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Coletânea de Manuais Técnicos de Bombeiros COMBATE A INCÊNDIOS EM INSTALAÇÕES PORTUARIAS E EMBARCAÇÕES 7

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  • Coletnea de Manuais Tcnicos de Bombeiros

    COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTUARIAS E EMBARCAES

    7

  • COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES

    PORTURIAS E EMBARCAES

    1 Edio 2006

    Volume 42

    MCIIPE

    PMESP CCB

    Os direitos autorais da presente obra pertencem ao Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo. Permitida a reproduo parcial ou total desde que citada a fonte.

  • COMISSO

    Comandante do Corpo de Bombeiros

    Cel PM Antonio dos Santos Antonio

    Subcomandante do Corpo de Bombeiros

    Cel PM Manoel Antnio da Silva Arajo

    Chefe do Departamento de Operaes

    Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias

    Comisso coordenadora dos Manuais Tcnicos de Bombeiros

    Ten Cel Res PM Silvio Bento da Silva

    Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias

    Maj PM Omar Lima Leal

    Cap PM Jos Luiz Ferreira Borges

    1 Ten PM Marco Antonio Basso

    Comisso de elaborao do Manual

    Cap PM Jos Eduardo Stanelis de Aquino

    Cap PM Itayre Perez Ferraz

    1 Ten PM Igor Sergey Klein

    1 Ten PM Danilo de Oliveira Godoy

    1 Sgt PM Joo Dimas Fuzatto

    2 Sgt PM Adir Barbosa

    Comisso de Reviso de Portugus

    1 Ten PM Fauzi Salim Katibe

    1 Sgt PM Nelson Nascimento Filho

    2 Sgt PM Davi Cndido Borja e Silva

    Cb PM Fbio Roberto Bueno

    Cb PM Carlos Alberto Oliveira

    Sd PM Vitanei Jesus dos Santos

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

  • PREFCIO - MTB

    No incio do sculo XXI, adentrando por um novo milnio, o Corpo de Bombeiros

    da Polcia Militar do Estado de So Paulo vem confirmar sua vocao de bem servir, por

    meio da busca incessante do conhecimento e das tcnicas mais modernas e atualizadas

    empregadas nos servios de bombeiros nos vrios pases do mundo.

    As atividades de bombeiros sempre se notabilizaram por oferecer uma

    diversificada gama de variveis, tanto no que diz respeito natureza singular de cada uma

    das ocorrncias que desafiam diariamente a habilidade e competncia dos nossos

    profissionais, como relativamente aos avanos dos equipamentos e materiais especializados

    empregados nos atendimentos.

    Nosso Corpo de Bombeiros, bem por isso, jamais descuidou de contemplar a

    preocupao com um dos elementos bsicos e fundamentais para a existncia dos servios,

    qual seja: o homem preparado, instrudo e treinado.

    Objetivando consolidar os conhecimentos tcnicos de bombeiros, reunindo, dessa

    forma, um espectro bastante amplo de informaes que se encontravam esparsas, o

    Comando do Corpo de Bombeiros determinou ao Departamento de Operaes, a tarefa de

    gerenciar o desenvolvimento e a elaborao dos novos Manuais Tcnicos de Bombeiros.

    Assim, todos os antigos manuais foram atualizados, novos temas foram

    pesquisados e desenvolvidos. Mais de 400 Oficiais e Praas do Corpo de Bombeiros,

    distribudos e organizados em comisses, trabalharam na elaborao dos novos Manuais

    Tcnicos de Bombeiros - MTB e deram sua contribuio dentro das respectivas

    especialidades, o que resultou em 48 ttulos, todos ricos em informaes e com excelente

    qualidade de sistematizao das matrias abordadas.

    Na verdade, os Manuais Tcnicos de Bombeiros passaram a ser contemplados na

    continuao de outro exaustivo mister que foi a elaborao e compilao das Normas do

    Sistema Operacional de Bombeiros (NORSOB), num grande esforo no sentido de evitar a

    perpetuao da transmisso da cultura operacional apenas pela forma verbal, registrando e

    consolidando esse conhecimento em compndios atualizados, de fcil acesso e consulta, de

    forma a permitir e facilitar a padronizao e aperfeioamento dos procedimentos.

  • O Corpo de Bombeiros continua a escrever brilhantes linhas no livro de sua

    histria. Desta feita fica consignado mais uma vez o esprito de profissionalismo e

    dedicao causa pblica, manifesto no valor dos que de forma abnegada desenvolveram e

    contriburam para a concretizao de mais essa realizao de nossa Organizao.

    Os novos Manuais Tcnicos de Bombeiros - MTB so ferramentas

    importantssimas que vm juntar-se ao acervo de cada um dos Policiais Militares que

    servem no Corpo de Bombeiros.

    Estudados e aplicados aos treinamentos, podero proporcionar inestimvel

    ganho de qualidade nos servios prestados populao, permitindo o emprego das

    melhores tcnicas, com menor risco para vtimas e para os prprios Bombeiros, alcanando

    a excelncia em todas as atividades desenvolvidas e o cumprimento da nossa misso de

    proteo vida, ao meio ambiente e ao patrimnio.

    Parabns ao Corpo de Bombeiros e a todos os seus integrantes pelos seus novos

    Manuais Tcnicos e, porque no dizer, populao de So Paulo, que poder continuar

    contando com seus Bombeiros cada vez mais especializados e preparados.

    So Paulo, 02 de Julho de 2006.

    Coronel PM ANTONIO DOS SANTOS ANTONIO

    Comandante do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo

  • APRESENTAO

    COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    Com a globalizao e a necessidade de implementao de atividades

    vinculadas ao comrcio exterior, os portos e os navios tornaram-se imprescindveis vida

    nacional. Praticamente todos os produtos importados e exportados por via naval acabam

    passando por um porto ou um navio, sendo transportados e armazenados nesses por

    perodo de tempo considervel.

    O Corpo de Bombeiros, que tem por misso a proteo da vida, da integridade

    fsica das pessoas, a proteo ao meio ambiente a ao patrimnio acaba tendo que se

    defrontar com essa nova realidade, sendo necessrio aprimorar seus conhecimentos

    tcnicos a fim de que tais misses se desenvolvam da forma mais segura e eficiente

    possvel.

    Para isso, foi criado o presente manual, que , antes de tudo, um guia que

    ajudar o profissional bombeiro a obter tais conhecimentos e a seguir procedimentos que

    minimizaro os riscos e aumentaro a efetividade da misso.

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

  • NDICE

    Pg 1. Caractersticas bsicas de instalaes porturias .........................................13 1.1 Generalidades;....................................................................................................13

    1.2 Caractersticas de armazns e ptios de carga seca;........................................13

    1.3 Caractersticas de terminais de gases e lquidos inflamveis;...........................15

    2. Caractersticas bsicas das embarcaes ......................................................19 2.1 Generalidades;....................................................................................................19

    2.2 Tipos de navios;..................................................................................................19

    2.2.1 Navio de passageiros;.....................................................................................21

    2.2.2 Navio carga geral;............................................................................................21

    2.2.3Navio de contineres;.......................................................................................23

    2.2.4 Navio de operao por rolamento (RoRo);......................................................23

    2.2.5 Navio tanque;...................................................................................................25

    2.2.6 Navio graneleiro;..............................................................................................25

    2.2.7 Navio gaseiro;..................................................................................................27

    2.2.8 Navio qumico;.................................................................................................27

    2.2.9 Navio ore-oil;....................................................................................................27

    2.2.10 Navios aerdromos ou porta-avies;.............................................................29

    2.2.11 Navios militares em geral;..............................................................................29

    2.3 Terminologia, nomenclatura, diviso e estrutura do navio;................................31

    2.3.1 Terminologia a nomenclatura nutica por ordem alfabtica;...........................31

    2.3.2 Diviso e estrutura do navio;...........................................................................43

    2.3.3 Sistema de propulso;.....................................................................................53

    2.3.4 Acessrios de convs;...................................................................................55

    2.3.5 Aberturas encontradas nas embarcaes;......................................................59

    2.3.6 Mastreao das embarcaes;........................................................................63

    3. Segurana em navios.........................................................................................67 3.1 Segurana em navios-tanques;..........................................................................67

    3.1.1 Equipamento de verificao de tanques e outros espaos confinados;..........69

    3.1.1.1 Explosmetros;..............................................................................................69

    3.1.1.2 Detector de gases manual;...........................................................................69

    3.1.2 Teste de verificao de tanques e outros espaos sujeitos a acumulao de

    gases;...............................................................................................................71

    3.1.3 Riscos de acumulao de gs;........................................................................71

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

  • NDICE

    3.1.4 Cuidados ao entrar em petroleiros;..................................................................71

    3.1.5 Aliviamento de petroleiros;...............................................................................75

    3.2 Segurana em navios propaneiros;....................................................................77

    3.2.1 Cuidados na atracao;...................................................................................77

    3.2.2 Cuidados aps a atracao;............................................................................79

    3.3 Materiais de salvaguarda e segurana;..............................................................81

    3.3.1 Embarcao salva-vidas totalmente fechada;.................................................89

    3.3.2 Embarcao salva-vidas parcialmente fechada;.............................................89

    3.3.3 Embarcao salva-vidas aberta;......................................................................89

    3.3.4 Meio de proteo trmica;...............................................................................89

    3.3.4.1 Roupa de imerso;........................................................................................89

    3.3.5 Coletes salva-vidas;.........................................................................................91

    3.3.6 Bias salva-vidas;............................................................................................91

    3.3.7 Dispositivo de Iluminao automtica;.............................................................93

    3.3.8 Artefatos pirotcnicos;.....................................................................................93

    3.3.9 Quadros;..........................................................................................................95

