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Page 1: NA · 2016-06-01 · (Ac 033 6 /79) Confidencial CONTINUAÇ70 DA INFORMAÇ70 Nº 0121/1164IAGO/MI/79 111.11 11 Com isso, sob a supervisão e orientação direta do INCRA, foi celebrado

NA

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1 Confidencia

..:-,-. - s° -> ..)`• ,..,, ., A, ,..,:, NOCLUO DL AGUCIA Du GOIÂNI- ,., ;:.• ,„

(J: 4Y 0 ,-Ç (4" , ,-;-„;, o' ,,..—' SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES

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(AcE 0336/79)

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O. . ij e.b >,2* O yirpà. ory ,S`' INFORMAÇÃO N2 0121/116/WAGO/SNI/79

e2 gr s'' A oi,

4‘1"'

Data: - 14 Set 79

Assunto: - CONFLITOS AGROSSOCIAIS EM PORTO NACIONAL(G0)

Origem: - NAGO/sNI

Difusão: - AC/SNI

Anexos: - Xerocopias de nota emitida pelo INCRA/d0 (02)

Xerocopias de recortes de jornais (07 )

1. Os irmãos GUILHERME DICIUR SANTANA e MANOEL ANTP.

NIO SANTANA adquiriram de WALDEMAR FLORtNCIO DA SILVA e irmãos,

mediante escritura pública lavrada em 26 Abr 77, o imóvel denomi

nado "Fazenda São João", localizada no município de PORTO NACIO-.

NAL(G0).

2. A área transacionada, com parte ocupada atualmen

te por cerca de 15 (QUINZE) famílias de posseiros, foi incluída

em ação discriminatória proposta pelo Estado de GOIÁS, em 1959.

Por força do Dec-Lei 1164/71 (estabelecendo que a faixa de 100

Kms à margem das rodovias federais passam ao domínio da União) a

ação discriminatória foi encampada pelo INCRA.

3. Anteriormente, entretanto, via de processo admi-

nistrativo em tramitação no IDAGO, o Governador de GOIÁS, atra-

vés do despacho n2 446/70, reconheceu o domínio particular do i-

móvel e mandou excluí-lo da discriminatória, desde que fossem

transferidas aos posseiros "a propriedade das glebas que estes e

fetivamente ocuparem, fixados previamente sua área, preço e con-

dição de pagamento".

Confidenc i a'- Continua -

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Confidencial (Ac 0336/79)

CONTINUAÇ70 DA INFORMAÇ70 Nº 0121/1164IAGO/MI/79

111.11•11•••

Com isso, sob a supervisão e orientação direta do

INCRA, foi celebrado acordo entre proprietários e posseiros, pa-ra a regularização dessas Sreas, mediante o pagamento de determi nada quantia. De um total de 43 ocupantes, a maioria cumpriu o a

tordo e teve suas áreas escrituradas. A outra parte, preferiu re

sistir ao acordo, mantendo-se em suas posses.

4. Cm 21 Nov 78, o Juiz de Direito da Comarca de

PORTO NACIONAL/GO concedeu liminar a pedido de reintegração de

posse, formulado pelo atual proprietário GUILHERME DICIER SANTA-

NA e sua mulher, contra 04 (quatro) dos posseiros localizados na

área. A reintegração, entretanto, não foi consumada, dada a re -

sistencia oferecida pelos posseiros. Eln consequência, os irmãos'

GUILHERME e MANOEL contrataram o advogado EDMILSON FRANCISCO DE

MENEZES, com endereço profissional na CNM 02, Bloco "A", sala 05

CEILANDIA CENTRO, em BRASÍLIA/DF, para desalojá-los.

5. Em 28 Mai 79, nova sentença do Juiz de Direito

daquela comarca, mandava que GUILHERME DICIER SANTANA e sua mu

lher fossem liminarmente reintegrados na posse das áreas ocupa -

das por JOS2 PAULINO DA SILVA e outros. Essa decisão, considera-

da por muitos precipitada, ao que tudo indica foi uma das causas

do desencadeamento dos conflitos que se seguiram.

6. Paralelamente, a ação discriminatória seguia seu

curso no INCRA, com audiência marcada para o dia 06 Ago 79, Pos

teriormente adiada para o mês de Mai 80. Os posseiros, entretan

to, formando uma caravana de cerca de 50 pessoas, compareceram,'

naquela data, à sede do judiciário federal, acompanhados de inte

grantes da Comissão Pastoral da Terra-CPT. Alertados de que a au

diencia havia sido adiada, os posseiros, revoltados, alegaram

que não foram cientificados a respeito, passando a exigir que o

Juiz os atendesse. O magistrado explicOu as razões do adiamento,

solicitou dos mesmos que retornassem às suas casas e que aguar -

dassem a data da audiência, orientando-os no sentido de consti

Confidencia:

- continua -

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(Ac. .3,6/79) Conliciencial C0N'I'INUAÇ,X0 DA INFORMAÇXO N2 0121/11G/IIAGO/3111/79 -

tuirem advogado para defend-los.

7. O advogado EDMILSON FRANCISCO MI:../11:;US, r.ão conse

guindo fazer cumprir a decisZto do Juiz daquela cidade, em função'

da resistência apresentada pelos posseiros que, orientados pelo

Bispo Dom CELSO PERF:IRA DL ALMEIDA o pelo Pe. JURACY CAVALCANTE

BARBOSA, se recusavam a obedecer o mandado judicial, contratou I-

VO BISPO DE SOUZA, JOSÉ. CICUPIRA SOBRINHO e MILTON DE TAL para

ajudá-lo na consecução do servic:c,.

Assim, em 18 Ago 79, expulsaram de suas posses

CARMINA ALVES DE ALLNCAR, JOSr. CRISPIM DIAS e JOÃO DE TAL, conhe

cido por "DOCA", ateando fogo em seus ranchos, enquanto anuncia-.

vam que fariam o mesmo com os demais posseiros. , 1 O c: ..- ..; o 0

o c.) c cx. ,- ?e c) I.. ("4 ciZr)

C .9. c ea c am

t- :

S' -;; à bala, travando-se cerrado tiroteio que resultou na morte dos

dois primeiros, enquanto KtLTON DE TAL evadiu-se, tomando rumo ia cr) c_ c,- e: "r'3 c71: norado. = E >. cj¡ CY f:45 >

9. A Delegacia de Policia daquela cidade instaurou

Inquérito Policial, ouvindo os irmãos GUILHERME e MANOEL, os qua-

is negaram qualquer participação no evento.

10. A ocorrência reper:utiu intensamente em GOIÃNIA/

GO, provocando o empenho dos órgãos de segurança e autoridades lo

cais em elucidar o assunto. O INCRA, por sua vez, divulgou nota

de esclarecimento através da imprensa, afirmando que a entidade '

está "estudando as alternativas que lhe facultam o Estatuto da

Terra, para a curto prazo solucionar definitivamente o problema".

11. O ambiente de tensão criado na área, que culminou

Confidencial

- continua -

8. Em 21 Ago 79, avisado previamente de que seu ran

cho seria queimado, JOSÉ PAULINO DA SILVA conseguiu reunir outros

posseiros, já revoltados com os acontecimentos, para defenderem

suas posses. Dessa forma, quando IVO BISPO DE SOUZA, JOSÉ. CICUri-

RA SOBRINHO e MILTON DE TAL se dirigiam ao local, foram recebidos

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(A0. 0336/479) C o cloncial DA INFORMAÇÃO t.2 C 121/116/11AC0/5111/79 (FLSIL

com o choque armado do illeimo dia 21 figo, decorre principalmente

da morosidade da Justiça em solucionar as pend&icias, bem como

das tentativas dos proprietários em evacuar a área, inclusive me

diante coação ou uso de força, principalmente agora que as ter—

ras tiveram uma valorização vertiginosa com a construção da pon

te sobre o Rio Tocantins, que trouxe grandes benefícios àquela '

região. O clero tem influído decisivamente, na medida em que es

timula os posseiros a permanecerem em suas áreas e a resistirem'

aos mandados judiciais de reintegração ou despejo. A atuação do

clero ficou patente quando os participantes do tiroteio se refu-

giaram na sede local da CPT, sob a guarda do Bispo Dom CELSO PE

Rg.IRA

12. A situação hoje está em compasso de espera,aguar

dando o desenrolar dos aconteimentos. Até o momento não foram de

Tinidas as medidas a serem adotadas para a solução em definitivo

do problema.

***********

*******

***

*

Qualquer pessoa quo tomar cimento desta assunto fica rase. sável pelo seu sigilo (art. 12 decreto 79.099/77-regulamento para sal-vaguarda de assuntos sigilosos)

Confidencial

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0336 L22OUT.79

. J r"

ONFIDENCIA). ESTADO DE GOIÁS

's POLICIA MILITAR

UNIDADE

001ANIA - 00

EM 5.../..09/.7.9 ,..„, a ; _1 ,cR rr.,- .. QflI. , • ^R C .

NN. ,'•!'.!;;; I.F.: 3:. ASSti!. r ) FICA

RF I TEAVF.g. FE'.) FA,U ;-. , ',„0.

( Art 12 — VII(. u°. 7. .q77 - RSAS)

INFORME N9 a.5-9/ 79/ - PM. 2

I- ASSUNTO LITÍGIO POSSESSÓRIO EM PORTO NACIONAL/GO

2- ORIGEM PM2/EM/PMGO

3- CLASSIFICAÇÃO A-1 4- DIFUSÃO CMP/11a.RM - SNI/NACO/G0 - SI/SR/DPF/GO 5 - REFERÊNCIA

e- ANEXO Xerox de RelatOrio de viagem (30 Ele)

No dia 18 de Agasto do corrente ano, na

)---,Fazenda São João, no municipio de Porto Nacional/Go, foram mor

tos on individuns Ivo Bispo de Souza e Jose Cicupira 'obrinhn,

anteriormente contratados pelo Advogado Edmilson Francisco .

Me-

nezes, residen. Ja em Brasilia/DF, para expulsarem vários possei-

ros que habitam a área correspondente a referida fazenda, a

qual se acha com uma Ação Discriminatória de Reintegração de

Posse. Alguns pouseiros tiveram seus ranchos queimados e quan-

do os marginais partiram para a queima de outros ranchos, vá-

rios posseiros jã de sobre abiso e revoltados se am2ram de

revolveres, cartucheiras e rifles cal 22 e, reunidos no rancho

de Jose Paulino da Silva, esperaram a chegada dos margi.rais,os

quais ãs 1430 hs aproximadamente daquele dia, ao se aproxima -

rem, foram recebidos a bala, tendo Edmilson e Milton de Tal es

capado, não logrando a mesma sorte Ivo Bispo e Jose Cicupira que foram baleados e mortos. Esta AI esteve no local, na pessoa

de alguns agentes, no dia 24 U8 79 e ali colheu e levantou os

dados que seguem anexo uma cópia. .x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

ONFIDENCIA PMOO COO. 200 MOD. 029179

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'000336 2200.79

A C Ë.

\-1

RFLAT(3RTO DE VIAGEM

ASSUNTO : LIT1Gio rossEssdpio 194 PORTO NACIONAL

Cumprindo determinação desse Comando, no dia 23

dc mes em curso, fazendo uso de um avião do Estado, prefi

xo PP - EFU, empreendi viagem ã cidade de Porto Nacional,

a fim dç apurar ocorrência entre proprietários de terras'

e posseiros.

Tendo passado por GUrupi, fomos acompanhado pe-

lo Maj PM Cícero Camargo do Prado, Comandante da 4a CIPM,

chegando em Porto Nacional por volta das 18:00 hs do mes-

mo dia. •

Inicialmente fizemos conta'..) com o Delegado de

Policia, Bel Waldir Correa da Silva, e com os componentes

do Destacamento Policial. Ainda no mesmo dia fomos ao en-

contro do Bispo D. Celso Pereira de Almeida e do Pe Jura-

cy Cavalcante Barbosa.

No dia seguinte, 24 Apo 79, seguimos para a fa-

zenda SÃO JOÃO, local da o, rrencia, apurando o seguinte:

1) A fazenda SÃO JOÃO, com área de mais de 900

alqueires, dista da sede do município 78 km e o local é

de difícil acesso.

2) Existe at,ão dincriminatOria no referido imó-

vel, tendo em vista o litígio existente entre supostos

proprietários e posseiros.

3) Em torno do fato 'ni ajuizada ação na romar-

ca da cidade, avocada recentemente pela Justiça

4) Os irmãos GUILEERME DICIER ÉANTANA e MANOEL

ANTMIO SANTANA são portadores de uma escritura pública'

de compra e venda, lavrada no Cartório do 39 Oficio des-

ta Capital, no dia 26 de abril de 1977, pelo que se 41 -

zem proprietários de 587 alqueires do referido imóvel

adquiridos de Waldemir Florncin da Silva, João Parbosa

da Silva, Manoel Pereira da Silva, Waldemar Florencio da

Silva e Alaide Florencio da Silva.

5) Na arca que os irmãos SANTANA se julgam, pro

prietãrios residem, dentre outrm, os seguintes plissei -

ros: Raimundo Moreira da Silva, José Moilra Evangelista ,

Felix Rodrigues da Silva, Carmina Alves de Alencar, Jose

Paulino da Silva, Jose Paulino da Silva Filho, Raimundo'

continua

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/

000336 [22EiUT.79

fi 02

A C E

Jo:.ai Alves, Cloves Moura de SÃ, Alexandrina Podrigues PO

reira, Antônio Paes Ribeiro, Cesarina Vieira da Cunha ,

Manoel de Souza Lima, Sebasti:Ão Cnutinho de Araújo, Jose

Cardoso de Almeida, Maria de hourdes Silva e Paulo comes.

6) No dia 26 de novembro do ano par sadoo

Juiz de Porto Nacional, Dr DormelIne Moreira de Melo, ex

pediu mandado de reitegração de posse em favor dos irmã-

os Guilherme Dicier Santana e Manoel Antônio Santana

pelo que alguns posseiros foram despejados.

7) Os posseiros despejados deixaram no inte-

rior de seus ranchos alguns pertences, alem de não reti-

rarem da área alguns animais.

8) O Pe Juracy Cavalcante Barbosa, que vem

dando assistência aos posseiros, tem procurado orienta -

los no sentido de não abandonarem suas casas.

9) Com o adiamento da audiência marcada para

o dia 18 pp, nesta Capital, houve certa revolta por par-

te dos posseiros.

10) Guilherme Dicier Santana e seu irmão Mano

el Antônio Santana, tendo consceuido um comprador para '

as terras e diante da morosidade da Justiça, contratou 1

os serviços do advogado EDMILSON FRANCISCO DE MENEZES ,

residente em Brasília, para promover a -expulsão dos pos-

seiros.

