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Pref´ acio Este livro faz parte do conjunto de 3 mini-cursos ministrados durante o Segundo Congresso Brasileiro de Sistemas Fuzzy (II CBSF) realizado em Natal- RN no per´ ıodo de 06-09 de novembro de 2012; a saber: UmaIntrodu¸c˜ ao ` a Teoria dos Conjuntos Fuzzy; Reconhecimento de Padr˜ oes Fuzzy e Aplica¸c˜ oes; e Usando a Teoria dos Conjuntos Fuzzy na Modelagem de Fenˆ omenos Biol´ ogicos. Os livros dos mini-cursos juntamente com os anais e o livro de resumos es- tendidos comp˜ oem o material acadˆ emico produzido pelo evento. O Congresso ´ e o resultado do esfor¸ co de alguns pesquisadores que visam orga- nizar a ´ area de Sistemas Fuzzy no Brasil. Esse processo de organiza¸ aocome¸cou em 2009 durante a realiza¸ ao do mini-simp´ osio “Fundamentos e aplica¸ c˜oesde l´ogica Fuzzy ”realizado durante o XXXII Congresso Nacional da Sociedade Brasi- leira de Matem´ atica Aplicada e Computacional e seu principal foco foi a cria¸ ao de um meio que viabilizasse a intera¸c˜ ao entre os v´ arios grupos existentes na ´ area. Assim, surgiram os Congressos Brasileiro de Sistema Fuzzy, cuja primeira edi¸c˜ ao foi realizada em Sorocaba-SP no per´ ıodo de 9 a 12 de Novembro de 2010. A organiza¸ ao do II CBSF espera, dessa forma, que tanto esse mini-curso quanto o restante da programa¸c˜ ao do evento sirva de meio para lhe motivar a interagir cada vez mais com essa ´ area fascinante que s˜ ao os Sistemas Fuzzy. Novembro 2012 Regivan Hugo N. Santiago Coordenador do II CBSF

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Prefacio

Este livro faz parte do conjunto de 3 mini-cursos ministrados durante o SegundoCongresso Brasileiro de Sistemas Fuzzy (II CBSF) realizado em Natal-RN no perıodo de 06-09 de novembro de 2012; a saber:

– Uma Introducao a Teoria dos Conjuntos Fuzzy;– Reconhecimento de Padroes Fuzzy e Aplicacoes; e– Usando a Teoria dos Conjuntos Fuzzy na Modelagem de Fenomenos Biologicos.

Os livros dos mini-cursos juntamente com os anais e o livro de resumos es-tendidos compoem o material academico produzido pelo evento.

O Congresso e o resultado do esforco de alguns pesquisadores que visam orga-nizar a area de Sistemas Fuzzy no Brasil. Esse processo de organizacao comecouem 2009 durante a realizacao do mini-simposio “Fundamentos e aplicacoes delogica Fuzzy”realizado durante o XXXII Congresso Nacional da Sociedade Brasi-leira de Matematica Aplicada e Computacional e seu principal foco foi a criacaode um meio que viabilizasse a interacao entre os varios grupos existentes na area.Assim, surgiram os Congressos Brasileiro de Sistema Fuzzy, cuja primeira edicaofoi realizada em Sorocaba-SP no perıodo de 9 a 12 de Novembro de 2010.

A organizacao do II CBSF espera, dessa forma, que tanto esse mini-cursoquanto o restante da programacao do evento sirva de meio para lhe motivar ainteragir cada vez mais com essa area fascinante que sao os Sistemas Fuzzy.

Novembro 2012 Regivan Hugo N. SantiagoCoordenador do II CBSF

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Organizacao

A coordenacao do II CBSF foi de responsabilidade do grupo de pesquisa: Logica,Linguagem, Informacao, Teoria e Aplicacoes (LoLITA) da UFRN e foirealizado gracas as seguintes instituicoes e pessoas:

Instituicoes Financiadoras

Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nıvel Superior — CAPESFundacao de Apoio a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte — FAPERNGoverno do Estado do Rio Grande do Norte

Instituicoes Apoiadoras

North American Fuzzy Information Processing SocietyEuropean Society for Fuzzy Logic and TechnologyInternational Fuzzy Systems AssociationSociedade Brasileira de AutomaticaSociedade Brasileira de ComputacaoSociedade Brasileira de Inteligencia ComputacionalSociedade Brasileira de Matematica Aplicada e ComputacionalUniversidade Federal do Rio Grande do Norte — UFRNCooperativa Cultural Universitaria

Comite Executivo

Regivan H. N. Santiago (UFRN) CoordenadorBenjamın Bedregal (UFRN) Vice-coordenadorFernando A. C. Gomide (UNICAMP)Laecio C. de Barros (UNICAMP)

Organizacao Local

Adriao Duarte Doria Neto (UFRN)Benjamın Bedregal (UFRN)Joao Marcos (UFRN)Regivan H. N. Santiago - (UFRN)

Comite de Avaliacao

Coordenadores: Wladimir Seixas (UFSCar)Jose Arnaldo Roveda (Unesp)

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Avaliadores

Adilson Brandao — UFSCarAdriao D. D. Neto — UFRNAhmed Esmin — UFLAAndre P. Lemos — UFMGAnne M. Canuto — UFRNAurora Pozo — UFPRBenjamın Bedregal — UFRNDavid C. Martins Jr — UFABCFernando Gomide — UnicampFrancisco De A. Carvalho — UFPEFrancisco J. Fernandes — UPNAGracaliz Dimuro — FURGGuilherme Barreto — UFCHeloisa Camargo — UFSCarHeriberto R.-Flores — U. de TarapacaHumberto Bustince — UPNAJoao Marcos — UFRNJoao F. L. Alcantara — UFCJose A. R. — UnespJulio Pereira — USPLaecio Barros — UnicampMagda S. Peixoto — UFSCarMarcelo E. Coniglio — UnicampMarcos E. Valle — UELMaria J. Castanho — UNICENTROMarilton Aguiar — UFPelMarina Mizukoshi — UFG

Mario Benevides — UFRJMarjory Abreu — UFRNMarley Vellasco — PUC-RioMichal Baczynski — Univ. of SilesiaMyriam Delgado — CEFET-PRNeli R. Ortega — USPPaulo E. Almeida — CEFET-MGPedro Tonelli — USPPeter Sussner — UnicampRegivan Santiago — UFRNRenata Reiser — UFPelRicardo Tanscheit — PUC-RioRicardo Coelho Silva — UNIFESPRodney C. Bassanezi — UFABCRonei Moraes — UFPBRosana Jafelice — UFURoseli Romero — USPSandra Sandri — INPESandra Masalskiene — UnespSimone Andre Costa — UFPelTsang Ing Ren — UFPEVilem Novak — University of OstravaViviane D. Mattos — UFRRJWeldon Lodwick — Univ. of ColoradoWladimir Seixas — UFSCarYurilev C.-Cano — U. de Tarapaca

Avaliadores Ad-hoc

Alexandre S. Simoes — UNESPAndre Pereira —Antonio C. Martins — UNESPCarlos S. dos Santos — UFABCFlaulles Bergamaschi — UESBHenrique Lazari — UNESPJean Piton — UFSCarJuan G. Lazo — PUC-RioLuciana Foss — UFPelMarcus E. Cintra — USP

Martin Figallo — U. Nacional del SurMaurıcio Figueredo — UFSCarRenata Z. de Oliveira — UNESPRicardo M. Araujo — UFPelRogerio Vargas — UESCRonildo Moura — UFRNSilvia M. Nassar — UFSCTiago B. de Carvalho — UFPEViviane L. de Mattos — FURG

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Reconhecimento de Padrões Fuzzy e Aplicações

Mini-curso

Ronei Marcos de Moraes

Laboratório de Estatística Aplicada ao Procesamento de Imagens e Geoprocessamento – LEAPIG

Laboratório de Tecnologias para o Ensino Virtual e Estatística – LabTEVE

Departamento de Estatística – UFPB

[email protected]

II Congresso Brasileiro de Sistemas Fuzzy 6 a 9 de Novembro de 2012

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SumárioO reconhecimento de padrões é a rotulação de um conjunto de dados uni ou multidimensionais, dado um conjunto finito de rótulos. Esses rótulos podem ser nominais ou classes, valores inteiros ou reais. As técnicas podem ser divididas em não supervisionadas, onde o próprio algoritmo é encarregado da decisão final sobre a separação dos rótulos, ainda que sem nomeá-los ou supervisionado, onde o usuário define previamente os rótulos e fornece informações sobre eles para que o algoritmo tome as decisão. Nesse curso serão mostradas algumas técnicas de reconhecimento fuzzy não-supervisionado como: Fuzzy C-Means e Fuzzy ISODATA. Além dessas, serão apresentadas técnicas supervisionadas, tais como: Lógica Fuzzy, Regra Bayesiana Fuzzy e Redes Bayesianas Fuzzy Serão mostradas aplicações dessas técnicas na área de análise de imagens e dados na área de saúde.

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AgradecimentosEste trabalho é parcialmente financiado pelo CNPq (Processos CNPq 310339/2009-0 e CNPq 573710/2008-2) e desenvolvido no Laboratório de Tecnologias para o Ensino Virtual e Estatística (LabTEVE) do Departamento de Estatística da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

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Índice1. O que é reconhecimento de padrões?

Conjuntos Fuzzy

2. Técnicas não-supervisionadas2.1. K-Means 2.2. ISODATA (Iterative Self-Organizing Data Analysis Technique)2.3. Fuzzy C-Means 2.4. Fuzzy ISODATA

3. Técnicas supervisionadas3.1. Lógica Clássica3.2. Lógica Fuzzy

3.3 Modelos Bayesianos3.3.1 Regra de Bayes3.3.2 Regra de Bayes Fuzzy

3.4 Redes Bayesianas3.4.1 Naive Bayes3.4.2 Naive Bayes Fuzzy3.4.3 Naive Bayes Gaussiano3.4.4 Naive Bayes Gaussiano Fuzzy

3.5 Redes Possibilistas3.6 Redes Neurais

3.6.1 Multi-layer Perceptron

3.6.2 Evolving Fuzzy Neural Networks

4. Aplicações4.1. Processamento de Imagens4.2. Avaliação de Treinamento4.3. Tomada de Decisão

5. Conclusões

Referências

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Capítulo 1. O que é reconhecimento de padrões?

Para se entender o conceito de reconhecimento de padrões, inicialmente deve-se entender o conceito de Inteligência Artificial (IA). IA é uma área de pesquisa interdisciplinar nascida na ciência da computação, mas que hoje envolve outras ciências, como a matemática e estatística, dentre outras. Ela é dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possam ampliar a capacidade de raciocínio do ser humano para a resolução de problemas complexos de modo inteligente, ou seja, visando viabilizar computacionalmente a realização de atividades e decisões típicas dos seres humanos [Riche e Knight,1994].

