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27-11-2010 1 Sistemas termodinâmicos Prof. Luís C. Perna Transferências de energia sob a forma de calor Entre sistemas a temperaturas diferentes a energia transfere-se do sistema com temperatura mais elevada para o sistema a temperatura mais baixa. A transferência de energia pode ser feita por radiação, condução e convecção. MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

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Sistemas termodinâmicos

Prof. Luís C. Perna

Transferências de energia sob a forma de calor

Entre sistemas a temperaturas diferentes a energia

transfere-se do sistema com temperatura mais elevada

para o sistema a temperatura mais baixa.

A transferência de energia pode ser feita por radiação,

condução e convecção.

MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

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A radiação é um dos modos de

transferência de energia sob a

forma de calor.

Neste mecanismo a energia

encontra-se sob a forma de

ondas electromagnéticas e não

necessita de um meio material

(suporte) para se propagar.

A energia solar é transferida do Sol até ao nosso planeta por radiação.

RADIAÇÃO

A transferência de calor por condução verifica-se,

principalmente nos sólidos.

Neste mecanismo não há transporte de matéria, mas

apenas interacção entre partículas.

Esta interacção dá-se por colisões, partícula a

partícula, em que as de maior energia cinética cedem

parte dessa energia às partículas de menor energia.

Esta transmissão é comunicada às partículas vizinhas

e propaga-se ao longo de todo o sólido ou entre

sólidos que estejam em contacto directo.

CONDUÇÃO

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CONDUÇÃO

A convecção é um processo pelo qual o calor é transferido

de um local para outro de um fluido. Pode ocorrer como

resultado de diferenças de temperatura que originam um

movimento de partículas no seio dos fluidos (líquidos e gases)

ou por aplicação de uma força motriz externa.

CONVECÇÃO

O aquecimento dos fluidos provoca um aumento da

energia cinética das suas partículas, o que origina uma

expansão do fluido e uma consequente diminuição da

densidade.

Assim, o fluido menos denso (quente) irá subir,

obrigando o fluido mais denso (frio) a descer, dando

origem a correntes de convecção.

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CONVECÇÃO

O sistema em estudo é a água a ser aquecida:

- Fonte de energia – álcool em combustão

- Receptor de energia – água

As fontes de energia fornecem energia aos receptores de energia.

FONTE, RECEPTOR E TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA

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Sempre que a energia passa de um sistema para outro diz-se que ocorre uma transferência de energia:

Fonte Receptor

Aqui a energia passou do álcool em combustão para a água.

FONTE, RECEPTOR E TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA

- Fonte de energia –

- Receptor de energia –

pilha

lâmpada

FONTE, RECEPTOR E TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA

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Num diagrama de energia devemos representar a:

Energia útil que é a energia que durante a transferência é realmente utilizada.

Energia dissipada que é a energia que durante a transferência é “perdida”.

Energia fornecida

Energia dissipada

Energia útil

Sistema

SERÁ QUE ALGUMA ENERGIA SE PERDE AO SER TRANSFERIDA

DE UM SISTEMA PARA OUTRO?

BALANÇO ENERGÉTICO NUMA LÂMPADA INCANDESCENTE

Apenas 5% da energia é transformada em energia luminosa a maior parte é dissipada por,

Efeito de Joule, no filamento que pode atingir temperaturas superiores a 2000ºC.

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BALANÇO ENERGÉTICO NUMA LÂMPADA FLUORESCENTE

Numa lâmpada fluorescente compacta, que tenha um rendimento de 20%, por cada1000 J de energia eléctrica que entra na lâmpada, 200 J saem na forma de energialuminosa e 800 J são dissipados para o ambiente na forma de calor.

BALANÇO ENERGÉTICO NUMA CENTRAL TÉRMICA

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Podemos concluir que numa transferência de energia:

Esta expressão traduz a Lei da Conservação da Energia:

“a quantidade de energia que temos no final de um processo é sempre igual à quantidade de energia que temos no início desse mesmo processo”.

Ou seja, a energia não se cria nem se destrói; apenas se transfere. A energia total do Universo é sempre constante.

LEI DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

LEI DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA

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Completa o diagrama de energia para uma lâmpada de incandescência em funcionamento:

Se fornecermos ao sistema 50 J de energia e se a lâmpada tiver uma perda

de 47,5 J, qual será o valor da energia útil?

