mundo social
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Outubro de 2010TRANSCRIPT
MMundo Social
Memórias da Ria
Maravilhas Naturais“Se queremos salvar alguma coisa, primeiro precisamos de saber apreciá-la realmente”
Vila Nova de Poiares“Tentamos manter os valores da cordialidade,
da fraternidade e da amizade entre as pessoas”
Museu do Côa“A visita ao Museu está dividida por salas temáticas
que explicam o trajecto da Humanidade”
» “Navegar na Ria é sentir, é recordar a história, as tradições, as salinas, os barcos, as suas proas coloridas que dão vida aos canais que serpenteiam esta linda cidade”
EDIÇÃO Nº 3 | OUTUBRO DE 2010ESTA REVISTA FAZ PARTE INTEGRANTE DO “JORNAL DE NOTÍCIAS”
NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE
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Outubro | 2010 | 3
Índice03 Editorial04 NOTICIAS Universidade de Aveiro Rota da Bairrada Hotel Rural Mira Serra07 ESPECIAL Grutas de Mira D’Aire CM de Porto de Mós Água do Fastio Empresa Hoteleira do Gerês CM de Terras de Bouro14 PONTO DE VISTA Unidade de Arqueologia
da Universidade do Minho Mola Olivarum Ordem dos Médicos Veterinários18 DESFRUTAR Refúgio da Vila Hotel Rural Zoo da Maia CM de Aveiro Maria da Apresentação da Cruz
e Herdeiros Glicínias Plaza Fábrica Centro Ciência Viva
de Aveiro Nova Casa dos Leitões Restaurante Espelho D’água Douro Acima31 PODER LOCAL CM de Vila Nova de Poiares CM de Moimenta da Beira CM de Miranda do Douro CM de Sátão CM de Montalegre CM de Fornos de Algodres JF de Cunha Baixa JF de Abrunhosa-a-Velha Museu do Côa JF de Castelo Melhor JF de Muxagata JF de Numão JF de Sebadelhe JF de Custóias54 ACÇÃO SOCIAL Associação de Infância e Terceira
Idade de Lamego Fumeiros Porfírios
FICHA TÉCNICA Editor: Carlos Borges | Redacção: Carene Monteiro, Elsa Carvalho, Marina Barros | Departamento Gráfico: 2x7 Design ([email protected]) - Mónica Fonseca, Vanessa Taxa | Banco de Imagens: Stock.xchng | Director Comercial: Rui Martins | Departamento Comercial: André Lopes, Elisabete Martins, Ferreira da Silva, Leonardo Vasconcelos | Departamento Financeiro: Nelson Cabral | Propriedade: Pagimodelo – Edições Periódicas, Lda. - Rua Nova do Souto, 179 - 4470- 205 Maia | | Telefone: 22 955 14 64 | Fax: 22 955 14 60 | Contribuinte: 50865288 | Director Geral: António Alpoim | Coordenador Geral: Raul Pereira | Impressão: Gráfica de Paredes | Distribuição: Com o jornal: Jornal de Notícias | Periodicidade: Mensal | Registo Depósito Legal 305309/10
Em Setembro entramos num mês de recomeços e stress, o chamado stress pós-férias. Estudos indicam que 40 por cento dos trabalhadores têm dificuldade em ligar de novo o interruptor do quotidiano. A rotina centra-se no recome-ço da escola ou do trabalho. Porque entramos numa nova estação e as 24 horas do dia parecem pequenas, porque há reencontros e porque se conhecem pessoas novas.
Na redacção do Mundo Social o verdadeiro stress acon-teceu, como em qualquer fecho de edição nos últimos dias, telefonemas, entrevistas, fotografias e um Portugal que se quer novo, um Mundo Social renovado. Uma equipa nova com vontade de fazer mais e melhor, de percorrer Portugal como um todo. Olhar para a rosa-dos-ventos e mostrar a iniciativa pública e privada. Lazer, destaques e opinião, pura, “nua e crua” destacando cada identidade do poder local. Partímos da curiosidade e ouvimos vários pontos de vista, através deles fomos em descoberta de algumas das maravilhas naturais e edificadas deste país. Gravuras rupestres e castelos. Histórias e estórias. Pessoas e lugares gravados em pedras e elevados em muralhas contam o perfil de vitórias e desgraças.
Hoje, os reis estão esquecidos e são heróis nos filmes de animação. Os políticos e as suas políticas não geram consenso.
A frase do Almirante Cândido dos Reis, nas vésperas do 5 de Outubro de 1910, foi motivadora e tal como nessa altura, hoje quando se celebram os 100 anos da Republi-ca, é actual, apela à união, a um dever que não pode ser adiado e no Mundo Social não estamos sozinhos porque queremos que todos cumpram o seu dever. “A Revolução não será adiada: sigam-me, se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever, esse único serei eu.”
editorial
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0 4 | Mundo Social
Universidade de Aveiro abre candidaturas para 27 Cursos de Especialização Tecnológica
A Universidade de Aveiro, através de três das
suas escolas superiores: Escola Superior Aveiro
Norte (ESAN), Escola Superior de Tecnologia e
Gestão de Águeda (ESTGA) e Instituto Superior de
Contabilidade e Administração da Universidade
de Aveiro (ISCA-UA), vai ministrar, este ano lecti-
vo 27 Cursos de Especialização Tecnológica (CET)
praticamente todos em regime pós-laboral.
A criação de oportunidades de formação para
públicos diversos, com necessidades específicas,
tem sido, uma prioridade para a Universidade de
Aveiro. Neste sentido, a oferta formativa desta
instituição procura dar resposta aos desafios
com que os indivíduos se deparam em termos
profissionais, oferecendo alternativas válidas e
reconhecidas internacionalmente.
Os cursos de especialização tecnológica são
cursos pós-secundários não superiores que visam
a aquisição do nível IV de formação profissional.
Os planos de formação destes cursos estão
direccionados para uma efectiva inserção profis-
sional e para assegurar também o reconhecimen-
to dessas aprendizagens para efeitos de prossegui-
mento de estudos no ensino superior. Estes planos
compreendem as componentes de formação geral
e científica e de formação tecnológica.
Este ano lectivo, Águeda, Albergaria-a-Velha,
Aveiro, Cantanhede, Estarreja, Oliveira de Aze-
méis, Ovar, S. João da Madeira, Sever do Vouga
e Vagos são os concelhos onde vão decorrer os
Cursos de Especialização Tecnológica, em áreas
tão variadas como Automação, Robótica e Con-
trolo Industrial, Banca e Seguros, Desenvolvimen-
to de Produtos Multimédia, Energias Renováveis,
Gestão da Qualidade, Instalações Eléctricas e
Automação Industrial, Instalação e Manutenção
de Redes e Sistemas Informáticos, Logística e
Organização e Planificação do Trabalho.
A oferta contempla ainda as áreas de Práticas
Administrativas e Tradução, Projecto de Moldes,
SIG - Sistemas de Informação Geográfica, Técni-
cas de Gestão de Turismo, Tecnologia Mecatró-
nica, Tecnologias e Programação de Sistemas de
Informação e Topografia e Desenho Assistido por
Computador.
A Universidade de Aveiro (UA) é uma ins-
tituição pública que tem como missão
a intervenção e desenvolvimento
da formação graduada e pós-
graduada, a investigação e
a cooperação com a sociedade. Criada em 1973,
rapidamente se transformou numa das mais dinâ-
micas e inovadoras universidades do país.
Frequentada por cerca de 13 mil alunos em
programas de graduação e pós-graduação, a UA
desde cedo assumiu um papel de relevância no
panorama universitário do país, inserindo-se no
grupo da frente no que diz respeito à qualidade
das infra-estruturas que oferece, à qualidade da sua
investigação e à excelência do seu corpo docente.
A UA é um parceiro privilegiado de empresas
e de outras entidades nacionais e internacionais,
com as quais coopera em diversos projectos e
programas e às quais presta importantes ser-
viços, sendo por isso um espaço de investiga-
ção onde se desenvolvem produtos e soluções
inovadoras que contribuem para o avanço da
ciência e tecnologia.
» Notícias
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A Promoção da marca Bairrada!
A singularidade do Mira Serra
Associação Rota da Bairrada
Hotel Rural Mira Serra
A Rota da Bairrada é uma asso-
ciação sem fins lucrativos, criada
em 2006, que tem como principal
objectivo a promoção da marca
Bairrada. Desta forma, é a respon-
sável por reunir os vários interve-
nientes na área do turismo, de toda
a região, e proporcionar a todos,
associados e turistas, momentos
mágicos.
Um desses momentos mágicos é a
3ª Gala do Espumante Bairrada, que
se vai realizar no dia 13 de Novem-
bro de 2010, no emblemático Curia
Palace Hotel. As expectativas são
altas e acredita-se em mais um
sucesso. Como refere Jorge Sam-
paio, Vereador da Câmara Munici-
pal da Anadia e um dos principais
impulsionadores da Rota: “A Gala
do Espumante é um dos pontos
altos da Rota da Bairrada, onde
criamos uma noite de charme e
magia em torno do espumante e da
nossa região”.
A Rota da Bairrada é também
responsável por outras iniciativas,
nomeadamente, Bairrada Gourmet,
um jantar onde se dá a conhecer os
melhores vinhos e iguarias da região.
Momentos Bairrada, um evento a
nível nacional, que apresenta toda
a oferta turística da região, não só
a actividade vitivinícola, mas numa
perspectiva mais integrada. Recen-
temente inauguraram um espaço
em Coimbra, Bairrada Lounge, em
parceria com o Dolce Vita, onde
vão promover, durante meio ano,
os produtos da região. As iniciativas
da Associação não seriam possíveis
sem a presença forte e motivada
de todos os associados, os oito
municípios, os diferentes produto-
res, hotéis e instituições. Sinal de
que este é um projecto com futuro e
que está no bom caminho.
Vale a pena visitar a sede da
Rota da Bairrada na antiga esta-
ção de caminhos-de-ferro da Curia
“uma obra que enche de orgulho
a Câmara Municipal da Anadia e
todos os membros da Associação”
afirma Jorge Sampaio. Neste espaço
é possível comprar vinhos, artesa-
nato local, produtos regionais, fazer
marcações de visitas, conhecer com
mais detalhe todas as iniciativas
da Associação, participar em várias
sessões de provas e de leitura. Para
o futuro fica o desejo de abrir um
espaço como este nos oito municí-
pios que integram a Rota.
Visite o Espaço Bairrada e surpre-
enda-se com as maravilhas desta
região.
» Notícias
O fim da ruela mais alta de
Abrunhosa-a-velha, em Man-
gualde, esconde o conforto
e a singularidade do Hotel
Rural Mira Serra. O majes-
toso portão que assinala a
entrada deixa transparecer,
mais ao longe, o imponente
edifício, a apetitosa piscina, a
inebriante vista sobre a Serra
da Estrela.
Uma pequena escadaria
separa o exterior do interior
do Hotel. O sorriso e a sim-
patia de quem lá trabalha
fazem-nos sentir em casa. Em
cada um dos 20 quartos a
subtileza e requinte da deco-
ração criam um ambiente
especial e acolhedor. Casa
de banho completa, televisão
e telefone são apenas alguns
dos serviços que têm para
oferecer.
Mais do que um Hotel,
o Mira Serra é um refúgio
onde se respira tranquilidade,
onde se descansa do frenesim
citadino. Com as preocupa-
ções do lado de fora, o mais
importante é aproveitar os
momentos únicos da vida.
O parque infantil mantém
os miúdos ocupados e em
segurança enquanto os pais
podem dar longos passeios
por toda a quinta ou jogar
ténis. Um pouco por todo o
espaço que envolve o edifício
principal encontram-se poe-
mas cravados em azulejos,
pequenos bancos de pedra
que outrora acolheram casais
apaixonados. E eis que no
ponto mais alto da proprie-
dade surge, soberba, a cape-
linha.
E quando a fome apertar, o
Mira Serra disponibiliza igua-
rias inigualáveis e caseiras.
As uvas da própria vinha,
as sobremesas acabadas de
fazer, as compotas de vários
sabores, o pão ainda quente e
a água pura são algumas das
especialidades.
E se tudo isto não for sufi-
ciente lembre-se que não há
nada melhor do que desfrutar
do melhor da vida na compa-
nhia de quem mais ama.
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“7 Maravilhas da Natureza®”
“7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL®”
Para a New 7 Wonders Portugal® o
nosso Património é o nosso Futuro
e por isso inspira e sensibiliza a
população em geral para a necessi-
dade de preservar o legado que dei-
xamos às futuras gerações, através
de projectos baseados na votação
popular.
A eleição das “Novas 7 Maravilhas do Mundo®” em 2007 foi
o primeiro exercício democrático a nível mundial, da história
da Humanidade. Pela primeira vez todos os povos, de todos
os países, de todos os continentes, se uniram para escolher
algo em comum. Dessa gigantesca campanha a nível mundial
foram eleitas as “Novas 7 Maravilhas do Mundo®”, a partir do
Estádio da Luz, em 07.07.2007. Pela primeira vez foi criada
uma “memória comum”: 7 coisas que todos devemos recordar
e 7 símbolos de união que respeitam, honram e celebram a
diversidade cultural do nosso planeta. Com as “7 Maravilhas
da Natureza®”, a realizar em 2011 a nível mundial, vai ser
destacada e celebrada a beleza do nosso planeta. O mote
do projecto, “se queremos salvar alguma coisa, primeiro
precisamos de saber apreciá-la realmente”, reforça a
mensagem de que a Natureza e a Biodiversidade
são o grande património comum a todos os habi-
tantes do Planeta Terra e devem ser preservados
de forma consistente e urgente.
A Natureza e a sua preservação é hoje um tema
que ocupa o topo da agenda a nível mundial,
obrigando governos e líderes políticos de todo
mundo a desenvolver esforços para encontrar o
equilíbrio entre o desenvolvimento Humano e sus-
tentabilidade dos ecossistemas naturais. A iniciativa de
eleger as “7 Maravilhas da Natureza®” vai chamar a
atenção da opinião pública para a necessidade
de preservar todas as belezas naturais.
Em 2010 foram eleitas as “7 Maravilhas Naturais
de Portugal®”, em que a New 7 Wonders Por-
tugal® antecipa todo o movimento global em
torno da eleição das “7 Maravilhas da Natureza®”
– seremos o primeiro país a nível mundial a eleger
as suas maravilhas da natureza, o que nos coloca na
linha da frente em termos de preservação ambiental e de
sustentabilidade.
A eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal®” surge em antecipação à
campanha mundial, para eleger as “Novas 7 Maravilhas da Natureza®” em
2011. É um projecto pioneiro, que coloca os olhos do mundo nas imensas bele-
zas naturais de Portugal.
A eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal®” pretende sensibilizar os por-
tugueses para a necessidade de preservar o património natural do nosso país.
Porque 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade, este projecto vem reforçar
um movimento ambientalista que cresce a nível global e pretende ser uma refe-
rência no contributo para a sustentabilidade ambiental no nosso país.
Foram consideradas “Maravilhas Naturais de Portugal”, os monumentos naturais
em território nacional que contenham um ou mais aspectos de raridade ou repre-
sentatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos e culturais.
Os nomeados são organizados nas seguintes 7 categorias, que representam a diversidade paisagística de Portugal:
as 7 Maravilhas
mundial, vai ser
planeta. O mote
oisa, primeiro
reforça a
sidade
abi-
dos
ma
al,
odo
ar o
e sus-
ciativa de
amar a
de
ais
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za®”
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biental e de
Outubro | 2010 | 0 7
7 Maravilhas Naturais de Portugal Especial «
Zonas MarinhasParque Natural da Ria Formosa
Grandes RelevosPaisagem Vulcânica
da Ilha do Pico
Grutas e CavernasGrutas de Mira de Aire
Zonas ProtegidasParque Nacional
da Peneda-Gerês
Praias e FalésiasPortinho da Arrábida
Zonas Aquáticas não MarinhasLagoa das Sete Cidades
Florestas e MatasFloresta Laurissilva da Madeira
Zonas MarinhasParque Natural da R1 Grandes Relevo
Paisagem Vulcânica
da Ilha do Pico
5Zonas ProtegidaParque Nacional
da Peneda-Gerês
6Zonas Aquáticanão MarinhasLagoa das Sete Cida
7
Grutas e CavernGrutas de Mira de A2Praias e FalésiasPortinho da Arrábid3Florestas e MatFloresta Laurissilva 4 info in:www.7maravilhas.sapo.pt/#/pt/press-center
VisãoSegundo Bernard Weber, fundador da New 7 Wonders
Foundation® e criador deste movimento mundial, “se
queremos salvar alguma coisa, primeiro precisamos de
saber apreciá-la realmente”. O que nos é dado pela
natureza e se perde é irrecuperável, devendo por isso
ser ainda mais valorizado e estimado.
Missão
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0 8 | Mundo Social
» Especial Grutas de Mira de Aire
s maiores grutas de Portu-
gal, que podem ser percor-
ridas por turistas, já recebe-
ram mais de seis milhões e
meio de visitantes. Para Carlos Alber-
to, administrador das Grutas, este é
um prémio importantíssimo para a
divulgação do nome das grutas, da
freguesia e do concelho, “Embora
Mira de Aire já tivesse posto, há muito,
o Concelho de Porto de Mós no
mapa. O prémio originou que todo o
Concelho ficasse conhecido pela sua
beleza natural. Ao visitarem as grutas,
as pessoas vão querer visitar outros
locais de interesse e isso vai ser uma
mais-valia para a região de turismo de
Leiria-Fátima”, explica satisfeito.
“As grutas são uma dádiva da
natureza e de Deus, para compensar
tanta pedra e terreno árido”, refere
Carlos Alberto devido à caracterís-
tica do solo.
Natural(mente) famosas a divulga-
ção das grutas ultrapassa os meios
tradicionais, a Internet e os visitantes
deslumbrados. Participa, também, em
séries, como os “Morangos com Açú-
car” ou filmes, como a adaptação da
obra literária de Alexandre Dumas,
A
“Aqui tão perto...”...uma das recentes 7 Maravilhas Naturais de Portugal, eleita em Setembro, na categoria de “Grutas e Cavernas”. As Grutas de Mira de Aire são as maiores na sua categoria, não só porque foram eleitas mas turisticamente também. Dos 11 quilómetros descobertos podemos visitar 700 metros de beleza natural.
PUB
“O Conde de Monte Cristo” e em
vários espectáculos de variedades.
O entrevistado garante que as
preocupações ambientais e de pre-
servação são as mesmas desde a
descoberta das grutas em 1947. Dez
anos depois foi criada uma zona de
protecção interditando a construção
num raio de 100 metros à volta da
entrada natural da gruta. Já nesta altu-
ra, no agora remoto ano de 1958, as
Grutas de Mira de Aire, maravilha de
Portugal, foram consideradas imóveis
de interesse público.
Parcerias que garantam a sobrevi-
vência natural das Grutas são vital
para a administração e a Socieda-
de Portuguesa de Espeleologia é o
primeiro parceiro nas preocupações
diárias. “Ao longo destes anos todos,
têm sido um parceiro importantíssi-
mo, temos um protocolo de apoio
científico, que nos ajuda a combater
os fungos que vão aparecendo e a
descobrir novas galerias.”
A história pessoal do administrador
confunde-se com a das Grutas de
Mira de Aire, “a minha juventude
foi basicamente passada nos bura-
cos”. Carlos Alberto explica que quan-
do foi constituída a sociedade que
explora as grutas, em Junho de 1971,
era necessário alguém que gostasse,
conhecesse e descesse ao interior
para poderem começar a explorar, um
processo na altura muito rudimentar.
“Vim porque era necessário entrar
nas zonas mais difíceis, controlar os
trabalhos porque existiam algumas
zonas muito sensíveis. Por exemplo,
o arquitecto, que era excepcional,
faltava-lhe sensibilidade para a Gruta.
Tínhamos que fazer tudo e estragar
o menos possível, o fio eléctrico, por
vezes, tinha de dar uma volta de 20
metros”, conta animado. Uma par-
ceria apenas interrompida durante o
serviço militar mas mesmo assim aos
fins-de-semana o amor telúrico falava
mais alto e em 1975, já com a Gruta
aberta ao público, voltou, “digamos
que o grosso da gruta foi realizado sob
minha orientação”.
“Existiam aqui moinhos tão velhos,
que ninguém se lembra de alguma
vez terem trabalhado. As grutas eram
conhecidas por Grutas dos Moinhos
Velhos”, explica Carlos Alberto para
referir alguns projectos de futuro.
A distinção desta maravilha natural
trouxe apenas mais vontade de tra-
balho e divulgação do melhor que
Mira de Aire produz ou produziu.
“Existem moinhos que restauramos e
temos mais um em conclusão, vão ter
painéis explicativos desde a sementei-
ra até à moagem dos cereais. Depois
queremos que as pessoas possam
levar um saquinho de farinha como
recordação, ou um pão com chouriço
cozido na hora. Por parte do poder
local, gostaríamos que fosse criado
um parque de auto-caravanas, para
criar melhores condições aos turistas.
Queríamos também que se criasse
uma sinalética mais apropriada”.
Carlos Alberto, Administrador das Grutas
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Outubro | 2010 | 0 9
Câmara Municipal de Porto de Mós Especial «
A s Grutas são bastante
importantes para Porto
de Mós, sobretudo este
Maciço Calcário que em termos
de turismo de natureza é um gran-
de pólo de atracção de toda esta
região”, revela João Salgueiro. Afi-
nal, este era o complemento que
faltava numa região intermunicipal
por si só maravilhosa. “Sabemos
que em termos de turismo uma
região deve ser complementar e
é isso que acontece. Este prémio,
de certo modo, é a cereja em cima
do bolo. Em termos históricos a
vila da Batalha tem o Mosteiro, e
o nosso Concelho tem o Centro
de Interpretação da Batalha de
Aljubarrota. Temos também, Fáti-
ma, como grande pólo de atracção
turística religioso, e as Grutas de
Mira de Aire complementam esta
oferta a nível natural”, realça o
autarca satisfeito.
Cada recanto é um encanto e
em parceria com a Sociedade de
Espeleologia, nacional e interna-
cional, as Grutas são analisadas,
descobertas, catalogadas e, essen-
cialmente, preservadas. Segundo o
autarca “são um ponto de interesse
e temos incursões de várias equipas
ao subterrâneo. Com uma extensão
de 11 km descobertos estas galerias
implicam cuidados especiais”.
Cada vez mais o stress dos centros
urbanos impulsionam a população
a procurar refúgios, locais de dis-
tracção e descanso onde podem
conciliar a Natureza com outros
atractivos locais como gastronomia
e artesanato. “Aqui temos a terapia
certa”, assegura João Salgueiro que
consegue aliar e enumerar os fac-
tores descritos como atracções do
Município de Porto de Mós.
Maravilhas de PedraEm Setembro o concurso “Sete Maravilhas Naturais de Portugal” deu outro relevo ao Município de Porto de Mós e às Grutas de Mira de Aire com a eleição destas na categoria de “Grutas e Cavernas”. A Revista “Mundo Social” entrevistou o autarca orgulhoso que também analisou o Município.
