música, jogo e poesia na educação musical escolar
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Msica, jogo e poesia na educao musical escolar
Viviane Beineke
As ilustraes deste artigo foram cedidas por Diego de los Campos (2006).
MSICA na educao bsica
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9Resumo: O texto discute alguns entrela-amentos e possibilidades de dilogo entre estudos sobre as culturas ldicas da infncia e a produo de msica para crianas. Com uma abordagem ldica do ensino de msica, o texto focaliza o trabalho com canes brasilei-ras arranjadas para jogos de copos, buscando possibilidades metodolgicas que valorizem a produo musical dos alunos. O repertrio abrange canes, parlendas e trava-lnguas, acompanhados com materiais simples, como copos plsticos e sons corporais. Inventando novas formas de brincar e tocar as msicas, procura-se favorecer a expresso criativa e prazerosa da criana no fazer musical coletivo. Os arranjos foram concebidos para a prtica musical no contexto escolar e permitem ml-tiplas formas de utilizao em sala de aula pelo professor.
Palavras-chave: culturas musicais infantis; jogos de mos e copos; composio musical.
Music, game and poetry in school musical educationAbstract: The text talks about a few links and dialogue possibilities between studies on childhood ludic culture and producing music for children. With the ludic approach of music teaching, the text focuses the work with brazilian songs arranged for glasses games searching methodological possibilities which value the students musical production. The repertory has traditional songs, tongue twister and jiber-jaber along with simple materials like plastic glasses and body sounds. Creating new ways to play with music, looking for the creative and pleasant expression of children while they create songs together in a group. The arrangements were conceived to music playing at school and allow multiple ways of using it in classroom by the teacher.
Keywords: Childrens musical culture; glasses games; musical composition.
Viviane Beineke [email protected]
Doutora e Mestre em Msica Educao Musi-cal pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora do Curso de Licencia-tura em Msica e do Programa de Ps-Graduao em Msica da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Autora da coleo Canes do mundo para tocar (2001 e 2002) e do livro/CD/CD-Rom para crianas Lenga la Lenga: jogos de mos e copos (2006). Atua em temticas relacio-nadas formao de professores, produo de material didtico e o ensino de msica na escola bsica, com nfase na aprendizagem criativa.
BEINEKE, Viviane. Msica, jogo e poesia na educao musical escolar. Msica na Educao Bsica. Porto Alegre, v. 3, n. 3, setembro de 2011.
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Se brinca um eu com um tu, que brinca com um outro eu, abre-se a janela do encontro, deixando entrar uma fresta que nos leva a um universo diverso daquele em que costumamos estar, embora estejamos no mesmo lugar.
Eugnio Tadeu Pereira
No campo de estudo da msica para crianas, diversos autores (Bosch, 2007; Brum
2003, 2005, Burba, 2005; Gullco, 2005; Pescetti, 2005; Queiroz; Tadeu, 2003; Rescala, 2007;
Sossa, 2005; Tadeu, 2005) vm pesquisando as relaes entre a produo, circulao, re-
cepo e o consumo da msica infantil, um trabalho que precisa ser ampliado, de modo
a incluir a participao de compositores, intrpretes, pedagogos e educadores musicais
(Gullco, 2005). Sobre isso, Jorge Enrique Sossa (2005), referindo-se aos pases caribeo-
latino-americanos, salienta a necessidade de serem conceitualizadas e problematizadas
as propostas musicais para crianas .