Energia dissipada sob a forma de calor

Energia radiante

Energia eléctrica

EXERCÍCIO 1

EXERCÍCIO 2

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1 calTemperatura

aumenta 1°C

1 cal = 4,186 J

A CALORIA

A caloria não é uma unidade SI de energia.

Define-se como sendo a energia necessária para elevar a temperatura de 1 g de água de 14,5 ºC para 15,5 ºC

De 14,5 ºC para 15,5 ºC

Temperatura

Grandeza física escalar que mede o grau de

agitação molecular de um corpo.

No SI é medida em graus Kelvin, K.

Calor

Forma de transferência de energia entre os

corpos de maior para os de menor

temperatura.

No SI é medido em Joule, J.

TEMPERATURA E CALOR

Temperatura e calor são duas grandezas iguais ou diferentes?

CT E

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Existem materiais que recebem ou

cedem energia, como calor, mais

rapidamente do que outros. Vejamos o

exemplo de um tacho cujas asas não são

metálicas...

Assim, os materiais podem distinguir-se

em:

– bons condutores

– e maus condutores ou isoladores

de calor.

MATERIAIS CONDUTORES E ISOLADORES DO CALOR

Os condutores recebem e cedem energia com

maior rapidez e os maus condutores ou

isoladores fazem-no de um modo mais lento.

Os metais e ligas metálicas são os melhores

condutores de calor e os sólidos não

metálicos (por exemplo, a madeira e o

plástico), os líquidos e os gases são maus

condutores de calor.

MATERIAIS CONDUTORES E ISOLADORES DO CALOR

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Para quantificar a capacidade que

os materiais têm de conduzir

energia sob a forma de calor

surgiu uma grandeza física – a

condutividade térmica ou

condutibilidade térmica, K.

A condutividade térmica traduz a

rapidez com que um determinado

material conduz o calor, por

unidade de tempo.

CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE UM METAL

CONDUTIVIDADE TÉRMICA DO COBRE

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CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE OUTROS MATERIAIS

CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE CONDUTORES E ISOLADORES

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Nos países quentes é importante

reduzir o fluxo de calor do exterior

para o interior da habitação, enquanto

nos países frios é necessário evitar as

perdas de calor do interior para o

exterior.

É aqui que, mais uma vez, os

conhecimentos científicos da Física

podem ser usados em nosso benefício

e na melhoria das nossas condições de

vida e conforto.

OS MATERIAIS E A CONDUTIVIDADE TÉRMICA

Com o recurso aos valores da condutividade

térmica de diversos materiais, é possível

escolher os que melhor isolam as habitações.

Esses materiais são os que possuem uma

condutividade térmica baixa, de modo a

minimizar as perdas de energia numa habitação.

Assim, por exemplo, deve usar-se madeira e

cortiça para o revestimento interior das paredes

e lã de vidro para o revestimento do telhado.

A presença de paredes duplas, vidros duplos e

janelas calafetadas é, também, uma boa forma

de isolamento das habitações.

OS MATERIAIS E A CONDUTIVIDADE TÉRMICA

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A temperatura do tapete da figura

é maior ou menor do que a

temperatura do azulejo onde se

encontra o tapete?

Justifique a resposta.

Resposta:

É igual.

O material de que é feito o tapete tem uma condutividade térmica menor do que o material que é feito o azulejo. Passa energia dos pés mais rapidamente para o azulejo do que para o tapete dando a sensação de mais frio.

PROBLEMA

Q = m c q

A quantidade de energia térmica , Q, recebida ou cedida por um

corpo para exclusivamente variar sua temperatura, q, é dada por.

= Capacidade térmica mássica

A capacidade térmica mássica duma substância, traduz o facto

de substâncias diferentes terem diferentes capacidades para

receber ou ceder energia na forma de calor.

Unidade(S.I) J/kg K

(prática) cal/g°C

QUANTIDADE DE ENERGIA TRANSFERIDA COMO CALOR

c

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C = m c

Capacidade térmica de um corpo – é a quantidade de energia que é

necessário fornecer ao corpo como calor para que a sua temperatura se

eleve de 1 K.

C – Capacidade térmica

m – massa do corpo

c – capacidade térmica mássica

Unidade(S.I) J/K

(prática) cal/°C

CAPACIDADE TÉRMICA

Q = C q

Q = m c q

A diferença é que a capacidade térmica mássica, c , refere-se sempre

a uma substância; a capacidade térmica, C , refere-se a um corpo.