11) O advogado EDMILSON FRANCISCO DE MENEZES'

levou consigo para Porto Nacional os indivíduos IVO BIS-

PO DE SOUZA, JOSÉ CICIJPIRA SOBRINHO e MILTON DE TAL, os

quais deveriam auxiliá-lo na execução do serviço.

12) Tendo chegado na sede da fazenda na manhã

dó dia 18 do mes em curso, a tarde deram inicio a execu-

ção do serviço, 'ateando fogo nos ranchos de CARMINA AL

VES DE ALENCAR, JOSÉ CRISPIM DIAS e JOÃO DE TAL, vulgo '

" JOCA ", alem de anunciarem a queima de outros.

13) O rancho de.Jose Paulino Silva seria o

1,róximo a ser queimado, mas como no seu interior havia /

cera quantidade de arroz, mandaram avisá-lo para que

fosse retirar. Foi ai que os posseiros, já revoltados ,

resolveram unir-se e impedir o incêndio. Armados de re -

volveres, cartucheiras e rifles cal. 22, permaneceram em

boscados no interior e nas proximidades do rancho. Um

dos homens subiu em uma mangeuira próximo ao rancho e

passou a vigiar a estrada que da acesso ao local. Eram

aproximadamente 14:30 horas quando os três indivíduos

continua

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0003";i6 j 22OUT.79

ACE. f] 03

che,'aram ao rancho de José Paulino e, ao se aproximarem da porteira, foram recebidos a bala, sem que houvesse oportuni

dade de reação..

14) IVO BISPO 1M SOUZA recebeu um tiro no o

lho esquerdo e outro no peito, mas conseguiu correr aproxi-

madamente 200 metros, quando veio a•morrer. JOSE CICUPIRA '

SOBRINHO, que portava uma identidade de Agente dP Policia '

do Distrito Federal, recebeu um tiro na barriga e saiu em

desabalada carreira, indo pedir sà,erro na casa de Dona Eu-

zebia Moura da Silva, que por duas vezes mandou avisar a

Guilherme, o qual se negou a prestar=the ajuda. Por volta '

das 01:30 hs José Cicupira faleceu, tendo antes declarado '

para Dona Euzébia que os trás haviam recebido a importáncia

de Cr$ 30 000,00 de Guilherme para execução do serviço. O

terceiro indivíduo, identifiAdo como Milton de tal, não

foi atingido e empreendeu fuga em companhia do advogado ED-

MILSON.

15) O fato so chegou ao conhecimento da Poli-

cia no final da tarde, tendo o Delegado de Policia, Bel Wal

dir Correa da Silva, dito ao denunciante que so enviaria o

Destacamento no dia seguinte. Os corpos so foram recolhidos

após as 17:00 horas do dia 22, em estado de putrefação e,

após autopsiados, foram sepultados.

16) No dia 18, quando do incêndio dos ranchos,

o Delegado Waldir Correa da Silva foi cientificado e se ne-

gou a adotar qualquer providência, mandando que o Bispo Dom

Celso fizesse uma representação por escrito. De posse da,

representação, também não adotou qualquer medida.

17) Logo após os crimes os posseiros procura

ram homizio junto aos Padres, ficando recolhidos na CPT.

18..0 Bispo D. Celso prontificou-se a fazer a

presentação dos criminosos, entretanto o Delegado não ado -

tou qualquer providência para que isso ocorresse, limitando

se a aceitar a versão dada pelos fazendeiros, que após ouvi

dos foram liberados e empreenderam viagem para esta. Capital.

19) O total desinteresse do Delegado Waldir '

em ..urar o fato tem gerado alguns comentãrios contra a sua

pessoa La cidade. Salienta-se o fato do Delegado não ter '

comparecido ao .local do crime, deixando que as investigações

ficassem a cargo do Sargento Comandante do Destacamento.

20) O próprio Delegado afirmou que irã entrar

em gozo de férias no Más de setembro, ficando a. conclusão '

do inquérito por conta de seu substituto. 1.- continua

RESERVADO

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1)0C3';,6 j LeeLur./J

A C E

fl 011

21. Pelo que ficou apurado ainda, não houve ' qualquer participação dos componentes do Destacamento Polici-

al, que se limitaram a acatar as ordens do Delegado de Poli -cia.

.X.X.X.X.X.X.

O

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CONFIDRICIAJ

0003`6f 132:1J179

A CE

ESTADO DE GOIÁS

POLICIA MILITAR

ESTADO MAIOR

II SIEÇ ÁO - FIM .2

GOIÂNIA-GO, 24 / 08 / 7r2

1. ASSUNTO:

2. ORIGEM:

3. DIFUSÃO:

CHOQUE DE POSSEIROS/PORTO NACIONAL/CO

PM2/EM/PMG0

SNIINAGO/CO

4. CLASSIFICAÇÃO:

5. REFERÊNCIA:

6. ANEXO:

Telex n9 052/79-CPI/PMGO e n9 89/24/03/79/SEC SEG PU2/DF (03 fls)

ENCAMINHAMENTO N.o //A

Para conhecimento e possível aproveitamento, esta

AI faz encaminhamento da documentação do anexo, versando

sobre o assunto.

.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x

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((BAIRRO) CRUA *MAMO^ ETC.)

Cidade EbtUdO

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QUE. AGENT7 Dr POLICIA jcrF cm,N:.vrn PEGISTPO cr!=t1, Ur,7.786, PFRTrycr ESTA srcrrTARIA, ESTA VI'; r', r- rrrTIVC rxrRcicic. PEFr"I-DO POLICIAL Tryr FurTAncr Fr 13/c7/7.7,-:s IDENTTDADr CIVIL 7-T / POLICIAL, TALONARIC CCM CITO TALOrS fl' CHEQUES DC BANCO prc:= n- ERASILIA, ALrm p===r,== PrGISTRC ocorprNcr. YP 212/ 77-11A DP. ;CrDO cHrr, Dr CARIrTr-

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Reportagem e fotos de

LORIMA DIONISIO

Os problemas fundiários ali existem há mais de 30 anos, porém no municipio de Porto Nacional e vizinhança os conflitos entre grileiros e posseiros passaram a ter maior intensidade com a construçto da ponte sobre o Rio Toc, ntins. Agora, com o seu término, as terras da margem direita ganharam preço e atraem a cobiça de fazendeiros poderosos de várias regiões do País e a morosidade da Justiça provoca a impaciência dos grileiros. Guilherme Dicier Santana, por exemplo, adquiriu a Fazenda São João da familia Florêncio, com 34 famílias de _ posseiros_e_ tem urna_ação na-Justiça tentando ficar_ om ueices,guand o

até agora_possui_e_s_critura de. a,r)e.nas 30 alqueire. Ganhou uma ação de

despejo, porém os posseiros recorreram e o litígio prossegue. Encontrou um comprador paulista, que porém exigiu a terra sem problemas. Seu advogado e ele contrataram três homens em Brasília —.Milton de Jal_avo___Bispo de Souza e

Cicupira Sobrinho_— que passaram a executar pressão sobre os posseiros. Queimaram três ranchos e não encontrando nenhuma resistência anunciaram a queima do quarto. Onze posseiros !hes armaram umoilada, no último dia 21, com espingardas e revolveres-.no tiroteio, morreram Ivo e Jp_sé_e_i_c_upira. A polícia está em ação, observada pela pachorrenta Justiça e os conflitos poderão agravar-se ainda mais, pois os grileiros estão contratando pistoleiros. _Era_Dianoons o Bispo D_om_Celso Pereira ceristatou a queima de

de posseiros.

- CONTINUA -

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•••Ouando Goilberme Dicler

zenda Sào 422to rias da Fa-

negocio el o •a familia

ele sabia que muiffr arcas eslavam_aenslentes na ilLstisa e que 17 posseiros dõr'34-'22Di i h ârTZS:S- "isTO'S 900Tãneire.s-15 oossuiam t tiro—a-é-s,u,as posses, variando entre 60 e 110 hçctares t' --• ,

. er:/.... t r,> iii-da um. Sabia também que os PoiWiis çom situação irregular

. r : (- si r , r continuavam nas terras trabalhan- .t„, ; c..st do normalmente e que cios40

r• : ____,, '" ' ° piquei res a nue poderia ter direito ii ..* N na c orfiraqp_finas 30 estavam i{,,

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dalLtUamarço cie 1977. data em r •:77A aquisição da área foi feita no

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enque os herdeiros da familia

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a_igueires_apiLrados e todo Guilherme DiCier Santana os 0

problemas c:Jen as_ com os. CD .rossetros, andamento na

J li_ansa. No ano passadO, mui-fa

"-• coisa ficou resolvida e vários posseiros receberam ordens judiciais de despejo. Recorreram, no entanto, dentro do prazo de 15 dias, o que impediu Guilherme de se tornar o proprietário definitivo de mais de 400 alqueires. Muitos posseiros, depois de recorrerem e esperar pela decisão final da justiça, deixaram seus ranchos, com criaçbes, roças e plantaçbes diversas, na esperança de voltar em breve, pois ..,ociptiauant--na... Justica rom orientacan rir R'Cpo Dom Celso e dos Padres de Porto

"t:om or

Racional,

AU DIENCIA • -.Há pouco temj os 17

posserros envolvidos n-O-litigio dQ terras da fazenda João rt abe a-para-uma_audiência n-a-Justica e receberam a noticia de ue o en onroljavia_sjd_o_adra.

o para o mês de abril de 1980. 'Eram homens e mulheres cansa-dos, a maioria velhos, que sen-tiram bastante o sacrifício do deslocamento e sofreram com intensidade a decepção de uma solução adiada. Precisavam tra-balhar, voltar para seus ranchos em paz, sem o fantasma da pressão da Justiça, desconhecida por eles por causa da ignorância, misturada com o cheiro de mato, adquirida nos longos anos de contato com a Natureza. ...Houve .) retorno para Porto Nacional. l maioria voltou para os ranchos e euiros esperavam melhores dias para retornar, porém, pediram aos vizinhos que olhassem pelas criaçbes -porcos e vacas - e pelas plan-taçbes enquanto não voltassem. Sentiam a ordem de despejo como uma agressão, porém mantinham-se calmos, sempre procurando a orientação do Bispo e dos padres de Porto Nacional.

A CONQUISTA • • Os Pr.-.seiras da fazenda São João estao afastados mais de 60 euilõmetros ci• • . • .. i.nal iveram em paz durante três •e-

zenas de anos, "quando nossas lutas existiam somente contra a seca, as grandes chuvas, as onças pintadas e pardas que atacavam_

as criaçbes, aá doenças, as febres bravas e as pragas. As terras dee valiam cem riais furados quando meu pai chegou, construiu seu rancho, fez derrubadas, plantou e dominou a área. Depois vieram as criaçbes e a terra continuava de ninguém, ;sois era muito afastada da civilização. Logo eu construi o meu rancho e continuei, lado a le-do com meu pai, o tratalho de transformar tudo isso em urna &-renda, de onde tiraríamos nosso sustento e continuamos a tirar até agora. O nosso trabalho se esten-deu, as nossas criaçbes ae porcos cresceu, tivemos condiçbes de comprar gado e nunca nos sen-timos ricos. Nossa Unica ambição sempre foi sobreviver, o que vínhamos conseguindo com multa paz, até chegar gente dizendo que a terra era deles e que a justiça estava decidindo tudo. Acabamos por receber uma ordem para abandonar tudo e procuramos proteção Junto à igreja. Mandaram a gente recorrer e agora estamos

aguardando uma solução",, ex-plica José Paulino Filho, •••Uuando os herdeiros da família Florêncio entraram na Justiça, com ação para resolver o pro-blema das terras da fazenda São João, ficou decidido que os posseiros pagariam determinada importância em favor da família, para receber os titulos de proprie-tário de suas glebas no (nora.

urrulrIram coma detarrninaç4... da Justica os osseiros João Jose de Castro. eneloi Rarhasa Sales, Geraldo Valerialp Lourenço,Joao Moura Brito, GenliJ ais dos Reis. Nilo

*Martins 1 edal José Cardoso de Almeida - esq com duas glebas

Ailton Lopes da_Conceiçao_ Vi- tal • . • •stinho

ias Cardoso, Raimundo Silvino do iliascimento ,Tose Rodrigues a Silva. Jaime Torr aimun o

rhosa dos Santos,,,. Manoel Rodrigues • Pedro Belo de Barros e José Crispim Dias - ene_ „ultimo tava_ suas terras doadas pela familia Flor'ncio.

O DIREITO • • • Achavam Que as terras lhes pertenciam e nao acataram a 'decisao da Justi a os

un o 'oreira irr~idgdrSilva José Moura 'Ev Aani o geli st Jose o t,Crriar na Alua ue

encar atilin-Tf Jose Paulino da Silva Filho

Moura de a Aievandrist-rigues Pereira, António Paes Ri.-

Cesarina ueliacta_çunna -Mame-rue Souza Lima, Sebastião Loura-mo de Arauto, Jose Cardsw

G 'de Almeida. Paulo omes e Maria de Lourdes Silva •• bo agora é que começamos a 'tender a posição da Justiça,

mas porque os padres e o Bispo Dom Celso Pereira explicaram pra gente como é que ela funciona e como é que a gente defende o direito. Todos nós achamos que a justiça anda muito devagar, mas a gente tem que ccnf lar nela. En-quanto ela estiver com seus passos lentos, ninguém é dono de nada e ninguém pode fazer nada.

,Tudo tem que continuar do jeito

02

de antes, atb que uma sol ição se-ja anunciada e a gente tem que cumprir. Dizem que ela é cega e que é correta e é por isso mesmo que todos Mn temos esperanças de voltar para nossas posses ou coMinuar trabalhando dentro dela com muita paz, a paz de seis a os atrás, " disse Félix Rollrigu,e

OS CONFLITOS • • De acordo com o padre Jurrny.. Cav:rlcánti Raïhn, a, de"-j'ürto Nacional, os conflitos c;f5-rneça•arn. Ws-de-o anuncio -da constridçao da ifri-i.IITSTISeci_iiaJocantiris, "As terras da margem direita, até então eram desvalorizadas e de di-fícil acesso. Os posseiros viviam tranqüilamente e poucos eram os chamados proprietários que recorriam à Justiça para tirar os ocupantes, mas quando a ponte começou a ser construída, as ações fundiárias se acumularam e

Intui ì, , jã préVe-ndo condiçbes de vender as terras por bom preço, tratavam de expulsar, na base da pressão e da violência, os posseiros que viviam ali há mais de 15 anos. Muitos se confor-maram, talvez pela índole pacata e pela humildade, próprias dos homens que vivem no mato. Outros, porém, resolveram procurar orientação e conhecer o funcionamento da Justiça. Os conflitos começaram a surgir em todas as partes, pois poderosos grupos viam a chance de adquirir terras baratas e em constante valorização. Hoje o alqueire varia entre 10 e 15 mil cruzeiros, porem, dentro de pouco tempo deverá estar avaliado em 30 e 40 mil. Os grileiros apertam o cerco sobre os posseiros. A Justiça continua morosa e os fatos de agora, a continuar da mesma maneira, po-derão ser apenas um dos muitos que poderão ocorrer com o crescimento das ambiçbes", explicou. •••,pom Celso Pereira de Almeida, oispo da Diocese_ de Porto Nacional-, tarntziem é da mesma opima°. Acha que a movimen-

tação surgida após a ponte sobre o rio Tocantins atraiu muita gente de fora e agora os grileiros estão se apressando em jogar o povo para fora das terras, pois ninguém deverá comprar áreas que tenham problemas pendentes na Justiça. "E nessa pressa que a violência aparece. Gente é contratada para expulsar os posseiros e os ran-chos, construídos há dezenas de. anos, são queimados sem o menor respeito ao ser humano, posição que tem de estar acima até mesmo da própria Justiça".