Uma discusso central para quem produz msica para crianas o que a diferencia
da msica dos adultos. Procurando mapear o que faz com que as canes se tornem in-
fantis, Pescetti (2005) destaca trs elementos: (1) as letras referentes ao mundo infantil;
(2) o trabalho com elementos musicais reduzidos/essenciais e (3) a presena do jogo. O
autor enfatiza que no necessrio haver essas trs caractersticas ao mesmo tempo,
com a mesma densidade ou importncia, porque a presena mais signicativa de uma
delas pode permitir que a outra receba um tratamento mais complexo. Para Pescetti
(2005), o elemento mais importante na caracterizao da cano infantil a presena
do jogo. O autor esclarece que a cano no precisa ser um jogo em si, mas que o com-
positor, o arranjador ou o intrprete tenham jogado e joguem ao compor, arranjar ou
Produo de msica para crianas
1. Essas reflexes fazem parte do Movimento Latino-americano e Caribenho da Cano Infantil, gestado nos encontros que se realizam desde 1995 em diferentes pases, com a finalidade de apresentar propostas musicais para a infncia no continente. Buscando desenvolver as identidades culturais dos participantes atravs do intercmbio de experincias, do conhecimento mtuo entre educadores e compo-sitores, so elaboradas reflexes conjuntas sobre os trabalhos realizados, sempre com a preocupao em respeitar a enorme diversidade de propostas. Esse movimento caracteriza-se por resultar de uma convocatria criada por artistas, educadores, produtores e diferentes personalidades preocupadas com a qualidade musical dos trabalhos sob um enfoque educativo responsvel e que no ignore o direito das crianas de construir uma identidade cultural prpria (Brum, 2005).
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Para saber maisPara acessar canes, textos, jogos e vdeos, visite o site: www.luispescetti.com
interpretar a msica; que tenham jogado com as palavras, com a linguagem musical,
com as possibilidades timbrsticas e interpretativas (2005, p. 24). Para ele, o carter
ldico de uma msica, ou de uma aula, ou de um programa de rdio, que permite que
se mantenha o clima infantil, mesmo quando se apresentam materiais complexos que
no so dirigidos exclusivamente s crianas.
H muitas canes infantis cuja msica poderia ser de uma cano para adultos, como aquelas que reconhecemos como tais somente porque a letra se refere ao universo infantil. Tambm h outros casos de canes em que a letra e a msica so para adultos, no entanto, ao permitirem jogos musicais nos arranjos e na interpretao, podem ser assimiladas pelo mundo infantil. (Pescetti, 2005, p. 26)
As msicas das crianas s fazem sentido quando compreendidas amplamente, o
que inclui todo o contexto do brincar. Na escola, muitas vezes tal prerrogativa no
considerada, como quando so cantadas canes do folclore sem estabelecer relaes
entre o contexto cultural e social no qual ela est inserida, como ela cantada, tocada
ou brincada e quem so as pessoas que dela participam. Cantar canes tradicionais,
no ensino de msica, muitas vezes signica cantar temas meldicos, desconsiderando a
msica e o brincar como produes culturais.
Escola e brincadeira na sala de aula
No contexto do brincar, importante diferenciar a brincadeira que acontece na sala
de aula da brincadeira do jogo espontneo, praticado pelas crianas sem interveno
nem orientao dos adultos. Esses jogos podem ser facilmente observados quando as
crianas brincam em espaos no escolarizados, o que no diminui a importncia do
papel do educador em estabelecer e participar do brincar na escola. Por isso, funda-
mental que os educadores reconheam o seu papel como mediadores do brincar na
educao.
As crianas no precisam saber por que brincam e o que esto aprendendo em
suas brincadeiras, mas os professores precisam compreender como o brincar pode fazer
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parte do seu trabalho. Brincando com as crianas, o educador tem um papel e uma fun-
o diferentes da criana que brinca. necessrio que o educador se aproprie do gesto
de brincar e perceba como ele importante para a criana, para que possa dar signi-
cado e direo ao prprio fazer de educador (Pereira, 2005a). Para a criana, a brincadeira
uma forma de expresso, e esse signicado precisa estar presente tambm nas brinca-
deiras estabelecidas na escola. Se o brincar se estabelece na sala de aula apenas como
ferramenta para o ensino, ele perde seu potencial criador, imaginativo, de possibilidade
de expresso, reinveno e ressignicao das suas aes.
Leite (2002) salienta que os professores tambm precisam brincar, para que possam
assumir um carter mediador com as crianas, ampliando o seu acervo de experincias,
apresentando novos jogos ou outras regras para as brincadeiras. O adulto no brinca
como uma criana, mas pode conectar-se ao universo infantil ao brincar. Por isso, brincar
de maneira infantilizada reete uma concepo ingnua de infncia, que contradiz a
atitude da criana que brinca (Pereira, 2005a, p. 25).
