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ATRAVESSAR OS ANDES Com Juan Manual Manrique numa das estradas mais perigosas do mundo. PARCERIA HISTÓRICA Iberobus e Volvo numa relação de confiança com passado e rumo ao futuro. APOSTA TRIPLA Transwhite reforça a frota com as três motorizações do Volvo FH16. A REVISTA DA AUTO SUECO SOBRE OS CAMIÕES E AUTOCARROS VOLVO • EDIÇÃO 2/2015 TRANSPORTE EXCECIONAL Não há impossíveis para a LASO, uma empresa que confia na Volvo para os transportes mais exigentes

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Page 1: Na Estrada Nº 2/2015(PDF, 9.8 MB)

ATRAVESSAR OS ANDESCom Juan Manual Manrique numa das estradas mais perigosas do mundo.

PARCERIA HISTÓRICAIberobus e Volvo numa relação de confiança com passado e rumo ao futuro.

APOSTA TRIPLATranswhite reforça a frota com as três motorizações do Volvo FH16.

A REVISTA DA AUTO SUECO SOBRE OS CAMIÕES E AUTOCARROS VOLVO • EDIÇÃO 2/2015

TRANSPORTE EXCECIONALNão há impossíveis para a LASO, uma empresa que confia na Volvo para os transportes mais exigentes

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18 TRABALHO EXIGENTECada carga é um desafio, mas para a LASO não há impossíveis. São outros os limites para uma empresa que há muito se destacou na área dos transportes especiais. Com a parceria da Volvo.

Grandes desafios a 3000 m de altitude08

Com as suas 29 curvas a uma altitude de 3000 m, o Paso de los Caracoles, no Chile, exige muita destreza aos motoristas.

Potência adaptada a todas as respostas 32

Na hora de investir, José Mota, da Transwhite, encontrou nas três motorizações do FH16 a melhor resposta às suas necessidades.

Relação histórica com toda a confiança36

Desde o tempo de Armindo Nogueira da Costa à Iberobus, uma história com várias gerações e uma aliança incontornável a duas marcas: Volvo e Auto Sueco.

5 INÍCIO 16 O DESAFIO DA CONDUÇÃO 22 EU & O MEU VOLVO

24 POR DENTRO DA VOLVO 31 COMO FUNCIONA

40 O ANO 42 A IMAGEM

conteúdo Na Estrada #2/2015

NA ESTRADA #2/2015 3

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EDITORIAL

Potência máxima

Editor/proprietário: Auto Sueco, L.da Diretor: Pedro Oliveira Diretora adjunta: Ana Gago Tel.: 226 150 300 Fax: 226 197 055 Endereço de correio eletrónico: [email protected] Projeto gráfico e editorial: Spoon Edição: Divisão de Novas Soluções de Media da Impresa Publishing Impressão: Maiadouro Tiragem: 4000 exemplares Periodicidade: Semestral Distribuição: Gratuita Inscrição na ERC: 125.272

NA ESTRADA

Os engenheiros suecos já o anteviam desde o final dos anos 60 e a tendência atual não deixa de o confirmar: no futuro, transportes mais pesados exigiriam níveis de potência muito maiores do que aqueles que então podiam ser encontrados no mercado. Em 1987, com o lançamento do precursor F16, com 470 cv, a Volvo materializava essa ideia, alargando a oferta com uma potência que, ainda assim, nessa altura, muitos consideraram ser muito superior à necessária para responder às necessidades da maioria dos seus clientes.

Os níveis de exigência encarregaram-se de provar, entretanto, que a Volvo estava no caminho certo e quase 30 anos volvidos sobre a estreia do F16 ninguém tem dúvidas que a adoção de um elevado nível de potência adicional é sinónimo de um desempenho de topo, garantindo, no caso da Volvo, uma boa eficiência em termos de combustível e emissões extremamente reduzidas.

Era por isso natural que, com o lançamento do motor mais potente da Volvo até à data, este acabasse por ocupar um lugar de destaque numa das nossas edições.

Disponível em três níveis de potência – 550, 650 ou 750 cv –, o FH16 tem então uma forte presença neste segundo número de 2015 através de três empresas portuguesas – a LASO, a Transwhite e a Leonel Martinho Fernandes –, que, na hora de renovar a sua frota, decidiram fazê-lo optando pelo nosso topo de gama, o que os coloca numa posição claramente mais destacada nos seus setores de atividade.

Numa edição que foi ao Chile para percorrer uma das estradas mais perigosas do mundo, também passamos em revista a relação de parceria da Auto Sueco com a Iberobus.

Em vésperas de um novo ano, é o momento ideal para endereçarmos a todos os nossos clientes os votos de um 2016 repleto de sucessos.

Pedro OliveiraDiretor Executivo, Auto Sueco

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início Notícias do mundo Volvo

A Volvo Trucks é o primeiro fabricante de camiões do mundo a incluir a ativação automática de tração integral em camiões de construção.

A nova funcionalidade de Controlo Automático de Tração (ATC) da Volvo Trucks ativa a tração do eixo dianteiro automaticamente em movimento, caso exista o risco de o camião ficar preso, ou seja, quando as rodas traseiras perdem tração ou em pisos escorregadios e macios. Desta forma, o condutor terá uma maior capacidade de manobra, ao mesmo tempo que economiza combustível e reduz o desgaste da transmissão e dos pneus que a ativação constante

da tração das rodas da frente costuma provocar.

A tração do eixo dianteiro impede paragens em terreno difícil e, ao mesmo tempo, esta função só é necessária durante um período muito curto de toda a viagem. O Controlo Automático de Tração garante que seja sempre ativada a combinação de tração ideal, sendo que essa decisão em particular não é tomada pelo motorista.

O Controlo Automático de Tração integra o equipamento de série no Volvo FMX, versões 4x4, 6x6, bem como no 8x6, sendo disponibilizado em toda a gama de motores Euro 3, 4, 5 e 6.

Volvo FMX com maior capacidade de manobra e mais economia

Transportes Nogueira reforçam aposta forte na VolvoA empresa transportadora de Vila Nova de Famalicão continua a investir na marca sueca, tendo adquirido 25 novas unidades A Auto Sueco Portugal e a Transportes Nogueira estão a reforçar neste final de ano a relação de parceria que as une com a aquisição de 25 novos Volvo FH 420 cv, com componentes inovadores disponibilizados pela Volvo, como o sistema de cruise control inteligente da Volvo Trucks, o I-See, a caixa I-Shift ou o travão auxiliar VEB +. Numa fase em que a Transportes Nogueira está a fortalecer a sua presença no mercado, não só renovando como aumentando a frota, a aposta na Volvo

revelou-se uma consequência natural, fruto da relação mantida desde 1974. Neste momento, 90% da frota atual da Transportes Nogueira são já Volvo. Fundada em 1968, com sede em Vila Nova de Famalicão, esta companhia, que se dedica ao transporte de matérias perigosas, carga geral nacional e internacional e serviços de logística e distribuição, que demonstra continuar a ser uma empresa de referência para o setor, continua assim a sua expansão com o apoio da Volvo.

O ATC para camiões de construção é uma estreia mundial da Volvo Trucks.

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início Notícias do mundo Volvo

No terceiro episódio da série de televisão Volvo Trucks Reality Road, o Volvo FH foi submetido a um verdadeiro teste da sua força quando conduzido em duas rodas numa pista de testes num local próximo de Berlim. A acrobacia foi realizada enquanto se filmava uma cena para o vídeo de música da artista Mapei, gravado durante a série. Além disso, o episódio fará também parte da campanha da Volvo Trucks para divulgação dos seus serviços, o Volvo Trucks Services.

“Uma acrobacia deste tipo exige muito, tanto do condutor como do veículo. Conduzir em duas rodas requer enorme precisão. O veículo tem de se inclinar 45 graus; se inclinar menos, acaba por voltar à posição inicial de quatro rodas. Para o motorista é vital manter o camião precisamente no ângulo certo”, revelou o coordenador de acrobacias Peter Pedrero.

