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JORNAL DO CAFÉ - Nº187 | 1

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JORNAL DO CAFÉ - Nº187 | 1

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Qualidade você escolhe e pureza você exige.

Cafés com Selo de Pureza agregam valor ao mix da categoria no seu estabelecimento. Nos supermercados,

cafés com o Selo de Pureza garantem a oferta de produtos com compromisso de respeito aos consumidores.

O Selo de Pureza ABIC é uma certificação da entidade que representa as indústrias de café e que garante pureza,

qualidade e segurança alimentar.

SELO DE PUREZA ABICA segurança que você precisa oferecer ao consumidor.

www.abic.com.br / @abic_cafe

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A rapidez com que nossa entidade reagiu ao alerta dado pela peque-na retração no consumo verifica-do em 2013, mostra a disposição

deste Conselho de Administração em estabelecer iniciativas que revertam imediatamente este quadro e façam o mercado voltar a crescer.

Entretanto, assim como diz o di-tado que “uma só andorinha não faz o verão”, a ABIC sozinha não conseguirá mudar este cenário e in-crementar o consumo sem a adesão maciça de todos os associados e de-mais parceiros privados e públicos do agronegócio café. A preocupação e a busca de soluções merecem a atenção de todo o setor.

A melhoria contínua da quali-dade do café oferecido aos nossos consumidores continua sendo nos-so lema e a principal ferramenta para alavancar o mercado. Inova-ções são importantíssimas, mas de nada adiantarão se não estiverem atreladas à qualidade do produto. E isso por uma simples razão: os consumidores de hoje buscam a ex-perimentação, buscam as sensações diferenciadas, enfim, o prazer de

uma saborosa xícara de café, seja lá em qual momento for: se ao acordar, para despertar corpo e mente; se no meio da tarde, para renovar ener-gias, ou após uma gostosa refeição.

Criar estratégias de marketing que possam ser aplicadas por indústrias de todos os portes e em qualquer canto desse imenso país; investir em publicidade reforçando e renovando nosso patrimônio que é o Selo de Pu-reza, e voltar a difundir os benefícios do consumo moderado e diário do café para a saúde, são iniciativas que poderão, com certeza, aquecer nova-mente nosso mercado, independente-mente das incertezas que rondam a atividade econômica brasileira.

O que necessitamos, neste mo-mento, é de um bom planejamento e da coesão de todos neste mesmo ideal. Não adianta definir quais caminhos devem ser seguidos se os passos a serem dados não forem coordenados e conjuntos. É o que podemos definir de união de todos pelo sucesso do nosso café!

Livio Baraúna AssayagVice-presidente de Planejamento e Exportação

A PALAVRA DA ABICEDITORIAL

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ÍNDICECARTA AO LEITORCom um planejamento interno bem detalhado e pro-

gramado, a ABIC retomará este ano as ações em marke-ting e publicidade voltadas para a educação do mercado consumidor e para a renovação da imagem e da impor-tância do Selo de Pureza. A escolha da agência já foi realizada e um seminário foi promovido pela entidade para discutir e analisar os cenários do mercado brasi-leiro de café. Essa edição traz uma matéria sobre estas atividades que a entidade já está desenvolvendo visando ao incremento do consumo interno.

Leia também sobre o lançamento da Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil – Safra 2013, uma estratégia que une empresas e cafeicultores e premia os consumido-res com grãos de altíssima qualidade. Chamo também a atenção para a entrevista com a pesquisadora Adriana Fa-rah, sobre as propriedades benéficas do café para a saúde.

Uma ótima leitura, sempre com excelentes cafés!

EXPEDIENTEO Jornal do Café é uma publicação da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, enviada a: associados, autori-dades, entidades e pessoas representativas do setor cafeeiro. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião ou pensamento da entidade.

Diretor de Marketing e Comunicação da ABIC: Manoel Assis

Editora: Marilia Moreira (MTb 11381) – [email protected]: Eduardo Buitron – [email protected]ção: Tempo de Comunicação – Rua Piracuama, 280 - cj 44 Perdizes, São Paulo - SP, CEP: 05017-040. Fone: (11) 3868 4037 - [email protected] de Criação: Gilberto Sato – [email protected] de Arte: Mario Gascó - [email protected]ção edição digital: Lillyane Rodrigues - [email protected] de projeto: Mayara Schmidt - [email protected]ção, Diagramação e Projeto Gráfico: Smart Propaganda – Av. Brg. Faria Lima, 1826 – cj. 713 – Jardim Paulistano – São Paulo – SP – Fone: (11) 3815-5566 – [email protected] - www.smartpropaganda.com.br

Impressão: Vox Editora Ltda. – tel (11) 3871-7300Tiragem: 1.500 exemplares

ABIC – Associação Brasileira da Indústria de CaféRua Visconde de Inhaúma, 50 – 8º andarCEP 20091-000 – Rio de Janeiro – RJFone: (21) 2206 6161 – Fax: (21) 2206 6155E-mail: [email protected] - www.twitter.com/abic_cafe

ABICSinal de Alerta

Indicadores do Consumo de Café no Brasil

MERCADOAbastecimento

Inovações que Encantam

QUALIDADE Os Melhores Cafés do Brasil

Centro de Preparação de Café

VAREJOE-commerce: Novo Aliado do Café

Setor de Panificação Cresce 8,7% em 2013

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Manoel Assis Vice-presidente de Marketing e Comunicação

Pág.18CAPA

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EVENTOO Desafio da Modernização e Inovação

CAFÉ E SAÚDECafé: Muito Além da Cafeína

COFFEE BREAKOPINIÃO DO TORREFADOR

Uma Liderança Improvável na Indústria do Café

Conselho de AdministraçãoTRIÊNIO 2013 - 2016PRESIDENTE

Américo Takamitsu Sato Ind. e Com. de Café Floresta Ltda. - SP

1º VICE-PRESIDENTE

Ricardo de Sousa Silveira Café Cristal Ltda. - MG

VICE-PRESIDENTES

Egídio Malanquini - Vice-Presidente de Relações Institucionais - Vista Linda Ind. e Com. de Cafés Especiais Ltda - ES

Dagmar Oswaldo Cupaiolo - Vice-Presidente Jurídico - Café Lourenço Ind. Com. Ltda. - SP

Lívio Baraúna Assayag – Vice-Presidente de Plane-jamento e Exportação - Ind. de Café Manaus Ltda. – AM

Pavel Monteiro Cardoso Vice-Presidente de Qualidade e Programa de Certifi-cação - Sobesa Indl. de Alim. Santanense Ltda. - BA Manoel Felisberto Cruz de Assis - Vice-presidente de Mar-keting e Comunicação - Mitsui Alimentos Ltda. - SP

José Ângelo Marino - Vice-Presidente de Tecnologia e Modernização - Itamaraty Ind. e Com. S/A - PR

José Lúcio Campos - Vice-Presidente de Administração e Finanças - Cafe Itaú Ltda. - MG

Luciano Inácio - Vice-Presidente de Economia e Es-tatística - Cia. Capital de Produtos Alimentícios - RJ

Nilton Luciano dos Santos - Vice-Presidente de PMES, Meio Ambiente e Sustentabilidade - Ind. e Com. de Café Meridional Ltda. - MS

DIRETOR-EXECUTIVONathan Herszkowicz

REPRESENTANTES REGIONAIS

Nordeste - Francisco Leonel Pereira Freire – São Braz S/A Ind. e Com. de Alim. S.A - PB.

Norte - Juliana Vilela Torres - Torres Ind. e Com. Ltda. - AC

Norte/Centro-Oeste - José Iovan Teixeira - Cical Ind. e Com. de Prods. Alimentícios Ltda. - RO.

Sudeste - Vagner Lorenzetti Millani – Torref. Noi-vacolinenses Ltda.- SP.

Sul - Michele Silva Gelsliter - J.J. Mattos Ind.Com. de Café Ltda. - SC

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Pág.28

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E-COMMERCE

DESAFIO DA MODERNIZAÇÃO E INOVAÇÃO

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ABIC

Contra a retração do consumo interno registrada em 2013,

de 1,23%, ABIC estabelece ações para

reverter o quadro e fazer o mercado

novamente crescer de forma contínua

Os Indicadores do Consumo de Café no Brasil, relativos ao período de Novembro/2012 a Outubro/2013, foram divulgados pela ABIC em

fevereiro passado e mostraram que o consumo de café no Brasil mantém-se quase estável e acima de 20 milhões de sacas. Entretanto, verificou-se uma pequena retração, de -1,23% no volume industrializado, totalizando 20,08 milhões de sacas contra 20,33 milhões de sacas de 2012. O consu-mo per capita resultou em 4,87 kg de café torrado/habitante/ano (6,09 kg de café verde/habitante/ano), em comparação com os 4,98kg de café torrado/habitante/ano em 2012.

A primeira reação da ABIC diante dos resultados foi apresentá-los, em primeira mão, no dia 17 de feverei-ro aos membros do CDPC – Conse-

SINAL DE ALERTA

Américo Sato dá as boas-vindas ao deputado Silas Brasileiro, presidente executivo do Conselho Nacional do Café, que participou do seminário para falar sobre o mercado

Fotos: Cláudio Arouca

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lho Deliberativo da Política do Café, que estavam reunidos em Brasília, no Mistério da Agricultura. De acordo com o presidente da ABIC, Américo Sato, esse anúncio foi bastante posi-tivo. “A notícia causou impacto em todos os presentes, que são lideranças do agronegócio café e do governo, e a informação serviu como alerta para a necessidade de se reverter a situa-ção com ações de marketing e maior divulgação dos benefícios e do valor do café junto aos consumidores”. Na mesma data, os resultados foram di-vulgados para a imprensa, obtendo uma repercussão raras vezes vista com entrevistas a inúmeras emisso-ras de tevê e rádio, portais e jornais diários, todos perguntando sobre os motivos da queda e o que seria feito para se reverter esse quadro.

Essas duas questões – motivo da queda e o que fazer para revertê-la – foram desde o início tema de análise interna da ABIC e resultou na reali-zação do “Seminário sobre o Merca-do de Café”, promovido dia 9 de abril em São Paulo, no hotel Golden Tulip Plaza Paulista, aberto a todos os in-dustriais de café e representantes e lideranças do agronegócio.

Neste fórum, foram analisados três temas básicos: “Pesquisa Kantar Worl-dpanel – Consumo de Café”, quando foram avaliadas as possíveis causas da retração do consumo em 2013 e o posicionamento do setor e da ABIC; “Plano de Marketing da ABIC”, com a apresentação do processo de escolha da agência de publicidade, propostas e iniciativas sugeridas, e “Mercado de Café”, quando foram avaliadas as

“A notícia causou impacto em todos os presentes, que são lideranças do agronegócio café e do governo”Américo Sato

Vivian Ferraz, CEO da Havas Worldwide, fez uma apresentação geral da agência e dos trabalhos que realizam

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Livio Assayag, Bernardo Wolfson

e Américo Sato com Rita Navarro, gerente de novos

negócios da Kantar Worldpanel, que apresentou um estudo sobre

consumo de café nos lares brasileiros

Manoel Assis, vice-presidente

de Comunicação e Marketing da

ABIC, Com Vicente Lima, José Iovan e Américo Sato.

Manoel apresentou os trabalhos que

vêm sendo realizados e a escolha da

nova agência de propaganda, que

passa a ser a Havas Worldwide

O público atento às apresentações, todas seguidas de

muitos debates

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2014 - VIDA NOVA

Av. Acesso Rodoviário Quadra Q03 - Modelo M-06-A - TIMS - Serra-ES - CEP.: 29.161-376 - www.buaizalimentos.com.br

consequências para o setor torrefador da seca ocorrida na lavoura e que re-duzirá o abastecimento na safra deste ano e na de 2015.

Para Américo Sato, uma ação ime-diata a ser desencadeada é voltar a demonstrar a garantia oferecida ao consumidor através de Programa Selo de Pureza, que precisa ser revi-gorado e ter sua aplicação ampliada. O trabalho de revigoramento e mo-dernização do Selo estará a cargo da agência de publicidade que vencer a concorrência já em andamento. “A certificação de pureza é fundamen-tal para os consumidores, porque eles não conseguem identificar im-purezas, o que fazemos por meio de coleta e análise laboratorial. Por isso nosso programa é de grande valia”.

A segunda ação fundamental para a categoria, no entender do presiden-te Sato, é oferecer um café de melhor qualidade que tenha sabor e aroma. “Há necessidade de cada um refletir nas ações da sua empresa, abando-

nar a prática de produzir o café mais barato possível, mesmo com prejuí-zo da qualidade efetiva, provocando uma degeneração da qualidade e con-corrências predatórias. O setor pre-cisa apoiar a ação coordenada pela ABIC em estimular o consumidor a procurar e encontrar cafés com mais sabor e aroma, itens esses que foram elencados claramente nas pesquisas da Kantar Worldpanel e do ACNiel-sen, em 2011, 2012 e 2013”.