2. O projeto Produo de material didtico para o ensino de msica na escola integra o Programa NEM Ncleo de Educao Musical da Universidade do Estado de Santa Catarina (www.ceart.udesc.br/nem), um Programa de Ensino, Pesquisa e Extenso que visa a forma-o de professores de msica para a escola pblica. O projeto objetiva a produo de material didtico para o ensino de msica na escola fundamental e, ao mesmo tempo, uma atividade que complementa a formao do acadmico participante, tornando-o mais crtico em relao ao material didtico que utiliza e capaz de produzir seu prprio material. De carter permanente, o projeto iniciou em 2001 sob coordenao da professora Viviane Beineke.
Para saber mais visite o Portal Cultural Infncia: www.culturainfancia.com.br
Jogos de mos e copos no ensino de msica
Tais estudos nos motivaram a explorar jo-
gos de mos, brincadeiras cantadas, parlendas,
adivinhas e trava-lnguas que animam o uni-
verso infantil no projeto Produo de Material
Didtico para o Ensino de Msica, do Curso de
Licenciatura em Msica da Universidade do Estado
de Santa Catarina (UDESC) , produzindo arranjos e
composies musicais para uso dos prprios estudantes
em suas prticas de ensino.
A pesquisa comeou a ganhar forma quando passamos a ouvir, estudar e vivenciar
brinquedos tradicionais infantis, em especial aqueles apresentados nos trabalhos de Eu-
genio Tadeu e Miguel Queiroz (Duo Rodapio) e Lydia Hortlio, alm de jogos de mos
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brincados em Florianpolis (Silva, 2004). Na busca de conhecer melhor esses trabalhos,
fomos, cada vez mais, nos tornando brincantes e, como tais, nos sentindo mais livres e
capacitados para criar e recriar jogos musicais infantis. Como adultos que brincam, pas-
samos a interagir com essas manifestaes, reinventando-as de diversas formas. Criando
jogos de mos e copos, explorando sonoridades percussivas com a auta doce ou com
o corpo, elaboramos acompanhamentos rtmicos, musicamos parlendas, trava-lnguas e
adivinhas e experimentamos outras maneiras de brincar e tocar as msicas .
3. Um dos resultados do projeto consiste no conjunto de livro, CD e CD-ROM Lenga la Lenga: jogos de mos e copos, publicado no Brasil pela Editora Ciranda Cultural (2006) e em Portugal pela Editora Foco Musical (2009). No Uruguai, CD e CD-ROM foram editados pelo selo Papagayo Azul (2007). 4. As brincadeiras musicais que deram origem aos arranjos do CD foram criadas por: urea Demaria Silva, Deodsio Juvenal Alves Jnior, Gabriela Flor Visnadi e Silva, Gisele Garcia Vianna, Lourdes Saraiva, Ronaldo Steiner, Thiago Paulo Mtzenberg, Vanilda L. F. Macedo Godoy e Viviane Beineke. Participaram do trabalho de gravao do CD os msicos: urea Demaria Silva, Deodsio Juvenal Alves Jnior, Fernanda Rosa da Silva, Francisco Emilio Neis, Gabriela Flor Visnadi e Silva, Luiz Sebastio Juttel, Srgio Paulo Ribeiro de Freitas, Vanilda L. F. Macedo Godoy e Viviane Beineke, alm das crianas Bruno, Janis, Joo Vincius e Yolanda.
DicaConhea tambm os CDs Abra a roda tin do l l, de Lydia Hortlio (Teatro Escola Brincante) e Pandalel (Selo Palavra Cantada).
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Para cada msica elaboramos um jogo musical que permitisse s crianas, alm de
cantar, participar do arranjo e brincar coletivamente, interagindo com a msica de di-
versas formas: tocando em grupo, criando e recriando arranjos, improvisando, ouvindo
e analisando. Nessas propostas, utilizamos materiais simples e acessveis, procurando fa-
vorecer a expresso criativa e prazerosa da criana no fazer musical coletivo. Em um pro-
cesso ldico de criao, objetos do cotidiano tiveram seu uso modicado: copos plsti-
cos e cabos de vassoura se tornaram instrumentos musicais, a auta doce tornou-se um
instrumento de percusso e sonoridades corporais foram exploradas. Experimentando
novas maneiras de brincar, fomos construindo um universo de possibilidades sonoras
e musicais. Assim, os movimentos da capoeira foram representados por improvisos uti-
lizando sons do corpo; jogos de mos imitam o toque do berimbau e os tambores do
maracatu, enquanto a auta doce, percutida, marca o tic-tac do relgio4 .
