na fabricação do papel, na mecanização das prensas tipográficas, nos novos processos químicos de reprodução de imagens. Tais avanços resultaram na expansão do público leitor (CARDOSO, 2005). O Brasil, nação recém-independente e cuja economia assentava-se na presença da mão-de-obra escrava, não ficou imune às transformações em curso. Durante a década de 1850, algumas leis motivaram as importações para outros setores e impulsionaram as atividades econômicas no Rio de Janeiro, o que pode viabilizar capitais para a construção das * Mestranda do programa de Pós Graduação em História da FCL/Unesp Câmpus de Assis. Orientadora: Profª. Drª. Tania Regina de Luca. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP/Processo 2017/20828-4).

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NAÇÃO E SOCIEDADE NA ILUSTRAÇÃO DO BRASIL (1876-1880) E NA ILUSTRAÇÃO

POPULAR (1876-1877): NOTAS DE PESQUISA

HELEN DE OLIVEIRA SILVA*

Resumo: As inovações técnicas na produção da imagem durante o século XIX permitiram o

surgimento de títulos ilustrados, a exemplo da Ilustração do Brasil (RJ, 1876-1880) e, de sua

congênere, Ilustração Popular (RJ, 1876-1877). Os periódicos foram publicados por Charles

F. de Vivaldi (1824-1902) e teriam contado com o auxílio de sua filha, Corina de Vivaldi

(1859-1892). Consoante seus editoriais, as ilustrações dedicaram-se, aparentemente, a

públicos de camadas sociais díspares, além de ambas exibiram estampas, distinguindo-se das

produções litográficas humorísticas do mesmo período. O objetivo deste trabalho é apresentar

os primeiros resultados da pesquisa, que constituíram nas análises da materialidade dos

impressos, do peso dos conteúdos publicados, que contribuíram para forjar uma dada

apreensão sobre a nação e a sociedade brasileiras, e do estabelecimento da rede de

sociabilidade dos agentes envolvidos nas publicações ilustradas.

Palavras-chaves: História da imprensa ilustrada; Nacionalismo; Império brasileiro;

A sociedade brasileira e a imprensa ilustrada no Oitocentos

A difusão de estampas e periódicos, entre duas ou mais nações, foi possível devido aos

avanços técnicos ocorridos na segunda metade do século XIX, a saber, o advento das estradas

de ferro, navios a vapor, telégrafo e dos cabos submarinos, (HOBSBAWM, 1988:93) ao que

se somaram as alterações no modo de produção dos impressos, como a inovação na fabricação

do papel, na mecanização das prensas tipográficas, nos novos processos químicos de

reprodução de imagens. Tais avanços resultaram na expansão do público leitor (CARDOSO,

2005).

O Brasil, nação recém-independente e cuja economia assentava-se na presença da

mão-de-obra escrava, não ficou imune às transformações em curso. Durante a década de

1850, algumas leis motivaram as importações para outros setores e impulsionaram as

atividades econômicas no Rio de Janeiro, o que pode viabilizar capitais para a construção das

* Mestranda do programa de Pós Graduação em História da FCL/Unesp – Câmpus de Assis. Orientadora: Profª.

Drª. Tania Regina de Luca. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

(FAPESP/Processo 2017/20828-4).

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primeiras estradas de ferro, linhas telegráficas e de navegação, instauração da iluminação a

gás e de primeiras escolas de instrução pública (CARVALHO, 2012:101; SCHWARCZ,

1998:141). Outras alterações na infraestrutura do país ocorreram ainda na década de 1870,

com as reformas realizadas pelo gabinete conservador de José Maria da Silva Paranhos (1819-

1880), o Visconde do Rio Branco. Distinguiram-se as comerciais e aduaneiras, que facilitaram

as relações internacionais, a expansão das comunicações internas e das redes ferroviárias e as

extensões da telegrafia propiciadas pelo cabo submarino, inaugurado em 1874, responsável

por ligar o Brasil e a Europa, via Recife e Lisboa, e que, no ano seguinte, chegou ao Rio de

Janeiro.1

Estas transformações tiveram suas consequências no plano social e político do país.

Com o avanço das comunicações, observou-se a formação de uma opinião pública, inflamada

pelo homem público, ou seja, os primeiros redatores e/ou gazeteiros do período pós-

independência. Estes difundiam opiniões e forjavam debates que procuravam assimilar às

ideias europeias e as utilizavam como fonte de inspiração para traçar o nacionalismo

brasileiro. Desta maneira, consolidar a monarquia como instituição política e civilizar o país

era preocupação central do período e a chave parecia residir na instrução do povo, passo

essencial para forjar uma comunidade imaginada, tarefa assumida pela elite intelectual

brasileira.

