música, jogo e poesia na educação musical escolar

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Música, jogo e poesia na educação musical escolar Viviane Beineke As ilustrações deste artigo foram cedidas por Diego de los Campos (2006). MÚSICA na educação básica

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  • Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    Viviane Beineke

    As ilustraes deste artigo foram cedidas por Diego de los Campos (2006).

    MSICA na educao bsica

  • 9Resumo: O texto discute alguns entrela-amentos e possibilidades de dilogo entre estudos sobre as culturas ldicas da infncia e a produo de msica para crianas. Com uma abordagem ldica do ensino de msica, o texto focaliza o trabalho com canes brasilei-ras arranjadas para jogos de copos, buscando possibilidades metodolgicas que valorizem a produo musical dos alunos. O repertrio abrange canes, parlendas e trava-lnguas, acompanhados com materiais simples, como copos plsticos e sons corporais. Inventando novas formas de brincar e tocar as msicas, procura-se favorecer a expresso criativa e prazerosa da criana no fazer musical coletivo. Os arranjos foram concebidos para a prtica musical no contexto escolar e permitem ml-tiplas formas de utilizao em sala de aula pelo professor.

    Palavras-chave: culturas musicais infantis; jogos de mos e copos; composio musical.

    Music, game and poetry in school musical educationAbstract: The text talks about a few links and dialogue possibilities between studies on childhood ludic culture and producing music for children. With the ludic approach of music teaching, the text focuses the work with brazilian songs arranged for glasses games searching methodological possibilities which value the students musical production. The repertory has traditional songs, tongue twister and jiber-jaber along with simple materials like plastic glasses and body sounds. Creating new ways to play with music, looking for the creative and pleasant expression of children while they create songs together in a group. The arrangements were conceived to music playing at school and allow multiple ways of using it in classroom by the teacher.

    Keywords: Childrens musical culture; glasses games; musical composition.

    Viviane Beineke [email protected]

    Doutora e Mestre em Msica Educao Musi-cal pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora do Curso de Licencia-tura em Msica e do Programa de Ps-Graduao em Msica da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Autora da coleo Canes do mundo para tocar (2001 e 2002) e do livro/CD/CD-Rom para crianas Lenga la Lenga: jogos de mos e copos (2006). Atua em temticas relacio-nadas formao de professores, produo de material didtico e o ensino de msica na escola bsica, com nfase na aprendizagem criativa.

    BEINEKE, Viviane. Msica, jogo e poesia na educao musical escolar. Msica na Educao Bsica. Porto Alegre, v. 3, n. 3, setembro de 2011.

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

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  • Se brinca um eu com um tu, que brinca com um outro eu, abre-se a janela do encontro, deixando entrar uma fresta que nos leva a um universo diverso daquele em que costumamos estar, embora estejamos no mesmo lugar.

    Eugnio Tadeu Pereira

    No campo de estudo da msica para crianas, diversos autores (Bosch, 2007; Brum

    2003, 2005, Burba, 2005; Gullco, 2005; Pescetti, 2005; Queiroz; Tadeu, 2003; Rescala, 2007;

    Sossa, 2005; Tadeu, 2005) vm pesquisando as relaes entre a produo, circulao, re-

    cepo e o consumo da msica infantil, um trabalho que precisa ser ampliado, de modo

    a incluir a participao de compositores, intrpretes, pedagogos e educadores musicais

    (Gullco, 2005). Sobre isso, Jorge Enrique Sossa (2005), referindo-se aos pases caribeo-

    latino-americanos, salienta a necessidade de serem conceitualizadas e problematizadas

    as propostas musicais para crianas .

    Uma discusso central para quem produz msica para crianas o que a diferencia

    da msica dos adultos. Procurando mapear o que faz com que as canes se tornem in-

    fantis, Pescetti (2005) destaca trs elementos: (1) as letras referentes ao mundo infantil;

    (2) o trabalho com elementos musicais reduzidos/essenciais e (3) a presena do jogo. O

    autor enfatiza que no necessrio haver essas trs caractersticas ao mesmo tempo,

    com a mesma densidade ou importncia, porque a presena mais signicativa de uma

    delas pode permitir que a outra receba um tratamento mais complexo. Para Pescetti

    (2005), o elemento mais importante na caracterizao da cano infantil a presena

    do jogo. O autor esclarece que a cano no precisa ser um jogo em si, mas que o com-

    positor, o arranjador ou o intrprete tenham jogado e joguem ao compor, arranjar ou