Outra sugestão feita por Américo Sato é que as empresas procurem lan-çar produtos modernos, como mono-dose ou produtos prontos para o consu-mo, líquidos, combinando com outros ingredientes ou não, mas sempre vi-sando a facilidade de uso e a moder-nidade desejadas pelos consumidores. “Entendo que somos suficientemente maduros e profissionais na atividade e sabemos as causas da queda e quais são as ações necessárias para reversão do quadro, o que é perfeitamente pos-sível”, avalia o presidente Sato.

“O setor precisa apoiar a ação coordenada pela ABIC em estimular o consumidor a procurar e encontrar cafés com mais sabor e aroma”Américo Sato

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ABIC

Apesar da pequena retração no mercado sofrida em 2013, o consumo se manteve acima de 20 milhões de sacas e a ABIC estima a retomada do crescimento em 2014, ao nível de 3% a 4%

INDICADORES DO CONSUMO DE CAFÉ NO BRASIL

Estima-se que o volume de vendas do setor de

torrado e moído em 2013 tenha sido de

R$7,3 bi

ções de bebidas prontas para o consu-mo, como sucos, achocolatados, bebi-das a base de soja, cuja penetração no mercado ainda é pequena comparada ao café, mas que tem apresentado um crescimento bastante elevado e con-correm com o café. Essas categorias de maior valor agregado desafiam a in-dústria de café para a inovação e para a retomada de índices de crescimen-to maiores, o que pode ocorrer com a oferta de cafés de melhor qualidade, diferenciados e certificados.

Os indicadores apontam que o vo-lume de vendas do setor de torrado e moído em 2013 tenha sido de R$ 7,3 bilhões. Os preços do café nas prate-leiras do varejo diminuíram ao lon-

Realizada anualmente pela área de Pesquisa da ABIC, os “Indicado-res do Consumo de Café no Brasil” mostraram que em 2013 houve

uma retração de -1,23%, totalizando 20,08 milhões de sacas, contra 20,33 milhões de sacas em 2012. Diversas ações já estão sendo discutidas para se reverter e fazer o mercado voltar a crescer (leia matéria na pág. 8) e a en-tidade estima que o aumento do con-sumo seja retomado ainda em 2014, na ordem de 3% a 4%, com maior procura por cafés de melhor qualidade, desde os tradicionais até os gourmet.

A ABIC atribuiu esta ligeira retra-ção ao fato de que a mesa do café da manhã ganhou inúmeras novas op-

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go de 2013, com o valor médio de R$ 14,82/kg em Janeiro/2013 e de R$ 12,55/kg em Dezembro/2013, com queda de 15%, para os cafés tipo Tra-dicionais, segundo pesquisas feitas no varejo paulistano. Esta queda, entre-tanto, não serviu para ampliar o con-sumo. O café em pó representou 87,4% das vendas em valor. Enquanto isto, os novos produtos como cápsulas, café com leite e cappuccinos, repre-sentaram aproximadamente de 3,5% em valor, mas cresceram até 33%, em função de forte procura.

O café continua sendo um produto barato para os consumidores, conside-

rando principalmente o seu custo por xícara após a preparação. Nas prate-leiras, o aumento do produto variou de R$ 10,15/kg, nos cafés tipo Tra-dicionais, em Janeiro/2008, para R$ 12,65/kg em Janeiro/2014, um acrés-cimo de somente 24,6% em seis anos. Ele refletiu a alta do grão no início de 2013, mas depois recuou.

O grande consumo ainda se con-centra nas classes C e D que, segundo a AC Nielsen, vem procurando pro-dutos com melhor qualidade, mesmo com preço superior, o que representa uma mudança de padrão de compra importante. Cafés Fortes têm aumen-

tado a procura em detrimento dos Ex-tra Fortes, que normalmente são mais baratos. Cafés Gourmet e certificados parecem ser a nova tendência dos consumidores para os anos futuros, em um movimento natural de valori-zação da qualidade e da certificação. O estudo mostra que 81% dos gastos na categoria café são feitos em super-mercados, para abastecer principal-mente o lar. Fora do lar, o principal canal de vendas são as padarias, que respondem por 64% dos gastos da ca-tegoria café. As cafeterias, apesar do seu crescimento vertiginoso, ainda respondem por 50% dos gastos da ca-

Os preços do café nas prateleiras do varejo diminuíram

ao longo de 2013.

O café em pó representou

das vendas em valor

Os novos produtos como cápsulas, café com leite e cappuccinos, representaram

aproximadamente de

em valor, mas cresceram até

em função de forte procura.

O grande consumo ainda

se concentra nas

87,4%

3,5% 33%

15% classes C e D

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CONSUMO INTERNO DE

CAFÉ EM SACAS E PER CAPITA

BRASIL

Período: novembro - outubro | *Sacas de 60 kg | Fonte: ABIC

1965 8,1 5,91 4,721985 6 6,4 2,83 2,271990 8,2 3,39 2,711991 8,5 3,47 2,781992 8,9 3,58 2,871993 9,1 3,62 2,891994 9,3 3,65 2,921995 10,1 3,88 3,111996 10,6 11 4,16 3,331997 11 11,5 4,3 3,441998 11,6 12,2 4,51 3,611999 12,2 12,7 4,67 3,732000 12,6 13,2 4,76 3,812001 13 13,6 4,88 3,912002 13,3 14 4,83 3,862003 12,9 13,7 4,65 3,722004 14,1 14,9 5,01 4,012005 14,6 15,5 5,14 4,112006 15,4 16,3 5,34 4,272007 16,1 17,1 5,53 4,422008 16,7 17,7 5,64 4,512009 17,4 18,4 5,81 4,652010 18,1 19,1 6,02 4,812011 18,6 19,7 6,10 4,882012 19,2 20,3 6,23 4,982013 19 20,1 6,09 4,87

ANO CONSUMO PER CAPITA

Totaltorrado/moído

Totalinclusive solúvel

(milhões de sacas)Kg

café verdeKg

café torrado

valorizar os produtos com melhor qua-lidade, certificados e sustentáveis. Esta opção pelo café precisa ser estimulada utilizando-se recursos da publicidade para orientar, educar e difundir conhe-cimentos sobre café e suas qualidades.

Dessa forma, a entidade esta debru-çada sobre a elaboração de um plano de marketing que destaque os atribu-tos do café com seus benefícios para a saúde, energia e bem-estar, que serão os princípios a explorar em grandes eventos, de modo a criar uma relação

estreita entre a vida saudável, com energia e prazer, que o consumo de café traz. E busca recursos no FUN-CAFÉ que podem se somar as contra-partidas das empresas.

Segmentos em crescimventoOs indicadores da ABIC mostram

que o consumo de café fora do lar se-gue crescendo, representando 36% da demanda total, com um número cada vez maior de cafeterias, restaurantes, padarias e pontos de dose, quase to-

tegoria café. Isto significa que consu-midores degustam café em padarias e em cafeterias, no mesmo dia.

Marketing e PublicidadeA redução no volume do consu-

mo interno levou a ABIC a reforçar a sua tese de que é preciso estimular o consumo de café investindo muito mais em marketing, publicidade, di-ferenciação e inovação de produtos. O comportamento dos consumidores tem sido o de ampliar a experimentação e

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dos eles oferecendo cafés de qualidade boa a ótima. Da mesma forma, o con-sumo dos cafés porcionados, seja em sachês ou em cápsulas, bem como, a forma tradicional de café torrado em grão para uso em máquinas automá-ticas e profissionais, alcançam níveis de crescimento acima de 20% ao ano, embora ainda seja a menor parte do mercado. As cápsulas estão presen-tes em 0,6% dos lares, segundo pes-quisa da AC Nielsen, em 2012/2013. Isto mostra que há muito campo para explorar e que os consumidores estão reconhecendo e valorizando a quali-dade, e que a indústria precisa estar atenta para oferecer estes produtos.

Já o número de máquinas de café expresso domésticas ultrapassam 850 mil unidades, conforme levantado pela Kantar Worldpanel em final de 2012. E os novos tipos de equipamen-tos para preparação de cafés filtrados, em sachês, por exemplo, ultrapassam as 300.000 unidades.

No caso dos cafés em cápsulas, a evolução deste segmento foi mui-to acentuada no ano 2013. Surgiram novas empresas importadoras de cáp-sulas e de máquinas, bem como, ou-tras que já montaram suas instalações industriais e produzem localmente. Cerca de 10 novas empresas já atu-am neste mercado, o que vai tornar a concorrência bastante intensa num segmento de alta tecnologia e alto va-lor agregado. Enquanto as vendas dos cafés tradicionais em pó ampliaram 4,7% em 2013, os cafés em cápsulas ganharam 36,5% em vendas.

Outra inovação importante foram as lojas virtuais, servindo como canal de distribuição para cafés de alta qualida-de, de origens brasileiras e estrangeiras bem como, máquinas e acessórios ou equipamentos para preparo de cafés filtrados e ‘espressos’. Por esta razão, o volume de importação de café indus-trializado em 2013 chegou a US$ 32,8 milhões contra US$ 15,7 milhões em exportações de café torrado/moído.

Os consumidores brasileiros têm à sua disposição centenas de cafés de alta qualidade, os chamados cafés gourmet ou especiais. O Brasil tornou--se o país produtor que mais fornece

grãos especiais e de alta qualidade para o mundo e esta qualidade chegou à mesa do consumidor brasileiro, com centenas de marcas de cafés gourmet disponíveis em todo País. Somente a ABIC certifica e monitora 125 marcas de café gourmet.

A expectativa da indústria para 2014 é a de contornar eventuais di-ficuldades com o suprimento de ma-téria-prima, em função das notícias de possível redução da safra de café afetada pela seca deste início de ano. Os custos aumentarão e as empresas eventualmente deverão reavaliar suas operações. Oferecer produtos de maior valor agregado é uma forma impor-tante de escapar de crises no setor e por isso, a indústria precisa estar atenta aos efeitos da seca na qualidade da safra que será colhida no ano.

Outra inovação importante foram as lojas virtuais, servindo como canal de distribuição para cafés de alta qualidade, de origens brasileiras e estrangeiras

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MERCADO

Longa estiagem e calor excessivo nas principais regiões produtoras de

café arábica deverão comprometer as safras de café deste ano e a de

2015. Como ficará o mercado?

ABASTECIMENTO

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levou a essa reação. A seca e a von-tade dos fundos comprarem antes das indústrias fizeram o mercado subir bem. A tendência é dos preços serem remuneradores”.

Lúcio lembra, entretanto, que re-almente nunca aconteceu falta de chuvas tão severa numa época de for-mação e granação dos grãos de café como a deste ano. De acordo com ele, a seca afetou várias regiões, mas de formas diferentes. “Um exemplo: em Guaxupé temos lavouras nas partes mais baixas, lavouras novas com tra-tos culturais deficientes seriamente atingidas e outras em lugares mais al-tos, com bom manejo, onde não hou-ve problema”. Na segunda semana de março, Lúcio viajou mais de 2 mil quilômetros percorrendo o Sudoeste de Minas, Mogiana, Cerrado, Sudeste do Sul de Minas e Sul de Minas. “En-contramos problemas, mas nada alar-mante. Precisamos aguardar o inicio da colheita para melhor avaliação”.

Já Guilherme Braga de Abreu Pires Filho, diretor geral do CeCafé – Con-selho dos Exportadores de Café do Brasil, disse ter uma visão otimista do mercado cafeeiro, em depoimento dado ao Jornal do Café no dia 30 de março. “Creio que a queda continuada das cotações, no período setembro de 2011 até dezembro de 2013, quando os preços chegaram a US$ 1,04 por li-bra peso, está superada. Os preços de hoje, New York ao redor de U$ 1,80 por libra, Londres U$ 2.100 p/tonela-da, e internos ao redor de R$ 425,00 a bica de boa bebida, como efeito de problemas de clima no Brasil, tendem a se estabilizar, com altas moderadas impulsionadas pelos bons ventos do consumo. Este cenário não leva em conta perdas mais significativas na produção da safra do próximo ano. Se tivermos, como alguns prognosticam, quebras elevadas na próxima produ-ção, digamos com um volume menor de 46 milhões de sacas, poderemos assistir um novo rally de alta dos pre-ços e daí fortes estímulos à expansão mundial da produção e efeitos preju-diciais ao crescimento do consumo”.