DIFERENÇA ENTRE CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA, C , ECAPACIDADE TÉRMICA, C

Q = C q

Quanto maior for a capacidade térmica de um corpo menor é a sua variação

de temperatura para a mesma energia transferida.

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CAPACIDADE TÉRMICA MÁSSICA DE ALGUNS MATERIAIS

A capacidade térmica mássica do ferro é de 443 J.kg-1.K-1.

a) O que significa dizer que a capacidade térmica mássica do ferro é de

443 J.kg-1.K-1.

b) Determine a quantidade de energia sob a forma de calor que é

necessária transferir para 0,5 kg de ferro para que este eleve a sua

temperatura 10,0 °C.

Resposta:

a) É necessário fornecer 443 J de energia à massa de 1 kg de ferro para que a sua temperatura

de eleve de 1º K.

b) A diferença de temperatura em graus Celsius é igual à diferença em kelvin.

Sendo c = Q/m.q <=> Q = c.m.q <=> Q = 443 x 0,5 x 10 <=> Q = 2215 J.

É necessário fornecer 2215 J de energia para que 0,5 kg de ferro aumente a sua temperatura

10,0 °C.

EXERCÍCIO 3

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Na figura está representado o aquecimento de 100 g

água contida num gobelé, à temperatura inicial de 20 °C.

A referida água foi aquecida com uma resistência

eléctrica de imersão, tal como se pode ver na figura ao

lado. Cágua = 4186 J.kg-1.K-1

a) Qual a energia que foi recebida pela água? Apresente o

resultado nas unidades SI.

b) Como procederia para tornar este processo de

aquecimento mais eficiente?

Resposta: a) Q = 6,3 x 103 J

b) Podíamos isolar o gobelé do meio exterior com, por exemplo, esferovite.

EXERCÍCIO 4

Um corpo recebe, por minuto, 4,18 x 103 J de

energia como calor. A temperatura do corpo

varia no decorrer do tempo de acordo com o

gráfico.

a) Calcule a capacidade térmica do corpo.

b) Calcule a capacidade térmica mássica da

substância que constitui o corpo, sabendo que

tem de massa 500 g.

c) Consulte a tabela (PowerPoint) e diga que

substância poderia ser?

Resposta: a) C = 1,045 x 103 J/K

EXERCÍCIO 5

b) c = 2090 J kg-1 K-1. c) Parafina

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Dois corpos de massas diferentes, à mesma temperatura, recebem a

mesma quantidade de energia como calor. Admitindo que a temperatura

final de ambos os corpos é a mesma, indique qual das afirmações está

correcta:

A. Os dois corpos têm capacidades mássicas iguais.

B. Os corpos têm capacidades térmicas diferentes.

C. As massas dos corpos estão entre si na razão inversa das respectivas

capacidades térmicas mássicas.

D. As afirmações são todas falsas.

Resposta: a) C

EXERCÍCIO 6

Pela Lei da Conservação da Energia, que já foi estudada, a energia não

pode ser criada nem destruída mas apenas transformada de umas formas

para outras.

Num sistema isolado a energia transfere-se e transforma-se, havendo

sempre a sua conservação.

As transferências de energia entre sistemas sob a forma de calor (Q ),

trabalho (W ) e radiação (R ) podem corresponder a variações da energia

interna (Ei ou U ) desses sistemas.

1ª Lei da Termodinâmica

1.ª LEI DA TERMODINÂMICA

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A energia interna de um sistema pode

aumentar ou diminuir, dependendo das

transferências de energia que ocorrem.

Assim, convencionou-se que:

– a energia recebida pelo sistema sob a forma

de trabalho, calor e/ou radiação considera-se

positiva;

– a energia cedida pelo sistema à sua

vizinhança sob a forma de trabalho, calor e/ou

radiação considera-se negativa.