    3.3.10 Tabelas com os dados da embarcao;........................................................95

    3.4 Requisitos para proteo e combate a incndios;..............................................97

    3.4.1 Sistema de combustvel;..................................................................................97

    3.4.2 Extintores de incndio;.....................................................................................97

    3.4.3 Instalaes de gs de cozinha;........................................................................99

    3.4.4 Bombas de incndio e de esgoto;....................................................................99

    3.4.5 Redes, tomadas de incndio, mangueiras e seus acessrios;......................101

    3.4.6 Vias de escape (rotas de fuga);.....................................................................103

    3.5 Distncia da embarcao sinistrada;................................................................105

    4. Combate a incndios em instalaes porturias e embarcaes...............109 4.1 Procedimentos de emergncia em navios;.......................................................109

    4.1.1 Perigo de encalhe;.........................................................................................109

    4.1.2 Riscos ocasionados quando o navio estiver leve demais;.............................113

    4.2 Combate a emergncias no mar;......................................................................113

    4.2.1 O Controle de avarias (pessoal do prprio navio);........................................113

    4.2.2 Guarnies do Corpo de Bombeiros para combate a incndios;..................121

    4.2.2.1 Guarnio para combate a incndios em embarcaes midas;...............121

    4.2.2.2 Guarnio para combate a incndios em navios;.......................................123

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

  • NDICE

    4.2.2.3 Guarnio de explorao;...........................................................................125

    4.2.3 Salvatagem por pessoal externo ao navio;....................................................125

    4.3 Tipos de Incndio em navios;...........................................................................129

    4.3.1 Incndios de materiais slidos presentes em navios;....................................129

    4.3.2 Incndios de petrleo e seus derivados em navios;......................................129

    4.3.3 Incndios de Gs Liquefeito de Petrleo (GLP) em navios;..........................129

    4.4 Incndios em equipamentos eltricos de bordo ou do terminal;.......................131

    4.4.1 Agentes extintores usados a bordo ou no terminal resfriamento;...............131

    4.4.1.1 A gua;........................................................................................................131

    4.4.1.2 A espuma;...................................................................................................135

    4.4.2 Agentes extintores usados a bordo ou no terminal abafamento;................135

    4.4.2.1 A espuma....................................................................................................135

    4.4.2.2 O gs cabnico...........................................................................................135

    4.4.2.3 O vapor.......................................................................................................137

    4.4.3 Inibidores de chamas.....................................................................................139

    4.5 Precaues necessrias;..................................................................................139

    4.6 Recomendaes para combate a incndios em instalaes porturias;..........143

    4.7 Embarcaes de combate a incndios de Bombeiros e suas caractersticas;.143

    4.8 Tcnicas de combate a incndio.....................................................................145

    4.8.1 Descompresso e entrada forada ou compulsria....................................145

    4.8.2 Preparao para a entrada em um compartimento......................................147

    4.8.3 Processo de abertura do acesso e entrada em um compartimento do

    navio.......................................................................................................................147

    5. Comunicaes nuticas...................................................................................151 5.1 Equipamentos de radiocomunicao que normalmente o navio possui;..........151

    5.1.1 Sistema GMDSS;...........................................................................................151

    5.2 reas Martimas;...............................................................................................151

    5.3 Requisitos funcionais obrigatrios para todas as embarcaes;......................153

    5.4 Requisitos gerais dos equipamentos de rdio;.................................................153

    5.5 Fontes de energia;............................................................................................153

    5.6 Aprovao dos equipamentos;.........................................................................155

    5.7 Cdigo internacional de sinais (CIS);................................................................155

    5.8 Combinao dos cdigos: letra, nmero, significado, morse, bandeira;........155

    5.9 O Cdigo Q;....................................................................................................159

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

  • NDICE

    5.10 Cdigo Internacional Morse;...........................................................................159

    5.11 Rdios VHF versus SSB;................................................................................161

    5.12 Frequncias mais usadas;..............................................................................161

    6. Bibliografia........................................................................................................163

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

  • 1 CARACTERSTICAS BSICAS DE INSTALAES

    PORTURIAS

    MCIIPE

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    13

    1 Caractersticas bsicas das instalaes porturias 1.1 Generalidades

    A proteo contra-incndio em instalaes porturias de vital importncia,

    pois em seus depsitos e armazns so acondicionados os mais diversos tipos de

    produtos.

    Todas as instalaes porturias so dotadas de equipamento de proteo

    contra-incndio, conforme normas da Autoridade Martima e do Corpo de Bombeiros.

    As cargas secas (slidos em geral, tais como ps, algodo, celulose, carvo,

    cereais, etc.) so depositadas em armazns internos e externos.

    As cargas lquidas inflamveis, ou no so acondicionadas em armazns

    internos ou externos, dependendo das condies de armazenagem.

    O ptio de containers (recipientes) o local destinado ao armazenamento de

    embalagens que chegam ou saem do porto, no oferecendo grande risco de incndio

    (peas de veculos, maquinrios, etc.), possuindo equipamento de proteo contra-

    incndio.

    1.2 Caractersticas de armazns e ptios de carga seca Esses locais podem conter materiais inflamveis, explosivos ou mesmo

    materiais incombustveis. H uma grande rotatividade de materiais, visto que estes ficam

    transitoriamente depositados aguardando o embarque ou a chegada dos veculos que os

    transportaro (no caso de importao).

    Os armazns cobertos podem ser construdos de estrutura permanente ou

    estrutura removvel, tais como barraces tipo tendas ou tipo inflveis.

    Os armazns deveriam ter projeto dos sistemas de segurana contra-incndios

    e a instalao desses sistemas aprovados junto ao CB, porm, tem-se observado que,

    principalmente no caso dos removveis isso no acontece.

    As relaes dos produtos armazenados, bem como seus riscos, ficam em poder

    dos seguintes rgos: Gestores dos Portos, Capitania dos Portos, Receita Federal,

    Polcia Federal e outros que por ventura possam ter interesse.

    Os ptios so descobertos e servem para estacionamento de vrios tipos de

    cargas como: carros, contineres contendo diversos tipos de produtos, maquinarias, etc.

    Todos esses produtos ficam a cu aberto.

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    15

    1.3 Caractersticas de terminais de gases e lquidos inflamveis Esses terminais geralmente recebem os produtos atravs de tubulao, que

    serve para conduzi-los at o navio ou retir-los do navio e conduzi-los at as esferas ou

    tanques de armazenamento.

    As esferas e os tanques obrigatoriamente devem possuir sistema de proteo

    contra-incndios que podero ser instalados observando as normas do CB e do Instituo

    de Resseguros do Brasil (IRB).

    Todo terminal possui brigada de incndio, sendo exigido pelos Gestores que at

    as empresas que terceirizam mo-de-obra apresentem funcionrios treinados em

    combate a incndios.

    Os organismos de segurana dos terminais so responsveis por prov-lo dos

    equipamentos adequados e do pessoal que ir combater o incndio, sendo que a maior

    parte desse sistema automatizado.

    Os terminais utilizam EFE para combater incndios em lquidos inflamveis e

    sistema de resfriamento para tanques e esferas de gs.

    Todos os tanques devero obrigatoriamente ter bacia de conteno ou diques

    para que o lquido inflamando, no se espalhe para os demais tanques. Todos os tanques

    e esferas tm que serem instalados a uma distncia segura para se evitar a propagao

    em cadeia do incndio pelo calor irradiado.

    A distncia entre 2 (dois) tanques de armazenamento de lquidos combustveis

    no dever ser inferior a 1,00m (um metro).

    O espaamento mnimo entre 2 (dois) tanques de armazenamento de lquidos

    combustveis diferentes, ou de armazenamento de qualquer outro combustvel, dever ser

    de 6,00m (seis metros).

    Os recipientes de armazenagem de GLP devero obedecer aos seguintes

    distanciamentos:

    a. recipientes de 500 (quinhentos) a 8.000 (oito mil) litros devero estar

    distanciados entre si de no mnimo 1,00m (um metro).

    b. recipientes acima de 8.000 (oito mil) litros devero estar distanciados entre si

    de no mnimo 1,50m (um metro e cinqenta centmetros).

    A distncia da locao dos canhes de combate a incndio dever ser de no

    mnimo 15 (quinze) metros para operao segura.

  • 2

    CARACTERSTICAS BSICAS DAS EMBARCAES

    MCIIPE

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    19

    2 Caractersticas bsicas das embarcaes 2.1 Generalidades

    Embarcao flutuante o nome genrico dado a toda construo, destinada

    navegar sobre a gua. Os principais tipos de embarcaes flutuantes so: navios, balsas,

    barcos, chatas, barcas d'gua, iates, veleiros, etc.

    Neste manual, praticamente, ser enfocado o navio, pelo fato de ser uma

    embarcao de grande porte e habitvel, sendo que as demais construes flutuantes

    so de tamanho menor e poucos so os riscos e implicaes quanto ttica e tcnica de

    emprego do Corpo de Bombeiros

    Contudo, as embarcaes, sejam deste ou daquele tipo, devem possuir:

    1) flutuabilidade (tendncia para flutuar, pairar sobre a gua);

    2) estabilidade (tendncia para uma posio estvel);

    3) tranqilidade (no balanar excessivamente);

    4) navegabilidade (aptido para navegar com segurana);

    5) mobilidade (para movimentar-se com facilidade);

    6) manobrabilidade (facilidade de manobras); e

    7) habitabilidade (alojar convenientemente as pessoas).