O Município...Para João Salgueiro a localização
central de Porto de Mós é uma mais
valia para a região. No entanto,
a rede viária isolava o Município
dessa posição estratégica. “Com
os novos traçados que estamos a
executar na região ficamos com o
principal nó rodoviário que tem
de ser aproveitado para a fixação
de empresas e empresários que
procuram soluções para escoar e
receber as matérias-primas”, expli-
ca o presidente objectivo. Afinal,
este desenvolvimento económico
permite melhorar as condições de
vida dos munícipes, “portanto seria
uma asneira, um erro, não aprovei-
tarmos essa futura rede viária do
país”, reforça satisfeito.
A economia permite, para além do
desenvolvimento da região, melho-
rar a qualidade de vida criando
novas condições e oportunidades
que neste momento são necessida-
des reais do Concelho. “Em Porto
de Mós podemos dizer que se vive
bem. Estamos acima da média a
nível regional e dentro da média
nacional”, assegura. Neste momen-
to o desemprego afecta maioritaria-
mente a mão-de-obra feminina com
mais de 40 anos, uma dificuldade
a todos os níveis, nomeadamente
a adaptação a novas realidades, o
que se reflecte na realidade social
do Município.
Quando caminhamos, quer por
diversas cidades de Portugal, quer
por cidades internacionais como
nas da China, Macau ou Brasil,
70 por cento da pedra usada é
nacional. Afinal, a famosa calçada
portuguesa embeleza estes e outros
locais, por isso, a pedra é um factor
de orgulho para a região e para
as empresas locais que extraem,
exportam e transformam com o
saber dos cerca de 200 mestres
calceteiros de Porto de Mós.
A destacar como projectos em
curso e a realizar: a conclusão do
saneamento e da Casa da Cultura
em Mira de Aire; o Parque Verde
da vila de Porto de Mós; a extensão
de saúde em Juncal, e claro, a con-
clusão de mais uma fase do parque
industrial. Obras que “estão a ser
comparticipadas pelo QREN, pois
sem este apoio não haveria possi-
bilidade económica para os supor-
tar”, conclui João Salgueiro.
“
PUB
João Salgueiro, Presidente
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1 0 | Mundo Social
Grupo Águas do Arieiro
inicia o engarrafamento
e distribuição da Água
do Fastio- Água Mineral
Natural, em 1979, em plena Serra
do Gerês. Foi uma aposta segu-
ra já que esta Água, nascida na
Gruta Nossa Senhora do Fastio,
é reconhecida há mais de 100
anos pela sua origem, naturalidade,
características minerais únicas e
composição equilibrada. António
José Curado, Director de Marketing
da Água do Fastio S.A dá-nos a
conhecer, em detalhe, esta marca
e faz uma reflexão dos ganhos que
a mesma poderá obter ao estar
inserida numa das sete maravilhas
de Portugal, o Parque Nacional da
Peneda do Gerês.
Mundo Social: O Grupo Águas
do Arieiro conta já com 80 anos
de história. Quais são os principais
marcos de referência à evolução
do grupo?
António Curado: Podemos afir-
mar que o Grupo Águas do Arieiro
é um exemplo de sucesso no nosso
país. Teve início em 1930, com a
família Perez e tem centrado, desde
então, a sua actividade empresarial
na área das bebidas não alcoólicas
(produção, engarrafamento e distri-
buição). Em 1963, e acompanhan-
do as evoluções tecnológicas e
legislativas, o Grupo centrou a sua
actividade nas Caldas da Rainha,
engarrafando desde essa altura a
Água do Arieiro (com e sem gás),
e uma diversidade de Marcas de
refrigerantes, como o Frutol, Trevo,
Spent e sob licença a RCCola. Em
1979, e adequando-se à evolução
do comportamento e necessidades
do consumidor, inicia o engarra-
famento e distribuição da Água
do Fastio – Água Mineral Natural,
que é hoje a Marca âncora do
Grupo. Em 2008, adquiriu a Água
Campilho – Água Mineral Natural,
afim de reforçar o seu portfólio
nas diferentes categorias de Água
Engarrafada.
MS: O que é que a população
ganha com a vossa presença na
região?
AC: Não podemos deixar de real-
çar o papel relevante do Grupo
em termos de empregabilidade das
populações locais nessas áreas geo-
gráficas mais interiores, ao que
acresce a forte estabili-
dade de permanência
dos colaboradores e
das numerosas famí-
lias que trabalham
no Grupo Arieiro,
por todo o País.
MS: Centrando as
atenções na Água
do Fastio, quais são
as principais carac-
terísticas desta água,
o que a torna a âncora
do grupo?
AC: É uma água com
características minerais úni-
» Especial Água do Fastio
Água do Fastio, a marca âncora do Grupo Águas do Arieiro, tem origem numa das Sete Maravilhas de Portugal
Água que primapela inovação
A Água Fastio, tem sido, desde sempre pioneira na inovação”
Ocas e de composição equilibrada. A
nossa máxima é a oferta constante
de um produto natural e quanto a
isso não há desvios. Trabalhamos
afincadamente para que a qualida-
de seja garantida. Só assim se expli-
ca os 30 anos de grande sucesso da
Água do Fastio.
MS: O Prémio World Lifestyle,
atribuído á Água do Fastio, é uma
prova dessa aposta no natural, na
qualidade?
AC: Foi com dupla satisfação que
recebemos a notícia da atribuição
á Água do Fastio, do Prémio World
Lifestyle. Em primeiro lugar, porque
a Água do Fastio foi distinguida por
milhares de consumidores através
de votação online e pelos membros
da Comissão de Honra, que a ele-
geram a Marca preferida na catego-
ria das Águas Minerais Naturais.
Em segundo lugar, porque a World
Lifestyle premeia e divulga Marcas
de Excelência e Prestígio, social-
07_13_7MARAVILHAS.indd 10 12-10-2010 16:28:34
Água do Fastio Especial «
Outubro | 2010 | 1 1
mente responsáveis e que actuam
em benefício de projectos concre-
tos de inclusão social, contando
ainda com a SIC Esperança para a
sua selecção e implementação.
MS: Qual é o conceito da Fastio
Family, foi criada para responder a
que público?
AC: A Água Fastio, tem sido,
desde sempre pioneira na inova-
ção em termos de Packing, sendo
Fastio Family uma embalagem
claramente inovadora, e facilita-
dora do consumo de Água. Engar-
rafada, nomeadamente em casa,
é uma embalagem que cabe na
porta do frigorífico, é ergonómica,
vai à mesa, e tem uma pega que
lhe permite um fácil manusea-
mento.
É pois uma estratégia que assenta
num conjunto de embalagens, para
os diferentes momentos de consu-
mo, em diferentes locais.
MS: O Parque Nacional Peneda
do Gerês foi eleito como uma das
Sete Maravilhas de Portugal, como
é que o grupo viu esta distinção?
AC: Em primeiro lugar, gostaría-
mos de aproveitar esta oportunida-
de para saudar todas as entidades
envolvidas neste projecto, que fina-
lizou com a atribuição ao Parque
Nacional da Peneda Gerês como
uma das sete Maravilhas Naturais
de Portugal. É ainda de saudar as
“gentes do Gerês “ que souberam
ao longo de décadas e gerações
conservar e preservar este rico
património natural.
MS: O que é que a marca ganha
com essa nomeação?
AC: A Água do Fastio, que sem se
desviar da naturalidade do produto
oferecido, tem desde 1979 pugna-
do pela sua valorização – o nosso
rótulo é uma paisagem da Serra
do Gerês, a Marca está sempre
associada à Serra do Gerês, sendo
inclusive o nosso claim – “A Serra
do Gerês em garrafas”.
Temos, em conjunto com a
Câmara de Terras do Bouro, através
da nossa rede de vendas, espa-
lhado documentação junto dos
retalhistas da restauração e consu-
É pois uma grande vantagem para a Água do Fastio, ter a sua origem numa das sete maravilhas”
PUB
midores finais no sentido de con-
tribuirmos para a valorização de
algumas acções desenvolvidas na
Serra, nomeadamente as caminha-
das. Aquando da nomeação do
Parque como Maravilha de Portu-
gal também contribuímos com a
divulgação do evento, distribuímos
documentação de explicitação à
votação nas Maravilhas de Portu-
gal. É pois uma grande vantagem
para a Água do Fastio, ter a sua
origem, numa das sete Maravilhas
Naturais de Portugal.
MS: Apresente alguns argumentos
para que se continue a consumir Água
do Fastio?
AC: A Água do Fastio é uma água
mineral natural com uma composição
única, muito baixa mineralização o que
a torna bastante equilibrada e tem ori-
gem na beleza natural da Serra do Gerês.
Um produto com o carimbo nacional.
07_13_7MARAVILHAS.indd 11 12-10-2010 16:30:11
1 2 | Mundo Social
» Especial Empresa Hoteleira do Gerês, Lda.
á notícia da existência de
unidades hoteleiras, nas
Termas do Gerês, desde
finais do século XIX. Em
1884, António Joaquim Ribeiro inau-
gurou o Hotel Ribeiro. Seguiu-se o
Hotel Universal, na mesma época.
Quando a Empresa Hoteleira do
Gerês iniciou as suas actividades, na
década de 20, do século passado,
acrescentou, a essas duas unidades, o
Hotel do Parque, o Hotel das Termas
e o Hotel Moderno, o qual viria a
ser destruído por um incêndio em
1961. Durante décadas a vida e a
animação termais giraram em torno
destes Hotéis.
Nos últimos anos foram reconstru-
ídos os Hotéis Termas e Universal e
muito recentemente foi completamen-
te reedificado o antigo Hotel Ribeiro
dando origem ao novíssimo Hotel
Apartamentos Gerês Ribeiro. Entre-
tanto a E.H.Gerês já fez investimentos
complementares destinados à moder-
nização, no Parque de Estacionamen-
to, criação de Zonas Comerciais e
outras de lazer; Piscina, Campos de
Ténis, Discoteca, Sala de Conferên-
cias, Adega Regional e Bar da Adega.
A E.H.Gerês está ainda inserida no
ramo de actividade “Outros Transpor-
tes Terrestres de Passageiros Diversos.”
A estratégia da Empresa privilegia
a modernização das unidades hote-
leiras, bem como os Transportes de
Passageiros, tendo em vista melhorar
os serviços aos clientes, asseguran-
do-lhes melhor qualidade, confor-
to e mais segurança. Relativamente
aos serviços de transportes, criámos
diversos circuitos turísticos, com visi-
tas aos pontos referenciais do Parque
Nacional da Peneda-Gerês.
Estamos agradados e cada vez
mais responsabilizados com a
recente eleição do Parque Nacio-
nal Peneda-Gerês, como uma das
“Sete Maravilhas Naturais de Por-
tugal”. Ficamos contentes e espera-
mos que a divulgação da Região a
nível nacional e internacional, tenha
reflexos positivos, quer em termos
promocionais, quer económicos a
médio e longo prazo. Actualmente a
E.H.Gerês mantém ao serviço cerca
de cinquenta postos de trabalho,
mas atinge um número superior a
oitenta, durante o período termal.
A evolução da Empresa permane-
ce sempre presente no nosso pla-
neamento. Atestam a nosso favor,
os investimentos substanciais, rea-
lizados ao longo das duas últimas
décadas. Os investimentos efectu-
ados foram orientados para a nova
tecnologia e modernização, através
da introdução de novos serviços
turísticos. Estivemos e continuamos
conscientes da necessidade e inte-
resse em levarmos a cabo os cursos
de formação profissional, direccio-
nados para a Empresa, nos transpor-
tes públicos e unidades hoteleiras.
Congratulamo-nos com a realização
dos vários cursos e com o bom apro-
veitamento registado nos mesmos.
Ainda que expectantes, estamos
relativamente confiantes na maior pro-
cura do Gerês, quer no fluxo turístico,
quer no aproveitamento das Termas,
pois é oportuno e justo referir que o
Gerês oferece já, boas condições, com
estadia confortável, gastronomia típica
e variada, e escolha diversificada.
O plano estratégico de desenvolvi-
mento da E.H.Gerês, mantém-se acti-
vo, porque entendemos que o Gerês
é um pólo turístico a desenvolver e
só com infra-estruturas de qualida-
de poderemos prosseguir, contando
naturalmente com a ajuda do poder
político, local e central, para assim
atrairmos os turistas nacionais e estran-
geiros, a bem do Gerês e do País.
Por fim, pretendemos referenciar a
visita e estadia nas unidades hotelei-
ras do Gerês, no passado, de alguns
ilustres (D. Luís, D. Maria Pia, D. Car-
los, D. Amélia, Brito Capelo, Roberto
Ivens, Ramalho Ortigão, Miguel Torga,
Cardeal Cerejeira, Oliveira Salazar
e tantos outros), tendo o Gerês, na
época, sido palco de numerosos e
variados acontecimentos sociais, que
lhe confere um lugar impar na memó-
ria da hotelaria termal nacional e
internacional.
H“Faça Férias no Gerês”
O convite está feito por uma das empresas com mais tradição no ramo hoteleiro e que melhor conhece a região. Carlos Oliveira Padrão e Ernestina Lopes, directores, contam-nos esta história de sucesso entre uma empresa com tradição e a natureza que os acolhe e envolve, agora eleita maravilha natural de Portugal.
PUB
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Outubro | 2010 | 1 3
Câmara Municipal Terras de Bouro Especial «
A quando da decisão da
participação do Gerês
no concurso, a Câmara
Municipal de Terras de Bouro não
poupou esforços para o divulgar,
foram implementadas várias activi-
dades para promoção e angariação
de votos. Estiveram presentes em
vários programas televisivos, rea-
lizaram uma prova de ciclismo
entre a Póvoa de Varzim e Terras de
Bouro, onde os 300 ciclistas vesti-
ram uma camisola com a seguinte
mensagem: “Gerês – Maravilha
Natural”. A campeã olímpica Rosa
Mota foi a figura pública escolhida
para madrinha da candidatura.
Depois deste esforço, a eleição
das terras do Gerês como uma das
sete maravilhas naturais de Portugal
encheu a região de muito orgulho e
honra. Algo visível no discurso do
Presidente da Câmara Municipal
de Terras de Bouro, Joaquim Cracel:
“A nossa vitória é, antes de tudo,
um orgulho para todos os terrabou-
renses e para todos os habitantes
do Parque Nacional e dos quatro
concelhos que o integram: Arcos
de Valdevez, Ponte da Barca, Mel-
gaço e Montalegre.”
Foco no desenvolvimento do concelho a nível turísticoPara o autarca esta vitória é uma
excelente oportunidade para por
em prática um dos seus grandes
objectivos: o desenvolvimento do
concelho a nível turístico. Acre-
dita que seja fácil de o conseguir,
mas pede algum apoio às entida-
des centrais no que diz respeito
à requalificação das estradas e
melhoramento dos acessos. Como
refere, “ainda é muito difícil chegar
a muitas das freguesias, as estradas
são muito sinuosas”. No âmbito da
Câmara Municipal compromete-se
a requalificar as vias municipais,
a alargar as estradas, a limpar
as matas e a recolher o lixo nos
parques de merendas, “a limpeza
também é uma forma de receber”.
Tem ainda na manga projectos
como a construção do Parque
Urbano, na Vila de Terras do Bouro,
o Aqua Cávado, que consiste na
implementação de trilhos pedes-
tres, centros de promoção turística
e criação de espaços de lazer. A
Ecovia do Gerês, na barragem de
Caniçada, que vai ter um percurso
pedonal e alguns trilhos para bici-
cleta. A construção, na Barragem
de Vilarinho da Furna, de uma
pista de canoagem, “porque não
queremos ter lá barcos a motor,
queremos continuar a preservar
aquela área e a canoagem é uma
actividade não poluente e seria um
pólo de atracção para os amantes
desta actividade”, assegura o pre-
sidente.
Joaquim Cracel tem ainda outro
desafio, o de combater a desertifi-
cação do concelho. A sua recandi-
datura depende da concretização
ou não desta meta. Neste sentido
faz um apelo a todos os empre-
sários para que invistam naque-
la região e que contribuam para
a criação de empregos e para a
fixação dos mais jovens na terra.
“Relativamente à desertificação não
temos tido grandes frutos, tem sido
uma tarefa muito complicada, mas
continuamos com esperança”.
Fica assim a esperança de que a
eleição das terras do Gerês como
uma das sete maravilhas de Por-
tugal traga à região mais do que
visitantes.
Maravilha NaturalNo Parque Nacional da Peneda Gerês respiramos beleza e harmonia. É a única área protegida portuguesa com essa denominação e é também uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, eleita recentemente no âmbito do concurso organizado pela New 7 Wonders Portugal, no dia 11 de Setembro, na cidade de Ponta Delgada, nos Açores.
PUB
Rosa Mota, Madrinha da Candidatura do Parque Nacional da Peneda - Gerês e Joaquim Cracel, Presidente
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1 4 | Mundo Social
» Ponto de Vista Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho
Sinónimo de Património
rqueologia é cada vez
mais uma actividade
complexa e que exige
muita dedicação e for-
mação contínua. Os avanços tec-
nológicos provam que se trata de
uma ciência social em constante
mutação e que não corresponde
ao mito criado pelo Indiana Jones.
Como explica Manuela Martins,
Responsável pela Unidade de
Arqueologia da Universidade do
Minho e Professora Catedrática da
mesma Universidade, “a arque-
ologia é um ciclo complexo que
começa no trabalho de campo,
passa pela produção de relatórios,
tratamento de dados e deve termi-
nar na publicação dos resultados
e na produção de novo conheci-
mento”.
A Unidade de Arqueologia da
Universidade do Minho (UAUM),
criada em 1977, tem um papel
muito importante na parte final do
ciclo, ou seja, na transformação
da investigação em conhecimen-
to, em publicações variadas. Os
alunos da Licenciatura e dos Mes-
trados em Arqueologia integram-
se nessa função tão importante.
A Unidade depende da Reitoria,
mas não é responsável pelos cur-
sos de ensino, apenas assume um
papel fundamental na formação
dos estudantes, no âmbito da rea-
lização de estágios de campo e
na produção de teses, porque
todos ganham. A Unidade porque
vê parte dos resultados do seu
trabalho de campo estudado, os
alunos porque ganham experiên-
cia de campo e de tratamento da
informação.
Esta Unidade foi criada para dar
resposta à expansão urbanística
da cidade de Braga, tendo como
função garantir a preservação do
património de Bracara Augusta,
cujo espólio pode ser visto actu-
almente no Museu D. Diogo de
Sousa, Museu de Arqueologia
em Braga. Desde meados dos
anos 90 o âmbito da acção da
Unidade tem vindo a alargar-se,
desenvolvendo vários projectos a
nível nacional, “cumprindo assim
com uma das normas estatuídas
pela Universidade do Minho, a de
se envolver com a comunidade
na perspectiva de estudo, defe-
sa, conservação e divulgação do
património”, refere Luís Fontes,
Assessor da Unidade de Arque-
ologia. A UAUM desenvolve as
suas actividades sobretudo em
quatro áreas principais, o estudo e
reconstituição Paleo-ambiental do
Norte de Portugal, a arqueologia
do povoamento e da paisagem,
a arqueologia urbana e a difusão
de informação através das novas
tecnologias. Alguns exemplos
dos projectos que desenvolveu,
ou desenvolve são: o Estudo e
reconstituição paleo-ambiental do
vale do Rio Côa, o Estudo da
Vila Medieval de Valença, ou a
Valorização do complexo mineiro
romano do Vale do rio Terva, em
Boticas.
Todas as iniciativas e actividades
da Unidade podem ser vistas no
site www.uaum.uminho.pt.
ALuís Fontes, Assessor da Unidade de Arqueologia. Manuela Martins, Professora Catedrática da Universidade do Minho
14_UMINHO E IGESPAR.indd 14 12-10-2010 16:37:17
arlos Almeida, Professor de
Arqueologia da Universi-
dade do Porto e sócio da
Mola Olivarum, defende a
necessidade de medidas que invertam
a conjuntura e acredita que a compo-
nente prática dos cursos é crucial na
formação de futuros arqueólogos.
A Universidade do Porto é a núme-
ro um em Portugal e uma das 500 a
nível Europeu, mas Carlos Almeida,
Professor de Arqueologia da Faculda-
de de Letras da Universidade garante
que “o objectivo é passar para as
melhores 100”. “O Porto está clara-
mente à frente nas preferências dos
alunos e é evidente que isto se reflec-
te na maneira de ensino”, garante o
professor.
Quando no ano 2000 Portugal
conheceu o Processo de Bolonha,
através da assinatura da Declaração
de Lisboa, muita coisa mudou no
Ensino Superior. Foram retirados anos
aos cursos e reduziram-se disciplinas.
Para Carlos Almeida essa situação não
favoreceu o curso de arqueologia:
“Ao tirarmos dois anos a uma licen-
ciatura que é muito específica dentro
do campo das Ciências Sociais, per-
demos sempre alguma qualidade”.
O Professor defende a existência
de uma componente teórico-prática
no curso e destaca a necessidade
dos futuros arqueólogos participarem
em escavações, o que deixou de ser
“essencial”. “Eu hoje posso licenciar
um arqueólogo que nunca foi a uma
escavação e isto antes de Bolonha era
impensável”, garante.
Para Carlos Almeida “o curso de
Arqueologia é muito especial dentro
da História”, mas acredita que o ensi-
no está entre “o que se pretende e o
que realmente é”.
O mestrado veio diminuir as dife-
renças entre os licenciados antes e
depois da implementação do proces-
so de Bolonha. Ainda assim, para o
arqueólogo, o título de mestre pode
não ser suficiente para a execução de
trabalho de campo. “Teoricamente,
um aluno com mestrado pode dirigir
uma escavação. O bom senso diz
que não e por isso é que o IGESPAR
(Instituto de Gestão do Património
Arquitectónico e Arqueológico) exige
um currículo”, acrescenta.
Ainda sobre as competências dos
recém-licenciados, Carlos Almeida
destaca a necessidade dos “arqueó-
logos terem, no final do curso normal,
um estágio profissional para, no final,
ver se servem ou não”.
Com o interesse dos jovens pela
arqueologia a aumentar, torna-se
essencial perceber o que diferen-
C
Mola Olivarum Ponto de Vista «
“O arqueólogo faz História a partir de pedras e cacos”
Outubro | 2010 | 1 5
cia os bons dos maus profissionais.
Para Carlos Almeida, um “arqueólo-
go faz História a partir de pedras e
cacos”. Enquanto o historiador trata
dos documentos escritos, “a função
de um arqueólogo é fazer História
com ferramentas criadas pelo histo-
riador”. A diferença entre os dois está
sobretudo no facto de “enquanto o
documento em papel continua lá e
pode ser reinterpretado, o que foi
escavado e destruído não pode ser
recuperado”, conta.
Carlos Almeida vai ainda mais
longe dizendo que “um arqueólogo
se não for um historiador não é nada.
