museus e seus visitantes

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MUSEUS E SEUS VISITANTES RELATÓRIO DE PESQUISA PERFIL-OPINIÃO 2005

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  • MUSEUS E SEUS VISITANTESRELATRIO DE PESQUISA PERFIL-OPINIO 2005

  • Luciana Seplveda KptckeSibele CazelliJos Matias de Lima

    MUSEUS E SEUS VISITANTES

    RELATRIO DE PESQUISA

    PERFIL-OPINIO 2005

    Fundao oswaldo Cruz

    MuseudaVidaCasadeOswaldOCruz

    diretOriaregiOnaldeBraslia

    iPHan

    dePartaMentOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Braslia Rio de Janeiro 2008

  • NDICEtabelas, Grfi cos e Figuras

    tabeLaS

    Tabela No Ttulo Pgina

    Tabela 1 Quantidade de museus, centros culturais, teatros, cinemas e bibliotecas na cidade do Rio de janeiro, por rea 11

    Tabela 2 Instituies participantes da pesquisa Perfil-Opinio 2005 21

    Tabela 3 Dados coletados 21

    Tabela 4 Anlise dos dados faltantes 21

    Tabela 5 Distribuio percentual dos visitantes entrevistados, por sexo, segundo os museus considerados no estudo 24

    Tabela 6 Distribuio percentual dos visitantes, por sexo, segundo agregao dos museus considerados no estudo 25

    Tabela 7 Distribuio percentual dos visitantes, por faixa etria, segundo os museus considerados no estudo 26

    Tabela 8 Distribuio percentual dos visitantes, por faixa etria, segundo agregao dos museus considerados no estudo 27

    Tabela 9 Distribuio percentual dos visitantes, por estado civil ou situao conjugal atual, segundo os museus considerados 28 no estudo

    Tabela 10 Distribuio percentual dos visitantes, por sexo, segundo estado civil/situao conjugal atual 28

    Tabela 11 Distribuio percentual dos visitantes, por estado civil ou situao conjugal atual, segundo agregao dos museus 29 considerados no estudo

    Tabela 12 Distribuio percentual dos visitantes, por nvel de escolaridade, segundo os museus considerados no estudo 29

    Tabela 13 Distribuio percentual dos visitantes, por nvel de escolaridade, segundo a agregao dos museus considerados 30 no estudo

    Tabela 14 Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa, segundo os museus considerados no estudo 31

    Tabela 15 Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa branca ou amarela, segundo os museus considerados no estudo 31

    Tabela 16 Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa branca ou amarela, segundo agregao dos museus considerados 32 no estudo

    Tabela 17 Distribuio percentual dos visitantes, que exercem atividade remunerada, segundo os museus considerados no estudo 32

    Tabela 18 Distribuio percentual dos visitantes que exercem atividade remunerada, por agregao dos museus considerados 33 no estudo, segundo a condio ocupacional

    Tabela 19 Distribuio percentual dos visitantes que no exercem atividade remunerada, por condio oculpacional. segundo os 33

    museus considerados no estudo

    Tabela 20 Distribuio percentual dos visitantes que no exercem atividade remunerada, segundo condio ocupacional, por sexo 34

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Introduo n 3

    Tabela No Ttulo Pgina

    Tabela 21 Distribuio percentual da escolaridade, segundo condio ocupacional dos que no exercem atividade remunerada 34

    Tabela 22 Distribuio percentual dos visitantes que no exercem atividade remunerada, por condio ocupacional, 35 segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Tabela 23 Distribuio percentual dos visitantes, por classe de renda domiciliar mensal, segundo os museus considerados 36 no estudo

    Tabela 24 Distribuio percentual dos visitantes, por classe de renda domiciliar mensal, segundo agregao dos museus 36 considerados no estudo

    Tabela 25 Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa declarada, segundo renda domiciliar mensal 37

    Tabela 26 Distribuio percentual dos visitantes, por nvel de escolaridade, segundo renda domiciliar mensal 37

    Tabela 27 Visitantes de 15 a 29 anos de idade, segundo renda domiciliar mensal 37

    Tabela 28 Distribuio percentual dos visitantes residentes no municpio do Rio de Janeiro, por rea de planejamento (AP), 38 segundo os museus considerados no estudo.

    Tabela 29 Distribuio percentual dos visitantes entrevistados, por freqncia de visita a museus nos ltimos 12 meses, 41 segundo os museus considerados no estudo.

    Tabela 30 Distribuio percentual dos visitantes entrevistados, por freqncia de visita a museus nos ltimos 12 meses, 42 segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Tabela 31 Distribuio percentual dos visitantes entrevistados, por dia da semana preferido para visitar museus, 43 segundo os museus considerados no estudo

    Tabela 32 Distribuio percentual dos visitantes entrevistados, por horrio preferido para visitar museus, segundo os museus 43 considerados no estudo

    Tabela 33 Distribuio percentual dos visitantes, por fatores que dificultam a visita a museus, segundo os museus considerados 44 no estudo

    Tabela 34 Distribuio percentual dos visitantes, por fatores que dificultam a visita a museus e centros culturais, 45 segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Tabela 35 Distribuio percentual dos visitantes que declararam visitar o museu pela primeira vez, segundo os museus 45 considerados no estudo

    Tabela 36 Distribuio percentual dos visitantes que declararam visitar o museu pela primeira vez, segundo agregao 46 dos museus considerados no estudo

    Tabela 37 Distribuio percentual dos visitantes, por tempo de conhecimento da existncia do museu, segundo os museus 47 considerados no estudo

    Tabela 38 Distribuio percentual dos visitantes, por tempo de conhecimento da existncia do museu, segundo agregao 47 dos museus considerados no estudo

    Tabela 39 Distribuio percentual dos visitantes, por tempo de conhecimento da existncia do museu, 48 segundo os museus considerados no estudo

    Tabela 40 Distribuio percentual dos visitantes, por data da ltima visita ao museu, segundo os museus considerados no estudo 49

    Tabela 41 Distribuio percentual dos visitantes, por fonte de informao sobre a existncia do museu, segundo os 50 museus considerados no estudo

    Tabela 42 Distribuio percentual dos visitantes, por fonte de informao sobre a existncia do museu, segundo os 51 museus considerados no estudo

    Tabela 43 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo declarado para a visita, segundo os museus considerados no estudo 52

    Tabela 44 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo declarado para a visita, segundo agregao dos museus considerados 53 no estudo

  • 4 n Introduo

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    GRFICOS

    Grfico No Ttulo Pgina

    Grfico 1 Visitantes do sexo feminino, segundo os museus considerados no estudo 24

    Grfico 2 Distribuio etria dos visitantes entrevistados nos museus considerados no estudo 25

    Grfico 3 Distribuio dos visitantes entrevistados, por estado civil ou situao conjugal atual 27

    Grfico 4 Distribuio dos visitantes entrevistados, por nvel de escolaridade 30

    Tabela No Ttulo Pgina

    Tabela 45 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo declarado para a visita, segundo os museus considerados no estudo 53

    Tabela 46 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo da visita, segundo faixa etria 54

    Tabela 47 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo declarado para a visita, segundo agregao dos museus considerados 54 no estudo

    Tabela 48 Distribuio percentual dos visitantes que visitam o museu desacompanhados, segundo os museus participantes 55 do estudo

    Tabela 49 Distribuio percentual dos visitantes, por tipo de acompanhante, segundo os museus considerados no estudo 56

    Tabela 50 Distribuio percentual dos visitantes, por situao ocupacional, segundo o contexto social da vida 56

    Tabela 51 Distribuio percentual dos visitantes, por sexo, segundo o contexto social da visita 57

    Tabela 52 Distribuio percentual dos visitantes, por situao ocupacional, segundo o tipo de acompanhante 57

    Tabela 53 Distribuio percentual dos visitantes que declararam exercer atividade remunerada, por sexo, segundo o contexto 58 familiar da visita

    Tabela 54 Distribuio percentual dos visitantes, por tipo de acompanhante, segundo agregao dos museus considerados 58 no estudo

    Tabela 55 Distribuio percentual dos visitantes, por composio do grupo familiar acompanhante, segundo os museus 59 considerados no estudo

    Tabela 56 Distribuio percentual dos visitantes, por composio do grupo familiar acompanhante, segundo agregao 60 dos museus considerados no estudo

    Tabela 57 Distribuio percentual dos visitantes, por tempo de durao da visita, segundo os museus considerados no estudo 60

    Tabela 58 Distribuio percentual dos visitantes, por tempo de durao da visita, segundo agregao dos museus considerados 61 no estudo

    Tabela 59 Mdia da avaliao dos visitantes dos servios oferecidos nos museus considerados no estudo 62

    Tabela 60 Distribuio percentual dos visitantes, por inteno de retorno, nos prximos 12 meses, aos museus considerados 63 no estudo

    Tabela 61 Distribuio percentual dos visitantes, por inteno de retorno, nos prximos 12 meses, segundo agregao 63 dos museus considerados no estudo

    Tabela 62 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo declarado para retornar ao museu considerado no estudo, 64 nos prximos 12 meses

    Tabela 63 Distribuio percentual dos visitantes, por motivo declarado para retornar ao museu nos prximos 12 meses, 64 segundo agregao dos museus considerados no estudo

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Introduo n 5

    CaRtOGRama

    Cartograma No Ttulo Pgina

    Cartograma 1 Distribuio do local de residncia (rea de Planejamento) dos visitantes dos museus considerados no estudo 39

    Cartograma 2 Distribuio do local de residncia (rea de Planejamento) dos visitantes dos Museus Histricos 39

    Cartograma 3 Distribuio do local de residncia (rea de Planejamento) dos visitantes dos Museus de Artes 40

    Cartograma 4 Distribuio do local de residncia (rea de Planejamento) dos visitantes dos Museus de Cincias 40

    Cartograma 5 Distribuio do local de residncia (rea de Planejamento) dos visitantes dos Museus Etnogrficos e 40 de Histria Natural

  • APRESENTAES

    Desde 2005, o Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU) do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN) par-ticipa integralmente da iniciativa da Fundao Oswaldo Cruz (FIO-CRUZ) de implantar um Observatrio voltado para os museus e centros culturais. Saudamos a publicao do presente relatrio, marco inicial de uma srie de publicaes que o Observatrio de Museus e Centros Culturais (OMCC), em parceria com o DEMU, pretende oferecer como contribuio ao dos gestores da cultura, dos profissionais e pesquisadores do campo museal.

    O DEMU acredita no potencial das instituies museais para promover desenvolvimento social e riqueza coletiva, para apoiar a educao, incentivar a solidariedade, defender a tolerncia, fortalecer a coeso social, discutir es-colhas, compartilhar descobertas e promover encontros. Assim, entende que no centro da misso do museu encontram-se os seus diferentes pblicos.

    O sentido da instituio museal na sociedade contempornea plena-mente percebido quando considera as diversas formas de apropriao da cultura e revela a variedade de leituras e usos que provocam os museus. Desta forma, para melhor compreender a relevncia do museu na sociedade importante identificar quem de fato so visitantes, usurios, no pblicos e analisar os processos que promovem a aproximao ou o distanciamento entre indivduos, grupos e museus. A construo de conhecimento sobre a relao dos museus com a sociedade e a proposta de uma relao dialgica entre instituies, os pblicos e no pblicos so elementos estruturantes da implantao da Poltica Nacional de Museus.