Os ideais de instrução da humanidade, herdados do iluminismo, e o progresso gráfico

possibilitaram o surgimento de periódicos que se valiam do vocábulo “ilustração”, (LUCA,

2014) uma vez que utilizavam a imagem, não raro proveniente da fotografia e reproduzida

pelo processo xilográfico, 2 para vulgarizar e consolidar os ideais do Estado-Nação, isso num

contexto marcado pelas disputas imperialistas. No passo inverso, mas não menos importante,

1 O avanço da infraestrutura foi acompanhado pelo surgimento de ideias e valores estrangeiros disseminados pela

geração de 1870. Esse movimento intelectual foi analisado pela socióloga Angela Alonso (2002:85) a partir do

ponto de vista da experiência social de seus participantes. Para saber detalhes sobre a implantação da

comunicação, por cabo submarino, no Brasil ver em SILVA, Mauro Costa da. “A telegrafia elétrica no Brasil

Império: ciência e política na expansão da comunicação”. Revista Brasileira de História da Ciência, Rio de

Janeiro, v. 4, n. 1, jan-jun 2011, p. 62. 2 Em torno de 1840 iniciou-se o processo xilográfico na imprensa ilustrada europeia. A imagem sobre a madeira

era gravada com um buril que fazia sulcos gerando uma imagem em relevo. A cópia xilográfica garantia

fidelidade ao original, mas era um processo demorado. Dividia-se então a madeira de topo em vários tacos, cujo

gravador-mestre, antes de destinar aos vários gravadores, fazia o desenho da superfície e entalhava com o buril

as áreas próximas a junção do taco, e ao final, realizava os reparos (ANDRADE, 2004:76-82).

3

no Brasil consolidou-se a imprensa humorística, que se valia do processo da litografia,3

sobretudo devido ao custo mais baixo e produção mais rápida num contexto de ausência de

mão-de-obra qualificada para a xilografia, único método que permitia a impressão simultânea

de texto e imagem.

No cenário da crise do Segundo Império na década de 1870, esta imprensa esmerou-se

na crítica aos valores e costumes da Corte e foi palco de debates entre os alijados da política

(ALONSO, 2002:276-286). A Semana Ilustrada (RJ, 1860-1875), que tinha por dístico a

famosa sentença latina Ridendo castigat mores, estabeleceu-se como um periódico de crítica à

moralidade cívica (CARDOSO, 2011:17-40). Entretanto, sabe-se que Henrique Fleiuss (1824-

1882) era próximo de D. Pedro II (1825-1891) e não permitia a publicação de caricaturas da

família real, postura muito distinta de outros editores, cujos periódicos ilustrados procuravam

não apenas contestar a moralidade da sociedade brasileira, mas deslegitimar a monarquia,

difundindo ampla crítica por meio das caricaturas. O fim do império marcou o auge da

imprensa ilustrada, que se utilizava de imagens para representar um monarca dorminhoco e

apático, uma Princesa Isabel como “papa-missas”, casada com o Conde d’Eu, um francês de

hábitos anti-higiênicos. 4

Para além da imprensa humorística, havia no Rio de Janeiro empreendimentos que

utilizavam da gravura “mais séria” e noticiosa, a exemplo dos periódicos ilustrados europeus

e norte-americanos, porém impressos e editados no Brasil pela técnica xilográfica ou pelas

xilogravuras estereotipadas de importação,5 com destaque, na década de 1870, para a

3 A litografia foi um processo de reprodução e gravação de imagens inventado por Aloys Senefelder (1771-1834)

no final do século XVIII. Em 1817, o artista e litógrafo Arnaud Julien Pallière (1738-1862), a convite de D. João

VI, chegou ao Rio de Janeiro iniciando o processo litográfico no Brasil. A estampa litográfica é o resultado de

um desenho feito com lápis gorduroso sobre uma pedra calcária. A imagem é obtida por meio da impressão em

água-forte, em que a água repele a tinta gordurosa e vice-versa (ANDRADE, 2004:82-94). 4 Alonso (2002:294-296) elenca uma série de revistas ilustradas da década de 1870 que utilizaram das imagens

para deslegitimar a monarquia: Revista Ilustrada (RJ, 1876-1877), A Ilustração Brasileira (RJ, 1880), O