É um técnico que produz coisas que
não têm interesse nenhum”. Com um
trabalho intenso no terreno e uma
análise alargada de pedras, pinturas
e tantas outras descobertas os arque-
ólogos vão, aos poucos, dando vida a
Historia ainda desconhecida.
Mola OlivarumParalelamente ao cargo de professor
Universitário, Carlos Almeida desem-
penha o papel de sócio na empresa
de arqueologia Mola Olivarum onde
tem que lidar com a enorme concor-
rência. “A forte competição que existe
nas muitas empresas (dada a alta
saída de licenciados todos os anos)
obriga a baixar preços de tal modo
que quase obriga os arqueólogos a
pagar para trabalhar”.
O arqueólogo defende o fim da
“desregulamentação no mercado”,
reforça a necessidade de medidas
por parte de “quem tem a respon-
sabilidade de tutelar a arqueologia
portuguesa” e sublinha a urgência
em instituir “uma tabela de preços
mínimos” referentes aos salários dos
trabalhadores.
A comunidade nem sempre é a
favor das escavações em determina-
das obras devido aos custos que isso
acarreta. “Num país rico e teorica-
mente evoluído, isto devia ser feito
pelo Estado”, declara Carlos Almeida,
mas a verdade é que apesar de quase
todas as Câmaras terem arqueólo-
gos municipais, “não têm equipas de
arqueologia e a lei proíbe que as
equipas municipais intervenham nos
privados”, acrescenta. Com todos
estes entraves, “na sobrevivência da
empresa, há trabalho, mas o arqueó-
logo é que sofre”, conclui.
PUB
15_MOLA.indd 15 12-10-2010 20:15:00
undo Social (MS): Quan-
do é que surge a Ordem
dos Médicos Veterinários
e com que objectivos?
Quais são as suas directrizes?
Laurentina Pedroso (LP): Com o
evoluir dos tempos e as preocupa-
ções com a independência, rigor
e profissionalismo do exercício
profissional, os médicos veteri-
nários sentiram necessidade de
atingir um estatuto já obtido em
outras Profissões Liberais. Assim,
foi-se tomando consciência que se
impunha a criação de uma orga-
nização com as características de
uma Ordem, pelo que ganhou
corpo e se foi generalizando essa
vontade. A Ordem dos Médicos
Veterinários surge assim a 4 de
Outubro de 1991, como institui-
ção representativa dos licenciados
em Medicina Veterinária.
A Ordem é uma associação
pública independente dos órgãos
do Estado e tem como objectivo
essencial a defesa do exercício da
profissão veterinária, contribuindo
para a sua melhoria e progresso
nos domínios científico, técnico e
profissional, o apoio aos interesses
profissionais dos seus membros
e a salvaguarda dos princípios
deontológicos que se impõem em
toda a actividade veterinária.
MS: Quando é que actual
Direcção tomou posse e quais
foram as principais alterações?
LP: A tomada de posse dos Órgãos
Nacionais e Regionais da Ordem
dos Médicos Veterinários, eleitos
teve lugar no dia 27 de Janeiro,
no Centro de Congressos de Lis-
boa. Pela primeira vez, foi eleita
uma Bastonária, para liderar os
destinos da Ordem durante os
próximos 3 anos. Os principais
objectivos da nova Direcção são
prestigiar e dignificar o papel do
Médico Veterinário na sociedade
e modernizar a Ordem.
MS: O que é necessário, quais
os requisitos para se fazer parte
da OMV? Actualmente contam
com quantos membros?
LP: Só os médicos veterinários
com inscrição em vigor na Ordem
podem exercer a actividade médi-
ca veterinária. Podem inscrever-se
na Ordem como membros efec-
tivos os portugueses ou estran-
geiros que residam em Portugal
licenciados em Medicina Veteri-
nária por escolas ou universidades
portuguesas autorizadas a con-
Pela primeira vez, a 27 de Janeiro foi eleita uma bastonária para liderar a Ordem dos Médicos Veterinários. A nova Ordem pretende, em 2011, continuar a estratégia de trabalhos apresentada no início do mandato e implementar o Projecto Confiança no Futuro – pioneiro no apoio aos recém-licenciados.
Laurentina Pedroso, Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários
Bastonária, para liderar os destinos da Ordem durante os próximos 3 anos. Os principais objectivos da nova Direcção são prestigiar e dignificar o papel do Médico Veterinário na sociedade e modernizar a Ordem”
M
16 | Mundo Social
» Ponto de Vista Ordem dos Médicos Veterinários
A nova era da Ordem dos M
ceder licenciaturas e, ainda, os
portugueses e os nacionais dos
Estados membros das Comuni-
dades Europeias habilitados com
cursos ministrados em universida-
des daqueles Estados equiparados
ou reconhecidos nos termos da
legislação aplicável.
MS: Que meios a Ordem dos
Médicos Veterinários tem para
o esclarecimento e apoio aos
vários membros que a consti-
tuem? Quais são as principais
vantagens de se ser membro?
LP: Para além da obrigatoriedade
legal de inscrição na OMV para
exercício profissional, os nossos
Membros usufruem actualmente de
uma série de regalias e benefícios:
16_17_OM VETERINARIOS.indd 2 13-10-2010 19:39:02
Outubro | 2010 | 1 7
s Médicos Veterinários
PUB
MS: Na Ordem dos Médicos
Veterinários têm por hábito assi-
nalar algumas temáticas? Por
exemplo, dia 4 de Outubro é
o dia mundial do animal, estão
a pensar assinalar este dia com
alguma actividade?
LP: O dia 4 de Outubro é um
dia especial para a OMV, pois
representa a data da sua criação.
Assim, foi instituída neste dia
a celebração do Dia do Médi-
co Veterinário, comemorando-
se igualmente o aniversário da
OMV e o Dia Mundial do Ani-
mal. Nesta ocasião, é entregue
a todos os médicos veterinários
recém-licenciados, um diploma
que é testemunho do juramento
no qual se obrigam ao respeito
das regras e princípios de ética
e deontologia próprias da pro-
fissão. São igualmente home-
nageados, com uma medalha
de mérito, Médicos Veterinários
que se distinguiram no exercício
da profissão.
Pretende-se que estas come-
morações tenham ampla distri-
buição geográfica, com inicia-
tivas em todas as Delegações
Regionais da Ordem dos Médi-
cos Veterinários.
MS: Qual é o plano de activi-
dades da Ordem dos Médicos
Veterinários para o próximo
ano? Já está estruturado?
LP: O Conselho Directivo da
OMV pretende continuar a sua
estratégia de trabalho no ano
2011, através do desenvolvi-
mento de iniciativas que valori-
zem o contacto personalizado
da Ordem com os colegas, o
apoio ao exercício da profissão,
o acesso a informação científica,
o acompanhamento e integração
dos jovens licenciados no mer-
cado de trabalho e a promoção e
divulgação da actividade médi-
co-veterinária na Sociedade.
Para além da continuação de
projectos como o Gabinete de
Apoio Profissional, a Forma-
ção Profissional Gratuita ou a
Biblioteca Online, pretende-se
a implementação do Projecto
Confiança no Futuro – pioneiro
no apoio aos recém-licenciados,
quer através da divulgação de
ofertas de emprego e estágios,
quer também pela promoção
de eventos que aproximem os
jovens do mercado de trabalho
(jobshops).
Gabinete de Apoio ao Exercício da Profissão e Informaçao Jurídica:Pretende-se, através deste Gabinete, dispo-
nibilizar aos membros da Ordem dos Médi-
cos Veterinários informação objectiva, fide-
digna e em tempo útil sobre questões que
se prendem com o exercício da profissão.
Biblioteca Online: A B-Online-OMV. Este espaço permitirá
o acesso à versão integral de 25 publicações
científicas internacionais de publicação
periódica. Esta biblioteca conta ainda com
uma área de publicações com contribuição
nacional, com as publicações das associa-
ções profissionais do sector médico-veteri-
nário, bem como com informação científi-
ca veiculada pela indústria farmacêutica,
de alimentos para animais e outras de rele-
vante impacto económico no nosso sector.
Encontro de Formação Ordem dos Médicos Veterinários 2010:
A OMV iniciou uma estratégia de suporte ao
aperfeiçoamento científico e desenvolvimento
profissional continuado para a classe médico
veterinária, garantindo assim acesso gratuito a
um programa de formação de valor científico
ímpar nas diferentes áreas de intervenção.
Protocolos: Desde há algum tempo que a Ordem tem
vindo a estabelecer protocolos com entida-
des de vários sectores, de modo a facilitar
o acesso aos serviços prestados por essas
entidades em condições especiais para os
membros da Ordem.
Ordem dos Médicos Veterinários Ponto de Vista «
16_17_OM VETERINARIOS.indd 3 12-10-2010 20:18:52
1 8 | Mundo Social
» Desfrutar Refúgio da Vila - Hotel Rural
Harmonia e tranquilidade, são bens preciosos
o Refúgio da Vila, conver-
tido num Hotel Rural em
1999, a harmonia e tran-
quilidade, são bens pre-
ciosos a saborear demoradamente
onde estão reunidas as condições,
para uma magnífica estadia. Este
espaço requintado tem as caracte-
rísticas ideais como ponto de parti-
da de uma aliciante viagem à des-
coberta desta região por explorar.
O Hotel dispõe de 30 luxuosos
quartos, dos quais 9 suites, equipa-
dos com ar condicionado, telefone
de acesso directo ao exterior, tele-
visão via satélite e mini-bar. Dis-
põe ainda de salas de conferência
e reunião, oferecem as condições
ideais para congressos, apresen-
tações empresariais e programas
de incentivo, num ambiente de
tranquilidade.
No Alentejo há outra noção do tempo e em
Portel, por entre as vastas planuras e
montados infinitos, descobrem-se as
riquezas da região e a sua herança cultural. Erguida a 341 metros de
altitude, num dos últimos contrafortes
da serra que lhe deu o nome, a vila crescia aos pés do castelo como que
prestando-lhe uma doce homenagem e no centro o charme
do Hotel Refúgio da Vila instalado
numa antiga casa agrícola.
NNo exterior, foi construído um
conjunto de quartos habilmente
decorados, que permitem usufruir
com excelente conforto e uma
total comunhão com a natureza.
Têm entrada directa pelo jardim,
pretendendo criar a sensação de
tratar-se de casinhas independentes.
O jardim, com frescos recantos de
sombra, integra também uma agra-
dável piscina, assim como, uma
horta típica onde poderá obser-
var o desenvolvimento de alguns
dos produtos próprios da região,
com destaque para os figos, romãs,
loureiros, laranjeiras, diospiros,
ervas aromáticas como coentros,
salsa, poejo, hortelã da ribeira, etc.
No terraço, preparado para reconci-
liadores banhos de sol, terá acesso a
um salão de convívio e jogos e ser-
virá de palco a agradáveis serões.
A sedução da cozinha alentejana
Utilizando as especiarias e pro-
dutos típicos desta rica região
agrícola, despertamos os autên-
ticos e genuínos sabores alente-
janos, estimulados com vinhos
regionais, transformando a tra-
dição da boa mesa numa desco-
berta única.
O Restaurante Adega do Refú-
gio está integrado no magní-
fico edifício do século XIX e
ocupa a antiga garagem das
charretes. Num espaço ele-
gante, requintado e tranquilo,
coberto por amplas abóbodas,
está essencialmente direccio-
nado para a comida regional.
Sob a batuta do Chef Miguel
Amaral, as especiarias e os pro-
dutos típicos desta rica região
(muitos deles provenientes
da horta biológica do próprio
hotel) são confeccionados, des-
pertando os clientes para os
autênticos e genuínos sabores
da deliciosa cozinha alente-
jana. “É obvio que a opinião
dos críticos é muito importante
para nós mas o que dá mesmo
prazer é ver o cliente comum
sair satisfeito”, refere orgulhoso
o chef Miguel Amaral.
PUB
18_REFUGIO DA VILA.indd 18 12-10-2010 20:46:30
om a quarentena, com
jaulas novas para os feli-
nos e com uma piscina
nova para as focas, temos
as condições necessárias e entendo
que o licenciamento vá ser con-
cedido ao Jardim Zoológico, em
Dezembro”. Esta é a convicção do
presidente da Junta de Freguesia da
Maia, Carlos Teixeira, responsável
pela criação do zoo em 1985. O
empenho para conseguir o licen-
ciamento é total e Carlos Teixeira
vai ainda mais longe: “temos um
projecto elaborado que ultrapassa
largamente estas obras e tem que
ser financiado pela Câmara e até
por um privado”.
Com o passar dos anos a legis-
lação tornou-se menos permeável,
as autoridades começaram a visitar
o zoo e as obras tornaram-se cada
vez mais necessárias. “O nosso
problema era o espaço, o jardim
era pequeno. Havia um excesso
de animais mas começámos lenta-
mente a enviá-los para outros jar-
dins e a dar-lhes outras condições.
Passámos a ter menos animais com
mais condições”, afirmou Carlos
Teixeira.
Um pouco por todo o jardim as
melhorias já se fazem notar: o urso
pardo já dá grandes mergulhos no
seu novo habitat, a arca de Noé está
totalmente renovada e o projecto
pedagógico já mostra a miúdos e
graúdos o nascimento de várias
espécies.
Depois do licenciamento con-
cedido, o objectivo é criar uma
fundação. “Queremos consolidar o
jardim porque a Junta de freguesia
é um órgão político. O zoo tem que
ficar entregue a uma administração,
o que não vai ser difícil porque se
trata de uma obra que é emblema
da Maia”, acrescenta.
O restaurante, o bar e a clíni-
ca veterinária aberta ao público
iam ajudando nas despesas mas a
necessidade de obras começou a
ser maior, as despesas mais aper-
tadas e o bilhete passou a cus-
tar 50 escudos. “O jardim recebia
milhares e milhares de visitantes, e
o bilhete, mesmo sendo limitado,
dava para suportar as despesas”.
Cerca de 35 anos depois da fundação,o Zoo da Maia está a sofrer obras de melhoramento que lhe irão valer o tão esperado licenciamento. O presidente da Junta de Freguesia da Maia acredita que se vai tornar “um dos maiores jardins do país, não em área, mas em qualidade.”
C
Zoo da Maia Desfrutar «
“Vamos ser dos maiores do país”
Outubro | 2010 | 1 9
“
PUB
A clínica veterinária está também
a ser modernizada, mas agora, de
forma a ajudar os animais do jar-
dim. “Foi fechada ao público, não
por falta de condições mas porque a
direcção geral de veterinária enten-
deu que não deviam entrar aqui
outros animais que podiam transmi-
tir doenças”, relatou o presidente.
Para Carlos Teixeira, “a função do
autarca é fazer qualquer coisa pela
sua terra: divulgá-la, projectá-la e às
populações”. O jardim é também
uma forma de ajudar a freguesia,
quer a nível financeiro, quer a nível
social. “Temos aqui a trabalhar
pessoas que não tinham lugar no
mercado de trabalho: pessoas com
deficiência, pessoas que cumpriram
penas de prisão, que estão recupe-
rados e estão cá”, disse o autarca.
Depois de dez mandatos na Junta
de Freguesia da Maia, Carlos Tei-
xeira diz-se “totalmente realizado
e feliz”. “Tive com pessoas que não
acreditavam no jardim e que são
os primeiros a dar-me os parabéns.
Valeu a pena a persistência porque
venci, venceu a terra, venceu a
obra”, concluiu.
19_ZOOMAIA.indd 19 12-10-2010 20:47:54
undo Social (MS): Quais
os principais recursos
económicos?
Élio Maia (EM): Os prin-
cipais recursos económicos advêm
da actividade dos sectores secun-
dário e terciário. O tecido empresa-
rial está organizado no movimento
associativo e caracteriza-se pela
vocação inovadora e pela responsa-
bilidade social.
MS: Quais têm sido as principais
apostas desde a tomada de posse?
EM: A maior iniciativa municipal
de sempre feita em Aveiro é o Parque
da Sustentabilidade, cujo orçamento
ascende a 14 milhões de euros. O
projecto passa pela renovação de
zonas verdes degradadas, requali-
ficando uma zona envelhecida do
território urbano. A reabilitação de
edifícios históricos, a construção do
centro de educação ambiental, de
pontes pedonais, de novos equipa-
mentos desportivos e a ligação gra-
tuita à Internet são também pontos
importantes.
Outra aposta é a construção de
Centros Educativos, em que as con-
dições de ensino e de aprendizagem
sejam as mais qualificadas. Em Avei-
ro apostamos na requalificação de
acessibilidades e é, para nós, uma
prioridade renovar e humanizar as
zonas industriais.
MS: Já passaram 6 anos da euforia
do EURO 2004, em Aveiro temos um
dos estádios que resultaram dessa
campanha. Que uso e analise é feito
dessa obra?
EM: O pagamento da obra ainda se
reflecte nas despesas do Município.
O pagamento mensal da manutenção
do estádio tem, também, um peso
relevante nas despesas da autarquia.
Se analisarmos com inteira raciona-
lidade o custo - benefício do novo
estádio perceberemos que, muito
certamente, haveria outras priorida-
des, outros investimentos, mais bara-
tos, com mais retorno e com mais
interesse estratégico e social.
MS: Qual a importância da Rede
Social no Município e quais as prio-
ridades que estão definidas?
EM: Considero a Rede Social do
Município muito importante para
que o nosso Concelho seja mais
justo, mais fraterno, mais solidário e
onde seja bom viver. As prioridades
são as de organizar as entidades que
oferecem respostas sociais, o fomen-
to da empregabilidade, o apoio no
acesso à habitação condigna e a
prossecução dos fins que assegurem
a saúde pública.
MS: As medidas do Ministério da
Educação que prevêem o fecho de
escolas com menos de 20 alunos
afectaram o município?
EM: A vereação sentiu-se afectada
e manifestou à Direcção Regional de
Educação do Centro o agravo que
provocou a decisão de encerrar as
escolas do 1º ciclo do Ensino Básico
de Aradas e de Eirol. A Autarquia
aveirense estranhou a forma extem-
porânea como foi divulgada a lista,
sem qualquer aviso ou comunicação
prévios, já que os estabelecimentos
de ensino básico previstos encerrar,
estariam dependentes do protocolo
ainda por celebrar entre a Câmara
Municipal de Aveiro e o Ministé-
Com cerca de 77 mil habitantes, 199.77 m2 e 14 freguesias, o Município de Aveiro ainda alia o desenvolvimento da cidade à luta para pagar o estádio construído no Euro 2004. Para o presidente, Élio Maia, é importante ter esperança e implementar as respostas sociais que as comunidades requerem.
M
2 0 | Mundo Social
» Desfrutar Câmara Municipal de Aveiro
Aveiro: Inovação é palavra de ordem
rio de Educação. Esta
situação afigurou-se
grave já que, depois
das decisões toma-
das centralmente,
os municípios são
chamados a dialo-
gar com a Comu-
nidade Educativa e
a garantir os trans-
portes, condições e
refeições nas escolas de acolhimen-
to, motivando receios e dúvidas por
parte dos Encarregados de Educação,
e gerando resistências e protestos que
têm as autarquias como primeiros
destinatários.
MS: Em termos de património natu-
ral e histórico, que “monumentos”
existem e qual a importância dos
mesmos para o Município, nomea-
damente no turismo?
EM: A Ria de Aveiro é uma pérola
da natureza cuja paisagem encanta
qualquer pessoa. A praia de São
Jacinto é outro brinde da
natureza que deve ser conhecido, a
par da Reserva Natural existente na
freguesia. Em termos de património
histórico refiro dois museus, cuja
visita permite conhecer a cultura e
a identidade aveirenses: o Museu da
Cidade e o Museu de Aveiro.
MS: Mensagem para os leitores e
para os habitantes?
EM: Quero deixar uma mensagem
de esperança, em que o futuro sorria
para aqueles que se debatem com
dificuldades.
Élio Maia, Presidente
de acolhimen- Jacinto é outro brinde da
20_CM AVEIRO.indd 20 12-10-2010 21:28:39
ça de Queirós escreveu:
“um dos lugares mais
deliciosos do mundo”.
Desconfio que o mesmo
tinha provado um dos doces tra-
dicionais, cuja receita nasceu nos
conventos e secularizou-se para
poder fazer sonhar quem se delicia
com os frutos do mar recheados
com gema de ovo. Numa modesta
porta de Aveiro, conhecida outros
tempos por “as velhinhas da Beira-
Mar”, a frase do escritor continua a
ser actual, afinal, este é o lugar mais
delicioso do mundo.
Maria da Apresentação da Cruz e
Herdeiros, doces tradicionais, era
da sogra da nossa entrevistada, e
este é um saber familiar transmi-
tido e guardado como se de uma
confissão se tratasse. O segredo
não é nenhum, desvenda a entre-
vistada, a arte está na perfeição, no
empenho, na promessa. “Não exis-
tem segredos nenhuns, é a mesma
receita que passou gerações, desde
a tia da minha sogra, fazemos da
mesma maneira há mais de 100
anos” revela Silvina Raimundo que
continua, “sempre vivi separada
mas em conjunto com a minha
sogra e comecei a ganhar o gosto
pelo fabrico dos ovos moles. A
minha sogra quando começou a
ficar debilitada, devido à idade, vi
que da parte dela havia um prazer
muito grande pela feitura dos ovos
moles e prometi que íamos continu-
ar a fazê-los, não havia razões para
estar aflita”, conta-nos com a bonita
idade de 82 anos.
Um fogão a lenha, pedaços de
madeira, tachos de cobre, colheres,
tradição, gosto e sabedoria, muita
tradição, muito gosto e muita sabe-
doria, a repetição é propositada e
Silvina Raimundo, com 82 anos,
recebeu-nos com o suave peso de
E
Maria da Apresentação Cruz e Herdeiros Desfrutar «
A divulgar sabores desde
1882
Outubro | 2010 | 2 1
uma actividade iniciada em 1882.
Os ovos moles da confeitaria Cos-
teira eram os melhores e os mais
famosos de Aveiro e foi quando esta
fechou que a entrevistada garan-
tiu à sua sogra que a Maria da
Apresentação da Cruz e Herdeiros
continuaria a produzir e vender os
mais famosos e procurados doces
tradicionais. “Começamos a vender
à porta, primeiro em quantidades
pequenas mas depois foram divul-
gando e, felizmente, montamos este
pequeno negócio”, o saber apenas
era vendido na origem, sem inter-
mediários para gáudio dos clien-
tes. Hoje continuam a vender no
mesmo local mas ter espaços de
revenda é algo que está a ser anali-
sado para continuarem a divulgar a
doçaria tradicional.
O espaço continua a ser o mesmo
com as alterações necessárias ao
longo dos anos mas sempre com a
mesma modéstia. Silvina Raimundo
já teve a oportunidade de modificar
a fachada mas não seria apenas
essa a mudança, toda uma tradição
e conhecimento teriam de ser adap-
tados e as “velhinhas da Beira-Mar”
perderiam a sua característica porta
de garagem cujo nome é símbolo
de ovos moles.