A FAZENDA • • • A fazenda São João pertenceu a Joao Horencio da Silva, que vi-veu durante muitos anos em total harmonia com os posseiros.

• Mb RUO.

osseiro elix

CFilin•o e e teceu come v gir para iegaliz_ar as„. errase.,_ep1214, no dia cinco-77e

novernbr.:, foi assirtido-Crineler-niii. 'gê" acordo para solar nar a ' 'lua ao. Cada posseiro troa re-tii

uma g eba d—e_ter.za_c. i o de até 110 hectares. oi

• valor sas acordo com a tabela do Estado, na época, e as im ortancias deveriam-per deoostladas no Banco dã

— CONTINUA —

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03

-Amazônia. eM__CIO1 •TlearelT5- rlorèncio. Foi dado um prazo pra •:.5sé -(1ciptvello o no dia 13 do março de 1975 o Mera fiscalizou para ver quem havia feito o pagamento. penas 17 entro os 34

impriram_ o Lecebeti o titulo e os que pao cumpri ina0C) ãnljatararn em ti t iglô. MilI,C)-;s" . cileCdrilm ialta de condiçi.ans e „ eitt.t.oa_aehaYain. pelo tempo que

_viviailLSI0.10eaLque as_ terras lhes pertenciam .de_direitio e de. Talo— •: ,'"t—lbgico que os homens do campo são desavisados e sim-ples. Para eles, o que vale é a palavra, muito mais do que qualquer documento. Há 20 anos ninguém queria as terras e desde muito tempo antes os posseiros já vi.am nelas e tiravam, com sacri-ficio e luta. o alimento para sua sc•bl'evivência. Veio o progresso e com ele a ambição dos homens da cidade. No final, quem paga pela presença do desenvolvimento é o posseiro, ás vezes de forma bastante cruel e desumana", diz o padre Juracy Cavalcanti Barbosa.

RANCHOS QUEIMADOS A noticia da queima dos

ranchos que os posseiros deixaram e esperavam voltar em breve correu tão rápida quanto a ação de acender um fósforo e chegar até as palhas que pro-tegiam os moradores contra a chuva e o sol. puoimaram primeiro, o rancho de Jose Cria Diª que-dp!s.naS=ãnTes avia sido reforrnado. Ele tifilVá-

Suas -re-rm-5 Can1CL__Sib.:açad da arrima Ftorêncio, mas ningiWn quis respeitar a sua alavra. Depois foi o ran o viuva Carmina Alves e /,iencar, on e nasceram filh-cis e netas'. Queimaram o rancho do sloão_ r37S-ea)- SiTva e anunciavam a

i...aierna de todos os outros," mesmo os que estavam-abiti-

"udo isso JarJapear-ea.-Po_sábacto e domingo riassados e torlos-sa.-

t.erminaya a violencia e cru m

-•5'ee_culandoasL)oleosJ os:e_ -Paulino Silva seria o orónimo e seu rancho, de 32 ama de.

7•ge.rIstraudO„._estava. cheio de_ arroz 5,ona..f.a.sc4. Guillaerme_Dirj_er Dia-s e_seu ifna'ar' Manoel An Dolo Santana sabiam do cercalslentro do raaetlo e. no dia 21 - terça-feiram- etelain, uma hera-de p_ro_para

togIQ:le 10ssr, retiracta._EstíLm que 'os posseiros já revoltados, ileçcaaa.ram unir-se_ e revidar os afagues com a mesma monda — Nii-Olencia contra violência — pois a Justiça, no seu processo lento de locomoç•ão, cheio de burocracia, iria demorar quase um

.ano para cheaar até lá, uma terra que 30 anos antes, mesmo com os primeiros poss^iros, era selvagem sob todos os aspados.

O TIROTEIO • • • "Recebemos o aviso do Guilherme, que dizia para o Paulino retirar o arroz, pois a Justiça Federal havia chegado

para despejá-lo. Nbs sabíamos que a justiça que elo anunciava era a mesma que havia queimado três ranchos. Resolvemos nos preparar. Cada um procurou a sua bate-bucha (espingarda do carregar pela boca), seus revól-veres e apareceu até mesmo urn rifle calibre 22.cS,2Lnamos 11_, pessoas. Tinhamos aporias uma horarde prazo e-por-isso não deu-ffa-Tã-le"-iitarinaláTA-gente lata de quantos rila-ç- -htaTTSC5rTl—dispostos a morrer. A decisão estava tomada e o rancho de Paulino não arderiá como os outros", coruta., Félix Rodriques. •• • Um dos homens subiu em unia alta mangueira, nos fundos do rancho, vigiando os acessos a uma distãncia superior a mil metros: Eram, aproximadamen-te, 14,30 horas quando o vigja deu" o alatina Avistara ires homens, um deles de cabelos longos, todos fortes e des-conhecidos na região de Porto _N2Ce.a.al... 'Caminhavam len-

.1iimente, nhservando tudo, • corno ' se temessem uma emboscada. Nossos homens se espalharaM' pela propriedade, pois já sabiam perfeitamente a trilha em que os três viriam. O vigia desceu quase 20 minutos depois de avistá-los, quandoá se aproximavam da cerca. Quando me avistaram, juntamente com outro com-panheiro,,ficaram parados por alguns omentos e depois perguntaram se o arroz já havia si-do retirado. Respondi que não e o que estava na frente falou só isto: "Então vai assim mesmo", e caminhou mais rápido, tirando os varais da porteira. Quando ele encostou a mão no terceiro, pareceu ter dado um sinal e o tiro-teio começou. Eles gritaram, sacaram de suas armas já em c' creria doida. Foram disparados uns .12 Jj./jas; quando os nossos iam persegui-los, gritei que não. Novamente em cima da mangueira, ainda deu para eu ver o mais cabeludo correndo feito um desesperado; os outros dois a gente não viu", contou Félix

A MORTE • • • Os três homens encarregados de expulsar os posseiros eram Iva Bispo de Souza, José Cicii{F7,--r Sobrinho e Milton de Tal_ Ivo recobeu um laco no olho e outro no

_peito, mas conse.gutu_coupr ainda uns 400 metros, caindo ula, morrer perto de uma grota. Jose' picupin; Sobrinho .eceb_eak_um. balaço na barrica -lado esquerdo do umbigo. Que lhe sai.u___u_s_ çostasCoecaii rarnrri de nitra quilômetros e foi_cair na_nnria_dp_ '_rancho de um posseiro onde_f_o_I atendido por Dona Eusébia Mora cã:Silva. •:77'iam ico mais das três da ,larde-- Ele crie( nu, chamo meus netos que t icavam perto do curral, mas os meninos estraram correndo, pois ele estava coberto de sangue. Ele empurrou a porta e em seguida caiu de joelhos diante de mim e então disse: "Minha

comadre, me arruma um copa • d'água que eu estou rnorrenric :te sorte". Corri na cozinha. peguei a água para ele e ele pediu mais. Estava com a respiração aprea-,a-da. Depois do terceiro copo ele me pediu um travesseiro para deitar e depois uma rede. O sangue sala em quantidade e antes de eu perguntar alguma coisa, disse a ele que iria preparar um rernêrtio para cortar a hemorragia, mas ele disse que não. Foi ele mesmo que começou a contar que havia toma-do um tiro, mas não disse onde. Disse apenas que tinha uns 30 homens no tiroteio. Ai ele pediu a minha nora que fosse chamar Guilherme Santana, que avisasse 'que eft, - GrEiTTir - estava lá e precisava se evado para um hospital, que ele estava baleado. Disse ainda que pagaria cinco mil cruzeiros a minha nora se ela fi-zesse isto. Minha nora falou que não precisava pagar e que iria. Foi, encontrou Guilherme Dicier e mais um advogado chamado Edpallson e um homem que iria

.e9mplata-laztneas14_fauenerele.,_ O Guilherme não quis vir, mas chamou Pecán_Ttbércio - urrLiaeão e mandou ele com um recado para Zé cicupira", contou.

CONFISSÃO •-Dona Eusébia reside na posse • onde o pistoleiro baleado chegou há 17 anos. Tem mais de 50 anos de idade e uma linguagem muito direta ao falar. E sogra de Félix Rodrigues e quando narrava o fato ia mostrando os locais õri-d-e o ferido ficou. "Quando minha nora regressou com Pedro Tibbrcio, a gente se afastdu um pouco, mas deu para ouvir perfeitamente o recad:. n Guilherme mahdou avisar que um estava morto e o outro estava sem ferimentos e que já havia pedido socorre em Porto Nacional. Ai, Zé Cicupira ficou nervoso e disse mais ou menos assim: "Aquele filho da p. do Guilherme só vive por trás das moitas. Eu que fico de peito aberto ganhei esta na barriga. Fala para ele vir me buscar!".

Assim que Pedro TibUrcio saiu com o recado, Dona Eusébia e Maria Ilza, sua nora, cercaram o ferido de atenções. "Ele me pediu um comprimido e eu lhe dei uma cibalena. Voltei a insistir no remé-dio caseiro e ele se negou a to-nar. • Ele ria muito, sabe? A gento ia com jeito para ver se ficava sat do de alguma coisa e ele ião respondia direito, apenas ria. Dai começou a perseguir minha cora com o olhar. Todas as vaze, que ela olhava nele ele ria. Dis,e para ele que se ele escapasse com vida e ficasse muito rico, iria levar ela para Brasilia e arrumar um em-prego num prédio muito bonito. De uma hora para outra ele começou a falar, a se abrir mais.,

r Disse que havia sido contratado . para fazer o serviço para o Guilherme. Que estava ganhando .

- 10 mil cruzeiros, assim como os' outros dois companheiros., Afirmou que era um cabra es-

Jranho, pois não precisava da-

:

(.i

- CONTINUA —

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cinco carros em Brasília. Quando a dor apertou pela terceira vez, ele me chamou e disse que ora para falar ao Edmilson (o advogado) que vendesse os carros e cuidasse dos seus negócios tudo direi-tinho. Perguntei se ele era casado e me respondeu que não. "Tenho uma amante lá 'em Brasília" - disse - "mas está tudo bem com ela". Em seguida voltou a rir, Perguntei a ele se sabia que ia morrer ele disse que sim. Falei então que entregasse sua alma para Deus e me acompanhasse em uma oração, mas elo se negou. Fiz esta tentativa umas dez vezes, mas ele recusou a todas, sempre com um sorriso. Sofreu até uma hora da manhã, quando morreu, mas sem um gemido. Era realmente um ca-bra macho", concluiu Dona Eusé-bia. - • A Policia de Porto Nacional _somente tor avisada no_ final. da

. eram das mais desirTfcT:"!nTriidis o

.(dICacios drercrlikir çagárieeaid4rtIrv:: 'manha fio (iin eu dia e-

erra - soldad25paraja. 1 v-oci u ae s

- simonte foram removi-:dos apti,s as 17 horã-i",-)áeTral-ap_q9:

éi farte

e C or. '!cç)i v( 'de de agente opolIcia-d00.0.--- 'Nana de Sequr=_Sblica

-Gonçalves Filho, Removidos os . corpos e fei•ta a autópsia, eles ,

foram sepultados imediatamente. Milton de Tal tomou rumo ignora-do. —Na abertura do inquérito foram ouvidos ___GtÁit=e____ir.d"ao Manoel ArTEirlin Saraa na ri advogado Edmilson Francisco Menr 7es. gue• mibta em Brasília, apontado por varias testemunhas como o homem nue jeyou Milton de Tal,,Iãsá...Licuptia,Igiánligji-

r .V f-Irri a tenda. Sera.d ouvidos, a partir de

"á;:fiTi ,nh-a-Tir, 11 prisei____ns envolvi-

'Dias. José Paujjno Filho, Orlando d "roteio -

ir too I`uc<ts_Pauiinº.,NivaI&

tioa---LiLn1 AgostinhQjip a, : -%é 1 ima, P6- "dto Moura, Félix R.odrigUera „.5Fi-e—Rairfiiiiir155—de Tal. -.6iF.cari9ãjpiau Leta.r.á

que eslava com Guilherme no dia .."132.71175t1111:1P é5.-"WerEF-Rn9RIP-1].. cor das terras. Os posselm somente sairao por ordem da Justiça, segundo afirmaram, e ela agora começou a se fazer presente . através de agentes da Policia Fe-deral e da Policia Militar do Esta-do, num conflito que não existiria, se cão fosse a excessiva burocracia forense de se examinar questbes, dar despachos,. carimbar, marcar audibricias decidir pelo Direito, sem muita pressa.

Tfuele serviço. Disse que tinha'

„tarde mas como as informaçoge.;

S 00 3 3 36-i

ACE

Os três pistoleiros foram deixados pelo advogado neste rancho. Daqui eles partiam para as empreitadas criminosas

— CONTINUA —

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Dona Euzébio abrigou em seu ranchd o pistoleiro Zé Cicupira teúdo. Cuidou dele até a morte

•,

Manoel Rodrigues conhecia os três homens. que Ds posseiros se esconderam dentro e em volta do chegaram é Fazenda. SO não sabia que eram pislolel• rancho de José Pdullnu e aguardaram os pistoioíros ros

r .1'rf • " t tf WAI A DE IfCero.y4

Ou DISTRITO MURA .2, " N.*. 1.536 •467.702Txr

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•••••Arrte de Políctrt

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José Cicupira Sobrinho, um dos pistoleiros mortos, sua loto e a carteira falsa que usava tios do local onde foi baleado pelos posseiros

TITULO. ELEITOR ^I.