Mequetrefe (RJ, 1875), O Besouro (RJ, 1878), O Mosquito (RJ, 1869-1874), O Polichinelo (SP, 1876), O

Protesto (RJ, 1877), entre outras. Ao contrário destas revistas, Fleuiss publicava, em 10 de setembro de 1865,

uma estampa do Imperador e o Duque de Saxe em traje de campanha postos no acampamento militar da Guerra

do Paraguai. A imagem representa um D. Pedro II distinto dos caricaturais, postura ereta, militar, pronto para

defender a nação (ANDRADE, 2004:67). 5 A galvanoplastia, processo eletroquímico de 1839, renovou o procedimento mecânico da estereotipia. Esta

tecnologia permitia grandes tiragens e o fácil deslocamento da matriz, além de ser compatível com a impressão

tipográfica. Este processo foi responsável pela proliferação de ilustrações no mundo do século XIX, criando uma

“colonização imagética” cujas consequências globais do fenômeno precisam ser refletidas (ANDRADE,

2005:60-94; FERREIRA, 1994).

4

Ilustração Brasileira (1876-1878), de Fleiuss, e das Ilustração do Brasil (1876-1880) e

Ilustração Popular (1876-1877) de Charles F. de Vivaldi. Note-se que esses impressos foram

fundados numa época marcada pelo início da crise monárquica e da revelação do censo de

1872, que registrou 77,4% de analfabetos em território nacional. 6 O período também

registrou um intenso debate sobre o futuro da mão-de-obra e a preparação do país para a

Exposição da Filadélfia em 1876, sobretudo no que tange os novos processos químicos para

edição de estampas e pela invenção do telégrafo, que permitiu maior velocidade da circulação

de notícias no país.

Ilustração do Brasil e Ilustração Popular: características materiais

A Ilustração do Brasil e Ilustração Popular foram periódicos editados pelo ítalo-

americano Charles F. de Vivaldi, que exerceu cargo de cônsul dos Estados Unidos em Santos

na década de 1860. 7 Entre 1866 e início de 1869, em meio às atividades consulares, ainda

teria se envolvido com o comércio, vendendo produtos manufaturados norte-americanos no

país, principalmente as máquinas de costura da empresa Howe, estabelecido em Nova Iorque.

O cônsul teve representantes nas principais cidades das províncias, entre elas o Rio de Janeiro

e o Rio Grande do Sul, sendo o núcleo principal em São Paulo e contava com agentes nas

cidades de Santos, Sorocaba, Campinas, Itú e na capital. 8 Somente após deixar o consulado

no ano de 1869 surgiram notícias de periódicos em torno do nome de Vivaldi.

No início de abril de 1869, apareceu um prospecto na corte sobre o Correspondência

do Brasil (RJ, 1869), hebdomadário ou revista, como intitularam os vários anúncios, cujos

proprietários foram Vivaldi e H. G. Tiepke. O primeiro e, aparentemente, o único número foi

escrito nas línguas portuguesa, inglesa, italiana e alemã, e teve como objetivo os interesses da

6 Deste número, 70,5% eram homens e 84,3% mulheres. Na Corte, o número de pessoas que sabiam ler era de

50,1%. (CHALHOUB, 2012:44-46). 7 Vivaldi foi nomeado cônsul pelo então presidente Abraham Lincoln (1809-1865) em agosto de 1861 e chegou

no Brasil em 30 de dezembro do mesmo ano para exercer o cargo (COARACY, 1959, 85-6). 8 Os dados sobre as atividades comerciais de Vivaldi no Brasil estão baseados em anúncios de diversos jornais

do país entre julho de 1866 e janeiro de 1869, período em que se observou a presença das propagandas. Junto

com o enteado, Edward L. Meade, que se tornou vice-cônsul em 1866, estabeleceu casa de importação de

máquinas e gêneros americanos em Santos, segundo vários anúncios publicados nos jornais, dentre eles o Diário

do Rio de Janeiro (RJ, 1821-1858, 1860-1878), Jornal do Comércio (RJ, 1827), Correio Mercantil, e

Instructivo, Politico, Universal (RJ, 1848-1868), Correio Paulistano (SP, 1854-1942), O Artísta (MA, 1862-

1869), Diário de S. Paulo (SP, 1865-1878), entre outros. Os periódicos podem ser consultados no sítio da

hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.