Após os avanços tecnológicos obtidos na construção de computadores acessíveis, a IA se popularizou como ciência. Hoje se aplica em várias áreas sociais, tecnológicas e industriais e possui sub-áreas com seus próprios problemas, metodologias e ansplicações, como jogos, visão computacional, classificação de sinais e dados, tomada de decisão, entre outras.

Assim, pode-se perceber que algumas capacidades devem ser requeridas:

a) raciocínio: através do uso de regras lógicas sobre um conjunto de dados ou informações, permitindo obter uma conclusão ou decisão;

b) aprendizado: visando aprender com os acertos e propiciar reaprender ou se modificar com os erros de modo a tomar decisões mais acuradas;

c) reconhecer padrões de vários tipos (visuais, sensoriais, de comportamento, etc); e d) inferir, aplicando o raciocínio ou aprendizado em situações similares.

Na área do raciocínio, vários tipos teóricos de lógicas e sistemas baseados nelas foram desenvolvidos. Podem ser citadas as lógicas clássica [Enderton,2001], multivalorada [Smith,1981], fuzzy [Yager et al.,1987], baseadas em evidências [Dempster,1967][Shafer,1976], possibilista [Dubois e Prade,2004], etc.

Na área de aprendizado, novos algoritmos e técnicas são desenvolvidos visando o Aprendizado de Máquina, ou seja permitir aos computadores aprender e aperfeiçoar seu desempenho na realização de tarefas e tomada de decisões. Alguns tipos de abordagens utilizadas são:

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a) Aprendizado Supervisionado, no qual existe uma interação com o usuário final ou um programador que passa informações sobre as possíveis divisões do domínio (decisões) de modo estruturado, ou seja as condições e as decisões oriundas delas são conhecidas. São conhecidos os métodos de Redes Neurais [Simpson1990], Redes Bayesianas [Neapolitan,2003] e redes evolutivas [Kasabov,2001].

b) Aprendizado Não Supervisionado, no qual o próprio método se encarrega de estabelecer as divisões do domínio automaticamente, pois se conhece as condições, porém não as decisões atreladas a elas. São conhecidos os métodos de Agrupamento ou Clustering [Duda, Hart e Stork,2000].

c) Aprendizado por Reforço visa preencher a lacuna entre o aprendizado supervisionado e não supervisionado. Nesse caso, as condições são fornecidas, porém não se conhece se as decisões atreladas a elas são ou não corretas. Desse modo, os métodos buscam no espaço das informações de entrada e no de decisões, de modo a maximizar o retorno [Marsland,2009].

Reconhecimento de padrões é uma área de pesquisa interdisciplinar que usa conhecimentos de várias ciências como a Estatística, Engenharia, Computação, Cognição, Psicologia, Fisiologia, etc [Webb,2005]. Seu objetivo é classificar informações (ou padrões) baseado ou em conhecimento a priori ou em informações estatísticas extraídas desses padrões. Esses padrões (ou informações) são mensurados por algum tipo de sensor(es) ou algum outro mecanismo de extração de características que obtém observações a serem classificadas, descritas ou reconhecidas. Essas observações podem ser de caráter uni ou multidimensionais, numéricas ou simbólicas e o processo de classificação dessas observações dependem das características extraídas.

O processo de classificação é geralmente baseado na disponibilidade de um conjunto de padrões que foram anteriormente classificados, ou também conhecido como conjunto de treinamento fornecido pelo usuário. Nesse caso, usa-se o aprendizado supervisionado. A classificação ou rotulação de um conjunto de observações uni ou multidimensionais segue um conjunto finito de rótulos fornecidos a priori. Esses rótulos podem ser nominais ou classes, valores inteiros ou reais.

Se o processo não recebe ou não dispõe de informações a priori dos padrões, então pode ser usado o aprendizado não supervisionado, de forma que o próprio processo deve estabelecer a divisão das classes dos padrões por si mesmo. Em geral, isso é realizado utilizando-se métodos estatísticos. Nesse caso, os rótulos podem ser desprovidos de um significado imediato, o que ficará a cargo do próprio usuário descobri-lo ou interpretá-lo.

A Inferência é a metodologia que permite a partir de dados ou fatos, aplicar o um método de raciocínio ou aprendizado segundo as suas restrições ou condições em situações similares. Desse modo, permite-se obter novas conclusões ou decisões em novas situações.

Nesse curso, o interesse recai sobre as técnicas de reconhecimento de padrões e dessas, em particular aquelas baseadas na Teoria dos Conjuntos Fuzzy [Zadeh,1965], que é definida na próxima seção. São apresentadas técnicas baseadas em aprendizado não-supervisionado e supervisionado. Aplicações dessas técnicas em problemas de Processamento Digital de Imagens [Moraes, Banon e Sandri,2002], avaliação de

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treinamento médico [Machado, Moraes e Zuffo,2000] em procedimentos cirúrgicos [Machado,2003] simulados em realidade virtual [Netto, Machado e Oliveira,2002] e análise de dados em saúde [Lucena,2011] também são mostradas.

1.1 Conjuntos Fuzzy

Para se definir um conjunto fuzzy, faz-se necessário relembrar a definição de conjunto na teoria dos conjuntos clássica: um conjunto A de um universo X pode ser definido por uma função de pertinência µA(x), com µA: X →{0,1}, onde 1 significa que um dado x∈X está incluído em A e 0 significa que x não pertence a A. Porém, para um conjunto fuzzy não se pode afirmar sempre que um dado elemento x∈X pertence ou não ao conjunto A. Dessa forma, cria-se uma nova forma de função de pertinência, µA(x) onde µA: X →[0,1], ou seja, podem existir graus de pertinência parciais para elementos de X em A [Zadeh,1965]. Pode-se dizer que um conjunto fuzzy A de X é dito ser “preciso” quando ∃ c* ∈ X tal que µA(c*)=1 e ∀c≠c*, µA(c)=0. Um conjunto fuzzy A é dito ser exato (ou “crisp”), quando ∀ c∈ X, µA(c) ∈ {0,1}.

A intersecção e a união de dois conjuntos fuzzy são executadas através do uso dos operadores de t-normas e t-conormas, respectivamente, as quais são mapeamentos comutativos, associativos e monotonicos de [0,1]→[0,1]. Uma t-norma Γ tem 1 como elemento neutro. Uma t-conorma ⊥ tem 0 como elemento neutro. Um exemplo de t-normas e t-conormas, são respectivamente: Γ=min, ⊥=max [Dubois e Prade,1988]. Assim, a intersecção de dois conjuntos fuzzy A e B com funções de pertinência µA(x) e µB(x) é um conjunto fuzzy C com função de pertinência dada por:

C=A ∩ B⇔ µC(x)= Γ{µA(x),µB(x)}, ∀ x∈ X. (1.1)

A união de dois conjuntos fuzzy A e B com funções de pertinência µA(x) e µB(x) é um conjunto fuzzy C com função de pertinência dada por:

C=A ∪ B⇔ µC(x)= ⊥{µA(x),µB(x)}, ∀ x∈ X. (1.2)

O complemento de um conjunto fuzzy A em X, denotado por ¬A é definido como:

µ¬A(x) = n(µA(x)), ∀ x∈ X. (1.3)

onde: n: [0,1]→[0,1] é um operador de negação que satisfaz as seguintes propriedades:

•n(0)=1 e n(1)=0

•n(a) ≤ n(b) se a>b

•n(n(a))=a, ∀ x∈ [0,1]

e uma negação é chamada “estrita” se é continua e também satisfaz:

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•n(a)<n(b) se a>b.

O principal operador de negação que satisfaz todas as quarto condições acima é n(a) = 1-a.

Referências

[Dempster,1967] Dempster, A. P.; Upper and lower probabilities induced by a multivalued mapping. The Annals of Mathematical Statistics v. 38, n. 2, pp. 325–339, 1967.

[Dubois e Prade,1988] Dubois, D.; Prade, H.; Possibility theory: An approach to computerized processing of uncertainty. Plenum Press, 1988.

[Dubois e Prade,2004] Dubois, D.; Prade H.; Possibilistic logic: a retrospective and prospective view. Fuzzy Sets and Systems, v.144, n.1, pp. 144:3–23, 2004.

[Duda, Hart e Stork,2000] Duda, R. O.; Hart, P. E.;Stork, D. G.; Pattern Classification. Wiley-Interscience, 2nd ed., 2000.

[Enderton,2001] Enderton, H. B.; A Mathematical Introduction to Logic, Academic Press, 2nd ed., 2001.

[Kasabov,2001] Kasabov, N.; Evolving Fuzzy Neural Network for Supervised/Unsupervised On-line, Knowledge-based Learning, IEEE Trans. on Man, Machine and Cybernetics, v.31, n.6, pp. 902-918, 2001.

[Lucena,2011] Lucena, B. T. L.; Utilização da Lógica Fuzzy como Modelo Preditivo da Situação da Segurança Alimentar nos municípios do Estado da Paraíba. Dissertação de Mestrado em Modelos de Decisão e Saúde, 2011.

[Machado,2003] Machado, L.S.; A realidade virtual no modelamento e simulação de procedimentos invasivos em oncologia pediátrica: um estudo de caso no transplante de medula óssea, Tese de Doutorado, Escola Politécnica da USP. 2003.

[Machado, Moraes e Zuffo,2000] Machado, L. S.; Moraes, R. M. and Zuffo, M. K.; A Fuzzy Rule-Based Evaluation for a Haptic and Stereo Simulator for Bone Marrow Harvest for Transplant. Proceedings of Phantom Users Group (PUG'2000). Aspen, 2000.

[Marsland,2009] Marsland, S.; Machine Learning: an algorithmic perspective. CRC Press, 2009.

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[Moraes, Banon e Sandri,2002] Moraes, R. M.; Banon, G. J. F.; Sandri, S. A.; Expert Systems Architecture for Image Classification Using Mathematical Morphology Operators. Information Sciences, v. 142, n.1-4, p. 7-21, 2002.

[Neapolitan,2003] Neapolitan, R. E.; Learning Bayesian Networks. Prentice Hall, 2003.

[Netto, Machado e Oliveira,2002] Netto, A.; Machado, L.; Oliveira, M. Realidade Virtual: Conceitos e Aplicações. Visual Books, 2002.

[Riche e Knight,1994] Rich, E.; Knight, K.; Inteligência Artificial. 2a. ed. McGraw-Hill, 1994.

[Shafer,1976] Shafer, G.; A Mathematical Theory of Evidence. Princeton University Press, 1976.

[Simpson1990] Simpson, P.K. Artificial neural systems. Pergamon Press. 1990.

[Smith,1981] Smith, K. C.; The prospects for multi-valued logic: A technology and applications view, IEEE Transactions on Computers, v. 30, n. 9, pp. 619–634, 1981.

[Webb,2005] Webb, A.; Statistical Pattern Recognition. Wiley, 2nd ed., 2005.

[Yager et al.,1987] Yager, R.R. et al. (ed.) Fuzzy Sets and Applications: Selected Papers by L.A. Zadeh. John Wiley, 1987.