As preparações foram rigorosas: a rampa tinha 12,5 metros de comprimento e 140 cm de altura e estava inclinada precisamente a 30 graus, para colocar o veículo com o ângulo necessário de 45 graus. Atrás do volante estava o duplo de motoristas Walter Melis, um dos maiores especialistas do mundo a conduzir em duas rodas. “O objetivo da campanha é mostrar a força da oferta de serviços da Volvo Trucks. O facto é que graças aos nossos serviços de conectividade podemos verificar a saúde de cada camião em tempo real, que foi o que fizemos durante toda a acrobacia." Os episódios da série estão disponíveis no canal do YouTube da Volvo Trucks.

Reality Road: acrobacia ousada em duas rodas com um Volvo FH

Usados Volvo Trucks com a garantia Auto SuecoParceira da Volvo Trucks há mais de 80 anos, a Auto Sueco junta à sua oferta de camiões novos uma ampla oferta de camiões usados, provenientes não só da renovação do mercado nacional, mas também da rede Volvo em toda a Europa.

A oferta de Usados Volvo Trucks é diversificada e é maioritariamente constituída por viaturas com manutenção preventiva e curativa na Rede de Concessionários Volvo desde o primeiro quilómetro.

Para assegurar o melhor

rendimento dos camiões, é disponibilizada uma assistência Após Venda de excelência, com foco no cliente e condizente com os valores da marca. Também um conjunto alargado de soluções de financiamento e seguros, através de parceiros especializados, estará à disposição dos clientes. A marca Auto Sueco será sempre a garantia.

Mais informações sobre os camiões Usados Volvo Trucks na Internet, em www.usadosvolvotrucks.com.

Mais experiência, mais vantagens, vida a dobrarA Volvo tem vindo a aumentar a preocupação e os cuidados com os seus clientes oferecendo serviços que lhes permitam tirar o máximo proveito dos veículos. O Volvo Plus + é um programa pensado para camiões e autocarros mais antigos, que permite o acesso a condições especiais em reparações e outros serviços, com o objetivo de aumentar ainda mais a vida útil dos veículos. Esta solução abrange camiões e autocarros Volvo com mais de oito anos e é a opção ideal para quem procura prolongar ao máximo o tempo

do seu Volvo na estrada. O Volvo Plus + oferece descontos adicionais em reparações, descontos em substituição de peças estratégicas, campanhas exclusivas e vantagens acrescidas aos contratos de assistência. Os clientes contam também com o Serviço Genuíno Volvo e com as Peças Genuínas da marca.

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Melhor aderência com a nova Elevação do Eixo Tandem

Cidade sueca de Gotemburgo com autocarros Volvo 100% elétricosA cidade sueca de Gotemburgo lançou a primeira rota de autocarros elétricos, silenciosos, sem emissões e que funcionam à base de eletricidade de origem eólica e hidroelétrica. A rota escolhida foi a 55, que vai de Chalmers Johanneberg até Chalmers Lindholmen, passando pelo centro de Gotemburgo.

A frota é composta por três viaturas totalmente elétricas e sete híbridos elétricos, todos eles da Volvo Buses, equipados com Wi-Fi a bordo e estrutura para carregamento da bateria do telefone. Além disso, as estações de embarque podem ser fechadas, o que só é possível porque os autocarros são silenciosos e sem emissões e podem ser rapidamente

recarregados com eletricidade renovável nas estações terminais.

A rota 55, em Gotemburgo, é assim resultado da ElectriCity, uma colaboração que desenvolve, testa e demonstra um transporte coletivo sustentável novo e atraente para o futuro. Além dos autocarros em si, a ElectriCity desenvolve e testa novos sistemas de paragens, sistemas de gestão de tráfego, conceitos de segurança e sistemas de abastecimento de energia. A nova rota de autocarros elétricos não só coloca Gotemburgo no mapa dos sistemas de transporte público inovadores como também abre novas possibilidades para o planeamento urbano.

A Volvo Trucks acaba de lançar a Elevação do Eixo Tandem. A nova função foi concebida para uma maior aderência em transportes pesados com cargas transportadas numa direção e viagens de regresso sem carga. Substituindo o diferencial no primeiro eixo motriz por uma embraiagem (de dentes), o segundo eixo motriz pode ser desativado e elevado. Assim, o motorista tem acesso à potência e

capacidade de dois eixos motrizes (6x4) e também à melhor capacidade de manobra de um único eixo motriz (4x2). Além disso, conduzir com o segundo eixo motriz elevado também reduz o ângulo de viragem em um metro, desgastando menos os pneus e os sistemas de suspensão. A Elevação do Eixo Tandem está disponível para o Volvo FM, Volvo FMX, Volvo FH e Volvo FH16.

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Texto Anders Backman Fotografia Nicke Johansson

RELATÓRIO DE CONDUÇÃO

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PERTO DO CÉU

Prudência, técnica e experiência mantiveram Juan Manuel Manrique vivo durante 45 anos numa das estradas mais perigosas do mundo. Falamos de Paso de los Caracoles, no Chile.

NA ESTRADA #2/2015 9NA ESTRADA #2/2015 9

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 P aso de los Caracoles - em português, “passagem dos caracóis“ - tem este nome devido às suas 29 curvas, por onde passam camiões e automóveis, 800 metros acima do nível do mar, para a fronteira com a Ar-gentina, a uns estonteantes 3200 metros de altitude. No inverno, gelo e vários metros de altura de neve tornam tanto a subida como a descida muito peri-

gosas e, no verão, o calor castiga sem dó nem piedade os travões e os motores dos camiões, que circulam aqui extremamente carregados.

“Sempre que vejo um acidente, penso no que terá induzido o mo-

RELATÓRIO DE CONDUÇÃO

torista a conduzir demasiado rápido e depois penso na sua família, que nunca mais o verá”, diz Juan Manuel Manrique enquanto en-frenta a íngreme subida. “Prudência, respeito, mas nunca medo, foi isso que o meu pai me ensinou e que comigo resultou até agora.”

Faz a curva seguinte com um ângulo maior para deixar passar um camião que desce em direção ao vale. Os motoristas saúdam-se, acenando com simpatia e cumprimentando-se pelas janelas aber-tas. Na curva 10, aponta para um contentor destruído numa en-costa, entre as curvas 10 e 12. Explica que o motorista desse camião

“O meu pai ensinou-me tudo sobre camiões e também sobre estas montanhas.”JUAN MANUEL MANRIQUE, MOTORISTA DE CAMIÕES

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descia demasiado rápido, com uma carga de vinho da Argentina. O reboque capotou e arrastou o trator.

“Acho que o motorista se salvou, saltando antes de o camião ir pela montanha abaixo. Partiu vários ossos e �cou ferido com gravi-dade”, diz com um ar sério. “Mas pelo menos sobreviveu.”

Os olhos nunca se desviam da estrada enquanto faz as curvas apertadas da subida dos Andes chilenos, a caminho da Argentina. Cada curva tem um número, e a que ceifou mais vidas, a número 17, foi apelidada de “curva de la muerte” (“curva da morte”). Os seus olhos semicerram-se quando passa pelo sinal, mas é máxima a sua

concentração. Aponta para diferentes sítios onde aconteceram aci-dentes, uns recentes e outros mais antigos. Muitos dos desafortuna-dos condutores eram seus amigos pessoais, pois existe uma espécie de irmandade entre os motoristas que conduzem por aqui, na traves-sia fronteiriça mais importante entre o Chile e a Argentina.

Sendo o caminho mais curto entre o Porto de San Antonio, a oeste de Santiago do Chile, e a área de Mendoza, na Argentina – e tam-bém para o Brasil –, esta zona é vital para a logística das empresas. Mercadorias de todo o mundo, desde bananas da costa do Equador

Juan Manuel Manrique conduz no perigoso Paso de los Caracoles há 45 anos. Cada uma das 29 curvas tem um número. A que ceifou mais vidas, a número 17, é conhecida como “curva de la muerte” (“curva da morte”).