    Finalmente, as atividades de pesquisa e os servios de divulgao pro-postos pelo OMCC representam o esforo de articulao entre diferentes atores do poder pblico - DEMU/IPHAN, Ministrio da Cultura, Fiocruz, Ministrio da Sade, mas tambm Museu de Astronomia e Cincias Afins, Ministrio de Cincia e Tecnologia e a Escola Nacional de Cincias Estatsti-cas, Ministrio do Planejamento, desvelando a capilaridade das instiuies museais no tecido cultural e sua importncia na dinmica social de apro-priao simblica do espao pblico.

    JOS DO NASCIMENTO JUNIORDiretor do Departamento de Museus e

    Centros Culturais/IPHAN

  • O Observatrio de Museus e Centros Culturais um programa de pes-quisa e servios realizado em parceria entre a Diretoria Regional de Braslia da Fundao Oswaldo Cruz, o Museu da Vida, departa-mento da Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, o Departamento de Museus e Centros Culturais, do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional e o Museu de Astronomia e Cincias Afins. Conta com o apoio da Escola Nacional de Cincias Estatsticas, ENCE, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica, IBGE, da Unidade de Preservao do Patrimnio Museolgico da Secretaria de Estado de Cultura de So Paulo e da Superintendncia de Museus da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais.

    O presente relatrio publica os resultados da pesquisa Perfil-Opinio 2005 realizada pelo Observatrio de Museus e Centros Culturais. O documento in-troduz as circunstncias de criao e os objetivos do Observatrio, descreve a problemtica, os objetivos e os procedimentos metodolgicos da pesquisa Perfil-Opinio 2005 e apresenta os resultados encontrados, expressos em tabelas e comentados segundo anlise descritiva.

    Este documento registra o processo de construo da proposta, expli-citando as preocupaes e os pressupostos que orientaram a pesquisa, e adianta exerccios preliminares de leitura dos resultados. Pretende, deste modo, compartilhar com os profissionais, pesquisadores e interessados pela rea da cultura e dos museus o caminho trilhado pela investigao e as perspectivas vislumbradas a partir das primeiras anlises. Considerando a ainda insipiente produo de informao sobre prticas culturais no Brasil, espera-se contribuir para o fortalecimento da construo de conhecimento sobre o assunto e sobre a dinmica do campo.

    A pesquisa realizada bem como as aes do Observatrio de Museus e Centros Culturais contam com a participao e o engajamento compro-metido de um extenso nmero de instituies museais e de profissionais colaboradores com quem compartilhamos os crditos desta pesquisa, que se apresenta como marco, por ser a primeira realizada, mas que afirma a ambio de iniciar uma duradoura srie de estudos sobre a relao dos museus com a sociedade e com a cultura.

    LUCIANA SEPLVEDA KPTCKE

    Coordenadora do OMCC Diretoria Regional de Braslia-Fiocruz

  • IntRODUO

    O ObSeRvatRIO De mUSeUS e CentROS CULtURaIS

    a PeSqUISa: PRObLemtICa, ObjetIvOS e PROCeDImentOS metODOLGICOS

    Problemtica, 16

    Objetivos, 18

    Procedimentos metodolgicos, 19

    A formulao do instrumento (desenho de validao do questionrio da pesquisa perfi l-opinio), 19

    Universo do estudo, 20

    Perodos de aplicao e instituies participantes, 20 Processo de seleo dos informantes, 20

    OS ReSULtaDOS: ObjetIvOS e eStRUtURa Da aPReSentaO DOS DaDOS

    Perfi l socioeconmico e cultural dos visitantes dos museus considerados no estudo, 23

    Sexo, 23

    Idade, 25

    Estado civil, 27

    Escolaridade, 28

    Cor, 31

    Atividade remunerada/situao de emprego, 32

    Renda domiciliar mensal, 35

    Local de residncia, 38

    1014

    16

    22

    SUMRIO

  • Costume de visitar museus e centros culturais dos visitantes considerados no estudo, 41

    Freqncia de visita a museus e centros culturais, 41 Dia da semana preferido para a visita, 42

    Horrio preferido para a visita, 42

    Fatores que difi cultam a visita, 44

    antecedentes e circunstncias da visita nos museus considerados no estudo, 45

    Ocorrncia de visitas anteriores, 45

    Tempo de conhecimento do museu, 46

    Data da ltima visita ao museu, 48

    Fontes de informao, 49

    Motivos da visita, 51

    Contexto social da visita, 55

    Tempo de durao da visita, 59

    avaliao dos visitantes referente aos servios oferecidos nos museus considerados no estudo , 61

    Inteno de retorno, 62

    Motivo de retorno, 62

    CONSIDERAES

    BIBLIOGRAFIA68

    65

  • IntRODUO

    Os estudos sociolgicos que fazem anlises sistemticas das polticas culturais e das tendncias gerais das prticas culturais dos indivduos apresentam uma tipologia das prticas culturais (Brenner, Dayrell e Carrano, 2005; Lopes, 2000; Donnat, 1997).

    De modo geral, essa tipologia distingue, inicialmente, dois grandes grupos: prticas culturais e prticas de lazer e entretenimento. Est includa no primeiro caso a ida a peras/concertos de msica clssica, bal/espetculos de dana, teatro, cinema, museu/exposio e livraria/biblioteca consideradas prticas de carter clssico (cultura cultivada). J as prticas de lazer e entretenimento, tambm identificadas como indicadores de uma cultura das sadas, incluem: sair com amigos, sair para danar, sair para almoar ou jantar, freqentar cafs, ir praia, ao shopping, a eventos esportivos etc. Essa cultura das sadas se ope s atividades praticadas em casa, como assistir televiso, ouvir rdio, ouvir msica, ler jornais/revistas em geral, pintar, fazer jardinagem e outros passatempos.

    Os dados levantados pela pesquisa Informaes Bsicas Municipais (IBGE, 2001), que considera apenas cinco tipos de equipamentos culturais os associados expresso da cultura cultivada , revelam que a biblioteca o equipamento com maior presena municipal (79%). Menos da metade dos municpios brasileiros dispe de livrarias (43%). J os teatros esto presentes em 19% dos municpios, os museus em 17% e os cinemas em apenas 8%.

    A seguir, apresentase o retrato da distribuio de equipamentos culturais na cidade do Rio de Janeiro. Apesar de ser um dos mais importantes centros culturais do pas, o Rio no conseguiu ainda proporcionar acesso cultura de maneira equnime para seus habitantes. No tocante distribuio de equipamentos culturais associados expresso da cultura cultivada, os resultados apresentados na TABELA 1 mostram que esto quase todos no Centro, na Zona Sul, na Tijuca e na Barra reas de maior poder aquisitivo.

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Introduo n 11

    Chama a ateno, a ausncia de museus na Zona Oeste (Campo Grande, Santa Cruz, Bangu e Guaratiba), bem como em Jacarepagu e na Cidade de Deus. No Centro, na Zona Sul e na Tijuca h 59 museus, enquanto os outros bairros somam apenas 9. Cabe mencionar que alm dos cinco centros culturais existentes na Zona Oeste, as lonas culturais Hermeto Pascoal (Bangu), Elza Osborne (Campo Grande), Terra (Guadalupe) e Gilberto Gil (Realengo) tm minimizado um pouco os gastos com deslocamento.

    Nas reas em que reside 75% da populao (4.417.793 habitantes) do Rio de Janeiro (Leopoldina, Madureira, Mier, Ilha do Governador, Campo Grande, Santa Cruz, Bangu, Guaratiba, Jacarepagu e Cidade de Deus), existem apenas 73 equipamentos culturais (13% dos equipamentos instalados). J o Centro, a Zona Sul, a Tijuca e a Barra, onde moram 25% dos cariocas (1.440.111 habitantes), dispem de 483 aparelhos culturais (87% da capacidade instalada). Em sntese, os equipamentos associados expresso da cultura cultivada esto concentrados nas reas menos populosas e mais providas de capital cultural.

    Quando o que est em foco a oferta de expresses culturais, a insuficincia e a concentrao no equnime do equipamento cultural afetam, em especial, as pessoas dos setores menos favorecidos do ponto de vista socioeconmico e cultural. Mesmo que instituies

    Tabela 1Quantidade de museus, centros culturais, teatros, cinemas e bibliotecas na cidade do Rio de Janeiro, por rea

    Equipamentos culturais

    Museus Centros Teatros Cinemas BibliotecasRegies culturais

    Centro, Zona Sul e Tijuca 59 57 92 55 64

    Leopoldina, Madureira, Mier e Ilha 8 4 9 22 10

    Jacarepagu e Cidade de Deus 0 1 0 0 1

    Barra da Tijuca 1 0 4 37 0

    Campo Grande, Santa Cruz, Bangu e Guaratiba 0 5 2 4 4

    Total 68 67 107 118 79

    Fonte: Levantamento de Eliomar Coelho com base em dados do Instituto Pereira Passos, 2003

    *Segundo matria de Caroline Menezes, intitulada Domingo na Platia (Revista de Domingo, JB, outubro de 2004, p.12).

    ligadas ou no a rgos governamentais promovam atividades culturais clssicas por um valor simblico, como o caso da srie Domingo no Municipal, que desde maro de 2004 recebe milhares de pessoas para ouvir msica erudita ou assistir a bal em seu prdio histrico no Centro do Rio*, esse tipo de espetculo no facilmente freqentado por muitas pessoas dos setores menos favorecidos do ponto de vista socioeconmico e cultural. A distncia de seus locais de moradia impe um custo de transporte que , entre outros, um grande obstculo quando se considera a relao existente entre classe e cultura.

    Essa relao se torna mais complexa quando o foco direcionado para expresses culturais, entendidas no espao social como algo pertencente s elites e legitimadas por uma socializao familiar e escolar que distingue, simblica e materialmente, determinados grupos, no s pela posse de capital cultural (entre outros), mas pela constituio de habi-tus distintos (Bourdieu, 1979)2. Por exemplo, freqentar teatros, centros culturais, museus, galerias de arte, salas de msica, bibliotecas seriam prticas que no fariam parte do horizonte e socializao culturais dos setores menos favorecidos.