Contornar eventuais dificuldades com o suprimento de matéria--prima, em função das notícias de possível redução da safra de café

arábica afetada pela seca deste início de ano e pelo excessivo calor, é um dos desafios que estão sendo enfren-tados pelas indústrias de café este ano. Sem ainda ter uma real dimen-são da perda provocada em volume e em qualidade, o que só ocorrerá quan-do a CONAB sair a campo para fazer uma nova estimativa da produção, o mercado está vivendo um período de fortes oscilações de preços. “As cota-ções das bolsas estão sendo um tanto especulativas e voláteis e se baseiam em informações nem sempre realis-tas”, avaliou em meados de março o presidente da ABIC, Américo Sato.

“A estiagem prolongada nos cafe-zais de variedade arábica é um fato e logicamente afetará a produção deste e do próximo ano; por isso poderá ha-ver oscilações de cotações, mas acre-dito que elas se manterão em patama-res altos, aliás, em níveis suportáveis pelos produtores, considerando seu custo de produção”, explica Sato. Ele aconselha que os industriais não se esqueçam dos fundamentos do mer-cado e se norteiem por eles, “oferecen-do produto com a qualidade desejada pelo consumidor, que em qualquer parte do mundo exige retorno do di-nheiro que empregou nas compras. Para tanto, há necessidade de inves-tir na melhoria do produto em todos os aspectos, inclusive no desenvolvi-mento tecnológico e na comunicação junto ao consumidor”. Para ele, tam-bém é importante que as indústrias apresentem novos produtos exigidos pelos jovens consumidores. “Os em-presários têm que estar atentos às tendências mercadológicas e oferecer garantias, por meio das certificações”.

Para Lúcio Dias, diretor comercial da Cooxupé, o mercado já esboçava reação desde dezembro. “A melhora da economia mundial e o inverno au-mentaram bem o consumo e o atraso das compras fez todos entrarem no mercado no inicio de janeiro, o que

A seca e a vontade dos fundos comprarem antes das indústrias fizeram o mercado subir bemLúcio Dias – Cooxupé

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executivo da entidade afirmou, dia 21 de março, que o CNC tem plena convicção “de que colheremos uma safra aquém da estimada oficialmente pelo Governo através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), haja vista que esses levantamentos foram realizados em períodos anteriores ao veranico ou ao ponto mais alto e impactante do vera-nico que nossos cafezais vivenciaram neste começo de ano”.

“O CNC não passará informações para o mercado sem um levanta-mento seguro, para não perdermos a confiabilidade de nossos núme-ros. Pelo fato do Brasil ser um país continental, esperamos obter essa informação em abril, pois não co-meteremos a irresponsabilidade de tomar uma região como exemplo e prognosticar o observado nela como uma situação geral, tendo em conta que o veranico teve incidências di-ferentes no cinturão produtor. O que podemos antecipar é que haverá re-dução substantiva na colheita, tanto em 2014, quanto em 2015, mas ainda é prematuro quantificá-la”.

são do IBGE vai contra tudo o que, nesse momento, o setor produtivo já sabe muito bem, pelo seu dia-a-dia. A estiagem afetou muito fortemente a safra atual, com perdas já para 2015, inclusive. Assim como a broca, que já causou impactos comprovados no volume e na qualidade da produção. Não há possibilidade alguma de co-lhermos as 48,7 milhões de sacas que o IBGE anunciou há poucos dias”.

O diretor da FAEMG afirma que a entidade não valida a previsão feita pelo órgão oficial do governo e aler-ta: “Essa indicação superestimada da safra não apenas não retrata as per-das ocorridas do início do ano para cá, como trará ainda problemas para o setor produtivo, ao sinalizar para o mercado uma disponibilidade que não existe. Podemos já acreditar que esses números desencontrados certa-mente atrapalharão o planejamento para o escoamento da safra e para a elaboração das políticas necessárias ao setor”, disse.

Também o CNC – Conselho Nacio-nal do Café se manifestou. Em comu-nicado divulgado semanalmente, o deputado Silas Brasileiro, presidente

Confiabilidade O café é um mercado “nervoso”,

que responde imediatamente a qual-quer tipo de informação, fazendo as cotações subirem fortemente ou des-pencarem drasticamente em questão de segundos. Por isso, “causou incô-modo entre entidades e cooperativas rurais a última estimativa de safra de café divulgada pelo IBGE”, alertou a FAEMG – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, em comunicado divulgado dia 24 de março. “Motivos de grande preocu-pação para produtores de todo o país, a severa estiagem dos últimos meses e a broca-do-café não teriam impac-tado a produção do grão segundo o estudo que, pelo contrário, aponta acréscimo de 0,1% em relação à safra anterior. A estimativa é fortemente criticada pelo setor produtivo, que calcula perdas de até 45% em algu-mas regiões”, diz a nota.

De acordo com o diretor da FAE-MG e presidente das Comissões de Café da entidade e da CNA (Confe-deração da Agricultura e Pecuária do Brasil), Breno Mesquita, “não sabe-mos em que se baseou, mas a previ-

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INOVAÇÕES QUE ENCANTAM Com inovação, tecnologia e criatividade, surgem novos e diferenciados produtos, de maior valor agregado, que ampliam as opções no segmento de monodoses, atraindo cada vez mais consumidores tanto para os cafés filtrados quanto para os ‘espressos’

O mercado brasileiro de café está vivendo um momento de extre-ma efervescência no que se re-fere à transformação dos hábitos

de consumo. Com lançamentos que combinam inovação, diferenciação e criatividade, as indústrias estão buscando atender a um novo con-sumidor, mais exigente, interessado em experimentar aromas e sabores e em descobrir cada vez mais sobre o mundo do café, como suas origens, terroirs e métodos de produção.

Ao lado do café tradicional torrado e moído, vem crescendo nos últimos anos a oferta de produtos para pre-paro de monodose, como os sachês para ‘espresso’ e café coado, além das cápsulas. Apesar de estarem presen-tes em apenas 0,6% dos lares, as cáp-sulas têm enorme potencial de cres-cimento. Como exemplo, na França elas já representam 30% do consumo

MERCADO

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INOVAÇÕES QUE ENCANTAM cimento de consumidores, baristas, chefs e gourmets.

“O retorno massivo do café filtrado é um fenômeno que começou em 2004, nos Estados Unidos, e ganhou força no restante do mundo a partir de 2008, quando nos campeonatos mundiais de baristas utensílios como Hario foram estrelas de suas apresentações”, diz Ensei Neto, consultor do Specialty Co-ffee Bureau. Depois do sucesso do Ha-rio, diz o especialista, gradativamente outros sistemas ganharam visibilida-de e hoje fazem do coado a bebida da moda que veio para ficar.

“Pela facilidade de uso e de aquisi-ção muito acessível, esses utensílios permitem que as pessoas possam re-produzir as experiências de cafete-rias em casa, o que torna ainda mais atraente esses serviços de café. E, como resultado, faz com que mais e mais pessoas se interessem e se apro-fundem nos conhecimentos e nas histórias do Café”, explica Ensei.

De acordo com o Relatório Internacional de Tendências do Café, o mercado de doses únicas tem grande potencial de crescimento

total de café. O consumo em monodo-ses, principalmente em cápsulas, traz um valor agregado muito elevado, por sua praticidade, pela qualidade e conveniência. O volume comercia-lizado de cápsulas aumentou 46,5% entre 2012 e 2013, com crescimento de 36,5% em valor.

Café coado - sucessoA transformação também aconte-

ce no lastro dos novos métodos de preparo que vêm sendo adotados por cafeterias e inúmeros restaurantes. Essas novas formas de preparo fazem do consumo do café um momento es-pecial e exclusivo. São doses únicas, preparadas diretamente na xícara e na frente do consumidor, e que uti-lizam sistemas como Hario, Chemex, Aeropress e Prensa Francesa, entre outros. Com isso, está havendo uma saudável competição entre os cafés ‘espressos’ e os filtrados, com este último reconquistando o reconhe-

Segmento em plena ascensãoDe acordo com o Relatório Inter-

nacional de Tendências do Café, pu-blicado em fevereiro deste ano pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café ( www.icafebr.com), da Uni-versidade Federal de Lavras, uma das maiores tendências no mercado é o crescimento das doses únicas. “Tra-ta-se de um produto adequado para a sociedade moderna, com famílias reduzidas e grande número de sol-teiros que moram sozinhos. O novo negócio oferece altas margens de lu-cro para as indústrias de torrefação e tem chamado a atenção de muitas empresas que ainda não fazem parte do mercado do café. Com o aumen-to da concorrência, há a necessidade da adaptação das empresas aos no-vos parâmetros do mercado e a busca pela diferenciação de seus produtos”.

O relatório enfatiza que uma forma de enfrentar a concorrência é gastar com pesquisa e desenvolvimento. “As empresas investem em inovação tec-nológica para tentarem se sustentar no mercado com novos produtos. Há em-presas que precisam lançar novas má-quinas, com qualidade e design, para recuperar o terreno perdido para as ri-vais e outras que lançam novos mode-los como estratégia defensiva, de modo

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e exclusivo. No Brasil desde o final de 2006, a Nespresso conquistou o mercado com suas máquinas com de-sign arrojado e moderno e blends de diversas origens em cápsulas multi-coloridas, o que mudou o tratamen-to dado pelos consumidores a estes utensílios que, aos poucos, deixaram a cozinha e conquistaram as salas das casas ou mesmo os escritórios, como parte decorativa dos ambientes. Cria-ram o conceito de butiques especia-lizadas em café, além do clube para os amantes da bebida. Com o fim da patente, abriu-se o mercado para a concorrência – o que não impediu a Nespresso de continuar inovando e se diferenciando no setor, a exem-plo do novo espaço por eles criado, o Nespresso Expertise Center, dedicado ao conhecimento do café, com novas experiências para os consumidores. O primeiro deles nas Américas foi inaugurado em setembro do ano pas-sado em São Paulo (leia mais no box da pág. 23).

Outro lançamento da Nestlé no Brasil, no final de 2009, foi o Nesca-fé Dolce Gusto, sistema que combina máquina da Arno com cápsula capaz

a evitar que os concorrentes ampliem sua participação no mercado”.

Na análise do Bureau de Inteli-gência, com a quantidade de marcas crescendo no mercado, o principal beneficiado é o consumidor, uma vez que obtém maior variedade de tipos de café e com preços mais competi-tivos. Como exemplo, citam a Aus-trália. “As indústrias estimam que uma entre quatro casas australianas tinha uma máquina de café em dose no final de 2013. Segundo pesquisas, os australianos gastam mais de 150 milhões de dólares por ano em café, por esse motivo várias empresas es-tão apostando no país”.

A combinação máquina e cápsula foi idealizada pela suíça Nestlé ainda nos anos 1970. Assim surgiu a Nes-presso, que transformou o hábito de consumir café em algo sofisticado

A proposta da Dolce Gusto é atender a um desejo do consumidor brasileiro da classe média: preparar em casa as mesmas bebidas com que está acostumado a degustar nas cafeterias.

Senseo

Tres Modo

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de produzir café ‘espresso’, cappucci-no e chocolate quente, entre outras bebidas, para toda família. A propos-ta era atender a um desejo do con-sumidor brasileiro da classe média: preparar em casa as mesmas bebidas com que está acostumado a degustar nas cafeterias.

Pilão Senseo: café coadoUma novidade no mercado brasi-

leiro foi o lançamento, em 2010, do Pilão Senseo, que combina máquina fabricada pela Philips com sachês do Café Pilão, para o preparo de café coado. No ano passado, a D.E.Master Blenders avançou no segmento de monodose, desta vez com o Café do Ponto L’Or ‘Espresso’, em cápsulas. De acordo com Ricardo Souza, diretor de marketing da D.E Master Blenders, os sachês do Pilão Senseo são fabri-cados no Brasil e as cápsulas L’Or são importadas da França.

São quatro versões de cores das máquinas do Senseo: preta, pra-ta, vermelha e na recente Viva Café (modelo mais vendido na Europa). A máquina tem como característica a praticidade: com um simples toque de

botão, leva apenas 90 segundos para aquecer e em 30 segundos prepara uma xícara de café coado e cremo-so. Para duas xícaras, o preparo leva menos de um minuto. Após o uso, a máquina desliga automaticamente, para um menor consumo de energia.

Desde o ano passado, a empresa está investindo mais em publicidade e promoção. Estreou uma campanha publicitária do Senseo com duas ce-lebridades: Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, reconhecidos pelo público pela imagem de terem o casamento perfeito. A campanha prossegue este ano com uma promoção para o Dia das Mães. Até 15 de maio, que com-prar uma das máquinas, de qualquer versão, vai ganhar R$ 150,00 em sa-chês da marca. A pessoa precisa, após a compra, se cadastrar no site www.compreeganhesenseo.com.br e regis-trar o cupom fiscal para receber em casa todos os produtos.