Reetindo sobre a forma como os jogos poderiam ser apresentados aos professores,
optamos por no denir detalhes de execuo musical nem de arranjo. Com uma con-
cepo de escrita musical comumente utilizada na msica popular, escrevemos melo-
dia, texto e acompanhamento das msicas, como elementos que podem desencadear o
jogo, a criao de arranjos ou sua reinveno em sala de aula, mas sem predenir como
esses elementos poderiam ser trabalhados. Nesse sentido, as brincadeiras que apresen-
tamos so apenas pontos de partida ou referncias para o trabalho do professor em
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Rabo do Tatu
sala de aula. No esto sendo propostas experincias metdicas nem sistemticas, para
serem reproduzidas, atravs dos jogos que propusemos, porque estaramos indo contra
os princpios que geraram o trabalho: o seu carter ldico e brincante.
Analisando as crianas em ao, pudemos observar como as menores se relacionam
com as brincadeiras musicais. Elas olham as crianas mais velhas realizando as msicas e,
com toda a naturalidade, inventam outras formas de realizar os jogos rtmicos, entrando
na brincadeira. Para o professor, poderia surgir uma preocupao sobre o nvel de dicul-
dade dos jogos de copos, mas as crianas nos mostram que este no um problema,
medida que elas mesmas encontram uma forma de brincar adequada sua habilidade
musical e instrumental. Essa uma ideia que deveria sempre permear a realizao das
msicas, pois observando como as crianas se apropriam das brincadeiras poderemos,
com cada grupo, de diferentes faixas etrias, criar novas formas de jogar e fazer msica
em conjunto.
Nesse sentido, no nos preocupamos em estabelecer a faixa etria a que o material
se destina, entendendo que o jogo e a brincadeira no so prticas exclusivas das crian-
as nem da infncia. Em qualquer idade podemos brincar, atribuir signicados prprios
e transformar os jogos, apropriando-nos de diferentes formas de brincar e fazer msica
coletivamente. Nessa perspectiva, cada professor, cada criana ou grupo interagir de
forma diferente com as canes, dependendo dos seus interesses, conhecimentos ou
habilidades musicais.
Compartilhamos ento algumas atividades desenvolvidas a partir desse trabalho e
comeamos pelo Rabo do Tatu, um jogo de copos criado a partir de tradicional parlenda
infantil.
Jogo de copos e melodia: Viviane Beineke
Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 34).
Legenda
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Como brincar Em duas rodas, uma dentro da outra, as crianas sentam-se de frente umas para as outras. Na roda de dentro as crianas tocam flauta e na de fora cada criana tem sua frente um copo plstico. O grupo deve combinar a forma de executar a msica, alternando a parte falada com o acompanhamento de copos e a parte para flauta doce. A cada repetio, o andamento vai sendo acelerado. O jogo tambm pode ser realizado sem a parte para flauta doce.
O jogo construdo a partir de trs elementos que podem ser combinados de in-
meras maneiras, explorando sobreposies, variaes de dinmica e andamento: o texto
falado, o jogo de copos e uma melodia para auta doce, com apenas trs notas. No nal
da brincadeira, tocando cada vez mais rpido, o jogo vai se desmanchando, trazendo
nova sonoridade ao trabalho. E, se tudo terminar com o grupo dando risada, melhor
ainda, porque ento a brincadeira deu certo! A brincadeira d certo quando o jogo
comea a dar errado e no mais possvel acompanhar a msica, quebrando a mtrica
estabelecida no jogo. Qual a graa de brincar se tudo sempre d certo? A gargalhada
dos participantes no nal da msica, com copos espalhados por todo lado, totalmente
envolvidos, nos revela que a brincadeira realmente aconteceu, num fazer musical movi-
do pela alegria plena de quem brinca por brincar e sem medo de errar. Como diria Pe-
reira (2005a, p. 20), esto todos em estado de brinquedo. Convm salientar que na rea
musical, ainda to cheia de tradicionalismos e preconceitos sobre quem pode/sabe ou
no fazer msica, isso muito importante. Dessa maneira, o jogo musical favorece uma
relao com o fazer musical na qual errar permitido, porque o que convencionalmente
seria um erro faz parte da brincadeira.