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RELATÓRIO DE CONDUÇÃO

Acompanhe Juan Manuel no Paso de los Caracoles.

www.youtube.com/volvotrucks

VEJA O FILME

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a automóveis novos vindos da Ásia, tudo passa por esta estrada. Hoje, o reboque refrigerado de Juan Manuel está carregado com 25 toneladas de bananas, com destino a Mendoza. O binário do motor e a caixa de velocidades suave permitem-lhe concentrar a atenção na perigosa estrada.

Juan Manuel passou 45 dos seus 64 anos a conduzir camiões por toda a América do Sul. Deixa a mulher e quatro �lhos já cresci-dos na sua cidade natal de Mendoza, na Argentina, quando anda na estrada. Pensa muito neles, mas a sua família reconforta-se com o facto de ele nunca ter tido um acidente, e sabem que a sua principal prioridade é regressar para perto deles.

“A atitude do empresário tem um enorme impacto nas estatís-ticas de acidentes”, explica. “Alguns patrões não se preocupam com o motorista, pressionam-no demasiado, e normalmente o equipamento é antigo e desatualizado, o que faz com que haja mais acidentes.”

A sua empresa nunca teve acidentes graves, sendo uma das maiores empresas ativas no percurso Chile-Argentina. O empre-sário tem uma relação muito próxima com os seus motoristas.

“Quando o proprietário nos contacta para saber como esta-

“Sempre que vejo um acidente, penso no que terá induzido o motorista a conduzir demasiado rápido e depois penso na sua família, que nunca mais o verá.”JUAN MANUEL MANRIQUE, MOTORISTA DE CAMIÕES

NA ESTRADA #2/2015 13NA ESTRADA #2/2015 13

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RELATÓRIO DE CONDUÇÃO

Com o sol a pôr-se atrás das montanhas, Juan Manuel prepara uma refeição na berma da estrada. As montanhas são o seu local de trabalho há muitos anos. E repete o princípio: “Respeito, mas nunca medo, é isso que me mantém vivo nesta estrada.”

mos, pergunta pela família e tem um interesse genuíno pelo nos-so bem-estar, o que faz uma diferença enorme na estrada”, conta Juan Manuel. “Demasiada pressão não é nada bom.”

A empresa tem 80 camiões, com mais 30 encomendados, sendo especializada em transporte de cargas refrigeradas. Todos os ca-miões são Volvo FH, tendo sido esta sociedade a primeira do Chile a comprar o novo modelo do FH. O camião que Juan Manuel con-duz é um trator FH 500, de 2015, que a empresa acabou de receber. Tem uma caixa de velocidades I-Shi� e uma con�guração de eixos 6x2. Com uma política de um motorista – um camião, rapidamen-te ele se tornou um amigo de con�ança na estrada.

“Estes novos camiões têm uma ótima visibilidade e uma suspensão e uns travões tão bons que são menos cansativos de conduzir do que os antigos. Também são muito mais seguros. São muito confortáveis para dormir, pelo que acordamos no dia seguinte para nos fazermos à estrada completamente des-cansados. As camas são confortáveis e representam realmente

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FACTOS

A RRC y Cía. Lda. foi fundada em 1979. A empresa começou com o transporte de mercadorias entre o Chile e a Argentina – atividade que continua a exercer atualmente. A

sede é em Santiago do Chile, Chile. A empresa tem 155 funcionários.

A sua frota é composta por 80 camiões Volvo FH. Recentemente, a RRC y Cía. Ltd. adquiriu mais 30

Volvo FH da nova gama Volvo. A sociedade especializou-se em

transportes internacionais de carga refrigerada.

A EMPRESA

A ÁREA

O CAMIÃO

A ESTRADA Modelo: Volvo FH 500 I-Shift, de 2015, com uma configuração de

eixos 6×2.Motor: 13 litros com seis cilindros em linha, 500 cv e 2500 Nm de

binário às 1050-1400 rpm.Reboque: Refrigerado americano da

Utility com 27,5 m3 de capacidade.Serviços: Transporte de

mercadorias refrigeradas do Chile para a Argentina.

uma casa longe de casa. Nunca estive um dia parado devido a problemas técnicos.”

Com o sol a pôr-se atrás das montanhas, prepara uma refeição de bife e frango na berma da estrada. Fala das vezes em que a mulher o acompanha.

“Ninguém cozinha tão bem como a minha mulher, mas quando estamos na estrada quem cozinha sou eu. É a vez de ela descansar. Não gosto de �car em hotéis e comer em restaurantes. O que eu cozinho é muito melhor e mais saudável.”

Senta-se na cadeira, olhando para as montanhas que são o seu local de trabalho há muitos anos, com momentos de felicidade e outros de tristeza. Faltam poucos anos para se reformar e passar o tempo com a mulher, em sua casa, na bela localidade de Mendoza.

”O meu pai ensinou-me tudo sobre camiões e também sobre estas montanhas”, recorda Juan Manuel. “Uma vez disse-me que os Andes estarão aqui para sempre. Sempre. Mais cedo ou mais tarde, todos morremos. Mas os Andes continuarão.” n

“Não gosto de ficar em hotéis e comer em restaurantes. O que eu cozinho é muito melhor.”JUAN MANUEL MANRIQUE, MOTORISTA DE CAMIÕES

Paso Cristo Redentor, ou Paso de los Libertadores, famoso pelas suas 29 curvas, chamadas “Los Caraco-

les”, leva os camiões de 800 metros acima do nível do mar até ao ponto

mais alto da fronteira entre o Chile e a Argentina, a 3200 metros.

A R G E N T I N A

U R U G UA I

300 km

B R A S I L

CH

I LE

ANDES

Paso de los Caracoles

TT Nyhetsbyrån

Mendoza

Buenos Aires

Montevideu

Santiago

Puerto Montt

NA ESTRADA #2/2015 15

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Texto Alastair MacDuff Ilustração Dan Hambe

O DESAFIO DA CONDUÇÃO

Conheça o seu camião – maximize o seu período operacional!Todos beneficiam com um maior período operacional. Talvez seja óbvio, mas vejamos as alternativas quando o veículo não está na estrada. Digamos que os seus clientes estão à espera das entregas. O seu turno de trabalho é limitado e é preciso encontrar um motoris-ta substituto. As cargas devem ser redistri-buídas, e isso significa mais trabalho para o pessoal na sede. Antes de começarmos a contabilizar veículos substitutos e tempos de reparação, é preciso dizer que os períodos de inatividade têm custos e que rentabilizar o período operacional é uma prioridade para

si, para o seu veículo e para os seus clientes.Segundo Andrew Low, diretor de Formação

de Motoristas na Volvo Trucks, o período opera-cional pode ter um forte impacto no balanço de qualquer empresa.

“O lucro é gerado com base em certos parâmetros, incluindo capacidade de carga, velocidade média e tempo operacional. Assim, alterações nestas áreas afetam gravemente qualquer negócio. O que sabemos é que os mo-toristas e os gestores de frotas podem contribuir para maximizar o tempo que os seus veículos passam na estrada.”

Os períodos de inatividade podem ser defi-nidos como paragens não planeadas. Por vezes, são inevitáveis. No entanto, há muitas coisas que você, como proprietário de camiões e motorista, pode fazer para maximizar o tempo em que o veí-culo está operacional. Aqui estão quatro suges-tões úteis a considerar no seu trabalho diário:

A manutenção preventiva é fundamental. A maior parte das empresas tem processos de participação de avarias. Conheça esses procedimentos e qualquer problema pode ser resolvido durante a manutenção planeada. Participe os problemas atempadamente. Se possível, resolva pequenas avarias na hora. Afinal, pequenos problemas pouco dispendiosos podem facilmente tornar-se grandes problemas e custar muito caro.

Participe qualquer problema que surja.1

BENEFÍCIOS

Economia de combustívelDesgaste

Segurança

2

Faça uma inspeção ao veículo antes de se fazer à estrada. Por vezes, isso é esquecido, mas há determinados problemas que podem ser evitados com esse procedimento. Existem fugas hidráulicas visíveis ou defeitos nos limpa-para-brisas, nos espelhos ou nos faróis? Verifique a carga e o reboque, se for caso disso. Esteja atento a avarias audíveis – qual o som do motor? Também se recomenda que leve materiais sobresselentes na viagem, tal como líquido de refrigeração e lâmpadas, por exemplo.