    Obedecem legislao vigente, principalmente s referentes Capitania dos

    Portos e, ainda, proteo contra-incndio, possuindo aparelhos extintores, reservatrios

    de gua, bombas de incndio e outros equipamentos hidrulicos manuais ou automticos.

    As pequenas embarcaes flutuantes (barcos, lanchas, chatas, iates, etc.)

    possuem, de um modo geral, somente aparelhos extintores manuais.

    2.2 Tipos de navios

    Os navios so projetados para as finalidades a que se dispem. Dessa forma,

    existem inmeros tipos de navios, sendo que nesse manual iremos citar apenas os mais

    comuns, que so os que nos interessam:

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    21

    2.2.1 Navio de Passageiros

    Como o nome est dizendo, so aqueles projetados e construdos para

    transporte de grande quantidade de pessoas. So como grandes hotis flutuantes. Hoje

    so usados principalmente para cruzeiros tursticos. Possuem a bordo vrias facilidades

    como restaurantes, bares, bibliotecas, cinema, boate, piscina, salo de jogos e ginstica,

    etc. Eles caracterizam-se pelo casario de grande altura, com vrios conveses, ocupando

    quase todo o comprimento do navio. O casario, assim como o costado, tm janelas e

    vigias em grande nmero ao longo dos conveses. Em um dos conveses do casario v-se

    tambm um grande nmero de embarcaes salva-vidas.

    Navio de Passageiros (Foto internet)

    2.2.2 Navio Carga Geral

    o navio que se destina ao transporte de vrios gneros, geralmente em

    pequenos lotes sacarias, caixas, veculos encaixotados ou sobre-rodas, bobinas de

    papel de imprensa, vergalhes, barris, barricas, etc. Tem aberturas retangulares no

    convs principal e cobertas de carga chamadas escotilhas de carga, por onde a carga

    embarcada para ser estivada nas cobertas e pores. A carga iada (suspensa) ou

    arriada do cais para bordo ou vice-versa pelo equipamento do navio (paus de carga e ou

    guindastes) ou pelo existente no porto.

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    23

    Navio Carga Geral Foto internet

    2.2.3 Navio de Continers

    Esses navios so semelhantes aos navios de carga geral, mas normalmente

    no possuem alm de um ou dois mastros simples sem paus de carga. As escotilhas de

    carga abrangem praticamente toda a rea do convs e so providas de guias para

    encaixar os contineres nos pores. Alguns desses navios apresentam guindastes

    especiais.

    Navio de Continers Foto: Rogrio Cordeiro

    2.2.4 Navio de Operao por Rolamento (RoRo)

    So aqueles em que a carga entra e sai para e dos pores e cobertas na

    horizontal ou quase horizontal, geralmente sobre-rodas (automveis, nibus, caminhes)

    ou sobre veculos (geralmente carretas, trailers, estrados volantes, etc.). Existem vrios

    tipos de RoRos, como os porta-carros, porta-carretas, multi-propsitos, etc., todos se

    caracterizando pela grande altura do costado e das obras mortas (acima da linha d`gua)

    e pela rampa na parte de r da embarcao.

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    25

    Navios de Operao por Rolamento (RoRo) Foto: internet

    2.2.5 Navio Tanque

    So navios para transporte de petrleo bruto e produtos refinados (lcool,

    gasolina, diesel, querosene, etc.). Caracterizam-se por sua superestrutura a r e longo

    convs principal quase sempre tendo meia nau uma ponte que vai desde a

    superestrutura at a proa. Essa ponte uma precauo para a segurana do pessoal,

    pois os navios tanques carregados passam a ter uma pequena borda livre, fazendo com

    que no mar seu convs seja "lavado" com frequncia pelas ondas.

    Navio Tanque Foto: internet

    2.2.6 Navio Graneleiro

    So navios destinados ao transporte de grandes quantidades de carga a granel:

    trigo, soja, minrio de ferro, etc. Caracterizam-se por longo convs principal em que o

    nico destaque so os pores.

  • MCIIPE MANUAL DE COMBATE A INCNDIOS EM INSTALAES PORTURIAS E EMBARCAES

    COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS

    27

    Navio Graneleiro Foto: internet

    2.2.7 Navio Gaseiro

    So navios destinados ao transporte de gases liquefeitos. Caracterizam-se por

    apresentarem acima do convs principal tanques tpicos de formato arredondado.

    Navio Gaseiro Foto: internet

    2.2.8 Navio Qumico

    So navios parecidos com os gaseiros transportando cargas qumicas

    especiais, tais como: enxofre lquido, cido fosfrico, soda custica, etc.

    2.2.9 Navio Ore-oil

    So navios de carga combinada, ou seja, transportam minrio e petrleo.

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    29

    Navio Ore-oil Foto: internet

    2.2.10 Navios Aerdromos ou Porta-Avies

    So os navios utilizados pelas Foras Armadas (Marinha) para o transporte de

    avies, at a zona principal de atuao deles. Servem como uma base mvel de

    operao, inclusive com pista de pousos e decolagens. 3.3 Terminologia, nomenclatura, diviso e estrutura do navio.

    Navio Porta-avies Foto: internet

    2.2.11 Navios Militares em Geral

    So vrios os tipos, alm do Porta-Avies. Citaremos mais alguns:

    Fragatas, Submarinos, Contratorpedeiros, Navios-Balizadores, Navios-Faroleiro, Navio

    Hidroceanogrfico, Navios Oceanogrficos, Navios Hidrogrficos, Navio de Apoio

    Oceanogrfico, Navios de Assistncia Hospitalar, Navio-Tanque Fluvial, Navios-Tanque,

    Navio-Transporte Fluvial, Navio de Socorro Submarino, Navios-Transporte de Tropas,

    Rebocador de Alto-Mar, Navios-Varredores, Corvetas, Navios-Patrulha, Navios de

    Desembarque-Doca e Navio de Desembarque de Carros de Combate.

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    31

    Navios Militares Foto: internet

    2.3 Terminologia, nomenclatura, diviso e estrutura do navio 2.3.1 Terminologia e nomenclatura nutica por ordem alfabtica

    Os termos utilizados no meio nutico so especficos e numerosos, cabendo um

    estudo parte mais elaborado, sendo apresentado neste captulo apenas os mais

    importantes, que so usados no dia-a-dia e podem estar sendo usados durante um

    combate a incndio

    Letra A

    Adernamento: a inclinao para um dos bordos da embarcao; o navio pode estar adernado a bombordo ou a boreste e seu adernamento medido em graus. (Arte Naval p.

    86)

    Amarrao ou Atracao: Operao de amarrar um navio ao cais ou a outro. (Arte Naval p. 634)

    Amurada: Denominao da parte interna do costado do navio, mais comumente utilizado para indicar a parte interna borda falsa do navio. (Arte Naval p. 05)

    Anteparas: So separaes verticais que subdividem em compartimentos o espao interno do casco, em cada pavimento. Tambm concorrem para manter a forma e

    aumentar a resistncia do navio. Podem ser transversais ou longitudinais, estanques ou

    no. (Arte Naval p. 15)

    Atracar: a ao de manter o navio encostado a um cais de um porto ou a outro navio. (Arte Naval p. 626)

    Avaria: So os danos causados embarcao por atos involuntrios ou voluntrios. (Arte Naval p. 773)

    Letra B

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    33

    Balaustrada: Equipamento de apoio ou proteo dos passageiros e tripulantes nos conveses abertos, em embarcaes.

    Baleeiras: Pequenas embarcaes utilizadas geralmente com equipamentos salva-vidas por suas boas qualidades nuticas, mesmo em mar grosso; por sua durabilidade e

    resistncia; pela facilidade de arrumao a bordo; pela facilidade nas suas manobras

    utilizando-se poucos homens para i-la e arri-la quando necessrio e finalmente pela

    relao tamanho-capacidade para o transporte de passageiros. (Arte Naval p. 186, 187,

    188 e 192)

    Balsas: Flutuantes especiais de pequeno porte que so utilizados como equipamento de salva-vidas, geralmente de forma eltica, construdos em madeira, metal ou borracha. Este

    equipamento no podem ser usados para outros fins. (Arte Naval p. 171, 184 e 185)

    Boca: a largura da seo transversal a que se referir; a palavra boca, sem a referncia seo em que foi tomada, significa a maior largura do casco e, por isso mesmo, a

    medida da seo mestra. (Arte Naval p. 71)

    Bombordo (BB): Lado esquerdo de quem est na embarcao olhando em direo popa. (Arte Naval p. 01)

    Borda Falsa: Limite superior do costado quando este se prolonga um pouco acima do convs. (Arte Naval p. 03)

    Bordos: So os lados da embarcao. As partes simtricas em que se divide um casco pelo plano diametral. A parte direita chamamos (BE) boreste ou estibordo, a parte

    esquerda chamamos (BB) bombordo. (Arte Naval p. 01)

    Boreste (BE): Lado direito de quem est na embarcao olhando em direo proa, tambm denominado Estibordo. (Arte Naval p. 01)

    Letra C

    Cabeos: Colunas de ferro, de pequena altura, montadas aos pares e colocadas geralmente junto a amurada ou s balaustradas; servem para dar-se volta s espias ou

    cabos de reboque. (Arte Naval p. 35 1-137)

    Calado: a distncia vertical entre a superfcie da gua e a parte mais baixa do navio naquele ponto. (Arte Naval p. 72 2-60)

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    35

    Camarote: Compartimentos destinados a alojar de (01) um a (04) quatro tripulantes ou passageiros. (Arte Naval p. 26)

    Carta Piloto: Carta que contm informaes metereolgicas, regime de correntes martimas e ventos nas diversas pocas do ano.