5

imigração no país. 9 Neste mesmo ano, em sociedade com Manuel Pacheco ou Barão de

Pacheco (1812-1889), lançou o Jornal da Tarde (RJ, 1869-1872), editado somente em

português. Entretanto, em 1870, ambos abandonaram a edição,10 e o ex-cônsul tornou-se

sócio-proprietário e editor-chefe do semanário Ilustração Anglo-Brasileira (1870-?), impressa

na cidade de Londres em português e inglês. 11

A partir deste momento, Vivaldi envolveu-se somente com jornais em língua

estrangeira publicado no Brasil, a começar pelo The American Mail (RJ, 1873),

posteriormente intitulado The American South Mail (RJ, 1874-1877), folha de grande

repercussão e na qual ocorreu a estreia na imprensa de sua filha Corina de Vivaldi, em fins de

1874. 12 Neste último ano, tornou-se agente no Rio de Janeiro do Il Giornale delle Coloniè

(Roma, 1873?-1874), o que possivelmente lhe deu bases para empreender o La Gazzetta

Italiana del Brasile (RJ, 1875-1876) 13 e ainda, concomitante com a Ilustração do Brasil,

lançou o L’emigrante italiano (RJ, 1878), publicação efêmera. 14

No ano de 1876, Vivaldi voltou a editar jornais em língua portuguesa ao publicar as

revistas ilustradas. Com cinco anos de duração, a Ilustração do Brasil parece ter sido o

9 Os anúncios sobre Correspondência do Brasil foram localizados nos periódicos Correio Paulistano e O

Ypiranga (SP, 1867-1869). 10 Na hemeroteca digital há disponíveis exemplares do jornal a partir do número 60. Em 01 de fevereiro de 1870,

n. 81, Vivaldi e Pacheco informaram o desligamento com o jornal e anunciaram os novos proprietários. 11 Vivaldi teria estabelecido sociedade com William Spaythe, Emilio Dupont, Arthur William Dubray, Nicolau

Fachinett e James W. Wilson para lançar um jornal semanal intitulado Ilustração Anglo-Brasileira, em inglês e

português, para circular na cidade de Londres, com capital de 20:000$ investido por Sapyth, Dupont & C. No

Rio de Janeiro, o responsável pelo empreendimento era Sapythe e em Londres, Vivaldi. O primeiro número da

Ilustração Anglo-Brasileira fora distribuído em 04 de novembro. As informações foram localizadas em notas do

Diário do Rio de Janeiro. 12 Em 1877, Vivaldi vendeu o jornal para James Edwin Hewitt, que alterou seu título para The British and

American Mail (1877-1879) (COARACY, 1959:89). 13 O envolvimento de Vivaldi com a imprensa em língua italiana no Brasil está pautado em notas publicadas em

vários jornais da época disponíveis na Hemeroteca Digital. Sobre Il Giornale delle Colinie: no dia primeiro de

outubro de 1874, A Nação (RJ, 1872-1876) anuncia o jornal publicado em Roma tendo Vivaldi como agente no

Rio de Janeiro no endereço 07 de setembro, n. 122, a nota continua em outros números. Sobre La Gazzetta

Italiana del Brazile: anúncios do lançamento no Jornal do Comércio e no O Globo (RJ, 1874), em 02 de

setembro de 1875, e nos dias seguintes na A Nação e na A Vida Fluminense (RJ, 1868-1874). Na hemeroteca

digital há disponíveis dois números da La Gazzetta, o n. 01 datado de 1º de setembro de 1875, e o n. 02 de 15 de

setembro de 1875, porém outras notas atestam que foram publicados mais que dois números: em 09 de dezembro

de 1875 o Globo defendeu artigo publicado na Gazzetta no n. 06 sobre a imigração italiana. Ainda, em primeiro

de abril de 1876, o jornal O Fígaro (RJ, 1876-1877) publica nota sobre o n. 09 do periódico de Vivaldi, cujo

número de 26 de março trouxe artigos sobre a viagem imperial e a epidemia no Rio de Janeiro. 14 O Diário do Rio de Janeiro e A Reforma (RJ, 1869-1879) anunciam no dia 1º de agosto de 1878 o lançamento

do jornal. Na imprensa em circulação na época, não foram localizadas mais informações sobre a folha. O

catálogo da Biblioteca Nacional informa que L’emigrante está no acervo de periódicos raros e contém apenas o

primeiro número datado de 30 de julho de 1878.