    Produo de msica para crianas

    1. Essas reflexes fazem parte do Movimento Latino-americano e Caribenho da Cano Infantil, gestado nos encontros que se realizam desde 1995 em diferentes pases, com a finalidade de apresentar propostas musicais para a infncia no continente. Buscando desenvolver as identidades culturais dos participantes atravs do intercmbio de experincias, do conhecimento mtuo entre educadores e compo-sitores, so elaboradas reflexes conjuntas sobre os trabalhos realizados, sempre com a preocupao em respeitar a enorme diversidade de propostas. Esse movimento caracteriza-se por resultar de uma convocatria criada por artistas, educadores, produtores e diferentes personalidades preocupadas com a qualidade musical dos trabalhos sob um enfoque educativo responsvel e que no ignore o direito das crianas de construir uma identidade cultural prpria (Brum, 2005).

    *10

    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • Para saber maisPara acessar canes, textos, jogos e vdeos, visite o site: www.luispescetti.com

    interpretar a msica; que tenham jogado com as palavras, com a linguagem musical,

    com as possibilidades timbrsticas e interpretativas (2005, p. 24). Para ele, o carter

    ldico de uma msica, ou de uma aula, ou de um programa de rdio, que permite que

    se mantenha o clima infantil, mesmo quando se apresentam materiais complexos que

    no so dirigidos exclusivamente s crianas.

    H muitas canes infantis cuja msica poderia ser de uma cano para adultos, como aquelas que reconhecemos como tais somente porque a letra se refere ao universo infantil. Tambm h outros casos de canes em que a letra e a msica so para adultos, no entanto, ao permitirem jogos musicais nos arranjos e na interpretao, podem ser assimiladas pelo mundo infantil. (Pescetti, 2005, p. 26)

    As msicas das crianas s fazem sentido quando compreendidas amplamente, o

    que inclui todo o contexto do brincar. Na escola, muitas vezes tal prerrogativa no

    considerada, como quando so cantadas canes do folclore sem estabelecer relaes

    entre o contexto cultural e social no qual ela est inserida, como ela cantada, tocada

    ou brincada e quem so as pessoas que dela participam. Cantar canes tradicionais,

    no ensino de msica, muitas vezes signica cantar temas meldicos, desconsiderando a

    msica e o brincar como produes culturais.

    Escola e brincadeira na sala de aula

    No contexto do brincar, importante diferenciar a brincadeira que acontece na sala

    de aula da brincadeira do jogo espontneo, praticado pelas crianas sem interveno

    nem orientao dos adultos. Esses jogos podem ser facilmente observados quando as

    crianas brincam em espaos no escolarizados, o que no diminui a importncia do

    papel do educador em estabelecer e participar do brincar na escola. Por isso, funda-

    mental que os educadores reconheam o seu papel como mediadores do brincar na

    educao.

    As crianas no precisam saber por que brincam e o que esto aprendendo em

    suas brincadeiras, mas os professores precisam compreender como o brincar pode fazer

    11Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

  • parte do seu trabalho. Brincando com as crianas, o educador tem um papel e uma fun-

    o diferentes da criana que brinca. necessrio que o educador se aproprie do gesto

    de brincar e perceba como ele importante para a criana, para que possa dar signi-

    cado e direo ao prprio fazer de educador (Pereira, 2005a). Para a criana, a brincadeira

    uma forma de expresso, e esse signicado precisa estar presente tambm nas brinca-

    deiras estabelecidas na escola. Se o brincar se estabelece na sala de aula apenas como

    ferramenta para o ensino, ele perde seu potencial criador, imaginativo, de possibilidade

    de expresso, reinveno e ressignicao das suas aes.

    Leite (2002) salienta que os professores tambm precisam brincar, para que possam

    assumir um carter mediador com as crianas, ampliando o seu acervo de experincias,

    apresentando novos jogos ou outras regras para as brincadeiras. O adulto no brinca

    como uma criana, mas pode conectar-se ao universo infantil ao brincar. Por isso, brincar

    de maneira infantilizada reete uma concepo ingnua de infncia, que contradiz a

    atitude da criana que brinca (Pereira, 2005a, p. 25).

