musica no claustro ii

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1 | 8 | 15 | 22 Julho 2011 às 21h30 Música no Claustro II Ensemble Ludovice_Dia 1 Fernando Guimarães Fernando Miguel Jalôto Ensemble Aedo_Dia 8 Birgit Wegemann | Manuela Lopes Filipa Meneses | Hugo Sanches Ensemble Bonne Corde_Dia 15 Eduarda Melo | Diana Vinagre Fernando Miguel Jalôto Ensemble Clepsidra_Dia 22 Ângela Alves | Catarina Costa e Silva Janete Costa Ruiz | João Carlos Soares Pedro Marques | Jorge Grave Dir. José Luís Borges Coelho

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Programa da 2º ediçao do ciclo Musica no Claustro. 1 de Julho, 21.30h - Ensemble Ludovice (Fernando Guimarães, Tenor; Fernando Miguel Jalôto, Cravo). 8 de Julho, 21.30h - Ensemble Aedo (Birgit Wegeman, soprano; Manuela Lopes, Soprano; Filipa Meneses, viola da gamba; Hugo Sanches, teorba) 15 de Julho, 21.30h - Ensemble Bonne Corde (Eduarda Melo, soprano; Diana Vinagre, violoncelo barroco; Fernando Miguel Jalôto, cravo) 22 de Julho, 21.30h - Ensemble Clepsidra (Ângela Alves e Catarina Costa e Silva, sopranos; Janete Costa Ruiz, Contralto; João Carlos Soares e Pedro Marques, Tenores; Jorge Grave, Baixo; Dir. José Luís Borges Coelho)

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Page 1: Musica no Claustro II

1 | 8 | 15 | 22 Julho 2011 às 21h30

Música no Claustro II

Ensemble Ludovice_Dia 1Fernando Guimarães

Fernando Miguel Jalôto

Ensemble Aedo_Dia 8Birgit Wegemann | Manuela Lopes

Filipa Meneses | Hugo Sanches

Ensemble Bonne Corde_Dia 15 Eduarda Melo | Diana Vinagre

Fernando Miguel Jalôto

Ensemble Clepsidra_Dia 22Ângela Alves | Catarina Costa e Silva

Janete Costa Ruiz | João Carlos SoaresPedro Marques | Jorge Grave

Dir. José Luís Borges Coelho

Page 2: Musica no Claustro II

PROGRAMA

PARTE I“Usquequo, Domine” pour haute-contre et basse continue(ca. 1690-1705; Manuscrito da Biblioteca Nacional de França, Paris . Rés F.1679)

26ème Ordre pour clavecinLa Convalescente; Gavote; La Sophie; L’Épineuse; La Pantomime(Quatriéme livre de piéces de clavecin - Paris, 1730)

“Respice in me”pour haute-contre et basse continue(ca. 1690-1705; Manuscrito da Biblioteca Nacional de França, Paris . Rés F.1680)

PARTE II“Salve Regina”pour haute-contre et basse continue(ca. 1690-1705; Manuscrito da Biblioteca Nacional de França, Paris . Rés F.1680)

27ème Ordre pour clavecin: L’Exquise: Allemande; Les Pavots; Les Chinois; Saillie(Quatriéme livre de piéces de clavecin - Paris, 1730)

“Quid retribuam tibi Domine” pour haute-contre et basse continue(ca. 1690-1705; Manuscrito da Biblioteca Nacional de França, Paris . Rés F.1680)

François Couperin (1668-1733) conhecido como “le Grand” merece bem este título, não só por ser o membro mais ilustre da dinastia dos Couperin - da qual sobressaem o seu tio Louis, e o seu sobrinho Armand-Louis - mas sobretudo por ser, indubitavelmente, o maior compositor francês entre Jean-Baptiste Lully e Jean-Philippe Rameau, e uma das maiores glórias do panteão musical europeu. Tais distinções tornam-se ainda mais notáveis uma vez que François Couperin se dedicou exclusivamente às “pequenas formas” musicais, tais como a música de câmara e a música para tecla, sem nos deixar qualquer obra pertencendo a um “grande género” convencional, como a ópera, a música orquestral ou a música sacra para grandes efectivos.

François Couperin (1968-1733)Discours sur la mélancolie

sacrée et profane

NOTAS AO PROGRAMA

DIA 01 JULH

O 20

11

Ensemble LudoviceFernando Guimarães, Tenor; Fernando Miguel Jalôto, Cravo

FERN

ANDO

JALÔ

TO

FERN

ANDO

GUI

MARÃ

ES

Page 3: Musica no Claustro II

François Couperin é sobretudo um miniaturista, o que não o impediu no entanto de ser reverenciado por grandes mestres como Johann Sebastian Bach – que copiou muita da sua música, absorvendo o seu estilo; Johannes Brahms – que editou a sua obra completa para cravo; por Richard Strauss – que reutilizou e orquestrou uma pequena parte da sua obra; por Maurice Ravel, que lhe dedicou o seu famoso “Tombeaux de Couperin”; e por muitas gerações de compositores e intérpretes, que ao longo da história se têm deixado maravilhar pela sua obra extraordinária.

Ainda que na maior parte da Europa o legado de François Couperin seja bem conhecido, apreciado e regularmente interpretado, em Portugal Couperin ainda é (des)considerado como um “petit maître” e só muito esporadicamente as suas obras aparecem em concerto. A oportunidade de dedicar um programa completo à herança de Couperin é assim uma oportunidade única, quer para o público quer para os intérpretes. Ao longo da sua vida, Couperin dedicou-se quase exclusivamente a quatro géneros: na sua juventude cultivou sobretudo a música para órgão - publicando as duas extraordinárias “Missas de Órgão” em 1690 – e a música vocal sacra para pequeno efectivo: petit-motets e élèvations para uma, duas ou três vozes, com acompanhamento de baixo contínuo ou de um pequeno grupo instrumental em trio. Deste conjunto de cerca de cinquenta obras vocais sacras, a maioria sobreviveu em manuscritos mas várias foram publicadas por ordem expressa do rei Louis XIV, entre 1703 e 1705, o que basta para comprovar o grande apreço que os seus contemporâneos nutriam pela obra de Couperin. Um pouco mais tardias são as suas composições sacras mais emblemáticas e justamente famosas, as três Leçons de Ténèbres para um e dois sopranos, publicadas em Paris entre 1713 e 1717.

No entanto, a voz para a qual François Couperin dedicou o maior número de solos vocais é a de tenor agudo – haute-contre. A intensa e frequente exploração do registo de haute-contre pode ser considerada uma especialidade francesa – ainda que, na realidade, várias obras ou “papéis” de tenor paradigmáticos do barroco, como os Evangelistas das Paixões de J. S. Bach, ou várias páginas de H. Purcell e outros compositores ingleses e alemães do período (até aqui alternativamente distribuídas entre tenores mais graves e contratenores/falsetistas) a ele se destinassem. Em França a distinção entre taille (um tenor “normal”) basse-taille (barítono) e haute-contre era clara e evidente, destinando-se a este último os papéis principais masculinos na ópera – uma vez que em França não eram empregues os famosos castrati (vulgarmente conhecidos em Portugal como “cantores capados”) e que dominavam a cena lírica internacional. O registo de haute-contre, delicado, expressivo, melódico e virtuosístico, adequa-se à expressão de um vasto leque de paixões, mas Couperin confia-lhe sobretudo a manifestação de sentimentos e imagens muito pessoais e interiores: o arrependimento, a petição do perdão, a angústia, a melancolia, o abandono místico, a adoração, o êxtase...

