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Estudos da representação de gênero e da diversidade sexual na literatura brasileira contemporânea Estudos do gênero e da diversidade sexual como sistemas de significações e representações construídas em várias instâncias, inclusive nas práticas artísticas. Discussão da representação literária do gênero e do corpo como local de disputas conceituais e sua problematização no campo literário contemporâneo e na formação do cânone literário brasileiro. Em o exílio, o fantástico e o grotesco aparecem nas figuras do anão, da Rainha mãe e de uma certa branca de neve. Crítica do grotesco (O que grotesco para a arte? O que é grotesco para o senso comum? Há um consenso quanto à definição dos dois? – o grotesco assume um ar inevitavelmente antinatural e ante harmônico.) Crítica socialista Crítica biográfica

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Estudos da representação de gênero e da diversidade sexual na literatura brasileira contemporânea

Estudos do gênero e da diversidade sexual como sistemas de significações e representações construídas em várias instâncias, inclusive nas práticas artísticas. Discussão da representação literária do gênero e do corpo como local de disputas conceituais e sua problematização no campo literário contemporâneo e na formação do cânone literário brasileiro.

Em o exílio, o fantástico e o grotesco aparecem nas figuras do anão, da Rainha mãe e de uma

certa branca de neve.

Crítica do grotesco (O que grotesco para a arte? O que é grotesco para o senso comum? Há um consenso quanto à definição dos dois? – o grotesco assume um ar inevitavelmente antinatural e ante harmônico.)

Crítica socialista

Crítica biográfica

Critica feminista

ALMEIDA, Rogério Caetano de. Recortes do grotesco na história da literatura portuguesa: cantigas de maldizer; satíricos barrocos; Bocage; Camilo Pessanha; Mário de Sá-Carneiro e Alberto de Oliveira. Tese de Doutorado em Letras. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012, 370 p.

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AMED, Jussara Parada. Escrita e experiência na obra de Júlia Lopes de Almeida. Tese de Doutorado em História Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010, 234 p.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo 1: fatos e mitos. 4ª ed. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1970.

DEL PRIORE, Mary. (org.). História das mulheres no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.

GOTLIB, Nadia Batella. Clarice: uma vida que se conta. 6ª ed. São Paulo: EDUSP, 2009.

HUGO, Victor. Do grotesco ao sublime: tradução do prefácio de Cromwell. Trad. Célia Berrettini. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.

KAYSER, Wolfgang. O grotesco: configuração na pintura e na literatura. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1986.

LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

MIGUEL-PEREIRA, Lúcia. Prosa de ficção: de 1870 a 1920. 3ª ed. Rio de Janeiro: J. Olympio; Brasília: INL, 1973.

MORICONI, Ítalo. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

MOSER, Benjamin. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

NUNES, Benedito. Leitura de Clarice Lispector. São Paulo: Quiron, 1973.

ORMUNDO, Wilton de Souza. Figurações do grotesco nas narrativas curtas de Clarice Lispector: o fenômeno como disparador do Unheimlich, das inversões e do (des)equilíbrio. Dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008, 242 p.

SODRÉ, Muniz; PAIVA, Raquel. O império do grotesco. Rio de Janeiro: Mauad, 2002.

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Deveria haver duas disciplinas nas escolas do ensino médio, Estudos de Gênero e Crítica da Mídia. Só isso já ajudaria a criar um mundo com menos preconceito e mais seres pensantes. E O Mito da Beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres seria leitura obrigatória em ambas as matérias. É esse tantão que eu adoro Naomi Wolf e seu Mito.

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Se você ainda não leu esta que é, pra mim, a maior obra feminista da terceira onda, bom, não sei o que você tá esperando. Eu só li Mito em 2007, e ele existe desde 1991. Teria me poupado muitas angústias se o tivesse lido antes. Por favor, leia. Tem em português, em pdf, de graça aqui, mas é um desses livros que vale a pena guardar na estante, pra poder consultar sempre.Depois li Promiscuidades que, apesar de não ter a importância de Mito, ainda assim é muito interessante. Nele, Naomi conta como foi crescer na Califórnia nos anos 60 e 70. Ela tem seu estilo próprio, que é quase sempre partir de acontecimentos pessoais da sua vida para fazer análises mais aprofundadas.