  • 12 n Introduo

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    Entretanto, inmeros autores sinalizam uma alterao nos padres de consumo cultural em virtude do impacto da globalizao da cultura. Salientam a pluralidade das culturas urbanas, sua variao nos cenrios de interao social e a emergncia de novos padres de gosto, o que tem se constitudo em objeto de estudo da sociologia da cultura. Garca Canclini (2000) ressalta a diminuio de freqncia a espaos pblicos relacionados oferta cultural clssica, em conseqncia das caractersticas de complexificao da vida urbana, como disponibilidade de tempo, dificuldade nos deslocamentos e medo da violncia urbana. Do mesmo modo, Ortiz (2000) argumenta que tanto a tradio como as artes no se configuram mais como padres de legitimidade no novo contexto mundial globalizado. Mouchtouris (2003) prope a construo de um quadro de interpretao para abordar a questo dos pblicos da cultura enquanto uma categoria particular nas cincias sociais, uma formao social original. Define o pblico no apenas como o conjunto de pessoas interessadas por uma manifestao intelectual ou artstica, mas como uma unidade social materializada na situao em que um grupo de pessoas encontra, em determinado espao (pblico), segundo certas regras e premissas partilhadas e comportamentos preestabelecidos, um conjunto de objetos culturais. O grupo de indivduos interligados em situao de ida a um museu ou a um espetculo de msica erudita ou de rock caracterizado por determinado conjunto de condutas compartilhadas. O conceito de p-blico da cultura compreendido como uma entidade em ao dentro de um espao pblico apresenta uma perspectiva interessante para analisar a dinmica dos processos sociais de construo e da apropriao da cultura, que abarca tambm o movimento de investimento no fortalecimento das redes sociais.

    No contexto atual, ganham relevncia questes sobre a relao entre acesso cultura e insero na sociedade contempornea. Refle

    xes sobre as prticas culturais cultivadas, entre elas a visita aos museus, colocaram para a sociologia muitas questes e algumas respostas sobre a natureza e o grau de importncia de tais prticas nas diferentes sociedades, sobre o que as motiva e sobre a relao entre o acesso cultura e a posio social de indivduos e grupos (Bourdieu e Darbel, 1969, 2003; Becker, 1988; Lahire, 2004). Estudos desenvolvidos no bojo dessas reflexes procuraram identificar como as prticas cultivadas poderiam oferecer benefcios (acesso a grupos seletos, prestgio social que pode colaborar para o aumento de ganhos econmicos etc.) a seus praticantes.

    Por outro lado, a retrica da democratizao segue social e politicamente relevante, buscando explicitar a existncia e diminuir o impacto das desigualdades sociais face cultura. Tal busca enfatiza a importncia do acesso e da apropriao da cultura legitimada para a incluso dos excludos ou para a mobilidade dos menos abastados no espao social. Alguns autores observam que a promoo da cultura desenvolvida por uma rede de instncias culturais. Os museus, ambientes que favorecem intensa interao social, vm ocupando lugar de destaque nessa rede.

    O museu moderno afirmouse como instituio no cenrio europeu psrevolucionrio no final do sculo XVIII. Acumulou, desde ento, percepes, expectativas e usos sociais diferenciados: espao pblico produtor e reformulador de conhecimento, locus de construo da memria coletiva, tecnologia de instruo e de educao, instncia de afirmao de identidades, espao e prtica de distino ou de incluso cultural.

    Nos sculos XIX e XX, diversificou sua natureza e multiplicaramse os campos dos acervos possveis. Desenvolveu novas tecnologias de comunicao e, no incio do sculo XXI, permanece presente no universo das prticas de fruio e de produo simblica, com considervel captao de investimentos.

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Introduo n 13

    Atualmente, museus compartilham financiamento pblico e privado com outras instituies (embora de forma particular segundo o tipo de museu) e esto inseridos em duas lgicas diferentes e nem sempre complementares: uma lgica de mercado, da indstria cultural, e uma de legitimidade social. A segunda pautase no alargamento da misso dos museus que afirmam, por meio de investimentos em aes voltadas para a educao e a mediao cultural, o compromisso com a popularizao das cincias e de distintas expresses da cultura humana e ainda com a promoo de um espao de discusso sobre conhecimentos, idias e valores, de gerao a gerao e entre variados segmentos sociais coexistindo em um dado momento histrico. Alm da misso precpua de assegurar a preservao e a transmisso de aspectos da cultura, essas instituies almejam contribuir para o desenvolvimento humano e social das comunidades nas quais esto inseridas.

    No obstante a construo do consenso social e poltico sobre a importncia de democratizar o acesso aos bens da cultura legtima, os dados sobre visitas aos museus (Bourdieu e Darbel, 1969, 2003; Donnat, 1973, 1997; Mironer, 2003; Almeida, 2003) reafirmam que o acesso a essas instituies permanece restrito, principalmente em funo da relao entre capital cultural escolar e predisposio s prticas e bens culturais cultivados.

    Nesse contexto, conhecer os visitantes, os usurios, os novisitantes, as formas de visita tornase uma ao estratgica para promover um espao de escuta, de reflexo e de avaliao, construindo conhecimento capaz de subsidiar tanto as decises cotidianas de gesto institucional como a compreenso dos processos de apropriao social da cultura e a elaborao de polticas pblicas para o setor. Ademais, a pesquisa sobre o pblico e as prticas suscitadas pelos museus tornase uma pea estratgica para a negociao de fundos e para a conquista de credibilidade junto sociedade.

  • O ObSeRvatRIO De mUSeUS e CentROS CULtURaIS

    No Brasil, notase a carncia de estudos peridicos que ofeream subsdio para refletir sobre a evoluo das prticas culturais e de lazer, nas quais esto inseridas as visitas aos museus (Almeida, 2003).

    O Observatrio de Museus e Centros Culturais prope o desenvolvimento de um sistema de produo, reunio e compartilhamento de dados e conhecimentos diversos sobre os museus e sua relao com a sociedade. Rene informaes sobre instituies museais variadas, promovendo o intercmbio entre museus de arte, histricos, militares, de cincia e demais temticas do campo cultural. Fruto da necessidade de pesquisadores e gestores de terem acesso a dados sobre os visitantes e as visitas aos museus no Brasil, o projeto uma parceria entre a Fundao Oswaldo Cruz o Museu da Vida, a Casa de Oswaldo Cruz e a Fiocruz em Braslia , o Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), a Escola Nacional de Cincias Estatsticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e o Museu de Astronomia e Cincias Afins.

    A idia de promover estruturas de acompanhamento e monitoramento da realidade social vem ganhando espao em mltiplas reas do conhecimento e de atividade.* A proposta sustenta a gesto participativa da cultura. Assim, o Observatrio de Museus e Centros Culturais prope um espao de escuta e de troca relacionando pesquisadores, profissionais e pblico a partir de um ponto comum: o interesse em discutir, propor e conhecer a oferta e o uso social de museus e a capacidade dessas instituies em participarem ativamente de questes estratgicas para nossa sociedade, como o desenvolvimento humano, a democratizao do conhecimento e

    * Os Observatrios podem estar relacionados com o monitoramento ambiental mas tambm com a violncia, com a sade, com a gesto da Cincia e da Tecnologia, da Imprensa, para citar alguns. Na rea cultural pode-se citar o Observatrio de Atividades Culturais, em Portugal, o Ob-servatrio Internacional de Polticas Culturais, com apoio da UNESCO, e, recentemente no Brasil, o Observatrio Ita Cultural. So implantados e mantidos tanto em instituies governamentais como em no-governamentais, universidades, institutos de pesquisa, entre outros.

  • a reflexo sobre o patrimnio cultural (consideramos a cincia e a tecnologia nesse mbito, enquanto cultura cientfica e tecnolgica). Nesse sentido, o Observatrio pretende divulgar tambm o resultado das pesquisas e sua importncia para a gesto e para a percepo dessas instituies em nossa sociedade.

    Finalmente, cabe lembrar que a gesto cotidiana das questes relativas s exposies,

    mediao, aos diversos servios nos museus resulta da deciso de seus profissionais. Incorporar, ou no, os elementos de informao produzidos pelos dispositivos de pesquisa uma opo. fundamental que aqueles que solicitam ou executam pesquisas em seus museus estejam predispostos a negociar e a escutar os visitantes, aceitando, eventualmente, a mudana que tal escuta pode sugerir.

    ObjetIvOS DO ObSeRvatRIO

    nSubsidiar a elaborao e a avaliao de polticas pblicas nos campos da cultura, educao, cincia e tecnologia, qualidade de vida etc.

    nSubsidiar a prtica profissional, produzindo e reunindo informaes que contribuam para a tomada de deciso cotidiana nos museus, relativas a aspectos de gesto, planejamento, definio de projeto cultural, cientfico, poltico, educativo, de comunicao.

    nSubsidiar a pesquisa nas reas da museologia, sociologia, histria cultural, educao, antropologia, entre outras.

    nPromover um espao de discusso, de reflexo e de divulgao dos resultados das pesquisas e estudos sobre o museu, voltados no s para os especialistas e profissionais, como tambm para o visitante e para o no visitante, ampliando o mbito do debate sobre a instituio para toda a sociedade.

    OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    O Observatrio de museus e Centros Culturais n 15

  • a PeSqUISa:Problemtica, objetivos

    e procedimentos metodolgicos

    PrOblemtica

    A Pesquisa PerfilOpinio foi construda com base em estudos anteriores realizados em pases europeus e norteamericanos. A teoria da legitimidade cultural*, o conceito de capital cultural e sua relao com o capital social e econmico, desenvolvido pelo socilogo francs Pierre Bourdieu, orientaram parcialmente sua construo. O socilogo estabelece um princpio de homologia entre escolhas culturais e posio do sujeito no espao social. A diferena encontrada entre escolhas culturais de grupos socialmente distintos foi analisada como decorrncia de predisposies construdas pelos sistemas familiar e escolar, que difundem e reforam reciprocamente, para alguns, as chaves de leitura e a legitimidade de certas prticas em detrimento de outras. O conceito de capital cultural pode ser definido como um conjunto de disposies adquiridas pelos diversos processos de socializao em ao em uma sociedade, num determinado momento (particularmente a famlia e a escola, em nossas sociedades ocidentais, mas tambm os meios de comunicao de massa, as igrejas e outros), que permitem ao indivduo possuir cdigos de leitura e competncia de interpretao de aspectos da cultura partilhada. Tais cdigos e competncias so propostos e reconhecidos por grupos cuja posio no espao social suficientemente forte para fazer valer, como legtimas, certas regras, cdigos, formas de interpretar e expressar o mundo. Tais formas, produtos, conhecimentos so, em geral, transmitidos enquanto patrimnio do grupo em questo. Bourdieu elaborou e aplicou o conceito de capital cultural pela primeira vez para tentar explicar a diferena do sucesso escolar entre crianas oriundas de famlias de origem social e bagagem cultural distintas,

    * A teoria da legitimidade cultural explica, segundo Bourdieu, a relao de homologia entre certos grupos sociais e algumas prticas e valores culturais. Tais grupos seriam capazes de im-por, de forma arbitrria, regras e valores que se tornam referncia legtima para o conjunto da sociedade.

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    a Pesquisa: Problemtica, objetivos e procedimentos metodolgicos n 17

    rompendo com o pressuposto das aptides natas enquanto fatores determinantes do fracasso ou do sucesso escolar. O autor identifica trs formas distintas do capital cultural:

    (...) incorporado, ou seja, sob a forma de disposies durveis no organismo; no estado objetivado, sob a forma de bens culturais quadros, livros, dicionrios, instrumentos, mquinas, (...) e, enfim, no estado institucionalizado, forma de ob-jetivao que preciso colocar parte porque, como se observa em relao ao certificado escolar, ela confere ao capital cultural de que supostamente a ga-rantia , propriedades inteiramente origi-nais. (Bourdieu, 1979, p.74).