    2. O projeto Produo de material didtico para o ensino de msica na escola integra o Programa NEM Ncleo de Educao Musical da Universidade do Estado de Santa Catarina (www.ceart.udesc.br/nem), um Programa de Ensino, Pesquisa e Extenso que visa a forma-o de professores de msica para a escola pblica. O projeto objetiva a produo de material didtico para o ensino de msica na escola fundamental e, ao mesmo tempo, uma atividade que complementa a formao do acadmico participante, tornando-o mais crtico em relao ao material didtico que utiliza e capaz de produzir seu prprio material. De carter permanente, o projeto iniciou em 2001 sob coordenao da professora Viviane Beineke.

    Para saber mais visite o Portal Cultural Infncia: www.culturainfancia.com.br

    Jogos de mos e copos no ensino de msica

    Tais estudos nos motivaram a explorar jo-

    gos de mos, brincadeiras cantadas, parlendas,

    adivinhas e trava-lnguas que animam o uni-

    verso infantil no projeto Produo de Material

    Didtico para o Ensino de Msica, do Curso de

    Licenciatura em Msica da Universidade do Estado

    de Santa Catarina (UDESC) , produzindo arranjos e

    composies musicais para uso dos prprios estudantes

    em suas prticas de ensino.

    A pesquisa comeou a ganhar forma quando passamos a ouvir, estudar e vivenciar

    brinquedos tradicionais infantis, em especial aqueles apresentados nos trabalhos de Eu-

    genio Tadeu e Miguel Queiroz (Duo Rodapio) e Lydia Hortlio, alm de jogos de mos

    *12

    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • brincados em Florianpolis (Silva, 2004). Na busca de conhecer melhor esses trabalhos,

    fomos, cada vez mais, nos tornando brincantes e, como tais, nos sentindo mais livres e

    capacitados para criar e recriar jogos musicais infantis. Como adultos que brincam, pas-

    samos a interagir com essas manifestaes, reinventando-as de diversas formas. Criando

    jogos de mos e copos, explorando sonoridades percussivas com a auta doce ou com

    o corpo, elaboramos acompanhamentos rtmicos, musicamos parlendas, trava-lnguas e

    adivinhas e experimentamos outras maneiras de brincar e tocar as msicas .

    3. Um dos resultados do projeto consiste no conjunto de livro, CD e CD-ROM Lenga la Lenga: jogos de mos e copos, publicado no Brasil pela Editora Ciranda Cultural (2006) e em Portugal pela Editora Foco Musical (2009). No Uruguai, CD e CD-ROM foram editados pelo selo Papagayo Azul (2007). 4. As brincadeiras musicais que deram origem aos arranjos do CD foram criadas por: urea Demaria Silva, Deodsio Juvenal Alves Jnior, Gabriela Flor Visnadi e Silva, Gisele Garcia Vianna, Lourdes Saraiva, Ronaldo Steiner, Thiago Paulo Mtzenberg, Vanilda L. F. Macedo Godoy e Viviane Beineke. Participaram do trabalho de gravao do CD os msicos: urea Demaria Silva, Deodsio Juvenal Alves Jnior, Fernanda Rosa da Silva, Francisco Emilio Neis, Gabriela Flor Visnadi e Silva, Luiz Sebastio Juttel, Srgio Paulo Ribeiro de Freitas, Vanilda L. F. Macedo Godoy e Viviane Beineke, alm das crianas Bruno, Janis, Joo Vincius e Yolanda.

    DicaConhea tambm os CDs Abra a roda tin do l l, de Lydia Hortlio (Teatro Escola Brincante) e Pandalel (Selo Palavra Cantada).

    *

    Para cada msica elaboramos um jogo musical que permitisse s crianas, alm de

    cantar, participar do arranjo e brincar coletivamente, interagindo com a msica de di-

    versas formas: tocando em grupo, criando e recriando arranjos, improvisando, ouvindo

    e analisando. Nessas propostas, utilizamos materiais simples e acessveis, procurando fa-

    vorecer a expresso criativa e prazerosa da criana no fazer musical coletivo. Em um pro-

    cesso ldico de criao, objetos do cotidiano tiveram seu uso modicado: copos plsti-

    cos e cabos de vassoura se tornaram instrumentos musicais, a auta doce tornou-se um

    instrumento de percusso e sonoridades corporais foram exploradas. Experimentando

    novas maneiras de brincar, fomos construindo um universo de possibilidades sonoras

    e musicais. Assim, os movimentos da capoeira foram representados por improvisos uti-

    lizando sons do corpo; jogos de mos imitam o toque do berimbau e os tambores do

    maracatu, enquanto a auta doce, percutida, marca o tic-tac do relgio4 .