Observe o exterior do seu veículo – olhe e escute.

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Respeitar os planos de assistência técnica ajudará a maximizar o seu período operacional. Mas não é apenas o camião que pode ter uma manutenção preventiva. Olhando por si e conduzindo de forma segura e responsável, pode ajudar a salvaguardar o seu camião de paragens não planeadas. Quando conduzir, respeite os tempos de descanso. Ande a pé, beba água e tenha uma alimentação saudável. E certifique- -se de que dorme bem durante a noite, antes de passar o dia seguinte a conduzir.

Cuide bem de si.4

A forma como conduz é crucial para determinar o período operacional do veículo. Numa condução eficiente utilizará menos combustível e travará menos frequentemente, o que corresponderá a menos desgaste da linha motriz do camião. Tenha atenção ao aquecimento e arrefecimento do veículo. Qual a sensação ao transportar carga, se for esse o caso? Compreender os sinais do camião é importante para conseguir antecipar potenciais problemas.

Conheça o seu veículo na estrada.3

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Texto Ana Sofia Coelho Fotografia Bruno Barbosa

O CLIENTE

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Ultrapassar obstáculos

Transportar mercadorias especiais por vários meios é a filosofia da LASO Transportes. Paulo Franco lidera uma empresa portuguesa que está no top 3 ibérico e

para a qual não existem barreiras intransponíveis.

S ão quatro da tarde de um dia de semana e estamos no Porto, na sede de uma empresa de metalomecânica, para acompanhar de perto mais um transporte da LASO. Dois potentes Volvo FH16 estão já preparados para percorrer um trajeto curto, mas que decorrerá

com o tradicional aparato que envolve este tipo de viagens. No ponto agendado, elementos da LASO, trabalhadores da metalomecânica e agentes da Polícia de Trânsito discutem os últimos pormenores antes da partida.

Um transporte especial implica um planeamento prévio e uma logística bem oleada. A LASO sabe bem do que se trata, já que é esse precisamente o seu core business. E o que, à primeira vista, pode parecer difícil de executar, já é tarefa rotineira para esta empresa. “Remover semáforos e outra sinalética para os camiões conseguirem passar nas estradas é o nosso dia a dia”, diz o administrador da LASO, Paulo Franco, que, sem surpresa para os colaboradores da empresa, veio da sede ao terreno para

facilitar os processos.Constituída em maio de 2007, a LASO Transportes tem

nos seus genes a experiência e o conhecimento dos transportes especiais. O seu dia a dia é construído por 700 colaboradores, que recorrem a equipamento específico capaz de responder à exigência deste tipo de cargas.

O setor das eólicas assume neste momento a fatia mais representativa da faturação da empresa e o transporte de hoje envolve precisamente duas peças de uma torre.

É hora de partida e o desafio inicia-se logo na saída para o estreito arruamento, que pede destreza e habilidade ao volante. Na rua, muitos param para apreciar a manobra.

Devido ao comprimento do reboque, cada um dos veículos tem de sair do parque à vez, para entrar numa pequena rua em contramão. Os acessos foram previamente cortados pela polícia, representada por três motos e dois carros. Ao comando dos dois tratores Volvo, que são também acompanhados

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de perto por outras tantas viaturas da LASO, os motoristas preparam-se para entrar numa rotunda, que desta vez, e ao contrário do que tantas outras vezes é feito – podem ter de ser feitas em contramão ou literalmente por cima da própria placa –, será contornada naturalmente, rumo à A1. Atravessada a Ponte da Arrábida, segue-se a A28. E cerca de uma hora depois a caravana já está no destino, o Porto de Leixões. Pelo meio, alguns cortes de trânsito, mas a coordenação entre meios foi tão rápida e eficaz que a viagem, que se faz em 20 minutos ao volante de uma viatura particular, foi feita por estes dois pesados em menos de uma hora.

Apesar de este transporte ter implicado apenas um condicionamento anormal de trânsito na principal autoestrada do país, por vezes a solução tem de ser mais radical e criativa. “A A17 [N. R.: que liga a Marinha Grande a Mira] já esteve cortada nos dois sentidos para passar um camião nosso. E do cais de Aveiro para Vagos têm de ser feitos 20 quilómetros em contramão”, exemplifica Paulo Franco.

Com sede na Venda do Pinheiro, a LASO é um dos três maiores operadores ibéricos e uma das dez maiores empresas de transportes da Europa. Para tal trabalham com os mais diversos equipamentos: heavy lift, modelares, SPTM, porta--contentores, viaturas com grua, semirreboques extensíveis, semirreboques Wind Carrier para 65 metros de comprimento, zorras rebaixadas, porta-máquinas, porta-tubos, entre

outros. Tudo o que permita atuar em transportes especiais e grandes projetos, respondendo a solicitações nacionais ou internacionais.

Para além do setor energético, onde a empresa está associada aos maiores parques eólicos ibéricos e a alguns dos maiores transportes realizados em Portugal, a LASO garante soluções de transporte dedicadas a setores de atividade como a indústria

O CLIENTE

O aparato natural de um transporte especial da LASO Transportes.

20 NA ESTRADA #2/2015

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metalomecânica, componentes para automóveis, indústria do papel, construção civil, contentores, maquinaria agrícola, setor náutico e de aviação.

Tem, inclusive, parcerias com empresas de prestígio no setor dos transportes e elevação e desenvolve projetos na Europa e em África, nomeadamente Marrocos, Senegal, Egito, Moçambique e África do Sul, onde predominam os projetos eólicos. É, aliás, este o setor de atividade que representa cerca de 45% da faturação total da empresa, fazendo desta a área de negócio mais rentável e por isso com maiores investimentos na frota.

“Cada país por onde passamos tem uma autorização diferente. Nuns países, o camião anda de dia. Noutros, de noite. Mas há dimensões que seriam impossíveis de transportar por estrada, por isso é sempre um transporte multimodal”, esclarece o administrador, acrescentando que têm de integrar meios de transporte rodoviários com aéreos e marítimos para que a carga chegue ao seu destino, independentemente da localização, da dimensão e peso da mercadoria.

O que distingue a empresa e a prestigia é essa aposta contínua na internacionalização e no aumento da competitividade num negócio tão específico como o dos transportes. “Quem é mais competitivo é que se safa. Por exemplo, estamos a exportar mais na Polónia, para onde levamos mangas de aeroportos feitas em Espanha. Também atuamos na Suíça, Inglaterra, Escócia. Para Marrocos há muita aposta, porque tem havido muito transporte especial ligado à

Fundação: 2007.

Administrador: Paulo Franco.

Colaboradores: 700.

Sede: Venda do Pinheiro, com delegações em Cacia e Espanha.

Tarefa: Especialização em transportes especiais. Atua no mercado nacional e internacional, percorrendo cerca de 30 milhões de quilómetros por ano.

Frota: Aproximadamente mil equipamentos. Recentemente adquiriu nove Volvo FH 750.

LASO TRANSPORTES

energia eólica. Temos ainda um cliente alemão de locomotivas que nos entregou 120 unidades em Valência, Espanha, para partir de Leixões e embarcar para a Cidade do Cabo, na África do Sul”, enumera Paulo Franco.

Para conseguir acompanhar e aumentar o ritmo das encomendas a LASO apostou na frota, tendo voltado a encarar a Volvo como um parceiro de sucesso. O objetivo é oferecer ao cliente o melhor serviço possível através da qualidade e fiabilidade das viaturas.

“São fiáveis. Às vezes não há muitos equipamentos para transportar certas cargas. Por isso adquirimos recentemente cinco Volvo FH 750 e esperamos mais quatro idênticos. O FH 750 porta-se bem, tem um excelente comportamento em estrada, tem um consumo menor do que o normal e atinge uma boa velocidade média. Só para ter uma ideia, um camião destes sobe a 8 km/hora. Mas com o de 750 cavalos sobe a 10 km/hora, o que é significativo”, enaltece.