    Nesse sentido, podem constituir o capital cultural do sujeito aspectos como acesso e domnio de linguagens distintas; desenvolvimento do gosto e do valor por certos produtos e prticas da cultura, transmitidos como patrimnio de forma mais ou menos explcita; posse de bens culturais que colaboram para enriquecer a apropriao da cultura legtima ou afirmam a adeso a essa cultura e a obteno de ttulos que certificam a incorporao de conhecimentos e competncias particulares de modo a permitir o exerccio profissional e o reconhecimento pblico, com conseqncias na definio da posio ocupada pelo indivduo no espao social.

    O capital social uma noo que ajuda a descrever e a compreender os recursos atuais ou potenciais que esto ligados posse de uma rede durvel de relaes mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de interreconhecimento ou, em outros termos, vinculao a um grupo, como conjunto de agentes que no somente so dotados de propriedades comuns (passveis de serem percebidas pelo observador, pelos outros ou por eles mesmos), mas que tambm so unidos por ligaes per

    manentes e teis. (...) O volume do capital social que um agente individual possui depende, ento, da extenso da rede de relaes que ele pode efetivamente mobilizar e do volume do capital (econmico, cultural ou simblico) que posse exclusiva de cada um daqueles a quem est ligado (Bourdieu, 1980, p.67). As operaes de interreconhecimento que fundam a manuteno da rede de contatos resultam de trocas materiais e simblicas, em que circulam como moeda de troca aspectos do capital cultural dos integrantes da rede. Nesse sentido, a visita ao museu faria parte de estratgias de afirmao ou de aquisio de posies no espao social operacionalizadas pela converso do capital cultural (simblico) em capital social e financeiro.

    No entanto, releituras da teoria da legitimi-dade cultural (Lahire, 2004; Donnat, 2002) sinalizam transformaes nos campos da cultura, nos meios de difuso dos valores culturais (como a escola e os meios de comunicao de massa), na estrutura do campo social em decorrncia do acesso de massa educao escolar, entre outras, como fatores que complexificam a anlise dos processos de apropriao da cultura manifesta nos museus e do sentido da visita. Esta anlise deve considerar o pblico dos museus como um grupo em construo, podendo ser composto por segmentos sociais diferentes segundo um dado perodo (Becker, 1988) e focalizar a investigao na situao da visita a museus enquanto experincia dinmica do sujeito social. Uma vez identificadas as situaes de visita possveis, estas sero analisadas segundo as caractersticas mais ou menos determinantes e determinadas dos sujeitos que as praticam e as caractersticas da instituio visitada. Ao definir o foco deste estudo, compreendese a visita ao museu como uma experincia resultante de contextos pessoal, social e fsico (Falk e Dierking, 1992), ancorada em regras e referncias mais ou menos compartilhadas entre visitantes, curadores, cientistas, diferentes segmentos da sociedade, passveis de negociao durante a situao observada. O significado dessa prtica no resulta apenas de

  • 18 n a Pesquisa: Problemtica, objetivos e procedimentos metodolgicos

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    atributos do sujeito, mas se constri na complexa relao entre diversos fatores.

    Pretendese, neste trabalho, descrever os perfis de visita e dos visitantes e os processos de acesso s instituies consideradas no estudo. Procurase analisar as possveis configuraes de relao entre capital cultural escolar e capital social, decorrente da socializao familiar ou de outras instncias de socializao que operam na determinao das prticas de visita. Segundo cada museu e a cada visita, qual a importncia dos tipos de capital (social e cultural)? Como se imbricam na construo do sentido da situao de visita? Quais as margens de interveno de outras redes sociais fora da famlia e da escola (como associaes, clubes etc.) na determinao da visita? Qual o impacto das aes propostas pelas polticas culturais (sugesto de polticas tarifrias, cam

    panhas de informao, gesto participativa das instituies) e pelos museus (formas diversificadas do acolhimento nos museus, desenvolvimento de aes de mediao pautadas pela realizao de pesquisas de pblico, produo de materiais de apoio visita etc.) na dinmica do fluxo de acesso a essas instituies?

    Pesquisas anteriores afirmam a relao de dependncia entre classe econmica e nvel de instruo, sendo o nvel de instruo, em geral, mais determinante no acesso a museus que a renda. As anlises que comparam os visitantes pblico efetivo e a populao de referncia, com relao ao nvel de escolaridade, ao nvel de renda, composio sociodemogrfica e atividade e situao profissional, permitem traar o perfil mdio desse pblico e sua variao dentro de cada museu e entre os mesmos.

    Identificar os processos e os contextos promotores de acesso aos museus para os variados segmentos sociais. Dessa maneira, esperase contribuir para a reflexo sobre o papel atual dos museus na sociedade e para a compreenso de fatores e situaes deter

    ObjetivOsminantes de experincias museais culturalmente inclusivas (democratizao do acesso, representatividade nos processos que institucionalizam e legitimam o bem cultural coletivo e apropriao reflexiva e plural da cultura exposta).

    ObjetIvOS eSPeCFICOS

    nTraar o perfil dos visitantes em cada um dos museus investigados em relao ao perfil geral do conjunto dos informantes da pesquisa.

    nIdentificar diferentes modalidades de visita, para cada uma das instituies e entre elas.

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    a Pesquisa: Problemtica, objetivos e procedimentos metodolgicos n 19

    PrOcedimentOs metOdOlgicOsA pesquisa PerfilOpinio foi um estudo piloto que dever ser repetido em outras instituies e de forma peridica. Alm da enquete quantitativa realizada a partir da utilizao de um questionrio autoaplicado, o Observatrio prev, futuramente, pesquisas de cunho qualitativo, visando a aprofundar e investigar aspectos no contemplados pela pesquisa de tipo survey.

    a formulao do instrumento de coleta de dados (desenho e validao do questionrio da pesquisa Perfil-Opinio)

    A primeira fase do trabalho consistiu em validar e aplicar um protocolo para a coleta de dados que pudesse ser compartilhado entre diferentes instituies e que fosse aplicado regularmente, alimentando uma base de dados comum. A construo do protocolo de pesquisa inspirouse na experincia do Observatoire Permanent des Publiques, de Lucien Mironer, pesquisador convidado, que participou da oficina de lanamento da proposta do Observatrio, em 2003, na cidade de Petrpolis, RJ.

    O questionrio, composto de questes fechadas ou semiabertas, foi escolhido como instrumento de coleta de informaes sobre pblicos visitantes de museus. Responde necessidade de se obter informaes dentro de padres de generalizao passveis de comparabilidade sincrnica e diacrnica. Produz dados estatsticos referentes s prticas reais de visita, ou seja, construdos junto ao pblico em situao de visita nos museus considerados no estudo. Tais dados ganham vigor explicativo quando articulados com outros dados de referncia sobre a populao de estudo, bem como com informaes oriundas de outras pesquisas. Procurouse adequar conceitos, definies e tambm o uso de cdigos (para profisses e logradouros, por exemplo) e categorias, utilizando aqueles das pesquisas socioeconmicas desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Geo

    grafia e Estatstica, a fim de dialogar com os dados das pesquisas oficiais sobre a realidade social da populao brasileira.

    O questionrio da pesquisa foi concebido para ser preenchido tanto pelo visitante (autoaplicado) como por um entrevistador. Nesse sentido, especial ateno foi acordada sua diagramao, clareza e facilidade de compreenso das questes, ao tempo mdio levado pelo visitante para preenchlo, de forma a intervir por menos tempo na experincia de visita e facilitar a taxa de retorno dos questionrios distribudos. Fruto do trabalho do GT Questio-nrio*, que reuniu profissionais dos 11 museus participantes do projeto de implantao do Ob-servatrio de Museus e Centros de Culturais, a partir de novembro de 2003, o questionrio foi estruturado em quatro (04) blocos:

    Antecedentes e circunstncias da visita

    Neste bloco sinalizado se houve ou no visitas anteriores e so identificadas as fontes de informao na origem da descoberta sobre o museu. Observamse ainda os motivos declarados para aquela visita e o fato de visitar o museu sozinho ou acompanhado. Conhecer quem acompanha o visitante tambm um dos pontos abordados neste bloco do questionrio. Tambm investigado o tempo de durao da visita. Essas questes informam sobre o tipo de sociabilidade relacionado vi

    * O Grupo de Trabalho responsvel pela elaborao do questio-nrio e do conjunto do protocolo de pesquisa reuniu-se regular-mente, a cada ms, entre dezembro de 2003 e dezembro de 2005. Integraram o grupo tcnicos do Museu da Vida, do Museu de Astronomia e Cincias Afins, da Escola Nacional de Cincias Estatsticas do IBGE, do Museu do ndio, do Museu Casa de Rui Barbosa, do Museu Nacional de Histria Natural, do Museu do Universo Planetrio da Cidade, do Museu do Primeiro Reinado, do Museu Antonio Parreiras, do Museu de Arte Contempor-nea, do Museu Histrico Nacional e do Museu Aeroespacial. Aps a aplicao da pesquisa 2005 os resultados foram tratados e apresentados aos museus, antes da publicao do I Boletim do Observatrio de Museus e Centros Culturais, em 2006, no III Frum Nacional de Museus promovido pelo Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN.

  • 20 n a Pesquisa: Problemtica, objetivos e procedimentos metodolgicos

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    sita. Ademais, o contexto social fator determinante para compreender o comportamento, as atitudes e as estratgias de visita. A anlise dessas informaes pode indicar, para os profissionais dos museus, a necessidade de reconsiderar as estratgias de mediao e as atividades de acolhimento necessrias (jogos, oficinas de curta durao, material impresso de apoio direcionado etc.).

    Conhecendo sua opinio sobre a visita e sobre o museu

    O bloco que trata das questes de opinio traz informaes sobre a satisfao do visitante com relao visita realizada, sobre a avaliao que faz dos servios oferecidos no museu e sobre a inteno de retorno instituio nos prximos 12 meses. As informaes obtidas neste bloco podem indicar a necessidade de avaliaes mais especficas dos servios e espaos de visita para os museus participantes do estudo.

    Hbitos de visita a museus e a centros culturais

    As questes tratadas nesta parte do questionrio fazem referncia s prticas anteriores de visita a outros museus. So igualmente investigados os motivos apontados como empecilho para visitar museus.

    Conhecendo voc (Perfil sociocultural do visitante)

    O bloco registra informaes sobre sexo, escolaridade, idade, renda domiciliar mensal, ocupao e tipo de atividade remunerada do visitante. Tais variveis so tradicionalmente utilizadas para analisar os padres de acesso aos museus no mbito da apropriao socialmente diferenciada da cultura. A organizao do questionrio em blocos autnomos permite intercalar partes do instrumento em outros protocolos de pesquisa.

    Universo do estudo

    A pesquisa interroga o visitante com 15 anos ou mais de idade, em situao de visita a um museu, exceto em visitas organizadas pelas escolas, pagante ou nopagante. Foram excludos da pesquisa os grupos escolares com visitas agendadas caracterizadas como visitas escolares de todas as idades e sries. Trata da prtica real de visita, ao contrrio das pesquisas realizadas em domiclios ou em situaes diversas em que a visita ao museu informada, constituindo prtica declarada.