Na segunda parte da sua vida, Couperin dedicou-se não só à música de câmara instrumental (sonatas e suites em trio, “concerts”, suites para viola da gamba) mas sobretudo à publicação da sua vasta obra para cravo: 27 “Ordres” (termo cunhado pelo próprio Couperin, em substituição do mais tradicional: Suite) cada uma com um número variável de andamentos, entre quatro (27ème) e vinte e quatro (2ème), publicadas em quatro livros, datados de 1713, 1716/17, 1722 e 1730, para além do seu influente tratado sobre a “Arte de tocar Cravo” (“L’Art de toucher le Clavecin”) de 1716/17. É sobretudo pelo estilo único da sua escrita para cravo que Couperin se impôs à História; este é inequivocamente o culminar de toda a escola cravística francesa, de Chambonnières a Rameau, e ditou em grande parte toda a consequente evolução da escrita para cravo na Europa até esta ser suplantada pelo piano.

Como descrever o estilo de Couperin? É de todos o mais idiomático, o que melhor revela todas as potencialidades expressivas do cravo, o que melhor sublinha as suas virtudes e ilude os seus limites; é o mais variado, explorando diferentes texturas e timbres; é sempre intenso, pessoal,

íntimo, nunca resvala para o virtuosismo exibicionista, nem para o facilitismo amador; é poético, sonhador, introspectivo, respeitador da grande herança do passado mas sempre inovador nas suas buscas e experiências; clássico sem ser convencional, audaz sem se tornar bizarro. Cada pequeno andamento reflecte um estado de alma preciso e finamente caracterizado, sob uma estrutura formal sempre clara e equilibrada.

As duas “Ordres” interpretadas esta noite são as derradeiras obras da vida de Couperin, e constituem em muitos aspectos o seu testamento artístico e estético, para além de ilustrarem de forma exemplar o temperamento melancólico de Couperin, agora ainda mais acentuado pela idade e pela enfermidade. Nelas é evidente que Couperin conseguiu atingir o objectivo de toda a sua vida: a perfeita união dos estilos francês e italiano - os tão almejados “Goûts-Réunis” - não por justaposição ou colagem, mas por íntima e intensa simbiose. São o culminar da sua obra e por isso são mais curtas e sintéticas que as anteriores, sem deixarem de exibir todos os seus traços mais marcantes. Nelas encontramos as emblemáticas Allemandes, cumes do desenvolvimento formal e temático, como “La Convalescente” (A Convalescente) e “L’Exquise” (O Requinte); danças simples e graciosas como a “Gavote” e a “Saillie”; eternos rondeaux de complexa construção como em “L’Épineuse” (A Espinhosa); os célebres retratos musicais como em “La Sophie” (A Sofia); peças de carácter brilhantes e contrastadas como “La Pantomime” (A Pantomima) e “Les Chinois” (Os Chineses); e ternos someilles como em “Les Pavots” (As Papoilas).

Dos quatro motetos hoje apresentados – de um total de seis escritos para haute-contre solista – dois foram escritos sobre textos de Pierre Portes, um dos principais poetas neo-latinos franceses, e extraídos da sua colectânea “Cantiques pour les principales festes de l’Annêe”, publicada em Paris, em 1685. Vários de entre os maiores compositores franceses do período - tais como Marc-Antoine Charpentier e Jean-Baptiste Lully - escreveram motetos sobre os textos de Portes, altamente apreciados na corte pelo seu estilo e pelo seu conteúdo de manifesto teor galicano. “Respice in me, divina Mater pietatis: ad honorem beatæ Mariæ virginis” é um texto mariano bastante convencional, que reutiliza várias das evocações da Litania de Nossa Senhora e paráfrases de outras orações marianas de súplica, tais como a célebre “oração de São Bernardo” ou “Memorare , o piissima Virgo Maria” (“Lembrai-vos ó piíssima Virgem Maria...) intercaladas com breves petições como “Tu me Virgo, suscipe, tu me Mater, protege” ou expressões de êxtase místico, como “Te amo, o Mater puritatis! Te colo, o amor Deitatis!”.

O segundo texto de Portes, “Quid retribuem tibi, Domine – Gratiarum actio ad Deum” é, como o próprio nome indica, um texto de Acção de Graças e louvor, ainda que a principal ênfase seja colocada no horror do pecado cometido (intensamente adjectivado como “limo profundi”, “lacu miseriæ” e “loco angustiæ”); no arrependimento do pecador; e na contemplação do sacrifício salvífico de Cristo (“Dignatus es pro me pati, pro me mori, et pretioso tuo sanguine redemisti me”). Musicalmente, o verso inicial é utilizado como um refrão, e certos elementos do texto são tratados como um breve conjunto de variações sobre um baixo repetido.

Os restantes textos inserem-se num contexto mais litúrgico: um é a célebre antífona mariana “Salve Regina” que se assume como uma pequena obra-prima de Couperin, pela forma como este reage à riqueza do texto de forma sensível e fragmentada, ainda que com grande economia de meios expressivos; o outro é o texto do salmo 13 (12 segundo a Vulgata): “Usquequo, Domine Domine oblivisceris me?” - uma súplica intensa e angustiada (Até quando, Senhor, de todo Vos esquecereis de mim? Por quanto tempo ainda desviareis de mim os Vossos olhares?).

Fernando Miguel Jalôto – Junho de 2011

Page 4: Musica no Claustro II

O Ludovice Ensemble é um grupo especializado na interpretação de Música Antiga, sediado em Lisboa, e criado em 2004 por Fernando Miguel Jalôto e Joana Amorim, com o objectivo de divulgar o repertório de câmara dos séculos XVII e XVIII através de interpretações historicamente informadas, usando instrumentos antigos. O Ludovice Ensemble destaca-se pela elevada qualidade musical das suas interpretações, a coerência do seu projecto artístico, e a inovação dos seus programas e propostas - aliando inventividade e paixão à atenção colocada na fundamentação histórica e científica dos seus critérios interpretativos. Especializado na interpretação de obras francesas e alemãs, o Ludovice Ensemble não deixa no entanto de revisitar frequentemente a herança musical portuguesa, italiana e inglesa.

O nome do grupo homenageia o arquitecto e ourives alemão Johann Friedrich Ludwig (1673-1752) conhecido em Portugal como João Frederico Ludovice. Ludwig trabalhou na Alemanha e em Itália, antes de se colocar ao serviço de D. João V, para o qual projectou o Palácio-Convento de Mafra entre muitas outras obras. O carácter dinâmico, inventivo e eclético da sua Obra, combinando diversas ascendências e estilos, e influenciando em definitivo os destinos da Arte Barroca Portuguesa, são uma constante inspiração e referência para o Ludovice Ensemble.

