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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS MERCADO DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO MEMÓRIAS DE AULA AULA 3 CERTIFICAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA CARREIRA Prof. Ms. Marcelo Ferreira Zochio

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

MERCADO DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

MEMÓRIAS DE AULA

AULA 3

CERTIFICAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA CARREIRA

Prof. Ms. Marcelo Ferreira Zochio

São Paulo

2011

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Certificação e sua influência na carreira do profissional em segurança da informação

A T.I. está presente em várias realidades organizacionais, deixando de ser uma estratégia de crescimento, para se tornar um setor fundamental e imprescindível para o funcionamento de uma organização.

Mas, para que esse funcionamento seja eficiente, é necessário profissionais experientes e qualificados. Quanto ao profissional experiente, não há controvérsias, pois experiência se ganha com o tempo de habilidade. Porém, há várias interpretações de “qualificado”, em relação ao profissional.

Em algumas profissões, como o Direito, o profissional só é considerado “qualificado” se for aprovado em exame no órgão de classe, no caso, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ou seja, não basta ser bacharel em Direito; é preciso ser aprovado pela OAB para exercer a profissão de advogado. O CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), representado no âmbito estadual (regional) pelos CREA, embora não exija exame de ordem, só considera “qualificado” o profissional registrado em seus Conselhos Regionais.

O ramo de T.I. não possui órgãos reguladores, deixando mais aberta a interpretação do que é um profissional “qualificado”. Devido à grande pluralidade de atividades possíveis em T.I., a especialização do profissional é mandatória, pois não é possível dominar todo esse conhecimento em toda sua plenitude. Ela é tão profunda, que muitas vezes há especializações de atividades e funções dentro de áreas especializadas; por exemplo, dentro de Segurança da Informação, pode-se atuar na área de Processos ou Redes, existindo outras áreas de interesses dentro dessa divisão, entre elas: plano de continuidade de negócio e plano de recuperação de desastres, criptografia, segurança física, arquitetura e modelos de segurança, entre outros.

Esse nível de especialização abriu uma oportunidade para empresas que atuam no ramo a fornecer certificações de seus produtos e atividades, que são um reconhecimento delas de que o profissional é “qualificado”.

Não se pode esquecer também da formação acadêmica. Qualificação profissional, oficialmente, requer diploma de curso reconhecido pelo MEC.

Logo, a dúvida: certificações ou carreira acadêmica? Qual é o caminho do sucesso?

A carreira acadêmica

Seguir uma carreira acadêmica é uma forma progressiva de alavancamento profissional, onde existe uma possível sequência de estudos após a graduação, onde o estudante pode se especializar, através de uma pós-graduação latu-sensu, em alguma área ou atividade de seu ramo profissional.

Muitos defensores das certificações afirmam que o ensino acadêmico é distante do mercado, e que muitos conhecimentos adquiridos academicamente estão ou se tornarão obsoletos; essa colocação não é correta. Muitas tecnologias usadas hoje são frutos de pesquisas acadêmicas.

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Além disso, essa alegação também ocorre nas certificações. Elas geralmente teem prazo de validade, pois é sabido que a tecnologia evolui, e o conhecimento adquirido, que tornou o profissional apto a conseguir tal certificação, pode estar inútil daqui a alguns anos.

O aprendizado possui duas facetas. Ensinar, instruir, fazer saber, comunicar conhecimentos ou habilidades, mostrar, guiar, orientar, dirigir, são ações que apontam para o professor como agente principal e responsável. Concentra-se na figura soberana do mestre, a pessoa do professor, suas qualidades, habilidades, inabilidades e ignorâncias.

Aprender, buscar informações, rever a sua própria experiência, adquirir habilidades, adaptar-se às mudanças, descobrir significados nos seres, nos fatos e nos acontecimentos, modificar atitudes e comportamentos. Concentra-se na pessoa do aprendiz que desempenha o papel de agente principal.

O ensino formal tem atribuído maior atenção à aquisição de conhecimento de seus alunos. Isto fica evidente tanto pela consagrada escolha preferencial de um método de aulas expositivas – centradas no professor e orientadas para difusão e memorização de conhecimentos - como pelos critérios de avaliação de aprendizagem geralmente adotados – provas objetivas e provas discursivas.