    Perodos de aplicao e instituies participantes

    A pesquisa piloto foi realizada durante os meses de junho, julho e agosto de 2005. Onze instituies participaram dessa aplicao. A Tabela 2 apresenta as instituies, a data de fundao, o tipo de acervo e a tutela a que corresponde cada uma.

    Processo de seleo dos informantes

    A seleo dos informantes foi realizada por mtodo de amostragem probabilstica com seleo sistemtica dos visitantes, tendo sido especificado, para cada museu, o intervalo de amostragem (ou de seleo) e o ponto aleatrio de partida. No dimensionamento da amostra foi considerado o nmero mdio de visitantes, por ms, a partir do qual se estima o nmero mdio de visitantes esperado durante o perodo da pesquisa. A amostra foi dimensionada por museus, de forma independente, para fornecer um erro mximo absoluto no valor de 5% na estimao de uma proporo de algum atributo de interesse, com um grau de confiana de 95%.

    A fase de coleta de dados foi de grande importncia na elaborao da pesquisa. Foi necessrio treinar as pessoas responsveis pela aplicao da pesquisa em cada museu e criar uma superviso para que fosse garanti

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    a Pesquisa: Problemtica, objetivos e procedimentos metodolgicos n 21

    Instituies participantes da pesquisa Perfil-Opinio 2005

    Museus Data de fundao Tipo de acervo Tutela

    Museu Aeroespacial 1973 Histria, tcnica, cincia INCAER/Comando da aeronutica/MD

    Museu Antnio Parreiras 1941 Arte FUNARJ/SEC

    Museu de Arte Contempornea Arte SMC-Niteri

    Museu de Ast+A1:D14ronomia e Cincias Afins 1985 Cincia, tcnica MCT

    Museu Casa de Rui Barbosa 1930 Histria MINC

    Museu Histrico Nacional 1922 Histria IPHAN

    Museu do ndio 1952 Etnografia FUNAI/MJ

    Museu Nacional de Histria Natural 1818 Etnografia, histria natural UFRJ

    Museu do Primeiro Reinado 1965/1979 Histria FUNARJ/SEC

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 1970/2005 Cincia SMC/RJ

    Museu da Vida 1999 Cincia COC-Fiocruz/MS

    Fonte: Cadastro preenchido pelos museus participantes do Observatrio

    Tabela 2

    da a aleatoriedade na seleo dos visitantes e

    proporcionasse apoio aos visitantes seleciona

    dos, quando necessrio, no entendimento dos

    quesitos indagados no questionrio utilizado.

    Na Tabela 3, encontramse os quantitativos

    de questionrios, vlidos, obtidos em cada um

    dos museus considerados no estudo.

    Dados coletados

    Museus Questionrios vlidos

    Museu da Vida 266

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 428

    Museu do ndio 95

    Museu Casa de Rui Barbosa 384

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 380

    Museu Nacional 331

    Museu do Primeiro Reinado 327

    Museu Antonio Parreira 161

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 393

    Museu Aeroespacial 349

    Museu Histrico Nacional 293

    Total 3.407

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Tabela 3 Tabela 4 Anlise dos dados faltantes

    Respostas em branco Variveis Nmero de variveis

    Abaixo de 2% 48% 29

    De 2% a 10% 35% 21

    De 10% a 15% 17% 10

    Total 100% 60

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Aps a fase de coleta de dados foi realizada uma anlise dos dados faltantes, tendo sido observado um ndice de no resposta inferior a 2% em 48% das variveis do questionrio. Apenas 17% das variveis apresentaram percentual de 10% a 15% de respostas em branco, conforme indicam os resultados apresentados na Tabela 4.

  • OS ReSULtaDOSObjetivos e estrutura da apresentao

    dos dados

    O relatrio sobre a pesquisa PerfilOpinio 2005 visa a compartilhar os achados da pesquisa. Os resultados encontrados esto organizados em blocos temticos correspondentes queles definidos no questionrio da pesquisa: perfil socioeconmico e cultural dos visitantes dos museus considerados no estudo; freqncia e hbito de visita a museus e centros culturais dos visitantes considerados no estudo; antecedentes e circunstncias da visita nos museus considerados no estudo; avaliao dos visitantes, referente aos servios oferecidos nos museus considerados no estudo.

    Os resultados so apresentados em tabelas, considerando os museus participantes. So igualmente apresentados em grficos que sintetizam os percentuais gerais do conjunto das instituies representadas do estudo.Tambm esto expressos os achados segundo a agregao dessas instituies em categorias estabelecidas de acordo com a natureza do acervo principal declarado por cada museu no preenchimento do cadastro do Observatrio. Ficaram assim classificadas:

    nMuseus de cincias: Museu Aeroespacial, Museu de Astronomia e Cincias Afins, Museu do Universo Planetrio da Cidade e Museu da Vida.

    nMuseus histricos: Museu Casa de Rui Barbosa, Museu Histrico Nacional e Museu do Primeiro Reinado.

    nMuseus de arte: Museu Antnio Parreira e Museu de Arte Contempornea de Niteri.

    nMuseus etnogrficos e de histria natural: Museu do ndio e Museu Nacional.

    importante lembrar que a anlise dos agregados por acervo principal consiste em estudo exploratrio. Os resultados podem trazer vieses decorrentes do tamanho da amostragem deste piloto. Por exemplo, notase o caso da categoria museus etnogrficos e de histria natural composta por dois museus: o Museu Nacional de Histria Natural e o Museu do ndio. Este ltimo no alcanou, no perodo de

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 23

    estudo, a meta de amostragem predefinida, e os resultados devem ser apreciados de forma exploratria.

    Classificar os museus por tema principal do acervo em instituies museolgicas que guardam acervos de natureza diversa no tarefa evidente. Nessas instituies, o que determinar sua natureza temtica ser o enfoque, dado pelo museu, nas linhas de pesquisa e nas formas de apresentar o acervo em suas exposies. Podese citar o caso do Museu Aeroespacial, que rene acervo de natureza histrica, cientfica e tecnolgica. Tradicionalmente a instituio era considerada por seus profissionais um museu de histria. Paulatinamente, a dimenso tecnocientfica comea a ganhar espao. Precisamente, com relao ao Museu Aeroespacial, optouse por inclulo entre os museus de cincia. Seus visitantes, de fato, comportamse e se assemelham queles dos museus de cincia.

    Podese inferir que semelhanas e diferenas no perfil e no comportamento dos visitantes possam diferir entre os museus por motivos distintos no excludentes, a saber:

    nProximidade ou distanciamento do visitante com o campo cultural/temtico do museu.

    nLocalizao da instituio: a cidade socialmente ocupada de forma segmentada e a localizao da instituio implica na proximidade ou na distncia fsica de determinados grupos sociais.

    nProjeto museogrfico, servios e estratgias de mediao cultural.

    nRelao do museu com o sistema de educao formal.

    nEstratgias e investimento na divulgao.

    Finalmente, apesar dos limites impostos pelo tamanho desta amostra e pelo fato de no poder ter sido realizada ao longo de um ano inteiro, considerase grande a contribuio deste estudo piloto para a compreenso da dinmica de acesso aos museus e para a construo metodolgica da compreenso desta dinmica.

    O objetivo desta parte apresentar o perfil socioeconmico e cultural dos visitantes dos 11 museus participantes da Pesquisa Piloto 2005 do Observatrio de Museus e Centros Culturais. Os quesitos operacionalizam os atributos

    contidos nos conceitos: sexo, idade, estado civil, escolaridade, cor/raa, exerccio de atividade remunerada, situao de ocupao, renda domiciliar mensal e local de residncia.

    Sexo

    Considerando o total de visitantes que responderam ao questionrio dos museus nos quais a pesquisa foi realizada, observase, na Tabela 5, que 53,8% so do sexo feminino. Segundo dados provenientes da PNAD 2004, 54,4% das pessoas de 15 anos ou mais de idade, residentes na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, so do sexo feminino. Os resulta

    Perfil sOciOecOnmicO e cultural dOs visitantes dOs museus cOnsideradOs nO estudO

    dos obtidos na pesquisa esto de acordo com a distribuio da populao residente na regio, em relao ao sexo.

    Destacamos o Museu da Vida (74,6% dos visitantes entrevistados so do sexo feminino) e o Museu Casa de Rui Barbosa (65,9%), que apresentam os maiores percentuais de visitantes do sexo feminino, seguidos do Museu Antonio Parreira e do Museu de Astronomia e Cincias Afins (56,1% e 56%, respectivamente), constituindo assim o grupo de museus em que o pblico de visitantes predominantemente do sexo feminino. Por outro lado, no Museu Aeroespacial que se encontra o maior percen

  • 24 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    Tabela 5Distribuio percentual dos visitantes entrevistados, por sexo, segundo os museus considerados no estudo

    Sexo

    Museus Feminino Masculino

    PNAD 2004 - RM/RJ 54,4% 45,6%

    Museu da Vida 74,6% 25,4%

    Museu Nacional 49,5% 50,5%

    Museu do ndio 50,5% 49,5%

    Museu Histrico Nacional 50,7% 49,3%

    Museu do Primeiro Reinado 51,4% 48,6%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 52,1% 47,9%

    Museu de Arte Contempornea 48,6% 51,4%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 56,0% 44,0%

    Museu Antonio Parreira 56,1% 43,9%

    Museu Casa de Rui Barbosa 65,9% 32,1%

    Museu Aeroespacial 32,1% 67,9%

    Total 53,8% 46,2%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Legenda:

    MV Museu da Vida

    FCRB Fundao Casa de Rui Barbosa

    MAP Museu Antnio Parreiras

    MAST Museus da Astronomia e Cincias Afins

    MAC Museu de Arte Contempornea de Niteri

    MU Museu do Universo

    MPR Museu do Primeiro Reinado

    MH Museu Histrico Nacional

    MI Museu do ndio

    MN Museu Nacional

    MA Museu Aeroespacial

    Grfico 1 Visitantes do sexo feminino, segundo os museus considerados no estudo.

    Total MV FRCB MAP MAST MAC MU MPR MH MI MN MA

    tual de visitantes do sexo masculino, provavelmente em decorrncia da temtica principal do museu. Os resultados tambm esto expressos no Grfico 1.

    Esses resultados esto em consonncia com aqueles encontrados em outras investigaes sobre o perfil do pblico visitante de museus e centros culturais.

    No existem estudos de mbito nacional sobre a caracterizao sociocultural do pblico visitante de museus. No entanto, merecem destaque os que foram desenvolvidos pela Escola Nacional de Cincias Estatsticas (ENCE/IBGE), que traaram o perfil do pblico visitante de alguns museus situados na cidade do Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, Museu da Repblica e Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).* Os achados foram os seguintes: no Museu Nacional de Belas Artes a proporo de visitantes do sexo feminino (52%) maior do que a do masculino (48%); no Museu da Repblica o pblico feminino (58%) maior que o masculino (42%). Em levantamento reali zado pela SCIENCE, associao cientfica criada por professores e pesquisadores da Escola Nacional de Cincias Estatsticas, junto aos visitantes do CCBB, ao longo dos meses de outubro a dezembro de 2005, fora identificado que 56,2% dos visitantes eram do sexo feminino e 43,8%, do sexo masculino.