Máquinas multibebidasUm dos mais recentes lançamentos

são as máquinas de multibebidas da marca TRES, do Grupo 3corações. Em três versões, supercoloridas, des-

coladas e, principalmente, práticas de usar, as máquinas preparam uma li-nha completa de bebidas. São 17 tipos de cápsulas para preparo de cafés ‘es-pressos’, cafés filtrados, cappuccinos, chás e outras bebidas quentes.

As máquinas chegaram ao merca-do com preço a partir de R$ 449,00, e as cápsulas a partir de R$ 1,10 cada. A ideia, segundo a empresa, é que as pessoas tenham o hábito de consumir a bebida mais vezes por semana, e não apenas em dias especiais.

Para facilitar o uso, as máquinas contam com três pressões diferentes para cada tipo de bebida, sinaliza-das em botões coloridos: laranja – 50 ml de cafés ‘espressos’, cappuccinos e latte; azul – 80 ml de chocolatto e café com leite; e verde – 100 ml de cafés filtrados e chás. Cada cápsula também recebe a mesma indicação,

Utam Uno

Tres Serv

Tres Gesto

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CRESCE DEMANDA POR PRODUÇÃO DE

CÁPSULAS

que corresponde ao botão que deve ser apertado na hora do preparo.

Os três modelos de máquinas são: Modo, compacta e encontrada em sete cores (R$ 449,00); a Gesto, com design mais arrojado, tem como di-ferencial um vaporizador e cinco op-

ções de cores (R$ 649,00) e a Serv, voltada para “food solutions” e com quatro opções de cores (R$ 849,00). As cápsulas são vendidas em emba-lagens com 10 unidades.

A empresa investe continuamente em marketing e em promoção. Um exemplo foram as ações realizadas no final de janeiro na Campus Party, realizada em São Paulo e que reuniu

A grande maioria das empresas que está apostando no mercado de monodose, ainda importa suas cápsulas. Como explicou Ricardo Souza, diretor de marketing da D.E Master Blen-ders, o volume comercializado ainda não justifica investimento em toda uma estrutura fabril.

Para Marcelo Provetti, representante comercial da OPEM, uma das maiores empresas fabricantes de equipamentos para envase de cápsulas, investir nesse segmento visando a terceirização pode ser também uma excelente opção. “Com cerca de R$ 1,5 milhão, pode-se montar uma máquina com capacidade de produção de 70 cápsulas por minuto, ou 7 milhões de unidades por ano, trabalhando em apenas um turno de 8 horas”. De acordo com ele, basta um galpão com 70 metros quadrados e um torrador. “A máquina já vem com moinho e é simples de operar”.

Quem está apostando nesse mercado é a empresária Monica Leonardi, que acaba de instalar a sua indústria – Leonardi Cápsulas – no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. De acordo com ela, grande parte das empresas de torrefação nacionais não tem como investir no equipamento para encapsular café, pois o investimento é alto e o retorno será apenas no longo prazo.

“Quero abrir o mercado e fazer com que os torrefadores possam oferecer seus produtos em cápsulas. Quero valorizar o café brasileiro”, afirma Monica, que também é diretora-executiva da La Spaziale no Brasil. No primeiro momento, as cápsulas serão direcionadas para bares, hotéis e restaurantes. Os planos para o varejo estão guardados para o segundo semestre do ano que vem. As cápsulas podem ser usadas em máquinas profissionais, adaptadas ou espe-cialmente projetadas para extrair o café das cápsulas.

Até agora, Monica conta com dez torrefadores interessados na novidade. Um deles é o café Santa Monica, que administra fa-zendas em Minas Gerais. A ideia é adotar um sistema aberto de produção, com a participação ativa dos torrefadores no pro-cesso de envasamento.

“Quero abrir o mercado

e fazer com que os

torrefadores possam

oferecer seus produtos em

cápsulas” Mônica Leonardi

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Nespresso Expertise Center

Desde setembro do ano passado, o espaço onde funcionava a Boutique Bar Nespres-so – primeiro endereço da empresa em São Paulo - passou a ser chamado Nespresso Expertise Center. O NEC é totalmente dedicado ao estudo e conhecimento do universo do café, voltado aos Membros do Nespresso Club, colaboradores, profissionais do mercado e amantes do café em geral com cursos e palestras sobre cafés.

Trata-se de um projeto mundial e que sempre esteve na estratégia da Nespresso desde a sua chegada ao Brasil. Este é o primeiro Expertise Center da marca nas Américas. Até então, os três primeiros eram na Ásia, sendo um em Tóquio, um em Osaka e o último em Seul.

O espaço conta com diferentes opções de cursos, entre eles um workshop sobre drinques gelados, um programa especial sobre a história por trás da tradicional mistura de café com leite, aulas sobre a arte da harmonização e uma viagem pelos Grands Crus da Nespresso com curso chamado “Descoberta Sensorial do Café”.

De forma interativa, os visitantes do NEC poderão realizar o Coffee Tour, um programa 360º onde todo o processo do café Nespresso é mostrado desde o plantio do grão até a cápsula. É possível descobrir os processos passando pelas diferentes origens, a trajetória do café para obtenção da mais alta qualidade passando pelas fases de seleção, blend, torra, moagem e encapsulamento, sem deixar de passar pelo desenvolvimento de máquinas e, claro a degustação de um dos Grands Crus da marca. No local também são promovidas sessões de degustação.

inúmeros jovens. Montaram a “Cafe-teria 3 Corações ” que foi o ponto de encontro do evento para aqueles que quisessem ter um descanso entre as palestras ou uma energia extra para ajudar a virar as muitas noites do evento. Foram servidos café ‘espres-so’, coado e cappuccino, sem nenhum custo para os participantes. Esse lo-

cal também foi o centro de distribui-ção de almofadas exclusivas do ca-ppuccino #PRONTO para aqueles que fizessem check-in no Foursquare. Outra ação de marketing promocio-nal foi o espaço “Start-Up&Makers”. Lembrando que os grandes negócios são sempre fechados acompanhados por um cafezinho, a empresa ajudou

a turma colocando à disposição três máquinas multibebidas TRES, além de cápsulas com os variados tipos de blends.

Máquinas customizadasMáquinas que trazem estampa-

das artes da rua. Essa é a novi-dade lançada pela Utam no início de 2014 em dois modelos da linha Utam Uno. As cafeteiras trazem as estampas do artista ribeirãopretano João Naccarato, com cores alegres, f lores e sorrisos - traços marcantes no trabalho do artista plástico, que também é músico e arquiteto.

A proposta da empresa foi mos-trar que cada obra é única e espe-cial ao seu modo, assim como cada consumidor. O artista escolhido para iniciar o trabalho de custo-mização optou por máquinas com um design diferenciado, lembran-do algumas de suas obras. “Levei o que estou fazendo nas ruas para as máquinas de café”, diz. Além das máquinas, João Naccarato também assina a linha de copos edição es-pecial, que pode ser adquirida na compra das cápsulas de café mono-doses Utam Uno.

A empresa também fez mudan-ças nas cápsulas, o que ocorreu em conjunto com sua parceira portu-guesa, após um intenso período de pesquisas e testes de qualidade. As novas cápsulas, de acordo com a Utam, contam com uma tecno-logia mais avançada. O produto, com formato ainda mais anatô-mico, proporciona menos troca de oxigênio e um melhor encaixe na máquina, “o que resulta um café ainda mais saboroso, mantendo as características fiéis de cada blend da nossa marca por muito mais tempo”, explica a diretora Ana Ca-rolina Soares de Carvalho. “Desde o ano passado, a Utam tem aposta-do no mercado single cup coffee e criou uma linha para ser posicio-nada como Premium, que foi muito bem aceita pelo nosso público. Por isso, resolvemos investir em sua ampliação para atingirmos novos tipos de perfis de consumidores”.

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QUALIDADE

Edição Especial chega ao mercado com 10 marcas produzidas com os grãos vencedores do Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café – Safra 2013

OS MELHORES CAFÉS DO

BRASIL Já virou uma tradição e os consu-midores que apreciam cafés finos, de altíssima qualidade, já sabem: anualmente, em meados de abril,

eles têm à disposição para comprar e saborear uma rara e exclusiva se-leção de grãos. Trata-se da Edição Especial dos Melhores Cafés do Bra-sil, cujas marcas são elaboradas por torrefações e cafeterias a partir da aquisição, em disputado leilão, dos lotes finalistas do Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café.

Este ano não foi diferente: no dia 10 de abril foi lançada a 10ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Bra-

CATEGORIA CEREJA DESCASCADO

Café Gran Reserva – marca da Coopinhal – Cooperativa dos Cafei-cultores da Região de Pinhal

Elaborada com o café produzido por Laura Lui-za Del Guerra Vergueiro na Fazenda Nova União, em Espírito Santo do Pinhal (SP).

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: Notas de aro-ma e sabor adocicadas e herbáceas como Chá Preto. Acidez cítrica delicadamente pronunciada e bom corpo.

Dueto Café, Café Florão, Café do Chef e Café Itamaraty

Marcas elaboradas com o café produzido por Luiz Boraneli na Fazenda Boraneli, em Curiuva (PR).

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: Bebida apenas mole, com suaves notas de mel e cereal. Acidez e doçura equilibradas com percepção média de corpo.

Confira os cafés desta 10ª Edição Especial

CATEGORIA CAFÉ NATURAL

Café Caiçara, Il Barista Cafés Espe-ciais, Café do Chef e Café Baronesa

Marcas elaboradas com o café produzido por Asdrubal Marques Cardoso na Fazenda Lage, em São Sebastião da Grama (SP).

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: Notas olfativas in-tensas de Dark Chocolate, Caramelo e Capim Limão. Bebida equilibrada, com boa composição de sabores (passas e frutas em compota). Acidez média/alta com predominância de ácido lático.

Café Supremo ArábicaElaborado com o café produzido por Geraldo

Alvarenga Rezende Filho na Fazenda Santana da Bela Vista, em São Sebastião do Paraíso (MG).

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: Notas iniciais adocicadas com leve sabor herbáceo. Acidez equi-librada e corpo marcante.

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CATEGORIA MICROLOTE

Café do ChefMarca elaborada com o café produ-

zido por Eufrásio Souza Lima no Sítio Boa Vista, em Barra do Choça (BA).

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: No-tas adocicadas a mel e frutas em compota no aroma. Bebida com doçu-ra marcante e complexidade de sabor (mel, xarope de maple e uvas madu-ras). Bebida encorpada, com acidez cí-trica média/alta, muito bom equilíbrio e finalização persistente e agradável.

Armazém do CaféMarca elaborada com o café produ-

zido por Carlos Eduardo Sicca Pasquali no Sítio dos Pinheiros, em Santo An-tônio da Alegria (SP). Características

sensoriais: Aroma floral intenso, com acidez cítrica pronunciada, doçura marcante, encorpado, uniforme e no-tas de frutas secas e melado.

Il Barista e Café do ChefMarcas elaboradas com o café pro-

duzido por Lupércio Bufalari no Sítio Ponte Nova, em Santo Antônio da Platina (PR).

CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS: Bebida mole com notas florais e frutadas no aroma e sabor. Acidez cítrica brilhante, corpo delicado e doçura equilibrada.

sil – Safra 2013, durante café da ma-nhã que realizado em São Paulo, no hotel Golden Tulip Paulista Plaza e que reuniu representantes do varejo supermercadista, industriais, pro-prietários de cafeterias, imprensa e apaixonados por café.

Esses cafés já estão sendo comer-cializados em lojas gourmets de diversos pontos do país, em emba-lagens de 250 gramas, identifica-das com selo numerado. A Edição Especial é integrada por 10 marcas: Café Gran Reserva, Café do Chef,

Café Caiçara, Café Baronesa, Café Supremo Arábica, Café Florão, Café Itamaraty, Il Barista Cafés Especiais, Armazém do Café e Dueto Café.

Durante o café da manhã foram entregues os diplomas às empresas campeãs, que são aquelas que mais se destacaram no leilão. A empre-sa Café do Chef, de Brasília, foi a campeã na Categoria Diamante, pelo maior investimento feito: R$ 10.229,00 com a aquisição de 8 sa-cas de lotes variados. A Café do Chef também conquistou o título de cam-peã na Categoria Especial, ao arre-matar o microlote do produtor cam-peão do concurso, Eufrasio Souza Lima, de Barra do Choça, na Bahia, por R$ 2.740,00 a saca (total de R$ 5.480) – maior valor pago por uma saca nesta categoria e que supera to-dos os lances dados nos demais con-cursos estaduais.