[Zadeh,1965] Zadeh, L.A.; Fuzzy sets. Information and Control, v. 8, n. 3, pp. 338–353, 1965.

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Capítulo 2. Técnicas não-supervisionadas

Como mencionado no Capítulo anterior, dentre os algoritmos e técnicas desenvolvidos para o Aprendizado de Máquina, a de Aprendizado Não Supervisionado, o método se encarrega de estabelecer as divisões de classe do domínio automaticamente, a partir de condições previamente estabelecidas, como métricas de alguma natureza. Essas condições são atingidas iterativamente até que a divisão do domínio em classes se estabilize ou que as variações sejam pequenas o suficiente para que sejam aceitáveis. Entretanto, esses métodos não são capazes de formular decisões ou rotular as classes do domínio que encontraram.

Dentre os vários métodos conhecidos, quatro deles serão estudados neste Capítulo: K-Means (K-Médias), ISODATA (Iterative Self-Organizing Data Analysis Technique), Fuzzy C-Means (C-Médias Fuzzy) e o Fuzzy ISODATA.

2.1 K-Means

O termo K-Means é atribuído a James MacQueen que em 1967 um estudo sobre métodos de classificação e análise multivariada [MacQueen,1967]. Entretanto, a técnica é devida a Stuart Lloyd [Lloyd,1957], ainda que a sua publicação realmente só tenha sido efetuada em 1982.

O método K-Means requer a especificação de um número K de divisões do domínio seja atribuída previamente o número de classes, bem como a inicialização do posicionamento dos centróides ou médias dessas K classes (vetores no caso multidimensional). Essa inicialização pode ser realizada de modo aleatório ou usando alguma concepção lógica como igualmente espaçadas em K divisões do domínio. Baseada em uma métrica de distância escolhida, o método é iterativo, deslocando os vetores de médias pelo espaço até que a sua posição defina bem as classe que cada média representa.

Com respeito à distância, várias delas podem ser usadas, como a distância Euclideana, L1, Mahalanobis, etc. A distância Euclideana é a mais comumente utilizada. Sejam x1 um vetor que representa dados obtidos de um domínio qualquer e mi é a média ou centróide da classe Ci ou i-ésima divisão desse domínio. Então a distância Euclideana entre x1 e mi é dada por:

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d ( x1, mi ) = || x1 – mi || = [(x1 – mi )t (x1 – mi )] -1/2 . (2.1)

A distância L1 também pode ser usada e é dada por:

d ( x1, mi ) = || x1 – mi || = | (x1 – mi )t (x1 – mi ) |, (2.2)

onde mi é a média da classe Ci e | • | é o valor absoluto.

Uma outra possibilidade é usar a distância de Mahalanobis [Mahalanobis,1936, Amorim e Mirkin,2012]:

d ( x1, mi ) = || x1 – mi || = (x1 – mi )t ∑ -1 (x1 – mi ), (2.3)

onde mi é a média da classe Ci ou i-ésima divisão do domínio e ∑ -1 é a inversa da matriz de covariâncias. Outras métricas também podem ser utilizadas, porém não é garantia de se produzir resultados similares entre elas.

O método também requer que uma outra medida seja definida para a sua finalização. Nesse caso, os centros das classes podem se estabilizar ou que as suas variações sejam pequenas o suficiente para que sejam aceitáveis, ou seja inferior a um valor ε pré-definido. Uma possível medida é a Soma do Quadrado dos Erros (SQE), que é dado por:

SQE = ∑ K j=1 ∑ xj ∈ Ci (xj – mi )2 (2.4)

onde mi é a média da classe Ci ou i-ésima divisão do domínio, dentre as K classes definidas e xj ∈ Ci é um padrão atribuído à classe Ci .

O método segue basicamente quatro passos:

a) K vetores mi , i = 1,..., K devem ser inicializados formando o centróide de K classes ou divisões do domínio. A inicialização pode ser feita aleatoriamente ou definida pelo usuário do método;

b) Calcula-se a distância de cada vetor médio mi aos dados. Verifica-se quais são mais próximos a esse vetor médio para serem inseridos nessa classe;

c) São computados os novos centróides ou médias mi para cada classe Ci produzida a partir do passo (b); e

d) Se todos os centróides mi não se alteraram entre o passo (b) e o passo (c) OU se a SQE < ε a, onde ε é predefinido, então o procedimento está encerrado e os centróides representam as médias das K classes pedidas. Senão, todos os valores de médias mi

para cada classe Ci são atualizadas com aquelas calculadas no passo (c) o procedimento deve retornar ao passo (b).

Em alguns casos pode-se, por segurança, definir ainda um número máximo de iterações que o algoritmo pode realizar. Essa providência impede que se o algoritmo não convergir para nenhum critério de parada, ele permaneça executando indefinidamente.

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Algumas colocações são importantes com respeito ao método K-Means. Já foi mencionado que ele é dependente da escolha da distância utilizada, porém ele também é dependente do número K de classes definido e também da escolha inicial dos centróides, o que pode levar a uma solução sub-ótima. Uma limitação do método é que pode ocorrer de que um centróide não possua dados próximos a ele e não é possível eliminá-lo para diminuir o número de classes. Alguns algoritmos já foram propostos para a escolha desses valores iniciais, como o k-means++ [Arthur e Vassilvitskii,2007].

Do ponto de vista estatístico, o método K-Means é interpretado como um estimador de máxima verossimilhança para as médias das classes, assumindo-se uma distribuição normal multivariada com matriz de covariâncias diagonal, ou seja, todas as covariâncias entre as classes são zero e portanto todas as classes assumem formas esféricas. Isso é também pode ser visto como uma limitação do método.

2.2 ISODATA (Iterative Self-Organizing Data Analysis

Technique)

O método K-Means já foi largamente estudado e a partir dele uma grande variedade de versões foram propostas [Hartigan e Wong,1979, Kanungo et al.,2002, Elkan,2003, Amorim e Mirkin,2012]. Entretanto, em muitas situações onde se emprega métodos não supervisionados, o conhecimento prévio das classes pode ser pouco e em alguns casos, até mesmo nenhum. Desse modo, seria interessante um método que pudesse ter alguma liberdade de evoluir, modificando o número inicial de classes incluindo ou excluindo-as conforme alguns critérios previamente definidos. Esse é o princípio do método ISODATA [Ball e Hall,1965, Jensen,1996].

a) Requer a especificação dos seguintes parâmetros iniciais: número K de classes, inicialização dos K vetores de médias, limiar de divisão de classes, limiar de união das classes, o número mínimo de dados que uma classe deve possuir e número máximo de iterações;

b) Calcula-se a distância escolhida (Euclideana, L1, Mahalanobis ou outra) de cada centro mi aos dados e verifica-se quais são os mais próximos de cada centróide ou média para serem inseridos em cada classe Ci;

c) Computa-se as novas médias mi de cada classe Ci produzida no passo (b);d) Se qualquer limiar de divisão é excedido para alguma classe, esta é dividida em duas

classes;e) Se houve alguma divisão no passo (d), recalcula-se os centróides das classes;f) Se alguma classe possui um número de dados associados a ela inferior ao número

mínimo estabelecido, essa classe é eliminada;g) Se houve alguma classe eliminada no passo (f), reagrupa-se os dados e recalcula-se os

centróides das classes;h) Se a distância entre duas classes é inferior ao limiar de união, combina-se essas classes

em uma única;i) Se quaisquer duas classes foram unidas no passo (h) recalcula-se os centróides das

classes;

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j) Repetir os passos (b) a (i) até que os agrupamentos se estabilizem (SQE < epsilon), ou até que o número máximo de iterações seja excedido.

O método ISODATA é dependente da escolha dos valores iniciais dos centróides das classes. Do mesmo modo que o método K-Means, do ponto de vista estatístico, o método ISODATA é interpretado como um estimador de máxima verossimilhança para as médias das classes, assumindo-se uma distribuição normal multivariada com matriz de covariâncias diagonal, ou seja, todas as covariâncias entre as classes são zero e portanto todas as classes assumem formas esféricas.

O método ISODATA é intensivamente computacional, ou seja, se os dados são muito desestruturados, ele pode consumir muito tempo na sua execução. Além disso, para esses caos pode não convergir ou convergir para apenas uma única classe. Entretanto, tem como principais vantagens que não é necessário conhecimento prévio dos dados por parte do seu usuário e é efetivo para separar classes quando as classes podem se adequar a distribuições normais de forma esférica.

2.3 Fuzzy C-Means

O método Fuzzy C-means (também conhecido pela sigla FCM) foi desenvolvido inicialmente por Dunn [Dunn,1973] e posteriormente aperfeiçoado por [Bezdek,1981], sendo essa última a versão mais popular utilizada em reconhecimento de padrões. O algoritmo e iteração é similar ao K-Médias. O método é baseado na minimização da SQE com ponderação pela pertinências:

Jη = ∑ K j=1 ∑ xj ∈ Ci µij (xj )

η || xj – νi || (2.5)

onde µij (xj ) é a função de pertinência de xj para a classe Ci; η é um número real tal que η ∈ [1,∞), νi é a média ponderada para a classe Ci e || • || é qualquer norma que expresse a distância entre o valor dos dados e o seu centróide.

A cada iteração a função de pertinência de µij é atualizada, bem como os centróides νi , ou seja:

µij (xj ) = [ ∑ xk ∈ Ci ( || xj – νi || ) / ( || xk – νi || ) ] (-2/m-1) e (2.6)νi = ( ∑ K

j=1 µij (xj )η xj ) / ( ∑ K

j=1 µij (xj )η ). (2.7)

A iteração é interrompida quando:

max ij { | νi (k+1)- νi

(k) } < ε, (2.8)

onde ε é um limiar predefinido. Por esse algoritmo, espera-se que o processo identifique um mínimo local ou um ponto de sela de Jη .

Várias versões posteriores do método já foram propostas [Krisnapuram, Frigui e Nasroui,1995, Pal et al.,2005].

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2.4 Fuzzy ISODATA

O método Fuzzy ISODATA é um procedimento iterativo que utiliza uma concepção similar ao Fuzzy C-Means, no qual permite-se ao método evoluir, modificando o número inicial de classes incluindo ou excluindo-as conforme alguns critérios previamente definidos. Esse é o mesmo princípio do método ISODATA clássico, e se utiliza de passos de modo similar a este.

Referências

[Amorim e Mirkin,2012] Amorim, R. C.; Mirkin, B.; Minkowski metric, feature weighting and anomalous cluster initializing in K-Means clustering. Pattern Recognition v. 45, n. 3, pp. 1061-1075, 2012.

[Arthur e Vassilvitskii,2007] Arthur, D.; Vassilvitskii, S.; K-means++: the advantages of careful seeding. Proceedings of the eighteenth annual ACM-SIAM Symposium on Discrete Algorithms. pp. 1027-1035, 2007.