A Volvo tem marcado presença no processo de crescimento da LASO, onde se percorrem 30 milhões de quilómetros e se transportam dois milhões de toneladas por ano. E tem avançado tecnologicamente, em paralelo com a preocupação da empresa no cumprimento de práticas responsáveis relativamente ao meio ambiente. Outra mais-valia desta parceria é poder contar com a qualidade do Após Venda [N. R.: ver Na Estrada, n.º 02, 2014]. “A LASO está muito satisfeita com a parceria existente com a Volvo. Temos como dado adquirido que são uma parte importante do nosso sucesso”, resume Paulo Franco.

Não é só a potência e a qualidade que contam. A durabilidade também. “Estas viaturas podem fazer um milhão e meio de quilómetros. No nosso caso mais específico, fazemos meio milhão, mas duram muitos anos. Podem não andar muito diariamente, mas fazem muito esforço no dia a dia”, adianta o responsável.

O conhecimento sólido e a aposta nas novas gerações fazem da LASO uma empresa nova. Mas antiga. Paulo Franco trabalha com o filho, que é comercial. “Ele acabou o 12.º ano e veio porque quis… mas também por empurrão. O meu sócio tem uma filha que nas férias vai arquivar guias”, diz, divertido.

Com os olhos postos no futuro, a questão que se coloca é: quais os próximos planos? “Continuar o investimento na formação, qualidade, profissionalismo, e investir para ter equipamentos mais modernos e mais fiáveis. É o trunfo para o nosso crescimento”, conclui. Apesar dos obstáculos. ■

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eU & O MEU volvo Texto Bárbara Silva Fotografia Filipe Pombo/AFFP

“Gosto de conduzir camiões topo de gama”LEONEL FERNANDES

De pai para filho e, quem sabe, para neto. Assim é a paixão da família Martinho Fernandes pelos camiões e pelo negócio de transporte de madeiras, que vai sendo passada de geração em geração. Nascido e criado na região de Torres Vedras, Leonel Fernandes começou bem cedo a seguir as pisadas do pai, que o deixou conduzir pela primeira vez quando tinha apenas oito anos.

“Era miúdo e atraíam-me as máquinas e os camiões, tal como acontece hoje com o meu filho. É igual. Só queria crescer para aprender a conduzir”, lembra o empresário, hoje com 45 anos.

Trabalhou sempre com o pai, hoje reformado, e há cerca de 15 anos lançou-se por conta própria com a empresa Leonel Martinho Fernandes – Comércio de Madeiras, L.da, que opera a nível nacional, com três motoristas, cortando madeiras (50 a 60 mil metros cúbicos por ano) e transportando-as de vários pontos do país para a fábrica da Portucel, em Setúbal. “Foi nessa altura que desenvolvi a empresa e comprei mais camiões”, explica.

Neste momento com uma frota de cinco camiões, destaca a aquisição mais recente, o Volvo FH16 750: “Já tinha mais camiões Volvo antes. Gosto da marca e decidi apostar neste

modelo, que tem muitas vantagens a nível da força. O topo de gama é sempre melhor”, elogia, apontando para o camião totalmente carregado com 45 toneladas de madeira.

Com a Volvo, sublinha, a relação é de muita “proximidade e confiança”.

Na estrada, já perdeu a conta aos quilómetros que fez ao volante (mais de 1,5 milhões), sempre em Portugal, de Sines a Viana do Castelo.

Apesar de ainda estar muito longe da reforma, Leonel Fernandes já tem herdeiro para o negócio: o seu filho, de 14 anos, que partilha a mesma paixão da família pelos camiões.

Modelo: Volvo FH16 750.

Potência: 750 cv.

Transmissão: Caixa de velocidades I-Shift.

Cabina: Globetrotter.

Ano: 2013.

O CAMIÃO

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O CONDUTOR

Nome: Leonel Fernandes.

Idade: 45 anos.

Naturalidade: Torres Vedras.

Família: Casado, dois filhos.

Empresa: Leonel Martinho Fernandes – Comércio de Madeiras, L.da

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Texto Joakim Rönning Fotografia Pontus Johansson Modelos Stefan Holm

POR DENTRO DA VOLVO

UM MUNDO OPERACIONALNum mundo cada vez mais interligado, uma revolução

digital está a ser incrementada na indústria dos camiões. O maior potencial encontra-se na área dos serviços,

estando a Volvo Trucks a trabalhar para atingir o objetivo de zero paragens não planeadas.

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 O desenvolvimento das TI modernas é tão rápido que muito do que está a acontecer parece �cção cientí�ca. Como resultado, Per Adamsson está constantemente a pensar no futuro no seu trabalho como diretor de Desenvolvimento Estratégico e Comercial no Departamento de Telemetria

do Grupo Volvo. Com expressões como “serviços na nuvem”, “big data” e “a Internet

das coisas” são explicados conceitos que pareciam pura fantasia não há muito tempo e que estão agora a tornar-se realidade.

“Depois do aparecimento dos smartphones, as vantagens daquilo a que chamamos conectividade entraram na vida quotidiana das pessoas”, diz.

Atualmente, a conectividade é um dado adquirido. Os dados são envia-dos para uma “nuvem”, através de redes sem �os, e lá são armazenados, analisados e distribuídos como um serviço de Internet, criando valor acrescentado para diferentes utilizadores.

“Toda a tecnologia com um sensor integral, ligado à Internet, gera informação para o utilizador. Se existe uma área em que o desenvolvi-mento das TI acontece a uma velocidade assinalável, é na indústria au-tomóvel. Nos tempos que correm, os automóveis geram uma quantidade enorme de dados e o valor acrescentado de tudo isso é a maior e�cácia dos nossos serviços e soluções de transporte”, explica Per Adamsson.

Na verdade, os veículos são já os segundos maiores utilizadores de dados do mundo.

“Tornando os camiões inteligentes, as operações comerciais dos nos-sos clientes serão mais rentáveis.”

Onde a tecnologia inteligente difere de máquinas e aparelhos normais é na utilização de informações do utilizador.

“O nosso objetivo �nal é tornar os nossos sistemas de dados autodida-tas. Isso permitirá chegar a conclusões estatísticas para criar a máxi-ma e�cácia sem necessidade de comandos do utilizador. Um exemplo simples seria tirarmos um café sem sequer ligarmos a máquina. Como memorizou quando e como queremos o café, nem sequer temos de nos lembrar de a ligar!”

À medida de que este ecossistema de aparelhos inteligentes é criado,

POR DENTRO DA VOLVO

[conectividade]a base para permitir a troca de dados em grande escala. A conectividade atual da tecnologia inteligente é o resultado de interligações de Internet sem �os.

[big data]grande volume de informações, reunidas numa escala que torna difícil o processamento e a análise dos mesmos com so�ware padrão.

[serviços na nuvem]um serviço de Internet que armazena, distribui e analisa informações. Os dados são analisados utilizando estatísticas e algoritmos, que são uma mais-valia para os utilizadores.

[Internet das coisas]uma rede de equipamento interligado através da conectividade. A troca de dados na Internet das coisas ajuda a aumentar o valor, dado que o equipamento inteligente fornece serviços que correspondem às necessidades do utilizador.

Com tecnologia inteligente, conectividade, big data, serviços na nuvem e a Internet das coisas as TI modernas criaram uma sociedade interligada.

“Depois do aparecimento dos smartphones, as vantagens daquilo a que chamamos conectividade entraram na vida quotidiana das pessoas”, diz Per Adamsson, diretor de Desenvolvimento Estratégico e Comercial no Departamento de Telemetria do Grupo Volvo.

PER ADAMSSON

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POR DENTRO DA VOLVO

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os camiões �cam também mais inteligentes. Quanto à forma como esta conec-tividade irá reformular a indústria dos transportes, ainda há muito por desco-brir. No entanto, alguns desenvolvimentos são mais previsíveis do que outros.