Já a Coopinhal – Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Pinhal, de Espírito Santo de Pinhal, em São Paulo, foi a empresa campeã na cate-goria Ouro pelo maior valor pago por uma saca de café Natural ou Cereja Descascado: R$ 1.054,54. A Coopi-nhal arrematou o lote de 8 sacas da produtora Laura Luiza Del Guerra,

Pavel Cardoso e Américo Sato entregam para Thiago Ferreira Gomes Françoso, da Coopinhal, o certificado de Empresa Campeã na Categoria Ouro, pelo maior valor pago em uma saca de café nas categorias natural ou cereja descascado.

Pavel Cardoso, vice-presidente de Qualidade e Programa de Certificação da ABIC, e o presidente Américo Sato com o empresário Jackson Luiz Pires Machado, do Café Piracanjuba, marca Café do Chef, de Brasília, empresa que foi a campeã em duas categorias: Diamante, pelo maior investimento feito, e Especial, pelo maior lance por saca na categoria Microlote

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também de Pinhal, pelo valor total de R$ 8.436,32. A Coopinhal partici-pa da edição com a sua marca Café Gran Reserva.

Os melhores cafés do Brasil, para os brasileiros

O Concurso de Qualidade seguido da Edição Especial é uma iniciativa da ABIC que tem como objetivo unir produtores e industriais, incenti-vando a todos para que invistam na melhoria contínua do café, brindan-do os consumidores com os melho-res grãos produzidos no país. Para a entidade, com esta ação o que se pretende é mostrar que, ao contrá-rio do que se pensava no passado, os melhores cafés do Brasil estão à disposição dos brasileiros.

A 10ª Edição Especial – Safra 2013 teve como característica a partici-pação de indústrias de porte médio e atuação regional, e de cafeterias. São tradicionais e novos participan-tes que estão investindo cada vez mais no segmento gourmet para pro-moção de suas marcas e fidelização de seus clientes.

A seleção desses melhores cafés tem início nos concursos estaduais realizados pelos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Os campeões desses

certames, que são promovidos nor-malmente entre os meses de agosto e novembro (após a época da colheita), são indicados para disputar o Con-curso Nacional ABIC de Qualidade do Café, em três categorias: Cereja Descascado e Natural (com lotes de 8 sacas cada) e Microlote (com 2 sacas apenas). Os cafés são então coloca-dos à disposição das indústrias, ca-feterias e de todos os demais interes-sados, desde que pessoas jurídicas. Os lotes finalistas são adquiridos em disputado leilão, e industrializados pelas torrefações com todo cuidado. Por fim, chegam aos consumidores em embalagens sofisticadas, de 250 gramas, em edições limitadas e con-troladas por selo numérico.

Participaram do leilão, realizado em dezembro, sete lotes de café que, juntos, somavam 38 sacas, todas arre-matadas no pregão. Esses lotes foram analisados detalhadamente, no final de novembro, pela Comissão Julga-dora no laboratório do CPC – Centro de Preparação de Café do Sindicafé – São Paulo, e provados, às cegas, repetidas vezes, em duas avaliações: pela metodologia do PQC – Programa de Qualidade do Café, da ABIC, para café torrado, e pela metodologia da SCAA – Specialty Coffee Association of America, para grão verde.

Público degusta os cafés da Edição Especial

O Concurso de Qualidade

seguido da Edição Especial

é uma iniciativa da ABIC que tem

como objetivo unir produtores

e industriais, incentivando a todos para que invistam na melhoria

contínua do café

O secretário de Agricultura de Barra do Choça Eric Fabiano da Silva, Américo Sato, o produtor campeão Eufrásio Souza Lima e Pavel Cardoso

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VAREJO

Empresas sofisticam produtos e ampliam o mix ofertado

E-COMM ERCE:NOVO ALIAD O DO CAFÉ

O e-commerce tem crescido rapida-mente no Brasil devido ao grande número de pessoas que entram no mundo das compras pela internet.

Conforme mostra o relatório Websho-ppers, divulgado pela consultoria E-bit no dia 12 de março, 9,1 milhões de pes-soas fizeram sua primeira compra na web em 2013, quase 18% do total de compra-dores registrado no ano. Isso permitiu ao setor alcançar 88,3 milhões de pedidos ao longo do último ano, 32% a mais que em 2012. De acordo com o relatório, as empresas que vendem pela internet fatu-raram, em conjunto, R$ 28,8 bilhões em 2013, 28% a mais que no ano anterior. O valor deve ser 20% maior em 2014, che-gando a R$ 34,6 bilhões.

A consolidação da Internet como um canal para comercialização de variados

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E-COMM ERCE:NOVO ALIAD O DO CAFÉ

produtos não está passando desperce-bido das empresas que atuam no setor de café. A grande maioria já possui “loja” em seus sites, e isso há tempos; mas muitas ainda ofertam unicamen-te sua linha de produtos, com poucos atrativos visuais ou interatividade. E é isso o que vem mudando: estão sur-gindo empresas que vêm sofisticando seus produtos e serviços, ampliando o mix de ofertas, inclusive de itens, como acessórios para variados pre-paros de café filtrado ou ‘espresso’, fabricados por terceiros.

Praticidade e conveniência são o que mais atraem os consumidores – que também buscam promoções, como desconto no frete ou cupom promocional. Para Nathan Herszko-wicz, diretor-executivo da ABIC, trata-se de um consumidor de café diferenciado. “É uma pessoa que gos-ta de experimentação, perde tempo na escolha, mas não gosta de perder tempo no ato da compra do café”.

Um bom exemplo é o site da Mar-tins Café (http://martinscafe.com/), empresa dos jovens sócios Mariano Martins, Fabiola Filinto e Maira Lo-pes. Depois de três anos de pesquisa e trabalho na fazenda Santa Margari-da, em São Manoel (SP), propriedade da família de Mariano, eles encon-traram o modelo de negócio ideal e a partir de 2011 iniciaram a venda de café, incluindo blends com algumas

especiarias. A página traz um visu-al moderno, com o personagem robô que é a marca da empresa. Também é interativa, convidando o consumidor a descobrir qual o seu tipo de café, a partir de informações básicas do dia a dia da pessoa. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, eles dis-seram ter optado pela web por dois motivos: não queriam definir um ponto de venda sem antes saber onde o mercado estava, e não queriam que o negócio ficasse restrito a São Paulo, só porque a marca é paulista. A pro-posta deles é alcançar pessoas de to-dos os lugares que gostam de café es-pecial e queiram comprar o produto.

Outra proposta inovadora, lançada no final de 2013, é o Clube Café Sem Fronteiras (http://cafesemfronteiras.com.br/). A pessoa se associa e pas-sa a receber, mensalmente, o café – que pode ser em cápsula, para quem aprecia ‘espresso’, ou torrado e moído em sachê, para preparar no coador ou filtro. Após fazer a opção, o associa-do passa a receber mensalmente 10 cápsulas de café importado (origens variadas) e 10 cápsulas de café nacio-nal. Quem opta pelo sachê, também recebe 10 unidades de café importado e 10 de café nacional, mais 20 coado-res de papel. No primeiro mês, am-bos recebem um kit barista com uma xícara com medidas especiais e pires personalizado. Quem escolheu sa-chê, ganha um coador especial para o preparo do cafezinho. A proposta do clube é oferecer aos consumidores a oportunidade e experiência de pro-var e conhecer cafés do mundo todo, inclusive do Brasil.

Uma das pioneiras no setor foi a Café Store (http://www.cafestore.com.br), loja criada em 2010 para atender a demanda dos consumidores que querem produtos diferenciados e que são de difícil acesso no merca-do brasileiro. Com foco principal em café gourmet, o site é dividido em categorias, como cafés (mais de 200 opções), máquinas de ‘espresso’, dife-rentes tipos de cafeteiras, acessórios, como xícaras, xarope, colher e be-bidas de café, acompanhamentos do café, livros e presentes.

Os sócios da Martins Café optaram pela web por dois motivos: não queriam definir um ponto de venda sem antes saber onde o mercado estava, e não queriam que o negócio ficasse restrito a São Paulo

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Faturamento somou R$ 76,405 bilhões; desde 2007 o setor

não registrava crescimento inferior

a 10%. O crescimento foi garantido pelo

desempenho das padarias que oferecem

serviços completos de fast-food e de

conveniência

SETOR DE PANIFICAÇÃO CRESCE 8,7%

EM 2013

VAREJO

As empresas de panificação e confeitaria movimentaram R$ 76,405 bilhões em 2013, fatura-mento 8,7% superior ao regis-

trado no ano anterior. Pela primeira vez desde 2007, entretanto, o setor registrou índice de crescimento in-ferior a 10%. “Essa desaceleração é decorrente principalmente da alta de custos experimentada pela panifi-cação. Para ter uma ideia, os preços da farinha de trigo, que representam 40% dos custos dos produtos panifi-cados, sofreram aumento médio de 22%, o que representou impacto de 9% nos reajustes de preços realiza-dos no ano”, informa o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), José Batista de Oliveira.

Os números apresentados pelo di-rigente foram levantados pelo Insti-tuto Tecnológico (ITPC), em parceria com a Abip, por meio de pesquisa realizada junto a 1.200 empresas de todo o país, abrangendo represen-tantes do setor de todos os portes. O crescimento do faturamento, segun-

63,2milé o número de empresas que

constituem o setor

Que foram frequentadas

diariamente, no último ano, por

43milhões

Houve um aumento de

número de postos de trabalho de

2%

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dimentos, modernizações e amplia-ções, como tornará o produto ainda mais acessível à população. Dessa forma, o Brasil poderá incremen-tar seu hoje acanhado consumo per capita de pães, situado na faixa dos 33 quilos/habitante/ano, o que vem a ser pouco mais da metade dos 60 quilos/habitante/ano recomendados pela ONU. Na Argentina, o consumo per capita anual é de 70 quilos e, no Chile, é acima dos 90 quilos.

Pão e CaféO café é um produto que tem par-

ticipação importante nas panifica-doras, com destaque para aquelas que oferecem serviços completos de fast food e conveniência. De acordo com o assessor de comuni-cação da Abip, Alex Branco, “está havendo um aumento na oferta e no consumo de cafés finos, espe-ciais, nas padarias. Esse avanço é ref lexo do processo de “reinven-ção” das panificadoras brasileiras para enfrentar o assédio das gran-des redes de supermercados”.

Essa reação começou a ocorrer no final dos anos 90, quando as gran-des redes começaram a absorver os pequenos negócios (mercearias, quitandas, peixarias, açougues, armazéns etc.). “O pão também foi alvo das redes de supermercados e, para conter o avanço, as pani-ficadoras investiram pesadamente num processo de modernização, passando desde a gestão do negó-cio (f luxo de caixa, etc.) até a pres-tação de serviços, lay-out de lojas, serviços diferenciados, maior mix de produtos, self-service, deli-very, etc. Com isso, as padarias passaram a ser autênticos centros de conveniência para o consumi-dor, ofertando produtos de maior praticidade e sofisticação. Neste sentido, ganhou impulso a venda de cafés finos, especiais. Essa ten-dência é verificada não apenas em São Paulo, mas nas demais capi-tais brasileiras e grandes centros urbanos. Entendemos que é um movimento que veio para ficar”.

por bebidas, mercearia e laticínios. O presidente da Abip também des-

taca a importância socioeconômica do setor, lembrando que o segmen-to, além de ser importante gerador e mantenedor de mão de obra, é constituído basicamente por micro e pequenas empresas. “Mais da me-tade das padarias empregam até 20 funcionários”, destaca ele.

Dada a importância do setor, Ba-tista de Oliveira defende a acelera-ção do projeto que desonera os pro-dutos panificados, que se encontra em trâmite na Câmara Federal. “Tra-ta-se de matéria da maior importân-cia para a economia e para a socie-dade brasileiras”, diz o presidente da Abip. Para ele, a decorrente redução dos custos dos produtos panificados não apenas terá impacto positivo di-reto sobre a atividade, estimulando investimentos em novos empreen-

do Batista de Oliveira, foi garantido pelo desempenho das padarias que oferecem serviços completos de fast--food e de conveniência.

O número de empresas que cons-titui o setor continua sendo de 63,2 mil, que foram frequentadas por cerca de 43 milhões de clien-tes diariamente, no último ano. Já o número de funcionários na pa-nificação somou 820 mil empregos diretos e 1,85 milhão de forma in-direta. Houve um aumento de 2% no número de postos de trabalhos criados ano passado, o que repre-senta 18 mil funcionários contra-tados pelas padarias.