[Ball e Hall,1965] Ball, G.H.; Hall, D. J.; ISODATA: New Method of Data Analysis and Pattern Classification. Technical Report. Stanford Research Institute, 1965.

[Bezdek,1981] Bezdek, J. C.; Pattern Recognition with Fuzzy Objective Function Algoritms, Plenum Press, New York, 1981.

[Dunn,1973] Dunn, J. C.; A Fuzzy Relative of the ISODATA Process and Its Use in Detecting Compact Well-Separated Clusters", Journal of Cybernetics v. 3, pp.32-57, 1973

[Elkan,2003] Elkan, C.; Using the triangle inequality to accelerate k-means. Proceedings of the Twentieth International Conference on Machine Learning (ICML), 2003.

[Hartigan e Wong,1979] Hartigan, J. A.; Wong, M. A. (1979). "Algorithm AS 136: A K-Means Clustering Algorithm". Journal of the Royal Statistical Society, Series C (Applied Statistics) v. 28, n. 1, pp. 100-108, 1979.

[Jensen,1996] Jensen, J .R.; Introductory Digital Image Processing - A Remote Sensing Perspective, Prentice Hall, Inc., New Jersey, p, 797-256, 1996.

[Kanungo et al.,2002] Kanungo, T. et al.; An efficient k-means clustering algorithm: Analysis and implementation. IEEE Trans. Pattern Analysis and Machine Intelligence v. 24, pp. 881-892, 2002.

[Krisnapuram, Frigui e Nasroui,1995] Krisnapuram, R.; Frigui, H.; Nasroui, O.; Fuzzy and possibilistic shell clustering algorithms and their application to boundary detection

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and surface approximation, IEEE Transactions on Fuzzy Systems, Part. 1, 2 , v. 3, n. 1, pp. 29–43–44–60, Feb. 1995.

[Lloyd,1957] Lloyd, S. P.; Least square quantization in PCM. Bell Telephone Laboratories Paper, 1957. Publicado posteriormente como: Lloyd, S. P.; Least squares quantization in PCM. IEEE Transactions on Information Theory, v. 28, n. 2, pp. 129-137, 1982

[MacQueen,1967] MacQueen, J. B.; Some Methods for classification and Analysis of Multivariate Observations. Proceedings of 5th Berkeley Symposium on Mathematical Statistics and Probability. University of California Press. pp. 281-297, 1967.

[Mahalanobis,1936] Mahalanobis, P. C.; On the generalised distance in statistics. Proceedings of the National Institute of Sciences of India v. 2, n. 1, pp. 49-55, 1936.

[Pal et al.,2005] Pal, N. R. et al., A Possibilistic Fuzzy c-Means Clustering Algorithm. IEEE Transactions on Fuzzy Systems, v. 13, n. 4, p. 517-530, 2005.

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Capítulo 3. Técnicas supervisionadas

Como mencionado no primeiro Capítulo, os métodos supervisionados são aqueles que dependem de um conjunto de treinamento fornecido pelo usuário, cuja classificação dos padrões já foram realizadas previamente. Essas classes ou rótulos podem ser nominais ou classes, valores inteiros ou reais. Dentre os vários métodos conhecidos, serão estudados neste Capítulo aqueles baseados em lógica (clássica e fuzzy), em modelos Bayesianos (Regra de Bayes clássica e fuzzy), redes Bayesianas (Naive Bayes, Naive Bayes Fuzzy, Naive Bayes Gaussiano e Naive Bayes Gaussiano Fuzzy), redes possibilistas e redes neurais (Multi-layer Perceptron e Evolving Fuzzy Neural Networks).

3.1 Lógica Clássica

Um sistema inteligente usando a lógica clássica é aquele na qual um sistema computacional procura realizar uma tarefa de modo similar a um ou mais especialistas da área. Neles, o conhecimento de um ou mais especialistas é armazenado em uma base de conhecimento usando alguma representação lógica, como por exemplo, por regras. O controle da utilização das regras é feito por um sistema de inferência, a partir de fatos, que são dados que podem ser adquiridos inicialmente ou posteriormente, durante o processo de dedução [Buchanan e Shortlife,1985]. Usando-se regras e fatos, novos fatos são obtidos utilizando-se uma ou mais formas de raciocínio. A arquitetura formada pela base de conhecimento e pelo sistema de inferência é chamada “sistema especialista” [Rich e Knight,1993]. Nos sistemas especialistas, o conhecimento é modelado por regras, que são formulações lógicas do tipo:

SE <condição> ENTÃO <conclusão>.

Uma regra pode ser composta por conjunções e disjunções e pode levar a mais de uma conclusão simultaneamente. Por exemplo:

SE (<condição1> OU <condição2>) E (<condição3>) ENTÃO (<conclusão1> E <conclusão2>).

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A regra acima com mais de uma conclusão é equivalente a um conjunto de regras com apenas uma conclusão:

SE (<condição1> OU <condição2>) E (<condição3>) ENTÃO <conclusão1>

SE (<condição1> OU <condição2>) E (<condição3>) ENTÃO <conclusão2>.

Cada regra diz respeito a uma variável de interesse e cada especialista pode ter a sua própria opinião sobre cada fato específico, porém existe a necessidade de que não haja conflito entre essas opiniões para manter a consistência do conhecimento. Isso significa que o sistema não poderá, por exemplo, concluir “sim” e “não” a partir das mesmas informações. Quando os valores das variáveis de interesse são medidos por um subsistema externo e enviados ao sistema especialista, o sistema de inferência dispara regras da base de conhecimento, que avaliam os dados para gerar conclusões.

3.2 Lógica Fuzzy

Como mencionado anteriormente, em sistemas inteligentes, o conhecimento do especialista deve ter algum tipo de representação lógica, como por exemplo, a representação por regras. A arquitetura formada pela base de conhecimento e pelo sistema de inferência é chamada “sistema especialista” [Rich e Knight,1993]. Podem haver casos, nos quais os atributos não podem ser medidos com a exatidão necessária, ou o próprio especialista verifica que o conhecimento não é válido em qualquer situação. Nestes casos, podem ser introduzidos coeficientes de certeza para codificar essa incerteza na conclusão da regra [Moraes,1998] [Moraes, Banon e Sandri,2002]. A informação incerta pode ser tratada através de probabilidades [Rich e Knight,1993], crença e plausibilidade [Senne,1988], possibilidades [Dubois e Prade,1996], entre outras.

Quando há subjetividade na base de conhecimento, sua representação pode ser feita por modelos fuzzy [Zadeh,1988], onde a subjetividade é modelada por conjuntos fuzzy, como descrito acima. Em sistemas especialistas fuzzy, o conhecimento do especialista sobre um determinado procedimento é modelado por regras fuzzy. Cada regra diz respeito a uma variável de interesse e cada especialista pode ter a sua própria opinião sobre cada fato específico. Quando os valores das variáveis de interesse são medidos por um subsistema externo e enviados ao sistema especialista, o sistema de inferência dispara regras da base de conhecimento, que avaliam os dados para gerar conclusões.

Por exemplo, utilizando um sistema especialista fuzzy acoplado a um simulador cirúrgico em RV, especialistas podem definir de modo impreciso as camadas de tecido e regiões do osso nas quais pode-se extrair a medula com segurança e nas quantidades desejadas. Para avaliar o treinamento de um residente, os valores das variáveis são coletados por um dispositivo que fornece reação tátil, como o Phantom Desktop [Massie e Salisbury,1994] e enviados ao sistema especialista para julgamento. O sistema deve analisar cada passo realizado pelo residente em tempo real e ir armazenando as suas impressões para no final do treinamento classificar o candidato segundo as classes de desempenho. Em Machado, Moraes e Zuffo (2000) utilizou-se cinco classes descritas

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pelos seguintes conjuntos nebulosos: “precisa de muito mais treino no procedimento”; “precisa de mais treino no procedimento”; “ainda precisa de treino no procedimento”; “procedimento bem realizado”; “procedimento muito bem realizado”, demonstrando a necessidade ou não de mais treino.

As regras do sistema especialista foram modeladas por funções de pertinência de acordo com as especificações de especialistas e foram utilizadas as funções de pertinência trapezoidais [Dubois e Prade,1980], pois há um erro tolerável na posição da agulha em todos os eixos e nos ângulos e nas forças aplicadas que permitirão ao residente obter sucesso na punção, da mesma forma. O sistema de inferência utilizado foi do tipo Mamdani [Mamdani e Assilian,1975]. Um exemplo de regra utilizado neste avaliador inteligente é:

Se Posição_X é esquerda_do_centro E Posição_Y é acima_do_centro E Posição_Agulha é aceitável E Força é forte E Extração_Medula é Sim Então Classe_residente é ainda precisa de treino no procedimento.

onde: Posição_X e Posição_Y são coordenadas onde a agulha toca o corpo do paciente; Posição_Agulha é o ângulo que a agulha entra no corpo do paciente; Força é a força aparente com que o residente realiza a entrada da agulha; Extração_Medula mostra o sucesso ou fracasso do residente em extrair a medula e Classe_residente é a classificação do residente.

Segundo Mandani e Assilian (1975), a avaliação das proposições com conectivo E e OU são realizadas de acordo com as operações sobre conjuntos fuzzy de intersecção e união, respectivamente. Como visto no Capítulo 1, a intersecção e a união de dois conjuntos fuzzy são executadas através do uso dos operadores de t-normas e t-conormas, respectivamente, as quais são mapeamentos comutativos, associativos e monotonicos de [0,1]→[0,1]. Uma t-norma Γ (respec. t-conorm ⊥) tem 1 (respec. 0) como elemento neutro (por exemplo: Γ=min, ⊥=max) [Dubois e Prade,1988].

A intersecção de dois conjuntos fuzzy A e B com funções de pertinência µA(x) e µB(x) é um conjunto fuzzy C com função de pertinência dada por:

C=A ∩ B⇔ µC(x)= Γ{µA(x),µB(x)}, ∀ x∈ X. (3.1)

A união de dois conjuntos fuzzy A e B com funções de pertinência µA(x) e µB(x) é um conjunto fuzzy C com função de pertinência dada por:

C=A ∪ B⇔ µC(x)= ⊥{µA(x),µB(x)}, ∀ x∈ X. (3.2)

O complemento de um conjunto fuzzy A em X, denotado por ¬A é definido como:

µ¬A(x) = n(µA(x)), ∀ x∈ X. (3.3)

onde: n: [0,1]→[0,1] é um operador de negação que satisfaz as propriedades apresentadas no Capítulo 1. Deve-se lembrar que o principal operador de negação que satisfaz todas as quarto condições para um operador de negação é n(a) = 1-a.

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A função de implicação entre dois conjuntos fuzzy A e B com funções de pertinência µA(x) e µB(x) é um conjunto fuzzy C com função de pertinência dada por:

C=A ⇒ B⇔ µC(x,y)= ∇ {µA(x),µB(y)}, ∀ x∈ X, ∀ y∈ Y. (3.4)

onde ∇: [0,1]2→[0,1] é um operador de implicação que obedece as seguintes propriedades: ∀ a, a’, b, b’ ∈ [0,1]:

• Se b ≤ b’ então ∇ (a,b) ≤ ∇ (a,b’);•∇ (0,b)=1;•∇ (1,b)=b.