DicaAssista a uma apresentao do Rabo do Tatu acessando o canal musicanupeart no YouTube. Repare que nessa execuo a cada repetio da msica um dos participantes faz um improviso com os copos e depois so agregados instru-mentos musicais ao arranjo.
Experimente substituir os copos por outras sonoridades, como a percusso corporal,
sons vocais ou de instrumentos. Voc pode propor que os alunos produzam arranjos em
pequenos grupos utilizando uma variedade de recursos sonoros. A atividade tambm
pode desencadear novas composies pelos alunos. Num primeiro momento pode ser
interessante o professor oferecer algumas opes de poemas ou parlendas, como ponto
de partida para as composies.
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Sugestes de versos tradicionais
Fonte: NBREGA e PAMPLONA (2005).
Puxa o rabo do tatu,Quem saiu foi tu.Puxa o rabo do pneu,Quem saiu fui eu,Puxa o rabo do diabo,Quem saiu foi um coitado,Puxa o rabo da panela,Quem saiu foi ela.
Ene, bene, b, tu,Blix, blex, fora!
Sape gatoSape gatoLambareiroTira a moDo aucareiro,Tira a mo,Tira o pDo acar,Do caf.
Ai, bai, taiTonestai,Tia, bia,companhia.Tamiraco,Tico, tacoAi, bai, puf!
O macaco foi feiraNo sabia o que comprar.Comprou uma cadeiraPra comadre se sentar.A comadre se sentou,A cadeira esborrachou.Coitada da comadreFoi parar no corredor.
Uma, duna, tena, catena,Saco de pena,Maria Figena.
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Na cano Zabelinha5 o jogo de copos cria uma textura rtmi-
ca interessante, pois embora o acompanhamento esteja escrito em
compasso binrio, para car igual cano, ele soa como ternrio,
resultando em uma polirritmia de binrio com ternrio. Esse tipo de
relao rtmica foi observada com frequncia nos jogos de mos pes-
quisados por Silva (2004).
Zabelinha
Como brincarEm roda, todos cantam a cano, passando os copos no pulso. O grupo vai acelerando o andamento, provocando o erro. Aqueles que erram vo formando uma nova roda no centro e acompa-nham a cano com o jogo de copos sugerido acima.
5. Cano procedente de Cuiab, Mato Grosso, recolhida por Iris Costa Novaes e registrada pelo Duo Rodapio no CD Dois a dois. O termo zabelinha deriva de as abelhinhas.*
em
rio,
de
es-
Legenda
Brinquedo cantado (tradicional)Jogo de copos: Viviane Beineke
Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 42).
Observe que o movimento dos copos igual nos dois padres do
jogo de copos. Eles se diferenciam somente pela posio do copo: o
primeiro padro comea com o copo virando com a boca para baixo e
no segundo padro o copo est com a boca virada para cima.
Jogo de copos
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Marinheiro encosta o barco
Jogo de palavras[...] eu acho que todo poeta apaixonado por palavras! Poeta adora mexer e brincar com elas, examinar o som e o sentido, at inventar e aprender palavras novas. (Lima, 2006, p. 43)
Ricardo da Cunha Lima d a dica de uma brincadeira divertida: procurar palavras no dicionrio e ficar atento, pois vo aparecer palavras deliciosas que, por algum motivo, se destacam das de-mais: pela melodia do som, pela raridade, pelo exotismo... enfim, como acabei de dizer, palavras com um sabor especial! A s aceitar o convite daquela palavra e pronto! J entramos na terra da poesia! (Lima, 2006, p. 44)
Legenda
Roda de verso (tradicional)Jogo de copos: Ronaldo Steiner, Vanilda L. F. Macedo Godoy e Viviane Beineke
Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 38).
Jogo de copos
ional)d St i V ild L F
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Como brincarEm roda, os brincantes cantam o refro e executam o jogo de copos, metade tocando o primeiro padro e metade tocando o segundo. Os versos so cantados por apenas um participante; cada brincante poder inventar um novo verso ou cantar um dos versos sugeridos abaixo.
Refro:Marinheiro encosta o barcoQue a morena quer embarcarIi eu no sou daquiEu no sou daliEu sou do Par.