    Reetindo sobre a forma como os jogos poderiam ser apresentados aos professores,

    optamos por no denir detalhes de execuo musical nem de arranjo. Com uma con-

    cepo de escrita musical comumente utilizada na msica popular, escrevemos melo-

    dia, texto e acompanhamento das msicas, como elementos que podem desencadear o

    jogo, a criao de arranjos ou sua reinveno em sala de aula, mas sem predenir como

    esses elementos poderiam ser trabalhados. Nesse sentido, as brincadeiras que apresen-

    tamos so apenas pontos de partida ou referncias para o trabalho do professor em

    13Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

  • Rabo do Tatu

    sala de aula. No esto sendo propostas experincias metdicas nem sistemticas, para

    serem reproduzidas, atravs dos jogos que propusemos, porque estaramos indo contra

    os princpios que geraram o trabalho: o seu carter ldico e brincante.

    Analisando as crianas em ao, pudemos observar como as menores se relacionam

    com as brincadeiras musicais. Elas olham as crianas mais velhas realizando as msicas e,

    com toda a naturalidade, inventam outras formas de realizar os jogos rtmicos, entrando

    na brincadeira. Para o professor, poderia surgir uma preocupao sobre o nvel de dicul-

    dade dos jogos de copos, mas as crianas nos mostram que este no um problema,

    medida que elas mesmas encontram uma forma de brincar adequada sua habilidade

    musical e instrumental. Essa uma ideia que deveria sempre permear a realizao das

    msicas, pois observando como as crianas se apropriam das brincadeiras poderemos,

    com cada grupo, de diferentes faixas etrias, criar novas formas de jogar e fazer msica

    em conjunto.

    Nesse sentido, no nos preocupamos em estabelecer a faixa etria a que o material

    se destina, entendendo que o jogo e a brincadeira no so prticas exclusivas das crian-

    as nem da infncia. Em qualquer idade podemos brincar, atribuir signicados prprios

    e transformar os jogos, apropriando-nos de diferentes formas de brincar e fazer msica

    coletivamente. Nessa perspectiva, cada professor, cada criana ou grupo interagir de

    forma diferente com as canes, dependendo dos seus interesses, conhecimentos ou

    habilidades musicais.

    Compartilhamos ento algumas atividades desenvolvidas a partir desse trabalho e

    comeamos pelo Rabo do Tatu, um jogo de copos criado a partir de tradicional parlenda

    infantil.

    Jogo de copos e melodia: Viviane Beineke

    Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 34).

    Legenda

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    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • Como brincar Em duas rodas, uma dentro da outra, as crianas sentam-se de frente umas para as outras. Na roda de dentro as crianas tocam flauta e na de fora cada criana tem sua frente um copo plstico. O grupo deve combinar a forma de executar a msica, alternando a parte falada com o acompanhamento de copos e a parte para flauta doce. A cada repetio, o andamento vai sendo acelerado. O jogo tambm pode ser realizado sem a parte para flauta doce.

    O jogo construdo a partir de trs elementos que podem ser combinados de in-

    meras maneiras, explorando sobreposies, variaes de dinmica e andamento: o texto

    falado, o jogo de copos e uma melodia para auta doce, com apenas trs notas. No nal

    da brincadeira, tocando cada vez mais rpido, o jogo vai se desmanchando, trazendo

    nova sonoridade ao trabalho. E, se tudo terminar com o grupo dando risada, melhor

    ainda, porque ento a brincadeira deu certo! A brincadeira d certo quando o jogo

    comea a dar errado e no mais possvel acompanhar a msica, quebrando a mtrica

    estabelecida no jogo. Qual a graa de brincar se tudo sempre d certo? A gargalhada

    dos participantes no nal da msica, com copos espalhados por todo lado, totalmente

    envolvidos, nos revela que a brincadeira realmente aconteceu, num fazer musical movi-

    do pela alegria plena de quem brinca por brincar e sem medo de errar. Como diria Pe-

    reira (2005a, p. 20), esto todos em estado de brinquedo. Convm salientar que na rea

    musical, ainda to cheia de tradicionalismos e preconceitos sobre quem pode/sabe ou

    no fazer msica, isso muito importante. Dessa maneira, o jogo musical favorece uma

    relao com o fazer musical na qual errar permitido, porque o que convencionalmente

    seria um erro faz parte da brincadeira.