As implicações puras obedecem também a:

• Se a ≤ a’ então ∇ (a,b) ≥ ∇ (a’,b);•∇ (a, ∇ (b,c))= ∇ (b, ∇ (a,c)).

Quando se usa uma t-norma Γ para representar o conectivo E e uma t-conorma ⊥ para representar o conectivo OU, a implicação ∇ é dada por uma t-norma. É importante observar que a escolha dessas normas deve seguir algumas regras [Moraes,1998, Moraes, Banon e Sandri,2002].

No caso do procedimento de coleta de medula óssea, este é totalmente realizado às cegas e portanto, o especialista avaliador humano só pode avaliar o procedimento através de suas impressões externas ao corpo do paciente, pois é apenas o que ele pode ver. O avaliador proposto por Machado, Moraes e Zuffo (2000) tem uma posição privilegiada na avaliação do médico novato, pois poderá acompanhar toda a trajetória do procedimento, externa e internamente ao corpo virtual sobre o qual atua, medindo posição e força da agulha transpassando as camadas de tecido e do osso, impossíveis de serem avaliadas pelo observador humano.

3.3 Modelos Bayesianos

3.3.1 Regra de Bayes

Esta seção apresenta o Método da Máxima Verossimilhança (MV) [Moraes e Machado,2005a]. A regra de decisão de MV é uma das mais comuns técnicas usadas na classificação de dados. Formalmente, sejam as classes de desempenho denotadas por wi , i=1,...,M, onde M é o número total de classes de desempenho. Pode-se deteminar a classe mais provável de um vetor de treinamento X, pelas probabilidades condicionais [Johnson e Wichern,1998]:

P(wi | X), onde i=1,...,M. (3.5)

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A probabilidade dada por (3.50) fornece a verossimilhança que para um vetor X, a classe correta seja wi. A regra de classificação é dada de acordo com:

X ∈ wi se P(wi | X) > P(wj | X) para todo i ≠ j. (3.6)

Entretanto, todas as probabilidades dadas por (3.5) são desconhecidas. Assim, se existe informação suficiente disponível para cada classe de desempenho, pode-se estimar essas probabilidades, denotadas por P(X | wi). Usando o Teorema de Bayes:

P(wi | X) = [P(X | wi) P(wi)] / P(X),(3.7)

onde P(X) = ΣMi = 1 P(X | wi) P(wi)].

Como P(X) é o mesmo para todas as clases wi, então não ela não é relevante para a classificação dos dados. Na Teoria Bayesiana, P(wi) é chamada probabilidade a priori para wi e P(wi | X) é a probabilidade a posteriori para wi onde X é conhecido. Então, a regra de classificação dada por (3.6) é modificada:

X ∈ wi se P(wi | X) P(wi) > P(wj | X) P(wi) para todo i ≠ j. (3.8)

A equação (3.8) é conhecida como a regra de decião de Máxima Verossimilhança ou classificação de Máxima Verossimilhança. Entretanto, pode ser conveniente usar [Johnson e Wichern,1998]:

g(X) = ln [P(X | wi) P(wi)]= ln [P(X | wi)] + ln [P(wi)] (3.9)

onde g(X) é conhecida como função de log-verossimilhança e também como função discriminante. Pode-se usar (3.9) para modificar a equação (3.8):

X ∈ wi se gi (X) > gj (X) para todo i ≠ j. (3.10)

É importante notar que se a distribuição estatística puder assumir uma distribuição Normal multivariada, o uso da equação (3.10) possui interessantes propriedades computacionais [Johnson e Wichern,1998]. Se os dados de treinamento não puderem assumir essa distribuição, a equação (3.10) pode levar a uma redução significativa do custo computacional.

3.3.2 Regra de Bayes Fuzzy

A Regra de Bayes Fuzzy [Terano et al.,1987][Moraes e Machado,2006a] que tem funcionamento similar ao método da seção anterior, o qual é baseado em probabilidades condicionais. A probabilidade de um evento fuzzy é definida por [Zadeh,1968]: seja (Rn,

f, P) um espaço de probabilidades, onde f é uma σ-álgebra em Rn e P é uma medida de

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probabilidade sobre Rn. Então, um evento fuzzy em Rn é um conjunto A em Rn, com função de pertinência µA(x), com µA: X →{0,1} é Borel-mensurável. A probabilidade de um evento A é definido pela integral de Lebesgue- Stieltjes:

P(A) = ∫Rn µA(x) dP = E(µA) (3.11)

em outras palavras, a probabilidade de um evento fuzzy A com função de pertinência µA é o valor esperado da função de pertinência µA.

Novamente, sejam as classes de desempenho dadas por denotadas por wi , i=1,...,M, onde M é o número total de classes de desempenho. Entretanto, agora assume-se que as classes wi são conjuntos fuzzy sobre o espaço de decisão Ω. Seja µwi(X) a função de pertinência para cada classe wi dada por uma fonte de informação fuzzy (por exemplo, uma composição de regras de um sistema especialista ou um histograma dos dados amostrais), de acordo com o vetor de dados X. Neste caso, assume-se que a fonte de informação fuzzy é um histograma dos dados amostrais.

Pelo uso das probabilidades fuzzy e pela regra de Bayes fuzzy [Zadeh,1968], sobre a regra de Bayes clássica [Terano et al.,1987], tem-se as probabilidades fuzzy da classes wi dado o vetor de dados X:

P(wi | X) = [µwi(X) P(X | wi) P(wi)] / P(X),(3.12)

com P(X) = Σi µwi(X) = 1.

No entanto, como o denominador é independente, então a regra de classificação Bayes Fuzzy é assinalar o vetor de dados de treinamento X à classe wi, se:

X ∈ wi se µwi(X) P(wi | X) P(wi) > µwj(X) P(wj | X) P(wi) para todo i ≠ j. (3.13)

3.4 Redes Bayesianas

Uma Rede Bayesiana é um modelo probabilista no qual pode-se representar um conjunto de distribuições de probabilidade a partir de todas as variáveis presentes em um processo complexo e também estabelecer as suas relações [Neapolitan,2003]. Formalmente uma Rede Bayesiana é definida como um grafo acíclico direcionado, denotado por G e uma distribuição de probabilidade conjunta denotada por P. O grafo G=(X,L) é um conjunto de nós e arcos orientados L, onde os nós representam as variáveis X no processo e os arcos orientados codificam as dependências condicionais entre as variáveis [Neapolitan,2003]. As dependências são modeladas por distribuições de probabilidade condicionais específicas [Krause,1998] para um atributo dado os atributos pais na rede.

Formalmente, dadas as M classes no espeço de decisões Ω={1,...,M} e seja wi, i ∈ Ω uma das classes e uma distribuição de probabilidade P, que representa o domínio completo de um conjunto de n atributos X={X1, X2, …, Xn}, obtidos a partir de uma amostra de treinamento. Assim:

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P(X1, X2, …, Xn , wi) = P(wi) P(X1, X2, …, Xn \ wi) == P(wi) P(X1 \ wi) P(X2, …, Xn \ wi , X1)

= P(wi) P(X1 \ wi) P(X2 \ wi , X1) P(X3, …, Xn \ wi , X1, X2) (3.14)...

= P(wi) P(X1 \ wi) P(X2 \ wi , X1) ... P(Xn \ wi , X1, X2 ,…,Xn-1)

Todos os métodos enunciados a seguir partem dessa equação (3.14) e fazem suposições específicas para o seu cálculo.

3.4.1 Naive Bayes

O Método Naive Bayes (NB), também chamado Discreto ou Multinomial NB, é um método robusto para classificação de dados. Formalmente, dada a equação (3.14) e usando o Teorema de Bayes:

P(wi | X) = [P(X | wi) P(wi)] / P(X) ⇔ ⇔ P(wi | X1, X2, …, Xn) =

= [P(X1, X2, …, Xn \ wi) P(wi)] / P(X) (3.15)

Novamente, como P(X) é o mesmo para todas as classes wi, então ela não é relevante para o processo de classificação dos dados e portanto para a avaliação de desempenho. Então:

P(X | wi) P(wi) = P(X1, X2, …, Xn \ wi) P(wi) (3.16)

A equação (3.16) é equivalente ao modelo de probabilidade conjunta:

P(X1, X2, …, Xn \ wi) P(wi) = P(X1, X2, …, Xn , wi) (3.17)

Usando-se sucessivas aplicações da probabilidade condicional sobre a equação (3.17), pode-se obter:

P(X1, X2, …, Xn , wi) = P(wi) P(X1, X2, …, Xn \ wi) = P(wi) P(X1 \ wi) P(X2, …, Xn \ wi , X1)

= P(wi) P(X1 \ wi) P(X2 \ wi , X1) P(X3, …, Xn \ wi , X1, X2)...

= P(wi) P(X1 \ wi) P(X2 \ wi , X1) ... P(Xn \ wi , X1, X2 ,…,Xn-1) (3.18)

O classificador Naive Bayes recebe este nome devido à ingênua hipótese de que cada vetor de atributos Xk é condicionalmente independente de qualquer outro vetor de atributos Xl , para todo k ≠ l ≤ n. Isto significa que o conhecimento da classe é suficiente para determinar a probabilidade de um valor Xk. Essa hipótese simplifica a equação (3.18), devido a:

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P(Xk \ wi , Xl) = P(Xk \ wi) (3.19)

para cada Xk e a equação (3.61) pode ser reescrita como:

P(X1, X2, …, Xn , wi) = P(wi) P(X1 \ wi) P(X2 \ wi)... P(Xn \ wi) (3.20)

a menos de um fator de escala S, o qual depende de X1, X2, …, Xn. Finalmente a equação (3.15) pode ser expressa por:

P(wi | X1, X2, …, Xn) = (1/S) P(wi) Π n k=1 P(Xk \ wi) (3.21)

Então, a regra de classificação Naive Bayes é similar àquela dada por (3.8):

X ∈ wi se P(wi | X1, X2, …, Xn) > P(wj | X1, X2, …, Xn) para todo i ≠ j e i, j ∈ Ω (3.22)

e P(w* | X1, X2, …, Xn) com * = {i, j | i, j ∈ Ω}, é dada por (3.21).Para estimar os parâmetros para P(Xk \ wi) para cada classe wi, pode-se usar um

estimador de máxima verossimilhança, chamado Pe:

Pe(Xk \ wi)= #( Xk , wi) / #( wi) (3.23)

onde #( Xk , wi) é o número de casos amostrais pertencentes à classe de desempenho wi e tendo o valor Xk , #( wi) é o número de casos amostrais que pertencem à classe de desempenho wi.