CONVENÇÃO DE SINAIS EM TERMODINÂMICA

CONVENÇÃO DE SINAIS EM TERMODINÂMICA

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CONVENÇÃO DE SINAIS EM TERMODINÂMICA

Na expressão matemática que traduz a 1ª Lei da Termodinâmica está

implícita uma convenção de sinais:

CONVENÇÃO DE SINAIS EM TERMODINÂMICA

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1.ª LEI DA TERMODINÂMICA

Num sistema isolado, se:

não houver realização de trabalho (W = 0);

não existir fluxo de calor (Q = 0);

não existir emissão e/ou absorção de radiação (R = 0),

a variação da energia interna do sistema, ΔEi é igual a:

ΔEi = W + Q + R = 0 + 0 + 0 = 0

ΔEi = 0

A energia interna de um sistema isolado permanece constante.

1.ª LEI DA TERMODINÂMICA - RADIAÇÃO

Suponha que a tampa do cilindro está fixa e que o

recipiente é feito de um material isolador térmico. A

parede lateral é transparente e faz-se incidir luz,

proveniente de uma fonte laser.

Toda a luz é absorvida pelas moléculas do gás que

ficam com maior energia cinética, o que se traduz

por um aumento da energia interna do sistema (fácil

de verificar pelo aumento da temperatura).

Não houve realização de trabalho nem ocorreram

fluxos de calor, pelo que o aumento da energia

interna se ficou a dever totalmente à radiação

absorvida.

Q = 0 JW = 0 J

Então:Ei = R

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1.ª LEI DA TERMODINÂMICA - TRABALHO

Suponha agora que um gás contido no recipiente

cilíndrico está isolado termicamente e que o

êmbolo se pode deslocar para cima e para baixo.

O que acontecerá quando pressionamos o êmbolo?

O volume que o gás ocupa diminui. Por acção da

força exercida sobre a tampa é transferida energia

para o sistema através de trabalho, W.

* Se o volume do sistema diminuir, a energia interna do

sistema aumentará.

* Se o volume do sistema aumentar, a energia interna do

sistema diminuirá.

Q = 0 JR = 0 J

Então:Ei = W

1.ª LEI DA TERMODINÂMICA - CALOR

Outra forma de variar a energia interna é permitir

um fluxo de calor da vizinhança para o sistema e

vice-versa. Coloque-se o gás contido no recipiente

cilíndrico em contacto com uma fonte térmica, a uma

temperatura maior .

A base do recipiente é condutora térmica, então o

calor flui facilmente por ela. A tampa do recipiente

está fixa e, portanto, a variação de energia interna

do gás é exclusivamente devida ao calor.

Se a «fonte» estivesse mais fria do que o sistema, o

calor fluiria deste para a fonte e a energia interna do

sistema diminuiria.

W = 0 JR = 0 J

Então:Ei = Q

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EXERCÍCIO 7

EXERCÍCIO 8

Fornece-se a um sistema a quantidade de calor de 200 J. O sistema realiza

o trabalho de 150 J.

Determina a variação da energia interna do sistema.

Resposta:

Dados:

Por convenção:

- A quantidade de calor que se fornece ao sistema é positiva: Q = 200 J.

- O trabalho realizado pelo sistema é negativo: W = - 150 J.

Substituindo na expressão matemática da 1ª Lei da Termodinâmica, vem:

Ei = Q + W = 200 – 150 = 50 J

Ou seja, a energia interna do sistema aumenta, o que se traduz num aumento da sua temperatura.

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Dois corpos estão a temperaturas diferentes. Já

vimos antes - e toda a gente sabe - que, quando

eles são postos em contacto um com o outro, o mais

quente arrefece e o mais frio aquece. O primeiro

cede energia (na forma de calor) e o segundo

recebe energia.

E se fosse ao contrário, isto é, se fosse o corpo mais

frio a ceder ao mais quente uma certa energia?

Nesse caso, o corpo mais frio arrefeceria ainda mais

e o corpo mais quente aqueceria ainda mais. Este

processo não contraria a Primeira Lei, mas, apesar

disso, não ocorre espontaneamente. Nunca ninguém

viu um fenómeno desses!

2ª LEI DA TERMODINÂMICA

2ª Lei da Termodinâmica

Enunciado de Clausius

Enunciado de Kelvin – Planck

Outra maneira de enunciar a 2ª Lei da termodinâmica

“Num sistema fechado, um aumento da entropia é acompanhado por uma diminuição na energia utilizável”A entropia é uma medida da desordem de um determinado sistema.

2ª LEI DA TERMODINÂMICA

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Para explicar a 2ª Lei da Termodinâmica, surgiu o

conceito de entropia, S.