É isso, aparentemente, que ela tenta fazer em seu mais recente livro, o recém-lançado Vagina: Uma Nova Biografia. Primeiro o livro virou notícia porque a Apple censurou uma das palavras do título (adivinha qual? Eu nem sabia que vagina era palavrão!). Ironicamente, a obra trata de como esta parte da anatomia ainda não é bem vista na sociedade, e aí a Apple vem pra ilustrar. Enfim. Assim que as críticas começaram a aparecer, no entanto, Vagina virou alvo de pichações quase unânimes. Este artigo (em inglês) traz um bom resumo (o título do post já é engraçadinho: "'Vagina' de Naomi Wolf recebe mais críticas públicas e elogios vagos que qualquer vagina que conhecemos"): não há nada de novo no livro, nenhuma vagina é um buraco místico, tem muitas referências tântricas, é simplesmente embaraçoso, e por aí vai. 

O livro já seria um sucesso mesmo sem toda essa polêmica. Tanto que aseditoras brasileiras estão fazendo leilão pra traduzi-lo e lançá-lo aqui. Ontem, a Folha publicou um trecho. Logo o trecho que está rendendo mais piadinhas a Naomi! Nele, ela narra que um amigo de um amigo convidou uma turma, ela inclusa, para comer em sua casa. E lá serviu "bucetini", ou massa no formato de vagina. E linguiça de símbolo fálico e acompanhamento. E peixe, pra sugerir que este é o cheirinho característico das nossas partes pudentas. Naomi não gostou nada da brincadeira, que lhe rendeu seis meses de bloqueio criativo (writer's block, é assim que se traduz?). Eu posso achar seis meses de trauma por uma brincadeira idiota um exagero, mas a gente não vive falando que cada pessoa tem sua reação?

Ainda não li o livro. Pretendo lê-lo, se bem que a ideia da vagina como um órgão transcendental não me atrai muito, nem pro bem (visto como algo místico), nem pro mal (visto como puro mal, à la vagina dentata). Mas o que não me agrada nem um pouco é ver todo mundo pichando a Naomi, feministas inclusas. Já li gente escrevendo que a Naomi é "feminista", sabe, entre aspas, pseudofeminista, ex-feminista...Eu gostaria de saber como uma das feministas mais conhecidas (e, até agora, mais respeitadas) do nosso tempo merece ser tratada como feminista entre aspas porque alguma feminista não concordou com alguma coisa que ela escreveu. Sinceramente? Todo mundo vai

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escrever ou falar, cedo ou tarde, algo com que você discorde veementemente. Acontece sempre. Deal with it. E nem por isso uma feminista deixa de ser feminista, ou um ativista LGBT deixa de ser um ativista LGBT, ou deus Chico deixa de ser Chico. O chato é ver feministas e outras pessoas de esquerda satirizando Naomi da mesma forma que conservadores que odeiam o feminismo estão satirizando a Naomi.

Eta turminha rápida em linchamentos coletivos, hein? Desculpe a comparação desproporcional, mas eu sei como é isso. Sou conhecida entre uma dúzia de pessoas, digamos assim, entre gente que conhece blogs com textos longos. Outro dia, semana retrasada, por aí, desenterraram um post meu de dois anos atrás em que eu (aquela que acredita na recuperação das pessoas) analiso as vantagens e desvantagens de votar no Netinho pra senador. É um texto reflexivo daquele contexto, daquelas eleições, em que precisávamos votar em dois senadores. Na época, o post foi bem recebido (leia os comentários se duvida), até porque um grupo de mulheres do PC do B (partido do Netinho) havia defendido o voto nele. Mas meu post foi trazido à tona por reaças que sempre me atacam, e hipsters, haters usuais, pessoas de esquerda, e até feministas vieram jogar pedra na "defensora de um agressor de mulheres". 

Quer dizer, vieram jogar pedra é um termo incorreto. Até agora, em quase cinco anos de blog, posso contar nos dedos das mãos quem veio me criticar diretamente. Os que me criticam (se é que fazer piadinhas ou escrever "hoje sonhei que mijava na cara da Lola", como disse não faz muito tempo um gay misógino no seu twitter, possa ser encarado como crítica) ou são anônimos que vêm ao blog xingar, mas não têm coragem de assinar, ou são pessoas que falam mal pelas costas, por exemplo, escrevendo meu nome sem citar a arroba (eu só fico sabendo quando me avisam, e só me avisam quando o negócio é virulento mesmo). E o pessoal lá, crente que tá abafando criticando!