3.4.2 Naive Bayes Fuzzy

Vários autores propuseram diferentes verões para o método Naive Bayes Fuzzy (NBF). Tang et al. [2002a] propôs uma verão em dois estágios : na primeira um algoritmo de aprendizado não supervisionado fuzzy determina partições no espaço de decisão. No segundo estágio, as partições obtidas no primeiro estágio são usadas para estimar os parâmetros das variáveis linguísticas. Com essa metodologia, é possível usar variáveis contínuas e diminuir a complexidade do método Naive Bayes. Em outro artigo, Tang et al. [2002b] analisaram o modelo de identificação usando regras fuzzy ponderadas. Após essa identificação, a acurácia das regras fuzzy é investigada usando algoritmos genéticos [Tang e Xu,2005].

Outras abordagens foram usadas, como a de Borgelt e Gebhardt (1999) que extendeu o método Naive Bayes para manipular alguns tipos de informação fuzzy. Nurnberger [Nurnberger et al.,1999] fêz mapeamentos a partir do método Naive Bayes para um algoritmo NEFCLASS modificado para melhorar o primeiro. Borgelt et al. (2000) usou a estimação de Máxima Verossimilhança Fuzzy para determinar as partições fuzzy.

Existe ainda uma outra abordagem, na qual métodos de discretização fuzzy [Kononenko,1993][Yang e Webb,2002] foram usados no primeiro estágio para permitir

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usar o método Naive Bayes depois. No entanto, essa abordagem pode ser afetada por vieses de classificação e variância do método Naive Bayes.

Störr (2002) propôs uma outra abordagem que possui algumas vantagens: é rápida, pode trabalhar com poucas amostras de treinamento, pode lidar com atributos faltantes (missing), pode ser usada para incrementar o aprendizado e se todas as funções de pertinência assumem valores em {0;1}, essa abordagem possui o mesmo comportamento que o algoritmo de classificação Naive Bayes.

Baseado no mesmo espaço de decisões com M classes, o método NBF computa as probabilidades de classe condicionais e então prediz a classe mais provável de um vetor de atributos X={X1, X2, …, Xn}, de acordo com os dados amostrais. Nesse caso, é assumido que cada Xk, k=1,...,n, é uma variável linguistica e ela é expressa por valores linguisticos, com funções de pertinência normalizadas µi (Xk), onde i=1,…,M. Tais funções no método NBF são interpretadas como informação condicional da classe wi

dada a variável Xk [Störr,2002]. Então, seja X = { X1 = A1i, …, Xn = Ani } e usando Bayes:

P(wi \ X) = [P(X \ wi) P(wi) µi (X)]/P(X) (3.24)

Como antes, o método Naive Bayes assume a independência condicional entre os eventos em X. Isso modifica a equação (3.24) para:

P(wi \ X) = (1/S) P(wi) Π n k=1 [P(Xk \ wi) µi(X)] (3.25)

Então, a regra de classificação para o NBF é dada por:

X ∈ wi se: P(wi \ X) > P(wj \ X), para todo i ≠ j e i, j ∈ Ω (3.26)

onde P(wi \ X) = P(wi \ X1 = A1i, …, Xn = Ani), é dado por (3.25).

3.4.3 Naive Bayes Gaussiano

O Método Naive Bayes deve ser aplicado sobre variáveis discretas ou com distribuição multinomial. Algumas abordagens foram desenvolvidas para usar o método Naive Bayes sobre variáveis contínuas utilizando-se inicialmente métodos de discretização [Mitchell,1977] em um primeiro estágio para posteriormente usar o método Naive Bayes. No entanto, essa abordagem pode promover viés de classificação e variância do método Naive Bayes. Outra abordagem é usar a distribuição normal para X e computar seus parâmetros a partir das amostras de treinamento, isto é, o vetor de médias e a matriz de covariâncias [Johnson e Wichern,1998], obtendo-se o Método Naive Bayes Gaussiano (NBG). A partir da equação (3.21) e usando-se algumas simplificações, é possível reduzir a complexidade computacional daquela equação:

log [P(wi | X1, X2, …, Xn)] = log [(1/S) P(wi) Π n k=1 P(Xk \ wi)]

= log (1/S) + log P(wi) + ∑ n k=1 log[P(Xk \ wi)] (3.27)

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Como S é um fator de escala, não é necessário computá-lo na regra de classificação NBG. Então [Moraes e Machado,2009a]:

X ∈ wi se {log P(wi) + ∑ n k=1 log[P(Xk \ wi)]} >

{log P(wj) + ∑ n k=1 log[P(Xk \ wj)]} para todo i ≠ j e i, j ∈ Ω (3.28)

Baseado no mesmo espaço de decisões com M classes, o método NBF computa as probabilidades condicionais das classes e então prediz a classe de um vetor X, de acordo com os parâmetros aprendidos a partir dos dados de treinamento. A decisão final sobre o vetor de dados X é dada usando-se a equação (3.28).

3.4.4 Naive Bayes Gaussiano Fuzzy

Em alguns casos pode ser interessante combinar propriedades fuzzy e estatísticas dos dados como mostrado no método Naive Bayes Fuzzy para variáveis discretas. Entretanto, para usar esse método para variáveis contínuas, é necessário alterar o domínio do problema pelo uso de variáveis linguisticas. Apesar do procedimento funcionar, seria melhor usar as variáveis em seu estado natural, preservando a informação original. Então, um método foi proposto por Moraes e Machado (2012) para combinar as informações (fuzzy e estatísticas) para aperfeiçoar o processo de decisão.

Formalmente, a partir das equações (3.21) e (3.28) e assumindo que cada atributo Xk é condicionalmente independente de cada outro atributo Xl , para todo k ≠ l ≤ n, no vetor de treinamento X={X1, X2, …, Xn}, o Método Naive Bayes Gaussiano Fuzzy (NBGF) é dado por [Moraes e Machado,2012]:

log [P(wi | X1, X2, …, Xn)] =

log (1/S) + log P(wi) + ∑ n k=1 {log [µwi(Xk)] + log[P(Xk \ wi)]} (3.29)

Como no método NBG, os parâmetros para P(Xk \ wi) e µwi(•) são aprendidos a partir das amostras de treinamento. Novamente, S é um fator de escala e não é necessário ser computado na regra de classificação NBGF. Então:

X ∈ wi se {log P(wi) + ∑ n k=1 {log [µwi(Xk)] + log[P(Xk \ wi)]}} >

{log P(wj) + ∑ n k=1 {log [µwj(Xk)] + log[P(Xk \ wj)]}},

para todo i ≠ j e i, j ∈ Ω (3.30)

3.5 Redes Possibilistas

Formalmente, uma Rede Possibilita é definida por (Y,L,π), onde Y é um conjunto de nós, L são arcos orientados e π é uma distribuição de possibilidades. Como nas Redes Bayesianas, a distribuição de possibilidade π representa o domínio completo do conjunto de n atributos X={X1, X2, …, Xn}, obtidos a partir de amostras de treinamento. De acordo

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com Borgelt e Gebhardt (1999) e devido a simetria na definição da distribuição de possibilidade condicional:

π(wi \ X1, X2, …, Xn) = π (X1, X2, …, Xn \ wi) (3.31)

É possível simplificar essa metodologia fazendo a hipótese de que os atributos não tem qualquer interação possibilista. Essa hipótese é similar àquela de independência estatística, porém a abordagem possibilista é mais simples que a regra de Bayes e não é necessário levar em conta uma constante de normalização ou as probabilidades a priori das classes. Essa abordagem é chamada Naive Bayes Style Possibilistic Network por [Borgelt e Gebhardt,1999]. Assim, a equação (3.31) pode ser reescrita como:

π (wi \ X1, X2, …, Xn) =

= min {π (X1 \ wi), π (X2 \ wi), ..., π (Xn \ wi)} (3.32)= minN {π (X1 \ wi)}, where N=1,...,n.

Então, a regra de classificação para a Rede Possibilista Estilo Naive Bayes (RPENB) é dada por [Moraes e Machado,2009b]:

X ∈ wi se: minN {π (X1 \ wi)} > minN {π (X1 \ wj)} para todo i ≠ j e i, j∈ Ω(3.33)

3.6 Redes Neurais

3.6.1 Multi-layer Perceptron

Um método baseado em uma Rede Neural “Multi-Layer Perceptron” (MLP) para avaliação de treinamento é basicamente, um sistema computacional usando neurônios artificiais os quais são totalmente conectados uns aos outros (sinapses). As principais capacidades das redes neurais são:

• Aprendizado por exemplos;• Auto-adaptação a outros problemas;• Organização; • Generalização;• Robustêz a ruídos e • Tolerância a falhas.

Pode ser encontrado na literatura várias aplicações para as MLP com bons resultados em reconhecimento de padrões estatísticos [Sethi e Jain,1991] [Yair e Gersho,1990]. Existem vários tipos de redes neurais, mas várias delas são baseadas no

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conceito de Perceptron [Simpson,1990]. A Figura 3.4 ilustra este conceito e pode-se observar a combinação linear das entradas x pelos pesos wij resultando na saída y.

Figura 3.4. Conceito de Perceptron.

A saída yk é dada por:

yk = w0j + Σ nj=1 xi wij (3.47)

A função de ativação ou função de limiarização mapeia um Perceptron a um intervalo pré-especificado. Quatro funções de ativação são comumente utilizadas: linear, rampa, degrau e sigmoidal. A família das funções sigmoidais é grande, mas a função:

S(x) = (1+e-x)-1 (3.48)

é conhecida como função logística e é vista como uma função distribuição acumulada Gaussiana, em termos estatísticos.

Figura 3.5. Conceito da rede Multi-Layer Perceptron.

Existem basicamente três tipos de camadas: a camada de entrada X, com vetores de entrada x1, x2, ..., xn; a camada intermediária ou escondida, que pode conter um ou mais de um vetor de neurônios e a camada de saída Y, com y1, y2, ..., yk saídas. Dentre as várias topologias, a topologia Feedforward permite o fluxo de informações em uma direção. Entretanto, essa topologia tem um inconveniente: não se sabe sobre os erros das

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camadas escondidas. A solução para este problema é usar o método supervisionado de treinamento de Retropropagação do Erro (ou Error Backpropagation) [Simpson,1990] para estimar os pesos do Perceptron.

As saídas yk advindas da rede neural MLP, treinada pelo método da Retropropagação do Erro, podem ser normalizadas e convertidas em escores para cada classe yko, onde yko ∈ [0,1].

yko = yk / {Σ Ki=1 yi}, k = {1, 2, ..., K} (3.49)

3.6.2 Evolving Fuzzy Neural Networks

Evolving Fuzzy Neural Networks (EFuNNs) ou Redes Neurais Fuzzy Evolutivas são estruturas que evoluem em acordo aos princípios ECOS [Kasabov,1998]. Alguns desses princípios de interesse são:

1) Capacidade de rápido aprendizado mesmo para uma grande quantidade de dados;2) Habilidade de auto adaptação em tempo real quando novos dados são adquiridos;3) Estrutura aberta para novos atributos e novos conhecimentos;4) Acomoda em modo incremental tudo o que é conhecido sobre o problema;5) Capacidade de representação do espaço e tempo em diferentes escalas;6) Auto análise de erros e tomada de decisões sobre seus próprios incrementos.