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José Cicuplra morreu neste rancho, a oito quilôme-

Ivo Bispo de Souza, com uma bala no olho e outra no pe. `to, caminhou 400 metros antes de morrer

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,mitacao, provocou ontem um -doi dias r. o

éW.ral ,oltrpndo la chegara win esoecialmente

.s_j,s • tir à auliPnr(a marcada_p_ara '75-TrhOtas_e_oue a pedido do incra, fôr itaiad'ia.parA main do nrnximn ano. sem_ que nimué.m_tossafivisado, • Revoltados com o Tato, elos amea-çaram qtrião sairiam da Justiça Federal enquanto não falassem com o juiz Adhemar Ferreira Maciel que, ante a pressão exercida pelos posseiros, acovanhados de integrantm da_CO.- ran-sao irastoraf dr-Terra, os atendeu urtiã'nfrriiàP4-Tãrdti."-drieji-do•lho$ que ele, o juiz. não tinha culpa do ocorrido e que deveriam constituir advogado para representa-los. A sala do audiência ficou então tumultuada, cada um queria expor suas razões, entre elas, que tiveram que vender o pouco que tinham para fre-tarem um ônibus e chegarem até Goiânia, auxiliados pelo_leispo .PgrtD-i.iBSjçnal, Celso

Per_êtra,

O ulzalio-caiííe nio pediu a proman- es_ Das Qs posseiro, relutaram]

irmando_ ame im editai p_aTiradízi.-..rig Diario da Justiça_de sete de mar TO17Cirava orewnça de lajoa, As f a-mibas estao despejadas das; le.. denominadas fazendas Taboca, ao João e Santa Cruz e eStãcrralsan o sérias dificuldades. lente o pedido do juiz de que voltassem para suas terras que ninguém iria mexer com eles, que

'tudo se resolveria com "Jeito", um deles, Félix_litedíguep da Silva, disse que "do jeito que esta a situaçao, só morren-do".

. HUMILHAÇÃO Algüns fazendeiros também estavam

presentes e ouviram c,lados quando al-gumas senhoras idoSas, falando em nome dos oosseiros, disseram que eles vinham sofrendo humilhações e ameaças dos latifundiários e de pro-váveis compradores das terras. "Em novembro, o juiz de Porto Nacional pediu o nosso despejo, acompanhado de policiais e oficiais de just.,,a. Existe lei no mundo, mas em Porto ela é fraca, não socorre a gente", afirmou dona Maria da Sita

Os posseiros perguntaram ao juiz qual o direito deles, que cultivam a terra há 37 anos 0,pdvngad9 deles. Ataida Gar-cia Pereira, de Anápolis/ havia sido cone tituido, mas nao compareceu. O juiz federal mandou fazer um termo de presença de todos, ante a reclamação

. dos posseiros de que "a Justiça nos fez 'vir até aqui, agora eia que nos pague

para voltar. Diante disso, uma assistente social do Funrural foi chamada para que resolvesse a situação daquelas familias.

O PROCESSO • .A d I scrlm In a tetria- lava_v ame to

70 cujo autor, pTnstituto Nacional de. i a g_o_flpfprma Agraria de jg-

dido por Cairo Campos e outros .9 1:&& réus taraidivino Floreai-CW—di•-"SiTva e outros, por jarmun. Nasser e Mato X7977 da_ Silva, 5jagionan o como re-presentante do Minister o -PuMo. -odorai- o procurador Nelson Si ue. Segundo os autos, o estado de Goiás, em 29 de agosto de 1959, ajuizou com base na Lel 3081/56, a referida ação. O processo ainda se achava em andamento na fase de citação, quando foi editada a Lei 1.164171, ensejando a Intervenção do Ima, que, observando que diversos réus ainda não haviam citados, pediu a aplicação da Lei 6.383 i 76.

Do acordo com despacho do juiz federal, realmente todos os réus foram citados, tornando aplicável v nova 'lei, não se podendo falar em direito ad-quirido ao procedimento ordinário, vigorante à época do aforamento da açao. Isto posto, chamo o feito it ordem. e trasmudo o rito.ordinário, previsto na lei caduca, no procedimento sumaria-simo recomendado pelo artigo 20 da Lei 8.383178, marcando audiência para o dia seis de agosto". O edital foi publicado no Diário da Justiça do dia sete de mar-ço, que circulou no dia 12.

ADIAMENTO O Irma, através do procurador regional

Wagner Natal Batista requereu adiamen-to no dia nove de julho, alegando que a

(data da audiência do instrução e jul-gamento não poderia ser realizada, pois quando da publicação do edital de ci-tação, não se observou o prazo legal en-tre a primeira e a segunda publicação, "sendo mister, então, pova publicação".

Também consta dos autos um tele-grama do prefeito de Porto Nacional, Jurimar Pereira Macedo enviado à Jus-tiça Federal no dia 31 de julho, soli-citando que a audiência fosse adiada e se possivel, realizada naquela cidade, em virtude da dificuldade de locomoção de mais de 100 pessoas que, sob pena de revelia, foram convocados para a audiência sumarissima.

O juiz Adhemar Ferreira Maciel alegou que o adiamento foi avisado, mas ne-nhum dos posseiros sabia disso. A procuradora do Incra, Marlene Gomes de Sá pediu vistas dos autos. Após serem atendidos pela assistente social , da Legião Brasileira de Assistência, os posseiros deixaram a sede da Justiça Federal, ás 18 horas, e seguiram para o Centro de Treinamento de Lideres, onde pernoitaram. Segundo Çarlo DIsmenra,_ sec=atário. da Comissao Pastoral clã-

erra-mjnoiania e • . • • annava os puseiros o "vct~ 00 tu • 0-Ti-io e o incra, cíífe faz o jogo dos latifundiários, epiraoscuderasni sdtoam cansar suas vitimas, até que

Mi cerca—d. 1.

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IJO0356] [2201i1".79

Incra esclarece acontecimentos de P. Nacional

Sobre os acontecimentos ocorridos na Fazenda São João. Taboca ou Santa Cruz, em agosto Ultimo. o coordenador regional do INCRA para o Estado de Goiás e Distrl-to Federal. DIVIPO Teixeira Chaves, pres-tou os seguintes esclarecimentos:

"O imóvel denominado "fazenda São João, Taboca ou Santa Cruz", localizado no municipio de Porto Nacional, com área de 15.889, 2472 ha., foi incluído em Ação Discriminatoria proposta polo Estado de Goiás e posteriormente, estando a área enquadrada na faixa do Decreto-Lei 1.164 de 01 de abril do 1971 (que a faixa de ter-ras de 100 lk ms. á margem das rodovias te- durais. passam ao dominio da União), foi emcampada pelo INCRA. A partir de en-tão, a área foi vistoriada, caracterizando os ocupantes e a extensão de suas benfei-torias e serviços e que norteou um ACOR- DO entre o detentor da área e posseiros, sob a supervisão do INCRA.

Dos ocupantes daquela área, em número aproximado a época de 10 e hoje 15 familias, resistiram e resistem ao ACORDO por se considerarem prejudica-dos em seus direitos, face a decisão go-vernamental prolatada no despacho 446 de 06 de fevereiro de 1970 que recomenda "seja reconhecido o dominio dos mesmos sobre o imóvel denominado "Fazenda São João" também conhecida por "Taboca" ou "Santa Cruz", sito no municipio de Por-to Nacional, desde que transfiram no mos• mo ato aos posseiros nas referidas terras localizados, a propriedade das glebas que estes efetivamente ocuparem, fixadas previamente sua área preço e condições de pagamento".

O processo continuou seu curso na Justiça Federal e paralelamente, for inicia-do na Justiça Comum pelo atual pro-prietário, Guilherme Dicier Santana e sua mulher, Ação de Reintegração de Posse em desfavor de 4 posseiros, Quando obte-ve ganho de causa. Esse fato, somado a tensão já existente, viria a precipitar os acontecimentos hoje de domínio público.

O que hoje ocorre é que, os posseiros que ainda resistem, não aceitam negociar seus direitos• afirmando categoricamente o desejo de permanéncia na área, recu-sando inclusive a possibilidade de rema-nejamento ou composição com o pro-prietário, ainda que, respeitados os ter-mos do acordo. Fiel aos propósitos de re-gularização Fundiária, o INCRA estuda as alternativas que lhe facultam o Estatuto da Terra, para a curto prazo, solucionar definitivamente o problema.

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1. • NOTA DO 1 NCRA, PUBLICADO NO JORNAL "O POPULAR"

21 AGO 79. •

O C 3 3 6 J 2 2 ti UT.

A C -_- Com refer3ncia a matória Veiculada. no dia 07 de

ages:o v ,ob O titulo "AÇÃO LEVA POSSEIROS EM MASSA A JUSTIÇA ", # Coordenador Regional do :NUA DIV:NO TEIXEIRA CUAVZS forneceu a

redação os seguintes esclarecimentos

Em 19 de abril do 1 971, por força do Decrato -

Lei n9 1 164, passaram para o domínio da União as terras devolutas

situadas na faixa de cem quilômetros de cada lado das Rodovias 'o-

dez-ais existentes na Amazônia Legal, entre elas a BR-155, gelem -

Erasília.Todas as ações promovidas pelo Estado de Goiás referentes

a terras devolutas passaram então a ser movidas pelo :NORA, inclu-i

siva a Açao ',Discriminatória sobre as terras. denominadas "Si.° João,'.

Waboca ou Santa Cruz", localizadas em torto Nacional.

2aralelamente a ação. existia, já então, proces-

sos administrativos versando sobre tal imóvP1. ob";etivilrx:0 o reco-

nhecimento do domínio privado de tais terras que teriam sido usuca

pilas, já em 1 951, por JOÃO FLORZNC1-0 DA S:LVA.

Pelo então.. Governador Otávio Lages,de Siqueira

foi pelo Estado do Goiás., em 06 de fevereiro de 1 970, reconhecido

o imôvel como da domínio particular desde que fossem transferido '

aos posseiros encontrados as terras efetWamenta ocupadas.

O INCRA honrando tal decisão, desde 1 973, N.. Ca

• balhou na gleba promovendo ou acertos visando a consecução de

transferisncias.

1;P:poucOs.dias,concluiu.-se tais traball:os o que

levará o INCRA/brevemente ia excluir da discriminatória cerca de

15.9GO hectares, prosseguindo a discriminação quanto ao restante.

Zo as terras discriminandas providenciará o INCRA a regularizaçãà N 'r \

1..n diária da gleba.

•N•

Finda a ação e declaradas como de domínio da C:1-

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ç_ 1

UDOS36 [22011[19

Quanto o adiamento da audi'encis da Ir.strução

e Julgamento Anteriormente marcada para o dia 06 de agosto foi

inevitavel. A publicação do Edital de Citação, em que pese a so

licitação feita corretamente pelo INCRA ao Grgão que edita o

Diário de Justiça da União, foi intempestiva,nao sendo valida'

.41 citação.

Lembramos que a citação de todos pçisseiros e

detentores de registros é exigida pela Lei e que o comparecimen

to em Juizo pela parte deve ser através de Advogado legoC.mente'

habilitado.

O fim visado pelo INCRA e a defesa do patrI—

m3nio público ( terras devolutas ) e sua transferZncia ao traba

lhador rural ( regularização fundiária ) o que evidentemente

não choca com o interesse dos posseiros e e procura de justiça.'

da Pastoral.

O INCRA esta cuidando do assunt com a devi

da atenção inclusive aceitando colaboração de todos os jatares—

sadoe.

Em,08 de agosto de 1979.

•-•

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o ropuLAR - 11. mar 79

• • • . ; ‘' • • : , . • ,

O 0 0 3 3 5 2.2 017.79

I

rim., Adverténeia --o senador Honriquo San-

tIllo denunciou ontem que "polo segunda voz o de for-

ma arbitrária e já que não existe processo ou or-dem Judicial, foi preso polo delegado de Porto Nacional o lavrado; Josó pinbeth. no..seiro Juntamente com outras 12 famillas, do globos do torras ria fazenda San Joh°, naquele founIcinto"

O parli-,,mentar emedoblata diz • que leme pnlft .1" do

42221ilro, mas que se elo "sofro. qualquer atentado", sabo a quem responsabi-lizar.

O Senador mandou um ad-vogado a Porto Nacional para estudar a situação jurídica dor. posseiros, recebendo a informação de que eles, uupantes há mais do trinta anos das gleba.s, tóm direito liquido e certo ao usucapião. Entretanto, há vários anos, vóm sendo "iludidos OCIO 'nora que promete resolver a situação e não o faz e pressionados por guilherme Deciieux tosta-de-ferro de Ari-nnii

M7:Á° por nrin ar 7Jgridu dr,rr.a iier,art; encarregada do resolver nossos problemas fun-diários". Disse ainda o senador

Santillo que, há duas se-manas, de forma "Inex-plicável", o juiz do Direito de Paga° Nacional coeseepu ufra liminar de reintegração do porco contra qulu.,-is quatro familiar na =ma taioTtaa, também possoiras ali há mais do trinta anos o quo agora "estão pedindo esmolas nas ruas do Porto Nacional, depois de terem sido arrancadas pela policia do suas lavouras, nas quais foi solto o gado dos gri-leiron, o sofrerem humi-lhações o espanca tentos".

Esses fatos foram denun-ciados. por telegrama, ao Governador do Estado o ao Secretário da Segurança Pública.

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r • #

• ~No .1•1.

000336 !220U179

AC t.

Posseiros tentam solução para 20 anos de impasse

Cerca de 50 pnsspuoy, tateressadas_ em 'uma azá. o discriminatárax e há 20 anos UI ¡lajota Jus.tira_"ndçral em jugs compatexeram oritdnikrn_massa

sede do Judiciário FerieriaLarDÁL2,L 'acorri Comi-s= panhados de integrantes da Cis-são Pastora da Terra. A gi,~11:1p.m4.. fruci_g_e_julgamento marcada para as 14 219" lordentemente _adiada para maio d_g_prWmo ano, a pedido do lncra. Q lato revoltou os_o_oseiros oue_nko deu: xaram a Juslica_Ffideral enquanto não se entrgyilfa~m o juiz Adhemar Ferrei- ra Mactet, q!Le os consiniur Li~pararenresenta.los armão dis-criminatória envolve cerca de 40 mi ec-tares de terras, localizadas no municipio de Porto Nacional e que no próximo dia

129 completará 20 anos de tramitação. Os posseiros exigiram recursos para voltar a Porto Nacional, uma vez que haviam se despojado de bens para empreender a viagem a Goiânia, para a audiência.

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• • s.

2 2 T.

