n e s t a edição -...

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PESQUISA André Luiz foi Carlos Chagas? - Daisy J. Machado 08 ESTUDO As Dez Pragas - final - Fátima Granja 10 REVUE SPIRITE Infinito e Indefinido - Allan Kardec 15 RECORDANDO CHICO O “Pinga Fogo” - TV Tupi - 4ª parte 22 REFLEXÃO Fanatismo ou Idealismo? - Leandro Camargo 33 21 CURIOSIDADES BÍBLICAS Você Sabia... - Julieta Closer CONTO Perto de Deus - Irmão X / Francisco C. Xavier 26 PÉROLAS DA CODIFICAÇÃO A Verdadeira Religião - Ricardo Rodrigues Escodelário 34 CIÊNCIA E ESPIRITISMO A Doutrina do Vitalismo - Prof. Dr. Nubor Orlando Facure 28 CONGRESSO 12° Congresso Estadual de Espiritismo Rubens Toledo / A. Orlando 30 INFORMAÇÃO O Editor Recomenda - O Editor 35 ACONTECEU COMIGO Gritou e saiu a correr... - Teddy Nilson 16 Edição FidelidadESPÍRITA - MAIO DE 2003 Nesta Nesta CAPA A História do Dia das Mães - Wallace Leal V. Rodrigues 18 HAGIOGRAFIA Francisco de Assis: Uma Vida de Amor - final Da Redação 04 EDITORIAL O Preço para Morrer 03 ENTENDENDO Que Escândalo?! - Joseana Hypólito 07 Emmanuel Anna Jarvis Reprodução Reprodução Reprodução Reprodução Reprodução Reprodução Reprodução

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PESQUISAAndré Luiz foi Carlos Chagas? - Daisy J. Machado08

ESTUDOAs Dez Pragas - final - Fátima Granja10

REVUE SPIRITEInfinito e Indefinido - Allan Kardec15

RECORDANDO CHICOO “Pinga Fogo” - TV Tupi - 4ª parte 22

REFLEXÃOFanatismo ou Idealismo? - Leandro Camargo 33

21 CURIOSIDADES BÍBLICASVocê Sabia... - Julieta Closer

CONTOPerto de Deus - Irmão X / Francisco C. Xavier 26

PÉROLAS DA CODIFICAÇÃOA Verdadeira Religião - Ricardo Rodrigues Escodelário 34

CIÊNCIA E ESPIRITISMOA Doutrina do Vitalismo - Prof. Dr. Nubor Orlando Facure28

CONGRESSO12° Congresso Estadual de Espiritismo Rubens Toledo / A. Orlando

30

INFORMAÇÃOO Editor Recomenda - O Editor 35

ACONTECEU COMIGOGritou e saiu a correr... - Teddy Nilson16

Ed i çãoFidelidadESPÍRITA - MAIO DE 2003

Nes ta Nes ta

CAPA A História do Dia das Mães - Wallace Leal V. Rodrigues18

HAGIOGRAFIAFrancisco de Assis: Uma Vida de Amor - finalDa Redação

04

EDITORIALO Preço para Morrer03

ENTENDENDOQue Escândalo?! - Joseana Hypólito07

Emmanuel

Anna Jarvis

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Rep

roduçã

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mais dois dependentes. Mas não é só isso, além do funeral há o pro-blema se a família tem ou não um terreno em algum cemitério pois, as empresas funerárias de Campi-nas não cobrem esse tipo de servi-ço.

O custo de um terreno, se-gundo pesquisa no Cemitério da Saudade, nos locais mais distantes das principais entradas é de: R$ 3.500,00 e os mais próximos che-gam a custar R$ 5.000,00, neste não é cobrada a taxa anual, mas existe uma taxa de transferência de proprietários no valor de R$ 304,00 (espécie de escritura); no Cemitério Flamboyant, o terreno com as três gavetas mais em conta é de R$ 3.500,00 e os especiais custam R$ 4.035,00, é cobrado uma taxa anual de R$ 80,00 de manutenção (uma espécie de IPTU Pós morte)".

Como vemos é preciso pla-nejar a nossa grande viagem, evi-tando que aqueles a quem ama-mos sofram. É preciso pensar na morte com naturalidade, conhe-cendo as leis que regem esse fenô-meno e nos preparando para ele, conversando sobre o assunto com amigos e familiares, demonstran-do o nosso respeito a eles, às leis humanas e ao corpo que nos ser-viu de instrumento de evolução no planeta. Pensemos nisso!

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Para o exterior

Correspondência

Internet

AnualNúmero Avulso

Anual

R: Dr. Arnaldo de Carvalho, 555 - apto 51

Bonfim - CEP 13070-090

Campinas - SP - Brasil

Fone/Fax (19) 3233.5596

FidelidadESPÍRITA é uma publicação

do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”.

CNPJ: 01.990.042/0001-80

Inscr. Estadual: 244.933.991.112

R$ 45,00R$ 4,50

US$ 35,00

E-mail: [email protected]

Diretor Presidente

Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Departamento Doutrinário

Equipe Editorial

Adriana PersianiJulieta CloserLeandro CamargoLino BittencourtPaulo RossiRicardo R. EscodelárioSandro Cosso

Revisão Ortográfica

Rosemary C. Cabral

Jornalista Responsável

Renata LevantesiMtb 28.765

Diagramação e Ilustrações

Alessandra Persiani

Administração

Departamento Comercial

Viviam B. S. Gonçalves

Rogério GonçalvesAdriana Levantesi

Capa

Fotolito

Octano Design 19 3294.2565

Rip Editores Gráficos Associados

Apoio Cultural

Braga Produtos AdesivosAlvorada Gráfica & Editora

Impressão

Edição

Alvorada Gráfica & Editora 19 3227.3493

Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Departamento Editorial

EditorialEditorial

O Editor

ara os Espíritas, a morte só existe para o corpo biológi-Pco, o Espírito é imortal e

continua vivo no plano do Espíri-to. Por isso mesmo, é preciso pen-sar no corpo que vai ficar na Ter-ra. Alguns afirmam: “quando eu morrer, meus parentes é que resol-vam..."!

Essa não nos parece uma atitude cristã! Imagine seus pais, esposa, filhos, os que o amam, tendo de tomar providências que poderiam ter sido resolvidas por você. Odair Furnielis em matéria para a CLIPS BRASIL, de março de 2003 considera:

“Uma pessoa que falece é encaminhada pelo necrotério da cidade para ser realizada a autóp-sia e determinar a causa da morte.

A família deve encami-nhar uma troca de roupa para que seja vestida na pessoa após o ba-nho. No caso da cidade de Campi-nas/SP a Setec (Serviços Técnicos Gerais) confirma com os familia-res se possuem algum plano fune-rário. Não tendo o plano o custo de uma urna (caixão), na Setec, se-rá de R$ 700,00 a R$ 9.000,00, se-gundo o funcionário Leopoldo Olsson.

Plano funerário, que é is-so? São planos oferecidos por em-presas especializadas em sepulta-mentos; na sua maioria oferecem a urna, decoração, reembolso da taxa de velório e outros serviços. Segundo a empresa funerária Bom Pastor o custo de um contrato é de R$ 100,00 para a adesão do plano e uma taxa bimestral de R$ 20,00, dando extensão de uso para o titu-lar, cônjuge, pais, sogros, filhos e

O Preço para MorrerO Preço para MorrerO Preço para MorrerO Preço para Morrer

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Hagiografia

Maio 200304 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Francisco de AssisFrancisco de AssisUma Vida de Amor. Uma Vida de Amor.

m dia foi orar na igreja de São Damião.ULá chegando, ajoelhou-se

num altar improvisado, pois que a igreja estava bastante destruída. Buscou um crucifixo velho, pen-durado na parede que ruía. Recor-dou-se daquele Jesus e orou com fervor, reproduzindo o que Paulo de Tarso fez na estrada de damas-co:

- Senhor, que queres que eu faça?

E nessa hora, intensa luz partiu do crucifixo em sua direção e uma voz forte e intensa pene-trou em seus ouvidos dizendo: “Francisco, restaura a minha casa que como vê, vai em ruínas".

Finalmente, a orientação pela qual ele tanto esperava: “é is-so que Deus deseja de mim, que eu reconstrua a igreja de São Damia-no".

Imediatamente, saiu cor-rendo, montou em seu garboso ca-valo e retornou para sua casa, lá recolheu dinheiro do pai, a fim de Reprodução

Da Redação - Final

...

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O Julgamento

Fúria Paterna

no auge da intolerância denunci-ou o filho, acusando-o de roubo. Notificado pelas autoridades, Francisco solicitou que desejaria ser julgado por um tribunal de clé-rigos, uma vez que estava a servi-ço de Deus. Informado, Pietro de Bernardonne bradou:

- Muito bem, o manda-mento não roubarás é válido dian-te das leis humanas e diante de Deus, seja assim.

E naquele dia, o tribunal da cidade de Assis ferveu de es-pectadores. Diante do Bispo Gui-do, o pai de Francisco exigiu fosse devolvido tudo que lhe pertencia e Francisco obedeceu, restituindo-lhe tudo quanto possuía, inclusive as vestes. Diante da assembléia atônita, Francisco declarou:

- Até hoje, chamei Pietro de Bernardonne de meu pai, agora direi: Pai nosso que estás nos céus...

E retirando as roupas fi-cou nu e foi acolhido pela capa púrpura do bispo Guido, deixando o tribunal, iniciando sua vida de inteira dedicação ao Cristianismo.

Andando pela periferia da cidade, imaginou que agora já es-tava casado com “dona pobreza" e não poderia continuar usando

comprar os materiais necessários à reconstrução da igreja.

Quando Pietro de Bernar-

donne, seu pai, soube, enfureceu-se e cheio de cólera o advertiu:

- Francisco, zombas de teu pai? Acaso desejas exterminar com nossa fortuna? Ordeno que acabes com esta loucura de ajudar pobres e reconstruir igrejas, ago-ra!

- Não posso meu pai! É uma ordem de Deus!

- Não me desafies Francis-co!

- Não o estou desafiando, meu pai, mas Deus...

- Cala-te, interrompeu Pietro enfurecido, veremos se tua loucura passará ou não.

E arrastando o filho pelo braço, Pietro o levou para a adega onde o acorrentou dizendo:

- Veremos se tua loucura continuará.

Dias depois retornou e vendo que o filho não mudara de idéia, decidiu deixá-lo a pão e água.

Todavia, Pietro precisou viajar advertindo à senhora Picol-lina para não libertá-lo até sua volta. Todavia, a mãe de Francis-co o liberta do cativeiro, ele reto-ma as atividades, continuando suas tarefas de reconstrução da igreja e de ajuda aos pobres.

Quando seu pai retornou de viagem, sabendo da ausência de Francisco, quase enlouqueceu e

aquela capa. Assim, deambulan-do, encontrou um burel abando-nado (tecido rústico usado pelos camponeses), vestiu-o, envolveu uma pequena corda na cintura; ele ainda caminhava quando foi surpreendido pelo rumorejar das folhas de uma moita. Eram la-drões que se apresentaram dizen-do:

- Quem és?- Eu sou o arauto do gran-

de rei.Vendo a pobreza de Fran-

cisco, eles se irritaram:- Zombas de nós? Então

venhas pois que vamos te araute-ar. E lançaram-no de cabeça para baixo, num monte de neve.

Aquela seria a primeira noite que ele passaria longe de ca-sa, dos cuidados de dona Piccoli-na. Na hora do jantar foi mendi-gar, bateu às portas de uma casa e solicitou:

- Por misericórdia, dá-me de comer.

E o morador reconhecen-do-o disse:

- Que é isso? Como podes? Afasta-te! Todos dizem que en-louqueceste e se isso for contagio-so? Suma mendigo! O sangue de Francisco ferveu, mas ele se deu conta de que era preciso abando-nar o homem velho.

Dias depois, foi para a pra-ça da cidade, carregando uma car-roça que ele mesmo havia cons-truído e começou a solicitar:

- Pedras para a igreja de São Damiano! Pedras para a igreja de São Damiano!

E alguns dos presentes di-ziam:

- Pedras? O louco de Assis

Maio 2003 05FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Os Testemunhos

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Finalizando

A Autorização PapalPara saber mais, consulte:1) LEGOFF, Jacques. São Francisco de Assis. Ed. Record;2) MILLER, René Fülöp. Os Santos que abalaram o mundo. Ed. José Olímpio;3) VALERIE, Martin. Cenas da Vida de São Francisco de Assis. Sá Editora;4) ROSSI, Pietro. Clara de Assis. Ed. Vo-zes;5) CECHINATO, Luiz. 20 séculos de cami-nhada da Igreja. Ed. Vozes;6) LAR CATÓLICO/ MG. Na luz perpétua;7) READER'S DIGEST. Depois de Jesus, o triunfo do Cristianismo;8) GAMBOSO, Vergílio. A vida de Santo Antônio. Ed. Santuário;9) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Livro III item IV, Cap. XI livro III. Ed. FEB;10) KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. XIII. Ed. FEB;11) KARDEC, Allan. O Evangelho Segun-do o Espiritismo. Cap. XV. Ed. FEB.