Postman (2002) afirma:

“Para que servem as escolas? Para talharmos cidadãos, para darmos significado aos que não o encontram”.

Esta afirmação define o papel do professor: ele é um facilitador do ensino. Mas cabe ao aluno buscar o conhecimento e aprimorá-lo.

O ensino superior procura trabalhar habilidades de pesquisa, conceitos, visão estratégica e holística, bem como a opinião crítica do aluno. Isso será útil em sua formação profissional, pois além de ter a base que precisa para sua profissão (ninguém sai de uma faculdade “sabendo tudo”), terá como sobreviver no mercado, pois saberá como “pescar” conhecimentos e habilidades, e não unicamente possuir uma “vara” sem saber como usá-la.

Em síntese, ele será mais que um “tecnicão”; será um profissional mais completo, que não sabe só resolver problemas e questões técnicas; saberá porque surgem, conhecendo aspectos dessas questões e problemas que um profissional puramente técnico provavelmente não conheceria.

Como foi abordado, o ensino superior não abrange a totalidade das exigências do mercado; como preencher essa lacuna? Vejamos como as certificações colaboram nessa tarefa.

Certificações

A certificação identifica o seu detentor como um profissional que atingiu um certo padrão de conhecimento e experiência, e que continua a se especializar nessa área, pois para manter o certificado é preciso cumprir o programa de especialização contínua, preconizado pelo instituto, inclusive com renovação ou atualização da certificação, participando de treinamentos e atividades ligadas à área profissional. Ou seja, a empresa certifica que o

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profissional em questão está “qualificado” para exercer aquela função ou usar aquele produto dessa empresa. Porém ser “qualificado” e ser “certificado” não são sinônimos.

Ser “certificado” pode ser considerado como uma das características de um profissional qualificado. E por “qualificação” entende-se um profissional com vivência em certa atividade e que possa comprovar com resultados sua capacidade de assumir a vaga a que se candidata.

Mais uma vez estamos á volta com expectativa x realização. Espera-se que alguém certificado seja qualificado. Mas isso ele só irá provar se trouxer resultados com o conhecimento adquirido.

Conclusão

Então qual o melhor caminho? Na verdade, não existe o melhor caminho para se chegar ao sucesso. Temos que entender e estudar o mercado de segurança da informação, escolher nossa especialidade e então traçar um plano de carreira que melhor se encaixe.

Apesar de um curso acadêmico ser mais extenso que uma certificação, podendo levar anos de estudos, há que se salientar que as certificações devem ser renovadas a cada mudança de versões dos aplicativos associados, para que não percam a validade e fiquem obsoletas. Isso não ocorre com um diploma universitário.

As palavras de André Assef, especialista em recrutamento, seleção e retenção de profissionais de TI, descrevem bem uma verdade a respeito dessa questão:

“Uma grande parcela de profissionais deveria começar a perceber que somente as especializações adquiridas nos cursos de certificação não garantem o sucesso e a conquista de altos cargos, como gerente de projetos, PMOs, entre outros. A diferença está na experiência adquirida ao longo do tempo para lidar com problemas que nem sempre são discutidos durante o curso”.

Baseado nisso, o mercado também precisa reformular suas exigências quanto à certificação, pois muitas entidades certificadoras exigem experiência para a realização das provas, e o profissional fica sem opções para trabalhar ou certificar-se. Deve dar chance ao profissional para que ele adquira experiência, e por consequencia sua certificação, ao invés de exigi-la como pré-requisito para preenchimento de vaga, como abordado em aulas passadas.

Vimos que um profissional qualificado está sempre se aprimorando. Portanto, não esqueça:

“Enquanto você está a descansar, tem alguém tentando lhe superar”.

Referências

Certificação não garante sucesso profissional na área de TI. Disponível em: <http://convergenciadigital.uol.com.br/ cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=22862&sid=49>. Acesso em: 01.abr.2011.

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Certificação ou carreira acadêmica?. Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/post-10299-Certificacao-ou-Carreira-academica.html>. Acesso em: 01.abr.2011.

POSTMAN, Neil. O Fim da Educação – redefinindo o valor da escola. Relógio D’água: Lisboa, 1995.