No mesmo período, o faturamen-to por funcionário aumentou 9,4% e o salário médio cresceu 26%. Já as vendas de produção própria repre-sentaram 55% do volume de fatura-mento, ou R$ 42,02 bilhões, seguidas

empregos diretos gerados

pelo setor

820mil

de aumento no número de funcionários

9,4%

Aumento no salário médio de

26%

do volume do faturamento é representado pelas vendas

de produção própria

55%

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EVENTO

Evento será um grande fórum de análise e discussão das grandes novidades que estão impactando o

mercado e inf luenciando um novo comportamento dos consumidores de café

O DESAFIO DA MODERNIZAÇÃO E INOVAÇÃO

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Os assuntos de maior interesse do setor industrial serão o foco da programação do 22º Encafé, que a ABIC promoverá de 19 a 23 de

novembro no resort Enotel, em Porto de Galinhas, no litoral sul de Per-nambuco e que este ano tem como tema “A Indústria de Café e o De-safio da Modernização e Inovação”.

De acordo com a comissão orga-nizadora, a proposta nesta edição será debater e conhecer as grandes mudanças que estão acontecendo no comportamento dos consumidores, com novos produtos sendo lançados com frequência, com inovação e mo-dernidade, num ambiente de saudá-vel disputa entre os cafés filtrados e os cafés porcionados (sachês, cáp-sulas), para premiar os consumido-res com mais qualidade e agregando

mais valor às marcas e aos negócios das empresas.

A programação contará com pai-néis e palestras, apresentação de ca-sos de sucesso, além de workshops e outras atividades práticas, em um ambiente de troca de informações e reciclagem de conhecimentos e atua-lização. Haverá espaço e tempo para se analisar temas como marketing, questões pontuais do mercado com relação a abastecimento, qualidade e canais de distribuição. E mais uma vez, o evento contará com a Expo-sição de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços, que permite aos participantes um contato direto com as equipes técnicas das empre-sas do setor, que estarão apresentan-do a mais moderna tecnologia para a indústria de café.

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COMEMORE: 24 DE MAIOÉ O DIA NACIONAL DO CAFÉ

Os brasileirOs sãO tãO apaixOnadOs pOr café que esta bebida tem, desde 2005, uma data exclusiva para ser cOmemOrada: 24 de maiO - dia naciOnal dO café. incOrpOrada aO calendáriO brasileirO de eventOs pOr sugestãO da abic, a data simbOliza O iníciO da cOlheita em grande parte das regiões cafeeiras e é cel-ebrada pOr cOOperativas, expOrtadOres, cafete-rias e pelas indústrias que, em parceria cOm O varejO, prOmOvem ações lOcais cOm lançamentOs de nOvOs prOdutOs e realizaçãO de degustações nOs pOntOs de venda. a data também ganhOu O apOiO da imprensa que, aO lOngO desses anOs, cOmemOra cOm matérias sObre cOmpOrtamentO, hábitOs de cOnsumO, curiOsidades, nOvas fOrmas de preparO da bebida e dicas de receitas de drinques e pratOs dOces e salgadOs.

De volta ao NordesteAtendendo a solicitação dos parti-

cipantes do Encafé, em pesquisa re-alizada pela ABIC, o evento retorna ao Nordeste, a um hotel resort de-sign de alta classe e com sistema all--inclusive (toda a bebida e comida já incluídas na diária). A ABIC já rea-lizou o Encafé no Enotel, que possui um Centro de Convenções ideal para abrigar todas as atividades progra-madas, sejam plenárias, salas para workshops e apresentações técnicas e área para a exposição.

Mas o retorno a este resort se dá também pelas novidades que eles estão inaugurando este ano e que estarão à disposição dos partici-pantes: um novo parque aquático magnífico para fazer a alegria dos convidados, esposas e filhos, e o SPA, que agora leva a assinatura da clínica Leger, do renomado ci-rurgião Dr. Roberto Chacur. Insta-lado em uma área de 1.000 metros quadrados, o SPA possui circuito de piscinas, saunas, gruta com pisci-na salina, salão de beleza, butique e uma clínica dermatológica.

O Enotel oferece inúmeras ativi-dades de lazer e uma gastronomia irreparável, e tudo isto muito perto de Porto de Galinhas, que foi eleita por vários anos como a melhor praia do Brasil. Além de passeios de jan-gada às piscinas naturais, com água

cristalina que permite que se vejam pequenos peixes coloridos e muitas outros espécies marinhas, Porto de Galinhas tem como atrativo inúme-ros restaurantes e muitas lojas com artesanatos feitos na região. E mais: fica a apenas 2,5 km do Enotel.

A proximidade com a capital per-nambucana (está distante 60 km do aeroporto) também permitirá aos participantes programar passeios como ao Recife Antigo e mesmo a Olinda.

InscriçõesAs inscrições já estão abertas.

Aproveite o parcelamento facilitado e garanta já a participação da sua empresa – e também de seus ami-gos e parentes, já que o Encafé é um encontro para congregar toda a fa-mília do café.

A taxa de inscrição inclui: pasta e materiais de trabalho, participação em todas as atividades, e transporte do aeroporto internacional de Reci-fe ao Enotel, no dia 19/11, e retorno do hotel ao aeroporto, no final do evento, dia 23/11.

Todas as informações estão no site da ABIC (www.abic.com.br), onde também está a ficha de inscrição.

Dica: aproveite e já reserve sua passagem aérea. As companhias têm oferecido preços promocionais para compras antecipadas!

● as primeiras mudas de café fOram trazidas da guiana francesa para O pará em 1727, pelO Oficial pOrtuguês franciscO melO palheta. desde entãO, O café praticamente fez O país, criandO cidades e gerandO riqueza pOr Onde passOu. cultura nômade a princípiO, dO pará O café fOi para O riO de janeirO e de lá, seguiu para O vale dO paraíba, nO estadO de sãO paulO e, via serras fluminenses, cOnquistOu minas gerais e, em seguida, paraná e espíritO santO.

CuRIOsIDADEs:● pOde-se dizer que nenhuma Outra lavOura gerOu tantOs benefíciOs aO país quantO O café. inspirOu gêniOs cOmO cândidO pOrtinari, tarsila dO amaral e djanira, e patrOcinOu grandes eventOs, cOmO a semana de arte mOderna, realizada em sãO paulO em 1922, que mudOu radicalmente a arte brasileira.

● O café faz bem para a saúde. estimula O raciOcíniO, a memória, aumenta O estadO de vigília. é uma bebida sOcial, que aprOxima e faz amigOs. e O atO de tOmar café também significa uma prazerOsa pausa na cOrreria que se vive nO trabalhO, em casa Ou na escOla.

● tOdO dia é dia de café, de nOrte a sul dO brasil. mas nO dia 24 de maiO é a vez de indústrias, prOdutOres, expOrtadOres, cOOperativas, jOrnalistas, artistas, escritOres e cOnsumidOres retribuírem cOm uma hOmenagem especial a essa fOnte inesgOtável de prazer, arOma e sabOr. cOmemOre!

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CAFÉ E SAÚDE

Estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro no âmbito do Consórcio

Pesquisa Café, coordenado pela

Embrapa Café, explora aspectos relacionados

à capacidade antioxidante do café

Por Ascom Embrapa Café

CAFÉ: MUITO ALÉM DA CAFEÍNA

Quando se fala em café muitos ain-da relacionam a bebida somente à presença da popular cafeína. O que ainda não é de conheci-

mento geral é que os grãos de café possuem apenas de 1% a 2,5 % de ca-feína e diversas outras substâncias, algumas delas em maior quantidade. Entre elas, minerais, vitamina B3, polissacarídeos, gorduras, aminoáci-dos e antioxidantes, como os ácidos clorogênicos, substâncias naturais

Profa. Adriana Farah

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responsáveis por grande parte da ati-vidade antioxidante do café.

Segundo a professora e pesquisa-dora Adriana Farah, do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz Car-los Trugo – Nupecafé, do Instituto de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, os ácidos clo-rogênicos pertencem à mesma classe dos antioxidantes do vinho e são co-mumente encontrados nos grãos ver-des de café na proporção de 5% a 9%, dependendo da espécie, cerca de cin-co a três vezes mais que a cafeína. Os antioxidantes são considerados alia-dos da saúde e da qualidade de vida por neutralizarem a ação dos radicais livres no organismo, prevenindo uma série de doenças.

Um estudo realizado pela professo-ra Adriana Farah, com financiamen-to do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, mostrou que o teor de ácidos clorogênicos na bebi-da, e, consequentemente, sua capaci-dade antioxidante, depende de uma série de fatores, tais como genética, processamento pós-colheita, método e grau de torrefação, tamanho das

partículas do café moído e do método de preparo da bebida. A pesquisadora tem resultados promissores alcança-dos sobre a importância desses com-postos na saúde humana e mostra que, mesmo após a perda resultante do processo de torrefação, os teores restantes são consideráveis e fazem com que o café seja um dos produtos responsáveis pela capacidade antio-xidante na dieta do brasileiro.

Confira mais detalhes sobre a pesquisa e como os antioxidantes presentes no café interferem bene-ficamente no organismo humano em entrevista realizada pela Embrapa Café com a professora e pesquisado-ra da UFRJ. Adriana Farah é gradu-ada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Ciências de Alimentos pelo Ins-tituto de Química da mesma Univer-sidade, tendo realizado parte de sua tese no Institute for Coffee Studies at Vanderbilt University Medical Cen-ter (EUA). Foi pesquisadora no Neu-roscience Laboratory e no Clinical Research Center do Massachusetts Institute of Technology (EUA).

Atualmente, Adriana Farah é do-

cente dos programas de pós-gradua-ção em Ciência de alimentos do Ins-tituto de Química e de Nutrição da UFRJ. É também membro do comi-tê científico da Association for the Science and Information on Coffee (ASIC), sediada em Paris, e bolsista de produtividade do CNPQ.

A que se deve a capacidade antio-xidante do café?

Nos últimos anos, inúmeros com-postos fenólicos, ou polifenóis, que têm ação antioxidante, têm sido des-cobertos no café, a maioria, ácidos clorogênicos e derivados. O café é uma das maiores fontes desses compostos na natureza, e mesmo sensíveis ao calor, uma grande parte desses com-postos permanece nos grãos, princi-palmente até o ponto de torra média a média-escura. A torra escura deve ser evitada. Embora os cafés de torra mais clara sejam os que conservam maior teor de antioxidantes, a torra clara deve também ser evitada devido à for-mação de acrilamida (potencialmente prejudicial ao organismo) no início da torrefação, seguida de degradação à medida que o processo progride. Além

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de os cafés de torra média a média-es-cura manterem teores consideráveis de ácidos clorogênicos, quando com-parados a outros alimentos da dieta, estes também possuem outros com-postos bioativos, como as lactonas dos ácidos clorogênicos ou quinídeos, de-rivados do piridínio, polissacarídeos e o ácido nicotínico (vitamina B3), além de outros compostos antioxidantes in-corporados à melanoidina, responsá-vel pela cor marrom do café torrado.

E como os antioxidantes influen-ciam na melhoria da saúde e quali-dade de vida?

Os antioxidantes podem atuar complexando-se com radicais livres e interrompendo suas reações em cadeia, prevenindo assim, danos ao DNA das células e o envelhecimento precoce. Eles também podem impedir a oxidação das LDL (lipoproteínas de baixa densidade), sendo capazes de diminuir a incidência de doenças co-ronarianas e, indiretamente, alguns tipos de infarto, e de ajudar a pre-venir o estabelecimento de doenças degenerativas, entre elas a ateroscle-rose, doença de Alzheimer e diabe-tes do tipo II (especialmente o café descafeinado). Em estudos realizados em laboratório, o café foi também relacionado à prevenção do câncer, já que os ácidos clorogênicos foram capazes de modificar vias metabó-licas de compostos cancerígenos, inativando-os. Entre outros efeitos atribuídos a esses compostos do café (alguns observados pelo nosso gru-po) estão os efeitos estimulante da digestão, hepatoprotetor (na preven-ção da cirrose e câncer de fígado), imunoestimulante, anti-obesidade, anti-hipertensivo, antiviral e anti-bacteriano (inclusive em relação a bactérias causadoras da cárie e doen-ças periodontais). No caso dos ácidos clorogênicos do café, é interessante o fato de, com exceção da prevenção da diabetes do tipo II, o café integral parece ser mais efetivo do que o café descafeinado, algumas vezes não de-vido à ação da cafeína em si, mas de seus metabólitos no organismo.

Poderia explicar melhor o que são radicais livres, por que devem ser combatidos também com o consu-mo de café?