    DicaAssista a uma apresentao do Rabo do Tatu acessando o canal musicanupeart no YouTube. Repare que nessa execuo a cada repetio da msica um dos participantes faz um improviso com os copos e depois so agregados instru-mentos musicais ao arranjo.

    Experimente substituir os copos por outras sonoridades, como a percusso corporal,

    sons vocais ou de instrumentos. Voc pode propor que os alunos produzam arranjos em

    pequenos grupos utilizando uma variedade de recursos sonoros. A atividade tambm

    pode desencadear novas composies pelos alunos. Num primeiro momento pode ser

    interessante o professor oferecer algumas opes de poemas ou parlendas, como ponto

    de partida para as composies.

    15Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

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  • Sugestes de versos tradicionais

    Fonte: NBREGA e PAMPLONA (2005).

    Puxa o rabo do tatu,Quem saiu foi tu.Puxa o rabo do pneu,Quem saiu fui eu,Puxa o rabo do diabo,Quem saiu foi um coitado,Puxa o rabo da panela,Quem saiu foi ela.

    Ene, bene, b, tu,Blix, blex, fora!

    Sape gatoSape gatoLambareiroTira a moDo aucareiro,Tira a mo,Tira o pDo acar,Do caf.

    Ai, bai, taiTonestai,Tia, bia,companhia.Tamiraco,Tico, tacoAi, bai, puf!

    O macaco foi feiraNo sabia o que comprar.Comprou uma cadeiraPra comadre se sentar.A comadre se sentou,A cadeira esborrachou.Coitada da comadreFoi parar no corredor.

    Uma, duna, tena, catena,Saco de pena,Maria Figena.

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    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • Na cano Zabelinha5 o jogo de copos cria uma textura rtmi-

    ca interessante, pois embora o acompanhamento esteja escrito em

    compasso binrio, para car igual cano, ele soa como ternrio,

    resultando em uma polirritmia de binrio com ternrio. Esse tipo de

    relao rtmica foi observada com frequncia nos jogos de mos pes-

    quisados por Silva (2004).

    Zabelinha

    Como brincarEm roda, todos cantam a cano, passando os copos no pulso. O grupo vai acelerando o andamento, provocando o erro. Aqueles que erram vo formando uma nova roda no centro e acompa-nham a cano com o jogo de copos sugerido acima.

    5. Cano procedente de Cuiab, Mato Grosso, recolhida por Iris Costa Novaes e registrada pelo Duo Rodapio no CD Dois a dois. O termo zabelinha deriva de as abelhinhas.*

    em

    rio,

    de

    es-

    Legenda

    Brinquedo cantado (tradicional)Jogo de copos: Viviane Beineke

    Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 42).

    Observe que o movimento dos copos igual nos dois padres do

    jogo de copos. Eles se diferenciam somente pela posio do copo: o

    primeiro padro comea com o copo virando com a boca para baixo e

    no segundo padro o copo est com a boca virada para cima.

    Jogo de copos

    17Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

  • Marinheiro encosta o barco

    Jogo de palavras[...] eu acho que todo poeta apaixonado por palavras! Poeta adora mexer e brincar com elas, examinar o som e o sentido, at inventar e aprender palavras novas. (Lima, 2006, p. 43)

    Ricardo da Cunha Lima d a dica de uma brincadeira divertida: procurar palavras no dicionrio e ficar atento, pois vo aparecer palavras deliciosas que, por algum motivo, se destacam das de-mais: pela melodia do som, pela raridade, pelo exotismo... enfim, como acabei de dizer, palavras com um sabor especial! A s aceitar o convite daquela palavra e pronto! J entramos na terra da poesia! (Lima, 2006, p. 44)

    Legenda

    Roda de verso (tradicional)Jogo de copos: Ronaldo Steiner, Vanilda L. F. Macedo Godoy e Viviane Beineke

    Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 38).

    Jogo de copos

    ional)d St i V ild L F

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    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • Como brincarEm roda, os brincantes cantam o refro e executam o jogo de copos, metade tocando o primeiro padro e metade tocando o segundo. Os versos so cantados por apenas um participante; cada brincante poder inventar um novo verso ou cantar um dos versos sugeridos abaixo.

    Refro:Marinheiro encosta o barcoQue a morena quer embarcarIi eu no sou daquiEu no sou daliEu sou do Par.

    Versos:A mar que enche e vazaDeixa a praia descoberta.Vai-se um amor e vem outro,Nunca vi coisa to certa.