Versos:A mar que enche e vazaDeixa a praia descoberta.Vai-se um amor e vem outro,Nunca vi coisa to certa.
Quem me dera a sua mo,Para eu dar um aperto nela,Para ver se ainda estComo de primeiro era.
Quem me dera, dera, dera,Quem me dera s pra mim,Receber do meu amorUm galhinho de jasmim.
E voc, dona Lydia,Passe a mo em seus cabelos,Que do cu vem caindoDois pinguinhos de gua-de-cheiro.
Marinheiro encosta o barco uma roda de verso, recolhida por Lydia Hortlio6 . Lydia
explica que as rodas de verso conguram ritos de passagem da infncia para a adoles-
cncia, em que os versos so inventados pelos participantes que cantam na roda. Na ver-
so aqui apresentada, reproduzimos os versos sugeridos por Lydia, a quem dedicamos
nosso trabalho, e deixamos a sugesto de que novos versos sejam inventados ou adap-
tados cano. Repare que o um dos acompanhamentos sugeridos utiliza os mesmos
movimentos que o acompanhamento de Zabelinha, variando apenas o ritmo.
Conhea tambmKATER, Carlos et al. (*) Msica na escola: jogos e instrumentos. Belo Horizonte: Editora Projecta, 2009.(*) Junto com Jos Adolfo Moura, Maria Amlia Martins, Maria Betnia Parizzi Fonseca, Matheus Braga e Rosa Lcia Mares Guia.
6. Cano registrada por Lydia Hortlio no CD Abra a roda, tin do l l, com versos de Elisa Grota Funda - Serrinha/Bahia.*19Msica, jogo e poesia na educao musical escolar
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Como brincarCom os brincantes em roda, a cano acompanhada pelo jogo de copos. No incio, o jogo pode ser feito individualmente e depois os copos comeam a ser passados na roda. Entre uma repetio e outra, o grupo pode combinar de fazer improvisos com os copos.
Quando trabalhamos esta cano com um grupo de crianas na escola, aconteceu
um fato interessante. Inicialmente, o acompanhamento no previa o movimento de pas-
sar os copos na roda, mas logo que uma criana disse: esse no tem graa. Perguntei
por que e ela logo explicou que era porque tem que passar o copo. E percebemos que
Escatumbararib
O acompanhamento com copos pode ser realizado de duas maneiras: cada participante jogando sozinho ou em roda, com os copos passando de um para outro.
No canal escatumbararibe do YouTube voc pode observar um grupo de crianas realizando esse jogo e tambm assistir a alguns vdeos em que este e outros jogos de mos e copos so ensinados.
Legenda
Frmula de escolha (tradicional)Jogo de copos: Viviane Beineke
Jogo de copos
Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 38).
bater a mo em cima do copo, segurando-o pelo fundo e arrastando no cho ao virar para o lado
bater o fundo do copo na mo direita, passando o para esta mo
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a passagem dos copos de um para outro na roda fazia toda a diferena: o deslocamento
de um trabalho que focaliza o desao individual, virtuosstico, to valorizado na rea da
msica, para um fazer coletivo, que para funcionar depende da colaborao no grupo.
justamente nessa passagem do copo entre os brincantes que se estabelece o jogo cole-
tivo, que depende tanto do desempenho individual como grupal. Por isso, to impor-
tante estarmos atentos ao que as crianas nos dizem, pois podemos sempre aprender
com elas, que nos do um retorno vivo e repleto de signicaes sobre o trabalho que
estamos desenvolvendo. Sobre isso, podemos reetir tambm que na relao brincadei-
ra e escola preciso considerar que nem sempre o que propomos para a criana como
brincadeira signica brincadeira para ela. Elas precisam se tornar donas (Pereira, 2005b,
p. 149) do trabalho para que se estabelea o brincar em sala de aula.