    Casco: o corpo do navio sem mastreao, aparelhos acessrios ou qualquer outro arranjo. Sua principal caracterstica de forma ter um plano de simetria ( plano diametral)

    que se imagina passar pelo eixo da quilha. (Arte Naval p. 01)

    Castelo de Proa: Superestrutura na parte extrema da proa, acompanhada de elevao da borda. (Arte Naval p. 06 1-38)

    Compartimento ou tanques de coliso: So compartimentos estanques, normalmente conservados vazios, localizados nos extremos a vante e a r do navio, chamados de

    pique-tanque de vante e pique-tanque de r respectivamente. (Arte Naval p. 25 1-64)

    Compartimento da Mquina de Leme: o compartimento em que ficam os equipamentos de governo do navio. A mquina do leme comandado a distncia pelos

    movimentos da roda do leme (timo). Nos navios de grande porte, este compartimento

    fica abaixo da linha d'gua e protegido por couraa, devido a importncia vital que

    representa este equipamento para a segurana da embarcao. (Arte Naval p. 580 11-4)

    Compartimento estanque: So compartimentos, espaos no interior do casco limitados por chapeamento impermevel gua. (Arte Naval p. 22 1-58)

    Convs: Pavimento da embarcao. Sem qualquer referncia, refere-se ao convs principal. O primeiro pavimento contnuo de proa a popa, junto borda do casco,

    descoberto total ou parcialmente chamado convs principal, a parte de proa chama-se

    convs a vante e a parte de meia-nau, convs a meia-nau e a parte da popa, designa-se

    tolda. A um convs parcial, acima do convs principal e localizado na proa, chamamos

    convs do castelo, se localizado a popa ser o convs do tombadilho e se a meia nau

    ser o convs superior. A um convs parcial, acima do convs superior, do castelo ou do

    tombadilho, chamamos convs da superestrutura. Para a denominao dos conveses que

    ficam abaixo do convs principal, adota-se o seguinte critrio: consideramos o principal

    como o primeiro convs e denominamos os demais conveses como - segundo convs,

    terceiro convs, assim por diante - sendo estes contados e denominados de cima para

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    37

    baixo. Estes espaos tambm podem ser denominados cobertas, porm quando usamos

    a esta denominao o que se chamaria segundo convs, d-se o nome de primeira

    coberta ao que se designaramos como terceiro convs chamar-se-ia de segunda coberta,

    assim por diante. Quando abaixo do principal s existir um convs, este denominado

    convs inferior. Entre o piso do convs mais abaixo e o duplo-fundo da embarcao

    chamamos de poro. (Arte Naval p. 17 1-56 a./g.)

    Costado: Invlucro do casco acima da linha d'gua. Em arquitetura naval, durante a construo do navio, quando ainda no est traada a linha d'gua, costado o

    revestimento do casco acima do bojo. A superfcie da carena somada a superfcie do

    costado, representa a rea total da superfcie do casco. (Arte Naval p. 03 1-14)

    Letra D

    Defensas: So protees das embarcaes, dispostas ao longo do casco nos pontos mais salientes deste, de modo a impedir que ocorram danos ao mesmo e sua pintura

    quando o navio estiver atracado. Existem vrios tipos de defensas, apropriadas a cada

    tipo de embarcao ou mesmo uso. (Arte Naval p. 448 8-115)

    Desatracar: Desatracar desencostar e afastar a embarcao do cais ou de outro navio a que este esteja atracado. (Arte Naval p. 626)

    Letra E

    Embarcao: uma construo feita em materiais apropriados de modo flutuar e destinada a transportar pela gua pessoas e coisas. (Arte Naval p. 01)

    Escada de Portal: Dispositivo para embarque e desembarque no navio, a partir de terra ou de outra embarcao. Tem duas pequenas plataformas em cada uma das suas

    extremidades. (Arte Naval p. 32 1-112)

    Escotilhas: Aberturas geralmente retangulares, feitas no convs e nas cobertas, para passagem de ar, luz, pessoal e carga. (Arte Naval p. 27 1-82)

    Letra F

    Flutuabilidade: a propriedade de poder permanecer na superfcie d'gua, mesmo com sua carga completa. (Arte Naval p. 224 5-28 a.2)

    Fonoclama: Sistema de alto-falantes para comunicao interna.

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    39

    Fundear: O mesmo que ancorar.

    Letra L

    Lastro: Tudo o que se coloca no fundo dos pores de um navio para lhe dar estabilidade, geralmente, quando este estiver vazio. Lastro o peso que lastra o navio. comum em

    navios de carga, que ao sarem de um porto leves, usarem lastrear a fim de torn-lo mais

    pesado, para melhorar sua estabilidade. (Arte Naval p. 86)

    Leme: o aparelho destinado ao governo de uma embarcao. O leme constitudo, no mnimo, pelas seguintes partes: madre, cabea e porta do leme. (Arte naval p. 29 1-97 e

    178 4-5)

    Longarinas: Peas colocadas de proa a popa, na parte interna das cavernas, ligando-as entre si. (Arte Naval p.9 1-52 c.)

    Letra M

    Mastro: Pea de madeira ou metal, de seo circular, colocada no plano diametral, em direo vertical ou um pouco inclinada para a r, que se arvora nos navios. Serve para

    que nele sejam envergadas as velas (nos navios de propulso a vela) ou para agentar

    as vergas, antenas, paus de carga, luzes indicadoras de posio ou de marcha, alm de

    diversos outros acessrios (nos navios de propulso a motor). (Arte Naval p. 39 1-162)

    Meia nau: a parte do casco compreendida entre a popa e a proa. As palavras Popa, Proa e Meia nau no definem uma parte determinada do casco, mas sim uma regio do

    mesmo. (Arte Naval p. 01 e 56)

    Milha nutica: o comprimento do arco de 01 (um) minuto do permetro mdio do globo terrestre. Como a terra no rigorosamente esfrica, seu valor varia se a medida for

    adotada num meridiano ou no equador. A milha nutica igual a 1.853,55 metros, que a

    mdia da medida de 01 (um) minuto no meridiano e 01 (um) minuto no equador. (Arte

    Naval p. 885)

    Letra N

    Nau ou Nave: Expresses antiquadas para definir uma construo de grande porte, feita em materiais apropriados de modo flutuar e destinada a transportar pela gua pessoas

    e coisas. (Arte Naval p. 01)

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    41

    Naufragar: Ir a pique, soobrar (a embarcao). Sofrer naufrgio (os tripulantes e/ou os passageiros).

    Navio: Construo de grande porte, feita em materiais apropriados de modo flutuar e destinada a transportar pela gua pessoas e coisas. (Arte Naval p. 01)

    N (unidade): a unidade de velocidade do navio. o nmero de milhas (nuticas) navegadas em uma hora por um navio. (Arte Naval p. 226)

    Letra O

    Obras Mortas: Parte do casco que fica acima do plano de flutuao em plena carga e que fica sempre emersa. (Arte Naval p. 03)

    Obras Vivas: Parte do casco que fica abaixo do plano de flutuao em plena carga, isto , a parte que fica total ou quase totalmente imersa. (Arte Naval p. 03)

    Letra P

    Paiis: Compartimentos situados geralmente nos pores, onde so guardados mantimentos, material de sobressalente ou consumo, etc. (Arte Naval p. 25 1-69)

    P de Carneiro: Colunas que suportam os vaus para aumentar a rigidez da estrutura. (Arte Naval p. 10 1-54 c.)

    Ponte de comando: O mesmo que passadio.

    Popa: a extremidade posterior de um navio. A popa do navio dever ter a forma adequada a facilitar a passagem da gua, que preencher o vazio gerado pelo movimento

    do mesmo, de maneira que torne mais eficiente a ao tanto do hlice quanto do leme. As

    palavras Popa, Proa e Meia nau no definem uma parte determinada do casco, mas sim

    uma regio do mesmo. (Arte Naval p. 01 e 262)

    Pores: o espao entre o convs mais abaixo e o teto do duplo-fundo, ou entre o convs mais baixo e o fundo se o navio no for dotado de duplo-fundo. Num navio

    mercante destinado ao transporte de mercadorias, poro todo o compartimento

    estanque onde se acondiciona a carga; estes pores so numerados seguidamente de

    vante para a r e debaixo para cima. (Arte Naval p. 18 1-56 g.)

    Praa de Mquinas: Compartimento onde ficam situadas as mquinas principais e auxiliares. (Arte Naval p. 26 1-70)

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    Proa: a extremidade anterior de um navio. A proa do navio dever ter a forma adequada a fender a gua quando do movimento do mesmo. As palavras Popa, Proa e

    Meia nau no definem uma parte determinada do casco, mas sim uma regio do mesmo.

    (Arte Naval p. 01 e 260)

    Letra Q

    Quilha: Pea disposta em todo o comprimento do casco no plano diametral e na parte mais baixa do navio: constitui a "espinha dorsal" e a parte mais importante do navio, a

    que suporta os maiores esforos. (Arte Naval p. 09 1-52 a.)

    Letra S

    Salvatagem: Operao de abandono de uma embarcao ou resgate de sobreviventes.

    Superestrutura: Construo feita sobre o convs principal. (Arte Naval p. 06 1-37)

    Letra T

    Tanques de Coliso: Compartimentos extremos vante ou r, limitados pelas anteparas que lhe do a propriedade de serem estanques, ou seja, no permitem que a

    gua que porventura venha a inund-lo, passe para os compartimentos vizinhos. So 2

    (dois) os tanques de coliso, um a vante e um a r, tambm chamados de pique-tanque

    de vante e pique-tanque de r, respectivamente. Estes compartimentos devem, quando

    possvel, ser conservados vazios. (Arte Naval p. 25 1-64)

    Timo: Aciona o leme, dando dirigibilidade embarcao. Pode ter acionamento mecnico, hidrulico ou por ar comprimido. Em pequenas embarcaes de recreio ou

    pesca , algumas vezes, substitudo pela cana de leme que ligada diretamente ao eixo

    do leme.