    Quem me dera a sua mo,Para eu dar um aperto nela,Para ver se ainda estComo de primeiro era.

    Quem me dera, dera, dera,Quem me dera s pra mim,Receber do meu amorUm galhinho de jasmim.

    E voc, dona Lydia,Passe a mo em seus cabelos,Que do cu vem caindoDois pinguinhos de gua-de-cheiro.

    Marinheiro encosta o barco uma roda de verso, recolhida por Lydia Hortlio6 . Lydia

    explica que as rodas de verso conguram ritos de passagem da infncia para a adoles-

    cncia, em que os versos so inventados pelos participantes que cantam na roda. Na ver-

    so aqui apresentada, reproduzimos os versos sugeridos por Lydia, a quem dedicamos

    nosso trabalho, e deixamos a sugesto de que novos versos sejam inventados ou adap-

    tados cano. Repare que o um dos acompanhamentos sugeridos utiliza os mesmos

    movimentos que o acompanhamento de Zabelinha, variando apenas o ritmo.

    Conhea tambmKATER, Carlos et al. (*) Msica na escola: jogos e instrumentos. Belo Horizonte: Editora Projecta, 2009.(*) Junto com Jos Adolfo Moura, Maria Amlia Martins, Maria Betnia Parizzi Fonseca, Matheus Braga e Rosa Lcia Mares Guia.

    6. Cano registrada por Lydia Hortlio no CD Abra a roda, tin do l l, com versos de Elisa Grota Funda - Serrinha/Bahia.*19Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

  • Como brincarCom os brincantes em roda, a cano acompanhada pelo jogo de copos. No incio, o jogo pode ser feito individualmente e depois os copos comeam a ser passados na roda. Entre uma repetio e outra, o grupo pode combinar de fazer improvisos com os copos.

    Quando trabalhamos esta cano com um grupo de crianas na escola, aconteceu

    um fato interessante. Inicialmente, o acompanhamento no previa o movimento de pas-

    sar os copos na roda, mas logo que uma criana disse: esse no tem graa. Perguntei

    por que e ela logo explicou que era porque tem que passar o copo. E percebemos que

    Escatumbararib

    O acompanhamento com copos pode ser realizado de duas maneiras: cada participante jogando sozinho ou em roda, com os copos passando de um para outro.

    No canal escatumbararibe do YouTube voc pode observar um grupo de crianas realizando esse jogo e tambm assistir a alguns vdeos em que este e outros jogos de mos e copos so ensinados.

    Legenda

    Frmula de escolha (tradicional)Jogo de copos: Viviane Beineke

    Jogo de copos

    Adaptado de Beineke e Freitas (2006, p. 38).

    bater a mo em cima do copo, segurando-o pelo fundo e arrastando no cho ao virar para o lado

    bater o fundo do copo na mo direita, passando o para esta mo

    20

    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • a passagem dos copos de um para outro na roda fazia toda a diferena: o deslocamento

    de um trabalho que focaliza o desao individual, virtuosstico, to valorizado na rea da

    msica, para um fazer coletivo, que para funcionar depende da colaborao no grupo.

    justamente nessa passagem do copo entre os brincantes que se estabelece o jogo cole-

    tivo, que depende tanto do desempenho individual como grupal. Por isso, to impor-

    tante estarmos atentos ao que as crianas nos dizem, pois podemos sempre aprender

    com elas, que nos do um retorno vivo e repleto de signicaes sobre o trabalho que

    estamos desenvolvendo. Sobre isso, podemos reetir tambm que na relao brincadei-

    ra e escola preciso considerar que nem sempre o que propomos para a criana como

    brincadeira signica brincadeira para ela. Elas precisam se tornar donas (Pereira, 2005b,

    p. 149) do trabalho para que se estabelea o brincar em sala de aula.

    Poesia, poema e gneros poticos

    O poeta Ricardo da Cunha Lima (2003) esclarece que os gneros poticos designam as categorias ou espcies de poesia, que podem ser classificadas de acordo com suas caractersticas ou assuntos. A fbula, o madrigal, a parlenda e os trava-lnguas so gneros poticos. O autor chama de parlendas os versos e canes muito populares, geralmente recitados para as crianas e que se caracterizam por frmulas repetitivas, como ladainhas, transmitidas oralmente de gerao em gerao (p. 53).Tambm interessante saber a diferena entre poesia e poema. Como explica Lima (2000, p. 54), poema o produto, algo concreto, que podemos ler, enquanto poesia se refere arte em geral, de maneira abstrata. Levando isso em conta, um livro de poesia (assim mesmo, no singular) pode conter trinta poemas (e nunca trinta poesias).