O Ludovice Ensemble reúne, para além dos seus fundadores, alguns dos melhores intérpretes portugueses com formação específica na Música Antiga, a par de artistas estrangeiros de excepcional qualidade, não só na área na Música mas também da Dança e da Representação. O Ludovice Ensemble apresentou-se já nos Festivais Internacionais de Música de Leiria, Alcobaça (Cistermúsica), Mafra, Óbidos (“Maio Barroco”), Loulé (“Encontros de Música Antiga”), Baixo Alentejo (“Terras sem Sombra”) e Évora (“Encontros do Espírito Santo” e “Eboræ Musica”); na Festa da Música (“Folle-Journée”) de Lisboa, no CCB; no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian; no Ciclo de Música Sacra de Viana do Castelo; e ainda em vários concertos em Évora (Universidade), Porto, Lisboa (Instituto Franco-Português e Conservatório), Espinho, Tavira e V. N. de Gaia. O Ludovice Ensemble gravou ao vivo para a RDP-Antena 2 (“Grande Auditório” e Concertos IFP/RDP) e para a Deutschlandfunk (Alemanha).

Para 2011 o Ludovice Ensemble tem já agendados concertos no Festival “Laus Polyphoniae” de Antuérpia (Bélgica) num programa dedicado à compositora luso-descendente Leonora Duarte; o seu regresso ao Festival CisterMúsica (Alcobaça) com um programa dedicado aos amores de Pedro e Inês, com a presença da actriz e encenadora francesa Louise Moaty; no Porto - Casa da Música/Réseau Européene pour la Musique Anciénne com o espectáculo “Amour & Psyché”; nos Festivais de Outono de Aveiro com obras de M.-R- de Lalande; em Vila Nova de Gaia e Lisboa, com a integral das sonatas em trio de J. S. Bach; e recitais em Braga e Tavira. Ainda em Setembro de 2011 será editado o seu primeiro CD para a conceituada editora belga Ramée (grupo Outhere) com um conjunto inédito de excelentes cantatas francesas para barítono.

ENSEMBLE LUDOVICE

“Licenciado em Canto pela Escola das Artes da UCP-Porto, foi galardoado com o Prémio Jovens Músicos 2007 da RDP e com o 2.º Prémio no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi. Como vencedor do Concurso Internacional de Canto “L’Orfeo” em Verona, cantou o papel principal desta ópera de Monteverdi em Mantova (no 400º aniversário da sua estreia), Berlim e Budapeste.

Particularmente dedicado à música dos períodos barroco e clássico, é convidado habitual de grupos como Cappella Mediterranea e Clematis (Leonardo García Alarcón), L’Arpeggiata (Christina Pluhar), Pygmalion (Raphäel Pichon), Le Parlement de Musique (Martin Gester), Ensemble Vocal de Lausanne (Michel Corboz), Les Muffatti (Pieter Van Heyghen), etc., apresentando-se regularmente como solista em varios países europeus. Participou nas digressões europeias da Académie Baroque Européene de Ambronay de 2008 e 2009, com programas dedicados a Giovanni Gabrieli (sob a direcção de Jean Tubéry) e W.A. Mozart (com Martin Gester). A sua discografia conta já com cerca de uma dezena de gravações para as editoras Virgin, Ricercar e Ambronay Editions.

É Master of Music pelo Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (Países Baixos), sob a orientação de Jacques Ogg. Frequentou Master-Classes com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont, Ilton Wjuniski, Laurence Cummings e Ketil Haugsand. Estudou órgão barroco e clavicórdio e foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro.

É membro da Orquestra Barroca Divino Sospiro desde 2005. Colabora regularmente como solista e continuista com a Orquestra Barroca da Casa da Música (Porto). Apresentou-se como solista em vários festivais e concertos tais como: Île-de-France, Ambronay, “La Folle Journée” (França); no Festival Internacional de Varna (Bulgária); no Auditório Nacional de Madrid; no “Febrero Lírico” do Real Coliseo de San Lorenzo del Escorial; e no Festival de Música Antigua de Úbeda Y Baeza (Espanha); nos festivais internacionais de Mafra e Leiria, na Festa da Música no CCB, nos Encontros de Música Antiga de Loulé, em várias residências no Centro Cultural de Belém; na “La Folle Journée” de Tóquio (Japão); na “Mozartiana” de Gdansk (Polónia); no Festival da Flandres – Antuérpia (Bélgica); no Festival Oude Muziek de Utrecht (Holanda). Foi membro da Académie Baroque Européenne de Ambronay e apresentou-se em concertos com Lyra Baroque Orchestra (Minnesota) e Real Escolania de San Lourenço d’El Escorial, Orquestra da Radiotelevisão Norueguesa, Camerata Academica Salzburg, Orquestra de Camara da Sinfónica da Galiza, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras. Tocou sob a direcção de Jaap ter Linden, Elizabeth Wallfish Ton Koopman, Roy Goodman, Christina Pluhar, Enrico Onofri, Rinaldo Alessandrini, Chiara Banchini, Alfredo Bernardini, Christophe Coin, Jacques Ogg, Christophe Rousset, Wim Becu, Dick Snellings, Laurence Cummings, Fabio Biondi, Antonio Florio, Harry Christophers, Andrew Parrot, Kenneth Weiss e Martin Brabbins.

Em 2004 Miguel fundou, com Joana Amorim, o Ludovice Ensemble, do qual é o director artístico, e com o qual se tem apresentado nos principais festivais portugueses. Miguel lecciona Cravo e Práticas Históricas de Interpretação na Universidade de Évora. Para 2011 Miguel tem já agendados vários concertos com a Orquestra Barroca Divino Sospiro (Portugal, Espanha e França – Festival de Ambronay); com a Orquestra Barroca da Casa da Música (Portugal e Reino Unido – Festival Handel de Londres); três participações no Festival de Antuérpia “Laus Polyphoniae” com os grupos Capilla Flamenca, Mezza Luna, Oltremontano, La Colombina e Ludovice Ensemble; e ainda vários recitais a solo e com o Ludovice Ensemble.

FERNANDO GUIMARÃES (Tenor)

FERNANDO MIGUEL JALÔTO (Cravo, Direcção Artística)

Em Portugal, Fernando Guimarães é presença assídua na reputada Fundação Gulbenkian e trabalha frequentemente com as principais orquestras do país, bem como com os seus mais conceituados grupos de música antiga, nomeadamente o Ludovice Ensemble, Os Músicos do Tejo e Divino Sospiro. No campo operático foi, entre muitos outros: Ferrando em Così Fan Tutte e Don Ottavio em Don Giovanni (Mozart), Almaviva em Il Barbiere di Siviglia (Rossini), Nencio em L’Infedeltà Delusa de Haydn; Sospiro em L’Opera Seria de Florian Gassmann (NEO); Ippolito em La Spinalba de Francisco António de Almeida; Pluton/Mercure em Le Carnaval et la Folie de André Cardinal Destouches; Testo em Il Combattimento di Tancredi e Clorinda, de Monteverdi. Integrou o elenco da fantasia musical Evil Machines (com música de Luís Tinoco sobre libreto de Terry Jones), com estreia mundial em Janeiro de 2008 no Teatro S. Luiz.