    Tombadilho: Superestrutura na parte extrema da popa, acompanhada de elevao da borda. (Arte Naval p 06 1-39)

    2.3.2 Diviso e estrutura do navio

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    47

    Fonte: Arte Naval

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    48

    Fonte: Arte Naval

    Fonte: Arte Naval

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    49

    Fonte: Arte Naval

    Fonte: Arte Naval

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    51

    Fonte: Arte Naval

    Fonte: Arte Naval

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    53

    Balaustradas Foto: Manual do tripulante

    2.3.3 Sistema de Propulso

    So as mquinas que fornecem energia mecnica propulso. As pequenas

    embarcaes em geral so movidas por motores diesel que transmitem um movimento de

    rotao a um eixo que possui um hlice em sua extremidade.

    Sistema de propulso Foto: Manual do tripulante

    Eixo propulsor Foto: Manual do tripulante

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    55

    Hlice Foto: Manual do tripulante

    Leme Foto: Manual do tripulante 2.3.4 Acessrios de convs

    Cabrestante Foto: Manual do tripulante

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    57

    Cabeo - Foto: Manual do tripulante

    Cabeo - Foto: Manual do tripulante

    Buzina - Foto: Manual do tripulante

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    59

    Tamanca - Foto: Manual do tripulante 2.3.5 Aberturas encontradas nas embarcaes

    Destina-se entrada e sada das pessoas da embarcao.

    Portal e Escada de Portal - Foto: Manual do tripulante

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    61

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    63

    2.3.6 Mastreao das embarcaes

    A mastreao desempenha diversas funes em uma embarcao podendo se

    usada para estivar carga, como observatrio

    Fotos acima: Manual do Tripulante

  • 3

    SEGURANA EM NAVIOS

    MCIIPE

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    67

    3. Segurana em navios 3.1 Segurana em Navios-tanques

    As regras para segurana em petroleiros (navios-tanques), foram reunidas de vrias

    fontes de operaes e formuladas segundo experincias adquiridas, bem como resultado de

    investigaes em acidentes graves.

    As regras para segurana em petroleiros se aplicam limpeza e desgaseificao de

    tanques de carga e outros espaos fechados.

    O termo desgaseificao refere-se remoo de gases, inclusive resduos de leo,

    dos tanques, tubulaes e compartimentos, ficando tais espaos seguros para o trabalho

    desejado, evitando-se assim, o perigo de exploso provocada por fascas ou fontes de calor.

    Por norma, todo petroleiro deve possuir sistema de gs inerte, ou seja, os tanques

    e/ou compartimentos de risco devero ser enchidos com gs inerte, expulsando-se assim o

    oxignio dos mesmos, a fim de que no se obtenha a mistura ideal de vapores X oxignio,

    que o faa entrar em sua faixa de explosividade. Desse modo, nos tanques e/ou

    compartimentos poder haver, no mximo, combustvel e gs inerte (geralmente dixido de

    carbono).

    A limpeza e desgaseificao de um navio-tanque so perigosas, visto que cada

    tanque passa por meio de uma faixa no explosiva (14 a 100% de gs por volume) e, da,

    baixando para uma faixa explosiva (1 a 4% de gs por volume).

    Durante toda a operao de desgaseificao, podem-se acumular gases explosivos

    no convs do navio; rigorosas precaues de segurana devem ser tomadas, sem que sejam

    interpretadas como limitao ao comandante do navio em estabelecer outras providncias,

    quando julg-las convenientes.

    Os ventiladores devem ser corretamente instalados e posicionados, a fim de que o

    ambiente seja eficientemente arejado.

    As portas-estanque, vigias, gaitas e outras aberturas ligadas ao convs e aos

    alojamentos, bem como a casa de mquinas, praa de caldeiras e cozinha, devem ser

    fechadas.

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    69

    Antes de ser procedida ligao dos mangotes do navio a terra, para descarga, o

    navio deve ser conectado tambm a terra por um cabo de cobre, a fim de descarregar a

    eletricidade esttica.

    O hbito de fumar permitido somente em locais previamente designados; aos

    homens encarregados da limpeza dos tanques deve ser permitido onde e quando no implicar

    em risco de exploso/incndio.

    O uso de aparelhos eltricos portteis, incluindo rdios, celulares, somente dever

    ser permitido nos lugares onde permitido fumar.

    A desgaseificao dos tanques deve ser proibida quando houver motores em

    funcionamento, processamento de soldagem ou corte de metais, fontes de calor diversas e

    lmpadas no-blindadas, dentro de um raio de 60 metros de onde se realizar a operao.

    A desgaseificao deve ser interrompida quando houver possibilidade de navios

    vagonetes, locomotivas, etc. em movimento, num raio de 60 metros.

    3.1.1 Equipamento de verificao de tanque e outros espaos confinados.

    3.1.1.1 Explosmetros. Os indicadores de gases de hidrocarbonetos usados a bordo dos navios, so

    conhecidos como explosmetros e, em alguns lugares, como indicadores de gases.

    As especificaes que regulam sua aquisio exigem que tais instrumentos sejam

    previamente testados por um rgo governamental especfico e atestados como satisfatrios

    para o uso a bordo dos navios.

    Os explosmetros so sensveis na deteco de pequenas quantidades de gases e

    vapores at a escala do limite inferior de explosividade (LIE) ou alm do seu limite superior de

    explosividade (LSE).

    O pessoal do Corpo de Bombeiros deve saber manejar o explosmetro e utiliz-lo

    quando ingressar em navios em situao de incndio, visto que a simples abertura de uma

    porta ou escotilha poder fazer com que a penetrao de oxignio naquela cmara propicie a

    formao da mistura ideal para causar uma exploso.

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    70

    3.1.1.2 Detector de gases manual Consta de uma bomba de aspirao de amostra e de um tubo reagente, sensvel

    apenas ao gs ou vapor que se quer medir. Tal verificao serve para detectar a presena

    e/ou a concentrao de gases explosivos, txicos ou asfixiantes, que podero por em risco a

    vida dos bombeiros e do pessoal de bordo.

    3.1.2 Teste de verificao de tanque e outros espaos sujeitos acumulao de gases Esse teste deve ser atribudo somente a pessoas habilitadas em classificao do

    gs contido no tanque ou outros espaos, para determinar sua natureza quanto toxidade e

    explosividade.

    Quando a chegada de navio petroleiro num estaleiro, ou antes, para incio de

    reparos, docagem, etc., em adio a prvios testes realizados, um qumico credenciado deve

    verificar todos os tanques e compartimentos, e fornecer ao comandante do navio trs cpias

    do certificado de desgaseificao, indicando a condio de segurana.

    3.1.3 Riscos de acumulao de gs Os vapores originados pelo leo cru, gasolina e outros produtos de petrleo

    acarretam efeitos anestsicos, quando inalados.

    Os gases de petrleo em concentrao de 0,1% por volume podem causar uma

    ligeira tonteira, ao fim de seis minutos.

    Uma exposio mais demorada ou uma concentrao maior podem causar a

    inconscincia ou morte.

    Sedimentos e placas de ferrugem impregnadas com gasolina podem estar

    presentes no fundo do tanque, constituindo grave risco de exploso, incndio ou intoxicao at

    que esse tanque seja inteiramente limpo e desgaseificao.

    Nos locais onde se acumulam gases, usar somente ferramentas prova de

    centelhas.

    3.1.4 Cuidados ao entrar em petroleiros Os homens no devem entrar num tanque ou noutros compartimentos sujeitos

    acumulao de vapor, at que um qumico credenciado tenha testado o compartimento.

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    73

    Caso algum tenha que entrar num lugar contendo gases em excesso, ou que no

    seja ventilado adequadamente por um deslocamento mnimo de aproximadamente trs

    volumes de ar ambiente, deve-se usar um tipo de EPR e ser amarrado por um cabo de

    segurana, guiado por dois homens atentos no convs.

    A ventilao ser contnua, enquanto os homens estiverem nos tanques; isto

    particularmente importante, quando sedimentos esto sendo removidos do fundo dos tanques.

    Caso um navio possua exaustores de gases, o sistema deve ser usado

    obrigatoriamente; de outro modo, ventiladores devem ser utilizados.

    Quando homens entrarem em compartimentos ou tanques (mesmo depois de terem

    sido limpos e testados), o responsvel dever permanecer na parte superior do tanque ou no

    convs junto escotilha, atento aos movimentos e mantendo comunicao, para assegurar-se

    de que nenhum homem est asfixiado.

    Extintores de incndio devem ser instalados nas proximidades de tais

    compartimentos ou tanque; luzes sem proteo sero proibidas nas vizinhanas.

    Todas as ferramentas, incluindo esguichos de mangueiras, raspas, baldes usados

    na remoo do leo, sedimentos etc, dos tanques ou compartimentos, devem ser feitas de

    borracha, madeira, cobre, bronze (lato, alumnio, plstico, fibra ou outro material que no

    produza centelha).

    Em caso de emergncia, poder ser necessrio mandar um homem entrar num

    tanque ou compartimento que no tenha sido dado como desgaseificao, ou que contenha

    oxignio insuficiente, para resgatar pessoas.

    O homem dever ser equipado com aparelho de respirao autnoma.

    Ser ligado a um cabo que ser empunhado pelos ajudantes, fora do tanque, prontos

    a i-lo, se necessrio.