    Travadinhas e outros poemas

    O repertrio que apresentamos aqui traz algumas possibilidades

    para o uso de jogos de mos e copos em sala de aula. Os jogos so

    simples e todos eles podem ser facilmente adaptados para diferen-

    tes contextos. Podem ser complexicados pelos prprios alunos,

    medida que sua execuo no mais os desaa. Novas regras, novos

    acompanhamentos, arranjos ou adaptao para outros instrumentos

    musicais so possibilidades de ampliao do trabalho proposto.

    Entretanto, o que consideramos mais importante o espa-

    o para a composio que pode ser desencadeado nesse

    processo. Compor com base em suas vivncias e saberes

    21Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

  • traz novos desaos. No trabalho em pequenos grupos favorecida a interao entre os

    prprios alunos, que podem elaborar seu trabalho de maneira que contemple suas ex-

    pectativas e saberes, atribuindo sentidos prprios s suas msicas. As vivncias musicais

    so enriquecidas quando se pode exercer uma variedade de papis com a msica, numa

    conscincia musical que se desenvolve quando tocamos, cantamos, ouvimos, analisa-

    mos, criticamos, improvisamos e inventamos msica.

    Destacamos a ludicidade potica presente nos trabalhos de Eva Furnari, que exem-

    plicamos a seguir. Combinadas a atividades de composio de jogos de copos, tm ge-

    rado novos desaos, desencadeando jogos e brincadeiras que exploram o brincar com a

    msica e com a palavra. A ideia que as canes e os jogos de copos aqui apresentados

    sirvam como pretexto para novas invenes em sala de aula, sendo ressignicadas pelos

    alunos, que criam novas regras, novos jogos musicais - de copos e de palavras!

    DicaNo blog www.lengalalenga.blogspot.com voc pode conhecer vrias outros jogos, criados a partir das atividades aqui sugeridas.

    No confundaNo confundaCareca banguela Com cueca amarela.

    No confunda Picol salgado Com jacar mimado.Fonte: Furnari (2002a).

    TravadinhasO pobre do grilo do brejo.Prendeu o brinco no prego.

    A rainha do repolho refogadoRi do rei do rabanete emburrado.Fonte: Furnari (2003).

    Assim assadoEra uma vez uma menina aventureiraNavegava no sof e voava na banheira.

    Era uma vez uma velha coroca.Carregava o gato na bolsa, Conversava com minhoca.Fonte: Furnari (2004).

    Voc troca?Voc troca um canguru de pijamapor um urubu na cama?

    Voc troca um espio com preguiapor um ladro de salsicha?Fonte: Furnari (2002b).

    Compondo com Eva Furnari

    22

    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • ConsideraesElaborar materiais didticos sempre um desao para professores e professoras,

    quando no se deseja oferecer receitas para serem aplicadas. Acreditamos que a pro-

    duo de materiais para o trabalho com msica est ligada a processos de criao e re-

    criao, sempre descortinando possibilidades de um trabalho, de outro e de mais outro.

    Interessante seria se, como diz Pescetti, a experincia musical com as crianas pudesse

    incluir o professor como um ser humano com gostos e vivncias para compartilhar

    (2005, p. 39). Para isso, o professor tambm precisa apropriar-se criativamente das can-

    es, dos jogos e brincadeiras. esse o sentido que move nosso

    projeto: experimentar, analisar, adaptar, produzir e reinventar

    materiais didticos para o ensino de msica na escola. Nes-

    se sentido, consideramos essencial que os professores se

    tornem menos consumidores e mais produtores de ma-

    terial didtico, na busca por construir

    aprendizagens musicais signicati-

    vas para os seus alunos.

    Acreditamos que o uso de

    elementos que fazem parte do

    prprio universo das crianas

    nas brincadeiras para a sala de

    aula uma forma de valorizar o sa-

    ber infantil, ampliar os valores estticos, fantasias e o imagi-

    nrio, tornando o aprendizado mais signicativo para a criana. Isso

    tanto s msicas que as crianas aprendem umas com as outras quando

    brincam, como tambm s msicas que elas compem, inventam e reinventam quando

    tm espao para isso; um espao que o professor deve garantir em sala de aula. Traba-

    lhando com as msicas que as crianas fazem, podemos favorecer o reconhecimento e

    a valorizao das diferenas, medida que aprendemos a ouvir, respeitar e compreender

    as vozes dos nossos alunos, em um processo comprometido com o seu desenvolvi-

    mento musical. Nessa perspectiva, o professor pode atuar como um crtico sensvel e

    articulado s relaes que se estabelecem com a msica em sala de aula, auxiliando os

    alunos a reetirem sobre as suas prticas musicais. Ao compartilhar esse processo com

    os alunos, o educador musical instiga-os a construir o seu prprio conhecimento, tanto

    na autonomia de pensamento, quanto na uncia e na crtica musical.