6

periódico de maior longevidade dentre todas as folhas lançadas pelo editor. Sua versão

modesta, a Ilustração Popular, circulou por menos de dois anos, entretanto, se considerar a

periodização,15 ambas somaram vários números, a saber, 44 da Popular e 77 da versão mais

luxuosa. 16

As ilustrações foram impressas pela Tipografia de Vivaldi, localizada, provavelmente,

no mesmo endereço da redação, na rua Primeiro de Março, n. 17. A Ilustração do Brasil foi

lançada em 29 de julho de 1876 e seu objetivo era instruir a sociedade brasileira por meio de

textos e estampas luxuosas. A variante modesta, a Ilustração Popular, surgiu em 07 de

outubro e, apesar de utilizar estampas provenientes das mesmas fontes, propôs exibir textos de

leitura fácil e amena para a população menos abastada.

Ambos os periódicos utilizaram estampas produzidas por meio da galvanoplastia, que

possibilitou o reaproveitamento de clichês por um valor ínfimo, sendo a maior parte do

material iconográfico proveniente da L’llustrazione Italiana (Milão, 1873-1962). 17 Este fato

permitiu que as publicações de Vivaldi figurassem como os impressos mais baratos em

circulação no Rio de Janeiro. Em 1876, a assinatura anual para a Corte da Ilustração do Brasil

era de 12$000 e o valor anual de 300 réis, enquanto que a Ilustração Brasileira cobrava

20$000 anual e 1$000 avulso, já os periódicos ilustrados humorísticos, como a Revista

Ilustrada e O Mequetrefe, custavam 16$000 ao ano e cada número era vendido no valor de

500 réis. A Ilustração Popular cobrou 5$000 anuais para a Corte18 e 100 réis o número

avulso, o que pode ser comparados com os valores do hebdomadário satírico A Comédia

Popular (RJ, 1877), cuja assinatura trimestral era de 3$000, a anual 12$000 e 300 réis cada

número.

15 A Ilustração do Brasil foi publicada nos primeiros meses quinzenalmente, contendo 16 páginas. Quando

estreou sua versão popular, ambas foram publicadas semanalmente com 08 páginas cada. Após o termino da

Ilustração Popular, a primeira variante voltou a ser publicada quinzenalmente, com 16 páginas. Nos dois

últimos anos, alterou a periodicidade para mensal com mesmo número de páginas. 16 Para a análise da série de números, a pesquisa contou com o auxílio de um banco de dados desenvolvido por

Tania Regina de Luca e Ecila Alves de Oliveira. LUCA, Tania Regina de; OLIVEIRA, E. A. Sistema de

indexação para revistas. 2014. 17 Esta informação foi comprovada pelos dados obtidos a partir de pesquisa das assinaturas presentes nas

estampas reproduzidas nos impressos de Vivaldi, o que permitiu identificar a origem do material na publicação

original italiana. 18 A Ilustração Popular anunciou apenas seu custo avulso, a informação da assinatura está disponível no Diário

do Maranhão (MA, 1855-1911), ano VII, n. 985, 17 nov. 1876, p. 02.

7

Provenientes do exterior, a maioria das gravuras das ilustrações de Vivaldi abordaram

assuntos da velha Europa, porém algumas retrataram imagens sobre o Brasil, principalmente

das viagens que D. Pedro II realizou, em companhia de sua família, para o exterior, como

Constantinopla e aos Estados Unidos para participar da Exposição Universal de Filadélfia. Em

contraste com a Ilustração Popular, que publicou apenas 03 estampas, originais do exterior, a

sua versão luxuosa somou 19 imagens sobre o Brasil, que agregaram além das provenientes

de periódico estrangeiros, gravuras originais. 19 As estampas conjugadas com o texto,

resultado da inovação técnica, pouco vigente na imprensa ilustrada local, foram consideradas

como “germe do fotojornalismo” brasileiro (ANDRADE, 2004:170), além de terem

contribuído para expor uma imagem do país progressista.

Nação e sociedade nas estampas da Ilustração do Brasil

Segundo Thiesse, após o século XVIII, houve uma série de componentes simbólicos e

materiais que foram utilizados na elaboração da identidade nacional:

(...) uma história estabelecendo a continuidade de seus grandes ancestrais, uma série

de heróis modelos das virtudes nacionais, uma língua, os monumentos culturais, um

folclore, os lugares ícones, uma mentalidade particular, representações oficinais –

hino e bandeira – e as identificações pitorescas – indumentária, espécies culinárias

ou animais emblemáticos. (THIESSE apud ZENHA, 2006:354).