A C E 1

Desvendados assassinatos de posseiros em Porto Nacional

O delegado de policia de Porto Nacional, bel. Valdyr Correa ua Silva, no tempo recorde de 13 dias, lutando contra a falta de recursos materiais e humanos, conseguiu concluir e relatar o inquérito policial instaurado para apurar o duplo assassinato de que foram vítimas José Cicupira Sobrinho e Ivo Bispo de Souza, tendo como acusados Agostinho, V. Lima Cardoso. Feliz Rodrigues;" José Lima Cardoso, Pedro Moura Evangelista, José Paulino da Silva, Raimundo Rodrigues da Silva - vulgo "Doutor", Manoel de Abreu Dias e Luiz Paulino da Silva, conhecido por "Lucas Paulino".

OS FATOS

O crime de duplo homicídio ocorreu lio dia 21 de agosto úl-timo, na "fazenda São João,", município de Porto Nacional, onde foram assassinados com vários disparos de arma de fogo, os lavradores José Ci-cupira Sobrinho e Ivo Bispo de Souza. A delegacia de policia local, ao tomar conhecimento dos fatos determinou diligências no sentido de realizar as limeiras investigações, bem mo isolar o local a fim de que

instrumentos utilizados no

delito, outros vestígios e objetos não desaparecessem.

BRIGA PELAS TERRAS

Nas diligências realizadas pelo destacamento policial, apurou-se que os indiciados são posseiros há vários anos na Fazenda São João e que o motivo que os levaram a eli-minar José Cicupira e Ivo Bispo de Souza foi a alta valorização sofrida naquelas terras, após a construção da Ponte sobre o Rio Tocantins. Movidos pela am-bição na posse das terras as vitimas resolveram atear fogo no rancho de José Paulino da Silva, obrigando-o a abandonar as mesmas.

Os indiciados ao tomarem conhecimento da ameaça das vitimas de promoverem a queimada de todos os ranchos, se armaram e foram esperá-los no Rancho de José Paulino, quando ai se deu a troca de tiros, e tombaram sem vida José Cicupira e Ivo Bispo.

LEGITIMA DEFESA

Algumas das testemunhas disseram que foram os próprios indiciados que efetuaram os disparos, na tentativa de defen-der os seus patrimónios, uma

vez que José Cicupira e Ivo Bis-po já havia ateado fogo em vários outros ranchos de humil-des posseiros naquela região e ainda estava a queimar o de José Paulino, quaiido ocorreu o duplo homicídio,

Estas mesmas testemunhas declararam ainda que as - vitimas estavam a serviço de Guilherme Dicier e de um ad-vogado por nome de Edmilson de tal, de Brasília. Disseram ainda que foram as próprias vitimas que iniciaram o tiroteio na tentativa de expulsar a qual-quer custo, os posseiros de suas terras, utilizando-se para isso da queima dos ranchos, pri-meiramente, os de José Dias de Plácido e Juca de tal.

TESTEMUNHAS

Após ouvir as testemunhas Manoel Rodrigues, José Dias Plácido, Raimundo José Alves, conhecido por "Raimundinho", Joca de tal, Carmina, co-nhecida por "Velha Carmin-da"; Euzébia Moura Silva, José Paulino da Silva, Maria Ilsa Home Moura, Deusdete Paulino da Silva, entre outros, o delegado Valdir Corma da Silva concluiu o inquérito e o en-caminhou ao Poder Judiciário

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••■••••••••••ft

000336 Li'? UT79 . .1.„e -A . l A FEDERATIVA DO BRASIL.

Estado de Goiás

COMARCA DE PORTO NACIONAL. O C-- • GERALDO ALVES

Eserivao de Família, Simontes e de 77 Menores e 1.° do Civil.

Porto Nacional, 20 de junho do 1979

Zxuo.Sr. 1,1.14NW.SCO ..,2NU.:25

‘.W; 02 'bloco "á" Sala 05 72.000 Ceilandia Centro - Distrito Yederal

ájoutor,

"iro& autos nº 211+, da áção do Uointuração ao Posso, requerida po., GUILti.!2;1W. e sua uulner eu aesfavor de Jo4 PAULIA e outros, foi, polo ;

ou data do 28,05.79, proferida sentença quo teve' 'o final secuinto:-"...Poreu, diante das raSes,v.: OXjU3

JdLUO PI:tUjZ.ii= a presente ação, por estamzveui.provauos' os requisitos ao art. 927 do vigente cre, eu favor dos AA., eu proveito dos quais, doteruina se expeça eu caráter de;:4 nitivo, o coldpotelite ....andado do reintoeração cos ,As...ao, nas posses que couprarau aos Q., após transitaca esta cmi julgado, '...eatante a desocupagao das referidas posses pelos • desde que os AÁ. depositem eu Jui.À:o a 1...portâacia ao . -90.004,00(noventa 1:.4.1 cruzeiros), sendo Ç::.;w60.000,00 c:estiá3a(1os ao pa3auento ao aebito eu favo:- ao Jose: Paulino ua Silva, para riu ue resgato ufa nota prouissória assinaua por uu aos A., no valor uc Ç ,',;-12.000,00, a V tulo uo indonizaçao a Jo:;6 Lias do I. ,ácido; Q-10.0C0 b00,a título de indenizaçj.o a José Paulino c.a Silva Vilno, e ... ',:.;-8.000,00, a título co inàontzação. a .1).Caruina Alves do; álnncar, lovaníto contn a proporcionalidade ao que Ja rz

ta ,t4t U11:1 1..4“

procouJuais, aos hol:oreÁrios aavocaticios e aas pi:rdas e nos, correndo as custas processuais por conta aos Aá., ao-

vnncv, constAr cir) intinçLdo a antorizacão ao tir.0-

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Aboonr •111r•I• ••••••••••

-tirJr.}3:16 L22OUT.79

ACE Jus .ça para que requisite força policial :ara

cumprimento ao mesmo, caso seja necessário, ficando escla-recido que, uma voz transitada esta em julgado, e feito o deposito aqui estipulado e pagas as custas processuais, o mandado será cumprido, mesmo que os UR. se recusem a rece-ber a mencionadas .importâncias a olos destinadas. se, rogistre-se c intimem-se e cumpl. Porto acional 28 ao maio de 1979.(a) Dormeli Xdreira de o-JUIG 142 .diRar£01%.

pois, V.S. ir da ref ri sentença. Renovamos protest stiva ideração. Ateneio' s e i te,

Gscr3. ao

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Vistos, etc.,

. y7••::;ç• .7: •

• Nestes aUtos;-GUILHERME DICIER 'SANTANA o Sua

- •• mulher,. qUaliPicados" na "inicial, MOVerari--47.0-DE REINTE-

:GRAÇÂO'DE POSSIS 'em desfavor de r. • f•

JOU PAULI.NOD SILW"e'Suá mulher;

- JOSPAULINO "30,SIZ,VA-FILHO e' sua mulher;

j0 DIAS 50 PLÁCIDO e stia mulher, 'e

- CARMINA ALVES DE ALENCAR, pedindo reinteTra-

çZo liminar, sem audiencia dos RR., por entender cluo, a

nicial esta devidamente* instruida,' ou com audiôncia ou

tk -z?(Ss' ir-siDeção, judicial:7 se necessário.

Os - 2Pram nualifiwdos- ma -

A, cocumenta4o apresentada-mostrW que os. AA. :

I) SãN proprietários da arca litigada;

• 2)".. - compraram e pagaram . as 'posses dos RR. , en

• tEo' existentes 'dentro 'da' área iitigada,conforme does , .

de fls.' 25 a 31-verso;

3) - imitiras-=se 'na' potse:da-área

Fazendo serviços em que os e seus SaMiliares'firLU-

ram como trabalha'de're'n' p:-.ra os AA. ;. 'numa)deMonstn,Iço. -

de rue estes realmente passaram a desfrutar de posse -

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-^"•••••-

conforme documentos dc fls. 11 a 14; e que,

4) - o prazo p,-;ra a saída dos RR. da área li-

tirada já esta vencido de há muito, conforme o contratado'

entre A;.. e RR;

5) - os RIR. foram notL?icados a desocuparem -

as posses vendidas aos AA., oportunidade em que os RR., ao

se recusarem a dar seus cientes, demonstraram também a sua

discordáncia em sair da fazenda dos AA., o .que tambám cre-

dencia de veracidade as afirmações dos AA. de que foram GIM

despojados de suas posses, pois quem vende, não entrega a' coisa vendida. e ainda se nega a cumprir com o seu dever pe

rarte um Oficial de Justiça, só pode estar contando com a

força para conseguir o seu propósito.

No presente caso, os RR. que tinham. prazo de -

terminado para sairem da área e não saíram em tal prazo, 2i

zeram com que tal prazo ficasse indeterminado, a exemplo . _ dos demais Rà. que teriam de sair, quando os AA..pedissem,'

ou seja, que desde o início, tinh= prazo indeterminado 1);,

ra desocuparem a fazenda dosAA.

Quando assim acontece, C necessário que os RR.

sejam interpelados a desocuparem a área, judj,cialmente, pa-

ra que fique caracterizado o esbulho ou turbação, a partir'

Ca data da interpelação, deLde que os RR„ uma vez interpela

dos, se neguem a desocupar a área.

.Assim sendo, não tendo os' RR., desocupado a

reá 1:.tigada após receberem 'a notificação para tanto, er. 19.

13-73, passaram, a partir de er,tão, a esbulhar a posse dos .

AA., há menos de ,ano 0. dia.

•.Mesmo. gue (is AA. ainda estivessem no uso da .1~

posse do seu im6vel., parcialmc;ite';''ainda assim,' caracteriza-

ria a turbação dC sua posse pelos RR;, •. em desfavor de quem -

os AA. poderiam ser manutenidos.liminarmente.

Levando em co-..1.'ca'çue o pedido reintegr,v;:

de posse, em lugar de manutençUo de posse não prejudica o

rito da ação, desnecessário se torna um critério rígido'. para

se comprovar d perda total da posse pelos AA. Aliás; estes

nã .i.riam e L.inçFuCm iria afirmar por afirmar que perderam a'.

posse sem ?erda-la e nem çue osRR. não a desocuparam,. caso -

a tivessem desocupado. Segue

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' JUIZ DE DIRIVO

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D A -31 / .f.);,ix n'tê,d/

recebi

.•••.•".......ae••••••• 111•••:10

• • • f (.. o ,o ; •

referência à data Ca turbação ou esbul'no da maneira acima

da, ìla amparo na jurisprudência nossos Pretórios, tal como sr.

o #1 • - Fnazo indeterminado - Necessidade de pró J. 0 E, 10033 "interpelação. Ausência de esbulho: "Sendo a convençã-, entre as partas por prazo ince -

A C E seja comodato, quer seja, parceria agrícola. n pc

de o dono do imóvel(AA.) formular queixa de esbulko sem prévia in-

terpelação para desocupaçÃo."(Ac. T.J. de MG., na ap. 16,798, de - 29-1-O0 Jurisp. - Minas Gerais - Vol. XXIII/100).

Diante do exposto, vê-se que os AA. satifizeram to-

das as exigências contidas nos arts. 927 e seus incisos e 928, pri

meira paste, do CFCB, para que em seu .fav, seja concedido mandado

liminar de REINTEGRAÇÃO DE POSSE, sem audiência dos RR., razão,

porçie DETERMINO seja expedido mandado de reintegração dos AA. na

írea litigada, de onde os RR. terão que ser retirados pelo mesmo-

mandado, no qual terá de constar a faculdade que concedo ao Si,. O-

ficial de Justiça para requisitar força policial visando o seu in-

teEral cumprimento, se necessário for.

Feita a reiAtegração, sejam os RR, citados para ca::

possam, os.leremdo, contestar a presente ação no prazo de 15 dias, -

sob pena de revelia, fazendo-o pelo mesmo mandado, sendo. que, -

caso de desobediência dos RR. a ordem judicial, ficam eles sujeitos

ao pagamento da multa r.o valor de U10.000,00(dez mil cruzeiros)

:4 cada um.

Intimem-s4, R. e CaPra-se.

Porto Nacional,,,21 de novehbro de 1978.

ak

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0 3 5' 6 22 OUT. 7 9 --

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t r.1 .i ;1'2) àLovebrO GO Ano de •;:

novicentos çm:el.ti o mito (1)7;.), no imAvel. denominado :;710

nnte unicipi,N e Co:evire.ri de PnK'n EstadO de Goiás, er

currimento ao respeiz-1 ,4an(lado do MM. Juiz de Diroito, Ixrréi-

.f.0 do% autos da Aço de :,;IS.runnn710 lamxNJw Da }O/$3 E, a rniu:ri-.

3:ento dos autores GUI~E DICIER JAMANA e, 5128 U1'A2° Z1CY 34 "ele

4 344 ANA, contra os Réus, JOSt- PAULINO DA SILVA 10;1:Z,U0 c sw, mu-''

iher M2IA DAS MEZetS Pt;": IRA DA SILVA, no rOferido 1rt6VCi "Jzo 111

onde achwa-se n ir, Antonio Rodrir,us Nunes,, n,ficial de *"

4iligencia, ate presente os r&us acIma citNion, w.r..

como 'As Testeraulhas ~filda nesta diligencia, Srs,..0:2;UND:.N

CA'2, JO.Sf;; CLUINDO brasileiros, ca3ados, 'de pro: r

:Joinrista e loarende.;.ro, -regidentes nesta oidade,ás.12c30

imSve's, 5:10 jc;cip 4p6s p1t L'ormé‘lidads legais, RUMsrI

::A1N7ANA C sua mulher WRCY i3A71SwA

dm: terras d4 imSvel São 30.7n, r4,as quais-os esbulh,

1•e4r,,rWos rtSus acig$A wencionadns. Peita a Rm.NTNO2Aç2:10

eiNcamentn, lavrei o presente autN que apSs 1i4i e r,c:-,,ze.o crv,-

;:cnN",e, và1 dniti',71mente assinta o pelc, Oricikl de justiç.i, pelon •

inr4os a pelas t.....!1~i.4-q a todo 4t,P 44;tiVeriwa plYfre7'zt%

n •z#uv.iráa4, , p .!" • .

•r••é à*..0 •••••#*

ártzo

Ot'i1:'2.41 de justiço,

.....5~~••••••••••

h c rta e Dicier 3íAntona

'eflntewr,;..do

natinta SantAn4

• 4 (..2-C1

AliPrer•r

•.

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.•••••••

A(2, :.;\i

G00336 [2 2 OUT. 7 9

A C E

„..9(To NACIONAL

FAZENDA SÃO JOÃO, TABOCA OU SANTA CRUZ.

São o mesmo imóvel.

Arca : 3.282 alqueires geometricos, ou 15.889

hectares.

SITUAÇÃO JURIDICA:

Trata-se de imóvel que estava envolvido em ação

discriminatoria proposta pelo IDAGO, e da qual o Governo do Es-

tado, reconhecendo o dominio particular determinou exclusão da

área daquele feito judicial, por sinal em curso até hoje na Jus

tiça Federal,

Por força de Decreto Lei 1164/71 (faixa dos 100

km).