Entre os seus compromissos para 2011 incluem-se: o papel de Orphée em La Descente d’Orphée aux Enfers de Marc-Antoine Charpentier, com Les Arts Florissants; uma digressão europeia com o papel de Noé no oratório Il Diluvio Universale de Michelangelo Falvetti (Cappella Mediterranea); Abramo na estreia moderna de Isacco, figura del Redentore de Nicola Conti (Festival de Brugges); e a ópera Il Paride de Giovanni Bontempi, com L’Arpeggiata, no festival Sanssouci de Potsdam.

Page 5: Musica no Claustro II

DIA08 JULH

O 20

11Heinrich Schütz (1585 - 1672)

Francesco Cavalli (1602 - 1676)

Heinrich Schütz

Bonifatio Gratiani (1604/5 - 1664)

Alessandro Piccinini (1566 - c1638)

Heinrich Schütz

Giovanni Girolamo Kapsberger

(c1580 – 1651)

Giovanni Paolo Caprioli (?- c1627)

Johann Rosenmüller (c1619 - 1684)

Heinrich Schütz

PROGRAMA

PARTE IEile mich, Gott, zu erreten Herr, ich hoffe daraufHerr, wenn ich nur dich

O quam suavis

Bone Jesu, verbum Patris

Salve Regina

Partite sopra l’Alemana

Hodie nobis Christus natus estDer Herr ist gross

PARTE IIToccata arpeggiata

Transfige, dulcissime Jesu - Quis dabit capiti meo aquam - Ave, regina coelorum

O felicissimus paradysi aspectus

Ich will den Herren loben allezeit Der Herr Schauet vom HimmelHabe deine Lust an dem Herren

A transição do século XVI para o XVII foi um período de grande alvoroço intelectual em Itália. Enquanto escolásticos e humanistas esgrimiam argumentos filosóficos, no domínio da música um aceso debate estético haveria de culminar no nascimento daquilo a que hoje denominamos música barroca.

No entender de alguns compositores do final do século XVI, a polifonia vocaldesenvolvida ao longo dos dois séculos anteriores tinha atingido um grau de elaboração tal que as complexas texturas polifónicas hipotecavam a inteligibilidade, sentido e afectos veiculados pelo texto. A busca de uma nova linguagem musical onde a palavra assumisse primazia sobre a música materializou-se então sob dois aspectos. Por um lado, o madrigal (composição polifónica sobre um poema secular) tornou-se o “laboratório” onde diversos compositores fizeram as mais variadas experiências. A finalidade destas era a de ilustrar, realçar e até mesmo potenciar o poder expressivo das palavras através da música levando a um uso cada vez mais livre da dissonância, a umaprofusa utilização de “pintura sonora de palavras” e a uma crescente aproximação entre processos composicionais e a antiga arte da retórica Por outro lado surge a monodia acompanhada onde a textura a quatro ou cinco partes do madrigal é abandonada em favor de uma só parte vocal com acompanhamento instrumental realizado harmonicamente sobre uma linha de baixo. Estes dois desenvolvimentos culminariam no início do século XVII com o aparecimento do madrigal concertado e da ópera.

Os pioneiros deste novo estilo de composição foram os elementos de um círculo de músicos e pensadores conhecido por Camerata Fiorentina entre os quais se contavam Giulio Caccini e Jacopo Peri (co-compositores da primeira ópera) e Vincenzo Galilei (pai do famoso Galileo). Seria Claudio Monteverdi, no entanto, o grande arauto daquilo que ele próprio baptizou como seconda prattica. Figura cimeira da história da música, Monteverdi levou ambos os estilos de composição, o “antigo” e o “novo”, a patamares de expressividade ímpares e seria uma figura de influência marcante para os compositores da sua geração e da seguinte.

O programa deste concerto centra-se na figura de Heinrich Schütz, compositor alemão que foi um dos principais responsáveis pela introdução deste novo estilo de composição na Alemanha. Nascido no seio de uma família de classe média a 8 de Outubro 1685, viveu as primeiras três décadas da sua existência numa época de paz e prosperidade na região que corresponde hoje à Alemanha. Aluno de excelência em línguas e direito, o seu talento musical fez no entanto com que o Landgrave Moritz de Hessen-Kassel, seu protector e empregador, lhe concedesse em 1609 uma licença de dois anos para estudar em Veneza com Giovanni Gabrieli, organista e compositor principal da basílica de São Marcos. A permanência de Schütz em Veneza acabaria por se prolongar até 1613 e o próprio Gabrieli quis mantê-lo como seu assistente. Neste período Schütz pôde contactar e assimilar a esplendorosa linguagem musical de Gabrieli, última e grandiosa manifestação do renascimento italiano, materializando esta sua experiência em obras como Psalmen Davids e num livro de madrigais a cinco vozes dedicado a Moritz. Em 1614, Schütz entra ao serviço do Johanh Georg I, Eleitor da Saxónia, inicialmente a título oficioso e, a partir de Janeiro de 1619, oficialmente como mestre de capela da corte de Dresden, corte esta que seria, nas décadas que se seguiram, uma das mais importantes instituições musicais da Europa. Em 1628, Schütz faz nova visita a Veneza onde encontra um panorama musical muito diferente do de há quase duas décadas atrás. Claudio Monteverdi era mestre de capela em São Marcos e é sob orientação deste que Schütz, agora com 42 anos, é introduzido à seconda prattica.

Ensemble Aedo

BIRG

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NOTAS AO PROGRAMA

Birgit Wegemann, Soprano; Manuela Lopes, Soprano; Filipa Meneses, Viola da gamba; Hugo Sanches, Teorba

Page 6: Musica no Claustro II

Dois acontecimentos terão marcado profundamente a vida de Heinrich Schütz. Em 1618 teve início a Guerra dos Trinta Anos, um dos mais sangrentos conflitos de toda a história da Europa, que devastou o Imperium Sacrum Romanum deixando-o em profunda crise económica. A 6 de Setembro de 1625, Magdalena Schütz, mulher do compositor, morre após um breve período de doença, pondo fim a um casamento feliz que durou apenas seis anos. Schütz, contrariamente ao costume da época, não voltaria a casar. Morreu em Dresden a 6 de Novembro de 1672.

O título do presente programa, Pequeno Concerto Espiritual, é inspirado no conjunto de obras publicadas por Schütz sob a designação colectiva de Kleine Geistliche Konzerte após o regresso da sua segunda visita a Itália. Compostas para vozes e baixo contínuo, sem recurso a outros instrumentos, estas obras reflectem o período de enormes dificuldades económicas que assolou a Europa central durante a Guerra dos Trinta Anos. Utilizando o stile nuovo aprendido com Monteverdi, Schütz consegue com uma enorme parcimónia de meios conferir a expressividade do recitativo italiano a um estilo germânico algo mais austero num resultado que ao mesmo tempo que move os afectos do ouvinte, o convida ao recolhimento espiritual.