    Dever ser previsto um canga para ingressar imediatamente caso haja problemas

    com o homem que est no tanque/compartimento.

    Caso o tamanho da escotilha seja tal que impea a entrada, quando ele estiver com

    o aparelho de respirao autnoma, usar os tipos conhecidos como Mscaras de

    Mangueiras.

    Estes equipamentos so semelhantes aos utilizados no mergulho dependente com

    mscaras idnticas s utilizadas pelo CB.

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    75

    3.1.5 Aliviamento de petroleiro O aliviamento de petroleiro consiste na transferncia de sua carga para outro navio-

    tanque, em situao de emergncia martima.

    Quando no houver outra alternativa, sero atracados os navios petroleiros, um a

    contrabordo do outro. As normas referentes s precaues de segurana devem ser

    cumpridas, alm das medidas preventivas que os comandantes determinarem, para maior

    segurana dos navios.

    A transferncia deve ser iniciada, sempre que possvel, luz do dia; iluminao

    adequada deve ser providenciada durante operao noite.

    Na amarrao, no devem ser usados cabos de ao.

    Machados devem estar mo para cortar a amarrao, em caso de necessidade.

    Cabos para reboque, em emergncia, devem estar prontos na proa e na alheta, em

    ambos os navios, pelos bordos livres.

    Defensas, sacos de areia, pneus, pranchas de madeira e outros devem ser

    colocados entre os navios, a fim de evitar contatos metlicos.

    Fumar s permitido sob condies controladas, e em locais especificados.

    Os navios, antes das atracaes a contrabordo, devero dar especial ateno

    instalao dos equipamentos de combate a incndio.

    As chamas na cozinha devem ser apagadas, principalmente se a distncia at

    qualquer suspiro ou abertura for inferior a quinze metros.

    Caso a chamin possua equipamento abafador de fasca, este dever estar

    funcionando durante toda a operao de transferncia.

    Todas as entradas externas dos compartimentos habitveis devem estar fechadas,

    inclusive os albois da praa de caldeiras; os cachimbos de ventilao das praas de mquinas

    e das caldeiras devem ser orientados de modo que suas aberturas fiquem do lado oposto aos

    tanques que esto sendo carregados.

    Por ocasio do aliviamento, nos navios aliviadores, especial ateno dever ser

    dada no sentido que sejam fechadas todas as portas de acesso aos compartimentos internos,

    s vigias, s gaitas de praa de mquinas e praa de caldeiras.

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    77

    Os navios empregados no alvio, quando a contrabordo de um superpetroleiro,

    permanecem, de maneira geral, com a superestrutura de r altura dos tanques de carga e

    da casa de bombas.

    Enquanto vai recebendo a carga, o navio aliviador tende obter a sua superestrutura

    ao nvel do convs principal do navio aliviado e, quando em carga total, estar praticamente

    com parte da superestrutura abaixo do nvel do convs do navio aliviado.

    Caso haja uma concentrao desusada de gases, no convs do navio aliviado,

    fatalmente penetraro nos compartimentos do navio aliviador, se estes no estiverem

    fechados, colocando o navio em perigo.

    As sees da rede de carga no convs principal de ambos os navios que no

    estejam em uso devem ser bem drenadas quanto ao leo, ou cheias com gua e, tambm,

    perfeitamente isoladas.

    Os barcos salva-vidas do bordo livre de ambos os navios devem estar prontos para

    serem arriados.

    3.2 Segurana em Navios Propaneiros Durante as operaes de carga e descarga dos navios propaneiros, devero ser

    cumpridas as normas referentes segurana operacional, alm de outras medidas

    preventivas que os comandantes determinarem, para maior segurana do navio.

    3.2.1 Cuidados na atracao. Ao se aproximar do porto, dever ser posta em funcionamento a bomba de incndio

    independente (moto-bomba), pelo menos, durante cinco minutos.

    Idntico procedimento dever ser seguido, fazendo-se experincia com os sinais de

    alarme.

    Fazer funcionar o sistema de borrifamento dos tanques, para certificar o seu perfeito

    funcionamento.

    Ligar a ventilao mecnica dos pores, da casa de bombas e dos compartimentos

    dos motores eltricos.

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    79

    3.2.2. Cuidados aps a atracao. Observar se as condies da amarrao do navio esto dentro das exigncias do

    terminal porturio.

    Somente fazer a ligao dos magotes, aps a ligao do cabo-terra, entre o navio e

    o terminal ou a instalao porturia.

    Antes do incio de qualquer operao, sero ligadas pelo menos, trs mangueiras

    de incndio, nas proximidades do mangote de carga e descarga.

    Manter a rede de incndio sempre sob presso.

    Caso a instalao de mquinas, por qualquer circunstncia, no permita que haja

    continuadamente presso na rede de incndio, deve-se permanecer sempre com uma bomba

    de incndio, de preferncia, a principal, pronta a entrar em funcionamento, tendo-se o cuidado

    de experiment-la pelo menos, durante cinco minutos, antes de comear a operao de carga

    e descarga.

    Todo o equipamento de combate a incndio dever estar pronto para ser usado.

    Durante todo o tempo da estadia, o navio dever ter dois viradores de ao (cabos

    de incndio) com chicotes arriados a dispostos no bordo livre, vante e r, de tal modo que

    possam ser facilmente amarrados em rebocadores, se necessrio.

    Somente sero permitidos cabos de sisal ou de nylon, para a amarrao.

    Manter fechadas todas as portas de comunicaes exteriores, bem como, as

    providas de telas corta-chamas.

    Manter fechadas toda as vigias.

    No permitir a atracao de embarcaes durante as operaes.

    No permitir a utilizao do aparelho de manobra de peso durante as operaes.

    Ateno especial dever ser dada ao compartimento dos motores eltricos, a fim de

    que permanea fechado durante o perodo de operao do navio.

    Durante as operaes, dever ficar no convs principal, nas proximidades das

    conexes dos mangotes, um dos homens constantes no plano de incndio.

    Durante as operaes, o aparelho indicador de gs, dever ser posto a funcionar de

    vez em quando, a fim de prevenir o responsvel pela operao (imediato), quanto a possveis

    vazamentos.

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    81

    Manter a ventilao mecnica do compartimento dos motores eltricos e da casa de

    bombas em funcionamento, durante o trabalho.

    Verificar a amarrao do navio para ser evitado que, devido ao movimento da mar

    ou variao do calado, possa afastar-se do cais a ponto de romper ou se desligar o

    mangote; todos os cabos da amarrao devero ser conservados tensos.

    Fazer exibir a bandeira vermelha (bandeira bala) durante o dia e a luz vermelha,

    noite, durante todo o tempo em que o navio estiver gaseificado.

    No permitir, em hiptese alguma, reparos em circuito eltrico.

    proibido usar o equipamento de rdio do navio, celulares e outros que emitam

    ondas eletromagnticas, enquanto permanecer atracado ao terminal porturio.

    No usar ferramentas ou equipamentos capazes de produzir centelha.

    Manter a cozinha apagada totalmente, inclusive as estufas eltricas.

    Durante a operao de carga e descarga, expressamente proibido fumar em todo

    o navio.

    3.3 Materiais de Salvaguarda e Segurana As embarcaes nacionais, em funo de seu porte, rea de navegao e servio,

    dotaro equipamentos de salvatagem e de segurana conforme o previsto na NORMAM-01.

    Tais equipamentos devem ser homologados pela DPC (Diretoria de Portos e Costas

    da Marinha do Brasil), mediante expedio de Certificado de Homologao, devendo estar em

    bom estado de conservao e dentro dos prazos de validade ou de reviso, quando aplicvel.

    So equipamentos de segurana:

    Embarcao de Salvamento - aquela concebida para resgatar pessoas em perigo dentro d'gua, assim como reunir e rebocar embarcaes de sobrevivncia. tambm

    chamado Bote de Resgate.

    Embarcao de Sobrevivncia - o meio coletivo de abandono de embarcao ou plataforma martima em perigo, capaz de preservar a vida de pessoas durante um certo

    perodo, enquanto aguarda socorro. So consideradas embarcaes de sobrevivncia:

    1) as embarcaes salva-vidas (baleeiras);

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    83

    2) as balsas salva-vidas, e 3) os botes orgnicos de abandono.

    As balsas com massa acima de 185 kg e estivadas acima de 4,5 m devem ser

    lanadas ao mar por meio de dispositivo de lanamento.

    Balsa - Fonte: Manual do tripulante

    As balsas cujo embarque seja necessrio realizar a mais de 4,5 m acima da linha

    de flutuao do navio leve devero ser arriadas por meio de um dispositivo de lanamento

    aprovado, j infladas e carregadas.

    As balsas salva-vidas devem possuir dispositivo de escape automtico para que

    sejam liberadas nos casos de afundamento da embarcao.

    Balsa salva-vidas inflvel fonte: Manual do tripulante

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    85

    Dicas para utilizao de uma embarcao de sobrevivncia: Existem duas

    maneiras de voc entrar em uma balsa inflvel: seco ou molhado.

    No embarque direto, ou mtodo seco, deve-se entrar na balsa sem mergulhar na

    gua. Em seguida, esta arriada na gua com o pessoal dentro dela.

    Caso no seja possvel, o embarque ser molhado, isto , voc ter que entrar na

    gua. O procedimento pular sempre de p (regra dos ps primeiro), com as pernas

    fechadas e braos juntos do corpo, de preferncia segurando seu colete salva-vidas e nadar

    at o bote salva-vidas e embarcar nele com calma.

    Em embarcaes empregadas para navegao interior, geralmente existe uma

    balsa rgida.