A exclusão se deu por ato proprio do Governador'

na época DR. OTÁVIO LAGE, no bojo do processo n9 8.05.305/66.

Em, 1974, foi promovido pelo INCRA, levantamen-

to sócio econômico na área para verificação do estagio das ocu-

pações, apesar de se tratar de área de dominio Particular.

Com base no levantamento, foi feito acorao entre

proprietário e posseiros.

Com os 40 (quarenta) posseiros então existentes

foi acertado que os proprietários cederiam as 'áreas por eles o-

cupadas e beneficiadas ao preço de pauta do IDAGO/INCRA, enr7to'

vigente, valor esse de VTN, simbólico.

Exemplicando, 110 hectares, por 3.105,00.

Todavia, nem todos os posseiros cumpriram o

acordo, Dos 40 (quarenta), 10 (dez) deixaram de fazá-lo. São

exatamente esses mesmos cidadãos inconformados que estão geran-

do situações maiores e indesejaveis eonZormedo conhecimento pG

blico.

Os demais, foram todos devidamente escriturados,

com a interveniáneia do INCRA e seguros. Quanto ao direito da '

propriedade.

Após esse acordo os antigos proprietários, ou '

sejam WALDEMAR FLOR2NCIO E IRMÃOS, venderam o remanescente da

área ao atual dono, Sr. GUIMERME DICIER SANTANA, que assumiu

os direitos e obrigaçóes relativos ao imóvel, tudo constado tes

tualmente da escritura de venda.

• ‘t

• • `,1'

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_.,";_,,,, -1 i , , ,

000356i [220111.79

/,)41;1ÇÃO, INFORMAÇÕES E SUGESTÕES REFERENTES AO IMÓVEL

"FRZENDA SÃO JOÃO; TABOCA OU SANTA CRUZ".

OBJETIVO: Vwrificar fatos ocorridos em 07 de agasto de 1979. na Fa-

zenda São João, Taboca ou Santa Cruz.

ROTEIRO. Goiinia / Porto Nacional / Goiânia.

PERtODO: 28 AGO a 1' SET 79.

EQUIPE:

ALESCANDAR TRISTÃO SOARES

MAURO ANALDO CRIST(SFANG

ROBERTO HALLAK

Senhor Coordenador,

Em acatamento is determinações de V. Sa. vimos a-

presentar o relato a seguir enfocando o problema existente na Fazen

da Sio João, Taboca ou Santa Cruz. segundo declaraçães que nos fo-'

ram prestadas pelo INCRA/UFPN, Sindicato Rural ÉáePorto Nacional,

clero, posseiros, proprietários e outros, cujo resultado passamos a

oferecer na sequincia abaixo:

1 - HISTÓRICO

O imóvel rural denominado "Fazenda São João, Taboca ou Santa

Cruz", localizado no município de Porto Nacional/GO, com área de

15.889.2472 Ha, foi incluido em Ação Discriminatória promovida pelo

estado de Goiás, tendo, na época, o então pretenso proprietário e

detento r da mesma Sr. João Flori:111.o da Silva, entrado com pedido '

de composição, logrando despacho favorável, que tomou o número 446

em 06 de fevereiro de 970.

Consta o despacho, do proces o n9 805.305/66. que expressa tam-

bám, a transferincia aos posseiros locali zaJos na propriedade, as

gleba. que efetivamente ocupavam, fixadas previam nte as áreas res-

Cont

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AetEall Preço'

%, .." • ; • s .;

•••••—••- ••••• ••••••-- •

C0[1.336 [22 3UT.79 Fl. (02)

e condições de pagamento. Tarefa essa que deve-

ria ser executada pelo proprietário, de comum acordo com os ocupan-

t•s.

A partir de entio a -direi' foi vistoriada. caracterizados os ocu-

suai pentes, • extensio de benfeitorias • serviços, o que norteou o

acordo en1;re o detentor da área • posseiros, sob a eupervisio • o-'

ri.entaçio direta do INCRA.

De um total da 43 (quarenta • tres) ocupantes, a maioria assi-'

nou e cumpriu o acordo. Destes. aproximadamente 10 (dez) hoje em

torno de 15 (quinze) famllias, resistem ao acordo, nio o aceitando:

por se considerarem prejudicados em seus direitos.

Efetivamente o ato do então Governador do estado, cujo despacho

já comentamos, de n9 446, expressa em seu final "QUE SEJA CONHECIDO

O DOMINIO DOS MESMOS SOBRE O IMÓVEL DENOMINADO "FAZENDA SÃO JOÃO, '

TAMBÉM CONHECIDO POR "TABOCA" OU "SANTA CRUZ", SITO NO MUSIC/PIO Ia

PORTO NACIONAL, DESDE QUE TRANSFIRAM, NO MESMO ATO AOS POSSEIROS '

NAS REFERIDAS TERRAS LOCALIZADA, A PROPRIEDADE DASCLEBAS QUE ESTES'

EFETIVAMENTE OCUPAREM, FIXADOS PRUIAMENTE SUA_ÃREA, PREÇO E CONDI-

ÇÃO DE PAGAMENTO".

Mais recentemente, uma Ação da Reintograçio da posse, requerida

pelo atual detentor do imóvel Sr GUILHERME DICIER SANTANA. contra '

04 (quatro) ocupantes, obteve ganho de causa, com deposito em juizo

da quantia de Cr$ 90.000,00 (noventa mil cruzeiros), a titulo de in

denizaçÃo aos perdedores, que, efetivado, gerou o desfecho infeliz'

• inábil, com queima de 02 (dois) ranchos e danificação de 1 (hum)'

terceiro, precipitando na exaltação da ánimoa já existentes, o revi

de, que culminou com a morte da 02 (duas) pessoas.

II - VERIFICAÇÕES

Do historiado acima, ú proprio assinalar os fatos que, na opi-

nião da equIpe levaram i atual situaçÃo, destacando-se a gritante '

morosidade verificada na conduçáo do problema. bastando citar, para

tanto, que o despacho governamencal • que nos referi.:es data de

Cont

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I

030336 i f 2 2 0U1.79 •

de(eCriririro de 1973 • ata o presente exercício o caso nio havia sido

finalizado. Por outro lado. o caminho percorrido pareceu-ovo o mais

longo, saiu delegação esperma de competsncia, com a participaçáo de

vários servidores em diferentes estágios, gerando, face á morosidade'

grande desgaste para o INCRA naquela região. Outro aspecto que contribu

buiu tembám de forma negativa. a falta de .condições psicolOgicas e

grosseiras do atual proprietário, prejudicando o diátogo e predispon-

do os ocupantes na busca do uma soluçlomeatisfatOria para todos. Vale

citar tambía, as influincias exercidas por pessoas estranhas ao caso,

estando os posseiros, hoje, não dispostos mais a negociar seus direit

tos, afirmando categoricamente o desejo d• permanecerem na área, recu

sondo propostas de acordo a remanejamento.

III - CONCLUSÃO

Anta os enfoques acima relatados, as ocorrincias • o estágio em

que se encontra o problema, a saber:

- A notária foi deado seu iniriv .7,:onduzido de maneira. tumultua-

do e extremamente vagarosa;

- que í grande o desgaste que esta situação acarretou para o

INCRA. junto ao município, podendo persistir;

que o quadro se apreseuta hoje, como de tensão social caracte

risada, estando a comunidade na expectativa de una atitude por parte'

do INCRA;

- que em decorríncia, do item anterior, o estado de espírito e

prevalecente ; de indisposição a qualquer acordo entre as partes genvilv

volvidas, a nivel de uma soluçá() satisfat6ria;

- que o caso esta gerando enorme especulaçáo, como o envolvimen

to do Sindicato de Classe, Igreja e Políticos, extrapolando do imbito

fundiário e gerando especulações de natureza política/social, atingia

do os foros de interesse nacional, os signatários do presente.senten-

dem que a soluçá° mais objetiva e apropriada seja a DESAPROPRIAÇÃO DA ./.„

XREA DOS POSSEIROS QUE NÃO ACEITAHAJ ELCOEDGDO E DAQUELES QUE O ASSINA

RAM MAS NÃO O CUMPRIRAM, em número aproximcdo de 15 (quinze) famílias

incluindo-se as 04 (quatros) despejadas atravís de Ação de Reintegra-

ção de posse promovida pelo atual proprietário, área essa que soma-..

Cont...

P1. (03)

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ris (04)

somada& orçam em torno da 300 (trezentos) alqueires geométricos.

Goiinia-CO. 04 de setembro da 1979.

, / Ni I

22 OUT 79

A C E:

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•••-••••••••••

9 / \X 1 1

•I

0003j6 [22CUÍ.79

A C E LX::O. R. P1:E IDENTE DA COMISSÃO DISCRIMINATÔRIA DE TERRAS DEVOLU-

TAS DO ESTADO DE GOIÁS

GOIANIA - GO

fazendeiro, residente no

JOÃO FLORENCIO DA SILVA, Lsileiro,viúvo,

município de Itapaci-GO, vem expor, para '

ao final requerer o seguinte :

1. Que WALDEMAR FLORENCIO DA SILVA e seus ir-

mãos, WALDEMIR , GERÇA, ALAZDE e JOANA, são os legítimos donos da

FAZENDA SÃO JOÃO, SANTA CRUZ ou TABOCA, em Porto Na'cional,havida

por doação de seu Pai MANOEL FLORENCIO DA SILVA - Escritura Pública. A.44./J" )f- ar a:a 06.00. nia,o•oNgt -do _ 2. Que o imovel foi obtido por usucapião e re

gistrado no Livro 3-C fls. 73, n9 700 ( doc. 1 ).

3. Que a sentença de usucapião foi transitada

em julgado em 13.12.1951, je: tendo defluído o prazo para anulação '

de seus efeitos ( doc. 2 ).

4. Que pelo despacho n9 446, dado no processo

n9 B-05305/66, o Governador reconheceu o domlnio particular do im6-

vci e manda excluir a ârea usucapida, da Discriminatória ( doc. 3 ).

5. Que o PROCURADOR GERAL DO ESTADO (Jornal"

Cinco de Março" 26.02.1973, 29 Caderno, fls. 4; Revista "Leia A -

gora", n9 4, mês de janeiro de 1973), declara publicamente que a ã-

• rea é de domínio particular (doc. 4 e b ).

6. Que tendo em vista o despacho n9 446, foi

dada aos posseiros a preferencia de compra das terras por eles apos

sedas, tendo os posseiros dos lotes n9s. 1,5,6,7,9,10,13,17,20,24 ,

adquirido suas terras.

7. Que os posseiros dos lotes n9s. 8,20,53 de

pistiram da preferencia de compra e venderam suas benfeitorias,reti

ramdo-se da ãrea.

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000336 j

A C E

,. , • e •., I C. ' • • , ; I

1 [_. .1.•••• .0.1.4.• ••••••••••••••

22OUT79 Fls.2 ;Lí/

Que os demais, isto 6, os ocupantes dos

lotes n2s. 2,3,4,11,12,14,15,16,21,23,26,27,28,29,32,33,34,35,36

38,39 se negaram a comprar a terra ou a vender suas benfeitorias, permanecendo na área.

9. Que em 11.09.73 foi promovido pelos pro

curadores do Estado, Drs. CAIRO CAMPOS e hELVÉCIO CARDOSO, e do

INCRA , Dr. JAIR BONIFÁCIO DO VALE, uma reunião com os posseiros

e proprietários.

10. Que nessa reunião os proprietários se .prontificaram a vender as terras aqueles posseiros .

11. Que os posseiros não aceitaram os pre

ços estipulados pelos proprietários, declarando que s6 comprari-

am ao preço de pauta do IDAGO.

12. Que em vista disso não teve êxito tal '

reunião, ficando c problema sem solução até a presente data.

13. Que a Ação Discriminatória foi proposta

em 1959 e o processo administrativo junto a PGE, em 1966, tendo

decorrido 15 anos e 8 anos respectivamente, sem nenhuma decisão'

efetiva do problema

14. Que os proprietários conquanto venham

pagando regularmente seus impostos e buscando pacientemente os

caminhos legais, já estão esgotados financeiramente,muit,) preju-

dicados e sem poder explorar o seu im6vel, visto que o mesmo se

acha todo invadido pelos posseiros

15. Que há no Estado de Goiás, e isso é no-

tOrio, uma verdadeira indústria de possa, em que tais posseiros'

estão usando o INCRA via da CDTD como instrumento. Para o caso '

especifico do imOvel SÃO JOÃO, cita-se o exemplo de 3 posseiros'

em tal im6vel, e também com propriedade ou posses em outrr: im6-

veis,conforme

NOME

JOÃO JOSÉ DE CASTRO

2202018.0302871 1.089,00

JOÃO JOSÉ DE CASTRO

2202018.0302973

968,00

JOÃO JOSÉ DE CASTRO

2202018.0302769

484,00

JOÃO JOSÉ DE CASTRO

2202018.0303058

484,00

JOÃO JOSÉ DE CASTRO

2202018.8000388 1.694,00 in

cadastro do INCRA :

CAD.INCRA ÁREA IMÓVEL MUNICfPIO

P. Nacional Ha

Ha

Ha

Ha

Ha

P. Nacional

P. Nacional

P. Nacional

P. Nacional

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i\1..-7

00C,UGi L22OUT79

ACE FENELON BARBOSA SALES 124130.009385

FENELON BARBOSA SALES 924130.009393

FENELON BARBOSA SALES 924130.009407

AILTON LOPES CONCEIÇÃO 924130.)06254

'Rd", Dk/

Fls. '3.

4; 111 726,00 Ha P. Nacional

643,70 Ha P. Nacional

338,80 Ha P. Nacional

566,00 Ha P. Nacional

AILTON LOPES CONCEIÇÃO 924130.006246 • 484,00 Ha P. Nacional

16. Que com a crescente valorização das ter-

ras, aumentou também a especulação da indústria da posse e vem '

su—gindo animosidade entre os próprios posseiros pela invasão re-

ciproca das posses, gerando dai , um ambiente Je tensão social na

área.

Expostos os fatos, requer de V.Sa:

a) a homologação da exclusão da área ,autorizada plo

despacho 446, conforme planta e memorial descritivo a

presentados ;

b) a participação efetiva do INCRA, através da CDTD/GO.,

com vista a solucionar o impasse, que já dura 8 anos,

da seguinte forma :

1) Pela compra das terras pelos posseiros, ou

2) Avaliação pela CDTD/GO das benfeitorias dos possei

ros, para efeito de indenização e saneamento da â-

rea.

N. TERMOS

P. DEFERIMENTO,

GOIÂNIA , 12 de agasto de 1974..