Os radicais livres são espécies quí-micas com um ou mais elétrons de-semparelhados, altamente reativos e capazes de oxidar substratos biológi-cos, podendo levar à morte celular, e, como já mencionado, envelheci-mento, danos ao DNA das células, e estabelecimento de doenças crônico--degenerativas como a aterosclerose, doenças coronarianas, diabetes tipo II, doença de Alzheimer e câncer. Es-sas espécies reativas são naturalmen-te produzidas no metabolismo normal do organismo e são “combatidas” pe-los próprios antioxidantes produzidos pelo organismo, bem como aqueles ingeridos na alimentação. As doenças degenerativas acontecem quando há desequilíbrio entre os radicais livres e os agentes antioxidantes, instalando--se o estresse oxidativo. O consumo de café a longo prazo parece exercer papel na prevenção de doenças crôni-co-degenerativas, é o que vários es-tudos realizados em diferentes partes do mundo apontam. Além disso, em um estudo americano, o consumo de café a longo prazo foi relacionado com maior longevidade devido à ação dos seus antioxidantes no organismo.

Os antioxidantes podem atuar

complexando-se com radicais livres

e interrompendo suas reações em

cadeia, prevenindo assim, danos ao

DNA das células e o envelhecimento

precoce

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Por que o café, na sua opinião, é uma das fontes mais importantes de antioxidantes na alimentação de grande parte dos brasileiros?

Em pesquisa desenvolvida no nosso laboratório foi constatado que devido ao seu alto teor de ácidos clorogêni-cos, o café apresenta maior capacidade antioxidante entre os alimentos mais consumidos (de acordo com o IBGE) no Brasil, seguido pelo chá-mate, também rico em clorogênicos, vinho tinto e açaí. Somado a isso seu alto consumo pela população brasileira, o café foi, de longe, destacado como o mais importante contribuinte para a capacidade antioxidante total da dieta do brasileiro, independente da renda e da grande região do Brasil, desta-cando a bebida como alimento impor-tante. Esse fato tem sido observado também em outros países, como EUA, Japão, Itália, Noruega, entre outros.

Qual o estágio atual da pesquisa e seus desdobramentos?

A atividade antioxidante dos áci-dos clorogênicos já está consolidada e sabemos agora que é semelhante à ação antioxidante da vitamina C. Em estudo recente, observamos que, em-bora esses compostos sejam degrada-dos durante a torrefação, parte deles é incorporada às melanoidinas forma-

das durante o processo e que, por essa razão, essas substâncias também pos-suem atividade antioxidante. Isso faz com que essa atividade perdure por mais tempo no café durante a torrefa-ção, apesar da diminuição do teor de ácidos clorogênicos.

É conhecido que os grãos de Co-ffea canephora (café conilon) contêm maiores teores de ácidos clorogênicos em relação aos grãos de Coffea ara-bica. Observamos que o teor desses compostos varia consideravelmente na mesma espécie e variedade, em di-ferentes safras e que, por isso, não se pode dizer que uma variedade é me-lhor fonte de ácidos clorogênicos do que outra, a menos que várias safras sejam acompanhadas, e, até mesmo, de origens diferentes, pois há uma sé-rie de fatores extrínsecos que podem influir nos teores de ácidos clorogêni-cos da planta.

Em relação ao método de benefi-ciamento primário utilizado, cafés processados por via úmida parecem apresentar teores relativamente mais elevados de ácidos clorogê-nicos em relação ao método semi--úmido ou natural utilizado mais comumente no Brasil. É provável, no entanto, que esses maiores teo-res sejam na verdade causados pela perda de outros compostos mais hi-drossolúveis no processo.

A velocidade com a qual o café é torrado também influi nos teores de ácidos clorogênicos. Quanto mais rapidamente o café é torrado, maior a conservação desses compostos. No entanto, temos que manter uma perspectiva global e, considerando outras substâncias, inclusive a de-gradação de acrilamida, que é dese-jada, e o desenvolvimento de aroma, velocidades médias, com temperatu-ras médias, são preferíveis.

Também observamos que as granu-lometrias mais finas rendem teores mais elevados de ácidos clorogênicos e que os métodos de preparo na ca-feteira expresso, cafeteira italiana e cafeteira elétrica extraem mais ácidos clorogênicos do que os métodos manu-ais de preparo da bebida. No entanto,

mais uma vez, não podemos esquecer que a granulometria influencia for-temente o resultado na xícara e deve ser apropriada para cada tipo de café, torra e método de preparo.

Outro aspecto que investigamos en-tre os que envolvem os ácidos cloro-gênicos é o seu metabolismo no orga-nismo humano. Há cerca de dez anos, pensava-se que esses compostos não eram absorvidos em humanos e que, portanto, sua importância na bebida era reduzida. Por meio de pesquisa financiada pelo Consórcio Pesqui-sa Café, nosso grupo foi o primeiro a identificar os principais compostos da classe dos ácidos clorogênicos no plasma e na urina de humanos. A par-tir daí, temos estudado seu metabolis-mo e sua interação com outros compo-nentes de alimentos e medicamentos. Observamos que existe grande varia-ção entre as pessoas no que diz res-peito ao metabolismo desses compos-tos e isso está relacionado com uma série de fatores que incluem hábitos alimentares e genética. Sabemos ago-ra que a flora bacteriana exerce um papel importante na transformação dos compostos que não são absorvidos na parte superior do trato digestório e esses metabólitos da flora ainda po-dem ser parcialmente absorvidos pelo organismo, na forma de metabólitos bioativos. A presença de compostos antioxidantes no intestino grosso também pode reduzir a incidência de câncer de cólon.

Nos estudos, há parcerias com es-colas e instituições? E o papel Con-sórcio Pesquisa Café nesse projeto?

Nosso laboratório realiza projetos colaborativos com universidades in-ternacionais nos EUA, Canadá, Portu-gal, Espanha, Itália, Noruega, Turquia e com universidades e instituições de pesquisa de outros estados do Bra-sil. A participação do Consórcio tem sido de grande importância, não só apoiando os projetos relacionados com os compostos antioxidantes, mas tam-bém projetos envolvendo qualidade da bebida e desenvolvimento de novos produtos à base de café.

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QUALIDADE

CENTRO DE PREPARAÇÃO

DE CAFÉ

O CPC - Centro de Preparação de Café do Sindicafé – São Paulo, está com novidades. A primeira é a contratação do premiado ba-

rista Rafael Godoy, que passa a ser o novo instrutor, função até então ocupada pela barista Cleia Junquei-ra, que seguirá trabalhando na área, mas em Dubai, em uma empresa de torrefação local.

Vencedor de vários campeonatos regionais e do Campeonato Brasilei-ro de Barista de 2012, Rafael Godoy, paulista de 25 anos, começou sua carreira na Suplicy Cafés Especiais, onde trabalhou por sete anos, apren-dendo todas as técnicas da profissão. O ano de 2012 também marcou a mu-dança de Rafael da Suplicy, que saiu

Novidades: o barista Rafael Godoy é o novo instrutor e

programação passa a contar com um novo curso, idealizado por

Ensei Neto, sobre Educação Sensorial para Apreciação de

Bebidas & Alimentos

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o curso tem 36 horas-aula, incluindo aula externa denominada Exploran-do Aromas & Sabores e uma aula op-tativa noturna que explora diferentes Harmonizações. Serão ainda convi-dados dois professores especialistas para dar maior amplitude de temas ao conteúdo do curso. Para esta pri-meira turma farão parte da equipe de professores Sonia Yamane, sake som-melier, e Carlos Henrique Silva, espe-cialista em Chocolates Finos.

Ao final do curso, os alunos pas-sarão a ter novas perspectivas para a apreciação de bebidas e alimentos, desvendando sabores e aromas com maior precisão e profundidade.

Mais informações pelo e-mail [email protected]

para integrar a equipe de treinamen-to técnico da Italian Coffee.

Agora no CPC, ele diz estar achan-do ótimo o trabalho. “Aqui atendo diversos públicos, desde o empresá-rio que quer abrir uma cafeteria até o funcionário, que vem aprender novas técnicas”. Ele próprio está aprovei-tando para reciclar conhecimentos.

Não é a primeira vez que Rafael trabalha com o Sindicafé e a ABIC. No ano passado, ele integrou a equipe que promoveu degustações de cafés na rede americana Central Market, no Texas. Esta atividade – Passapor-te Brasil –, realizada pela ABIC em parceria com a Apex-Brasil, foi con-siderada por Rafael Godoy excelente. “Foi muito bom manter contato com um público diferenciado, conhecer sua experiência. É uma nova visão”.

Novo CursoA segunda novidade do CPC é o

novo curso, cuja primeira turma será de 20 a 23 de maio. Desenhado e es-truturado por Ensei Neto, engenheiro químico com especialização em Tec-nologia de Alimentos e Marketing e consultor e especialista em Gestão Sensorial, o curso Educação Senso-rial para Apreciação de Bebidas & Alimentos foi criado por Ensei par-tindo da premissa que “todas as pes-soas são sofisticados equipamentos de Análise Sensorial”.

De acordo com Ensei Neto, através de sólida base científica, neste curso os mecanismos de funcionamento da Olfação e Gustação são explorados a partir da desconstrução dos princi-pais grupos de Aromas e Sabores que compõem as Bebidas & Alimentos para melhor entendimento de como eles devem ser apreciados. “Os di-ferentes sabores Doces, Salgados e Ácidos, por exemplo, são desconstru-ídos e estudados para compreensão de como atuam em nossos sistemas sensoriais. Dessa forma, os alunos poderão não apenas identificar cada um deles, mas, também, quantifi-car através de modelos de referência cada grau de intensidade”.

Concebido em modelo de imersão,

Concebido em modelo de imersão, o curso tem 36 horas-aula

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COFFEE BREAKHOMENAGEM À ABIC

A ABIC foi uma das entidades homenageadas no Agrocafé 2014, evento realizado pela Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) de 24 a 26 de março em Salvador, no Bahia Othon Palace Hotel. A proposta dos organizadores foi homenagear as enti-dades que prestam relevantes serviços ao agronegó-cio café. O presidente da ABIC, Américo Sato, rece-beu a homenagem em nome de todos os associados.

O evento este ano teve como tema o slogan “Café – A Força de uma Nação” e contou com a participação de Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da ABIC, no painel que traçou as “Propostas de Marketing In-ternacional do Café Brasileiro”, que teve como coor-denadores Florindo Dalberto, do Iapar, e o cafeicul-tor Glauber de Castro.

Além do debate de temas atuais e relevantes da ca-feicultura, no Agrocafé também foram apresentados resultados de trabalhos científicos com o objetivo de fortalecer todos os elos do agronegócio café, em par-ticular, o da Bahia. “O evento é realizado sempre no início do ano com a intenção de despertar o mercado e o setor governamental para a realidade cafeeira, traçar diretrizes, debater e buscar soluções para os principais impasses do setor”, afirma João Lopes Araújo, presidente da Assocafé.

BIBLIOTECADe autoria da Cristina Ruiz, já está nas livrarias a publicação O Café, da Bi-

luma Cultural Editora de Arte. Inspirada por muita sensibilidade e certo grau de lirismo, a autora conta a interessante história do café no mundo e no Brasil, através de textos agradáveis e imagens de grande plasticidade. Trata-se de uma edição de arte, com uma apresentação gráfica elegante, design moderno, que prende o leitor logo nas primeiras páginas. A pesquisa e seleção de fotografias antigas e contemporâneas, realizada com muito cuidado, traz numa linha cro-nológica, o café, para todos os seus amantes, em detalhes. O livro tem prefácio e consultoria técnica do consultor Ensei Neto, e é em inglês e português.

Hitanêz Freitas

Hitanêz Freitas

O presidente Américo Sato entre João Lopes Araújo e Antônio Carlos Berenguer, respectivamente presidente e diretor administrativo da Assocafé

O diretor-executivo Nathan Herszkowicz durante a palestra no painel sobre Marketing Internacional do Café Brasileiro

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O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento, Neri Geller, empossado dia 18 de março, reu-niu-se oficialmente com representantes do agronegócio café no dia 4 de abril. Gaúcho de Selbach, Geller, que sucede ao ministro Antônio Andrade, construiu sua carreira profissional em Lucas do Rio Verde (MT), para onde se mudou em 1984, aos 15 anos de idade. Atual-mente, desenvolve atividade de plantio e comercializa-ção de grãos, como soja e milho, em sua propriedade. Também tem empresa no setor de combustíveis e foi vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado do Mato Grosso (Aprosoja), além de deputado federal em 2007 e 2011.

Antes de assumir a pasta da Agricultura, Geller este-ve à frente da Secretaria de Política Agrícola do Minis-tério desde janeiro do ano passado, quando participou ativamente da elaboração do atual Plano Agrícola e Pe-cuário. Na transmissão do cargo, na manhã do dia 19 de março, Antônio Andrade enfatizou o trabalho realizado durante este um ano à frente do Mapa, como o lança-mento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014 com investimento de R$136 bilhões, o maior da história, e a abertura de mercados para produtos brasileiros. Neri Geller agradeceu a oportunidade de ocupar hoje o cargo de ministro da pasta e disse que fará sua gestão baseada na lisura e na transparência.