    Balsa rgida fonte: Manual do tripulante

    Se a sua embarcao possuir uma balsa salva-vidas inflvel, procure embarcar de

    forma correta, utilizando os acessrios da entrada. A melhor maneira de embarcar na balsa

    salva-vidas, de dentro da gua, utilizando a escada de tiras e a plataforma de embarque,

    como demonstrado abaixo.

    Embarcando na balsa usando a escada de corda fonte: Manual do tripulante

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    88

    Se durante o lanamento da balsa salva-vidas, ela inflar de cabea para baixo,

    voc poder facilmente desvir-la. Para isso, suba na balsa e fique sobre o cilindro de CO2,

    em seguida, puxe o cabo de endireitamento localizado na parte inferior da balsa.

    Endireitando a balsa antes de embarcar fonte: Manual do tripulante

    As embarcaes que tiverem a proa ou a popa situadas a uma distncia maior que

    100 metros do posto de abandono devero possuir uma balsa salva-vidas na proa ou na

    popa, para a qual no obrigatrio possuir dispositivo de escape automtico.

    Embarcao salva-vidas normalmente do tipo baleeira, isto , tem proa e popa

    afiladas. rgida, tem propulso prpria e normalmente arriada por turcos ou lanada por

    queda livre.

    Embarcao salva-vidas Fonte: Internet

    A embarcao salva-vidas no poder possuir lotao superior a 150 pessoas e

    pode ser dos tipos:

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    3.3.1 Embarcao salva-vidas totalmente fechada: dotada de propulso a motor, auto-aprumante, podendo ser de trs modelos, conforme a aplicao: totalmente fechada munida

    de um sistema autnomo de abastecimento de ar e prova de fogo.

    As embarcaes tanques devero ser dotadas de embarcaes salva-vidas

    totalmente fechadas em cada bordo para 100% do total de pessoas a bordo. Se transportarem

    produtos qumicos ou gasosos que desprendam vapores ou gases txicos, as embarcaes

    salva-vidas devero ser do tipo totalmente fechada munidas de sistema autnomo de

    abastecimento de ar.

    Se as embarcaes tanques transportarem produtos qumicos ou gasosos que

    tenham ponto de fulgor inferior a 60C, as embarcaes salva-vidas devero ser do tipo

    totalmente fechada prova de fogo.

    3.3.2 Embarcao salva-vidas parcialmente fechada: dotada de propulso a motor, podendo ser auto-aprumante;

    3.3.3 Embarcao salva-vidas aberta: pode ser com propulso a motor, a remo, vela ou outro meio mecnico e sem caractersticas de auto-aprumao.

    3.3.4 Meio de Proteo Trmica - um saco ou uma roupa feita de material impermevel gua e de baixa condutividade trmica. Sua constituio mais simples que a da roupa de

    imerso. Dificulta a movimentao daquele que a esteja usando.

    3.3.4.1 Roupa de Imerso - uma roupa protetora que reduz a perda de calor do corpo de uma pessoa que a esteja usando em gua fria. Ela permite os movimentos e o deslocamento

    da pessoa.

    Roupa de imerso Fonte: Manual do tripulante

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    3.3.5 Coletes Salva-Vidas So flutuadores individuais, cuja finalidade manter o homem flutuando, mesmo que esteja desacordado. Os coletes salva-vidas devero ser estivados de

    modo a estarem prontamente acessveis e sua localizao a bordo dever ser bem indicada.

    Colete salva-vidas fonte: Manual do tripulante

    3.3.6 Bias Salva-Vidas So flutuadores rgidos, geralmente com forma circulares e presos por uma corda, que tem a facilidade de poderem ser arremessados a um homem que esteja

    na gua, para que este se agarre a ela e possa ser puxado a bordo ou permanecer flutuando

    segurando nela.

    As bias devem ser distribudas a bordo de modo que uma pessoa no tenha que

    deslocar-se mais de 12 m para lan-la gua.

    Bia salva-vidas Fonte: Manual do tripulante

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    93

    Pelo menos uma bia salva-vidas, em cada bordo, dever ser provida com retinida

    flutuante (corda) de comprimento igual ao dobro da altura na qual ficar estivada, acima da

    linha de flutuao na condio de navio leve, ou 30 m, o que for maior.

    As bias no devem ficar presas permanentemente embarcao; ficaro

    suspensas com sua retinida em suportes fixos, cujo chicote no deve estar amarrado

    embarcao.

    3.3.7 Dispositivo de Iluminao Automtica - O dispositivo de iluminao automtica associado s bias salva-vidas e destina-se a indicar a posio da pessoa que se encontra na

    gua, em relao embarcao de salvamento ou ao prprio navio a que pertence o

    acidentado.

    3.3.8 Artefatos Pirotcnicos - So dispositivos que se destinam a indicar que uma embarcao ou pessoa se encontra em perigo, ou que foi entendido o sinal de socorro

    emitido. Tais artefatos podem ser utilizados de dia ou noite e so designados,

    respectivamente como sinais de socorro e sinais de salvamento.

    Os sinais de socorro so dos seguintes tipos:

    a) Foguete manual estrela vermelha com pra-quedas

    O foguete manual estrela vermelha com pra-quedas o dispositivo de

    acionamento manual que, ao atingir 300 m de altura, ejeta um pra-quedas com uma luz

    vermelha intensa de 30.000 candelas por 40 segundos. utilizado em navios e embarcaes

    de sobrevivncia para emitir sinal de socorro visvel a grande distncia.

    b) Facho manual luz vermelha

    O facho manual luz vermelha o dispositivo de acionamento manual que emite

    luz vermelha intensa de 15.000 candelas por 60 segundos. utilizado em embarcaes de

    sobrevivncia para indicar sua posio noite, vetorando o navio ou aeronave para a sua

    posio.

    c) Sinal fumgeno flutuante laranja

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    O sinal fumgeno flutuante laranja o dispositivo de acionamento manual que

    emite fumaa por 3 ou 15 minutos para indicar, durante o dia, a posio de uma embarcao

    de sobrevivncia ou a de uma pessoa que tenha cado na gua.

    3.3.9 Quadros - Todas as embarcaes devem dotar em local de fcil visualizao diversos quadros de divulgao, informaes e instrues dos quais destacamos os interessantes ao

    CB como segue abaixo:

    I) No passadio:

    a) Luzes e marcas;

    b) Postos de emergncia (incndio, coliso e abandono);

    c) Cdigos alfabticos de bandeiras e semforas;

    d) Smbolos padro para Indicao de equipamentos de emergncia;

    II) Em outros locais de fcil visualizao:

    a) Primeiros socorros;

    b) Respirao artificial;

    c) Quadro de instrues de como combater incndio a bordo (classes A, B e C), e

    d) Quadro de instrues sobre o uso do coletes salva-vidas.

    As embarcaes que no dispuserem de espao fsico para a fixao dos quadros

    acima, podero manter esses quadros arquivados ou guardados em local de fcil acesso ou

    reproduzi-los em tamanho reduzido, que permita a rpida consulta.

    As embarcaes estrangeiras afretadas podero no ter esses quadros, porm

    certamente tero os quadros adotados pelo pas de bandeira da embarcao, indicados pelo

    comandante.

    3.3.10 Tabelas com os dados da embarcao - As embarcaes devero possuir, no passadio, em locais de fcil visualizao, tabelas com os seguintes dados da embarcao:

    I) dados tticos do navio: curvas de giro para vrias velocidades e respectivos

    avanos e afastamentos;

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    97

    II) dados caractersticos do navio: comprimento, boca mxima, pontal, calados

    mximo e mnimo e deslocamento carregado e leve;

    III) alturas: acima da linha dgua, do tijup, do passadio e do convs principal, bem

    como as distncias ao horizonte correspondente; e

    IV) correspondncia entre o nmero de rotaes por minuto (rpm) do motor e a

    velocidade em ns do navio.

    3.4 Requisitos para proteo e combate a incndios

    Os requisitos e dotaes de equipamentos para proteo e combate a incndio so os

    previstos no Captulo II da Conveno SOLAS e suas Emendas. As demais embarcaes

    devero atender os requisitos e dotaes abaixo discriminadas.

    3.4.1 Sistema de combustvel

    Os sistemas de combustvel de qualquer embarcao com Arqueao Bruta (AB)

    superior a 20 Toneladas devero atender aos seguintes requisitos:

    a) no podero ser utilizados combustveis com ponto de fulgor inferior a 60o

    C (como

    lcool, gasolina e GLP);

    b) nenhum tanque ou rede de combustvel poder estar posicionado em local onde

    qualquer derramamento ou vazamento dele proveniente venha constituir risco de incndio,

    pelo contato com superfcies aquecidas ou equipamentos eltricos; e

    c) na sada de cada tanque de combustvel, dever haver uma vlvula de fechamento

    remoto capaz de interromper o fluxo da rede.

    3.4.2 Extintores de incndio Todas as embarcaes devem possuir extintores de incndio em nmero e com

    capacidade de extino prevista nas normas internacionais e nas normas da marinha do

    Brasil (NORMAMs).

    Os tipos de extintores, bem como suas capacidades esto descritos no MANUAL

    DE FUNDAMENTOS n 2.

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    99

    3.4.3 Instalaes de gs de cozinha As instalaes de gs de cozinha de qualquer embarcao devero atender aos

    seguintes requisitos:

    a) Os botijes de gs devero ser posicionados em reas externas, em local seguro e

    arejados, com a vlvula protegida da ao direta dos raios solares e afastados de fontes que

    possam causar ignio; e

    b) As canalizaes utilizadas para a distribuio de gs devero ter proteo

    adequada contra o calor e, quando plsticas, devero ser de materiais que atendam normas

    da ABNT.