Sei não. Cá pra nós, temo que feminista insultar feminista seja muito parecido com mulher chamar mulher de vagabunda: um dia, quando você menos espera, a ofensa será usada contra você. E, assim como não precisa fazer absolutamente nada além de ser mulher pra ser xingada de vadia, uma feminista não precisa fazer nada pra ser atacada por ser feminista. Portanto, recomendo mais respeito com Naomi. Vamos pelo menos ler Vagina antes de se juntar à massa? E, se o livro realmente for ultrajante, o que acontece? Devemos queimar nossos exemplares de Mito da Beleza numa fogueira? Naomi se transforma numa "feminista" que presta desserviço à causa e não nos representa? Porque, só pra lembrar, eu já ouvi todas essas asneiras sobre a minha insignificante pessoinha.

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O movimento feminista produziu obras literárias de ficção e não-ficção feminista, além de ter criado um novo interesse na literatura das mulheres. Ele também levou a uma reavaliação geral das contribuições históricas e acadêmicas das mulheres, em resposta à crença de que a vida e as contribuições das mulheres foram sub-representadas como áreas de interesse acadêmico.[144] Grande parte do período inicial de estudos literários feministas teve foco na redescoberta e recuperação de textos escritos por mulheres. Estudos como Mothers of the Novel (1986), de Dale Spender, e The Rise of the Woman Novelist (1986), de Jane Spencer, foram inovadores em sua insistência de que as mulheres sempre foram escritoras. Proporcional a este aumento do interesse acadêmico, várias editoras começou a tarefa de reeditar textos. A Virago Press começou a publicar sua grande lista de novelas do século XIX e do início do século XX em 1975 e tornou-se uma das primeiras editoras comerciais a participar do projeto de recuperação. Na década de 1980. a Pandora Press, responsável pela publicação de estudo de Spender, emitiu uma linha de romances do século XVIII escrito por mulheres. Mais recentemente, a Broadview Press continua a emitir romances dos séculos XVIII e XIX, muitos até então fora do catálogo, e a Universidade do Kentucky tem uma série de reedições de romances de mulheres. A obra A Vindication of the Rights of Woman (1792), por Mary Wollstonecraft, é uma das primeiras obras de filosofia feminista. O ensaio Um Teto Todo Seu (1929) por Virginia Woolf, foi registrado em seu argumento para um espaço literal e figurativo para mulheres escritoras dentro de uma tradição literária dominada pelo patriarcado.

O interesse generalizado na literatura das mulheres está relacionado a uma reavaliação geral e ampliação do cânone literário. O interesse em literaturas pós-coloniais, na literatura gay e lésbica, obras de pessoas de cor e nas produções culturais de outros grupos historicamente marginalizados resultou em uma expansão de toda dimensão do que é considerado "literatura" e gêneros até então não considerado como "literários", como obras para crianças, revistas, cartas, relatos de viagens e muitos outros são agora temas de interesse acadêmico.[144] [146] [147] A maioria dos gêneros e subgêneros foram submetidos a uma análise semelhante, de modo que se vê agora a trabalhar no "gótico feminino" ou na ficção científica das mulheres.[148]

De acordo com a professora feminista norte-americana Elyce Rae Helford, "ficção científica e fantasia servem como veículos

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importantes para o pensamento feminista, particularmente como pontes entre a teoria e a prática."[149] A ficção científica feminista às vezes é ensinada no mundo universitário para explorar o papel das construções sociais na compreensão de gênero. Entre os textos notáveis deste tipo estão The Left Hand of Darkness (1969), de Ursula K. Le Guin; The Female Man (1970), de Joanna Russ; Kindred (1979), de Octavia E. Butler e The Handmaid's Tale (1985), de Margaret Atwood.[150]

A crítica feminista nasceu da necessidade privilegiar o olhar e a perspectiva hermenêutica feminina na abordagem de textos canônicos, que salientado a representação da mulher nessa literatura androcêntrica, na qual era idealizada ou diabolizada, mas sempre dela prevalecendo imagens estereotipadas.