Hayder Wokil, diretor de Qualidade e Período Operacional da Volvo Trucks, está convencido de que os avanços na área da conectividade irão revolucionar os camiões: “Quando os diferentes componentes de um camião conseguirem comunicar-nos o seu estado, poderemos evitar paragens não planeadas de uma forma completamente nova”, diz.

O período operacional – disponibilidade do camião para trabalhar – é cada vez mais importante para a indústria dos transportes, dado que as paragens não planeadas são cada vez mais dispendiosas. Hoje, o custo direto de uma paragem não planeada está estimado em cerca de mil euros para uma empresa de transporte média europeia, de acordo com a pesquisa da Volvo Trucks. E falamos apenas de custos diretos, como recuperação, reparações e proveitos de transportes perdidos. Os custos indiretos, como destruição da carga ou menos trabalhos devido a perda de reputação da empresa, são ainda mais difíceis de calcular.

“A capacidade para maximizar o período operacional tem um papel deci-sivo na sobrevivência de um negócio de camiões. O camião tem de funcionar normalmente para ser rentável para a empresa.”

Esta é a lógica da visão da Volvo Trucks, segundo a qual nenhum camião Volvo pode ter paragens não planeadas. Um estudo recente realizado pelo De-partamento de Investigação e Tecnologia Avançada da Volvo Trucks revelou que oito em cada dez paragens não planeadas podiam ter sido evitadas se a assistência tivesse sido mais dinâmica e se baseasse no estado atual de cada ca-mião – algo que a conectividade torna possível. Saber as condições de um ca-mião em tempo real permitirá a sua manutenção no momento certo, reduzin-do o risco de danos posteriores muito dispendiosos, dado que um componente dani�cado pode ter um impacto negativo noutros componentes.

“Nos próximos cinco anos, espero que as empresas de transporte pressionem os fabricantes de camiões para que garantam que os veículos que vendem tenham um tempo de operacionalidade superior. Por este motivo, a Volvo Trucks implementa atualmente vários projetos de investigação, para garantir um maior período operacional aos seus clientes. Uma paragem não planeada pode ser crítica. O impacto pode ser devastador para a sobrevivência econó-mica da empresa de transporte”, acrescenta Hayder Wokil.

O desenvolvimento das TI é difícil de prever. No entanto, no que respeita ao futuro da indústria dos camiões, a assistência será decisiva. Segundo o diretor de Qualidade e Período Operacional da Volvo Trucks, Hayder Wokil, a conectividade irá revolucionar a indústria dos camiões e deixá-los perto de zero paragens não planeadas.

“Em breve, os camiões poderão fornecer-nos relatórios pormenorizados de como se sentem. Quando as diferentes peças de um camião nos comunicarem o seu estado, poderemos evitar paragens não planeadas de uma forma completamente inovadora.”

HAYDER WOKIL

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sas o�cinas. Finalmente, temos dados externos, que não têm origem no camião mas na Internet ou em fornecedores externos, como informações de trânsito ou de condições climatéricas.”

As informações são tratadas para identi�car, por exemplo, se determinado incidente está prestes a acontecer.

Caso se veri�que que o camião está em melho-res condições do que as previstas, pode prolon-gar-se o intervalo entre as assistências técnicas.

O In4Uptime serve para desenvolver métodos para a ordenação de dados e a identi�cação de falhas num componente. Estes métodos serão utilizados para desenvolver so�ware com mo-delos e algoritmos que preveem quando se deve fazer a manutenção de determinado camião.

“Podemos dizer que encostamos o ouvido ao camião, escutamo-lo e ele diz-nos que algo de errado está para acontecer. O acesso a estas informações tornará os nossos camiões mais e�cientes. O nosso objetivo é fazer com que as empresas que possuam camiões Volvo sejam mais rentáveis.” n

POR DENTRO DA VOLVO

Para manter uma assistência que garanta zero paragens não planeadas não equipando os camiões com sensores que os tornariam demasiado dispendiosos, otimizar a utilização de dados é vital. Num projeto chamado In4Uptime, a Volvo Trucks combina as suas próprias informações com big data, e o gestor de projeto Fredrik Bode estuda formas de prever o estado dos camiões.

“Com todas as informações a que temos acesso, podemos tornar os nossos camiões mais eficientes.”

FREDRIK BODE

A Volvo Trucks utiliza a telemetria para mo-nitorizar o desgaste de peças como os secadores de ar, as baterias, os travões e as embraiagens. No entanto, se fosse possível equipar cada componente de um camião com um sensor exclusivo, o camião teria um preço demasiado elevado. Assim, é necessário encontrar formas para analisar dados do camião.

Para o conseguir, a Volvo Trucks tem em de-senvolvimento vários projetos de investigação no âmbito da conectividade. Um desses projetos é o In4Uptime, a cargo de Fredrik Bode, na Volvo Group Trucks Technology. O projeto visa reunir a quantidade máxima de dados dispo-níveis. Bode explica que existem três tipos de dados diferentes, que são combinados para diag-nosticar e prever o estado de um camião.

“Antes de mais, utilizamos os dados gerados pelo próprio camião. Estes dados incluem infor-mações enviadas pela rede de sensores e unida-des de controlo do camião. Em segundo lugar, utilizamos dados armazenados de outros ca-miões, como o histórico de assistência das nos-

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COMO FUNCIONA: CONECTIVIDADE

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O número de camiões interligados aumenta todos os dias. Quando comunicam o seu estado, o tempo de operação

aumenta e a rentabilidade é incrementada.

O número de camiões interligados aumenta todos os dias. Quando comunicam o seu estado, o tempo de operação

aumenta e a rentabilidade é incrementada.

O número de camiões interligados aumenta todos os dias. Quando comunicam o seu estado, o tempo de operação

aumenta e a rentabilidade é incrementada.

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O camião envia dados de vários sensores e unidades de controlo em tempo real, o que é depois combinado com dados de outras origens para diagnosticar as necessidades de assistência do próprio camião. As primeiras análises decorrem no interior do camião, verificando o estado dos seus componentes.

O camião interligado

Um planeador de assistência compara o diagnóstico do camião com dados do histórico de assistência recolhidos noutros camiões. Se existir o risco de uma paragem não planeada, o empresário é contactado. Por outro lado, se o diagnóstico mostrar que o camião está em melhor forma do que se esperava, o plano de assistência técnica será adiado para data posterior à planeada.

A oficina

Um novo sinal transmite as informações para a oficina, que pode marcar automaticamente uma intervenção que corresponda à necessidade de assistência do camião. É igualmente destacado o técnico mais qualificado para a reparação do problema específico, sendo as peças necessárias encomendadas previamente. Como resultado, os tempos de reparação são reduzidos e a eficiência aumenta.

A empresa de transporte

Quando são evitadas paragens não planeadas, a empresa de transporte consegue trabalhar cumprindo os prazos de recolha e entrega das mercadorias. A eficiência e a rentabilidade da empresa aumentam. Isso deixa os clientes satisfeitos, o que, por sua vez, resulta num aumento da eficiência na empresa.

É aqui que as informações são armazenadas, distribuídas e

analisadas.

A nuvem

Volvo Trucks2

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Texto Bárbara Silva Fotografia Filipe Pombo/AFFP

PERGUNTAS & RESPOSTAS

José Mota admite um fascínio precoce pelo mundo dos camiões.

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A sua paixão pelos camiões foi uma herança de família?

Sempre tive um fascínio pelos camiões. Quando o meu pai me levava com ele, a partir dos sete ou oito anos, na altura das férias, quase nem dormia de noite com a emoção de poder andar de camião. Comecei a trabalhar muito cedo, como ajudante numa empresa de transportes. Andava uma semana inteira na estrada sem vir a casa. Todos os motoristas gostavam de andar comigo ao lado, porque eu tinha boa memória e �xava todos os lugares por onde passávamos e os principais pontos de referência. Com 14 ou 15 anos já sabia conduzir. Aos 18 tirei a carta de ligeiros e aos 21 fui a exame para conduzir camiões.

Como foi evoluindo a sua carreira de motorista?