Maio 200306 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Entretanto, em 1212 uma linda e aristocrata jovem de nome Clara ouviu um discurso do pove-rello e desejou segui-lo.

Em 1216, morre Inocêncio III e Francisco bastante debilitado pela vida austera que levava co-meçava a se enfraquecer. Adqui-riu uma enfermidade nos olhos de nome Tracoma Egípcio, que cau-sava a fotofobia, sensibilidade à luz. Por isso, passou a utilizar, a-tado a sua roupa, um capuz, para protegê-lo da luminosidade do dia. Além disso ele sofria dores terríveis, os médicos da época jul-garam que só haveria um meio de curá-lo: cauterizando os olhos! Assim foi feito, mas as dores não cessaram. Em 14 de setembro de 1226, ele pede em prece fervorosa que seja marcado no corpo com as chagas de Cristo. Após uma vi-dência espiritual ele tem o físico marcado pelos estigmas da cruci-ficação. E a três de outubro de 1226, no crepúsculo da tarde, ao lado de Clara e de seus seguidores, além de uma multidão que apren-dera a amá-lo e respeitá-lo, ele disse: “Sê bem-vinda, irmã mor-te"! e morreu. Desencarnou, retor-nando para o mundo espiritual de onde viera.

A Itália “produziu" um dos maiores médiuns da história da Igreja. Por volta dos 22 anos de idade Francisco tem sonhos espe-ciais, visões, ouve vozes, tem me-diunidade de efeitos físicos, des-

quer pedras? E retirando-as do so-lo começaram a apedrejar Fran-cisco. Pacientemente, ele voltou-se de costas fazendo do próprio dorso um escudo. Abaixou-se e começou a recolher as pedras que lhe atingiam, depositando-as em sua carrocinha. Quando o povo viu a cena, não suportou e muitos em prantos ordenaram a suspen-são da zombaria e começaram a ajudar Francisco. A carroça ficou tão cheia que ele quase não teve forças para carregá-la.

Enquanto trabalhava na restauração da igreja, todos os dias à tarde ele fazia a pregação religiosa no centro da praça da ci-dade. E logo o discurso daquele “menino" começou a emocionar o povo. Quando a igreja ficou pron-ta, ele ouviu novamente a voz:

- Francisco, não é a igreja de pedras que precisas restaurar e sim a Igreja moral.

Assim, ele entendeu sua tarefa junto ao povo.

Vieram os seguidores e quando formaram o número de doze, foram pedir a autorização do Papa Inocêncio III que, após um sonho especial, concedeu a Francisco a permissão necessária para fundar sua Ordem.

De retorno à sua cidade natal, as pessoas festejavam a au-torização papal. E o bispo Guido ofereceu a basílica de São Rufino para Francisco fazer seu primeiro sermão.

dobramento (êxtase) e oratória inspirada.

Sua missão foi a de res-taurar o Cristianismo dentro da Igreja Romana que se perdia no materialismo. Fez uma multidão de seguidores e sua fama correu o mundo.

Lembrar Francisco de Assis é um convite para vivermos a lei de justiça, amor e caridade a que se refere O Livro dos Espíritos, Cap. XI do terceiro tomo, além da certeza de que Deus envia Espíri-tos bondosos para contribuírem com o progresso humano; inde-pendente da religião que adotam, produzem luminosamente porque sabem que a sua grande família é a própria Humanidade.

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Fonte:1) KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. cap. VII. Ed. FEB;

2) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Caps. III V- VIII. Ed. FEB;3) PASTORINO, Torres. Sabedoria do Evan-gelho. vol. VI. p. 46/48.

por quem o escândalo vem!).Entretanto, aqueles que fo-

rem vítimas dos escândalos dos ou-tros, que receberem o mal sem o ter praticado, não estarão sendo casti-gados por Deus, mas recebendo a oportunidade de testemunhar per-dão, paciência, fraternidade e aju-da mútua, situações que servirão de provas, promovendo o in-divíduo, em caso de vitória moral, ao progresso do Espírito. Lembre-mo-nos, ainda, de que não reen-carnamos na Terra ao acaso. À se-melhança de uma grande escola, teremos de aprender com tudo quanto a vida nos ensinar. Toda-via, aprendamos, também, a evitar as pedras de tropeço (escândalos) em nosso caminho e na senda da-queles que convivem conosco.

Entendendo

ertas palavras de Jesus nos parecem estranhas e de di-Cfícil interpretação. Contudo,

é preciso colocar o texto no con-texto e entendermos as palavras, levando em consideração tradu-ções, aspectos históricos e sociais.

Ao pé da letra fica difícil compreender como algo necessário poderá trazer punição para aquele que o executa.

Vejamos as palavras:

Escândalo (do grego ská-noalon) que literalmente quer dizer “pedra de tropeço”, o que faz cair ou armadilha para fazer alguém ca-ir. O verbo skandalizein quer dizer, “provocar a queda” (escandali-zar).

Observemos, agora, a tradução que diz:

“é necessário que o escân-dalo venha”.

A tradução não está de to-do errada, contudo, não é exata, pois que o termo grego anágke cor-responde mais a “inevitável”.

Jerônimo, na Vulgata, já descobrira seu erro, quando regis-trou que “se fosse necessário o es-cândalo, não haveria culpa de

Vejamos as palavras:

Escândalo

Observemos, agora, a tradução que diz:

Maio 2003 07FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Joseana Hypólito - Jundiaí/SP

“Ai do mundo por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mat. 18:7)

“Ai do mundo por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mat. 18:7)

São Jerônimo, a pedido do Papa Dâmaso, realizou uma nova tradução, do grego para o latim, incluindo o Velho e o Novo Testa-mentos.

1

quem o ocasionasse; mas, ao con-trário, cada um por sua culpa faz cair” (unusquisque suo vitio scán-dalis patet, Patrol. Lat. Vol. 26, col.129).

A Terra é um mundo de provas e expiações, os que aqui re-encarnam precisam passar por ex-periências que lhes permitirão o desenvolvimento intelecto-moral (provas) e suportar o retorno natu-ral das atitudes negativas executa-das em vidas passadas (expiações). Logo, podemos concluir que, os que aqui reencarnam não estão, ainda, muito desenvolvidos. Neste planeta, o mal ainda predomina. Os Espíritos pouco desenvolvidos pre-cisam da dor para valorizar a saú-de, da escuridão para aquilatar a luz. Foi o que Jesus quis dizer ao apontar a inevitabilidade, face à pouca evolução do homem, de que coisas dolorosas aconteçam. Toda-via, para aqueles que ainda preci-sam de escândalos, pedra de trope-ço, para despertarem, terão de en-frentar, inexoravelmente, a lei da reencarnação que os obrigarão a se arrependerem, expiarem e recom-porem com o bem as atitudes ne-gativas que tenham provocado às pessoas (mas ai daquele homem

Que Escândalo?!Que Escândalo?!

Interpretação Espírita:Interpretação Espírita:

1

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André Luiz foi médico fi-siologista, clinicou durante quinze anos e, segundo os ins-trutores espirituais que o assis-tiam em Nosso Lar: “não reali-zou a tarefa que lhe foi confiada pela espiritualidade superior".

Desencarnou em 1930 (calculadas as informações do li-vro Nosso Lar), após quarenta dias de intenso sofrimento, duas cirurgias nos intestinos em razão de câncer, com o “sistema gás-trico destruído por excessos ali-mentares e alcoólicos". Por isso, foi considerado suicida, no pla-no espiritual.

André permaneceu “mais oito anos consecutivos" no um-bral e mais de um ano, presumi-velmente, nas câmaras de retifi-cação do Nosso Lar, após o que passou a residir na casa de Lísi-as, para, com o auxílio deste, ini-ciar novas tarefas, na Colônia Nosso Lar.

Nessa ocasião, já em casa de Lísias, ouve rumores de uma nova guerra: “Estamos em agos-

Pesquisa

uito se tem especulado sobre quem teria sido MAndré Luiz em sua úl-

tima existência carnal, em total desrespeito à sua própria afirma-ção, no livro Nosso Lar, quando escreve: “manifestamo-nos, jun-to a vós, no anonimato que obe-dece à caridade fraternal".

No prefácio do mesmo li-vro, Emmanuel informa: “em-balde os companheiros encarna-dos procurariam o médico Luiz nos catálogos da convenção". E mais: “André precisou(...) cerrar a cortina sobre si mesmo".

Mais importante do que saber quem foi André Luiz no passado, é compreendermos o seu ingente esforço de repórter estudioso e disciplinado, a nos trazer a prodigiosa obra, consti-tuída de vários volumes, conten-do material de estudo doutriná-rio que ainda não foi devida-mente assimilado e compreendi-do pelos espíritas.

Cogita-se, novamente, com base em suposta afirmação

Maio 200308 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

do próprio André, sejam ele e Carlos Chagas, o mesmo Espíri-to.

Uma simples compara-ção entre as informações presta-das, no livro Nosso Lar sobre a vida e a família de André Luiz, em sua última existência terre-na, com a biografia de Carlos Chagas nos mostra que essas co-gitações são absolutamente ina-dequadas. Vejamos as principais diferenças encontradas:

André Luiz foi Daisy J. Machado - Campinas/SP

Embalde os companheiros encarnados procurariamo médico Luiz nos catálogos da convenção

André Luiz

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mo e pelos Espíritos que o ampa-ravam.

Melhor é continuarmos a respeitar seus 60 anos de anoni-mato, vendo nele o Espírito que muito sofreu em conseqüência das mazelas da última existên-cia, mas que venceu corajosa-mente e com comovente humil-dade esse período difícil, para se tornar o portador de magníficos e importantes ensinamentos dos Espíritos superiores para nós to-dos que ainda estamos tateando como cegos espirituais neste la-do da vida.

to de 1939..." escreve ele, oca-sião em que a Alemanha invade a Polônia dando início à Segun-da Guerra Mundial. Em 1941, foi apresentado a Chico Xavier por Emmanuel, a fim de juntos, Chi-co e André, se prepararem para o trabalho que lhes competia rea-lizar e, em 1943, inicia-se a psi-cografia do livro Nosso Lar, pu-blicado em 1944.

Carlos Chagas foi médico sanitarista. Toda a sua vida pro-fissional foi voltada à pesquisa no campo da saúde humana e o resultado do seu gigantesco tra-balho foi reconhecido dentro e fora do Brasil, tendo recebido vários prêmios e seu nome foi indicado para o Prêmio Nobel de Medicina, que não chegou a conquistar por influência de “malfeitores da ciência médica".

Casado, teve dois filhos, Evandro e Carlos Chagas Filho. Desencarnou em 08 de novem-bro de 1934, repentinamente em conseqüência de um enfarto.

Como se verifica, não se pode dizer que Carlos Chagas não realizou a tarefa que lhe foi confiada pela espiritualidade su-perior.

Desencarnado em 1934, mais nove anos entre umbral e recuperação em Nosso Lar, não

Maio 2003 09FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

poderia estar em 1939 iniciando seu aprendizado junto aos ins-trutores daquela colônia espiri-tual.

André Luiz desencarnou de câncer; Carlos Chagas, repen-tinamente.

André Luiz teve um filho e duas filhas. Chagas teve dois filhos.

Revendo esses dados so-bre as vidas desses Espíritos tão diferentes um do outro, podemos afirmar, sem margem de erro, que André Luiz não foi Carlos Chagas. Ou então, deveremos descrer das informações presta-das em Nosso Lar por ele mes-

Carlos Chagas?

Para saber mais, consulte:1) XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar. Ed. FEB;2) SCHUBERT, Sueli Caldas. Testemunhos de Chico Xavier. Ed. FEB;3) BRUNO, Giovanni. Quem foi André Luiz?. Jornal Alavanca, Novembro/2002. Ed. USE/Campinas;4) Site: www.vertentes.com.br/chagas/

A articulista é presidente do Centro Espírita “Allan Kardec” - Campinas/SP, no qual se dedica há 60 anos de trabalho, quer nas atividades assistenciais, quer doutrinárias. Possui larga experiência no diálogo com os Espíritos e na direção de reuniões de desobsessão. Zelando, durante todos esses anos, pela Fidelidade Espírita.

Carlos Chagas

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6. As Úlcerascrição de uma obscura infecção bacteriana - O Mormo.

Era perfeito. Ele ataca animais e humanos, causa bolhas e pústulas e poderia ser transmi-tido pela mosca dos estábulos.

O Mormo é conhecido co-mo a doença esquecida, mas é descrito pelos gregos antigos e também pelos historiadores ro-manos.

É uma moléstia causada por uma bactéria que foi até utili-zada como agente de guerra bio-lógica na primeira guerra mun-dial.

Ele ataca animais e hu-manos e faz com que as glându-las linfáticas inchem e separem-se, daí o nome inglês “glanders".

Ele afeta cavalos, came-los, bois, ovelhas, porcos e huma-nos, causando uma doença crôni-ca progressiva que leva até a morte.

A Mosca dos Estábulos - o elo entre as moscas e as úlceras, finalmente encaixava-se no que-bra cabeças.