Nascido em Crema a 14 de Fevereiro de 1602, Francesco Cavalli trabalhou como cantor (e posteriormente como organista) na cappella de S. Marcos em Veneza a partir de 1616 sob a direcção de Claudio Monteverdi. Não se sabe se terá estudado formalmente com Monteverdi mas existiu grande proximidade entre os dois. Principalmente conhecido pelas suas óperas, Cavalli foi um dos principais responsáveis pela afirmação do género em Veneza e pela sua disseminação por toda a Itália. Apesar da pouca quantidade de música sacra por ele composta que chegou aos dias de hoje, pensa-se que terá composto obras religiosas de forma contínua ao longo da vida. Em 1668, sucedeu a GIovanni Rovetta como mestre de capela em S. Marcos, cargo que desempenharia até à morte a 20 de Novembro de 1668.

Muito pouco se sabe sobre a vida Giovanni Paolo Caprioli. Terá nascido em Brescia em ano incerto e foi cónego em Bolonha e mais tarde abade em Scandiano onde morreu por volta de 1627. Tem uma obra musical pequena mas variada, levando a crer que talvez a música fosse uma actividade secundária ou complementar enquanto se dedicava à vida religiosa.

Padre compositor, Bonifatio Gratiani nasceu entre 1604 e 1605 em Rocca di Botte e morreu em Marino, perto de Roma, a 15 de Junho de 1664. Foi mestre de capela em Roma no Il Gesu e do Seminario Romano. Ainda em vida, foram publicadas várias das suas obras. O Salve Regina aqui apresentado faz parte dos motetes para soprano e baixo contínuo originalmente destinados a alguns dos vários castrati ao serviço do Papa.

Johann Rosenmüller nasceu em Oelsnitz cerca de 1619. Após os estudos universitários e início de carreira em Leipzig, é contratado como trombonista na Basílica de S. Marcos em Veneza em 1658 cidade na qual exerceu ainda as funções de compositor no Ospedale delle Pietà entre 1678 e 1682. Terminou a sua vida como Kapellmeister na corte de Wolfenbüttel onde viria a morrer em 1684. A sua música gozava de grande reputação na Alemanha sendo pois um importante veículo de transmissão dos estilos itlianos para o norte da Europa.

A música dos teorbistas Alessandro Piccinini (1666 - c1638) e Girolamo Kapsberger (c1580 – 1651) proporciona os dois momentos exclusivamente instrumentais do programa.

Hugo Sanches – Junho de 2011

Fundado no Porto em 2011, o ensemble Aedo toma o seu nome da designação atribuída aos poetas cantores da antiguidade grega. O interesse do grupo recai sobre o repertório vocal com acompanhamento instrumental da Europa dos séculos XVI e XVII.

Utilizando instrumentos e práticas interpretativas históricas, o ensemble procura recriar as sonoridades de uma época passada tendo como objectivo final o ideal expressivo de, através da música, mover as emoções do ouvinte.

Sob a direcção de maestros consagrados como Paul Hillier, Andrew Parrott, Laurence Cummings, Philipp Herreweghe, James Wood, Christoph Spering e Herrmann Max, Birgit Wegemann (soprano) deu mostras do seu virtuoso canto em palcos e salas de concerto na Alemanha, Bélgica, Holanda, Italia, França, Inglaterra, Portugal e Espanha.

Activa em Portugal desde 2002, Birgit Wegemann deu o seu primeiro concerto com a Orquestra do Norte na cidade do Porto sob a direcção do Maestro Ferreira Lobo. Seguiram-se concertos em Lagos, Faro, Alcantarilha, Tavira e Caldas de Monchique. Com o Maestro Richard Brunner e músicos da Orquestra do Porto, Birgit Wegemann cantou o “Exultate jubilate” de W.A. Mozart no Porto. Realizou no “Festival do Chiado” de 2004 e 2005, com Michiel Niessen, especialista virtuoso do arquialaúde, o programa Dolci lachrimae.

Fez o programa “Bravo Mozart!” com o barítono Armando Possante, e “Duetos para um trio” com o meio-soprano Barbara Ochs.

Em 2007 cantou o famoso ciclo “Winterreise” de Franz Schubert com a pianista Francien Janse-Balzer em Driever, Alemanha. Estreou também neste ano com a Orquestra das Beiras com o Maestro Vasco de Azevedo a peça “Useless”, de Tiago Cutileiro, para soprano e orquestra.

Em 2008 cantou o ciclo de canções de Richard Wagner “Wesendonk-Lieder” e de Gustav Mahler os “Lieder eines fahrenden Gesellen” com a pianista Irene Ainstein no Museu do Traje em São Braz de Alportel. Com a Orquestra do Algarve cantou as cantatas 142 e 153 de J. S. Bach no Centro Cultural de Lagos. Depois de uma sólida formação como cantora lírica (na prestigiada Folkwang- Hochschule, Alemanha, e no Koninglijk Vlaamse Muziekkonservatorium, Bélgica) e de uma brilhante série de actuações em salas de concerto internacionais, a cantora Birgit Wegemann dedicou-se igualmente ao estudo e à prática de formas alternativas da encenação de música clássica, abrindo este repertório a novas audiências. Birgit Wegemann leccionou no Conservatório Regional do Algarve Maria Campina, assim como no Conservatório Joly Braga Santos de Portimão e na Academia de Música de Lagos.

Actualmente é membro solista do Coro Casa da Música no Porto.

Ensemble Aedo

Birgit Wegemann

Page 7: Musica no Claustro II

Nasceu em Tondela em 1984.Em 2008 concluiu a licenciatura de piano na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE), classe da Prof.ª Madalena Soveral.Frequenta actualmente a licenciatura de Viola da Gamba no Departamento de Música Antiga da ESMAE com o Prof. Xurxo Varela.

Participou em diversos cursos de música antiga, destacando-se o Curso de Música Antiga de Tibães, XVII e XVIII Curso Internacional de Música Antiga de Tomar, XXIX Stage de Musique Baroque de Barbaste (França) e XLII Corso Internazionale di Musica Antica di Urbino (Itália), onde teve a oportunidade de trabalhar com os professores Baldomero Barciela, Sergi Casademunt, Rainer Zipperling, Atsushi Sakai, Amélie Chemin, Paolo Pandolfo e Emmanuel Balssa.

Colabora com o agrupamento Músicos do Tejo, dirigido por Marcos Magalhães, tendo participado nas produções “Sonho de uma noite de Verão” (H. Purcell) e “Carnaval e a Loucura” (C. Detouches) no CCB.

Com o agrupamento “Flores de Música”, sob direcção de João Paulo Janeiro, participou no Festival de Música Antigua de Úbeda-Baeza, Espanha.