No interior da fábrica os sonhos
continuam e as expectativas não são
em vão, Silvina Raimundo explica-
nos o processo. As gemas depois
de misturadas na calda convidam a
doces sabores e as hóstias em forma
de conchas, búzios, amêijoas ou
peixes, separadas em duas, esperam
pelo recheio, depois para ficarem
unidas e com um aspecto brilhan-
te é espalhada calda... espera-se...
espera-se e com alguma paciência,
saber e mestria finta-se o tempo até
podermos provar o doce regional
na casa mais tradicional.
Silvina Raimundo e Maria João os rostos da tradição
Uma fábrica que não devia ser frequentada por diabéticos, ou pelo menos evitado, mas este
pequeno doce torna-se grande e atractivo nas palavras de Silvina Raimundo. Esta é a doçaria
por excelência de Aveiro. A tradição de um peso ancestral e familiar continua a mover todos os dias “as velhinhas da beira-mar”.
PUB
“
21_OVOS MOLES.indd 21 13-10-2010 19:40:03
Glicínias Plaza tem 25 mil
m2, 85 lojas, 7 salas de
Cinema Lusomundo, alguns
quiosques, um hipermercado Jumbo
com 8.160 m2, uma área de influência
com a população de 200.000 habi-
tantes, um parque de estacionamento
de 2000 lugares gratuito e coberto.
No sector dos serviços disponibiliza:
Bancos, Lavandaria, Sapateiro, Infor-
mática, Chaves e Cofres, Cabeleireiro,
Telecomunicações. No sector da moda
tem algumas marcas âncora como a
C&A, Lanidor, Sephora e Multiópticas.
É conhecido pela sua zona de restau-
ração, bastante variada e completa,
com 700 lugares sentados, competiti-
va em termos de preços, o que a torna
num dos pontos fortes deste shopping.
Situado numa zona privilegiada, na
entrada principal da cidade de Avei-
ro, com ligação ao Norte e ao Sul, o
Glicínias Plaza tem tudo o que precisa
para o seu dia-a-dia.
“Procuramos crescer e evoluir ao
ritmo das novas tecnologias”
Ana Pinhal, Directora de Marke-
ting da LBM (Le Brion-Manage-
ment), empresa que gere os cen-
tros comerciais, fala das várias ini-
ciativas e actividades do shopping.
“Nos últimos tempos o Glicínias
Plaza tem procurado crescer e
evoluir ao ritmo das novas tecnolo-
Existem espaços que devem ser visitados e o Glicínias Plaza, em
Aveiro, é um deles. Um espaço comercial e de lazer que prima
pelo seu dinamismo e actualidade. Abriu as suas portas em 1999 e recebe uma média
de 25 mil visitantes por dia. O Director
de Exploração, Jorge Buco, caracteriza
o cliente Glicínias: “Estudos de mercado
mostram que o cliente Glicínias é um cliente
de todas as classes sociais, de todas as
idades, proveniente de vários pontos do país,
algo que se justifica pela nossa oferta
variada”.
O
» Desfrutar Glicínias Plaza
O lado bom da vida!
gias. Neste sentido tivemos a pre-
ocupação de implementar várias
campanhas a nível interno e mais
recentemente a nível externo”.
A nível interno, a equipa de
marketing, investe em várias cam-
panhas tendo como finalidade
atrair novos clientes e fidelizar os
que já são frequentadores. Com
este objectivo de fundo apostam
em campanhas de verão, com
concertos no exterior do edifí-
cio. Em campanhas de Natal, nas
comemorações dos aniversários,
em Novembro comemoraram o
11º aniversário com o tradicio-
nal bolo de anos e um desfile
de moda. Em exposições, vão ter
uma de automóveis antigos de
9 a 23 de Outubro, ofereceram
bilhetes duplos para cinema de 14
de Setembro a 14 de Outubro e ao
longo do ano vão oferecendo vales
de desconto para serem usados
nas várias lojas. Futuramente vão
investir na comunicação externa,
com Outdoors, publicidade na
rádio e na imprensa. Todas estas
acções só comprovam a dinâmica
deste shopping.
Ana PinhalDirectora de Marketing da LBM
Jorge BucoDirector de Exploração
22_ 23_GLICINIAS.indd 2 12-10-2010 20:58:22
Glicínias Plaza Desfrutar «
Outubro | 2010 | 2 3
A preocupação com o social e os mais carenciados
A preocupação de cariz social
tem sido um marco deste shopping,
apesar de não o divulgarem. Ana
Pinhal admite que “os nossos clien-
tes precisam de saber que o nosso
objectivo não é só o lucro, também
nos preocupamos com as questões
sociais, com os mais desfavoreci-
dos”. Todos os anos o Glicínias Plaza
disponibiliza gratuitamente o espaço
para o Banco Alimentar fazer a reco-
lha de alimentos. Em cooperação
com a Câmara Municipal de Aveiro
oferece, duas vezes por ano, sessões
de cinema para idosos, chegam a
Aveiro 10 autocarros cheios de pes-
soas que vão ter a oportunidade, de
pela primeira vez, ver um filme. Têm
também um concurso de Árvores de
Natal, as escolas mais carenciadas
do concelho são convidadas a parti-
cipar, só têm de decorar as 13 árvo-
res segundo um determinado tema.
Existe um prémio para a escola ven-
cedora, mas todas elas recebem pré-
mios tendo em conta as principais
necessidades. Já foram entregues
computadores, instalaram Internet
numa das escolas e oferecem mate-
rial escolar, fatos de treino, sapati-
lhas, entre outras coisas. Em 2010,
no dia Mundial da Criança, fizeram
um concurso, em que convidaram
uma marca automóvel a disponibi-
lizar quatro carros para que quatro
escolas desfavorecidas os pudessem
pintar. Mais uma vez entregaram
vários prémios e proporcionaram a
todas aquelas crianças um dia diver-
tido e diferente. A preocupação de
cariz social vai continuar a ser uma
preocupação para este shopping.
As novidades para 2011Em 2008 o shopping sofreu uma
ampliação onde se apostou no seg-
mento de beleza, saúde e moda.
Esta ampliação surge porque apesar
de ser um centro comercial de servi-
ços, a moda representa, em termos
de facturação, uma fatia bastante
representativa. Já para 2011 estão
previstas obras de remodelação,
onde se vai apostar numa imagem
mais actual e uniforme de todo o
edifício. As diferenças vão ser nota-
das de forma gradual.
A adesão ao Cartão Cliente Glicí-
nias Plaza vai continuar a dar acesso
a vários descontos, ofertas e promo-
ções na maioria das lojas. A gestão
continua a acreditar nos benefícios
deste cartão e como tal foi criada
uma base de dados de todos os clien-
tes, conta já com 15 mil pessoas.
Esta é uma forma simples e directa
de dar a conhecer aos clientes habi-
tuais todas as campanhas e acções
promocionais. A adesão ao cartão
é gratuita e as condições podem ser
consultadas no site do centro comer-
cial www.glicinias.pt.
Actualmente, a aposta nas novas
tecnologias já é visível, a Glicínias
TV, uma televisão com conteúdos
internos, que pode ser vista na zona
da restauração, os directórios touch,
o Wi-Fi gratuito. No próximo ano
essa aposta vai ser ainda mais evi-
dente, com algumas novidades que
ainda não podem ser reveladas.
Deixamos a garantia de que o
Glicínias Plaza vai continuar a tra-
balhar para a satisfação dos seus
clientes e visitantes. Fique atento às
novidades.
22_ 23_GLICINIAS.indd 3 12-10-2010 20:58:45
iência por detrás da man-
teiga é o nome do primei-
ro de dez episódios do
Fábrika, ciência a brincar.
Totalmente desenvolvido na Fábri-
ca Centro Ciência Viva de Aveiro, o
magazine resulta de uma parceria
entre a SIC, a Universidade de Avei-
ro e a Fábrica Centro Ciência Viva.
“O desafio foi lançado há cerca de
oito meses. Temos know how, temos
conteúdo, começámos a trabalhar
e conseguimos dar resposta”, conta
Pedro Pombo, director do Centro.
“Já tínhamos uma equipa dedicada a
televisão porque o Ciência Viva tem
um canal na internet, a CVTV, e toda a
componente relacionada com vídeo é
realizada por nós. Contratámos alguns
serviços fora, investímos em equipa-
mentos e foi uma aposta que acha-
mos interessante”, acrescenta.
Com duração de cerca de cinco
minutos, os episódios permitem
encontrar ciência nas coisas mais
simples, desde gelados científicos até
aos foguetões que lançam “ciência”.
O objectivo é “de uma forma simples
“Fábrika, ciência a brincar” é o mais
recente desafio da Fábrica Centro
Ciência Viva de Aveiro. O magazine
estreou a 14 de Setembro, na SIC
K, e é dedicado ao público infantil
com o objectivo de mostrar a
simplicidade e a beleza da ciência.
C
2 4 | Mundo Social
» Desfrutar Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro
Fábrica Centro Ciência Viestreia-se na SIC K
e directa mostrar a ciência em cada
tema de uma forma experimental”.
O magazine da SIC K desenrola-se
nos vários espaços da Fábrica e é
também uma forma de a promover.
“Pretende-se que os jovens experi-
mentem em casa com os pais ou
levem a ideia para a escola. Algumas
experiências são feitas com materiais
de supermercado, que se encontram
no dia-a-dia, outras são coisas mais
sofisticadas. Nesses casos, convida-
mos o público a vir à Fábrica expe-
rimentar. É uma forma de promover
a visita de pessoas que estão mais
afastadas”, garante o responsável.
Paralelamente, o Centro tem projec-
tos para todas as idades que decor-
rem dentro e fora das instalações.
“Na barriga do caracol” é uma sala
dedicada aos mais novos onde, para
além de outras actividades, é possível
entrar na barriga de um caracol gigan-
te e ouvir histórias com ciência.
Na Fábrica é possível fazer pão,
gelados, suspiros, scones ou chá e
perceber um bocadinho da química
alimentar. “A cozinha é um labora-
tório” é a prova de que por detrás
das coisas simples do dia-a-dia estão
experiências bastante simples.
O “Laboratório com paredes de
vidro”, a exposição “Mãos na massa”,
os “Filmes 3D”, o “Sítio dos robôs” e
a “Oficina dos robôs” ou o espaço
“Mente bola”, onde é possível movi-
mentar uma bola só com o poder do
cérebro, são apenas algumas das acti-
vidades que o Centro disponibiliza.
Para além disso, há espectáculos
e teatro sobre ciência, concursos de
fotografia, exposições temporárias e
diversas iniciativas resultantes de par-
cerias. “Temos várias ofertas para as
famílias, actividades ao fim de semana
que decorrem na Fábrica ou num
hotel onde as crianças vão falar com
um cientista ao pequeno-almoço”,
relata o director.
As festas permitem aos mais peque-
nos celebrar os aniversários com
ciência, enquanto as happy hours de
ciência são uma mais-valia para as
escolas. “Temos uma lista de temas
que a escola pode escolher e, desta
forma, os estudantes podem ter uma
conversa com um cientista”
Para quem não pode ter o Centro
perto de casa, “existem os “serviços
de ciência” em que há um conjunto
variado de propostas e actividades
disponíveis. É apresentado um orça-
mento que serve para viabilizar a des-
locação, que pode ser em qualquer
parte do país e do mundo”, diz.
A itinerância é cada vez mais uma
aposta da Fábrica uma vez que leva
a informação a um maior número de
pessoas. Ao mesmo tempo, “promove
a sustentabilidade do Centro, pois
permite obter algum financiamento
directo e promover as receitas pró-
prias ”, refere Pedro Pombo.
Há seis anos a popularizar ciênciaEm 2004, a Fábrica Centro Ciência
Viva de Aveiro começou a dar os
primeiros passos. Propôs-se “popula-
rizar a ciência, divulgá-la e promover
a sua compreensão pública”, e seis
anos depois continua a melhorar.
“Temos vindo a crescer, especialmen-
te ao nível de itinerâncias porque o
Pedro Pombo, Director do Centro
24_25_ CCVIVA.indd 2 13-10-2010 19:41:13
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Desfrutar «
Viva de Aveiro
Outubro | 2010 | 2 5
Centro tem que interagir mais para
que consigámos levar a nossa mis-
são o mais longe possível”, garante
Pedro Pombo. Apesar de o Centro
ser dirigido a toda a população, 85%
dos 30 mil visitantes que recebe por
ano são escolas. “As escolas já vêem
os Ciência Viva como parceiros e é
importante que se veja o ensino de
ciência como um todo: envolvendo o
ensino formal e não formal, a compo-
nente que se faz nas escolas e a que
se faz fora”, assegura o director.
Fruto de uma parceria entre a
Universidade de Aveiro e a Agência
Nacional para a Cultura Científica
e tecnológica e situada na antiga
Fábrica de Moagens de Aveiro, o
Centro Ciência Viva é um dos vinte
a funcionar no país. “Foi criado para
que na região existisse uma entidade
dedicada à promoção da cultura cien-
tífica e da divulgação da ciência junto
do público em geral”, conta.
Em Aveiro, o Centro possui uma
ligação próxima com a Universida-
de de Aveiro e, para Pedro Pombo,
isso traz muitas vantagens. “ Temos
à disposição variados laboratórios,
equipas, colegas, um conjunto enor-
me de ideias que podemos utilizar,
implementar e adaptar para o con-
texto da comunicação de ciência.
Isso traz-nos uma diversidade muito
grande a nível de programação, uma
riqueza muito interessante ao nível
de conteúdos, um rigor científico
de alto nível e uma capacidade de
resposta bastante grande”.
O espírito lúdico e experimental
da Fábrica cativa facilmente os mais
pequenos, mas também os pais. “Os
pais já se preocupam em trazer os
filhos para ver se eles se interessam
por estes assuntos”, relata o director
que sublinha a importância do ensi-
no não formal. “Aqui podem dedicar
umas horas a um tema da ciência e
é claramente um momento lúdico,
pois os espaços e laboratórios não
são como os das escolas. Sentem que
é algo longe do ambiente escolar e,
sem dar conta, discutem e exploram
temas de ciência”.
Pela frente estão, ainda, inúmeros
projectos que querem ver concretiza-
dos. “Ideias não faltam, falta tempo e
pessoas. Somos uma equipa relativa-
mente grande no contexto dos Cen-
tros de Ciência. Ainda assim, somos
cerca de 16, não somos 30”, diz
sorridente Pedro Pombo. O direc-
tor está perfeitamente convicto da
importância da Fábrica. “Qualquer
país desenvolvido deve ter este tipo
de serviço público, pois cultura não
é só música, teatro, poesia, pintura, é
também ciência”, conclui.
PUB
24_25_ CCVIVA.indd 3 12-10-2010 17:22:16
omo afirma Lídia San-
tos, filha dos fundadores
e sócia, “Não queremos
desvirtuar o conceito ini-
cial do restaurante. Continuamos a
apostar na comida tradicional, no
regional, nas receitas antigas, mas
também queremos inovar. Como
costumo dizer, é fazer pratos novos
com ingredientes velhos”. Para a
consecução desse objectivo contam
com o apoio do Chef Jorge Pardal,
quer na confecção de novos pratos
quer na elaboração de ementas.
O NCL (Nova Casa dos Leitões)
continua a ter como pedra basilar
o “Leitão Assado à moda da Bair-
rada”, conseguindo assegurar um
elevado padrão de qualidade na
sua preparação pelo facto de pos-
suir matadouro próprio para abate
de leitão. Não obstante, procu-
ra, para além de oferecer pratos
típicos da Bairrada tais como a
“Chanfana”, a “Cabidela de Lei-
tão”, o “Cabrito Assado”, apostar
na diversificação gastronómica, de
O “Nova Casa dos Leitões” é um
restaurante familiar prestes a perfazer
meio século de existência. São
cinquenta anos a apostar na qualidade, no bom atendimento,
e na fidelização dos seus clientes.
Provenientes de vários pontos do país
e frequentadores assíduos há vários
anos, os clientes do NCL são já parte da
família, propiciando-se um clima de
encontro de gerações.
C
2 6 | Mundo Social
» Desfrutar Nova Casa dos Leitões
“Inovar a partir do trad
mais indicado. Note-se o facto de
possuirmos a nossa própria adega,
a Quinta da Mata Fidalga. Situada
na proximidade do restaurante, a
mesma é responsável pela produ-
ção da maioria dos vinhos e espu-
mantes consumidos no NCL”.
A clientela do NCL é ela pró-
pria bastante diversificada. Um dos
objectivos a curto prazo passará
pela criação de atmosferas específi-
cas para cada uma das quatro salas
existentes, de modo a oferecer aos
clientes o ambiente mais procurado,
e que poderá ir do estilo mais rús-
tico ao mais sofisticado e urbano,
seja pela utilização de copos mais
altos e elegantes, seja pela diferente
disposição das mesas, ou ainda por
uma decoração mais actual.
“Projectos para o futuro”Ana Santos, gestora do restauran-
te, encara o seu trabalho como
um desafio diário e acredita que
é importante apresentar novidades
Lídia Santos, proprietária, e Ana Santos, gestora
que são exemplo o “Peixe Fresco
Grelhado”, o “Menu Infantil” e até
mesmo um “Prato Vegetariano”. As
ementas são periodicamente revis-
tas e adaptadas à estação do ano.
O restaurante NCL gosta de marcar
a diferença e arriscar em novos
pratos, sendo o mais recente o
“Leitão Braseado com salteado de
cogumelos brancos e feijão verde
com batata”. Uma outra nova igua-
ria posta à disposição dos clientes
do NCL é o “Paté de Leitão”. Extre-
mamente aromático, pode dizer-se
que o mesmo já fidelizou um gran-
de número de clientes. Em resumo:
ao sucesso do NCL subjaz a aposta
em produtos frescos, naturais e de
grande qualidade!
Segundo Ana Santos, gestora do
NCL, “Indissociáveis da gastrono-
mia são os vinhos de mesa e os
espumantes. No NCL, os vinhos
espumantes têm um consumo mais
expressivo do que os vinhos de
mesa. Isto porque, para o prato
de leitão o espumante tinto é o
26_27_ LEITOES.indd 2 13-10-2010 19:44:30
Nova Casa dos Leitões Desfrutar «
adicional”
Outubro | 2010 | 2 7
aos clientes. Apesar de defender
que “O leitão é um produto dife-
renciador da nossa gastronomia,
podendo mesmo ser elevado à con-
dição de embaixador de Portugal”,
acha importante variar a oferta e
introduzir novidades na ementa.
“Até à data, as reacções dos clien-
tes às nossas escolhas têm sido bas-
tante positivas, como comprovado
pelas sugestões deixadas pelos nos-
sos clientes”, acrescenta. Nas suas
palavras: “O NCL vai continuar
a investir fortemente na formação
dos seus recursos humanos pois
considera que este é um dos cami-
nhos para o seu crescimento. Em
virtude de parcerias estabelecidas
com escolas profissionais da zona,
recebemos frequentemente estagiá-
rios do ramo de hotelaria, que, não
raro, passam a integrar os quadros
da empresa. Somos responsáveis
por empregar uma média de ses-
senta pessoas. O funcionário mais
antigo está na casa há quarenta e
dois anos, o que é um indicador
claro de que oferecemos boas con-
dições de trabalho”.
De referir que o público-alvo do
NCL está em mutação, sendo cada
vez mais as camadas mais jovens a
frequentá-lo. “Agrada-me muito ter
uma clientela jovem porque é sinal
que temos continuidade, que ainda
estamos para durar” acrescenta
com visível satisfação Lídia Santos,
herdeira do legado familiar.
Recentemente, o NCL realizou um
investimento avultado na moderni-
zação dos seus meios informáticos
com vista a facilitar a gestão. As
novas tecnologias são também usa-
das como forma de contacto com
os clientes habituais aquando da
divulgação das várias iniciativas
levadas a cabo pelo restaurante.
O NCL marca igualmente pre-
sença na Rota da Bairrada. Como
refere Ana Santos: “Temos de estar
associados a quem queira promo-
PUB
ver a Bairrada e a sua gastronomia.
Agrada-me bastante que os outros
restaurantes também estejam a tra-
balhar para alcançar mais e melhor.
Uma concorrência saudável tradu-
zir-se-á em proveito para todos’’.
(Veja a oferta do Nova Casa dos Leitões
em www.novacasadosleitoes.pt
e prove as suas iguarias e pratos
tradicionais na Estrada Nacional 1 –
Peneireiro, Aguim.)
26_27_ LEITOES.indd 3 12-10-2010 17:27:00
ara além da selecção de
produtos de primeira tam-
bém têm cinco fornos a
lenha, onde diariamente
ardem cascas de eucalipto e vides.
O leitão é assado na hora e ainda a
fumegar, passado 1 hora e 45 minu-
tos, retalhado à frente dos clientes.
Um manjar pronto a ser dividido por
quem o aprecia. Esta foi a forma que
o gerente encontrou de mostrar que
confia no seu produto e que assume
todo e qualquer risco. A cozinha
é aberta, ou seja, o cliente tem a
oportunidade de ver como é que os
pratos estão a ser confeccionados,
mais uma prova dessa segurança.
No Restaurante Espelho d’Água,
também, são conhecidos pela qua-
lidade no atendimento, a equipa
é jovem e com anos de experiên-
cia em hotelaria. Como afirma José
Pereira, habituado a estas lides e a
trabalhar com os melhores desde
os 12 anos: “Existem muitos res-
taurantes de qualidade na Mea-
lhada, podemo-nos destacar pelo
atendimento, pela simpatia, pela
boa disposição e profissionalismo”,
princípios que têm pautado a vida
do entrevistado que sempre esteve
ligado à restauração. Sabem inter-
pretar a disposição e os sinais que
o cliente transmite e dessa forma
primam por um atendimento de
excelência, este é o “O Bem Servir,
o Bem Receber” que é lema deste
espaço de requinte e atenção.
A gerência não tem qualquer
pudor em assumir que apostam no
cliente de classe média/alta. Aquele
cliente que quer fazer a sua refei-
ção calmamente, num ambiente
moderno, acolhedor, agradável e
de confiança. Com este objectivo o
Restaurante não aposta no conceito
das diárias, mas oferece uma refei-
ção completa com: Entradas, Leitão,
Sobremesa e Café. Um menu de
demonstração e degustação onde o
leitão e a qualidade do mesmo são
posta à prova pelo exigente paladar
dos clientes.
O cardápio ao longo dos anos
tem vindo a diminuir para poderem
focar-se no mais importante, a quali-
dade do manjar. As suas especialida-
des são: Leitão Assado da Bairrada,
Posta à Mirandesa, Polvo à Lagarei-
ro, Paelha de Marisco, Franguinho
de Churrasco, Costeleta de Novi-
lho Gandaresa, Bacalhau assado na
brasa com batata a murro e grelos.
O Restaurante Espelho d’Água
O Restaurante Espelho d’Água foi distinguido pela Câmara Municipal da Mealhada com o Símbolo de Qualidade em Leitão assado
da Bairrada. Para o gerente do espaço, José Pereira, o segredo do sucesso “passa por trabalhar com produtos de qualidade, a
banha, a pimenta, o alho e a carne têm de ser escolhidos com rigor”.