Poesia, poema e gneros poticos
O poeta Ricardo da Cunha Lima (2003) esclarece que os gneros poticos designam as categorias ou espcies de poesia, que podem ser classificadas de acordo com suas caractersticas ou assuntos. A fbula, o madrigal, a parlenda e os trava-lnguas so gneros poticos. O autor chama de parlendas os versos e canes muito populares, geralmente recitados para as crianas e que se caracterizam por frmulas repetitivas, como ladainhas, transmitidas oralmente de gerao em gerao (p. 53).Tambm interessante saber a diferena entre poesia e poema. Como explica Lima (2000, p. 54), poema o produto, algo concreto, que podemos ler, enquanto poesia se refere arte em geral, de maneira abstrata. Levando isso em conta, um livro de poesia (assim mesmo, no singular) pode conter trinta poemas (e nunca trinta poesias).
Travadinhas e outros poemas
O repertrio que apresentamos aqui traz algumas possibilidades
para o uso de jogos de mos e copos em sala de aula. Os jogos so
simples e todos eles podem ser facilmente adaptados para diferen-
tes contextos. Podem ser complexicados pelos prprios alunos,
medida que sua execuo no mais os desaa. Novas regras, novos
acompanhamentos, arranjos ou adaptao para outros instrumentos
musicais so possibilidades de ampliao do trabalho proposto.
Entretanto, o que consideramos mais importante o espa-
o para a composio que pode ser desencadeado nesse
processo. Compor com base em suas vivncias e saberes
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traz novos desaos. No trabalho em pequenos grupos favorecida a interao entre os
prprios alunos, que podem elaborar seu trabalho de maneira que contemple suas ex-
pectativas e saberes, atribuindo sentidos prprios s suas msicas. As vivncias musicais
so enriquecidas quando se pode exercer uma variedade de papis com a msica, numa
conscincia musical que se desenvolve quando tocamos, cantamos, ouvimos, analisa-
mos, criticamos, improvisamos e inventamos msica.
Destacamos a ludicidade potica presente nos trabalhos de Eva Furnari, que exem-
plicamos a seguir. Combinadas a atividades de composio de jogos de copos, tm ge-
rado novos desaos, desencadeando jogos e brincadeiras que exploram o brincar com a
msica e com a palavra. A ideia que as canes e os jogos de copos aqui apresentados
sirvam como pretexto para novas invenes em sala de aula, sendo ressignicadas pelos
alunos, que criam novas regras, novos jogos musicais - de copos e de palavras!
DicaNo blog www.lengalalenga.blogspot.com voc pode conhecer vrias outros jogos, criados a partir das atividades aqui sugeridas.
No confundaNo confundaCareca banguela Com cueca amarela.
No confunda Picol salgado Com jacar mimado.Fonte: Furnari (2002a).
TravadinhasO pobre do grilo do brejo.Prendeu o brinco no prego.
A rainha do repolho refogadoRi do rei do rabanete emburrado.Fonte: Furnari (2003).
Assim assadoEra uma vez uma menina aventureiraNavegava no sof e voava na banheira.
Era uma vez uma velha coroca.Carregava o gato na bolsa, Conversava com minhoca.Fonte: Furnari (2004).
Voc troca?Voc troca um canguru de pijamapor um urubu na cama?
Voc troca um espio com preguiapor um ladro de salsicha?Fonte: Furnari (2002b).
Compondo com Eva Furnari
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ConsideraesElaborar materiais didticos sempre um desao para professores e professoras,
quando no se deseja oferecer receitas para serem aplicadas. Acreditamos que a pro-
duo de materiais para o trabalho com msica est ligada a processos de criao e re-
criao, sempre descortinando possibilidades de um trabalho, de outro e de mais outro.
Interessante seria se, como diz Pescetti, a experincia musical com as crianas pudesse
incluir o professor como um ser humano com gostos e vivncias para compartilhar
(2005, p. 39). Para isso, o professor tambm precisa apropriar-se criativamente das can-
es, dos jogos e brincadeiras. esse o sentido que move nosso
projeto: experimentar, analisar, adaptar, produzir e reinventar
materiais didticos para o ensino de msica na escola. Nes-
se sentido, consideramos essencial que os professores se
tornem menos consumidores e mais produtores de ma-
terial didtico, na busca por construir
aprendizagens musicais signicati-
vas para os seus alunos.