    * As pesquisas sobre o perfil dos visitantes do Museu Nacional de Belas Artes, Museu da Repblica e Centro Cultural do Banco do Brasil foram desenvolvidas na dcada de 1990.

    53,8%

    74,6%

    65,9%

    56,1% 56,0% 54,1% 52,1% 51,4% 50,7% 50,5% 49,5%

    32,1%

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 25

    a classe modal da idade dos visitantes dos museus considerados na pesquisa aquela compreendida entre 30 a 39 anos, correspondendo a 26,4% dos visitantes entrevistados, conforme indicam os resultados no Grfico 2.

    Quando analisados os museus individualmente e considerando as agregaes de algumas faixas etrias, observase na Tabela 7 que o Museu Casa de Rui Barbosa (43,5%), o Museu de Astronomia e Cincias Afins (43,3%), o Museu Histrico Nacional (40,8%) e o Museu do ndio (40%) so aqueles que apresentam a maior concentrao de visitantes com idade entre 15 a 29 anos.

    Cabe ressaltar que a maior concentrao de visitante com idade compreendida entre 15 e 19 anos se d no Museu Aeroespacial (15,6%), no Museu do Primeiro Reinado (12,9%), no Museu Histrico Nacional (12,7%) e no Museu de Astronomia e Cincias Afins (12,6%).

    Por outro lado, no Museu Antnio Parreiras foi observado o maior percentual de visitante com 60 anos ou mais de idade (15,7%), seguido do Museu do Primeiro Reinado (10%), do Museu do Universo Planetrio da Cidade

    Distribuio percentual dos visitantes, por sexo, segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Sexo

    Museus agregados Masculino Feminino

    PNAD 2004 - RM/RJ 45,6% 54,4%

    Museus de cincia 47,4% 52,6%

    Museus de arte 45,3% 54,7%

    Museus etnogrficos e de historia natural 50,2% 49,8%

    Museus histricos 43,2% 56,8%

    Total 46,2% 53,8%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Tabela 6

    15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60

    Faixa etria (anos)

    11,0%12,7% 12,9%

    26,4%

    22,3%

    9,3%

    5,4%

    GRFiCo 2 Distribuio etria dos visitantes entrevistados nos museus considerados no estudo.

    Os resultados apresentados na Tabela 6, permitem uma anlise considerando a agregao dos museus participantes do estudo, segundo a natureza de seu principal acervo. Notase que no existem diferenas significativas quanto ao sexo em relao aos percentuais encontrados nos 11 museus considerados neste estudo.

    Idade

    Em relao varivel idade, constatase que

  • 26 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    Distribuio percentual dos visitantes, por faixa etria, segundo os museus considerados no estudo

    Faixa etria

    Museus 15 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 59 anos 60 ou mais

    PNAD 2004 - RM/RJ 30,7% 18,4% 33,2% 17,7%

    Museu da Vida 35,5% 30,5% 29,3% 4,7%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 43,3% 26,4% 28,3% 1,9%

    Museu do ndio 40,0% 24,3% 35,7% -

    Museu Casa de Rui Barbosa 43,5% 24,4% 30,0% 2,1%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 28,5% 29,9% 34,1% 7,5%

    Museu Nacional 30,4% 31,1% 34,2% 4,3%

    Museu do Primeiro Reinado 32,2% 22,8% 35,0% 10,0%

    Museu Antonio Parreira 31,4% 15,7% 37,3% 15,7%

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 39,8% 22,3% 30,6% 7,3%

    Museu Aeroespacial 35,0% 30,3% 30,9% 3,8%

    Museu Histrico Nacional 40,8% 26,4% 28,9% 3,9%

    Total 36,6% 26,4% 31,6% 5,4%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    (7,5%) e do Museu de Arte Contempornea de Niteri (7,3%).

    Em geral, o pblico dos museus considerados no estudo um pblico de adultos e jovens, uma vez que quase a metade dos visitantes (48,7%) encontrase na faixa entre 30 e 49 anos, conforme indicado no Grfico 2, e mais de um tero (36,6%) formado por pessoas com idade compreendida entre 15 a 29 anos. Segundo resultados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar, IBGE/PNAD/2004, esse percentual de 30,7% na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, o que revela a importncia do segmento jovem na composio etria do pblico de visitantes dos museus, sob considerao no estudo.*

    Considerando o total de visitantes entrevistados na pesquisa, observase que 36,6% esto na faixa etria entre 15 a 29 anos; 48,7%

    * Do ponto de vista demogrfico, os jovens so, principalmente, um grupo populacional que corresponde a uma determinada faixa etria. De acordo com a maioria dos organismos internacionais, considera-se como jovem a faixa de 15 a 24 anos. Com base nesta ltima con-siderao, constata-se que 23,7% dos visitantes investigados nas pesquisas realizadas nos museus considerados so jovens. Em estratos sociais mdios e altos urbanizados, o limite da faixa etria que caracteriza o jovem ampliada para incluir o grupo de 25 a 29 anos.

    entre 30 a 49 anos; 9,3% entre 50 a 59 anos de idade e 5,4% tm 60 anos ou mais. Estes resultados esto indicados no Grfico 2, apresentado anteriormente.

    Os resultados apresentados na Tabela 8, a seguir, considerando a agregao dos museus participantes do estudo, no indica existir diferena significativa quanto ao comportamento observado nos resultados apresentados na Tabela 7, referente distribuio percentual das faixas etrias entre os diferentes museus. Cabe ressaltar que, excetuando o agregado de museus etnogrficos e de histria natural, nos demais, o pblico predominante tem idade compreendida entre 15 a 29 anos, e que os museus de arte so aqueles que apresentam maior concentrao de visitantes com idade acima de 49 anos.

    Tabela 7

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 27

    Distribuio percentual dos visitantes, por faixa etria, segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Faixa etria

    Museus agregados 15 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 59 anos 60 ou mais

    PNAD 2004 - RM/RJ 30,7% 18,4% 33,2% 17,7%

    Museus de cincias 35,8% 29,0% 30,7% 4,4%

    Museus de arte 37,4% 20,4% 32,5% 9,7%

    Museus etnogrficos e de histria natural 32,1% 29,8% 34,4% 3,6%

    Museus histricos 39,1% 24,5% 31,3% 5,1%

    Total 36,6% 26,4% 31,6% 5,4%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Tabela 8

    estado civil

    Em relao ao estado civil/situao conjugal, 47% dos visitantes declaramse casados ou vivendo em unio estvel, conforme indicam os resultados apresentados no Grfico 3.

    Os museus Nacional e Aeroespacial apresentam os maiores percentuais de visitantes casados ou vivendo em unio estvel, enquanto os museus Casa de Rui Barbosa e de Arte

    Contempornea so aqueles que detm maiores percentuais de solteiros, conforme os resultados expressos na Tabela 9.

    Dentre os visitantes pesquisados, interessante sinalizar predominncia de homens casados ou vivendo em unio estvel, como mostra a Tabela 10. Metade dos visitantes de sexo masculino participantes da pesquisa (50,9%) declararam ser casados ou terem uma unio es

    Solteiro(a) Casado(a)/ Vivo(a) Separado(a)/ Outro Unio estvel Divorciado(a)

    39,2%

    47,0%

    2,1%

    9,3%

    2,4%

    GRFiCo 3 Distribuio dos visitantes entrevistados, por estado civil ou situao conjugal atual.

  • 28 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    Distribuio percentual dos visitantes, por estado civil ou situao conjugal atual, segundo os museus considerados no estudo

    Estado civil/situao conjugal atual

    Museus Solteiro(a) Casado(a)/unio estvel Vivo(a) Separado(a)/divorciado(a) outro

    Museu da Vida 40,2% 44,8% 2,7% 8,0% 4,2%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 43,3% 44,0% 0,5% 9,9% 2,4%

    Museu do ndio 28,4% 47,4% 7,4% 15,8% 1,1%

    Museu Casa de Rui Barbosa 48,2% 38,9% 2,1% 8,4% 2,4%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 29,1% 53,2% 2,4% 12,4% 2,9%

    Museu Nacional 28,2% 58,2% 2,8% 8,0% 2,8%

    Museu do Primeiro Reinado 43,2% 41,3% 3,2% 9,2% 3,2%

    Museu Antonio Parreira 42,7% 42,7% 5,1% 7,6% 1,9%

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 44,3% 42,2% 1,0% 10,7% 1,8%

    Museu Aeroespacial 35,7% 55,0% 0,9% 7,0% 1,5%

    Museu Histrico Nacional 40,5% 49,1% 1,0% 8,0% 1,4%

    Total 39,2% 47,0% 2,1% 9,3% 2,4%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    tvel, enquanto este percentual mostrouse menor entre as mulheres (43,8%). Ainda entre os homens, 36,3% declararamse solteiros, contra 41,5% de mulheres solteiras que visitaram os museus da pesquisa. Estar casado ou em unio estvel parece incidir positivamente para a visita masculina. Os dados apresentados na Tabela 11, considerando a agregao dos museus participantes do estudo, indicam que os museus de arte e de histria so aqueles com maior concentrao de visitantes solteiros, enquanto

    Distribuio percentual dos visitantes, por sexo, segundo estado civil/situao conjugal atual

    Sexo

    Estado Civil/situao conjugal atual Masculino Feminino Total

    Solteiro(a) 36,3% 41,5% 39,1%

    Casado(a)/Unio Estvel 50,9% 43,8% 47,0%

    Vivo 1,6% 2,6% 2,1%

    Separado(a) / divorciado(a) 8,9% 9,7% 9,3%

    Outro 2,4% 2,5% 2,4%

    Total 100,0% 100,0% 100,0%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    os museus de cincia e de histria natural parecem ser freqentados, principalmente, por visitantes casados ou vivendo em unio estvel, caracterizando uma visita familiar.

    escolaridade

    A escolaridade um dos aspectos mais recorrentes dos diferentes tipos de capital cultural que inmeros estudos quantitativos tm se empenhado para operacionalizar. Foi solicitado aos visitantes que participaram da pesquisa que informassem a sua escolaridade. Os resultados esto expressos na Tabela 12.

    O Museu do Universo Planetrio da Cidade apresenta o maior percentual (61,3%) de visitantes que j concluram o ensino superior, seguido pelo Museu de Arte Contempornea (57,3%) e pelo Museu Antnio Parreiras (54,5%).