A EFuNN é uma rede conexionista do tipo Feedforward com cinco camadas de neurônios, mas os nós e as conexões são criados ou conectados apenas quando os dados de exemplos são apresentados [Kasabov,2001a]. A camada de entrada representa a variável de entrada da rede como valor crisp de x. A segunda camada representa a quantização fuzzy das variáveis de entrada. Aqui, cada neurônio implementa um conjunto fuzzy e sua função de pertinência (MF) como uma função triangular, Gaussiana ou outra. A terceira camada contém os nós das regras (rj) que evoluem com o treinamento. Cada um é definido por dois vetores de conexão: W1(rj) da camada de entrada fuzzy para os nós das regras e W2(rj) d os nós das regras para a camada de saída fuzzy. Esses nśo são criados durante o aprendizado da rede e eles representam protótipos dos mapeamentos dos dados da entrada fuzzy para o espaço de saída fuzzy. Na terceira camada pode-se usar uma função linear de ativação ou uma função Gaussiana. A quarta camada representa a quantização fuzzy das variáveis de saída a partir de uma função das entradas e de uma função de ativação. A última camada usa uma função de ativação para calcular valores “desfuzzificados” para as variáveis de saída y.

Na terceira camada, cada W1(rj) representa as coordenadas do centro de uma hiperesfera no espaço de entrada fuzzy e cada W2(rj) representa as coordenadas do centro de uma hiperesfera no espaço de saída fuzzy. Os raiso da hiperesfera de um nó de regra rj

é definido como Rj = 1 - Sj, onde Sj é um parâmetro de limiarização sensível para a ativação de rj a partir de um novo exemplo (x,y). O par de dados fuzzy (xf , yf ) será alocado para rj se xf está dentro da hiperesfera de entrada rj e se yf está dentro da hiperesfera de saída rj. Para isso, duas condições devem ser satisfeitas:

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a) A distância fuzzy normalizada local entre xf e W1(rj) deve ser menor que Rj . A distância fuzzy normalizada lores de pertinências fuzzy é dada por:

D( xf , W1(rj) ) = || xf – W1(rj) || / || xf + W1(rj) || (3.50)

onde || a – b || e || a + b || são a soma de todos os valores absolutos de um vetor que é obtida após a subtração dos vetores a – b ou a soma a + b respectivamente.

b) O erro de saída normalizado Err = || y – y' || / Nout deve ser menor que um limiar de erro E, onde y é definido previamente, y' é produzido pela saída da EFuNN, Nout é o número de saídas e E é a tolerância de erro do sistema para a saída fuzzy.

Se as condições (a) ou (b) não são satisfeitas, um novo nó de regra pode ser criado. Os pesos das regras rj são recalculados de acordo com o processo interativo:

W1(rj(t+1)) = W1(rj

(t)) + lj,1 [ W1(rj(t)) – xf ]

W2(rj(t+1)) = W2(rj

(t)) + lj,2 ( A2 – yf ) A1(rj(t)) (3.51)

onde lj,1 é a taxa de aprendizado para a primeira camada e lj,2 é a taxa de aprendizado para a segunda camada. Em geral, pode-se assumir que elas têm o mesmo valor dado por: lj = 1/Nex (rj), onde Nex (rj) é o número de exemplos associados com o nó de regra rj.

A1(rj(t)) = f1 [ D (W1(rj

(t))), xf ] (3.52)

é a função de ativação da regra rj(t) e

A2 = f2 ( W2 A1 ) (3.53)

é a ativação dos neurôniso de saída fuzzy, quando x é apresentado. Para as funções f1 e f2

uma simples função linear pode ser usada.Quando um novo exemplo é associado com a regra rj, os parâmetros Rj e Sj São

alterados:

Rj(t+1) = Rj

(t) + D [ W1(rj(t+1)), W1(rj

(t)) ]Sj

(t+1) = Sj(t) – D [ W1(rj

(t+1)), W1(rj(t)) ] (3.54)

Se existem dependências temporais entre dados consecutivos, a conexão ponderada W3 pode capturar isso. A conexão W3 trabalho como uma Short-Term Memory memória de curto prazo) e como uma conexão de retorno a partir da camada dos nós das regras. Se o nó de regra vencedor no tempo ( t – 1 ) foi rmax

(t-1) e no tempo (t) foi rmax(t),

então a ligação entre os dois nós é estabelecida por [Kasabov,2001b]:

W3 [ rmax(t-1) , rmax

(t) ]new = W3 [ rmax(t-1) , rmax

(t) ]old + l3 A1(rmax(t-1) ) A1(rmax

(t) ) (3.55)

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onde A1(rmax(t) ) denota a ativação de um nó de regra r no tempo (t) e l3 define uma taxa de

aprendizado. Se l3 = 0, então nenhuma associação temporal é aprendida pela EFuNN.O algorirmo de aprendizado da EFuNN começa com valores iniciais para os

parâmetros [Kasabov,2001a]. Conforme mencionado acima, a EFuNN é treinada por exemplos até a sua convergência. Quando um novo exemplo d = ( x, y ) é apresentado, a EFuNN ou cria uma nova regra rn para memorizar o novo dado (vetor de entrada W1(rn ) = x e vetor de saída W2(rn ) = y), ou ajusta o nó de regra vencedor rj [Kasabov,2001a].

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Capítulo 4. Aplicações

4.1 Processamento de Imagens

Várias das metodologias listadas neste texto foram utilizadas em Processamento de Imagens e em particular em Segmentação. Por questões de direitos autorais, algumas imagens e resultados não serão reproduzidos aqui, mas o leitor poderá facilmente obter as referências utilizadas e consultá-las diretamente.

O método não supervisionado ISODATA foi utilizado por Nolin, Fetterer e Scambos (2002) sobre Multi-angle Imaging Spectro-Radiometer (MISR) para identificação de gelo no mar na região da Antártida. Como resultados foram encontradas cinco classes para o gelo do mar e para essas classes haviam correspondências com condições reais.

Celinski (1998) realizaou um teste comparativo entre vários métodos, entre eles o K-Means, o ISODATA, o Fuzzy C-Means (chamado no texto de Fuzzy K-Means) e o Fuzzy ISODATA. Testes realizados a partir de imagens sintéticas, mostraram que os algoritmos ISODATA e Fuzzy ISODATA obtiveram os melhores resultados, sendo que o primeiro ainda teve desempenho superior ao segundo.

Visando classificar imagens de sensoriamento remoto, Moraes, Banon e Sandri (2002) propuseram a utilização de uma arquitetura de sistemas especialistas baseados em regras fuzzy , cujas regras são compostas por operadores de morfologia matemática. Um exemplo de regra utilizada é dada a seguir:

R: SE posição ∈Mata

E posição ∈Perto_de_Cidade

ENTÃO classe = C1.

onde Mata, Perto_de_Cidade e C1 são conjuntos fuzzy com funções de pertinência obtidas a partir dos valores espectrais colhidas na imagem e Perto_de_Cidade é um operador da Morfologia Matemática.

A Figura 4.1 mostra as imagens classificada por um especialista e classificada pelo método proposto. A concordância estatística medida pelo coeficiente Kapa foi de 84,11% com variância de 7,86 × 10-7.

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Figura 4.1. Esquerda: classificação realizada pelo especialista; Direita: classificação realizada pelo método proposto.

4.2 Avaliação de Treinamentos realizados em Ambientes de Realidade Virtual

No ano de 1991, Howard Rheingold escreveu sobre uma tecnologia revolucionária chamada Realidade Virtual [Rheingold,1991]. Essa nova tecnologia referia-se a mundos artificiais gerados por computador e a dispositivos eletrônicos sofisticados e prometia transformar a sociedade. Na década que se seguiu, a Realidade Virtual ganhou fama através dos filmes de ficção científica e manteve sua aplicação restrita a jogos e pesquisas na indústria da guerra, como os simuladores de vôo [Netto et al.,2002]. Com o desenvolvimento tecnológico ela passou a ser utilizada em diferentes áreas do conhecimento e vêm ganhando destaque nas atividades de treinamento.

A Realidade Virtual (RV) pode ser definida como uma ciência que engloba conhecimento de diversas áreas, como a computação, eletrônica, física e cognição, dentre outras, visando oferecer sistemas computacionais que integram características de imersão e interatividade para simular ambientes reais onde os usuários têm estimulados os seus vários sentidos pelo uso de dispositivos específicos. Estes sistemas reagem às ações do usuário em tempo-real, demandando rápido processamento. A utilização de dispositivos de interação e imersão em sistemas de RV está diretamente associada aos aspectos cognitivos do ser humano e pode explorar estímulos visuais, auditivos, táteis, motores e olfativos [Rosemblum et al.,1998]. Esses dispositivos dividem-se em dois grupos principais: entrada e saída. Os dispositivos de entrada são responsáveis pelo envio de informações de interação ou movimentação do usuário para o sistema. Essas informações são utilizadas para o processamento de uma nova cena gráfica, de sons ou de vibrações. Entre os dispositivos de entrada, encontram-se: os sensores de trajetória, responsáveis por detectar a posição do objeto ou parte do corpo ao qual estão acoplados; os dispositivos de interação, como os tradicionais mouse, teclado e joystick, as luvas de dados (utilizadas no reconhecimento dos movimentos da mão); e os sensores biológicos, que usam

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reconhecimento de voz ou sinais elétricos musculares [Machado e Cardoso,2006]. Os dispositivos de saída, por outro lado, visam o estímulo dos sentidos do usuário, enviando para ele as respostas do sistema. Nesse grupo encontram-se os dispositivos visuais, auditivos, físicos e de locomoção.

Os dispositivos de saída são responsáveis por oferecer os resultados da aplicação computacional e, por esta razão, os principais responsáveis pela sensação de presença e imersão do usuário no sistema. Os dispositivos visuais são os dispositivos de saída mais comumente utilizados em RV e podem ser monoscópicos ou estereoscópicos permitindo ou não a visualização das imagens destacadas do plano de apresentação (a tela ou o monitor). Quando o sistema oferece visualização estereoscópica o usuário tem a impressão que os objetos da cena estão dispostos no espaço, transcendendo o plano de projeção. Outros dispositivos de saída são: os auditivos, sistemas de som tridimensionais responsáveis pela apresentação dos sons; as plataformas móveis, que interferem no equilíbrio do corpo e são utilizadas em simuladores de vôo e jogos eletrônicos; e os dispositivos físicos. Neste último caso, os dispositivos estimulam as sensações físicas por meio do retorno de forças, de sensações de toque e de temperatura [Netto et al.,2002] e são também chamados dispositivos hápticos. Estes dispositivos incorporam sensores e atuadores, permitindo o monitoramento das ações do usuário e fornecendo-lhe sensação tátil e/ou de força (force-feedback). A sensação tátil está associada à natureza do contato com o objeto, como textura e temperatura, enquanto a sensação de força refere-se ao senso de posição e movimentação junto com as forças associadas ao movimento durante a interação com um objeto [Machado,2007]. Para isso que isso ocorra, atuadores são responsáveis pelo envio das sensações ao usuário.