“Num sistema fechado, um aumento da entropia é

acompanhado por uma diminuição na energia

utilizável”

Ou seja, a entropia pode ser interpretada como uma

medida da desordem dos sistemas. Uma entropia

elevada implica maior desordem. Em qualquer variação

real, um sistema fechado tende para uma entropia

mais elevada e, por isso, para uma maior desordem.

Assim, pode concluir-se que a entropia do Universo

está a aumentar e a sua energia utilizável a diminuir.

(1822 –1888), Alemão

ENTROPIA

2ª LEI DA TERMODINÂMICA

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As máquinas térmicas são máquinas que

convertem calor, Q, em trabalho, W.

A máquina térmica recebe de uma fonte

quente (exemplo: gasolina em combustão) a

energia Qq na forma de calor, e converte-a

parcialmente em trabalho, W (no movimento

de um êmbolo, na rotação de um eixo, etc),

cedendo o restante calor, Qf, a uma fonte fria

(exemplos: atmosfera, água dos rios, etc).

MÁQUINA TÉRMICA

Um dos principais objectivos

de quem constrói uma

máquina térmica, é que esta

tenha o maior rendimento

possível.

O rendimento, η, define-se

como a razão entre o trabalho

que a máquina fornece, W, e a

energia sob a forma de calor

que sai da fonte quente, Qq, e

sem o qual ela não poderia

funcionar.

RENDIMENTO DUMA MÁQUINA TÉRMICA

Tf e Tq em Kelvin

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Segundo o postulado de Clausius, é

impossível transferir energia sob a forma de

calor espontaneamente, de uma fonte fria

para uma fonte quente. Para que tal

aconteça, é necessário fornecer trabalho ao

sistema, e, nesse caso, temos uma

máquina frigorífica.

As máquinas frigoríficas, como um frigorífico ou

uma arca congeladora, recebem trabalho

(através da energia eléctrica proveniente da rede

eléctrica), e usam-no de modo a retirarem energia

sob a forma de calor do seu interior, transferindo-

a por condução para o exterior.

MÁQUINA FRIGORIFICA

O interior de um frigorífico encontra-se a uma

temperatura baixa, próxima de 0 ºC, enquanto

que a parte de trás está normalmente a uma

temperatura superior à do meio ambiente

onde se encontra.

A energia sob a forma de calor que é

transferida para a fonte quente é igual à soma

da energia sob a forma de calor retirada à

fonte fria, com o trabalho necessário para que

ocorra esse fluxo de energia:

|Qq| = W + Qf

MÁQUINA FRIGORIFICA

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A eficiência de uma máquina frigorífica é tanto maior, quanto maior for a

quantidade de energia sob a forma de calor que retirar da fonte fria, ou seja,

do interior do frigorífico, para a mesma quantidade de trabalho fornecido pelo

motor do frigorífico.

A eficiência de uma máquina frigorífica, é o quociente entre a energia

sob a forma de calor que sai da fonte fria, Qf, e o trabalho necessário para

realizar essa transferência de energia:

Ao contrário do rendimento de uma máquina térmica, a eficiência pode ser

maior que 1. A eficiência típica de uma máquina frigorífica varia entre 4 e 6.

EFICIÊNCIA DUMA MÁQUINA FRIGORIFICA

EXERCÍCIO 9

Uma central térmica que opera entre as temperaturas 30 °C e 530 °C

consome 1x106 kg de combustível por hora.

Considere que 1 kg de combustível fornece a energia de 5,0 x 107 J.

a) Calcule o rendimento máximo da central térmica.

b) Determine o módulo do trabalho realizado pela central, em cada hora,

sabendo que ela transfere para a atmosfera, durante esse intervalo de

tempo, uma quantidade de energia como calor igual 2 x 1013 J.

Resposta:

a) h = 62,3%

b) |W |= 3 x 1013 J

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EXERCÍCIO 10

Para manter o interior de um frigorífico a uma temperatura constante de

7 °C é necessário fornecer-lhe a energia de 100 J em cada segundo. Admita

que a transformação é reversível e que a eficiência é 9,0.

1.1, Determine:

a) a temperatura do ar exterior;

b) a quantidade de energia como calor retirada do interior do frigorífico em

10 minutos.

Resposta:

a) Tq = 311,1 K

b) Qf = 5,4 x 105 J