P
2 8 | Mundo Social
» Desfrutar Restaurante Espelho d’Água
Deixe-se surpreender p
José Pereira
Gerente
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Restaurante Espelho d’Água Desfrutar «
r pelo bom gosto!
Outubro | 2010 | 2 9
Percurso do assador de leitões: Alcino Ferreira de Jesus:Belarmino dos Leitões e Espelho d`água
Percurso do chefe de cozinha: José Manuel Pereira DuarteRei dos leitões, Churrasqueira Rocha, Aires dos Leitões e Espelho D água
Percurso do chefe de mesa: Rogério Simões de AlmeidaPompeu dos Frangos, Floresta dos Leitões, Restaurante Barril, Churrasqueira Rocha e Espelho D água
Percurso do gerente: José Carlos PereiraChurrascaria Tem Tem, Rei dos leitões, Portão e Espelho d àgua
PUB
assume como estratégia de divul-
gação o fazer parte das várias ini-
ciativas promovidas por entidades
da região. São membros da Rota
da Bairrada e patrocinadores ofi-
ciais das “4 Maravilhas da Mesa
da Mealhada”, a Água do Luso,
o Pão, o Vinho das castas da
Bairrada e o tradicional Leitão.
José Pereira considera que este é
um projecto com muito poten-
cial, a única condição imposta é
que cada casa utilize os produ-
tos da região, com enfoque nos
quatros elementos anteriormente
referidos, o melhor que a região
oferece, afinal aqui é onde a
vida tem mais sabor. Esta é uma
oportunidade para todos os res-
taurantes se unirem e trabalharem
para a promoção da Mealhada,
também poderá ser uma oportu-
nidade de deixarem de fazer con-
corrência directa mas trabalharem
em uníssono pelos produtos da
terra, produtos que exportam e
pelos quais são sobejamente reco-
nhecidos. Algo que ainda tem de
ser conquistado. O projecto 4
Maravilhas da Mesa da Mealhada
é o casamento perfeito entre os
restaurantes e os produtores. O
orgulho nos produtos da região e
a merecida distinção que o Res-
taurante Espelho d’Água mereceu,
originou que José Pereira fizesse,
na entrada, uma exposição com
os produtos distinguidos.
Conheça as instalações e as ofer-
tas do restaurante Espelho d’Água
em www.restauranteespelhodea-
gua.com mas para poder degustar,
saborear e comprovar o risco, que
José Pereira assume com a sua
equipa, as portas estão sempre
abertas para o receber. À segunda-
feira a equipa tem o merecido
descanso para poder recebê-lo
como sempre foi apanágio e para
prepararem os leitões, o molho e
a batata-pála característica deste
prato suculento ao qual nem a
dupla Obelix e Astérix resistiam.
Afinal este é o segredo dos Deu-
ses onde diariamente, qual ritual
sagrado, a tradição funde-se com a
modernidade para o satisfazer.
28_29_ RESTAURANTE.indd 3 12-10-2010 21:04:09
um projecto antigo, e que
demorou a ser concreti-
zado, mas estamos muito
satisfeitos com a nossa pre-
sença em Aveiro. Está finalmente em
acção”. Não interessa precisar tempo
e hora mas destacar a presença activa,
a novidade e a diferenciação de uma
empresa que traz consigo a experiên-
cia de anos a navegar por outros rios.
Este é um projecto ainda jovem pois,
apenas, navegam na Ria há pouco
mais de um mês. “Queremos cres-
cer, fazer um bom trabalho e a cada
passo mais e melhor. Desenvolver um
bom projecto em Aveiro onde temos
ligações familiares, todo este cunho e
dedicação pessoal para além do pro-
fissional traz outro carinho aos nossos
projectos”.
No início de Agosto a Ria de Aveiro
foi invadida pelo Douro, desta vez
desceram, mas para continuar a prestar
um bom serviço pelo turismo e pelas
maravilhas de Portugal. “Tínhamos de
tentar marcar, diferenciar, e julgo que
fomos bem aceites pela cidade, popu-
lação e entidades. Neste momento os
próprios turistas sentem vontade de
nos conhecer. A implementação não
foi fácil, até pela espera para podermos
operar, mas julgo que a nossa presença
é notória”. Uma presença visual como
é hábito dos coloridos e típicos barcos
de Aveiro, o Moliceiro e o Mercantel,
usados no comércio de apanha do
moliço e transporte de sal, respecti-
vamente, mas que estende-se também
aos monitores e mestres dos barcos. “A
nossa presença visual capta bastante e
temos turistas que cruzam a rua por
essa situação, estamos no caís oposto
ao núcleo central do turismo”, explica
Alexandra Almeida, enquanto na Ria
os monitores acenam a quem passa.
“Foi algo espontâneo que cria uma
boa relação não só com os clientes do
barco mas também nas margens. Foi
natural, o que é importante, e nota-se
que a aposta foi positiva”, conclui.
Para além dos passeios na Ria a
Douro Acima também disponibiliza
passeios em autocarros panorâmicos,
em sistema de hop on / hop off, onde,
num período de 24 horas, podem
sair e entrar as vezes que desejarem.
“O percurso está em oito idiomas,
disponibilizados por auriculares aos
clientes. Podem conhecer a história,
os monumentos e a cidade no idioma
que assim entenderem”.
Programas à medida do cliente,
sejam empresas, agências de turismo
ou particulares, são uma mais-valia
onde a viagem idealizada torna-se
realidade.
A exploração da Ria de Aveiro é
sazonal, apenas nos meses em que
o Sol aparece, aquece e a cidade
transforma-se cuja graciosidade tem
outro encanto se for apreciada num
moliceiro. Neste sentido no final deste
mês, os projectos adaptam-se mas a
presença e exploração da Ria manter-
se-á activa, “não tão regular mas junto
de alguns operadores turísticos. Temos
de esperar dias simpáticos” revela.
Ainda recentes para poderem fazer
considerações sobre o estado da Ria
e do seu aproveitamento, a Douro
Acima e Alexandra Almeida garantem
sensações ímpares e memórias ines-
quecíveis.
Memorias que perduram no tempo,
das gentes e locais, e no final o visi-
tante também fará parte desta história
comum, afinal, “navegar na Ria é sen-
tir, é recordar a história e as tradições,
as salinas, os barcos, as suas proas
coloridas que dão vida aos canais que
serpenteiam esta linda cidade”, garan-
tem sempre com um sorriso.
É
3 0 | Mundo Social
» Desfrutar Douro Acima
“Memórias da Ria”Especializaram-se em oferecer o melhor que o Norte apresenta, natural ou edificado. Do Rio Douro para a Ria de Aveiro o processo foi natural e há muito desejado. Uma empresa familiar perita em sensações e memórias. Recebidos em Aveiro, em pleno coração da cidade, onde o turismo e a Ria se encontram, Alexandra Almeida descreve animada este projecto.
PUB
“
30_DOUROACIMA.indd 30 12-10-2010 17:37:57
Poder Local
31_SEPARADOR.indd 31 12-10-2010 17:42:12
ortugal está um país
desordenado”, afirma
Jaime Soares, presidente
da Câmara de Vila Nova
de Poiares numa altura em que o país
recupera de um dantesco período
de fogos florestais. Para o Presidente
as medidas de coação aplicadas aos
incendiários não são as mais eficazes
e acredita na existência de uma “Cul-
tura imprópria”. “Alguns comerciantes
de Madeiras deixam a floresta com-
pletamente suja, cheia de combustível
altamente inflamável e ninguém põe
cobro a isso”, garante.
O autarca defende convictamente
a prevenção dos incêndios através
de “planeamento e ordenamento da
floresta, só que, para isso, é necessá-
rio ser feito o cadastro florestal, que
não existe” mas, ainda assim, nem
tudo no país é negativo: “Portugal
pode vangloriar-se de ter bombeiros
que são capazes de dar a própria
vida para defender as vidas e os
bens das populações. São os melhores
bombeiros do mundo e evitam que
Portugal se torne numa calamidade
constante”.
Apesar das constantes dificuldades nos acessos,
o desenvolvimento industrial e comercial
em Vila Nova de Poiares é cada vez maior. O
presidente da Câmara, Jaime Soares, afirma que
o município está com “grande capacidade de
trabalho” e no “caminho certo”, acreditando que
Poiares, em termos de desenvolvimento, está
“imparável”.
3 2 | Mundo Social
» Poder Local Câmara Municipal Vila Nova de Poiares
Terra de costumes, tradições e arte-
sanato, Vila Nova de Poiares continua
a dar cartas no Panorama Nacional.
O Presidente cuida do Concelho há
mais de 35 anos, luta pelos interesses
da população e acompanha as modi-
ficações que vão surgindo.
“Estamos com muita pujança, muita
capacidade de trabalho”, assegura
Jaime Soares orgulhoso. Desde o 25
de Abril que o Concelho vem dando
mostras de grande crescimento a
todos os níveis. A população come-
çou, aos poucos, a crescer. Os jovens,
que antes escolhiam outras terras para
trabalhar e constituir família, come-
çaram a fixar-se em Vila Nova de
Poiares. “Nos censos de 1991-2001
tivemos percentagens relativas de 15
por cento em aumento de população
e 15 por cento de construção de
novos edifícios que nos colocou no
3º lugar, não só no distrito de Coim-
bra, mas também na região centro”,
afirma o Presidente.
O país inteiro mudou em 1974 e
Vila Nova de Poiares não foi excep-
ção. “Foi preciso criar dinâmica, assu-
mir a personalidade forte deste povo,
dar-lhes a perceber que, se pusessem
as suas capacidades ao serviço da
terra, ela podia mudar, e mudou”,
conta Jaime Soares.
Durante anos o esforço foi grande,
delinearam-se estratégias, criaram-se
infra-estruturas básicas que o Conce-
lho não possuía. Com o fundamen-
tal assegurado, tornou-se necessário
apostar na qualidade. “Começámos
a desenvolver melhorias no ensino,
na cultura, nos aspectos sociais nas
mais variadas vertentes e também
na afirmação do desenvolvimento
económico-financeiro do município”,
relembra.
Da estratégia desenvolvida nasceu
o parque industrial de Vila Nova de
Poiares. “Começou com cerca de 700
mil metros quadrados (70 hectares)
e que a curto prazo vai ultrapassar o
milhão e duzentos mil metros (120
hectares)”, diz.
O parque industrial é só uma das
apostas do Concelho. O novo estádio
municipal tem cerca de 3000 luga-
res sentados e o Centro Cultural de
Poiares, com museu, um cineteatro,
com 280 lugares, e um centro de
“Tem havido uma evolução pno crescimento económico d
P“
32_33_VILA NOVA DE POIARES.indd 2 12-10-2010 21:07:22
Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares Poder Local «
congressos, com 500 lugares, já foi
inaugurado. O novo centro educativo
está todo equipado com as melhores
infra-estruturas: salas de aula, refeitó-
rios e biblioteca. “São estruturas de
alta qualidade para o bem-estar das
crianças e que permitem o sossego
dos pais”, menciona.
Jaime Soares acredita que a trans-
formação do Concelho também se
ficou a dever à grande capacidade
dos poiarenses, que foram capazes de
“criar uma cultura industrial e comer-
cial, digna de relevo”. “Se assim não
fosse o Concelho estaria condenado
ao que aconteceu no passado, ter
sido extinto”, refere o autarca.
Concelho ainda luta pelas acessibilidadesApesar do desenvolvimento que vem
alcançando, o caminho não tem sido
fácil para Vila Nova de Poiares. Os
principais acessos ao Concelho, o IP3
e a estrada da Beira, não potenciam o
desenvolvimento local. “Não temos
tido sorte nesse aspecto. A respeito
da nova via que vai ser construída, o
IC3, fizemos variadíssimas propostas
para que ela passasse numa zona que
permitisse uma interligação com a
Estrada da Beira”, transformando-se
na “rampa de lançamento” do conce-
lho, o que ainda não aconteceu.
“Temos vindo a combater com todas
as nossas forças, fazendo propostas
objectivas e concretas, tecnicamente
viáveis e economicamente praticáveis,
mas temos tido algumas dificuldades”,
acrescenta Jaime Soares.
A Estrada da Beira é, actualmente,
uma via de subdesenvolvimento. Não
só não acompanha o crescimento
da região, como leva à ausência de
investidores interessados. Jaime Soa-
res defende a criação de “três túneis
que permitiriam uma ligação rápida a
Coimbra”, contudo, apresenta algu-
mas dúvidas: “O actual Governo e as
concessionárias não estão muito vira-
dos para essa tecnologia. Há outras
soluções que já demos a conhecer à
Estradas de Portugal”.
Mesmo com as dificuldades nas
acessibilidades, Vila Nova de Poia-
res tem resistido e provado a sua
importância no distrito. Para o Presi-
dente, o Concelho “respira saúde”,
tanto a nível social como cultural e
económico. “Este desenvolvimento
progressivo leva-nos a acreditar que
Poiares está no caminho certo e com
este ritmo será imparável em termos
de crescimento”.
Reparação de habitações de pes-
soas carenciadas, apoio à terceira
idade, e aposta na formação são ape-
nas algumas das ajudas que o Muni-
cípio presta aos seus habitantes, em
termos de acção social. Neste âmbito
salienta-se também o trabalho reali-
zado pela Irmandade Nossa Senhora
das Necessidades e pela ADIP - Asso-
ciação de Desenvolvimento Integrado
de Poiares. Enquanto a primeira se
dedica ao apoio à terceira idade, a
segunda aposta num conjunto mais
alargado de valências, que vão desde
a primeira infância à terceira idade,
a que se junta uma grande aposta
na formação, nas suas mais variadas
vertentes, de modo também a atrair
jovens para o artesanato e dar novos
caminhos a Vila Nova de Poiares.
“Tentamos manter os valores da
cordialidade, da fraternidade e da
amizade entre as pessoas. Tentamos
combater as dificuldades de um con-
celho de superfície pequena, geogra-
fia agressiva, mas com uma popula-
ção extremamente simpática e aco-
lhedora”, assegura Jaime Soares.
Os atractivos turísticos existentes
incluem um kartódromo de referência
na região e um bowling com sete pis-
tas. A oferta turística será enriquecida
com os vários importantes projectos
que a Autarquia tem em carteira, com
especial destaque para o aeródromo,
a praia fluvial e a requalificação das
Piscinas Naturais da Fraga que torna-
rão o concelho ainda mais atractivo,
provando que Vila Nova de Poiares
não é só artesanato e gastronomia
mas também desenvolvimento.
o positiva o do município”
Jaime SoaresPresidente
32_33_VILA NOVA DE POIARES.indd 3 12-10-2010 21:21:36
3 4 | Mundo Social
» Poder Local Câmara Municipal de Moimenta da Beira
“Retomar a liderança regionde produtos e cultura de exc
C
O Município de Moimenta da Beira,
implantado numa zona granítica, de transição e
paisagem tipicamente beiraltina, confronta a Norte com Armamar, e Tabuaço, a Sul com
Sátão, Sernancelhea Leste e a poente
Tarouca e Vila Nova de Paiva.
Tem a área de 219.48 Km2 e 11.500
habitantes, distribuídos por 20 Freguesias:
Aldeia de Nacomba,Alvite, Arcozelos,
Ariz, Baldos, Cabaços, Caria, Castelo, Leomil,
Moimenta da Beira, Nagosa, Paradinha,
Paçô, Peravelha, Peva, Rua, Sarzedo,Segões, Sever, Vilar.
É relativamente recente a história
da Municipalidade Moimentense, mas
não as origens do território que
constituiu o actual Município.
om a responsabilidade
de afirmar o Município
de Moimenta da Beira no
mapa do desenvolvimento e da qua-
lidade de vida, emerge actualmente,
desde as últimas eleições autárqui-
cas, o nome de um “filho da terra”:
José Eduardo Ferreira afigura-se hoje
um autarca que reúne a unanimidade
e esperança dos munícipes em torno
de uma mudança que se deseja ver
operada em Moimenta. E a estratégia
é clara: como foi possível apurar
junto do edil, a aposta no
que melhor distingue
o Município, como
produtos endó-
genos altamente
apreciados mas
ainda sem a visi-
bilidade merecida
mas igualmente
em políticas e pro-
gramas que cativem o
tecido empresarial como motor de
desenvolvimento da qualidade de
vida na região.
Na área social, José Eduardo Fer-
reira elege políticas integradoras e
fomenta a participação universal
como forma de evitar a exclusão.
Como refere o autarca, “Um pro-
cesso de desenvolvimento social
integrador conta com o envolvi-
mento e participação de todos. As
pessoas são o trunfo de qualquer
modelo de crescimento e, por isso
ninguém deve ficar de fora”.
Para tal, defende, “é neces-
sário operacionalizar um
verdadeiro programa de
intervenção que, simul-
taneamente, combata,
integre e previna, envol-
vendo todos os parceiros
com capacidade instala-
da, nas diversas vertentes,
possibilitando o acesso a
todos os recursos, prevenido os ris-
cos de exclusão social, possibilitan-
do uma vida mais justa e solidária”.
Reconhecendo que, isoladamente,
ninguém pode almejar incrementos
na índole social, José Eduardo Fer-
reira aposta claramente no trabalho
em rede, concedendo muito espaço
de intervenção e apoio à rede social
local: “Este trabalho, efectuado de
uma forma subsidiária, permite um
maior e melhor aproveitamento e
utilização dos recursos, decorren-
te de um envolvimento efectivo e
toda a comunidade na Rede Social
local. Pretende-se, efectivamente, dar
resposta às reais necessidades da
população através de uma planifica-
ção e programação exequível com
uma parceria efectiva”, explica o
autarca, salientando que “a autar-
quia intervém articuladamente com
outras instituições, actuando nos
vários domínios sectoriais, de forma
integrada, levando mais longe o seu
esforço, de uma forma mais objectiva
e pragmática, disponibilizando recur-
sos humanos, logísticos e matérias,
para criar melhores condições de
vida aos munícipes”.
José Eduardo FerreiraPresidente
34_35_CM MOIMENTA DA BEIRA.indd 2 12-10-2010 21:20:37
Câmara Municipal de Moimenta da Beira Poder Local «
onal através xcelência”
PUB
Outubro | 2010 | 3 5
Mundo Social (MS): Será legítimo afirmar
que, finalmente, Moimenta da Beira reco-
nheceu o valor de um “filho da terra”?
José Eduardo Ferreira (JEF): Não iria tão longe… As pessoas fazem as suas escolhas e, neste caso, partindo do nosso programa eleitoral, decidiram que seria a nossa vez. Entendemos que o mais importante para um concelho não é tanto o que se passa na Câmara Municipal mas antes o que se passa lá fora, com as pessoas e as empre-sas. Vamos valorizar os nossos melhores produtos e dedicar-nos ao desenvolvimen-to económico para, com isso, estancar a debandada de pessoas do concelho.
MS: Quais são esses produtos e caracte-
rísticas que diferenciam positivamente o
concelho e em que pretende apostar?
JEF: Nós temos a melhor maçã do país e
uma quantidade de produção muito apreciá-vel, temos, também, um espumante de muito boa qualidade. Somos um Concelho central em relação a alguns vizinhos, o que faz com que tenhamos boas condições de liderança sub-regional. A valorização destes produtos é um caminho que estamos a trilhar.
MS: Essas potencialidades do município
estavam esquecidas?
JEF: Parece-me que havia visões dife-rentes desta. Estamos a fazer uma aposta muito determinada nos produtos culturais, incluindo Aquilino Ribeiro, um mestre das Terras da Beira que mexe muito com a nossa identidade. É um trabalho que tem que ser centrado nestes vectores: cultura, virar Moi-menta para o exterior, e assim retomar uma liderança regional que Moimenta e os seus produtos merecem.
Desafio: o exterior
34_35_CM MOIMENTA DA BEIRA.indd 3 12-10-2010 21:11:43
3 6 | Mundo Social
» Poder Local Câmara Municipal de Miranda do Douro
A perfeita comunhão ent
iranda do Douro, sede
do Concelho, está situ-
ada num espigão que
domina a pique a margem direi-
ta do rio Douro, no troço inter-
nacional que separa a província
portuguesa de Trás-os-Montes da
província espanhola de Castilla
y León.
A Vila de Miranda surgiu com o
Rei D. Dinis que existia sobre as
arribas do Douro e era banhado
pelos rios Douro e Fresno. Um dos
privilégios deste foral era Miranda
nunca sair da coroa. A partir desta
altura, Miranda torna-se progressi-
vamente na mais importante das
vilas cercadas de Trás-os-Montes.
Em 10 de Julho de 1545, D.
João III eleva Miranda do Douro
à categoria de cidade, passando a
ser a primeira diocese de Trás-os-
Montes (por bula do Papa Paulo
III de 22 de Maio de 1545) que
amputava à arquidiocese de Braga
da maior parte do território trans-
montano. Assim, Miranda ficou a
ser a capital de Trás-os-Montes,
sede do bispado, residência do
M
A “Cidade Museu” de Trás-os-Montes encontra-se a 86 quilómetros da capital do
distrito e mantém a sua traça medieval e renascentista. O clima do Concelho é de tal
forma áspero, que é comum dizer-se que “Em Miranda há nove meses de Inverno e três de Inferno”. Os de Inferno são os de Verão, quentes e secos, e os de Inverno
são rigorosos, com frequentes nevadas. O concelho de Miranda tem 484,08 Km2, quase 9 mil habitantes, divididos por 17 freguesias,
cada uma delas com aspectos surpreendentes de uma cultura e história únicas para oferecer.
bispo, cónegos e mais autoridades
eclesiásticas bem como, militares
e civis.
Graças à construção das barra-
gens de Picote e Miranda, já no
século XX, o Concelho assumiu-
se como uma região em fran-
co desenvolvimento e a cidade,
mercê da perfeita harmonia entre
o passado e o presente é, hoje, um
verdadeiro museu vivo. A cidade
vive de numerosos comércios (têx-
teis, calçado e ourivesaria) desti-
nados aos vizinhos espanhóis, que
atravessam a fronteira para fazer
as suas compras.
Por isso, o Concelho de Miranda
do Douro é detentor de um vasto,
diversificado e valioso património
cultural e arquitectónico espa-
lhado pelas suas freguesias, que
continuam a preservar e divulgar
parte da sua cultura por meio
das suas peças manufacturadas
como as colchas feitas nos teares
tradicionais, os tecidos de Sarago-
ça e Buréis, os Bordados, Gaitas
de Foles, Flautas, Castanholas e
Rocas.
Artur NevesPresidente
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Câmara Municipal de Miranda do Douro Poder Local «
Outubro | 2010 | 3 7
ntre cultura e paisagemPaisagens que o viajante
jamais esquecerá
Quando se fala em parque natural subentende-se que seja uma área que se caracteriza por conter paisagens naturais, semi-naturais e humanizadas, de interesse nacional, sendo exemplo de integração harmoniosa da actividade humana, da Natureza e que apresenta amostras de um bioma ou região natural. O Parque Natural inclui os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Moga-douro, totalizando uma área de 85.150 ha, e abrange o troço fronteiriço do Rio Douro assim como as superfícies planálticas con-finantes. Sendo assim, o Concelho aquire ainda mais valor, pois torna-se o local escolhido por muitas espécies animais para constituir o seu habitat, oferecendo também condições ideais para prolifera-ção de determinadas espécies vegetais. O relevo é caracterizado por declivosas vertentes ou arribas onde o Rio Douro assume uma estrutura de canhão fluvial graças à sua geomorfológia. A sua orogra-fia adquire por isso características geoló-gicas e climáticas únicas condicionando a população vegetal e animal. A avifauna adquire uma importância significativa a nível nacional, e até internacional, quando associado às actividades humanas e ao património cultural local, a conjugação de todas estas condições justificaram a deno-minação desta área como Parque Natural do Douro Internacional.