Desta maneira, as imagens construídas a partir da estética do pitoresco, em que se

mesclavam aspectos da urbanização com as espécies de flora local, transformaram-se em

símbolos na construção da nação. 20

Na segunda metade do Oitocentos, embora ainda persistissem as imagens que exibiam

a paisagem natural brasileira, com o avanço das técnicas de aprimoramento da fotografia, o

19 No total, a Ilustração do Brasil contabilizou em torno de 500 estampas, enquanto que sua versão popular

somou por volta de 130. Os números ainda estão em análise. As 03 imagens publicadas na Ilustração Popular

sobre o Brasil são: Recepção de suas majestades imperiais do Brasil em Constantinopla pelo patriarca católico,

vol. 1, n. 09, p. 65, 02 dez. 1876; Galeria das máquinas, S. M. o imperador do Brasil e o presidente Grant pondo

em movimento o mecanismo, vol. 1, n. 12, p. 92-93, 23 dez. 1876; S. M. o Imperador do Brasil recebendo a

Comissão da cidade de Nova Iorque, vol. 1, n. 13, p. 97, 30 dez. 1876. A versão luxuosa exibiu apenas a estampa

do imperador na Galeria das máquinas, vol. 1, n. 04, p. 53, 10 set. 1876, proveniente da L’Illustrazione Italiana,

ano 03, n. 36, p. 73, 02 jul. 1876. As demais imagens ainda não foram possíveis de atestar origem estrangeira. 20 Zenha (2006:353-368) analisa algumas obras de pintores estrangeiros presentes no Brasil do século XIX, que

produziram obras como o Rio de Janeiro pitoresco, impresso em 1845 nas oficinas de Heaton & Rensburg, que,

segundo a autora, pode ser tomado como símbolo de identidade nacional.

8

Brasil passou a ser representado nas litogravuras e xilogravuras com temas do progresso e da

civilização (ZENHA, 2006:367). Um dos primeiros indícios deste aspecto foi o

desaparecimento do índio dos cenários, como evidenciado pela Ilustração Brasileira,

concorrente direta da Ilustração do Brasil, que mostrou paisagens da fauna e da flora

brasileira com a ausência indígena e, ao mesmo tempo, se empenhou em mostrar edifícios,

portos, obras hidráulicas, caminhos de ferros, fábricas, etc., que atestavam o progresso e

civilização do país (AZEVEDO, 2010:39). Igualmente, o periódico de Vivaldi intentou

idealizar estes princípios exibindo em seu logotipo, por exemplo, o exuberante panorama da

cidade do Rio de Janeiro, a baía de Guanabara vista da Ilha das Cobras, que misturava

elementos paisagísticos e características urbanas e civis (ver Imagem 01).

Imagem 01. Logotipo da Ilustração do Brasil

A imagem foi retratada por diversos fotógrafos, desenhistas, gravadores e pintores do

período (ANDRADE, 2004:168). Junto da paisagem, na parte superior, ainda há o nome do

periódico, Ilustração do Brasil, em lettering e, na parte inferior, dois brasões: em primeiro

destaque o Brasão de Armas do Brasil Império e o segundo trata-se do Brasão do Reino de

Portugal. A reprodução não apresenta fidelidade, algo comum no período, pois o Império

brasileiro não produziu legislação que se preocupava com a reprodução dos símbolos

nacionais (MILTON, 1999). Na gravura há assinatura R. & E. Taylor, pertencente aos

gravadores Richard Taylor e Edward Taylor, atuantes na imprensa inglesa e que teriam

9

ilustrado periódicos como o Illustrated London News (Londres, 1842-1971). 21 A possível

confecção da imagem para Vivaldi talvez se explique pelo seu envolvimento como

responsável por uma edição inglesa impressa em Londres, como já mencionado.

A representação do país como nação civilizada também foi reforçada na imagem da

capa que estampou a princesa Isabel, com seu filho ao colo, e o conde d’Eu ao seu lado (ver

Imagem 02). Tratou-se da composição de um retrato da princesa e de seu filho, tirado por

Henshel & Benque, autoria não anunciada no periódico, e de uma imagem do Conde d’Eu não

localizada. Observa-se na estampa a assinatura do ilustrador Rinaldi e do gravador Sidonio

Centenari (1841-1902), este último responsável por gravar várias imagens estampadas nas

ilustrações de Vivaldi, provenientes da L’Illustrazione Italiana. 22 Ressalta-se que o primeiro

número da Ilustração do Brasil começou a circular no dia do aniversário da princesa, fato

reforçado em seu editorial de lançamento. A composição, portanto, não foi escolha

deliberada. Por meio da ajuda de artistas italianos, o periódico que se dizia representante da

civilização e do progresso ambicionou um futuro promissor, representado pelo Príncipe do

Grão Pará, no colo de sua mãe.