    O percentual de visitantes cuja escolaridade se restringe ao ensino fundamental (4,8%) bem menor do que o relativo ao ensino mdio (24%). Bastante expressivos so os per

    Tabela 10

    Tabela 9

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 29

    Distribuio percentual dos visitantes, por estado civil ou situao conjugal atual, segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Estado civil/situao conjugal atual

    Museus agregados Solteiro(a) Casado(a)/unio estvel Vivo(a) Separado(a)/divorciado(a) outro

    Museus de cincias 37,0% 49,3% 1,5% 9,5% 2,6%

    Museus de arte 43,8% 42,3% 2,2% 9,8% 1,8%

    Museus etnogrficos e de histria natural 28,2% 55,7% 3,8% 9,8% 2,4%

    Museus histricos 44,3% 42,7% 2,1% 8,5% 2,3%

    Total 39,2% 47,0% 2,1% 9,3% 2,4%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Distribuio percentual dos visitantes, por nvel de escolaridade, segundo os museus considerados no estudo

    Nivel de escolaridade

    Museus At o fundamental completo Ensino mdio Superior incompleto Superior em diante

    PNAD 2004 - RM/RJ 31,2% 45,7% 5,7% 17,4%

    Museu da Vida 4,6% 28,7% 26,4% 40,2%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 5,7% 24,9% 32,5% 36,8%

    Museu do ndio 3,2% 34,7% 25,3% 36,8%

    Museu Casa de Rui Barbosa 5,8% 21,3% 23,2% 49,7%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 4,7% 12,1% 21,8% 61,3%

    Museu Nacional 4,6% 26,7% 21,5% 47,2%

    Museu do Primeiro Reinado 5,6% 28,8% 16,9% 48,6%

    Museu Antonio Parreira 0,6% 18,4% 26,6% 54,4%

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 2,6% 15,4% 24,7% 57,3%

    Museu Aeroespacial 6,6% 42,7% 17,9% 32,9%

    Museu Histrico Nacional 5,5% 17,7% 25,3% 51,5%

    Total 4,8% 24,0% 23,7% 47,5%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    centuais de visitantes que tm ensino superior incompleto (23,7%) e superior em diante (47,5%).

    Os dados apresentados na Tabela 13 consideram a agregao dos museus participantes do estudo. Cabe enfatizar que mais da metade dos visitantes dos museus de arte (56,5%) possuem nvel de escolaridade superior em diante, seguido pelos museus histricos (49,9%). Em contraponto, os museus histricos tambm so aqueles

    que apresentam maior percentual de visitantes com at ensino fundamental completo (5,6%), seguidos pelos museus de cincia (5,5%).

    A classe modal de escolaridade observada para o total de visitantes corresponde ao ensino superior completo (29,2%), conforme resultados expressos no Grfico 4, caracterizando um pblico com alto nvel de escolaridade, ou seja, 47,5% tm como escolaridade mnima o ensino superior completo.

    Tabela 11

    Tabela 12

  • 30 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    Distribuio percentual dos visitantes, por nvel de escolaridade, segundo a agregao dos museus considerados no estudo

    Nivel de escolaridade

    Museus agregados At fundamental completo Ensino mdio Superior incompleto Superior em diante

    PNAD 2004 - RM/RJ 31,2% 45,7% 5,7% 17,4%

    Museus de cincias 5,5% 26,5% 24,9% 43,1%

    Museus de arte 2,0% 16,3% 25,2% 56,5%

    Museus etnogrficos e de histria natural 4,3% 28,5% 22,3% 44,9%

    Museus histricos 5,6% 22,7% 21,8% 49,9%

    Total 4,8% 24,0% 23,7% 47,5%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Sem instruo Fundamental Fundamental Mdio Mdio Superior Superior Ps-graduao incompleto completo incompleto completo incompleto completo

    0,2%1,9%

    2,8%

    8,4%

    15,5%

    23,7%

    29,2%

    18,3%

    GRFiCo 4 Distribuios dos visitantes entrevistados, por nvel de escolaridade.

    Os resultados, de modo geral, indicam que o pblico dos museus considerados tem nvel de escolaridade bastante superior ao nvel mdio da populao residente na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo os resultados da PNAD 2004, a mdia de anos de estudos da populao de 15 anos ou mais de idade, residente nesta regio, de 8,3 anos, correspondendo a um

    nvel de escolaridade equivalente ao ensino fundamental.

    Cor/raa

    No que diz respeito varivel cor/raa, os resultados encontrados, expressos na Tabela 14, indicam que 67,4% dos visitantes entrevistados na pesquisa declararamse brancos (na Regio

    Tabela 13

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 31

    Metropolitana do Rio de Janeiro esse percentual atinge 57,9%); 7% pretos (na RMRJ este percentual de 10,6%); 23,2% pardos (31,2% na RMRJ) e 2,4% de outra cor/raa (0,3% na RMRJ).

    Observase ainda, na Tabela 15, que o Museu do ndio, o Museu da Vida e o Museu de Astronomia e Cincias Afins so aqueles que detm os maiores percentuais de no brancos, 52,7%, 48% e 46% respectivamente. Por outro lado, a maior concentrao de visitantes que se declarou da cor branca (brancos ou amarelos) corresponde ao pblico de visitantes do Museu do Universo Planetrio da Cidade (79,5%), do Museu Antnio Parreira (78,8%) e do Museu de Arte Contempornea de Niteri (74,9%).

    Uma anlise considerando a agregao dos museus, segundo a varivel cor ou raa autodeclarada revela, de acordo com os dados apresentados na Tabela 16, que os museus de cincias e os etnogrficos e de histria natural apresentam os maiores percentuais de visitantes que se declararam de cor no branca. Os

    Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa, segundo os museus considerados no estudo

    Cor ou raa

    Museus Branco Preto Pardo Amarelo indgena

    PNAD 2004 - RM/RJ 57,9% 10,6% 31,2% 0,2% 0,1%

    Museu da Vida 52,0% 11,3% 33,2% 2,3% 1,2%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 54,0% 11,5% 30,5% 2,0% 2,0%

    Museu do ndio 47,4% 21,1% 29,5% 2,1% -

    Museu Casa de Rui Barbosa 71,7% 7,5% 18,1% 1,9% 0,8%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 79,5% 4,3% 14,3% 1,1% 0,8%

    Museu Nacional 69,5% 5,0% 23,9% 1,3% 0,3%

    Museu do Primeiro Reinado 69,2% 5,0% 23,2% 1,3% 1,3%

    Museu Antonio Parreira 78,8% 0,7% 19,2% 0,0% 1,3%

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 74,9% 5,7% 17,7% 1,1% 0,5%

    Museu Aeroespacial 68,2% 4,5% 25,9% 1,2% 0,3%

    Museu Histrico Nacional 64,8% 7,7% 25,1% 2,1% 0,3%

    Total 67,4% 7,0% 23,2% 1,5% 0,9%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa branca ou amarela, segundo os museus considerados no estudo

    Cor ou Raa

    Museus Brancos No Brancos

    PNAD 2004 RMRJ 58,1% 41,9%

    Museu da Vida 54,3% 45,7%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 56,0% 44,0%

    Museu do ndio 49,5% 50,5%

    Museu Casa de Rui Barbosa 73,6% 26,4%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 80,6% 19,4%

    Museu Nacional 70,8% 29,2%

    Museu do Primeiro Reinado 70,5% 29,5%

    Museu Antnio Pareira 78,8% 21,2%

    Museu Arte Contempornea de Niteri 76,0% 24,0%

    Museu Aeroespacial 69,3% 30,7%

    Museu Histrico Nacional 66,9% 33,1%

    Total 68,9% 31,1%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Tabela 14

    Tabela 15

  • 32 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    museus de arte e os histricos so aqueles em que os percentuais de visitantes que se declararam de cor branca ultrapassam 70%.

    atividade remunerada/ Situao de ocupao

    Os achados relativos ao exerccio de atividade remunerada mostram que, no geral, 75% do

    Distribuio percentual dos visitantes, por cor ou raa branca ou amarela, segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Cor ou raa

    Museus agregados Brancos No brancos

    PNAD 2004 RMRJ 58,1% 41,9%

    Museus de cincias 65,7% 34,3%

    Museus de arte 76,8% 23,2%

    Museus etnogrficos e de histria natural 65,9% 34,1%

    Museus histricos 70,6% 29,4%

    Total 68,9% 31,1%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Distribuio percentual dos visitantes, que exercem atividade remunerada, segundo os museus considerados no estudo

    Condio ocupacional

    Museus Setor privado Setor pblico Profissional liberal Autnomo Empresrio Bolsista outra

    Museu da Vida 37,8% 37,8% 4,4% 11,1% 3,9% 4,4% 0,6%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 31,2% 33,9% 8,9% 13,7% 3,1% 7,9% 1,4%

    Museu do ndio 39,1% 13,0% 13,0% 20,3% 7,2% 7,2% 0,0%

    Museu Casa de Rui Barbosa 32,0% 32,2% 11,9% 11,5% 2,0% 8,7% 1,2%

    Museu do Universo Planetrio 28,3% 33,5% 11,5% 10,8% 11,2% 3,7% 1,1%

    Museu Nacional 30,8% 30,4% 8,8% 16,0% 7,6% 3,2% 3,2%

    Museu do Primeiro Reinado 32,3% 28,8% 6,1% 14,8% 6,1% 7,0% 4,8%

    Museu Antonio Parreira 25,5% 29,8% 18,1% 16,0% 3,2% 5,3% 2,1%

    Museu de Arte Contempornea 29,6% 28,8% 11,6% 10,1% 6,7% 7,1% 6,0%

    Museu Aeroespacial 30,3% 30,7% 10,4% 14,5% 5,8% 3,3% 5,0%

    Museu Histrico Nacional 33,2% 28,3% 12,7% 17,1% 2,9% 4,4% 1,5%

    Total 31,4% 31,0% 10,2% 13,5% 5,5% 5,7% 2,7%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    pblico visitante dos museus sob considerao exercia alguma atividade remunerada no perodo de realizao da pesquisa.

    Dentre o segmento dos visitantes que exercem atividade remunerada, segundo a condio ocupacional, os resultados apresentados na Tabela 17, a seguir, indicam que 62,4% so empregados (do setor pblico ou privado); 13,5% so autnomos ou trabalhadores por conta prpria; 10,2% so profissionais liberais, 5,7% declararamse alunos bolsistas ou estagi rios remunerados e 5,5% so empresrios.

    A Tabela 18 apresenta os resultados que permitem uma anlise considerando a agregao dos museus, segundo a condio ocupacional daqueles que declaram exercer alguma atividade remunerada, confirmando o comportamento observado na Tabela 17.