INOVAÇÃOUnir as duas bebidas mais tradicionais do Brasil em um só produto não foi tarefa

fácil, mas a Baggio Café, empresa centenária no cultivo dos grãos, conseguiu. O sa-bor do café mesclado com o aroma da cachaça agora pode ser encontrado em uma só bebida, o Happy Hour Café com Cachaça. Em embalagem de 250 gramas, o produto é um blend de café torrado e moído – da linha Fatto Uno, escolhida por sua sutil acidez aliado a um corpo intenso, ainda com notas de caramelo e fruta passa – com aroma da premiada e tradicional cachaça Fuzuê, de Araras, São Paulo.

O produto, desenvolvido para o projeto Seleção Brasileira de Alimentos, foi servido durante o carnaval nos camarotes da Brahma em Salvador e em São Paulo. E já está sendo comercializado também em Campo Grande, onde a Baggio mantém parceria com a Casa Beltrão, estabelecimento fundado no ano passado com a proposta de promover a cultura mineira na capital do Mato Grosso do Sul.

“Foi um pouco trabalhoso alinhar o sabor da cachaça com o do café. A mistura dos componentes de ambas as bebidas, quando unificadas, trazia a sensação de amargor. Depois de vários testes, felizmente conseguimos o aroma ideal para a combinação“, afirma Clodoaldo Iglezia, diretor industrial da Baggio Café.

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AGRONEGÓCIO CAFÉ: ENCONTRO COM GELLER

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UMA LIDERANÇA IMPROVÁVEL NA INDÚSTRIA DO CAFÉ

O mercado de café é tradicionalista em toda a sua cadeia. Pela cultura de produção e industrialização no Brasil, quem sempre comandou as

etapas do mercado foram os tais “Ba-rões do Café”. As mulheres têm aos pou-cos conquistado o seu espaço, fazen-do ouvir a sua voz e se unindo, como com a criação da IWCA (International Women’s Coffee Alliance ou Aliança In-ternacional das Mulheres do Café), para fortificar a atuação de cada uma de nós em todas as etapas da produção do café.

Mas uma questão ainda é crítica e difícil de ser resolvida: a liderança do mercado de café está envelhecida. Co-nhecendo melhor a indústria do café, pouco tenho visto de representantes da geração Y, quem dirá da Z!

O contexto histórico justifica o con-servadorismo e a estabilidade atual, mas isso aos poucos se caracterizará como um retrocesso. Todas as indústrias de café com certeza devem possuir pessoas mais jovens em seu organograma, mas na liderança, na definição dos rumos e no rejuvenescimento das ideias, os jo-vens já estão em extinção.

Tenho um respeito absoluto por todos os industriais que vivem o cotidiano difícil do mercado, porque a voz da ex-periência é a mais sábia de todas, com toda a certeza. Mas a hereditariedade não tem sido um processo comumente visto e os impérios construídos a ferro

OPINIÃO DO TORREFADOR

Como ser mulher e jovem e liderar

um mercado essencialmente

composto por homens e, em sua maioria,

com idades médias de 40 a 60 anos?

e fogo por muitos industriais tendem a ser repassados para outras indústrias ou serem desfeitos com o tempo. Não há a eternização de empresas porque os filhos dos empresários não se inte-ressam por seguir os passos dos pais.

A quantidade de opções de profissão hoje e as oportunidades do mercado de trabalho sem dúvidas são muitas e mui-to atrativas, e só é feliz aquele que faz aquilo que gosta, senão a rotina se tor-na um martírio, fato. Então os jovens desenvolvem suas aptidões e seguem suas carreiras independentes, e muitas vezes são incentivados pelos seus pais e familiares, que querem sempre vê-los felizes. Mas isso acontece também por-que a rotina da indústria de café não é fácil, e os pais muitas vezes querem poupar seus filhos de seguirem seus passos e sofrerem o que sofrem ou já sofreram. Até que faz sentido.

No entanto, a indústria de café não é um mercado que atrai jovens para in-vestirem e abrirem seu próprio negócio. Primeiro porque os investimentos são altos e os retornos são lentos e, segun-do, porque o mercado de redes sociais e aplicativos de celulares e computadores é muito mais atraente devido à possibi-lidade de se atingir o sucesso, o apogeu, antes dos trinta anos, graças a exem-plos como Mark Zuckerberg. As novas gerações têm pressa para se provarem. Um adolescente, o norte-americano Nick D’Aloísio, de 17 anos, que criou um aplicativo para celulares o vendeu por 30 milhões. Quando, em uma indústria de café, esse garoto conseguiria esta

Ivy Macedo Ribeiro Café Baronesa - Andradas / MG

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soma partindo do zero, em tão pouco tempo? Este mercado é tão imprová-vel para o público jovem que acredito que enquanto ele estava criando este aplicativo, ele devia tomar energético para se manter alerta para trabalhar ao invés do bom e velho cafezinho.

Mas, pela minha trajetória traba-lhando na empresa do meu pai para um dia assumir o que estamos cons-truindo juntos, acredito que eu seja a “prova viva” de que é possível ser jovem, e ainda mais ser mulher, e

gostar de trabalhar neste ramo.Comecei a trabalhar com meu pai

em 2009, e entrei a todo vapor e cheia de ideias para o negócio da família. Eu não gostava de tomar café e acredita-va que o produto era sempre a mesma coisa, grãos vermelhos colhidos nos pés de café, secados nos terreiros, en-sacados, torrados, moídos, embalados e vendidos. Eu até possuía certa noção sobre as etapas de produção porque a cidade onde eu nasci e ainda moro, Andradas, é essencialmente agrícola e

o produto principal é o café.Eu não conhecia nada do merca-

do, não sabia tomar café e nem como vendê-lo. Meu sonho até então era ser arquiteta, e eu acreditava que somen-te realizando este sonho eu seria fe-liz. No entanto, não é pelo motivo de que começar a trabalhar com o meu pai não era meu sonho que eu não me comprometi. Como todo jovem, eu sempre quis mérito, reconhecimento, respeito e valorização em tudo o que eu fizesse, e rápido, e a minha cria-ção sempre girou em torno do “o que você for fazer na vida, faça com arte”, tanto é que este é o nosso lema hoje.

A minha busca então foi aprender sobre café, e meu pai sempre teve muita paciência em me ensinar. O processo de aprendizado foi muito menos doloroso e sofrido do que seria se eu tivesse partido do zero e não tivesse ninguém para me guiar. Mas não foi fácil, e nunca vai ser, ainda mais quando se é geniosa e se tem um pai bastante genioso também. Brigas acontecem, mas o exercício de tolerância e respeito é diário, o que é outro ponto positivo.

O que eu aprendi, no final das con-tas, é que o café é um produto com-plexo, o que, a princípio, me pareceu muito mais complexo do que precisa realmente ser. Eu tive um professor que dizia “por que facilitar se pode-mos complicar?”, e essa frase sempre me veio à cabeça quando eu comecei a aprender sobre café. Mas toda esta complicação, pelo que eu vejo hoje, são formas de valorizar o produto e tentar abrir novos mercados para ele.

Existem infinitas formas de se pro-duzir e de se vender café, o que é uma verdadeira arte, mas ainda se trata de um produto muito pouco valorizado. Eu sei do que sei hoje porque eu preci-sei aprender para poder saber vender o meu produto para qualquer pessoa do mercado. Mas, essencialmente, as pes-soas do mercado não sabem nada de café, e isso é o mais difícil neste ramo, atender à solicitação dos clientes quan-do eles não sabem o que estão exigin-do. Isso é comum desde os cafés mais populares até os mais sofisticados.

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O que mais atrapalha é que a ven-da de cafés populares, o maior market share do mercado, evidentemente, ainda é feita a preços baixíssimos. Mas como reajustar os preços se os clientes exigem preços baixos? O mer-cado quer comprar barato um produto com certo padrão de qualidade, mas ele ainda não sabe o que é qualidade no café. Enfim, o trabalho é de “for-miguinha”. Um dia a gente chega lá.

De qualquer forma, isso também de-sestimula o interesse dos jovens. Na realidade, acredito que não há nada, ou há muito pouco, que estimule os jovens a acreditarem e se arriscarem neste mercado. Não existem grandes exem-plos que eles se identifiquem e histórias de sucesso que os atraiam com lideran-ça semelhante em gênero e idade.

Mas, se este artigo servir como um manifesto, jovens filhos de indus-triais e jovens que não sabem ainda o que querem da vida: acreditem no mercado de café. É um mercado de-safiador, e por isso é interessante. O posto de exemplo jovem de sucesso ainda está aberto e isso é estimulan-te para quem quiser entrar na briga para ser o primeiro a ocupá-lo. Diga-mos que eu já estou fazendo a minha parte, e eu definitivamente o almejo.

O produto é fácil de se apaixonar, e difícil de se enjoar. Eu disse aci-ma que quando entrei no negócio eu não gostava de café. Pois eu aprendi a gostar, e agora eu adoro um bom café, seja ele curto, médio ou longo, coado, ‘espresso’ ou extraído de qual-quer outra forma, puro ou com leite, ou até com alguns atrativos a mais, como chocolate, doce de leite, pa-çoca, mel, canela, leite condensado, melado, entre outros. Acreditem, eu já provei de todas estas formas e ele fica cada vez mais irresistível.

Eu disse há pouco também que eu queria ser arquiteta quando entrei no negócio, tendo entrado neste merca-do como uma “obrigação”. Pois eu também aprendi a gostar de liderar, claro que auxiliando meu pai, uma indústria de café. O café é um produ-to fácil de se gostar, e se torna gosto-so de vender. Hoje eu sou apaixonada pelo mercado de café, porque a traje-

tória toda deste produto é muito bo-nita, e dá sempre para ficar melhor. É um produto limpo, cheiroso, com um visual legal e você pode trabalhar a venda dele de diversas formas. As oportunidades são infinitas

Se você é filho de produtor de café, torrefador de café, de dono de arma-zém de café, ou filho de alguém que trabalhe com café, em qualquer outra etapa, e ainda está na fase “quero ser médico, engenheiro civil, jornalista ou advogado”, eu tenho uma sugestão: comece a trabalhar com os seus pais. E se você já passou desta fase, ainda dá tempo. Mas aproveite a oportuni-dade de trabalhar com o seu pai, ou a sua mãe, porque o sonho de qualquer empresário é construir um negócio sólido, garantir uma boa qualidade de vida para a família e vê-la assumir os negócios, para que todo o sacrifício um dia não chegue ao fim.

Esta convivência permite um aprendizado imenso e muito menos penoso do que partir do zero em al-gum outro mercado. Se você iniciar um negócio próprio e que alcance o sucesso um dia, evidentemente você vai querer que seus filhos deem sequ-ência. E mesmo que não alcance o su-cesso. Posso dizer com tranquilidade que quando entrei no Café Baronesa para trabalhar com o meu pai, ele já tinha a experiência de dez anos de empresa, mas definitivamente o ne-gócio ainda não era de sucesso. Nós dois juntos demos muitos passos para frente, alguns para trás, mas todos que conhecem o meu pai dizem que quando eu abri mão daquilo que eu queria para acreditar no sonho dele e fazer deste sonho o meu também, ele ficou muito mais motivado, e isso me motivou também.

Se o nosso negócio vai ser eterno eu não sei, mas o que eu sei é que o me-lhor de mim estou dando e isso tem sido bastante interessante porque eu tenho visto este negócio crescer fruto deste esforço conjunto. O crescimento é diário e o aprender a ser líder tam-bém. Se uma líder jovem é diferente, mas o respeito tem sido conquistado dia a dia, e também o reconhecimen-to do mercado. Essa é a melhor parte.

O café é um produto

fácil de se apaixonar e difícil de se

enjoar

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A ABIC já está estruturando a programação,

que contará com palestras, casos de sucesso,

workshops e debates. O evento também já foi

apresentado às empresas que participarão da Feira

de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços.

E mais: será de 19 a 23 de novembro no Enotel, resort que é um verdadeiro paraíso a beira-mar, que trabalho com um sistema ‘all inclusive’ dos mais sofisticados e que conta, a partir deste ano, com um parque aquático com piscinas de ondas, rio lento, toboáguas e parque infantil.

Informações: (21) 2206 6161 - www.abic.com.br

Prepare-se!O maior evento das indústrias de café retorna em 2014 ao Nordeste, mais precisamente a Porto de Galinhas, uma das melhores e mais fantásticas praias do Brasil, no litoral pernambucano.

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