Um Concelho que vale a pena descobrir….
Mundo Social (MS): Pelo que é
possível testemunhar num péri-
plo pelo concelho de Miranda
do Douro, cujos destinos polí-
ticos dirige, existe aqui uma
comunhão quase perfeita entre
cultura e paisagem. Pergunto-
lhe se estes dois predicados
atingidos encontram correspon-
dência na qualidade de vida dos
munícipes…
Artur Nunes (AN): Entendo
que sim… Quem nos visita, vem
comprar essas duas condições e
fá-lo permanecendo aqui algum
tempo com satisfação face ao
que encontra. A cultura não é
algo que esteja ao virar da esqui-
na, embora a excelência da pai-
sagem esteja, numa região em
que o Douro se assume como
um dos grandes pilares, para
além de toda a riqueza repre-
sentada entre cada aldeia e cada
povo. A cultura, essa, é algo que
se vai descobrindo a pouco e
pouco. Por muito que promova-
mos eventos, em que tentamos
partilhar um pouco da nossa
identidade, a cultura é algo que
está enraizado no próprio povo
mirandês. Daí que a sua desco-
berta obrigue a uma maior per-
manência ou a mais visitas. Se
repararmos, cada aldeia é uma
tradição, um museu vivo. Miran-
da também tem uma etiologia
própria, um dos elementos de
união, para além do povo miran-
dês, que tanto gosta de mostrar o
bom acolhimento e a boa recep-
ção, num contexto cultural e pai-
sagístico ímpar. Por outro lado,
temos a língua enquanto factor
de coesão do povo mirandês. A
qualidade de vida passa por tudo
isto: as pessoas, ao receberem
bem, traduzem um sentimento,
que é o de se sentirem bem. Os
que cá estão têm qualidade de
vida, gostam de aqui estar, de
receber e de partilhar.
MS: O facto de estarmos numa
região transfronteiriça minimiza
de alguma forma o peso da
interioridade?
AN: Miranda é quase um caso
único em Trás-os-Montes. Temos
cerca de 150 mil visitantes por
ano, dos quais cerca de 80 por
cento são espanhóis. Sobretudo
aos fins-de-semana e no perí-
odo de Verão, ou aquando de
feriados espanhóis, temos aqui
muitíssimos visitantes. Também
vêm cá holandeses, belgas e
franceses que procuram essen-
cialmente aquelas duas caracte-
rísticas que, inicialmente, referi.
Esta singularidade da fronteira, a
par da paisagística e da cultura,
é o que Miranda “vende” e lhe
confere esta projecção não só
nacional mas também interna-
cional. Gostaríamos de ter mais
visitantes portugueses e é nesse
sentido que também estamos a
trabalhar.
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visitante que tiver dedica-
do algum do seu tempo à
descoberta deste acolhedor
Concelho, não poderá par-
tir sem levar na memória as delícias
gastronómicas típicas da região, repre-
sentadas nos diversos restaurantes
locais, salientando-se o arroz e a açor-
da de Míscaros, os enchidos, o cabrito
assado no forno, a vitela na padela ou
o feijão vermelho com couves e carne
de porco. Para acompanhar estes sabo-
rosíssimos pratos, aconselham-se os
bons vinhos da região, do Dão. Para
a sobremesa, poderá contar com as
cavacas, o arroz-doce, o leite-creme,
papos de anjo e barrigas de freira.
O Concelho de Sátão, repleto de
história e de património, merece, por
todas as suas características e poten-
cialidades, uma visita mais atenta que
permita descobrir as verdadeiras rique-
zas desta região tipicamente beirã.
Foi o que fez a Revista Mundo
Social, descobrindo ainda, a par destas
riquezas, uma obra de excelência pro-
jectada no domínio social pelo autarca
de Sátão, Alexandre Vaz. Um périplo,
contado na primeira pessoa…
Aposta em políticas e programas sociais
“A acção social assegura protecção
às pessoas e grupos desfavorecidos
da sociedade através da atribuição
de vários tipos de prestações que
visam a melhoria da sua qualidade
de vida. Temos no Município diversos
programas, entre os quais destacaria o
SOLARH - Programa de Solidariedade
e Apoio à Recuperação de Habitação,
cujo objectivo consiste na concessão
de um empréstimo sem juros a pagar
até 30 anos, consoante os rendi-
mentos, a agregados familiares de
fracos recursos económicos, de modo
a permitir a realização de obras nas
habitações de que são proprietários,
desde que seja a sua residência per-
manente”.
Rendimento Social de Inserção (RSI)
O Rendimento Mínimo Garantido,
surgido em 1997 e que hoje se apre-
senta como Rendimento Social de
Inserção, tendo sido encaminhado a
um número significativo de benefi-
ciários da prestação pecuniária para
as diversas áreas de inserção e deste
modo favorecido a sua progressiva
inserção laboral, social e comunitária.
Neste sentido, a Câmara Municipal
de Sátão integrou juntamente com
outros parceiros a Comissão Local
de Acompanhamento e respectivo
Núcleo Executivo constituído por Enti-
dades tais como, Segurança Social,
Educação, Saúde, Emprego, várias
IPSS do Concelho, e integrando uma
equipa de Técnicos Superiores de Ser-
viço Social que efectuam acompanha-
mento directo às famílias beneficiárias
desta Medida de Política Social”.
O
3 8 | Mundo Social
» Poder Local Câmara Municipal de Sátão
O político habituado a diagne a aplicar terapêuticas
O Concelho de Sátão demarca-se pela riqueza das abundantes paisagens naturais e arquitectónicas, adquirindo alma através
das suas típicas festas e romarias. Ao longo do ano, o visitante pode contar
com festas muito animadas, entre as quais a do Sr. dos Caminhos, que se realiza no oitavo Domingo de Santíssima Trindade,
em Rãs, freguesia de Romãs.
“A Rede Social concretiza-se a
nível local através do Conselho
Local de Acção Social e das Comis-
sões Sociais de Freguesia ou Comis-
sões Sociais Inter-Freguesias. A
Rede Social pretende ser um fórum
de articulação e congregação de
esforços com vista à erradicação
ou atenuação da pobreza e exclu-
são social.
Os objectivos específicos prevê-
em a elaboração do diagnóstico
social, o planeamento participado,
a promoção e a coordenação das
intervenções sociais a nível con-
celhio, constituindo-se como um
método inovador de trabalhar e
participar, visando soluções para os
problemas das famílias e pessoas
em risco ou em situação de exclu-
são social e sua prevenção.
Esta prevenção pode ser reali-
zada fomentando a formação e
qualificação dos agentes envolvidos
nos processos de desenvolvimento
local, promovendo uma cobertura
adequada do Concelho de servi-
ços e equipamentos, potenciar e
divulgar o conhecimento sobre as
realidades concelhias.”.
Autarquia de Sátão dispõe de um Gabinete de Apoio ao Emigrante
“O Gabinete de Apoio ao Emi-
grante é uma estrutura criada
através da celebração de um
acordo de cooperação entre a
Câmara Municipal de Sátão e
a Direcção-Geral dos Assuntos
Consulares e das Comunidades
Portuguesas. Este gabinete, des-
tina-se a prestar auxílios diversos
aos munícipes que estejam ou
tenham estado emigrados, aos
que estão em vias de regresso,
aos que residem ainda no país
de acolhimento e àqueles que
desejam emigrar. Sob os desíg-
nios de informar os emigrantes
sobre os seus direitos, contribuir
para a resolução dos proble-
mas apresentados, prestar apoio
junto de outros organismos
públicos e prestar um serviço
eficiente, atencioso e humano, o
serviço destina-se ao emigrante
reformado, inválido, jovens em
situação escolar, viúva e filhos
órfãos ou jovens com ambições
empresariais”.
A Rede Social vista pelo autarca Alexandre Vaz
Alexandre VazPresidente
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Outubro | 2010 | 3 9
gnosticar
PUB
Câmara Municipal de Sátão Poder Local «
Mundo Social (MS): O Presidente é médico
de profissão, logo, está habituado a diag-
nosticar para aplicar uma terapêutica…
Enquanto autarca, as coisas também funcio-
nam assim?
Alexandre Vaz (AV): (risos) As coisas fun-
cionam um pouco assim, é verdade… Desde
logo, diria que a semelhança entre o médico
e o autarca é que ambos lidam com bastante
gente e, tanto um como o outro, têm conhe-
cimentos profundos sobre os problemas das
pessoas. É lógico que, a nível autárquico
também se faz o diagnóstico, procurando-se
a terapêutica mais adequada. Mas se nos cen-
trarmos no campo económico, constatamos
que é muitas vezes mais fácil aplicar a tera-
pêutica a nível médico do que autárquico,
onde os recursos são muitas vezes escassos.
MS: Com uma vida de médico, provavel-
mente mais descansada, o que o levou a
enveredar por esta carreira autárquica?
AV: Eu já estou ligado à vida autárquica
há alguns anos. Enquanto vereador e vice-
presidente, embora nunca ter tido qualquer
pelouro, tinha algum conhecimento daquilo
que se passava no meu Concelho. Sempre
gostei da política, senão nunca me teria dedi-
cado à causa pública. Entendi há quatro anos
que chegou a altura, também porque a minha
situação económica me permitiu dedicar-me
mais à política e ao Concelho do que até
então e enveredei por aí, sentindo que de
alguma maneira poderia contribuir para um
futuro melhor do Concelho de Sátão. Cá estou
e vamos ver quando me for embora. Diria
que os alicerces já foram feitos, havendo já
resultados positivos a todos os níveis, desde
as obras mais necessárias, sobretudo nos
campos da educação e do saneamento.
Médico e autarca: descubra as semelhanças
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m verdadeiro Ecomuseu,
com tudo o que a natu-
reza e a mão humana
podem ter de melhor. Pai-
sagens asfixiantes, o Parque Nacio-
nal da Peneda Gerês como anfitrião,
cultura, gastronomia, histórias, mui-
tas estórias para reviver raízes de
um país que o Município, liderado
por um visionário edil, teima em
preservar, em prol de quem lhe
depositou confiança absoluta. Em
troca… devolve uma qualidade de
vida quase invejável!
No interior do país são vários os
momentos, da agenda anual, que
colocam o Município no centro das
atenções. De referir alguns como
a Feira do Fumeiro, a primeira do
país, a par da de Vinhais, à Noite
das Bruxas, passando pela Feira do
Cabrito ou da Vitela, entre outros
eventos internacionais. Rareiam
os motivos para o português não
conhecer ou pelo menos visitar este
ex-líbris da geografia nacional.
Fernando Rodrigues fala do “seu”
Município como se da sua alma
se tratasse. Empresta ao discurso
a racionalidade, coerência e prag-
matismo que mais convêm aos
munícipes que lhe vão renovando
confiança e destaca um projec-
to de excelência, o Ecomuseu de
Barroso.
Mundo Social esteve em Monta-
legre e testemunhou um projecto
autárquico diferenciado, e sustenta-
do nas reais necessidades e expec-
tativas dos actuais e potenciais
munícipes.
O Ecomuseu de BarrosoPara o presidente da Câmara
Municipal de Montalegre, “é a
noção de desenvolvimento justo e
solidário que estamos a promover”,
ao consolidar um projecto como
o Eco Museu de Barroso. “Moder-
nizar a sede do Concelho para ser
o pólo atractivo e dinamizador de
desenvolvimento e emprego, mas
não esquecer as necessidades das
O olhar fixa-se, a respiração sustem-
se, não haverá qualquer sentido humano que não
seja altamente estimulado
aquando de um périplo pelo
Município de Montalegre.
U
» Poder Local Câmara Municipal de Montalegre
Um património feito de gente, natureza e muita estória para viver
PUB
aldeias e a sua ligação à vila, ao
exterior e entre si, são obrigações
estratégicas definidas e que temos
cumprido”, refere o autarca. “A
minha principal preocupação é ser-
vir a nossa terra, criando melhores
condições para o bem-estar das
suas gentes. É este o nosso objec-
tivo e é para isso que trabalhamos
permanentemente. O que temos
conseguido nesta área, em termos
de imagem e desenvolvimento, é
francamente satisfatório e reconhe-
cido por todos”, salienta.
O âmbito de intervenção do Eco-
museu de Barroso abrange a maioria
dos propósitos convencionalmente
atribuídos aos museus. Iniciou a
sua actividade no momento em
que começou a trabalhar com as
instituições locais e os munícipes.
Não estando confinado a um edifí-
cio ou a um conjunto de edifícios,
nem a horários de visita, dir-se-ia
que o Ecomuseu visita-se quando se
transpõe qualquer uma das estradas
que nos trazem ao Barroso.
O Ecomuseu é sustentado por
uma relação das pessoas com o seu
território e destes com todos aque-
les que procuram usufruir da sua
riqueza. Pretende-se, por isso, que
seja um espaço de valorização do
Barroso na divulgação dos recursos
e do património, na representação
identitária e de cidadania, de con-
certação e cooperação, de inova-
ção e mobilização das pessoas para
novas actividades.
Para que estes propósitos sejam
conseguidos é a relação da comu-
nidade com o seu território que
constituem elementos centrais de
intervenção, conferindo-lhes a fun-
ção de acervo museológico. Admi-
te-se como condição fundamental
da salvaguarda deste acervo, a sua
vitalidade e a capacidade de auto-
sustentar alguns novos desafios no
sentido da qualificação da vida
das populações da sustentabilidade
deste território e da viabilização de
actividades de foro económico.
4 0 | Mundo Social
Fernando RodriguesPresidente
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Poder Local «Câmara Municipal de Fornos de Algodres
Outubro | 2010 | 4 1
PUB
undo Social (MS): Como
é gerir uma autarquia
numa altura em que o
tema do dia é “crise”?
José Miranda (JM): A solução é sim-
ples, acudir àquilo que é essencial
e seleccionar muito criteriosamente
todo o tipo de investimento.
MS: Quais é que são os objectivos
estratégicos para este mandato?
JM: A minha determinação e dedi-
cação ao Concelho e às pessoas
será: dotar o Concelho de todas as
infra-estruturas necessárias e esta-
belecer parcerias públicas/ privadas
de modo a podermos criar empre-
go e tornar o Concelho economica-
mente sustentável.
MS: Como é promovida a susten-
tabilidade económica do Município
numa altura em que o interior parece
estar riscado das agendas políticas?
JM: A sustentabilidade económica
de todo o interior do País corre sérios
riscos, principalmente nos municípios
dominantemente rurais como é o
caso do nosso, onde a produção do
queijo da serra ocupa ainda cerca de
metade da população activa. Temos
a promessa da criação de um plano
de Desenvolvimento Rural por parte
do Secretário de Estado da Agricul-
tura, o que dará alguma esperança a
todos aqueles que ainda se dedicam
à agricultura.
MS: Como é promovida a Acção
Social escolar no Município?
JM: Traduz-se na implementação de
medidas compensatórias que favore-
cem particularmente os alunos eco-
nomicamente mais carenciados do
ensino pré-escolar e do 1º CEB da
rede pública do Município. A Câmara
Municipal decidiu, neste ano lectivo,
custear a totalidade da despesa com
manuais escolares a todos os alunos
do 1º CEB, por considerar necessário
Massegurar melhores condições de vida
às famílias que vivem neste Concelho.
MS: O que significa o ano Europeu
de Combate à Pobreza e à Exclusão
Social para o executivo de Fornos de
Algodres?
JM: A decisão do Parlamento Europeu
e do Conselho da U.E. foi oportu-
na e importante, dada a actual crise
social em que vivemos, no esforço de
erradicação da pobreza. O executivo
propõe-se a realizar um conjunto de
acções como é o caso do Banco de
Roupa e de alimentos, do Banco Local
de Voluntariado, entre outros.
MS: Quais as áreas que merecem espe-
cial atenção por parte da autarquia?
JM: Atendendo a que o Município
apresenta profundos constrangimen-
tos ao desenvolvimento social, con-
siderou-se prioritário investir a nível
na melhoria da rede de respostas
sociais, na melhoria da acessibilidade
aos Serviços de Saúde na criação de
oportunidades de qualificação pro-
fissional e diversificação do leque de
respostas educativas e formativas.
MS: De que benefícios sociais pode
gozar a população de Fornos de Algo-
dres por parte da Câmara Municipal?
JM: A população deste Município
distribuída por 16 freguesias pode,
actualmente, gozar de uma boa
cobertura de respostas de apoio à
terceira idade em todo o município,
boa capacidade de respostas educati-
vas desde o ensino pré-escolar ao 12º
ano de escolaridade. Outros aspectos
importantes são também o apoio às
crianças e jovens com necessidades
educativas especiais, uma boa rede
de infra-estruturas e equipamentos
públicos essenciais. Temos igualmen-
te um centro de saúde com valências
diversificadas e cuidados de saúde no
domicílio proporcionados por equipas
de saúde/ Unidade Móvel de Saúde.
Um interior rumo ao futuroHá 20 anos que a condução de Fornos de Algodres visa dotar o município de infra-estruturas para que a interioridade seja apenas um ponto no mapa. O autarca José Miranda cria condições e benefícios sociais para que a população, dividida por 16 freguesias, seja activa na sociedade global.
eja
l.
José MirandaPresidente
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aloiro nos comandos
da Freguesia, mas com
experiência autárquica
de mandatos anteriores,
António Fernandes caracteriza a
Cunha Baixa como uma das maio-
res de Mangualde e já definiu prio-
ridades: Abrunhosa do Mato tem de
ser abastecida com uma rede de
água.Temos de recuperar os cami-
nhos florestais, que se degradam
devido à morfologia do terreno e
na sede da Freguesia o saneamen-
to está saturado, “os hábitos de
higiene foram alterados e as fossas
sépticas não acompanharam essas
transformações, estamos também a
tentar ter apoio no melhoramento
da via pois serve outras freguesias
e concelhos”, exemplifica António
Fernandes.
Para o entrevistado o bem-estar da
população é fundamental e nesse
sentido a relação com o edil de
Mangualde é muito boa, mas reco-
nhece que existem 18 freguesias e
todas têm necessidades. “Eu gos-
tava que a Câmara Municipal visse
cada realidade pela localização dos
sítios e das necessidades
que apresenta, ou seja, a
atenção aos pormenores
são iguais tanto na sede
de concelho como nas fre-
guesias ou nos lugares que
compõem as mesmas”.
As preocupações sociais, uma análise actual
Estamos em Outubro,
mas os fogos que asso-
laram a região no Verão
ainda marcam, não só o território
ardido mas as preocupações do
presidente atento, “a Protecção Civil
tem de ser mais áspera no comba-
te a estes crimes, e em conjunto
com os órgãos autárquicos assumir
soluções”.Outra preocupação é a
ausência de jovens, algo constatado
nas últimas eleições, “o número
de recenseados é maior do que
votantes e foram os jovens que não
compareceram”. O Associativismo
passa por algumas dificuldades mas
a tradição, a força e vontade do
povo mantém no activo, grupos
corais e ranchos folclóricos, “onde
o lema é a confraternização e a par-
tilha de saberes e tradições que nos
levam a viajar no tempo”. Cunha
Baixa tem também um importante
legado, um Dólmen do período
Megalítico com 3000 anos A.C,
um dos mais importantes dentro do
género na península. “Relativamen-
te à Anta da Cunha Baixa tenho de
tecer críticas ao pelouro da Cultura
da Câmara Municipal de Mangualde
pois embora tenhamos o local limpo
este não se encontra vedado e com
placas elucidativas. O Presidente da
Junta, no meu entender, não tem de
ser arqueólogo, nem ter os conhe-
cimentos necessários para opinar
numa construção que merecia mais
atenção pois encontra-se despreza-
do. Este monumento é visitado por
especialistas quer a nível nacional
como internacional”, preocupações
actuais e históricas relacionadas
com o ex-líbris cunhense.
Para António Fernandes a men-
sagem final ultrapassa as fronteiras
de Cunha Baixa ou Mangualde, são
palavras de incentivo: “Temos de
ter consciência da zona raiana e da
zona litoral, a rosa-dos-ventos de
Portugal não é dividida em duas. A
certeza é que é nas freguesias que
o país e a democracia começam,
temos de aproveitar as pessoas pois
não somos ricos em matérias-pri-
mas que nos destaquem mas numa
força laboral extraordinária”, con-
cluiu pedido mais atenção para as
regiões isoladamente que se inse-
rem num todo.
Topógrafo de profissão habituado a fazer levantamentos e analisar as medidas de um terreno, António Fernandes desenha-nos a freguesia de Cunha Baixa. Considera que 10 meses não são suficientes para uma análise profunda mas as realidades conhecem-se no dia-a-dia e conversando com as pessoas.
C
4 2 | Mundo Social
» Poder Local Junta de Freguesia de Cunha Baixa
“É nas freguesias que o país e a democracia começam”
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sã
de
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co
Asa
m
António Fernandes
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PUB
Abrunhosa-a-Velha Poder Local «
s ruas apertadas, as casas
cuidadas feitas de pedra,
as fontes e os azulejos
que identificam as ruas, o pelourinho
em frente ao edifício da Junta. Tudo
em Abrunhosa-a-Velha parece saído
de um livro de História, tudo parece o
interior de um castelo medieval onde
se escondem segredos de reis, onde
toda a gente se conhece.
Em qualquer direcção, a Serra da
Estrela enche os olhos e tudo na fre-
guesia é genuíno. As pessoas conhe-
cem-se pelo primeiro nome, trocam
sorrisos, bons dias e conversas cúm-
plices enquanto as crianças correm,
seguras, de um lado para o outro.
Não há quem não conheça o Pre-
sidente da Junta. Júlio Mendes está
no cargo há 16 anos e este irá ser
o seu último mandato. Em 1979 foi
convidado para fazer parte da equi-
pa do então Presidente da Câmara
e até chegar a Presidente foi um
passo. “É um serviço que prestamos
à população e que me agrada bas-
tante”, garante.
Abrunhosa-a-Velha tem cerca de
A
A Terra encantada500 habitantes e uma das coisas que
o Executivo da Junta tentou fazer
foi “prender a juventude” à terra. O
espaço internet, a piscina, a biblio-
teca e o polidesportivo tiveram gran-
de importância nessa missão, assim
como a banda, o futebol e a secção
de bombeiros. “É uma forma de man-
ter aqui a juventude e fazer com
que os jovens das outras freguesias
limítrofes também venham”, conta
Júlio Mendes.