    Agradeo a Cludia Ribeiro Bellochio e urea Demaria Silva pela leitura do texto e sugestes.

    23Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

  • O uso de jogos e brincadeiras uma prtica legitima-

    da na educao musical por diversas tendncias educa-

    cionais. comum ouvirmos que as crianas aprendem

    brincando, argumento utilizado para justicar as mais

    diversicadas metodologias. Observando as crianas

    brincarem livremente, ca evidente a importncia des-

    sas atividades para o seu desenvolvimento, mas quando

    a brincadeira infantil pensada do ponto de vista peda-

    ggico, os seus usos so bastante distintos. Muitas vezes,

    essa ideia transposta para o ensino de forma reducionis-

    ta, colocando a brincadeira a servio do desenvolvimen-

    to cognitivo, motor ou rtmico, entre outros. Assistimos

    ento a uma pedagogizao da brincadeira, quando ela

    perde seu carter de experincia signicativa, sendo re-

    duzida a atividades dirigidas (Leite, 2002).

    Discutindo a dimenso social do jogo,

    Brougre (2002) explica que o jogo s existe

    dentro de um sistema de interpretao das

    atividades humanas, porque no h, de fato,

    algum comportamento que permita denir

    claramente quando se est brincando ou

    no. Assim, o que caracteriza o jogo o esta-

    do de esprito com que se brinca.

    A cultura ldica das crianas emerge

    e se desenvolve no prprio jogo, sendo

    necessrio partilhar dessa cultura para

    poder jogar (Brougre, 2002). Assim, as

    crianas aprendem a jogar enquanto

    jogam, produzindo suas prprias signi-

    caes em interao com as signica-

    es atribudas pelos outros jogadores.

    Nessa perspectiva, a criana co-cons-

    trutora da cultura ldica e as interaes

    supem sempre uma interpretao das

    signicaes que vo sendo atribudas

    pelos participantes, que se vo adaptan-

    do e produzindo novas signicaes.

    Mosaico sobre o jogo e o brincar na infncia

    24

    MSICA na educao bsica

    Viviane Beineke

  • Sarmento (2003) esclarece que necessrio

    compreender as culturas infantis com base na

    forma como as crianas interagem com as formas

    culturais produzidas para as crianas pelos adultos,

    como tambm pelas formas culturais produzidas

    pelas prprias crianas. A ludicidade, segundo Sar-

    mento (2004), constitui um trao fundamental das

    culturas infantis, embora o brincar no constitua

    atividade exclusiva das crianas. Para as crianas, o

    brincar condio da aprendizagem e da sociabi-

    lidade, razo pela qual o brinquedo as acompanha

    nas diferentes fases da construo das suas rela-

    es sociais.

    A cultura infantil uma esfera onde o en-

    tretenimento, a defesa de ideias polticas e o

    prazer se encontram para construir concepes

    do que signica ser criana uma combinao

    de posies de gnero, raciais e de classe, atra-

    vs das quais elas se denem em relao a uma

    diversidade de encontros. (Giroux, 1995, p. 49)

    A brincadeira permite, a todo momento, criar

    novos signicados e interpretaes, permitindo que

    a criana cresa como sujeito de cultura, buscando

    atribuir signicados sua vida e novas maneiras de

    experinci-la (Pereira, 2005a).

    25Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011

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    Lenga la lenga: jogos de mos e coposwww.lengalalenga.com.brwww.butia.com.uy (jogos on line)

    NEM - Ncleo de Educao Musical CEART/UDESCwww.ceart.udesc.br/nem

    Nupeart - Ncleo Pedaggico de Educao e Arte - CEART/UDESCwww.ceart.udesc.br/nupeart www.youtube.com/user/musicanupeart

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    Viviane Beineke

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    27Msica, jogo e poesia na educao musical escolar

    V. 3 N. 3 setembro de 2011