    Por outro lado, entre os visitantes que declararam no exercer atividade remunerada cabe enfatizar que a maioria so estudantes (53,4%). Os aposentados constituem o segundo maior grupo entre os visitantes que

    Tabela 16

    Tabela 17

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 33

    Distribuio percentual dos visitantes que exercem atividade remunerada, por agregao dos museus considerados no estudo, segundo a condio ocupacional

    Museus agregados

    Condio ocupacional Museus de cincias Museus de arte Museus etnogrficos e Museus histricos de histria natural Total

    Empregado no setor privado 31,4% 28,5% 32,6% 32,5% 31,4%

    Empregado no setor pblico 33,7% 29,1% 26,6% 30,1% 31,0%

    Profissional liberal 9,2% 13,3% 9,7% 10,2% 10,2%

    Autnomo 12,6% 11,6% 16,9% 14,3% 13,5%

    Empresrio 6,1% 5,8% 7,5% 3,6% 5,5%

    Bolsista 5,0% 6,6% 4,1% 6,8% 5,7%

    Outra 2,0% 5,0% 2,5% 2,5% 2,7%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Distribuio percentual dos visitantes que no exercem atividade remunerada, por condio ocupacional, segundo os museus considerados no estudo

    Condio ocupacional

    Museus Desempregado ou Cuida dos afazeres Estudante Aposentado ou outra procura de trabalho domsticos pensionista

    Museu da Vida 18,8% 12,5% 53,1% 14,1% 1,6%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 15,7% 10,2% 60,2% 9,3% 4,6%

    Museu do ndio 29,6% 18,5% 44,4% 7,4% 0,0%

    Museu Casa de Rui Barbosa 13,0% 11,3% 60,0% 9,6% 6,1%

    Museu do Universo - Planetrio da Cidade 11,7% 11,7% 53,2% 22,3% 1,1%

    Museu Nacional 19,4% 17,7% 41,9% 21,0% 0,0%

    Museu do Primeiro Reinado 11,3% 13,8% 50,0% 21,3% 3,8%

    Museu Antonio Parreira 5,6% 9,3% 40,7% 42,6% 1,9%

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 12,5% 7,7% 52,9% 24,0% 2,9%

    Museu Aeroespacial 15,1% 8,6% 51,6% 18,3% 6,5%

    Museu Histrico Nacional 16,9% 6,5% 62,3% 11,7% 2,6%

    Total 14,5% 10,9% 53,4% 17,9% 3,3%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    no exerciam atividade remunerada (17,9%). Em seguida, destacaramse os visitantes que declararam estar desempregados, a procurar trabalho (14,5%) e, em quarta posio, os que declararam cuidar dos afazeres domsticos (10,9%), conforme indicam os resultados apresentados na Tabela 19.

    Os museus com maior concentrao de visitantes que declararam no exercer atividade remunerada no perodo da pesquisa e que eram estudantes foram: Museu Histrico Nacional (62,3%), Museu de Astronomia e Cincias Afins (60,2%) e Museu Casa de Rui Barbosa (60%). Uma anlise por gnero indica a prevalncia da

    Tabela 18

    Tabela 19

  • 34 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    presena feminina (68,7%) entre os visitantes de museus que no exercem atividade remunerada, segundo a Tabela 20. Constatase que se entre os estudantes homens e mulheres esto igualmente representados, o mesmo no ocorre entre os aposentados: so 24,3% de visitantes do sexo masculino, aposentados ou pensionistas, contra 15,1% de mulheres. Da mesma forma, os visitantes que cuidam dos afazeres domsticos so encontrados em maior nmero entre as mulheres (15,1%) do que entre os homens (1,8%).

    A Tabela 21 permite considerar a situao dos que no exercem atividade remunerada segundo o nvel declarado de escolaridade. Cabe sinalizar dentre os que declararam estudar que a maioria est cursando o ensino superior (40,8%) enquanto que 27,4% so estudantes do ensino mdio. Observase, ainda, entre os aposentados, o mais alto nvel de escolaridade declarado, em que 52,6% possuem pelo menos o nvel superior completo, enfatizando a alta escolarizao desse segmento.

    Observase na Tabela 22 resultados que permitem uma anlise considerando a agregao dos museus, segundo a condio ocupacional dos visitantes que no exercem atividade remunerada. importante notar que um pouco mais da metade constituda de estudantes que se concentram, particularmente, nos museus his

    Distribuio percentual dos visitantes que no exercem atividade remunerada, segundo condio ocupacional, por sexo

    Sexo

    Condio ocupacional Masculino Feminino Total

    Desempregado procura de trabalho 17,6% 13,2% 14,5%

    Cuida dos afazeres domsticos 1,8% 15,1% 10,9%

    Estudante 50,7% 54,5% 53,4%

    Aposentado/pensionista 24,3% 15,1% 17,9%

    Outra 5,5% 2,2% 3,3%

    Total 31,3% 68,7% 100,0%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Distribuio percentual da escolaridade, segundo condio ocupacional dos que no exercem atividade remunerada

    Situao dos que exercem atividade remunerada

    Desempregado Cuida dos afazeres Estudante Aposentado/ outra Escolaridade procura de trabalho domsticos pensionista Total

    Sem instruo escolar 0,8% 0,0% 0,4% 0,6% 0,0% 0,5%

    Fundamental incompleto 2,4% 4,2% 6,0% 2,6% 3,4% 4,6%

    Fundamental completo 2,4% 6,3% 3,8% 7,1% 10,3% 4,7%

    Mdio incompleto 12,0% 15,8% 27,4% 7,7% 20,7% 20,2%

    Mdio completo 25,6% 30,5% 9,4% 22,4% 17,2% 16,6%

    Superior incompleto 20,0% 13,7% 40,8% 7,1% 10,3% 27,8%

    Superior completo 31,2% 26,3% 6,6% 42,3% 27,6% 19,4%

    Ps-graduao 5,6% 3,2% 5,6% 10,3% 10,3% 6,3%

    Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    tricos e nos de cincias. Notase ainda que os

    visitantes aposentados ou pensionistas esto

    mais presentes nos museus de arte (30,4%).

    Tabela 21

    Tabela 20

  • OBerVatriOdeMuseuseCentrOsCulturais

    Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados n 35

    Distribuio percentual dos visitantes que no exercem atividade remunerada, por condio ocupacional, segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Condio ocupacional

    Desempregado ou Cuida dos afazeres Estudante Aposentado ou outra Museus agregados procura de trabalho domsticos pensionista

    Museus de cincias 15,0% 10,6% 54,9% 15,9% 3,6%

    Museus de arte 10,1% 8,2% 48,7% 30,4% 2,5%

    Museus etnogrficos e de histria natural 22,5% 18,0% 42,7% 16,9% 0,0%

    Museus histricos 13,6% 10,7% 57,7% 13,6% 4,4%

    Total 14,5% 10,9% 53,4% 17,9% 3,3%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Tabela 22

    Renda domiciliar mensal

    Quanto renda domiciliar mensal (salrio, penso e outros ganhos de todos os que moram na residncia), constatase que a classe de renda modal observada para o total de visitantes que responderam ao quesito corresponde ao rendimento domiciliar mensal compreendido entre R$ 501 e R$ 2.000, conforme resultados expressos na Tabela 23. Entretanto, observase que 48,8% dos visitantes entrevistados declararam renda domiciliar mensal superior a R$ 2.000, enquanto na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro apenas 25,4% dos domiclios tinham, em 2004, renda domiciliar mensal superior a R$ 2.000, segundo dados da PNAD 2004.

    O Museu da Vida (20,9%) e o Museu de Astronomia e Cincias Afins (15,2%) apresentam os maiores percentuais de visitantes que declararam renda domiciliar mensal de at R$ 500 e, portanto, apresentando percentuais significativamente superiores queles observados junto aos visitantes dos demais museus (no total 9,8% declararam renda domiciliar mensal mxima de R$ 500). Por outro lado, o Museu do Universo Planetrio da Cidade e o Museu de Arte Contempornea de Niteri so aqueles que detm os maiores percentuais de visitantes com renda domiciliar mensal superior a R$ 4.000, superando a renda mdia domiciliar mensal da populao residente na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, esti

    Sntese sobre a situao ocupacional dos visitantes

    Posto que 75% dos visitantes participantes da pesquisa so economicamente ativos e que dentre os 25% que no exercem atividade remunerada mais da metade estuda, e considerando ainda o alto nvel de escolaridade, tanto entre aqueles que exercem como entre os que no exercem atividade remunerada, podese relacionar a freqncia de visita aos museus considerados neste estudo ao capital escolar do visitante, por um lado, mas igualmente sua insero no mundo do trabalho.

    Esse fato sugere que a visita tende a ser privilegiada por aqueles que participam de redes sociais ricas em capital cultural, onde potencialmente a prtica de visita pode sevir como moeda simblica de afirmao e reconhecimento.

    interessante notar que se a permanncia por longos anos no sistema formal de educao parece facilitar a visita de aposentados e pensionistas, a proximidade atual com a instituio escolar entre os jovens bem como a insero na vida economicamente ativa parece promover, para este segmento etrio, o acesso ao museu.

  • 36 n Os Resultados: Objetivos e estrutura da apresentao dos dados

    relatriOdePesquisaPerfil-OPiniO2005

    Distribuio percentual dos visitantes, por classe de renda domiciliar mensal, segundo os museus considerados no estudo

    Classes de renda domiciliar mensal

    Museus At 500 reais De 501 a 2 mil reais De 2.001 a 4 mil reais Mais de 4 mil reais No soube informar

    PNAD 2004 - RM/RJ 14,1% 51,8% 16,0% 9,4% 8,6%

    Museu da Vida 20,9% 44,7% 18,0% 11,9% 4,5%

    Museu de Astronomia e Cincias Afins 15,2% 40,5% 22,8% 14,1% 7,3%

    Museu do ndio 2,2% 41,9% 41,9% 12,9% 1,1%

    Museu Casa de Rui Barbosa 9,8% 38,5% 20,7% 24,5% 6,6%

    Museu do Universo Planetrio da Cidade 5,1% 23,1% 21,3% 43,5% 7,1%

    Museu Nacional 7,7% 37,5% 25,1% 23,7% 6,0%

    Museu do Primeiro Reinado 10,9% 35,6% 25,8% 23,1% 4,7%

    Museu Antonio Parreira 5,6% 27,5% 28,9% 26,8% 11,3%

    Museu de Arte Contempornea de Niteri 5,0% 30,5% 25,5% 32,0% 7,0%

    Museu Aeroespacial 10,5% 37,0% 26,5% 20,3% 5,6%

    Museu Histrico Nacional 9,5% 30,9% 22,1% 31,2% 6,3%

    Total 9,8% 35,1% 24,0% 24,8% 6,3%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    Distribuio percentual dos visitantes, por classe de renda domiciliar mensal, segundo agregao dos museus considerados no estudo

    Classes de renda

    Museus agregados At 500 reais De 501 a 2 mil reais De 2.001 a 4 mil reais Mais de 4 mil reais No soube informar

    PNAD 2004 - RM/RJ 14,1% 51,8% 16,0% 9,4% 8,6%

    Museus de cincias 12,4% 35,9% 22,4% 23,0% 6,3%

    Museus de arte 5,2% 29,7% 26,5% 30,5% 8,2%

    Museus etnogrficos e de histria natural 6,4% 38,5% 29,1% 21,2% 4,8%

    Museus histricos 10,1% 35,3% 22,7% 26,0% 5,9%

    Total 9,8% 35,1% 24,0% 24,8% 6,3%

    Fonte: Pesquisa Perfil-Opinio 2005, OMCC

    mada, segundo os dados da PNAD/2004, em R$ 1.841,94. Os resultados indicam que o pblico que visita esses dois museus apresenta uma situao financeira privilegiada em relao aos visitantes dos demais museus considerados na pesquisa.

    Uma anlise considerand