Sem grandes apoios e sem bens pró-
prios, Abrunhosa-a-Velha vai contor-
nando a crise. “Nas aldeias é sempre
mais fácil. Há sempre um espírito de
entreajuda na vizinhança. As pessoas
têm os seus quintais, os bens essen-
ciais para a sua subsistência”, assegu-
ra Júlio Mendes.
A vontade de vencer as dificuldades
é grande e o Presidente vê-se a braços
com um grande desafio: a rede viária.
“Abrunhosa é das freguesias mais
distantes da sede do concelho. A
população em geral trabalha na sede
do concelho e temos dificuldade em
lá chegar”, constata o Presidente.
O parque infantil, o parque de
merendas e o circuito de manutenção
da freguesia ficaram reduzidos a cin-
zas este verão e Júlio Mendes acredita
que a limpeza de matas devia ser
vista como uma forma de reinserção
social. A pequena escola, tem agora
27 alunos. “Possivelmente e contra
os meus desejos, no futuro irão todos
para Mangualde”, diz o Presidente.
Depois de 16 anos à frente da
Junta, nem no último mandato Júlio
Mendes baixa os braços: “Orgulho-
me de tudo o que fiz. Ainda falta
fazer muita coisa, mas vale a pena o
esforço”, conclui.
Outubro | 2010 | 4 3
Júlio MendesPresidente
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A procura turística pelas gravuras rupestres no Vale do Côa foi alvo de elevado crescimento desde a abertura do Museu do Côa. Aberto ao público desde 30 de Julho de 2010, já foram mais de 10000 pessoas que o visitaram. Numa fase em que ainda não se encontra criada a fundação Coa Parque, que irá gerir o Museu e Parque Arqueológico, a integração do Museu no Parque Arqueológico do Vale do Côa veio melhorar a qualidade do turismo da região.
4 4 | MMundo Social Mundo Social
» Poder Local Museu do Côa
Mais de 10000 pessoas visitaram as gravuras
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nquanto conversámos,
José Paulo deixou esca-
par por algumas vezes a
tristeza que sente ao ver os jovens
partirem da aldeia, “eles vêm cá
nas férias e gostam de cá estar, mas
depois têm que partir, não temos
condições para que se instalem”,
desabafou o presidente.
Classificado pela Unesco como
Património Natural Mundial por
abranger parte do Douro Vinhateiro
e do Parque Arqueológico do Vale
do Côa, Castelo Melhor prima pela
simpatia dos seus habitantes, pela sua
beleza natural e por todas as peculia-
ridades de uma aldeia do interior.
As paredes rústicas que nos fazem
adivinhar os segredos ali vividos, os
olhares curiosos de quem ainda não
se habituou à constante presença de
pessoas de outras terras e a disponi-
bilidade demonstrada quando pedi-
mos uma informação são alguns dos
pormenores que nos fazem adorar
Castelo Melhor.
Anfitrião de uma das mais alarga-
das mostras de gravuras rupestres
do paleolítico no Vale do Côa, José
Paulo quer aproveitar o potencial
turístico da região para dinamizar
a Freguesia. Agora que a aposta
no azeite, na amêndoa e no mel é
escassa, o presidente da Junta vê a
Freguesia sem grandes possibilida-
des de desenvolvimento, “para além
do turismo, mas é difícil, não temos
condições para receber os turistas
mais do que um dia, é nisso que
pretendemos investir”.
A oferta gastronómica é outro dos
pontos altos da freguesia. “Temos
um restaurante, “O Paleolítico” que
oferece os melhores e mais típicos
pratos da região”, refere José Paulo,
formulando com isto um convite aos
turistas que passam por Vila Nova
de Foz Côa todos os dias. Peixe do
rio, Migas de Peixe, Caça, Doce
de amêndoas, Súplicas, Lampreias,
Coscorões, Folares e Bolos toscos,
livrados e picados, Fumeiro, Azeite
e Vinhos Generosos são algumas
das maravilhas que podemos provar
durante a visita a Castelo Melhor.
A Queijaria Tradicional e o Depó-
sito de Engarrafamento de Azeite são
outros pontos de visita obrigatória à
freguesia que conta com pouco mais
de 350 eleitores.
E
Uma beleza rústica e natural
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Vítima da falta de oportunidades de emprego e da procura pelo “sonho americano” pelos jovens, esta freguesia de Vila Nova de Foz Côa, há muito que foi afectada pela desertificação. “Temos uma criança na aldeia”, conta José Paulo, Presidente da Junta da Freguesia de Castelo Melhor.
Junta de Freguesia Castelo Melhor Poder Local «
Castelo de Castelo Melhor
Sem conhecimento sobre a história do Castelo até 1209, José Paulo refe-re mais um motivo para visitar a sua freguesia. A beleza desta construção ancestral, foi reconstruída em 1209, sob ordem de Afonso Leão VII, e em 1297, a mando de D. Dinis, foi recuperado. Nos reinados dos reis D. Fernando, D. João e D. Afonso V, foram sendo realizados obras de manutenção e restauro.
. Capela e Miradouro do Arcanjo S. Gabriel. Capela de Santa Bárbara. Igreja Matriz
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José Paulo Presidente
Outros pontos de interesse:
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4 6 | Mundo Social
rederico Lobão, presidente
da Freguesia de Muxagata,
tem uma visão muito clara,
do que pode preservar a
aldeia que o viu crescer. Presiden-
te de Junta desde os 24 anos, este
já é o segundo mandato. Queixa-se
que durante o primeiro mandato, “a
incompatibilidade que se gerou entre
a freguesia de Muxagata e o município
de Foz Côa, não permitiu fazer qual-
quer investimento. Ficámo-nos essen-
cialmente pelas manutenções do que
já existia ”.
O actual mandato ainda é recen-
te, mas a aposta no desenvolvimen-
to turístico da freguesia já é uma
realidade. Para que esta aposta
surta os efeitos pretendidos,
a Freguesia tem contado com o apoio
de várias associações: A APDARC, a
Associação Cultural de Muxagata – A
Terra das Tomatas, e o Clube de Caça
e Pesca de Muxagata.
A revista Mundo Social conheceu
alguns dos inovadores projectos que o
Executivo detém. Como referiu Frede-
rico Lobão, a adopção e consequente
implementação destes projectos, têm
por objectivo alcançar o sucesso local,
regional, e talvez nacional.
Mundo Social (MS): Qual é a rea-
lidade de Muxagata relativamente à
desertificação que se vem notando no
Interior do País?
Frederico Lobão (FL): Cada vez
mais, notamos o
Abençoada pelo terroir único, conferido pelo solo e clima óptimos para a agricultura do amendoal, do olival, da vinha e da horticultura, Muxagata, freguesia no concelho de Vila Nova de Foz Côa, com cerca de 300 habitantes, é contemplada pelas mais belas paisagens do mágico Vale do Côa e pelo potencial turístico que emana das suas origens. Comunga do fatídico destino a que está sujeita a região, a desertificação.
F
» Poder Local Junta de Freguesia de Muxagata
abandono dos nossos jovens. Prova
disso é a enorme quantidade de
casas devolutas existentes na Fre-
guesia, o reduzido índice de nata-
lidade verificado e a consequente
descida demográfica, resultante
deste fenómeno.
M.S.: Existem projectos para
combater este factor?
F.L.: Grande parte da população
sobrevive exclusivamente do cul-
tivo da amêndoa, do azeite e do
vinho. Sabemos no entanto, que
a melhor aposta para Muxagata
e para todo o Vale do Côa é no
turismo.
Quem nos visita quer conhecer e
experimentar um pouco da nossa
vivência. Logo, torna-se óbvio, o
interesse em investir no turismo.
M.S.: O que falta para esta aposta
se tornar realidade?
F.L.: Actualmente, com a cria-
ção da Associação Cultural, “Os
Amigos de Muxagata – A Terra
das Tomatas”, pretendemos criar
um espaço de comercialização dos
produtos da terra, os hortícolas e
frutícolas. A Associação tem cerca
de 7 meses. No entanto, já organi-
zou o 1º Festival das Tradições de
Entre Douro e Côa, que resultou
num sucesso.
M.S.: O que trouxe de novo o
Festival?
F.L.: No primeiro fim-de-semana
de Agosto, em honra de Santa Maria
Madalena, Muxagata organiza a sua
romaria. Até agora era uma festa
normalíssima, este ano, a Associa-
ção e a Junta de freguesia tentaram
dar uma nova abrangência.
O objectivo era dar a conhecer a
nossa cultura. Falamos com o povo,
convidando-o a comercializar os
seus produtos hortícolas e o seu
artesanato, em espaços intempo-
rais, ou em tendas.
Executivo da Junta
“Existem imensas soluções para combate à desertificação”
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Junta de Freguesia de Muxagata Poder Local «
Outubro | 2010 | 4 7
Animámos a aldeia com um grupo
de gaiteiros, decorámos as ruas com
maquinarias antigas ligadas à agri-
cultura e aos trabalhos domésticos e
fizemos demonstrações da ordenha,
do processo de criação do sabão,
do fabrico artesanal do pão no anti-
go Forno Comunitário, da cresta do
mel e fizemos visitas ao antigo lagar
de azeite e a uma atafona. Foi uma
romaria muito mais desenvolvida
do que era habitual.
M.S.: Apesar do calor durante o
Verão no Vale do Côa, houve muita
adesão por parte de turistas?
F.L.: A abertura oficial do festival
estava marcada para as 15h00 e o
número de pessoas que nos visitavam
a essa hora era diminuto. O calor a
essa hora ronda os 35/40 graus.
No final, o saldo foi bastante
positivo, as pessoas ficaram mara-
vilhadas com as iniciativas. Conse-
guimos transmitir o que somos e o
que pretendemos com esta iniciati-
va, consistindo isto na elevação do
bom nome de Muxagata.
M.S.: Se o turismo é a solução
para Muxagata, que lugar ocupa a
agricultura?
F.L.: A agricultura continua a ser o
recurso económico por excelência.
A maioria dos muxagateiros não
tem empregos estatuais ou no sec-
tor privado, vivendo exclusivamen-
te da agricultura. É para eles que
grande parte do esforço da Junta é
dirigido, para que possam trabalhar
nas melhores condições.
Sem a agricultura e principalmen-
te a vinha, não há outro recurso
económico que, com facilidade e
a curto prazo, mantenha Muxagata
activa. A vinha é o expoente máxi-
mo, de seguida o olival e o amen-
doal, sendo penoso verificar que
estes dois últimos recursos estejam
a ser abandonados.
Julgo, por isso, ser coerente pen-
sarmos que a aposta no Turismo
pode caminhar lado a lado com a
agricultura aqui praticada. Senão
vejamos, quem nos visita procura
as nossas origens, vivências, no
fundo as nossas Tradições. Prova
disso são as gravuras rupestres do
Vale do Côa. Somos um povo anti-
go, que ainda recorre a algumas
práticas centenárias de agricultura,
no que concerne essencialmente
à horticultura, olivicultura e pas-
torícia. Temos é que, de forma
harmoniosa, conciliar estas duas
valências.
M.S.: A média de idades de Muxa-
gata é avançada. Têm alguns pro-
jectos designados para esta faixa?
F.L.: Temos um programa que
quero ver concretizado: um lar de
terceira idade. Podemos com este
projecto colmatar dois problemas
de Muxagata. Por um lado, iremos
apoiar os nossos idosos nas suas
dificuldades, por outro, consegui-
remos criar novas oportunidades de
trabalho para os jovens, permitindo
que se fixem na Freguesia.
Vejo este projecto com muitos
bons olhos e tudo faremos para que
se torne realidade.
M.S.: O Lar de Muxagata servirá
só as pessoas da freguesia?
F.L.: Primordialmente responderá
às necessidades dos nossos idosos
e às listas de espera que se sabe
existir noutros lares, depois, como
forma de viabilizar o projecto, que-
remos divulgá-lo além fronteiras
e proporcionar a idosos de outros
países uns dias de paz e tranquili-
dade numa das zonas mais bonitas
da Península Ibérica.
Sabemos de antemão que o Douro
e o Vale do Côa têm imenso turismo
e devemos aproveitá-lo. Existem
imensos problemas, mas também
existem imensas soluções. Temos
que perceber quais as melhores
soluções para a nossa realidade e
fazer por implementá-las.
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umão deriva de “Naumen”,
que em linguagem lusitana,
significa povoação fortifica-
da sobre pontos escarpados
e penhascosos. Foi desta forma que a
Revista “Mundo Social” se encontrou
com o presidente Abel Pinto, fortifi-
cado na esperança de fazer mais e
melhor como tem sido pautado o seu
trabalho, já no terceiro mandato.
A freguesia está assinalada no mapa
de Portugal desde 1130, quando D.
Fernando de Mendes de Bragança atri-
buiu o primeiro foral. É por esse motivo
que os trabalhos executados pela Junta
de Freguesia têm sempre um cunho de
união, de força, de um povo que está
habituado a lutar pela defesa da nação.
Nos dias de hoje lutam por melhores
condições de vida e pela afirmação
pessoal. A interioridade que afecta as
freguesias da região do Vale do Côa,
muitas vezes em falta de oportunida-
des, origina que a população jovem
migre e emigre à procura de melhores
condições de vida. “A população é
muito envelhecida, temos alguma juven-
tude ainda a residir em Numão mas são
sobretudo pessoas mais velhas”, explica
Abel Pinto. A esta situação alia-se a falta
de indústria ou melhores empregos, que
não sejam obrigatoriamente na agricul-
tura afinal por muito nobre que seja
trabalhar a terra, e colher o que plan-
tamos ou semeamos, este é um sector
também em crise. “Temos uma produ-
ção mais dedicada ao vinho, azeite e
amêndoa mas não é fácil viver-se da
agricultura, é uma actividade difícil,
está muito em baixo e cada vez com
menos apoios”, revela o presidente
que fez uma pausa na vindima para
conceder-nos a entrevista.
Uma freguesia turisticamente apete-
cível e desejável não só pelo patrimó-
nio histórico edificado mas também
pelo turismo de natureza. Com esta
intenção foi construído o Centro de
Interpretação Turística de Numão (ver
caixa), sendo a freguesia o ponto de
partida para a descoberta de sabores
e saberes, de tradições e “estórias”
sem nunca perder o fio da história que
sempre se fez na região.
A importância do Castelo, como
um todo para a região, originou uma
candidatura conjunta entre várias enti-
dades para a sua requalificação.”A
importância desta iniciativa prende-
se pelo facto de ser uma actividade
Numão é uma população muito antiga, provavelmente habitada por povos celtas antes da romanização. Uma freguesia que respira história. Existem ainda vários monumentos, nomeadamente fontes, a ponte sobre a ribeira Teja, inscrições, e as colunas do fórum romano situadas no castelo. Abel Pinto recebeu-nos no edifício da Junta, sempre com o castelo no horizonte mas o presente faz-se com olhos no futuro.
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4 8 | Mundo Social
» Poder Local Junta de Freguesia de Numão
A história: Importânciae Significado
conjunta da Autarquia, da Direcção
Regional de Cultura do Norte, e da
Junta de Freguesia de Numão, que irá
permitir por um lado uma requalifi-
cação das acessibilidades do castelo,
permitindo a todos uma maior fruição
do castelo e do património a ele
associado. E por outro lado é sem
dúvida o reconhecimento do Castelo
de Numão, como um elemento patri-
monial que faz parte da identidade
cultural de Numão e da região onde
ele se insere”, acrescentam.
O encerramento de escolas que mar-
cou a abertura de mais um ano lectivo
não afectou a Freguesia de Numão
pois a escola tem mais de 20 alunos.
Estes são a alegria e a esperança dos
anos vindouros. São eles que per-
correm alegremente as ruas nas suas
brincadeiras de criança e tomam de
assalto um castelo indefeso contra o
riso e a inocência.
No canto oposto da vida, a maio-
ria neste momento, e que marcam a
freguesia por historias saudosas dos
tempos de mocidade, os idosos têm
ao seu dispor as valências necessárias
para com dignidade poderem fazer-se
novos aos olhos das crianças. Um cen-
tro de dia e apoio domiciliário. Outras
carências são centros de saúde ou
hospitais que sabiamente foram pre-
cavidos pelo protocolo entre a Junta
de Freguesia e a Câmara Municipal. O
Projecto “Saúde sobre Rodas” desloca
os cuidados de saúde básicos até á
população e não espera o contrário.
“Vêm alguns enfermeiros, uma vez por
semana, fazer exames e prestar apoio.
A Junta disponibilizou as instalações”,
conta Abel Pinto. Outro projecto, que
ainda não teve a aceitação necessária,
é a ajuda disponibilizada pela psi-
cóloga, algo que a população mais
idosa ainda não entende ser necessá-
ria. “É um funcionário da Câmara que
está sempre disponível. As pessoas
mais novas encaram bem e procuram
apoio, os mais idosos ainda têm algum
complexo sobre isso”.
“Numão é uma freguesia com um
património muito rico e que para além
das paisagens historicamente merece
ser visitada. Estamos empenhados em
trabalhar para o desenvolvimento da
freguesia”. Estas são as palavras de
Abel Pinto, para os fregueses e para
os turistas, para o presente e para o
futuro.
Abel Pinto Presidente
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Junta de Freguesia de Numão Poder Local «
Outubro | 2010 | 4 9
Cen
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terp
reta
tivo
ZONA DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO
A qualidade do atendimento e o tipo de
recepção são fundamentais. Este espaço, per-
mite o acesso fácil e rápido a um conjunto
diversificado da informação do castelo, da
sua envolvente e da região. Disponibiliza-se
também um conjunto de serviços não só para
quem nos visita, mas para os habitantes, nome-
adamente na organização e acompanhamento
de excursões de carácter turístico.
SALA DE LEITURA
Inicialmente pretendia-se uma sala com um
elevado acervo literário e diversificado sobre o
Castelo de Numão bem como sobre arqueolo-
gia, especialmente direccionado aos turistas,
estudantes e aos especialistas, além de com-
putadores com acesso a internet. A sala foi
transformada numa sala de estar para todos
os jovens. Aqui eles podem encontrar uma
consola, livros, computadores e um conjunto
de actividades de ocupação de tempos livros.
Trata-se de uma iniciativa para “dar vida” a
este Centro. Actualmente foi feita uma candi-
datura à Glubenkian para aumentar o acervo
bibliográfico.
ZONA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS
Trata-se de um espaço dedicado a exposições
temporárias, de variadíssimos autores interes-
sados em fazê-lo.
ZONA DE EXPOSIÇÃO PERMANENTE
Esta zona é ocupada por uma exposição per-
manente, para receber o espólio de arte local
e de elementos do quotidiano para mostrar a
trajectória da localidade. O centro interpreta-
tivo tem essa pretensão: resgatar o que se está
perdendo, colocando os objectos
“Sem importância e carregados de significa-
do”, contribuindo para a documentação de um
acervo oral e visual dos costumes e riquezas
da terra, que não constam dos documentos
oficiais.
O novo Centro Interpretativo apresenta condições para a sua rápida percepção e identificação por parte dos visitantes. Este centro possui condições excepcionais para ser um espaço atractivo, com uma linguagem moderna e uma atmosfera de qualidade geral, constituída por várias zonas:
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urante a visita do “Mundo
Social” a Vila Nova de Foz
Côa este assunto foi algu-
mas vezes referido, pelos
viticultores. De acordo com o repre-
sentante do Movimento, estas vinhas
devem ter direito ao benefício para
produção de vinho generoso. “por-
que foram plantadas com o suor e
com as poupanças dos viticultores
sem qualquer ajuda comunitária”.
O Movimento representa 6477 viti-
cultores em toda a região do Douro,
numa área de 3052 ha. Até hoje, já
reuniram com vários elementos do
Governo e António Felix garante que
nunca disseram que não dariam o
benefício, “no dia 26 de Junho de
2008 estivemos numa reunião com
o Ex. Ministro da Agricultura, Jaime
Silva. Ele deu-nos razão e pediu uma
semana para resolver o problema,
mas até agora não obtivemos qual-
quer resposta.”
A falta de benefício vivida pelos
Um grande número de vinhas dos pequenos e médios viticultores do Douro foram, durante muitos anos, plantadas ilegalmente. Em 1985, foram legalizadas ao abrigo do decreto-lei 504/I, mas nunca tiveram direito a benefício para Autorização ao Mosto Generoso (Mosto do Vinho do Porto), conta António Felix, representante do Movimento dos Viticultores da região demarcada do douro Vinhas legalizadas ao abrigo do decreto-lei 504/I.
D
5 0 | Mundo Social
» Poder Local Junta de Freguesia de Sebadelhe
pequenos e médios viticultores vem
ressaltar um dos grandes proble-
mas da região do Douro Vinhateiro,
a desertificação. “Se estas parce-
las, nos tempos mais próximos, não
forem autorizadas a produzir vinho
generoso, corremos o risco de cerca
de 6000 famílias abandonarem a
actividade e consequentemente
abandonarem a região”, alertou o
representante.
Perante esta constatação, Antó-
nio Felix deixa uma mensagem
ao governo e a todos os leitores,
“temos um Alto Douro Vinhateiro,
Património Mundial, do qual todos
nos orgulhamos, se não tivermos
o benefício teremos um Douro de
Pinheiros.”, O responsável pelo
Movimento apela ainda para a con-
sideração e contemplação destes
viticultores “ como medida de justi-
ça económica e social, para o bem
dos Dourienses”.
Nos últimos meses solicitou três
reuniões com o actual ministro da
Agricultura e apesar de ainda não ter
conseguido resposta, o Movimento,
promete não desistir, “quem luta
nem sempre ganha, mas, quem não
luta não ganha nada. Quem tem
inteligência, sabedoria, vocação e
responsabilidade política deve colo-
cá-los ao serviço dos mais indefesos”.
António Felix deixa ainda escapar
que, na impossibilidade de reunir
com o ministro da Agricultura, soli-
citarão um reunião com o Primeiro-
ministro e esperam que ele “tenha
coragem para resolver um problema
tão simples e humilde, como o bene-
fício para os dourienses”.
Por fim, o representante do Movi-
mento deixa uma pergunta para o
actual governo, “Será que irei conse-
guir o apoio da minha família política
madastra e não o conseguirei por
parte da minha família socialista?
Será que os ilustres dirigentes socia-
listas irão ter coragem para, daqui a
três anos, me convidarem para me
candidatar à Junta de Freguesia da
minha terra, que é a freguesia mais
socialista de Vila Nova de Foz Coa?”.
Sebadelhe quer acompanhar o desenvolvimento
António Felix é presidente da Junta
de Freguesia de Sebadelhe, conce-
lho de Vila Nova de Foz Côa, uma
das freguesias mais afectadas pela
inexistência do benefício, porque as
vinhas tem lugar de destaque quan-
do perguntamos sobre os recursos
económicos da aldeia.
Mais uma vez, o presidente refe-
rencia a crescente desertificação
na região e particularmente na sua
aldeia, pela força que se faz sentir
do desemprego. Para além da vinha,
o azeite e a amêndoa são também
recursos económicos importantes,
mas cada vez mais escassos, por
isso, “é muito difícil que os jovens se
fixem em Sebadelhe”.