Os israelitas bem longe do raio de alcance das moscas, mais uma vez foram poupados.

Mas os egípcios deviam a essas alturas estar em grandes di-ficuldades.

A morte do gado e de ou-

Estudo

(Moisés e Aarão)... “Apa-nharam cinza de forno e apresen-taram-se ao faraó, e Moisés lan-çou-a para o ar, e os homens e animais ficaram cobertos de tu-mores que se arrebentavam em úlceras". (Exo. 9:10).

Algumas pessoas já afir-maram ter sido a peste bubônica ou uma variedade ou até mes-mo herpes.

Mas seria necessário atin-gir tanto animais quanto ho-mens.

Isso levou novamente os cientistas de volta à bibliote-

ca, que descartando tudo o que não

se encaixava com a narra-tiva bíblica, a c a b a r a m por encon-trar a des-

Maio 200310 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

As dez Fátima Granja - Campinas/SP

Reprodução

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7. A Chuva de Pedras

9. As Trevas

8. Os Gafanhotos

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tras criações teria reduzido ainda mais seu suprimento de proteí-nas, já escasso pela morte dos peixes.

Doentes e em sofrimento sua sobrevivência agora depen-dia da colheita dos cereais.

“E Iahweh fez cair chuva de pedras sobre a terra do Egito... A chuva de pedras feriu em toda a terra do Egito, tudo que estava nos campos, desde os homens até animais. Feriu toda a erva do campo e quebrou todas as árvores do campo. Somente na terra de Gessen onde estavam os filhos de Israel, não houve chuva de pe-dras". (Exo. 9:23/26).

Em meados de outubro de 1997, houve uma tempestade de granizo tanto em Israel quanto na Jordânia, atingindo a altura de um metro.

Tempestades de granizo ocorrem em toda região do Medi-terrâneo.

Segundo a narrativa bí-blica, suas plantações, desde a ce-vada até o linho, estavam perdi-das.

A sétima praga parecia

ceu daquela ter chegado na hora errada.

Depois da oitava praga o Egito estava face a face com o de-sastre. Enfraquecidos pela doen-ça, o povo enfrentava uma severa escassez de alimentos chegando até mesmo à inanição.

Devem ter sentido que o mundo inteiro estava desmoro-nando em torno deles.

A nona praga confirma-ria seus piores temores.

“Estendeu pois Moisés a mão para o céu e houve trevas es-pessas sobre toda a terra do Egito por três dias. Um não via o outro, e ninguém se levantou do seu lu-gar por três dias; porém, em toda parte onde habitavam os filhos de Israel havia luz". (Exo. 10:22/23).

Já houve diversas expli-cações a respeito da nona praga - os três dias de escuridão - algu-mas pessoas sugeriram lavas de um vulcão, outras um eclipse.

Maio 2003 11FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

bastante clara, não incomum, mas devastadoramente fora de hora.

A tempestade localizada não atingiu os israelitas, atingiu os egípcios que tiveram suas co-lheitas arrasadas. Dificilmente, as coisas poderiam piorar.

Mas o vento leste trouxe a oitava praga.

“E subiram os gafanhotos por toda a terra do Egito. Pousa-ram sobre todo o seu território e eram muito numerosos; cobriram toda a superfície da terra, e a ter-ra ficou devastada. Devoraram toda a erva da terra e todo fruto das árvores que a chuva de pe-dras deixara...". (Exo. 10:14/15).

Não havia dúvidas para identificar os gafanhotos da pas-sagem bíblica. Eram bem conhe-cidos e foram muito bem descri-tos.

As pessoas sabiam sobre eles como também dos resulta- dos de uma nuvem de gafanho-tos, quando esses insetos migra-tórios chegavam e devastavam a terra. Eles sempre sofriam com nuvens de gafanhotos, só aconte-

PragasParte final

Gessen o mesmo que Gösen.1

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A bactéria “ganglers”vista ao microscópio

10. A Morte dos Primogênitos

Diz a Bíblia que as trevas duraram três dias e as pessoas não podiam sair de casa e não conseguiam enxergar umas às outras dentro de casa.

Deve ter sido uma tem-pestade de areia.

E há tempestades de areia que vêm do deserto e literal-mente soterram tudo, até monu-mentos, e da mesma forma que o granizo, as tempestades de areia continuam ocorrendo nos dias de hoje.

Além de suas outras pro-vações, os egípcios tinham agora uma camada de areia sobre suas terras cultiváveis.

Abatidos e desmoraliza-dos, dificilmente poderiam estar mais vulneráveis.

Então, veio a décima pra-ga, a mais chocante de todas e a mais misteriosa delas.

“... à meia noite passarei pelo meio do Egito. E todo pri-mogênito morrerá na terra do Egito, desde o primogênito do faraó, que deveria sentar-se em seu trono, até o primogênito da escrava que está à mó, e até mes-mo o primogênito do gado. Ha-verá então na terra do Egito um grande clamor como nunca houve antes, nem haverá ja- mais. Mas, entre os filhos de Israel, desde os homens até os ani-mais, não se ouvirá ganir um cão, para que saibais que Iahweh fez uma distinção entre o Egito e Isra-el". (Exo. 11:4/7).

bertava a população de insetos de seus limites normais;

- Com as doenças trans-mitidas pelos mosquitos e mos-cas, as proteínas animais do ga-do, ovelhas e cabras tornaram-se escassas e contaminadas;

- Animais de tração co-mo os cavalos, burros e bois são afetados, como os humanos, por graves infecções virais e bacteri-anas;

- Como resultado as sa-fras não são colhidas;

- Então vem o granizo causando enormes danos às plan-tações;

- O que não é destruído pelo granizo é devorado pelos gafanhotos incluindo os brotos e sementes que de outra forma te-riam representado esperança;

- Qualquer plantação que reste é colhida apressadamente, ainda úmida e armazenada em pequenos poços cavados na areia do deserto;

- Então, uma tempestade de areia cobre todo suprimento remanescente de alimento e for-ma uma cobertura que aquece a comida armazenada e acelera o apodrecimento, enquanto os egípcios ainda estão confinados em suas casas.

Neste ponto, após dez me-ses de acontecimentos catastrófi-cos, os egípcios estão enfraqueci-dos, debilitados e enfrentando a inanição, racionando seus parcos sortimentos.

- O que, além de um ato sobrenatural, poderia ser respon-sabilizado pelo que aconteceu a seguir?

As tentativas prévias para explicar essa última praga não haviam conseguido preencher to-das as condições descritas no Êxodo, mas nada parecia encai-xar-se.

Maloy estava convencido de que a décima praga era a cul-minância de um efeito dominó - se eles estivessem certos quanto às nove pragas anteriores, seriam capazes de conseguir a resposta agora.

No entanto, com quase todo o resto claramente resolvi-do, a última peça do quebra cabe-ças permanecia teimosamente in-decifrável.

Era preciso raciocinar li-nearmente:

- A primeira praga destrói os peixes e polui as águas do Alto Nilo;

- A proliferação e morte dos sapos;

- Seus cadáveres aumen-taram ainda mais a poluição en-quanto que sua mortandade li-

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Maio 200312 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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- As fezes dos gafanho-tos!

A idéia era brilhante.As fezes dos gafanhotos

podiam ter contaminado o que restava dos cereais.

- Que organismos os ga-fanhotos poderiam ter introduzi-do no ambiente úmido e fétido dos armazéns?

- Então, eles ficaram sa-bendo a respeito das Micotoxi-nas.

O filho de dois meses de idade de um casal em Cleveland foi o último bebê na cidade a receber o diagnóstico de Hemos-siderose Pulmonar, uma doença rara dos pulmões, diagnosti- cada em 33 bebês nos últimos 4 anos.

Acredita-se que a Hemos-siderose tenha relação com o bo-lor ou um fungo negro tóxico en-contrado em madeira e papéis.

Dr. Eduardo Montaña - The Centers for Disease Control - pesquisador baseado em Atlanta, havia sido chamado pelos médi-cos de Cleveland para tentar ex-plicar as misteriosas mortes de

pelo bolor negro era conhecida por causar doenças em animais, mas jamais se soube que houvera afetado seres humanos antes.

O estudo desenvolvido pelo Dr. Montaña tem implica-ções tremendas sobre a saúde pú-blica e também era aplicável à possível causa da décima praga.

Micotoxinas de todos os tipos, hoje são consideradas sério problema de saúde pública.

Os fungos que as produ-zem são comuns, mas elas apenas alcançam níveis significativos quando as condições são extre-mamente favoráveis, como em edifícios decadentes dos guetos urbanos e áreas da cidade sem sa-neamento.

O Antigo Egito, com seus seleiros úmidos e contaminados teria sido perfeito.

Estudos aprofundados têm sido feitos a respeito desse tipo de contaminação em ali-mentos, principalmente nos grãos armazenados. Algumas Mi-cotoxinas atacam a celulose dos cereais.

Diante disso Marr e Ma-loy tinham explicação para a dé-cima praga.

Para nós, hoje são colôni-as de fungos em porões úmidos e mau ventilados, para os egípcios, eram fungos em cereais úmidos em celeiros sem ventilação.

Os grãos que eram arma-zenados sob o chão, haviam sido danificados pelo granizo, conta-minados e infectados pelas fezes dos gafanhotos, e se ocorreu ne-les o desenvolvimento de alguma Micotoxina, seria letal.

- Quem os egípcios envi-

várias crianças na cidade.“Nós chegamos a Cleve-

land e logo fomos para as casas onde essas crianças haviam sido identificadas e executamos uma pesquisa detalhada, que nos le-vou aos porões e por toda a resi-dência", disse Montaña.

O cientista descobriu que em quase todos os casos haviam danos causados por água nos porões, e aquele bolor negro e pe-gajoso associado aos vazamen-tos.

Não era o bolor em si o culpado. Mas o bolor que cresce sobre substâncias orgânicas que, sob certas condições, produz as Micotoxinas.

Essas poderosas substân-cias carregadas pelos esporos dos fungos podem ser inaladas pelos pulmões com resultados fa-tais.

A hipótese é que a Mico-toxina entra pela corrente san-guínea nos interstícios pulmona-res e causa uma falência nos ca-pilares, ocorrendo sangramento no tecido pulmonar.

Isso, quando acontece de maneira maciça, provoca tosse e causa hemorragias pela boca.

A Micotoxina produzida

Os gafanhotosconstituem umaverdadeira pragapara a agricultura.Apenas 10 delespodem devastaruma mangueira.

Maio 2003 13FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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avam para recolher os grãos nos celeiros?

- O primogênito, o filho mais velho.

- Que animais recebiam o alimento primeiro?

- Os mais velhos, os ani-mais dominantes.

Quando eram inalados ou ingeridos, os grãos contami-nados pelas Micotoxinas pode-riam matar em poucas horas, causando hemorragia intensa nos pulmões, no trato gastrintes-tinal, não havendo uma causa ex-terna visível.

Para os que sobrevive-ram, aqueles que viram as pes-soas e animais morrendo ao seu redor, deviam achar que era um ato de Deus.

Sob condições de inani-ção, os mais velhos que segundo a Bíblia receberam porções du-plas, teriam sido os únicos que teriam ingerido quantidades significativas e neste caso letais do alimento contaminado.

E depois dos celeiros te-rem sido arejados e a camada superficial dos grãos removida, o perigo das Micotoxinas dimi-nuiu.

A condição peculiar que estimula o seu crescimento tinha uma duração curta.

Recentemente, 50 anos depois da sua descoberta, um dos mais intrigantes manuscri-tos da Antigüidade foi decodifi-cado.

Esse fragmento contém uma instrução escrita no século II aC, e aparentemente é derivada dos ensinamentos de Moisés.

Era para que os israelitas

destruíssem qualquer habitação em que fosse encontrado bolor.

- Poderia essa atitude ex-traordinariamente cautelosa ser uma coincidência?

A primeira páscoa é cele-brada pelos judeus como uma re-feição comemorativa de carneiro, ervas e pão, alimentos que livres de contaminação talvez tenham tido o seu papel na sobrevivência de seus ancestrais.

As pragas do Egito tive-ram início com uma multiplica-ção de algas e terminaram com a morte de, calcula-se, 10% da po-pulação e com a devastação de suas fontes de alimento.

Não há uma prova con-clusiva de que tudo isso tivesse acontecido exatamente desta for-ma, mas é uma explicação avan-çada e coerente - um estudo onde houve cooperação multidiscipli-nar, usando conhecimentos cien-tificamente comprovados de que a saúde e a doença estão inseri-das na frágil ecologia dos ambi-entes humanos.

Arquivo:

BBC Worldwide Americas, Inc.Discovery Chanel Images.Oxford Scientific Films.

Para saber mais, consulte:

1) Bíblia de Jerusalém;2) Esses homens fizeram o judaísmo - Editora Documentário - Rio de Janeiro;3) Enciclopédia Larousse Cultural.

Conclusão

O Papirode Ipuwer

A concordância entre anarrativa hebraica e a egípcia.