Imagem 02. Gravura estampada no primeiro número da Ilustração do Brasil

21 A empresa R Taylor & Co perdurou entre 1872 e 1901 e foi responsável por ilustrar diversos retratos no

periódico londrino. As informações estão disponíveis em: <

http://www.britishmuseum.org/research/search_the_collection_database/term_details.aspx?bioId=105717>,

acesso em: maio 2018. 22 Esta estampa que, provavelmente, Vivaldi mandou ser realizada pelo grupo de composição do periódico

italiano foi aproveitada na edição ano IV, n. 11, da L’Illustrazione Italiana, publicada em 18 de março de 1877.

10

Fonte: Ilustração do Brasil, vol. 1, n. 01, p. 01, 29 jul. 1876. Na legenda lê-se: Suas altezas imperiais do Brasil.

A Ilustração do Brasil voltou a estampar retratos de personalidades relacionadas ao

contexto brasileiro após o encerramento da Ilustração Popular. Em 1878 a periodicidade

semanal passou para mensal e o preço da assinatura anual de 12$000 para 10$000 na Corte, o

que possibilitaria a oferta de estampas originais, como propôs em nota da redação publicada

na primeira edição do ano. 23 A promessa se efetivou com as capas das edições: foram

estampadas 12 gravuras de assuntos nacionais nos 22 últimos números publicados entre 1878

e 1880. A maioria das imagens foram de retratos de personagens da política e educação

brasileira, que acompanhavam textos com exaltações ou apontamentos de críticas em torno

das discussões na Câmara dos Deputados. Os retratos estampados foram do Ministro da

Agricultura, Comércio e de Obras Públicas, Tomás José Coelho de Almeida (1838-1895), do

Ministro da Justiça, José Tomás Nabuco de Araújo (1813-1878), do Visconde do Rio Branco,

do Presidente do Conselho de Ministros, Leôncio de Carvalho (1847-1912), do fundador do

Colégio Abílio do Rio de Janeiro, Dr. Abílio César Borges (1824-1891), do visconde de S.

Salvador de Matosinho, João José dos Reis (1820-1888), de D. Pedro II e, finalmente, de D.

Tereza Cristina (1822-889). Alguns destes retratos ficaram sob responsabilidade de Augusto

Off, pintor e litógrafo berlinense que estabeleceu firma litográfica no Rio de Janeiro a partir

23 Os novos valores e periodicidade foram informados em nota de redação que também anunciou que a

Ilustração do Brasil seguiria o exemplo da Ilustração Brasileira e do Novo Mundo (Nova Iorque, 1870-1879)

editado nos Estados Unidos. “Aos leitores”, Ilustração do Brasil, ano III, n. 56, 01 de janeiro de 1878, p. 03.

11

de 1870 (FERREIRA, 1994:111), e a gravura foi realizada por Ad. Hirsch, provavelmente

tratando-se de Adolfo Hirsch, xilógrafo, desenhista e gravador sobre madeira, como anunciou

propaganda. 24 As demais imagens trataram de estampar vistas e paisagens que mesclavam

elementos paisagísticos e urbanos, os quais podem consolidar representações de nação.

O periódico exibiu algumas imagens da capital do império, que pretendiam estampar

indícios de civilização. O hotel Leurenroth, na (rua ou cidade de) Nova Friburgo, figurou em

uma das capas e a imagem permite visualizar algumas pessoas que devem ter posado para o

registro fotográfico. Trata-se de uma fotografia de Henschel & Benque, tirada no ano de

187525 e devidamente creditada nas páginas da Ilustração do Brasil. Na estampa é possível

verificar as assinaturas de A. Bonamore 26 e Canedi, ou seja, dos artistas italianos Antonio

Bonamore (1845-1907), pintor e ilustrador, e do gravador Francesco Canedi (1841-1910),

ambos responsáveis por ilustrar diversas outras estampas do periódico provenientes do

exterior, indicando que o provável contrato com o grupo italiano também previu a confecção

de gravuras originais para as ilustrações de Vivaldi (ver Imagem 03).