“Queremos benefício paraos viticultores do Douro”
António FélixPresidente
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Junta de Freguesia de Sebadelhe Poder Local «
Outubro | 2010 | 5 1
ra todos ”
Obras realizadas durante o mandato:. Reabilitação das estradas;
. Reconstrução da Mina de Vendas, que se encontrava desactivada para fornecimento de água para a agricultura;
. Disponibilização de um terreno para recolha de monos (Televisões, Colchões, Frigoríficos, etc) com uma área de 1000m2, para combater o abandono destes materiais nos ribeiros e nos montes.
Património cultural:. Casa Donnas Botto, mais conhecida
por casa dos marcais;. Ponte romana na ribeira Teja, situada no cabeço.. Torre do relógio.. Capela do Martir S. Sebastião. Igreja Matriz
Património Mundial:
. Alto Douro Vinhateiro;
. Vale da Teja.
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“Temos uma Mini Loja do Cidadão”
António Felix e a sua equipa, transforma-ram a sede da Junta de Freguesia numa Mini Loja do Cidadão, para facilitar aos seus habitantes o pagamento das contas mensais e o preenchimento do IRS por via Electrónica. Aberta um dia útil por semana, esta iniciativa tenta colmatar alguns dos problemas que as freguesias com uma faixa etária elevada sofrem.
Apesar de ainda faltar trabalho pela frente, António Felix convida todos os interessados e apaixonados por turismo rural e pelas belas paisagens do Douro a visitarem esta freguesia “de gente soli-
dária e hospitaleira, com uma história muito longa, da qual nos orgulhamos”. A riqueza da história, das tradições e o valor dos antepassados de Sebadelhe, con-jugada com a beleza natural dos seus espa-ços, são os melhores pontos de visita que a Junta de Freguesia pode apresentar.
“Convido-o a visitar Sebadelhe, no Alto Douro Vinhateiro, onde o Douro atinge o seu representante máximo de atractividade. Oferecemos tranquilidade e sossego, assente na natureza plenamente preservada” rema-tou o presidente da Junta de Freguesia de Sebadelhe.
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4 6 | Mundo Social
revista “Mundo Social”
deslocou-se à Freguesia
de Custóias para conhe-
cer a sua realidade com
o Presidente Raul Anciães que se
fez acompanhar de dois jovens que
pertencem às forças vivas da fre-
guesia. Uma entrevista a três onde
o passado, presente e futuro são
analisados com a vontade de fazer
mais e melhor, por uma povoação,
como a maioria do interior, sofre
da falta de jovens e consequente
envelhecimento da população mas
sempre activos e com vontade de
não parar no tempo.
Os acessos neste momento não
ajudam os fregueses nas deslocações
até porque a sede de concelho se
encontra a 25 quilómetros de Cus-
tóias e a rede viária nem sempre é
a desejável mas o cenário está em
constante mudança e no futuro o IC2
será um factor de proximidade entre
as freguesias e a população.
Como em muitos outros casos os
habitantes procuram na migração
e emigração melhores condições e
oportunidades. No entanto, estes
regressam sempre e no período de
férias a freguesia triplica, conta o
presidente que aponta a falta de
condições para a fixação de jovens
como a principal condicionante e
motivo de desertificação. Os cader-
nos eleitorais apontam para 340 ins-
critos mas em habitantes contam-se
aproximadamente 230 pessoas.
Os principais recursos económi-
cos numa freguesia onde não existe
indústria passam pelo sector primá-
rio e é na agricultura que encontram
o principal meio de sub-
sistência. A qualida-
de de produtos que
são marca de uma
região como o bom
Em 1130 Custóias já aparece nos anais de Portugal. Um lugar estratégico de defesa relacionado com castelos e cercas medievais mas de gente hospitaleira. Nos dias de hoje a hospitalidade continua a ser apanágio de quem vive na freguesia e bem receber a palavra-chave de uma região naturalmente bela.
A
» Poder Local Junta de Freguesia de Custóias
Uma saudável interioridade
vinho, de mesa e generoso, o conhe-
cido vinho do Porto. O azeite puro,
virgem e rejuvenescedor, juntamente
com outro famoso postal ilustrativo
da região, as amendoeiras em flor,
cujo fruto coloca a região no mapa.
Existe uma cooperativa de azeite,
para ajudar os agricultores na trans-
formação e escoamento deste puro
néctar. No vinho existem pequenos
produtores, pessoas da terra, que pro-
duzem individualmente o que neces-
sitam para durante o ano e também
enviam para a Cooperativa da Teja.
Este ano o Verão foi quente e seco
mas não afectou a produção, antes
pelo contrário, “foi um bom ano a
nível de produção. A qualidade do
grau depende das terras, as mais
perto do Douro têm mais e nos
terrenos mais elevados é a situação
contrária mas quanto mais grau mais
vantagens e melhor é o vinho e a sua
fabricação”, explica Raul Anciães.
Para além deste sector existe ainda o
pequeno comércio de alimentação,
cafés e pequenas empresas particula-
res dedicadas à construção, aqueci-
mento e canalização.
Depois de quatro anos onde a
relação e as ajudas da Câmara Muni-
cipal nem sempre foram do agrado
da administração, neste segundo
mandato Raul Anciães revela que
“existe uma relação muito boa com
executivo camarário e, finalmente,
podemos aos poucos idealizar pro-
jectos para Custóias”.
As necessidades mais básicas da
freguesia estão confirmadas a todos
os níveis e áreas, como a rede de
distribuição de água, de saneamento
e electricidade. Necessidades pri-
márias que garantem a qualidade de
vida dos residentes.
A freguesia também é conheci-
da no Concelho e arredores pela
musicalidade que brota dos agora
silênciosos instrumentos da Banda
Filarmonica outrora apelidada de
“Música do Ferro” e que se encontra,
de momento, inactiva.
As estruturas para que a população
possa ter apoio no seu quotidiano
são asseguradas na terceira idade
pelo centro de dia que também tem
apoio domiciliário. Para além desta
valência os idosos têm todos os anos
um passeio que a Câmara Municipal
organiza. Este ano a Junta de Fregue-
sia já lhe deu a conhecer o museu de
Foz Côa dedicado às figuras rupes-
tres e nos dias 16 e 17 de Outubro
tiveram um passeio de barco no rio
Douro. Estas são acções que ajudam
esta faixa etária a manter-se ocupada
4 64 6 4 64 6 4 6 4 64 6 4 6 4 6 4 6 4 64 6 4 66 64 64 64 6 4 64 64 664 64 64 64 644 6 66664 6666666 6 |||||||||||||||||||||||||| MunMMMMMMMunMMMMMMunMunMunMunMuunuununnunMunMMMMMMMMunnMunMMMMMMMuMunMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMuMMMMMMunMunMunMMunMMMMunMMunMMMMMMMM nMMunMMMunMunMunMMunMunMMunMMMMunMMMMMMMunMMMMMunnMunMMMMMMMMunMMMunMMM nnnnMMMM nnMunMMMMunnnnnMMMMM nnnnnMMMMM nnnnnMMunnnnnnnMMMM nnnnnndddddddoddododo do do do dododo dodo dododo ooddddddddddddododdddddododododdddddoddddddodo dodddddddodododddddooddddddoddddddodddddodddddddddddddddddddooodd SocSoSocSocSocSSocSocSoSocSocSocSocSocococoSocSocSocSococSocSocSocSoocSocSoSooSocSocSSocSocSocSocoSococSooccSSSSocSSSSSoSSoocialiaiaiaiialialialalialialalalliaiaiaialiaaliaiiaiaiaiaiiiallialiaalaiialaaliaiaiiiii lii laai
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Junta de Freguesia de Custóias Poder Local «
Outubro | 2010 | 5 3
e a combater a solidão, fomentar o
encontro e a união é essencial, asse-
guram os entrevistados.
No campo oposto, a juventude e o
ensino. A escola primária e jardim-de-
infância já se encontram encerradas
desde 2006. O agrupamento escolar
de Vila Nova de Foz Côa deu preferên-
cia a Custóias mas o então executivo
camarário preferiu o encerramento de
um edifício renovado e com condições,
desde essa altura os alunos deslocam-
se a outra freguesia e concelho.
O edifício da extinta escola será,
brevemente, aproveitado para acolher
os enfermeiros do projecto “Saúde
sobre Rodas”. Outra oferta é a psicó-
loga que se desloca à freguesia todos
os quinze dias.
Para o futuro Raul Anciães pretende
que este espaço seja também de con-
vívio e festas.
Numa freguesia rural é normal a
partilha, a troca de ideias e saberes, de
convívio e reunião, que se construam
condições que muitas vezes não se
podem suportar individualmente mas
sendo comunitário é de todos e para
todos. Em Custóias temos esse exem-
plo com o forno que a população usa
frequentemente para todo o género
de cozinhados, desde o tradicional
pão a assados. A lenha cada um traz
consigo, juntamente com o saber, pois
como explica o presidente é necessá-
rio conhecer este utensílio cada vez
menos usado pelo mais novos mas
sempre apreciado por todos.
O Executivo agradece a todos que
com ele colaboraram para o bom fun-
cionamento e o desenvolvimento da
Freguesia e neste espírito desejam no
futuro continuar com as benfeitorias
para a freguesia e para o bem-estar da
população. Querem melhor a qualida-
de de vida já por si boa. Convida ainda
todos aqueles que ainda não conhe-
cem Custóias a subir ao Miradouro de
Nossa Senhora do Viso pelo menos um
dia, e daí poderem deslumbrar-se com
uma paisagem maravilhosa e uma
vista privilegiada e para a freguesia.
Paisagens apelativas onde os sentidos perdem-se e
vagueiam desde as oliveiras, as vinhas, as amendoeiras em
flor e toda uma área abrangente de beleza natural que pode
ser deslumbrada no miradouro de Nossa Senhora do Viso ou
os montes de pedras chamados cabeços fraga do corvos.
O património edificado é rico essencialmente na arte sacra, seja
exteriormente pelas diversas capelas como no seu interior desde a
talha dourada ou a antigas alfaias litúrgicas perduram. A destacar a
Igreja Matriz pelas suas características arquitectónicas, e segundo
alguns registos, data dos sécs. XVI/XVII.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DO VISO - Serve de miradouro à
freguesia e à própria linha do horizonte e tudo o que está abaixo dela.
Aqui realiza-se, todos os anos em Agosto, a principal festa de Custóias
com a duração de três dias. Este miradouro é também um dos pontos
mais altos de Portugal com 813 metros acima da linha do mar.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO - Dizem ser uma das
mais antigas, mas sofreu remodelações nos anos 70.
CAPELA DE SANTA BÁRBARA - Encontra-se construída em cima de
umas rochas, na Rua do Outeiro; tem um belíssimo miradouro.
CAPELA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA - Embora com uma bonita
traça românica, encontra-se actualmente em ruínas, junto à estrada.
IGREJA DE S. JOÃO BAPTISTA - Trata-se de uma construção muito
recente, data do ano de 1994.
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5 4 | Mundo Social
manuel Seixas, director
técnico e assistente social
da APITIL, mostra-se orgu-
lhoso do trabalho reali-
zado nas duas valências (Infância
e Terceira Idade), mas garante que
ainda há muito trabalho pela frente.
Certo das dificuldades financeiras
que as IPPS (Instituição Pública de
Solidariedade Social) sofrem face
ao desenvolvimento de novas acti-
vidades, revela que “existem sempre
projectos, queremos, por exemplo,
aproximar a APITIL da comunidade
de Lamego apostando no Marketing
ligado às IPSS”.
“Para um bom serviço, não pode-
mos depender dos fundos comu-
nitários”
Entre as actividades disponíveis,
no Centro de Dia, surge a cons-
trução de bonecas de trapos. “Esta
iniciativa quer conciliar a imprescin-
dível actividade física e lúdica dos
nossos utentes, com a possibilidade
de rentabilizarmos os seus trabalhos,
como ajuda à associação”, explica
Emanuel Seixas invocando o apoio
da comunidade, “se toda a gente
comprasse um boneco por um euro,
esse dinheiro daria para colmatar
algumas das nossas falhas”.
Outra das pretensões da APITIL,
no âmbito de alguma independên-
cia financeira, é a criação de ciber-
A Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego
(APITIL) comemora 30 anos no próximo mês
de Julho de 2011. Nos últimos três anos
tem apostado no avanço tecnológico,
na aproximação à comunidade e na
auto-suficiênciafinanceira.
“Trabalhamos para o seu bem-estar” é o
lema da instituição que começou como
Centro de Dia, a 1 de Julho de 1981, e conta, actualmente, com três centros de Dia, duas creches,
dois jardins-de-infância, um ATL e
uma sala de estudo e um serviço de apoio
domiciliário.
E
» Acção Social Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego
Amândio da Fonseca, Fundador da APITIL
APITIL aposta no avanço t
nética e rentabilizá-la ao serviço
da IPSS. A publicidade de serviços
e pessoas relacionadas com a área
é, para o director técnico, uma
possível fonte de rendimento para
a Instituição.
Sediada no centro de Lamego,
a APITIL preocupa-se em oferecer
um bom serviço à comunidade do
concelho por isso, nos últimos anos,
estendeu o Centro de Dia para as
freguesias de Magueija e Avões.
“Eles preferem estar no Centro de
Lamego, porque se sentem rotula-
dos pelas pessoas da terra, daí as
candidaturas serem em excesso para
a sede”, conta o director. Perante
a persistência dos candidatos, a
APITIL tenta persuadi-los a integrar
o Centro de Dia das suas freguesias,
garantindo todas as actividades,
conforto e apoio que eles merecem.
Por esta altura, o Centro de Dia
de Lamego acolhe 70 idosos, um
número muito superior ao das fre-
guesias, com 10 utentes cada um.
A associação considera que a
melhor solução para estes e outros
constrangimentos passará pela
construção de um novo edifício,
“queremos centralizar os nossos
serviços e criar melhores condi-
ções”. A actual sede da APITIL é um
edifício antigo no centro da cidade,
com dois andares e sem eleva-
dor, factor que impossibilita muitas
das ideias que a administração vai
criando. Emanuel Seixas explica
“os idosos quando são admitidos na
associação ainda têm muita mobili-
dade, mas com o tempo começam
a perdê-la, por isto é-nos impossí-
vel utilizar o segundo andar, para
benefício deles”. Sem data prevista
para construção do novo edifício, a
única certeza é a oferta de terreno
por parte da Câmara Municipal de
Lamego.
Objectivo: Construir um larServir a comunidade de Lamego
é a vontade da equipa de técni-
cos e auxiliares que trabalham nas
várias valências da APITIL. Quando
questionado sobre os próximos pro-
jectos, Emanuel Seixas mostra-se
esperançoso de alcançar um sonho,
“a construção de um lar, essa é a
única valência que falta à APITIL na
área da Assistência Social”.
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Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego Acção Social «
Outubro | 2010 | 5 5
o tecnológico“Quero acreditar que posso mudar o mundo”
Emanuel Seixas está na Asso-
ciação há três anos. Durante os
dois primeiros anos foi assistente
social, no último ano exerce as
funções de Director Técnico da
APITIL. O director apela a todos
os assistentes sociais a não desis-
tirem do que os moveu a apos-
tarem nesta profissão. “Quando
saímos da faculdade pensámos
que somos super-heróis e com as
adversidades que vamos encon-
trando, esmorecemos e desisti-
mos dos nossos objectivos, mas
isso não pode acontecer. Temos
que continuar a acreditar que
podemos mudar o mundo”, desa-
bafa o assistente social.
Actividades dedicadas ao desenvolvimento da motricidade
Os dias dos idosos são preen-
chidos com actividades pensadas
para o desenvolvimento da sua
motricidade fina e grossa. Boccia
- jogo de precisão que desenvol-
ve e obriga a um bom controlo
motor, para proporcionar bons
lançamentos, cujo objectivo é
aproximar o maior número de
bolas de cor (vermelha ou azul)
da bola alvo - é a iniciativa
que mais curiosidade desperta
aos utentes. Actualmente com
20 participantes, Emanuel Sei-
xas lembra como foi difícil cati-
var os idosos para esta prática,
“começámos com cinco idosos
porque eles não compreendiam
as vantagens destas iniciativas,
com a adaptação, tornou-se na
actividade preferida”.
A hidroginástica, a educação
física, inseridas no projecto
sénior+60 e os trabalhos manuais
(por exemplo, a construção de
bonecas de trapos) estão entre o
leque de preferências dos idosos.
Para colmatar as necessidades
dos idosos de Lamego sem mobi-
lidade, a APITIL tem a valência de
apoio domiciliário, “os pedidos
mais usuais são a alimentação e
a higiene pessoal”. Consciente
da falta de disponibilidade de
muitos familiares no acompanha-
mento dos idosos, a Associação
tenta também integrar os utentes
do apoio domiciliário nas suas
actividades.
A dificuldade na organiza-
ção de iniciativas para os uten-
tes de apoio domiciliário não é
impossível de transpor. O direc-
tor técnico garante que “arran-
jamos sempre algo para fazer,
nos últimos tempos criaram um
tapete. Distribuímos pequenos
quadrados e farrapos e pedimos
que usassem a imaginação, no
final construímos um tapete que
temos exposto na sede”. Para
além dos trabalhos manuais, os
idosos também são convidados
para os passeios organizados
pela instituição.
“Os pais sabem que a APITIL é
a melhor escolha”
Comprovando o investimento
nas novas tecnologias e na pro-
cura de segurança na educação
dos mais novos, a APITIL acom-
panha as inovações tecnológicas
e instala um sistema de controlo
de entradas e saídas em todas as
respostas para a infância. “Para
uma maior segurança dos pais, as
entradas e saídas do são regista-
das electronicamente. A porta só
permite acesso através de impres-
são digital”, anuncia o director
técnico.
PUB
Emanuel Seixas Director técnico
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5 6 | Mundo Social
» Acção Social Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego
Sónia Mesquita é directora do pólo infantil há
cinco anos. Questionada sobre o alargamento
do horário nas escolas e a possibilidade de
alguns alunos abandonarem o ATL e a sala de
estudo, não mostrou qualquer preocupação,
“este é o ano que leccionamos com mais meni-
nos”, conta a directora. As principais razões
para este acréscimo é fácil de encontrar “as
AECS funcionam até às 17h30, os pais não têm
como os ir buscar a essa hora, preferem-nos na
APITIL. Ficam connosco, fazem cá os trabalhos
de casa, estudam e às vezes só ao início da noite
vão para a casa”.
RESPOSTAS SOCIAIS
INFÂNCIA: Creche; Infantário; ATL (actividades
de Tempos Livres); Sala de estudo;
TERCEIRA IDADE: Centro de Dia;
Apoio Domiciliário
APITIL aumenta número de alunos
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Carla Marinho, psicóloga da
APITIL desde Abril, está satis-
feita com o trabalho prestado
pela associação à comunidade.
O comportamento das crian-
ças é exemplar, “ os alunos que
recebemos não têm problemas
educacionais, as questões que
encontro são as habituais da
infância e da adolescência”,
refere a psicóloga.
O bom comportamento
das crianças
Sónia Mesquita, Directora do Pólo Infantil Carla Marinho, Psicóloga da APITIL
54_55_56_APITIL.indd 4 13-10-2010 19:58:16
57_CASA VERMELHA PUB.indd 1 14-10-2010 01:44:04
Esta é uma das características dos produtos Porfírios pois a confecção mantém o vinho, o alho e o “suave aroma a fumo” que coloca esta empresa de raiz familiar na mesa de todos os portugueses. “Os nossos produtos têm o mesmo sabor ao longo dos anos”, quem o garante é Daniel Porfírio que “apenas tenta manter viva a tradição do bom fumeiro”.
M
» Acção Social Fumeiros Porfírios
Um Paladar Intemporal
5 8 | Mundo Social
undo Social (MS): Como
é que surge a ideia da
criação dos Fumeiros
Porfírios?
Daniel Porfírio (DP): Nos anos
80, Manuel Porfírio e Maria de Lur-
des Porfírio, decidiram diversificar
começando a produzir pequenas
quantidades de carne em casa.
Mais tarde surge a criação da “Casa
Rita” para a produção de alguns
produtos inicialmente pouco diver-
sificados, como: Salpicão, chouri-
ça, moira e carnes frescas. Durante
a década de 80 dá-se o primeiro
grande passo: a ampliação da fábri-
ca com a entrada dos produtos no
grupo Jerónimo Martins. Com o
novo cliente surgiu a necessidade
de implementar regras de higiene
e segurança alimentar num espaço
que já era diminuto e não oferecia
a oportunidade de diversificar os
produtos. Em 1993 concluiu-se a
construção de uma nova fábrica e
a constituição da empresa actual, a
Fumeiros Porfírio.
MS: O que é que já foi feito
desde a criação da empresa até
agora?
DP: Desde a criação da Fumeiros
Porfírios que se optou por criar
vários pontos de venda. Neste
momento temos quatro estabele-
cimentos. O último foi aberto este
ano em Lamego, “A Taberna do
Porfírio”, uma casa de petiscos.
Estes contribuem em cerca de 40
por cento da facturação anual da
empresa.
Hoje tem um espaço quatro vezes
maior e em certos períodos do ano,
produz acima da capacidade nor-
mal. A nível de qualidade apresen-
ta todos os requisitos preenchidos,
começando em 2010 o processo
de certificação pela ISO 22000.
MS: Quais são as principais espe-
cialidades que a empresa tem aos
dispor dos clientes?
DP: A empresa apresenta pro-
dutos que seguem as tradições da
região utilizando o vinho, sal e
alho como únicos condimentos
para o tempero dos produtos, que
depois passam pela secagem a
lenha de azinho. Como produtos
de referência temos: as moiras, o
salpicão e o presunto, produtos
típicos da região de Lamego. Mas
o seu portfolio apresenta também
outros produtos, como: chouriças,
alheiras, morcelas, farinheiras,
barriga fumada ou salgada entre
outros.
Nos pontos de venda dispomos
de uma variedade maior de oferta
em carnes frescas, uma vez que
utilizamos carne de aves, bovinos,
pequenos ruminantes entre outras.
MS: O que é que vos distingue
dos restantes concorrentes do sec-
tor?
DP: Primamos pela diferencia-
ção através de rigorosos critérios
de qualidade que usamos desde
a criação da empresa. Os nossos
produtos têm o mesmo sabor ao
longo dos anos. Optamos por téc-
nicas mais rentáveis de forma a
diminuir o preço de produção e
não cortar na qualidade da maté-
ria-prima.
MS: Onde é que os Fumeiros
Porfírios podem ser encontrados?
DP: Os nossos produtos podem
ser encontrados um pouco por
todo o país. Os principais pontos
são Lisboa, e a região entre Vila
Real e Porto. Podem também ser
encontrados no grupo Jerónimo
Martins com Moira Adouro e Sal-
picão Adouro.
MS: Quais são os projectos que
têm em mente, tendo em conta
o problema actual da economia
portuguesa.
DP: Não estão previstos mais
investimentos, para além do que
está a ser realizado na formação
e qualificação dos colaboradores.
Se a situação melhorar no próximo
ano abriremos mais dois pontos
de venda.
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