Maio 200314 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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Fonte:www.historia-antigua.com

o início do século XIX um papiro, datado do Nfinal do Médio Impé-

rio, foi encontrado no Egito. Ele foi levado para o Leiden Museum na Holanda e inter-pretado pelo egiptólogo Sir Alan H. Gardiner, em 1909. O papiro completo pode ser en-contrado no livro Admonitions of an Egyptian from a heiratic papyrus in Leiden. O papiro descreve uma violenta rebelião no Egito, fome, estiagem, fuga de escravos (levando consigo a fortuna dos egípcios), e morte em todo o país. O papiro foi es-crito por um egípcio chamado Ipuwer e, devido à extrema se-melhança na narrativa e se-qüência dos fatos, parece ser o relato de uma testemunha dos efeitos das pragas do Êxodo.

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eeIndefinidoIndefinidoInfinito Infinito deria dizer: Deus é indefinido, sua misericórdia é indefinida.

Sob este ponto de vista o emprego do vocábulo infinito na frase precitada não é abusi-vo e não é um erro. Dizemos, mais, que o vocábulo indefini-do não exprimiria a mesma idéia. Do momento que uma coisa é desconhecida, tem para o pensamento o vago do infini-to, senão absoluto, ao menos relativo. Por exemplo, não sa-beis o que vos acontecerá ama-nhã: vosso pensamento erra no infinito; os acontecimentos é que são indefinidos; não sabeis quantas estrelas há: é um nú-mero indefinido, mas é tam-bém o infinito para a imagina-ção. No caso de que se trata, convinha, pois, empregar o vo-cábulo que generaliza o pensa-mento, de preferência ao que lhe daria um sentido restritivo.

Revue Spirite

e São Petersburgo es-crevem-nos a 1º de ju-Dlho último:

“Em O Livro dos Espíri-tos, Livro I, Capítulo I, Pergun-ta nº 2, notei esta proposição: ‘Tudo quanto é desconhecido é infinito'. Parece-me que muitas coisas nos são desconhecidas, sem que por isto sejam infini-tas. Como o vocábulo se acha em todas as edições, pedi a ex-plicação ao meu guia, que me respondeu: ‘o vocábulo infinito aqui é um erro; deve ser indefi-nido'. Que pensar disto?...".

Resposta: Os dois vocá-bulos, posto que sinônimos no sentido geral, têm, cada um uma acepção especial. A Aca-demia assim os define:

Indefinido: cujo fim, os limites não são ou não podem ser determinados. Tempo inde-finido. Número indefinido. Li-nha indefinida. Espaço indefi-nido.

Infinito: que não tem começo nem fim, que é sem marcos e sem limites. O espaço

‘Tudo quanto é desconhecido é infinito'

infini-tas

‘o vocábulo infinito aqui é um erro; deve ser indefi-nido'

Resposta:

Indefinido:

Infinito:

Maio 2003 15FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Allan Kardec

é infinito. Deus é infinito. A misericórdia de Deus é infinita. Por extensão, diz-se daquilo de que se não podem assinar os marcos, o termo, e, por exage-ro, tanto no sentido físico quanto no moral, de tudo quanto é muito considerável em seu gênero. Diz-se particu-larmente para inumerável. Uma duração infinita. A beati-tude infinita dos eleitos. Astros situados a uma distância infi-nita. Eu vos agradeço um infi-nito. Uma infinita variedade de objetos. Penas infinitas. Há um número infinito de autores que escrevem sobre este assunto.

Resulta daí que o vocá-bulo indefinido tem um sentido mais particular e o vocábulo infinito, um sentido mais geral; que o primeiro se diz antes a propósito de coisas materiais e o segundo de coisas abstratas; é mais vago que o outro. O sen-tido mais geral infinito permite aplicá-lo em certos casos ao que não é senão indefinido, ao passo que o inverso não pode-ria ter lugar. Diz-se igualmen-te: uma duração infinita e uma duração indefinida; não se po-

Fonte:Transcrito do artigo: Infinito e Indefinido - Allan Kardec - Revista Espírita - Agosto de 1863, pg. 250/251 - Tradução de Júlio Abreu Filho - Ed. Edicel.

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vida a falta daquela perna, com certeza estaria muito bem ins-talado no céu e poderia ajudá-la.

Orou muito e prometeu que se fosse atendida, manda-ria rezar uma missa por sua al-ma na capela da vila. Passadas poucas semanas meu avô foi readmitido e ela no auge da alegria, esqueceu-se completa-mente da promessa feita.

Numa noite enluarada, acompanhada de sua irmã, saiu para pescar e em dado momen-to percebeu distante um clarão e comentou - “Que bom, temos companhia! Olhe irmã, lá lon-ge, alguém vem vindo pescar munido de um lampião!".

Parou de pescar e pas-sou a contar os peixes que esta-

um vilarejo muito po-bre, cujos habitantes Neram extremamente

católicos, viveram meus avós maternos, família humilde e simples.

Meu avô, Pedro Nasci-mento, havia sido demitido do cargo de administrador de uma fazenda muito grande e produ-tiva, por ter sido vendida.

Seu novo proprietário trouxera consigo novos funci-onários, mas sabendo das qua-lidades de meu avô, prometeu que assim que pudesse voltaria a readmiti-lo.

O casal aguardava com muita ansiedade essa readmis-são e como tardasse, minha avó, Filomena Farcirolli Nasci-mento, passou a orar para to-

Maio 200316 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

dos os santos de sua devoção e nada do auxílio chegar.

No entender dela, esses santos deveriam estar muito ocupados, não tendo tempo su-ficiente para atender seus ape-los.

Lembrou-se, então, de um senhor muito bom, conhe-cido como: “balaieiro da perna de pau". Esse homem havia perdido uma das pernas num acidente de trem, e como era comum naquela época, adapta-ram-lhe uma perna de pau.

Havia desencarnado há algum tempo.

Minha avó passou a analisar que: tendo ele sido ca-tólico praticante, muito bom, cumpridor de seus deveres e suportado a maior parte de sua

Gritou e saiu a correr, subiu num barranco muito alto e sem querer pisou a barra da saia e ela chegou em casa só de anágua, sem vara,

sem os peixes, trêmula e sem voz.

Gritou e saiu a correr, subiu num barranco muito alto e sem querer pisou a barra da saia e ela chegou em casa só de anágua, sem vara,

sem os peixes, trêmula e sem voz.

Teddy Nilson - Campinas/SP

ComigoACONTECEU

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ores têm algo de feroz e bes-tial, e algumas vezes ainda tra-zem os vestígios dos crimes que cometeram ou dos suplíci-os que sofreram.

As aparições nos esta-dos de vigília não são raras nem constituem novidade. Verificam-se em todos os tem-pos. A história oferece-nos grande número de casos, mas sem remontar ao passado, en-contramo-las com freqüência em nossos dias.

O Espírito de “balieiro da perna de pau", certamente apareceu a minha avó a fim de dizer-lhe que suas preces foram ouvidas e, para ser identifica-do, se apresentou com a apa-rência que tinha em última en-carnação. Sua intenção nunca foi de assustá-la, ou cobrar qualquer coisa.

Que pena minha avó não ter tido o conhecimento desta maravilha que é o Espiri-tismo.

vam sobre a grama e colocá-los no cesto, quando percebeu a luz que supunha ser do lam-pião do pescador, mais próxi-ma.

Levantou o olhar e apa-vorada deparou com “balaieiro da perna de pau", vindo em sua direção por sobre as águas do rio.

Gritou e saiu a correr e para encurtar o caminho, subiu em um barranco muito alto e sem querer pisou a barra da saia que era presa por um cor-dão na cintura, e este se soltou e ela chegou em casa só de aná-gua, sem vara, sem os peixes, trêmula e sem voz.

Na madrugada seguinte, lá estava meu avô esperando a capela abrir para marcar a mis-sa a fim de cumprir a promessa feita.

E minha avó, muito as-sustada, comentava: “É, preci-samos aprender a agradecer cumprindo aquilo que prome-temos, coitado do ‘balaieiro’, sofreu tanto aqui na Terra com aquela perna de pau e continua com ela lá no céu! Confesso que estou desapontada, o céu não é tão bom como a religião afirma!".

Se naquela recuada época, ela tivesse o conheci-mento que o Espiritismo nos transmite, seu desaponto não

Maio 2003 17FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

teria razão de ser.Em O Livro dos Médi-

uns, capítulo VI, item 101, inti-tulado: “Ensaio Teórico Sobre as Aparições", Kardec comenta que as aparições propriamente ditas ocorrem no estado de vi-gília (acordados) no pleno gozo e completa liberdade das facul-dades da pessoa. Apresentam-se geralmente com uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e indecisa.

Quase sempre a princí-pio, é um clarão esbranquiça-do, cujos contornos vão se de-senhando aos poucos. De ou-tras vezes as formas são clara-mente acentuadas, distinguin-do-se os menores traços do ros-to, a ponto de poder descrevê-los com precisão. As maneiras, os aspectos são semelhantes aos do Espírito quando encar-nado.

Podendo tomar todas as aparências, o Espírito se apre-senta com aquela que melhor o possa identificar, se for esse o seu desejo. Assim, embora não tenha, como Espírito, nenhum defeito corporal, ele se mostra estropiado, coxo, corcunda, fe-rido, com cicatrizes, se isso for necessário para identificá-lo.

Os Espíritos comuns, das pessoas que conhecemos, vestem-se geralmente como o faziam nos últimos anos de sua existência.

Os Espíritos superiores apresentam uma figura bela, nobre e serena. Os mais inferi-

Encaminhe para a redação fatos espí-ritas como esse, absolutamente verídi-cos. Envie nome, telefone e endereço completos, estando disponível para eventual encontro com a redação. Após análise, publicaremos seu caso na colu-na “Aconteceu Comigo”. Ressaltamos, ainda, que as histórias serão, após doa-ção autoral, de propriedade exclusiva dessa revista.

Nosso endereço: Rua Luiz Silvério, 120, Vila Marieta, Campinas/SP, CEP 13043-330.

Nota da redação:O Editor garante a veracidade dessa história.

Entendendo

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Capa

Maio 200318 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

A História do Antes não tivesse feito! Lamento ter criado o dia das Mães.

Não era isso que eu pretendia! Esse é um dia de

sentimentos e não de lucros!

“Estou tentando, de todas as maneiras ao meu alcance, evi-tar que o Dia das Mães seja a-viltado por certa classe de in-divíduos e organizações que vêem nele apenas um meio pa-ra ganhar dinheiro".

- Mas, retrucou o repór-ter, afinal foi a senhora mesma quem instou durante anos para que o cravo branco fosse trans-formado em símbolo do Dia das Mães. Foi a senhora quem instituiu para que todos man-dassem mensagens de carinho às mães, por telegrama ou car-ta.

- O senhor está dizendo que o meu triunfo é, também, o meu fracasso. Está bem! Você tem razão, meu rapaz! Este é o paradoxo de minha vida.

Mas não era o único pa-radoxo na vida de Anna Jarvis.

trangido, pôs Anna Jarvis em liberdade, um repórter foi visi-tá-la em sua casa, na Rua 12 Norte, em Filadélfia. A bela mulher, de cabelos brancos e 60 anos de idade, estava senta-da numa cadeira de espaldar reto e seu olhar estava posto no retrato de sua mãe.

O jornalista perguntou-lhe:

- Por que a senhora não desiste? Está lutando contra o mundo, sozinha! Deveria orgu-lhar-se por ser a criadora do Dia das Mães.

- O Dia das Mães foi transformado num comércio sórdido. O senhor leu o que es-crevi ao Presidente Coolidge?

O rapaz acenou afirma-tivamente. A carta fora publi-cada pelos jornais. Em um cer-to tópico, Anna Jarvis dizia:

Wallace Leal V. RodriguesAraraquara - 1971

erto dia, em 1925, uma mulher alta e enérgica, Cde aspecto decidido, en-

trou num hotel de Filadélfia e encaminhou-se na direção de um grupo de senhoras da Asso-ciação das Mães de Veteranos de Guerra, reunidas em con-venção.

Censurou-as, denunci-ando-as por venderem o cravo branco, símbolo do Dia das Mães, por preços extravagantes e extorsivos. Diversas pessoas tentaram interrompê-la, mas a sua invectiva era fria e obsti-nada. Finalmente, foi chamado um policial. A dama foi presa sob a alegação de perturbar a ordem. Assim, terminava mais um incidente na atribulada car-reira de Anna Jarvis, a criadora do Dia das Mães.

Quando o juiz, cons-

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Maio 2003 19FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Dia das MãesEmbora fosse uma mulher ex-tremamente bela, jamais se ca-sara. Nascera em 1864, em Grafton, Virgínia Ocidental, onde crescera, transformando-se numa beldade esbelta e rui-va. Por que uma jovem assim teria permanecido solteira?

Um amigo da família contou. “Anna teve um caso de amor mal sucedido e isso dei-xou-a abalada e desiludida. Daí por diante deu as costas a todos os homens".