José Mota é o cérebro e o coração da Transwhite, empresa que nasceu em 2004, nas Caldas da Rainha, com apenas um camião e muita força de vontade e perseverança do seu fundador. Hoje, o grupo inclui também a LogiQueen Logística, emprega 180 pessoas da região e opera com 60 camiões em toda a Europa. Um exclusivo nacional – foi, até agora, a única empresa portuguesa a investir nas três motorizações topo de gama da Volvo, FH16 com 550, 650 e 750 cv.

Valeu a pena apostar nas três motorizações do FH16”

Idade: 42 anos.

Formação: 9.o ano de escolaridade (3.º ciclo do ensino básico).

Empresa: Transwhite – Transportes Unipessoal, L.da

Família: Casado, dois filhos.

Tempos livres: Caminhadas, exercício físico, cuidar dos animais de estimação e kartcross.

JOSÉ MOTA

Texto Bárbara Silva Fotografia Filipe Pombo/AFFP

PERGUNTAS & RESPOSTAS

Chegou uma altura em que me aventurei nos transportes internacionais e comecei a conduzir no estrangeiro. Já tinha um sentido muito forte de organização, apontava tudo em cadernos: datas, quilómetros de saída e de chegada, abastecimentos, portagens e o respetivo valor nas moedas de cada país, na altura. Sabia sempre quanto gastava nas minhas viagens. Mas o meu grande sonho era um dia poder ter um camião próprio. Fui mudando de empresas, até que numa delas me propuseram comprar o camião que tinha estreado quando fui para lá. Mas acabou por não resultar e saí da empresa.

Como nasceu então a Transwhite?Nessa altura, tive a oportunidade de os meus

pais me ajudarem a comprar um camião novo, e foi assim que nasceu a Transwhite, em 2004. Comecei a fazer transportes para uma empresa portuguesa cujos donos eram holandeses. Fazia uma viagem por semana à Holanda e tudo corria bem. Fui comprando sempre mais camiões e aumentando a frota. Em 2007 tive um grave acidente de viação, em que fraturei a cervical, e fui proibido de conduzir. Dediquei-me mais à área de gestão e foi aí que começou o grande crescimento da empresa. Em 2008 nasceu a LogiQueen, com uma aposta mais forte na área da logística. Hoje, o Grupo Transwhite, que engloba as duas empresas, tem 60 camiões e 180 funcionários, 95% oriundos da região das Caldas da Rainha.

Que balanço faz do crescimento da Transwhite até este momento?

O que faz uma empresa são as pessoas. E as pessoas devem ter liberdade para trabalhar. Eu sou como um polvo, tenho muitos braços direitos. Estou sempre presente na empresa,

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PERGUNTAS & RESPOSTAS

mas as responsabilidades estão distribuídas. O tráfego é a parte que eu gosto mais e onde me sinto bem. Tenho gestores na importação e na exportação, trabalham em equipa e são funcionários que estão comigo há muitos anos. Já somos uma família. Esta empresa é o meu terceiro filho.

O que motivou a sua aposta sobretudo em clientes holandeses?

Ainda pensei em apostar no mercado nacional, mas, como já havia excesso de oferta, virei-me mais para o internacional. No meu ramo foi a aposta mais benéfica. Quando comecei a trabalhar na Holanda, vi realmente o que era o mundo da logística e percebi que se tratava do país número um em termos transitários. Trabalhamos diariamente em toda a Europa, a nossa frota circula diariamente pela Holanda, Alemanha, Bélgica, França, Luxemburgo, Espanha e Portugal.

Que investimentos tem planeados neste momento?

A nível nacional, temos também toda a parte da logística das cargas que vêm da Holanda, por isso vamos investir num novo armazém e nas novas instalações da empresa aqui, nas Caldas da Rainha. Temos também armazéns em Albergaria e na Holanda, onde trabalham portugueses. A empresa está a crescer e precisamos de mais espaço, mais pessoas na parte administrativa, financeira e de recursos humanos. Nunca me passaria pela cabeça sair das Caldas da Rainha. É aqui que eu tenho a minha equipa.

Que feedback recebe dos seus clientes?Com honestidade, humildade e palavra, vamos

sempre mais além. Os clientes dão muito valor ao facto de sermos cumpridores. A Transwhite tem clientes desde o início da empresa. São os nossos clientes que nos pedem para personalizar os camiões com imagens dos seus produtos. As parcerias que mantemos com eles, a qualidade dos nossos serviços (transporte e logística) e a relação são os fatores mais realçados.

Como caracteriza a relação com a Volvo?Comprei o primeiro camião Volvo a um

cliente espanhol, em segunda mão, que veio já com 600 mil quilómetros. Ainda o tenho, já com quase três milhões de quilómetros, e tem sido um bom camião. Neste momento tenho oito camiões Volvo e estou muito satisfeito. Além da relação profissional, é já uma relação pessoal. Foi uma relação muito próxima com o comercial que me fez apostar na marca, em 2013. O Após Venda da Volvo também é espetacular, é um ponto muito forte. Na minha opinião, os

A Transwhite apostou nas três motorizações do Volvo FH16: 550, 650 e 750 cv.

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José Mota orgulha-se de estar sempre a fazer crescer a frota: muito em breve terá 13 camiões Volvo ao seu serviço.

Primam também pelo conforto?Aposto em equipar todos os camiões

da empresa. É a imagem da Transwhite que está em jogo e o conforto dos meus motoristas. Em cerca de 12 anos que fui motorista nunca tive o equipamento que hoje os meus funcionários têm. Os meus camiões estão todos equipados com ar condicionado de parque, para poderem fazer o seu tempo de descanso, um frigorífico, máquina de café, micro-ondas. São estas condições que gosto de dar aos meus motoristas. Podia poupar neste nível de equipamentos, mas não é nisso que acredito. Os camiões são a minha paixão. ■

camiões suecos são os melhores. As revisões grandes são sempre na marca, faço questão.

Quais são as perspetivas de crescimento da frota?

Estamos sempre a crescer. Muito em breve terei 13 Volvo. Estou à espera de mais cinco camiões FH540, que deverão chegar em janeiro/fevereiro. Apostei também nas três motorizações do FH16 – 550, 650 e 750 cv –, porque queria testar as principais diferenças entre elas, sobretudo ao nível dos consumos de combustível, e no futuro fazer a melhor opção. Valeu a pena apostar nas três motorizações do FH16.

Porquê esta aposta forte nos camiões Volvo FH16?

Na Transwhite cada camião trabalha com dois motoristas, por isso fazemos muitos quilómetros. E é precisamente por causa da quilometragem elevada que aposto nos motores mais potentes. Gostava que a minha frota fosse toda com motores de 16 litros, porque são “corações” mais fortes para os milhares de quilómetros que percorremos por mês. Aproveitamos muito bem os camiões na Transwhite.

Os camiões da Transwhite destacam-se por toda a Europa pela sua decoração exterior.

“Apostei nas três motorizações do FH16 – 550, 650, 750 cv – porque queria testar as principais diferenças entre elas.”JOSÉ MOTA, TRANSPORTES TRANSWHITE

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Texto Miguel Ângelo Pinto Fotografia Bruno Barbosa

O NEGÓCIO

RELAÇÃO DE CONFIANÇAUma longa história de associação à marca Volvo, onde palavras como solidez e fiabilidade resumem uma parceria que continua a dar frutos.

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É uma longa história de parceria que remonta a meados do século passado, sempre pautada por uma relação de confiança. Joaquim Nogueira e os filhos, Rui e Jorge Nogueira, estão

ao leme de uma empresa que tem na Volvo um aliado essencial para o sucesso nos negócios.

A Iberobus nasceu em 2001, alargando a parceria de uma transportadora fundada por Armindo Nogueira da Costa em 1928, com a Auto Sueco e a Volvo. E para perceber melhor as raízes da relação entre a marca sueca e a Iberobus nada melhor do que recuar precisamente à aquisição do primeiro autocarro dessa empresa, uma viatura de marca francesa que avariava muitas vezes. Para resolver o problema, acabaria por avançar, em 1929, para a

compra de uma outra viatura, americana, de 13 lugares, a que se seguiram mais duas, ambas com capacidade para 24 passageiros.