Nasceu no Porto em 1973. Estudou guitarra clássica com Cristina Bacelar, Artur Caldeira e José Pina.Estudou alaúde e práticas históricas de interpretação musical com Ronaldo Lopes, Ana Mafalda Castro e Pedro Sousa Silva. Aperfeiçou-se enquanto instrumentista com músicos como (entre outros) Léo Brouwer, Eugène Ferré e Amandine Beyer.

É licenciado em música antiga pela ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto), em guitarra clássica pela mesma escola e pós-graduado em psicologia da música pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

A sua actividade principal é presentemente a de músico “free-lancer”. Para alem de actuar em recitais a solo, colaborou ou colabora com agrupamentos como Ensemble Pavaniglia, Orquestra Barroca da Casa da Música, The English

Manuela Coelho Lopes de Castro

FILIPA MENESES

HUGO SANCHES

Natural de Minden (Alemanha) estudou canto no Conservatório de Música do Porto, na classe de Cecília Fontes. É neste momento finalista do Curso de Música Antiga da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (Porto), onde estuda canto com Magna Ferreira e Música de Câmara com Ana Mafalda Castro, Pedro Sousa Silva, Xurxo Varela, Hugo Sanches. Teve ainda oportunidade de estudar com Peter Harrisson (técnica vocal) e Catarina Costa e Silva. Participou em masterclasses com Jill Feldman, Rui Taveira, David Mason, Richard Levitt.

Como solista, destaca-se a sua participação no “Stabat Mater” de Pergolesi, juntamente com os professores de instrumento do Conservatório de Música do Porto (Orquestra) sob a direcção de Kamen Goleminov, “Gloria” de Vivaldi, com a Orquestra Académica da Universidade do Minho, sob a direcção de Toby Hoffman, apresentação de peças de D. Pedro de Cristo, Duarte Lobo e Estevão Lopes Morago, no projecto escolar “Sesquialtera”, sob a direcção de Pedro Sousa Silva, “Membra Jesu Nostri” de Buxtehude, sob a direcção de Barbara Franck. Participou ainda recentemente no Festival de Música Cidade de Lugo com o ensemble galego “Harmonia Artificiosa”.

Air, Officina da Música, L’Universo Sommerso, Amar contra o Silêncio, Sete Lágrimas, Orquestra Vigo 430, Ensemble Norte do Sul, Orquestra barroca de Veneza, Os Músicos do Tejo e Ensemble Mi contra Fa, tendo actuado no Festival Sons da História, Festival Internacional de Música de Espinho, “La Folle Journée”, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza (Espanha), Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, Festival de Música Medieval de Carrazeda de Ansiães, Tardes Clàssiques de Gràcia (Barcelona), Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival Terras sem Sombra, Curso Internacional de Música Antiga da Academia de Música Antiga de Lisboa, Festival Internacional de Música da Madeira, Música em São Roque, Festival de Música em Leiria, Festival Via Stellae (Galiza) e Monte Music Festival (Goa, Índia).

Gravou com o grupo Sete Lágrimas os CD Kleine Musik, Diáspora.pt, Silêncio, Pedra Irregular e Vento. Participou na gravação do CD Orquestra Vigo 430 pela orquestra com o mesmo nome. Foi assistente de produção do CD The Bad Tempered Consort pelo agrupamento A Imagem da Melancolia.

É assistente convidado do curso de Música Antiga da ESMAE.

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DIA15 JULH

O 20

11Georg Friedrich Haendel

(1685-1759)

James Cervetto (1748-1837)

Georg Friedrich Haendel

Georg Friedrich Haendel

Giovanni Bononcini (1677-1726)

António Caldara (1670-1736)

PROGRAMA

PARTE ISoftly sweet in Lydian measures Ária para soprano, violoncelo obligato e baixo contínuoda Oratória Alexander’s Fest HWV 75Credete al mio dolor Ária para soprano, violoncelo obligato e baixo contínuo da ópera Alcina HWV 34Acto III, cena I, Morgana

Sonata para violoncelo e baixo contínuo (1768), op.1 n.1 em si bemol maiorAllegro spiritosoCantabile Allegro

La Lucrezia Cantata para soprano e baixo contínuo – HWV 145Recitativo- O Numi eterni!Ária- Già superbo del mio affanoRecitativo- Ma voi forse nel CieloÁria- Il suol che premeRecitativo- Ah, che cor nell’abissoÁria- Alla salma infedelRecitativo- A voi. padre, consorteAria- Già nel seno cominciaRecitativo- Sento ch’il cor si scuote

PARTE II

Chaconne em fá maior para cravo solo, HWV 485

Sonata para violoncelo e baixo contínuo em lá menor Andante Allegro Grazioso / Minuet

Da Oratória Maddalena ai piedi di CristoÁria para soprano e baixo continuoVoglio piangereÁria para soprano, violoncelo obligato e baixo contínuoPompe Inutili

Ensemble Bonne Corde

EDUA

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MELO

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O programa hoje apresentado pretende ilustrar a relação do violoncelo e da música vocal no séc. XVIII. O instrumento, que aparece em Itália no final do séc. XVII, rapidamente passa a ser escolhido como o instrumento de corda usado no grupo do baixo contínuo. Ao mesmo tempo que conquista o seu lugar como instrumento acompanhador, começa também a desenvolver repertório solista também como instrumento obligato em obras vocais.

As duas árias de G.F.Handel (1685-1759) que abrem o programa são exemplo desta fórmula, em que o violoncelo sai do grupo do baixo contínuo e adquire um estatuto solista. Softly sweet in Lydian measures, é retirada da oratória Alexander’s Fest, sobre um libreto de John Dryden foi escrita em Londres em 1736.

A ópera Alcina, de onde foi retirada a ária Credete al mio dolor, foi escrita um ano antes da Alexander’s Fest, na primeira temporada que Handel esteve a trabalhar na ópera do Covent Garden.

Um dos factores determinantes para a disseminação do violoncelo pela Europa é a emigração de violoncelistas italianos, nomeadamente para Inglaterra, onde estava Handel. Entre estes violoncelistas estavam Giacobbe Basevi Cervetto e seu filho James Cervetto (1748-1837). A suas sonatas op.1 são ainda numa escrita tipicamente barroca, num estilo muito parecido ao de seu pai, e do qual ele se afasta nos trabalhos posteriores. J.Cervetto era provavelmente o violoncelista mais famoso em Inglaterra na segunda metade do séc.XVII.

A cantata que encerra a primeira parte do programa é uma obra do período em que Handel esteve em Itália, antes de se instalar em Londres. Handel viaja por Itália entre 1706 e 1710 familiarizando-se com o estilo vocal virtuosístico italiano que será umas características marcantes na sua obra. Durante este período torna-se adepto da cantata secular, ou scene di camera, amplamente popularizadas por Alessandro Scarlatti. A alternância entre recitativos e árias, confere a este género um dramatismo muito apelativo, mesmo sendo uma forma de concerto e não cénica. La Lucrezia foi escrita em Agosto de 1708 sobre um

NOTAS AO PROGRAMA

Eduarda Melo, Soprano; Diana Vinagre, Violoncelo barroco; Fernando Miguel Jalôto, Cravo

Page 9: Musica no Claustro II

libreto do Cardeal Benedetto Pamphili, um dos grandes mecenas romanos da altura. O texto retrata a heroína romana Lucrezia, descrita por Lívio, que foi violada por Sextus Tarquinius, filho do último rei Etrusco de Roma, acabando por se suicidar. Apesar de esta cantata ter apenas acompanhamento de baixo contínuo, a de linha de baixo é extremamente rica, tendo-se tornado uma obra de referência no repertório barroco para violoncelo.