Ao sair da faculdade Mary Baldwin, em 1883, dedi-cara-se ao magistério em Graf-ton. Não que precisasse do sa-lário. Sua mãe, viúva, gozava de boa situação. Alguns anos mais tarde, Anna, sua mãe e sua irmã mais nova, Elsinore, que era cega, mudaram-se para Filadélfia. Anna empregou-se como assistente no departa-mento de publicidade de uma companhia de seguros. Assim, viveu dos 20 aos 40 anos.

Sugeriu a idéia ao Pre-feito Reyburn, de Filadélfia. Esse foi o início da cruzada de Anna Jarvis. O ponto básico era, ela insistia, a homenagem não só às mães vivas, mas, tam-bém, às mães que já haviam morrido. De sua casa, feita quartel general, ela dirigiu uma das mais estranhas e eficientes campanhas epistolares de que se tem notícia. Escreveu a go-vernadores, congressistas, clé-rigos, industriais, clubes femi-ninos, a qualquer um que pu-desse exercer influência. As respostas a essas cartas foram em número tão considerável, demandavam tanta correspon-dência, que Anna deixou o em-prego que tinha a fim de dedi-car-se inteiramente à sua cam-panha.

Quando verificou que sua casa se tornara pequena pa-ra servir de escritório, comprou a casa vizinha. Em breve era convidada a visitar outras cida-

Então, em 1905, a sra. Jarvis fa-leceu. Foi um golpe terrível que, entretanto, marcou o iní-cio de nova e vital etapa na vi-da de Anna.

Contava ela, então, 41 anos, era dona de uma bela ca-sa, tutora da irmã cega e prin-cipal beneficiária da herança materna.

Enquanto decorriam os dias longos, o coração claman-do pela presença materna, uma visão tomou corpo em seu espí-rito: a instituição de um dia consagrado às Mães.

Anna não queria

que a festa da

mãe pobre fosse

diferente da

festa da mãe rica.

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Anna JarvisA criadora do Dia das Mães

des para falar perante diversas organizações. Escreveu e im-primiu folhetos sobre seu pla-no, distribuindo-os gratuita-mente. Todas essas atividades consumiam boa parte de sua fortuna, mas Anna jamais per-mitiu que isso a preocupasse.

Corriam os dias em que outras mulheres corajosas e enérgicas, as célebres Sufraget-tes, lutavam pelo direito de vo-to. Os objetivos de Anna Jarvis eram mais sentimentais, menos sujeitos a controvérsias. Como poderia um legislador comba-ter algo tão doce, puro e cheio de beleza como um Dia das Mães? E a Virgínia Ocidental foi o primeiro Estado norte-americano a adotar oficial-mente a data festiva.

Anna Jarvis, inspirada por esses primeiros sucessos, continuou a escrever, a viajar, a fazer conferências. Em 1914, sua eloqüência persuadiu o De-putado J. Thomas Heflin, do

tendia! Esse é um dia de senti-mentos e não de lucros!"

Anna não queria que a festa da mãe pobre fosse dife-rente da festa da mãe rica. Um simples cravo branco, a flor predileta de sua mãe, bastava para exprimir um mundo de afeto!.

Ela estava atônita. Ines-peradamente viu-se pobre e só. A escada do templo, de onde queria expulsar os vendilhões tornara-se uma rua comercial sem horizontes: dezenas de ve-zes dava a volta ao mundo. To-do o dinheiro de sua herança se fora.

Então, fazendo apagar-se para sempre o seu belo sorri-so, onde, durante anos tatalara asas a borboleta de ouro de suas esperanças, recolheu-se de sua casa na Rua 12 Norte. Le-vando pela mão a passiva Elsi-nore, fechou com firmeza a porta de suas costas. Daí para frente recusava-se a receber quem quer que fosse.

Assim, deixou-se levar pelas torrentes crepusculares dos anos até a enseada da Pra-ça Marshal, em West Chester.

- Antes não tivesse fei-to! Lamento ter criado o dia das Mães.

Alabama e o Senador Morris Sheppard, do Texas, a apresen-tarem uma proposta conjunta para que se observasse em toda a nação norte-americana, o Dia das Mães. A proposta foi apro-vada pelas duas casas do Con-gresso. O verdadeiro grande momento de Anna chegou quando o Presidente Woodrow Wilson, assinou uma procla-mação na qual recomendava que o segundo domingo de maio (aniversário da morte da mãe de Anna) fosse observado no país inteiro como o Dia das Mães.

Todavia, para Anna, es-se triunfo não era suficiente. Ainda era preciso conquistar o resto do mundo! Assim, a cor-respondência, os discursos e os folhetos de exortação continu-aram, agora em escala interna-cional.

E o seu esforço foi nota-velmente bem sucedido. Só no decurso de sua vida, 43 países adotaram o Dia das Mães. O Brasil foi um deles. A 5 de maio de 1932, o então chefe do go-verno Provisório, Getúlio Var-gas, promulgou oficialmente, pelo decreto 21.366, o segundo domingo do mês de maio, o Dia das Mães.

Infelizmente, o triunfo de Anna Jarvis em breve se tor-nava a sua grande frustração. Ela escrevia desesperada por centenas de jornais: “Estão co-mercializando o meu Dia das Mães! Não era isso que eu pre-

Fonte:Mãe - Antologia Mediúnica. Ed. O Clarim. Pedidos (16) 282-1066 / 282-1471.

Reprodução

Maio 200320 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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Curiosidades Bíblicas

Maio 2003 21FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Julieta Closer - Campinas/SP

V o c ê S a b i a . . .V o c ê S a b i a . . .

Estamos no mês de maio, inspirador de poetas e compositores pela data dedicada às mães, portanto, nossa homenagem a todas elas, biológicas ou pelo coração!

Estamos no mês de maio, inspirador de poetas e compositores pela data dedicada às mães, portanto, nossa homenagem a todas elas, biológicas ou pelo coração!

Fonte:1) Bíblia de Jerusalém - Sociedade Bíblica Católica Internacional e Paulus 1985;2) Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer, 7 ed, 1978, Ed. Viva;3) Bíblia Sagrada - Imprensa Bíblica Brasileira, 4 ed, 1988;4) Dicionário Bíblico Universal - Buckland, ed. Vida, 3 ed, 1982.

loés - madeira preciosa e odorífera, da árvore Aquillaria agalocha da qual se extrai uma resina Ausada para perfumar e que hoje se encontrada em shampoos e cremes. Na Bíblia seu uso mais memorável foi no sepultamento de Jesus, menciona-se como uma das especiarias mais preciosas. Salmos 45.8, Provérbios 7.17, Cântico 4.14 e João 19.39.

lfa e Omega - a primeira e a última letras do alfabeto grego. A frase “Eu sou o Alfa e o AOmega" quer dizer “Eu sou o Princípio e o Fim". Referências a essas letras estão em: Apo-calipse 1.8, 21.6, 22.13.

lexandria, cidade fundada por Alexandre Magno em 331 a.C, para ser a metrópole do seu im-Apério ocidental. Foi nesta cidade que se fez a tradução do Antigo Testamento, do hebraico para o grego, tradução chamada “Septuaginta" ou versão dos setenta, pelo fato de terem sido os tradutores, setenta judeus de Alexandria. As referências do Novo Testamento a Alexandre acham-se em: Atos 6.9, 18.24, 27.6 e 28.11.

gar era uma serva egípcia de Sarai. Esta sem esperanças de gerar um filho, deu-a por mu-Alher a Abrão, seu marido, e Agar deu à luz um filho que recebeu o nome de Ismael. Os ára-bes dizem ser descendentes desse Ismael. Gen. 16.3 e 15

ãe em Israel" foi o nome dado a Débora, querendo dizer: “a mulher que serviu a MDeus na libertação do povo de Israel". Isaias 5.7.“

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nós nos encontramos. Diz ele: O nosso companheiro materialista dirá: Natureza. Mas para nós, os religiosos, Natureza é sinônimo de manifestação de Deus. Então, Deus cria a Natureza. Deus cria a vida, mas o homem, os homens ou as mulheres do planeta são filhos de Deus e podem modificar a cria-ção de Deus. Nós nos encontra-mos no limiar de uma Era extraor-dinária. Se nos mostrarmos capa-citados coletivamente a recebê-la com a dignidade devida, se os paí-ses mais cultos do globo puderem suportar a pressão dos seus pró-prios problemas, sem entrar em choques destrutivos, como por exemplo: guerra de extermínio, que deixará conseqüências impre-visíveis para nós todos no planeta, então veremos uma Era extraordi-nariamente maravilhosa para o homem, porque a própria automa-ção - diz ele - nos está dizendo que nós vamos ser aliviados ou quase que aposentados do traba-lho mais rude no trato com o pla-neta para a educação da nossa vi-da mental, através de informações sobre o Universo com proveito enorme, proveito incalculável pa-

ra benefício da Humanidade. Mas isso terá um preço. Será o preço da Paz, se nós pudermos nos su-portar uns aos outros, amar aos outros, seguindo os preceitos de Jesus, até que essa Era prevaleça, provavelmente no próximo milê-nio (não sabemos se no princípio, se nos meados ou se no fim). O ter-ceiro milênio nos promete mara-vilhas, mas se o homem, filho e herdeiro de Deus, também se mos-trar digno dessas concessões, se-não vamos agüentar nós todos tal-vez com as estacas zero ou quase zero para recomeçar tudo de no-vo.

A escrita automática, tra-tada pela Metapsíquica e a Pa-rapscologia, é um dos atributos da mediunidade, como diz Allan Kar-dec. Os que não crêem nos dotes preternarurais do médium são de opinião que o sr. registra no pa-pel, por meio de escrita automáti-ca ou inconsciente, reminicências

Recordando Chico

u queria saber agora o se-guinte: Os Espíritas dizem Eque os renascimentos su-

cessivos da criatura humana têm por objetivo a sua evolução. Ou-tras correntes espiritualistas como os teosofistas, os messiânicos, também dizem que nós estamos num limiar de uma Era de grande beleza, a Era de Aquário, na qual a Humanidade será muito mais fe-liz. Eu gostaria de perguntar ao senhor o seguinte: Se temos mais de uma dezena de séculos de evo-lução, se estamos no limiar de uma Era de encontro da criatura humana consigo própria, como que o senhor explica as violênci-as do mundo atual como a guerra do Vietnã, a violência da socieda-de de consumo? Isso, a nosso ver, não representa uma grande evolu-ção da Humanidade.

Esses fenômenos todos - diz o nosso Emmanuel que está presente - caracterizam mesmo o período de transformação em que

O “Pinga Fogo” TV Tupi 28 de julho de 1971 - Parte 4

Maio 200322 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

...você não pode exigir que os outros venham a crer naquilo que você crê, você não pode

pedir a outrem que pense pela cartilha dos seus próprios pensamentos. - Emmanuel

Hele Alves:

Chico Xavier:

João Scantimburgo:

A humilde certeza

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de leituras. E ainda, não será o sr. dotado de tal sensibilidade que, identificado com os autores, por assim dizer psicografados, natu-ralmente os assimilou e os imita, e redige à maneira deles? E, ainda, o que o sr. faz com os autores que diz psicografados é, na opinião dos observadores que não são, não perfilham a mesma doutrina do sr., um decalque ou imitação. Por que o sr. ficou em autores co-mo Humberto de Campos, Antero de Quental, Augusto dos Anjos, Cruz e Souza, Guerra Junqueiro e outros? Não terá o sr. repetido de Augusto dos Anjos os versos que leu e reteve de memória?

Antigamente, eu me sen-tia, às vezes, ressentido dentro da minha ignorância com aqueles que não conseguiam crer na reali-dade mediúnica. Isso há quase uns 40 anos. Mas Emmanuel então me disse: o seu ressentimento é pura vaidade, porque você não pode exigir que os outros venham a crer naquilo que você crê, você não pode pedir a outrem que pen-se pela cartilha dos seus próprios pensamentos. Você deve se prepa-rar para ouvir as opiniões mas as opiniões mais contrárias em torno da mediunidade porque cada um, cada Espírito está na Terra com determinada tarefa e, às vezes, o fato de alguém adquirir prema-turamente uma convicção muito real da vida extraterrena pode ser um agente, não vamos dizer de pertubação, mas pode ser um a-gente incômodo para a tarefa que aquela criatura deva ou deve de-

sempenhar. Então, respeito a opi-nião de todos que pensam assim, mas eu não posso acreditar que assim seja, porque isso se tornou tão evidente na minha vida, se tornou de forma tão palpável para mim a convivência com as entida-des espirituais durante tantos anos desde os dias da infância que para mim a vida com os Espíritos desencarnados já não é propria-mente um fenômeno mediúnico, mas o estado de convivência. Con-quanto eu diga isso compreen-dendo que a misericórdia vem de-les e que a tolerância vem deles e eu, às vezes, pergunto a mim mes-mo como é que eles podem me to-lerar. Mas cheguei a um estado de certeza, certeza íntima e natural-mente pessoal e intransferível, que se eu disser que estes livros pertencem a mim eu estou come-tendo uma fraude pela qual eu vou responder de maneira muito grave depois da partida deste mundo. Eu não desejo carregar es-te problema porque estou perfei-tamente tranqüilo quanto à pre-sença dos Espíritos na mediunida-de, nos livros e quanto mais a mi-nha vida pessoal na presente reen-carnação se alonga na Terra, mas eu compreendo que me sinto à distância deles, porque quanto mais a luz deles brilha, mais eu compreendo a minha inferiorida-de, a sombra a que eu devo me acolher para respeitar. Então, eu não posso crer desse modo. E cer-ta feita, quando alguém fez esta indagação ao Espírito Emmanuel, ele, então, me disse: seria o caso de uma pessoa que leu centenas de livros se transformar, por exemplo, num escritor automático

de muitas obras, de muitas pági-nas, quando isso geralmente acontece com muito pouca gente, só com aqueles que têm uma inte-ligência muito aprimorada. Não é o meu caso, porque eu não pude ir além do curso primário, e, além disso, em 1931 eu contraí uma en-fermidade ocular que me acompa-nha até os dias presentes e apesar de ser muitas vezes uma pessoa acusada de devorar livros, eu não consigo ler muito. Para que eu leia um livro é preciso que um amigo me faça uma indicação porque eu vou ler não com sacrifício, mas com algum trabalho porque dis-ponho apenas de atividade mono-cular. Isto é do domínio dos médi-cos que em Belo Horizonte e em Uberaba tratam da minha situa-ção de doente dos olhos desde 1931.