11::1) d12

/ JOÃO FLORENCIO DA SILVA

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ti" ,••••••••• ••••••••••n•-•

SECRETARIA DA SEGURANÇA PUBLICA SERVIÇO DF HADIOCOMUNICA00

RADIOGRAMA RECEBIDO

CARIMBO

Cr)

r_D CV

DETORTO NACITLAINR 45 PLs455 u12311 308/79s 17.00

o IXNO SR DR AUBTR`_"AR DE MORAES SARMENTO ...,

RECEBIDO Da! r•OI ANTA/GO Às 1 71 05 P C: ".( Ectic

D D DIRETOR DO D I' J coNTRoLENu 28543 GOIA"TA GOTAS

cormuco A VOSSA EKCIAVG 'SUE NO DIA 21/06/79vr IOR VOL". DAS 17,20 HORAS CHEGOU A ESTA DELEW.CIA NOTICIA CRIMEVG PEIA FAZEI/ IV, SÃO JOAO NESTE MUNICIPIOVG FOI PALM DE GRANDE TIROTEIO ENTRE rosswros D, REGIAO ENTRE PROPRIETARIOS DAS TENAS E SEUS AJUDANTESVG VINDO TOMBAR TIDRTCS DUAS PESSOAS ET! OONSEQUENCIA DO muro TIROTEIOVG SENDO ELAS JOSE GONÇALVES FILHO E IVO BISPO DE SOUZAVG SENDO QUE O PRIIMIRO PORTAVA UMA CARTETRAFUNCIO) NAL DE AGENTE DE POLICIA, DA SEC SEG PUBLICA DO DF SOB O NR 1536 RG=067.786/D EXPEDIDA EM 11/06/76 G.S.O.RE/POSITIVOVG QUE SEGUNDO CONSTAVG AINDA CORREU QUASE SEIS EILWMTRO DO LOCAL DO CRTMEVG nocuTwro SOCORRO EM MATA FECHADA TOT.MANDO ALI MORTOVG A SSCITNDA VITIMA PORTAVA COMO DOCIMENTO PESSOAL UM TITU10 ELEITORAL NR 332.766 DO DISTRITO FEDZIAL TAGUATINGA Z:rEDIDO EM 28/06/79 NATURAL DE SAO FELIX/RAVG SOLTEIROVG NACIDO 14/07/5 9VG FILHO DE ITTDUGERO BTS/ PO DE SOUZA E rARIA ROSA DE SOUZAVG RESIDE NA QtrE=22 LOTE 5 TAGUATINGA/DF O LOCAL DA SENA SANGRARIA DISTA 50 KILOMETRO DESTA CIDADE OFERECENDO MUINTAS DIFICULDADES (DIGO FACILIDADES) DE ESCONDERIJO PARA OS CONHECEDORES DA REGI/ AO INFORMANDO GRANDE CILADA PARA vyr! A DESCOHNECEVG OS POSSEIROS DE UMA GLE/ 13A DE CROXIIIADA=TE 750 ALQUEIRES DE TERRAS NA MENCIONADA FAZENDA no ARREtA O PE DO LOCAL E TEM INCLUSIVE A TROTEÇA0 DO BISPO E DOS PADRES DA REGTAOrT

S SP 108

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CARIMBO SECRETARIA DA SEGURANÇA PI, SERVIÇO 1W RADIOCOMUNICAÇÃO

RADIOGRAMA RECEBIDO

NR PLS DT MS

RECEBIDJ DE ÀS POR

CONTRÔLEN° 28544 AS PESSOAS QUE SE DIZEM BER PROPRIETARIOS DAS REFERIDAS TE2RAS CHAMAM SE GUILHERME DICIAL SANTANAVG E MANOEL ANTONIO SANTANAVG SENDO AMBOS IRMAOS E NATHRAES DO ESTADO DE SAO PAU1012 QUANTO AO TIROTEIO QUE CULMINAA7' COM A DUPLA MORTE ATE O PRESENTE MOME"TO SABEMOS CY' ONZE POSSEIROS D.., ET"T.':9n PARTICIPARAM n^ 'ET' 2IDO TIROTEIOVG ELASVG MANOEL DE A:""EU DIAS U`: ""DOESPINGARDA POR FCEAG JOSE PAU7INO FILHO"G USANDO ElEINGARW. FOI{ FORAVG MANOEL LIMA USANDO REVOLVERVG LUCAS PAULINO USANDO ESPINGARDA CARTU CITEIRAVG JOSE LIMA USANDO REVOLVERVG AGOSTINHO LIMA USANDO REVOLVERVG FEL RODRIGUES USANDO REVOLVERVG RAIMUNDO OU DR USANDO CARTUCHEIRAVG NIVALDO JOS ALVES USANDO CARTUCHEIRAVG ORLANDO PAULINO USANDO ESPINURDA IOR FORA VG PEDRO MOURA USANDO FELODEPT FORAM DESFERIDOS DEZENAS DE TIROS DESSES FOSSEI OS TENDO EM VISTA QUE OS MESMO FICARAM SABENDO QUE AS PESSOAS QUE MOR ERAM NO LOCALVG ATEARIAO FOGO EM SEUS RANCHOS AFIM DE DESALOJA/LOS SEGUNDO CONSTA A MANDA DE UM ADVOGADO DOS PROIMIETARIOS POR NOME DE DR RDMILSO?T FRANCISCO MENESESVG OAB/DF NR 2451VG QUE MILITA EM MASILIA FDVG DIANTE DOS FATOS DE./ LOCAMOS ATE O LOCAL DO EVENTO E PROCEDEMOS TODOS OS TRABALHOS ATINENTES Dl POLICIA JUDICIARIA CONFCRVE NOSSA CISCUITSCRIÇAO IOLICIALVG INCLUSIVE JA INI

CIAMOS O COOPETENTE INQUERITO POLICIAL SOME O FATOFT •

P 1Ga

1

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SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA

CARIMBO

SERVIÇO DE RADIOCOMUNICAÇÃO

RADIOGRAMA RECEBIDO

DE NR PLS DT FiS

RECEBIDO DE ÀS POR

coNTRÔLEN" 28545 OLTVIMS JA ALGUMAS PESSOASVG POISVG EXISTEM MAIS DE 25 PESSOAS rARA SE;', ,I OUVIDASFT OS CORPOS DAS PESSOAS ASSACINADAS FORAM SEPULTADOS NESTA CIDADE POIS JA SE ENCONTRAVAOM QUASE QUE EM ESTADO DE PUTREFAÇAOIT

tr SDS

BEL WALDIR CORREIA DA SILVA DEL DE POL TITU DE PORTO NACIONAL

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E 5 P - 108

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4

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SECRETARIA DA SEGURANÇA PUBLICA SF:Ryll,"0 DE ItADIOCOMUNICAÇÃO

RADIOGRAMA RECEBIDO

CARIMBO

DE -p NR 45 PLS 190 DT24/8/7 9 HS 14:00.

RECEBIDO DE ri;v616 ÀS 15:50 POR TG/DEL.

DI2WCP DO D DJ

CONTRÔLEN° 28549

LEVAI ":0S AO 0011I'ECIMENTO DE VOSSENCIA VG QUE SE ZICONTRA DESDE MONTEM VG FESTA CIDADE VG VARIOS JOMTALISTAS DE rwrznA FALADA ET ESCRITA VG BE COMO 2 MAJ. DA POLICIA MILITAR DO ESTADO VG 1 DELEGADO DA POLICIA FEDWIAL EI: COZAS VG SEN DO QUE TODOS OS TIVERAM NESTA DELEGACIA VG 'F'011.A.1i TODOS ATANDIDOS DENTRO DOS ruurrEs DA FOSSA COMPETENCIA OE POSSEIROS VG A'2E1I O PRESENTE MOTWITO VG ENCON r'":LA-SE CALT;10 VG SIT'JAÇA0 DCS INCIDEN'PE DA FAZENDA SAO JOAO MUNICIT'TO ' VG E:7C01:TP: -SE TOTALMT;!"TB SOME ceirrnoLE -'n.SOS AS NO" IDF.IICIAS TEGAIS

TOM"'AS VG E.T.flry'A ESTOU SOIIITHO NA MAQUINA DE ESC7'T."17) mOMANDO DE'POIMTIN TC ""- 'XE ET 17.A.0 ETI DETIAIS AR VOSST.'...I:CIA QUE Ar...‘ rA. IOLICIA NO LOCAL I

r"ryIBA AM OS MOROTOS "" TÃO SOM=TIE SE""IDO DE EF2TUAR LEVI..!" ."7.11'30 DO LOCAL DO C1TME .TUNTA.D0 DE TUDO AQUITC CONCIDMADO DISPE!TÇ.^.1rn PARA I1'S- TATITIANÇj'.0 DO INQTJERITO POLICIAL HAJA VISTA QUE MO PODERMOS FICAR DE BRAÇOS ' CRUZADOS ET INZITE DIA:11TE DAQUELES FATOS PT A POLICIA SE DIRIGIU AO LOCAL DO ATRITO 1:14 FA ZEIDA SAO JOÃO AQUSSE 20:00 !TORAS Aros AO INCERRAMENTO DO CERRAIX) TITIOTEIO NAQUELE LOCAL VG OUTRO LEVANTAMEITTO DESCOBRIMOS QUE UM DOS MORTOS QUE, CONDUZIA UMA CARTEL'A DE POLICIAL DO DISTRITO FIIDERAL COM O NOME DE JOSET1 GONÇALVES FILHO CHAMA-SE JOSETT Cl:CUPI-RA sornirmo 11Ot ESTE LEVANTADO DE UMA '

SSP 108

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..,e.k3URANÇA PÚBLICA CARIMBO

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DE NR LS DT HS

t.)E RADIOCOMUNICAÇÃO

RADIOGRAMA RECEBIDO CorTrmAçào DO PRIYEIRO

RECEBIDO DE ÀS POR

coNTRn„Ewo 2855 1

CONTINUA ÇAO DO :1:2 YMEIR O

TOSEM GOrÇAIVES 71L110 CHArASE JOSEll CICIJP IRA SOM MIO NOME ESTE LEVANTADO ULA CAR TETRA DE TRABALHO ENCONTRADA HOJE VG LAMETTAMS EcorTr.:Trrro SA GErTO C Ori..1rDt NTE 1/:.:..TA CA !TM. TTO LOCAL TENDO Et.? VISTA DEIIUNCIA S Dri:SENCONTI?ADA SOBRE FATOS EM JORNAIS DE C DICULAÇA0 NO ESTADO PT SDS

VA LDI CORREIA DA SILVA DELEGADO DE PORTO NACIONAL

SSP • Ion

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DE NR PLS DT HS RECEBIDO DE ÀS POR

..,etilIRANÇA PÚBLICA EJE RADIOCOMUNICAÇÃO

RADIOGRAMI, RECEBIDO CONTINUAÇAO DO PRIMEIRO

CARIMBO

CONTRÔLEN° 28550 CONTINUAÇA0 DO rammo

JOSE!! GONÇALVES IPILHO CUAMA-SE JOSE!' CIGTIPIRA SOHRINHO NOME ESTE LEVANTADO DE UMA CARTEIRA DE TRABALHO WCONTRADA HOJE VG LAMENTAT.:OS RECOI."1".".ENTO SAGENTO ' COMLHDLITTE D.-::2TACATMITTO LOCAL TEN1)0 II.1. VISTA DENUNCIAS DSSENCONTRADA Soirr?E OS FATOS UI JORNAIS DE CU CULAÇA0 NO ESTADO PT SDS

VALDI CORREIA DA SILVA DM,EGADO DE PORTO NACIONAL

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A C È

ORIGEM :

CIA, r A

É fácil fazer corrupção

-Quando é para lazer cor-rupção, a•coisa anda rapida. O ldago, por exemplo, em me-nos de uma semana concedeu titulo definitivo da proprieda-de ao sr. Ary Valadáo confor-me denúncia apresentada peia liderares de nosso partido Mas, para os posseiros da Fa-zenda São Jogo, em Porto Na-cional, há mais de dez anos os Nãos estatais responsáveis pela localização de terras vêm enrolando. criando sérios con-flitos sociais, dando origem d atos de vandalismo de grilei-ros e originando mortes de ho-mens, mulheres e crianças -.

A denúncia é do deputado Joceli Machado, do MOB, ler-ia ontem na Assembléia Legis-lativa. Ressaltou que novos conflitos estão ocorrendo na-quela fazenda, onde os "ran- chos es tão sendo quei-

mados, plantações destruídas, velhos e crianças expulsos a Ponta-pés, de suas tertasoni-mais estão sendo mortos e as autoridades policiais não to-mam nenhuma providência''.

Por isso, lançqu um apelo ao secretário da Segurança Públi-ca para que determine que sejam tomadas as providên-cias cabíveis no caso, para se evitar que o conflito se agrave na região, "por culpa, irres-ponsabilidade e inércia dos ór-gãos errados para resolver os problemas d" terras". Obser-va ainda que se deve impe-dir para que este problema se transforme num novo quisto social, onde os posseiros serão obrigados a "regar com san-gue a terra onde nasceram, criaram seus filhos e suas plantações, e de onde estão sendo ameaçados de expul-são"

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A C E

É fácil fazer corrupção

1

G00356

"Quando é para fazer cor-rupção, a•coisa anda rápida. O ldago, por exemplo, em me-nos de uma semana concedeu título definitivo de proprieda-de ao sr. Ary Veladão confor-me denúncia apresentada pela liderança de nosso partido Mas, para os posseiros da Fa-zenda São João, em Porto Na-cional, há mais de dez anos os ógãos estatais responsáveis pela localização de terras vêm enrolando, criando sérios con-flitos sociais, dando origem a atos de vandalismo de grilei-ros e originando mortas de ho-mens, mulheres e crianças".

A denuncia é do deputado Joceli Machado, do MDB, fei-ta ontem na Assembléia Legis-lativa. Ressaltou que novos conflitos estão ocorrendo na-quela fazenda, onde os "ran-chos estão sendo quei-

mados. plantações destruídas, velhos e crianças expulsos a ponta-pés, de suas terras,ani-mais estão sendo mortos e as autoridades policiais não to-mam nenhuma providência"

Por isso, lanççu um apelo ao secretário da Segurança Públi-ca para que determine que sejam tomecas as providên-cias cabíveis no caso, para se evitar que o COnfhto se agrave na região. "por culpa, irres-ponsabilidade e inércia dos ór-gãos criados para resolver os problemas de terras" Obser-va ainda que se deve impe-dir para que este problema se transforme num novo quisto social, onde os posseiros serão obrigados a "regar com san-gue a terra onde nasceram, criaram seus filhos e suas plantaçoes, e de onde estão sendo ameaçados de expul-são "

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ESTADO DL CUIS

DEPARTPJENTO

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SECRETARIA DA '4k1.111ANÇ PÚBL1

UilDs U.1 POLITICA E 3OCIAL

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DIVISAC CENTRAL DE INFORMAI:In

FICHA :-"T n: JORNAL

1 ,k3511' NTU: D'r, TAL.