Giovanni Bononcini (1670-1747) é outro exemplo dum violoncelista e compositor italiano que se fixa em Londres, depois de ter estado em Bolonha e em Viena e ser já famoso em toda a Europa pelas suas cantatas e óperas. Este sucesso garante-lhe um lugar como compositor na Royal Academy of Music, em 1720, sob direcção de Handel, de quem mais tarde se torna rival. Fica em Londres até 1732, altura em que deixa a cidade depois de uma acusação de plágio lhe ter manchado a reputação. Esta é a única sonata para violoncelo e baixo contínuo do compositor, tendo sido publicada em Londres numa compilação de seis sonatas de vários compositores.

O programa termina com duas árias da oratória sacra Maddalena ai piedi di Cristi, do também violoncelista e compositor António Caldara (1670-1736). Caldara trabalhou na sua nativa Veneza, Bolonha, Roma e Barcelona antes de entrar ao serviço do Imperador Carlos V em Viena, como Vizekapellmeister, onde ficou por vinte anos, até à sua morte. Foi dos mais prolíficos compositores deste género, tendo escrito cerca de 40 oratórias.

Diana Vinagre – Junho de 2011

O Ensemble Bonne Corde é um agrupamento de Música Antiga, dedicado à Interpretação Historicamente Informada com instrumentos originais, tendo como repertório alvo a literatura para violoncelo solo do séc. XVIII, tanto de câmara como concertante, não esquecendo o importante papel do violoncelo como instrumento de baixo contínuo.

O nome do grupo foi retirado do tratado de Martin Mersenne de 1636, Harmonia Universelle e pretende ser uma alusão às cordas de tripa utilizadas nos instrumentos de corda até ao início do séc. XX, quando estas foram substituídas pelas de aço. É também através da utilização de cordas de tripa que o Ensemble Bonne Corde pretende recuperar e dar a conhecer repertório esquecido dentro duma perspectiva historicamente informada. Não tendo no entanto por objectivo uma recriação ou um trabalho de arqueologia! Nunca vamos saber como esta música soava, queremos apenas perceber o melhor possível os códigos musicais da época.

Fundado pela violoncelista Diana Vinagre, o Ensemble Bonne Corde continua um trabalho de conjunto iniciado entre jovens músicos de várias partes do mundo que se foram cruzando nos seus percursos formativos e profissionais, em locais tão prestigiados como o Real Conservatório de Haia (Holanda) e a Orquestra Barroca da União Europeia. Todos os membros do grupo colaboram regularmente com os mais prestigiados agrupamentos de Música Antiga da Europa.

ENSEMBLE BONNE CORDE

Eduarda Melo iniciou os estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. É licenciada em canto pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE) e faz parte do Estúdio de Ópera da Casa da Música do Porto. Durante a temporada 2007/08 integrou o elenco de cantores residentes do prestigiado CNIPAL em Mareseille.

Recentemente foi galardoada com o 2ª prémio do Concurso Internacional de Canto de Toulouse.

Em concerto destacam-se as interpretações do Requiem de Mozart, Stabat Mater de Poulenc, Giuditta de Francisco António de Almeida, Pulcinella de Stravinsky e O King de Berio.

Em ópera foi Musetta (La Bohéme) no Festival de Saint-Céré; Giannetta (Elisir d’Amore) na ópera de Nice; Frasquita (Carmen) na Ópera de Lille e no Teatro de Caen; Ruth (Paint Me de Luís Tinoco) na Culturgest; Young Woman (The Saint of Bleecher Street de Menotti) e Vincenette (Mireille de Gounod) na Ópera de Marseille; Spinalba (Spinalba de F. A. de Almeida), Ascanio (Lo Frate Namorato de Pergolesi) no CCB; Zenina (Die Feen de Wagner) no Teatro do Châtelet em Paris; Vespina (L’Infedeltà Delusa de Haydn) na Ópera de Monte Carlo; Maria Luísa (La Belle de Cadix de Francis Lopes) no festival Folies d’O em Montpellier; Cherubino (As Bodas de Fígaro) no Teatro da Trindade em Lisboa; Gismonda (Ottone) na Casa da Música do Porto; Papaguena (A Flauta Mágica); Elle (La voix Humaine); João Pestana e Fada do Orvalho (Casinha de Chocolate de Humperdinck), Gaio e Galo (Raposinha Matreira de Janáček); Rainha (Bela Adormecida de Respihi) e Madame Robin (Le Fifre enchanté de Offenbach). Cantou na estreia europeia de Drácula de David del Tredici (drama musical para soprano, narrador e ensemble) e com o papel de Vera, fez a estreia mundial da ópera e António Pinho Vargas A Little Madness in the Spring. Participou na estreia mundial das óperas A Montanha e Rapaz de Bronze de Nuno Côrte-Real encarnando o papel de pastora e Rapaz de Bronze.

Foi dirigida por maestros Marc Minkowsky, Martin André, Cesário Costa, Manuel Ivo Cruz, Laurence Cummings, William Lacey, Jean-Sébastien Béreau, Stefan Ausbury, Franck Ollu, Jérémie Rhorer e Michael Zilm.

Destacam-se como compromissos futuros Stephano (Romeo et Juliette) na Ópera de Marseille, Nadia (La Veuve Joyeuse) no Festival Folies d’O em Montpellier, Despina (Così Fan Tutte) no Teatro Nacional de São Carlos e Primeira Dama (Flauta Mágica) na Ópera de Marseille.

Diana Vinagre é natural de Braga, cidade onde concluiu o Curso Complementar de Violoncelo em 1998 no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, na classe de Paula Almeida. Prosseguiu os seus estudos na Academia Nacional Superior de Orquestra em Lisboa, com Paulo Gaio Lima. Em 2003 completa a sua Licenciatura em Instrumentista de Orquestra e nessa temporada integra o naipe de violoncelos da Orquestra Metropolitana de Lisboa. Em Setembro de 2004 ingressou no Conservatório Real de Haia no Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação na classe de violoncelo barroco de Jaap ter Linden. Concluiu a Licenciatura em Fevereiro de 2006 e o Mestrado em 2008.Desde que se dedica à prática do violoncelo histórico, tem colaborado como

EDUARDA MELO(Soprano)

Diana Vinagre(Violoncelo Barroco)

Page 10: Musica no Claustro II

free-lancer com vários agrupamentos: New Dutch Academy, B’Rock, Orchestra of The Age of Enlightenment, Irish Baroque Orchestra, Holland Baroque Society, Al Ayre ESpañol, Orquestra do séc XVIII, Orquestra Barroca Divino Sospiro, Orquestra Barroca da Casa da Música. Tocou sob a direcção de Enrico Onofri, Laurence Cummings, Mark Elder, Vladimir Jurowsky, Simon Murphy, Bartold Kuijken, Christina Pluhar, Elizabeth Wallfisch, Alfredo Bernardini, Rinaldo Alessandrini, Frans Bruggen, Lars Ulrik Mortensen, Alexis Kossenko, Chiara Banchini.