Chico Xavier, eu não po-nho em dúvida a sinceridade do seu ministério espiritista. Eu creio firmemente que o senhor trabalha com profundo amor à sua causa e à sua Doutrina. Mas eu vou insis-tir no aspecto mais conhecido da sua obra, das suas atividades que é aquela do escritor psicográfico. O senhor afirmou logo a minha primeira pergunta que escreveu 107 livros e que tem 4 no prelo. Na literatura brasileira, o senhor é, depois de Coelho Neto, o mais prolífico dos escritores que já redi-

Maio 2003 23FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Chico Xavier:

Os antigos filósofos, também médiuns

João Scantimburgo:

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giram na língua portuguesa. Por outro lado, o senhor disse, respon-dendo a uma pergunta minha, que havia feito apenas o curso pri-mário. O senhor, para todos os que aqui estão e os que estão ou-vindo no vídeo, em casa, é um ho-mem que tem uma grande fluên-cia ao falar. O senhor constrói com perfeição a frase, o senhor tem lógica na exposição da sua Doutrina. Logo, o senhor é um au-todidata, que se compenetrou da Doutrina que esposou e a estudou profundamente e passou a exercer o seu trabalho expondo essa Dou-trina. Eu insisto que a escrita au-tomática no senhor deve ser mais o produto do inconsciente do que o produto da mediunidade. Não sei se o senhor conhece uma cole-ção de livros publicados na Fran-ça com o título genérico À manei-ra de..., em que os autores fazem a imitação de vários autores. Por exemplo: Marcel Proust, cujo cen-tenário acaba de passar. Se o se-nhor ler uma página de Marcel Proust e uma página do livro À maneira de... não distinguirá, ain-da mesmo que tenha profundo co-nhecimento do estilo de Marcel Proust. Esta é uma imitação cons-ciente. Eu tenho para mim que o senhor ao fazer, redigir os livros psicografados agiu sob impulso do inconsciente. O meu antigo companheiro de imprensa e caro companheiro de imprensa Hercu-lano Pires, cuja inteligência bri-lhante eu sempre respeitei e sem-pre aplaudi, criou um embaraço para a minha pergunta, ao falar em 400 autores que o senhor teria citado. O senhor citou 400 autores ou o senhor escreveu à maneira de

400 autores como escreveu Hum-berto de Campos, como Guerra Junqueiro, como Antero de Quen-tal, como Augusto dos Anjos?

Creio que o número enun-ciado já está superado de 400 co-municantes. Eles escreveram à maneira deles, mas respeito o pon-to de vista do senhor como respei-to qualquer homem de Ciência que ainda não pôde aceitar por exemplo o realismo da mediuni-dade, respeito muito, mas conti-nuo acreditando que eles escreve-ram à maneira deles, porque em algumas centenas, vamos dizer mais de três centenas destes 400 e tantos, hoje me parece que são quase 500, eu não tinha a menor idéia do que eles escreveram.

O senhor conhece um caso famoso ocorrido na Inglaterra de escrita psicografada: uma senhora que psicografou a obra de Oscar Wilde, e os meios literários ingle-ses não acreditaram como sendo uma obra psicografada de Oscar Wilde. Ainda mais: entre as mi-nhas carreiras, além de jornalista eu também tenho a de filosofia e não me consta que obras tão com-plexas como a de Platão, a de Aristóteles, a de Santo Agostinho, a de São Tomaz de Aquino, a de Descartes, a de Kant e a de outros filósofos e outros pensadores tenham sido psicografadas. Não

seria por causa da dificuldade de psicografar essas obras?

Bem, eu devo voltar um pouco o nosso pensamento inicial para dizer ao senhor que de 1931 a presença de Emmanuel em mi-nha vida tem sido a presença de um professor. Ele tem corrigido minhas expressões, ele tem procu-rado melhorar o meu vocabulário, melhorar as minhas atitudes do ponto de vista verbal e como o li-vro estava na frente da presença apagada que eu posso trazer, ele sempre teve muito cuidado em po-dar tanto quanto possível as mi-nhas impropriedades, que eu sei que são muito grandes. De modo que eu possa declarar de público que qualquer estrutura fraseológi-ca mais feliz de que eu possa ser portador, isso se deve à influência de Emmanuel, à presença dele junto de mim, compreendendo a responsabilidade de um programa como este. Quanto aos escritores da antigüidade e aos escritores dos tempos modernos, com todo respeito ao senhor eu me permiti-ria perguntar se eles também não seriam médiuns?

Este programa é de per-guntas e não de debates.

Não, não é de debates, ab-

Chico Xavier:

Chico Xavier:

João Scantimburgo:

João Scantimburgo:

Chico Xavier:

Maio 200324 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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solutamente. Apenas respeitando imensamente a Igreja Católica, em cujo seio formei a minha fé, com respeito profundo e que eu devo declarar de público, que nunca perdi e não quero perder. Então, eu digo aqui de público, eu não conheço essas obras, mas gostaria de conhecê-las, em português, mas os Espíritos amigos se refe-rem, por exemplo, a duas perso-nalidades do mundo católico que deveriam ser mais conhecidas em nosso ambiente cultural. Por exemplo: na latinidade especial-mente na língua, eu não conheço absolutamente nada. Eles se refe-rem à Santa Brígida, da Suécia, e à Santa Clara de Montefalco, na Itá-lia, cujas biografias atestam a pre-sença da mediunidade extraordi-nária, a ponto, diz Emmanuel, que Santa Brígida deixou muitas pági-

nas, vamos dizer, do ponto de vis-ta de autenticidade absolutamente psicográfica. A vida dessas duas grandes figuras da Igreja Católica, que eu venero tanto, ao que me parece pela palavra dos nossos amigos espirituais, foram duas criaturas portadoras de mensa-gens especiais para os cristãos.

Almir, eu queria que você me concedesse apenas o direito de fazer uma observação a respeito do que o Chico acabou de falar. Eu queria lembrar a existência no meio católico também de psico-grafia, de fenômeno psicográfico. As edições Paulinas, aqui de São Paulo, há uns 5 anos mais ou me-nos, publicaram um livro muito curioso, e que se chama O Manus-crito do Purgatório. É um livro re-cebido na Espanha, num convento de lá, por uma freira. Ela recebeu o livro através do Espírito de ou-tra freira que havia morrido no próprio convento. Um trabalho evidentemente de psicografia ca-tólica. Esse livro foi traduzido pa-ra o português pelo padre Júlio Maria, tão conhecido, principal-mente pela sua atuação na revista Ave Maria. E saiu publicada aqui em São Paulo, com todas as auto-rizações eclesiásticas, tendo vin-do, também, da Espanha, com es-sas autorizações. Mas acrescento o seguinte: As próprias edições Paulinas anunciaram que outros livros da mesma natureza seriam publicados por ela. Entretanto, não foram. Mas existe, portanto,

bastaria este livro O Manuscrito do Purgatório, que foi publicado, para provar que existe uma psico-grafia católica.

Emmanuel pede para men-cionar diante do nosso caro escri-tor e entrevistador que levantou o problema com tanta distinção e com tanto carinho que não pode-mos esquecer um problema muito importante em nossa vida cristã. É que o livro é mesmo um instru-mento de cultura extraordinário, um instrumento que está entre es-se mundo e o outro. É tão impor-tante que o primeiro livro que veio para a Humanidade é um li-vro do mundo espiritual, um livro de pedra que foi os 10 Manda-mentos, de Moisés.

Psicografia na pedra! Moi-sés como médium psicógrafo.

Continua no próximo número...

Continua no próximo número...

Para saber mais, consulte:Chico Xavier no pinga fogo. Pg. 31/35. Ed. Edicel.

Chico Xavier:

Herculano Pires:

Herculano Pires:

Emmanuel

Mentor Espiritual de Chico Xavier

Maio 2003 25FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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um nome bendito, como se faz com o Pai Celestial; contudo, qual se faz igualmente até hoje na Terra com o Todo-Miseri-cordioso, reclamar-se-á tudo de ti, sem que se dê coisa algu-ma. Embora detendo o direito de fulgir à luz do primeiro lu-gar nas assembléias humanas estarás na sombra do último... Nutrirás as criaturas queridas com a essência do próprio san-gue; no entanto, serás apartada geralmente de todas elas, como se o mundo esmerasse em te apunhalar o coração. Muitas vezes serás obrigada a sorrir, engolindo as próprias lágrimas e conhecerás a verdade com a obrigação de respeitar a menti-ra... Conquanto venhas a resi-dir no regozijo oculto da vizi-nhança de Deus, respirarás no fogo invisível do sofrimento!...

- Que mais?

Conto

ntre a Alma, prestes a re-encarnar na Terra, e o EMensageiro Divino tra-

vou-se expressivo diálogo:- Anjo bom, disse ela, já

fiz numerosas romagens no mundo. Cansei-me de prazeres envenenados e posses inúteis... Se posso pedir algo, desejaria agora colocar-me em serviço, perto de Deus, embora deva achar-me entre os homens...

- Sabes efetivamente a que aspiras? Que responsabili-dade procuras? Replicou o in-terpelado. Quando falham aqueles que servem à vida, per-to de Deus, a obra da vida, em torno deles, é perturbada nos mais íntimos mecanismos.

- Por misericórdia, Anjo amigo! Dar-me-ás instruções...

- Conseguirás aceitá-las?

- Assim espero, com o

Maio 200326 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

amparo do Senhor.- O céu, então, conce-

der-te-á o que solicitas.- Posso informar-me

quanto ao trabalho que me aguarda?

- Porque estarás mais perto de Deus, conquanto entre os homens, recolherás dos ho-mens o tratamento que eles ha-bitualmente dão a Deus.

- Como assim?- Amarás com todas as

fibras de teu coração, mas nin-guém conhecerá, nem avaliará as reservas de ternura!... Vive-rás abençoando e servindo, qual se carregasses no próprio peito a suprema felicidade e o desespero supremo. Nunca te fartará de dar e os que te cer-cam jamais se fartarão de exi-gir...

- Que mais?- Dar-te-ão no mundo

Irmão X

Porque estarás mais perto de Deus, conquanto entre os homens,

Recolherás dos homens o tratamento que eles habitualmente dão a Deus

Perto Perto de de

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Espiritualmente, viverás mais perto de Deus, e, em razão dis-so, terás por dever agir com o ilimitado amor com que Deus ama...

- Anjo bom - disse a Alma, em pranto de emoção e esperança - que missão será es-sa?

O emissário divino en-dereçou-lhe profundo olhar e respondeu num gesto de bên-ção:

- Serás mãe!...- Serás mãe!...

- Adornarás as outras criaturas para que brilhem nos salões de beleza ou nos tor-neios da inteligência; entretan-to, raras te guardarão na me-mória, quando erguidas ao fausto do poder ou ao delírio da fama! Produzirás o encanto da paz; todavia, quando os ho-mens se inclinem à guerra, se-rás impotente para afastar-lhes o impulso homicida... Por isso mesmo, debalde chorarás quando se decidirem ao exter-mínio uns dos outros, de vez que te acharás perto do Todo-Sábio e, por enquanto, o Todo-Sábio é o grande Anônimo, en-tre os povos da Terra.

- Que mais?- Todas as profissões do

Planeta são honorificadas com salários correspondentes às ta-refas executadas, mas o teu ofí-cio, porque estejas em mais ín-tima associação com o Eterno e para que não comprometas a Obra da Divina Providência, não terá compensações amoe-dadas. Outros seareiros da Vi-

Maio 2003 27FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

nha Terrestre se-rão beneficiados com a determi-nação de horári-os especiais; con-tudo, já que o Su-premo Pai serve dia e noite, não disporás de oca-siões para des-canso certo, por-quanto o amor te colocará em permanente vigília! Não medi-rás sacrifícios para auxiliar, com absoluto esquecimento de ti; no entanto, verás teu cari-nho e abnegação apelidados, quase sempre, por fanatismo e loucura... Zelarás pelos outros, mas os outros muito dificil-mente se lembrarão de zelar por ti... Farás o pão dos entes amados... Na maioria das cir-cunstâncias, porém, serás a úl-tima pessoa a servir-se dos res-tos da mesa e, quando o repou-so felicite aqueles que te con-sumirem as horas, velarás, noi-te a dentro, sozinha e esqueci-da, entre a prece e a aflição...