ORIGEM : "C: POPULAR"

DATA : '1-08-79e

PAGINA : 0 -7• — 14 Caderric.

Advogado ajuda a incendiar casa em Porto Nacional

Um grupo de Jagunços armados, acompanhados pelo advogado Edmilson de Tal, a mando do fazen deiro Guilherme Mater de Saajapa, incendiaram na tarde do sábado, dia 18, a casa do posseiro „Laje

ris i uada na atenda Sã12---112AP.

municipia de. oito Uronal. Crispim um dos-Vrp-rtsseiros residen-tes da Fazenda São João, e esteve em Goiânia, Jun-tamente com 35 pos• serros, no último dia seis, para assistir a audiência da içãto discriminatória que envolve aquelas terras Como, apedido do Mora, a audiãnri. foi „achadaatarazaamula". houve tumulto, • mas, mesmo assim, o juiz federal Adhemar Maciel atendeu•os, quando ouviu dos suplicantes as ameaças que vinham sofrendo

A noticia foi divulgada ontem. por um telefo-nema de Porto Nacional, da Comissão Pastoral da Terra. regional Araguaia-Tocantins, presidida peio bispo Dom Celso Pereira, dizendo que -os pos-seiros foram intimados por tf9s supostos com• oradores de terras a desocupar aquele área no prazo de três dias, a con-tar de sábado. No entan-to, nesse mesmo dia, os iagunços do grileiro Guilherme Santana foram à casa de José, Crispim e a incendiaram".

Como se sabe, infor-mou a CPT Araguaia -Tocantins, as terras da Fazenda São João são objeto de uma demanda a Justiça Federal e o Incra está promoven- do ali uma ação, discri- minatória. Por esse motivo. não existe nenhu-ma ordem Judicial de despego contra os pos-seiros '. Explicaram que "quando os posseiros foram a Goiânia. insis-tiram em SP,0̂ - ecebidos

juiz porque sabiam na carne. as pressões que

1 , VA nnfrontin FT

senos em massa a Jus- tiça, o 00rOPOS Or Ira aional isnot)

yes enviou os seguiu tes esclarecimentos

'•Em 1° de abril de De-

creto-Lei r foro

o D:4 m

: saram para o dom o da Unrao

.:1 oa- saram

situadas na aota -,de cem quilúmetios da sada ladçi das_ Rodovias Federais existentes na Amazônia

entre e a a -

Todas as aches oro- stv das pelo Estalo de 01 s re crentes a terral

devolutas passaram en. ser mclvTiTac D910

INCRA inç.!usive a 'cão Oiscriminatona sobre as terras denominahas -São João_ Tabgça ou Santa cala" ,Incal liadas em PCnip Nacional

Jc, raleiamente à acãv avim iam, então. pintaL 30_5 administrativos ver. sando sobre tal imovet oietivanndtno n iine d

domIniç privado çle tais terras aue ar iam si lié vsucaoiadm ã iqm 1951 Qpor João lorancio de rva.

Pelo então Governador Otávio lage de Siqueira foi pelo Estado de Goiás. em B de fevereiro de 1970, reconhecido o imóvel COMO de domínio par-ticular desde que fossem transferidas aos pos seiros encontrados as terras efetivamente ocupadas

O INCRA . honrando tal decisão. desde 1973. trabalhou na gleba promovendo o acerto visando à consecução de tais transferências.

Há poucos dias COn-CiuiraM -Se tais trabalhos o que levará o INCRA, brevemente a excluir da discriminatória cerca de 15 900 hectares, pros-seguindo a discriminação -;i;anto ao restante

Finda a ação e de-claradosc ornddedominio da União as terras dig. cdfninaflas. providenciará

-r-

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secos, no último dia seis, para assistir a audiência da ação discriminatória que envolve aquelas terras Corno, a pedido do Incra, a audiência foi adiada sara maio de 19F0, houve tumulto, mas, mesmo assim, o juiz federai Adhernar Maciel atendeu-os. quando ouviu dos suplicantes as ,imeeças que vinham -iotren0o.

A noticia foi divulgada ontem, por um telefo-nema de' Porto Nacional, da Comissão Pastoral da Terra, regional Araguaia-Tocantins, presidida pelo bispo Dom Celso pereira, dizendo que "os pos-seiros foram intimados por três supostos com-pradores de terras a desocupar aquela área no prazo de três dias, a con-tar de sábado. No entan-to, nesse mesmo dia, os iagunços do goleiro 1/4.;uilherme Santana foram à casa de José Crispim e a incendiaram".

Como se sabe, infor-mou a CPT Araguaia -Tocantins. 'as terras da Fazenda São João são objeto de uma demanda a Justiça Federal e o Incra está promovem do ali urna ação discri-minatória Por esse motivo. não existe nenhu-ma ordem tudiCiai de despejo contra os pos-seiros". Explicaram que Quando os posseiros

foram a Goiânia, insis-tiram em gerem recebidos pelo juiz porque sabiam, na carne, as pressões que estavam sofrendo Em novembro ui ano ar lariorjoaxaa quatro

liaram dic7rtir: lamente ~coadas daquela gleba pelo mes-mo grileiro, qual- gora recomega Suas aaress es Contra os posseiros".

Segundo informou a CPT em sua mensagem teielbnica. "a situação dessas 80 lamilias in-defesas. à mercê dos ordeiros e seus capangas e à espera ria urna so-lução da Justiça, está a exigir das autoridades competentes, medidas urgentes e eficazes para pbr um paradeiro as tropelias Que vem ater-rorizando os lavradores da Fazenda São João, para Que daqui a oito meses, quando se realizar a audiência marcada pela Justiça Federal, não se venha julgar o destino de trabalhadores assassi- nados ou expulsos de suas terras peia truculên-cia do grileiro uilher- me Dicier Santa 14' . .

DO INCRA Referente a Iffrateria

em O PO-PULAR. edição do dia sete de agosto, sob o titulo Ação leva pos-

1 Todas as ações pro-movidas peio Estado de Goiás referente) e terras devolutas passaram en-tão e aer movidas pelo INCRA, inclusive a ação discriminatória sobre as terras denominadas -São João, Taboca ou Santa Cruz". localizadas em Porto Nacional

Paralelamente ê ação existiam, então, proses aos administrativos ver-sando sobre tal Imóvel objetivando o reco-nhecimento do domlnlo privado de tais terras que teriam sido usucapiadas. já em 1951, por João lorbricIo da Silva.

Pelo então Governador Otavio Lage de Siqueira foi pelo Estado de Goiás, em 6 de fevereiro de 1970. reconhecido o imóvel como de domina:, par-ticular desde que fossem transferidas aos pos-seiros encontrados as terras efetivamente ocupadas

O iNCRA honrando tal decisão, desde 1973 trabalhou na gleba promovendo o acerto visando á consecução de tais transferéricias.

Há poucos dias con-c'uiram-se tais trabalhos o que levará o INCRA Wevernente p, excluir da

acorri nat cerca da „tE 4t11- hartaroa, pros-seguindo a discriminação nuanin ao ~ante

Finda a ação e de-ciaradoscomodedominio da União as terras dis-criminadas, providenciará pp INCRA e reoiaarizacao undiárta_clã glebe

Quanto ao adiamento da audiancia da instrução e julgamento, anterior-mente marcada para o dia E de agosto, foi inevi-tável. A publicação do Editai de Citação, are que pese a solicitação feita corretamente peio INCRA ao órgão que edita o Diário de Justiça da União, foi intempestiva. ao sendo válida a ci-

tação

Lembramos que a citação de todos pos-seiros e detentores de registros é exigida pela lei e que o compareci-mento em Juizo pela par-te deve ser através de ad-vogado legalmente ha-bilitado

O fim visado pelo IN-CRA é a defesa do pa-trimónio publico (terras devolutas) e sua trans-ferência ao trabalhador rural (regularização fun-diária) o que evidente-mente não choca com o interesse dos posseiros e a procura de justiça da Pastoral

O INCRA está cuidando do assunto com a devida atenção inctusive aceitando colaboração de todos os interessados.

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O I N 00C356 [220U179

A C E JJ

ESTAJO JE GOIÁS SECRETA2IA JA SEGURANiA PÚLLICA ARTAI,ENTO JE ORDEM POLITICA E SOCIA

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FICHA Xe:. 3: JC),-p,Iják •

ORIGEM: ", "

JATA: , 1/J8/7 5

PÁGINA: - (d)s) lw caderno.

Posseiro que não pôde falar com o juiz federal

teve sua casa incendiada Um dos 35 posseiros ue Porto Nacio-

nal que não conseguiram, no último dia 6, uma audiência com o juiz federal Adhemar Ferreira Maciel, ficando mar-cada unia para o dia 7 de maio de 1980, teve a sua casa incendiada, no sábado, por um grupo de Jagunços. acompanha-do de um advogado - _Edmilson de tal - e cumprindo ordens do fazendeiro Gui-lherme Dicier de Santana. Q posseiro á José Cri,s_pinl, da Fazenda São João. r1A-ClUele município. A informação é da Co-misão Pastoral e Terra, Regional Ara-guaia-Tocantins, orgão da CNBB.

"Quando os posseiros foram a Golã-nia, - diz a CPT - insitiram em ser re.e-bidos pelo juiz, porque sabiam, na car-

r•-es.s. Ues que estavam sofrendo. Em novembro do ano passado, inclusi-ve quatro remitias foram violentamente despejadas d2— . 1̂" peio mesmo _ordeiro. que agora reagnça Silas agressões contra os posseiros As ter-

(as da Fazenda São João, segundo a CPT, são objeto de uma demanda na justroa Federal e, atualmente, o Incra f.sta promovendo na ãrea uma açao ais-.

iminatoria e por esse motivo não exis-te ordem judicial de despejo contra os b_u-ss-e

Dizendo que esses lavradores foram intimados, por três compradores de ter-ras, a desocupar a área dentro de um prazo de três dias a partir do último sá-bado, mas já no primeiro dia "os jagun-ços do grileiro Guilherme Santana foram à casa do posseiro José Crispim e a in-cendiaram", a nota distribuída peia CPT acrescenta: "A situação dessas 80 famílias indefesas, à mercê dos grileiros e seus capangas e à espera de uma solu-ção da Justiça, está a exigir, das autori-dades competentes, medidas urgentes e eficazes para pôr um paradeiro às tropa-!ias que vêm aterrorizando os lavradores da fazenda São João.

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ESTAJO JE GOIÁS SECRETARIA JA SEGURAN'A PálICA

— ARTAENTO JE ORDEk POLITICA E SOCIAL

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A C E

FICI;A Ja. Rc:COIZTJ JE JORãá

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ORIGEM:

DATA:

• PÁGINA:

Posseiro que não pôde falar com o juiz federal

teve sua casa incendiada Um cios 35 posseiros de Porto Nacio-

nal que não conseguiram, no ultimo dia 6, urna audiência com o juiz federal Adhemar Ferreira Maciel, ficando mar-cada uma para o dia 7 de maio de 1980, teve a sua casa incendiada, no sábado, por um grupo de jagunços. acompanha-do de um advogado - .E dmilson de tal - e cumprindo ordens do fazendeiro Gui-lherme Dicier de Santana Qjaosse7c—i Ca, Suse Crispim, da Fazenda São Juag,_fla._ gueit_moniciplo A informação é da Co-misão Pastoral- e Terra, Regional Ara-guaia-Tocantins, Órgão da CNBB.

"Quando os posseiros foram a Goiá-nia. - diz a CPT - insitiram em ser rece-bidos pelo juiz, porque sabiam, na car-nc• , ^,essGes que estavam sofrendo. Em novembro do ano passado, inclusi-ve quatro rã-moias foram violentamente det pejadas dz---4, z"-ti...,,elo mesmo

.grileiro,, que agora recomeça suas agressões contra os posseiros' '. As ter-

ias da Fazenda São João, segundo a CPT, são objeto de uma demanda na Justiça Federal e, atualmente, o Incra está promovendo na área urna açao ars-cumingtana-e por esse motivo nâo exis-te ordem judicial de despejo contra osí gaSSOILOS

Dizendo que esses lavradores foram intimados, por três compradores de ter-ras, a desocupar a área dentro de um prazo de três dias a partir do último sá-bado, mas já no primeiro dia 'os jagun-ços do grileiro Guilherme Santana foram à casa do posseiro José Crispim e a ui-cendiaram". a nota distribulda pela CPT acrescenta . "A situação dessas 80 familias indefesas, à mercê dos grileiros e seus capangas e à espera de uma solu-ção da Justiça, esta a exigir, da.,. autori-dades competentes, medidas urgentes e eficazes para per um paradeiro ás tropo-!ias que vêm aterrorizando os lavradores da fazenda São João.

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A

ASSUNTO

DIFUSÃO : NACO/SN I - Cl/DPF

DADOS CONHECIDOS

1 4 S E T 1979 : CONFLITO ARMADO EY, PORN_MACICJW,14,0

/ •

(Io 1;3 ! 22 Cur.7 9

A C E 1. Informe B-2 dá conta que, em PORTO NACIONAL,foi

queimada uma casa de telha e derrubada outra, tendo havido, du

rante a ocorrência, disparos de arma de fogo.

2. Em 22 AGO 79, CARLOS GHISLAND (CPT/GOIÂNIA/G0j

mostrava-se preocPpado com os fatos ocorridos, inclusive, aguarda

um comunicado de D. CELSO PEREIRA DE ALMEIDA, Bispo da prelazia de

PORTO NACIONAL, com melhores esclarecimentos sobre o acontecido.

DADOS SOLICITADO£,

a. Ampliar o assunto.

b. Informar.

CONF OEN C ; A 1:_j

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r• 5 . C.a 11 1 iYs..e..n.C..1 a. I

000336 t 2201117'

A NÚCLEO DE ACCNC1A DE GOIÂNIA Nf)

INFORI:Açito Ng 013V116/12.G0/3111/79

Data: — 12 Out 79

Assunto! — CONFLITO APUADO E1 rua° NACIONAL/GO

IteCerencia: — rn iza 032/16/AC/79, de 14 Set

Difusão: AC/SNI

O assunto contido no documento da re.2c—icia

foi objeto de Informação n2 0121/116/11AGO/S111/79, de 14 Set,

fundida a essa Agência.

********* ******* *****

Qualquer pessoa que tomar conhe-cimento deste assento fica respon. sável pelo sou sigilo (art.12decroto 79.099/77 - regulamento paraul-vane.uarda de assunte3 sigilosos)

Confidenciai

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