Em 2007 foi seleccionada para integrar a Orquestra Barroca da União Europeia, apresentando-se também a solo. No ano lectivo 2006/7, foi detentora da bolsa de estudo para investigação ao nível do Mestrado, Honnours Programme, concedida pelos Conservatórios de Haia e de Amsterdão.

É o primeiro violoncelo da Orquestra Barroca Divino Sospiro, residente no Centro Cultural de Lisboa , sob direcção de Enrico Onofri e docente de Violoncelo Barroco na Universidade de Évora.

Bachelor of Music (2002) e Master of Music (2005) pelo Departamento de Música Antiga e Práticas Históricas de Interpretação do Conservatório Real da Haia (Países Baixos), sob a orientação de Jacques Ogg. Frequentou Master-Classes com Gustav Leonhardt, Olivier Baumont, Ilton Wjuniski, Laurence Cummings e Ketil Haugsand. Estudou órgão barroco e clavicórdio. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura. É Mestre em Música pela Universidade de Aveiro (2006). É membro da Orquestra Barroca Divino Sospiro desde 2005. Colabora regularmente com a Orquestra Barroca da Casa da Música (Porto). Apresentou-se em vários concertos em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Áustria, Polónia, Bulgária e Japão. Solista nos festivais de Île-de-France, Folle Journée (Nantes e Lisboa), Ambronay, Febrero Lirico d’El Escorial e Varna Music Festival. Membro da Académie Baroque Européenne de Ambronay em 2004 sob a direcção de Christophe Rousset. Concertos com Lyra Baroque Orchestra (Minnesota) e Real Escolania de San Lourenço d’El Escorial, Orquestra da Radiotelevisão Norueguesa, Camerata Academica Salzburg, Orquestra de Camera da Sinfonica da Galiza, Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras. Tocou sob a direcção de Jaap ter Linden, Elizabeth Wallfish, Ton Koopman, Roy Goodman, Christina Pluhar, Enrico Onofri, Rinaldo Alessandrini, Chiara Banchini, Alfredo Bernardini, Christoph Coin, Jacques Ogg, Christophe Rousset, Wim Becu, Laurence Cummings, Fabio Biondi, Antonio Florio, Harry Christophers e Martin Brabbins. Membro fundador e director artístico do Ludovice Ensemble, Miguel é professor na Universidade de Évora e no Conservatório de Música do Porto.

FERNANDO MIGUEL JALÔTO(Cravo)

DIA22 JULH

O 20

11

Ensemble Clepsidra

PROGRAMA

PARTE IOsculetur me

Trahe me

Nigra sum, sed formosa

Surge, propera amica mea Ostende mihi faciem

Quae est ista

Ego dilecto meo

Veni, dilecte mi

Palestrina (1526-1594)

Guerrero (1528-1599)

Victoria 1548-1611)

Damião de Góis (1502-1574)

D. Pedro de Cristo (c.1550-1618)

Estêvão de Brito (c.1570-1641)

Palestrina

O Cântico dos Cânticos (do Hebreu Shir ha-Shirim, superlativo que pretende atestar a grandeza deste conjunto poético) é tradicionalmente atribuído a Salomão e será provavelmente datado do século V A.C. Apresentando um parentesco com a literatura mesopotâmica contemporânea surge como um belo poema nupcial centrado nos cumes e perplexidades do Amor humano vivido em paridade. Desde sempre o seu estatuto canónico foi problemático, tendo este texto sido sucessivamente interpretado numa perspectiva alegórica por judeus - que viram nele a representação do amor de Deus por Israel e pelo Povo Eleito - e cristãos - que o interpretaram como alegoria do amor entre Cristo e a Igreja ou, alternativamente, entre Cristo e o indivíduo, tendo merecido reflexões meditadas de Bernardo de Claraval e de Teresa de Ávila. Apesar de integrar o conjunto de textos canónicos da tradição judaico-cristã o carácter suspeito deste poema nunca deixou de ser uma preocupação motivada pelo seu manifesto erotismo, progressivamente mitigado pelas interpretações alegóricas e pela associação feita ao culto mariano desde inícios do século XII. Assim, a adjectivação da Virgem Maria como Imagem da Lua, Imagem do Sol, Porta do Céu, Lírio dos Vales surge da apropriação da imagem da Sulamite, como nos atesta uma xilogravura flamenga do Canticum Canticorum de inícios do século XVI. Será, provavelmente por influencia dos humanistas que este poema passará a merecer o interesse de vários polifonistas (que nada se coíbem de interpolar invocações marianas no texto original!) - identificam-se, para além das composições apresentadas neste programa, obras de Machaut, Dufay, Josquin Desprez, Willaert, Schutz - verificando-se um significativo incremento de composições na Alta Renascença que será reatado no século XX.

NOTAS AO PROGRAMA

Ângela Alves e Catarina Costa e Silva, Sopranos; Janete Costa Ruiz, Contralto; João Carlos Soares e Pedro Marques, Tenores; Jorge Grave, Baixo; Dir. José Luís Borges Coelho

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Fundado em 2006, o Ensemble Clepsidra dedica-se à pesquisa, estudo e execução de repertório vocal dos séculos XVI-XVIII, dando particular relevo ao repertório ibérico de música cortesã e sacra e concebendo diferentes projectos que integram a musica, a dança e a representação historicamente fundamentadas. Paralelamente, presta também particular atenção à interpretação de obras de autores portugueses do século XX e XXI.

Composto por cantores profissionais, este ensemble vocal apresenta-se como formação a cappella ou integrando instrumentos de época e privilegia a concepção de programas temáticos baseados num conceito específico, personagem ou acontecimento histórico, passíveis de serem executados numa grande variedade de espaços histórica e arquitectonicamente relevantes promovendo a criação de novos públicos e a aproximação da comunidade às potencialidades cénicas do património.

Apresentou-se em concerto no Festival Foz do Cávado (2007), no Mosteiro de São Bento da Vitória, nas Jornadas Europeias do Património 2008 (Mosteiro de Santa Clara, Vila do Conde), no IV Ciclo de Música Sacra de Rates, nas Sés de Vila Real e Miranda do Douro (2009) e no ciclo Música no Claustro, no Auditório Vita (Braga, 2010). Foi seleccionado para participar no ciclo Fringe 2011, no próximo mês de Agosto, em Utrecht

José Luís Borges Coelho – Junho de 2011

ENSEMBLE CLEPSIDRA

O programa Canticum Canticorum apresenta diversas concretizações deste poema na polifonia europeia, pretendendo cruzar épocas e estilos que atestem a sua intemporalidade resultante do momento em que texto literário e texto musical se fundem na representação desse canto de admiração e de amor trocado entre Mulher e Homem.

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