Acreditamos que o uso de
elementos que fazem parte do
prprio universo das crianas
nas brincadeiras para a sala de
aula uma forma de valorizar o sa-
ber infantil, ampliar os valores estticos, fantasias e o imagi-
nrio, tornando o aprendizado mais signicativo para a criana. Isso
tanto s msicas que as crianas aprendem umas com as outras quando
brincam, como tambm s msicas que elas compem, inventam e reinventam quando
tm espao para isso; um espao que o professor deve garantir em sala de aula. Traba-
lhando com as msicas que as crianas fazem, podemos favorecer o reconhecimento e
a valorizao das diferenas, medida que aprendemos a ouvir, respeitar e compreender
as vozes dos nossos alunos, em um processo comprometido com o seu desenvolvi-
mento musical. Nessa perspectiva, o professor pode atuar como um crtico sensvel e
articulado s relaes que se estabelecem com a msica em sala de aula, auxiliando os
alunos a reetirem sobre as suas prticas musicais. Ao compartilhar esse processo com
os alunos, o educador musical instiga-os a construir o seu prprio conhecimento, tanto
na autonomia de pensamento, quanto na uncia e na crtica musical.
Agradeo a Cludia Ribeiro Bellochio e urea Demaria Silva pela leitura do texto e sugestes.
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O uso de jogos e brincadeiras uma prtica legitima-
da na educao musical por diversas tendncias educa-
cionais. comum ouvirmos que as crianas aprendem
brincando, argumento utilizado para justicar as mais
diversicadas metodologias. Observando as crianas
brincarem livremente, ca evidente a importncia des-
sas atividades para o seu desenvolvimento, mas quando
a brincadeira infantil pensada do ponto de vista peda-
ggico, os seus usos so bastante distintos. Muitas vezes,
essa ideia transposta para o ensino de forma reducionis-
ta, colocando a brincadeira a servio do desenvolvimen-
to cognitivo, motor ou rtmico, entre outros. Assistimos
ento a uma pedagogizao da brincadeira, quando ela
perde seu carter de experincia signicativa, sendo re-
duzida a atividades dirigidas (Leite, 2002).
Discutindo a dimenso social do jogo,
Brougre (2002) explica que o jogo s existe
dentro de um sistema de interpretao das
atividades humanas, porque no h, de fato,
algum comportamento que permita denir
claramente quando se est brincando ou
no. Assim, o que caracteriza o jogo o esta-
do de esprito com que se brinca.
A cultura ldica das crianas emerge
e se desenvolve no prprio jogo, sendo
necessrio partilhar dessa cultura para
poder jogar (Brougre, 2002). Assim, as
crianas aprendem a jogar enquanto
jogam, produzindo suas prprias signi-
caes em interao com as signica-
es atribudas pelos outros jogadores.
Nessa perspectiva, a criana co-cons-
trutora da cultura ldica e as interaes
supem sempre uma interpretao das
signicaes que vo sendo atribudas
pelos participantes, que se vo adaptan-
do e produzindo novas signicaes.
Mosaico sobre o jogo e o brincar na infncia
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MSICA na educao bsica
Viviane Beineke
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Sarmento (2003) esclarece que necessrio
compreender as culturas infantis com base na
forma como as crianas interagem com as formas
culturais produzidas para as crianas pelos adultos,
como tambm pelas formas culturais produzidas
pelas prprias crianas. A ludicidade, segundo Sar-
mento (2004), constitui um trao fundamental das
culturas infantis, embora o brincar no constitua
atividade exclusiva das crianas. Para as crianas, o
brincar condio da aprendizagem e da sociabi-
lidade, razo pela qual o brinquedo as acompanha
nas diferentes fases da construo das suas rela-
es sociais.
A cultura infantil uma esfera onde o en-
tretenimento, a defesa de ideias polticas e o
prazer se encontram para construir concepes
do que signica ser criana uma combinao
de posies de gnero, raciais e de classe, atra-
vs das quais elas se denem em relao a uma
diversidade de encontros. (Giroux, 1995, p. 49)
A brincadeira permite, a todo momento, criar
novos signicados e interpretaes, permitindo que
a criana cresa como sujeito de cultura, buscando
atribuir signicados sua vida e novas maneiras de
experinci-la (Pereira, 2005a).
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V. 3 N. 3 setembro de 2011
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Lenga la lenga: jogos de mos e coposwww.lengalalenga.com.brwww.butia.com.uy (jogos on line)
NEM - Ncleo de Educao Musical CEART/UDESCwww.ceart.udesc.br/nem
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