Entretanto, dá-se a II Guerra Mundial e com ela vem o racionamento de combustível e pneus. Um dos autocarros da empresa ainda chega a ser convertido para gasogénio, uma alternativa à época, mas que se revela pouco eficaz.

É quando terminam os combates na Europa que esta adquire o seu primeiro Volvo, um autocarro com 30 lugares. Ainda voltaria a mudar de marca, mas em 1953, novamente descontente, regressaria à marca sueca, numa relação que nunca mais viria a abandonar.

Em 1970 começa a apostar-se nas viagens de turismo, em circuitos de 33 dias pela Europa, então sem o conforto dos autocarros atuais e

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com essa particularidade de as malas serem transportadas no tejadilho, cobertas por um oleado.

Hoje, os níveis de exigência são completamente diferentes e as viaturas nada têm a ver com as desse passado. Comum às duas empresas, a experiência de gerações e a aposta na marca Volvo.

“Do que conhecemos da concorrência, não hesitamos em ver a Volvo como do melhor que há no mercado, uma marca que tem pessoas muito qualificadas à frente dos diferentes setores, que atendem todas as solicitações de forma rápida e eficaz”, diz Jorge Nogueira.

Definem a marca pela robustez e fiabilidade, que não têm dúvidas estar muito acima das restantes concorrentes. A assistência Após Venda também é apontada como uma das vantagens da Volvo. Para Jorge Nogueira, “o facto de haver uma rede muito bem implantada em Portugal e Espanha permite a rápida resolução de qualquer problema que possa surgir sem necessidade da imobilização prolongada de viaturas, algo que pode acarretar graves prejuízos”. Assim sendo, funcionam até como embaixadores da marca junto de colegas de profissão, quando interpelados sobre a melhor opção na hora de adquirir um autocarro.

A Iberobus iniciou um processo de crescimento, prestando serviços ocasionais na área de turismo com viaturas destinadas aos circuitos delineados pelos operadores turísticos. “Cerca de 80% do trabalho que desenvolvemos são no setor turístico, essencialmente em

Portugal e em Espanha. Ocasionalmente, fazemos serviços para outros países da Europa, mas o grosso do trabalho concentra-se no mercado ibérico”, esclarece Joaquim Nogueira.

A aposta da Iberobus reflete-se nas últimas aquisições da empresa, chassis Volvo B11R Euro 6. Mais uma vez a Volvo vai ao encontro das exigências do cliente, disponibilizando um produto de excelência. Como diz Jorge Nogueira, muitos clientes têm exigências claras quanto aos autocarros, e é preciso saber dar resposta a estas solicitações. E na Volvo a Iberobus encontrou o parceiro mais indicado para dar essa resposta.

O aumento exponencial do turismo no Porto e no Norte pode trazer novas oportunidades à Iberobus. Não obstante grande parte dos turistas que chegam à região o fazerem através das companhias low-cost, o cliente alvo da Iberobus é uma classe mais média-alta.

Jorge Nogueira está hoje mais otimista do que há três anos. O crescimento é um dos caminhos que pode ser trilhado, mas sempre com os pés bem assentes no chão. Trata-se de uma atividade sazonal e, como tal, os investimentos devem ser muito bem pensados.

Neste momento, a Iberobus conta com quatro colaboradores nos escritórios e 13 motoristas. O futuro pode passar por uma estrutura maior, mas será sempre o mercado a ditar essa opção

Uma coisa é, no entanto, certa: seja numa lógica de crescimento, seja na manutenção da operação atual, a Iberobus conta sempre com a Volvo para ser o seu principal parceiro. ■

“Do que conhecemos da concorrência, não hesitamos em ver a Volvo como do melhor que há no mercado.”JOAQUIM NOGUEIRA E JORGE NOGUEIRA, IBEROBUS

A Iberobus presta serviços essencialmente na área do turismo, contando com uma frota de 14 viaturas, nove delas, as de maior capacidade, todas da marca Volvo.

Fundação: 2001.

Administração: Joaquim Nogueira, Rui Nogueira e Jorge Nogueira.

Funcionários: 17 (13 motoristas).

Atividade: Aluguer de autocarros para serviços ocasionais de turismo e transporte escolar, entre outros.

Frota: A Iberobus dispõe de 14 viaturas (de 8, 24 e 55 lugares), dotadas com todos os requisitos de qualidade, segurança e conforto. A Volvo é o principal fornecedor.

IBEROBUS AUTOCARROS DE TURISMO

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o ano: 1979 Texto Per Grehn Fotografia Ostill, Anna Gerdén, Volvo Trucks

É este o ano em que a Sony lança a primei-ra versão do leitor de cassetes Walkman. Tudo começou quando um dos fundadores do gigante japonês de eletrónica pediu a um dos seus engenheiros para inventar um gravador portátil para conseguir ouvir ópera onde e quando quisesse. O resultado – o Walkman TPS-L2 – revolucionou o mundo da música e “libertou-a” de facto. A produ-ção do lendário leitor de cassetes terminou em 2010. Até essa data foram vendidos

mais de 200 milhões de leitores em todo o mundo.

1979 é também o ano em que os primei-ros patins em linha viram a luz do dia. Os jogadores de hóquei no gelo Scott e Bren-nan Olson, dos Estados Unidos, descobriram uma forma de colocar quatro rodas em linha num par de patins normais. A ideia foi desen-volvida com o objetivo de praticar hóquei no verão, quando não existe gelo. Alguns anos mais tarde criaram a empresa Rollerblade

Inc. O sucesso foi estrondoso e a patinagem com patins em linha passou a ser conhecida globalmente como “rollerblading”.

O complicado jogo de números Sudoku saiu pela primeira vez numa publicação especial de jogos e puzzles, nos Estados Unidos, denominada Dell Magazines. O jogo tornou-se popular no Japão durante a década de 80 com o nome de Sudoku, que significa “número solitário”. Desde aí, o Sudoku popularizou-se em todo o mundo.

“Música livre”, patins em linha e um jogo de númerosTECNOLOGIA

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Globetrotter – o Rolls-Royce do mundo dos camiõesTECNOLOGIA PARA CAMIÕES

A cabina Globetrotter, da Volvo Trucks, foi introduzida como uma versão especial do camião Volvo F12. Inicialmente, a ideia não era criar uma cabina luxuosa, mas o espaço e o conforto adicional que imple-mentou à primeira versão do camião fez com que o F12 Globetrotter rapidamente se tornasse no melhor camião a percorrer as estradas da Europa. Um jornal diário sueco usou a expressão “Rolls-Royce do mundo dos camiões” após um teste de condução.

Graças ao lançamento dos dois mo-delos de camião, o F10 e o F12, dois anos antes, as empresas e os motoristas perceberam que um bom conforto na ca-bina significava muito mais do que uma experiência de condução mais agradável e segura. O novo tipo de cabina também reduziu o número de pequenas lesões de trabalho dos motoristas, aumentando assim a eficácia dos transportes. Como resultado, a nova cabina Globetrotter ex-cedeu todas as expectativas. De repente,

“todos” queriam ter um camião com uma cabina Globetrotter.

Eram duas as principais razões de escolha de uma cabina Globetrotter – o maior conforto na condução e o facto de haver espaço para dois motoristas em serviços de transporte partilhados.

Durante mais de 30 anos a cabina Globetrotter foi a cabina de luxo por excelência, onde o conforto otimizado do operador implementou transportes mais eficientes e rentáveis.

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Com um novo para-choques reforçado, este Volvo FH abre caminho em pisos de gravilha como nunca antes visto. A nova alternativa de proteção dianteira torna o camião mais robusto e adequado à con-dução em estradas difíceis e com aplicações ainda mais exigentes. O para-choques robusto do Volvo FH e FH16 tem o mesmo conceito de engenharia da dianteira do Volvo FMX e é um bom auxiliar para motoristas que trabalhem no setor da construção civil e transporte de madeira.

Volvo FH mais robusto

Fotografia Pontus Johansson

A IMAGEM

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