Imagem 03. O Hotel Leurenroth na Ilustração do Brasil (à esquerda) a partir de foto de

Henschel & Benque (à direita)

Fonte: À esquerda, Ilustração do Brasil, vol. III, n. 57, p. 17, fev. 1878, na legenda lê-se: Nova Friburgo – vista

24 Pode-se supor que o anúncio tenha sido ofertado em troca da gravura de alguns retratos para o periódico.

Anúncio estampado na edição ano I, n. 08 (nova série), abril 1879, p. 126. 25 A fotografia pode ser visualizada no site da Brasiliana Fotográfica. Disponível em: <

http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/124>, acesso em: maio 2018. 26 Andrade (2004:173) informa que há assinatura do artista na estampa, entretanto, não foi possível visualizar no

material escaneado pela Biblioteca Nacional.

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do hotel Leurenroth (de uma fotografia dos srs. Henschel & Benque do Rio de Janeiro). À direita, Nova

Friburgo: Hotel Leuenroth de Henschel & Benque disponível na Biblioteca Nacional.

Ainda exibindo os “lugares ícones” da província do Rio de Janeiro, e também de São

Paulo, a Ilustração do Brasil expôs a vista do jardim botânico do Rio de Janeiro, desta vez

sem indicar a autoria da fotografia. Entretanto, na imagem consta a assinatura de A.

Bonamore, fato que destaca a proveniência do exterior. 27 O mesmo não se pode atestar em

relação às estampas publicadas a partir de 1879 e que diziam respeito à vista da imperial

cidade de Petrópolis, de ponte no Vale do Paraíba e do Morro da Glória no Rio de Janeiro.

Além de o periódico não atestar autorias, não foi possível localizar assinaturas nas imagens. 28

Neste ano, não há evidências de que Vivaldi tenha recebido clichês do exterior, assim é

provável que estas estampas de assuntos nacionais tenham sido produzidas no Brasil.

Apesar de a capital do Império consistir molde de civilidade ao país, foi na província

de São Paulo que as páginas da Ilustração do Brasil encontraram os indícios do progresso,

como atestou o editorial assinado por Victor da C., publicado na mesma edição, que estampou

na capa a ponte do Vale do Paraíba:

[...] S. Paulo, veste-se das mais esplendidas galas, arroteia os seus campos, abre o

seio virgem das suas florestas à fauce hiante das locomotivas, esquece, muito de

indústria, nos prados os modernos instrumentos do seu trabalho, para que esse novo

sol, tentando assim, venha retratar-se e refletir os seus fulgores na lamina prateada

dos arados; ou enfeita os seus prodigiosos vales, como que dizendo-lhe: vem astro

refulgente da nossa mais ambicionada ventura, bem vês não te faltará aqui aonde te

recolhas ao fim do dia, quando queiras ocultar em místicos encantos a fronte cheia

de tanto luzir.

E por isso ela caminha! [...]. 29

Imagem 04. Ponte no Vale do Paraíba

27 Estampa localizada na capa da Ilustração do Brasil em v. III, n. 60, maio 1878, p. 65. 28 As estampas estão localizadas na Ilustração do Brasil, respectivamente, em vol. I, n. 10 (nova série), p. 145,

jun. 1879; vol. II, n. 13 (nova série), p. 01, 1879/1880; vol. II, n. 14 (nova série), p. 17, 1880. 29 “A província de São Paulo e a iniciativa particular” editorial assinado por Victor da C. publicado na Ilustração

do Brasil, vol. II, n. 13 (nova série), p. 03.

13

Fonte: Ilustração do Brasil, vol. II, n. 13 (nova série), p. 01, 1879-1880. Na legenda lê-se: Ponte sobre o

Paraíba.

Desta maneira, os elementos de urbanização apareciam em conjunto com a fauna e

flora locais nas estampas das edições que tinham como objetivo elevar o Brasil ao patamar

dos países civilizados. O desafio local encontrava-se em enfrentar a natureza, abrir florestas

com construções e ligar as costas de rios, com elevação de pontes que sustentavam os

caminhos de ferro.

Considerações finais

A Ilustração do Brasil e Ilustração Popular foram periódicos ilustrados que

evidenciaram o progresso da nação, tendo o Império como pano de fundo político. Desta

maneira, propunham, utilizando gravuras “sérias”, o inverso do que a imprensa humorística da

época, que insistia na crise da monarquia. Ao contrário da exibição caricata da família real, as

páginas da versão luxuosa exibiram imagens da monarquia como sinônimo de progresso e

busca da civilização, como a presença de D. Pedro II na Exposição Universal da Filadélfia.

Além de expor retratos das principais figuras políticas da época, bem como da realeza,

divulgou imagens de locais icônicos que enfatizavam o desenvolvimento nacional. O que se

deseja é mostrar que, no país tropical, rico de espécies naturais, a civilização e o progresso

estavam em vias de se tornar realidade.

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