Uma categoria de dispositivos hápticos fixos utiliza-se de um braço mecânico para oferecer sensações de tato e force-feedback. Uma das suas vantagens é permitir movimentos espaciais (translações e rotações), bastante adequados a aplicações médicas. O Phantom (Personal Haptic Interface Mechanism), é um dispositivo composto por uma base à qual está atrelado o braço mecânico e cuja extremidade assemelha-se a uma caneta. Disponível em diferentes versões (Figura 4.2), utiliza potenciômetros para oferecer retorno de força com diferentes intensidades em 3 (translações) ou 6 (translações e também rotações) graus de liberdade [Machado,2007].

Figura 4.2. Dispositivos hápticos baseados em braços mecânicos.

A educação ou o treinamento é provavelmente uma das áreas mais promissoras dentro das aplicações da realidade virtual. Neste contexto encontram-se os simuladores cujo

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objetivo é permitir a prática de técnicas em ambientes que imitam a realidade de um procedimento. Esses sistemas preparam estudantes tecnicamente e psicologicamente para tarefas reais, bem como oferecem a profissionais meios de treinar novas técnicas simulando diferentes situações genéricas (desassociadas das peculiaridades de uma situação ideal). Na maioria das vezes, sistemas dessa natureza fornecem visualização estereoscópica e preocupam-se em oferecer algum tipo de retorno tátil ou visual.

A área médica é uma das grandes beneficiárias dos sistemas de simulação baseados em realidade virtual voltados ao treinamento. Sua vantagem insere-se na ausência de riscos envolvidos, bem como o grau de realismo que ele pode prover. Com estes sistemas, o usuário pode treinar em um ambiente virtual que imita a realidade do procedimento médico. Isto significa que não há riscos a terceiros ou ao próprio usuário, que pode treinar quantas vezes quiser sem que materiais ou tecidos sejam gastos ou danificados. Geralmente, os simuladores para treinamento médico baseados em realidade virtual reúnem visualização tridimensional estereoscópica, imagens realistas, modelos que se deformam interativamente quando tocados e interação com retorno tátil e de força em um único sistema. Modalidades contempladas com simuladores para treinamento baseado em realidade virtual são: prática de sutura, laparoscopia, coleta de medula óssea para transplante, prátia de exame ginecológico e reabilitação, dentre outras. Nestes treinamentos, dispositivos hápticos simulam as sensações sentidas durante a manipulação das ferramentas médicas e auxiliam na aquisição de destreza manual.

No Brasil, o primeiro simulador cirúrgico desenvolvido utilizando realidade virtual visou o treinamento da coleta de medula óssea para transplante em crianças [Machado,2003]. Este sistema oferece visualização estereoscópica e manipulação tridimensional de um modelo com múltiplas camadas dotadas de propriedades físico-elásticas individuais percebidas pelo usuário durante a manipulação do dispositivo háptico. Neste simulador, o usuário manipula o dispositivo háptico para identificar o local de inserção da agulha de coleta, bem como para perfurar o corpo virtual e perceber as camadas de pele trespassadas pela agulha até chegar à medula óssea (Figura 4.3). Por visar um procedimento pediátrico, a destreza do médico acelera a sua realização, resultando em um menor desconforto e uma recuperação mais rápida do paciente.

Figura 4.3. Simulador para coleta de medula óssea em execução.

Além da medicina, outras áreas são também contempladas com sistemas de treinamento e simulação. Dentre elas, pode-se destacar a manutenção equipamentos

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delicados ou de difícil acesso e o treinamento de pilotos de aeronaves [Machado,2003]. Entretanto, novas aplicações da realidade virtual têm sido desenvolvidas e gradativamente suas vantagens têm sido evidenciadas, principalmente quando altos custos e vidas humanas estão relacionados.

Vários dos métodos apresentados no Capítulo 3 são utilizados como avaliadores de treinamento baseados em realidade virtual, onde o sistema deve deve supervisionar os movimentos do usuário e os parâmetros associados a eles. O sistema pode coletar informações sobre a posição espacial, forças, torques, resistências, velocidade, aceleração, temperaturas visualização e/ou ângulo de visualização, sons, cheiros, etc. A Figura 4.4 apresenta e forma esquemática como a coleta de dados é feita em um simulador baseado em realidade virtual. Nela pode-se notar que os dados relacionados ao ambiente virtual e seus objetos devem ser coletados, assim como as informações da interação do usuário com estes. Elas serão utilizadas para a avaliação, cujo parecer ou resultado permitirá classificar ou quantificar o grau de conhecimento do aprendiz.

Figura 4.4. Diagrama com as diversas informações que podem ser coletadas para avaliar o usuário em um simulador de realidade virtual para treinamento.

Vários métodos já foram propostos para a avaliação de treinamento. Alguns deles são off-line e outros são on-line. Os métodos off-line avaliam o usuário em um sistema desvinculado da aplicação. Por esta razão, os dados do treinamento devem ser coletados e gravados para uma posterior análise. Já os métodos de avaliação on-line estão vinculados à aplicação e são capazes de oferecer os resultados imediatamente após a execução do procedimento simulado. Por estarem acoplados ao sistema de treinamento, os métodos de avaliação on-line devem possuir baixa complexidade computacional para não comprometerem o desempenho da simulação do treinamento. Porém, também devem possuir elevada acurácia para não comprometerem a avaliação. Dentre esses, alguns se baseiam em métodos estatísticos como a regra de Bayes clássica [Moraes e Machado,2005b], regra de Bayes fuzzy [Moraes e Machado,2006, [Moraes e Machado,2008], Redes Bayesianas [Moraes e Machado,2012b], Naive Bayes [Moraes e Machado,2007], Naive Bayes fuzzy [Moraes e Machado,2009b], Naive Bayes Gaussiano [Moraes e Machado,2009a], Naive Bayes Gaussiano fuzzy [Moraes e Machado,2010] [Moraes e Machado,2012a]. Outros usam sistemas especialistas baseados em regras fuzzy

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[Machado, Moraes e Zuffo,2000] ou ainda modelos conexionistas, como as redes neurais [Machado e Moraes,2004] ou as redes neurais evolutivas fuzzy [Moraes e Machado,2005a].

Em particular, esses métodos foram aplicados ao simulador de coleta de medula óssea descrito acima e o procedimento é essencialmente o mesmo em todas as situações. O sistema de avaliação deve supervisionar os movimentos do usuário e outros parâmetros associados a ele. Porém, existe a necessidade de que o sistema seja previamente calibrado para tal. Assim, um ou mais especialistas calibram a ferramenta de avaliação, executando várias vezes o procedimento e rotulando-os segundo as classes de desempenho previstas por ele(s) próprio(s). Por exemplo, para M=5 classes de desempenho, as suas interpretações poderiam ser: “bem qualificado”, “qualificado”, “necessita de algum treinamento ainda”, “necessita de mais treinamento” e “novato”. A informação sobre a variabilidade desses procedimentos são adquiridas usando um dos métodos descritos acima, segundo os seus próprios parâmetros internos. A Figura 4.5 mostra, no simulador de coleta de medula óssea, que após realizar o procedimento, o especialista deve rotular esse procedimento executado por ele mesmo, usando as cinco classes de desempenho.

Figura 4.5. Processo de rotulação do procedimento executado por um especialista.

Quando um usuário ou trainee usa o sistema para o seu treinamento, o seu desempenho é comparado com as M classes de desempenho e é calculada uma medida de compatibilidade entre eles, ou seja reconhece-se a que padrão o usuário pode pertencer, segundo os dados observados no seu treinamento. Ao final, o desempenho do usuário é rotulado pela classe com maior grau de compatibilidade e o usuário recebe um relatório com todas as possíveis classes de desempenho e o seu grau de compatibilidade com cada uma delas.

4.3 Tomada de Decisão

A lógica fuzzy foi utilizada como modelo para tomada de decisão sobre a segurança alimentar nos municípios do estado da Paraíba [Lucena,2011]. As decisões possíveis

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sobre cada município foram: condição aceitável, de risco e inaceitável. O trabalho visava identificar os municípios prioritários para intervenção através desse modelo de decisão. Foram inicialmente estudados 14 municípios e rotulados de acordo com a sua condição de segurança alimentar: Araruna, Areial, Aroeiras, Bananeiras, Boqueirão, Bernardino Batista, Cacimba de Dentro, Esperança, Itabaiana, Nova Floresta, Picuí, Queimadas, São José dos Ramos e Umbuzeiro. Foram excluídos do estudo os municípios de João Pessoa e Campina Grande.

Foram coletadas 12 variáveis no estudo (11 de entrada e a variável de decisão) e as funções de pertinência utilizadas para todas as 12 variáveis foram de formato trapezoidal. Usou-se como domínio dos conjuntos fuzzy os dados referentes às variáveis relacionadas para os 14 municípios e as funções de pertinência final foram baseadas na conformação dos histogramas gerados a partir dos dados coletados. A Tabela 3 mostra as estatísticas descritivas das 11 variáveis de entrada coletadas.

As definições linguísticas para as variáveis ilustradas na Tabela 3 são mostradas nos Quadros 1 e 2.

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A partir das definições linguísticas apresentadas e dos histogramas obtidos, foram construídas as funções de pertinência mostradas nos Gráficos 1 a 3 e 10 a 12.

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As regras criadas a partir da avaliação dos dados e investigação das relações entre as variáveis são mostradas a seguir:

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O sistema foi testado para os 14 municípios da pesquisa e uma vez aprovado, foi aplicada para os 207 municípios restantes. Os resultados são evidenciados nos Gráficos 13, 14 e 15, para os municípios paraibanos de Areia, Guarabira e São José dos Ramos.

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Cada um destes municípios foi atribuído a uma classe diferente, dentre as três decisões possíveis.

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Figura 4.5. Mapa do Estado da Paraíba e a espacialização dos resultados da situação de segurança alimentar dos 221 municípios estudados.

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Capítulo 5. Conclusões

Novos métodos de reconhecimento de padrões continuam a ser propostos e igualmente novas aplicações para esses métodos nas mais variadas áreas do conhecimento humano. Este texto buscou apresentar além dos métodos fuzzy as suas contrapartidas clássicas, de modo a introduzir o leitor a uma variedade de métodos e também fornecendo referências para futuras pesquisas, visando o aprofundamento desse conteúdo.

O autor agradece àqueles que porventura leiam este texto e que este lhes seja útil. Críticas, questionamentos e sugestões de melhorias são muito bem vindas e podem ser enviadas para o endereço eletrônico: [email protected].

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