Fonte:Estante da Vida -Chico Xavier Ed. FEB.

Rep

roduçã

o

DeusDeus

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simples fato desse órgão estar mais alto do que o coração, ou como querem alguns, mais per-to do céu.

A Medicina de hoje rejei-ta completamente a existência dos “pneumas", já que, na visão de Galeno, o “pneuma vital" exercia uma “força" sobre os va-sos dando-lhes uma certa tonici-dade que contrairia as veias e era essa “tenacidade" que impul-sionava o sangue. Galeno errou, também, no estudo das artérias. Quando morremos, dando o últi-mo suspiro, o coração ao se con-trair pela última vez, expulsa o sangue das artérias que se estan-cam dentro das veias. Ao ser ne-cropsiado, tanto o homem como o animal, vamos perceber que as artérias estão sempre vazias. Ga-leno pressupôs, então, que era o ar dos pulmões que circulava pe-las artérias já que nelas ele não conseguia ver circular o sangue.

William Harvey, em 1628, provou que a circulação sangüínea se fazia única e ex-clusivamente pela força da con-tração do músculo cardíaco, dis-

Ciência e Espiritismo

nos seres vivos.

Foi Galeno, médico de grande prestígio na antiga Ro-ma, (nasceu no século dois da Era Cristã) quem criou a teoria dos “pneumas" (que pode ser tra-duzido como ar, mas com o sig-nificado de “espírito"). Essa dou-trina, que perdurou durante os doze séculos da Idade Média, propunha a existência de três pneumas: o “vital", o “animal" e o “natural". O mais importante era o “pneuma vital" que Galeno localizou no coração e que dis-tribuía pela circulação sangüí-nea, até atingir o cérebro onde se transformava em “pneuma ani-mal" devido a sua capacidade de sentir e reagir como animais.

Aristóteles admitia que o coração era a sede da vida, con-siderando que a sua lesão desen-cadeava a morte. Talvez, por is-so, Galeno tenha centralizado o pneuma vital no coração. É curi-oso lembrar que para Platão a al-ma se situava no cérebro pelo

expressão “vitalismo" se refere ao que produz vi-Ada e, no passado, foi

muito utilizada em oposição ao termo “mecanicismo". No século XVIII, ambas expressões serviam para definir as principais doutri-nas que interpretavam os “movi-mentos e toda atividade dos se-res vivos".

Para os “mecanicistas" o batimento do coração, a circula-ção do sangue, o movimento dos músculos, bem como a entrada e saída do ar nos pulmões, eram todos efeitos de forças mecâni-cas que atuavam sobre os ór-gãos.

Os “vitalistas", pelo con-trário, admitiam a existência de um elemento imaterial que exer-cendo sua ação sobre os órgãos lhes dava a vida e seus movi-mentos.

Constatando as diferen-ças entre os materiais vivos co-mo as plantas e os animais e a matéria inerte, os antigos médi-cos e filósofos, sempre atribuíam essa diferença à presença da al-ma ou de “forças" vitais atuando

Maio 200328 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

A Doutrina do VitalismoA Medicina quando visualizar o Espírito poderá trabalhar

com Esse “agente" que alimenta e robustece a vida.

Prof. Dr.º Nubor Orlando Facure - Campinas/SPExclusivo para FidelidadESPÍRITA.

A teoria dos pneumas

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pensando a existência do “pneu-ma vital" e das forças da tenaci-dade. A partir daí, o edifício do conhecimento médico construí-do por Galeno ruiu para sempre.

André Luiz, no capítulo da “Mediunidade Curativa" (Me-canismos da Mediunidade), sali-enta que a circulação do sangue no corpo físico representa o “conjunto de energias" que cir-culam no corpo espiritual. Essas energias são absorvidas pela mente ao respirarmos no “reser-vatório incomensurável do flui-do cósmico".

Ressalvando a distância dos séculos, é inegável a intui-ção de Galeno, mesmo conside-rando que seus textos conte-nham impropriedades que a fisi-ologia de hoje esclarece. O que não se pode deixar de repensar, entretanto, é que existe de fato essa “força" de cuja natureza o Espiritismo faz indicações escla-recedoras. E é essa “energia espi-ritual" que a força mental conju-ga para criar os elementos regu-ladores do metabolismo de todos os órgãos.

Em O Livro dos Espíritos essa “energia" recebeu o nome de “princípio vital" e Allan Kar-dec dedica 10 perguntas no Ca-pítulo IV do citado livro sobre o assunto.

Vale a pena conhecermos o que os Espíritos ditaram à Kar-dec confirmando o acerto da po-sição milenar que os “vitalistas" vêm defendendo.

Ao mesmo tempo em que o agente vital dá impulsão aos órgãos, a ação destes entretém e desenvolve a atividade daquele agente, quase como sucede com o atrito que gera o calor.

Percebe-se nessas lições o quanto é importante o esforço e a vontade de viver. Kardec anotou que: “A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indiví-duo, quer nos indivíduos de uma espécie. Alguns há, que se acham, por assim dizer, satura-dos desse fluido, enquanto ou-tros o possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, para al-guns, vida mais ativa, mais te-naz e, de certo modo, supera-bundante".

As lições sobre o tema são preciosas, a Medicina, quan-do visualizar o Espírito, poderá trabalhar com esse “agente" que alimenta e robustece a vida.

Maio 2003 29FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Dizem os Espíritos que o “princípio vital" é comum a to-dos os seres, desde as plantas até o homem. É uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias.

Ele reside em um fluido especial, universalmente espa-lhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Na opinião de alguns, ele em nada difere do fluido elétrico animalizado ao qual também se dão os nomes de “fluido magnético", “fluido ner-voso" etc.

Há relação direta entre a vida e o “princípio vital". A vida é um efeito devido à ação deste agente sobre a matéria. Esse agente sem a matéria não é vida, do mesmo modo que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam.

O “princípio vital" tem por fonte o fluido universal. So-fre modificações segundo a espé-cie do ser que anima. É ele quem permite o movimento e a ativi-dade da matéria orgânica.

O articulista é médico, formado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em Uberaba. Fez especialização em Neurologia e Neurocirurgia no Hos-pital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Lecionou na Faculdade de Medici-na de Campinas UNICAMP - durante 30 anos, onde fez doutorado, livre-docência e tornou-se professor titular. Fundador do Instituto do Cérebro em Campinas, em 1987, tendo ultrapassado a marca de 100.000 pacientes neurológicos registra-dos em sua clínica particular. Além dis-so, é espírita sobejamente conhecido, res-peitado e querido dentro e fora do nosso movimento. Seus artigos guardam, sem-

pre, absoluta FidelidadESPÍRITA.

A contribuição do Espiritismo

Vale a pena conhecermos o que os

Espíritos ditaram à Kardec confirmando o

acerto da posição milenar que os “vitalistas" vêm

defendendo.

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de muito progresso. Na qualidade de secretário-geral do Conselho Espírita Internacional (CEI), Ma-sotti reforçou o convite para o 4º Congresso Mundial de Espiritis-

mo, a ser realizado em Pa-ris, em outubro de 2004, dentro das comemorações do bicentenário do nasci-mento de Allan Kardec.

Também pela FEB estiveram presentes à ceri-mônia o vice-presidente e editor da revista O Refor-mador, Altivo Ferreira, e o assessor de Comunicação do CEI, Antônio César Perri de Carvalho. Todos eles atuaram como expositores

no módulo Unificação. Duas entidades foram re-

presentadas no evento. Eder Fava-ro, ex-presidente da Associação Brasileira dos Divulgadores do Espiritismo (Abrade) e membro da ADE-SP e Zalmino Zimmermann, fundador e presidente da Associa-ção Brasileira de Magistrados Es-píritas (Abrame), compuseram a

Ao declarar abertos os tra-balhos, o presidente da USE, Attí-lio Campanini, concitou os espíri-tas ao trabalho sob a bandeira da Unificação. Segundo ele, o Movi-

mento de Unificação vive um grande momento, em que o ideal espírita se sobrepõe às questões materiais e ao personalismo, sem-pre prejudiciais à causa.

O presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Nestor João Masotti, contextualizou o congresso paulista num período de lutas, contramarchas e também

s mais de 2,2 mil pessoas presentes à cerimônia de Aabertura do 12º Congresso

Estadual de Espiritismo, realizada no Ginásio de Esportes do Guara-ni F. Clube, viveram mo-mentos de emoção superi-or. A noite de 17 de abril, foi marcada por um mani-festo pela paz, protagoni-zado por vários grupos musicais e também por uma belíssima conferência do tribuno Divaldo Pereira Franco.

Na platéia, repre-sentantes de 10 estados e 79 cidades, incluindo uma comitiva da Federação Espírita do Paraguai, que veio di-vulgar o seu primeiro congresso espírita, previsto para setembro deste ano, em Assunção. A Rádio Boa Nova transmitiu a cerimônia ao vivo, para ouvintes no Brasil e no exterior, além da cobertura da TV Fênix (canal 8 da NET) para o programa espírita A Vida Conti-nua.

Maio 2003FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

Rubens Toledo e A. OrlandoCampinas/SP

12º Congresso Estadualde Espiritismo

Congresso

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Após 3 dias de estudos, debates e avaliações, os 563 participantes do 12º Congresso Estadual de Espiritismo, aprovaram um plano trienal para a USE

Reprodução

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mesa principal, ao lado das enti-dades federativas: Liga Espírita, Sinagoga Espírita, União Federa-tiva e Federação Espírita do Esta-do de São Paulo (Feesp).

A escritora e oradora There-zinha Oliveira (diretora do Depar-tamento Doutrinário do C. E. Allan Kardec), que no ato repre-sentava as casas espíritas de Cam-pinas, proferiu uma prece, pedin-do dos congressistas “comunhão com o Alto e isenção de ânimo nos debates". O presidente da Co-missão Organizadora do 12º Con-gresso, David Bianchini, justificou o tema central - Movimento Espí-rita: Novos Horizontes - evocando uma frase do educador Paulo Frei-re.

Na conferência de abertura, Divaldo Franco falou dos “Novos horizontes na Ciência", ao evocar a obra de Daniel Coleman sobre a Inteligência Emocional (QE) e o trabalho da física Dana Zohar, so-bre o QS, ou seja, a Inteligência Espiritual dos indivíduos. Divaldo

beirão Preto”. Altivo observou que o Congresso de Campinas es-teve voltado especialmente para dirigentes e trabalhadores, com ênfase no dia-a-dia dos centros espíritas.

Talvez o Congresso de Campinas não tenha sido um re-corde de público, mas, com certe-za, foi um dos mais abrangentes em termos de proposta entre os 12 já realizados desde 1947. Foram desenvolvidas mais de 60 sessões ou atividades, com a participação de 73 expositores, incluindo te-mas livres e as palestras do 1º Encontro Nacional da Liga de His-toriadores e Pesquisadores Espíri-tas.

O Congresso Estadual ca-racterizou-se pelo alto grau de es-pecificidade e profundidade dos temas. Foram abordadas desde metodologias de atendimento a dependentes químicos e presidiá-rios até as terapêuticas convenci-onais e espíritas. Essa vivência foi transmitida no módulo Serviço Assistencial Espírita, em palestras de Nancy Puhlmann, diretora e fundadora do Instituto Beneficen-te Nosso Lar, da Capital, e autora da série Gaivotas Feridas, onde são relatadas as experiências com portadores de necessidades espe-ciais.

Miltes Aparecida Bonna, da Instituição Meimei, de São Ber-nardo do Campo, conduziu dois estudos desse módulo, abordando questões delicadas como as dos centros espíritas localizados em áreas de intensa violência. Miltes

Maio 2003 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

lembrou também o nome do cientista inglês Firssof e suas investigações acer-ca do Espírito. O orador deixou uma linda mensagem, relatando o caso de uma senhora aten-dida na Mansão do Caminho, cujo filho morrera assassina-do pelo colega, sob efeito de drogas.