    3.4.4 Bombas de incndio e de esgoto a) As embarcaes com AB maior que 20 empregadas no transporte de passageiros,

    de mercadorias perigosas (somente as propulsadas) ou como rebocadores/empurradores, e

    as demais embarcaes propulsadas com AB maior que 100, devero ser dotadas de pelo

    menos uma bomba de esgoto com vazo total maior ou igual a 15m3/h que poder, a critrio

    do projetista, ser dependente do motor principal;

    b) As embarcaes propulsadas com AB superior a 300 devero ser dotadas de pelo

    menos uma bomba de incndio no manual, com vazo maior ou igual a 15m3/h, que poder

    ser acionada pelo motor principal;

    c) As embarcaes com AB maior que 500 devero ter pelo menos duas bombas de

    incndio de acionamento no manual, sendo que uma bomba dever possuir fora motriz

    distinta da outra e independente do motor principal. A vazo total dessas bombas de incndio

    no dever ser menor que 20m3/h, sendo que nenhuma delas poder ter um dbito menor

    que 45% do total requerido;

    d) A(s) bomba(s) de incndio das embarcaes propulsadas com AB maior que 300,

    fornecendo a sua mxima vazo, dever(o), pelo menos, manter duas tomadas de incndio

    distintas com um alcance de jato d'gua, emanados das mangueiras, nunca inferior a 15 m; e

    e) Bombas sanitrias, de lastro, de esgoto ou de servios gerais podem ser

    consideradas como bombas de incndio desde que no sejam normalmente utilizadas para

    bombeamento de leo e que, caso sejam ocasionalmente usadas em fainas de leo

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    101

    combustvel, sejam elas providas de dispositivos adequados para reverso s suas

    funes normais.

    3.4.5 Redes, tomadas de incndio, mangueiras e seus acessrios. As redes, tomadas de incndio, mangueiras e seus acessrios das embarcaes

    propulsadas com AB superior a 300 devero atender aos seguintes requisitos:

    a) O nmero e a localizao das tomadas de incndio devero ser tais que, pelo

    menos, dois jatos d'gua no provenientes da mesma tomada de incndio, um dos quais

    fornecido por uma nica seo de mangueira e a outra por no mximo duas, possam atingir

    qualquer regio da embarcao, incluindo os compartimentos de carga, quando vazios;

    b) As mangueiras e seus acessrios (esguicho, chave para mangueira) devero ficar

    acondicionadas em cabides ou estaes de incndio, que consistem de um armrio pintado

    de vermelho, dotado em sua antepara frontal de uma porta com visor de vidro, destinado

    exclusivamente guarda da mangueira de incndio e seus acessrios;

    c) Dever haver uma estao de incndio no visual de uma pessoa que esteja junto a

    uma tomada de incndio. Uma estao de incndio poder servir a uma ou mais tomadas de

    incndio;

    d) Na entrada da Praa de Mquinas (lado externo), devero ser previstas uma

    tomada de incndio e uma estao de incndio:

    Tomada de incndio Estao de incndio

    A estao de incndio, alm do normalmente requerido, dever possuir uma seo de

    mangueira e um aplicador de neblina. A seo de mangueira dever ser dotada de acessrios

    que permitam um rpido engate tomada de incndio;

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    103

    e) dever ser instalado uma vlvula ou dispositivo similar em cada tomada de

    incndio, em posies tais que permitam o fechamento das tomadas com as bombas de

    incndio em funcionamento;

    f) a rede e as tomadas de incndio devero ser pintadas de vermelho.

    3.4.6 Vias de escape (rotas de fuga) Os requisitos abaixo devero ser observados em qualquer embarcao com AB

    superior a 50:

    a) Em todos os nveis de acomodaes, de compartimentos de servio ou da Praa

    de Mquinas dever haver, pelo menos, duas vias de escape amplamente separadas,

    provenientes de cada compartimento restrito ou grupos de compartimentos;

    b) Abaixo do convs aberto mais baixo, a via de escape principal dever ser uma

    escada e a outra poder ser um conduto ou uma escada;

    c) acima do convs aberto mais baixo, as vias de escape devero ser escadas, portas

    ou janelas, ou uma combinao delas, dando para um convs aberto;

    d) as rotas de escape devero ser marcadas por meio de setas indicadoras pintadas

    na cor vermelha indicando "Sada de Emergncia". A marcao dever permitir aos

    passageiros e tripulantes a identificao de todas as rotas de evacuao e a rpida

    identificao das sadas.

    b) Sistemas de Comunicao e Alarme Geral de Emergncia I) Dever haver a bordo das embarcaes um Sistema de Comunicao Interior de

    emergncia constitudo de material fixo ou porttil (ou dos dois tipos), para comunicao

    bilateral entre as estaes de controle de emergncia, postos de reunio e estaes de

    embarque.

    II) Dever ser provido um sistema de alarme geral de emergncia satisfazendo as

    prescries abaixo, que ser usado para chamar os passageiros e a tripulao para os postos

    de reunio e para iniciar as operaes indicadas nas tabelas de postos. Este sistema ser

    complementado por um sistema de alto-falantes ou por outros meios de comunicao

    adequados.

    III) O Sistema de alarme de emergncia dever poder soar o sinal de alarme geral

    de emergncia, consistindo de sete ou mais sons curtos, seguidos de um som longo

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    105

    produzidos pelo apito ou sinete do navio, alm de um sino ou buzina operada eletricamente,

    ou outro sistema equivalente de alarme, que ser alimentado pela fonte de alimentao de

    energia principal e de emergncia do navio. O sistema dever poder ser operado do

    passadio e, com exceo do apito do navio, tambm de outros pontos estratgicos. O

    sistema dever ser audvel em todas as acomodaes e em todos os espaos em que

    normalmente a tripulao trabalha e no convs aberto.

    Os materiais salva-vidas devero ser marcados com letras romanas maisculas,

    com tinta prova d'gua, com o nome da embarcao e do porto de inscrio ao qual

    pertence.

    Os equipamentos devero tambm possuir as marcaes seguintes: inscries

    referentes ao n do Certificado de Homologao, nome do fabricante, modelo, classe, n

    de

    srie e data de fabricao.

    Para se obter maiores informaes sobre sistemas de comunicao pode-se

    consultar o MANUAL DE FUNDAMENTOS n 11 ou o MB-2-PM.

    3.5 Distncia da embarcao sinistrada fundamental manter uma distncia segura da embarcao sinistrada. O

    afastamento deve ser suficiente para que no ocorra a suco dos nufragos quando essa

    afundar, evitando, tambm, que sejam atingidos por algum objeto que se desprenda e venha

    superfcie.

    Outro fator que justifica o afastamento da embarcao a possibilidade de

    vazamento de combustvel, que poder provocar incndio, caso haja alguma fagulha.

    importante que os nufragos se mantenham nas proximidades do sinistro, numa

    distncia segura, principalmente se foi enviada uma mensagem de socorro.

    Se o naufrgio se der nas proximidades de terra, procure chegar at ela, pois as

    condies de sobrevivncia sero muito melhores.

  • 4

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    4. Combate a incndios em instalaes porturias e embarcaes 4.1 Procedimentos de emergncia em navios

    impossvel prever todas as situaes que podero colocar uma embarcao

    em perigo, quando ocorre um incndio a bordo, e quais seriam as formas de atuar nelas.

    Por isso, iremos nos ater nas mais provveis, visto que cada situao dever ser avaliada

    no caso concreto, utilizando-se as informaes coletadas, o bom senso e a experincia

    como melhor orientao para a atuao das equipes de salvamento.

    4.1.1 Perigo de encalhe

    Deve-se evitar deixar um navio encalhar, pois o encalhe oferece riscos

    adicionais embarcao, que poderiam ser evitados tomando-se o cuidado de mant-la

    em guas seguras.

    Porm, se por algum motivo a embarcao no puder manobrar ou estiver

    deriva, o risco de encalhe ocorrer.

    Nesse caso, a primeira providncia a ser tomada baixar os ferros (ncoras)

    para evitar que a embarcao se aproxime de guas rasas, at que cheguem os

    rebocadores ou que se consiga reparar os motores da embarcao.

    Fundeia-se a embarcao com os ferros de proa, mantendo-a aproada contra o

    sentido da ondas, de modo que sua hidrodinmica oferea a menor resistncia possvel

    ao mar, porm, quando isso no for possvel, pode-se funde-la de popa, pois melhor

    t-la fundeada dessa forma do que correr o risco de um encalhe.

    A profundidade dever ser permanentemente monitorada com a sonda para

    verificar se est havendo arrasto do navio.

    Quando houver rebocadores prximos, com capacidade suficiente, estes

    podero manter o navio afastado de reas perigosas, no sendo necessrio o

    fundamento.

    Muitos navios acidentados tm sofrido srias avarias (e alguns foram perdidos)

    em decorrncia de bem intencionadas, mas mal orientadas, tentativas de desencalhe com

    recursos prprios. O desejo de tomar uma ao positiva facilmente compreendido, mas,

    na maioria das situaes, o risco muito grande.

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    111

    A resposta natural a um encalhe tornar o navio mais leve. Num fundo

    arenoso ou de lama isso pode no ajudar em nada. Num fundo rochoso, entretanto, isso

    poder causar um desastre.

    Se o navio estiver encalhado, ele ser influenciado pelas aes do vento, das

    ondas e da corrente. O aumento do movimento do navio poder ser suficiente para rasgar

    o seu chapeamento do fundo e, possivelmente, tornar impossvel um salvamento qu