As conclusões tiradas em três dias de estudos apontam um novo rumo para o Movimento Espírita no Estado, que certamen-te trará reflexos para todo o país. Estas conclusões, apresentadas em reunião do Conselho Deliberativo Estadual, servirão de base para um plano trienal das ações da no-va Diretoria Executiva da USE, que assumirá em junho próximo, juntamente com as 24 Regionais, que já estão em processo de reno-vação. O material, compondo os “Anais do Congresso", será dispo-nibilizado na internet (

). Se a grande proposta deste

12º Congresso Estadual de Espiri-tismo era rever posições e fazer correção de rumos, pode-se dizer que essa meta foi alcançada. Se-gundo Altivo Ferreira, vice-presidente da FEB, o evento de Campinas conseguiu aprofundar discussões e quebrar paradigmas. “Participei de todos os congressos, desde o primeiro, em 1947, no qual a USE foi fundada. Igual a este, só o oitavo, realizado em Ri-

www.ple-nus.net e www.use-sp.com.br

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Reprodução

Divaldo emociona o público

73 expositores em maisde 60 atividades

Quebra de paradigma

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No dia 31 de maio de 2003 acon-tecerão quatro simpósios espíritas simulta-neamente, na cidade de São Paulo/SP:

1) Simpósio dos profissionais do Direito, espíritas, na OAB/SP Ordem dos Advogados do Brasil, na Praça da Sé, 385, 1º andar, das 9 às 17 horas, com a finalida-de de discutir propostas para prevenção criminal, melhoria na prestação jurisdicio-nal e no atendimento social e após aprova-das serem encaminhadas às autoridades competentes para a sua implantação. Envi-ar propostas até 10 de maio, em até 60 li-nhas. Informações: fone (11) 6950.6554 ou por e-mail: [email protected] <mailto:[email protected]>.

2) Simpósio dos profissionais da área médica, espíritas, das 9 às 12 horas, na Faculdade de Medicina da USP, na rua Teodoro Sampaio, 115 - Pinheiros, para discussão da proposta de implementação da disciplina Medicina e Espiritualidade no currículo universitário e das 15 às 18 ho-ras, no CRM Conselho Regional de Medici-na, à rua Domingos de Moraes, 1810, Vila Mariana, para discutir a proposta de im-plementação de práticas integradas de Me-dicina e Espiritualidade nos serviços de sa-úde. Informações: fone (11) 3271.4889 ou por e-mail: [email protected] <mailto:[email protected]>

3) Simpósio dos profissionais da área de psicologia, espíritas, das 9 às 17h30, no auditório do CRP Conselho Regi-onal de Psicologia, à rua Arruda Alvim, 891, para discussão das propostas e proje-tos que utilizem a Psicologia como instru-mento de responsabilidade social e que se-rão apresentadas às instituições civis, go-vernamentais e privadas. Enviar propostas até 10 de maio, em até 3 páginas. Informa-ções: fone: (11) 3898.2135 ou por e-mail: [email protected] <mailto:[email protected]>.

Os eventos têm a coordenação da USE-SP e a realização da União dos De-legados Espíritas do Estado de São Paulo e profissionais do Direito, da Associação Mé-dico-Espírita de São Paulo e da Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas.

debateu também, com a platéia, a validade dos serviços prestados na casa espírita - a distribuição de sopa, a assistência infantil através de creche e ensino profissionali-zante. “Em nossa instituição, não se faz proselitismo com os assisti-dos, mas não omitimos a nossa condição de espíritas", asseverou.

Outra atração foi a Exposi-ção de Periódicos Raros Espíritas, que vai apresentar cerca de 70 fac-similes de revistas e jornais do século 19 e início do século 20. A iniciativa foi do psicólogo e histo-riador Eduardo Carvalho Montei-ro, assessor de Pró-Memória, da USE. Também nesse acervo foram expostos os recentes lançamentos da USE e Madras Espíritas, trazen-do edições inéditas de Allan Kar-dec, obras de A. Bezerra de Mene-zes e de F. Cândido Xavier, como por exemplo, o Álbum da Juven-tude de Chico Xavier, de Magali Fernandes e Eduardo Carvalho Monteiro.

A Liga não se limitou à exposição de documentos e obras raras, mas promoveu também um ciclo de palestras com Sônia Ri-naldi, Washington L. Fernandes, Carlos Guimarães (João Pessoa, PB), Jorge Damas Martins (Rio de Janeiro), Sinésio Griman (Volta Redonda, RJ), Samuel Magalhães (Manaus, AM) e João Fiorini (de Curitiba, PR). O delegado Fiorini é do serviço de inteligência da Polí-cia do Paraná e escolheu o tema Reencarnação para sua tese de Mestrado em Biologia. Ele vem utilizando no trabalho de investi-

gação sobre a palingênese, pes-quisas sobre birthmarks (marcas e cicatrizes no corpo, como indícios de prova da reencarnação), grafo-tecnia, impressões digitais e com-parações anatômicas. “Estamos procurando dar continuidade às pesquisas do nosso querido Her-nani Guimarães Andrade, um ho-mem sábio, com quem aprende-mos muito", afirmou Fiorini. (Dois dias depois, dr. Hernani desencar-nou em Bauru, 25 de abril, aos 89 anos.)

A proposta dos compa-nheiros de Gurulhos, para abrigar o 13º Congresso, foi aceita por unanimidade durante reunião do Conselho Deliberativo Estadual (CDE), na sessão de 20 de abril.

As datas não foram comu-nicadas já que este assunto deve fazer parte das atividades da Co-missão Organizadora a ser forma-da para esta realização. No entan-to, Norberto Gaviolle, da Diretoria Executiva da USE, lembrou que “devemos trabalhar para não defi-nir datas que possam coincidir com a Confraternização das Moci-dades Espíritas que ocorrem anu-almente, durante a semana santa".

Mais de 50 centros espíri-tas estão ligados à USE Intermu-nicipal de Guarulhos, objetivando a unificação do movimento espí-rita local, e que tem seu vínculo com a USE Regional de São Paulo, que foi a formalizadora da indica-ção para o próximo Congresso, na pessoa de Suzete Amorim.

Maio 2003FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP32

Simpósios EspíritasSimpósios Espíritas

Exposição de obras rarase palestras de pesquisadores

Até 2006, em Guarulhos!

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Reflexão

pria existência física em holocausto em nome daquilo que pregava, seria fanático? Madre Tereza de Calcutá seria fanática? A resposta é negati-va. Na verdade, foram almas que por tanto compreenderem a característi-ca momentânea de nossa vida física, optaram por dedicá-la quase que in-tegralmente ao seu semelhante.

Isso posto, o fanatismo se caracteriza quando alguém, a partir de um ponto de vista pré concebido, passa a querer convencer a tudo e a todos, torna-se o dono da verdade, nada mais importa, senão a sua opi-nião. Essa pessoa sim, talvez esteja fanatizada, entretanto, mesmo dese-quilibrada, chamá-la de fanática po-derá não ajudar. O que não é bom, só pode ser ruim; logo, se nosso de-sejo for ajudá-la, temos de refletir, conhecer bem suas atitudes, agir-mos, primeiro, severamente conosco mesmos e depois, somente depois, revestirmos as palavras com a fra-ternidade e convidá-la à reflexão em torno do tema.

O fato de existirem almas abnegadas que renunciam aos pra-zeres materiais, dos mais simples (p. ex. ir a uma festa) aos mais comple-xos (p. ex. uma longa viagem), ape-nas para se doarem em caridade ao próximo, seja nas obras assisten-ciais ou qualquer outra atividade do Centro Espírita, não as tornam faná-ticas, em absoluto, são almas que, talvez, tragam consigo o desejo de realizar, nesta encarnação, o que não executaram em outras. Muitas vezes, a força de vontade, a dedica-ção por progredir é tanta que aca-

bam por produzir mais que o co-mum das pessoas. Todavia, isso pa-rece incomodar aqueles que não despertaram ainda!

O Espírito de Camilo, atra-vés da psicografia de Raul Teixeira nos ensina que, no caso em que há verdadeira dedicação ao trabalho do bem, o trabalhador espírita não de-verá entristecer-se quando for ta-chado como exagerado ou fanático, “os que assim pensam e dizem, ou que dizem sem pensar, desconhe-cem o efeito da água fresca para quem sofre a sede; ignoram a fun-ção da claridade para quem cami-nha em sombras; não sabem o que significa o agasalho para o que se-gue exposto ao frio intenso”.

Importantes palavras que nos levam à reflexão, valendo frisar que em nenhum momento gostaría-mos de transmitir a idéia de que, fa-zer viagens, ir a festas ou qualquer outro compromisso social, seja erra-do; da mesma forma que abrir mão desses prazeres em benefício do pró-ximo, também não o é. O que gosta-ríamos que ficasse claro é que a evo-lução é individual, cada um deverá escolher o seu próprio caminho e suas próprias atitudes: “a cada um segundo o seu comportamento”, palavras de Jesus.

Leandro Camargo - Hortolândia/SP

Fanatismo ou Idealismo?Fanatismo ou Idealismo?

Dicionário de Filosofia - RUSS, Jacqueline, Ed. Scipione, 1994 São Paulo/SP.Discurso de Henri Bérgson no Comitê Franco-Americano, in Bérgson, Écrites et Paroles, t2, p.381, PUF.Desafios da Mediunidade - p. 67, questão 52, 1ª edição, Ed. Fráter.Mateus 16:27

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Invoquemos os exemplos das grandes almas:

anatismo, segundo os dicio-nários, é “Disposição passio-Fnal de quem é animado por

um zelo cego, não retido e não do-minado pela razão; acarreta uma in-tolerância com relação aos que não partilham nossas opiniões ou cren-ças”.

Idealismo: “Por idealismo entendo [...] o hábito de colocar as coisas do espírito acima de todas as outras[...]. E depois, enfim, sobretu-do, entendo por idealismo o hábito de considerar a vida como não sen-do feita simplesmente para ser vivi-da, mas como tendo por objeto e por razão de ser a realização de algo que ainda não existe e que, uma vez rea-lizado, dará à vida um conteúdo mais rico e uma nova significação”.

É certo que alguém, possui-dor de um zelo religioso cego, não agirá dentro dos propósitos de fé ra-ciocinada apregoada pelo Espiritis-mo. Entretanto, o fato de alguém ser muito dedicado à causa do bem, bastante interessado, renunciando a si mesmo, valorizando as horas e consagrando o tempo livre ao Se-nhor, com equilíbrio e amor não ca-racteriza o fanatismo. Freqüente-mente são apenas almas dedicadas, adeptos do idealismo cristão e não pessoas imbuídas de uma cegueira religiosa.

Chico Xavier que teve mais de 70 anos de sua vida dedicados ao Espiritismo poderia ser considerado fanático? Jesus que ofertou sua pró-

Maio 2003 33FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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Ricardo Rodrigues Escodelário - Campinas/SP

A Verdadeira ReligiãoA Verdadeira ReligiãoPérolas da Codificação

ca a lei de Justiça, Amor e Cari-dade na sua maior pureza, ca-recendo para isso:

Do conhecimento das Leis que regem o universo (in-telecto);

Da disposição por apli-cá-las corretamente (moral).

Enquanto o hipócrita falseia a realidade, por inúme-ros motivos, o Homem de Bem é seguro no que vive, pois sabe o porquê e para quê da vida e deseja vivê-la integralmente.

Assim, a doutrina que proporcionar aos seus adeptos os resultados acima e concitá-los para a união fraternal atra-

vés de verdadeiros laços de afeição pode se reconhecer co-mo expressão da verdade.

Por esses e outros indí-cios, reconhecemos no Espiri-tismo sua veracidade, pois to-dos os esclarecimentos conti-dos na Codificação, suscitam em seu adepto a busca por ser um homem de bem, que passa a vislumbrar nos outros, uma criatura de Deus.

explicação dos Espíri-tos fora surpreendente, Aadmirável e imparcial,

informando que através dos re-sultados que essa doutrina con-duz, é que se obtém a resposta, deste modo notamos a grande capacidade de sintetização dos Espíritos Superiores, muito es-clarecendo por poucas pala-vras, vejamos:

“Aquela que mais ho-mens de bem e menos hipócri-tas fizer, isto é, pela prática da Lei de amor na sua maior pure-za e na sua mais ampla aplica-ção...”.

O Homem de Bem prati-

Por que indícios se poderá reconhecer, entre todas as doutrinas que alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, a que tem o direito de se apresentar como tal?

842-

“Será aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, isto é, pela prá-tica da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Esse sinal por que reconhecereis que uma doutrina é boa, visto que toda doutrina que tiver

por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falsa e perniciosa”.

R:

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Ibidem. pergunta nº 918.

O Livro dos Espíritos - pergunta nº 842. Allan Kardec. Ed. FEB.

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Maio 200334 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP

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Autor: Ivone A. Pereira - médiumEditora: FEBPedidos F: (21) 2589-6020

Um clássico Espírita que através da mediunidade da inesquecível Ivone do Amaral Pereira, relata os dramas e problemas dos que retiram a própria vida e como despertaram no plano do espírito. As equipes de socorro nas regiões sofredoras e o trabalho de reequilíbrio dos que se equivocaram na Terra. Obra valiosa que previne e alerta. Merece ser estudada.

Autor: Carlos Bernardo LoureiroEditora: FEBPedidos F: (21) 2589-6020

Um estudo muito valioso acerca da contribuição da mulher no campo da medi-unidade. Seus feitos, lutas, testemunhos e martírios. Por meio de breves relatos biográ-ficos, o autor aponta o trabalho mediúnico de várias mulheres extraordinárias, entre elas: Eusápia Palladino, Laura Edmonds, Joana d´Arc e muitas outras.

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